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Revista Internacional da Igreja Adventista do Sétimo Dia Dezembro 2014 Minha lepra 20 Deus Nosso criador 26 Enfrentando nossos medos 27 RÚSSIA MADE IN Revista Internacional da Igreja Adventista do Sétimo Dia

Aw december 2014 portuguese

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AW December 2014 portuguese

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R e v i s t a I n t e r n a c i o n a l d a I g r e j a A d v e n t i s t a d o S é t i m o D i a

Dezembro 2014

Minhalepra

20 DeusNossocriador

26 Enfrentandonossos medos27

RÚSSIAMADE IN

R e v i s t a I n t e r n a c i o n a l d a I g r e j a A d v e n t i s t a d o S é t i m o D i a

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Adventist World (ISSN 1557-5519) é editada 12 vezes por ano, na primeira quinta-feira do mês, pela Review and Herald Publishing Association. Copyright (c) 2005. V. 10, Nº- 12, Dezembro de 2014.

www.adventistworld.orgOn-line: disponível em 11 idiomas

Tradução: Sonete Magalhães Costa

A R T I G O D E C A P A

16 Made in RússiaAndrew McChesney

Após a queda do comunismo, a ex-União Soviética teve fome de literatura cristã.

10 V I S Ã O M U N D I A L

Confiando em nosso Deus todo-poderoso

Ted N. C. Wilson Avançando a despeito dos obstáculos.

12 D E V O C I O N A L

A escrivaninha Olen Netteburg Verdadeiro ou falso: Deus necessita de nós.

14 C R E N Ç A S

F U N D A M E N T A I S

Unidos Callie Williams Deus nos chama para participar de algo

maior do que nós mesmos.

20 V I D A A D V E N T I S T A

Minha lepra Grace Lee Ela tem cura!

24 H E R A N Ç A A D V E N T I S T A

Ellen White como você nunca viu

Andrew McChesney Mais de cem anos depois, surge nova

fotografia de Ellen White.

22 E S P Í R I T O D E P R O F E C I A

O Natal para as crianças

26 R E S P O S T A S A

P E R G U N T A S B Í B L I C A S

Nosso Deus criador

27 E S T U D O B Í B L I C O

Enfrentando nossos medos

28 T R O C A D E I D E I A S

S E Ç Õ E S

Dezembro 2014

3 N O T Í C I A S D O M U N D O

3 Notícias especiais

9 S A Ú D E N O M U N D O

Livre para respirar

I L U S T R A Ç Ã O D A C A P A : S E R G E Y E L K I N2 Adventist World | Dezembro 2014

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N O T í C I A S D O M u N D O

S E Ç Õ E S

■ Os líderes adventistas aprovaram provisoriamente as propostas de revisão das principais crenças fundamentais da igreja adventista. Depois de dois dias de discussões, Artur A. Stele, presidente da comissão de revisão, disse que a troca de ideias ajudou a melhorar o produto final.

No fim da tarde do dia 13 de outubro, os delegados do Concílio Anual – a maior reunião administrativa da igreja – endossaram com facilidade a última revisão proposta para as 28 Crenças Fundamentais, sob o voto 202-2, com três abstenções. Eles concordaram em enviar o documento à assembleia da Associação Geral para discussão e votação final pela igreja mundial, em julho de 2015.

Quando as discussões começaram, Ted N. C. Wilson, presidente mundial da Igreja Adventista, garantiu aos delegados: “As revisões não mudam nenhuma das crenças fundamentais. Elas simplesmente atua-lizam e enxugam o texto. Não quero que ninguém nesta sala pense que estamos mudando nossas crenças. Estamos simplesmente ajustando o texto para torná-lo mais claro e útil.”

A graça ao longo do tempo

Discussão sobre as Crenças: Artur A. Stele, presidente da Comissão de Revisão, discute as atualizações das 28 Crenças Fundamentais no Concílio Anual, em 12 de outubro.

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AtualizaçãoCrenças Fundamentais

dasAs revisões são um marco na história das Crenças Fundamentais, que praticamente não foram modificadas desde 1980.

Andrew McChesney, editor de notícias da Adventist World

Dezembro 2014 | Adventist World 3

O guia do parque esperou até que o nosso grupo, acostumado

a caminhar somente na cidade, o alcançasse no caminho do Canyon. Mas, em lugar de chamar nossa atenção para as imponentes e dramáticas falésias sobre nossa cabeça ou para o rio fazendo seu caminho pelo vale, ele só apontou para um grupo de samambaias salientes na parede rochosa, cerca de 30 metros acima de onde estávamos.

Com um sorriso, ele disse: “Você pode estar se perguntando como aquelas samambaias conseguem obter água neces-sária para sobreviver neste penhasco, no deserto. Alguém tem alguma ideia?”

Fomos sábios o suficiente para sequer tentar responder sobre algo que nenhum de nós imaginava a resposta.

Ele continuou: “Os hidrólogos dizem que a única fonte de água para aquela explosão exuberante de samambaias no penhasco – a água que as mantém vivas – caiu do platô da montanha, centenas de metros acima delas, há mais de vinte anos. São necessárias duas décadas para que a água escoe 700 metros através do arenito e leve os nutrientes que fazem com que essas samambaias cresçam.”

Agora foi a minha vez de sorrir, pois, de certa maneira, eu já conhecia essa história. Ao observar como Deus nutre e reanima a Sua obra em todo o mundo pela graça concedida originalmente há anos e até mesmo há muitas décadas, também sou abençoado. Em Sua misericórdia, as bênçãos nunca perdem o valor, mesmo quando a pessoa ou o ministério que as recebe tenha saído de cena.

Ao ler o artigo de capa deste mês, que conta como o ministério de uma das casas publicadoras mais históricas do adventismo se tornou fonte para que outra editora florescesse, agradeça ao Pai porque nada que vem dEle é desperdiçado. A chuva com a qual Deus o abençoa também irá abenço-ar outros se você permitir que Ele mante-

nha ativo o fluxo de bondade.

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N O T í C I A S D O M u N D O

O Concílio Anual de 2014 agendou a discussão e votação para o dia 12 de outubro. Entretanto, os mais de 20 co-mentários dos delegados forçaram a co-missão de revisão a voltar ao trabalho. Então, foi marcada uma reunião para o dia 13 de outubro e, antes do meio-dia, todas as revisões propostas (menos uma) foram aprovadas e registradas no voto 179-15, com cinco abstenções.

“Creio que o processo foi muito útil. Depois que apresentamos o projeto, muitas sugestões foram feitas. Penso que o resultado ficou melhor que o de domingo, dia 12 de outubro”, disse Artur Stele, diretor do Comitê de Pesquisas Bíblicas da Igreja.

As revisões são um marco na história das Crenças Fundamentais, que eram 27 quando foram escritas pela primeira vez, em 1980. Com exceção da adição da 28ª crença (“Crescimento em Cristo”, nº 11), em 2005, elas têm permanecido intocadas até hoje. Entre outras crenças fundamentais, está “O sábado” (nº 20), “O batismo” (nº15) e “A natureza do homem” (nº 7), que está prestes a se tornar “A natureza da humanidade”.

As revisões introduziram no texto uma linguagem inclusiva de gênero, onde o ensino bíblico a ser referido tem a clara intenção de incluir tanto homens como mulheres.

A maior discussão se concentrou nas objeções à substituição da expressão “santos homens de Deus” por “santas pessoas de Deus”, na Crença Fundamental nº 1, intitulada “As Sagradas Escrituras”. Depois, a comissão de revisão trocou a frase por “autores inspirados”, conforme sugestão do evangelista Mark Finley. Os delegados aprovaram o item final.

Stele disse que não teve problema para realizar a troca dessa frase, pois as objeções dos delegados devem ter sido feitas por questões de consciência. A frase original “santos homens de Deus” vem de 2 Pedro 1:20, 21, cujo texto original grego usa uma linguagem de gênero inclusiva.

Mantendo isso em mente, a Asso-ciação Geral (que supervisiona a igreja mundial) nomeou uma comissão de revisão, formada por quatro membros, para trabalhar com “A criação”. Ao mes-mo tempo, foi solicitada a essa comissão a revisão de outras crenças fundamentais para possíveis ajustes. Os outros mem-bros da comissão são Ángel Manuel Rodríguez e Gerhard Pfandl, respectiva-mente ex-diretor e ex-diretor associado do Instituto de Pesquisas Bíblicas.

A primeira ação da comissão foi convidar os membros da igreja de todo o mundo a enviar sugestões durante um ano inteiro – um passo que não faz parte do protocolo, mas que Stele disse ser valioso.

“É certo que não podíamos incor-porar todas as novas sugestões porque algumas eram contraditórias. O que um grupo sugeria, o outro grupo pedia para não usarmos. Portanto, esse foi o processo”, infomou ele.

Segundo Stele, a comissão empregou um conjunto de cinco critérios para determinar qual sugestão incluir:

1. Incluir as sugestões que aprofun-dem as declarações, mas não muito.

2. Não incluir todas as sugestões em todas as sessões; é necessário ver o documento como um todo.

3. Aceitar ideias que não estão incluídas na minuta, mas que poderão ser incorporadas a ela.

4. Aceitar boas sugestões que encur-tem a minuta.

5. Eliminar sugestões que sugiram promover uma agenda pessoal.

“Eles cresceram ouvindo essa expressão, e lhes parecia ser uma citação das Escrituras; por isso, acharam que estávamos mudando o texto sagrado. Para sermos sensíveis a essa questão, decidimos: ‘Por que, então, não procu-ramos outra frase?’”, comentou Stele.

Bill Knott, membro da comissão de revisão e editor da Adventist Review e Adventist World, elogiou o produto final: “A solução criativa sugerida pelo pastor Mark Finley ilustra os valores do povo de Deus pensando junto em como melhor expressar suas crenças na importância e autoridade das Escrituras.”

Como aconteceram as revisões O processo de revisão começou

com uma ação votada na assembleia da Associação Geral de 2010 para harmo-nizar a Crença Fundamental nº 6, “A criação”, como a declaração da criação aprovada pelo Concílio Anual em 2004. A declaração do concílio enfatiza que a Terra foi criada em seis dias literais há vários milhares de anos – duas questões que estiveram sob o escrutínio de evolucionistas e não são mencionadas na declaração atual da crença nº 6.

Trocar uma crença fundamental não é algo simples. Quando a crença nº 28 foi acrescentada em 2005, os delegados da assembleia da Associação Geral passaram o protocolo que requer pelo menos dois anos de trabalho em todos os níveis da Igreja Adventista antes que qualquer mudança seja considerada na sessão da Associação Geral.

DELEGADOS ouvem atentos: Delegados do Concílio Anual de 2014, reunidos no auditório principal na sede da Associação Geral, em Silver Spring, Maryland, EUA.

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A comissão, então, incorporou à minuta as sugestões que consideraram úteis – Stele disse que receberam cerca de 200 cartas. Depois, elas foram enviadas às divisões, uniões, associações e instituições da Igreja para análise e comentários.

O Concílio Anual aprovou a primeira minuta em 2013. Após passar por vários concílios e departamentos da Associação Geral, a segunda minuta chegou ao Concílio Anual em outubro.

Um olhar sobre algumas revisões

Uma revisão importante da crença nº 18, “O dom de profecia”, esclarece que a Bíblia e os escritos de Ellen G. White, cofundadora da igreja, não devem ser considerados iguais.

No novo texto votado pelo Concílio Anual, lemos: “As Escrituras testificam que um dos dons do Espírito Santo é o de profecia. Esse dom é uma marca identificadora da igreja remanescente e cremos que foi manifestado no ministé-rio de Ellen G. White. Seus escritos falam com autoridade profética e oferecem conforto, direção, instrução e disciplina à igreja. Eles também deixam claro que a Bíblia é a norma pela qual o ensinamen-to e a experiência devem ser aferidos.”

Uma adição à crença nº 23, “O casamento e a família”, pela primeira vez identifica os solteiros como membros da família.

“Em minha opinião, o resultado foi muito bom. Os delegados reconheceram que cumprimos todas as alterações que nos foram estipuladas, sem reescrever as passagens”, disse Gerhard Pfandl, membro da comissão de revisão.

Uma versão da minuta (com marcações) da Crença Fundamental nº 28 pode ser consultada no link: adventist review.org/assets/public/news/ 2014-10/FUNDAMENTAL_BELIEFS_ STATEMENT-last_version.pdf.

auditar seus livros para remover os nomes dos membros inacessíveis que não frequentam os cultos há algum tempo”, informou David Trim, arquivista-chefe da igreja mundial, que faz a compilação dos dados.

“Sem a auditoria, o número de membros, hoje, estaria em 25 milhões”, disse G. T. Ng.

Outra estatística difícil foi apresen-tada: 31,8 milhões de pessoas foram batizadas nos últimos 40 anos, mas houve a perda ou o desaparecimento de 11,4 milhões de membros. Esse dado não inclui os membros que morreram.

Eis um exemplo recente: Os últimos adventistas batizados após uma série evangelística em uma pequena aldeia no norte da Índia, em 2005, foram reconvertidos ao hinduísmo no final de agosto. O incidente, que foi manchete em toda a mídia indiana, amedrontou os cristãos. Eles temem que as reconver-sões tenham sido forçadas, o que é ilegal no país.

Mas uma força-tarefa adventista enviada à aldeia Asroi descobriu que os 33 ex-adventistas receberam pouco apoio da liderança da igreja depois do batismo, em 2005. Ao mesmo tempo, eles foram avidamente cortejados por ativistas hindus.

“Temos que nutrir cuidadosamente os recém-convertidos e ajudá-los a se enraizar na Palavra”, disse T. P. Kurian,

■ Pela primeira vez, a Igreja Adventista do Sétimo Dia superou o número de 18 milhões de membros; porém, G. T. Ng, secretário executivo da igreja adventista mundial, não está comemorando.

Ele está consternado com as grandes perdas de membros: “É fácil batizá-los, mas é muito mais difícil mantê-los na igreja. A retenção e manutenção dos membros devem estar no mesmo lado da moeda, mas os batismos são aparentemente mais “glamourosos”. Portanto, temos um problema inerente: grave perda de membros! Mas poucas pessoas falam sobre isso.”

Entretanto, G. T. Ng fez questão de falar sobre o assunto no dia 12 de outubro, quando apresentou o relatório anual de número de membros, no Concílio Anual.

Segundo os dados apresentados por ele, o número de membros cresceu 1,5% em relação ao ano passado e alcançou o total de 18.143.745 pessoas (em 2013, tínhamos 17.881.491 mem-bros). Pelo décimo ano consecutivo, mais de um milhão de pessoas se uniram à Igreja Adventista (para ser mais exato, 1.091.222 pessoas), mas ao mesmo tempo, por mais de uma década, 828.968 pessoas foram removidas dos livros da igreja por morte, desaparecimento ou afastamento.

“Algumas dessas perdas refletem o esforço contínuo das igrejas locais em

Secretário executivo da Associação Geral se preocupa com

“grave perda” de membrosG. T. Ng diz que a perda de membros da igreja merece a mesma atenção e cuidado que têm sido revelados pelo seu crescimento.

Andrew McChesney, editor de notícias da Adventist World

Dezembro 2014 | Adventist World 5

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diretor de comunicação da Divisão Sul-Asiática.

No Concílio Anual, G. T. Ng defen-deu a prática de fazer a contagem dos membros. Ele disse que isso não pode ser comparado ao senso realizado por Davi, no Antigo Testamento, que resul-tou na punição de Deus. A atitude de Davi foi uma demonstração de orgulho.

“Quando realizamos a contagem de membros na igreja, temos que fazê-la com humildade”, disse G. T. Ng. Segundo ele, o registro é simplesmente “um relatório sobre o que o Mestre tem feito”.

“Não há nada de errado com a con-tagem em si. Afinal, em Lucas 15, Jesus fez isso em três parábolas: A mulher contou suas dez moedas e descobriu que havia perdido uma. O pastor contou somente 99 ovelhas. O pai perdeu um filho”, disse ele.

Além disso, G. T. Ng relatou his-tórias missionárias que geralmente terminam em bons resultados, dando a impressão de que o trabalho foi bem- sucedido. Mas ele disse que as estatísti-cas apresentam o outro lado da moeda: Grande parte das pessoas no mundo não teve a oportunidade de ouvir sobre a primeira vinda de Jesus, e muito me-nos sobre a segunda vinda dEle.

Segundo ele, a igreja está presente em cerca de 230 países, mas há 22 países reconhecidos pelas Nações Unidas que permanecem não alcançados. Além dis-so, um país pode ter grande população adventista, mas ainda conter grandes grupos de pessoas sem um único ad-ventista. No Quênia, muitos dos 800 mil membros da igreja vêm primariamente de dois grupos de linguagem, enquanto 40 outros grupos de línguas permane-cem inatingíveis. O mesmo ocorre na Tailândia, onde a maioria dos membros é formada por grupos minoritários.

“Portanto, o fato de entrarmos em um país não significa que nossa tarefa está cumprida. Ao contrário, está longe disso”, concluiu T. G. Ng.

os líderes da igreja é que, se quiserem prosperar e ter dinheiro para fazer o trabalho no Campo, eles devem contro-lar o número de pessoas que contratam em suas associações, uniões, divisões e escritórios. Incentivamos a contratar pastores e funcionários para a linha de frente, e não apenas adicionar funcio-nários aos níveis administrativos”, disse Lemon em entrevista concedida nos bastidores do Concílio Anual.

Lemon fez esse apelo aos líderes da igreja ao apresentar o relatório anual da Tesouraria no Concílio Anual, em 13 de outubro. Ele também apresentou um panorama da condição financeira da igreja mundial, mostrando que foram recebidos 2,39 bilhões de dólares em dí-zimos no ano passado. Isso significa um aumento de 3,5% em relação aos 2,31 bilhões de dólares recebidos em 2012. Desse montante, a Associação Geral recebeu quase 150 milhões de dólares no ano passado, aproximadamente a mesma

Conversa sobre finanças: Robert Lemon, tesoureiro da Associação Geral, durante a apresentação do relatório anual em 13 de outubro.

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■ A Associação Geral, órgão ad-ministrativo superior da Igreja Adventista, tinha 282 funcionários em 1995. Hoje ela tem 287, um aumento de apenas cinco funcionários.

Isso não significa que a Igreja Adventista do Sétimo Dia mundial não tenha crescido. Ao longo desses 18 anos, o número de membros aumen-tou significativamente: de 8,8 milhões para 18,1 milhões. Da mesma forma, o número de divisões aumentou de 11 para 13, o número de uniões cresceu de 94 para 125 e o número de missões aumentou de 459 para 602.

Robert E. Lemon, tesoureiro da Associação Geral, disse que as rédeas curtas para a contratação de novos administradores é um modelo para todos os níveis da administração da igreja. Ele pediu aos líderes da igreja que seguissem o exemplo da liderança da Associação Geral.

“A mensagem que tenho para

a contratar pastores,Líderes da igreja são exortados

e não administradoresTesoureiro afirma que a rigorosa política financeira da Associação Geral deve servir de modelo.

Andrew McChesney, editor de notícias da Adventist World

6 Adventist World | Dezembro 2014

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quantia que tem obtido desde 2011.No Concílio Anual, Lemon lembrou

como estavam apertadas as finanças da Associação Geral no início de 1990 e como foi preciso ajustar as dotações e reduzir o número de funcionários.

Ele disse que, desde então, a Associa-ção Geral contratou pessoas de acordo com a necessidade, incluindo a diretora do novo Departamento de Ministério Infantil. Mas cada adição de funcionário tem um custo que afeta outra parte do orçamento. Se um departamento quer adicionar um membro à equipe ou um serviço, precisa cortar algo em outra área. Para otimizar os custos, quase todos os líderes da Associação Geral compartilham assistentes administrativos, em vez de ter assistentes exclusivos.

Lemon disse que o principal objetivo da Associação Geral é manter somente o capital de giro suficiente para garantir uma operação financeira saudável e cobrir as despesas do dia a dia alocan-do todos os recursos excedentes no fim do ano para projetos especiais. Essas práticas permitiram que a Associação Geral absorvesse as ondas de choque da crise financeira mundial de 2008-2009, e também estão ajudando a resis-tir às constantes oscilações de moedas estrangeiras.

Isso também significa que a Asso-ciação Geral tem sido capaz de fornecer quantias significativas de dinheiro para projetos especiais, incluindo iniciativas em andamento para compartilhar Jesus na “Janela 10/40”, um território que abrange o norte de África, Oriente Médio e Ásia. Lemon disse que os gastos na “Janela 10/40” são comparáveis ao tamanho do orçamento de uma divisão.

Ele pediu aos líderes da igreja mun-dial para efetivarem a prática da discipli-na financeira: “Se queremos que nossas organizações tenham a capacidade de reagir imediatamente, como acontece com projetos especiais, não podemos simplesmente adicionar funcionários.”

eles ser oportuno em seu território, aprovar a ordenação de mulheres ao ministério evangélico? Sim ou não.”

Os delegados endossaram a solici-tação e a declaração de três páginas que a acompanhava – ambos os esboços escritos pelos líderes das divisões e da Associação Geral – no voto 243-44, com três abstenções.

“Agradeço o espírito generoso com que vocês conduziram essa reunião. Esperamos que isso se repita na assem-bleia da Associação Geral”, disse Ted N. C. Wilson, presidente da Associação Geral, momentos após aparecer na tela o resultado da votação eletrônica secreta.

Ted Wilson também pediu aos líderes da igreja que aceitem a decisão tomada pela assembleia da Associação Geral sobre a ordenação de mulheres, seja qual for o resultado. “Prometo que seguirei o que a assembleia da AG votar. Peço que vocês façam o mesmo”, concluiu ele.

Leia a declaração dos delegados, aprovada no dia 14 de outubro, no link: www.adventistreview.org/assets/public/news/2014-10/statement.pdf.

■ Os delegados do Concílio Anual concordaram em deixar que a sessão da Associação Geral de 2015 decida se cada divisão resolverá por si se devem ordenar mulheres. Muitos expressaram a esperança de que a decisão final so-bre o assunto permita que a igreja se concentre mais completamente em sua missão de proclamar a breve vinda de Jesus.

No dia 14 de outubro, após seis horas de apresentação e discussão, os delegados do Concílio Anual aprova-ram, por maioria esmagadora, o pedido para apresentar essa questão diante da assembleia da Associação Geral de 2015. Se aprovada, a ação autoriza cada uma das 13 divisões da Igreja Adventista do Sétimo Dia a ordenar mulheres em seu território, se assim desejarem.

A questão que será apresentada aos delegados da assembleia da Associação Geral, em julho de 2015, é: “Após oração e profundo estudo sobre a ordenação na Bíblia, nos escritos de Ellen G. White e nos relatórios das comissões de estudo; e após cuidadosa consideração sobre o que é melhor para a igreja e o cumpri-mento de sua missão, é aceitável para a comissão executiva da divisão, e julgam

ordenação de mulheresO tema

é encaminhado àAssembleia da AGApós seis horas de discussão, delegados votam em atitude de respeito e em harmonia

Andrew McChesney, editor de notícias da Adventist World

Dezembro 2014 | Adventist World 7

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V I S Ã O M U N D I A L

branco para que as crianças preencham enquanto ouvem. O pastor pode fazer uma pausa quando disser a resposta no sermão e anunciar: “Esta é a resposta...”

“Dessa maneira, todas as crianças participam do sermão. Mas pregar uma mensagem compreensível para as crian-ças é uma habilidade que precisamos desenvolver”, comentou ela.

Linda Koh está compilando um guia prático sobre como preparar sermões compreensíveis para crianças. Natural de Singapura e avó de cinco netos, Koh é diretora do Ministério da Criança há 19

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COMEMORANDO COM AS CRIANÇAS: Linda Mei Lin Koh, diretora do Ministério Infantil, posa com crianças na Universidade Adventista de Lukanga, na República Democrática do Congo.

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■ Linda Mei Lin Koh está empenha-da em treinar pastores adventistas a pregar sermões compreensíveis para as crianças. Koh disse que o segredo para as crianças compreenderem o sermão é envolvê-las na mensagem.

Ela disse que, para tornar o sermão acessível às crianças, é necessário um pouco mais de trabalho. Mas o resul-tado final são crianças comprometidas com Deus e com a igreja.

“Os pastores não são treinados para pregar sermões compreensíveis para as crianças, e a maioria de nós está acostu-mada a pregar apenas para os adultos. Portanto, algumas habilidades, como estar atento e cativar a atenção da crian-ça para que ela reflita a respeito do que você está pregando, podem ir longe.”

Linda descreve cinco maneiras sim-ples para envolver os jovens ouvintes:

■ Dê os textos bíblicos às crianças com antecedência e convide-as, pelo nome, a ler as passagens do seu assento, perto de seus pais.

■ No púlpito, faça algumas pergun-tas simples, pedindo às crianças que levantem a mão para responder.

■ Comece o sermão identificando um verso bíblico importante e peça às crianças para contar quantas vezes ele é mencionado durante a pregação.

■ Prepare um esboço do sermão, de uma página, com espaços em

Andrew McChesney, editor de notícias da Adventist World

anos e pode ser melhor conhecida pelos leitores adventistas por ter escrito uma sé-rie de devocionais para crianças, publicada na Revista Adventista de outubro de 2014, edição especial para a Semana de Oração.

Koh disse que crianças em idade pré- escolar geralmente são muito novas para compreender o sermão. Mas elas deve-riam ser incluídas no culto, no momento da história infantil, que serve como um minissermão para elas.

Entretanto, crianças do ensino funda-mental e adolescentes são considerados com idade suficiente para deixar seus brinquedos e materiais de leitura a fim de ouvir o sermão e se envolver em muitas outras partes da vida da igreja, como louvor, música especial, leitura da Bíblia, ofertas e projetos comunitários organiza-dos pela igreja.

“Esse é um estilo de vida. Quando você chega a uma certa idade, já pode compreender melhor as coisas. Crianças que, desde pequenas, participam do sermão e de outras atividades da igreja se tornam adultos compassivos, com cora-ção missionário. Os missionários e líderes do futuro começam hoje, como crianças”, afirmou Koh.

se interessem pela igreja

Linda Koh diz o quefazer para que as crianças

A diretora do Ministério da Criança da AG diz que o segredo é envolver as crianças no sermão.

8 Adventist World | Dezembro 2014

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S A Ú D E N O M U N D O

N O T í C I A S D O M u N D O

Peter N. Landless e Allan R. Handysides

A despeito do fato de que o número de fumantes diminuiu em muitos países, o número total de

fumantes no mundo continua a aumentar. É assustador e preocupante constatar que, até o fim de 2010, quase seis milhões de pessoas morriam anualmente como consequência direta do cigarro, e essa ainda continua sendo uma das principais causas de morte evitável no mundo.

Para a redução dessa estatística assustadora, é necessária uma dupla abordagem. Em primeiro lugar, deve haver forte ênfase para evitar que as pes-soas comecem a fazer uso do tabaco; em segundo lugar, devem ser desenvolvidas e utilizadas iniciativas efetivas para ajudar as pessoas a deixar o hábito de fumar.

Desde 1950, a Igreja Adventista do Sétimo Dia desenvolve programas de combate ao fumo. O Dr. J. Wayne McFarland e o capelão Elman Folkenberg desenvolveram o programa Como Deixar de Fumar em Cinco Dias, que foi uma das iniciativas pioneiras na terapia sistemática de grupo para deixar o fumo. O primeiro desses planos foi realizado no início da década de 1960, pouco antes do relatório do cirurgião-geral Luther L. Terry, que afirmava com convicção que a causa do câncer de pulmão nos homens está relacionada ao uso do cigarro. Em 1984, foi lançado o programa Breathe- Free, uma reestruturação total do plano Como Deixar de Fumar em Cinco Dias, com melhorias e mudanças importantes. Atualmente, o programa Breathe-Free foi revisado e está disponível na internet

para fumantes dentro de nossas igrejas. Isso nunca foi sugerido! O que foi co-mentado é que as igrejas determinassem áreas específicas para fumantes, fora do prédio. Isso protegeria outras pessoas de se tornarem fumantes passivos. Os membros deveriam animar as pessoas que estão tentando deixar de fumar (mas que ainda não conseguiram se livrar do vício) a ir à igreja e receber o poder que Cristo prometeu para ajudar a superar vícios arraigados. Como igreja, é importante que recebamos com carinho e entusiasmo todas as pessoas que estão em busca de uma vida mais abundante no corpo, na mente e no espírito.

Temos uma oportunidade maravi-lhosa para evangelizar nossas comuni-dades com o ministério da saúde total e para ajudar os que estão presos pelas correntes do vício da nicotina. À medida que usarmos os métodos de Cristo – nos misturando com as pessoas, simpatizan-do com elas e suprindo as necessidades delas – poderemos orar para que elas aceitem a graça da salvação em Jesus, que é oferecida gratuitamente a todos.

Nós temos as ferramentas – vamos usá-las! ■

(www.breathefree2.com). O programa é conhecido como Breathe-Free 2.

A versão anterior funcionou por trinta anos e provou ser efetiva interna-cionalmente. Muitos dos seus princípios básicos foram mantidos e muito foi acrescentado. Para ajudar as pessoas a abandonar o hábito de fumar, a nova ver-são, como a anterior, foi cuidadosamente pesquisada e apresenta uma abordagem baseada em evidências. Ela também usa a abordagem de questionário motivacional, ajudando as pessoas a se conscientizar de que precisam parar de fumar e se manter livres do vício. O uso de medicamentos é indicado nos casos em que o médico do fumante considerar necessário.

Um dos objetivos principais do programa atual é promover um relacio-namento positivo com as pessoas que estão lutando contra o vício da nicotina. Esses relacionamentos são a chave para que os resultados sejam bem-sucedidos. Há uma ênfase importante no estilo de vida, como a prática de exercícios físicos, nutrição saudável e apoio e incentivo dos familiares, dos amigos e de pessoas queridas.

Quase todos os fumantes têm consciência de que o fumo é prejudicial à saúde e causa muitas doenças. Na verdade, é incrível que a venda do fumo ainda seja permitida, pois essa é a única mercadoria comercializada livremente que mata 50% de seus usuários!

Você também fez uma pergunta importante sobre se realmente há a recomendação de se estabelecer áreas

Ouvi falar sobre a revisão do programa para deixar de fumar denominado Breathe-Free. Atualmente, o número de fumantes ainda é tão grande como antes? Também fiquei chocado ao ouvir sobre o plano de oferecer nas igrejas áreas para fumantes. Por favor, esclareça esse assunto.

respirarLivre

Peter N. Landless, médico cardiologista nuclear, é diretor do Ministério da Saúde da Associação Geral.

Allan R. Handysides, médico ginecologista aposentado, é ex-diretor do Ministério da Saúde da Associação Geral.

para

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V I S Ã O M U N D I A L

Nota do Editor: Este artigo foi extraído do sermão do pastor Ted N. C. Wilson, presidente da Igreja Adventista mundial, proferido no Concílio Anual de 2014, no dia 11 de outubro, em Silver Spring, Maryland (EUA). O sermão completo pode ser encontrado no link: www.adventistreview.org/church-news/ ‘god’s-prophetic-movement,-message,- and-mission-and-their-attempted- neutralization-by-the-devil’

Sejam sóbrios e vigiem. O diabo, o inimigo de vocês, anda ao redor como leão, rugindo e procurando

a quem possa devorar. Resistam-lhe, permanecendo firmes na fé, sabendo que os irmãos que vocês têm em todo o mundo estão passando pelos mesmos sofrimentos” (1Pe 5:8, 9, NVI).

Como adventistas do sétimo dia, afirmamos, sem hesitação, que Deus nos incumbiu de uma missão para os mo-mentos finais da história deste mundo, e o inimigo está furioso. Podemos ver esse fato vividamente retratado no livro de Apocalipse, capítulo 13, que apresen-ta o duplo plano de guerra para destruir o povo de Deus nos últimos dias. [...] Apocalipse 14 revela a contraofensiva do Senhor, o povo remanescente de Deus, demonstrando Seu caráter e Seu apelo final para o mundo nas três mensagens angélicas.

Satanás tenta dividir A poderosa verdade dessas mensagens

singulares derrubariam os enganos de Satanás, se fossem proclamadas segundo o propósito de Deus. [...] Não é de ad-mirar, então, que Satanás esteja fazendo todo o possível para atacar o movimento adventista do sétimo dia, na tentativa de neutralizar nossa influência no território que reivindica como seu. [...]

Embora, no futuro, certamente venha uma grande perseguição, atual-mente Satanás tenta trabalhar dentro da igreja para enfraquecê-la por meio de separação, discórdia e conformismo com o mundo. “Satanás está sempre procurando dividir a fé e o coração do povo de Deus. Bem sabe que a união é sua força, e divisão sua fraqueza. É

Nossa única esperança Nossa única esperança é a fé inaba-

lável na Palavra de Deus, a confiança no conselho inspirado, oração fervorosa e a direção do Espírito Santo. Sem o rumo apresentado por essa bússola celeste, certamente cairemos nos enganos de Satanás. [...] Ao procurarmos conhecer a vontade de Deus por meio do estudo de Sua Palavra, não devemos adotar interpretações estranhas e empregar ginásticas interpretativas para tirar conclusões que não são evidentes em uma leitura simples da Palavra. [...] “A linguagem da Bíblia deve ser explicada de acordo com o seu óbvio sentido, a menos que seja empregado um símbolo ou figura. ”2

[...] O tempo nesta Terra é curto. A porta da graça será fechada em breve. Agora é o tempo de preparação para vermos Deus face a face, por meio

importante e essencial que todos os seguidores de Cristo compreendam as artimanhas de Satanás e com uma frente unida confrontem seus ataques e o vençam. Precisam fazer esforços contínuos para se unirem mesmo que seja com algum sacrifício próprio.”1

Satanás também tenta neutralizar nossos esforços com distrações secu-lares [...] e hábitos que debilitam a saúde. [...] Ele usa o ceticismo sobre a veracidade dos registros das Escrituras, [...] tenta trazer controvérsias sobre a doutrina bíblica para desviar nosso testemunho evangelístico, fomentando desconfiança e intriga entre nós. [...]

Somos advertidos de que, no fim dos tempos, Satanás irá inspirar indivíduos que pregam que a reforma dentro da Igreja consiste em abandonar nossas doutrinas singulares, a fim de que outras pessoas se unam a nós mais facilmente.

Confiandotodo-poderoso

em nossoDeus

F O T O : A N S E L O L I v E R

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do arrependimento e abandono dos pecados. [...] Somente pela total depen-dência de Cristo, Sua justiça e Seu poder é que obteremos a vitória. Nesta guerra espiritual, a vitória está somente em Cristo, e em mais nada.

Esta guerra é real Esta guerra é verdadeira. Os ataques

do inimigo não são apenas teoria, e não podemos resisti-los sem a contínua força de Deus.

Deixe-me compartilhar com vocês alguns fatos recentes ocorridos em minha própria família. Temos três filhas, três genros muito queridos e oito netos maravilhosos. Muitos de vocês conhecem o Edward, nosso neto de dois anos de idade, filho de nossa primeira filha, Emilie, e seu esposo Kameron. Pode ser que já tenham ouvido sobre a luta do Edward contra um câncer nos

Nosso Deus é todo-poderoso e vai nos defender de todos os obstáculos colo-cados em nosso caminho por Satanás e seu exército maléfico. Se cairmos aos pés de Cristo abandonando os nossos pecados, buscando perdão e pedindo a Sua força para resistir aos esquemas de neutralização do inimigo, Deus nos dará poder ilimitado do Céu para vivermos uma nova vida. [...]

Enquanto o inimigo procura neutralizar os adventistas do sétimo dia, não recue. Por meio do poder do Espírito Santo, defenda a verdade de Deus! Leve avante ousadamente a Sua verdade. O Senhor quer que as singula-res verdades adventistas do sétimo dia sejam proclamadas. Afaste-se de tudo o que possa prejudicar a nossa mensagem ou obscurecer as nossas crenças distin-tas. Não ceda à tentação do diabo para se misturar à multidão, nem para ser “politicamente correto”. Não proclame um cristianismo “genérico” ou uma “graça de Cristo barata”, que não leva às verdades bíblicas singulares que devem ser proclamadas ao mundo, razão pela qual a Igreja Adventista do Sétimo Dia foi organizada. [...]3

Meus irmãos e irmãs, Jesus logo virá! Ao nos aproximarmos do maravilhoso dia do retorno de Jesus, as tentativas do inimigo de neutralizar a Palavra de Deus serão completamente derrotadas pelo poder de Deus e de Sua mensagem bíblica eterna do amor e verdade. O inimigo perde; Deus vence! Essa é a última mensagem do tema do Grande Conflito e é nosso privilégio permitir que Deus nos use neste último grande esforço espiritual para levar a verdade de Jesus a cada ser humano no planeta a “Alcançar o Mundo” por meio do maravilhoso poder de Deus. ■

1 Testemunhos Para a Igreja, v. 3, p. 435.2 O Grande Conflito, p. 599.3 Veja Testemunhos Para Ministros, p. 470.

últimos oito meses. Embora louvemos a Deus por já estar curado, ele ainda sofre com uma série de problemas neurológicos, pois seu corpo desenvolveu anticorpos contra o câncer, que agora estão atacando seu cérebro. Agradecemos a Deus por Edward estar mostrando alguma melhora com o tratamento, mas a extensão de sua recuperação futura permanece incerta.

Muitos de vocês não sabem que o filho de quinze meses de nossa segunda filha, Elizabeth, e seu esposo David foi diagnosticado com uma mutação genética rara, tanto que há somente duas outras pessoas no mundo com a mesma doença. O Tiaguinho é tão precioso que nosso coração dói quando pensamos na gravidade do seu problema e no perigo que representa para o seu bem-estar futuro. [...]

Mais recentemente, nossa terceira filha, Catherine, e seu esposo Bob, que estavam esperando seu terceiro filho, perderam o bebê. [...] Após o parto prematuro no quarto mês de gestação, ela segurou em suas mãos o seu bebê perfeitamente formado. Quando o Senhor retornar, o filhinho de Catherine será colocado em seus braços e crescerá no Céu.

Nos últimos anos, o inimigo tem tentado neutralizar cada uma de nossas três preciosas filhas e suas famílias, e a nós como pais. Mas ele não terá sucesso. Deus está no controle. Ele será vitorioso. [...]

Irmãos e irmãs, nenhum de nós está isento dos ataques de Satanás, que tenta neutralizar nosso trabalho para o Senhor. Estamos todos juntos nessa batalha. Há muitas pessoas que estão enfrentando situações muito piores do que os problemas que nossa família teve que enfrentar. Somente poderemos permanecer firmes se confiarmos completamente no poder de Deus para nos sustentar e nos ajudar a nos tornar mais semelhantes a Ele.

Não se atrase Não podemos correr o risco de nos

atrasar. Devemos manter nossa ligação com Cristo em todos os momentos para combater as artimanhas do inimigo.

todo-poderoso

Ted N. C. Wilson

Ted N.C. Wilson é presidente mundial da Igreja Adventista do Sétimo Dia.

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D E V O C I O N A L

A

O Hospital Adventista Bere, em Chad, África, é um lugar intrigante. Num dia, salvamos

cinco ou seis vidas. No outro, estou despedindo alguém por desvio de dinheiro.

Quase todas as semanas, podemos contar dezenas de pessoas que estão vivas porque estamos aqui – seja fazendo partos por cesarianas, tratando crianças com malária ou ajudando a colocar um fêmur quebrado no lugar para que alguém possa ter uma vida útil. Fazemos alguns trabalhos fabulosos em circunstâncias bem primitivas, com pouco equipamento médico moderno (não possuímos equipamento de Raio X e não podemos nem pensar em fazer ressonância magnética ou tomografia computadorizada). O pouco que faze-mos é graças a pessoas qualificadas e a um Deus ainda mais qualificado, que abençoa nossos frágeis esforços.

Entretanto, encon-tramos funcionários que não administram medicamentos ou reali-zam exames sem pedir suborno à família dos enfermos. Isso é obra do inimigo!

Estamos na linha de frente do gran-de conflito.

■ ■ ■ Exerço a função de diretor executivo

nesse hospital, que tem 70 leitos. Tam-bém sou o conselheiro de outros cinco hospitais administrados pela Adventist Health International. Penso que sou o administrador mais relutante de todos os tempos! Quando estou na função de chefe, não gosto de política e não sou bom em relacionamentos interpessoais. Não sou muito organizado e não sou motivado suficientemente.

Ah! Estou sobrecarregado. Todos os dias, atendo pacientes da pediatria e das clínicas. Lido com questões radio-lógicas, faço consultas no ambulatório, e só então chego ao setor que é a minha especialidade: a emergência.

Mas eu sou o chefe. Portanto, dirijo reuniões, angario recursos, resolvo dis-

Olen Netteburg

putas entre os funcionários, tento fazer contato com líderes do governo e encon-trar voluntários. Você é bem-vindo!

Eu mencionei que há outros cinco hospitais também?

Recentemente, sofremos um grande desfalque. Tivemos que despedir dois gerentes administrativos e treinamos outros dois novos administradores sem experiência em hospital. Devido ao des-vio de dinheiro, tenho que assinar todas as despesas e cada recibo, fazer a folha de pagamento e falar com muitas pessoas.

■ ■ ■ Preciso de um lugar para passar algu-

mas horas do dia respondendo e-mails e trabalhando no computador. Preciso

de um lugar para pensar, ouvir a voz de Deus, estudar e crescer em meu trabalho e em minha vida espiritual. Quando estou trabalhando no hospital, encontro constantemente pacientes e funcio-nários. Quando estou trabalhando na grande mesa da cozinha da minha casa, meus filhos querem brincar comigo.

Preciso de um escritório.Minha querida esposa desmontou o

quarto de visitas da nossa casa, e Jamie, nosso maravilhoso voluntário na manu-tenção, construiu uma escrivaninha. Na verdade, ele encontrou a estrutura de uma escrivaninha velha e colocou um bom pedaço de compensado americano em cima, lixando as bordas com perfeição.

12 Adventist World | Dezembro 2014

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Então, ficou faltando apenas a pintura. Assim, meu filho Lyol e eu pintamos

a mesa. Quer dizer, mais ou menos isso...Lyol pegou o pincel médio para si

e me entregou um pincel do tamanho de um lápis. Logo, começou a derramar a tinta da lata sobre a escrivaninha. Ocasionalmente, ele espalhava um pou-quinho da tinta, de forma bem seme-lhante ao que um octogenário faz em um circuito de shuffleboard (jogo de mesa).

Prejudicado como eu estava por causa do meu pincel e com o desejo de não apenas usar esse pincel para mergulhar na tinta, ainda tentei manter a calma com ele que estava ao meu lado na mesa. Assim, ajudei a pintar as bordas. Quando a escrivaninha estava quase terminada, peguei a lata de tinta para pintar o último cantinho do compensado. – Toda vez que Lyol mergulhava o pincel na lata, conseguia passar metade da tinta em minha mão. – Ele decidiu que era melhor também pintar a base de apoio do compensado e, energicamente, passou o pincel por toda a madeira.

Então, ele se cansou e se afastou do seu trabalho. Eu também me afastei da escrivaninha e avaliei meu filho de 5 anos de idade, tentando determinar onde havia mais tinta, se na escrivaninha ou na pele dele. Ele declarou seu traba-lho como bom e correu para brincar no quintal, mas só depois de ser esfregado com gasolina para tirar a tinta.

Enquanto ele brincava no jardim a poucos metros de mim, tentei consertar pelo menos um pouco da sua “obra de arte”. Tentei espalhar a tinta de onde havia mais de meio centímetro de acúmulo para os lugares onde não havia nada. Pintei as bordas e a base.

Durante todo o tempo, eu sabia que

teria feito um trabalho mais bem-feito e com maior rapidez se tivesse trabalhado sozinho. Mas foi bom fazer essa ativi-dade com meu filho. Foi bom passar tempo com ele. Foi bom observá-lo enquanto ele aprendia a fazer algo novo.

■ ■ ■ Isso foi ontem. Hoje, eu levei a es-

crivaninha para o meu escritório. Ago-ra, a impressão das mãos dos meus três filhos está sobre ela. Ela foi montada com peças da maior e mais alta quali-dade? Não. É a habilidade artesanal que a torna valiosa? De jeito nenhum.

Mas, entre todas as escrivaninhas domundo, esta é a minha preferida! É

a escrivaninha perfeita. Por quê? Porque meu filho e eu passamos tempo juntos, pintando-a. Nós dois. Nosso projeto!

Agora, sento-me à minha escrivani-nha para trabalhar. Penso na montanha de responsabilidades. Penso no meu estresse. Penso na mediocridade do trabalho que estou fazendo.

Então, chego a uma conclusão:Estou trazendo meu pincel médio

para este hospital e para os hospitais da igreja, na região. Querendo ou não, estou derramando tinta em todo o lugar. Em algumas partes, a tinta está muito grossa. Em outras, passei por cima, esqueci-me de pintar. Não presto atenção aos detalhes. Estou pintando coisas que não devem ser pintadas. Comecei a pintar algumas coisas e estou perdendo as forças para acabar a pintura. Estou me sujando muito de tinta. E estou até derramando tinta em Quem está segurando o balde.

Ele está ao meu lado observando, contente por me ver fazer o meu melhor imperfeito. Pacientemente, Ele me deixa cobri-Lo com meus esforços ineficientes. Ele está me observando

enquanto me sujo. Está vendo todos os lugares que eu me esqueci de pintar. Está vendo quão desigual eu sou, como provoco os problemas que me cobrem até o pescoço. Ele me vê pintar coisas que estavam muito melhores sem pin-tura. Então, Ele Se cansa. Pacientemen-te, Ele faz o Seu melhor para me limpar com gasolina, esfregando a tinta que está em meu corpo até eu ficar limpo.

Com Sua infinita paciência, pega o pincel do “tamanho de um lápis” que eu dei para Ele e preenche as partes que deixei sem pintar, terminando o trabalho que eu não havia conseguido terminar. Ele corrige as irregularidades e, sem reclamar, carrega nas mãos as manchas de tinta causadas por minha falta de habilidade, minhas deficiências e minha falta de atenção aos detalhes. Ele dá um passo para trás e sorri.

Sim, sem mim, o trabalho teria sido feito mais rapidamente e o resultado seria muito melhor. Mas sabe de uma coisa? Ele escolheu fazê-lo com alguém. E sabe do que mais? Ele me escolheu!

E quando Ele Se assenta à escrivani-nha para trabalhar, Ele pensa no tempo em que passou comigo. Ele pensa nos meus esforços ingênuos, na minha concentração com a “língua para fora” e tudo mais. Ele vê a imperfeição do meu trabalho, o que não é difícil de encontrar. Ele passa os dedos sobre os lugares em que Se lembra especifica-mente de eu ter bagunçado ou em que Ele teve de trabalhar duro para corrigir os meus erros.

E Ele sorri, dizendo para Si mesmo: “Esta é a minha escrivaninha preferida. Eu a fiz junto com o Meu filho!” ■

Olen Netteburg é médico-missionário – e administrador relutante – no Hospital Adventista

Bere, em Chad, África. Este artigo foi adaptado de uma postagem no blog que ele divide com sua esposa, Danae (www.missionarydoctors.blogspot.com).

Foi bom passar tempo com ele. Foi bom observá-lo enquanto ele aprendia a fazer algo novo.

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C R E N Ç A S F U N D A M E N T A I S

Sendo adventista desde criança, o sábado sempre foi o “dia especial”. Quando esse dia chegava, os livros escolares eram fechados, a família se reunia para o jantar, havia

calorosos encontros e as reuniões na igreja. Além do culto de oração que ocasionalmente frequentávamos, em minha mente de 10 anos de idade, a igreja era o cartão de ponto do fim de semana. O pastor era aquele que nos “alimentava” espiritualmente, e o papel que eu tinha a desempenhar era assistir ao culto atentamente. Quando havia visitantes, eu os cumprimentava respeitosamente, mas o restante era rotina.

Após me formar no Ensino Médio, vi vários amigos se afas-tarem da igreja. Eu mesmo permaneci por pouco, mas também tive meus conflitos com as exigências da igreja. Se eu sou apenas um dos 18 milhões de membros, fará alguma diferença se eu frequentar ou não a igreja? Sou grata por ter ficado para saber a resposta. Por meio do meu envolvimento em minha igreja local e em várias igrejas em todo o mundo, a verdade experiencial me mostrou o significado bíblico de igreja.

1 Formada por indivíduos Alguns creem que a igreja é um prédio, uma complexidade

de lideranças políticas ou até mesmo uma entidade em si mes-ma. Ao contrário, a igreja é você; sou eu. Nós, como indivíduos, formamos a igreja. Assim como a massa de água é formado de gotas, o corpo de Cristo é formado por você e por mim. Sem as gotas, não existe oceano; sem pessoas, não existe igreja.

Muitas vezes, consideramos a igreja apenas como um prédio para os cultos de adoração; mas o prédio não é a igreja. Quando cremos que ela é uma estrutura inanimada, limitamos a igreja às atividades do fim de semana em vez de ser uma identidade. Além disso, quando a consideramos uma entidade por si mesma (ex.: a igreja disse isso, a igreja cometeu aquele erro, a igreja é responsável por isso), tiramos a responsabilidade de nós mesmos e consequentemente nos

esquecemos de que a igreja é a noiva de Cristo. É verdade que nenhuma pessoa é maior do que o seu líder,

mas é igualmente verdade que a temperatura da igreja é deter-minada por seus membros. Ellen G. White escreveu: “Nenhuma igreja pode avançar em santidade a menos que seus membros estejam sinceramente buscando a verdade como a um tesouro escondido.”1 Ela não diz o pastor, a comissão, ou os líderes leigos; ela diz membros. Por si mesma, nossa igreja não pode avançar até que nós, pessoalmente, avancemos com Cristo.

2 Chamados para o serviço Quando Jesus partiu desta Terra, deixou a maior de

todas as comissões: “Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações” (Mt 28:19). Os discípulos tentaram cumpri-la com todas as suas forças. Eles pregaram, curaram as pessoas e até distribuíram alimentos para suprir suas necessidades físicas (At 3:11-13; 3:7; 6:1-7). O exemplo deles nos ensina que fazer evangelismo e ganhar pessoas para Cristo não é responsabili-dade apenas do pastor ou da liderança; evangelismo envolve todos os discípulos.

Como devemos servir? Ellen G. White escreveu: “Uni-camente os métodos de Cristo trarão verdadeiro êxito no aproximar-se do povo. O Salvador misturava-Se com os homens como uma pessoa que lhes desejava o bem. Mani-festava simpatia por eles, ministrava-lhes as necessidades e granjeava-lhes a confiança. Ordenava então: ‘Segue-Me’ (Jo 21:19).”2 Suprir as necessidades das pessoas, onde quer que elas estivessem: foi isso o que Jesus fez.

Em 1 Coríntios 12, Paulo discute a unidade na diversidade que o corpo de Cristo tem, e que deveria ter. Se todos fossem pregadores, quem daria as boas-vindas? Se todos fossem téc-nicos de som, quem dirigiria o ministério dos desabrigados e cozinharia nos almoços comunitários? “Se todo o corpo fosse olho, onde estaria a audição? Se todo o corpo fosse ouvido,

O propósito da igreja nunca foi ocupar a função de cartão de ponto do fim de semana

N Ú M E R O 1 2Callie Williams

14 Adventist World | Dezembro 2014

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onde estaria o olfato?” (verso 17). Ao servirmos juntos, devemos usar a diversidade dos dons de Deus para servir e para atrair outros para Ele.

3 Concebidos para a comunhão Somos aconselhados a não deixar “de reunir-nos como

igreja” (Hb 10:25). A natureza humana tem a tendência de evitar a vulnerabilidade e adotar uma fachada. Por isso, mui-tos reclamam da hipocrisia dentro de nossas paredes. Em vez de sermos um hospital para doentes, de alguma maneira nos tornamos uma vitrine de pseudossantos.

Em Atos 2:42, Lucas escolhe uma palavra em particular para a comunhão da igreja primitiva: koinōnia. Isso não é um “encontro” casual, mas um companheirismo íntimo, que inclui vulnerabilidade saudável, bondade e amor mútuo. Não há nenhum registro de que esses membros da igreja não tivessem falhas,3 significando que eles se amavam de um modo

ou de outro. Eles se conheciam intimamente e, mesmo assim, se amavam. Isso desenvolve segurança e satisfação celestial.

O autor cristão Timothy Keller expressa muito bem nossa necessidade dessa verdadeira comunhão cristã: “Ser amado e não ser conhecido é confortante, mas superficial. Ser conheci-do e não ser amado é nosso grande temor. Mas ser totalmente conhecido e verdadeiramente amado, bem, é como ser amado por Deus. Necessitamos disso mais do que qualquer outra coisa. É o que nos liberta da pretensão, faz-nos humildes, pois arranca a nossa justiça própria, e nos fortalece para enfrentar qualquer dificuldade que a vida nos apresente.”4

4 Um lugar para crescerUma determinada tribo indígena americana, quando

falava em reuniões gerais, tinha apenas uma regra: Se você critica alguma coisa, deve também apresentar uma ideia para melhorá-la. Muitos de nós têm feito um excelente trabalho ao criticar a igreja – tudo, desde o que o presidente da Asso-ciação Geral está fazendo até as “terríveis” técnicas de evange-lismo, ou sobre o que o pastor deveria ter pregado no sábado passado. Mas, quando apontamos os erros, oferecemos nosso coração para suprir as necessidades?

Por que Deus escolheu Israel como Seu povo? Por que Ele chamou você e eu para sermos parte de Sua igreja? Quando Deus falou a Moisés sobre Seu plano para os israelitas, Ele disse: “Por isso, desci para livrá-los das mãos dos egípcios e tirá-los daqui para uma terra boa e vasta, onde há leite e mel com fartura” (Êx 3:80). Deus não deixou de livrá-los da escravidão, mas os levou para uma terra extremamente maravilhosa.

É assim conosco: Deus deseja nos levar da nossa condição pecaminosa à medida completa do caráter de Cristo, e quer que façamos isso juntos. Como o ferro afia o ferro, como uma brasa acende a outra, a igreja é o lugar para crescermos juntos, em Jesus. ■

1 Ellen G. White, Darkness Before Dawn (Nampa, Idaho: Pacific Press Pub. Ass., 1997), p. 7.2 Ellen G. White, A Ciência do Bom Viver (Casa Publicadora Brasileira), p. 143.3 As epístolas aos Coríntios deveriam desfavorecer esse mito. 4 Timothy Keller com Kathy Keller, The Meaning of Marriage (London: Hodder and Stoughton, 2011), p. 101.

*Todos os textos bíblicos foram extraídos da Nova Versão Internacional.

Em vez de sermos um hospital para doentes, de alguma maneira nós nos tornamos uma vitrine de pseudossantos.

A IgrejaA igreja é uma comunidade de crentes que confessam a Jesus Cristo como Senhor e Salvador. Em continuidade do povo de Deus nos tempos de Antigo Testamento, somos chamados para fora do mundo; e nos unimos para prestar culto, para comunhão, para instrução na Palavra, para a celebração da Ceia do Senhor, para o serviço a toda a humanidade e para a proclamação mundial do evangelho. A igreja recebe sua autoridade de Cristo, o qual é a Palavra encarnada, e das Escrituras, que são a Palavra escrita. A igreja é a família de Deus; adotados por Ele como filhos, seus membros vivem com base no novo concerto. A igreja é o corpo de Cristo, uma comunidade de fé, da qual o próprio Cristo é a cabeça. A igreja é a noiva pela qual Cristo morreu para que pudesse santificá-la e purificá-la. Em Sua volta triunfal, Ele a apresentará a Si mesmo igreja gloriosa, os fiéis de todos os séculos, a aquisição de Seu sangue, sem mácula, nem ruga, porém santa e sem defeito. (Gn 12:3; At 7:38; Ef 4:11-15; 3:8-11; Mt 28:19, 20; 16:13-20; 18:18; Ef 2:19-22; 1:22, 23; 5:23-27; Cl 1:17, 18.) – Crenças Fundamentais dos Adventistas do Sétimo Dia,

nº 12 (Nisto Cremos, p. 183).

Callie Williams é diretora missionária das Missões R3. Ela e sua família vivem em Maryland, EUA, onde também estuda para se tornar professora de inglês.

Dezembro 2014 | Adventist World 15

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A R T I G O D E C A PA

A notável história da Review and HeraldAndrew Mc Chesney, editor de notícias da Adventist World

A M E N O S q U E E S P E C I F I C A D O , T O D A S A S F O T O S S Ã O C O R T E S I A D A R E v I E w A N D h E R A L D

gem adventista e somos extremamente agradecidos por essa herança, que não vai acabar”, disse Ted N. C. Wilson, atual presidente da Associação Geral, cujo pai ciceroneou o líder soviético na turnê pela Review and Herald.

“Somos muito gratos pelo dedicado trabalho dos funcionários da Review and Herald, durante esses anos. Muitas pessoas estarão no Céu graças a esse trabalho”, acrescentou o pastor Wilson.

O fechamento da editora em Hagerstown deixou os funcionários profundamente desapontados. Muitos deles trabalhavam ali há décadas.

Cerca de doze funcionários atuais e ex-funcionários falaram apaixonada-mente, em entrevista, sobre a esperança de que a editora permanecesse fun-cionando. Mas nenhum deles falou da Igreja Adventista com ressentimento. Ao contrário, o rosto deles ficava iluminado quando deixavam de lado a tristeza pessoal e contavam histórias sobre o papel da Review and Herald na proclamação da breve vinda de Jesus.

“O poder da literatura é impres-sionante! Trabalhar para a Review

Uma equipe de atiradores de elite e cães farejadores de explosivos protegiam a casa publicadora Review

and Herald, em Hagerstown, Maryland. Dezenas de funcionários aguarda-

vam, expectantes, na recepção do prédio. Logo, o helicóptero fretado desceu

no gramado transportando Konstantin Kharchev, a principal autoridade em assuntos religiosos da União Soviética, e seu anfitrião, pastor Neal C. Wilson, que na época era o presidente da Associação Geral da Igreja Adventista do Sétimo Dia.

Poucos minutos depois, Kharchev entrou no prédio sob os aplausos dos funcionários. Ele deu um largo sorriso e apertou as próprias mãos em sinal de gra-tidão, como vemos num documentário raro dos arquivos da Review and Herald.

Harold “Bud” Otis Jr., presidente da editora na época da visita (outubro de 1986), ainda se emociona quando se lembra da reação de Kharchev ao ouvir o som das impressoras:

“Estávamos imprimindo a Adventist Review (Revista Adventista em inglês), 30 mil cadernos por hora. Ele bateu no meu ombro e disse: ‘Você precisa ir à Rússia para construir uma editora como esta.’”, disse Otis, em entrevista gravada em 2013.

E foi justamente o que aconteceu quando a Igreja Adventista decidiu investir em uma editora na Rússia.

São histórias como essa que conso-lidam o legado de liderança da editora Review and Herald na Igreja Adventista do Sétimo Dia, mesmo agora, quando ela entra em uma nova fase como publicadora, pela primeira vez sem seu parque gráfico, desde 1850.

Em junho, a Associação Geral (proprietária da Review and Herald) e a comissão administrativa da editora de-cidiram fechar a gráfica situada perto de Hagerstown, após vários anos de perdas financeiras. A Review and Herald con-tinua pertencendo à Associação Geral, que manterá a propriedade intelectual e a publicação de vários de seus livros e outras literaturas, incluindo a Adventist Review e a Adventist World, sob o selo da Review and Herald. Porém, a impressão será feita na Pacific Press, outra grande editora da igreja nos Estados Unidos.

“A Review and Herald tem uma lon-ga história de proclamação da mensa-

and Herald foi como trabalhar para a ‘Mercedes-Benz’ das publicações”, disse Mark B. Thomas, presidente da Review and Herald de 2010 a 2014 e funcionário da editora por muitos anos.

“Deus planejou assim” Thomas testemunhou a visita de

Kharchev, presidente do Conselho Sovi-ético para Assuntos Religiosos. O líder soviético esteve na Review and Herald durante uma visita de doze dias aos Esta-dos Unidos, que também incluiu reuniões com líderes de outras denominações religiosas em Nova York e Atlanta. Essa foi a primeira visita do gênero aos EUA, na história soviética.

“Foi muito interessante porque havia agentes secretos em todos os lugares. Havia atiradores de elite em todo o prédio e cães farejadores. Nós temos heliporto, mas não o deixaram pousar lá por causa da rodovia 70”, comentou Thomas durante entrevista em seu escritório.

A interestadual 70 é uma rodovia importante situada muito próxima ao prédio da Review and Herald.

Na viagem de helicóptero de volta a

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A notável história da Review and Herald

VISITANTE SOVIÉTICO: Konstantin Kharchev, de terno cinza, visita as dependências da Review and Herald, em Hagerstown, Maryland (EUA), com Neal C. Wilson, à direita na foto central, e Harol “Bud”Otis, à esquerda, em outubro de 1986.

Andrew Mc Chesney, editor de notícias da Adventist World

Washington, DC, Kharchev relembrou a Otis, que estava assentado ao seu lado, sobre o desejo de terem uma casa publicadora.

Em entrevista por telefone, Otis relembrou: “Durante todo o caminho de volta a Washington, Kharchev esboçou um plano sobre como isso aconteceria. Ele e eu estivemos envolvidos desde o princípio. Deus planejou assim, claro.”

Otis decidiu que iria à União Sovié-tica depois dos meses gelados do inver-

no. Mas Kharchev insistiu para que ele fosse antes. Assim, Otis e sua esposa Rose pegaram um voo para Moscou em janeiro de 1987. Ao chegarem lá, Kharchev imediatamente começou a retribuir a gentileza com que fora tratado na Review and Herald – e o fez em dobro!

“Kharchev foi nos encontrar no aeroporto e entramos no país pela entrada diplomática. Ele nos tratou como pessoas da realeza e nos deu a oportunida-de de viajar pelo país por duas semanas, pregando em nossas igrejas em áreas onde não se recebia um pastor adventista da Associação Geral desde 1917.”

Origens da Review and Herald

As raízes da Review and Herald remontam a 1849, quan-do Tiago White, cofundador da igreja adventista Tiago White iniciou a publicação de uma revista chamada The Present Truth (A Verdade Presente) – a precursora da Adventist Review (Revista Adventista) nos Estados Unidos. Um ano depois, ele lançou uma segunda revista intitulada The Advent Review (Revista do Advento), e logo combinou

os dois periódicos na publicação da Second Advent Review and Sabbath Herald (Revista do Segundo Advento e Arauto do Sábado). Um ano mais tarde, essa publicação se tornou The Advent Review and Sabbath Herald (Revista do Advento e Arauto do Sábado). O próprio Tiago White começou a imprimir a

revista em uma pequena impressora que adquiriu em 1852.

Naquela época, não havia nenhuma lei que reconhecesse organizações sem fins lucrativos. Por essa razão, Tiago White era o proprietário de toda a operação. Os primeiros adventistas estavam resis-tentes quanto a organizar formalmente a igreja, mas concluíram que, se algo acontecesse a Tiago White, eles poderiam perder tudo. Assim, concordaram com a instituição da casa publicadora, a qual denominaram de Associação Publicadora Adventista do Sétimo Dia, passando a ser conhecida como Review and Herald.

A primeira casa publicadora e a primeira revista eram essencialmente a mesma entidade, sendo creditado à revista o fato de o movimento adventista ter se mantido unido e aglutinado antes mesmo de a igreja ser organizada oficial-mente, em 1863.

“Por quase toda a nossa história, a revista esteve indissoluvelmente ligada à casa publicadora e à igreja. Para a igreja, a Review estava na retaguarda, unindo o povo adventista na mesma esperança, doutrina e missão”, comentou William G. Johnsson, editor da Adventist Review de 1982 a 2006.

Gerald Wheeler, entusiasta da história da Review and Herald e editor de livros na editora por muitos anos, disse que a revista desempenhou um papel na construção da comunidade similar ao das mídias sociais dos nossos dias.

“Era como se fosse o Facebook daquela época. A igreja era formada por membros isolados, diferentes do resto do povo. A Review provia o meio para se comuni-carem uns com os outros. Eles podiam expressar seus desapontamentos, medos, frustrações e solidão”, comentou Wheeler em entrevista.

“Ao ler as cartas do editor, você pode perceber um pouco desses sentimentos”, disse Penny Estes Wheeler, esposa de Gerald e prolífica autora adventista.

A Adventist Review começou a se separar da Review and Herald em 1982, quando a casa publicadora se mudou do prédio que dividia com a Associação Geral, em Takoma Park, Maryland, para Hagerstown, no mesmo Estado. Os escritórios da Redação permaneceram na sede da Associação Geral, que atualmente

Dezembro 2014 | Adventist World 17

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A R T I G O D E C A PA

Topo: A Review and Herald em Battle Creek, Michigan, no final do século dezoito. Acima: Funcionários trabalhando no departamento de arte, na década de 1940.

INICIATIVA GLOBAL: Jack Henderson, membro leigo do Norte da Califórnia, teve a ideia de doar um livro O Grande Conflito para todos os lares dos EUA. Ele deu início à iniciativa global em que a igreja distribuiu 142 milhões de exemplares em 2012 e 2013.

NOVA IMAGEM: Artur A. Stele

segura exempla-res da Vzaimpo-

nimaniye, revista que, segundo

ele, revolucionou a imagem dos

adventistas na União Soviética.

R O N q U I C K

A N D R E w M C C h E S N E Y

fica em Silver Spring, Maryland.Recentemente, a Adventist Review e

sua “irmã mais nova”, a Adventist World, foram responsáveis pelos significativos 25% do faturamento anual bruto da Re-view and Herald. A Pacific Press começará a imprimir ambas as revistas em 2015.

Para Bill Knott, editor da Adventist Review e da Adventist World, “a missão da Adventist Review avança inalterada, mes-mo com a Review and Herald parando de imprimir”.

Biblioteca de livros amados Mais tarde, a editora emergiu da som-

bra da revista e hoje, possivelmente, seja melhor conhecida pela produção de um dos projetos mais caros e complexos da história da publicação adventista: a cole-ção popular de dez volumes para crianças, intitulada The Bible Story (As Belas Histórias da Bíblia), de Arthur S. Maxwell.

Lançados entre 1953 e 1957, os livros contêm mais de 400 histórias da Bíblia, do Gênesis ao Apocalipse. O que tornou esse projeto tão notável foi a decisão tomada pela Review and Herald de inserir ilustra-ções coloridas em quase todas as páginas dos livros. A iniciativa exigiu centenas de ilustrações, produzidas na maioria pelos artistas Harry Anderson e Russel Harlan, além de muitas e muitas horas de preparo para a impressão na era pré-digital.

Segundo Thomas, o investimento foi enorme para aquela época, um custo de dezenas de milhares de dólares, que teria ameaçado levar à falência empresas similares.

“Ainda hoje, muitos dos editores ad-ventistas seriam duramente pressionados se fossem iniciar tal empreendimento. A casa publicadora das Filipinas, por exem-plo, jamais poderia se dar ao luxo de fazer tal coisa. Assim, demos a eles os direitos de publicação. Fizemos o mesmo com a Pacific Press, para que eles também publi-cassem essa coleção”, disse Kim Peckham, chefe de comunicações corporativas da Review and Herald.

A Pacific Press Publishing Association, também fundada por Tiago White, é ape-nas um pouco mais nova que a Review and Herald. Foi fundada em Oakland, Califórnia, em 1874, e permaneceu nessa área por mais de um século antes de se mudar para Nampa, Idaho, em 1984.

“Essa foi a editora-mãe. Foi aqui que tudo começou”, disse Peckham.

Em seu período áureo, a Review and Herald publicava anualmente 30 mil coleções de The Bible Story; a Pacific Press produzia a mesma quantidade. Outras 15 mil coleções foram publicadas por ano pela Southern Publishing Association, editora de propriedade da igreja que se fundiu à Review and Herald em 1980.

A Review and Herald também ini-ciou outros projetos importantes, inclusive a publicação dos sete volumes do Seventh-day Adventist Bible Com-mentary (Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia), lançado entre 1953 e 1957 e editado por F. D. Nichol, que trabalhou como editor para a igreja por muitos anos e incorporou o trabalho acadêmico de dezenas de teólogos adventistas. Os magabooks, uma série de livros publicados em formato de revista para serem vendidos por estudantes e, assim, custear seus estudos, começou com uma versão resumida do livro Christ’s Object Lessons (Parábolas de Jesus), de Ellen G. White, intitu-lada He Taught Love (Ele Ensinou o Amor), com tiragem inicial de 300 mil exemplares.

A Review and Herald ajudou a revitalizar a distribuição dos livros missionários em 2009, quando lançou uma edição po-pular de The Great Controversy (O Grande Conflito), de Ellen G. White, um projeto liderado pelo membro leigo Jack Henderson. O custo de produção do livro foi de 60 centavos de dólar por exem-plar, e a Review and Herald se dispôs a enviar o material pelo correio, para qualquer lugar, por 1,10 dólares cada exemplar. Ela despachou mais de dois milhões de exemplares!

O projeto O Grande Conflito também despertou o interesse do pastor Ted N.

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C. Wilson, atual presidente da Associação Geral, que desafiou a Review and Herald, e outras casas publicadoras adventistas no mundo, a distribuir cem milhões de exemplares do livro. Foram distribuídos o total de 142 milhões de exemplares do livro O Grande Conflito, em edições com-pletas e resumidas, inclusive 20 milhões de downloads eletrônicos.

De volta à União Soviética Durante sua primeira visita a Moscou,

Otis contou a Kharchev que os pastores adventistas locais necessitavam de livros e treinamento. Segundo Otis, em poucos meses, as autoridades soviéticas oferece-ram à Igreja Adventista um prédio escolar queimado, para o seminário. Hoje, nesse terreno, está a Universidade Adventista Zaoksky.

Otis elogiou Kharchev: “Ele conse-guiu o mais alto respeito da igreja, pois nos tratou como se fôssemos diplomatas em nível mundial.”

A casa publicadora adventista Fonte de Vida, inaugurada em 1992 na mesma propriedade da Universidade Zaoksky, ainda produz livros na impressora que Otis ajudou a adquirir.

Otis disse que comprou a impres-sora de três milhões de dólares de um homem da Suécia, que tinha a esperança de imprimir Bíblias em russo. Porém, ele acabou indo à falência.

“Eu telefonei para ele e disse: ‘Olha, eu não tenho um milhão de dólares, mas vamos conversar’”, contou Otis. “Então, conversamos e novamente lhe disse: ‘Eu não tenho nem meio milhão de dólares, mas vamos conversar.’ Finalmente, pela terceira vez, eu disse: ‘Se você embalar a impressora e enviá-la para Zaoksky, eu lhe dou 300 mil dólares em dinheiro.’ Ele aceitou!”

“Aquela impressora funciona até hoje”, informou Otis, que foi presidente da Review and Herald de 1978 a 1988 e, mais tarde, conselheiro da Associação Geral para questões soviéticas e russas.

Otis, 76 anos, ainda viaja para a Rússia e se encontra com Kharchev, 81. No ano passado, eles se encontraram em Zaoksky, localizada a duas horas de viagem ao sul de Moscou. No sábado à tarde, ele relembrou essas histórias para os alunos da universidade.

Para Artur A. Stele, vice-presidente da Associação Geral que morou por muitos anos na ex-União Soviética, a contri-buição da Review and Herald foi muito além da implantação da editora adven-tista na Rússia. Como? Pouco depois da visita de Kharchev aos Estados Unidos, a Review and Herald publicou uma revista no idioma russo. Com a aprovação dele, esse impresso foi distribuído na União Soviética, em 1987. A revista, colorida e de alta qualidade, intitulada Vzaimoponi-maniye: A Look at Adventists in the USSR and the US (Compreensão Mútua: Um Olhar Sobre os Adventistas na URSS e nos EUA), apresentou o adventismo ao público da União Soviética. Em 1988, a Review and Herald lançou uma segunda edição da revista, dessa vez dedicada às famílias e às crianças.

“Já em 1987, a Review and Herald almejava produzir publicações de alta qualidade. Essas duas revistas revolu-cionaram a imagem dos adventistas na União Soviética, preparando o caminho para conseguirem permissão para inaugurar a Casa Publicadora Zaoksky”, disse Stele, que trabalhou por vários anos em estreita colaboração com a editora adventista na Rússia, inclusive como ex-diretor do Seminário Teológi-co Zaoksky e ex-presidente da Divisão Euro-Asiática.

Um legado de confiança Embora a visita soviética possa ter

gerado manchetes, essa não foi a única vez que os agentes do Serviço Secreto compareceram à Review and Herald. Os atiradores de elite compareceram outra vez, no início da década de 1990, durante a visita de Samson Kisekka, então vice-presidente de Uganda, que era adventista.

“Na época, eu trabalhava no setor de publicidade da editora. Lá estavam os rapazes do Serviço Secreto e os cães farejadores atrás de mim, outra vez”, disse Thomas.

Kisekka, formado em medicina, fez várias viagens aos EUA entre 1980 e princípio dos anos 1990, resul-tando em grandes remessas de edições especiais da revista Message, com temas sobre AIDS e drogas, enviadas pela Review and Herald para a África.

“Na época, essas edições especiais tiveram as maiores tiragens na história da Review and Herald. Essas revistas tinham por objetivo abordar a crise da AIDS nos EUA e no continente africano”, informou Delbert Baker, vice-presidente da Associa-ção Geral e ex-editor da revista Message.

A Review and Herald também con-tribuiu com a sua experiência em outros países, doando equipamentos e enviando funcionários para iniciar as operações locais. Um exemplo foi o encadernador Keith Alexander, enviado à América do Sul, em 1989, para ajudar a instalar uma máquina de acabamento de livros na casa publicadora adventista da Guiana.

Howard Scoggins, diretor de publi-cações da Divisão Euro-Asiática de 1996 a 2000, disse que a Review and Herald provou ter sido enviada por Deus duran-te seu período ali.

“Eu precisava dos manuscritos, pre-cisava de permissão e não tinha dinheiro algum”, disse Scogins. “Então, apelei à Review and Herald, dizendo: ‘Irmãos, eu preciso desses livros. Vou pagar os direitos para vocês; mas, por favor, não me cobrem.’” Então, a editora abriu mão de muitas taxas e nos ajudou de outras maneiras, permitindo a Scoggins avançar a obra rapidamente.

Scoggins, que havia trabalhado ante-riormente na Casa Publicadora da África e do Oriente Médio, mais tarde ingressou na Review and Herald, em Hagerstown, onde se aposentou como vice-diretor de Marketing, no início de 2014.

Ele disse que sua experiência na Rús-sia o ensinou que a Review and Herald oferece algo especial às muitas casas publicadoras adventistas no mundo que possuem poucos manuscritos: a confiança de que eles possuem materiais com conteúdo de alta qualidade e que merecem ser traduzidos e publicados.

“Quando eles veem o logotipo – o pequeno ‘R’ – sabem que podem abrir o livro e ler o conteúdo com confiança”, acrescentou Scoggins. ■

Andrew McChesney é editor de notícias da Adventist World.

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Eu não sabia que estava infectada. Na verdade, achava que estava em melhor condição que a maioria

das pessoas e não precisava de nenhuma forma de tratamento. Então, Deus me trouxe para servir os leprosos e me mostrar que, na realidade, eu é que necessitava de cura para a minha lepra do egoísmo.

Em fevereiro de 2013, Deus me deu a incrível oportunidade de servir como voluntária em uma das 600 colônias de leprosos na China. O país tem cerca de 240 mil pessoas abandonadas, na maioria senhoras idosas e com lepra, que necessitam não só de ajuda física, mas também de ajuda espiritual – elas neces-sitam ouvir sobre as boas-novas de Jesus.

Kim Jin To, um senhor coreano de 81 anos de idade, iniciou seu ministério em leprosários no ano de 2006. Após atender os cegos no Japão por cinco anos e cuidar de leprosos na Coreia durante 17 anos, ele foi sozinho para a China. Atualmente, cerca de 90 voluntá-

rios de vários países estão unidos nesse trabalho. Eles vivem em nove colônias de leprosos e estão ali para suprir as necessidades físicas daquelas pessoas. À medida que essas necessidades vão sen-do supridas, essas pessoas naturalmente vão abrindo o coração para ouvir sobre Jesus, o Salvador daqueles voluntários.

“Você não vai ser infectada?”A pergunta que me fazem com

maior frequência é: “Você não tem medo de contrair lepra?” Sou grata que a resposta seja não. Devido à medicina moderna, a lepra é uma doença facil-mente curável. Além do mais, todas as pessoas das colônias foram tratadas, portanto, a doença não é mais trans-missível. No entanto, infelizmente, um grande número delas convive com as sequelas da doença porque receberam tratamento adequado tardiamente. Isso significa que elas sofrem com vários ferimentos e deficiências físicas. Muitas são cegas, aleijadas, desfiguradas; não

Lições de uma colônia de leprosos na China

lepraMinha

Grace Lee

têm dedos, mãos ou pernas. Porém, a característica mais prejudi-

cial da lepra é a incapacidade sensorial. Por exemplo, quando estão cozinhando, algumas dessas pessoas não percebem que sua mão está sendo queimada pela água fervente. Quando fazemos cura-tivos em seus ferimentos, elas afirmam não sentir dor, mesmo que seus machu-cados sejam grandes e profundos.

Lepra espiritual Logo que iniciei meu trabalho vo-

luntário na China, li um texto de Ellen G. White que dizia: “Tem-se apoderado da igreja a lepra do egoísmo. O Senhor Jesus Cristo curará a igreja dessa terrível enfermidade, se esta quiser ser curada. O remédio encontra-se no capítulo cinquenta e oito de Isaías.”1

Então, compreendi: Eu é que estava realmente leprosa! Por fora, minha apa-rência era “normal”. Mas meu coração estava amortecido e eu, enfraquecida espiritualmente devido ao meu egoísmo

Acima: AJUDANDO OS NECESSI-TADOS: Grace Lee posa com um residente da colônia de leprosos.

F O T O S : C O R T E S I A D A A U T O R A

V I D A A D V E N T I S T A

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e pecado. Não estava realmente cons-ciente da minha condição e vivia sem o amor de Cristo em meu coração. Eu havia ignorado os sofredores e aflitos que morreram sem conhecer Jesus.

Deus me mostrou que eu era como o sacerdote e o levita da parábola do Bom Samaritano (veja Lc 10:25-37). Eles pensavam que estavam espiritual-mente saudáveis porque frequentavam a igreja todos os sábados, comiam somente alimentos limpos e tinham muito conhecimento bíblico. Mas, na realidade, como Jesus disse, eles estavam quebrando os próprios princípios da lei de Deus – o amor a Deus e ao próximo (veja Mt 22:37-40).

Agora é o tempo Agora é o tempo de nos arrepender

e de abandonar nosso egoísmo e nossos pecados para que possamos ser trans-formados e refletir o caráter de Jesus. Como Lucas aconselhou no livro de Atos: “Arrependam-se, pois, e voltem-se

para Deus, para que os seus pecados sejam cancelados, para que venham tempos de descanso da parte do Senhor, e Ele mande o Cristo, o qual lhes foi designado, Jesus” (At 3:19, 20, NVI).

“Vi que ninguém poderia participar do “refrigério” a menos que obtivesse a vitória sobre toda tentação, orgulho, egoísmo, amor ao mundo e sobre toda má palavra e ação. Deveríamos, portan-to, estar-nos aproximando mais e mais do Senhor e achar-nos fervorosamente à procura daquela preparação necessá-ria para nos habilitar a estar em pé na batalha do dia do Senhor.”2

Sou muito grata por Deus ter me trazido à China para mostrar que eu tinha a lepra do egoísmo e precisava ser curada por Ele. Realmente, o Espírito Santo está trabalhando nas colônias de leprosos da China. Até agora, 677 pessoas aceitaram Jesus como seu Salvador e foram batizadas – e muitos outros estão se preparando para o batismo, pedindo ao Senhor que os

limpe de seus pecados e os capacite a viver uma nova vida nEle.

Nossos irmãos e irmãs daqui mal podem esperar pela vinda de Jesus. Mas, e nós? Meu grande desejo é que, quando Ele vier, nós e os leprosos das colônias da China estejamos louvando a Cristo, alegremente, não apenas pela cura de nossa lepra física, mas também pela cura das nossas enfermidades espirituais. ■

1 Ellen G. White, Conselhos Sobre Mordomia (Casa Publicadora Brasileira), p. 85.2 Ellen G. White, Primeiros Escritos (Casa Publicadora Brasileira), p. 71.

Esquerda: COMPAIXÃO SINCERA: A voluntária Grace Lee segura as mãos de uma mulher idosa que vive em uma das colônias chinesas para pessoas afligidas pela lepra.

FELIZ EM JESUS: Um alegre estudante da Bíblia

Acima: ESTUDO BÍBLICO: Mais de 600 residentes da colônia de leprosos já conheceram Jesus e O aceitaram como Salvador pessoal.

ORANDO JUNTOS: Grace Lee, voluntária na colônia de leprosos, ora com um residente.

Grace Lee, formada pela Universidade Adventista Southern, no Tennessee, Estados Unidos, está

servindo como missionária voluntária no ministério adventista leigo nos leprosários da China, desde 2013.

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E S P Í R I T O D E P R O F E C I A

Há muito tempo, o nascimento de Jesus tem sido comemorado no dia 25 de dezembro e, neste artigo, não é meu propósito afirmar ou questionar a

conveniência de comemorar tal evento nesse dia, mas enfatizar a infância e a vida de nosso Salvador. É meu propósito chamar a atenção das crianças para a forma humilde em que o Redentor veio ao mundo.

Todo o Céu estava interessado no grande evento da vinda de Cristo à Terra. Mensageiros celestiais vieram para tornar conhecido o nascimento do Salvador há muito prometido e há muito esperado pelos humildes pastores que vigiavam seu rebanho durante a noite, nas planícies de Belém. No nascimento do Salvador, a primeira manifestação que atraiu a atenção dos pastores foi uma luz radiante no céu estrelado, que os encheu de espanto e admiração. [...]

Os pastores, atônitos, mal podiam compreender a precio-sa mensagem dada a eles pelos anjos. Quando a radiante luz se apagou, eles disseram uns aos outros: “‘Vamos até Belém e vejamos os acontecimentos que o Senhor nos deu a conhecer.’ Foram apressadamente e acharam Maria e José e a criança deitada na manjedoura”(Lc 2:15, 16).*

Eles estavam repletos de alegria e não conseguiam guardar para si o precioso conhecimento sobre o advento do Redentor. Com gratidão e entusiasmo, eles contavam a todos os que encontravam sobre as maravilhas que haviam visto e ouvido. E todos aqueles que os ouviam, relatavam a ou-tros a maravilhosa experiência dos pastores. E muitos se maravilharam e se alegraram, pois acreditavam nas palavras proferidas pelos mensageiros celestes. Os pastores voltaram para os seus rebanhos nas planí-cies de Belém, glorificando e louvando a Deus. [...]

Grupo de especial interesse Aqueles que amam a Deus devem sentir profun-

do interesse pelas crianças e pelos jovens. Deus pode revelar Suas verdades de salvação para eles. Jesus chama os pequeninos que creem nEle de “ovelhas do Seu rebanho”. Ele tem amor e interesse especial pelas crianças. Jesus disse: “Deixai os pequeninos, não os embaraceis de vir a Mim [não deixe que ninguém coloque qualquer obstáculo no cami-nho das crianças que estão vindo para Mim] porque dos tais é o reino dos Céus”(Mt 19:14).

Jesus passou por provações e sofrimentos a que toda infância está sujeita. Ele conhece os sofrimen-tos do jovem. Por meio do Seu Espírito Santo, Ele está atraindo o coração dos filhos para Si, enquanto Satanás está trabalhando para mantê-los longe dEle.

Ellen G. White

Natalpara as

O

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A oferta mais preciosa que as crianças podem dar a Jesus é o frescor de sua infância. Quando as crianças buscam o Senhor de todo o coração, elas O encontram. Nesses primeiros anos os afetos são mais ardentes, o coração mais suscetível de melhoria. Tudo o que é visto e ouvido causa impressão na mente juvenil. Os semblantes que veem, as palavras profe-ridas, as ações realizadas não são o livro menos importante lido pelo jovem; pois tais atos têm influência decisiva sobre a mente, o coração e o caráter dele.

Como é importante, então, que as crianças venham a Jesus em seus primeiros anos e se tornem cordeiros do seu rebanho! Como é importante que os membros mais velhos

da igreja, por preceito e exemplo, levem as crianças a Jesus, que tira o pecado do mundo e que pode, por Sua graça divi-na, guardá-las da ruína desta Terra. Quanto mais se familia-rizarem com Jesus, mais irão amá-Lo e serão capazes de fazer aquilo que O agrada. Deus santificou a infância ao dar Seu Filho unigênito para Se tornar uma criança na Terra.

Que amor incomparável Jesus manifestou por um mundo caído! Se os anjos cantaram em louvor ao Salvador que nasceu em Belém, também não deveria nosso coração entoar a alegre melodia celestial: “Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na Terra entre os homens a quem Ele quer bem” (Lc 2:14)? Embora não saibamos o dia exato do nascimento de Cristo, devemos honrar esse evento sagrado. Que o Senhor não permita que as pessoas sejam tão limitadas a ponto de ignorar esse evento por causa de uma incerteza no que diz respeito à data exata.

Façamos o que estiver em nosso alcance para manter a mente das crianças focadas em coisas que são preciosas a

todos os que amam a Jesus. Vamos ensiná-las a respeito de como Jesus veio a este mundo para trazer esperança, confor-to, paz e alegria a todos. Os anjos explicaram a razão de sua grande alegria, dizendo: “É que hoje vos nasceu, na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor”(Lc 2:11).

Assim, crianças e jovens, ao celebrarem a chegada do Natal, contem as muitas coisas pelas quais vocês são gratos e apresentem uma oferta de gratidão a Cristo, revelando, assim, sua apreciação pelo Presente do Céu.

Permitam que o coração responda com alegriaOs anjos ficaram maravilhados ao contemplar o grande

amor de Cristo, que O levou a sofrer e morrer no Calvário para resgatar o homem do poder de Satanás. A obra de redenção maravilha os anjos do Céu. Por que, então, somos tão indiferentes, tão frios e temos tão pouco amor por Aquele que ofereceu tão grande salvação?

Crianças, vocês podem enviar mensagens para Jesus; elas serão totalmente aceitas por Ele! Vocês podem trazer seus pequenos presentes e ofertas para Cristo. Os reis magos, que foram guiados pela estrela até o local em que o bebê estava, levaram ouro, incenso e mirra como oferta. Quando eles encontraram o Prometido, O adoraram. Vocês podem se perguntar: “Que presentes podemos dar a Jesus?” Vocês podem dar a Ele o seu coração. Que presente será mais sagrado do que o templo da alma, purificada de sua contaminação pelo pecado? Jesus está batendo à porta do seu coração; você vai deixá-Lo entrar? Ele diz: “Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a Minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, Comigo” (Ap 3:20)

Crianças, vocês irão permitir que Jesus entre em seu coração? Vocês irão remover o lixo do pecado, abrir a porta e, com gratidão, receber seu Convidado celestial? Se vocês aceitarem o Salvador, não será necessário implorar para que tragam suas ofertas de gratidão a Deus. Vocês ficarão tão agradecidos que não poderão ser impedidos de colocar suas dádivas aos pés de Jesus.

Que o coração de todos responda com infinita alegria pelo inestimável dom do Filho de Deus. ■

*Todos os textos bíblicos foram extraídos da versão Almeida Revista e Atualizada.

Ellen G. White

Se os anjos cantaram em louvor ao Salvador que nasceu em Belém, também não deveria nosso coração entoar a alegre melodia celestial: “Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na Terra entre os homens a quem Ele quer bem”?

Este texto foi extraído do artigo “Christmas Address to the Young”, publicado na Review and Herald, de 17 de dezembro de 1889. Os adventistas do sétimo dia creem que Ellen G. White (1827-1915) exerceu o dom de profecia bíblico durante mais de 70 anos de ministério público.

Natal

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Uma fotografia previamente desconhecida de Ellen G. White, cofundadora da Igreja

Adventista, surgiu entre os documentos antigos de um médico adventista que morreu na Califórnia em 1966.

O retrato de 1905, que mostra Ellen White caminhando ao ar livre com seu filho William e sua nora May, é a primeira foto inédita dela a surgir em décadas. Essa descoberta é especialmente emocionante para aqueles que estudam a vida de Ellen White, pois mostra uma cena rara de seu cotidiano.

“Eu nunca a tinha visto dessa maneira. Essa foto, em particular, é importante

por ser espontânea. É como se eu pudes-se entrar na foto para dizer a ela: Tudo bem? Que bom vê-la!”, disse James R. Nix, diretor do Patrimônio Literário de Ellen G. White (PLEW), uma instituição da igreja que supervisiona seus escritos.

São conhecidas apenas 50 fotos de Ellen White, sendo a maioria delas tira-das em estúdio ou em poses formais.

Nessa foto, Ellen White, 77 anos, é

vista caminhando perto de uma tenda. Aparentemente, ela estava participando da assembleia da Associação Geral, em Takoma Park, Maryland (EUA), em maio de 1905.

Ellen White está usando um chapéu eduardiano e um lenço florido. Ela segura o braço de seu filho Willie (William C. White), seu editor-assistente e gerente de publicação. Na outra mão,

DESCOBERTA RARA: Ellen G. White caminha perto de uma tenda com seu filho William C. White e a nora May, em 1905.

Foto até agora desconhecida da pioneira adventista oferece um raro vislumbre da sua vida cotidiana.

F O T O : C O R T E S I A D E R O N G R A Y b I L L

comoEllen Whitevocê nunca viuAndrew Mc Chesney

24 Adventist World | Dezembro 2014

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H E R A N Ç A A D V E N T I S T A

ela carrega um caderno grande, seme-lhante à que usava para escrever cartas e sermões à mão, documentos que são cuidadosamente guardados em arquivos à prova de fogo em seu Patrimônio Literário. Saindo do canto do caderno podemos ver a ponta de um papel bran-co. “Em minha imaginação, ela está indo falar em uma reunião, e esse caderno contém suas anotações”, comentou Nix.

A presença do pince-nez preso no nariz de Ellen White apoia a ideia de que ela estivesse indo falar em uma reunião. Ela costumava usar óculos para leitura, portanto, talvez o estivesse usan-do naquele dia frio de maio para ler seu discurso. Essa é a segunda foto conheci-da de Ellen White usando óculos.

Por que há uma tenda atrás de Ellen White

Tim L. Poirier, arquivista do PLEW, pesquisou essa foto e inicialmente achou que a outra mulher na fotografia pudesse ser Sara McEnterfer, a enfermeira de Ellen White que frequentemente a acompanhava nas viagens para fora da Califórnia, local em que a família White morava naquela época. Mas, ao compará-la com outras fotos, ele concluiu que aquela mulher era May, nora de Ellen White. Poirier também descobriu que a enfermeira Sara havia adoecido antes da assembleia da Associação Geral e que May White fez arranjos para deixar os filhos com pessoas da família, na Califórnia, a fim de que ela e o marido pudessem viajar com Ellen White para o leste.

Poirier acrescentou: “As tendas e o terreno da foto coincidem com o que conhecemos do local da assembleia, onde atualmente está localizada a Universidade Adventista de Washington, em Takoma Park, Maryland, EUA.”

A assembleia da Associação Geral foi realizada em uma grande tenda no recém-fundado Washington Training College (atualmente Universidade Adventista Washington). A Associação Geral, corpo administrativo que super-visiona a Igreja Adventista do Sétimo Dia, tinha se mudado de Battle Creek,

reconheceu na imagem e constatou a raridade da descoberta. “É inacreditável encontrar uma foto inédita ainda nos dias de hoje”, disse ele.

Essa foto antiga mede apenas 8,9 cm x 8,9 cm, mas está extremamente nítida. “Os detalhes e a nitidez da foto me impressionaram; fiquei encantado com o chapéu dela!”, disse Graybill. Ele também se lembrou de outra foto que mostra Ellen White com a cabeça coberta, usando uma touca.

Graybill comunicou o Patrimônio Literário de Ellen White sobre a nova foto no dia 1º de outubro de 2014.

“Minha foto preferida de Ellen White”

Essa descoberta nos dá a esperança de que outras fotos de Ellen White possam surgir. Nix, diretor do PLEW, disse que pessoas ligadas à história da igreja adven-tista deveriam examinar os álbuns anti-gos de família e as caixas com fotos para ver se não existem fotos de Ellen White ou de outros pioneiros adventistas.

É interessante ler histórias sobre os pioneiros adventistas, mas poder vê-los em retratos, especialmente em fotos espontâneas, ajuda as pessoas a se iden-tificar melhor com eles, como pessoas reais. “Até ver essa foto, eu imaginava Ellen White usando em público apenas marrom escuro ou preto, após a morte de seu esposo em 1881. Para mim, vê-la usando um lenço colorido ao redor do pescoço, com óculos de leitura presos no nariz e as anotações de sua palestra em suas mãos foi como trazê-la de volta à vida, de um modo como nenhuma outra foto fez”, disse Nix. “Só tomei conhecimento desta foto há pouco mais de uma semana, mas ela já se tornou a minha foto preferida de Ellen White”, afirmou. ■

Michigan, para aquela área, em 1903. As instalações foram alugadas próximas a Washington, DC, junto com a Review and Herald Publishing Association, informou Ronald D. Graybill, historiador adventista aposentado.

Segundo Graybill, os delegados fica-ram nas tendas. Ellen White se hospedou em um quarto e escritório no dormitório masculino recém-construído. Seu filho e sua nora ocuparam um terceiro quarto.

A última foto desconhecida de Ellen White foi descoberta há muitos anos. Nix estima que a última foto deve ter sido encontrada há 50 ou 60 anos. Ele disse que a foto de 1905 é a primeira imagem nova encontrada nos 42 anos em que trabalha no Patrimônio Literá-rio de Ellen White.

Origem da foto desconhecida Não se sabe ao certo quem é o autor

da foto de 1905. Mas, um candidato provável é sua dona original, Harriet Allee Trott (Hattie), viúva de 27 anos que trabalhava como secretária na Review and Herald, em 1905.

Harriet, ávida fotógrafa, mais tarde se mudou para a Califórnia para trabalhar como secretária no College of Medical Evangelists (atualmente Universidade Loma Linda), onde se casou com o médico Leslie Trott, em 1921. A foto perdida foi encontrada entre os papéis de Leslei Trott.

Harriet Allee Trott morreu em 1958, oito anos antes de seu esposo, que trabalhava no White Memorial Medical Center, em Los Angeles. O local, geren-ciado pelos adventistas, recebeu esse nome em homenagem a Ellen White. Jacqueline Leslie Trott-Bally, bisneta de Trott, enquanto examinava vários papeis antigos, se deparou com a foto de Ellen White em uma pasta denominada “Fotos da Família de Harriet”. Ela já havia con-versado com Graybill sobre doar alguns dos documentos antigos de seu bisavô à Universidade de Loma Linda, local em que Leslie Trott se graduou.

Graybill, cuja pesquisa inclui a apresentação de todas as fotos conhe-cidas de Ellen White, imediatamente a

Andrew McChesney é editor de notícias da Adventist World.

Dezembro 2014 | Adventist World 25

Page 26: Aw december 2014 portuguese

R E S P O S T A S A P E R G U N T A S B Í B L I C A S

Essa é uma pergunta sim-ples para a qual não há uma

resposta simples. Sua dúvida é: Qual é a razão ou motivação

divina para a criação? Minha impressão é que a Bíblia não oferece

uma resposta explícita à sua pergunta. Portanto, a única coisa a fazer é examinar o que a Bíblia

diz sobre Deus e, desse ponto, tentar explorar uma possível resposta à sua dúvida. Discutiremos a respeito de Deus como amor e como Criador, e também sobre Sua criatividade.

1. Deus é amor: A resposta mais comum dada à sua pergunta é que Deus criou porque Ele é amor (1Jo 4:8, 16). Mas essa declaração simples não responde completamente à questão. Ela diz simplesmente que o amor de Deus O moveu a criar, sem nos informar por que o Amor queria Se expressar pelo ato da criação. Na verdade, isso pode sugerir que, como o amor não oferece uma razão, não há razão para a criação. Essa resposta pode até pressupor que a criação é irracional e sem propósito. Para evitar esse problema, já se usou o argumento de que o amor de Deus O impeliu a criar, talvez porque Ele queria ampliar os objetos de Seu amor para fora das relações intertrinitárias. Isso responde o porquê da criação, mas levanta novas questões. Por que Deus queria ampliar o círculo de amor? Será que era para satisfazer um desejo divino dentro da Trindade? Você pode pensar que não há nenhum problema fundamental com essa resposta; mas há.

Essa resposta sugere que, ao amor, que caracteriza os membros da Trindade por toda a eternidade, faltava plenitu-de de expressão. Essa necessidade tinha que ser satisfeita por meio da criação de outras criaturas para que pudessem ma-nifestar a plenitude de Seu amor. Mas o verdadeiro problema com essa solução é que o amor de Deus nunca é dirigido a Si mesmo; o amor divino sempre procura o benefício ou o bem de outro. Se, ao criar, Deus estava satisfazendo uma necessi-dade pessoal, então a criação foi uma expressão de egoísmo, não de amor. Obviamente, não estamos sugerindo que a criação deva ser separada do amor divino. A questão é: Como se relacionar com os dois de forma construtiva?

2. Deus é o Criador: A primeira coisa que a Bíblia nos diz sobre Deus é que Ele é o Criador (Gn 1:1). Esse título é comumente compreendido como uma função divina: A criação é vista como uma expressão do Seu poder. E isso é verdade. Mas por si só, isso sugere que Deus fez algo que não tinha feito antes – Ele Se tornou o Criador. A pergunta óbvia seria: Quem era Ele antes de criar? Tudo isso é muito especulativo, eu sei. É melhor aceitar o que diz o testemunho bíblico. A Bíblia interpreta o título “Criador” não simplesmente pelo o que Deus fez, mas pelo o que Ele é (Jr 10:12; Pv 3:19; Ap 4:11). Antes de começar a criar, a sabedoria divina estava com Ele (Pv 8:22-31). Portanto, a capacidade divina de criar é inseparável de Seus atributos divinos, daquilo que Deus realmente é em Si mesmo. Criatividade divina é parte da essência de Deus.

3. A Criatividade de Deus: Aquele que nos imbuiu de criatividade quando nos criou à Sua imagem é criatividade em Si mesmo. Se eu estiver certo, então nunca houve um tem-po em que a criatividade esteve ausente de Deus. Seu papel como Criador está firmemente enraizado na Sua criatividade. A sabedoria divina se manifesta por meio dEle. De fato, criar e amar faz parte da natureza de Deus. Ele criou porque Se expressar em atos de criação é parte do Seu ser, não porque Ele tinha alguma necessidade particular que precisava ser satisfeita. A criação é significativa e com propósito porque é parte da natureza de Deus criar como uma expressão de Sua liberdade, criatividade, amor e natureza poderosa.

Uma vez que a criatividade divina é uma expressão de amor, o que Deus criou é bom (Gn 1:31). Isso significa que Sua criatividade está incorporada à Sua única preocupação, que é a bondade em favor de Sua criação. A criação não acrescenta nada para Deus (At 17:25), mas revela às Suas criaturas inteli-gentes em todo o cosmo as glórias do Seu divino caráter. ■

Deus criadorNosso

Por que Deus criou?

Ángel Manuel Rodríguez foi diretor do Instituto de Pesquisas Bíblicas da Associação Geral. Atualmente, mora no Texas, Estados Unidos.

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E S T U D O B Í B L I C O

Saudações da Islândia. Estou digitando esta lição do Estudo Bíblico para a Adventist World da linda cidade de Dublin. Ontem à noite, durante o período de perguntas

e respostas de nossa reunião evangelística, alguns me indagaram: “Pastor, embora eu seja cristão, sinto um medo enorme quando penso na vinda de Jesus. Realmente, não compreendo por quê. O senhor pode me ajudar, por favor?”

Existem algumas razões que provocam medo nas pessoas quando elas pensam na vinda do nosso Senhor. Talvez essas pessoas estejam se sentindo despreparadas para esse evento, mesmo sendo cristãs. Ou talvez estejam se sentindo muito fracas espiritualmente para atravessar a crise que o mundo enfrentará em breve. Ou possivelmente elas estejam preocu-padas com alguns pecados específicos em sua vida. A pergunta fundamental é: Como posso aguardar a vinda de Jesus com alegria e confiança? Você encontrará as respostas para essa pergunta na lição deste mês.

1 Que conselho Jesus deu à igreja de Esmirna quando esta enfrentou seu período de provação e perseguição violenta? Que promessa nosso Senhor fez a eles? Leia Apocalipse 2:10.Historicamente, a igreja de Esmirna foi a segunda das sete igrejas do Apocalipse. Os crentes dessa igreja passaram por terrível perseguição imposta pelo imperador romano pagão Diocleciano e permaneceu por dez anos, de 303 a 313 a.D. Jesus prometeu a Seu povo que eles não seriam perseguidos para sempre. Enquanto vislumbravam, pela fé, além do seu período de provação para a eterna “coroa de glória”, o medo era substituído pela esperança. Fixar o olhar para além do presente, para o que há de vir, anima nosso coração.

2 Embora, às vezes, todos nós sintamos medo, como podemos nos libertar do medo assustador que domina nossa vida? Leia 1 João 4:18 e 19 para uma resposta de esperança. Quando experimentamos pessoalmente o amor de Deus, somos libertos do medo devastador que às vezes controla

nossa vida. Crer que Deus nos ama e só quer o melhor para nós faz toda a diferença. Quando nos centramos em nossas imperfeições e fraquezas, nosso coração se enche de medo. Mas quando nosso olhar está em Jesus e em Seu amor, nosso coração se enche de esperança.

3 Por que algumas pessoas sentem medo quando pensam na vinda de Jesus? Qual é a alternativa? Perceba o contraste desses dois textos: Lucas 21:25-28 e Hebreus 12:1 e 2.

4 Qual é a mensagem de ânimo de Cristo para cada pessoa que sente medo quando pensa no retorno de Cristo? Leia Isaías 35:3 e 4. A razão pela qual não precisamos nos encher de medo em relação à volta de Cristo é que Ele está voltando para nos salvar. O grande desejo do coração de Jesus é nos levar para viver com Ele para sempre (João 14:1-3).

5 Que alternativa Jesus nos dá para a preocu-pação e o medo? Leia com atenção Mateus 6:33 e 34 e perceba duas questões: Primeiro, o que nosso Senhor nos aconselha a fazer. Segundo, o que Cristo nos aconselha a não fazer.

6 Existe algum medo saudável? Leia os textos a seguir e identifique três coisas que o medo “saudável” realiza: Salmo 19:9; Eclesiastes 12:13 e 14; Apocalipse 14:7. “Temer a Deus” é levá-Lo a sério, respeitá-Lo e honrá-Lo. Temer ou respeitar a Deus é o princípio de toda sabedoria; é o que dá rumo à nossa vida. Esse profundo respeito por Deus nos leva a honrá-Lo, a levarmos a sério Suas ordens e a glorificá-Lo em nossa vida. Quando concentramos nossa mente nas realidades eternas, quando fixamos o olhar em Jesus e descansamos em Seu amor, somos capacitados a superar o medo paralisante e a nos alegrar em Sua graça. ■

Mark A. Finley

medosEnfrentandonossos

F O T O : G E R D A L T M A N N Dezembro 2014 | Adventist World 27

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que minha mãe também foi criada. Quando Russell retornou da Coreia,

trabalhou como médico nos Estados Uni-dos. Ele levou minha mãe para o oeste a fim de ajudar a cuidar de seus filhos. Meus pais se conheceram numa reunião campal e Russell oficiou o casamento deles. Vinte sete anos mais tarde, ele realizou o meu casamento na mesma igrejinha.

Na época, ele tinha 80 anos de idade e meu casamento foi o último que ele oficiou. Na ocasião, enquanto esperáva-mos para entrar na igreja, Russell contou ao meu esposo sobre um casamento que ele havia oficiado dentro do seu carro, enquanto levava o casal ao hospital para o nascimento do primeiro filho deles! Ele sempre tinha uma história para contar sobre suas aventuras.

Local para fumantesEscrevo em resposta à notícia de Andrew McChesney, “Igreja Adventista lança Breathe-Free 2” (novo curso Como Deixar de Fumar), publicada na revista de setem-bro de 2014. No artigo, Daniel Handysides declara que seu “alvo é que cada uma de nossas igrejas tenha uma área fora do prédio destinada a fumantes”. E continua dizendo que “os fumantes precisam se sentir à vontade na Igreja Adventista”.

Quando li isso, fiquei chocada! Decidi saber a opinião da minha irmã sobre esse assunto. Ela nunca foi adven-tista, mas sempre vai à igreja comigo quando me visita.

Minha irmã, que se autodenomina “completamente viciada em nicotina”, deu a seguinte opinião sobre o assunto: “A Igreja Adventista é sinônimo de conexão entre a mente, o corpo e o espírito. Não creio que a igreja iria sequer contemplar essa ideia. Eu nunca

fumaria ou consumiria bebida alcóolica em um evento da igreja. Eles não preci-sam ir a esse nível para atrair as pessoas para a igreja!”

Reiterando, minha irmã se sente muito confortável na igreja e os mem-bros sempre são muito amáveis, apoia-dores e oram regularmente por ela. Não precisamos de uma área para fumantes em nossa igreja. Só precisamos amar e apoiar nossos visitantes que fumam.

Anya McLartyMildura, Victoria, Austrália

Obrigado por sua carta. Mais adiante, Handysides explica em seu artigo que o que ele pretende “é que ocorra uma mudança de atitude, em que permitamos que os fumantes venham à igreja sem que sejam julgados”. Ao que parece, sua irmã tem sido abençoada por uma congregação que se encaixa nessa descrição. – Os Editores.

Mais sobre a históriaA história sobre o Dr. Riley Russell foi publicada na Adventist World de setem-bro (veja o artigo “Há 106 Anos”). Ele foi o primeiro missionário adventista na Coreia. Sua mãe e meu avô eram irmãos. Russell foi criado na fazenda em

Cartas

Sei que Deus ainda realiza milagres. Minha neta de três meses de idade não enxerga e os médicos dizem que não há nada que possa ser feito. Por favor, ore por ela!

Simone, Jamaica

Por favor, ore para que minha família volte para Jesus. Ore também por minha filha que sofre de Esclerose Lateral Amiotrófica.

Sara, Estados Unidos

Desde 2008, tenho alcançado sucesso no ministério da página impressa. Mas,

nos últimos dois anos, venho sofrendo sério declínio nas vendas. Crio meus filhos sozinha e não estou conseguindo sustentá-los. Peço que ore por mim e também por vários membros da igreja que estão doentes.

Boitumelo, África do Sul

Deus ainda usa pessoas que experimentam o desejo ardente no coração de ser instrumentos dEle para levar a mensagem aos que não a conhecem.

– Marcelo Sapia, Misiones, Argentina

T R O C A D E I D E I A S

GRATIDÃOOraçãow

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Como enviar cartas: letters@ adventist world.org. As cartas devem ser escritas com clareza, contendo, no máximo, 100 palavras. Inclua na carta o nome do artigo e a data da publicação. Coloque também seu nome, cidade, estado e país de onde você está escrevendo. As cartas serão editadas por questão de espaço e clareza. Nem todas as cartas enviadas serão publicadas.

Russell tinha um vozeirão e, todas as vezes que me via no hospital em que eu estagiava como enfermeira, ele dizia: “Ela é um dos meus bebês!” Eu queria me esconder debaixo do tapete! Ele chama-va de “meu bebê” a todas as crianças que havia trazido ao mundo como médico.

Russell também levou minha tia Nada para o oeste, para estudar. Ela se tornou enfermeira e me inspirou a seguir a mesma profissão.

Um livro interessante a respeito dele é o It Came in Handy (Auxílio Oportuno), escrito por Stella Parker Peterson. Russell teria ficado satisfeito em saber que, atual-mente, minha neta é professora na Coreia.

Laura Ann Matthews Independence, Oregon, Estados Unidos

Um congestionamento providencial Obrigado, Waldburga Müller, por com-partilhar sua experiência no artigo “Um congestionamento providencial” (AW – maio). Deus usou você como veículo para entregar o livro O Grande Conflito.

Por meio da Adventist World, Deus ainda usa pessoas como eu e como aqueles que experimentam o desejo ardente no coração de ser instrumentos dEle para levar a mensagem aos que não a conhecem.

Muito obrigado! Marcelo SapiaMisiones, Argentina

Oração & Gratidão: Envie seus pedidos de oração ou agradeci-mentos (gratidão por orações respondidas) para [email protected]. As participações devem ser curtas e concisas, de no máximo 50 palavras. Os textos poderão ser editados por questão de espaço e clareza. Nem todas as participações serão publicadas. Por favor, inclua seu nome e o nome do seu país. Os pedidos também podem ser enviados por fax, para o número: 1-301-680-6638; ou por carta para Adventist World, 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring, MD 20904-6600, EUA.

Peço oração por meu irmão que sofre de diabetes. Ele está muito deprimido e necessita de cura física.

Sheila, Estados Unidos

Por favor, ore para que o Espírito Santo trabalhe em minha vida. Ore também por minha família.

Leonardo, Brasil

Peço que ore por minha família. Precisa-mos que o Espírito de Deus nos controle.

Mwamba, Malaui

Por favor, ore pela situação causada pela epidemia do Ebola e por nossa igreja nos países afetados.

Remsee, Libéria

Os cristãos comemoram o nascimento de Cristo há cerca de 1.700 anos. As tradições a seguir têm feito parte dessa comemoração:

■ Os bolivianos comemoram a Missa do Galo na véspera do Natal, simbolizando a tradição de que o galo foi o primeiro a anunciar o nascimento de Jesus.

■ As aranhas são comumente encontradas nas decorações de Natal na Polônia devido à lenda de que uma aranha teria tecido um cobertor para o bebê Jesus.

■ O Papai Noel é baseado em uma pessoa real, Nikolas de Myra, nascido em Patara (atualmente Turquia), no quarto século.

■ Alguns dizem que a primeira pessoa a decorar uma árvore em homenagem ao nascimento de Cristo foi o reformador protestante Martinho Lutero, que ficou emo-cionado com a beleza das estrelas brilhando entre os galhos de uma árvore de abeto.

■ As primeiras decorações de árvores de Natal conhecidas foram maçãs. Os atores medievais usavam maçãs nas peças “Paraíso”, que representavam a criação e a queda de Adão e Eva.

Fonte: facts.randomhistory.com/Christmas-facts.html

Tudo se resume em

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Uma jornada de descobertas pela BíbliaDeus nos fala por meio de Sua Palavra. Junte-se a outros membros, em mais de 180 países, que estão lendo um capítulo da Bíblia todos os dias. Para baixar o Guia de Leitura da Bíblia, visite: www.reavivadosporsuapalavra.org, ou inscreva-se para receber diariamente o capítulo por e-mail. Para fazer parte desta iniciativa, comece por aqui:

1º- DE JANEIRO DE 2015 • Lucas 17

ReavivadosSua Palavrapor

Crısto

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T R O C A D E I D E I A S

A fé acredita no inacreditável,

Vê o invisível,

Recebe o impossível.

– Marcela Rodríguez, Mendoza, Argentina

Mais luz, mais sono

Há 99 anos

30 Adventist World | Dezembro 2014

William Ambrose Spicer nasceu em Freeborn, Minnesota, EUA, no dia 19 de dezembro de 1865. Seus pais eram

Batistas do Sétimo Dia. Após se tornar Adventista do Sétimo Dia, ele trabalhou no Sanatório Adventista de Battle

Creek como office boy. Mais tarde, trabalhou como secretário de John Harvey Kellogg, diretor do sanatório médico.

Quando tinha pouco mais de 20 anos, Spicer foi para a Inglaterra com Stephen Nelson Haskell, e trabalhou por algum tempo na equipe editorial do The Present Truth (A Verdade Presente). Em 1893, ele ajudou a estabelecer a Missão Solusi, em Matabeleland, numa propriedade de 12 mil hectares adquirida de Cecil Rhodes, então primeiro-ministro da Colônia do Cabo.

Em 1898, Spicer foi para a Índia. Um ano mais tarde, foi nomeado editor da revista Oriental Wathchman (Sentinela Oriental), e, por algum tempo, foi o único pastor ordenado na Índia. A Universidade Adventista Spicer recebeu esse nome em homenagem a ele.

Spicer foi secretário da Associação Geral durante a presidência de Arthur Grosvenor Daniells (1903-1922), e Daniells foi secretário nos primeiros quatro anos em que Spicer foi presidente da Associação Geral (1922-1930).

Spicer escreveu vários livros e inspirava confiança entre os adventistas devido aos seus hábitos simples e notáveis relatórios da missão.

Um estudo recente descobriu que as pessoas que trabalham em escritório sem luz solar direta dormem em média 47 minutos menos que aquelas que trabalham em escritórios com janelas. A exposição à luz natural pode ajudar a sincronizar os relógios circadianos e aumentar a produção da melatonina (hormônio do sono). Neutralize o “efeito caverna” passando meia hora ao ar livre em seu horário de almoço.

Fonte: Northwestern University/Men’s Health

Apenas umpensamento

Este é o número de robôs industriais vendidos em 2013, 12% a mais do que em 2012. De cada cinco robôs, um é instalado na China. O Japão possui mais robôs industriais que qualquer outro país, com 300 mil unidades.

Fonte: International Federation of Robotics/The Rotarian

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“Eis que cedo venho…”Nossa missão é exaltar a Jesus Cristo, unindo os adventistas do sétimo dia de todo o mundo numa só crença, missão, estilo de vida e esperança.

EditorAdventist World é uma publicação internacional da Igreja Adventista do Sétimo Dia, editada pela Associação Geral e pela Divisão do Pacífico Norte-Asiático.

Editor Administrativo e Editor-ChefeBill Knott

Editor AssociadoClaude Richli

Gerente Internacional de PublicaçãoPyung Duk Chun

Comissão EditorialTed N. C. Wilson, presidente; Benjamin D. Schoun, vice-presidente; Bill Knott, secretário; Lisa Beardsley-Hardy; Daniel R. Jackson; Robert Lemon; Geoffrey Mbwana; G. T. Ng; Daisy Orion; Juan Prestol; Michael Ryan; Ella Simmons; Mark Thomas; Karnik Doukmetzian, assessor legal.

Comissão Coordenadora da Adventist World Jairyong Lee, presidente; Akeri Suzuki, Kenneth Osborn, Guimo Sung, Pyung Duk Chun, Suk Hee Han

Editores em Silver Spring, Maryland, EUALael Caesar, Gerald A. Klingbeil (editores assistentes), Sandra Blackmer, Stephen Chavez, Wilona Karimabadi, Kimberly Luste Maran, Andrew McChesney

Editores em Seul, Coreia do Sul Pyung Duk Chun, Jae Man Park, Hyo Jun Kim

Editor On-lineCarlos Medley

Gerente de OperaçõesMerle Poirier

ColaboradoresMark A. Finley, John M. Fowler

ConselheiroE. Edward Zinke

Administrador Financeiro Rachel J. Child

Assistente Administrativo Marvene Thorpe-Baptiste

Comissão Administrativa Jairyong Lee, presidente; Bill Knott, secretário; P. D. Chun, Karnik Doukmetzian, Suk Hee Han, Kenneth Osborn, Juan Prestol, Claude Richli, Akeri Suzuki, Ex-officio: Robert Lemon, G. T. Ng, Ted N. C. Wilson

Diretor de Arte e DiagramaçãoJeff Dever, Brett Meliti

ConsultoresTed N. C. Wilson, Robert E. Lemon, G. T. Ng, Guillermo E. Biaggi, Lowell C. Cooper, Daniel R. Jackson, Raafat Kamal, Geoffrey Mbwana, Armando Miranda, Pardon K. Mwansa, Michael L. Ryan, Blasious M. Ruguri, Benjamin D. Schoun, Ella S. Simmons, Alberto C. Gulfan, Jr., Erton Köhler, Jairyong Lee, Israel Leito, John Rathinaraj, Paul S. Ratsara, Barry Oliver, Bruno Vertallier, Gilbert Wari

Aos colaboradores: São bem-vindos artigos enviados voluntariamente. Toda correspondência editorial deve ser enviada para: 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring MD 20904-6600, EUA. Escritórios da Redação: (301) 680-6638

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Website: www.adventistworld.org

Adventist World é uma revista mensal editada simultaneamente na Coreia do Sul, Brasil, Argentina, Indonésia, Austrália, Alemanha, Áustria e nos Estados Unidos.

V. 10, nº- 12

3

LugaréEste?

Que

Dezembro 2014 | Adventist World 31

FAlTAM SóO Afeganistão, Paquistão e Nigéria são os únicos países no mundo em que a poliomielite ainda existe. Guerras e intolerância étnica e religiosa parecem ser os maiores obstáculos para completar a erradicação da doença.

Fonte: The Rotarian

Apenas umpensamento

RESPOSTA: Mzuzu, Malaui, onde os desbravadores visitaram a Rafiki Girls Secondary School (Escola de Ensino Médio Rafiki, para Meninas) para entregar literatura adventista às alunas.

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Vamos dar as chaves para eles!

Imagine os Jovens AdventistasVirando o mundo de cabeça para baixo

Planejando a missão (pelo menos 75 das comissões de planejamento serão formadas por membros entre 5 e 25 anos de idade!)

Escolhendo, adquirindo e desenvolvendo projetos evangelísticos que transformam vidas.

A sua oferta na Assembleia da Associação Geral, em 2015, financiará milhares de projetos missionários destinados a jovens em todo o mundo.

Criatividade. Energia. Visão.

DATAS DAS OFERTAS*13 de dezembro de 201411 de abril de 20154 de julho de 2015 (Recolhida somente na assembleia da Associação Geral, em San Antonio)

11 de julho de 2014*Por favor, consulte a agenda de ofertas da sua igreja.

gcsessionoffering.org