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“BEM-VINDOS AO NOSSO PAÍS!” GUIA PARA OS PROFESSORES

“B vindos ao nosso País!” G os · identidade, nasceu o projecto BEM-VINDOS AO NOSSO PAÍS. Este projecto envolve escolas de 14 Países do Mundo: ... e dará a conhecer o País

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“Bem-vindos ao nosso País!”Guia Para os Professores

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“Bem-vindos ao nosso País!”Guia Para os Professores

Indice

Porquê este projecto

As crianças narram

É preciso um fio

Como trabalhar com as crianças

Realizamos o nosso storyboard: guia passo-a-passo

E agora... prontos para participar!

Aprofundamento

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Porquê este projecto

Introdução

As crianças têm tendência a ser muito curiosas sobre o quotidiano que se vive nos outros pa-íses, colocando questões como: Como é a escola nos outros Países do Mundo, alguns muito longe de nós? Em que língua falam as crianças desses lugares? E como se saúdam quando se encontram de manhã? Para tentar responder a estas curiosidades de modo emocionante e divertido, e estimular o conhecimento dos Países longínquos, das suas tradições e da sua identidade, nasceu o projecto BEM-VINDOS AO NOSSO PAÍS.

Este projecto envolve escolas de 14 Países do Mundo:

Os objectivos

O objectivo desta iniciativa é o de envolver as crianças estimulando-as a contar e a interpretar de modo criativo as tradições, a história, as características do seu País: o trabalho de pesquisa das crianças contribuirá de um modo significativo para reavivar a memória e reforçar a identi-dade e o espírito de coesão da comunidade em que vivem.Por outro lado, o conhecimento das tradições de outros Países poderá ser um estímulo para as crianças descobrirem contextos diferentes; encorajando-os a trocar experiências, estabelecer

EUA - Alasca

Argélia Angola Austrália Congo Gana

Indonésia Cazaquistão Moçambique Noruega Paquistão

Timor-Leste Ucrânia Venezuela

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contactos, e a colocarem-se no lugar dos outros, aproximando-os assim de crianças da sua ida-de, num mundo que aparentemente parece muito distante. Em suma, a abrir algumas janelas para o Mundo. Apresentamos abaixo, de modo sintético, os objectivos deste percurso:- convidar os alunos das escolas primárias a descrever o seu País às outras crianças, assumindo assim o papel de guias alla pari numa viagem através dos continentes;- fazer com que a crianças conheçam um bocado mais dos outros países, para além do seu, graças às narrações directas, as informações e as imagens sobre aspectos comuns e partilhados da "cultura das crianças" e da vida diária dos pequenos nos diferentes contextos;- valorizar a diversidade cultural: as especificidades e os diferentes hábitos existentes nos dife-rentes locais e Países;- propor às crianças pontos de vista diferentes e modalidades concretas por meio das quais o mesmo tema é vivido e interpretado em cada lugar ; - convidar as crianças a descobrirem as diferenças entre si e as outras crianças e ao mesmo tem-po as várias similaridades nas histórias dos diferentes países, considerando que as crianças em todo mundo, brincam, festejam e aprendem… independentemente do contexto em que vivem; - desenvolver atitudes de curiosidade, de abertura e de diálogo intercultural para com os outros e entre as crianças do Mundo.

Como participar

Cada escola é convidada a participar na iniciativa desenvolvendo, com imaginação e criatividade, o storyboard para uma curta-metragem animada que narre o seu País de um modo original.O storyboard da turma deverá ser constituído por imagens criadas usando a técnica preferida: desenho, colagem, fotografia, pintura... As imagens deverão ser acompanhadas de comentários que explicam as ilustrações e adicionam mais informação.Este guião dos professores irá ajudar na realização do trabalho, fornecendo pistas, ideias e su-gestões sobre como colaborar com as crianças.Depois de finalizado o storyboard, a turma poderá enviá-lo por email (depois de o ter foto-grafado ou digitalizado) ou por correio normal na versão em papel seguindo as instruções do regulamento. Os trabalhos enviados serão todos incluídos numa galeria adequada no site SCHOOLNET; nascendo assim uma espécie de atlas narrado e ilustrado sobre os Países, criado pelas crianças desses respectivos Países. O storyboard que for considerado mais bonito e mais interessante será transformado por um ilustrador profissional e dará vida a uma lindíssima curta-metragem animada de 3 a 5 minutos, concebida como um “diário de viagem” que, através do olhar das crianças, será publicado online e dará a conhecer o País ao Mundo inteiro!Decidiu-se transformar o storyboard escolhido em desenhos animados, pois é bem sabido que este é um meio particularmente eficaz de comunicação e educação. Na verdade ele usa a linguagem da animação, que é imediata e transparente, e envolve o espectador, pois estimula diferentes capacidades e sentidos - visão e audição -, bem como a imaginação e a fantasia.

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As crianças narramas suas histórias

Deixa-me descrever-te o meu País. As crianças tornam-se guias

O projecto é concebido em volta das narrações em primeira pessoa das crianças; serão elas mesmas a narrar as características dos locais onde vivem e a descrever os hábitos da vida diária dos seus Países, que elas consideram mais importantes e que desejam partilhar. Elas tornam-se guias especializados que acompanham esta viagem que nos leva a ambientes e paisagens muito diferentes.Mas nós, professores, como podemos convencer as crianças a falarem do seu País? Quais os temas que podemos colocar no centro da história por imagens e palavras?Nas páginas seguintes propomos algumas ideias e temas para compor as narrações, definir o guião e redigir a história. São apenas indicações que o professor poderá decidir se segue ou não, usando alguns dos temas sugeridos como fonte de inspiração para descobrir temas novos e originais.

Nós estamos aqui: mapas e pontos de partida

A viagem à descoberta do seu próprio País inicia no local onde as crianças vivem e na escola onde aprendem, trocam experiências e jogam. Para poder assumir o papel de guia é importante definir o local de onde irão iniciar, o próximo e o conhecido. De facto, para poder alargar o olhar para o exterior, é necessário começar olhando para dentro de si mesmo. Assim podemos começar convidando as crianças a narrar antes de mais a sua cidade ou aldeia, os ambientes conhecidos, o ritmo dos dias, os objectos que acompanham as suas actividades, a cor do céu e o sabor dos dias.Pegamos em primeiro lugar num planisfério (o de Peters) e num mapa do nosso País, e indica-mos o lugar onde vivemos (a cidade ou a região).As crianças poderão mostrar o caminho que percorrem de casa para a escola: o meio de transporte que apanham para a escola; o que vêm; como é a paisagem que os rodeia, como ela muda ao longo do tempo e conforme as estações… Outros poderão descrever e definir melhor o seu território e indicar também a latitude e a longitude.Depois de definido o ponto de partida, podemos iniciar a descoberta do nosso País e do que o caracteriza e o torna único no Mundo, enquanto continuamos directamente ligado aos outros contextos, próximos ou longínquos.

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Começando pelo nome

O nome é o primeiro elemento que caracteriza as pessoas e os lugares. Como se chama o País onde vivemos? Porque se chama assim? Para além do nome oficial, existem outros modos para o indicar, que têm a ver com as suas características ou com a sua identidade?A partir do nome – ou pelas alterações do nome que se seguiram ao longo do tempo – po-demos mergulhar na História do nosso País e repercorrer os eventos mais importantes que marcaram o seu caminho.Os alunos poderão fazer pequenas pesquisas, entrevistando os adultos e os professores, acer-ca do nome do País e do lugar onde vivem e acerca dos seus significados. Poderá também repercorrer-se, através do nome, as mudanças e as etapas mais significativas da História nacional.

Bandeira, números e outros símbolos

Para além do nome, há outras marcas e símbolos que caracterizam o nosso País e que o repre-sentam no Mundo. Há por exemplo a bandeira, que é constituída por imagens, cores e marcas das quais é importante descobrir os significados e as origens. Há o hino nacional que muitas crianças aprendem a cantar desde pequenas na escola e por ocasião das festas civis. Mas tam-bém há outros objectos ou marcas que representam um País, ou o evocam, como os monu-mentos ou a imagem da sua capital.Na descrição do nosso País, não podemos deixar de indicar onde se encontra: as suas frontei-ras e a sua localização geográfica. E não podemos esquecer-nos de indicar os seus “números”: quantos são os seus habitantes, qual é o seu comprimento e a sua moeda. Os alunos poderão desenhar a bandeira, investigar os significados dos símbolos que essa con-tém e representar alguns monumentos nacionais ou edifícios importantes. Podem também pro-por uma parte do hino nacional e dos seus significados. Utilizando questionários e entrevistas aos adultos, os alunos podem aprofundar outros aspectos que caracterizam o País: os habitantes e as transformações da população; os recursos e as actividades produtivas…

Paisagens e ambientes diferentes

O nosso País possui paisagens e ambientes diferentes. Há cidades grandes e pequenas aldeias que têm perfis diferentes na linha do horizonte. Há as montanhas e planícies, lagos e florestas; colinas e glaciares…. As diferenças climáticas modelaram a terra ao longo do tempo,construindo diferenças de ambiente, de paisagem e dos modos de habitar entre as diferentes partes do nosso planeta.Através das imagens e das histórias, os alunos podem representar e descrever a variedade das paisagens, o clima, a flora e a fauna; o desenrolar das estações, do tempo das chuvas ou da seca… Outros podem escolher um animal que representa o seu País e descrever os seus hábi-tos, o modo de viver, o ambiente e as histórias que estão ligadas ao mesmo.

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Nós falamos assim

A diversidade linguística é uma das mais importantes riquezas do planeta. Qual é a língua ou línguas que se falam no nosso País? Quais são os alfabetos e as escritas mais difundidas no País e qual é a língua ou as línguas que as crianças aprendem na escola?A partir da biografia linguística das crianças envolvidas no projecto, alargamos o olhar para a variedade de códigos orais e escritos mais difundidos no País, conscientes do facto de que cada língua, quer essa seja oral ou escrita, tem o mesmo valor e dignidade. Como se escrevem os nomes das crianças envolvidas na grafia original? E como se pronun-ciam? O nome, símbolo da história individual, pode ser o ponto de partida para descobrir escritas e alfabetos.A partir dos seus nomes e das línguas faladas, as crianças podem representar a árvore das lín-guas presentes na sua turma, no grupo de colegas, ou na escola.Os alunos podem alargar o olhar para as línguas faladas no País e para as razões que levaram à difusão de uma ou da outra.

Pequeno vocabulário do nosso País

Podemos construir um pequeno vocabulário na língua, ou nas línguas presentes no nosso País, indicando ao lado a transcrição dos termos no alfabeto fonético internacional, de modo que cada criança possa, se quiser, saudar, chamar ou contar nessa língua. Serão as próprias crianças a escolher os nomes a incluir no vocabulário. Sugerimos a introdução de: modos de saudar e as suas formas; as fórmulas de cortesia (obrigado, por favor…); os nú-meros de um a dez; os nomes dos jogos mais populares; os nomes de alguns alimentos especiais e saborosos…

Vamos à escola

Todas as crianças do Mundo – ou melhor, infelizmente, quase todas – frequentam a escola; aprendem juntas, lêem, escrevem e estudam. Como é a escola no nosso País? O que estudamos? Quais são as actividades diárias e como são as relações entre os alunos e os professores?As crianças podem descrever um dia ou semana típica na escola, a partir da chegada e da sau-dação. Como é a sua escola, o que gostam mais e o que desejariam mudar?Pode-se dar também atenção à organização da escola no País e às matérias que se estudam.

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A alimentação e as festas

Uma viagem só pode ser assim considerada se incluir paragens, celebrações e momentos de convívio. As crianças podem incluir histórias do seu dia-a-dia – o que comem ao almoço ou ao jantar diariamente . e indicar deste modo as comidas que gostam ou que não gostam, os cos-tumes mais comuns.Quais são os alimentos das festas, aqueles que caracterizam um determinado momento do dia ou do ano? O que acontece durante esses dias? Quais são as festas preferidas pelas crianças? Tal como os alimentos, a festa é um tema privilegiado para “dar” educação intercultural. De facto confluem na festa os aspectos ligados ao tempo, ao calendário, à religião, aos ritmos da vida, aos rituais e ao vestuário. Podemos recolher as receitas dos alimentos de festas, imagens e histórias dos dias de festa; ritu-ais, lendas e personagens fantásticos relacionadas com as mesmas; surpresas e prendas. Podemos também reflectir acerca do fim do ano: como e quando se festeja? Poderá haver ca-lendários e modos diferentes de contar o tempo.

Um dia juntos

A nossa viagem iniciou no lugar onde vivemos para depois se alargar para o nosso País: a sua forma, as paisagens, as cidades, a língua, os alimentos… Agora regressamos ao ponto de partida e tentamos contar o que fazemos cada dia, partilhando os ritmos e as emoções com os outros.E, naturalmente, começamos com a saudação e com os rituais de acolhimento e, sobretudo, com a palavra: BEM-VINDO/BEM-VINDOS! Convidamos as crianças a descrever, também com imagens, os aspectos da sua vida diária que elas considerem importantes. Para algumas tratar-se-á de actividades diárias que também são ocupações e formas de ajuda (por vezes também de cansaço); para outras contar um dia pas-sado ao ar livre, no calor ou no frio que caracteriza o seu País.

É preciso um fio

Propostas para organizar as histórias

Um provérbio utilizado em vários Países (porque também os provérbios caminham e deslocam--se) diz que “um colar de pérolas é feito de pérolas mas também mas também do fio”. Como podemos organizar os trabalhos das crianças para que no fim tenham um sentido e um enredo?

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Como podemos uniformizar as histórias? Como organizar as narrações – por imagens e por pala-vras – de modo que se forme um storyboard com um fio e um enredo? Qual é a ideia e “fundo” a propor às crianças para dar um sentido às actividades? De seguida apresentamos algumas pro-postas. Também neste caso são sugestões abertas que poderão ser revistas, completadas ou mo-dificadas em função da criatividade e da fantasia dos mais pequenos e dos mais velhos envolvidos.

As palavras do nosso País

Uma modalidade simples e imediata, adequada mesmo para os mais pequenos, é a de descrever o nosso País seguindo um lista de palavras-chave escolhidas pelas crianças. Podemos assim reali-zar um glossário ilustrado que inclua histórias, imagens, informações, a partir dos termos que os alunos escolheram juntos e que consideram importantes para descrever o seu País.

Diário de viagem

A descrição do País pode desenvolver-se através da recolha de imagens ou de fotografias tira-das pelas crianças (em papel ou digitais). Quais são os lugares preferidos pelas crianças? Quais as imagens que enviariam para os amigos que estão longe para descrever o seu País?A recolha das imagens e das legendas descreve o País através de um diário de viagem que des-creve os lugares, os animais, os objectos, as pessoas e as personagens.

O nosso País através dos cinco sentidos

Podemos descrever o nosso País servindo-nos dos nossos cinco sentidos. As etapas da nossa viagem serão então definidas por:• vista: as cores do meu País;• tacto: a água e a terra, a neve e a areia…• olfacto: os cheiros e os perfumes da minha terra;• audição: os ruídos, os sons e as músicas que nos acompanham no dia-a-dia…• sabor: os alimentos e os sabores.

O nosso País visto de cima e de baixo

Partindo do lugar onde as crianças vivem, tentamos sobrevoar o nosso País como uma ave. Tere-mos assim uma vista do alto e algo distante, mas não demasiado, de modo a poder ver lugares, casas, pessoas e animais; poder ouvir as palavras e as histórias, e assistir aos jogos das crianças. Podemos escalonar a viagem em dois modos:• a história do alto; • a história de 4 ou 5 encontros com lugares, pessoas, animais… depois de ter descido à terra.

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Em viagem com... Escolher um protagonista

A história do País onde vivemos pode centrar-se num ou dois protagonistas: um menino e uma menina que vão à escola, jogam, comem, têm calor ou frio… Eles tornam-se nos guias de uma viagem que induz os leitores a mergulhar na vida diária de crianças como elas que vivem nou-tros lugares, mas que têm tantas histórias em comum com as outras crianças do Mundo.Podemos também entregar o papel de guia do nosso País a um dos animais que aí vivem.

Como trabalhar com as crianças

Ideias e sugestões

As escolas dos Países envolvidos no projecto BEM-VINDOS AO NOSSO PAÍS são muito di-ferentes umas das outras, tanto na organização como na abordagem didáctica. Cada professor escolherá, com os seus alunos, a modalidade de trabalho que corresponda melhor às caracte-rísticas da escola e do grupo/turma. De seguida propomos algumas indicações metodológicas que, apesar da liberdade de cada um, poderão ser comuns aos grupos envolvidos.

Trabalhar em pequenos grupos

Uma atenção partilhada poderá ser a de pôr as crianças a trabalhar em grupos pequenos, atribuindo a cada grupo uma tarefa, uma palavra-chave, um tema a pesquisar e a descrever. Os grupos podem ser homogéneos por idade, ou juntar alunos de idades diferentes.

As etapas do percurso

As etapas do percurso prevêem, tal como para cada projecto na turma: • a fase da motivação e do arranque;• a fase da elaboração/produção;• a fase da recolha e da organização.

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A recolha dos materiais

A modalidade de trabalho é, em todos os casos, activa e cooperativa e baseia-se em:• entrevistas recíprocas entre as crianças;• entrevistas aos adultos;• recolha de histórias orais;• pesquisa de materiais em papel;• pesquisa na internet.

Obviamente, também os trabalhos realizados pelas crianças dos vários Países serão diferentes, mas é a valorização desta diversidade que faz parte dos objectivos do projecto.

Realizamos o nosso storyboard: guia passo-a-passo

Primeiro passo: luz verde para as ideias!

No início do percurso motivamos as crianças propondo-lhes que descrevam o seu País para os amigos que vivem muito longe (Imaginamo-nos a descrever o nosso País para as crianças que vivem longe. Como podemos fazer?).Em primeiro lugar começamos com a nossa apresentação: • quem somos: auto-retratos e desenhos de grupo;• onde vivemos: o nosso ponto de partida;• como é a nossa escola: imagem e descrição.

Segundo passo: ao trabalho!

Agora podemos alargar o nosso olhar e pensar como podemos descrever o nosso País.

Por meio de uma conversa livre, as crianças sugerem pistas de trabalho, palavras-chave, temas a tratar, escolhidos entre os previamente propostos ou indicando outros.

Depois de definido o tema, ou os temas, mais interessantes e a modalidade de narração que propõe mais pistas e argumentos para falar, determinamos um fio que os une, que, também neste caso, pode ser escolhido entre os propostos ou entre outros sugeridos pelas crianças.

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Concentramos as informações desenhando um índice detalhado dos assuntos que queremos abordar. . Fazemos as coisas, garantindo que as mesmas estejam ligadas entre si, de modo sim-ples e linear, e que possam emocionar ou espantar quem as descobrirá. Não se esqueçam que do vosso trabalho deverá nascer uma curta-metragem dedicada ao vosso País!

Terceiro passo: espaço as histórias e as imagens

Depois de ter definido os temas e as características do nosso storyboard, é momento de pro-duzir e de elaborar sobre eles, em grupo ou individualmente.

Definimos as tarefas e organizamos o trabalho das crianças, que deverão realizar as imagens do storyboard: desenhos, “quadros” a lápis, caneta ou aguarelas, fotografias que ilustrem as coisas mais importantes…

Recolhemos depois as imagens e compomos as imagens, dispondo-as no modo predefinido. Para que as imagens sejam mais fáceis de compreender, aconselhamos juntar um texto que explique o seu conteúdo.

Lembramos que as coisas de que falamos, que para nós parecem óbvias, podem ser desconhe-cidas para quem não conhece bem o nosso País. Descrevemos tudo de modo simples e claro, lembrando-nos que falamos para as crianças de todo o Mundo.

E agora... prontos para participar!

Como realizar os trabalhos e participar no concurso

É pedida a cada turma a criação de um storyboard que será a base para um filme de animação que apresente o seu País/região de forma original.

O storyboard deverá ser uma “história em imagens” constituído por uma série de desenhos ou de fotografias (no máximo 15), cada uma com um curto comentário escrito que explique o que está ilustrado.

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Eis um exemplo de como compor cada imagem:

Espaço para a ilustração: aqui poderá desenhar ou colar a imagem

Texto de comentário: descreva o que está representado

O storyboard deverá ter um título e ser acompanhado por um texto geral de apresentação que descreva o conteúdo em pormenor: de que se fala e quais são os argumentos principais.Depois de realizado o vosso trabalho, envie-o seguindo as indicações do regulamento.Os trabalhos serão examinados por júris nacionais qualificados, de acordo com os seguintes critérios de avaliação: concordância com o tema, riqueza e originalidade do trabalho, clareza de comunicação. Para saber mais: www.schoolnet.eni.it e [email protected]

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Aprofundamento

Para conhecer e para nos conhecermos

A educação intercultural na base do projectoO projecto BEM-VINDOS AO NOSSO PAÍS tem as suas referências pedagógicas na ideia in-tercultural e tenta pô-la em prática educativa, através de uma acção concreta ligada à viagem, à descoberta, à história e ao diálogo entre as crianças que vivem em lugares diferentes do planeta.A educação intercultural representa a ideia pedagógica de fundo, válida para todos os contextos pois inclui a educação para a paz, o diálogo e o respeito pelos outros. A abordagem intercultural propõe-se a agir, como vimos, na dimensão cognitiva, através de um maior conhecimento acerca do Mundo. E propõe-se agir na dimensão relacional e afectiva, pro-movendo atitudes de curiosidade, abertura, vizinhança e empatia. De seguida apresentamos algumas definições e declarações sobre o tema da educação intercul-tural, propostas por organismos internacionais.

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DEfINIçõES E DEClARAçõES

“Quem diz intercultural diz necessariamente, sublinhando o prefixo inter, interacção, trocas, abertura, reciprocidade, solidariedade objectiva. Diz também, no sentido pleno do termo cultura, reconhecimento dos valores, dos modos de vida, das representações simbólicas às quais se referem os seres humanos, indivíduos e sociedade, nas suas relações com o próximo e na sua compreensão do Mundo; reconhecimento da diversidade, reconhecimento das interacções que têm lugar de tempos em tempos entre os registos múltiplos de uma mesma cultura e entre culturas diferentes, no espaço e no tempo.“ (Unesco 1980)

“A cultura adquire formas diversas através do tempo e do espaço. Essa diversidade se manifesta na originalidade e na pluralidade de identidades que caracterizam os grupos e as sociedades que compõem a humanidade. Fonte de intercâmbios, de inovação e de criatividade, a diversidade cultural é, para o género humano, tão necessária como a diversidade biológica para a natureza. Nesse sentido, constitui o património comum da humanidade e deve ser reconhecida e consolidada em benefício das gerações presentes e futuras.” (Unesco 2001)

“Educação global é uma educação capaz de abrir os olhos e as mentes das pessoas para as realidades do mundo, despertando-as para contribuírem para um mundo com mais justiça, equidade e direitos humanos para todos... Entende-se que a educação global abrange a Educação para o Desenvolvimento, a Educação para os Direitos Humanos, a Educação para a Sustentabilidade, a Educação para a Paz e Prevenção de Conflitos e a Educação Intercultural, dimensões globais da Educação para a Cidadania". (Declaração de Maastricht, 2002).

“Hoje os processos de globalização contribuem para que se produzam encontros, importações e intercâmbios culturais de modo mais sistemático. Esses novos vínculos transculturais podem facilitar consideravelmente o diálogo intercultural. Repensar as nossas categorias culturais, reconhecendo as múltiplas fontes da nossa identidade, contribui para deixar de insistir nas diferenças e, em seu lugar, prestar atenção à nossa capacidade comum de evoluir mediante a interacção mútua.” (Relatório mundial n.º 2, Unesco 2009)

“O diálogo intercultural depende em grande medida das competências interculturais, definidas como o conjunto de capacidades necessárias para um relacionamento adequado com os que são diferentes de nós. Essas capacidades são de natureza fundamentalmente comunicativa, mas também compreendem a reconfiguração de pontos de vista e concepções do mundo, pois, menos que as culturas, são as pessoas (indivíduos e grupos com as suas complexidades e múltiplas expressões) que participam no processo de diálogo". (Investir na diversidade cultural e no diálogo intercultura, Relatório mundial n.º 2, Unesco 2009).

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As definições e as declarações oficiais sublinham os conceitos chave de diálogo, interacção, reconhecimento das diversidades, que estão na base da educação intercultural. Referem também uma ideia de cultura que não está limitada às formas “elevadas” do pensamento e da acção, mas que se estende aos modos de viver e de se exprimir diários, próprios de um grupo social. Esses fornecem também uma representação da cultura que não é rígida no tempo, mas que, pelo contrário, é fruto das trocas e das passagens entre as gerações e entre os povos.De seguida, algumas palavras-chave da educação intercultural

unidade e diferença A educação intercultural propõe-se a construir a coesão social a partir das inúmeras diversidades presentes nos diferentes contextos e Países.

competência interculturalA educação intercultural realiza-se através da aquisição de conhecimentos acerca do próximo e do Mundo e através do desenvolvimento de atitudes de abertura, curiosidade, capacidade de descentralização e de empatia.

interacção e contactosA educação intercultural promove boas relações entre grupos e indivíduos iguais ou diferentes, tentando reduzir os estereótipos e os preconceitos e eliminar as distâncias e as formas de exclusão.

reciprocidade e diálogo A educação intercultural promove o diálogo, a convivência e as trocas entre sujeitos pertencentes a culturas diferentes.

reconhecimento A educação intercultural considera importante conhecer e valorizar as referências e as diversidades culturais e linguísticas presentes nos mais variados contextos.

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Abrir o espírito, abrir o coração

Descrever o seu próprio País, e descobrir assim outros contextos e costumes, desenvolve as duas dimensões principais da educação intercultural: a cognitiva e a emotiva. A primeira dimen-são propõe-se a alargar o olhar das crianças para o Mundo, através de novas informações e conhecimentos,suscitando outros “porquês”, em relação aos dados, costumes e comportamentos. Mas não basta só o conhecimento. É uma condição necessária mas não suficiente porque pode haver informações acerca dos outros sem que isso induza atitudes de respeito e de diálogo. A segunda dimensão a promover é a das relações e dos afectos. Essa convida a desenvolver atitudes de curiosidade e de partilha em relação aos outros, mas também induz as crianças a estabelecer ligações, pôr-se no lugar de..., acolher pontos de vista diferentes, partilhar emoções. Por outras palavras, a desenvolver a empatia. Portanto, fazer educação intercultural significa actuar de modo eficaz nas duas dimensões: ajudar as crianças a tornar-se um pouco mais cidadãos do Mundo e abrir ao mesmo tempo a mente e o coração.

Tantas diversidades, tantas igualdades

Neste percurso de descrição do seu próprio País, e de aproximação recíproca aos costumes dos outros, as crianças fazem uma descoberta importante. Esses dão conta que, junto às muitas diferenças que caracterizam os Países e os modos de viver, há também tantíssimas analogias na vida de que vive em lugares diferentes. Todas as crianças, quer seja onde vivam, crescem, aprendem, jogam, fazem novas descobertas cada dia; experimentam medo e alegria; ultrapassam com coragem, pequenas ou grandes provas. Também as histórias que ouvem ou que vêm, têm muitas vezes semelhanças entre si. Há, por exemplo, fábulas extraordinariamente semelhantes, mesmo se têm protagonistas com nomes diferentes e que vivem em lugares exóticos. Através das informações e do conhecimento dos outros, as crianças aprendem assim que nin-guém é uma ilha e que a História dos homens é constituída por trocas e interligações, por pas-sagens e reciprocidade. É o fruto de estratificações contínuas sedimentadas pelo tempo e que se renovam continuamente. A descoberta das analogias e das diferenças que se encontram em Países e contextos diferentes, representa uma etapa importante num percurso de educação intercultural. Ensina aos mais pe-quenos que há tantas coisas que tornam as pessoas diferentes, mas há ainda mais que as tornam iguais. Todas as crianças e os adultos do Mundo têm desejos, sentimentos, sonhos e objectivos muito semelhantes entre si.

Os Países são um mosaico

A viagem no nosso próprio País torna-se também uma ocasião para descobrirmos as diferenças no seu interior. De facto, há modos de viver e costumes que são próprios das grandes cida-

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des e outros que são característicos dos centros mais pequenos ou das aldeias. Há objectos e histórias que se encontram sobretudo junto de uma parte da população e outros que, pelo contrário, são específicos dos territórios vizinhos. Além disso, os Países e as culturas, assim como as pessoas, nunca estão parados, mas estão em mudança contínua e transformam-se rapidamente, graças às trocas e aos contactos. Entre os 14 contextos que participam no projecto, há Países enormes, que se estendem por vastos territórios em cujo interior encontramos desertos e planícies, cidades populosíssimas e aldeias pequenas. Outros Países são mais pequenos, mas por vezes são um conjunto de gentes e de etnias diferentes, de línguas, religiões e referências culturais. Portanto, também os Países são, em muitos casos, um mosaico de histórias diferentes e um conjunto de múltiplas diferenças. A consciência da diversidade interna do próprio País ajuda as crianças a captar as variantes e os pontos de vista variados e a alargar o seu olhar para o exterior. A atenção à pluralidade que caracteriza os Países e as culturas incita as crianças a ter uma representação de si e dos outros, mais aberta e menos estereotipada. Ajuda-os também, desde pequenos, a desenvolver uma atitude de respeito pelos outros, por quem é diferente em alguns aspectos, mas que também é muito semelhante a si em tantos outros.

Projecto editorial: Giunti progetti educativiTextos: Graziella Favaro© 2013 Giunti Progetti Educativi© 2013 eni