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5/7/2018 BABESIOSE EQUINA - slidepdf.com
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BABESIOSE EQUINA
Dois agentes etiológicos existem:
Babesia caballi ± grande babesia, que ocupa mais da metade o eritrócito.
Babesia equi ± pequena babesia, que geralmente aparece em número de 4 dentro da hemácia,
ocupando menos da metade do citoplasma da célula infectada.
No dia-a-dia, quando temos um paciente clinicamente infectado com babesiose, se houver
resistência ao tratamento, possivelmente a infecção é por B. equi, enquanto que se a resposta ao
tratamento for rápida, possivelmente trata-se de infecção por B. caballi. Quadros de hemoglobinúria
geralmente também estão associados com Babesia equi. A B. caballi é mais leve. A mortalidade pode
chegar a 20%. Alguns países não possuem mais babesia desde os anos 70, como EUA, Canadá,
Austrália, Japão, etc., devendo-se estar atento para cavalos que vão para áreas endêmicas por ocasião de
competições, etc. No Brasil, não é obrigatório o exame sorológico para babesiose eqüina.
É transmitida pelo carrapato apenas no estágio ninfal, principalmente a B. equi.
A B. equi infecta hemácias, mas já foi relatado na literatura casos dessa babesia infectando
leucócitos. A B. caballi infecta apenas hemácias. Na babesiose eqüina, 2 espécies de carrapatos estão
envolvidas: Anocentor nitens (carrapato-da-orelha-dos eqüinos) e Amblyomma cajennense (carrapato do
corpo de eqüinos).
No Brasil só foram identificados carrapatos Anocentor nitens e Babesia caballi, não tendo sido
registrado vetor para o Babesia equi. A freqüência de parasitemia por Babesia caballi é maior do que
por B. equi.
Os carrapatos Anocentor nitens são monoxênicos, enquanto os Amblyomma cajennense são
heteroxênicos.
Transmissão
A B. equi só é transmitida de forma transestadial, ou seja, quando a larva se alimenta e muda
para ninfa. Enquanto a B. caballi é transmitida tanto por forma transestadial quanto transovariana. A
transmissão transplacentária só é assinalada em B. equi, não sendo incomum o aborto por babesiose
eqüina, tanto quanto em canina e bovina.
A transmissão também pode ocorrer através de instrumental cirúrgico e seringas contaminados,
passando acidentalmente de um paciente crônico para um animal não infectado. Embora a literatura cite
que apenas o Anocentor nitens transmita o agente da babesiose, devemos atentar ao fato de que moscashematófagas também podem estar envolvidas no processo de transmissão.
Aspectos epidemiológicos
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R aça ± animais que possuem atividade diária são mais susceptíveis, como animais de
pista, de corrida, porque são mais expostos a condições de estresse.
Idade ± animais neonatos que recebem imunidade via colostro tem competência
imunológica por certo período.
Eqüídeos ± todos são susceptíveis (eqüinos, asininos e muares), mostrando que na
escala zoológica todos os eqüídeos são susceptíveis à babesiose eqüina.
P atogenia
Após a infecção por B. equi ou B. caballi existe uma ação antigênica, pela presença do parasito
na corrente circulatória, que vai gerar formação de imunocomplexos, imunidade celular (formação de
anticorpos) e co-infecção. A partir do momento que a babesia entra na hemácia, se multiplica e rompe a
célula ocorre hemólise intravascular e extravascular (baço).
A hemólise coincide com a febre, que caracteriza a parasitemia e então surge a anemia.
Entretanto, em babesiose eqüina existe uma diminuição do fósforo (hipofosfatemia). A hipofosfatemia
faz com a membrana do eritrócito fique mais frágil, predispondo à lise. Provavelmente essa
hipofosfatemia seja decorrente da produção de metabólitos tóxicos pela babesia, contribuindo para a
instalação da anemia.
A grande quantidade de hemoglobina na corrente circulatória (principalmente em B. equi)
acaba alterando os processos de coagulação, o que reflete nesses mecanismos, daí que B. equi
geralmente está associada com coagulopatias, não sendo incomum observar eqüinos apresentando
problemas de coagulação e até mesmo CID.
Por outro lado, a liberação de hemoglobina intravascular faz com que apareça hemoglobinúria,
sendo mais característico na babesiose causada por B. equi, embora também seja encontrada em B.caballi, havendo então icterícia. O baço, juntamente com o fígado e os rins tentam reduzir ao máximo a
hemoglobina em excesso, mas não consegue fazê-lo, o que pode levar o animal a óbito por icterícia, se o
mesmo não for tratado.
No hospedeiro vertebrado, a ação mecânica é muito importante porque quando o antígeno esta
livre na circulação, o mesmo pode atravessar a barreira transplacentária. As hemácias infectadas ao
sofrerem hemólise liberam a Babesia, resultando em aborto ou nascimento de neonatos fracos, que
geralmente vem a óbito.
De uma maneira geral, temos a febre, que geralmente aparece nos estágios de parasitemia, tanto
por B. equi quanto por B. caballi. A parasitemia pode gerar hemólise e essa hemólise pode estar associada à anemia. Em babesiose eqüina pode haver um aumento da permeabilidade vascular, que
evolui para edema (de supercílio e baixo ventre).
Muitas vezes a babesiose eqüina está associada à cólica, pois alguns medicamentos utilizados
no tratamento da babesiose eqüina são colinérgicos, que podem causar uma paralisação do transito
intestinal, aumentando a motilidade intestinal, levando a um quadro de cólica. Outro fato que deve ser
considerado é que a possibilidade de coagulopatias, o deslocamento de coágulos pode também levar ao
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aparecimento de cólica. Determinados carrapaticidas possuem ação mais tóxica que outros, podendo
colaborar para o quadro de cólica em eqüinos com babesiose.
A presentação clínica
Hiperaguda -
Aguda ± diarréia, que muitas vezes passa despercebida, hemorragias petequiais,
hemoglobinúria.
Subaguda ± fase de transição
Crônica ± perda de peso, apatia, anorexia.
Inicialmente há hiperemia conjuntival e em seguida, um quadro leve de icterícia. A babesiose
eqüina está relacionada ao aparecimento de petéquias hemorrágicas (hemorragias puntiformes),
principalmente nas membranas mucosas. Ocorre também hemoglobinúria, necessitando de intervenção
para evitar que o animal venha a óbito. O animal pode apresentar edema de baixo ventre, o que é comum
também em tripanossomíase, devendo-se fazer o diagnóstico diferencial entre essas patologias. Por fim,o animal pode vir a óbito por quadro de cólica.
Diagnóstico
Clinico ± tem real valor, principalmente em nível de campo, onde muitas vezes o
profissional não dispõe de material laboratorial. Petéquias hemorrágicas e hemoglobinúria são fortes
indicativos de babesiose eqüina. Nem sempre aparece edema.
Laboratorial ± visibilização do parasito em estiraço sangüíneo.
Sorológico ± realizado em todos os casos de importação de eqüinos
(imunofluorescência indireta, PCR
, ELIS
A, fixação do complemento ± mais utilizado).
Hemograma - anemia regenerativa, associada ao quadro clinico de apatia,
hemoglobinúria, petéquias hemorrágicas e anemia.
Tratamento
Imidocarb ± embora o tratamento para babesiose em outras espécies de animais se faça
com intervalo de 7 dias entre a 1ª e a 2ª dose, na babesiose eqüina recomenda-se um intervalo de 48
horas entre as doses, caso o animal não apresente melhora. Devido ao efeito colinérgico de alguns
fármacos, que podem ter como efeito colateral salivação e cólica, pode ser necessário realizar
atropinização do animal antes do tratamento farmacológico para a babesiose. Em animais de pista, é
comum que mesmo após o tratamento, alguns desenvolvam quadros de mialgias e laminite, pois os
mesmos são recolocados em atividade antes da recuperação completa.
Derivados de diamidina
P rofilaxia
Controle de vetores (carrapatos), sendo mais difícil de realizar em animais criados
livres a pasto.