BACEN - manual finanças públicas

Embed Size (px)

Citation preview

Finanas PblicasSumrio dos Planos Brasileiros de Estabilizao e Glossrio de Instrumentos e Normas Relacionados Poltica Econmico-Financeira

6 edio revisada Braslia, junho de 2008

8,961.22 5,897.01 256,741.87 48,370.29 29.66 30,215.52 172,430.08 10.10 3,615.89 120.54 547,367.99 3,258.96 89,568.63 7,444.21 334,987.30 62.36 88.93 112,389.75 12,555.68 16.87 54,111.13 5.98 48.87 13.44 136,521.85 26,587.64 22.88 98,647.52 75,524.99 41.69 82.05 678,442.96 27,661.08 12,952.60 6.87 6.87 8 45.10 45.10

Publicao do Banco Central do Brasil/Departamento Econmico.

Sumrio dos Planos Brasileiros de Estabilizao e Glossrio de Instrumentos e Normas Relacionados Poltica Econmico-Financeira

O texto e os anexos so de responsabilidade do Departamento Econmico (Depec) (e-mail: [email protected]).

Informaes sobre o Manual:

telefone fax telex

(61) 3414-1009 (61) 3414-2036 (61) 1299 (BCBR BR)

permitida a reproduo das matrias, desde que mencionada a fonte: Sumrio dos Planos Brasileiros de Estabilizao e Glossrio de Instrumentos e Normas Relacionados Poltica Econmico-Financeira, 6a edio, junho/2008. Controle Geral de Publicaes Banco Central do Brasil Secre/Surel/Dimep SBS Quadra 3 Bloco B Edifcio-Sede 1 andar Caixa Postal 8.670 70.074-900 Braslia DF Telefone: (61) 3414-3710 e 3414-3567 Fax: (61) 3414-3626 E-mail: [email protected] Tiragem: 400 exemplares Central de Atendimento ao Pblico Endereo: Secre/Surel/Diate Edifcio-Sede 2 subsolo SBS Quadra 3 Zona Central 70074-900 Braslia DF 0800 9792345 (61) 3414-2553 http://www.bcb.gov.br

DDG: Fax: Internet:

ApresentaoA memria do setor pblico no Brasil no pode prescindir de registros tpicos, diante da sucesso de elementos, atos e instrumentos de poltica com inuncia pondervel sobre o curso da histria econmica do pas. As ltimas dcadas, embora no contem com avaliaes inteiramente favorveis do ponto de vista dos resultados nais do processo de acumulao de riquezas, ou de sua distribuio socialmente mais justa, exibem intensa atividade institucional, como contrapartida ao considervel esforo de transformao da gesto pblica. Assim que, desde 1985, e com maior intensidade a partir dos trabalhos da Constituinte, vm ocorrendo no Brasil signicativas mudanas na legislao e nas prticas administrativas focadas no gerenciamento das nanas do Estado, como a extino da conta-movimento no Banco do Brasil, a incorporao do oramento monetrio ao Oramento Geral da Unio (OGU), a extino das funes de fomento do Banco Central, a promulgao da Lei de Responsabilidade Fiscal e tantos outros procedimentos, que tambm seriam dignos de registro no processo de construo e ordenamento das nanas pblicas brasileiras. A quantidade dos instrumentos gerados no perodo, com efetiva inuncia sobre a vida nacional, adquiriram tal intensidade e dimenso, que atualmente se faz oportuno o trabalho de estruturao de uma memria, cujo objetivo seja essencialmente o de recensear, sem avaliaes de mrito, todos os componentes da base legal, a par dos aspectos formais ou meramente referenciais, que conferem substncia socioeconmica a cada um dos eventos. O presente trabalho presta-se a essa tarefa e tem o intuito de contribuir para a consulta de quantos se dediquem ao acompanhamento da histria econmica brasileira e, eventualmente, precisem orientar-se quanto cronologia, ao signicado e estrutura sumria dos principais instrumentos e normas relacionados poltica econmico-nanceira. O plano geral deste trabalho compreende, como uma de suas trs vertentes principais, a tarefa de descrever, de forma sucinta, todos os planos de estabilizao econmica adotados a partir de 1986, abordando seus aspectos mais relevantes. Uma segunda vertente est voltada para a recuperao da memria de determinados instrumentos que, ao tempo de sua adoo, produziram amplo impacto na atividade econmico-nanceira. Alguns, como a Unidade de Referncia (URP), a Unidade Real de Valor (URV), a Unidade Fiscal de Referncia (Ur) e o Bnus do Tesouro Nacional, entre tantos, j foram extintos. Outros, como a Taxa de Referncia (TR), continuam a vigorar, porm com alteraes.

Por m, a terceira vertente que orientou a elaborao do trabalho foi a de servir de guia prtico para consulta s principais normas que regem e/ou regulamentam assuntos relacionados poltica econmico-nanceira, distribudos nos diferentes temas abordados: fundos e programas econmicos e sociais do governo federal, impostos e contribuies de competncia da Unio, dos estados e dos municpios, previdncia social, dvida lquida e necessidade de financiamento do setor pblico, taxas de juros referenciais, ttulos pblicos e outras matrias de natureza econmica.

Sumrio

Planos e ProgramasCaptulo I Planos de estabilizao econmica ...................................................... 15 Plano Cruzado .................................................................................................... 15 Plano Bresser ...................................................................................................... 16 Plano Vero......................................................................................................... 16 Plano Collor I ..................................................................................................... 17 Plano Collor II .................................................................................................... 19 Programa de Ao Imediata (PAI)...................................................................... 20 Plano Real ......................................................................................................... 21 Plano Real (medidas complementares) ............................................................. 23 Programa de Estabilidade Macroeconmica 1999/2001 ................................. 24 Captulo II Outros planos e programas ................................................................. 29 Plano Plurianual (PPA) ...................................................................................... 29 Programa Bolsa Famlia ..................................................................................... 29 Programa Comunidade Solidria ...................................................................... 31 Programa de Acelerao do Crescimento (PAC) ............................................... 33 Programa de Aperfeioamento dos Instrumentos de Atuao do Banco Central do Brasil junto ao Sistema Financeiro Nacional (Proat).................. 37 Programa de Apoio Reestruturao e ao Ajuste Fiscal dos Estados (Parafe)...38 Programa de Arrendamento Residencial (PAR) ................................................. 39 Programa de Estmulo Reestruturao e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional (Proer) ......................................................................... 40 Programa de Financiamento Exportao (Proex) ............................................ 41 Programa de Fortalecimento das Instituies Financeiras (Proef) ..................... 42 Programa de Garantia da Atividade Agropecuria (Proagro)............................. 43 Programa de Garantia de Renda Mnima (PGRM) ............................................ 44 Programa de Gesto das Empresas Estatais (PGE) ............................................ 44 Programa de Incentivo Reduo do Setor Pblico Estadual na Atividade Bancria (Proes) ........................................................................... 45 Programa de Incluso Digital ............................................................................ 45 Programa de Modernizao do Parque Industrial Nacional (Modermaq).......... 46 Programa de Racionalizao das Unidades Descentralizadas do Governo Federal .......................................................................................... 46 Programa de Recuperao Fiscal (Res) ........................................................... 47 Programa de Universalizao do Acesso e Uso da Energia Eltrica Luz para Todos .......................................................................................... 49 Programa Emergencial e Excepcional de Apoio s Concessionrias de Servios Pblicos de Distribuio de Energia Eltrica ................................ 49 Programa Especial de Habitao Popular .......................................................... 49 Programa Nacional de Desestatizao (PND) ................................................... 50 Programa Nacional de Estmulo ao Primeiro Emprego para os Jovens (PNPE) ................................................................................. 51 Programa Nacional de Microcrdito Produtivo Orientado (PNMPO) ............... 51

Regime Especial de Tributao para a Plataforma de Exportao de Servios de Tecnologia da Informao (Repes) ........................................... 52 Regime Especial de Aquisio de Bens de Capital para Empresas Exportadoras (Recap) ................................................................................... 53

Impostos e Contribuies Federais, e Impostos Estaduais e MunicipaisCaptulo I Impostos federais ................................................................................. 57 Imposto sobre a Renda das Pessoas Fsicas (IRPF) ........................................... 57 Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurdicas (IRPJ) ......................................... 58 Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) ........................................................ 59 Imposto sobre a Exportao (IE) ........................................................................ 61 Imposto sobre a Importao (II) ......................................................................... 62 Imposto sobre Operaes de Crdito, Cmbio e Seguro, ou Relativas a Ttulos ou Valores Mobilirios (IOF) ........................................................... 62 Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) ................................................... 64 Imposto Territorial Rural (ITR) .......................................................................... 65 Captulo II Contribuies federais ........................................................................ 67 Contribuio de Interveno no Domnio Econmico (Cide) ............................ 67 Contribuio para o Plano de Seguridade do Servidor Pblico (CPSS) ............ 68 Contribuio para os Programas de Integrao Social e de Formao do Patrimnio do Servidor Pblico (PIS/Pasep) .......................................... 69 Contribuio Provisria sobre Movimentao ou Transmisso de Valores e de Crditos e Direitos de Natureza Financeira (CPMF) ............................ 72 Contribuio Social para o Financiamento da Seguridade Social (Cons) ....... 74 Contribuio para os Programas de Integrao Social e de Formao do Patrimnio do Servidor Pblico Incidente na Importao de Produtos Estrangeiros ou Servios (PIS/Pasep-Importao) e Contribuio Social para o Financiamento da Seguridade Social Devida pelo Importador de Bens Estrangeiros ou Servios do Exterior (Cons-Importao) ................ 75 Contribuio Social sobre o Lucro Lquido das Pessoas Jurdicas (CSLL) ....... 76 Captulo III Impostos estaduais ............................................................................ 79 Imposto sobre Operaes Relativas Circulao de Mercadorias e Servios de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicaes (ICMS) ................................................................................. 79 Imposto sobre a Propriedade de Veculos Automotores (IPVA) ........................ 80 Imposto sobre Transmisso Causa Mortis ou Doao de Bens e Direitos (ITCD) ............................................................................................ 80 Captulo IV Impostos municipais ......................................................................... 83 Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) .................... 83 Imposto sobre Transmisso Inter Vivos de Bens Imveis e de Direitos a Eles Relativos (ITBI) ................................................................................. 83 Imposto sobre Servios (ISS) ............................................................................. 84

FundosCaptulo nico Fundos ......................................................................................... 87 Fundo de Amortizao da Dvida Pblica Mobiliria Federal (FAD)................ 87 Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) ........................................................... 87 Fundo de Aposentadoria Programada Individual (Fapi) .................................... 88 Fundo de Combate e Erradicao da Pobreza .................................................... 89 Fundo de Compensao de Variaes Salariais (FCVS) .................................... 90 Fundo de Compensao pela Exportao de Produtos Industrializados (FPEX) ............................................................................... 91 Fundo de Desenvolvimento Social (FDS) .......................................................... 92 Fundo de Garantia Exportao (FGE) ............................................................. 92 Fundo de Garantia dos Depsitos e Letras Imobilirias (FGDLI) ..................... 93 Fundo de Garantia para a Promoo da Competitividade (FGPC) .................... 94 Fundo de Garantia do Tempo de Servio (FGTS) .............................................. 95 Fundo de Investimento da Amaznia (Finam) ................................................... 96 Fundo de Investimento do Nordeste (Finor) ...................................................... 97 Fundo de Investimento do Fundo de Garantia do Tempo de Servio (FI-FGTS)........................................................................................ 97 Fundo de Manuteno e Desenvolvimento da Educao Bsica e de Valorizao dos Prossionais da Educao (Fundeb) .................................. 98 Fundo de Terras e da Reforma Agrria Banco da Terra .................................. 99 Fundo Garantidor de Crditos (FGC)............................................................... 100 Fundo Nacional de Desenvolvimento (FND)................................................... 101 Fundos Constitucionais de Financiamento do Norte (FNO), Nordeste (FNE) e Centro-Oeste (FCO) ...................................................... 102 Fundos de Participao dos Estados e Municpios (FPE/FPM) ....................... 102

Previdncia SocialCaptulo nico Previdncia Social ..................................................................... 107 Introduo: Seguridade Social ......................................................................... 107 Fontes de nanciamento da Seguridade Social ................................................ 107 Reforma da Previdncia Social ........................................................................ 108 Comentrios Emenda Constitucional n 20/1998 .................................... 108 Comentrios Emenda Constitucional n 41/2003 .....................................110 Lei n 10.887, de 18.6.2004: dispe sobre a aplicao de dispositivos da Emenda Constitucional n 41/2003, a saber ...............................................114 Reforma da Previdncia: cobrana da contribuio previdenciria dos servidores inativos e pensionistas da Unio, Estados e municpios ............116 Comentrios Emenda Constitucional n 47/2005 .....................................116 Previdncia complementar da Unio, dos Estados, dos municpios e do Distrito Federal ............................................................................................118 Previdncia complementar no mbito das entidades fechadas..........................118 Fator previdencirio ..........................................................................................119 Entidades de Previdncia Privada .................................................................... 120 Entidades Fechadas de Previdncia Privada .................................................... 121 Entidades Abertas de Previdncia Privada ....................................................... 121 Lei da Previdncia Pblica ............................................................................... 121

Compensao Financeira entre o Regime Geral de Previdncia Social e os Regimes de Previdncia dos Servidores Pblicos ............................... 123 Previdncia do Setor Rural ............................................................................... 124 Regulamento da Previdncia Social ................................................................. 124

Dvida Lquida e Necessidades de Financiamento do Setor PblicoCaptulo I Conceitos .......................................................................................... 131 Setor pblico e governo geral........................................................................... 131 Dvida lquida do setor pblico ........................................................................ 131 Dvida bruta do governo geral .......................................................................... 132 Necessidades de Financiamento do Setor Pblico (NFSP) .............................. 132 Ajuste patrimonial ............................................................................................ 133 Ajuste metodolgico ........................................................................................ 133 Captulo II Composio atual da dvida lquida ................................................. 135 Dvida mobiliria.............................................................................................. 135 Dvida bancria lquida .................................................................................... 135 Dvidas securitizadas ........................................................................................ 135 Arrecadao a recolher ..................................................................................... 136 Dvidas externas reestruturadas ........................................................................ 136 Recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) ..................................... 136 Base monetria ................................................................................................. 136 Outros depsitos no Banco Central .................................................................. 136 Operaes compromissadas ............................................................................. 137 Relacionamento com o Banco Central do Brasil (BCB) .................................. 137 Crditos do BCB s instituies nanceiras .................................................... 137 Carteira de fundos ............................................................................................ 137 Demais contas do BCB .................................................................................... 137 Previdncia Social ............................................................................................ 137 Renegociao com os estados e municpios (Lei n 9.496/1997 e MP n 2.185/2001) ................................................................................... 137 Depsitos vista............................................................................................... 138 Dvida com empreiteiros e fornecedores .......................................................... 138 Debntures ........................................................................................................ 138 Carteira de ttulos pblicos das empresas estatais ............................................ 138 Dvida externa lquida ...................................................................................... 138

Ttulos Pblicos FederaisCaptulo I Ttulos de responsabilidade do Tesouro Nacional ............................. 141 Letras do Tesouro Nacional (LTN)................................................................... 141 Letras Financeiras do Tesouro (LFT) ............................................................... 141 Letras Financeiras do Tesouro Srie A (LFT-A) .............................................. 141 Letras Financeiras do Tesouro Srie B (LFT-B) ............................................. 142 Notas do Tesouro Nacional (NTN) .................................................................. 142

Notas do Tesouro Nacional Srie A1 (NTN-A1) ............................................... 142 Notas do Tesouro Nacional Srie A3 (NTN-A3) ............................................... 143 Notas do Tesouro Nacional Srie A4 (NTN-A4) .............................................. 144 Notas do Tesouro Nacional Srie A5 (NTN-A5) ............................................... 145 Notas do Tesouro Nacional Srie A6 (NTN-A6) ............................................... 145 Notas do Tesouro Nacional Srie A7 (NTN-A7) ............................................... 146 Notas do Tesouro Nacional Srie A8 (NTN-A8) ............................................... 147 Notas do Tesouro Nacional Srie A9 (NTN-A9) ............................................... 148 Notas do Tesouro Nacional Srie A10 (NTN-A10) ............................................. 148 Notas do Tesouro Nacional Srie B (NTN-B).................................................. 149 Notas do Tesouro Nacional Srie C (NTN-C).................................................. 150 Notas do Tesouro Nacional Srie D (NTN-D) ................................................. 150 Notas do Tesouro Nacional Srie F (NTN-F) .................................................. 151 Notas do Tesouro Nacional Srie H (NTN-H) ................................................. 151 Notas do Tesouro Nacional Srie I (NTN-I) .................................................... 151 Notas do Tesouro Nacional Srie M (NTN-M) ................................................ 152 Notas do Tesouro Nacional Srie P (NTN-P)................................................... 153 Notas do Tesouro Nacional Srie R2 (NTN-R2) ............................................... 153 Certicado Financeiro do Tesouro Srie A (CFT-A) ........................................ 154 Certicado Financeiro do Tesouro Srie B (CFT-B) ........................................ 154 Certicado Financeiro do Tesouro Srie C (CFT-C) ........................................ 154 Certicado Financeiro do Tesouro Srie D (CFT-D) ....................................... 155 Certicado Financeiro do Tesouro Srie E (CFT-E) ........................................ 155 Certicado Financeiro do Tesouro Srie F (CFT-F)......................................... 156 Certicado Financeiro do Tesouro Srie G (CFT-G) ....................................... 156 Certicado Financeiro do Tesouro Srie H (CFT-H) ....................................... 157 Certicado do Tesouro Nacional (CTN) .......................................................... 157 Certicados da Dvida Pblica Mobiliria Federal Instituto Nacional do Seguro Social (CDP/INSS).................................................................... 158 Captulo II Ttulos de responsabilidade do Banco Central do Brasil................. 159 Notas do Banco Central do Brasil Srie Especial (NBCE) .......................... 159

Fatores de Atualizao Monetria e Taxas de Juros ReferenciaisCaptulo I Fatores de atualizao monetria ...................................................... 163 Bnus do Tesouro Nacional (BTN) ................................................................. Bnus do Tesouro Nacional Fiscal (BTN-F) ................................................... Obrigao Reajustvel do Tesouro Nacional (ORTN) .................................... Obrigao do Tesouro Nacional (OTN) .......................................................... Unidade de Referncia de Preos (URP) ........................................................ Unidade Fiscal de Referncia (Ur)................................................................ Unidade Real de Valor (URV) ......................................................................... 163 163 164 165 165 165 166

Captulo II Taxas de juros referenciais .............................................................. 167 Taxa Selic ........................................................................................................ 167 Taxa DI ............................................................................................................ 168 Taxa Bsica Financeira (TBF)......................................................................... 169

Taxa Referencial (TR) ..................................................................................... 169 Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) ............................................................ 169

Demais Assuntos de Natureza EconmicaCaptulo nico Demais assuntos de natureza econmica................................... 173 Agncia Espacial Brasileira (AEB) ................................................................. 173 Agncia Nacional de guas (ANA) ................................................................. 173 Agncia Nacional de Aviao Civil (Anac) ..................................................... 174 Agncia Nacional de Sade Suplementar (ANS) ............................................. 175 Agncia Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e Agncia Nacional de Transportes Aquavirios (Antaq) ............................ 175 Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria (Anvisa) ........................................ 176 Agncia Nacional de Energia Eltrica (Aneel) ................................................ 177 Agncia Nacional do Petrleo (ANP) .............................................................. 177 Agncia Nacional de Telecomunicaes (Anatel)............................................ 179 Aplicao do capital estrangeiro e as remessas de valores para o exterior ...... 179 Aviso GB-588, de 26.7.1967 ............................................................................ 180 Aviso MF-30, de 29.8.1983 .............................................................................. 180 Aviso MF-09, de 2.2.1984 ................................................................................ 180 Central de Risco ............................................................................................... 181 Cdigo de Defesa do Consumidor ................................................................... 181 Comisso de Financiamentos Externos (Coex) ............................................. 182 Comisso Tcnica da Moeda e do Crdito (Comoc)........................................ 183 Comit de Controle das Empresas Estatais (CCE)........................................... 183 Comit de Coordenao Gerencial das Instituies Financeiras Pblicas Federais (Comif) ......................................................................................... 183 Comit de Poltica Monetria (Copom) ........................................................... 184 Comit de Regulao e Fiscalizao dos Mercados Financeiro, de Capitais, de Seguros, de Previdncia e Capitalizao (Coremec) ....... 186 Concesso e permisso de servios pblicos ................................................... 187 Conselho Administrativo de Defesa Econmica (Cade) .................................. 187 Conselho de Controle e Atividades Financeiras (Coaf) ................................... 188 Conselho Monetrio Nacional (CMN) ............................................................. 189 Conta-movimento do Banco do Brasil ............................................................. 190 Conta nica do Tesouro Nacional .................................................................... 191 Desvinculao de Recursos da Unio (DRU) .................................................. 192 Emprstimo compulsrio sobre veculos e combustveis ................................ 193 Endividamento dos estados e municpios rolagem da dvida dos estados e municpios ................................................................................... 193 Endividamento dos estados e municpios Limites da dvida consolidada .... 194 Endividamento dos estados e municpios Operaes de crdito interno e externo ..................................................................................................... 194 Estatuto da microempresa e da empresa de pequeno porte .............................. 195 Gerao de emprego Contrato de trabalho por prazo determinado ............... 196 Gerao de emprego Fundo de Aval para a Gerao de Emprego e Renda (Funproger) ................................................................................... 197 Gerao de emprego Trabalho a tempo parcial ............................................. 198 Instituto Nacional da Seguridade Social (INSS) .............................................. 198 Lavagem ou ocultao de bens, direitos e valores ........................................ 199

Lei das Sociedades Annimas .......................................................................... 200 Lei de Diretrizes Oramentrias (LDO) ........................................................... 200 Lei de Falncias ................................................................................................ 201 Lei de Patentes ................................................................................................. 202 Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) ............................................................. 202 Lei do "colarinho branco" ................................................................................ 204 Lei do Inquilinato ............................................................................................. 205 Lei Kandir ........................................................................................................ 206 Lei Orgnica da Assistncia Social (Loas) ....................................................... 208 Licitao ........................................................................................................... 208 Metas para a inao ........................................................................................ 208 Mercado de capitais .......................................................................................... 209 Monoplio estatal: exibilizao ..................................................................... 209 Oramento Geral da Unio (OGU) .................................................................. 210 Parcerias Pblico-Privadas (PPP)......................................................................211 Perda de cargo pblico por excesso de despesa ............................................... 212 Precatrios judicirios ...................................................................................... 213 Quebra do sigilo bancrio ................................................................................ 214 Reforma bancria ............................................................................................. 214 Reforma administrativa .................................................................................... 215 Regime Especial Unicado de Arrecadao de Tributos e Contribuies Devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte Simples Nacional .................................................................................... 216 Regime Jurdico nico (RJU) .......................................................................... 217 Remunerao das disponibilidades do Tesouro Nacional ................................ 218 Resultado do Banco Central ............................................................................. 218 Secretaria do Tesouro Nacional (STN) ............................................................ 219 Securitizao de recebveis .............................................................................. 219 Seguro-desemprego .......................................................................................... 220 Sistema de Financiamento Imobilirio (SFI) ................................................... 220 Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB)......................................................... 220 Sistema de Registro de Operaes de Crdito com o Setor Pblico (Cadip) ... 224 Sistema Especial de Liquidao e Custdia (Selic) ......................................... 225 Sistema Integrado de Administrao de Recursos Humanos (Siape) .............. 226 Sistema Integrado de Administrao Financeira do Governo Federal (Sia) .. 226 Sistema Integrado do Comrcio Exterior (Siscomex) ...................................... 226 Sistemas Integrados de Registro de Preos e de Cadastro de Fornecedores .... 227 Zona de Processamento de Exportao (ZPE) ................................................. 227

AnexosAnexo I Unidades do Sistema Monetrio Brasileiro .................................... 231 Anexo II Competncia tributria e distribuio legal dos recursos ............. 232 ndice Remissivo................................................................................................... 233 Siglas...................................................................................................................... 239

PLANOS E PROGRAMAS

1

Captulo I Planos de estabilizao econmicaPlano CruzadoPresidente da Repblica: Jos Sarney Ministro da Fazenda: Dilson Domingos Funaro Presidente do Banco Central: Ferno Carlos Botelho Bracher Legislao bsica: Decreto-Lei n 2.283, de 27.2.1986, posteriormente substitudo pelo Decreto-Lei n 2.284, de 10.3.1986. Principais providncias: a) congelamento de preos, nos nveis observados em 27.2.1986; b) a l t e r a o d o p a d r o m o n e t r i o , d e c r u z e i r o p a r a c r u z a d o (Cz$1,00 = Cr$1.000,00), a partir de 28.2.1986; c) os reajustes de salrios, vencimentos, soldos, penses e remuneraes em geral passaram a ser xados anualmente. A partir do primeiro dissdio, os reajustes seriam automticos toda vez que a variao acumulada do ndice de Preos ao Consumidor (IPC) atingisse 20%; d) fixao da taxa de cmbio de 3.3.1986 at 15.10.1986 (US$1,00 = Cz$13,84); e) criao de tablita para converso das obrigaes de pagamento, expressas em cruzeiros, sem clusula de correo monetria prexada; f) vedao, a partir de 11.3.1986, sob pena de nulidade, de clusula de reajuste monetrio nos contratos de prazos inferiores a um ano; g) a Obrigao Reajustvel do Tesouro Nacional (ORTN) passou a denominarse Obrigao do Tesouro Nacional (OTN). A primeira OTN foi emitida em 3.3.1986, com valor unitrio de Cz$106,40, que permaneceu xo at 1.3.1987.

Planos e Programas

15

Plano BresserPresidente da Repblica: Jos Sarney Ministro da Fazenda: Luiz Carlos Bresser Pereira Presidente do Banco Central: Fernando Milliet de Oliveira Legislao bsica: Decreto-Lei n 2.335, de 12.6.1987, e alteraes promovidas pelos Decretos-Leis n 2.336, de 15.6.1987, e n 2.337, de 18.6.1987. Principais providncias: a) congelamento de preos por noventa dias, inclusive os referentes a prestao de servios, tarifas e contratos de locao de imveis, nos nveis praticados em 12.6.1987; b) criao da Unidade de Referncia de Preos (URP) como referencial para reajustar preos e salrios. O valor da URP era determinado pela mdia mensal da variao do IPC ocorrida no trimestre imediatamente anterior e sua aplicao ocorrida a cada ms do trimestre subseqente; c) a taxa de cmbio foi reajustada em 9,5%, em 16.6.1987, seguindo-se o sistema de minidesvalorizaes, a partir dessa data; d) as obrigaes contratuais pecunirias e os ttulos de crdito que tinham sido constitudos em cruzados, no perodo de 1.1.1987 a 15.6.1987, sem clusula de reajuste ou de correo monetria, ou com clusula de correo monetria prexada, foram deacionados para cada dia do vencimento, mediante aplicao de tablita.

Plano VeroPresidente da Repblica: Jos Sarney Ministro da Fazenda: Malson Ferreira da Nbrega Presidente do Banco Central: Elmo de Arajo Cames Legislao bsica: Medida Provisria n 32, de 15.1.1989, convertida na Lei n 7.730, de 31.1.1989. Principais providncias: a) congelamento de preos por prazo indeterminado, nos nveis efetivamente praticados no dia 14.1.1989; b) alterao do padro monetrio, de cruzado para cruzado novo (NCz$1,00 = Cz$1.000,00), a partir de 16.1.1989; c) os salrios e as demais remuneraes de assalariados e penses, relativas ao ms de fevereiro de 1989, foram nivelados ao respectivo valor mdio real de 1988; d) a partir do ms de fevereiro de 1989, o pagamento de funcionrios pblicos,

16 Finanas Pblicas

conta do Tesouro Nacional, passou a ser realizado at o dcimo dia do ms subseqente; e) em 16.1.1989, a taxa de cmbio foi reajustada em 16,381% e mantida fixa at 14.4.1989, refixando-a at 4.5.1989, sucedendo-se outras minidesvalorizaes, at que em 3.7.1989 foi promovida nova desvalorizao, de 11,892%; f) criao de tablita para converso das obrigaes de pagamento, expressas em cruzeiros, sem clusula de correo monetria ou com clusula de correo monetria prexada; g) extino, em 16.1.1989, das OTNs com variao diria (OTN scal) e, em 1.2.1989, da OTN. A OTN scal era usada como indexador ocial no pagamento de tributos e contribuies scais.

Plano Collor IPresidente da Repblica: Fernando Affonso Collor de Mello Ministro da Fazenda: Zlia Maria Cardoso de Mello Presidente do Banco Central: Ibrahim Eris Legislao bsica: Medida Provisria n 168, de 15.3.1990, convertida na Lei n 8.024, de 12.4.1990; Leis n 8.030, n 8.031, n 8.032, n 8.033 e n 8.034, de 12.4.1990; e Resoluo CMN n 1.689, de 18.3.1990. Principais providncias: a) proibio de reajustes de preos de mercadorias e servios, a partir de 15.3.1990, sem a prvia autorizao do Ministrio da Fazenda; b) alterao do padro monetrio, de cruzado novo para cruzeiro (Cr$1,00 = NCz$1,00), a partir de 16.3.1990; c) o Ministro da Fazenda cou autorizado a baixar normativos estabelecendo o percentual de reajuste mnimo mensal para os salrios em geral, bem como para o salrio mnimo. Esse percentual seria vlido para os salrios do ms em curso. Os aumentos salariais acima do nvel mnimo xado pelo Governo poderiam ser livremente negociados entre as partes, mas no seriam considerados para efeito de clculo da variao mdia mensal dos preos. Da mesma forma, o Ministro foi autorizado a baixar atos determinando o percentual de reajuste mximo mensal dos preos autorizados para as mercadorias e servios em geral; d) estabeleceu a livre pactuao das taxas de cmbio de compra e venda entre as partes contratantes, nas operaes prontas e futuras, realizadas junto a estabelecimentos autorizados a operar em cmbio; e) foi criada a possibilidade de o Banco Central atuar como agente comprador e vendedor de moedas, no mercado de taxas livres; f) cancelou a exigncia de depsito no Banco Central das operaes de cmbio celebradas para pagamento de importaes;

Planos e Programas

17

g) suspendeu o pagamento de juros e demais encargos incidentes sobre depsitos registrados em moeda estrangeira; h) determinou, compulsoriamente, o alongamento do prazo mdio dos papis, alm de promover substancial reduo nos encargos nanceiros correspondentes. O alongamento deu-se com a emisso do Bnus do Tesouro Nacional Srie Especial (BTN-E), j que o vencimento desses papis teve incio a partir de setembro de 1991, em doze parcelas sucessivas, enquanto as Letras Financeiras do Tesouro Nacional (LFT) apresentavam prazo mdio de seis a nove meses; i) criou os Certicados de Privatizao; j) determinou o bloqueio de ativos nanceiros, a elevao de alquotas e a ampliao de fatos geradores de impostos. Foram xados limites para a liberao de ativos nanceiros de um nico titular em uma mesma instituio nanceira. Para os saldos dos depsitos vista e das cadernetas de poupana, foi xado o limite de Cr$50 mil. Os valores excedentes foram convertidos, a partir de 16.9.1991, em doze parcelas mensais, iguais e sucessivas, atualizadas monetariamente pela variao do BTN-Fiscal, acrescidas de juros de 6% a.a. ou frao pro rata. Para os depsitos a prazo xo, com ou sem emisso de certicado, letras de cmbio, depsitos internanceiros, debntures e demais ativos nanceiros, bem como para os recursos captados pelas instituies nanceiras por meio de operaes compromissadas, foram xados os seguintes limites: j.1) operaes compromissadas: Cr$25 mil ou 20% do valor de resgate da operao, prevalecendo o que for maior, na data de vencimento do prazo original da aplicao; j.2) demais ativos e aplicaes, excludos os depsitos internanceiros: 20% do valor de resgate, na data de vencimento do prazo original dos ttulos. As quantias excedentes aos limites xados receberam tratamento idntico ao dispensado aos depsitos vista e s cadernetas de poupana; l) restringiu a presena do Estado na economia, por meio da desregulamentao e de programa de privatizao; m) determinou a incidncia do Imposto sobre Operaes de Crdito, Cmbio e Seguro, ou relativas a ttulos e valores mobilirios (IOF), em carter transitrio, sobre operaes de resgate de ttulos e valores mobilirios, transmisso de ouro e de aes negociadas em bolsa e saques em caderneta de poupana; n) os resgates das aplicaes com origem no identicada caram sujeitos ao pagamento de imposto de renda, alquota de 25%.

18 Finanas Pblicas

Plano Collor IIPresidente da Repblica: Fernando Affonso Collor de Mello Ministro da Fazenda: Zlia Maria Cardoso de Mello Presidente do Banco Central: Ibrahim Eris Legislao bsica: Medidas Provisrias n 294 e n 295, de 31.1.1991, convertidas, respectivamente, nas Leis n 8.177 e n 8.178, de 1.3.1991. Principais providncias: a) determinou que os preos de bens e servios praticados em 30.1.1991 somente poderiam ser majorados mediante prvia e expressa autorizao do Ministrio da Fazenda; b) estabeleceu regras para que os salrios do ms de fevereiro de 1991, exceto os vencimentos, soldos e demais remuneraes e vantagens pecunirias de servidores pblicos civis e militares da administrao pblica federal direta, autrquica e fundacional, e as rendas mensais de benefcios pagos pela Previdncia Social ou pelo Tesouro Nacional, respeitado o princpio da irredutibilidade salarial, fossem reajustados com base no salrio mdio dos ltimos doze meses. Os vencimentos dos servidores pblicos, civis e militares, bem como a remunerao paga a pensionistas, foram reajustados em 9,36% no ms de fevereiro de 1991. A poltica salarial, no perodo de 1 de maro a 31 de agosto de 1991, compreenderia, exclusivamente, a concesso de abonos; c) deniu regras determinando que as obrigaes contratuais e pecunirias constitudas no perodo de 1.9.1990 a 31.1.1991, sem clusula de reajuste ou com clsula de correo monetria prefixada, ficariam sujeitas a deacionamento, no dia do vencimento, mediante o uso de tablita; d) criou a Taxa Referencial (TR) de acordo com metodologia divulgada pelo Conselho Monetrio Nacional (CMN), como instrumento de remunerao das aplicaes nanceiras de curto prazo. Foi xado prazo de sessenta dias para que o CMN denisse metodologia de clculo da TR; e) extingiu, a partir de 1.2.1991, o Bnus do Tesouro Nacional Fiscal BTN scal e o Bnus do Tesouro Nacional BTN (institudos, respectivamente, pelas Leis n 7.777, de 19.6.1989, e n 7.799, de 10.7.1989), o Maior Valor de Referncia (MVR), as operaes de overnight para pessoas fsicas e jurdicas no-nanceiras, a correo monetria, o ndice de Reajuste de Valores Fiscais (IRVF) e o ndice da Cesta Bsica (ICB); f) criou a Nota do Tesouro Nacional (NTN), a ser emitida, respeitados a autorizao concedida e os limites xados na lei oramentria, bem como em seus crditos adicionais, com a nalidade de prover o Tesouro Nacional de recursos necessrios manuteno do equilbrio oramentrio ou para a realizao de operaes de crdito por antecipao de receita.

Planos e Programas

19

Programa de Ao Imediata (PAI)Presidente da Repblica: Itamar Augusto Cautiero Franco Ministro da Fazenda: Fernando Henrique Cardoso Presidente do Banco Central: Francisco Roberto Andr Gros Principais providncias: a) reviso da lei oramentria de 1993, mediante cortes de US$6 bilhes nos gastos; b) elevao da receita pblica, no s mediante solues transitrias como a criao do Imposto Provisrio sobre Movimentao Financeira (IPMF), mas por meio do aperfeioamento dos instrumentos de combate sonegao e de scalizao; c) regularizao dos pagamentos dos tesouros estaduais e municipais, relativos a suas dvidas vencidas com a Unio, cujo montante alcanava a cifra de US$40 bilhes; d) reforo do controle e da scalizao sobre os bancos estaduais com o objetivo de impedir que eles funcionem como agentes nanciadores de seus respectivos tesouros; e) extenso, ao sistema nanceiro ocial, do dispositivo da lei do colarinho branco, que pune com dois a seis anos de recluso os administradores de instituies nanceiras que concederem emprstimo aos prprios acionistas controladores ou a empresas por eles controladas; f) saneamento dos bancos federais, por meio da redenio de suas funes, visando eliminao de duplicidade e concorrncia recproca predatria, ao enxugamento de sua estrutura, bem como maior autonomia ao Banco Central para controlar e scalizar a atuao desses bancos; g) acelerao e ampliao das fronteiras do Programa Nacional de Desestatizao (PND), para dar continuidade ao processo de redenio do papel do Estado e ao equacionamento dos desequilbrios nanceiros do setor pblico.

20 Finanas Pblicas

Plano Real1Presidente da Repblica: Itamar Augusto Cautiero Franco Ministro da Fazenda: Rubens Ricpero Presidente do Banco Central: Pedro Sampaio Malan Legislao bsica: Medida Provisria n 542, de 30.6.1994, convertida na Lei n 9.069, de 29.6.1995. Principais providncias: a) alterao do padro monetrio, de cruzeiro real para real (R$1,00 = CR$2.750,00), a partir de 1.7.1994; b) reduo das alquotas do IOF incidentes sobre as operaes a que se refere a Lei n 8.033, de 12.4.1990: b.1) de 8% para zero, na transmisso ou resgate de ttulos e valores mobilirios, pblicos e privados, inclusive de aplicaes de curto prazo; b.2) de 25% para zero, na transmisso de aes de companhias abertas; b.3) de 20% para zero, nos saques efetuados em cadernetas de poupana; b.4) de 35% para 15%, na transmisso de ouro e transmisso ou resgate de ttulo representativo de ouro; c) interrupo, at 31.12.1994, da converso dos tributos pela Unidade Fiscal de Referncia (Ur), desde que fossem pagos nos prazos originais previstos na legislao tributria. No caso de impostos e contribuies pagas indevidamente, cou assegurada a compensao ou restituio com base na variao da Ur calculada a partir da data do pagamento; d) extino da Ur diria, a qual passou a ser xada trimestralmente, alm de atrelar a variao das unidades scais estaduais Ur; e) permisso para deduo nos contratos do setor pblico sem clusula de atualizao monetria entre a data nal do perodo de adimplemento da obrigao e a data da exigibilidade do pagamento, da expectativa de inao relativamente a esse prazo. Se o contrato no mencionasse explicitamente a expectativa inacionria, seria adotado o ndice Geral de Preos Disponibilidade Interna (IGP-DI), aplicado pro rata tempore relativamente ao prazo previsto para o pagamento. Nos contratos em que houvesse clusula de atualizao monetria, poderia ser aplicada a devida deduo;1/ A rigor, o Plano Real iniciou-se com a criao do Fundo Social de Emergncia (FSE) (Emenda Constitucional de Reviso n 1, de 1.3.1994), pelo qual desvinculava receitas da Unio e permitia a realizao de gastos com o custeio das aes do sistema de sade, benefcios previdencirios e auxlios assistenciais de prestao continuada. O FSE foi aprovado para vigorar no binio 1994-1995. Viabilizada a primeira etapa do plano, o Governo criou a Unidade Real de Valor (URV) para servir como padro de valor monetrio, integrando, temporariamente, com o cruzeiro real, o Sistema Monetrio Nacional. Baseada em estimativas de trs ndices de preos, seu uso permitiu melhor sincronia entre os preos, facilitando a transio para a nova moeda.

Planos e Programas

21

f) determinao de que as dotaes constantes no Oramento Geral da Unio (OGU), com as modicaes propostas, seriam corrigidas para preos mdios de 1994 mediante aplicao, sobre os valores expressos a preos de abril de 1993, do multiplicador 66,8402, e ento convertidas em real em 1 de julho de 1994; g) suspenso, at 30 de junho de 1995: g.1) da concesso de avais e quaisquer outras garantias, para qualquer m, pelo Tesouro Nacional; g.2) da aprovao de novos projetos nanciados no mbito da Comisso de Financiamento Externo (Coex); g.3) da abertura de crditos especiais ao OGU; g.4) da converso, em ttulos pblicos federais, de crditos oriundos da Conta de Resultado a Compensar (CRC), de acordo com as Leis n 8.632/1993 e n 8.724/1993; g.5) da colocao de qualquer ttulo ou obrigao no exterior; g.6) da contratao de novas operaes de crdito interno ou externo, exceto operaes para amortizao do principal corrigido da dvida interna ou externa, ou referente a operaes mercantis; h) determinao para que os resultados positivos do Banco Central passassem a ser recolhidos semestralmente ao Tesouro Nacional, at o dia dez do ms subseqente ao da apurao. Os primeiros preos a serem convertidos para a URV, em maro de 1994, foram os salrios, os benefcios da seguridade social e os contratos envolvendo o setor pblico, no ocorrendo qualquer tipo de interveno nos mecanismos de formao dos preos dos bens e servios. No mercado nanceiro, a transio para a URV foi gradual. Em primeiro lugar, o CMN autorizou a negociao de contratos nos mercados de futuros e o desconto de duplicatas, ambos em URV. Concomitantemente, foi autorizada a contratao de operaes ativas das instituies nanceiras, em URV, com exceo do crdito rural e do Sistema Financeiro da Habitao (SFH), que permaneceram seguindo regras prprias. Em seguida, foi iniciada a emisso de instrumentos nanceiros privados, em URV, como os Certicados de Depsitos Bancrios (CDB), debntures e fundos de renda xa de curto prazo. Nas operaes comerciais, a URV foi adotada espontaneamente. A partir de 1 de julho de 1994, iniciou-se a ltima fase de implementao do Plano Real, com a converso, ao par, para reais, dos preos e contratos expressos em URV. Os preos e contratos remanescentes em cruzeiros reais foram convertidos, respeitadas as orientaes especcas de cada contrato, taxa de CR$2.750,00 por R$1,00 (um real).

22 Finanas Pblicas

Plano Real (medidas complementares)Presidente da Repblica: Fernando Henrique Cardoso Ministro da Fazenda: Pedro Sampaio Malan Presidente do Banco Central: Gustavo Jorge Laboissirre Loyola Legislao bsica: Medida Provisria n 1.053, de 30.6.1995 (convertida na Lei n 10.192, de 14.2.2001). Principais providncias: a) extino, a partir de 1.7.1995, das unidades monetrias de conta, de qualquer natureza, tais como unidades usadas na prestao de servios (unidade taximtrica, coeciente de honorrios cobrado pelos prossionais de sade etc.). A extino tambm abrangeu, a partir de 1.1.1996, as unidades scais adotadas por estados e municpios (UPDF, Uferj, Unif etc.); b) mudana na periodicidade de correo da Ufir, passando a ser atualizada trimestralmente em 1995 e semestralmente a partir de 1996; c) permisso do uso da Ur pelos estados e municpios, em substituio s respectivas unidades monetrias de conta e unidades scais extintas, desde que nas mesmas condies e periodicidade adotadas pela Unio; d) correo de salrios pela variao do ndice de Preos ao Consumidor Restrito (IPC-r) (entre a ltima data-base e o ms de junho de 1995), na primeira data-base da categoria, a partir de 1 de julho de 1995, e adoo da livre negociao coletiva para os reajustes subseqentes; e) extino do IPC-r, a partir de 1 julho de 1995; f) criao da Taxa Bsica Financeira (TBF), para ser utilizada exclusivamente como base de remunerao de operaes realizadas no mercado nanceiro, de prazo igual ou superior a sessenta dias.

Planos e Programas

23

Programa de Estabilidade Macroeconmica 1999/2001Presidente da Repblica: Fernando Henrique Cardoso Ministro da Fazenda: Pedro Sampaio Malan Presidente do Banco Central: Gustavo H.B. Franco Legislao bsica: Emendas Constitucionais n 20, de 15.12.1998, n 21, de 18.3.1999, e n 27, de 21.3.2000; Leis n 9.703, de 17.11.1998, n 9.717 e n 9.718, de 27.11.1998, n 9.732, de 11.12.1998, n 9.779, de 19.1.1999, n 9.789, de 23.2.1999, n 9.801, de 14.6.1999, n 9.876, de 26.11.1999, e n 9.962, de 22.2.2000; Medida Provisria n 2.158-35, de 24.8.2001 (originria da Medida Provisria n 1.807-2, de 25.3.1999); Decretos n 2.913, de 29.12.1998, e n 2.983, de 5.3.1999; e Portarias do Ministrio da Fazenda n 348, de 30.12.1998, e n 22, de 3.3.1999. Principais providncias: o Programa de Estabilidade Macroeconmica, anunciado em outubro de 1998, baseou-se em trs pilares fundamentais: aprofundamento do programa de consolidao scal Programa de Estabilidade Fiscal, adoo de uma poltica monetria baseada em metas inacionrias e realizao de progressos adicionais na transformao estrutural da economia. Em relao poltica estrutural, o objetivo do Programa foi intensicar os avanos nas seguintes reas: aprovao da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), ampliao do programa de privatizao, consolidao da legislao relacionada com a implantao da reforma da previdncia e com os fundos privados de penso, e aprovao da reforma tributria com vistas ao aprimoramento do ineciente sistema de tributao indireta. O Programa de Estabilidade Macroeconmica foi criado com o objetivo de reverter o quadro das contas pblicas. Em sua primeira verso, a meta era obter supervits primrios (consolidao dos trs nveis de governo) correspondentes a 2,6% do Produto Interno Bruto (PIB) em 1999, 2,8% em 2000 e 3% em 2001. Na esfera do Governo Central (Tesouro Nacional, Previdncia Social e Banco Central), a meta era gerar supervits primrios equivalentes a 1,8% do PIB em 1999, 2% em 2000 e 2,3% em 2001, o que iria requerer do Governo a execuo de um esforo scal, combinando corte de despesas e aumento de receitas, capaz de gerar recursos adicionais no montante de R$28 bilhes em1999, R$33 bilhes em 2000 e R$39,4 bilhes em 2001. As aes implementadas na consecuo do esforo scal foram divididas em quatro grupos:

24 Finanas Pblicas

a) medidas de natureza estrutural, envolvendo a reforma da Previdncia Social (EC n 20, de 15.12.1998), a regulamentao da reforma administrativa e a prorrogao do Fundo de Estabilizao Fiscal (FEF), cuja vigncia expiraria em 31.12.1999. Quanto regulamentao da reforma administrativa, j foram aprovados os seguintes normativos: Lei n 9.801, de 14.6.1999, que estabelece normas gerais para a perda de cargo pblico por excesso de despesa; e Lei n 9.962, de 22.2.2000, que disciplina o regime de emprego pblico na esfera da administrao federal direta, autrquica e fundacional. Relativamente ao FEF, foi substitudo por novo mecanismo, denominado Desvinculao de Recursos da Unio (DRU), para vigorar no perodo de 2000 a 2003 (Emenda Constitucional n 27, de 21.3.2000); b) reduo das despesas correntes e de capital conta do oramento da Unio, em valor equivalente a 20% das despesas passveis de corte no OGU (Lei n 9.789, de 23.2.1999); c) reduo do dcit previdencirio, mediante elevao da contribuio dos funcionrios ativos da Unio e cobrana da contribuio para os inativos e pensionistas civis. Lei nesse sentido foi aprovada pelo Congresso Nacional (Lei n 9.783, de 28.1.1999), mas em outubro de 1999 foi julgada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Aps esse fato, o Governo encaminhou ao Congresso Nacional proposta de emenda constitucional que dispe sobre a contribuio social do servidor pblico aposentado e do pensionista, bem como dos militares dos estados, do Distrito Federal e dos territrios e de seus pensionistas. Com a aprovao da Lei n 9.876, de 26.11.1999, foi alterado o clculo para a concesso do benefcio dos trabalhadores do setor privado; d) elevao das receitas, mediante: d.1) aumento da alquota da Contribuio para Financiamento da Seguridade Social (Cons), de 2% para 3%, a partir de 1.2.1999 e extenso da incidncia s instituies nanceiras e elevao da alquota do IOF nas operaes de seguro para 25% (Lei n 9.718, de 27.11.1998). At ento, o segmento de seguros era uma exceo norma geral que estabelecia o IOF mximo de 25%, com alquotas de 2% para as operaes de seguro de vida e 4% para as demais operaes de seguro; d.2) restabelecimento da cobrana da Contribuio Provisria sobre Movimentao ou Transmisso de Valores e de Crditos e Direitos de Natureza Financeira (CPMF), de 17.6.1999 at 16.6.2002, com elevao da alquota de 0,20% para 0,38% nos primeiros doze meses e para 0,30% nos 24 meses restantes (EC n 21, de 18.3.1999); d.3) incorporao dos depsitos judiciais e extrajudiciais administrados pela Secretaria da Receita Federal e pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) receita tributria da Unio (Lei n 9.703, de 17.11.1998). Em maro de 1999, as metas do Programa de Estabilidade Fiscal foram alteradas, de modo a serem adaptadas ao novo regime de livre utuao cambial, que

Planos e Programas

25

passou a vigorar a partir de janeiro de 1999. Assim, as metas de supervit primrio para o setor pblico consolidado passaram a ser de 3,1% do PIB em 1999, 3,25% em 2000 e 3,35% em 2001, enquanto o supervit primrio do Governo Federal deveria alcanar, pelo menos, 2,3% do PIB em 1999. Outras medidas de carter complementar foram aprovadas dentro do Programa de Estabilidade Macroeconmica, como o caso da Lei Geral da Previdncia Pblica (Lei n 9.717, de 27.11.1998), que dispe sobre as regras gerais para a organizao e o funcionamento dos regimes prprios de previdncia social dos servidores da Unio, dos estados e dos municpios e dos militares dos estados e do Distrito Federal. Alm disso, foi aprovado normativo redenindo o conceito de entidade lantrpica e o limite de iseno da contribuio previdenciria a que far jus, bem como elevando as alquotas de contribuio para as empresas que expem o trabalhador a situaes de risco e/ou insalubridade (Lei n 9.732, de 11.12.1998). Por meio das Portarias Interministeriais Minifaz/Minas e Energia n 320 a n 323, de 30.11.1998, foi promovida a desregulamentao do setor de combustveis. O atraso na aprovao de algumas medidas do ajuste scal prorrogao da CPMF e instituio da contribuio dos inativos levou o governo a adotar, em dezembro de 1998, as seguintes medidas compensatrias: a) elevao de 0,38 ponto percentual na alquota do IOF, a partir de 24.1.1999, com validade at a data de reincio da cobrana da CPMF (17.6.1999), e incluso do valor de aquisio de quotas de fundos de investimento na base de clculo do imposto (Decreto n 2.913, de 29.12.1998, e Portaria Minifaz n 348, de 30.12.1998); b) reduo da alquota da Contribuio Social sobre o Lucro Lquido (CSLL) a cargo das instituies nanceiras, de 18% para 8% (mesma alquota cobrada das demais pessoas jurdicas), a partir de 1.1.1999, com validade at 30.4.1999. A partir de 1 de maio, passou a vigorar uma alquota de 12%, vigente para todas as pessoas jurdicas. Em maro de 1999, foram implementadas as seguintes medidas adicionais, visando a: a) ganhos de receita: a.1) alterao na forma de aplicao da alquota adicional do IOF (0,38%), por meio da Portaria Minifaz n 22, de 3.3.1999; a.2) suspenso do crdito presumido do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) a ttulo de ressarcimento da Cofins e da Contribuio para o Programa de Integrao Social/Programa de Formao do Patrimnio do Servidor Pblico (PIS/Pasep) incidentes sobre os produtos destinados exportao (Medida Provisria n 1.807-2, de 25.3.1999); a.3) aumento no preo dos combustveis (Portarias Interministeriais n 25 a n 29, de 9.3.1999);

26 Finanas Pblicas

b) cortes de despesas: b.1) reduo de gastos com pessoal mediante a suspenso de concursos pblicos, de nomeaes e da correo de curvas e de progresses; e extino do adicional por tempo de servio de que trata a Lei n 8.112/1990 (Decreto n 2.983, de 5.3.1999, e Medida Provisria n 1.815, da mesma data). Por ltimo, cabe mencionar a aprovao da LRF (Lei Complementar n 101, de 4.5.2000), que estabelece normas de nanas pblicas voltadas para a responsabilidade na gesto scal. Entre as medidas relacionadas com o Programa de Estabilizao, dependem ainda de aprovao pelo Congresso Nacional a reforma tributria e projetos de lei que dispem sobre o regime de previdncia privada.

Planos e Programas

27

Captulo II Outros planos e programasPlano Plurianual (PPA)Legislao bsica: art. 165 da Constituio Federal; Decreto n 2.829, de 29.10.1998; e leis ordinrias aprovadas pelo Congresso Nacional. Principais caractersticas: o PPA estabelece diretrizes, objetivos e metas da administrao pblica federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de durao continuada. O PPA tem durao de quatro anos. Inicia-se no segundo ano do mandato presidencial e termina ao nal do primeiro ano do mandato subseqente. O PPA para o quadrinio 2004/2007 foi aprovado pela Lei n 10.933, de 11.8.2004. Para a elaborao e execuo dos Planos Plurianuais e dos oramentos da Unio, a partir do exerccio nanceiro de 2000, toda ao nalstica do Governo Federal dever ser estruturada em programas orientados para a consecuo dos objetivos estratgicos denidos para o perodo do PPA. Entende-se por ao nalstica aquela que proporciona bem ou servio para atendimento direto a demandas da sociedade. Cada programa dever conter: objetivo, rgo responsvel, valor global, prazo de concluso, fonte de nanciamento, indicador que identique a situao que o programa tenha por m modicar, metas correspondentes aos bens e servios necessrios para atingir o objetivo, aes no integrantes do OGU necessrias consecuo do objetivo e regionalizao das metas por estado.

Programa Bolsa FamliaLegislao bsica: Lei n 10.836, de 9.1.2004; Decreto n 5.209, de 17.9.2004; e Decreto n 5.749, de 12.4.2006. Comentrios: o Programa Bolsa Famlia, institudo pela Lei n 10.836/2004, destina-se transferncia direta de renda, com condicionalidades, s famlias em situao de pobreza (com renda mensal por pessoa de R$60,01 a R$120,00) e de extrema pobreza (com renda mensal por pessoa de at R$60,00). O Programa tem como nalidades: a) a promoo de alvio imediato da pobreza; b) o exerccio de direitos sociais bsicos nas reas de sade e educao, por meio do cumprimento das condicionalidades impostas aos benecirios; e

Planos e Programas

29

c) a incluso em programas complementares, que visam ao desenvolvimento das famlias e superao das condies de vulnerabilidade e pobreza. So exemplos de programas complementares: programas de gerao de trabalho e renda, de alfabetizao de adultos, de fornecimento de registro civil e demais documentos. O Bolsa Famlia prev a unicao dos Programas Bolsa Escola, Bolsa Alimentao, Auxlio Gs e Carto Alimentao, chamados "programas remanescentes". Os valores pagos pelo Programa Bolsa Famlia variam de R$18,00 a R$112,00, de acordo com a renda mensal por pessoa da famlia e o nmero de crianas, gestantes e nutrizes. No caso de famlias que migraram de programas remanescentes, o valor do benefcio pode ser maior, tendo como base o valor recebido anteriormente. Os benefcios nanceiros esto classicados em dois tipos, de acordo com a composio familiar: a) bsico: no valor de R$58,00, concedido s famlias com renda mensal de at R$60,00 por pessoa, independentemente da composio familiar; e b) varivel: no valor de R$18,00, para cada criana ou adolescente de at 15 anos, no limite nanceiro de at R$54,00, equivalente a trs lhos por famlia. Existe, ainda, o benefcio varivel de carter extraordinrio, concedido s famlias dos "programas remanescentes" cuja migrao para o Bolsa Famlia implique perdas nanceiras. Nessas situaes, o valor do benefcio calculado caso a caso e possui prazo de prescrio. Ao entrarem no Bolsa Famlia, as benecirias comprometem-se a cumprir as condicionalidades do Programa nas reas de sade e educao. Em relao sade (Portaria MS/MDS n 2.509, de 18 de novembro de 2004): a) para as famlias com crianas at 7 anos: levar as crianas para vacinao e manter atualizado o calendrio de vacinas; levar as crianas para pesar, medir e serem examinadas conforme o calendrio do Ministrio da Sade; b) para as gestantes e mes que amamentam: participar do pr-natal; continuar o acompanhamento aps o parto, de acordo com o calendrio do Ministrio da Sade e levando sempre o carto da gestante; participar das atividades educativas desenvolvidas pelas equipes de sade sobre aleitamento materno e alimentao saudvel.

30 Finanas Pblicas

Em relao educao (Portaria MEC/MDS n 3.789, de 17 de novembro de 2004): a) matricular crianas e adolescentes de 6 a 15 anos na escola; b) garantir a freqncia mnima de 85% das aulas a cada ms. Caso o aluno necessite faltar, a escola dever ser informada do motivo da ausncia; c) informar ao gestor do Programa sempre que alguma criana mudar de escola, para que o acompanhamento da freqncia possa continuar sendo feito.

Programa Comunidade SolidriaLegislao bsica: Decretos n 1.366, de 12.1.1995, e n 2.999, de 25.3.1999. Principais caractersticas: o Comunidade Solidria um programa criado com o objetivo de mobilizar esforos do Governo e da sociedade para melhorar a qualidade de vida dos segmentos mais pobres da populao. Somando esforos, Governo e sociedade procuram gerar recursos humanos, tcnicos e nanceiros para agir ecientemente no combate pobreza. Por isso, a proposta do programa baseia-se no princpio da parceria do Governo Federal com estados e municpios, realizada pela Secretaria Executiva do Programa, e da parceria das aes governamentais com as iniciativas geradas pela sociedade civil, uma atribuio do Conselho Consultivo. O Programa Comunidade Solidria composto de um Conselho Consultivo, formado por 21 membros da sociedade e dez Ministros de Estado da rea social, e de uma Secretaria Executiva. Ao Conselho Consultivo cabe mobilizar a sociedade civil, potencializar suas iniciativas, divulgar experincias bem-sucedidas e promover parcerias entre os vrios segmentos sociais. Secretaria Executiva cabe coordenar e acompanhar o desenvolvimento, nas reas de maior concentrao de pobreza no Pas, de um conjunto de programas governamentais nos setores de sade, educao e alimentao. A Secretaria um instrumento de articulao. No executa diretamente os programas, no assina convnios e no transfere recursos. Essas atividades continuam a cargo dos Ministrios Setoriais. A atuao da Secretaria Executiva abrange um conjunto de programas que formam a Agenda Bsica. Esta composta de dezesseis programas federais executados por cinco ministrios: Agricultura e Abastecimento, Educao e Desporto, Planejamento e Oramento, Sade e Trabalho, e articulados em seis reas:

Planos e Programas

31

a) b) c) d)

reduo da mortalidade na infncia; suplementao alimentar; apoio ao ensino fundamental e pr-escola; gerao de ocupao e renda e qualicao prossional Programa de Gerao de Renda (Proger); e) saneamento e habitao; f) fortalecimento da agricultura familiar Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). O combate pobreza feito mediante: a) a coordenao da implantao do conjunto de programas Agenda Bsica, selecionados segundo sua capacidade de impactar favoravelmente nas condies de vida dos mais pobres de todo o Pas; b) a promoo de uma ao concentrada nos municpios mais carentes de cada estado os bolses de pobreza , alvos da ao prioritria da Comunidade Solidria; c) a construo de parcerias envolvendo os diferentes nveis de Governo e a sociedade visando potencializar os resultados e aportar os recursos adicionais ao esforo nacional de enfrentamento da misria. A rede do Programa Comunidade Solidria est assim formada: a) Conselho Consultivo da Comunidade Solidria; b) Secretaria Executiva da Comunidade Solidria; c) Interlocutores ministeriais da Comunidade Solidria; d) Interlocutores estaduais da Comunidade Solidria; e) Interlocutores municipais da Comunidade Solidria; f) Instituies da sociedade e organismos internacionais. So diversos os instrumentos que possibilitam e estimulam o funcionamento da rede do Programa Comunidade Solidria. Entre eles, tm-se: a) utilizao de critrios tcnicos e transparentes para seleo dos municpiosalvo da ateno especial do Programa Comunidade Solidria; b) implementao de instrumentos legais, destacando-se: b.1) as Leis de Diretrizes Oramentrias (LDO) que vm isentando, desde 1996, de contrapartidas nanceiras os municpios prioritrios da Comunidade Solidria; b.2) a Medida Provisria n 1.542-22 (convertida na Lei n 10.522, de 19.7.2002), que suspendeu, at 31.12.1997, para todos os municpios do Pas as inadimplncias de estados e municpios. Essa MP estabeleceu, tambm, que at 31.12.1997 os estados, o Distrito Federal e os municpios cam dispensados da apresentao de certides exigidas em leis, decretos e outros normativos; b.3) a Medida Provisria n 1.571, de 1.4.1997 (convertida na Lei n 9.639, de 25.5.1998), que facilita a regularizao das dvidas oriundas das

32 Finanas Pblicas

contribuies sociais e outras importncias devidas ao INSS pelos estados, Distrito Federal e municpios e pelas entidades e hospitais integrantes do Sistema nico de Sade (SUS) ou com este contratados ou conveniados. Os municpios prioritrios do Programa Comunidade Solidria receberam tratamento especial. O art. 3 da Lei n 9.639 determina que os municpios com at 20 mil habitantes podero reduzir o nvel de comprometimento com recursos do Fundo de Participao dos Municpios (FPM), para regularizao das dvidas, em at seis pontos percentuais (de 9% para 3%), e os municpios com populao entre 20 mil e 30 mil habitantes, em at trs pontos percentuais (de 9% para 6%).

Programa de Acelerao do Crescimento (PAC)Legislao bsica: Leis n 11.457, de 16.3.2007; n 11.474, de 15.5.2007; n 11.477, de 2007; n 11.478, de 29.5.2007; n 11.482, de 31.5.2007; n 11.483, de 2007; n 11.484, de 31.5.2007; n 11.485, de 13.6.2007; n 11.488, de 15.6.2007; n 11.491, de 20.6.2007; n 11.503, de 2007; n 11.517, de 2007; n 11.537, de 2007; n 11.544, de 2007; n 11.578, de 2007; e n 11.610, de 2007; Decretos n 6.018, de 22.1.2007; n 6.019, de 22.1.2007; n 6.020, de 22.1.2007; n 6.021, de 22.1.2007; n 6.022, de 22.1.2007; n 6.023, de 22.1.2007; n 6.024, de 22.1.2007; n 6.025, de 22.1.2007; n 6.326, de 2007; O PAC consiste em um conjunto de medidas, anunciadas pelo governo em 22.1.2007, com o objetivo de incentivar o investimento privado, aumentar o investimento pblico em infra-estrutura e remover obstculos (burocrticos, administrativos, normativos, jurdicos e legislativos) ao crescimento da economia. As medidas que compem o PAC esto organizadas em cinco blocos: I Investimentos em infra-estrutura Aparecem como um dos pontos centrais do PAC, a m de estimular um crescimento mais consistente da economia. O volume de recursos, estimado em torno de R$500 bilhes ao longo dos prximos quatro anos, ter origem, fundamentalmente, no oramento da Unio e nas empresas estatais. Os vrios projetos anunciados contemplam o fornecimento de energia, infraestrutura de transportes em geral, saneamento bsico, habitao popular e infra-estrutura urbana, a saber:

Planos e Programas

33

a) elevao do montante de recursos destinados aos investimentos amparados pelo Projeto Piloto de Investimento (PPI) em 2007, de 0,2% do PIB (R$4,6 bilhes) para 0,5% do PIB (R$11,3 bilhes). Alm desse montante, o PAC destinou mais R$4,5 bilhes em investimentos para 2007, totalizando R$15,8 bilhes. Os investimentos contam ainda com mais R$8,7 bilhes de outras fontes; b) investimentos em infra-estrutura logstica, energtica e social, no total de R$503,9 bilhes no perodo de 2007-2010, sendo R$67,8 bilhes nanciados pelos Oramentos Fiscal e da Seguridade e R$436,1 bilhes nanciados pelas estatais federais e demais fontes. II Estmulo ao crdito e ao nanciamento O foco do programa est no crdito produtivo de longo prazo, com nfase nas reas habitacional e de infra-estrutura, conforme as medidas apresentadas a seguir: a) concesso pela Unio de crdito Caixa Econmica Federal (CEF), no valor de R$5,2 bilhes, para aplicao em saneamento bsico e habitao popular (Medida Provisria n 347, de 22.1.2007); b) ampliao do limite de crdito do setor pblico para investimentos em saneamento ambiental e habitao, no valor de R$7,0 bilhes (Resoluo n 3.438, de 23.1.2007, do CMN); c) criao do Fundo de Investimento em Infra-Estrutura com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Servio (FGTS), no valor de R$5,0 bilhes (Medida Provisria n 349, de 22.1.2007). Os setores contemplados pelo Fundo sero os de energia, rodovia, ferrovia, porturio e saneamento; d) elevao da liquidez do Fundo de Arrendamento Residencial (FAR) (Medida Provisria n 350, de 22.1.2007). Esse Fundo foi criado exclusivamente para operacionalizar o Programa de Arrendamento Residencial (PAR), voltado para a populao de baixa renda; e) reduo da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), principal referncia para nanciamento de investimentos de longo prazo efetuados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econmico e Social (BNDES); f) reduo dos spreads do BNDES para infra-estrutura, logstica e desenvolvimento urbano: essa medida reduz o custo nanceiro de projetos em infra-estrutura, especialmente nos setores de energia, ferrovias, rodovias, aeroportos, portos, transporte urbano integrado e saneamento ambiental. III Melhora do ambiente de investimento a) Regulamentao do artigo 23 da Constituio Federal, que dispe sobre competncia ambiental (Projeto de Lei Complementar PLP-388/2007, em tramitao no Congresso Nacional);

34 Finanas Pblicas

b) marco legal das Agncias Reguladoras denio de competncias (PL-3.337/2004, em tramitao no Congresso Nacional); c) lei do gs natural elevao de investimentos (Projeto de Lei Ordinria do Executivo PL-6.673/2006, em tramitao no Congresso Nacional); d) reestruturao do Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrncia (Projeto de Lei Ordinria do Executivo PL-5.877/2005, em tramitao no Congresso Nacional); e) aprovao do marco regulatrio para o setor de saneamento (Lei n 11.445, de 5.1.2007); f) abertura do mercado de resseguros (Lei Complementar n 126, de 15.1.2007); g) recriao da Superintendncia de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) e da Superintendncia de Desenvolvimento da Amaznia (Sudam) (Leis Complementares n 124 e n 125, de 3.1.2007). IV Desonerao e aperfeioamento do Sistema Tributrio a) Recuperao acelerada dos crditos do PIS e da Cons em edicaes reduo de 25 anos para 24 meses (Medida Provisria n 351, de 22.1.2007); b) iseno do Imposto de Renda para rendimentos oriundos de aplicaes no Fundo de Investimento em Infra-Estrutura (Medida Provisria n 348, de 22.1.2007); c) suspenso da cobrana do PIS e da Cons em novos projetos de infra-estrutura (Medida Provisria n 351, de 22.1.2007); d) Programa de Incentivos ao Setor de TV digital iseno de IPI, PIS, Cons e Cide (Medida Provisria n 352, de 22.1.2007); e) Programa de Incentivos ao Setor de Semicondutores iseno de Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurdicas (IRPJ), IPI, PIS, Cons e Contribuio de Interveno no Domnio Econmico (Cide) (Medida Provisria n 352, de 22.1.2007); f) elevao, de R$2,5 mil para R$4,0 mil, do valor de microcomputadores isentos de tributo (Decreto n 6.023, de 22.1.2007); g) desonerao da compra de pers de ao reduo da alquota do IPI, de 5% para zero (Decreto n 6.024, de 22.1.2007); h) prorrogao, at 2008, do prazo para que empresas da construo civil possam recolher o PIS e a Cons pelo sistema de recolhimento cumulativo; i) aumento do prazo de recolhimento da contribuio previdenciria (do dia 2 para o dia 10) e do PIS/Cons (do dia 15 para o dia 20) (Medida Provisria n 351, de 22.1.2007); j) criao da Receita Federal do Brasil (PL-6.272/2005, em tramitao no Congresso Nacional); k) implantao do Sistema Pblico de Escriturao Digital e Nota Fiscal Eletrnica (projeto em curso, com previso para ser implantado num prazo de dois anos); l) retomada das discusses sobre a reforma tributria. 35

Planos e Programas

V Medidas scais de longo prazo a) Controle da expanso das despesas de pessoal nos trs nveis de governo: elevao da folha anual, de 2007 at 2016, no poder ultrapassar a variao do IPCA, acrescida de mais 1,5% (PLP-1/2007, em tramitao no Congresso Nacional); b) poltica de longo prazo de valorizao do salrio mnimo regras de reajuste at 2011(PL-1/2007, em tramitao no Congresso Nacional); c) melhora na gesto da Previdncia Social e combate a fraudes (PLS n 261/2005, em tramitao no Congresso Nacional); d) criao do Frum Nacional da Previdncia Social, para estudar mudanas no sistema da previdncia (Decreto n 6.019, de 22.1.2007); e) agilizao do processo licitatrio alterao da Lei n 8.666/1993 (PL-7.709/2007, em tramitao no Congresso Nacional); f) criao de Conselho Interministerial para estudar o aperfeioamento da governana corporativa nas Estatais (Decreto n 6.021, de 22.1.2007); g) extino de empresas estatais federais em processo de liquidao Rede Ferroviria Federal S.A. (RFFSA) e Companhia de Navegao do So Francisco (Franave) (Decreto n 6.020, de 22.1.2007); h) regulamentao de dispositivo constitucional que dispe sobre a previdncia complementar do servidor pblico federal (projeto de lei a ser encaminhado ao Congresso Nacional). Ressalta-se que, em dezembro/2006, foram aprovadas duas medidas: a Lei Complementar n 123, de 14.12.2006, que instituiu o Supersimples Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas para vigorar a partir de julho de 2007, reduzindo a arrecadao de tributos a cargo de micro e pequenas empresas, e a Medida Provisria n 340, de 29.12.2006, que adotou as seguintes providncias: a) corrigiu em 4,5% a tabela do Imposto de Renda das Pessoas Fsicas que ser adotada em relao aos fatos geradores ocorridos a partir de 1.1.2007, bem como os valores das dedues com dependentes e instruo. Alm disso, divulgou as tabelas que sero adotadas nos exerccios de 2008, 2009 e 2010, todas elas corrigidas em 4,5%, em relao ao exerccio precedente; b) estendeu at 2008 o prazo para utilizao do crdito relativo Contribuio Social sobre o Lucro Lquido (CSLL), razo de 25% sobre a depreciao contbil de mquinas e equipamentos novos incorporados ao ativo imobilizado e empregados em processo industrial do adquirente; c) reduziu para zero a alquota da CPMF nas operaes de crdito destinadas liquidao antecipada de dvida e simultnea abertura de nova linha de crdito, em instituio nanceira distinta, e na movimentao das chamadas contas-salrio, criadas exclusivamente para recebimento de salrios, proventos, soldos, vencimentos, aposentadorias, penses e similares;

36 Finanas Pblicas

d) promoveu modicaes na Lei n 6.194/1974, que dispe sobre o Seguro Obrigatrio de Danos Pessoais Causados por Veculos Automotores de Via Terrestre (DPVAT), de modo a vincular o valor da indenizao a ser paga ao valor da cobertura vigente poca da ocorrncia do sinistro; e) prorrogou at 31.12.2007 o prazo para que o Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (DNIT) possa utilizar recursos federais na recuperao de rodovias transferidas aos Estados; f) instituiu o parcelamento de dbitos relativos Taxa de Fiscalizao cobrada pela Comisso de Valores Mobilirios (CVM), permitindo reduo de 30% nas multas e juros legalmente exigveis; e g) prorrogou de 8.1.2007 para 8.1.2012 a no-incidncia do Adicional de Frete da Marinha Mercante sobre as mercadorias cuja origem ou destino nal sejam portos localizados nas Regies Norte e Nordeste do Pas, para as navegaes de cabotagem, interior uvial e lacustre.

Programa de Aperfeioamento dos Instrumentos de Atuao do Banco Central do Brasil junto ao Sistema Financeiro Nacional (Proat)O Programa est inserido no esforo de modernizao do Estado empreendido pelo governo brasileiro, e sua implementao conta com recursos do Banco Central do Brasil e do Banco Mundial, por meio de cooperao tcnica. O principal objetivo o aperfeioamento dos instrumentos utilizados pelo Banco Central do Brasil na superviso do Sistema Financeiro Nacional (SFN). O Programa foi concebido a partir da constatao da necessidade de acelerar a modernizao dos procedimentos de superviso bancria, atualizar os recursos de tecnologia e de informao e capacitar permanentemente os recursos humanos do Banco Central. Os componentes do Programa so: a) aperfeioamento da superviso bancria; b) treinamento de todos os recursos humanos do Banco; c) estudos para a viso estratgica do futuro do SFN; d) estudo de alternativas para soluo de ativos de instituies nanceiras em liquidao pelo Banco Central. A operao de emprstimo permite a implementao, de forma concentrada e imediata, de atividades que o Banco Central planejava executar a um prazo mais longo. Alm disso, a cooperao tcnica do Banco Mundial representa a possibilidade de intercmbio com outros pases, no que diz respeito a melhores prticas internacionais de superviso bancria.

Planos e Programas

37

Importante ressaltar que, nessa operao, o Governo Federal o muturio e o Banco Central, o executor. O benefcio direto a maior eccia do Banco Central no desempenho de sua funo de supervisionar o SFN. Quanto aos indiretos, pode-se destacar um aumento de credibilidade do nosso sistema nanceiro, o que signica reexos positivos na poupana interna, e ainda o benefcio de facilitar a insero das instituies nanceiras brasileiras no sistema nanceiro internacional. A gesto tem estrutura participativa e interdepartamental. O Comit Executivo constitudo pelo Secretrio-Executivo, Consultores de Diretoria, Procurador-Geral do Banco Central e representante do Ministrio da Fazenda responsvel pela superviso do Programa. Os projetos de cada componente so coordenados pelos respectivos departamentos responsveis, que em comits temticos elaboram o Plano Anual de execuo. A Secretaria de Projetos (Sepro) da Secre a unidade de coordenao do Programa. So suas atribuies o planejamento, o controle e o acompanhamento fsico-nanceiro dos projetos.

Programa de Apoio Reestruturao e ao Ajuste Fiscal dos Estados (Parafe)Legislao bsica: Lei n 10.195, de 14.2.2001; Portaria Minifaz n 289/1995; Resolues CMN n 2.2l7/1995 e n 2.218/1995; Votos CMN n 162/1995; n 122/1996; n 197/1996; n 9/1997; n 94/1997; n 108/1997; n 109/1997; n 111/1997; n 131/1997; e n 147/1997. Principais caractersticas: viabilizar a implementao de medidas que permitam aos estados alcanar o equilbrio oramentrio sustentvel. A estratgia do governo federal consiste em estabelecer condicionalidades, em termos de metas de equilbrio scal, em troca de ajuda nanceira aos estados, na forma de linhas de nanciamento. As condicionalidades abrangem: a) controle de reduo de despesa de pessoal; b) adeso a programas de privatizao, concesso de servios pblicos, reforma patrimonial e controle de estatais estaduais, mediante convnios com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econmico e Social (BNDES) e ministrios responsveis pelos servios a serem concedidos; c) aumento da receita, modernizao e melhoria dos sistemas de arrecadao, de controle do gasto e de gerao de informaes scais; d) compromisso de resultado scal mnimo, tomando-se como referncia o equilbrio primrio;

38 Finanas Pblicas

e) reduo e controle do endividamento estadual, valendo-se do auxlio do mecanismo de autoliquidez, que confere ao Tesouro Nacional o poder de reter parte das transferncias devidas aos estados para cobrir compromissos nanceiros assumidos quando da renegociao de seus passivos nanceiros, e da restrio a novas operaes de Antecipao de Receita Oramentria (ARO).

Programa de Arrendamento Residencial (PAR)Legislao bsica: Leis n 10.188, de 12.2.2001; n 10.859, de 14.4.2004; e n 11.474, de 15.5.2007; Decretos n 5.434, de 2005; n 5.435, de 26.4.2005; n 5.779, de 18.5.2006; e n 5.986, de 15.12.2006. Comentrios: o Programa de Arrendamento Residencial (PAR), institudo pela Lei n 10.188/2001, tem por objetivo propiciar moradia populao de baixa renda, sob a forma de arrendamento residencial com opo de compra. A Caixa Econmica Federal (CEF), a quem cabe a operacionalizao do PAR, cede a pessoas fsicas devidamente habilitadas o uso de imvel residencial adquirido com recursos do Fundo de Arrendamento Residencial (FAR), criado exclusivamente para atender s nalidades do Programa, mediante o pagamento de uma taxa mensal de arrendamento, por um perodo de quinze anos, com opo de compra ao nal do prazo contratado. So diretrizes do programa: o fomento oferta de unidades habitacionais e melhoria das condies do estoque de imveis existente; a promoo da melhoria da qualidade de vida das famlias beneciadas e a criao de novos postos de trabalho diretos e indiretos. Integram os recursos do FAR: a) os saldos disponveis dos seguintes Fundos e Programas em extino: Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Social (FAS), criado pela Lei n 6.168, de 9.12.1974; Fundo de Investimento Social (FINSOCIAL), criado pelo Decreto-Lei n 1.940, de 25.5.1982; Programa de Difuso de Tecnologia para Construo de Habitaes de Baixo Custo (PROTECH), criado pelo Decreto s/ n de 28.7.1993; Fundo de Desenvolvimento Social (FDS), a que se refere o Decreto n 103, de 22.4.1991; b) operaes de crdito contratadas com o Fundo de Garantia do Tempo de Servio (FGTS), na forma e condies disciplinadas pelo Conselho Curador do FGTS ; e

Planos e Programas

39

c) outros recursos a serem destinados ao Programa, includos pela Lei n 11.474, de 2007. O Programa atua nas capitais estaduais, regies metropolitanas e municpios com populao urbana superior a 100 mil habitantes, dotados de infra-estrutura bsica (gua, energia eltrica, esgoto sanitrio), alm de servios pblicos de transporte coletivo e coleta de lixo. Destina-se a famlias com rendimento mensal no superior a seis salrios mnimos, exceto nos casos de projetos voltados recuperao de empreendimentos e de realocao de grupos de famlias residentes em reas de risco. Sero tambm admitidas famlias com rendimento mensal de at oito salrios mnimos, nos casos de atendimento a profissionais da rea de segurana pblica, particularmente policiais civis e militares. As famlias beneciadas no podem ser proprietrias de imvel residencial e/ou detentoras de nanciamento habitacional em qualquer local do Pas. Cabe ao arrendatrio assumir todas as despesas e tributos incidentes sobre o imvel, bem como mant-lo em perfeitas condies de uso e conservao. O valor inicial da taxa de arrendamento do imvel igual a 0,7% do seu valor de aquisio, ou a 0,5%, caso a famlia arrendatria tenha renda mensal de at quatro salrios mnimos. A taxa reajustada anualmente pelo ndice de atualizao aplicado aos depsitos do FGTS, na data de aniversrio do contrato. O atraso no pagamento da taxa de arrendamento por mais de sessenta dias consecutivos acarretar a retomada imediata do imvel, sem direito devoluo dos valores pagos at ento.

Programa de Estmulo Reestruturao e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional (Proer)Legislao bsica: Medida Provisria n 1.179, de 3.11.1995, e respectivas reedies (convertida na Lei n 9.710, de 19.11.1998); Medida Provisria n 1.182, de 17.11.1995 (convertida na Lei n 9.447, de 14.3.1997); Resolues do CMN n 2.208, de 3.11.1995 (Voto CMN n 148/1995), e n 2.253, de 6.3.1996; Circulares do Banco Central n 2.633/1995, n 2.634/1995 e n 2.636/1995. Finalidade: o programa visa assegurar liquidez e solvncia ao SFN e resguardar os interesses dos depositantes e investidores, por meio do estmulo a reorganizaes administrativas, operacionais e societrias, previamente 40 Finanas Pblicas

autorizadas pelo Banco Central, que resultem na transferncia de controle acionrio ou na mudana de objeto social. Compreende, ainda, nanciamento a operaes vinculadas a passivos do governo federal, a perdas decorrentes de processo de saneamento, inclusive com desmobilizao de ativos de propriedade da instituio nanceira participante. Prev, tambm, a liberao de recursos do recolhimento compulsrio sobre depsitos vista para aquisio de CDB das instituies participantes do programa, a exibilizao do atendimento dos limites operacionais aplicveis s instituies nanceiras e o diferimento dos gastos decorrentes do processo de saneamento e reorganizao. A Lei n 9.447, de 14.3.1997, dispe sobre a responsabilidade solidria de controladores de instituies submetidas aos regimes de que tratam a Lei n 6.024, de 13.3.1974, e o Decreto-Lei n 2.321, de 25.2.1987 antes restritas aos administradores e, no prazo de doze meses, aos ex-administradores; sobre a indisponibilidade de seus bens; sobre a responsabilidade das empresas de auditoria contbil ou dos auditores contbeis independentes; sobre privatizao de instituies cujas aes sejam desapropriadas, na forma do Decreto-Lei n 2.321/1987, e d outras providncias.

Programa de Financiamento Exportao (Proex)Legislao bsica: Lei n 8.187, de 1.6.1991; Resoluo n 50, de 16.6.1993, do Senado Federal; e Resolues CMN n 1.998, de 30.6.1993 (Voto BCB-69/1993); n 2.214, de 29.11.1995; e n 2.224, de 20.12.1995. Finalidade: o Proex, sucedneo do Fundo de Financiamento Exportao (Finex), tem por objetivo atuar no nanciamento s exportaes de bens e servios, bem como conceder assistncia nanceira por meio da equalizao de taxas de juros, com a nalidade de facilitar a colocao de produtos brasileiros no exterior, principalmente de bens de capital. A assistncia nanceira do Proex consistir em: a) desconto de ttulos, no caso da exportao de bens; b) desconto de ttulos, no caso da exportao de servios a entidades estrangeiras do setor pblico; c) nanciamento, no caso da exportao de servios a entidades estrangeiras do setor pblico.

Planos e Programas

41

Programa de Fortalecimento das Instituies Financeiras (Proef)Legislao bsica: Medida Provisria n 2.196-3, de 24.8.2001 (originria da Medida Provisria n 2.155, de 22.6.2001). Finalidade: o Proef destina-se a promover ampla reestruturao dos bancos federais Banco do Brasil S.A. (BB), Banco do Nordeste S.A. (BNB), Banco da Amaznia S.A (Basa) e Caixa Econmica Federal (CEF) , visando maior transparncia nas suas contas. Isso implica que muitas das operaes realizadas por essas instituies passaro a ser explicitadas no Oramento da Unio. As principais providncias adotadas pela MP-2.155/2001 foram a