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BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO LARISSA GUIMARÃES MENDONÇA DE OLIVEIRA CENTRO DE ACOLHIMENTO, TRATAMENTO E REINTEGRAÇÃO DE ANIMAIS ABANDONADOS CATRAA CAMPOS DOS GOYTACAZES RJ 2016

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BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

LARISSA GUIMARÃES MENDONÇA DE OLIVEIRA

CENTRO DE ACOLHIMENTO, TRATAMENTO E REINTEGRAÇÃO DE

ANIMAIS ABANDONADOS – CATRAA

CAMPOS DOS GOYTACAZES – RJ

2016

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LARISSA GUIMARÃES MENDONÇA DE OLIVEIRA

CENTRO DE ACOLHIMENTO, TRATAMENTO E REINTEGRAÇÃO DE

ANIMAIS ABANDONADOS – CATRAA

Trabalho Final de Graduação apresentado

ao Instituto Federal de Educação, Ciência e

Tecnologia Fluminense Campus Campos -

Centro como requisito parcial para

graduação do Curso de Bacharelado em

Arquitetura e Urbanismo.

Orientadora: Prof.ª. Dr.ª Regina Coeli

Martins Paes Aquino

Campos dos Goytacazes/RJ

2016

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus por me guiar e sempre me abrigar em seu colo, não só

durante esta caminhada acadêmica, mas sim em todos os dias da minha vida. Com Ele nada é

impossível. Porque Dele, por Ele e para Ele são todas as coisas desta vida.

À minha família - pai, mãe e irmão - vocês são minha base e minhas referências. Muitas

eram as perguntas e muitas ainda são, mas a dedicação que vocês me proporcionaram fez com

que meus olhos se abrissem para o melhor caminho. Essa conquista é nossa.

Ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense - IFF, onde eu pude

passar grandes momentos e obter os melhores aprendizados que poderia receber.

À minha querida orientadora Regina Coeli M. P. Aquino. Sua dedicação,

disponibilidade, carinho e atenção foram essenciais para que eu conseguisse chegar até aqui.

Aos meus queridos professores do IFF que não fizeram somente papel de mestres, mas

muitas vezes de amigos. Sempre que precisei de conselhos, de uma conversa amiga, estavam

disponíveis e atenciosos.

E claro, não poderia deixar de agradecer às minhas amigas e toda a Arq6IFF - vocês

foram peças chaves para que essa caminhada se tornasse mais leve. Gratidão é o que sinto neste

momento.

Obrigada a todos que me ajudaram, de alguma forma, a chegar até aqui. Amo vocês.

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho à minha família e aos seres

mais puros da terra: os cães e os gatos.

Principalmente às cadelas que cruzaram a

minha vida e deixaram suas marcas registradas

em meu coração: Bella, Bellinha e Borinha -

com vocês eu aprendi o que é amar sem limites,

sem condições e nem julgamentos.

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RESUMO

Cada vez mais a relação do homem com o animal de estimação vem se estreitando, mas devido

à falta de conhecimento de muitos, essa relação acaba terminando em abandono. Por este fato,

os centros urbanos estão cada vez mais lotados de animais abandonados. Os bichos acabam

vivendo ao relento, sofrendo riscos, podendo ser recolhidos pelo Centro de Controle de

Zoonoses (CCZ). Neste espaço eles não possuem muitas chances, já que o tempo de

acolhimento é de até três dias, onde se não forem adotados, sofrem eutanásia. Dentro deste

contexto o presente trabalho tem como objetivo a criação de um Centro de Acolhimento,

Tratamento e Reintegração de Animais Abandonados – CATRAA. O espaço, como o próprio

nome diz, terá como objetivos acolher, tratar e reintegrar cães e gatos, preparando-os para a

adoção que será aberta ao público. A metodologia utilizada no presente trabalho foram

pesquisas bibliográficas; visita técnica; questionário online; apresentação de precedentes e o

desenvolvimento do anteprojeto. Com a construção deste espaço os animais abandonados terão

a oportunidade de ter um lar para doar e receber amor, e a comunidade de aproveitar um espaço

totalmente destinado ao lazer junto a seus bichos.

Palavras-chave: Abandono. Cães. Gatos. Centro de acolhimento. Adoção.

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ABSTRACT

Increasingly the man's relationship with the pets comes narrowing, but due to lack of knowledge

of many, this relationship has just ended in abandonment. For this fact, urban centers are

increasingly crowded time of abandoned animals. The animals end up living in the open,

suffering risks and may be collected hair Zoonosis Control Center (CCZ). In this space they do

not have many chances, as the pace of host and even three days, where are not adopted,

euthanasia suffer. Within this context the present work aims to hum one creation Welcome

Center, Treatment and Reintegration of Abandoned Animals - CATRAA. Space, as the name

says, will welcome how goals, treat and reintegrate dogs and cats, preparing them for adoption

what will open to the public. The methodology used in the present work were bibliographic

research; technical visit; online questionnaire; previous presentation and the draft development.

With the construction of this space abandoned animals will have the opportunity to have a home

to give and receive love, and the community to take a whole for leisure space with his animals.

Keywords: Abandonment. Dogs. Cats. Welcome Center. Adoption.

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1: Corte esquemático de um Canil com Solário. ...................................................... 26

FIGURA 2: Entrada da APA .................................................................................................... 27

FIGURA 3: Canis coletivos ...................................................................................................... 28

FIGURA 4: Canis Coletivos em detalhe .................................................................................. 29

FIGURA 5: Canis Individuais .................................................................................................. 29

FIGURA 6: Planta Baixa e Setorização do The Animal Foundation Dog Adoption Park ....... 37

FIGURA 7: Planta Baixa dos Bangalôs ................................................................................... 37

FIGURA 8: Projeto Arquitetônico do Best Buddy Pet Center & Veterinary Medical Center . 38

FIGURA 9: Fachada Principal do Best Buddy Pet Center ....................................................... 39

FIGURA 10: Parte da área externa do Best Buddy Pet Center ................................................ 40

FIGURA 11: Fachada Lateral do Best Buddy Pet Center & Veterinary Medical Center ........ 40

FIGURA 12 - Projeto para o Parcão da Lagoa ......................................................................... 41

FIGURA 13: Fachada da Casa Pátio ........................................................................................ 42

FIGURA 14: Pátio interno da Casa Pátio ................................................................................. 43

FIGURA 15: Esquema de entrada e saída do ar na torre de ventilação ................................... 44

FIGURA 16: Torres de Ventilação nos bangalôs ..................................................................... 45

FIGURA 17: Adoquim Cerâmico ............................................................................................ 46

FIGURA 18: Localização do terreno escolhido ....................................................................... 47

FIGURA 19: Estudo de insolação e ventilação do terreno escolhido. ..................................... 48

FIGURA 20: Mapa de Zoneamento Urbano do município de Campos dos Goytacazes ......... 49

FIGURA 21: As liberdades do animal. .................................................................................... 51

FIGURA 22: Setorização do Fluxograma ................................................................................ 54

FIGURA 23: Perspectiva da Implantação ................................................................................ 55

FIGURA 24: Estudo de Volumetria ......................................................................................... 55

FIGURA 25: Volumetria da Fachada Geral ............................................................................. 56

FIGURA 26: Perspectiva Fachada Saúde e Administração ..................................................... 56

FIGURA 27: Perspectiva Fachada Pet Shop ............................................................................ 56

FIGURA 28: Perspectiva Fachada Pet Hotel ........................................................................... 57

FIGURA 29: Espaço Lazer ...................................................................................................... 57

FIGURA 30: Parque animal ..................................................................................................... 58

FIGURA 31: Perspectiva Canis ................................................................................................ 58

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FIGURA 32: Perspectiva Gatis ................................................................................................ 59

FIGURA 33: Bloco de Saúde e Administração ........................................................................ 59

FIGURA 34: Petshop ............................................................................................................... 59

FIGURA 35: Pet Hotel ............................................................................................................. 59

FIGURA 36: Campo de Adestramento/Parque Animal ........................................................... 59

FIGURA 37: Volumetria FinalFonte: Arquivo Pessoal (2016). .............................................. 59

FIGURA 38: Canis ................................................................................................................... 59

FIGURA 39: Gatis .................................................................................................................... 59

FIGURA 40: Volumetria FinalFonte: Arquivo Pessoal (2016). .............................................. 59

FIGURA 41: Volumetria FinalFonte: Arquivo Pessoal (2016). .............................................. 59

FIGURA 42: Espaço Lazer ...................................................................................................... 59

FIGURA 43 - Apoio Logístico ................................................................................................. 59

FIGURA 44: Volumetria FinalFonte: Arquivo Pessoal (2016). .............................................. 59

FIGURA 45: Esquema de captação de águas pluviais. ............................................................ 59

FIGURA 46: Esquema de captação de águas pluviais. ............................................................ 59

FIGURA 47: Diferença entre o vidro comum e o autolimpante em contato com a água. ....... 59

FIGURA 48: Diferença entre o vidro comum e o autolimpante em contato com a água. ....... 59

FIGURA 49: Isosoft Forro na cor branca. ................................................................................ 59

FIGURA 50: Isosoft Forro na cor branca. ................................................................................ 59

FIGURA 51: Telha Sanduíche ................................................................................................. 59

FIGURA 52: Especificações da Fachada - Petshop ................................................................. 59

FIGURA 53: Especificações da Fachada - Saúde e Administração ......................................... 59

FIGURA 54: Especificações da Fachada - Pet Hotel ............................................................... 59

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LISTA DE GRÁFICOS:

GRÁFICO 1: Projeção do crescimento da população de animais e crianças (em milhões) ..... 19

GRÁFICO 2: Número de cães, gatos e crianças pelo Brasil .................................................... 20

GRÁFICO 4: Procriação de um casal de cães em 10 anos ....................................................... 23

GRÁFICO 5: Você tem ou já teve algum animal de estimação (cão ou gato)? ....................... 30

GRÁFICO 6: Se sim, ao adquirir você pensou que o bichinho viverá em média 10 anos com

você, que trará gastos, necessitará de atenção e cuidados veterinários? .................................. 31

GRÁFICO 7: Você já adotou ou tem vontade de adotar um animal de estimação (cachorro ou

gato)? ........................................................................................................................................ 31

GRÁFICO 8: Se na sua cidade houvesse campanhas de castração grátis, você castraria o seu

bichinho? .................................................................................................................................. 32

GRÁFICO 9: Você acredita e entende que a castração é a melhor saída para diminuir o

número de animais abandonados? ............................................................................................ 32

GRÁFICO 10: Você já foi a algum abrigo de animais? ........................................................... 33

GRÁFICO 11: Quando você pensa em adquirir um animal de estimação, qual é o seu primeiro

pensamento? ............................................................................................................................. 33

GRÁFICO 12: Você escolhe o animal pela raça ou pela afetividade? ..................................... 34

GRÁFICO 13: Se na sua cidade um parque para cachorros, onde eles pudessem correr,

brincar sem coleiras, você levaria o seu? ................................................................................. 34

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1: Por que os animais são abandonados em abrigos? .............................................. 22

TABELA 2: Área estimadas para os ambientes - Unidades de Controle de Zoonoses e Fatores

Biológicos de Risco (Canil Municipal) .................................................................................... 25

TABELA 3: Estudo do comprimento do solário de acordo com o porte do cão:..................... 26

TABELA 4: Programa de Necessidades .................................................................................. 52

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LISTA DE SIGLAS

ABINPET - Associação Brasileira da Industria de Produtos para Animais de Estimação

APA – Associação de Proteção Animal

CATRAA – Centro de Acolhimento, Tratamento e Reintegração de Animais Abandonados

CCZ – Centro de Controle de Zoonoses

COMAC – Comissão de Animais de Companhia

FUNASA – Fundação Nacional de Saúde

HSMO – Humane Society of Missouri

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...................................................................................................................... 15

1 A RELAÇÃO ENTRE O HOMEM E O ANIMAL DE ESTIMAÇÃO ............................18

2 O ABANDONO ANIMAL .................................................................................................. 21

3 DIMENSIONAMENTO E ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS PARA INSTALAÇÕES

FÍSICAS DESTINADAS A CÃES E GATOS ...................................................................... 25

4 PESQUISA DE CAMPO .................................................................................................... 27

4.1 Visita à Associação de Proteção Animal – APA ................................................................ 27

4.2 Questionário ....................................................................................................................... 30

5 REFERENCIAIS PROJETUAIS ...................................................................................... 36

3.1 Funcionais .......................................................................................................................... 36

3.2 Tipológicos ........................................................................................................................ 39

3.3 Plásticos ............................................................................................................................. 42

3.4 Tecnológicos ...................................................................................................................... 44

6 ANÁLISE DO TERRENO ................................................................................................. 47

6.1 Terreno ............................................................................................................................... 47

6.2 Insolação e Ventilação ........................................................................................................ 48

6.3 Legislação Pertinente ao Terreno ....................................................................................... 49

7 PROJETO ARQUITETÔNICO ........................................................................................ 50

7.1 Conceito e Partido Arquitetônico ....................................................................................... 50

7.2 Programa ............................................................................................................................ 52

7.3 Setorização ......................................................................................................................... 53

7.4 Implantação ........................................................................................................................ 54

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7.5 Volumetria ......................................................................................................................... 55

7.6 Área de Saúde e Administração .......................................................................................... 59

7.7 Petshop ............................................................................................................................... 60

7.8 Pet Hotel ............................................................................................................................. 60

7.9 Campo de Adestramento/Parque Animal ........................................................................... 62

7.10 Canis ................................................................................................................................ 63

7.11 Gatis ................................................................................................................................. 64

7.12 Espaço Lazer .................................................................................................................... 64

7.13 Apoio Logístico ................................................................................................................ 66

8 MEMORIAL DESCRITIVO ............................................................................................. 67

8.1 Captação de Águas Pluviais ............................................................................................... 67

8.2 Vidros Autolimpantes ........................................................................................................ 68

8.3 Forro com isolamento termo acústico ................................................................................. 69

8.4 Telhas Sanduíches .............................................................................................................. 69

8.5 Elementos Fachadas ........................................................................................................... 70

CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................ 72

REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 73

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INTRODUÇÃO

Nestes últimos anos “Calcula-se que, em todo o mundo, 800 milhões de cães e gatos

sejam criados em lares. No Brasil são 38 milhões. Obviamente uma enorme parcela ainda está

muito longe das mordomias oferecidas no topo do mundo animal[...]” (VENTUROLI, 2004, p.

114).

Gradativamente a relação do homem com os animais de estimação vem se estreitando

cada vez mais. Cães e gatos passam a fazer parte das famílias, quase que como membros. Os

bichos alegram as casas e distribuem amor, mas também necessitam de cuidados especiais.

Trazem maiores gastos e cada um tem seu temperamento particular. Assim, nem todos que

resolvem receber um animal estão dispostos a vivenciar esses fatos. Isto acaba levando ao

decorrente abandono e maus tratos, que só terá solução através da castração e da

conscientização da população sobre a guarda responsável de animais domésticos. (SCHULTZ,

2014)

Os centros urbanos estão cada vez mais lotados de animais domésticos abandonados.

Os bichos vivem ao relento, sofrem maus tratos, correndo risco de serem atropelados, geram

um certo caos à saúde pública, até que são recolhidos pelo Centro de Controle de Zoonoses

(CCZ), onde os animais ficam instalados por três dias, até que são eutanasiados (SCHULTZ,

2014).

Neste contexto a proposta do presente trabalho é criar o Centro de Acolhimento,

Tratamento e Reintegração de Animais Abandonados – CATRAA, que irá se empenhar em

acolher, tratar e reintegrar cães e gatos abandonados, atropelados, ou que sofreram maus tratos,

que, do contrário, poderiam morrer nas vias públicas ou sofrer eutanásia no CCZ. Após o

tratamento e acolhimento os animais estarão prontos para a adoção. O espaço de adoção será

aberto para o público que esteja interessado em adotar um bichinho.

O Centro será independente financeiramente. Todos os serviços citados serão gratuitos,

contando com doações e ajuda de voluntários. Outros serviços irão auxiliar a parte financeira,

como: pet shop (produtos e banho/tosa), castração, lanchonete, campos de adestramento, hotel

animal.

Com a construção deste espaço os animais abandonados terão a oportunidade de ter um

lar para doar e receber amor, e a comunidade de aproveitar um espaço totalmente destinado ao

lazer junto a seus bichos.

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O objetivo principal deste trabalho final de graduação é elaborar um anteprojeto

arquitetônico, sendo ele o CATRAA. Dentre os objetivos específicos, destacam-se: criar um

ambiente para acolhimento e tratamento animais abandonados; reintegrá-los à sociedade

através da disposição na adoção; proporcionar qualidade de vida para estes e gerar um ambiente

convidativo para que a sociedade sinta-se envolvida pelo espaço, tendo a vontade de visitar e

levar seus cães para aproveitarem o espaço com a liberdade fora da coleira que é cotidiana.

A cidade de Campos dos Goytacazes/RJ, onde o presente anteprojeto será elaborado,

bem como toda a região, carece de um espaço com as devidas características, objetivos e

qualidade que o CATRAA proporcionará ao município. Apesar de existirem instituições com

o objetivo de acolher e disponibilizar para adoção, não possuem estrutura física que consiga

abrigar a quantidade de animais que são recolhidos diariamente. A criação do espaço também

será inovadora, pois terá um parque para animais, onde receberá a sociedade local e seus bichos,

que poderão desfrutar do espaço livremente.

Devido à falta de controle em relação à excessiva reprodução desses cães, o número de

animais nas ruas está cada vez maior, misturando-se com os que já estão por elas abandonados.

Com a construção do CATRAA, esta triste realidade poderá ser evitada, trazendo benefícios

imediatos aos animais recolhidos, oferecendo-lhes a oportunidade de encontrar um lar

responsável.

A metodologia a ser utilizada no presente trabalho está descrita nas seguintes partes:

1- Pesquisa bibliográfica para coleta de dados gerais sobre o abandono animal.

2- Pesquisa bibliográfica para a coleta de dados gerais sobre a relação do homem x animal.

3- Pesquisa bibliográfica a respeito do dimensionamento e especificações técnicas das

instalações destinadas a abrigar animais, área de treinamento e adestramento de cães.

4- Visita técnica à Associação de Proteção Animal (APA) para conhecer como funciona o

abrigo.

5- Criação de questionário online com intuito de compreender a relação dos moradores da

cidade de Campos dos Goytacazes com cachorros e gatos.

6- Apresentação dos precedentes funcional, plástico, tipológico e tecnológico utilizados como

referências para a elaboração deste projeto.

7- Desenvolvimento do anteprojeto de arquitetura.

O primeiro capítulo trata da relação existente entre o homem e os animais de estimação,

como ela começou e o porquê de existir de forma tão intensa. O segundo relata as causas do

abandono animal e as possíveis soluções para tal. No terceiro verifica-se o dimensionamento e

especificações técnicas para as instalações físicas destinadas aos cães e gatos. Já no quarto

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capítulo, são comentadas e apresentadas a pesquisa de campos, sendo elas a Visita à Associação

de Proteção Animal (APA) e o Questionário online. O quinto capítulo expõe os referenciais

funcionais, tipológicos, plásticos e tecnológicos utilizados para a criação do presente projeto.

O terreno e suas demais características são apresentados no sexto capítulo. O sétimo capítulo

apresenta os estudos para a elaboração do projeto arquitetônico: seu conceito e partido,

programa de necessidades, setorização, implantação, volumetria e seus setores. O memorial

descritivo do presente projeto trata dos materiais e tecnologias utilizadas com a finalidade de

trazer conforto térmico, acústico, sustentabilidade e economia para o CATRAA. O último

capítulo justifica a criação do projeto arquitetônico e seus benefícios.

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1 – A RELAÇÃO ENTRE O HOMEM E O ANIMAL DE ESTIMAÇÃO

Por muitos anos cães e gatos vem sendo tratados como membros das famílias. Nos lares,

seus donos dedicam-se a disponibilizar carinho, proteção, afeto, cuidados no veterinário e

comidas especiais. No Brasil, essa relação de amor vem se estreitando cada vez mais.

De acordo com Wilson (2004 apud VENTUROLI, 2004), esta existe há mais de 140.000

anos, quando os lobos seguiam os nômades para aproveitar os restos de carcaças que ficavam

pelo caminho, e que há cerca de 10.000 anos, esse laço se estreitou. O autor ainda afirma que

há 12.000 anos foi registrado o indício direto mais antigo da domesticação de um animal, com

os restos mortais fossilizados de uma mulher abraçada a um filhote de cão ou lobo.

Segundo Millan (2009 apud MARTHE, 2009), esta forte relação dá-se pelo fato do

animal necessitar do alimento que lhe é concedido, e são programados para seguir um líder, no

caso, seu dono. Já o homem desenvolve uma dependência emocional, já que mais do que

qualquer outro bicho, o cão é quem lhe permite manter uma conexão mínima com a natureza.

“Pessoas que aboliram a simplicidade de sua vida procuram, por meio de seus cães, reencontrá-

la.”

Essa interação vem aumentando gradativamente, não só no Brasil, mas principalmente

nos países desenvolvidos. Subentende-se que no nosso país ainda há um certo bloqueio, pois

criar animais em casa demanda gastos, e nem todas as famílias possuem condições necessárias

para tal.

Na Europa e nos Estados Unidos, o percentual de donos que consideram seus bichos

como familiares é de 30%. No Brasil, esse índice é de 10%, mas com previsão de aumento.

(EVIALIS 2009, apud MEDEIROS, 2014, p.26).

Essa importância que os cães gatos vem tomando nos lares dá-se por pelo menos duas

razões: “Hoje são raros os casais que optam por ter mais de um ou dois filhos – o terceiro [...]

é quase sempre um cão ou gato. O segundo fator é o crescimento do contingente de pessoas que

vivem sozinhas nas grandes cidades e buscam um companheiro animal.” (MARTHE, 2009).

Cada vez mais os animais vêm se tornando presentes tanto em lares com bastante

integrantes, como os com poucos para preencher o vazio. Isto acontece pois as mulheres vêm

tendo menos bebês, ou quando decidem ter, são anos mais tarde. Há também um aumento no

número de idosos, cujos filhos não estão mais em casa. Acabam então sobrando espaço, tempo

e dinheiro para os bichanos de 4 patas. (RITTO, 2015).

Devido a estes fatos, os bichos de estimação no Brasil têm ocupado um espaço de grande

representatividade nas casas, e chegam a ultrapassar o número de crianças nas famílias.

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Uma pesquisa feita em 2013, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)

calculou que o número de famílias que possuem crianças está menor que o número de famílias

que possuem cachorros (Gráfico 1). No país as crianças de até 14 anos somam 45 milhões,

enquanto os cães um total de 52 milhões, o que se equipara aos países desenvolvidos como os

Estados Unidos e o Japão (RITTO, 2015).

Como pode-se observar no Gráfico 2, a relação do homem com o animal está predisposta

a aumentar cada vez mais. “O alto custo de criação de filhos e o aumento do valor do metro

quadrado dos imóveis residenciais nas grandes cidades contribuem para afugentar delas as

famílias que tem crianças” (RITTO, 2015).

Fonte: Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (ABINPET), com base

nos dados do Mercado, e Projeção sobre Pesquisas do IBGE, 2015.

Gráfico 1: Projeção do crescimento da população de animais e crianças (em milhões)

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Essa evolução do relacionamento do homem e os cães só veio somar. A medida que o

cão passou a relacionar-se com os humanos, seu comportamento tornou-se mais dócil, sua

arcada dentária ficou mais suave. Tornou-se capaz de reconhecer as expressões faciais de seus

donos e mostrar-se triste quando percebe este sentimento deles. Já nos humanos, uma pesquisa

recente pôde explicar os motivos que nos levam a amar nossos bichos. Está na oxitocina, um

hormônio que é produzido pelo hipotálamo que associa-se ao desenvolvimento do afeto. Esta

substância é conhecida como hormônio do amor (PERNET, 2015).

Devido a estes fatos, podemos compreender os motivos dessa relação tão afetiva entre

o homem e seu bicho de estimação. Os dois trocam amor, atenção e acabam por criar um laço

de amizade capazes de superar os de homem para com seu semelhante.

Fontes: IBGE, Comissão de Animais de Companhia (COMAC) e Associação Brasileira da

Industria de Produtos para Animais de Estimação (ABINPET), 2013.

Gráfico 2: Número de cães, gatos e crianças pelo Brasil

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2 – O ABANDONO ANIMAL

Quando adquire-se um animal de estimação, é necessário ter a consciência de que junto

ao bicho, virão diversas responsabilidades. Não serão só brincadeiras, diversão, lambidas e

carinhos que eles nos trazem. Cães e gatos necessitam de cuidados especiais, atenção, geram

gastos com rações, artigos de pet shops, visitas ao veterinário, precisam de espaço, higiene

pessoal e no local onde ficarão abrigados, devem ser levados para passear, fazem suas

necessidades pelo chão e precisam ser educados.

No momento em que se adquire um bichinho, deve-se ter a consciência de que eles

vivem em torno de 15 anos, e que esse é o tempo programado em que ele estará com o seu dono.

Ao chegar no lar, é necessário saber que cada animal guarda consigo uma personalidade

diferente. Uns podem ser tranquilos, obedientes, enquanto outros podem ser difíceis de lidar,

bagunceiros e bravos.

Os animais precisam ser adestrados, ensinados. Para isso deverá se ter paciência e

disposição. Irão latir, chorar, fazer suas necessidades em qualquer lugar, até que aprendam

como seguir as regras de comportamento impostas pelo seu dono.

A maioria das pessoas não estão preparadas para tais cuidados, e muitas vezes utilizam

o argumento de que o animal não atendeu às expectativas. Por estes motivos, cães e gatos, de

todas as raças e temperamentos, acabam sendo abandonados pelos seus donos. Este é o maior

motivo que leva a problemática atual em que a maioria dos animais de estimação vivem: o

abandono e os maus tratos (SHULTZ, 2016).

Por todo o país podemos ver animais espalhados pelas ruas, sujos, doentes, famintos e

correndo o risco de serem atropelados ou até mesmo cruzarem com pessoas maldosas a ponto

de maltratá-los. Alguns desses animais são recolhidos pelo Centro de Controle de Zoonoses -

CCZ, mas acabam sendo sacrificados.

Estima-se que, de 10 animais abandonados, 8 já tiveram um lar. São

animais que, por um motivo ou outro, foram rejeitados, não superaram

as expectativas de seus “donos” e por isso, foram descartados.

Cresceram demais, adoeceram, não foram educados o suficiente,

geraram gastos e aborrecimentos. (SHULTZ, 2016)

Uma outra problemática que leva ao abandono é adquirir o animal por impulso. Nas

feiras de venda e adoção de animais, os bichos ficam expostos, muitas vezes com um enfeite

para que aparentem ser mais bonitinhos. Junto à sua feição, acabam conquistando facilmente

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as pessoas que por ali passam e acabam levando um animal para casa, sem mesmo pensar em

tudo que esta atitude ocasionará.

Vários motivos são dados para tentar justificar o abandono. Uma pesquisa realizada nos

EUA em 12 abrigos, envolvendo 1.984 cães e 1.286 gatos, procurou investigar quais eram os

motivos dados pelas pessoas que abandonaram seus bichos. As somas passam de 100% porque

um dono pode ter alegado mais de um motivo para abandonar seu animal. (SCIENCE, S. D

apud NETO, 2007)

Há também os animais que fogem dos seus lares, acabam se perdendo sem saber voltar

para casa. Muitos donos saem a procura deles, mas nem sempre conseguem achá-los.

Os motivos são os mais variados, como mostra a Tabela 1, abaixo:

Tabela 1: Por que os animais são abandonados em abrigos?

CÃES GATOS

1º 20,0% Destrutivo dentro de casa 37,7% Suja a casa

2º 18,5% Suja a casa 16,9% Agressivo com as pessoas

3º 12,6% Destrutivo fora de casa 14,6% Destrutivo dentro de casa

4º 12,1% Agressivo com as pessoas 11,4% Destrutivo fora de casa

5º 11,6% Tem o vício de fugir de casa 9,0% Morde

6º 11,4% Ativo demais 8,0% Não se adapta com outros animais

7º 10,9% Requer muita atenção 6,9% Requer muita atenção

8º 10,7% Late ou uiva muito 6,9% Não amistoso

9º 9,7% Morde 4,6% Eutanásia por motivos de comportamento

10º 9,0% Desobediente 4,6% Ativo demais

Mas o maior motivo que leva ao descontrolado número de animais abandonados pelas

ruas é a reprodução demasiada, conforme evidencia o Gráfico 4. A população de cães e gatos

cresce cada vez mais, porque esses animais possuem um alto índice de reprodução. Muitos

desses bichos não possuem lares, ou as famílias que cuidam do progenitor não consegue cuidar

da nova ninhada, levando muitos filhotes a serem abandonados nas ruas. (CESARINI, 2016)

Cada cria que nasce pode gerar 15 cães ou 45 gatos. Assim, em

seis anos uma cadela e seus descendentes conseguem produzir

aproximadamente 64 mil filhotes. No décimo ano de uma

geração de um casal de cachorros são gerados cerca de 80

Fonte: Revista veterinária “Journal of Applied Animal Welfare Science” (Adaptado pela autora)

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milhões de animais. No caso de gatas, consequentemente, esse

número é ainda maior. (CESARINI, 2016)

Segundo Cessarini (2016), a melhor forma para amenizar, ou melhor, sanar o problema

do abandono de animais domésticos é a castração. Esta operação além de evitar o abandono,

traz outros benefícios aos bichos: diminui drasticamente o risco de doenças, como o câncer de

mama e de útero; extingue a gravidez psicológica que as fêmeas costumam ter; ameniza o risco

das fugas e brigas, dentre outras.

Para os animais que fogem, a solução ideal é tentar impedi-lo de sair por onde costuma

e também mantê-lo com uma coleira de identificação que tenha o seu nome e o número de

telefone de seu dono.

Shultz (2009) diz que as soluções para minimizar o abandono de animais existem e são

possíveis, embora ainda com algumas dificuldades de serem aplicadas. Entre elas, destacam-

se: políticas públicas e privadas dispostas a educar crianças, jovens, adultos e idosos em relação

à guarda responsável de animais, ensinando também zelar por sua segurança durante toda a sua

vida, e realizações de campanhas de castração em massa a baixo custo, mostrando os efeitos

benéficos deste procedimento, estimulando a população em realiza-lo em seus bichos.

Fonte: American Humane Association. S. D.

Gráfico 3: Procriação de um casal de cães em 10 anos

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Ainda de acordo com Shultz (2009), estas medidas trariam resultados a curto, médio e

longo prazo, com diminuição visível do número de animais abandonados, recolhidos em CCZs

e abrigos. “Trariam benefícios imediatos aos milhares de cães e gatos que sofrem diariamente

com os maus tratos e a triste vida nas ruas, provendo a eles um lar saudável, com carinho,

segurança e proteção”.

Portanto, pode-se concluir que ainda existem diversas razões que motivam o abandono

de animais. Além da orientação e da vontade de combater esses efeitos causados pelo aumento

da população de animais nas ruas, existem diversas soluções para colaborar com esse processo

evolutivo, como adotar algum animal que espera por carinho nos abrigos.

Neste contexto, foi necessário buscar mais informações sobre como devem ser as

instalações destinadas aos animais nos abrigos.

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3 – DIMENSIONAMENTO E ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS PARA INSTALAÇÕES

FÍSICAS DESTINADAS A CÃES E GATOS

Para que se possa obter as dimensões e especificações técnicas das instalações dos

alojamentos animal no CATRAA, foi necessária uma pesquisa à legislação pertinente. A ideia

principal é criar um espaço onde os cães e gatos possam viver confortavelmente e mais próximo

possível de uma vida natural que teriam em seus habitats.

Como não há nenhuma regulamentação para Abrigo de Animais no país, o projeto levará

em consideração as Diretrizes para Projeto Físicos de Unidades de Controle de Zoonoses e

Fatores Biológicos de Risco, criada em Brasília – DF, pela Fundação Nacional de Saúde

(FUNASA), no ano de 2007. O projeto terá foco nas diretrizes aplicadas aos Canis Municipais.

De acordo com a FUNASA, as dimensões ideais para os canis individuais e coletivos

são apresentadas na seguinte tabela:

Tabela 2: Área estimadas para os ambientes - Unidades de Controle de Zoonoses e Fatores

Biológicos de Risco (Canil Municipal)

TIPO QUANT. ÁREA UNIT. ÁREA TOTAL

Canil Coletivo – módulo com capacidade

para 15 animais.

2 5m² 10m²

Canis individuais para adoção (área

unitária por conjunto)

4 24m² 24m²

Canis individuais para observação (área

unitária por conjunto)

4 12m² 12m²

Gatil – com capacidade

para 5 gaiolas

1 7m² 7m²

Fonte: BRASIL, 2007. (Adaptado pela autora)

Para que os canis e gatis garantam qualidade de vida para os animais, o etólogo1 e

cinófilo2 Bruno Tausz diz que é de extrema importância que esses ambientes possuam uma

parte descoberta – área de solário, onde o sol contribua para a saúde dos cães e gatos, e sua

radiação trabalha como esterilizador ambiental. (TAUZ, 2016)

A Tabela 3 ratifica a necessidade do solário indicando os espaços adequados, de acordo

com o porte de cada cão:

1 Etólogo: Em zoologia, a Etologia (do grego: ethos, "hábito" ou "costumeiro" -logia, "estudo") é a disciplina que estuda o comportamento animal. 2 Cinófilo: Do grego kýon (cão) + phílos (amigo). Amigo dos cães.

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Tabela 3: Estudo do comprimento do solário de acordo com o porte do cão:

PORTE COMPRIMENTO LARGURA

Grande 6m Seguir de acordo com a

largura do canil. Médio 3m

Pequeno 2m

Fonte: TAUSZ (2016). (Adaptado pela autora).

A Figura 1 apresenta um corte esquemático de um canil com a área de solário.

Fonte: TAUSZ (2016).

Para a instalação e criação dos canis e gatis são recomendadas algumas diretrizes, como:

prever boa ventilação e iluminação natural, levando em conta o odor e a umidade do local;

prever canaletas com grelhas para escoamento das sobras de ração e dos dejetos; considerar

caimento no piso, em direção às grelhas para se obter escoamento eficiente. (BRASIL, 2007).

Com intuito de aprimorar os conhecimentos em relação ao funcionamento dos canis e

gatis, foram realizadas pesquisas de campo, como relata o capítulo a seguir.

Figura 1: Corte esquemático de um Canil com Solário.

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4 – PESQUISA DE CAMPO

A pesquisa de campo foi realizada com o objetivo de compreender a situação atual dos

cães e gatos abandoados no município de Campos dos Goytacazes e perceber o interesse da

população na proposta do presente trabalho, subdividida em Visita à APA e Questionário

online.

4.1 – Visita à Associação de Proteção Animal – APA

Para conhecer e ver como funciona a rotina de um abrigo de animais abandonados, foi

realizada uma visita técnica à APA, que fica localizada na cidade de Campos dos Goytacazes

(Figura 2).

Fonte: Arquivo Pessoal (2016)

Durante a visita foram observadas as instalações e funcionamento dos canis e gatis, além

de suas dimensões. Pode-se obter as seguintes informações sobre a rotina do abrigo.

O abrigo possui atendimento médico local, que atende também a comunidade – uma

forma de se obter renda para o espaço.

O espaço conta com recepção, centro cirúrgico, banheiro, canis coletivos e individuais

e gatis.

Figura 2: Entrada da APA

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Quando o animal chega no abrigo, ele é encaminhado para a baía de tratamento para

que seja examinado. Dependendo do resultado da avaliação ele segue para os canis

coletivos (Figuras 3 e 4) ou individuais (Figura 5).

Os animais não são separados por sexo, e para que não haja procriação o abrigo castra

os machos, já que os custos da operação são mais baratos em relação às fêmeas.

Hoje existem, em média, 60 cães e 20 gatos na APA. O espaço atende à demanda, mas

atualmente não estão recolhendo animais, apenas dispondo-os para adoção, devido à

falta de recursos financeiros.

Figura 3: Canis coletivos

Fonte: Arquivo Pessoal (2016)

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Ao final da visita, pode-se concluir que não houve um planejamento do espaço e que este

carece de melhorias em suas instalações físicas, com destaque para a questão da higiene, e da

disposição dos ambientes em geral. O abrigo está com a intenção de fechar até o mês de

dezembro do presente ano, devido à falta de recursos financeiros. Diante da situação exposta, a

necessidade de construir o CATRAA se consolidou pela carência de um espaço adequado e

planejado para os animais – o qual não existe no município de Campos dos Goytacazes.

Figura 4: Canis Coletivos em detalhe

Fonte: Arquivo Pessoal (2016)

Figura 5: Canis Individuais

Fonte: Arquivo Pessoal (2016)

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4.2 – Questionário

Foi realizado um questionário online, no período de 25 de julho de 2016 à 7 de agosto

de 2016, com 115 pessoas, de idades entre 15 e 65 anos - maioria residente do município de

Campos dos Goytacazes. O objetivo principal da aplicação desse questionário foi recolher

informações sobre a relação destas com os cães e gatos, seus interesses e opiniões sobre

assuntos como adoção, castração, parque canino, dentre outras que ajudaram no

desenvolvimento do anteprojeto CATRAA.

Na primeira parte do questionário, analisando os Gráficos 5 e 6, pode-se perceber que

53,5% das pessoas possuem somente cães e 23,8% possuem cães e gatos; que ao adquirirem o

animal, tiveram a consciência das necessidades que este traria junto consigo - o que é uma

postura positiva, dentre o que acontece em geral em todo o mundo.

Gráfico 4: Você tem ou já teve algum animal de estimação (cão ou gato)?

Fonte: Arquivo pessoal, 2016.

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Gráfico 5: Se sim, ao adquirir você pensou que o bichinho viverá em média 10 anos com você, que

trará gastos, necessitará de atenção e cuidados veterinários?

Nesta segunda parte, o Gráfico 7 evidencia que aproximadamente 75% das pessoas

possuem a vontade de adotar um bichinho de estimação. Isto revela que os animais do

CATRAA terão grandes chances de serem adotados.

Gráfico 6: Você já adotou ou tem vontade de adotar um animal de estimação (cachorro ou gato)?

Fonte: Arquivo pessoal, 2016.

Fonte: Arquivo pessoal, 2016.

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O Gráfico 8 sinaliza que o interesse da população em castrar seus animais de estimação

é bastante alto. Se houvessem campanhas promovidas pelo governo para a castração destes, a

maioria levaria seus bichos. Já o Gráfico 9 mostra que a maioria da população vê a castração

como uma ótima opção para diminuir o número de animais abandonados.

Gráfico 7: Se na sua cidade houvesse campanhas de castração grátis, você castraria o seu

bichinho?

Fonte: Arquivo pessoal, 2016.

Gráfico 8: Você acredita e entende que a castração é a melhor saída para diminuir o número de animais

abandonados?

Fonte: Arquivo pessoal, 2016.

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Analisando o Gráfico 10, percebe-se que a maioria das pessoas nunca foi a um abrigo

de animais, apesar do Gráfico 11 demonstrar a predileção por adotar um bichinho ao invés de

comprar. Quando escolhem ter um cachorro ou gato, são levados pela afetividade, não se

importando em adotar vira-latas, que correspondem a maioria dos abandonados (Gráfico 12).

Gráfico 9: Você já foi a algum abrigo de animais?

Fonte: Arquivo pessoal, 2016.

Gráfico 10: Quando você pensa em adquirir um animal de estimação, qual é o seu

primeiro pensamento?

Fonte: Arquivo pessoal, 2016.

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No Gráfico 13, percebe-se o interesse das pessoas na construção de um parque para

animais, o que motiva a criação deste no presente projeto.

Fonte: Arquivo pessoal, 2016.

Gráfico 11: Você escolhe o animal pela raça ou pela afetividade?

Fonte: Arquivo pessoal, 2016.

Gráfico 12: Se na sua cidade um parque para cachorros, onde eles pudessem correr,

brincar sem coleiras, você levaria o seu?

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Com o questionário, foi possível recolher informações que motivaram ainda mais a

criação do CATRAA, e conclui-se que a população campista possui um grande interesse na

adoção de cães/gatos. Com isto acredita-se que a criação do Centro terá bons resultados e que

a população irá se interessar pelo espaço, não só pelo o motivo da adoção, mas também pelo

parque público para cachorros.

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5 – REFERENCIAIS PROJETUAIS

Neste capítulo são apresentados os referenciais funcionais, tipológico, plástico e

tecnológico que serviram como precedentes para a concepção arquitetônica deste projeto.

5.1 – Funcionais

Precedente 01:

Obra: The Animal Foundation Dog Adoption Park.

Local: Las Vegas, Nevada, EUA.

Autor do Projeto: Tate Snyder Kimsey Architects.

Ano: 2005.

O The Animal Foundation Dog Adoption Park é uma fundação sem fins lucrativos

localizada em Las Vegas. Ela se destina a acolher animais e dispô-los para

adoção. Impulsionada por uma necessidade de expandir suas operações, a Animal Foundation

ampliou seus serviços com a criação de um espaço projetado especialmente destinado à adoção

de cães, como uma espécie de parque de adoções. O projeto conta com 22 “bangalôs caninos”,

onde cada um possui 12 canis.

O Animal Foundation foi escolhido como precedente funcional pois possui

características da setorização, dos fluxos e do funcionamento semelhantes às desejadas para a

concepção do projeto CATRAA, conforme evidenciam as Figuras 6 e 7.

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Fonte: The American

Fonte: The American

Figura 2: Planta Baixa e Setorização do The Animal Foundation Dog Adoption Park Figura 6: Planta Baixa e Setorização do The Animal Foundation Dog Adoption Park

Figura 7: Planta Baixa dos Bangalôs

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Precedente 02:

Obra: Best Buddy Pet Center & Veterinary Medical Center.

Local: Maryland Heights, Missouri, EUA.

Autor do Projeto: Kuhlmann Design Group, Inc.

Ano: Em execução.

O Best Buddy Pet Center é a extensão de um projeto já existente chamado Humane

Society of Missouri - HSMO. O HSMO é uma das maiores e uma das mais antigas organizações

de bem-estar animal nos Estados Unidos, ficando entre os cinco primeiros no país. Mais de

85.000 animais e dezenas de pessoas se beneficiam dos programas e serviços oferecidas por

ela.

Este projeto foi fundado em 1870 nos Estados Unidos, mas só em 1974 foi possível a

construção de um espaço para adoção de animais e um centro de veterinária. Com o passar do

tempo, o HSMO acabou ficando pequeno, e não havia espaço para expanção. Este fato levou à

decisão de encontrar um local mais acessível para a construção de um novo HSMO, sendo ele:

Best Buddy Pet Center & Veterinary Medical Center. (Figura 8)

O Best Buddy Pet Center foi também escolhido como precedente funcional por

possuir um programa bastante semelhante ao do CATRAA.

No programa do Best Buddy estão incluídos: espaço para adoção de animais; um

hospital veterinário; loja de artigos animais; centro de treinamento animal; auditório; escritórios

corporativos e um parque animal. Ele irá acomodar aproximadamente 450 animais.

Fonte: Humane Society of Missouri Best Buddy Pet Center

Figura 8: Projeto Arquitetônico do Best Buddy Pet Center & Veterinary Medical Center

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5.2 – Tipológico

Precedente 01:

Obra: Best Buddy Pet Center & Veterinary Medical Center

Local: Maryland Heights, Missouri, EUA.

Autor do Projeto: Kuhlmann Design Group, Inc.

Ano: Em execução.

A escolha do projeto do Best Buddy Pet Center como inspiração tipológica se deu pela

sua amplitude horizontal, ligada aos materiais que dão destaque na fachada (Figuras 9 e 11),

além de sua vasta área verde. (Figura 10)

Fonte: FLICKR

Figura 9: Fachada Principal do Best Buddy Pet Center

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Fonte: FLICKR

Fonte: Kuhlmann Desing Group

Figura 11: Fachada Lateral do Best Buddy Pet Center & Veterinary Medical Center

Figura 10: Parte da área externa do Best Buddy Pet Center

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Precedente 02:

Obra: Parcão da Lagoa

Local: Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

Autor do Projeto: Mariana Camara

Ano: 2014.

O Parcão da Lagoa (Figura 12) é o único espaço exclusivo para a diversão de cachorros

na Zona Sul do Rio de Janeiro. Ele foi inaugurado há mais de 20 anos, mas de maneira

improvisada, sem nenhum projeto. O parque é frequentado diariamente por muitos animais e

seus donos, mas com o passar do tempo, acabou ficando em péssimas condições de manutenção.

Em 2014, através de uma campanha de crowdfunding, pode-se dizer “vaquinha”, conseguiram

arrecadar recursos necessários para a reforma do espaço.

A área possui certa de 1.600 metros quadrados que, após a reforma, ganhou um novo

gramado, mais árvores, além da instalação de grades, portões de segurança e bancos.

No projeto, a área do Parque Animal e Espaço para Adestramento foi inspirado no

Parcão pela a liberdade do espaço, permitindo que os animais brinquem, corram e divirtam-se

sem nenhum empecilho.

Figura 12: Projeto para o Parcão da Lagoa

Fonte: Barros (2014).

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5.3 – Plástico-Formal

Precedente 01:

Obra: Casa Pátio

Local: San Isidro, Lima, Peru

Autor do Projeto: Seinfeld Arquitectos

Ano: 2008

A Casa Pátio foi escolhida como precedente plástico-formal para o CATRAA, pois

possui as mesmas propostas que ele, que são: integrar os espaços públicos e privados, junto a

um jogo de volumes, como mostra a Figura 13. Marca a horizontalidade, dá movimento e cria

espaços para transição. (Figura 14)

Fonte: Archdaily.

Figura 13: Fachada da Casa Pátio

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Fonte: Archdaily.

Figura 14: Pátio interno da Casa Pátio

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5.4 – Tecnológicos

Precedente 01:

Obra: The Animal Foundation Dog Adoption Park.

Local: Las Vegas, Nevada, EUA.

Autor do Projeto: Tate Snyder Kimsey Architects.

Ano: 2005.

Este projeto foi selecionado como um dos precedentes tecnológicos por apresentar uma

forma de ventilação natural no canil, através de uma torre de ventilação, que será aplicado no

projeto do Centro de Acolhimento.

Essa torre garante o conforto térmico interno dos canis fazendo com que o ar circule e

se renove a todo momento. Permite também a incidência da luz noturna, colaborando com a

economia de luz enquanto os bichos dormem pela noite, evitando a escuridão total. (Figuras 15

e 16)

Fonte: The American

Figura 15: Esquema de entrada e saída do ar na torre de ventilação

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Precedente 02:

Material: Adoquim

O produto, ainda pouco difundido no Brasil, consiste em um piso cerâmico denominado

Adoquim, ilustrado na Figura 17.

Este pavimento além de ser de elevado valor agregado, apresenta inúmeras vantagens

em relação ao seu concorrente direto, no caso, blocos de cimento, dos quais os mais

significativos para sua utilização no projeto do CATRAA são:

[...] os níveis sonoros são muito similares ou inferiores quando

comparados com outros tipos de pavimentos quando secos e

sensivelmente inferiores quando estão úmidos; a resistência ao

deslizamento se mantém acima dos outros tipos de pavimentos;

durante os processos de restauração, reutilizam-se cerca de 95%

dos pavimentos cerâmicos originais, implicando em menor

custo de manutenção e conservação; as possibilidades de

aplicação são muito amplas, pois pode-se produzir com uma

variada gama de cores, diversidade de formas e de texturas.

(PINHEIRO, 2012)

Fonte: The American

Figura 16: Torres de Ventilação nos bangalôs

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Figura 17: Adoquim Cerâmico

Fonte: Piera. (S. D.)

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6 – ANÁLISE DO TERRENO

Para implantação do anteprojeto arquitetônico proposto neste trabalho, o terreno

escolhido foi analisado de acordo com a sua localização, tamanho, aspectos físicos e

urbanísticos, como ventos predominantes, orientação solar, como vegetação existente, fontes

de ruído, a fim de proporcionar conforto, tranquilidade e fácil acesso para os animais,

funcionários e visitantes.

6.1 – Terreno

O terreno escolhido para a implantação do CATRAA (Figura 18) está localizado na

Avenida Alberto Lamego, esquina com a Avenida Doutor Arthur Bernardes, no município de

Campos dos Goytacazes, no estado do Rio de Janeiro e possui uma área de aproximadamente

11.883m².

Figura 18: Localização do terreno escolhido

Fonte: GOOGLE EARTH (2016) (Adaptado pela autora).

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A escolha desse terreno se deu pela proximidade ao Hospital Veterinário da UENF, onde

existe o interesse de tratar os animais acolhidos em situações mais graves de saúde. O local

também apresenta uma situação de conforto acústico favorável, tanto para o Centro, quanto

para os moradores ao redor, já que ele encontra-se mais afastado da área residencial, evitando

o incômodo à vizinhança. Por ter poucas construções no entorno, o abrigo será favorecido pela

boa ventilação e iluminação natural durante todo o dia.

6.2 – Insolação e Ventilação

Na Figura 19 pode-se observar um estudo simples de insolação, para analisar as

condições de insolação e ventilação que poderão influenciar na construção do Centro. O vento

predominante da região é o Nordeste.

Sol Nascente Vento Nordeste

Fonte: Arquivo Pessoal (2016).

Figura 19: Estudo de insolação e ventilação do terreno escolhido.

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6.3 – Legislação Pertinente ao Terreno

A Lei de Uso e Ocupação do Solo de Campos dos Goytacazes define que o terreno está

localizado na Zona Residencial Quatro (ZR4), no Eixo de Comércio e Serviços 3 (ECS3), como

mostra a Figura 20 abaixo:

A Zona Residencial 4 é destinada ao uso residencial unifamiliar, residencial

multifamiliar horizontal e vertical, sendo permitido comércio e serviços locais e de bairro,

indústria doméstica e uso misto, uso institucional local e institucional principal.

Por estar inserido no Eixo de Comércio e Serviço Três, o terreno apresenta Coeficiente

de Aproveitamento de 5.0, com taxa de ocupação de 80%.

Figura 20: Mapa de Zoneamento Urbano do município de Campos dos Goytacazes

Fonte: CAMPOS DOS GOYTACAZES, 2008b. (Adaptado pela autora).

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7 - PROJETO ARQUITETÔNICO

7.1 – Conceito e Partido Arquitetônico

Todos nós possuímos algum instinto de liberdade, uns mais que os outros, pois, por

vezes, nos habituamos ao nosso ninho e não queremos sair de lá. O mesmo acontece com os

animais. Apesar de alguns terem se habituado a viver sossegados, o instinto abrange todos eles.

(DUARTE, 2016).

Em 1965, na Inglaterra, em meio a fortificação do movimento em defesa do bem estar

animal, foram lançadas as liberdades que um animal deveria ter – tanto físicas, quanto mentais.

Em 1979 foram aprimoradas, surgindo então a lista das cinco liberdades - conhecida como

“Five Freedoms”. (ROCHA, 2013).

“Freedom from hunger and thirst” (Liberdade de fome e sede) – através do acesso livre

à água limpa e a dieta que mantenha boa saúde e vigor.

“Freedom from discomfort” (Liberdade de desconforto) – fornecendo ambiente

apropriado.

“Freedom from pain, injury, or disease” (Liberdade de dor, injúria, ou doença) –

através da prevenção ou do pronto diagnóstico e tratamento.

“Freedom to express normal behavior” (Liberdade para expressar comportamento

normal) – fornecendo espaço, ambiente e companheirismo.

“Freedom from fear and distress” (Liberdade de medo e experiências mentais

conscientes).

O presente anteprojeto arquitetônico apresenta como conceito as “Five Freedoms”,

conforme evidencia a Figura 21.

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Todo o animal é livre, veio e pertence à natureza, que é o seu habitat natural. A intenção é

que o partido arquitetônico evidencie a sensação de liberdade, onde os ambientes internos

possam interagir com o externo e que a natureza esteja presente. Para que isso aconteça, serão

utilizados materiais como: vidro para permitir a integração do externo com o interno; madeira;

jardins internos; e a captação da água de águas pluviais.

Fonte: BOWL, 2016. (Adaptado pela autora)

Figura 21: As liberdades do animal.

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7.2 – Programa de Necessidades

A Tabela 3 a seguir apresenta o Programa de Necessidades e o dimensionamento dos

ambientes que compõem o CATRAA.

Tabela 4: Programa de Necessidades

AMBIENTE QUANT.

ÁREA UNIT.

(m²)

ÁREA

TOTAL (m²)

PA

RT

E A

DM

INIS

TR

AT

IVA

Recepção 1 20 20

Secretaria 1 8 8

Almoxarifado 1 5 5

Cozinha animal 1 4 4

Vestiário Funcionários 2 12 24

Cozinha/Copa Funcionários 1 15 15

Área de Serviço 1 4 4

DML 1 4 4

ÁR

EA

DE

SA

ÚD

E E

CU

IDA

DO

S

Ambulatório (triagem) 1 9 9

Antecâmara 1 3 3

Centro Cirúrgico 1 10 10

Sala de isolamento ou quarentena 1 8 8

Maternidade Veterinária 1 8 8

Banheiro Funcionários 2 4 8

Sala de Banho e Tosa 1 13 13

Piscina 1 20 20

CA

NIS

Individuais 4 -8 -2 1 – 2,25 - 4 4 – 18 -16

Coletivos 32 9 288

GA

TIS

Área Livre 2 76 152

Coletivos 2 28 56

PA

RQ

UE

CA

NIN

O E

ES

PA

ÇO

PA

RA

TR

EIN

AM

EN

TO

Campo para Cães/Adestramento 1 1050 1050

Depósito Adestramento 1 5 5

Sala Adestrador 1 4 4

Banheiro Adestrador 1 3 3

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ES

PA

ÇO

LA

ZE

R

Bosque 1 - -

Lanchonete 1 9 9

Banheiro Lanchonete 1 2 2

Banheiro Masculino 1 6 6

Banheiro Feminino 1 6 6

HO

TE

L A

NIM

AL

Salão de quartos 1 50 50

Quintal 1 50 50

Sala de cuidados 1 12 12

Administração/Recepção 1 20 20

Cozinha animal 1 7 7

Cozinha/Copa funcionários 1 13 13

Banheiro Funcionários 2 6 6

PE

TS

HO

P

Balcão de atendimento/Caixa 1 10 10

Salão de Produtos 1 75 75

Administração 1 9 9

Banheiro Administração 1 4 4

Sala de Banho e Tosa 1 25 25

Banheiro Func. Banho e Tosa 1 4 4

Copa 1 10 10

Banheiro Funcionários 2 5 10

AP

OIO

LO

GÍS

TIC

O Estacionamento 2 - -

Depósito de ração 1 6 6

Guarita 2 5 10

Banheiro Funcionários 2 1,8 3,6

Casa de bombas 1 1,5 1,5

Gerador 1 3 3

Abrigo de resíduos sólidos 1 3 3

7.3 – Setorização

A setorização foi esquematizada a partir das atividades desenvolvidas em cada bloco, como

mostra a Figura 22, além dos serviços realizados pelos mesmos.

Fonte: Arquivo Pessoal, 2016.

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Cada bloco foi identificado por sua cor especificada no Programa de Necessidades

mencionados na Tabela 3.

7.4 – Implantação

A implantação do projeto arquitetônico foi pensada de modo que os blocos principais –

Sáude/Administração, Petshop e Pet Hotel, envolvessem o terreno, acolhendo os canis, gatis e

o espaço de lazer.

A Figura 23 mostra a implantação em perspectiva, indicando os seus ambientes. Além dos

blocos principais, estão implantados os canis, gatis, apoio logístico, o espaço lazer e os

estacionamentos que totalizam trinta e seis vagas.

Figura 22: Setorização do Fluxograma

Fonte: Arquivo Pessoal (2016).

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Figura 23: Perspectiva da Implantação

7.5 – Volumetria

A volumetria foi desenvolvida com o objetivo de obter uma forma simples, com a

horizontalidade evidenciada, onde sua implantação envolvesse o centro do o Centro, mas ao

mesmo tempo permitisse o entrosamento dos espaços (Figura 23).

Foi desenvolvido um jogo de volumes, onde jardins internos, permitem que o vento

nordeste, predominante na região, ultrapassasse os blocos frontais. A Figura 24 apresenta um

estudo inicial de volumetria, que evidencia a proposta apresentada.

Figura 24: Estudo de Volumetria

Fonte: Arquivo Pessoal (2016).

Fonte: Arquivo pessoal (2016).

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Após o estudo da forma plástica, junto aos materiais e detalhes da construção, a

volumetria foi finalizada, como mostra as Figuras 25, 26, 27 e 28 a seguir:

Figura 25: Volumetria da Fachada Geral

Figura 26: Perspectiva Fachada Saúde e Administração

Figura 27: Perspectiva Fachada Pet Shop

Fonte: Arquivo pessoal (2016).

Fonte: Arquivo pessoal (2016).

Fonte: Arquivo pessoal (2016).

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Os espaços públicos, Espaço Lazer (Figura 29) e o Parque Animal (Figura 30) foram

projetados para que fossem campos abertos, com vegetações de grandes e pequenos portes,

sendo lugares agradáveis para o uso.

Figura 28: Perspectiva Fachada Pet Hotel

Fonte: Arquivo pessoal (2016).

Figura 29: Espaço Lazer

Fonte: Arquivo pessoal (2016).

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Figura 30: Parque animal

Os canis (Figura 31) e gatis (Figura 32) tiveram suas dimensões e posições pensadas

especialmente para os cães e gatos de modo a oferecer melhores confortos térmico e acústico.

Fonte: Arquivo pessoal (2016).

Figura 31: Perspectiva Canis

Fonte: Arquivo pessoal (2016).

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7.6 – Área de Saúde e Administração

O setor de saúde e administração (Figura 33) possuem o mesmo acesso principal. O animal

quando chega é cadastrado na recepção. Logo após é encaminhado para o ambulatório para a

triagem ser feita e a medicação, se necessária. A higiene é feita no banho e tosa. Após esses

primeiros atendimentos, ele é levado para o canil ou gatil, onde receberá todos os cuidados

necessários até que encontre um lar adotivo.

Figura 33: Bloco de Saúde e Administração

Figura 32: Perspectiva Gatis

Fonte: Arquivo pessoal (2016).

Fonte: Arquivo pessoal (2016).

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Para os funcionários, o espaço conta com copa, cozinha e vestiários. Neste bloco

também encontra-se a cozinha animal, área de serviço e o depósito de materiais de limpeza,

mas todos com acesso somente pelos fundos do prédio.

7.7 – Pet Shop

O pet shop (Figura 34) conta com um salão de produtos onde os clientes podem circular. A

sala de banho e tosa possui uma vidraça para que todos possam ver o trabalho de higienização

nos animais. A administração tem seu espaço separado, com um banheiro exclusivo. O depósito

de produtos possui uma entrada exclusiva. Os funcionários possuem copa e banheiros. O bloco

não possui ligação com o abrigo.

7.8 – Pet Hotel

O espaço projetado para o pet hotel (Figura 35), possui o acesso principal pela recepção,

onde os clientes são cadastrados e podem receber as informações necessárias. Os clientes ficam

hospedados em um salão que possui quartos individuais. Para a hora do lazer, podem brincar

Figura 34: Petshop

Fonte: Arquivo pessoal (2016).

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soltos no quintal gramado. Dois dos quartos possui parte do quintal de forma individual para

que atenda às necessidades dos variados perfis de clientes. Neste bloco, também, encontra-se a

sala do adestrador, com acesso independente pela parte de trás. Para os funcionários foram

projetados cozinha, copa e banheiros.

Figura 35: Pet Hotel

Fonte: Arquivo pessoal (2016).

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7.9 – Campo de Adestramento/Parque Animal

Este espaço é destinado para aulas de adestramento aos alunos do Centro. Fora dos horários

de aula, ele fica aberto para receber o público, sendo usado como Parque Animal (Figura 36).

Os donos podem levar seus bichos para desfrutarem do espaço livres da coleira, já que todo o

perímetro é cercado, não correndo o risco de fuga.

Figura 36: Campo de Adestramento/Parque Animal

Fonte: Arquivo pessoal (2016).

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o Inte

rtra

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7.10 – Canis

Este bloco, representado na Figura 38, encontra-se logo atrás da parte de saúde,

posicionados de modo com que recebam o sol nascente e que o vento Nordeste predominante

seja distribuído igualmente. As cabines foram projetadas em diferentes perfis: coletivos e

individuais para pequeno, médio e grande porte. Os cachorros abrigados ficarão instalados neste

espaço, recebendo todos os devidos cuidados, até que encontrem um lar adotivo.

Figura 38: Canis

Fonte: Arquivo pessoal (2016).

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7.11 – Gatis

Os gatis (Figura 39) estão logo após os canis, possuindo o mesmo esquema de

posicionamento e funcionamento ao abrigar os gatos. Suas unidades são coletivas, onde dois

dos espaços são separados, destinado aos filhotes.

7.12 – Espaço Lazer

O Espaço Lazer – Figura 42, é destinado ao público onde podem passear, fazer piqueniques,

contemplar o pequeno aquário com peixes domésticos, ou até mesmo comprar algum alimento

na lanchonete. Os banheiros públicos estão disponíveis neste espaço.

Figura 39: Gatis

Fonte: Arquivo Pessoal (2016).

Figura 40: Volumetria FinalFonte:

Arquivo Pessoal (2016).

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Figura 42: Espaço Lazer

Fonte: Arquivo Pessoal (2016).

Figura 41: Volumetria FinalFonte:

Arquivo Pessoal (2016).

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7.13 – Apoio Logístico

Neste apoio (Figura 43), localizado logo após os gatis, foram instalados banheiros

femininos e masculinos, abrigo de resíduos sólidos e o depósito de rações para que ficasse perto

dos canis e gatis.

Figura 43: Apoio Logístico

Fonte: Arquivo Pessoal (2016).

Figura 44: Volumetria FinalFonte:

Arquivo Pessoal (2016).

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8 MEMORIAL DESCRITIVO

O memorial descritivo tem o objetivo de fornecer dados dos principais materiais e

elementos utilizados no desenvolvimento do presente projeto, unindo a estética, com a

qualidade, baixo custo e fácil manutenção.

8.1 - Captação de Água Pluviais

A captação das águas pluviais tem como objetivo o reaproveitamento da água da chuva,

reduzindo o consumo de água potável do CATRAA e contribuindo para o meio ambiente, onde

a escassez de água vem aumentando gradativamente.

Na Figura 45, podemos ver um esquema de como funciona a captação. A água que cai

no telhado é recolhida pelas calhas, passando por um filtro que retêm as sujeiras, como folhas

e segue para uma cisterna, onde fica armazenada. A água da cisterna é encaminhada para uma

caixa d’água elevada através de uma bomba.

No CATRAA, esse reaproveitamento será simples, reaproveitando as águas recolhidas

pelas calhas das coberturas de todos os blocos. Essas águas serão distribuídas pelos vasos

Figura 45: Esquema de captação de águas pluviais.

Figura 46: Esquema de captação de águas pluviais.

Fonte: Freitas (2011).

Fonte: Freitas (2011).

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sanitários, para a irrigação do jardim e serão utilizadas também para a limpeza dos ambientes.

Além de ser vantajoso economicamente, reduz o fluxo de água que corre para sistema de águas

pluviais públicos durante as chuvas, aliviando os transtornos com alagamentos.

8.2 – Vidros Autolimpantes

Por fazer parte do partido arquitetônico, o vidro está presente em grande parte do

projeto: nas esquadrias e na composição da fachada. Pelo projeto necessitar de espaços que

privilegiem a higiene, já que envolve a saúde e bem-estar dos animais, será utilizado vidro

autolimpante laminado, para assim auxiliar a limpeza desse.

O material é desenvolvido pela Bioclean e durante o processo de produção, é aplicado

um revestimento especial, fazendo com que permaneçam limpos por muito mais tempo,

evitando a adesão de poeira e fuligem, muito presentes na cidade de Campos dos Goytacazes,

onde será implantado o projeto. Eles aproveitam as forças da própria natureza (Raios UV -

ultravioleta e a água da chuva) como coadjuvantes naturais na manutenção de uma visão nítida

e sem distorções, inclusive em dias de chuva, como mostra a Figura 47. (Vidros, s.d.)

Além de aproveitar a força dos raios UV e da água da chuva para combater a sujeira de

forma eficiente, também trabalha a favor do meio ambiente. Ele evita o uso intensivo dos

detergentes poluidores e a frequência de lavagem é menor, o que gera economia de tempo e

dinheiro.

Figura 47: Diferença entre o vidro comum e o autolimpante em contato com a água.

Figura 48: Diferença entre o vidro comum e o autolimpante em contato com a água.

Fonte: Vidreiro (2012).

Fonte: Vidreiro (2012).

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8.3 – Forro com isolamento termo acústico

Na parte interna da construção dos blocos de Saúde, Administração, Pet Shop e Pet

Hotel será utilizado o Isosoft Forro (Figura 49), proveniente da lã de pet. Ele possui tratamento

termo acústico: isola os ambientes dos ruídos internos/externos e proporciona melhor conforto

térmico. A utilização dele no CATRAA é de extrema importância, pois irá proporcionar

conforto tanto para os animais que estarão no espaço, quanto para as pessoas que ali trabalham

ou visitam.

Além dos benefícios termo acústicos, a Lã de Pet Isosoft Forro é um material

ecologicamente correto, proveniente de matéria-prima reciclada e totalmente reciclável. Não

sofre deformação, não cede com o passar do tempo e é um produto auto extinguível, ou seja,

em caso de incêndio, não propaga o fogo. (TRISOFT, 2015).

8.4 – Telhas Sanduíches

A Telha Sanduíche foi escolhida para ser usada na cobertura dos canis e gatis. Ela possui

tratamento térmico e acústico, onde uma camada de isopor é instalada entre as telhas, como

Figura 49: Isosoft Forro na cor branca.

Figura 50: Isosoft Forro na cor branca.

Fonte: Trisoft (2015)

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mostra a Figura 51. Com o uso deste material, os animais terão o benefício do conforto térmico,

enquanto o entorno é amenizado dos latidos e miados.

Outros benefícios ao se utilizar este material são: o material é leve e de fácil aplicação

– o que otimiza o tempo de instalação, evitam desperdícios por serem cortadas de acordo com

o projeto, possuem baixa absorção de água, são anti funfos e bactérias, e não propagam chamas.

(ISOALFA, 2015)

8.5 – Elementos das Fachadas

As fachadas dos blocos principais foram elaboradas de modo que unisse cores claras,

com cores fortes, para que chamasse a atenção do público, mas que ao mesmo tempo não

perdesse a harmonia. Para isso, foi utilizada o branco na maioria dos espaços e nos vidros as

cores: rosa, verde, laranja e azul – como pontos de cor. O revestimento cerâmico amadeirado

também foi usado como elemento de destaque dos acessos.

Figura 51: Telha Sanduíche

Fonte: Isoalfa (2015).

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Figura 53: Especificações da Fachada - Saúde e Administração

Fonte: Arquivo Pessoal (2016).

Figura 52: Especificações da Fachada - Petshop

Fonte: Arquivo Pessoal (2016).

Figura 54: Especificações da Fachada - Pet Hotel

Fonte: Arquivo Pessoal (2016).

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

O trabalho apresentado teve como tema a implantação de um Centro de Acolhimento,

Tratamento e Reintegração de Animais Abandonados (CATRAA), no município de Campos

dos Goytacazes. O objetivo foi desenvolver um anteprojeto arquitetônico que se destinasse a

atender estes animais e os abrigar, até que sejam reintegrados na sociedade através da adoção.

O espaço irá proporcionar qualidade de vida aos cães e gatos acolhidos e também será aberto a

sociedade, para que possam aproveitar o espaço junto aos seus bichos de estimação.

O tema foi escolhido baseado nas atuais condições em que a cidade se encontra, com

diversos animais abandonados, além de carecer de um espaço com as mesmas características

do CATRAA. Esses animais soltos pelas vias correm risco de vida, além de gerarem um certo

caos à saúde pública.

Todas as pesquisas bibliográficas, a visita técnica, o questionário online e o estudo dos

precedentes foram de extrema importância para aprimorar o conhecimento e o desenvolvimento

do Centro, de forma a alcançar melhores resultados na parte projetual.

A justificativa para o presente trabalho parte desta carência da atenção dada ao caso dos

cães e gatos abandonados. A construção do CATRAA trará diversos benefícios aos animais

recolhidos e para a sociedade também, já que há espaços destinados para que ela também possa

usar. E a cidade terá o transtorno da saúde amenizado.

Após a realização do trabalho, muitos conhecimentos foram adquiridos e aprofundados

durante o estudo do tema abordado. Pode-se mostrar também um pouco do conhecimento obtido

durante as aulas no curso de Arquitetura e Urbanismo.

Assim, ao final do presente trabalho, é possível afirmar que os objetivos propostos no

início foram alcançados. O projeto CATRAA conseguiu unir todos os referenciais, estudos,

pesquisas, materiais adequados e volumetria funcional, obtendo sucesso na sua conclusão.

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