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UFVJM - UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI BACIAS HIDROGRÁFICAS BRASILEIRAS

Bacia Hidrográficas do Brasil

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UFVJM - UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI

BACIAS HIDROGRÁFICAS BRASILEIRAS

TEÓFILO OTONI – MG2013

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BACIAS HIDROGRÁFICAS BRASILEIRAS

Bacias Hidrográficas Brasileiras e sua importância

Trabalho apresentado à Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, como parte da disciplina de Introdução as Engenharias, do curso de Bacharelado em Ciência e Tecnologia, ministrado pelo Prof. Dr. José Aparecido de Oliveira Leite.

TEÓFILO OTONI – MINAS GERAIS2013

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Sumário

Resumo.............................................................................................................................................................4

Introdução........................................................................................................................................................5

Bacia do Rio Amazonas.....................................................................................................................................5

Bacia do Rio Araguaia - Tocantins.....................................................................................................................6

Bacia do rio Parnaíba........................................................................................................................................8

Bacia rio São Francisco.....................................................................................................................................9

Bacia do rio Paraná.........................................................................................................................................10

Bacia do rio Paraguai......................................................................................................................................11

Bacia do rio Paraíba do Sul.............................................................................................................................12

Bacia do Rio Uruguai......................................................................................................................................15

Conclusão.......................................................................................................................................................16

Bibliografia:....................................................................................................................................................17

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Resumo

Nos últimos tempos a raça humana vem tomando consciência de que a água

é um bem finito e que sem ela não existirá vida. A partir do momento em que a falta da

água provoca danos ao meio ambiente e si próprio, o homem passa a se preocupar e a

estudar meios para gerenciar os recursos hídricos existentes. A bacia hidrográfica surge

como uma unidade de análise, planejamento e gerenciamento mais eficaz para

caracterizar e combater os impactos ambientais.

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Introdução

O Brasil é dotado de uma vasta e densa rede hidrográfica, sendo que muitos

de seus rios destacam-se pela extensão, largura e profundidade. Em decorrência da

natureza do relevo, predominam os rios de planalto que apresentam em seu leito rupturas

de declive, vales encaixados, entre outras características, que lhes conferem um alto

potencial para a geração de energia elétrica. Quanto à navegabilidade, esses rios, dado o

seu perfil não regularizado, ficam um tanto prejudicados. Dentre os grandes rios

nacionais, apenas o Amazonas e o Paraguai são predominantemente de planície e

largamente utilizados para a navegação. Os rios São Francisco e Paraná são os

principais rios de planalto.

De maneira geral, os rios têm origem em regiões não muito elevadas, exceto

o rio Amazonas e alguns de seus afluentes que nascem na cordilheira andina.

Em termos gerais, pode-se dividir a rede hidrográfica brasileira em oito

principais bacias, a saber: Bacia Amazônica, Bacia do Araguaia-Tocantins, Bacia do rio

Paranaíba, Bacia do rio São Francisco, Bacia do rio Paraná, Bacia do rio Paraguai, Bacia

do rio Paraíba do Sul e Bacia do rio Uruguai. Falaremos sobre cada uma delas a seguir.

Bacia do Rio Amazonas

A Bacia do rio Amazonas consiste no conjunto de todos os recursos hídricos

convergindo para a área banhada pelo Rio Amazonas e seus afluentes, na América do

Sul. Cerca de 40 % de sua área localiza-se no Brasil, extendendo-se para países como o

Peru, Bolívia, Colômbia, Equador e Venezuela. Sua área abrange do mesmo modo a

densa floresta amazônica, portadora de imensa biodiversidade, a qual permanece em

grande parte intocada e não identificada até os nossos dias. Ela constitui uma das doze

bacias macro-hidrográficas do território brasileiro.

O limite norte da Bacia Amazônica é o Planalto das Guianas, enquanto que

ao sul seu limite é o Planalto Brasileiro. Ao oeste dos Andes localiza-se a nascente do

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Amazonas, que em território peruano recebe o nome de Marañon (ao entrar em território

brasileiro, recebe o nome de Solimões). Considerado o segundo maior rio do mundo,

atrás apenas do Nilo, no Egito (em volume de água é considerado o primeiro, com largura

média de cinco quilômetros), o rio percorre uma área de 6400 quilômetros antes de

desaguar no oceano Atlântico.

O clima na área da bacia é o equatorial, e a média de chuvas é de cerca de

1500 a 2500 milímetros anuais, sendo que a temperatura fica em torno de 30 a 35 graus.

A população da área é esparsa e também escassa, com poucas cidades de porte grande,

como por exemplo Iquitos (Peru), Manaus e Belém (Brasil).

Estudos indicam que a bacia formou-se a partir de um enorme golfo que

tinha sua entrada pelo Oceano Pacífico; com a formação da Cordilheira dos Andes, o

golfo se fechou a oeste, originando um imenso lago na parte norte da América do Sul. No

momento em que ocorreu a separação do super continente América-África, uma abertura

no lado leste surgiu, dando origem à atual configuração da bacia. Devido à sua origem

lacustre, o rio Amazonas apresenta uma leve inclinação ao longo de seu caminho, de

aproximadamente 100 metros. É também um típico rio de planície, navegável, bem como

vários dos rios componentes de sua bacia. Tal fato mostra-se importante, pois, numa

região onde estradas e outros meios de comunicação não encontram um

desenvolvimento à altura, como por exemplo, da região sudeste do Brasil, é através da

bacia amazônica que muito da comunicação de seus habitantes é feita, sendo importante

não só como meio de sobrevivência de inúmeras comunidades ribeirinhas, mas também

como meio de transporte, uma verdadeira “estrada natural”.

Bacia do Rio Araguaia - Tocantins

A Bacia do rio Araguaia consiste no conjunto de todos os recursos hídricos

convergindo para a área banhada pelo rio Araguaia e seus afluentes. Esta é uma das

doze regiões hidrográficas do território brasileiro. É muito frequente a classificação deste

rio e do Tocantins como uma unidade denominada bacia Tocantins/Araguaia.

O conjunto localiza-se a nordeste do estado de Goiás e conecta-se a 49

municípios. A nascente do principal rio da bacia localiza-se na Serra do Caiapó, próximo

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ao Parque Nacional das Emas, na divisa entre os estados de Mato Grosso e Goiás,

desaguando no rio Tocantins.

A origem do nome “Araguaia” vem da língua tupi, e significa “rio das araras

vermelhas“. O rio é ainda responsável por delimitar a divisa entre vários dos estados pelo

qual, juntamente com sua bacia, percorre: Mato Grosso, Goiás, Maranhão, Tocantins e

Pará. É além disso considerado um dos rios mais piscosos do mundo, sofrendo porém

com a crescente pesca predatória, que por consequência diminui o volume de peixes de

toda a bacia, isso sem mencionar a recente construção da hidrelétrica de Tucuruí,

dificultando a subida dos peixes pelo rio, para a sua desova e consequente reprodução.

Recentemente, em 2007 verifica-se o aumento gradual da quantidade de

assoreamentos, diminuindo a água do leito dos rios, e dificultando a navegação pela

bacia, em especial na área do município de Aragarças.

O rio Araguaia apresenta uma peculiaridade, que é a de, entre os meses de

julho e agosto o clima seco propicia o retrocesso do rio em vários pontos, formando assim

ilhas de areia, muito utilizada por turistas, que são abordados pelos órgãos de meio

ambiente locais e instruídos pelos mesmos acerca de normas de convivência básica e

harmoniosa naquele bioma. Entre as recomendações estão a de não utilizar a madeira

nativa da região, evitar a caça e a pesca sem licença dos respectivos órgãos ambientais,

evitar o uso de fogos de artifício, dispor o banheiro bem como outras instalações

sanitárias a uma distância mínima de 30 metros, além de evitar o uso de latas e remover

todo o lixo produzido para fora da área no momento da partida.

Assim como o rio Paraguai e sua bacia, o Araguaia vem ano a ano

padecendo pela exploração econômica de sua área, com destaque para a agricultura, que

causa tanto problemas advindos da erosão do solo, pela “limpeza” necessária para se

fazer a plantação, bem como, por outro aspecto maléfico, a contaminação pelo agrotóxico

utilizado nas lavouras, que é transportado pela chuva até os rios componentes da bacia.

Porém nem tudo está perdido. Com a gradual e crescente conscientização

da população, a área do Araguaia, que chegou a receber o nome de “lixão” na década de

1970, atinge hoje índices animadores de recuperação.

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Bacia do rio Parnaíba

A Bacia do rio Parnaíba consiste no conjunto de todos os recursos hídricos

convergindo para a área banhada pelo rio Parnaíba e seus afluentes. Esta é uma das

doze regiões hidrográficas do território brasileiro. Tal conjunto estende-se pelos estados

do Piauí, Maranhão e trechos do estado do Ceará, e seu bioma varia da Caatinga,

passando a Floresta Tropical, terminando na área de Vegetação Litorânea.

Como principal área habitada da bacia hidrográfica, temos a cidade de

Teresina, capital do estado do Piauí, e, apesar da extensão do Parnaíba e seus afluentes,

a área caracteriza-se pelos índices críticos de abastecimento de água, rede de

saneamento básico e tratamento de esgoto. Tal déficit de abastecimento de água á

geralmente citado como fator principal do escasso desenvolvimento da área da bacia.

Mesmo assim, considerando os períodos de escassez e diminuição do

volume de água na bacia, esta é considerada, ao lado das Bacias do Amazonas e do

Paraná uma das três grandes bacias sedimentares brasileiras. Bacias sedimentares são

aquelas onde a área marginal precipita-se, indo depositar-se ao fundo do rio; à medida

que pedras, areia e demais corpos vão se acumulando e sendo soterrados, estes sofrem

aumento de pressão e temperatura, iniciando um processo de litificação (“transformação

em pedra”, literalmente), formando conjuntos de rochas sedimentares.

Apelidado de “Velho Monge”, o principal rio da bacia nasce nos contrafortes

da chapada das Mangabeiras, confluência de três outros rios: Água Quente, na divisa de

Maranhão e Piauí, Curriola e Lontra, ambos no território do estado piauiense. Este corre

cerca de 1450 quilômetros até sua desembocadura no Oceano Atlântico, servindo, ao

longo de todo seu curso, de divisa entre Maranhão e Piauí.

São três os seus principais cursos: Alto, Médio e Baixo Parnaíba. No Médio

Parnaíba, na altura da cidade piauiense de Guadalupe, encontra-se a barragem de Boa

Esperança, que impulsiona a usina de mesmo nome, geradora de energia integrante do

sistema CHESF.

É importante mencionar que a bacia possui mais de três mil quilômetros de

rios perenes (rios que não secam em tempos de altas temperaturas), centenas de lagoas

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e ainda metade da água do subsolo do nordeste brasileiro, avaliadas em 10 milhões de

metros cúbicos ao ano.

Os afluentes mais importantes do Parnaíba, do lado do Piauí são os rios

Gurgueia, Uruçuí-Preto, Canindé, Poti e Longá; no Maranhão, o afluente importante é o

rio Balsas.

Antes de atingir o Atlântico, o Parnaíba forma um amplo e recortado delta, o

único em mar aberto das Américas e um dos três maiores do mundo em extensão (sendo

os outros, o do Nilo, no Egito, e do Mekong, no Vietnã).

Bacia rio São Francisco

A Bacia do Rio São Francisco abrange área de drenagem em torno de

640.000 km², correspondendo cerca de 8% do território nacional (CBHSF, 2004). Tais

limites geográficos da bacia do São Francisco foram instituídas por meio da Resolução n°

32, de 15 de outubro de 2003, do Conselho Nacional de Recursos Hídricos, que define a

divisão hidrográfica do Brasil.

Até desaguar no Oceano Atlântico, o Rio São Francisco nasce na serra da

Canastra e percorre aproximadamente 2.700 km do território brasileiro (fig.1), passando

pelos estados de Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe. A área da bacia

ainda engloba parte do Estado de Goiás e do Distrito Federal (Lima et al., 2001).

Em relação às chuvas ocorridas na bacia, verifica-se uma precipitação

média anual de 1.036 mm, variando espacialmente desde 600 mm no semi-árido

nordestino, entre Sobradinho (BA) e Xingo (BA), até mais de 1.400 mm nas nascentes

localizadas no Alto São Francisco, em Minas Gerais (CBHSF, 2004 – fig. 2).

A partir da situação de precipitação média apresentada na figura 1, observa-

se que a grande área alaranjada, em torno de 57% da bacia, equivale ao clima semi-

árido. Esta área abrange 218 municípios, ocupando, inclusive, parte do norte de Minas

Gerais. É uma área importante, visto que parte de sua população emigra constantemente,

em função das prolongadas estiagens que atingem aquela região (CBHSF, 2004).

Quanto à cobertura vegetal, fragmentos de diversos biomas são observados:

a Mata Atlântica nas cabeceiras; o Cerrado (Alto e Médio São Francisco) e a Caatinga

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(Médio e Submédio São Francisco). Outros sim, áreas de transição entre o Cerrado e a

Caatinga, florestas estacionais decíduas e semi-decíduas, os campos de altitude e as

formações pioneiras (mangue e vegetação litorânea), estas no Baixo São Francisco

(CBHSF, 2004).

A respeito da conservação das coberturas supracitadas, unidades de

conservação estão presentes na bacia.

A ocupação econômica na região, de uma forma geral, engloba atividade

mineradora e siderurgia, agrícola e industrial correlata, perímetros de irrigações e

pecuária.

Enfim, a Bacia do rio São Francisco representa importante indutor do

desenvolvimento de diversos estados brasileiros e, principalmente, da região Nordeste.

Por isso, há necessidade de que as características ambientais dessa bacia sejam

devidamente conhecidas para que os aproveitamentos dos recursos naturais possam ser

otimizados com o menor impacto ambiental possível.

Bacia do rio Paraná

A bacia do Rio Paraná, que abastece o reservatório da Itaipu Binacional,

abrange seis Estados brasileiros e o Distrito Federal. Sua área até a confluência com o

Rio Iguaçu, de 820.000 km² inclui a região mais industrializada e urbanizada do Brasil.

Concentra um terço da população brasileira em centros urbanos como São

Paulo, a maior cidade da América Latina. É a bacia hidrográfica com a maior capacidade

instalada de energia elétrica do país e também a de maior demanda.

Existem 57 grandes reservatórios na bacia. As usinas com maior capacidade

instalada são Itaipu, Furnas e Porto Primavera.

Seus principais afluentes são os rios Grande, Paranaíba, Tietê,

Paranapanema e Iguaçu. O crescimento de grandes centros urbanos, como São Paulo,

Curitiba e Campinas, gera uma grande pressão sobre os recursos hídricos.

Há um grande consumo de água para abastecimento, e também para

indústria e irrigação. Já a poluição orgânica e inorgânica (efluentes industriais e

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agrotóxicos) e a eliminação da mata ciliar contribuem para a degradação da qualidade da

água de grandes extensões dos principais afluentes do trecho superior do Rio Paraná.

Originalmente, a Região Hidrográfica do Paraná apresentava os biomas de

Mata Atlântica e Cerrado e cinco tipos de cobertura vegetal: Cerrado, Mata Atlântica, Mata

de Araucária, Floresta Estacional Decídua e Floresta Estacional semi decídua. O uso do

solo na região passou por grandes transformações ao longo dos ciclos econômicos do

País, o que ocasionou um grande desmatamento.

Com relação aos indicadores de saneamento básico, os percentuais da

população atendida com abastecimento de água variam de 78,6% (no Paranaíba) a 95%

(Tietê). A maioria das bacias está com um percentual acima da média do Brasil que é de

81,5%.

Bacia do rio Paraguai

A Bacia do rio Paraguai consiste no conjunto de todos os recursos hídricos

convergindo para a área banhada pelo rio Paraguai e seus afluentes. Esta é uma das

doze regiões hidrográficas do território brasileiro. A área total da bacia é de 1.100.000 km²

e abrange áreas dos estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul bem como três países

vizinhos: Argentina, Paraguai e Bolívia.

O rio Paraguai é o principal rio deste conjunto. Nasce em território brasileiro,

nas Chapadas dos Parecis, no estado de Mato Grosso com o nome de “Paraguaizinho”, e

em um de seus trechos mais ao sul serve de demarcador de fronteira com a Bolívia. Seu

nome é de origem guarani, e significa “um grande rio”, e mais tarde batizou o país que

hoje conhecemos como Paraguai. A foz do rio encontra-se no rio Paraná, sendo que a

navegabilidade em suas águas é satisfatória próximo a Cáceres, Mato Grosso do Sul até

a foz do rio Apa, delimitador da fronteira entre Brasil e Paraguai.

A curiosidade da navegação em seu trajeto é a extrema sinuosidade de seu

curso, em especial na região do Pantanal, tornando viagens a distâncias relativamente

próximas muito mais demoradas do que o habitual. Estima-se que da região do Pantanal

até o Oceano Atlântico, seguindo o curso do rio Paraguai, leva-se cerca de seis meses de

viagem.

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A bacia pode ser dividida em duas regiões:

• A região de Planalto, que abrange terras acima de 200 m de altitude;

• A região do Pantanal (no Paraguai, o pantanal local recebe o nome de

“chaco”), de terras de menos de 200m de altitude;

O Pantanal está sujeito a inundações periódicas, assumindo desse modo a

função de verdadeiro “reservatório” dos rios do conjunto. As cheias da bacia ocorrem ao

longo de vários meses, caracterizando um lento escoamento das águas no Pantanal. Tal

fenômeno deve-se à complexa combinação das várias planícies, cujas lagoas e baías

funcionam como reguladores de vazão, acumulando água e amortecendo a elevação do

nível durante as cheias e cedendo águas durante a recessão.

Predominam na área os biomas do Cerrado (região de Planalto) e do

Pantanal. É importante notar que as atividades agro-industriais na região, bem como a

prática da mineração estão provocando o aumento de áreas desmatadas, e com isso uma

gradativa erosão das mesmas. Tal prática acaba provocando o assoreamento dos rios da

bacia, sendo dignos de menção os rios Taquari e São Lourenço.

O centro de maior importância na área da bacia do Paraguai é a cidade de

Cuiabá, capital do estado de Mato Grosso.

Bacia do rio Paraíba do Sul

Formado pela confluência dos rios Paraitinga e Paraibuna, o rio Paraíba do

Sul nasce na Serra da Bocaina, no Estado de São Paulo, fazendo um percurso total de

1.120Km, até a foz em Atafona, no Norte Fluminense. A bacia do rio Paraíba do Sul

estende-se pelo território de três estados - São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro - e é

considerada, em superfície,

uma das três maiores bacias hidrográficas secundárias do Brasil,

abrangendo uma área aproximada de 57.000km².

No Estado do Rio de Janeiro, o rio Paraíba percorre 37 municípios, numa

extensão de 500Km, praticamente quase a metade do território do Estado. Sua

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importância estratégica para a população fluminense pode ser avaliada pelo fato de que o

rio Paraíba do Sul é a única fonte de abastecimento de água para mais de 12 milhões de

pessoas, incluindo 85% dos habitantes da Região Metropolitana, localizada fora da bacia,

seja por meio de captação direta para as localidades ribeirinhas, seja por meio do rio

Guandu, que recebe o desvio das águas do rio Paraíba para aproveitamento hidrelétrico.

Nesta bacia, está localizado o sistema hidroenergético de Furnas Centrais Elétricas,

representado pelo reservatório de Funil e da empresa Light, constituído por 5

reservatórios: Santa Cecília, Vigários, Santana, Tocos e Lajes.

Em Barra do Piraí, 2/3 da vazão do rio Paraíba, cerca de 160m³ de águas é

captada e bombeada na elevatória de Santa Cecília, para as usinas do Sistema Light, as

quais, juntamente com uma vazão de até 20m³/s desviada do rio Piraí, contribuem para o

rio Guandu, onde se localizam a captação e a estação de tratamento de água da Cedae.

A evolução e diversificação das atividades produtivas na bacia do rio

Paraíba do Sul provocaram uma situação de conflito entre os usuários da água. Os

reservatórios representam o elemento fundamental do sistema hídrico, enquanto

regularizador da vazão do rio para a produção de hidroeletricidade e fonte de água.

Entretanto, quando os recursos hídricos eram abundantes em relação às demandas,

mesmo com prioridade de uso para produção de energia elétrica, não se registraram

conflitos pelo uso da água na bacia do rio Paraíba do Sul, situação que mudou com o

desenvolvimento e a necessidade de atender aos múltiplos usuários da água, tornando a

gestão mais complexa diante dos diferentes atores sociais envolvidos.

Assim, na condição de usuário de jusante, o Estado do Rio de Janeiro se vê

sob o impacto dos usos conflitantes do rio Paraíba do Sul: de um lado, água destinada ao

abastecimento público, e o alto crescimento da demanda de energia elétrica, do outro,

destino final de esgotos, de efluentes industriais, agricultura, erosão, assoreamento,

desmatamento das margens, entre outros. Apesar de sua vital importância para o Rio de

Janeiro, o Paraíba do Sul é rio de jurisdição federal, pois se estende por três estados da

Federação. Nessa condição, desde a década de 80, a gestão ambiental do rio Paraíba do

Sul é feita pelo Comitê Executivo de Estudos Integrados da Bacia Hidrográfica do Rio

Paraíba do Sul - CEIVAP (Decreto nº 87.561/82), tendo sido revitalizada, posteriormente,

com a aprovação da Lei nº 9433/97, da Política Nacional de Recursos Hídricos.

A considerável expansão demográfica e o intenso e diversificado

desenvolvimento industrial ocorridos nas últimas décadas na Região Sudeste, refletem-se

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BACIAS HIDROGRÁFICAS BRASILEIRAS

na qualidade das águas do rio Paraíba, podendo-se citar como fontes poluidoras mais

significativas as de origem industrial, doméstica e da agropecuária, além daquela

decorrente de acidentes em sua bacia.

O trecho fluminense do rio é predominantemente industrial, sendo a mais

crítica a região localizada entre os municípios de Resende, Barra Mansa e Volta

Redonda, e onde se encontram as indústrias siderúrgicas, químicas e alimentícias, entre

as quais se destaca a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), da qual originava a maior

parte da carga poluente lançada nesse trecho. Entretanto, considerando-se que as ações

de controle da poluição industrial aplicadas vêm sendo bastante efetivas, observa-se uma

diminuição expressiva dos níveis de poluição por lançamentos industriais.

Ao mesmo tempo, a bacia do rio Paraíba do Sul é especialmente sujeita a

acidentes, não só pela expressiva concentração de indústrias de grande potencial

poluidor, como pela densa malha rodo-ferroviária, com intenso movimento de cargas

perigosas que trafegam pelas rodovias Presidente Dutra (Rio-São Paulo) e BR-040 (Rio-

Juiz de Fora), e acidentes ocorridos em outros estados que chegam até o Paraíba através

de seus rios afluentes.

A ocorrência de desmatamentos nas margens na bacia hidrográfica do rio

Paraíba do Sul é o principal processo responsável pelo assoreamento. A vegetação da

bacia do rio Paraíba do Sul encontra-se bastante alterada devido às diversas formas de

ocupação e uso do solo, que resultaram em processos de erosão e assoreamento do rio.

Contudo, atualmente, a mais notória e prejudicial fonte de poluição da bacia

do rio Paraíba do Sul são os efluentes domésticos e os resíduos sólidos oriundos das

cidades de médio e grande portes localizadas às margens do rio. A única ação capaz de

reverter esta situação é a implantação de estações de tratamento de esgotos e

construção de aterros sanitários e usinas de beneficiamento de lixo domiciliar.

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Bacia do Rio Uruguai

A Bacia do rio Uruguai consiste no conjunto de todos os recursos hídricos

convergindo para a área banhada pelo rio Uruguai e seus afluentes, desaguando no

estuário do rio da Prata, já fora do território brasileiro. Tal bacia é uma das doze regiões

hidrográficas do país, abrangendo 384 municípios.

Tendo na sua origem o nome de Pelotas, na Serra Geral, a 65 km a oeste do

Oceano Atlântico, este recebe posteriormente as águas do rio Canoas, passando então a

ser denominado rio Uruguai. Este então tem sua foz na Bacia hidrográfica do Prata, ou

Mar del Plata, como é mais conhecido, formado pela junção dos rios Paraná e Uruguai.

Formado então pelos rios Pelotas e Canoas, o rio Uruguai serve como divisa

dos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Esta é ainda responsável por

delimitar a fronteira entre Brasil, Argentina e Uruguai e deságua no Oceano Atlântico após

percorrer uma trajetória de 1400 km, fazendo com que este rio seja talvez o mais

importante da hidrografia do sul do Brasil.

A bacia do Uruguai é reconhecida pelo grande potencial hidrelétrico,

possuindo uma das maiores relações energia/km² do mundo.

As atuais bacias hidrográficas da Região Sul do Brasil aparentemente

começaram a se formar no período denominado Terciário Inferior, com a instalação de

condições climáticas de maior umidade. A rede de drenagem dessa região, após sua

gênese e evolução, influenciada em parte pelos fatores estruturais e emoldurada pelos

aspectos geomorfológicos, apresenta-se distribuída por duas grandes bacias

hidrográficas: a do Paraná e a do Uruguai e por múltiplas sub-bacias de pequeno e médio

portes.

Convenciona-se classificar os trechos do rio Uruguai em:

• superior: é o trecho da junção entre os rios Pelotas e Canoas até a

foz do rio Piratini;

• médio: corresponde ao trecho da foz do rio Piratini até a cidade de

Salto, no Uruguai;

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• inferior: o trecho final do rio, de Salto até Nueva Palmira, Uruguai,

diante da foz do Rio da Prata;

Temos como importantes fontes de contaminação do lençol aquífero da

bacia os dejetos resultantes das atividades de suinocultura e avicultura e os agentes

agrotóxicos utilizados nas áreas de prática da rizicultura (cultura de arroz).

A navegação nos rios da bacia é viável somente no trecho inferior, partindo

da foz do Prata. À medida que se sobe o rio, a navegação torna-se gradualmente inviável.

Até a região de Salto temos a navegação de pequenas embarcações; acima desse ponto,

torna-se a navegação dificultosa pela presença de rápidos e corredeiras. Um pouco mais

acima deste ponto, entre São Borja e Uruguaiana pratica-se a navegação, porém com

embarcações de pequeno porte.

Conclusão

A bacia hidrográfica como unidade de planejamento já é de aceitação

mundial, uma vez que esta se constitui num sistema natural bem delimitado

geograficamente, onde os fenômenos e interações podem ser integrados a priori pelo

input e output, podendo ser tratadas como unidades geográficas, onde os recursos

naturais se integram. Além disso, constitui-se uma unidade espacial de fácil

reconhecimento e caracterização, considerando que não há qualquer área de terra que

não se integre a uma bacia hidrográfica e, quando o problema central é água, a solução

deve estar estreitamente ligada ao seu manejo e manutenção. A bacia hidrográfica

constitui um processo descentralizado de conservação e proteção ambiental, tornando-se

um estímulo para a integração da comunidade e a integração institucional.

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BACIAS HIDROGRÁFICAS BRASILEIRAS

Bibliografia:

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