BA&D v.25 n.1 - Retrospectivas 2014 e Perspectivas: Os Novos Rumos Do Desenvolvimento

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    ISSN 0103 8117

    BAHIA ANÁLISE & DADO

    Bahia anál. dados Salvador v. 25 n. 1 p. 1-258 jan./mar. 2015 F o t o :

    J o s e

    A s s e n c o

    / F r e e

    i m a g e s

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    Governo do Estado da BahiaRui Costa

    Secretaria do Planejamento (Seplan)João Leão

    Superintendência de Estudos Econômicose Sociais da Bahia (SEI)

    Eliana BoaventuraDiretoria de Indicadores e Estatísticas

    Gustavo Casseb PessotiBAHIA ANÁLISE & DADOS é uma publicação trimestral da SEI, autarquia vinculada àSecretaria do Planejamento. Divulga a produção regular dos técnicos da SEI e de colabo-radores externos. Disponível para consultas e download no site http://www.sei.ba.gov.br.

    As opiniões emitidas nos textos assinados são de total responsabilidade dos autores.Esta publicação está indexada no Ulrich’s International Periodicals Directory e na Libraryof Congress e no sistema Qualis da Capes.

    Conselho Editorial Ângela Borges, Ângela Franco, Ardemirio de Barros Silva, Asher Kiperstok,Carlota Gottschall, Carmen Fontes de Souza Teixeira, Cesar Vaz de Carvalho

    Junior, Edgard Porto, Edmundo Sá Barreto Figueirôa, Eduardo L. G. Rios-Neto, Eduardo Pereira Nunes, Elsa Sousa Kraychete, Inaiá Maria Moreira deCarvalho, José Geraldo dos Reis Santos, José Ribeiro Soares Guimarães,

    Laumar Neves de Souza, Lino Mosquera Navarro, Luiz Filgueiras, Luiz MárioRibeiro Vieira, Moema José de Carvalho Augusto, Mônica de Moura Pires,

    Nádia Hage Fialho, Nadya Araújo Guimarães, Oswaldo Guerra, RenatoLeone Miranda Léda, Rita Pimentel, Tereza Lúcia Muricy de Abreu, Vitor de

    Athayde Couto Editoria-Geral

    Elisabete Cristina Teixeira BarrettoCoordenação EditorialLuiz Mario Ribeiro Vieira

    Pedro Marques de SantanaCoordenação de Disseminação de Informações (Codin)

    Augusto Cezar Pereira OrricoCoordenação de Produção Editorial

    Elisabete Cristina Teixeira BarrettoEditoria de Arte e de Estilo

    Ludmila NagamatsuRevisão de Linguagem

    Laura Dantas (port.)Capa

    Julio VilelaDesign Grá coEditoração

    Nando CordeiroCoordenação de Biblioteca e Documentação (Cobi)

    Eliana Marta Gomes da Silva SousaNormalização

    Eliana Marta Gomes da Silva SousaIsabel Dino Almeida

    Bahia Análise & Dados, v. 1 (1991- ) Salvador: Superintendência de Estudos Econômicos eSociais da Bahia, 2015.

    v.25 n.1 Trimestral ISSN 0103 8117

    CDU 338 (813.8)

    Impressão: EGBATiragem: 300 exemplares

    Av. Luiz Viana Filho, 4ª Av., nº 435, 2º andar – CABCEP: 41.745-002 – Salvador – Bahia

    Tel.: (71) 3115-4822 / Fax: (71) [email protected] www.sei.ba.gov.br

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    SUMÁRIO

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    C a r o

    l G a r c

    i a / S e c o m

    Apresentação 5

    SEÇÃO 1:RETROSPECTIVA E NOVOS RUMOS DO

    DESENVOLVIMENTO

    7

    A conjuntura da economia baiana no octênio 2007-2014: crise e oportunidade

    Bruno NeivaCarla do Nascimento

    Elissandra BrittoJorge Caffe

    Pedro Marques

    9

    Tendências recentes e perspectivas para a economia baiana

    Fernanda Calasans Costa Lacerda Pessoti Gustavo Casseb Pessoti

    31

    Desenvolvimento regional, federalismo e guerra scal: perspectivas do Convênio ICMS

    nº 70, de 2014Simone Uderman

    Luiz Ricardo Cavalcante

    49

    Restrição externa e crescimento econômico de longo prazo

    Carlos Eduardo Drumond

    63

    Análise da convergência e dos padrões espaciais dos nanciamentos imobiliários

    para construção e aquisição no Brasil Raphael Roberto de Góes Reis

    Alexandre Lopes Gomes

    75

    SEÇÃO 2:DESENVOLVIMENTO REGIONAL E

    ESTUDOS DE CASOS

    85

    O desenvolvimento regional e a convivência com as secas: quais as perspectivas?

    André Silva Pomponet

    87

    Indústria criativa: estudo de caso do município de Dois IrmãosMargarete Panerai Araújo

    Judite Sanson de BemMoisés Waismann

    107

    Análise da execução do Programa Minha Casa Minha Vida nos municípios de Ilhéus e

    Itabuna, na BahiaJefferson da Silva Ramos

    Angye Cássia Noia

    119

    Polo de Informática de Ilhéus (PII): trajetória, características, percepção de atores e

    perspectivas para o setor Angye Cássia Noia

    137

    Os signi cados dominantes da produção de vinhos do Vale do São Francisco

    Angela Cristina Rocha de SouzaSérgio Carvalho Benício de MelloMaria Iraê de Souza Corrêa

    157

    Análise da desigualdade de renda em Pernambuco: situação do domicílio, gênero,

    aspectos educacionais e setores de atividade a partir do Theil-T

    Poliana Duarte de Andrade SantosKelly Samá Lopes de Vasconcelos

    Marina Monteiro TorresRoberta de Moraes Rocha

    171

    Qualidade de vida no trabalho e estresse

    ocupacional: desa os para a indústriaJosilene Alves MonteiroLuiz Sebastião dos Santos Júnior

    Thaísa da Silva Paula

    187

    Imposto ótimo sobre o consumo: uma aplicação ao Nordeste para retomada da competitividade

    do setor de confecção de vestuárioLívia Rodrigues de Lima

    Monaliza de Oliveira FerreiraGlauber Magalhães Pires

    201

    Aplicação do Índice de Desenvolvimento Sustentável para de nição do repasse do

    ICMS ecológico no estado da BahiaKarla Karoline Soares Dalto

    Mônica de Moura Pires

    219

    Economia verde: perspectivas de crescimento no estado da Bahia

    Gardênia AzevedoMaria de Fátima Torreão Espinheira

    Roberto Antônio Fortuna Carneiro

    241

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    APRESENTAÇÃO

    Nesta nova edição da revista Bahia Análise & Dados trazemos otema Retrospectiva 2014 e Perspectivas: os novos rumos do de-senvolvimento. O presente volume estrutura-se em torno de três

    eixos temáticos principais que buscam apontar caminhos para um novomodelo de desenvolvimento brasileiro, que permita maior integração daeconomia baiana com os demais estados da Região Nordeste, fortale-cendo, dessa forma, toda a economia regional. Nesse contexto, busca-setambém responder à seguinte questão: a economia baiana está prontapara um novo ciclo de desenvolvimento?

    Visando delinear essa multiplicidade de objetos e integrá-los numadiscussão coerente e signi cativa, os autores que colaboraram com estaedição construíram um panorama diversi cado e multidisciplinar de ques-tões envolvidas na avaliação e no prognóstico do desenvolvimento baiano,regional e nacional. Assim, os artigos que compõem este volume analisamum amplo espectro de problemas, tais como: guerra scal, economia cria -tiva, políticas públicas, desigualdade de renda, conjuntura e perspectivasda economia baiana, dentre outras abordagens que contemplam, comelevado nível de qualidade técnica, assuntos candentes do nosso tempo.

    Colocamos, então, à disposição do público a mais nova edição darevista Bahia Análise & Dados com a esperança de que sua difusão econhecimento possam contribuir em alguma medida para a formulaçãode políticas e inspirar novas abordagens e pesquisas. Cumpre, por m,destacar que isso não seria possível sem a colaboração diligente dosautores e da equipe técnica envolvida no processo de sua elaboração. Agradecemos a todos.

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    Seção 1:

    Retrospectiva eNovos Rumos doDesenvolvimento

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    Bahia anál. dados, Salvador, v. 25, n. 1, p.9-29, jan./mar. 2015 9

    A conjuntura da economiabaiana no octênio 2007-2014crise e oportunidade

    Bruno Neiva*Carla do Nascimento**

    Elissandra Britto*** Jorge Caffe**** Pedro Marques*****

    Resumo

    O presente artigo analisa o desempenho da economia baiana nos últimos oitos anos,de maneira conjuntural, num tempo de crise nanceira global, com repercussões nega -tivas, sobretudo na produção da indústria de transformação e na exportação de manu-faturas e commodities, mas também num tempo de oportunidade ao fortalecimento domercado interno, com crescimento do emprego, do salário e do consumo.Palavras-chave: Crise. PIB. Indústria. Comércio varejista. Emprego formal.

    Abstract

    This article analyzes the performance of the Bahia economy in the last eight years ofcyclical way, in a global nancial crisis time, with a negative impact on production in themanufacturing industry and the export of manufactured goods and commodities, butalso a chance to time strengthening the internal market, with employment growth, wageand consumption.Keywords: Crisis. GDP. Industry. Retail trade. Formal employment.

    * Graduado em Ciências Eco-nômicas pela UniversidadeSalvador (Unifacs). Técnico daSuperintendência de EstudosEconômicos e Sociais da Bahia(SEI). [email protected]

    ** Mestre em Economia pela Uni-versidade Federal da Bahia(UFBA) e graduada em Ciên-cias Econômicas pela Univer-sidade Estadual de Feira deSantana (UEFS). Técnica daSuperintendência de EstudosEconômicos e Sociais da Bahia(SEI). [email protected]

    *** Mestre em Economia e gradu-ada em Ciências Econômicaspela Universidade Federalda Bahia (UFBA). Técnica daSuperintendência de EstudosEconômicos e Sociais da Bahia(SEI). [email protected]

    **** Graduado em Ciências Econômi-cas pela Universidade Federal daBahia (UFBA). Analista técnicoda Superintendência de EstudosEconômicos e Sociais da Bahia(SEI). [email protected]

    ***** Mestre e graduado em Economiapela Universidade Federal daBahia (UFBA). Especialista emprodução de informações econô-micas, sociais e geoambientaisda Superintendência de EstudosEconômicoseSociaisda Bahia (SEI)[email protected]

    BAHIA ANÁLISE & DADOS

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    A CONJUNTURA DA ECONOMIA BAIANA NO OCTÊNIO 2007-2014: CRISE E OPORTUNIDADE

    10 Bahia anál. dados, Salvador, v. 25, n. 1, p.9-29, jan./mar. 2015

    INTRODUÇÃO

    Nos últimos oito anos, a economia baiana alcançoudesempenho compatível com as transformaçõessocioeconômicas ocorridas no Brasil e, particular-mente, na Região Nordeste. Na primeira década doséculo XXI, observou-se a retomada do crescimen-to do Produto Interno Bruto (PIB) combinado com aredução relativa da pobreza e das desigualdadessociais e regionais. O crescimento da renda tevere exos dinamizadores no mercado interno, nãoobstante a emergência do cenário instável de criseeconômica global.

    A economia brasileira e a baiana foram atingidaspelos efeitos nefastos da crise nanceira interna -cional, a qual se originou da derrocada do mercadonorte-americano de ativos imobiliários em setembrode 2008. O impacto dessa crise se fez sentir interna-mente já no último quadrimestre daquele ano; porém,a economia brasileira cresceu 5,2% e a baiana, 5,3%.

    Para conter os efeitos da restrição de liquideze da retração do poder de compra foram adotadasmedidas econômicas anticíclicas, no âmbito daspolíticas scal, monetária, creditícia e cambial, que

    provocaram redução do superávit primário e au-mento do dé cit nominal do setor público em 2009,com diminuição dos depósitos compulsórios e au-mento da oferta de crédito, ampliando-se a liquideze reduzindo-se as taxas de juros reais.

    Neste sentido, o governo brasileiro concedeu re-dução tributária no Imposto sobre Produtos Indus-trializados (IPI), para automóveis e “linha branca”,e no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF),para nanciamento de motos, motocicletas e opera -

    ções de câmbio; criou linhas de nanciamento paraaquisição de material de construção civil e de mó-veis e eletrodomésticos, além de antecipar o créditopara a safra agrícola e criar estímulos ao comércioexterno com o uso de parte das reservas interna-cionais (BRASIL, 2014c).

    Com o apoio dessas medidas, a economiabrasileira suportou os efeitos colaterais da de-terioração do cenário macroeconômico externo,

    principalmente com o crescimento do consumo dasfamílias, importante componente da demanda agre-gada. Programas de transferência de renda, valo-rização do salário mínimo, aumento da renda e docrédito, ampliação da ocupação e da formalizaçãodo mercado de trabalho, além do ciclo de alta dospreços internacionais das commodities , constituí-ram-se em elementos convergentes para apoiar oavanço da demanda doméstica.

    No entanto, as baixas taxas de crescimento al-cançadas pela economia brasileira, entre 2010 e2013, já sinalizavam para os limites deste ciclo decrescimento, pondo em evidência problemas estru-turais que caram à sombra durante a última década.Nesse contexto, retomou-se, por exemplo, o debatereferente à produtividade da economia brasileira eàs causas de sua persistente estagnação; questio-nou-se o futuro da indústria nacional, bem como asua competitividade e inserção internacional.

    Há, no entanto, expectativas para os próximosanos quanto aos efeitos positivos que os potenciaisinvestimentos em infraestrutura e na exploração depetróleo da camada pré-sal venham representarpara a retomada de um crescimento mais robusto

    da economia brasileira. Os grandes desa os postospara o futuro imediato consistiriam então em aceleraro crescimento econômico sem prejudicar os ganhosde renda do trabalho, a manutenção dos empregose a redução das desigualdades sociais e regionais.

    Diante disso, no presente artigo serão enfatiza-dos os aspectos mais relevantes da economia baia-na, tendo como pano de fundo os cenários que sedescortinaram para a economia brasileira e mundialno período de 2007 a 2014.

    ESTRUTURA DO PRODUTO INTERNO BRUTO(PIB) BAIANO

    De 2007 a 2012, o PIB baiano saiu de um pata-mar de R$ 109,652 bilhões, em valores correntes,para um valor estimado em R$ 190,255 bilhões.Em 2012, o estado ocupava a oitava posição, em

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    BRUNO NEIVA, CARLA DO NASCIMENTO, ELISSANDRA BRITTO, JORGE CAFFE, PEDRO MARQUES

    Bahia anál. dados, Salvador, v. 25, n. 1, p.9-29, jan./mar. 2015 11

    termos relativos, na atividade econômica nacional,de acordo com dados do Sistema de Contas Re-gionais (2014) do Instituto Brasileiro de Geogra ae Estatística (IBGE). A participação da Bahia narenda nacional foi de 3,8% e a renda per capita, estimada em R$ 13.279,00.

    Em termos de estrutura dos grandes setores quecompõem o Valor Agregado Bruto (VAB) no estado,destacou-se o crescimento do setor de Serviços,que passou de 63,2%, em 2007, para 66,8%, em2013 (Grá co 1), cujos segmentos da Administração

    pública e do Comércio comandaram a expansão dosetor no período em tela (Tabela 1).

    Por sua vez, os setores da Indústria e da Agro-pecuária reduziram sua contribuição na geração deVAB em 1,6 ponto percentual (p.p.) e 2,1 p.p., res-pectivamente. A perda de participação do setor in-dustrial foi liderada principalmente pelaIndústria daTransformação , que decaiu de 14,0% para 11,3%.Registre-se, entretanto, que a participação do setorindustrial como um todo oscilou ao longo do período,indicando que a combinação de fatores conjunturaise estruturais contribuiu para a perda de importânciarelativa da Indústria na geração de valor.

    A Indústria de transformação , embora diversi-cada, caracterizou-se pela concentração setorial

    e espacial, tornando-se dependente da demandatanto dos bens intermediários (químicos e petro-químicos) como dos bens nais de consumo (au -tomóveis) nos mercados nacional e externo. A

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    0,02007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 ( 1)

    (%)

    Agropecuária Indústria Serviços

    63,2 63,4 63,6 62,566,3 67,2 66,8

    28,2 28,0 28,7 30,326,2 25,5 26,6

    8,6 8,5 7,7 7,2 7,4 7,3 6,5

    Grá co 1Participação dos grandes setores no PIB2007-2013

    Fonte: SEI/Coordenação de Contas Regionais.(1) Dados sujeitos a reti cação, depois de consolidados os resultados de todas as

    UF's (Projeto de Contas Regionais - SEI/IBGE).

    Tabela 1Participação das atividades econômicas no valor adicionado bruto a preços básicospor Unidades da Federação – 2002-2013

    Atividades 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 ( 1)

    Agropecuária 8,6 8,5 7,7 7,2 7,4 7,3 6,5

    Indústria 28,2 28,0 28,7 30,3 26,2 25,5 26,6

    Indústria extrativa 1,8 2,3 1,1 1,7 2,4 3,2 2,8

    Indústria de transformação 14,0 13,1 16,2 15,6 10,4 8,8 11,3

    Construção civil 7,0 7,2 7,5 8,4 8,0 7,6 8,5

    Produção e distribuição de eletricidade, gás, água, esgoto elimpeza urbana

    5,4 5,4 3,9 4,6 5,3 5,9 4,0

    Serviços 63,2 63,4 63,6 62,5 66,3 67,2 66,8Comércio 12,3 12,9 12,8 12,3 14,3 12,5 14,3

    Transportes, armazenagem e correio 4,5 5,1 4,8 4,7 4,9 5,1 4,5

    Serviços de informação 2,7 2,5 2,1 2,0 1,9 1,7 1,5

    Intermediação nanceira, seguros e previdênciacompletamentar e serviços relacionados

    4,0 3,6 4,0 4,4 4,5 4,7 4,4

    Atividades imobiliárias e aluguéis 8,2 8,6 8,2 7,8 8,0 8,4 7,9

    Administração, saúde e educação públicas e seguridade social 16,6 16,9 16,9 17,3 18,1 18,8 17,7

    Outros serviços 15,0 13,9 14,8 14,0 14,6 16,0 16,5Fonte: SEI/Coordenação de Contas Regionais.(1) Dados sujeitos a reti cação, depois de consolidados os resultados de todas as UF's (Projeto de Contas Regionais - SEI/IBGE).

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    A CONJUNTURA DA ECONOMIA BAIANA NO OCTÊNIO 2007-2014: CRISE E OPORTUNIDADE

    12 Bahia anál. dados, Salvador, v. 25, n. 1, p.9-29, jan./mar. 2015

    conjuntura favorável de 2007 a 2012 permitiu queo referido segmento participasse positivamente novalor adicionado, ao contrário dos anos seguintes,em que ocorreriam mudanças no cenário econômi-co local e internacional. Por seu turno, o segmentoda Construção civil , impulsionado pelo forte cresci-mento imobiliário e também pela execução de obraspúblicas, inclusive as da Copa do Mundo, apresen-tou acréscimo de 1,5 p.p. no valor agregado.

    No setor da Agropecuária constatou-se descen-so de sua participação relativa no VAB, passandode 8,6%, em 2007, para 6,5%, em 2013. A quedados preços internacionais das commodities agrí-colas, sobretudo em 2013, e os efeitos climáticosda estiagem, entre 2011 e 2013 constituíram-senos principias fatores explicativos para o declíniomais acentuado da produção agropecuária, tantono agronegócio quanto na agricultura familiar.

    DINÂMICA DO CRESCIMENTO DO PIB BAIANO

    A atividade econômica baiana, sob a ótica do PIB,apresentou crescimento acumulado de 29,7% no

    período de 2007 a 2013 (Grá co 2). Nesse período,o PIB baiano cresceu a uma taxa média de 3,9% aoano (superior à média nacional, que foi de 3,5%). Alguns fatores positivos, alinhados em três frentes, justi caram esse desempenho: 1) ampliação daocupação e do emprego formal; 2) aumento do po-der de compra das famílias, em função da expan-são do crédito para pessoas físicas, das políticasde transferência de renda e da valorização real dosalário mínimo, e 3) concretização de investimen-

    tos públicos e privados em infraestrutura e na pro-dução de bens e serviços.Como visto anteriormente, foi o setor de Servi-

    ços o que apresentou a maior expansão em termosde VAB, acumulando um crescimento de 32,2% noperíodo analisado (Grá co 3). A taxa média anualde crescimento do setor atingiu 4,1%, sendo que amaior participação intrassetorial foi da atividade deComércio e serviços de manutenção e reparação,

    que cresceu 50,0% no acumulado do período, a umataxa anual de 6,0%. Entre os demais segmentos dosetor, destacaram-se: Administração, saúde e edu-cação públicas, com alta de 8,6% no acumulado doperíodo; Transportes, armazenagem e correio, comtaxa acumulada de 47,0%, e Serviços de alojamen-to e alimentação, com expansão de 34,7%.

    De 2007 a 2013, a indústria baiana registroucrescimento acumulado de 30,0% (Grá co 4), comtaxa média 3,8% ao ano. O segmento da Cons-trução civil apresentou um forte dinamismo, comexpansão acumulada de 70,6% e média anual de

    2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 ( 1)

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    % anual % acumulado

    5,3 5,2

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    10,7 10,1

    17,3

    22,1

    25,9

    29,7

    Grá co 2Produto Interno Bruto – Bahia – 2007-2013

    Fonte: SEI/Coordenação de Contas Regionais.Nota: 1) Dado preliminar sujeito a reti cação. 2) Base 2006 = 100.

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    5,0 5,5

    1,3

    4,7 4,05,4

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    10,812,3

    19,4

    24,1

    29,0

    32,2

    Grá co 3Valor agregado bruto do setor de serviçosBahia – 2007-2013

    Fonte: SEI/Coordenação de Contas Regionais.Nota: 1) Dado preliminar sujeito a reti cação.

    2) Base 2006=100.

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    BRUNO NEIVA, CARLA DO NASCIMENTO, ELISSANDRA BRITTO, JORGE CAFFE, PEDRO MARQUES

    Bahia anál. dados, Salvador, v. 25, n. 1, p.9-29, jan./mar. 2015 13

    7,9%. Atribui-se este resultado ao grande impulsoque o segmento imobiliário experimentou na exe-cução do Programa Minha Casa Minha Vida e aoacesso facilitado ao crédito. A Indústria de transfor-mação cresceu 9,8%, a uma taxa anual de 1,3%. OsServiços Industriais de Utilidade Pública (SIUP ), as-sociados à produção e à distribuição de eletricidadee gás, água, esgoto e limpeza urbana, avançaram4,7% ao ano no período, acumulando crescimentoda ordem de 37,8%. Já a Indústria extrativa mineral cresceu anualmente 2,1%, acumulando uma taxade 15,6%.

    Em 2009, sob o impacto mais imediato da crisemundial, quase todos os segmentos do setor da In-dústria apresentaram quedas acentuadas de cresci-mento, exceto o da Construção civil (3,8%). A quedada produção industrial naquele ano (-3,8%) foi pro-vocada pela Indústria de transformação (-6,4%), oSIUP (-7,2%) e a Extrativa mineral (-4,7%).

    No período em análise, o setor da Agropecuá-ria se expandiu acumuladamente 4,9%, a uma taxamédia anual de 0,7%, a despeito da prolongada es-tiagem que a Bahia atravessou em dois momentos:o primeiro, entre 2007 e 2009, e o segundo, de ca-

    ráter mais intenso, entre 2011 e 2013. Houve taxaspositivas de crescimento do setor até 2011, muito

    por conta das cotações apreciadas das commodi-ties agrícolas no mercado internacional. Entretanto,entre 2012 e 2013, o valor da produção agropecu-ária declinou em razão não apenas da seca, mastambém da incidência de pragas, como a Helicover-

    pa, que dani caram a produção de grãos. A atividade pecuária também foi bastante afeta-da pela estiagem, assinalando decréscimo em qua-se todos os efetivos de rebanhos do estado, comexceção dos de frango e búfalo. Ainda referente àprodução de origem animal, a de leite destacou-sedas demais, obtendo relativo crescimento. Já a pro-dução de ovos de galinha obteve resultado poucosatisfatório. Dentre os outros produtos de origemanimal, o mel de abelha apresentou declínio acen-

    tuado no período.Nos três primeiros trimestres de 20141, a estima-tiva de crescimento da atividade econômica baianaesteve em torno de 1,4%. Em termos de valor agre-gado, evidenciou-se a participação da Agropecuária(13,0%), com realce para a alta estimativa da safra

    1 Conforme dados divulgados pela SEI (ATIVIDADE..., 2014) e sujeitosa reti cação.

    2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 ( 1)

    35

    30

    25

    20

    15

    10

    5

    0

    -5

    -10

    % anual % acumulado

    4,53,5

    -3,8

    8,8

    4,5 5,4 4,2

    8,2

    4,1

    13,3

    18,4

    24,8

    30,0

    Grá co 4Valor agregado bruto da IndústriaBahia – 2007-2013

    Fonte: SEI/Coordenação de Contas Regionais.Nota: 1) Dado preliminar sujeito a reti cação.

    2) Base 2006 = 100.

    2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 ( 1)

    35

    30

    25

    20

    15

    10

    5

    0

    -5

    -10

    -15

    -20

    % anual % acumulado

    9,1

    6,3

    -1,3

    6,0 6,2

    -15,3

    -3,9

    15,914,4

    21,3

    28,8

    9,1

    4,9

    Grá co 5Valor agregado bruto da AgropecuáriaBahia – 2007-2013

    Fonte: SEI/Coordenação de Contas Regionais.Nota: 1) Dado preliminar sujeito a reti cação.

    2) Base 2006 = 100.

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    A CONJUNTURA DA ECONOMIA BAIANA NO OCTÊNIO 2007-2014: CRISE E OPORTUNIDADE

    14 Bahia anál. dados, Salvador, v. 25, n. 1, p.9-29, jan./mar. 2015

    A soja apresentou o maior valorde produção dentre as principaisculturas do estado (R$ 1,2 bilhão),superando em R$ 100 milhões ovalor de produção do algodão

    de grãos. Contribuiu também para o crescimento doPIB, no período, o desempenho do setor de Servi-ços, que ascendeu 1,5%. Nesse setor, o destaque

    cou por conta do Comércio ,que apresentou alta de 3,3%.Já a Administração pública re-gistrou queda de 0,5%, com-portamento negativo que temsido explicado pela necessi-dade de ajuste nas despesasgovernamentais, o que in uencia diretamente no de-sempenho da atividade para conformação do VAB.

    Ainda nesse período, a indústria baiana se re-traiu em razão do cenário internacional adverso àsexportações e também por causa do desaqueci-mento da demanda interna. Na variação acumula-da dos últimos três trimestres, o setor reduziu em1,9% o valor adicionado, comandado pela Indústriade transformação (-4,4%). Inversamente, os Servi-ços industriais de utilidade pública (1,4%) e os seg-mentos da Extrativa mineral (2,5%) e da Construçãocivil (0,9%) proporcionaram resultados positivos noperíodo em questão.

    AGROPECUÁRIA

    A agricultura baiana caracterizou-se pela diversidadede cultivos, próximos de 27 lavouras, que vêm sendoconduzidos tanto pela agricultura familiar (principal-mente a mandioca, entre outras culturas alimentares)como pelo agronegócio, mormente àqueles maisavançados tecnologicamente (caso das culturas desoja, algodão e milho). Entretanto, somente oito des-

    sas culturas, a seguir relacionadas, apresentaram re-lativa importância em termos de agregação de valor:algodão, feijão, milho, soja, café, cacau e cana-de--açúcar. Por sua vez, a mandioca, por ser um cultivode subsistência bastante difundido na agricultura fa-miliar, manteve elevada importância para o dinamis-mo socioeconômico do estado.

    Em 2007, a soja apresentou o maior valor de pro-dução dentre as principais culturas do estado (R$

    1,2 bilhão), superando em R$ 100 milhões o valorde produção do algodão, seu concorrente mais pró-ximo. Desde então, essa commodity vem aumen-

    tando seu valor, sendo umadas primeiras a ultrapassaros R$ 2 bilhões em 2011. Em2012, a soja alcançou seumaior valor de produção (R$2,7 bilhões), granjeado pelaalta no preço internacional

    das commodities agrícolas.Observou-se também elevação da área plantada,

    que alcançou mais de 1,3 milhão de hectares em2014, em comparação ao que era pouco mais de 850mil ha em 2007. Esse avanço decorreu, principal-mente, da maior rentabilidade da soja em detrimentode outras culturas, como também do aumento dasterras disponíveis e da aplicação de melhor tecno-logia. Assim, o volume produzido de soja atingiu orecorde de 3,5 milhões de toneladas em 2011.

    No entanto, com o advento da seca no estado,as duas safras seguintes (2012 e 2013) registraramdecréscimos consecutivos de produção, somenteretomando o crescimento na safra de 20142 . Apesar

    disso, a safra de soja sempre esteve próxima dopatamar de 2,5 milhões de toneladas, com exceçãodo ano de 2007, no qual se registraram 2,2 milhões.

    O algodão apresentou o maior valor de produçãoem 2012, superando o da soja e recuperando o maisalto posto entre as commodities baianas, quandoauferiu mais de R$ 2,7 bilhões, equivalendo apro-ximadamente a 2,5 vezes o valor obtido em 2007 3 (Grá co 6). Referente à área plantada, o algodãoapresentou oscilações de proporções variadas –

    chegando a ter mais 400 mil ha, em 2012, reduzindopara 295 mil ha, em 2013 – em decorrência de da-nos causados na lavoura pela lagarta-do-cartucho,

    2 Em 2014, o volume da produção está 40% maior do que aquele doano de 2007.

    3 Alguns aspectos do mercado internacional favoreceram o preço doalgodão, como a quebra de safra nos EUA, maior produtor e expor-tador do produto, o que proporcionou aumento do preço no mercadointerno, bem como o início da seca no ano de 2012 e produção menorque o ano anterior.

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    BRUNO NEIVA, CARLA DO NASCIMENTO, ELISSANDRA BRITTO, JORGE CAFFE, PEDRO MARQUES

    Bahia anál. dados, Salvador, v. 25, n. 1, p.9-29, jan./mar. 2015 15

    2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 ( 1)

    3.000

    2.500

    2.000

    1.500

    1.000

    500

    0

    M i l h a r e s

    R $

    Algodão Soja Milho Cacau

    Café Mandioca Feijão Cana-de-açúcar

    Grá co 6Valor da produção das principais cultura agrícolasBahia – 2007-2013

    Fonte: Pesquisa da Agrícola Municipal - Instituto Brasileiro de Geogra a e Estatística (2014c).

    2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 ( 1)

    9.000

    7.500

    6.000

    4.500

    3.000

    1.500

    0

    Algodão Soja Milho CacauCafé Mandioca Feijão Cana-de-açúcar

    M i l h a r e s

    d e

    t o n e

    l a d a s

    Grá co 7Quantidade produzida das principais culturasagrícolas – Bahia – 2007-2014

    Fonte: LSPA e PAM - Instituto Brasileiro de Geogra a e Estatística (2014b, 2014c ).

    2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 ( 1)

    1.400

    1.050

    700

    350

    0

    Algodão Soja Milho Cacau

    Café Mandioca Feijão Cana-de-açúcar

    M i l h a r e s

    d e

    h e c

    t a r e s

    Grá co 8Área plantada das principais culturas agrícolasBahia – 2007-2014

    Fonte: LSPA e PAM - Instituto Brasileiro de Geogra a e Estatística (2014b, 2014c ).

    com oscilações também na produção. O volumerecorde de produção foi atingido em 2011, com amarca de 1,5 milhão de toneladas. Em 2013, a pro-dução recuou para 900 mil toneladas.

    O milho rmou-se como o terceiro produto emtermos de valor de produção, alcançando R$ 880milhões em 2013, não obstante sua área plantadater sido a segunda maior entre as principais culturasdo estado (aproximadamente 680 mil ha). O preço domilho no mercado internacional vem sendo constan-temente depreciado, o cultivo não demanda tecnolo-gias so sticadas para melhorar a produtividade e omaior consumo nal tem sido a ração alimentar deanimais. No período em análise, a produção física demilho esteve em torno de dois milhões de toneladas.

    O cacau destacou-se com a recuperação doseu valor de produção, saindo da casa de R$ 490milhões, em 2007, para mais de R$ 773 milhõesem 2013. A área plantada apresentou pequena va-riação, chegando a somar 532 mil ha. A produçãoatingiu 150 mil toneladas em 2013, representandoum crescimento de 14% na comparação com 2007(134 mil t). Essa cultura não recebeu os impactosda seca ou de pragas nesse período e, por isso,

    manteve o crescimento em 2011 e 2012.O café foi bene ciado pela quebra de safra nomercado internacional e atingiu o pico do valor deprodução, algo em torno de R$ 840 milhões, em2011. Nos dois anos seguintes, o valor caiu para opatamar de R$ 700 milhões, em razão, sobretudo,da estiagem. A área plantada não apresentou va-riações signi cativas no período. O volume de caféproduzido alcançou o patamar superior a 200 miltoneladas em 2014, o que representou aumento de

    36% em relação a 2007. A cana-de-açúcar registrou aumento conside-rável no valor de produção, passando de R$ 370milhões, em 2007, para mais de R$ 420 milhões,em 2013. Esse aumento decorreu da forte deman-da nacional e internacional pelo açúcar e, interna-mente, pelo etanol. A produção apresentou grandeoscilação no período, atingindo 6,6 milhões de tone-ladas em 2014. A área plantada cresceu, chegando

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    A CONJUNTURA DA ECONOMIA BAIANA NO OCTÊNIO 2007-2014: CRISE E OPORTUNIDADE

    16 Bahia anál. dados, Salvador, v. 25, n. 1, p.9-29, jan./mar. 2015

    Tabela 2Efetivo dos rebanhos, por tipo de rebanho – Bahia – 2007-2012

    Rebanhos 2007 2008 2009 2010 2011 2012

    Galos, frangas, frangos e pintos 19.433.730 22.089.540 23.230.270 23.507.740 22.648.212 22.369.304

    Bovino 11.385.723 11.099.880 10.230.469 10.528.419 10.667.903 10.250.975

    Galinhas 9.676.970 9.743.410 9.552.770 10.551.996 10.026.766 9.645.753

    Ovino 3.096.155 3.020.849 3.028.507 3.125.766 3.072.176 2.812.360

    Caprino 3.187.839 2.933.629 2.768.286 2.847.148 2.741.818 2.427.207

    Suíno 1.904.699 1.835.017 1.753.475 1.768.305 1.620.697 1.513.425

    Equino 621.122 610.335 598.326 586.643 555.905 518.051

    Codornas 318.585 402.424 361.235 376.915 312.240 263.670

    Muar 323.241 315.789 291.387 289.616 274.666 258.326

    Asinino 308.904 295.398 279.134 271.401 254.277 230.684

    Bubalino 17.303 21.362 19.097 23.542 27.171 25.923

    Coelhos 31.491 9.398 9.303 9.828 2.583 3.336Fonte: Pesquisa Pecuária Municipal - Instituto Brasileiro de Geogra a e Estatística (2014g).

    à marca de 132 mil ha em 2014. Registre-se queo aumento da produção encontrou di culdade nascondições climáticas para o plantio e na baixa taxade retorno do investimento.

    A cultura da mandioca expressou um valor deprodução em torno de R$ 550 milhões, em 2013,e foi afetada pela longa estiagem. Em 2014, essacultura teve queda na área plantada de 21% em re-lação a 2007, chegando a pouco menos de 300 mil

    ha, como também no volume de produção, que caiu55% no período.No período em análise, o feijão apresentou re-

    tração expressiva no valor de produção. Se em2007 assinalou um valor de R$ 716 milhões – atrássomente da soja e do algodão – em 2013 o resulta-do foi de apenas R$ 460 milhões. A área plantadatambém se retraiu, passando de 634,1 mil ha, em2007, para 518 mil ha, em 2014. A produção da cul-tura também decresceu, em razão da estiagem de

    2011-2013.Referente à pecuária do estado registrou-sequeda na maioria dos efetivos de animais, com ex-ceção dos planteis de frango e dos bubalinos entre2007 e 2012. Atribui-se a esse desempenho a forteestiagem em duas ocasiões: entre 2007 e 2009 eentre 2011 e 2013, sendo esta última com maiorintensidade. Os dados referentes ao efetivo dos re-banhos estão ilustrados na Tabela 2.

    Observou-se que, durante o período em análi-se, foram implementadas medidas para amenizaros efeitos da seca, incluindo recursos do governofederal da ordem de R$ 15 milhões. Os créditos doPlano Safra também foram utilizados para atenuaras perdas dos produtores.

    Considerando-se apenas 2014, a safra baianade grãos apresentou expectativa de alta de 25,3%,correspondente a uma produção de 7,6 milhões de

    toneladas em relação a 6,1 milhões de toneladasem 2013, segundo o Levantamento Sistemático daProdução Agrícola (2014b)4 do IBGE. A safra de mi-lho tem se constituído na principal cultura para oalcance do satisfatório desempenho dos grãos naBahia, pois está próxima de encerrar o ano commais de 2,9 milhões de toneladas, 40,5% a maisque em 2013. A produção de soja tem expectativade fechar 2014 com mais de 3,2 milhões de tonela-das, 0,5 milhão a mais que em 2013.

    A produção de algodão deverá crescer 25,9%ante o ano anterior, com 1,1 milhão de toneladasproduzidas. O produto teve uma recuperação sig-ni cativa, embora ainda esteja abaixo do patamaranotado em 2011, na casa de 1,5 milhão de tonela-das, devido ao controle tossanitário da lagarta domilho e da ocorrência de chuvas.

    4 Referente às estimativas de novembro de 2014.

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    BRUNO NEIVA, CARLA DO NASCIMENTO, ELISSANDRA BRITTO, JORGE CAFFE, PEDRO MARQUES

    Bahia anál. dados, Salvador, v. 25, n. 1, p.9-29, jan./mar. 2015 17

    A mandioca, com produção total de 1,9 milhãode toneladas, deverá crescer 8% em relação a2013. O café teve forte expansão na produção, com27% em relação à safra de 2013. O mercado permi-tiu ganhos maiores ao produtor, cujos preços foramelevados por conta da quebra de safra nos paísesprodutores da África. Além disso, o café mostrouque as poucas chuvas durante o crescimento dosfrutos não foram determinantes para o insucessoda produção, cuja expectativa será de uma safra demais de 200 mil toneladas.

    O cacau registrou alta de 13,4% ante o ano an-terior, na estimativa da safra de 2014. Os preçoselevados foram simultaneamente um atrativo e umgrande estímulo para a produção, porém a di cul-dade de cultivo da cultura, que necessita de climae solo favoráveis, ainda parece restringir o aumentode produção.

    Em 2014, o destaque negativo na Agropecuáriafoi a safra de feijão (-0,7%), que inclusive contavacom dados otimistas, mas sofreu grandes altera-ções. Outro ponto negativo foi a cana-de-açúcar,em razão de ter sido a única cultura que perma-neceu com estimativa de queda de produção, com

    taxa de -1,5%.Entre os fatores que atraíram a con ança dosagricultores destacaram-se o mercado crescentede crédito e a concorrência entre bancos estatais eprivados no fornecimento de crédito e de garantiasao produtor, não obstante o re exo negativo da co -tação depreciada do dólar para os produtores, prin-cipalmente os de algodão e soja, que têm grandeparte da produção voltada à exportação.

    INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO

    A crise nanceira internacional contagiou fortemen-te a economia real do país, atingindo diretamente osetor industrial, que foi o mais afetado pela criseglobal, com a redução da demanda mundial e seusimpactos sobre as transações internacionais. Asprincipais correntes de transmissão da crise foram

    as oscilações nos preços das commodities, afetan-do o valor das exportações, e a retração da rendae da demanda mundiais que reduziram o volumeexportado pelo Brasil. Com o aumento da incertezano ambiente econômico internacional, houve redu-ção no nível de produção em segmentos importan-tes da indústria, que passaram a conceder fériascoletivas ou realizaram paralisações não progra-madas. Esses eventos, portanto, caracterizaram,em boa medida, o cenário da atividade industrialnos últimos oito anos em análise.

    Nesse contexto e com base nos dados da Pes-quisa Industrial Anual (INSTITUTO BRASILEIRODE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2014d), a par-ticipação do Valor da Transformação Industrial(VTI) baiano na indústria brasileira, entre 2007e 2012, reduziu de 5,0% para 4,1%. Entretanto,no tocante à participação do pessoal ocupado, amesma relação teve ligeiro acréscimo, de 2,7%para 2,8%, conforme ilustrado no Gráfico 9. Essefato justifica-se porque a redução da ocupaçãoindustrial não respondeu imediatamente à quedada produção.

    Considerando-se outro ponto de vista, o VTI da

    indústria de transformação em relação à indústriageral, na Bahia, reduziu-se signi cativamente noperíodo 2007-2012 (Grá co 10) – 6,7 p.p., reduçãomais intensa do que a observada com o pessoalocupado, 1,1 p.p.

    6,0

    5,0

    4,0

    3,0

    2,0

    1,0

    0,02007 2008 2009 2010 2011 2012

    (%)

    Pessoal ocupado Valor da transformação industrial

    2,7 2,7 2,82,9 3,0 2,8

    5,0 5,1

    4,2 4,24,0 4,1

    Gra co 9Participação do valor da transformação industriale do pessoal ocupado da Bahia no do Brasil2007-2012

    Fonte: Pesquisa Industrial Anual - Instituto Brasileiro de Geogra a e Estatística (2014d).

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    20/264

    A CONJUNTURA DA ECONOMIA BAIANA NO OCTÊNIO 2007-2014: CRISE E OPORTUNIDADE

    18 Bahia anál. dados, Salvador, v. 25, n. 1, p.9-29, jan./mar. 2015

    Na análise do crescimento anual acumulado noperíodo, tendo por base a Pesquisa Industrial Men-sal (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA EESTATÍSTICA, 2014e), observou-se que, apesar daqueda na participação do VTI, a produção industrialbaiana expandiu-se 11,8% no período 2007-2013(Grá co 11).

    No início do período em análise, o cenário paraa indústria baiana mostrou-se favorável, pois a de-manda interna esteve aquecida; houve redução gra-dual da taxa de juros; preços elevados das com-modities; aumento da massa salarial e do consumo

    das famílias e ampliação de investimentos paradiversi cação da matriz industrial e da pauta deexportações. A esse cenário agregavam-se aindaa ampliação dos investimentos públicos anuncia-dos no Programa de Aceleração do Crescimento(PAC), que visavam basicamente ao escoamentoda produção industrial, no estado, e a dinamizaçãoda Construção civil, que favoreceu segmentos datransformação, como por exemplo, metalurgia e mi-nerais não metálicos, por serem insumos do setor.

    96,0

    94,0

    92,0

    90,0

    88,0

    86,0

    84,02007 2008 2009 2010 2011 2012

    (%)

    Pessoal ocupado Valor da transformação industrial

    94,1 93,894,6 94,7

    94,1

    93,1

    95,194,2

    93,4 93,4

    91,7

    88,3

    Grá co 10Participação do pessoal ocupado e do valor datransformação industrial na indústria geral

    Bahia – 2007-2012Fonte: Pesquisa Industrial Anual - Instituto Brasileiro de Geogra a e Estatística (2014d).

    2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

    14

    12

    10

    8

    6

    4

    2

    0

    -2

    -4

    -6

    -8

    % anual % acumulado

    (%)

    1,6 2,0

    -5,6

    8,1

    -4,9

    4,2

    6,8

    1,6

    3,7

    -2,2

    5,8

    0,5

    4,7

    11,8

    Grá co 11Crescimento anual e acumulado da produçãofísica industrial – Bahia – 2007-2013

    Fonte: Pesquisa Industrial Anual - Instituto Brasileiro de Geogra a e Estatística (2014d).Nota: Taxa acumulada no período (2007-2013).

    100,0

    90,0

    80,0

    70,0

    60,0

    50,0

    40,0

    30,0

    20,0

    10,0

    0,02007 2008 2009 2010 2011 2012

    (%)

    Agropecuária Indústria Serviços

    38,2 35,727,2 27,9 29,9 29,3

    20,018,4

    16,2 16,317,2 17,1

    9,49,0

    11,6 10,811,2 12,9

    5,16,5

    7,1 7,78,3 8,5

    6,7 9,8

    11,0 10,411,6 8,3

    5,9 5,8

    7,1 7,2

    6,6 7,1

    Equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos

    Artefatos de couro, artigos para viagem e calçados

    Produtos de minerais não-metálicos

    Metalurgia

    Produtos de borracha e de material plástico

    Celulose, papel e produtos de papel

    Veículos automotores, reboques e carrocerias

    Produtos alimentícios

    Outros

    Produtos químicos

    Coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis

    Grá co 12Participação do valor da transformação dos segmentos de atividade na indústria de transformaçãoBahia – 2007-2012

    Fonte: Pesquisa Industrial Anual - Instituto Brasileiro de Geogra a e Estatística (2014d).

  • 8/19/2019 BA&D v.25 n.1 - Retrospectivas 2014 e Perspectivas: Os Novos Rumos Do Desenvolvimento

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    BRUNO NEIVA, CARLA DO NASCIMENTO, ELISSANDRA BRITTO, JORGE CAFFE, PEDRO MARQUES

    Bahia anál. dados, Salvador, v. 25, n. 1, p.9-29, jan./mar. 2015 19

    As medidas anticíclicas quefavoreceram principalmente

    o consumo de bens duráveis,mediante a oferta de incentivos

    scais, produziram efeitospositivos em 2010

    Ainda com base nos dados da Pesquisa In-dustrial Anual (INSTITUTO BRASILEIRO DE GE-OGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2014d), (Grá co 12),observou-se que a perda naparticipação da Indústria detransformação, entre 2007 e2012, ocorreu principalmenteno segmento de derivados de

    petróleo e biocombustíveis ,com redução de 8,9 p.p., queocupa a primeira posição naestrutura industrial baiana. Também apresentaramqueda no valor de transformação: produtos quími-cos (-2,9 p.p.) e equipamentos de informática, pro-dutos eletrônicos e ópticos (-1,6 p.p.). Ao mesmotempo, outros segmentos ganharam participaçãono período: produtos alimentícios (3,4 p.p.), veículosautomotores (1,6 p.p.) e celulose, papel e produtosde papel (1,2 p.p.).

    Considerando-se as informações divulgadaspela Pesquisa Industrial Mensal (INSTITUTO BRA-SILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2014e),para o crescimento acumulado dos segmentos deatividade da indústria geral, no período de 2007 a

    2013, evidenciou-se que, apesar da perda na parti-cipação, ocorreu bom desempenho setorial de De-rivados de petróleo e biocombustíveis (16,5%), queapresentou oscilações associadas às manutençõestécnicas no processo produtivo, com intuito de am-pliar a capacidade produtiva setorial.Celulose, papele produtos de papel (33,2%), Minerais não metáli-cos (64,2%),Produtos alimentícios (9,9%) eBebidas (64,1%) também apresentaram resultados positivos.Por sua vez, outros segmentos tiveram forte recuo,

    sobretudo Produtos químicos (-3,8%), Metalurgia(-12,4%) e Veículos automotores (-41,2%).O segmento produtos químicos , na segunda po-

    sição na estrutura da Indústria de transformaçãobaiana, atravessou o período acumulando taxa ne-gativa (-8,0%), mesmo após a maturação de inves-timentos realizados para ampliação da capacidadeprodutiva e modernização de plantas já existentes,além das inversões em novos produtos derivados

    do etanol de cana-de-açúcar, entre outros investi-mentos que visavam ao aumento da capacidadeinstalada, às melhorias na tecnologia e na com-

    petitividade e à quali caçãoda mão de obra. No entanto,a crise nanceira mundial,entre ns de 2008 e primei-ros trimestres de 2009, trou-xe efeitos negativos sobre ademanda por produtos quí-micos e sobre os preços da

    principal matéria-prima do ramo – a nafta –, que seintensi caram em 2011 com o “apagão” de energiaelétrica5. Ainda em 2014, o segmento seria nova-mente impactado pelo avanço nos preços da nafta,tornando incerto o aumento da oferta dos produtosquímicos no estado.

    O segmento produtos alimentícios foi favorecidopelo aumento da renda e pelo crescimento na pro-dução de soja e seus derivados, cultura que apre-sentou signi cativo aumento na produção agrícolado estado ao longo dos últimos oito anos, conformeveri cado na seção anterior.

    A indústria de veículos suportou grande pres-

    são, entre 2007 e 2009, por conta da crise interna-cional, o que reduziu signi cativamente a produçãodo segmento, acumulando taxa negativa de 1,4%no período de 2007 a 2013. Porém, as medidasanticíclicas que favoreceram principalmente o con-sumo de bens duráveis, mediante a oferta de in-centivos scais, como a redução do IPI, produziramefeitos positivos em 2010. Apesar disso, a satura-ção do mercado fez com que o setor retornasse

    5

    Uma interrupção de energia no Nordeste do Brasil ocorreu na noite dodia 3 de fevereiro até a madrugada de 4 de fevereiro de 2011. O blecau-te de energia elétrica atingiu todos os estados do Nordeste brasileiro,exceto o Maranhão, e foi provocado, segundo a Eletrobrás/CHESF, poruma pane em uma linha de transmissão na Subestação Luiz Gonza-ga, localizada no município de Jatobá, no sertão pernambucano. Asatividades nas empresas do Polo Petroquímico de Camaçari (RegiãoMetropolitana de Salvador), em especial as que operam no segmentoquímico/petroquímico, só foram normalizadas alguns dias após o even-to. No caso da Braskem, a mais importante empresa do polo petroquí-mico, as operações em três plantas, duas na Bahia e uma em Alagoas,

    caram paralisadas por 13 dias após o incidente e, com isso, deixaramde produzir até 100 mil toneladas de eteno, principal matéria-prima pro-duzida pela Braskem. A produção de PVC também foi afetada.

  • 8/19/2019 BA&D v.25 n.1 - Retrospectivas 2014 e Perspectivas: Os Novos Rumos Do Desenvolvimento

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    A CONJUNTURA DA ECONOMIA BAIANA NO OCTÊNIO 2007-2014: CRISE E OPORTUNIDADE

    20 Bahia anál. dados, Salvador, v. 25, n. 1, p.9-29, jan./mar. 2015

    a apresentar forte queda na produção em 2011,tendo se recuperado em 2013, com crescimentode 19,9%.

    O segmento de celulose, papel e produtos de papel assistiu à duplicação de unidades de grandesempresas, favorecendo o aumento da capacidadeprodutiva de celulose no estado. Outro aspecto po-sitivo foram os elevados preços internacionais dacelulose, especialmente nos primeiros anos do pe-ríodo em análise, que estimularam o aumento daoferta do produto, graças ao crescimento da de-manda global e à oferta restrita dos produtores doHemisfério Norte.

    O desempenho do segmento de borracha e plás-tico esteve associado à estabilidade econômica,que contribuiu para o aumento do consumo de ali-mentos e bebidas e outros produtos semiduráveis,em especial entre as classes mais baixas que tive-ram ampliação na renda, impulsionando a demandapor embalagens plásticas. Ressalta-se, também, odesempenho favorável do setor de veículos nos últi-mos anos, principalmente em 2013, o que contribuiupara dinamizar a produção de pneumáticos.

    A indústria metalúrgica, que registrou queda de

    6,9% no período em análise, recuou a produçãonos anos 2009, 2011 e 2012, em razão da quedana demanda internacional do cobre, principal pro-duto do setor na Bahia. No entanto, em 2013, ocobre baiano apresentou crescimento nos níveisde produtividade a partir da modernização da ele-trólise. A ampliação da capacidade instalada dosegmento foi extremamente relevante para aten-der ao aumento de demanda interna, decorrenteda implementação da Resolução nº 13, do Senado

    Federal, que reduziu incentivos scais para pro-dutos importados. Isso levou a um processo desubstituição da importação em alguns segmentosimportantes dessa cadeia produtiva que utilizamcobre. O mercado interno respondeu por 60% dosegmento no ano em tela.

    O segmento de minerais não metálicos apre-sentou desempenho favorável entre 2007 e 2011,favorecido, sobretudo, pelas obras de edi cação

    residenciais, como também por obras de infraes-trutura incentivadas pelo Programa de Aceleraçãode Crescimento (PAC). Assim, o setor acumuloucrescimento signi cativo de 70,3% no período2007-2013.

    Considerando-se apenas o ano de 2014, noacumulado do período de janeiro a setembro, ataxa de crescimento da produção industrial baia-na recuou 5,4%. Setorialmente, houve decréscimode 5,9% na transformação industrial e expansãode 2,5% na indústria extrativa mineral. O pí o de-sempenho na transformação industrial decorreudos segmentos Veículos (-40,4%), Equipamen-tos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-41,4%), Metalurgia (-5,9%) e Couros, artigos para viagem e calçados (-4,4%), re etindo a redu-ção da demanda interna e externa, principalmentepor veículos, bens duráveis e produtos metalúr-gicos; como também o encerramento de ativida-des em indústrias de produtos de informática ede calçados em 2013. Os segmentos de Produtosquímicos (4,6%), Produtos derivados do petróleoe biocombustíveis (2,3%), Extrativo (2,5%) e Pro-dutos alimentícios (0,2%) exibiram taxas positivas

    no período (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEO-GRAFIA E ESTATÍSTICA, 2014e).

    COMÉRCIO EXTERIOR6

    As exportações baianas mantiveram a trajetóriade crescimento no período analisado, com desa-celeração em 2009, por conta da crise nanceiramundial e da queda em 2013, indicando que os

    efeitos da crise continuaram a atuar sobre o co-mércio exterior. Por sua vez, as importações foramfavorecidas, sobretudo, pela valorização do Real epelo aumento da renda interna. Esse aumento coumais evidenciado no crescimento das compras debens de consumo duráveis, que esteve associado

    6 Os autores agradecem ao coordenador de Comércio Exterior, ArthurCruz, pelas contribuições à analise desta seção.

  • 8/19/2019 BA&D v.25 n.1 - Retrospectivas 2014 e Perspectivas: Os Novos Rumos Do Desenvolvimento

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    BRUNO NEIVA, CARLA DO NASCIMENTO, ELISSANDRA BRITTO, JORGE CAFFE, PEDRO MARQUES

    Bahia anál. dados, Salvador, v. 25, n. 1, p.9-29, jan./mar. 2015 21

    diretamente ao aumento da renda, como tambémno consumo de bens de capital por conta do reapa-relhamento do parque industrial.

    O aumento das importações de manufaturadoscontribuiu para o recuo da demanda de produtosnacionais. Mas outros fatores considerados estru-turais, como a baixa qualidade da mão de obra, ainfraestrutura de ciente e a ausência de inovaçãotecnológica, também afetaram a competitividadeindustrial.

    Neste sentido, o governo brasileiro reagiu à au-sência de dinâmica do setor através da introdução,em 2012, de estímulos para melhorar a competitivi-dade da indústria brasileira, buscando maior equi-líbrio na demanda de produtos importados. Essasiniciativas incluíram: aprovação da Resolução 13,no Senado Federal, que reduziu os incentivos s -cais que alguns estados concediam para produ-tos importados; aumento seletivo de impostos deimportação; disponibilização de nanciamentos a juros menores para investimentos produtivos; redu-ção do custo de energia elétrica em fevereiro de2013, e implementação do Programa Reintegra,que proporciona incentivos às empresas exportado-

    ras de alguns segmentos manufatureiros, via rein-tegração de custos tributários residuais existentesnas cadeias produtivas.

    O menor crescimento da economia americanae da União Europeia atrapalhou as vendas das em-presas. A demanda externa mais fraca foi a prin-cipal explicação para o mau desempenho das ex-portações, especialmente dos manufaturados, fatorigualmente importante à perda de competitividadeem relação a outros concorrentes, por causa da va-

    lorização do câmbio e do aumento dos custos.Entre 2007 e 2013, a balança comercial apre-sentou saldo positivo em todos os anos. Entretanto,houve queda nas exportações nos anos de 2009 e2013. A corrente de comércio teve crescimento de68,8%, passando de US$ 11,2 bilhões, em 2006,para US$ 19 bilhões, em 2013. As exportações ex-pandiram 49%, saindo de um patamar de US$ 6,8bilhões, em 2006, para US$ 10,1 bilhões, em 2013,

    após terem alcançado US$ 11,3 bilhões em 2012,quando se intensi caram a crise na Zona do Euro ea freada no ritmo de crescimento da China, gerandouma desaceleração no volume nanceiro das ex -portações baianas nos dois últimos anos.

    O quantum das exportações baianas reduziu14,2% em 2013, e cresceu 3,3% de janeiro a outu-bro de 2014, recuperando o volume de vendas ob-servado entre 2008 e 2012 (Tabela 3). Entretanto, o

    valor das exportações manteve-se em queda, umavez que passou de -10,4%, em 2013, para -7,0%,em 2014, em consequência da redução dos preços(-10,0%) neste último ano.

    Na pauta baiana, 73,5% dos produtos são in-dustrializados, sendo 26,2% semimanufaturados e47,3% manufaturados. E, similar ao desempenho in-dustrial, houve queda no valor das exportações deprodutos industriais nos anos de 2009, 2013 e 2014.Ressalta-se que as vendas de produtos básicos ob-

    tiveram resultado positivo em 2014, recuperando aforte queda do ano anterior (Tabela 4). As importações também cresceram fortemente,

    atingindo 98,7% no período de 2007 a 2013. No anode 2006, a economia baiana importou US$ 4,5 bi-lhões, avançando para US$ 9,9 bilhões em 2013.

    A maior parte do incremento das importações es-teve vinculada às compras de máquinas e equipamen-tos, matérias-primas e combustíveis. As importações

    Tabela 3Variações dos preços, quantum e valor dasexportações – Bahia – 2007-2014

    AnosVariações (%)

    Valor dasExportações Quantum Preço

    2007 9,4 -2,0 11,6

    2008 17,4 5,5 11,3

    2009 -19,4 3,5 -22,2

    2010 26,7 8,7 16,6

    2011 24,0 3,4 19,9

    2012 2,3 3,9 -1,6

    2013 -10,4 -14,2 4,3

    Jan.-Out. 2014 -7,0 3,3 -10,0Fonte: MDIC/Secex Brasil, 2014a.Elaboração: SEI/Comex.Nota: Em comparação ao período anterior.

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    A CONJUNTURA DA ECONOMIA BAIANA NO OCTÊNIO 2007-2014: CRISE E OPORTUNIDADE

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    de bens de capital (máquinas e equipamentos), queindicam investimentos na modernização e ampliaçãoda produção industrial, cresceram 36% em 2013.

    Em 2014, diante da manutenção da conjunturade crise mundial, em que a retomada da economiaglobal não se concretizou na velocidade esperada,com os EUA retomando lentamente a atividade eco-nômica, a UE mantendo-se em recessão e a Chinadesacelerando o nível de atividade, as exportaçõesbaianas, até outubro de 2014, registraram quedade 7,0%, alcançando US$ 7,9 bilhões. Pesaramainda no desempenho do período a queda gene-ralizada dos preços das commodities no mercado

    internacional e a redução nas vendas de produtosindustrializados, principalmente automóveis para a Argentina, petroquímicos para os EUA e metalúrgi-cos para a China.

    Ao contrário das exportações, as importaçõesbaianas, até outubro de 2014, atingiram US$ 7,52bilhões e crescimento de 3,7% ante igual período de2013. Apesar do arrefecimento da produção indus-trial, sobretudo nos dois últimos trimestres de 2013,que reduziu as importações de bens intermediários

    em 9,5%, até outubro, e também as de bens de ca-pital em 4,1%, prevaleceu o aumento das comprasde combustíveis em 33,0% no período.

    Portanto, os indicadores de comércio exteriorpermitiram evidenciar que os efeitos da crise inter-nacional ainda não cessaram e podem continuara se transmitir ao setor industrial, ainda instável, oque signi ca mais incertezas com relação ao am -biente econômico externo futuro.

    COMÉRCIO VAREJISTA

    O comércio varejista brasileiro manteve trajetóriaascendente nos últimos oito anos, não obstante aturbulência que comprometeu a atividade econômi-ca em diversas economias do mundo no nal de2008. No primeiro momento, os impactos da criseeconômica foram percebidos nos diversos seto-res, inclusive no varejo, por conta, preponderante-mente, do segmento de bens duráveis. Entretanto,fatores como redução dos juros e desonerações

    scais, manutenção do nível de renda, elevação donúmero de empregos, associados a um quadro de

    melhoria da con ança dos consumidores quantoao desempenho da economia, re etiram em cres -cimento das vendas, principalmente no segundosemestre de 2008.

    Nos anos seguintes à instauração da crise inter-nacional, observou-se que o setor manteve o cres-cimento nas vendas. No estado da Bahia, de 2007a 2013, o comércio varejista seguiu uma trajetóriaascendente para a efetivação dos negócios, alcan-çando uma taxa de 68,9% em 2013 (Grá co 13).

    A expansão nas vendas nesse período foi deter-minada por um conjunto de fatores: política voltadapara inserção de camadas excluídas do processo deconsumo; aumento do salário real dos trabalhadores;queda da taxa de juros; queda da taxa de desem-prego; elevação substancial do volume de crédito aoconsumidor, além da política de redução do IPI.

    No período em análise, destacaram-se – noque diz respeito à trajetória acumulada no ano e

    Tabela 4Variações das Exportações por valor agregado, Bahia, 2007-2014

    Discriminação 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

    A - Básicos 29,08 36,07 10,10 7,15 52,56 5,49 -27,66 7,97

    B - Produtos Industrializados 6,40 13,80 -25,43 32,73 17,04 1,39 -4,70 -11,46

    Semi-Manufaturados -0,63 0,13 -23,01 18,53 15,63 -12,54 10,52 -10,94

    Manufaturados 25,16 42,76 -27,05 42,82 17,88 9,43 -11,73 -11,74

    C - Operações Especiais 22,33 44,59 -26,24 30,48 12,11 -7,00 -5,02 8,74

    Exportações (Total A+B+C) 9,38 17,41 -19,38 26,75 23,97 2,28 -10,44 -7,03Fonte: MDIC/Secex Brasil (2014a).Elaboração: SEI/Comex.(1) Em comparação ao período anterior.Nota: Para 2014, considera-se o período de janeiro a outubro.

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    BRUNO NEIVA, CARLA DO NASCIMENTO, ELISSANDRA BRITTO, JORGE CAFFE, PEDRO MARQUES

    Bahia anál. dados, Salvador, v. 25, n. 1, p.9-29, jan./mar. 2015 23

    considerando-se o grau de contribuição para o co-mércio – os segmentos Móveis e eletrodomésticos (156,8%), Hipermercados, supermercados, produ-tos alimentícios, bebidas e fumo (37,9%), e Outrosartigos de uso pessoal e doméstico (245,5%). Noâmbito do comércio varejista ampliado, tem-se queos segmentos Veículos, Motos, partes e peças eMaterial de construção cresceram 92,1% e 48,8%,

    respectivamente.Não obstante a retirada dos incentivos pela re-dução de IPI para veículos novos, bem como domenor ritmo de crescimento do crédito, observou--se que, entre 2007 e 2013, as operações de cré-dito para pessoas físicas cresceram 398,7%, in-

    uenciando não somente o segmento de Veículos,motos e peças , mas também, substancialmente, ode Móveis e eletrodomésticos.

    Conquanto as taxas anuais de operações de

    crédito se encontrassem em desaceleração, con-forme ilustrado no Grá co 14, o resultado das ven-das ainda assim foi bastante signi cativo e explicou,parcialmente, a sustentação de taxas positivas parao comércio varejista em meio aos baixos índices decon ança do consumidor.

    O ambiente econômico do período pós-ins-tauração da crise nanceira global mostrou queos fatores exógenos continuaram se re etindo na

    condução da política econômica brasileira. Assim, osetor do comércio manteve o crescimento nas ven-das sustentado na política de incentivos do governoao consumo, mas em ritmo moderado. Ao se ana-lisar o comportamento do varejo em 2012 (Grá co14), constatou-se a perda do ritmo de intensidadedas vendas. As taxas consignadas para Brasil eBahia seguiram uma trajetória de crescimento se-melhante, apesar de, nos meses de fevereiro, mar-ço e junho de 2013, o comércio baiano ter variadonegativamente. De acordo com a Pesquisa Mensalde Comércio (PMC) do Instituto Brasileiro de Geo-gra a e Estatística (2014f), as variações nas ven -das foram de 4,3% e 2,7% para o Brasil e a Bahia,respectivamente.

    Em 2014, a elevação no nível geral de preços,as condições nanceiras mais rígidas e a descon -

    ança quanto à conjuntura da economia, por partedo consumidor, emergiram como elementos poten-cialmente inibidores do consumo e, consequente-mente, como limitadores do nível de crescimentodas vendas no varejo. Entretanto, a despeito dessaconjuntura, o setor deverá encerrar o referido anomantendo a trajetória de crescimento, tendo em vis-

    ta os efeitos das novas medidas de incentivo ado-tadas pelo governo federal, que retiraram algunsentraves para concessão de crédito.

    2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

    80

    70

    60

    50

    40

    30

    20

    10

    0

    % anual % acumulado

    10,07,8 7,0

    10,37,1

    9,7

    2,7

    18,6

    26,9

    39,9

    49,9

    64,4

    68,9

    Grá co 13Volume de vendas do comércio varejistaBahia – 2007-2013

    Fonte: Pesquisa Mensal do Comércio - Instituto Brasileiro de Geogra a e Estatística (2014f ).Nota: Base 2006 = 100.

    2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

    40

    35

    30

    25

    20

    15

    10

    5

    0

    % anual % acumulado

    32,334,7

    21,8

    24,025,3

    22,620,7

    78,2

    117,0

    169,0

    237,1

    313,2

    398,7

    (%) 450

    400

    350

    300

    250

    200

    150

    100

    50

    0

    (%)

    Grá co 14Operações de crédito – pessoa físicaBahia – 2007-2013

    Fonte: Banco Central do Brasil (2014).(1) Taxa acumulada no período (2007-2013).

  • 8/19/2019 BA&D v.25 n.1 - Retrospectivas 2014 e Perspectivas: Os Novos Rumos Do Desenvolvimento

    26/264

    A CONJUNTURA DA ECONOMIA BAIANA NO OCTÊNIO 2007-2014: CRISE E OPORTUNIDADE

    24 Bahia anál. dados, Salvador, v. 25, n. 1, p.9-29, jan./mar. 2015

    Para cada cinco novas admissõesque foram realizadas na modalidade

    reemprego na Bahia, apenasuma admissão foi efetivada pelamodalidade primeiro emprego

    De janeiro a setembro de 2014, o volume de ven-das na Bahia foi de 5,6% em relação à igual períodode 2013, logo superior ao nacional, que registrou varia-ção de 2,6% na mesma basede comparação. Na Bahia, ossegmentos que se destacaramno período foram os seguintes:Combustíveis e lubrifcantes (9,4%),Hipermercados, super-mercados, produtos alimen-tícios, bebidas e fumo (3,6%), Artigos farmacêuticos,médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos(18,4%), Outros artigos de uso pessoal e doméstico(16,8%) e Móveis e eletrodomésticos (1,8%).

    A alavancagem das vendas esteve relacionada àscampanhas promocionais, realizadas pelos empre-sários do ramo, em função de datas comemorativas.No caso do segmento de Hipermercados, supermer-cados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, a ativi-dade foi favorecida pelo alívio da in ação em algunsprodutos comercializados pelo setor. Na Bahia, chamaa atenção o comportamento do segmento de Combus-tíveis e lubrifcantes, que foi determinado pelo efeitobase, uma vez que o segmento registrou comporta-

    mento negativo até o mês de setembro de 2013.O segmento de Móveis e eletrodomésticos apre-sentou redução nas vendas ao longo dos últimos me-ses de 2014, frustrando as expectativas dos analistasde mercado quanto aos estímulos da realização daCopa do Mundo e do programa Minha Casa Melhor.

    A intensidade na desaceleração econômica sere etiu numa perspectiva apática quanto ao com-portamento da economia brasileira nos últimos me-ses de 2014.

    MERCADO DE TRABALHO FORMAL

    O mercado de trabalho baiano gerou cerca de 600mil empregos formais no período de 2007/20147. A utuação do emprego formal, nesse período, es -

    7 Referente ao período de janeiro a outubro de 2014.

    teve con rmada por meio da movimentação dasadmissões e desligamentos do Cadastro Geral deEmpregados e Desempregados (Caged) do Minis-

    tério do Trabalho e Empre-go (MTE) (BRASIL, 2014b).

    As admissões acumularam6.203.920 postos de traba-lho, provenientes, sobretudo,do reemprego (4.986.551postos), do primeiro empre-

    go (998.570 postos), do contrato de trabalho porprazo determinado8 (212.994 postos) e da reinte-gração 9 (5.805 postos).

    Os dados estatísticos do MTE permitiram apre-ender, entre outros aspectos, que, para cada cinconovas admissões que foram realizadas na modali-dade reemprego na Bahia, apenas uma admissãofoi efetivada pela modalidade primeiro emprego.Esse tipo de admissão geralmente tem sido des-tinado às faixas etárias mais jovens da população.Também foi possível perceber que o montante deadmissão de empregados na modalidade contratode trabalho por prazo determinado foi pouco efetivose comparado com o volume total de admissões no

    período em análise, a despeito de ter sido conce-bido com o intuído de aumentar a empregabilidadecom regras exíveis de contratação e de rompimen-to contratual.

    Por sua vez, os desligamentos implicaram a su-pressão de 5.606.947 postos de trabalho, originá-rios principalmente de demissões sem justa causa(3.823.289 postos), términos de contrato (786.081postos), desligamentos a pedido (753.121 postos),conclusão de contratos por prazo determinado

    (176.070 postos) e demissões por justa causa (47.061postos). As demais modalidades de desligamentosforam pouco signi cantes, a exemplo de mortes(14.476) e aposentadorias (6.849) (Tabela 5). Deste

    8 Trabalhadores por prazo determinado, regidos pela Lei nº 9.601/98,são aqueles que podem ser contratados por um período máximo dedois anos, desde que esse tipo de contrato tenha sido previsto emconvenção ou em acordo coletivo.

    9 O empregado reintegrado recupera o seu antigo emprego e o contratode trabalho volta a uir como se a ruptura não tivesse ocorrido.

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    A CONJUNTURA DA ECONOMIA BAIANA NO OCTÊNIO 2007-2014: CRISE E OPORTUNIDADE

    26 Bahia anál. dados, Salvador, v. 25, n. 1, p.9-29, jan./mar. 2015

    postos), Indústria química de produtos farmacêuti-cos, veterinários, perfumaria (6.861 postos).

    Inversamente, os setores de atividade econômica

    que compareceram com os menores saldos de em-prego formal na Bahia, no período em análise, foram Agropecuária, extração vegetal, caça e pesca (15.110postos), Indústria extrativa mineral (4.439 postos), Ad-ministração pública (4.270 postos), Serviços indus-triais de utilidade pública (3.549 postos) (Tabela 6).

    É importante ressaltar que o mercado de tra-balho formal suportou revés com a de agração dacrise global em 2008, que repercutiu negativamente

    na economia brasileira e baiana. Portanto, coexis-tindo com a crise de 2008, o mercado experimentouuma queda geral no emprego em relação a 2007,

    representando, em termos absolutos, uma perda de20.072 postos.Os setores de atividade que mais perderam tra-

    balhadores nessa circunstância foram a Indústria detransformação (-7.270 postos) e a Construção civil(-5.625 postos), cujos montantes de redução de tra-balhadores custaram mais de 2/3 dos postos de tra-balho em 2008. Também é importante destacar a per-da absoluta de postos no setor Agropecuário (-3.481).

    Tabela 6Saldo de emprego celetista por subsetor de atividade econômica – Bahia – 2007-2014

    Subsetor 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013* 2014** Total1-Extrativa mineral 724 337 430 1.414 1.243 516 223 -448 4.4392 - Indústria de transformação 12.434 5.164 10.121 17.979 6.364 -2.537 1.529 3.238 54.29202-Indústria de produtos minerais nao metálicos 1.362 954 1.167 1.944 1.463 434 1.402 -242 8.484

    03-Indústria metalúrgica 100 887 57 1.374 649 -989 -244 280 2.11404-Indústria mecânica 670 -201 99 1.041 787 349 -699 -77 1.96905-Indústria do material elétrico e decomunicaçoes

    669 -172 -319 533 489 -1.052 232 -1.122 -742

    06-Indústria do material de transporte 383 -11 -252 374 502 638 1.011 772 3.41707-Indústria da madeira e do mobiliário 343 -1.012 21 674 715 405 466 210 1.82208-Indústria do papel, papelao, editorial e grá ca 500 498 225 846 264 290 280 390 3.29309-Ind. da borracha, fumo, couros, peles,similares, ind. diversas

    575 -117 135 724 1.053 409 148 244 3.171

    10-Ind. química de produtos farmacêuticos,veterinários, perfumaria

    836 449 115 1.424 814 1.276 353 1.594 6.861

    11-Indústria têxtil do vestuário e artefatos detecidos

    1.122 -116 896 2.071 -5 608 -695 37 3.918

    12-Indústria de calçados 3.419 2.944 4.202 3.862 -2.926 -7.209 -3.034 -1.331 -7313-Indústria de produtos alimentícios, bebidas e

    álcool etílico

    2.455 1.061 3.775 3.112 2.559 2.304 2.309 2.483 20.058

    3-Serviços industriais de utilidade pública 224 113 571 1.043 1.557 -976 1.208 -191 3.5494 - Construção Civil 14.301 8.676 29.639 30.105 9.993 6.233 16.468 -2.440 112.9755 - Comércio 21.092 18.693 22.154 27.278 19.086 17.338 13.444 3.787 142.87216-Comércio varejista 17.650 16.467 18.829 24.214 16.465 14.478 10.064 1.491 119.65817-Comércio atacadista 3.442 2.226 3.325 3.064 2.621 2.860 3.380 2.296 23.2146 - Servicos 25.922 29.043 45.542 48.766 39.207 25.506 21.139 24.341 259.46618-Instituiçoes de crédito, seguros e capitalizaçao 798 656 0 550 1.509 399 206 100 4.21819-Com. e administraçao de imóveis, valoresmobiliários, serv. técnico...

    8.974 8.906 23.441 24.526 12.967 6.614 -1.918 8.443 91.953

    20-Transportes e comunicaçoes 3.859 3.413 2.375 6.917 4.600 2.224 2.588 1.740 27.71621-Serv. de alojamento, alimentaçao, reparaçao,manutençao, redaçao, r...

    7.385 11.673 13.021 10.093 13.452 7.910 13.438 5.257 82.229

    22-Serviços médicos, odontológicos e veterinários 2.992 3.822 4.922 4.308 3.892 5.398 3.546 3.177 32.057

    23-Ensino 1.914 573 1.783 2.372 2.787 2.961 3.279 5.624 21.2937 - Administração Pública 1.529 804 22 198 829 -553 672 769 4.2708 - Agropecuária, extr vegetal, caça e pesca 3.195 -3.481 66 6.347 4.882 -2.104 -951 7.156 15.110Total 79.421 59.349 108.545 133.130 83.161 43.423 53.732 36.212 596.973

    Fonte: Caged – Brasil (2014b).Dados sistematizados pela SEI/Dipeq/Copes, 2014.Notas: Dados contam com o ajuste das declarações realizadas fora do prazo.(1) Os dados estão sujeitos a modi cações devido ao ajuste das declarações fora do prazo.(2) Dados até outubro de 2014. Os dados contam com o ajuste das declarações realizadas fora do prazo até o mês de setembro.

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    BRUNO NEIVA, CARLA DO NASCIMENTO, ELISSANDRA BRITTO, JORGE CAFFE, PEDRO MARQUES

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    Em contraponto à conjuntura de tensão econô-mica, o setor de Serviços aumentou seu contingen-te de trabalhadores, passando de 25.922, em 2007,para 29.043 em 2008.

    As políticas macroeconômicas anticíclicas ado-tadas a partir de então estiveram direcionadas paraos setores da Construção civil, Automobilístico e deMóveis e eletrodomésticos. Além disso, adotou-seuma política de crédito dirigida ao consumo dasfamílias que deu sustentação às taxas positivas decrescimento do comércio varejista no decorrer do

    período em tela.Na conjuntura imediata de pós-crise, foramobservados os maiores saldos de empregos naeconomia baiana em 2009/2010, alcançando-se241.675 postos. Os setores que apresentaram osmaiores saldos de emprego, nesses dois anos emreferência, foram Serviços, Construção civil e In-dústria de transformação, além do Comércio, quese manteve dinamizado (Tabela 7).

    Referente ao salário médio nominal, por setor

    de atividade, no período de 2007/2014, observou-seque as remunerações máximas estiveram concen-tradas na Indústria extrativa mineral, na Adminis-tração pública, nos Serviços industriais de utilidadepública e na Construção civil.

    Contrariamente, as menores remunerações sa-lariais caram no âmbito dos setores da Agropecu-ária, do Comércio, da Indústria de transformação ede Serviços. A razão entre o maior salário (Extrativa

    mineral) e o menor salário (Agropecuária) foi de 2,5vezes (Tabela 7).

    Tanto o salário médio nominal como o saláriomédio real apresentaram crescimento no períodoem tela. O salário médio real 11 dos setores de ati-vidades econômicas, que permitiu ganhos efetivosaos trabalhadores celetistas na Bahia, cresceu57,86% no período 2007/2013 (Grá co 16).

    Os níveis crescentes de remuneração médiapromoveram elevação da massa salarial 12 no perí-odo de 2007/2013. Neste primeiro ano do período,alcançou-se um valor da ordem de R$ 615,24 mi-lhões, que evoluiu para R$ 1,61 bilhão em 2013. Os

    11 Corrigido pelo INPC, com base em 2007.12 Os registros administrativos da RAIS e do Caged de nem massa sa -

    larial como o resultado do produto entre a remuneração média dosempregados em dezembro e o número de empregos existentes no dia31 do mesmo mês.

    Tabela 7Salário médio por setor de atividade econômica – Bahia – 2007-2014

    Setor 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 (1) Total

    Extrativa mineral 851,83 1.564,57 1.476,89 1.600,23 1.651,23 1.677,90 1.744,93 2.112,67 1.592,16

    Indústria de transformação 645,90 695,09 748,01 806,41 855,32 988,28 1.086,63 1.141,73 873,78

    Serviços Industr. de Utilidade Pública 819,33 955,53 919,58 1.185,62 1.128,08 1.165,51 1.560,80 1.349,93 1.183,34

    Construção Civil 726,54 827,60 929,65 980,69 1.046,40 1.154,49 1.267,01 1.279,45 1.053,84

    Comércio 518,81 562,76 615,65 664,34 709,94 785,65 857,95 918,23 715,78

    Servicos 686,94 728,82 796,25 847,73 907,94 997,66 1.068,19 1.105,50 910,81

    Administração Pública 1.181,99 1.069,11 1.388,76 1.060,23 1.092,98 1.212,83 1.393,86 1.544,97 1.249,91

    Agropecuária, extr. vegetal, caça e pesca 447,18 496,27 559,06 620,84 673,50 760,63 824,37 873,24 644,00

    Total 612,92 674,47 743,64 808,69 863,43 956,33 1.042,53 1.084,99 861,78Fonte: Caged – Brasil (2014b).Dados sistematizados pela SEI/Dipeq/Copes, 2014.(1) Dados até outubro de 2014.

    2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

    1.200

    1.000

    800

    600

    400

    200

    0

    660

    579

    1.006

    695

    790858

    1.043

    S a

    l á r i o r e a

    l m

    é d i o

    Grá co 16Evolução do salário real médio – Bahia – 2007-2013

    Fonte: Caged – Brasil (2014b).Dados sistematizados pela SEI/Dipeq/Copes, 2014.

    (1) Dados até outubro 2014.

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    A CONJUNTURA DA ECONOMIA BAIANA NO OCTÊNIO 2007-2014: CRISE E OPORTUNIDADE

    28 Bahia anál. dados, Salvador, v. 25, n. 1, p.9-29, jan./mar. 2015

    setores de atividades que mais contribuíram parao crescimento da massa salarial na Bahia foram:Serviços, Construção civil e Comércio, justamenteaqueles que proporcionaram as maiores contrata-ções de mão de obra (Tabela 8).

    Faltando dois meses (novembro e dezembro)para completar o ano, o prognóstico para o desem-penho do mercado de trabalho, ao nal de 2014, de -

    verá seguir a trajetória de crescimento do empregoformal no estado, embora em ritmo mais moderado. Ademais, dezembro tem sido o mês dos saldos ne-gativos na geração de empregos celetistas há maisde uma década ininterrupta, de 2003 a 2013, naBahia (Grá co 17).

    Assim, tomando-se por fundamento essa evi-dência histórica, presume-se uma nova queda dosaldo de emprego, em dezembro de 2014, fato quedeverá in uenciar o saldo acumulado do ano.

    CONSIDERAÇÕES FINAIS

    Não obstante as adversidades que a economiabaiana enfrentou ao longo dos últimos oito anos, osaldo geral foi positivo. Quando se analisa o mer-cado de trabalho, constata-se que o número de ad-missões atingiu um volume acima de seis milhõesde postos de trabalho, entre 2007 e 2014, dos quaiscerca de um milhão foi preenchido pela entradamaciça de jovens em busca do primeiro emprego.Por sua vez, o saldo de empregos formais foi deaproximadamente 600 mil, sinalizando para um

    importante processo de formalização da força detrabalho no estado.O salário real médio também apresentou uma

    valorização signi cativa, com transcurso de R$660,43 para R$ 1.042,53 entre 2007 e 2013, dan-do provas de que o mercado interno baiano teveforte impulso e que se concretizou no crescimentodos setores de Serviços e Comércio. A Construçãocivil também foi outro setor que se bene ciou do

    Tabela 8Massa salarial por setor de atividade econômica – Bahia – 2007-2014

    Setor 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 (1)

    Extrativa mineral 3.761.665 7.279.923 7.772.869 8.742.059 9.256.781 8.355.945 8.773.510 9.878.846

    Indústria detransformação

    84.715.999 103.351.228 111.266.228 138.689.126 152.906.497 180.808.236 181.563.968 142.913.597

    Serviços Industr deUtilidade Pública

    3.371.547 4.448.952 5.469.660 7.761.049 11.815.552 9.045.542 14.148.652 11.408.291

    Construção Civil 104.980.229 155.745.478 180.339.662 284.879.380 312.859.823 315.519.159 365.979.480 274.175.570

    Comércio 111.686.942 139.972.683 160.063.237 198.811.253 236.184.488 256.414.065 293.290.611 237.737.776

    Servicos 226.382.291 289.487.454 324.216.035 391.683.289 484.424.081 546.784.374 604.262.112 492.576.371

    AdministraçãoPública

    3.516.411 4.540.522 4.778.717 4.811.309 5.810.300 7.283.015 9.564.650 7.445.223

    Agropecuária, extrvegetal, caça epesca

    76.823.321 91.372.414 96.921.047 106.884.430 121.786.754 130.994.402 129.489.024 98.945.469

    Total 615.238.405 796.198.654 890.827.455 1.142.261.895 1.335.044.276 1.455.204.738 1.607.072.007 1.275.081.143Fonte: Caged – Brasil (2014b).Dados sistematizados pela SEI/Dipeq/Copes, 2014.(1) Dados até outubro de 2014.

    2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 20130

    -4.000

    -8.000

    -12.000

    -16.000

    -20.000

    -7891

    -5187-5791

    -6815

    -3944

    -15255

    -4254

    -17303

    -15069-16273

    -10237

    Grá co 17Saldos de empregos formais – Bahia – dez. 2003/2013

    Fonte: Caged - Brasil (2014b).Dados sistematizados pela SEI/Dipeq/Copes, 2014.Notas: Dados contam com o ajuste das declarações realizadas fora do prazo.(1) Os dados estão sujeitos a modi cações devido ao ajuste das declarações fora

    do prazo.(2) Dados até outubro de 2014. Os dados contam com o ajuste das declarações

    realizadas fora do prazo até o mês de setembro.

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    BRUNO NEIVA, CARLA DO NASCIMENTO, ELISSANDRA BRITTO, JORGE CAFFE, PEDRO MARQUES

    Bahia anál. dados, Salvador, v. 25, n. 1, p.9-29, jan./mar. 2015 29

    aumento da demanda no mercado interno, resulta-do da política econômica de expansão do consumo,através de vantagens ao crédito, isenções de im-postos, entre outras medidas.

    O desempenho do PIB baiano, portanto, couacima da média nacional, crescendo a uma taxade 3,9% ao ano, entre 2007 e 2013, com seu ritmopuxado pelos setores de Serviços e Indústria. Noentanto, a Agropecuária e a Indústria de transfor-mação tiveram desempenho abaixo das expecta-tivas. A primeira, apesar de sua elevada produtivi-dade, sobretudo no quesito da produção de grãos,enfrentou severos períodos de estiagem que com-prometeram seu desempenho. Já a Indústria detransformação foi bastante afetada pela crise inter-nacional, além de enfrentar di culdades estruturais(câmbio, carga tributária, infraestrutura, competitivi-dade etc.), que atingiram a indústria nacional quasecomo um todo. No âmbito dessa conjuntura, o seg-mento enfrentará, nos próximos anos, grandes de-sa os, cujo sucesso dependerá de capacidade demobilizar esforços de coordenação e planejamento,combinados com políticas econômicas adequadas.

    REFERÊNCIAS

    ATIVIDADE econômica baiana cresce 0,6% no terceiro trimestrede 2014 e estimativa da SEI para o ano é 1,5%. Informativo PIBTrimestral , Salvador, v. 5, n. 3, jul./set. 2014. Disponível em:. Acesso em: 12 dez. 2014.

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    Artigo recebido em 27 de novembro de 2014

    e aprovado em 19 de janeiro de 2015.

  • 8/19/2019 BA&D v.25 n.1 - Retrospectivas 2014 e Perspectivas: Os Novos Rumos Do Desenvolvimento

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  • 8/19/2019 BA&D v.25 n.1 - Retrospectivas 2014 e Perspectivas: Os Novos Rumos Do Desenvolvimento

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    Bahia anál. dados, Salvador, v. 25, n. 1, p.31-48, jan./mar. 2015 31

    Tendências recentese perspectivas para aeconomia baiana

    Fernanda Calasans Costa Lacerda Pessoti*Gustavo Ca