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ISSN 1679-2645 FEDERAçãO DAS INDúSTRIAS DO ESTADO DA BAHIA SISTEMA FIEB Bahia ANO XXIII Nº 245 2016 INDúSTRIA RENOVADA Estímulo às cadeias eólica e fotovoltaica diversifica parque industrial baiano

Bahia - FIEB · 2016-11-23 · Sindicato da S indúStriaSCetind: (71) 3534-8090 grÁFicaS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da i ndúStria de e xtração de Óleo

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ISSN 1679-2645

Federação daS INdúStrIaS do eStado da BahIa SIStema FIeB

Bahia

aNo XXIII Nº 245 2016

IndústrIa renovada

Estímulo às cadeias eólica e fotovoltaica diversifica parque

industrial baiano

edItorIaL

Falar em produção de energia solar ou eólica no Brasil dos anos

1990 era tema que beirava a utopia, quando não era simplesmen-

te exótico. Em termos de políticas públicas, foi o apagão dos anos

2000, no final do governo Fernando Henrique Cardoso, que fez o

país acordar para a necessidade de explorar novas fontes de ener-

gia, além da hidrelétrica.

Uma primeira ação teve como marco o ano de 1994, quando o

governo federal criou o Programa de Desenvolvimento Energético

dos Estados e Municípios, em parceria com governos estaduais e

municipais. A meta era levar à população isolada ou não atendida

pela rede convencional, outras fontes de energia, o que deu mar-

gem ao surgimento dos primeiros projetos de geração fotovoltaica,

a partir da energia solar.

Em 2002, com a criação, pelo Ministério de Minas e Energia, do

Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica,

foi dada a partida para estimular o desenvolvimento de outras ma-

trizes energéticas no Brasil. Em pouco mais de uma década, a parti-

cipação das energias eólica e fotovoltaica deu saltos significativos.

As mudanças começaram a aparecer a partir de 2011, quando a

energia eólica passou a representar 0,5% da matriz nacional. Em

2013, já representava 1,1% da nossa matriz elétrica, de acordo com

dados do Relatório Síntese do Balanço Energético Nacional 2014,

da Empresa de Pesquisa Energética – EPE e, em 2015, chegava a

responder por 3,5% da energia gerada. A energia fotovoltaica, por

sua vez, entrou pela primeira vez no balanço energético nacional,

com participação de 0,1%.

As projeções são animadoras. Em 2050, 20% da matriz energéti-

ca brasileira será de origem eólica e 9,26%, solar. Em agosto deste

ano, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) contabilizava

379 usinas eólicas em funcionamento no país e 40 centrais gerado-

ras fotovoltaicas. No cenário nacional, a Bahia é o segundo maior

estado brasileiro em produção de energia eólica, com 68 usinas em

operação e produção de 1.71 GW, conforme dados da Aneel, atrás

apenas do Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul.

O estado é um dos vetores de crescimento desta nova indústria,

tanto em produção de energia quanto no fortalecimento das res-

pectivas cadeias produtivas. A indústria eólica já é uma realidade,

a fotovoltaica ainda precisa dar alguns passos decisivos.

A Bahia pleiteia o lugar de centro de referência na produção e

certificação de equipamentos para a geração de energias de fontes

renováveis. Para isto, tem buscado atrair indústrias especializadas,

tendo como atrativos a oferta de matéria-prima e logística. Se con-

tinuar neste caminho, podemos dizer que, na Bahia, a geração de

energia será tocada a vento e sol. E a Bahia poderá suprir, no futuro,

a demanda que o país, considerando as tendências de crescimento

populacional e de consumo, irá necessitar nas próximas décadas.

Em 2050, 20% da matriz energética brasileira será de origem eólica e 9,26%, solar. A Bahia é hoje o segundo maior estado brasileiro em produção de energia eólica, com 68 usinas e produção de 1.71 GW

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Ersto

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Energia do futuro

Fontes solar

e eólica são

novo vetor da

indústria de

energia

4 Bahia Indústria

SindicatoS filiadoS à fiEBSindicato da indúStria do açúcar e do Álcool no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de Fiação e

tecelagem no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria do taBaco no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria do curtimento de couroS e PeleS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria

do VeStuÁrio de SalVador, lauro de FreitaS, SimõeS Filho, candeiaS, camaçari, diaS d’ÁVila e Santo amaro, [email protected] /

Sindicato daS indúStriaS grÁFicaS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de extração de ÓleoS VegetaiS

e animaiS e de ProdutoS de cacau e BalaS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria da cerVeja e de BeBi-

daS em geral no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS do PaPel, celuloSe, PaPelão, PaSta de madeira

Para PaPel e arteFatoS de PaPel e PaPelão no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS do trigo, milho,

mandioca e de maSSaS alimentíciaS e de BiScoitoS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de minera-

ção de calcÁrio, cal e geSSo do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria da conStrução do eStado da Bahia,

[email protected] / Sindicato da indúStria de calçadoS, SeuS comPonenteS e arteFatoS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS metalúrgicaS, mecânicaS e de material elétrico do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de cerâmica e olaria do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de SaBõeS,

detergenteS e ProdutoS de limPeza em geral e VelaS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS

de SerrariaS, carPintariaS, tanoariaS e marcenariaS de SalVador, SimõeS Filho, lauro de FreitaS, camaçari, diaS d’ÁVila, Sto.

antônio de jeSuS, Feira de Santana e Valença, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de FiBraS VegetaiS no eStado da

Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de PaniFicação e conFeitaria da cidade do SalVador, [email protected]

/ Sindicato da indúStria de ProdutoS QuímicoS, PetroQuímicoS e reSinaS SintéticaS do eStado da Bahia, [email protected] /

Sindicato da indúStria de material PlÁStico do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de Produ-

toS de cimento no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de mineração de Pedra Britada do eStado da

Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de ProdutoS QuímicoS Para FinS induStriaiS e de ProdutoS FarmacêuticoS

do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de mÁrmoreS, granitoS e SimilareS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria alimentar de congeladoS, SorVeteS, SucoS, concentradoS e lioFilizadoS do eStado da

Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de carneS e deriVadoS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato

da indúStria do VeStuÁrio da região de Feira de Santana, [email protected] / Sindicato da indúStria do moBiliÁrio do eS-

tado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de reFrigeração, aQuecimento e tratamento de ar do eStado da Bahia,

[email protected] / Sindicato daS indúStriaS de conStrução ciVil de itaBuna e ilhéuS, [email protected] / Sindicato daS

indúStriaS de caFé do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de laticínioS e ProdutoS deriVadoS do eS-

tado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de aParelhoS elétricoS, eletrônicoS, comPutadoreS, inFormÁtica

e SimilareS doS municíPioS de ilhéuS e itaBuna, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de conStrução de SiStemaS de tele-

comunicaçõeS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS metalúrgicaS, mecânicaS e de material

elétrico de Feira de Santana, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de reParação de VeículoS e aceSSÓrioS do eS-

tado da Bahia, [email protected] / Sindicato nacional da indúStria de comPonenteS Para VeículoS automotoreS, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de FiBraS VegetaiS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato

daS indúStriaS de coSméticoS e de PerFumaria do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de arteFa-

toS de PlÁSticoS, BorrachaS, têxteiS, ProdutoS médicoS hoSPitalareS, [email protected] / Sindicato Patronal daS indúStriaS

de cerâmicaS VermelhaS e BrancaS Para conStrução e olariaS da região SudoeSte e oeSte da Bahia [email protected] Sindicato

da indúStria de aduBoS e corretiVoS agrícolaS do nordeSte (Siacan) [email protected] / Sindicato nacional da indúStria da

conStrução e reParação naVal e oFFShore (SinaVal) [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de PaniFicação e conFeitaria

do eStado da Bahia, [email protected]

Filiada à

Bahia

fiEBPRESIDENTE Antonio ricardo Alvarez Alban. 1° VICE-

-PRESIDENTE carlos henrique Jorge Gantois. VICE-

-PRESIDENTES Josair santos Bastos; Eduardo catha-

rino Gordilho; Edison Virginio Nogueira correia;

Alexi Pelagio Gonçalves Portela Junior. DIRETORES

TITULARES Alberto cánovas ruiz;Eduardo Meirelles

Valente; renata Lomanto carneiro Müller; Fernando

Luiz Fernandes; Juan José rosario Lorenzo; theofilo

de Menezes Neto; José carlos telles soares; Angelo

calmon de sa Junior; Jefferson Noya costa Lima;

Luiz Fernando kunrath; João schaun schnitman;

Antonio Geraldo Moraes Pires; Mauricio toledo de

Freitas; Waldomiro Vidal de Araújo Filho. DIRETORES

SUPLENTES Guilherme Moura costa e costa; Glads-

ton José Dantas campêlo; cléber Guimarães Bastos;

Jorge catharino Gordilho; Marcelo Passos de Araú-

jo; roberto Mário Dantas de Farias

conSElhoSMICRO E PEqUENA EMPRESA INDUSTRIAL carlos henri-

que Jorge Gantois; ASSUNTOS FISCAIS E TRIbUTáRIOS

sérgio Pedreira de oliveira souza; COMéRCIO ExTE-

RIOR Angelo calmon de sá Junior; ECONOMIA E DE-

SENVOLVIMENTO INDUSTRIAL Antonio sergio Alipio;

INFRAESTRUTURA Marcos Galindo Pereira Lopes;

INOVAçãO E TECNOLOgIA José Luis Gonçalves de Al-

meida; MEIO AMbIENTE Jorge Emanuel reis cajazei-

ra; RELAçõES TRAbALhISTAS homero ruben rocha

Arandas; RESPONSAbILIDADE SOCIAL EMPRESARIAL

Marconi Andraos oliveira; JOVENS LIDERANçAS IN-

DUSTRIAIS Nayana carvalho Pedreira; PETRóLEO,

gáS E NAVAL humberto campos rangel; PORTOS

sérgio Fraga santos Faria

ciEBPRESIDENTE reginaldo rossi. 1º VICE-PRESIDENTE Jor-

ge Emanuel r. cajazeira. 2º VICE-PRESIDENTE carlos

Antonio B. cohim da silva. 3º VICE-PRESIDENTE ro-

berto Fiamenghi. DIRETORES TITULARES Arlene A. Vil-

pert; Benedito A. carneiro Filho; cleber G. Bastos;

Luiz da costa Neto; Luis Fernando Galvão de Almei-

da; Marcelo Passos de Araújo; Mauricio Lassmann;

Paula cristina cánovas Amorim; hilton Moraes

Lima; thomas campagna kunrath; Walter José Papi;

Wesley k. F. carvalho. DIRETORES SUPLENTES Antonio

Fernando s. Almeida; carlos Antônio unterberger

cerentini; Décio Alves Barreto Junior; Jorge r. de o.

chiachio; Fernando Elias salamoni cassis; José Luiz

Poças Leitão Filho; Mauricio carvalho campos; su-

dário M. da costa; CONSELhO FISCAL - EFETIVOS Luiz

Augusto Gantois de carvalho; rafael c. Valente; ro-

berto Ibrahim uehbe. CONSELhO FISCAL – SUPLENTES

Felipe Pôrto dos Anjos; rodolpho caribé de Araújo

Pinho Neto; thiago Motta da costa

SESiPRESIDENTE DO CONSELhO E DIRETOR REgIONAL

Antonio ricardo Alvarez Alban.

SUPERINTENDENTE Armando da costa Neto

SEnaiPRESIDENTE DO CONSELhO Antonio ricardo A. Alban.

DIRETOR REgIONAL Luís Alberto Breda

DIRETOR DE TEC. E INOVAçãO Leone Peter Andrade

iElPRESIDENTE DO CONSELhO E DIRETOR REgIONAL

Antonio ricardo Alvarez Alban.

SUPERINTENDENTE Evandro Mazo

DIRETOR ExECUTIVO DA FIEb

Vladson Menezes

SUPERINTENDENTE ExECUTIVO DE SERVIçOS

CORPORATIVOS cid Vianna

Informações sobre a atuação e os serviços oferecidos pelas entidades do Sistema FIEB, entre em contato

UNIDADES DO SISTEMA FIEb

sistema fieb nas mídias sociais

Editada pela Gerência de comunicação Institucional

do sistema Fieb

CONSELhO EDITORIAL Mônica Mello, cleber Borges e Patrícia Moreira. COORDENAçãO EDITO-

RIAL cleber Borges. EDITORA

Patrícia Moreira. REPORTAgEM

Patrícia Moreira, carolina Men-donça, Marta Erhardt, Luciane Vivas (colaboração) e Décio Esquivel (estagiário). PROJETO

gRáFICO E DIAgRAMAçãO Ana clélia rebouças. FOTOgRAFIA coperphoto. ILUSTRAçãO E IN-

FOgRAFIA Bamboo Editora. IM-

PRESSãO Gráfica trio.

FEDERAçãO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DA bAhIA

rua Edístio Pondé, 342 – stiep, cEP.: 41770-395 / Fone:

71 3343-1280 www.fieb.org.br/bahia_indus-

tria_online

As opiniões contidas em artigos assinados não refletem necessa-riamente o pensamento da FIEB.

FIeB – Federação das IndústrIas do estado da BahIa

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sesI – servIço socIaL da IndústrIa

sede: 3343-1301@Educação de Jovens e Adultos – RMS: (71) 3343-1429 @Responsabilidade Social: (71) 3343-1490@Camaçari: (71) 3205 1801 / 3205 1805@Candeias: (71) 3601-2013 / 3601-1513@Itapagipe: (71) 3254-9901@Itaigara: (71) 3444-4250 / 4251 / 4253@Lucaia: (71) 3205-1801@Piatã: (71) 3503 7401@Retiro: (71) 3234 8200 / 3234 8221@Rio Vermelho: (71) 3616 7080 / 3616 7081@Simões Filho: (71) 3296-9300 / 3296-9330@Eunápolis: (73) 8822-1125@Feira de Santana: (75) 3602 9762@Sul: (73) 3639 9331 / 3639 9326@Jequié: (73) 3526-5518@Norte: (74) 2102-7114 / 2102 7133@Valença: (75) 3641 3040@Sudoeste: (77) 3422-2939 @Oeste: (77) 3628-2080

senaI – servIço nacIonaL de aprendIzagem IndustrIaL

sede: 71 3534-8090@Cimatec: (71) 3534-8090@Dendezeiros: (71) 3534-8090 @Cetind: (71) 3534-8090@Feira de Santana: (75) 3229-9100 @Ilhéus: (73) 3639-9300 @Luís Eduardo Magalhães: (77) 3628-6349@Barreiras: (77) 3612-2188

IeL – InstItuto euvaLdo LodI

sede: 71 3343-1384/1328/1256@Barreiras: (77) 3611-6136@Camaçari: (71) 3621- 0774@Eunápolis: (73) 3281- 7954@Feira de Santana: (75) 3229- 9150@Ilhéus: (73) 3639-1720@Itabuna: 3613-5805@Jacobina: (74) 3621-3502@Juazeiro: (74) 2102-7114@Teixeira de Freitas: (73) 3291-0621@Vitória da Conquista: (77) 3424-2558

cIeB - centro das IndústrIas do estado da BahIa

sede: (71) 3343-1214

Prevenir a prática

de assédio moral é

prioridade nas

empresas que

seguem as mais

modernas

práticas de gestão

ambiente corporativo

16

Empresária Zika

Assis fala de

estratégias para

ser bem-sucedido

ao empreender

beleza natural é referência

Realizada no Dia do Estagiário, no

auditório da FIEB, a 13ª edição do

prêmio homenageou a Softwell,

destaque entre as empresas de

pequeno porte

estágio: iel reconhece boas práticas

Estrutura é composta de 28 salas de

aulas e 18 laboratórios que vão ampliar

a oferta de vagas para o ensino médio

EBEP na capital; unidade também vai

sediar o polo de EJA/EaD do SESI

escola sesi retiro é inaugurada

sumárIo

22

Parque Eólico de Sento Sé, na bahia, em foto de Manu Dias, Agecom

6

Exploração de fontes

de energia

alternativa dá espaço

ao surgimento de

cadeia de produção

na Bahia

novos polosindustriais

16

26

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nº 245 set/out.2016

6 Bahia Indústria

entrevIsta ZIka assIs

Fundadora do Instituto Beleza Natural, que há

23 anos desenvolve tratamentos completos pa-

ra cabelos crespos, cacheados e ondulados,

Heloisa Helena de Assis, ou simplesmente Zica

Assis, comanda uma rede com 48 unidades de negó-

cio em cinco estados brasileiros, sete delas na Bahia.

Ela veio a Salvador, no dia 31 de agosto, participar

do seminário Agenda Bahia 2016, que teve como te-

ma Bahia Mais Competitiva. Empresária de sucesso e

referência em empreendedorismo, a ex-babá, empre-

gada doméstica e faxineira deu a volta por cima ao

transformar um salão doméstico na rede do Instituto

Beleza Natural. Nesta entrevista, ela fala sobre em-

preendedorismo e revela como construiu um negócio

que hoje emprega mais de quatro mil pessoas e aten-

de mais de 130 mil clientes por mês.

há uma receita para empreender

com sucesso?

Sucesso vem com o reconheci-

mento do seu trabalho. Mas não

basta só isso. Você tem que amar

o que você faz. E tem que ser bom

para o outro. Você tem que ter

garra, determinação, porque em

certos momentos o sucesso está li-

gado também à liderança. Se você

não tiver equipe preparada, clien-

tes que tenham confiança naquilo

que você faz, você não consegue

chegar ao sucesso. Isso tudo está

ligado. Sucesso é reconhecimen-

to? É. Mas tem tudo isso para que

esta receita fique bacana e o bolo

fique lindo.

qual a sua dica para quem deseja

empreender no mercado competi-

tivo do segmento de cosméticos?

Ter sempre produtos de alta

qualidade. Hoje existem milhares

de produtos e você vai concorrer

com os melhores. Se você botar na

cabeça que o melhor sempre vai

vencer você consegue chegar lá.

Qualidade está acima de tudo.

é preciso estar atento ao entorno,

às demandas da sociedade para

colher estes resultados?

Você tem que estudar o seu pú-

blico. Que área você quer investir?

Você quer atender a classe C? A

classe A? Você tem que estudar pa-

ra ver se seu plano de negócio, se

isso em que você quer investir vai

ser viável, quantas pessoas têm o

mesmo negócio. Você quer ser o

melhor? Então vai estudar aquele

concorrente que está à sua frente,

senão você só vai lançar produto

por lançar, abrir negócio só por

abrir, querer fazer só por querer.

Mas não é assim que funciona, vo-

cê tem que ter competitividade.

Segmentar é fundamental para o

sucesso?

Apostar em um segmento é

muito importante, porque você

tem um foco que vai te direcionar.

Não adianta você querer fazer tu-

do ao mesmo tempo, tem que se

especializar. E foi o que aconte-

ceu comigo: quis trabalhar com

cabelos crespos e ondulados. É o

que eu sei fazer, o que eu sinto e o

que eu entendo muito bem, que é

o meu cabelo. Não fiquei naquela

de ‘vou pro alisamento, vou pra-

quilo’, não, quis tratar cabelos

crespos e ondulados sem tirar a

originalidade desse fio. Então, eu

tenho que estar à frente do proces-

so, estudando, buscando parce-

rias com universidades, com tudo

que possa me levar a estar à frente

das tendências de mercado. Quero

o melhor sempre.

Você começou testando recei-

tas em casa e hoje você adquiriu

uma cultura empresarial. Como foi

construir esta trajetória?

Quando quer empreender, a

pessoa vai sempre buscar se aper-

feiçoar. E quando eu li algo do Se-

brae que dizia assim: “você vai

melhorar o seu negócio”, eu fui

em busca disso. Qual o momen-

to de buscar este apoio eu não

sei dizer. Mas tem um detalhe: o

empreendedor quer fazer tudo ao

mesmo tempo, mas é preciso se-

guir etapas e foram estas etapas

que me fizeram buscar o apoio

dos meus sócios, pois cada um

tinha conhecimentos diferentes,

uma expertise. Exemplo: Eu que-

ro montar um laboratório com

vários químicos ou quero uma

faculdade para estudar o fio do

cabelo? Preciso saber por que o

fio é ondulado, por que um é mais

"Empreender é estar sempre à frente"zika Assis revela o segredo do sucesso do Instituto Beleza Natural, empresa que hoje é referência no tratamento de cabelos crespos e ondulados

por Patrícia Moreira

Bahia Indústria 7

João A

LVArEz

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grosso, outro é mais fino, por que

um tem a forma de espiral e outro

é zig zag. Com o tempo, a gente

foi identificando a dificuldade e

foi buscando a solução. É isso que

o empreendedor faz. Você não

tem uma empresa pronta . Ainda

hoje eu me considero uma empre-

endedora, porque estou sempre

querendo inovar em uma porção

de coisas.

Reunir os sócios e deixar cada um

trabalhar na sua área de especifi-

cidade é o modelo que dá certo?

Quando eu comecei, fiz os

meus testes, os meus desenvolvi-

mentos sozinha. Mas para abrir o

salão eu tive que buscar parcerias

e, graças a Deus, dentro de casa,

eu tinha meu marido e meu ir-

mão. E depois fui buscar Leila Ve-

lez. Todos com a mesma vontade

de crescer. Não importa se você

tem graduação ou não tem, o ne-

gócio é o respeito. Você tem que

respeitar cada profissional, as

competências de cada um. Como

é que eu, na área de cabelo, vou

querer mexer na área de gestão?

Posso até entender, mas não te-

nho a última palavra. É assim que

dá certo em qualquer sociedade,

em qualquer empresa.

qual o erro mais comum que o em-

preendedor comete?

É não conseguir botar o pé no

chão. Tem que ter sempre alguém

que oriente, porque o empreende-

dor sonha muito e quer fazer tu-

do ao mesmo tempo. E é isso que

uma boa sociedade faz: um segura

aqui, outro te leva ali. O empre-

endedor tem muitas ideias e quer

fazer tudo, então, você tem que

botar o pé no chão, não andar só

nas nuvens. [bi]

O empreendedor tem muitas ideias e quer fazer tudo, então, você tem que botar o pé no chão, não andar só nas nuvens

8 Bahia Indústria

hAroLDo ABrANtEs/coPErPhoto/sIstEMA FIEB

Com localização geográfica

privilegiada, a maior costa

litorânea dentre os estados

brasileiros, na qual pontuam du-

as importantes baías (Todos-os-

-Santos e Aratu, sendo a segunda

a maior em águas abrigadas do pa-

ís) e três portos públicos, que mo-

vimentam quase 15% das cargas

dos portos do Nordeste, a Bahia

tem diferenciais competitivos que

precisam ser melhor aproveitados.

Foi isso que destacou o presidente

da FIEB, Ricardo Alban, na aber-

tura da 7ª edição do Fórum Agen-

da Bahia 2016, realizado em 31 de

agosto, com o tema Bahia Mais

Competitiva.

O evento, uma realização do

Correio e Rádio CBN, em parceria

com a FIEB, Braskem e Coelba,

reuniu representantes de diver-

sos setores econômicos e especia-

Potencial do estado é tema do Agenda BahiaDiferenciais competitivos da Bahia podem “deslanchar” se investimentos em infraestrutura forem realizados

Mônica burgos

destacou o

potencial

competitivo

da bahia na

abertura do

Agenda bahia

2016

O presidente da Rede Bahia,

Antonio Carlos Magalhães Junior,

lembrou que o país ainda vive um

momento bastante turbulento,

mas adotou um tom otimista. “Te-

nho a convicção de que o governo

Temer criará condições capazes

de melhorar substancialmente os

indicadores macroeconômicos”,

pontuou.

Presente à abertura do Fórum

Agenda Bahia, o prefeito de Salva-

dor, ACM Neto, disse que os brasi-

leiros devem enxergar acima das

adversidades do momento, para

encontrar oportunidades presen-

tes e futuras. “Precisamos apro-

veitar 2016 para adotar medidas

duras, mas essenciais para a reto-

mada dos investimentos”.

Para aproveitar bem todas es-

tas vantagens e conseguir osten-

tar um crescimento sustentável,

pontuou Ricardo Alban, é preciso

que vários obstáculos sejam ultra-

passados. Ele destacou, por exem-

plo, a urgência de se melhorar a

infraestrutura e a necessidade de

reduzir a forte concentração espa-

cial dos investimentos. Citou que

três regiões – Região Metropolita-

na de Salvador, Feira de Santana e

Alagoinhas –, juntas, concentram

61,5% da produção industrial de

todo o estado.

A 7ª edição do Agenda Bahia

inovou na estrutura, mantendo

a parte da manhã para palestras

e colocando no período da tar-

de painéis e oficinas realizados

concomitantemente. Em um dos

painéis, a criadora da Avatim, a

empresária baiana Monica Bur-

gos, destacou diferenciais com-

petitivos da Bahia e contou sua

própria história para mostrar que

é possível se destacar no mercado

quando há a união de boas ideias

e perseverança. [bi]

listas para discutir as potenciali-

dades do estado no cenário atual.

“As vantagens comparativas não

param por aí. Na Bahia existem

condições climáticas muito favo-

ráveis à exploração das energias

eólica e solar. No primeiro caso,

somos hoje o segundo maior esta-

do produtor e, até 2020, seremos

o principal produtor nacional”,

ressaltou Alban.

O presidente destacou o enor-

me potencial em segmentos como

o de energia eólica, já mapeado

em um estudo do SENAI Cimatec,

explicando que, se fosse 100% ex-

plorado, o estado seria capaz de

abastecer a totalidade da deman-

da energética nacional. “Evidente-

mente isso não seria algo desejá-

vel, pois a área energética requer

fontes contínuas de abastecimen-

to”, afirmou.

circuito

Bahia Indústria 9

por cleber borges

Ajuste fiscal melhora o ambienteO ajuste fiscal é importante

para a redução dos juros e

a melhoria das condições

financeiras das empresas e

dos consumidores. Ele

abrirá caminho para o

aumento do consumo e dos

investimentos, segundo a

visão da indústria.

Todavia, um ciclo

consistente de crescimento

só será completado

mediante a plena retomada

do investimento privado e

com a implementação de

mudanças no ambiente de

negócios que recupere a

competitividade da

economia brasileira.

Economia deve cair 3,1% este anoA indústria brasileira crê que a

economia fechará 2016 com

queda de 3,1%, um resultado

ruim, mas não tanto quanto a

previsão feita pela

Confederação Nacional da

Indústria (CNI) no mês de

junho, que previa queda de

3,5%. O PIB industrial, com

provável redução de 3,7%,

deverá liderar a retração da

economia este ano. Será o

segundo ano consecutivo de

redução da economia brasileira

e o terceiro de queda no PIB

industrial.

Por trás das previsões menos negativasA nova previsão da indústria

indica, ainda, que os

investimentos fecharão o ano

com queda de 11%, inferior aos

13,9% estimados no segundo

trimestre. Já o consumo das

famílias encolherá 4,6%, menos

do que os 4,8% previstos

anteriormente. São sinais de

recuperação da economia o

aumento da confiança dos

empresários e o ajuste dos

estoques.

Confiabilidade do sistema elétricoUma das queixas do setor

produtivo em relação ao

fornecimento de energia é a

relativa falta de confiabilidade

do sistema nacional. Em 2015,

foram registrados 79 apagões

em todo o país, de acordo com

dados da Aneel. Eles foram

assim distribuídos: Nordeste,

12; Norte, 32; Centro-Oeste, 10;

Sudeste, 8; e Sul, 17.

“O Brasil precisa identificar quais as áreas-chave para a ecOnOmia nO futurO e investir nelas antes que OutrOs países O façam. É impOrtante apOstar nOs prOjetOs mais arriscadOs e nãO descartar as pequenas ideias”Steve Wozniak, 66 anos, cofundador da Apple, ao dar a receita de como um país pode queimar etapas para se tornar competitivo

10 Bahia Indústria

sindicatos

evento discute hábitos de consumo de cosméticos

SindióleoS • Ricardo de Agostini Lagoeiro foi

reconduzido à presidência do Sindióleos-BA, para

mandato até 2019. “O sindicato tem conseguido fazer

seu papel e atender as demandas coletivas e

pontuais apresentadas pelas empresas”, destacou.

SindcalçadoS • O Sindcalçados-BA empossou a

diretoria eleita para o mandato 2016/2019. O atual

presidente, o empresário Roberto Enzweiler, da

Calçados Malu, foi reeleito. Assim como no período

anterior, assume como presidente executivo,

Haroldo Ferreira.

Sindratar • Permanecer à frente do sindicato no

atual cenário é um desafio para o presidente reeleito

do Sindicato da Indústria de Refrigeração,

Aquecimento e Tratamento de Ar (Sindratar-BA),

Rogério Farias. “Somente um sindicato forte e

representativo será bem sucedido no enfrentamento

das adversidades”, afirmou Farias. O mandato vai

até 2018.

Roberta Cyrillo

apresentou

pesquisa

realizada pela

Kantar

Empresários baianos conheceram as tendências e

oportunidades para o mercado de beleza no

Workshop Atualidade Cosmética, realizado em

agosto, na FIEB, com apoio do Sindicato das

Indústrias de Cosméticos da Bahia (Sindcosmetic-

BA). “O evento trouxe informações de mercado

fundamentais para a indústria de cosméticos”,

ressaltou o presidente do Sindcosmetic, Raul

Menezes. O presidente da FIEB, Ricardo Alban,

participou da abertura do evento. Foi apresentada

pesquisa da Kantar Worldpanel, sobre os hábitos e

tendências de consumo em produtos para cabelos.

Ela mostrou que a queda da frequência de consumo

e também do preço médio contribuíram para a

retração do segmento.

Encontro debate perspectivas do setor lácteoOs desafios e perspectivas do setor lácteo foram discutidos no 7º

Encontro Baiano dos Laticinistas, entre os dias 2 e 4 de setembro,

em Salvador. O encontro, promovido anualmente pelo Sindicato

das Indústrias de Laticínios e Produtos Derivados do Leite

(Sindileite-BA), tem como objetivo fortalecer o setor, com a

capacitação das empresas e troca de experiências. A programação

incluiu palestras sobre as perspectivas econômicas para a

agroindústria e o papel das indústrias de laticínios na organização

setorial. “O Encontro reflete o trabalho que temos realizado, sempre

zelando para os melhores resultados para o setor, que são a base do

Sindileite”, afirmou Lutz Viana, presidente do Sindileite-BA.

JEFFErsoN PEIxoto/coPErPhoto/sIstEMA FIEB

eLeIções

Relacionamento com a FordCom o objetivo de aproximar empresários do setor de

reparação com a Ford, o Sindirepa-BA, em parceria

com o Sindirepa Nacional, promoveu, dia 15.09, na

FIEB, o Encontro de Relacionamento da Motorcraft.

“A proposta é cuidar de toda a cadeia e do

relacionamento com o cliente final”, destacou

Rodolfo Possuelo, gerente de Serviços da Ford. “A

aproximação permitirá melhorar o relacionamento

dos reparadores com a marca, sobretudo nas

questões comerciais e técnicas”, destacou o

presidente do Sindirepa-BA, Maurício Freitas. Como

resultado será criado um comitê com a Ford,

concessionárias e Sindirepa-BA.

Participação em missões técnicasO Sinprocim-BA visitou, em São Paulo, a Concrete

Show 2016, um dos mais importantes eventos da

construção civil mundial. Já o Simagran-BA

participou da Cachoeiro Stone Fair, uma das maiores

do setor do país, no Espírito Santo. Seis diretores

participaram da missão. O Sindicer-BA participou do

45º Encontro Nacional da Indústria de Cerâmica

Vermelha, em Campinas/SP.

Bahia Indústria 11

DIVuLGAção sINPEL

Jorge Cajazeira, presidente do Sindpacel, marcou presença no 22º

Simpósio Intersindical de Negociações Coletivas das Indústrias de

Celulose, Papel, Papelão e Artefatos (Sinpel), em Minas Gerais. O evento

reuniu, dias 15 e 16 de setembro, sindicatos patronais de todo o país

para debater o cenário nacional e internacional, as relações do

trabalho, a NR-12, as negociações coletivas, e as questões sindicais,

econômicas e políticas do Brasil. Na oportunidade, o sindicato baiano

apresentou o Relatório de atividades 2016/2017 do Sindpacel.

sindpacel participa do 22º sinpel

Evento reuniu sindicatos patronais em Minas gerais, em setembro

reparação de veículoS • Dezessete presidentes

sindicais do setor de reparação de veículos de 11

estados debateram os desafios do segmento,

trocaram experiências e discutiram soluções para

problemas comuns, no 2º Intercâmbio de Lideranças

da Indústria da Reparação, dia 14/09, na Federação

das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG),

em Belo Horizonte. “Reforçamos a importância da

profissionalização dos sindicatos”, afirmou o

presidente do Sindirepa-BA, Maurício Freitas. O

Intercâmbio faz parte das iniciativas do Programa de

Desenvolvimento Associativo (PDA).

indúStria Química e Farmacêutica • Em julho

foi realizado o 2º Intercâmbio de Lideranças Setoriais

da Indústria Química e Farmacêutica, na Federação

das Indústrias do Ceará (FIEC). Representaram a

Bahia os presidentes do Quimbahia, João Augusto

Tararan, e o do Sinpeq, Roberto Fiamenghi. Para

este último, o encontro foi uma oportunidade de

integração entre sindicatos de realidades diferentes.

Sinprocim capacita profissionais Com o objetivo de capacitar trabalhadores do setor

para a atividade profissional de movimentação de

cargas, aliando conhecimento teórico e prático, o

Sindicato das Indústrias de Produtos de Cimento

(Sinprocim), em parceria com o SENAI, iniciou os

cursos de Operação de Caminhão Guindauto e

Operação de Empilhadeira à Combustão. “Sempre

levantamos, junto às empresas, as demandas por

capacitação dos profissionais e contamos com a

parceria do SENAI, que faz um trabalho de

excelência”, explicou o presidente do Sinprocim,

José Carlos Soares.

PDA avança com cursos na bahiaComo reduzir sua tarifa de energia elétrica? foi

discutido em Vitória da Conquista como parte do

Programa de Desenvolvimento Associativo (PDA). O

curso Como evitar problemas trabalhistas?, foi

realizado em parceria com o Simagran, em

Ourolândia. Em Salvador, o tema abordado foi a

redução de tributos, em parceria com o Sindvest

Salvador. O Sindratar apoiou os cursos sobre

fiscalização do trabalho e as NRs.

A programação contou com uma

visita ao Polo Farmoquímico.

“Percebemos o quanto o Ceará

está avançando no setor”, elogiou

Tararan.

têxtil • Em agosto,

representantes do setor têxtil

participaram do Intercâmbio de

Lideranças Setoriais da Indústria

Têxtil, na Federação das

Indústrias do Rio Grande do Norte

(FIERN). Boas práticas em

negociação coletiva, ambiente de

negócios e desafios do setor foram

pontos abordados. O presidente

do Sindicato da Indústria de

Fiação e Tecelagem (Sindifite) da

Bahia elogiou a inciativa. “A troca

de experiências nos permite

aplicar em nosso sindicato boas

IntercâmBIo sIndIcaLpráticas de outros estados”,

afirmou.

metalmecânico • Os

presidentes de sindicatos de

indústrias metalmecânicas de

doze estados participaram, em 17

de agosto, da 2ª edição do

Intercâmbio de Lideranças

Setoriais da Indústria

Metalmecânica, em Curitiba. O

evento foi promovido em parceria

com a Federação das Indústrias

do Paraná. O segmento baiano foi

representado pelo presidente do

Simmefs, Luiz Fernando Kunrath.

“Esta iniciativa contribui para

nos aproximar de outras

lideranças sindicais do setor”,

destacou.

12 Bahia Indústria

ALFrEDo FILho/coPErPhoto/sIstEMA FIEB

Com crescimento de 62.4% no número de asso-

ciadas no primeiro semestre de 2016, em com-

paração com o mesmo período do ano passado,

o Centro das Indústrias da Bahia (CIEB) comemora

50 anos em 2016. A instituição, que tem o papel de

representar o Sistema FIEB no seu processo de inte-

riorização, tem investido em capacitações gratuitas

para empresários e consolidou a Rede de Parceiros,

criada em 2015 com o objetivo de oferecer às empre-

sas associadas produtos e serviços com descontos e

condições especiais.

Para contribuir com o aumento da competitividade

do setor industrial baiano, o CIEB desenvolveu uma

agenda de capacitações em áreas como gestão, plane-

jamento e relações trabalhistas. De 2015 para cá, mais

de 2 mil empresários passaram pelos cursos. Gratui-

tas, as capacitações acontecem principalmente no

interior, em municípios como Ilhéus, Itabuna, Vitória

da Conquista, Luís Eduardo Magalhães, Barreiras,

Juazeiro e Paulo Afonso.

Os cursos são promovidos em parceria com empre-

sas integrantes da Rede de Parceiros. A rede conta

com mais de 120 parceiros em atividades como con-

sultoria ambiental, ensino superior, cursos de idio-

mas, qualificação industrial, cartão alimentação e

locação de veículos. A rede abrange toda a Bahia e

conta com parcerias no interior, contribuindo para a

geração de negócios em todas as regiões do estado.

hIstórIa O CIEB foi fundado em 19 de outubro de 1966, por um

grupo de empresários baianos, entre eles, Victor Ole-

ro Vidal, Carlos Costa Pinto, Ademir Peixoto, Manoel

Leiro Lorenzo, Cícero Simões, Manoel de Sá Gordilho

Neto, Clemente Mariani, Rogério Joaquim de Carva-

lho, Miguel Vita, João Tarquínio, dentre outros. Entre

as primeiras empresas associadas/fundadoras, des-

tacam-se a Construtora Norberto Odebrecht, a Cerâ-

mica Esmeralda, a Ciquine e as companhias Valença

Industrial e Ferros-Ligas da Bahia.

“O CIEB tem uma importância histórica institucio-

cIEB completa 50 anos de olho no futuroFundada como centro de Desenvolvimento da Indústria do Estado da Bahia (ceiba), entidade se moderniza para melhor servir associadas

nal muito grande para a indústria baiana e foi fun-

dado por pessoas de peso do empresariado baiano”,

destaca o presidente da entidade, Reginaldo Rossi. A

atual gestão tem se dedicado em especial a ampliar

a penetração do CIEB no interior, reforçando sua im-

portância como instituição de atendimento direto à

indústria.

Reginaldo Rossi acredita que o CIEB tem contribu-

ído para amenizar os efeitos da crise para suas asso-

ciadas, em razão da rede de parcerias que a entidade

coloca a serviço das empresas, especialmente as mi-

cro e pequenas. De acordo com o presidente, o CIEB

dedica-se integralmente à indústria e está no seu dia

a dia, ouvindo e absorvendo seus problemas, procu-

rando entender e indicar soluções. Para isso, ele des-

taca o apoio dos 120 parceiros de 52 categorias e dos

1300 associados na Bahia, especialmente no interior,

que reúne 70% dos associados.

De olho no futuro, um dos desafios postos para

o CIEB é ampliar sua presença no ambiente digital.

Para isso, investe na criação de um novo site e de

um aplicativo para facilitar a interação do associado

com a rede de parceiros. [bi]

Entidade apoia

as empresas

e promove

palestras para

empresários

Bahia Indústria 13

João ALVArEz/coPErPhoto/sIstEMA FIEB

Complementariedade é palavra-chave para

definir o Modelo de Atuação Articulada en-

tre as Áreas Sindical e de Mercado do Siste-

ma Indústria, projeto da Confederação Nacional

da Indústria (CNI), implementado na Bahia e no

Paraná como piloto. O modelo estabelece parâ-

metros para a relação entre sindicatos, áreas sin-

dicais e de mercado, com o objetivo de ampliar a

oferta de soluções do Sistema Indústria às em-

presas e estimular o associativismo.

Além das áreas de mercado do SESI, SENAI e

IEL, na Bahia, o primeiro ciclo do projeto envolveu

o Sindicato da Indústria do Vestuário de Salvador

e Região (Sindvest), o Sindicato da Indústria de

Fiação e Tecelagem do Estado da Bahia (Sindifite)

e o Sindicato da Indústria de Mármores, Granitos

e Similares do Estado da Bahia (Simagran), todos

filiados à Federação das Indústrias do Estado da

Bahia (FIEB).

O modelo agora está sendo implantado pela

CNI no Ceará, Minas Gerais, Mato Grosso e Acre.

Na Bahia, aderiram dois novos sindicatos: o da In-

dústria de Cosméticos e de Perfumaria do Estado

da Bahia (Sindcosmetic) e o da Indústria da Repa-

ração de Veículos e Acessórios do Estado da Bahia

(Sindirepa-BA).

A proposta mescla estratégias individuais de

abordagem para agentes de mercado e executivos

sindicais, além de estratégias coletivas, por meio

de eventos multissetoriais, a exemplo do encon-

tro Diálogo Empresarial, realizado em junho na

FIEB. A ideia é convergir esforços das áreas sin-

dical e de mercado para que as empresas possam

conhecer mais sobre os serviços oferecidos por

SESI, SENAI e IEL para apoiar a indústria baiana,

Atuação articulada fortalece o associativismoImplementado na Bahia e no Paraná, projeto piloto da cNI define parâmetros para atuação das áreas sindical e de mercado

Representantes

da FIEb

e da CNI

responsáveis

pela

implantação

da proposta

e também os benefícios concedidos às associadas aos

sindicatos filiados à FIEB.

“O resultado é atender melhor a empresa indus-

trial, levando ao mesmo tempo serviços, associativis-

mo, representação, defesa de interesses. Se todos os

envolvidos estiverem com esse discurso fortalecido,

quem ganha no final é a indústria”, ressalta a geren-

te executiva de desenvolvimento associativo da CNI,

Camilla Cavalcanti.

A parceria com os sindicatos abre oportunidade

para que as áreas de mercado do SESI, SENAI e IEL

atinjam mais micro, pequenas e médias indústrias

da base de associadas a eles. Além disso, o diretor

executivo da FIEB, Vladson Menezes, ressalta que a

Federação e os sindicatos ganham com a atração de

novas empresas e com a aproximação das que já são

associadas. “É um projeto interessante tanto para

a prestação de serviços para as indústrias, quanto

para fortalecer o associativismo e a defesa de inte-

resses”, pontuou.

Passados três meses de implantação, 42 indústrias

baianas foram visitadas, o que gerou 24 propostas

negociadas por agentes de mercado do SESI, SENAI e

IEL, além de outras 23 em fase de negociação. Já para

os sindicatos, as visitas geraram novos associados e

propostas de associação de outras empresas. Até no-

vembro, a meta é visitar outras 100 indústrias.

“Nas visitas acompanhadas pelos agentes de

mercado, conseguimos atender melhor os empre-

sários, especialmente os representantes das micro

e pequenas empresas, que muitas vezes não têm

conhecimento sobre os benefícios de se associar ao

sindicato, nem sobre os serviços oferecidos pelo Sis-

tema FIEB”, avalia o presidente do Sindifite, Eduar-

do Catharino Gordilho. [bi]

14 Bahia Indústria

VALtEr FoNtEs/coPErPhoto/sIstEMA FIEB

O ministro da Indústria, Co-

mércio Exterior e Serviços,

Marcos Pereira, lançou ofi-

cialmente, no dia 8 de setembro,

na sede da FIEB, em Salvador, o

Plano Nacional da Cultura Expor-

tadora (PNCE) e o programa Brasil

Mais Produtivo. As ações visam a

melhoria da competitividade das

indústrias, especialmente as de

pequeno porte, assim como o au-

mento da participação do Brasil

no mercado externo.

Pereira pontuou que, apesar da

economia como um todo dar sinais

de recuperação, os números da

indústria não foram “favoráveis”

nos últimos meses. “Para que a in-

dústria se mantenha protagonista

na retomada do crescimento e haja

a recuperação da indústria nacio-

nal, é preciso melhorar a competi-

tividade das empresas”, disse.

Programas de apoio à indústria são lançadosPlano Nacional da cultura Exportadora e o Brasil Mais Produtivo visam a melhoria da competitividade das indústrias

ferramentas de manufatura enxu-

ta. O programa vai atender três mil

pequenas e médias indústrias dos

setores de alimentos e bebidas,

vestuário e calçados, metalmecâ-

nico e moveleiro.

De acordo com o diretor de

Educação e Tecnologia da CNI e

diretor do SENAI Nacional, Rafael

Lucchesi, a metodologia foi desen-

volvida pela CNI em parceria com

o SENAI e teve como base as expe-

riências das unidades da Bahia e

de Santa Catarina. “Com este pro-

grama do governo federal nós es-

tamos propiciando que pequenas

e médias empresas tenham acesso

a um tipo de abordagem, com ga-

nhos de produtividade conheci-

dos, algo que só atingia grandes

organizações”, explicou.

O PNCE tem o objetivo de au-

mentar o número de empresas

que operam no comércio exterior

e incentivar o aumento das expor-

tações de produtos e serviços. As

empresas contarão com ferramen-

tas de treinamento, capacitação,

consultoria para adequação de pro-

dutos e identificação de mercados.

Na Bahia, o programa vai au-

mentar a base exportadora em três

frentes: identificação de empresas

com potencial para ingressar no

mercado internacional, aumen-

tar o fluxo de negócios naquelas

que exportam eventualmente e

diversificar os produtos comercia-

lizados pelas empresas que já pos-

suem cultura de exportação. [bi]

O presidente da FIEB, Ricardo

Alban, entregou ao ministro um

conjunto de propostas elaboradas

pela Federação, com pontos pa-

ra o fortalecimento das ações do

governo federal no sentido de im-

pulsionar o desenvolvimento do

comércio exterior brasileiro, em

particular o da Bahia. As propos-

tas focam aspectos prioritários,

divididos em três grandes temas:

burocracia, infraestrutura e acor-

dos bilaterais.

Iniciado em abril, o Brasil Mais

Produtivo prevê intervenções rápi-

das e de baixo custo para melhorar

o processo produtivo aumentando

em pelo menos 20% a produtivi-

dade das empresas participantes.

Por meio de consultoria executada

por equipes do SENAI no chão de

fábrica, os empresários identifi-

cam desperdícios e implementam

Marcos Pereira

esteve na FIEb

para apresentar

as ações do

ministério

Bahia Indústria 15

JEFFErsoN PEIxoto/coPErPhoto/sIstEMA FIEB

Representantes

de 14 países

integraram

delegação que

participou de

encontro na

FIEb

Com população de 500 mi-

lhões e 25% do PIB mundial,

a União Europeia responde

por 15% do comércio internacio-

nal. O bloco tem no Brasil um

parceiro diferenciado. Aqui estão

55% de todos os investimentos e

um terço de todo o comércio com

a América Latina. Essa inserção se

mantém apesar das crises, tanto

no Brasil quanto na Europa, con-

forme ressaltou o chefe da seção

comercial da União Europeia no

Brasil, Nicola Ardito, durante en-

contro com empresários e repre-

sentantes do governo baiano, no

dia 29 de setembro, na FIEB.

O encontro aconteceu no Se-

minário Situação Econômica e

Oportunidades de Negócios entre a

União Europeia, Brasil e Bahia, or-

ganizado pela CNI, FIEB (por meio

do Centro Internacional de Negó-

cios e do Conselho de Comércio Ex-

terior) e delegação oficial da União

Europeia, com apoio do governo da

Bahia. Integraram a delegação re-

presentantes da Alemanha, Espa-

nha, Holanda, Dinamarca, França,

Suécia, Bélgica, Croácia, Romênia,

Áustria, Grécia, Reino Unido, Por-

tugal e República Tcheca.

No evento, Nicola Ardito ex-

plicou pontos que costumam ser

criticados pelo Brasil nas nego-

ciações com a Europa. Um deles,

o de que o bloco utiliza exigên-

cias fitossanitárias como barrei-

ra protecionista. Ele argumentou

que a contribuição para o desen-

sustentabilidade éprioridade para a uEEncontro discutiu as oportunidades de negócios no Brasil e os acordos com o Mercosul e países da união Europeia

No seminário, o representante

do governo baiano, Paulo Roberto

Guimarães, superintendente da

Secretaria de Desenvolvimento

Econômico, listou as potencialida-

des da Bahia e as oportunidades

de investimentos.

Por sua vez, o vice-presidente de

Serviços Técnicos e Infraestrutu-

ra da BASF para a América do Sul

justificou a opção pela Bahia. “Es-

colhemos a Bahia por sua infraes-

trutura logística, mão de obra qua-

lificada, oferta de matérias primas

e o custo diferenciado da energia,

além da infraestrutura existente na

região de Camaçari. Nossa mão de

obra foi formada no SENAI Cima-

tec e a consideramos de excelente

qualidade, pelo profissionalismo

e competência técnica”, afirmou o

executivo da Basf. [bi]

volvimento sustentável é pilar da

política comercial e dos inves-

timentos europeus. Além disso,

explicou, nenhum país-membro

tem autonomia para negociar

condições bilaterais diferencia-

das, “pois trata-se de uma união

aduaneira perfeita”, sendo a Co-

missão Europeia o braço de nego-

ciação comercial.

“Quando uma negociação é

fechada pela Comissão ainda

tem que passar pelo Parlamento

Europeu. Redução de tarifas de

importação, por exemplo, devem

obedecer ao equilíbrio de perdas

e ganhos”, complementou Ardito.

Em relação ao acordo entre a UE

e o Mercosul, o representante do

bloco disse que o prazo inicial,

que era o mês de outubro, será ex-

pandido para janeiro de 2017.

16 Bahia Indústria

por Patrícia Moreira

om sete grandes empreendimentos instala-

dos no estado – GE/Alstom, Gamesa, Torre-

bras, Acciona, Torres Eólicas do Nordeste

(TEN), Wobben Windpower e Tecsis –, a

Bahia consolidou-se como o principal polo

nacional na fabricação de componentes para

a cadeia produtiva de energia eólica do País.

O próximo passo neste sentido é fomentar

a indústria de geradores fotovoltaicos, principal equipa-

mento usado na captação de energia solar, que oferece uma

ampla gama de possibilidades para a consolidação de uma

nova cadeia produtiva no estado.

A Bahia também quer ser protagonista ao tornar-se cen-

tro de referência mundial na produção e certificação de

equipamentos para a geração de energia com fontes reno-

váveis. “As energias renováveis, além de trazerem consigo o

conceito de sustentabilidade, apresentam grande potencial

de desenvolvimento tecnológico, uma vez que a cadeia pro-

dutiva de equipamentos eólicos é uma indústria em franco

desenvolvimento” justifica Jorge Hereda, secretário de De-

Bahia detém umadas principaiscadeias de energiaeólica do país e também aposta na fonte fotovoltaica

novos poLosIndustrIaIs

Bahia Indústria 17

MANu DIAs/sEcoM-BA

18 Bahia Indústria

do brasileiro em produção eólica,

com 68 usinas em operação e po-

tência de 1.71 GW. O estado fica

atrás apenas do Rio Grande do

Norte, que lidera com 104 usinas e

2,85 GW de potência instalada.

Há ainda 41 empreendimentos

em construção no estado e outros

118 projetos com previsão de iní-

cio das obras nos próximos anos,

conforme dados da SDE. Ao todo,

o volume de investimentos proje-

tados para a Bahia, considerando

apenas os leilões de eólica, é de

R$ 18,5 bilhões.

Na área de energia solar foto-

voltaica, a Bahia hoje conta com

32 empreendimentos com previsão

de entrada em operação em 2017.

O estado foi o principal destaque

do leilão realizado pela Aneel, em

outubro de 2014, quando 31 proje-

tos solares foram vendidos, sendo

14 para Bahia, o que corresponde

a um percentual de 50%.

perspectIvas posItIvasToda esta movimentação é vista

como positiva pelo coordenador

do Conselho de Infraestrutura da

FIEB, Marcos Galindo. Ele desta-

ca a oportunidade não apenas de

diversificar a matriz energética do

estado, como também a de atração

de novos investimentos. Outro as-

pecto positivo é o impacto social

favorável, já que a exploração de

energia eólica ou solar acaba tra-

zendo benefícios para regiões iso-

ladas ou muito pobres do estado,

como é o caso do Semiárido.

O investimento também pode

ser visto sob a ótica das demandas

futuras. “As novas matrizes vêm

reforçar o sistema elétrico brasi-

leiro, que está todo interligado.

Além disso, quando se olha para

o futuro, considerando a proje-

ção de crescimento da população,

senvolvimento Econômico do Es-

tado da Bahia.

O secretário também enxerga

como oportunidade a possibilida-

de de parcerias com a academia e

com institutos de ciência e tecno-

logia para a melhoria do desem-

penho desses equipamentos. “O

objetivo da Bahia é consolidar-se

como líder no setor de energias re-

nováveis, tanto na geração, quan-

to na produção de equipamentos e

desenvolvimento de tecnologia”,

destaca.

Um primeiro passo neste senti-

do já foi dado. Por intermédio da

SDE e da Secretaria de Ciência,

Tecnologia e Inovação (Secti), o

governo do estado está elaboran-

do, em parceria com o SENAI/Ci-

matec e com o apoio do setor pro-

dutivo, a proposta de implantação

do Instituto Tecnológico de Ener-

gias Renováveis (Inter). O equi-

pamento englobará o Centro de

Referência e Certificação de Equi-

galindo avalia

como positiva

a expansão

das energias

renováveis

João ALVArEz/coPErPhoto/sIstEMA FIEB

pamentos, bem como de desenvol-

vimento tecnológico e formação

de recursos humanos qualificados

para atuar neste segmento.

Para o secretário, “a certifica-

ção é parte essencial da cadeia

produtiva e permitirá que os equi-

pamentos aqui produzidos obte-

nham os atestados necessários

para o mercado nacional e inter-

nacional”. Além disso, Hereda

lembra que na Bahia a implanta-

ção dos parques eólicos está con-

centrada no Semiárido, gerando

benefícios socioeconômicos ine-

gáveis para a região. “Seja pela

geração de empregos locais, incre-

mento da atividade econômica ou

ampliação e melhoria da infraes-

trutura da região”, arremata.

potencIaLDe acordo com a Agência Nacio-

nal de Energia Elétrica (Aneel),

em termos de geração de energia,

a Bahia é o segundo maior esta-

Bahia Indústria 19

Brotas de MacaúbasTabocas do

Brejo Velho

Bom Jesus da Lapa

Gentio do Ouro

Campo Formoso

Riacho de Santana

Itaguaçu da Bahia

Xique-Xique

Sento Sé

Umburanas

Dom Basílio

Mulungu do Morro

Licínio de Almeida

Sobradinho

Caetité

Morro do Chapéu

Jacobina

Camaçari

Simões Filho

Bonito

Cafarnaum

Pindaí

Brumado

Juazeiro

Guanambi

Igaporã

Casa Nova

ENERGIAS RENOVÁVEIS

68 usinas

em operação

1.71 GW gerados

41 empreendimentos

em construção

118 projetos

para os próximos anos

Bahia destaca-se na produção de energias alternativas

BAHIA

2º maior produtor de energia

eólica no país

INVESTIMENTOS EM EÓLICA NA BAHIA

Contratos Públicos

R$ 18,5 bilhões

185 usinas negociadas em leilões pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), do Ministério de Minas e Energia

Capacidade de 4,6 GW de potência

Mercado livre (contratos privados)

232 empreendimentos

Capacidade de 5,36 GW de potência

Mais de 45 mil unidades implantadas em parceria com a concessionária de distribuição, o maior volume de kits fotovoltai-cos instalados do Brasil;

32 empreendimentos em energia solar, com previsão de entrada em operação em 2017;

Em leilão realizado em outubro de 2014, pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), 31 projetos solares foram vendidos, sendo 14 para Bahia;

Os investimentos ultrapassam os R$ 4,2 bilhões em seis municí-pios, totalizando uma capacidade instalada de 893,8 MW.

Investimento na expansão do mercado de aquecedores solares e painéis fotovoltaicos

Fomento à indústria metalmecânica e eletroeletrônica

Disponibilidade de matéria-prima para composição de painéis fotovoltaicos

OPORTUNIDADES

Projetos na Bahia:

ENERGIA SOLAR

ENERGIA EÓLICA

Fonte:Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE)

Parques eólicos espalham-se por

22 municípios baianos do

sudoeste até o norte do Vale do São Francisco.

Energia solar

Turbinas

Blades

Indústrias de Energia eólica:

Energia eólica

Torres

20 Bahia Indústria

geração de renda e o consumo de

energia projetado para daqui a al-

guns anos, temos uma espécie de

corrida para suprir esta demanda.

A Bahia entra, então, com grande

capacidade de contribuição para o

plano nacional pelo seu potencial

de geração de energia eólica”, afir-

ma o coordenador.

Na avaliação de Galindo, o

maior desafio para o país é resol-

ver os impasses estruturais. Ele ci-

ta como ponto crítico os primeiros

parques eólicos, em razão da de-

mora para implantação das linhas

de transmissão. Recentemente, a

exclusão da Bahia do leilão nos

novos parques pela Aneel foi mais

um capítulo deste processo que,

acredita Galindo, o governo do es-

tado está empenhado em reverter.

Marcos Galindo também en-

xerga uma boa perspectiva para o

crescimento da oferta de energia

fotovoltaica no estado. A Bahia,

além de deter longas extensões

de terra propícias à exploração da

energia solar, também oferece po-

tencial elevado de exposição em

termos de hora/sol por ano, uma

das maiores do Brasil.

escaLaOutro aspecto são as jazidas com

materiais utilizados na produção

de painéis de captação solar. “Isso

pode facilitar à Bahia a implan-

tação de indústria para produzir

painéis solares. Já há estudos com

esta expectativa”, lembra o coor-

denador do Coinfra. Ele acredita

estar assistindo ao início do mes-

mo processo que ocorreu com a

produção de energia eólica, que

alcançou viabilidade e escala.

O fato é que desde o apagão dos

anos 2000, o país despertou para

a necessidade de explorar novas

fontes de energia, além da hidrelé-

trica. Em 2002, com a criação, pelo

Ministério de Minas e Energia, do

Programa de Incentivo às Fontes

Alternativas de Energia Elétrica,

foi dada a partida para estimular

o desenvolvimento de fontes alter-

nativas no Brasil. O resultado foi

que a energia eólica passou a re-

presentar, em 2015, 3,5% da ener-

gia gerada e a fotovoltaica, entrou

pela primeira vez no balanço ener-

gético nacional, com participação

de 0,1%. As projeções são entu-

siastas. Em 2050, 20% da matriz

energética brasileira deverá ser de

origem eólica e 9,26%, solar.

Marcos Galindo lembrou que, se

no passado a conjuntura interna-

cional levou as grandes empresas

do segmento eólico a expandirem

seus territórios, vindo instalar-se

no Brasil, hoje podemos dizer que

elas vieram para ficar. [bi]

Fábrica da

Acciona, que

produz cubos

eólicos, em

Simões Filho

MANu DIAs/GoVBA

Bahia Indústria 21

conselhos

FIEb participa de seminário nacional sobre políticas para as MPENo dia 28 de setembro, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) realizou, em Brasília, o 3º Seminário Pense nas

Pequenas Primeiro. Com o tema “Como as MPEs podem ajudar o Brasil a sair da crise”, o evento reuniu especialistas para

debater sobre políticas de fomento às micro e pequenas empresas. Dirigentes da FIEB participaram do encontro que contou

com a presença do secretário especial da MPE da Presidência da República, José Ricardo da Veiga. Na oportunidade,

debateu-se a proposta de aumento e diferenciação do crédito, desburocratização, diminuição e simplificação tributária,

modernização das relações de trabalho, internacionalização e acesso à mercados, entre outros assuntos.

empresários avaliam potencial de negócios com trader de cuba

Da dir. para a

esq: Ângelo

Calmon de

Sá Junior

(FIEb), Dagmar

gonzález grau

(Embaixada de

Cuba no brasil)

e Laura Torres

(Consul geral

de Cuba)

JEFF

Erso

N P

EIxo

to/c

oPEr

Pho

to/s

IstE

MA F

IEB

Com capacidade para receber grandes navios de

carga, do tipo Post-Panamax e localização

estratégica (menos de 150 quilômetros dos Estados

Unidos), o Porto de Mariel, em Cuba, apresenta um

potencial comercial expressivo para as empresas

brasileiras, mas ainda pouco explorado pelas

nordestinas. Visando impulsionar negócios entre o

país caribenho e a Bahia, a FIEB, por meio do seu

Centro Internacional de Negócios (CIN) e do

Conselho de Comércio Exterior (Comex), promoveu,

no dia 15 de setembro, um encontro com um trader

que atua na Zona Especial de Desenvolvimento

(ZED) Mariel, projeto concebido para fomentar o

desenvolvimento económico sustentado de Cuba,

atraindo o investimento estrangeiro, a inovação

tecnológica e a concentração industrial com

benefícios tributários especiais.

Seminário apresenta opçõesde financiamento para inovaçãoCriar um canal de interlocução envolvendo

setor produtivo, academia e órgãos de

fomento à pesquisa foi o objetivo do

Seminário “Diálogos para Inovação e

Empreendedorismo: Oportunidades de

Recursos Financeiros para Inovação em Micro

e Pequenas Empresas”, realizado em 1º de

setembro, na FIEB. A iniciativa foi resultado

de parceria entre a FIEB – por meio dos

Conselhos da Micro e Pequena Empresa

Industrial (Compem) e de Inovação e

Tecnologia (Citec) – e Fapesb com o objetivo

de ressaltar a importância da inovação e

apresentar alternativas de financiamento

oferecidas aos empresários baianos. A Fapesb

e o Sebrae tiveram a oportunidade de falar

sobre os editais que podem ajudar a indústria

a desenvolver inovação.

Membros de Conselhos do Nordeste e do Comam fazem visita técnica Membros do Conselho de Meio Ambiente Nordeste

(Coema-NE) da CNI, representantes das

federações de Indústria (PE, BA, CE, SE, AL, RN,

PB, PI) e integrantes do Conselho de Meio

Ambiente da FIEB (Comam) da FIEB participaram,

no dia 02 de setembro, de visita técnica à fábrica

do Boticário, em Camaçari, primeira do segmento

de cosméticos do Brasil a obter a certificação

LEED (Leadership in Energy and Environmental

Design), uma das mais importantes em

sustentabilidade do mundo. O objetivo foi

conhecer os requisitos da certificação.

22 Bahia Indústria

Rodadas de

negócios e

palestras

marcaram o

LiderAção,

realizado em

Eunápolis

É um prazer muito grande formar profissio-

nais, trazer nossa experiência para colabo-

rar com o desenvolvimento desses jovens

que estão entrando no mercado de trabalho”. O de-

poimento é do gerente de Serviços e Relacionamento

de Imprensa da Softwell Solutions em Informática,

Adriano Barbosa, tricampeã do Prêmio IEL de Estágio

na categoria pequena empresa.

Realizada no Dia do Estagiário, no auditório da Fe-

deração das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), a

13ª edição do prêmio também homenageou a Kordsa

Brasil (da área de manufatura têxtil), destaque entre

as empresas de médio porte. “Este ano, estamos co-

memorando conquistas. Ficamos na 2ª colocação na

Cada vez mais as instituições de

ensino e os empresários precisam

se unir para melhorar a qualidade

da nossa mão de obra e estimular

os talentos dentro das institui-

ções”, afirmou a gerente de Desen-

volvimento Organizacional da Má-

quina de Vendas Brasil, Priscilla

Breitenbauch.

A iniciativa do Instituto Eu-

valdo Lodi (IEL) homenageou os

agentes envolvidos no processo de

estágio. Além das empresas com

melhores práticas de atração, de-

por Marta erhardt

IEL RECONhECE bOAS PRáTICAS

Premiação homenageia empresas, instituições de ensino e estudantes

lista das Melhores Empresas para

Trabalhar na Bahia (Great Place

to Work) e esta premiação mostra

que também valorizamos os nos-

sos estagiários”, ressaltou o geren-

te da empresa, Marcello Gomes.

Já a Máquina de Vendas Brasil

(varejista do segmento de eletroe-

letrônicos) foi vencedora entre as

empresas de grande porte. “Re-

presenta o reconhecimento de um

projeto construído para apoiar e

contribuir de forma mais efetiva

com a formação dos estudantes.

Fotos: ANGELo PoNtEs/coPErPhoto/sIstEMA FIEB

Bahia Indústria 23

senvolvimento e retenção de esta-

giários, também tiveram destaque

os estudantes e as instituições de

ensino que incentivam a prática

de estágio durante a formação

acadêmica.

“O estágio é uma oportunidade

eficaz para que empresas identi-

fiquem e retenham seus talentos,

além de alavancar a carreira de

estudantes, contribuindo para ca-

pacitação e inserção no mercado

de trabalho”, pontuou o superin-

tendente do IEL, Evandro Mazo,

que parabenizou todos os envolvi-

dos no processo de estágio e acon-

selhou os estudantes a investirem

nesta experiência, com dedicação

e engajamento.

Os premiados ressaltaram a

importância da iniciativa. “Temos

feito um trabalho intenso para

contribuir com o desenvolvimento

do nosso estado e, para isso, nada

melhor do que formar bons pro-

fissionais e cidadãos”, pontuou a

reitora Márcia Barros, da Universi-

Workshop reuniu especialistasA cerimônia de premiação integrou

a programação do 17º Workshop

de Estágio. O evento contou com

palestras do jornalista Jefferson

Beltrão, que falou sobre 4 Ss para

o sucesso e do fundador do Empre-

lab, Daniel Maior, que falou sobre

empreendedorismo e destacou

que perseverança e dedicação são

elementos fundamentais para em-

preender. A programação incluiu,

ainda, a solenidade de entrega do

Prêmio Inova Talentos. A primeira

edição da premiação contou com

duas categorias: equipe destaque

e artigo destaque.

Entre os finalistas da categoria

equipe destaque, o vencedor foi

Arthur Oliveira, com o projeto “O

Vigilante”, na empresa Maquin

Soluções tecnológicas. Já a vence-

dora na categoria artigo destaque

foi Laíssa Vasconcelos, com o tra-

balho “Implantação de sistema/

plataforma virtual para consoli-

dar a venda”, na empresa Herbert

Uniformes.

O Inova Talentos é uma parce-

ria entre o IEL e o Conselho Nacio-

nal de Desenvolvimento Científi-

co e Tecnológico (CNPq), que visa

ampliar o número de profissio-

nais qualificados em atividades

de inovação no setor empresarial

brasileiro. [bi]

Marcus Verhine e o representante da Softwell Solutions

Empresas que

foram destaque

no Prêmio IEL

de Estágio

bahia em 2016

dade Salvador (Unifacs), destaque

entre as instituições de ensino fi-

nalistas.

Já o estudante de engenharia

mecânica da Universidade Fe-

deral da Bahia (UFBA), Gustavo

Castro Silva, foi vencedor na cate-

goria estagiário. Ele desenvolveu

um programa para calcular torque

em uniões flangeadas (artifício de

união utilizados comumente em

tubulações). Esse cálculo precisa

ser exato para evitar vazamento

nas tubulações, o que pode acon-

tecer com o excesso ou a ineficiên-

cia no torque.

Ciente da demanda, ele de-

senvolveu uma programação no

Excel, em formato de formulário,

facilitando o cálculo. “O progra-

ma calcula o torque necessário

para ter um aperto ideal da união

flangeada. Isso gerou ganho de

produtividade, mantendo a con-

fiabilidade dos ativos da planta”,

explica Gustavo, que é estagiário

da Braskem há mais de um ano.

24 Bahia Indústria

Alban entrega a Temer agenda para o crescimentoFIEB lista 27 propostas capazes dedestravar o desenvolvimento da economiabaiana em documento ao presidente

por cleber borges

Toda crise é cíclica e,

no caso presente, já co-

meçam a surgir sinais

de que estamos deixando o fundo

do poço. Portanto, o momento é

adequado para levarmos ao gover-

no federal proposições destinadas

a criar um ambiente positivo para

o investimento industrial”, afir-

mou o presidente da Federação

das Indústrias do Estado da Bahia

(FIEB), Ricardo Alban, ao lançar

o documento Bahia, Uma Agenda

para o Crescimento.

O documento elenca propostas

que a indústria baiana considera

imprescindíveis para a retomada

da atividade econômica no esta-

do. Ele foi entregue por Ricardo

Alban ao presidente Michel Te-

mer, durante audiência no Palá-

cio do Planalto, dia 16 de agosto,

na companhia do presidente da

Confederação Nacional da Indús-

Na publicação, a FIEb

sintetiza as principais

reivindicações

dos industriais baianos

tria, Robson Andrade, e de dirigentes das federa-

ções de indústrias do Ceará, Piauí e do Rio Grande

do Norte.

Na agenda, a FIEB sintetiza as principais reivin-

dicações dos industriais baianos e propõe iniciativas

nas áreas de acesso ao crédito, política fiscal e tribu-

tária, infraestrutura e recursos hídricos, meio am-

biente e demarcação de terras indígenas.

InFraestruturaAo todo, a publicação elenca 27 propostas, que in-

cluem, dentre outras: a simplificação dos processos

de licenciamento ambiental; ações para a revitali-

zação do Rio São Francisco; e a renegociação das

dívidas dos empresários da região nordeste com o

FNE e o Finor. Na área fiscal/tributária, reivindica

a renovação da isenção do Adicional ao Frete para

Renovação da Marinha Mercante (AFRMM) para to-

do o Nordeste.

Foram também listadas demandas de infraestru-

tura, como a retomada das obras para a conclusão da

Ferrovia de Integração Oeste Leste (Fiol), atualmente

paralisadas, destinada a escoar a produção de grãos

do Oeste baiano e de minérios do Sudoeste. De acor-

SALVADOR • BAHIA • 2016

BAHIAUMA AGENDA PARA O CRESCIMENTO

Bahia Indústria 25

cNI/DIVuLGAção

Ricardo Alban

na entrega do

documento, em

brasília

do com estimativas do Tribunal de

Contas da União, já foram aplica-

dos na obra R$ 2,1 bilhões e, para

concluir a ferrovia (entre os lotes

1 e 4, de Ilhéus a Caetité, faltaria

investir R$ 1,3 bilhão.

Ricardo Alban contextualizou

as propostas no cenário econômi-

co atual e ressaltou os principais

pontos do documento, entre os

quais a implantação do Instituto

de Tecnologia em Saúde no SE-

NAI Cimatec para que este atue

em pesquisa e serviços na área

de saúde. De acordo com Alban,

o investimento em robótica nesta

área poderia baixar drasticamente

os custos de cirurgias, por exem-

plo. “O instituto vai contribuir

muito para o desenvolvimento do

setor no Brasil e isso despertou o

interesse do Ministério da Saúde”,

garante.

O presidente citou como um dos

pontos mais importantes entre as

propostas o investimento nos

portos baianos. “A Baía de Todos

os Santos é uma das maiores do

mundo. A Baía de Aratu é uma das

maiores do país. É inaceitável que

esse potencial seja subaproveita-

do e que os portos da Bahia ainda

sofram com gargalos resultantes

da falta de investimentos”, disse.

FragILIdadeAlém dos problemas de infraestru-

tura, a falta de crédito para a in-

dústria também foi destacada por

Alban, que descreveu a situação

dos empresários brasileiros como

“frágil”. “Enquanto o mundo dis-

cute a quarta revolução industrial,

em que os sistemas estarão digita-

lizados e interligados, a indústria

do país ainda está às voltas com

problemas que impedem sua com-

petitividade”, afirmou.

O documento elaborado pela

FIEB propõe a redução das taxas

de juros para financiamentos de

longo prazo no Nordeste, a exem-

plo das praticadas pelo BNB nos

empréstimos do FNE, seguindo o

padrão de variação das taxas do

BNDES para o tomador final, re-

ferenciadas na Taxa de Juros de

Longo Prazo.

Além disso, pede a diminuição

dos juros praticados pela Sude-

ne nos financiamentos do FNDE,

bem como a criação de um siste-

ma de renegociação das dívidas

do FNE e Finor.

Alban acredita que há, no go-

verno Temer, boa vontade para

encaminhar propostas como as

apresentadas pela FIEB. "Perce-

bo que há, da parte do presidente

e de alguns ministros, interesse

em ouvir nossos pontos de vista”,

pontuou. [bi]

26 Bahia Indústria

Fotos ANGELo PoNtEs/coPErPhoto/sIstEMA FIEB

O Serviço Social da Indústria (SESI) passa a

oferecer em Salvador, a partir de 2017, cerca

de 400 novas vagas de EBEP, o ensino mé-

dio do SESI, e mais de 1000 vagas de educa-

ção a distância para turmas de jovens e adultos. Isso

tornou-se possível com a entrega do complexo edu-

cacional do SESI Retiro, inaugurado no dia 28 de ou-

tubro pelo presidente da FIEB, Ricardo Alban e pelo

superintendente do SESI Bahia, Armando Neto. Com

isso, a Rede SESI passa de 4.100 alunos matriculados

em 2016 para 5.280 em 2017, distribuídos por nove es-

colas na capital e interior, incluindo os estudantes do

ensino fundamental.

A antiga escola do SESI passou a oferecer um novo

conjunto de serviços educacionais, beneficiando, em

particular, a comunidade do entorno do bairro do Re-

tiro. Com 13 mil metros quadrados de área construída

e investimentos de R$ 35 milhões, a unidade passa a

contar com 28 salas de aula, 18 laboratórios, incluin-

do os de ciências exatas e humanas, robótica, infor-

mática, língua portuguesa, artes e biologia.

A infraestrutura é composta ainda de refeitório

com capacidade para 388 pessoas, auditório com

240 lugares, biblioteca, videoteca e salas de estudos.

Também é dotada de um ginásio com quadra polies-

portiva com medidas oficiais, salas de dança, teatro,

música, karatê e academia. O antigo prédio da escola

Escola SESI Reitor Miguel Calmon foi demolido em

2014 para dar espaço ao atual complexo de educação.

A inauguração da Unidade Retiro foi marcada

ESCOLA DE REFERêNCIAsEsI retiro é inaugurado seguindo os padrões do modelo EBEP de educação e ampliando oferta de vagas para o ensino médio na capital

por homenagens. O conjunto re-

cebeu o nome do presidente do

Conselho Nacional do SESI, João

Henrique de Almeida Souza, que

se fez presente à homenagem, e o

pavilhão de aulas foi dedicado, in

memorian, ao ex-vice-presidente

da FIEB, Emmanuel Silva Maluf,

que foi representado por sua fi-

lha Rosemma Maluf. A escola foi

rebatizada com o nome do reitor

Miguel Calmon, representado na

solenidade pelo diretor da FIEB,

Angelo Calmon de Sá Júnior, seu

sobrinho-neto. A solenidade foi

marcada por depoimentos emo-

cionados dedicados à memória

dos homenageados. O presidente

do Conselho Nacional do SESI,

João Henrique Souza, lembrou da

importância de se oferecer educa-

ção de qualidade como ferramenta

para transformar vidas.

InFraestruturaO Sistema FIEB vem ampliando

os investimentos na expansão

da rede de educação do SESI. Em

2014, foi entregue a Escola SESI

João Ubaldo Ribeiro, no município

por Patrícia Moreira

de Luís Eduardo Magalhães. Este

ano, entrou em funcionamento

a Escola SESI de Vitória da Con-

quista, no sudoeste da Bahia. Para

2017, a rede ganhará as escolas de

Feira de Santana, na região norte,

Ilhéus/Itabuna, na região sul na

Bahia, e a de Barreiras, na região

oeste. Ao todo, o Sistema FIEB, por

meio do SESI, investiu R$ 111 na

ampliação e requalificação de sete

escolas da rede na Bahia.

Para o presidente Ricardo Al-

ban, o país precisa de equipa-

mentos de educação com a infra-

estrutura necessária para asse-

gurar a qualidade de ensino. Foi

o que se buscou com a implanta-

ção do complexo educacional do

SESI Retiro. “Temos um exemplo

de sucesso em educação, que é

a Escola Djalma Pessoa, do SESI

Piatã, que serviu de modelo de

fazer a ampliação da nossa rede.

Bahia Indústria 27

Fotos ANGELo PoNtEs/coPErPhoto/sIstEMA FIEBPresidente da

FIEb abriu a

solenidade de

inauguração

Após entrega,

foi feita uma

visita às

Instalações;

estrutura é

composta de

28 salas de

aulas e 18

laboratórios

Atualmente, este modelo, que é

referência nacional, já está pre-

sente nas escolas SESI do interior

da Bahia e em 2017 chegará a Fei-

ra de Santana, Ilhéus e Barreiras

e até 2018 também no município

de Juazeiro”.

reFerêncIaAo investir em um modelo de refe-

rência em educação, destacou Al-

ban, o SESI também quer servir de

referência para que outras redes

de educação possam se inspirar

e seguir o exemplo ao conhecer

outros caminhos possíveis. “Que-

remos somar esforços e competên-

cias para promover educação de

qualidade e contribuir para rever-

ter os indicadores de produtivida-

de do país, o que somente é pos-

sível com investimento em educa-

ção e qualificação”, acrescentou.

O superintendente do SESI, Ar-

mando Neto, lembrou que o SESI

quer atingir a meta de ampliar o

número de alunos na sua rede de

educação regular para 5.500 até

2018. Também citou outras metas

a serem alcançadas, como au-

mentar o número de matrículas

de educação de jovens e adultos

para 12 mil e para 40 mil o total de

alunos nos cursos de educação a

distância do SESI até 2018.

Armando Neto falou ainda da

importância de se resgatar a au-

toestima dos estudantes para con-

seguir o sucesso na área de edu-

cação. “Temos grandes problemas

de educação no país e um dos de-

safios é resgatar a autoestima e o

orgulho do estudante. Sem isso,

não vamos avançar”, observou,

destacando: “O sucesso do SESI e

do SENAI deve-se ao orgulho que

os nossos estudantes têm de fazer

parte da nossa rede e é isto que faz

a diferença”. [bi]

28 Bahia Indústria

IndIcadores Números da Indústria

ANO DEVE FEChAR COM qUEDA DE 5,9%Em julho, somente três segmentos – alimentos, bebidas e metalurgia – apresentaram crescimento na produção

A produção física da indús-

tria de transformação da

Bahia apresentou queda

de 4,0%, na comparação

dos últimos 12 meses, terminados

em julho, com igual período ante-

rior. Com esse resultado, a Bahia

cai para o 3º lugar no ranking

dos 14 estados que participam

da Pesquisa Industrial Mensal

de Produção Física ( PIM PF-R),

do qual apenas o estado de Mato

Grosso continua apresentando o

mesmo resultado positivo (9,0%).

Os demais estados registraram re-

ano anterior, a produção física da

indústria de transformação baia-

na apresentou queda de 19,1%.

Três dos 11 segmentos industriais

da Bahia apresentaram resultados

positivos: Alimentos (4,5%, com

maior produção de açúcar cristal,

leite em pó, carnes de bovinos

frescas ou refrigeradas, tortas,

bagaços, farelos e outros resíduos

da extração do óleo de soja), Me-

talurgia (2,1%, maior produção de

barras, perfis e vergalhões de co-

bre e de ligas de cobre) e Couro e

Calçados (-2,0%).

sultados negativos: Amazonas (-18%), Rio de Janeiro

(-11,7%), Pernambuco (-11,3%), São Paulo (-10,1%),

Rio Grande do Sul (-9,9%) Paraná (-9,1%), Ceará

(-7,9%), Minas Gerais (-7,6%), Santa Catarina (-7,6%),

Pará (-7,5%), Goiás (-4,3%) e Espírito Santo (-3,2%).

Na Bahia, apenas três dos 11 segmentos pesqui-

sados registraram crescimento: Metalurgia (16,3%),

Bebidas (10,1%) e Alimentos (2,3%). Apresentaram

resultados negativos: Equipamentos de Informática

(-40,2%); Veículos automotores (-25,6%); Minerais

não metálicos (-15,2%); Refino de petróleo e biocom-

bustíveis (-4,2%); Borracha e plástico (-4,1%); Couro e

Calçados (-2,8%); Produtos químicos (-0,4%) e Celu-

lose e Papel (-0,1%).

Na comparação de julho de 2016 com igual mês do

Bahia Indústria 29

JAN

JUL

FEV

MA

R

AB

R

MA

I

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AG

O

SET

OU

T

NO

V

DEZ

Fonte: IBGE; elaboração Fieb/SDI. Nota: Exclusive a indústria extrativa mineral; base = 100 (média 2012)

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20162015

BAHIA - PRODUÇÃO FÍSICA DA INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO (2014-2016)

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Fonte: IBGE; elaboração Fieb/SDI. Nota: Exclusive a indústria extrativa mineral; base = 100 (média 2012)

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20162015

BAHIA - PRODUÇÃO FÍSICA DA INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO (2014-2016)

bro deste ano, das unidades 9 e 18,

postergou para janeiro de 2017.

sInaIs posItIvosA indústria foi um dos setores que

primeiro começou a sofrer com a

crise econômica. O consumo das

famílias em baixa e a falta de in-

vestimentos contribuíram para os

resultados negativos. A crise políti-

ca tem sua parcela de responsabili-

dade neste cenário ruim. No entan-

to, alguns analistas consideram a

hipótese de que a economia brasi-

leira já tenha chegado ao fundo do

poço e pode estar ensaiando uma

leve recuperação a partir deste se-

gundo semestre. Os indicadores

que mostram essa possibilidade de

bahia: pim-pf de julho 2016

Indústria de Transformação -19,1 -2,1 -4,0refino de petróleo e biocombustíveis -37,6 -2,1 -4,2produtos químicos -0,3 3,9 -0,4veículos automotores -29,8 -26,5 -25,6alimentos 4,5 3,6 2,3celulose e papel -25,6 -0,2 -0,1borracha e plástico -4,0 -5,5 -4,1metalurgia 2,1 22,7 16,3couro e calçados 2,0 -0,7 -2,8minerais não metálicos -16,7 -17,7 -15,2equipamentos de informática -60,8 -19,4 -40,2bebidas -11,0 12,3 10,1

Extrativa Mineral -21,8 -18,9 -14,7

VArIAção (%)

SETORES JUL16/JUL15 JAN-JUL16/ AgO15-JUL16/ JAN-JUL15 AgO14-JUL15

Apresentaram resultados ne-

gativos: Equipamentos de infor-

mática (-60,8%, menor produção

de computadores pessoais de me-

sa: desktops; gravador ou repro-

dutor de sinais de áudio e vídeo:

DVD, home theater: computado-

res pessoais portáteis - laptops,

notebook, handhelds, tablets e

semelhantes); Refino de Petróleo

e Biocombustíveis (-37,6% devido

a uma parada não programada da

unidade de craqueamento catalíti-

co de resíduos U-39 durante todo

o mês de julho); Veículos automo-

tores (-29,8%, menor produção de

automóveis e painéis para instru-

mentos dos veículos automotores);

Celulose e papel (-25,6%, menor

produção pastas químicas de ma-

deira); Minerais não metálicos

(-16,7%, menor produção da massa

de concreto preparada para cons-

trução, cimentos “Portland” e ar-

gamassas ou outros aglomerantes

não refratários); Bebidas (-11,0%);

Borracha e plástico (-4,0%) e Pro-

dutos químicos (-0,3%).

A menor queda da produção

física da indústria da Bahia, em

comparação ao Brasil, deve ser

relativizada: no início de 2015, foi

registrada redução acentuada da

produção na atividade de refino

(que representa mais de 30% do

valor da transformação industrial)

por conta de uma parada de ma-

nutenção na RLAM, deprimindo

a base de comparação. Por outro

lado, neste 2º semestre é esperado

queda na produção da indústria

baiana um pouco mais acentuada

por conta de parada programada

para manutenção da Braskem (o

segmento de Produtos químicos

representa 18% do valor de trans-

formação industrial). No entanto,

a RLAM, que havia previsto uma

parada programada para novem-

reversão do ciclo econômico são a

normalização dos níveis de esto-

que, a elevada capacidade ociosa

(que por si só é um ponto de partida

para um novo ciclo econômico vir-

tuoso), a melhora das expectativas

empresariais e o câmbio.

As estimativas de mercado

apontam para uma desaceleração

da queda da produção industrial

neste ano, que deverá encerrar em

retração de 5,93% (ante os 9,7%

atuais) e crescimento em 2017

(+0,5%). Na mesma direção, o PIB

deverá crescer 1,3% em 2017 e a

inflação deverá convergir para a

meta (5,12%), de acordo com infor-

mações do Banco Central (relató-

rio Focus). [bi]

30 Bahia Indústria

painel

Setor empresarial discute impactos do coral-sol na economia As condicionantes de licença ambiental referentes ao coral-sol podem

levar à paralisação progressiva das atividades de óleo e gás na Bahia.

A exigência de que toda embarcação apresente declaração de “casco

limpo” para navegar em águas brasileiras pode ocasionar o desvio de

rotas e afetar a competitividade do segmento. Essa é a avaliação dos

conselhos de Petróleo, Gás e Naval (CPGN) e de Meio Ambiente

(Comam) da FIEB. Coral-sol é nome dado às espécies de corais exóticos

Tubastraea coccinea e Tubastraea tagusensis, consideradas invasoras.

“Criamos um grupo para buscar uma interlocução mais ampla e uma

posição proativa com o envolvimento de outras áreas do Governo. Os

custos de prevenção afetam a competitividade. Por isso, a discussão

deve envolver o Ministério de Meio de Ambiente, a Marinha e o

Ministério de Ciência de Tecnologia tanto para conservar os aspectos

ambientais quanto serviços e empregos”, afirmou Humberto Rangel,

coordenador do CPGN.

Coral-sol, originário da áfrica, está se proliferando na costa brasileira

Josair bastos foi homenageado pelo trabalho realizado na Abigraf

Inovação em ginástica laboral

Ao longo de 14 meses, os trabalhadores das

indústrias Battre e Brisa foram envolvidos no

projeto de inovação Academia Tecnológica

Orientada, do SESI Bahia. O projeto buscou

colocar em prática um novo conceito na prática

de atividades físicas no ambiente laboral,

alinhando procedimentos de ergonomia com o

auxílio de games e sensores de movimentos. A

proposta visa estimular a prática de atividade

física, pelo menos, duas vezes por semana,

com duração de 15 minutos diários por

indivíduo. A Academia Tecnológica foi um dos

23 projetos aprovados pelo Edital SESI SENAI

de Inovação 2014 e foi o único projeto do

Norte-Nordeste que aprovado naquele ano, de

um total de 367 proposições submetidas pelos

departamentos regionais do SESI e SENAI de

todo o Brasil. “O objetivo foi contribuir para a

redução do absenteísmo no ambiente de

trabalho, adotando um programa que

contempla a análise e orientação dos gestos

motores”, explicou Francis Antão, do SESI.

Com a ajuda dos games e sensores de

movimento, foi possível fazer uma avaliação

minuciosa dos gestos psicomotores e promover

correções posturais de forma lúdica.

Indústria gráfica realiza encontro na FIEb A concorrência da produção gráfica chinesa foi um

dos temas discutidos na reunião da Associação

Brasileira da Indústria Gráfica - ABIGRAF Nacional

realizada dia 23.9, na FIEB, em Salvador. Na

reunião, o vice-presidente da FIEB, Josair Bastos, foi

homenageado pelo trabalho à frente da Abigraf

Bahia. Representantes de diversas regionais

debateram soluções para os principais problemas do

segmento, como a bitributação de ISS e ICMS sobre

produtos gráficos, a concorrência desleal (de

produtos chineses impressos na China e de gráficas

que não participam de concorrências, por exemplo)

e a diminuição da demanda por publicações

impressas.

cEzAr BrAsIL/coPErPhoto/sIstEMA FIEB

DIVuLGAção/ENsEADA

Bahia Indústria 31

EJA formA turmA Em fEirA • Com o objetivo de

elevar a escolaridade de trabalhadores da

indústria e de seus dependentes, o SESI Feira de

Santana concluiu a primeira turma do ensino

médio a distância no município. A iniciativa faz

parte do programa de Educação de Jovens e

Adultos (EJA) do SESI Bahia e diplomou 65

estudantes de dez empresas industriais.

O curso tem carga horária de 1.260 horas.

Dia Nacional da Construção Social Mais de 400 trabalhadores da construção civil

participaram, dia 27 de agosto, na Faculdade

DeVry/Ruy Barbosa, em Salvador, do Dia Nacional

da Construção Social. O evento foi realizado

simultaneamente em outras 31 localidades do País.

Na Bahia, a realização ficou a cargo do Sinduscon-

BA e do SESI. A ação contou com uma extensa

programação com alongamento, esquete teatral e

karaokê, além de atividades de prevenção e

promoção da saúde. “O objetivo foi proporcionar

aos trabalhadores um dia de lazer, educação e

saúde, levando qualidade de vida e reconhecimento

àqueles que são o maior patrimônio de uma

empresa”, afirmou o presidente do Sinduscon,

Carlos Henrique Passos.

Cursos SENAI a R$ 99 Elaborados para pessoas que buscam

aprimoramento profissional ágil e com baixo

investimento, os Cursos SENAI a 99 reais propiciam

ganho de conhecimento técnico para uma rápida

inserção no mercado de trabalho ou para aqueles

que desejam iniciar seu próprio negócio. São cursos

de 20 horas que contam com uma estrutura completa

de ensino e a qualidade reconhecida.

Feira de estágio em barreirasA região de Barreiras sediou este ano a 1ª Feira de

Estágio do IEL na região oeste da Bahia. O evento

reuniu cerca de 800 estudantes que foram em busca

de informações sobre carreira profissional e

oportunidades de estágio. Foram dois dias de

atividades que permitiram a troca de informações

entre estudantes, empresários e instituições de

ensino. Foram arrecadados 200kg de alimentos.

VALtEr PoNtEs/coPErPhoto/sIstEMA FIEB

Novo prédio

do Cetind terá

capacidade

para seis mil

alunos

SENAI Lauro de Freitas amplia capacidade de atendimentoO Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial

(SENAI-Bahia) inaugurou, 29 de setembro, o

Edifício Almir Mendes de Carvalho Junior. O novo

prédio mais do que dobra a capacidade de

atendimento do centro de formação, que passará de

2.970 alunos/dia para 6.300 alunos/dia, em cursos

de qualificação e de aperfeiçoamento profissional e

técnicos de nível médio.

O novo edifício contempla 37 novas salas de aula e

integra a unidade Lauro de Freitas, que se destaca

pela produção de conteúdos educacionais. A

unidade, que abrange 13 áreas de competência na

oferta de cursos, conta com plantas piloto, sonda, e é

a única no estado com um núcleo de treinamento em

trabalho em altura. O novo prédio ganhou o nome

do engenheiro civil de formação, que se destaca pela

longa história de serviços prestados à indústria

baiana e ao Sistema Indústria da Bahia, onde

ocupou as funções de presidente do Conselho do

SENAI e presidente do CIEB.

síLVIo tIto/coPErPhoto/sIstEMA FIEB

32 Bahia Indústria

jurídico

Prazo para adesão ao eSocial é adiadoA Receita Federal, por meio

da Resolução nº 02, do

Comitê Diretivo do eSocial,

publicada no Diário Oficial

da União de 31.08.2016,

prorrogou o prazo para as

empresas aderirem ao

eSocial. Com a prorrogação,

os empregadores e

contribuintes com

faturamento acima de R$ 78

milhões deverão aderir ao

programa a partir de 1º de

janeiro de 2018. Os demais

empregadores e

contribuintes só estarão

obrigados a aderir ao

sistema a partir de 1º de

julho de 2018.

O valor da taxa dos distritos industriais é reduzido A Lei Estadual nº 13.571,

publicada em 19 de agosto,

dentre outras deliberações,

reduziu o valor mensal da

taxa pelo serviço de

administração, execução,

manutenção, conservação e

gestão dos Distritos

Industriais de R$ 0,50 por m²

para R$ 0,09 por m² de área

ocupada. Também

estabeleceu teto/limite para

a cobrança, além de prever

tratamento diferenciado para

as microempresas e

empresas de pequeno porte.

O recolhimento da referida

taxa deverá ser efetuado até

o dia 9 do mês subsequente,

nos termos do Decreto

Estadual nº 28.595/1981.

O novo marco legal da inovação nas licitações e contratos

Com o objetivo de desburocratizar

e estimular a ciência, tecnologia

e inovação, a Lei nº 13.243, novo

marco legal da inovação, publica-

da em 11 de janeiro de 2016, inse-

riu modificações relevantes na Lei

de Licitações e Contratos Admi-

nistrativos (8.666/93) e na Lei do

Regime Diferenciado de Contrata-

ções (12.462/11).

Inicialmente, para facilitar a

especificação pelo ente contratan-

te, foi acrescido um inciso na Lei

de Licitações. Ele define produtos

para pesquisa e desenvolvimento

como sendo os bens e insumos e

serviços e obras utilizados para

atividade de pesquisa científica

e tecnológica, como desenvolvi-

mento de tecnologia ou inovação

tecnológica, discriminados em

projeto de pesquisa aprovado.

A fim de estimular a pesquisa

científica, foi criada uma nova

hipótese de dispensa de licitação

(contratação direta) para a aquisi-

ção ou contratação de produto pa-

ra pesquisa e desenvolvimento, o

qual não se vincula a qualquer li-

mite de valor, diferentemente das

contratações de obras e serviços,

nas quais haverá necessariamente

limitação de valor, ou seja, até o

valor máximo de R$ 300 mil.

Ainda na hipótese de dispensa

de licitação para aquisição ou con-

tratação de produtos para pesqui-

sa e desenvolvimento, também se-

rá permitida a contratação do au-

tor do projeto básico ou executivo,

hipótese anteriormente vedada.

Nesse compasso, com o obje-

Viviane bastos Cerqueira Pitanga integra a Gerência Jurídica da FIEB

tivo de desburocratizar, a Lei de

Licitações passou a dispensar do-

cumentos de habilitação na con-

tratação de produto para pesquisa

e desenvolvimento quando desti-

nados à pronta entrega ou quando

o valor não ultrapassar R$ 80 mil.

Contudo, esta flexibilização ainda

carecerá de regulamentação por

Decreto Federal, visto que não foi

mencionado se a desobrigação se-

rá em relação a documentos espe-

cíficos ou de todos documentos de

habilitação.

Outra inovação foi a ampliação

da possibilidade de utilização do

regime diferenciado de contrata-

ções públicas (Lei 12.462/11) pe-

los órgãos e entidades dedicados

à ciência, tecnologia e inovação.

A aplicabilidade deste regime é

opcional e, quando utilizado, de-

verá constar de maneira expressa

no instrumento convocatório do

certame.

Dessa forma, a expectativa é

que, a partir de agora, as altera-

ções legislativas resultantes da

Lei nº 13.243 desburocratizem o

sistema de licitação e a compra

de produtos destinados à pesqui-

sa científica e tecnológica. Calha

ressaltar que as especificidades

e qualidade dos produtos vincu-

lados à pesquisa passaram a ser

tratados de maneira diferenciada.

Diante disso, podemos afirmar

que a nova lei avançou em diver-

sos pontos e certamente promove-

rá um ambiente regulatório mais

seguro e favorável para a inovação

no Brasil.

por ViViane bastos cerqueira Pitanga

Bahia Indústria 33

IdeIas

por Fernando ladeira

Projetos são meios para alcançar

um objetivo específico em um pe-

ríodo de tempo finito. Têm a ver

com mudança de patamares e com

a geração de produtos ou serviços

únicos. Temos observado nesses

anos de crescimento da Gestão de

Projetos duas tendências: o surgi-

mento de novidades e o uso “sem

filtros” de um relevante conjunto

de boas práticas e de aplicação

ampla, o Project Management Bo-

dy of Knowledge (PMBoK)(1).

A plataforma (PMBoK), desen-

volvida a partir da experiência

na gestão de projetos bastante

complexos, tende a ser usada na

íntegra, quando deveria ser uma

referência.

Em nossa experiência, acredi-

tamos que três aspectos são essen-

ciais para uma Gestão de Projetos

eficaz: origem e escolha dos proje-

tos, organização das pessoas e do

processo de gestão.

Projetos são meios. Não perca o

foco nos fins. A definição do ob-

jetivo de um projeto é mais impor-

tante do que a do seu objeto, isto

é, para que será feito, e não o que

será feito. Quais os benefícios es-

perados da execução de determi-

nado projeto?

O documento utilizado para

responder a essa questão chama-

-se “plano de negócio” (ou “busi-

ness plan”). Um plano de negócios

bem elaborado deve deixar claro

quais benefícios serão obtidos

com a execução do projeto e quais

os recursos necessários para tal

ou, em casos extremos, deixar cla-

ro que o projeto não deve existir,

pois não se justifica sob o ponto de

vista técnico-econômico.

Bons estudos de viabilidade

permitem comparar opções. Exis-

tem várias formas de se alcançar

um objetivo. Qual a melhor op-

ção? Só podemos responder a es-

sa questão se tivermos elementos

que nos mostrem os custos, os be-

nefícios e os riscos de cada uma.

Conduzir projetos exige uma

organização específica das pesso-

as. As empresas podem ser classi-

ficadas em três tipos: orientadas a

projetos (lucro gerado pela execu-

ção dos projetos – ex.: construto-

ras), orientadas a processos repe-

titivos (resultado associado à pro-

dução e produtos com longo ciclo

de vida – ex.: papel e celulose) e

híbridas (orientadas especialmen-

te para processos repetitivos, mas

com muitos projetos; ênfase no de-

senvolvimento de novos produtos

– ex.: Telecom).

Empresas híbridas e orientadas

a processos repetitivos não pos-

suem naturalmente uma estrutura

adequada para conduzir projetos

e precisam de um bom sistema de

governança que coexista com a es-

trutura formal.

A gestão de projetos deve ser

simples e disciplinada. O proces-

so de gestão de projetos é dividi-

do basicamente em dois subpro-

cessos: planejamento e controle.

Tempo gasto no planejamento é

tempo economizado na execução.

Verdade – mas cuidado com os

exageros! Um dos maiores peca-

dos é o desbalanceamento entre

o esforço empregado no planeja-

A gestão de projetos deve ser simples e disciplinada. O processo de gestão de projetos é dividido basicamente em dois subprocessos: planejamento e controle

Fernando Ladeira é sócio da Falconi

Gestão de projetos: o que é essencial?

mento e a falta de disciplina no

acompanhamento e correção de

rumo ao longo do projeto. Projetos

são esforços únicos; logo, haverá

imprevistos.

Por outro lado, por que acre-

ditar que o plano é perfeito e

negligenciar a necessidade de

verificação e correção de rumo?

Gostamos de planejar, mas nin-

guém gosta de ser cobrado, esse

papel cabe ao Escritório de Proje-

tos (EP).

Temos observado que os Escri-

tórios de Projetos têm dado um

bom suporte aos gestores na ela-

boração de seus planos, porém,

sem cumprir com o papel de “to-

car o bumbo”. Planos perfeitos

não existem e planos bons preci-

sam ser replanejados de tempos

em tempos.

Esses três aspectos têm sido ob-

servados por algumas empresas

com bastante sucesso. Serão bem-

-sucedidas na condução de pro-

jetos as empresas que souberem

deixar de lado modismos e exage-

ros e identificar o que realmente é

essencial ao resultado. [bi]

(1) o guia PmBoK e uma norma reconhecida para a profissão de gerenciamento de projetos. Um padrão e um documento formal que descreve normas, metodos, processos e práticas estabelecidas.

livros

leitura&entretenimento

Roberto Civita em detalhesCarlos Maranhão reconstitui os acertos e os

fracassos dessa figura tão fundamental

quanto polêmica na história da mídia

brasileira. Roberto Civita (1936-2013), o

homem que mudou o jornalismo brasileiro

à frente da Editora Abril. No auge a editora

teve 10 mil funcionários e mais de trezentos

títulos. Workaholic, curioso, grande

formador de talentos, homem de convicções

fortes mas avesso a confrontos, Civita

redefiniu o jornalismo no Brasil ao criar

publicações como Veja e Realidade.

Impostos em discussãoDepois do sucesso de A cabeça do brasileiro

e A cabeça do eleitor, o cientista social

Alberto Carlos Almeida se volta para discutir

os impostos. Ele mostra que o brasileiro sabe

que paga muito imposto e deseja que os

recursos se revertam em melhores serviços.

O livro parte de uma pesquisa que ouviu mil

brasileiros adultos em todas as grandes

regiões do país, em aproximadamente 70

municípios. O resultado une Karl Marx e

Adam Smith, um livro esquerdista e liberal

ao mesmo tempo.

ROBERTO CIVITA: O DONO DA BANCACarlos MaranhãoCompanhia das Letras568 p.R$ 69.90 e-book - R$ 39.9

O dedo na ferida: menos imposto, mais consumoAlberto Carlos AlmeidaRecord, 196 p.R$ 39,90

34 Bahia Indústria

Laudamuco – Senhor de Nenhures O último dia de vida de um rei prestes a ser assassinado

pelo próprio povo é narrado na peça “Laudamuco –

Senhor de Nenhures”, escrita em 1976 por Roberto Vidal

Bolaño, reconhecido dramaturgo da Galícia. O texto,

montado por diversas companhias europeias, ganha

nova versão em Salvador, assinada pelo grupo Toca de

Teatro. A montagem é a sétima do grupo, que completa

10 anos de estrada em 2016, e marca a terceira parceria

artística com o encenador espanhol Moncho Rodríguez.

No palco, os atores Danilo Cairo, João Guisande, e a atriz

Fernanda Beltrão.

WALtEr costA NEto/DIVuLGAção

DIVuLGAção

Arte nos FortesOs Fortes de São Diogo e Santa Maria, ambos no Porto da Barra,

já protegeram a capital baiana de ataques inimigos. Hoje, os

locais carregados de história dão lugar a espaços artísticos. O

Espaço Carybé das Artes, no Forte de São Diogo, mostra a obra

do argentino com ajuda da tecnologia. Um conjunto de

projetores colore o espaço com desenhos nas paredes internas.

Já o Espaço Pierre Verger da Fotografia Baiana, no Forte de

Santa Maria, é dividido em seis eixos principais: Retratos,

Paisagens Urbanas, Culto Afro-Brasileiros, Interior da Bahia,

Cenas do Cotidiano e Fotografia Contemporânea. São imagens

de personalidades, momentos cerimoniais, carnaval etc.

Não perca Fortes de São Diogo e de Santa Maria, seg, qua a dom, 11h às 19h. Porto da Barra

Não perca Teatro SESI Rio Vermelho, 5 a 27 de novembro, sábados e domingos, 20h. R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia). Gratuito para industriários

exposição

teatro

Cam

panh

a de

corr

ente

da

cele

braç

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cial

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lho