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ISSN 1808-2645 Stockxpert Ano 10 - Edição nº 62 - Mar/Abri/2009 - Publicação Bimestral - Conselho Regional de Psicologia do Paraná

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ISSN 1808-2645

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Ano 10 - Edição nº 62 - Mar/Abri/2009 - Publicação Bimestral - Conselho Regional de Psicologia do Paraná

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04 contatoeditorial

06 acontecenoParaná

10 psicólogodasilva

11 contatoartigoA Atuação do Psicólogo no CRAS

14 cofinforma

15 pordentro

16 contatocapa Reconstruindo a vida após

um desastre

20 Inquietações Saúde mental e Direitos Humanos se encontram

21 contatoartigo O Ano da Educação no Sistema Conselhos

24 contatoentrevista ECA: 18 anos, mas ainda um longo caminho a ser trilhado..

26 matériacontato XIII Encontro Paranaense de Psicologia: temática abrangente e troca de experiências

28 colunaética

29 contatoagenda

30 novosinscritos

expedientecontatosumário

Diretoria- Presidente: João Baptista Fortes de Oliveira- Vice-Presidente: Rosangela Lopes de Camargo Cardoso- Secretária: Marilda Andreazza dos Anjos- Tesoureiro: Celso Durat JuniorConselheiros

Adriana Tié Maejima, Anaides Pimentel S. Orth, Beatriz Dorigo, Celso Durat Junior, Denise Matoso, Dionice Uehara Cardoso, Eugenio Pereira Paula Junior, João Baptista Fortes de Oliveira, Maria Elizabeth Haro, Maria Sezineide Cavalcante de Mélo, Márcia Regina Walter, Mariana P. Bacellar, Marilda Andreazza dos Anjos, Marina Pires Machado, Rosangela Lopes de Camargo Cardoso, Rosângela Maria Martins e Rosemary Parras Menegatti.

Subsedes- Londrina

Avenida Paraná, 297- 8° andar - sala 801 e 802 - Ed. Itaipu - CEP 86010-390Fone: (43) 3026-5766/ (43) 8806-4740Conselheira: Denise MatosoCoordenador: José Antonio Baltazare-mail: [email protected]

- MaringáAvenida Mauá, 2109 - sala 08 - CEP 87050-020 Fone: (44) 3031-5766/ (44) 8808-8545Conselheira: Rosemary Parras Menegattie-mail: [email protected]

- Umuarama Rua Rui Ferraz de Carvalho, 4212 - CEP 87501-250Fone: (44) 3055-4119/ (44) 8808-8553Conselheira: Adriana Tié Maejimae-mail: [email protected]

- Cascavel Rua Paraná, 3033 - sala 41 - CEP 85810-010Fone: (45) 3038-5766/ (45) 8808-5660Coordenadora: Maria de Lourdes Ribeiro Oliveirae-mail: [email protected]

Representações Setoriais- Campos Gerais

Representante setorial efetivo: Marcos Aurélio Laidane - Fone: (42) 8802-0949Representante suplente: Lúcia Wolf

- Campo MourãoConselheira: Maria Sezineide Cavalcanti de Mélo – Fone: (44) 8828-2290Representante suplente: Patrícia Roehrig Domingues dos Santos

- GuarapuavaRepresentante efetiva: Egleide Montarroyos de Mélo - Fone: (42) 8801-8948Representante suplente: Tânia Mansano

- Foz do IguaçuRepresentante efetiva: Mara Julci K. Baran - Fone: (45) 8809-7555Representantes suplentes: Gláucia E. W. de Souza e Dayse Mara Bortoli

- SudoesteRepresentante efetiva: Maria Cecília M. L. Fantin - Fone: (46) 8822-6897Representante suplente: Geni Célia Ribeiro

- Norte Pioneiro Representante efetiva: Sônia Maria Barone Lopes Fone: (43) 8813-3614Representante suplente: Nucinéia Aparecida de Oliveira

- LitoralRepresentante efetiva: Karin Bruckheimer - Fone: (41) 8848-1308

- ParanavaíRepresentante efetiva: Carla Christiane Amaral Barros Alécio – Fone: (44) 8836-7726Representante suplente: Cláudia Lucio Chaves

- União da VitóriaRepresentante: Elizabeth Ulrich - Fone: (42) 8836-7726Representante suplente: Cynthia Ranckel Pogogelski

ProduçãoContato: informativo bimestral do Conselho Regional de Psicologia 8 - Região. (ISSN - 1808-2645)Avenida São José, 699 - CEP 80050-350 - Cristo Rei - Curitiba - ParanáFone: (41) 3013-5766. Fax: (41) 3013-4119Site: www.crppr.org.br / e-mail: [email protected]: 10.000 exemplares.Impressão: Maxigráfica e Editora Ltda.Jornalista Responsável: Kelly Ayres (6186/DRT-PR) / Licemar Vieira Melo (8942/DRT-RS)Projeto Gráfico: RDO Brasil - (41) 3338-7054 - www.rdobrasil.com.brDesigner Responsável: Leandro Roth - Diagramação: Eduardo Rozende.Ilustração (Psicólogo da Silva): Ademir PaixãoPreço da assinatura anual (6 edições): R$ 20,00Os artigos são de responsabilidade de seus autores,não expressando, necessariamente, a opinião do CRP-08.

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A 62ª edição da revista Contato quer proporcionar aos seus leitores um repensar sobre diversos aspectos que se relacionam com a área da Psicologia.

Nossa matéria de capa, por exemplo, reflete a atua-ção dos profissionais de Psicologia em situações de emer-gência, utilizando, como pano de fundo, um acontecimen-to recente que sensibilizou a sociedade brasileira e causou comoção nacional: as enchentes em Santa Catarina. Essa reportagem, inclusive, conta com fotos produzidas por uma profissional de Psicologia, Maria Fernanda Mendes Petry (CRP-08/13720), que estava na região durante a tragédia.

Também se privilegia, por meio de uma entrevista, uma discussão sobre o Estatuto da Criança e do Adoles-cente, e a atuação do profissional de Psicologia frente às garantias previstas nessa legislação.

A iniciativa da Comissão de Orientação e Fis-calização (COF) de visitar, durante o ano passado, vá-

rios municípios do interior do Estado, para conhecer o trabalho dos psicólogos que atuam nas prefeituras, bem como favorecer a integração deles com o CRP-08, também é relatada.

Informações sobre os eventos que devem reu-nir vários profissionais da área, nos próximos meses, como o II Encontro de Psicologia e Políticas Públi-cas, que acontece em abril e o XIII Encontro Parana-ense de Psicologia, em junho, ambos em Curitiba, são aqui encontradas; além das iniciativas promovidas nas subsedes do CRP-08.

Fique atento as datas dos eventos promovidos pelo CRP-08 para o desenvolvimento da categoria e da Psico-logia, enquanto ciência e profissão.3

Boa leitura! X Plenário

contatoeditorial

Recebi o material de divulgação preparado pelo CRP-08. Agradeço a atenção dispensada ao caso e a divulgação do que publicamos no livro, que certamente dará aos autores do mesmo a imensa satisfação do dever cumprido, já que é mais uma evidência da enorme aceitação da obra. O CRP está de parabéns, pela decisão política de prepa-rar este material, pois bem sabemos das atuais pressões que sofrem os psicólogos em todo o país, no que tange ao seu exercício profissional. Temos pelo menos um Regional tomando as providências de divulgação que deveriam ser tomadas por todo o sistema Conselhos de Psicologia!

contatoCartas

ErrataApós a publicação do artigo “Contribuições da Psi-

cologia para as intervenções em Meio Ambiente”, na edição de Nov/Dez de 2008, nº. 60, a autora Isabella Bello Secco (CRP- 08/12813) constatou que não havia referenciado dois tra-balhos que basearam o artigo. Os trabalhos foram desenvolvi-dos durante a graduação do curso de Psicologia na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) pelas então alunas, agora psicólogas, mencionadas ao lado:

4 Projeto “Terra: Planeta Água” - Autoras: Daniele Barp, Fernanda Rosseto, Isabella Bello Secco e Janaína Azevedo Rêgo sob a supervisão da professora Maria Cristina N. de Carvalho (2006).

4 Relatório de Conclusão de Curso: Projetos “Agen-tes da Água” e “Super-Heróis da Natureza” - Autoras: Caroline Fernanda Rocha, Daniele Barp e Isabella Bello Secco sob a su-pervisão de Maria Cristina N. de Carvalho (2007).

Jairo Eduardo Borges-Andrade: autor do livro “Psicologia, Organizações e Trabalho do Brasil”,

juntamente com Zanelli,J.C. e Bittencourt Bastos,A.V.

obra utilizada pelo CRP-08 para elaboração do folder de Psicologia Organizacional e do Trabalho.

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acontecenoParaná

06 contato

Falando Sobre em Maringá

Em março volta a acontecer o Falando Sobre. O even-to, promovido pela subsede de Maringá, aborda o envolvi-mento da Psicologia em diversas áreas.

O Falando Sobre, acontece uma vez por mês, e tem su-cesso de público; alguns encontros chegam a ter cerca de 100 participantes, entre psicólogos, estudantes e comunidade. As palestras são sempre às 20 horas, na Biblioteca Municipal de Maringá, localizada na Av. XV de Novembro, 514.

O evento é gratuito e aberto a comunidade.

Programação:

A Programação do evento, para 2009, contempla te-mas variados que destacam a relação da Psicologia com áreas como o esporte, a saúde pública e as práticas jurídicas. Vale a pena conferir!

4 11/03 - “Práticas Jurídicas: Sistema Prisional, Psicologia Forense e Projeto Pró-Egresso”Coordenação: Comissão de Clínica4 08/04 - “Características Psicológicas de Talentos Esportivos”Palestrantes: Leonardo Pestillo de Oliveira (CRP-08/12613)Coordenação: Comissão Psicologia do Esporte 4 13/05 - “O Caminho da Obesidade: da infância a vida adulta”Coordenação: Comissão de Avaliação Psicológica4 03/06 - “As Práticas na Psicologia da Saúde Pública”Coordenação: Comissão da Saúde 4 12/08 - “O Atendimento Psicológico nos Planos de Saúde”Palestrantes: Adriana Valente e Sidnei BarrosCoordenação: Comissão de Psicologia Hospitalar4 09/09 - “Psicologia do Esporte aplicada ao Esporte de Rendimento”Palestrantes: João Ricardo Nickenig Vissoci (CRP-08/12469)Coordenação: Comissão de Psicologia do Esporte4 14/10 - “Sexualidade na Terceira Idade”Palestrantes: Eliany Regina Mariusse (CRP-08/04751)Coordenação: Comissão de Clínica4 11/11 - “A influência dos programas televisivos na cons-trução da subjetividade”Palestrantes: Glaucia Valéria Pinheiro de Brida (CRP-08/06824)Coordenação: Comissão de Clínica

Calendário de plenárias 2009 foi alterado

O CRP-08 informa que houve alterações de locais e datas de algumas Plenárias de 2009. O novo calendário é o seguinte:

Quartas-feiras no CRP

Em março começam as “Quartas-feiras no CRP”. O evento é promovido pelo CRP-08, desde 1998, e debate, todo mês, um tema cen-tral, que é subdivido em assuntos pontuais para serem discutidos a cada semana. Os encontros são gratuitos e abertos ao público. Participantes com freqüência igual ou superior a 75% recebem certificado de partici-pação.

Os temas discutidos serão:4 Março: Educação4 Abril: Psicoterapia4 Maio: Psicologia do Esporte 4 Junho: Psicologia Hospitalar4 Julho: Avaliação Psicológica 4 Agosto: Ética4 Setembro: Dependência Química 4 Outubro: Psicologia Organizacional 4 Novembro: Psicologia Ambiental/Trânsito

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contato 07

II Encontro de Psicologia e Políticas Públicas do Paraná

Nos dias 3 e 4 de abril, o CRP-08, por intermédio do Núcleo de Articulação em Políticas Públicas (NAPP), realizará o II Encontro de Psicologia e Políticas Públicas. O evento acontecerá na Faculdade Dom Bosco, em Curi-tiba. As inscrições podem ser feitas pelo site do CRP – www.crppr.org.br – até o dia 22 de março. Podem se inscre-ver psicólogos e estudantes de Psicologia. O valor para par-ticipar é R$ 40,00 (profissionais) e R$ 20,00 (estudantes).

Programação

4 Dia 03/04

13h às 13h30 - Credenciamento13h30 às 17h30 - Oficinas – vagas limitadas Temas: - Metodologia de Educação Popular: Ana Inês Souza - socióloga, mestre em Educação e Trabalho, coordenadora pedagógica do Centro de Formação Urbano-Rural Irmã Araújo. - Conceito e processo de formação de redes de servi-ços e redes sociais: Carmen Ribeiro - socióloga, especia-lista em Organização de Sistemas de Saúde, técnica do CREPOP-CRP-08.- Sistema Único de Assistência Social - SUAS - marco legal, di-retrizes e estrutura: Juciméri Isolda Silveira - assistente social, presidente do CRESS, mestre em sociologia, assessora técnica da SETP e professora da PUCPR.- Controle Social - concepção, legislação, competências, limi-tes e potencialidades: Clarice Metzner - assistente social, espe-cialista em Saúde Pública, trabalha no Ministério Público do Paraná. - Atenção primária à saúde e reforma psiquiátrica: Dione Maria Menz (CRP-08/05491) - psicóloga, enfermeira, especialista em Saúde Mental Comunitária, professora da UFPR e Faculdade Evangélica. *Interessados em participar das oficinas devem se inscrever pelo e-mail: [email protected].

** Cada inscrito pode participar de apenas uma oficina.

19h30 - Abertura do encontro:- Abertura oficial – pronunciamento do Presidente do CRP - João Baptista Fortes de Oliveira (CRP-08/00173) - Conferência: Políticas Públicas: assistencial x compensa-tória x redistributiva - Clair Castilhos Coelho - farmacêuti-ca bioquímica, mestre em Saúde Pública, professor adjunto da UFSC.

4 Dia 04/04

8h30 às 10h - Mesa-redonda: A Psicologia e a Intersetorialidade

e Transdisciplinaridade - Clair Castilhos Coelho e César Gusta-vo Ramos – Psicólogo, Mestre em Ciências Criminais, psicote-rapeuta, psicólogo clínico e funcionário da Secretaria da Justiça e Desenvolvimento do Rio Grande do Sul, atuando na área de projetos técnicos em Direitos Humanos.10h30 às 12h - Trabalho em Grupo:- A transdisciplinaridade e intersetorialidade no CRAS e CRE-AS: Marina Marsom Correa - assistente social, atuação na Pre-feitura Municipal de Curitiba.- A transdisciplinaridade e intersetorialidade na Saúde Coletiva: Paulo de Oliveira Perna - enfermeiro, doutorando em educação, professor assistente da UFPR.- A transdisciplinaridade e intersetorialidade no atendimento à violência doméstica: Maria Tereza Gonçalves - assistente social e consultora do Imap – Curitiba. - A transdisciplinaridade e intersetorialidade no atendimen-to aos jovens em conflito com a lei: Aline Pedrosa Fioravan-te (CRP-08/10130) - advogada e psicóloga, pós-graduada em Psicologia Clínica da Criança e do Adolescente, atuação na SECJ- PR.13h30 às 15h - Continuidade dos trabalhos em grupo.15h30 às 17h30 - Apresentação das discussões dos grupos em plenária.17h30 - Encerramento.

Local: Faculdades Dom Bosco. End.: Avenida Presidente Wenceslau Braz, 1172. Vila Guaíra - 81010-000. Curitiba-PR

Mais informações pelo telefone: (041) 3013-5766.

Agenda de Eventos para 2009

Psicólogo, programe-se para 2009. Abaixo uma lista com alguns eventos do CRP-08 em Curitiba já confirmados.

4 Encontro sobre Qualificação em Psicologia Hospitalar - 6 de março4 Café-da-manhã da Psicologia Hospitalar - 2 de abril4 Jornada de Psicologia Ambiental – 8 e 9 de maio4 XIII Encontro Paranaense de Psicologia – 10 a 13 de junho4 II Seminário de Psicologia Jurídica e Direitos Huma-nos - 2 a 4 de outubro

Mais informações no site: www.crppr.org.br.

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10 contato

Psicocine em Maringá

Exibir e promover debates sobre alguns filmes que tra-zem, no seu roteiro, discussões pertinentes à área da Psicolo-gia. Com esse propósito a subsede de Maringá vai realizar, em 2009, o Psicocine. Essa iniciativa prevê quatro encontros na subsede que fica na Av. Mauá, 2109.

Programação:

4 28/03 - 14h - Filme: “Aos treze”Debatedor: Alex Eduardo Galo (CRP-08/IS-131)Coordenação: Comissão de Clínica 4 30/05 - 14h - Filme: “Touro indomável”Debatedores: João Ricardo Nickenig Vissoci (CRP-08/12469), Profª e Drª Lenomar Forezi Vieira e Leonardo Pestillo de Oliveira (CRP-08/12613)Coordenação: Comissão de Psicologia do Esporte 4 29/08 - 14h - Filme: “O diabo veste prada” Debatedora: Geni Col Gomes (CRP-08/02208)Coordenação: Comissão de Psicologia Hospitalar4 24/10 - 14h - Filme: “Alguém para dividir os sonhos” Debatedora: Cristina Di Benedeto (CRP-08/04609)

Psicólogo, participe do CRP-08!

O CRP-08 possui na sede e subsedes grupos de discus-sões, denominados Comissões, sobre diversas áreas da Psico-logia, dentre elas:

Avaliação Psicológica, Ambiental, Jurídica, Clínica,

Comunicação, Direitos Humanos, Educação, Esporte,

Ética, Eventos, Hospitalar, Orientação e Fiscalização,

Organizacional e do Trabalho, Saúde, Tanatologia,

Trânsito e o Núcleo De Articulação em Políticas Públicas.

Qualquer psicólogo, devidamente registrado no Conse-lho, pode participar das reuniões. As comissões estão definin-do o calendário de reuniões para 2009. Para participar entre em contato com o Conselho - www.crppr.org.br.

Encontros definidos

Hospitalar em Curitiba – reunião mensal às 9h - 05/02, 04/03, 02/04,

07/05, 04/06, 02/07, 06/08, 03/09, 01/10, 05/11, 03/12. - Esporte em Curitiba - reunião semanal às 18h - terça-feira. - Saúde em Curitiba - reunião quinzenal às 18h30 - terça-feira.

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Seminário Nacional de Direitos Humanos

Entre os dias 21 e 23 de junho ocorrerá, em Brasília, o Seminário Nacional de Direitos Humanos. A conferência de abertura será proferida pelo sociólogo francês Edgar Morin. Mais informações: www.pol.org.br.

Seminário Nacional do Ano da Educação

O Sistema Conselhos realiza nos dias 24, 25 e 26 de abril, em Brasília, o Seminário Nacional do Ano da Educação. O even-to reunirá as discussões realizadas pelos regionais em cima dos quatro eixos propostos: “Psicologia, Políticas Públicas Interseto-riais e Educação Inclusiva”, Políticas Educacionais: legislação, formação profissional e participação democrática”, “Psicologia em Instituições Escolares e Educacionais” e “Psicologia no En-sino Médio”.

9º Congresso de Stress

A International Stress Management Association (ISMA-BR) realiza entre os dias 23 e 25 de junho, em Porto Alegre (RS), o 9º Congresso de Stress. Na ocasião, os efeitos psicológicos do estresse serão tratados nas principais abordagens e discussões. Mais informações: http://www.ismabrasil.com.br/

Prática do Psicólogo nos Programas de DST e Aids

No dia 08 de janeiro, o Centro de Referência Técnica em Políticas Públicas (CREPOP)/CFP lançou o documento “Refe-rências Técnicas para a prática do(a) psicólogo(a) nos programas de DST e AIDS”. O texto contribuirá na atuação de psicólogos em políticas de saúde. Para ter acesso, entre no site do CREPOP: www.crepop.pol.org.br.

O que acontece na Psicologia

III Congresso Latino-Americano de Psicologia

Entre 9 e 11 de setembro acontece, na Universidade Au-tônoma Metropolitana, na Cidade do México, o III Congresso de Psicologia Latino-Americano, realizado pela União Latino-Americana de Entidades de Psicologia (ULAPSI).

O evento tem como objetivo dar continuidade ao traba-lho realizado nos Congressos de São Paulo, em 2005, e de Ha-vana, em 2007, como também fortalecer a organização. A idéia é impulsionar a organização da Psicologia na América Latina no contexto democrático, contribuir para uma nova identidade La-tino-Americana pautada pelo compromisso social e democracia e, por último, projetar a Psicologia Latino-Americana no mun-do. Para tal, baseará o evento em três eixos temáticos: A Psico-logia Latino-Americana ante o Contexto Social e Político Atual; A problemática Epistemológica, Metodológica, Ética e Histórica na Construção da Psicologia Latino-Americana; Formação Prá-tica Profissional e Compromisso Social na Psicologia Latino-Americana.

Podem participar psicólogos e profissionais de todas as áreas afins aos temas. As inscrições podem ser realizadas pelo site: http://congresso.ulapsi.org/portugues/inscricoes e custam US$50,00 e US$100,00 para estudantes e profissionais, respec-tivamente, até 30 de junho. Após essa data, o valor das inscrições vai para US$60,00 (estudantes) e US$120,00 (profissionais).

A ULAPSI foi criada em 23 de novembro de 2002, na Cidade de Puebla, México, por nove países, com a finalidade de constituir um espaço de articulação entre diversas entidades de Psicologia em toda América Latina. 3

Quintas-Psi em Umuarama

A subsede de Umuarama começou a realizar em outubro de 2008 as “Quintas-Psi: Do Discurso à Ação”, com o objetivo de aproximar os psicólogos da região sobre as discussões referentes às várias áreas da Psicologia.

O último evento de 2008 aconteceu no dia 11 de dezembro e versou sobre “Educação Especial e os aten-dimentos oferecidos em Umuarama e Região”.

Para este ano, as ações continuarão. Os psicólo-gos da região devem ficar atentos e participar dos en-contros.

contato 09

Palestra da Coor-denação da Educa-ção Especial de Umuarama.

Palestra sobre Educação Inclu-siva.

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10 contato

Assistindo uma master class de Daniel Barenboim para um jovem pianista, ouvi curiosamente a explicação sobre como o silêncio compõe uma música e como o tempo, Cronos e Kairos, constituem-na. Em certo momento, o Maestro diz ao aluno que teria que tomar cuidado para que sua intensidade não tornasse a liberdade uma anarquia.

Também, em outro momento, o jovem escolhe mudar algo da música, simplesmente porque quis, sem qualquer explicação, fato este questionado por Barenboim. Você pode mudar a música - disse este - mas precisa saber para que faz isto.

No decorrer da aula fui profundamente tocado pela fala e silêncio do Maestro. Fui encontrando algo que me faltava, sem que soubesse da falta. Algo da minha adolescência se aquietou. Após algum tempo de silêncio, voltei a assistir outras aulas mu-sicais de Psicologia. 3

Dedicado a Marta que, em seu inocente silêncio, faz com que eu sinta algo do que me falta.

Daniel Barenboim

psicólogodasilva

Por Tonio Luma ( CRP-08/07258)

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contato 11

A presença do profissional de Psicologia dentro da Assistência Social surgiu diante da reformulação e reconfi-guração da política pública de assistência social, na procura de fazer valer os direitos de todos os cidadãos, garantindo a todos condições dignas de vida. Tornou-se necessária a refor-mulação, não só da política, como das concepções adotadas pelos profissionais do setor: tanto do psicólogo, a quem se demanda a atuação em um cenário até então desconhecido, quanto dos demais profissionais da área, a quem se tornou imperativo rever as concepções de família, território e socie-dade, além de permitir e acolher os novos profissionais nesta área onde até então predominava o serviço social.

Ao Centro de Referência da Assistência Social (CRAS) cabe pôr em prática, precisamente, os conceitos da centralidade na família e o da territorialidade, na medida em que deve instalar-se em áreas de vulnerabilidade social, exer-cer sobre eles a função de vigilância social, articular a sua rede socioassistencial e coordenar ali a prestação de serviços do sistema de proteção social básica. O CRAS é “uma unida-de pública que concretiza o direito socioassistencial quanto à garantia de acessos a serviços de proteção social básica com matricialidade sociofamiliar e ênfase no território de referên-cia” (BRASIL, 2006, p.11).

Como pressuposto da consolidação do Sistema Único da Assistência Social (SUAS), o CRAS possui uma equipe de referência, regulamentada pela Norma Operacional Básica de Recursos Humanos do SUAS (NOB RH/SUAS), conforme o número de famílias referenciadas. Em cidades de médio e

grande porte e metrópoles, a equipe deve, obrigatoriamente, ser composta por quatro profissionais de nível médio e quatro profissionais de nível superior, sendo dois assistentes sociais, um psicólogo e um profissional que compõe o SUAS. Ten-do o psicólogo seu cargo definido em lei dentro dos CRAS, torna-se premente, por parte do profissional, a apropriação da política e uma reflexão crítica sobre o papel que será por ele desempenhado. A atuação no CRAS é, acima de tudo, um posicionamento político – não há atuação neutra.

Nas palavras da Secretária Nacional de Assistência Social, Ana Lígia Gomes, o profissional psicólogo pode ser considerado de papel fundamental dentro do CRAS, uma vez que o trabalho social de atenção integral às famílias é complexo, multidimensional e deve se desenvolver numa perspectiva interdisciplinar, o que exige uma qualificação e responsabilização das equipes profissionais dos CRAS pelo conjunto das necessidades detectadas, considerando, inclu-sive, as dimensões e aspectos subjetivos, individuais e cole-tivos (Disponível em HTTP:\\www.crepop.pol.org.br)

Existe, portanto, uma demanda pelos serviços da Psi-cologia, tanto por parte daqueles que propuseram a política, quanto dos profissionais da área, que se deparam com deman-das próprias da Psicologia, e dos próprios usuários da assis-tência. Nota-se que uma demanda concreta, como aquela por benefício, traz consigo outras variáveis que, num primeiro mo-mento, não se evidenciam. Por trás de um simples pedido de cesta básica, o sujeito traz toda a dinâmica de sua história, re-lações familiares e necessidades subjetivas que culminam na

contatoartigo

Bianca Louise Lemes CRP08/12093

Paula Matoski Butture CRP 08/12879

“Caminante, no hay camino, se hace camino al andar...”

Antonio Machado

A Atuação do Psicólogono CRAS

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12 contato

solicitação da assistência, ou seja, por trás da ausência de renda desvelam-se outras ausências, não evidentes à primeira vista.

Dado este cenário, o trabalho interdisciplinar, enten-dido como a interação de duas especificidades em direção ao mesmo objetivo, é o fundamento da atuação no CRAS. Atuar de modo interdisciplinar significa ter acesso ao conhecimen-to do outro e complementar com a intervenção dentro do sa-ber específico. Por meio deste trabalho exerce-se “a arte do aprofundamento com sentido de abrangência, para dar conta, ao mesmo tempo, da particularidade e da complexidade do real” (DEMO, 1998, p. 88-89), valorizando, desta forma, a criatividade e a diferença. A interdisciplinaridade, concebi-da como princípio mediador entre as disciplinas, não pode ser entendida como função reducionista destas a um deno-minador comum, mas como modo de transpor os limites da compartimentalização dos conhecimentos.

Neste sentido, ressalta-se a importância de estar aten-to à delimitação de papéis, pois, por vezes, a denominação “equipe técnica” dá margem a uma homogeneização de papéis que pode recair numa perda na qualidade de atendimento.

É importante ressaltar que a atuação do psicólogo es-tará pautada em sua formação pessoal e profissional e em seu compromisso ético-político. De acordo com Iolete Ri-beiro da Silva (2008), o compromisso ético-político do psi-cólogo é o de propor, a partir das intervenções, atravessar o cotidiano de desigualdades e violências destas populações, visando o enfrentamento e superação das vulnerabilidades, investindo na apropriação, por todos, do lugar de protagonis-ta na conquista e afirmação de direitos. Desta forma, existe um compromisso compartilhado por todos os profissionais do CRAS com a proposta da política, e para fazer valer tal proposta cada profissional contribui com sua especificidade e conhecimento.

Segundo as orientações técnicas do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), as ações dos profissionais que atuam no CRAS devem “(...) provocar impactos na di-mensão da subjetividade política dos usuários, tendo como diretriz central a construção do protagonismo e da auto-nomia, na garantia dos direitos com superação das condi-ções de vulnerabilidade social e potencialidade de riscos” (BRASIL, 2006, p.13).

Assim, o compromisso dos profissionais deve estar pautado na emancipação daqueles que, por um histórico de opressão, encontram-se numa posição de “exclusão”, carac-terizado por aquilo que Castel (2001) chama de “indivíduos

por falta”; pessoas que têm poucos suportes objetivos, haven-do uma diminuição das chances de desenvolverem “estraté-gias individuais e de terem, a partir deles próprios, margens de manobra”. Estes sujeitos, expostos a sentimentos forja-dos no confronto com injustiças, são vítimas do que Sawaia (2002) classifica como sofrimento ético-político, oriundo da dor das injustiças sociais. A condição de vulnerabilida-de, alvo da atuação da assistência social, coloca o indiví-duo numa situação de baixa capacidade simbólica e mate-rial para superar obstáculos na vida. Ampliar os recursos simbólicos dos indivíduos, a partir de uma demanda que é predominantemente material (por benefícios) pode ser o canal da atuação do psicólogo que possibilita a superação das desigualdades.

Trabalhar com este público significa reconhecer sua história, respeitando os valores historicamente constituídos sem impor juízos de valor. Neste sentido, muito mais que oferecer respostas, o profissional deve provocar a reflexão do usuário, estimulando o autoconhecimento, a auto-referência e o posicionamento frente a sua realidade – protagonismo.

Nas palavras de Sílvia Lane (2007) cabe ao psicólo-go social “recuperar o indivíduo na interseção de sua his-tória com a história de sua sociedade, pois é somente este conhecimento que permite compreender o homem como produtor de sua história”. O movimento para a autono-mia deve surgir a partir dos próprios oprimidos, a partir de ações traçadas com ele e não para ele, enquanto homens ou povos. Vê-se que não é suficiente que o sujeito tenha cons-ciência crítica da opressão, mas que se disponha a transfor-mar essa realidade; trata-se de um trabalho de conscienti-zação e politização.

Neste sentido os vieses pedagógicos e políticos, mar-carão a atuação do profissional dentro do CRAS. É preciso conscientizar a equipe como um todo para uma atuação em que haja alinhamento e sinergia, pois juntos farão parte do cotidiano das pessoas da comunidade, e como profissionais devem se comprometer eticamente com a proposta e a apos-ta da política da assistência social.

O psicólogo trabalhará com os recursos subjetivos dos grupos e comunidades, prioritariamente, uma vez que a prática clínica não encontra lugar quando se trata de lidar com as relações dentro de um território e recursos da co-munidade. Território, de acordo com Milton Santos, enten-dido aqui como o território usado, não o território em si. “O território usado é o chão mais a identidade. A identidade é o sentimento de pertencer àquilo que nos pertence. O terri-

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Classificados

4Aluguel de Salas - Locação de salas para psicoterapia: grupos de horário, meio-período e período integral, em clínica, com salão de cursos (80 metros quadra-dos), no bairro Ahú. Site:www.espacohummani.com.br. Endereço: Rua São Sebastião, 420 – Ahú. Fone: (41) 3019-9553. Curitiba-PR.

4Sublocam-se salas para profissionais de saúde em clínica com ótima localização e estrutura. Dispomos de sala para grupos, palestras e cursos. Informações: (41) 3233-7364 ou na Rua Visconde do Rio Branco 449. Curitiba - PR

4Locação de sala para Psicólogo, Psicopedagoga ou Profissional da Saúde, em clínica interdisciplinar, excelente localização no Juvevê, em frente ao Hospital S. Lucas. Infra-estrutura completa . Informações: (41) 3253-5913.

4Locação de Espaço para Psicólogos, Psicopedagogos e Neuropsicólogos: Clínica Multidisciplinar de Alto Nível; Salas Decoradas e Equipadas (computador, software de gerenciamente, internet wireless); Estacionamento e Segurança. Localização: a 50m da Praça da Espanha – Batel. Informações pelo tel. (41) 3234-1616.

4Subloca-se sala decorada em clínica multidisciplinar com serviço de secretária incluso. Excelente localização. Av. Pres. Getúlio Vargas, 2682 - Água Verde - Curi-tiba - PR. Fone: (41) 3243-1007. Informações com Ana Cláudia.

tório é o fundamento do trabalho; o lugar da residência, das trocas materiais e espirituais e do exercício da vida”.

É a partir das ações socioeducativas desenvolvidas com os grupos do território que se encontra lugar propício para a inserção do psicólogo. Desse espaço surge o reco-nhecimento do profissional e o vínculo com os usuários, que vão tomando como referência o profissional da Psico-logia. O acompanhamento familiar decorre deste referen-ciamento. No entanto, não há receitas prontas: é tateando que se encontram as possibilidades de atuação, sempre di-ferentes na medida em que os territórios são distintos e peculiares. É imprescindível conhecer a comunidade com que se está lidando, compreender sua dinâmica, sua histó-ria e seus potenciais. É preciso estar por perto, mostrar-se acessível, aberto para aprendizagem – a Psicologia assimila novos conhecimentos, bem como a comunidade, que am-plia suas perspectivas de mundo, culminando na mudança de comportamento essencial para a busca da autonomia e emancipação dos sujeitos, de modo que estes possam, pau-latinamente, encontrar autonomia dos serviços, superando as vulnerabilidades em que se encontram.

Acima de tudo, é preciso acreditar na possibilidade de transformação social, em direção a uma ética voltada para a emancipação humana. Faz-se necessário fomentar a participação e apropriação dos equipamentos sociais por parte dos usuários, numa práxis libertadora. O desafio pos-to é o da construção de metodologias que guiem o trabalho, bem como a delimitação de papéis profissionais e a avalia-ção dos resultados. É um caminho que se constrói ao andar. Enquanto isso, que se esteja de mãos dadas – é premente a necessidade de discussão e produção dentro desta área que está aos poucos sendo desbravada. 3

Referências

CASTEL, R. Metamorfoses da questão social: uma crônica do salário.

Petrópolis: Vozes, 1987.

DEMO, Pedro. Conhecimento moderno: sobre ética e intervenção do

conhecimento. Petrópolis: Vozes, 1997.

LANE, Silvia T. In :Referências técnicas para atuação do

psicólogo(a) no CRAS/SUAS

POLÍTICA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL – PNAS, aprovada

pelo Conselho Nacional de Assistência Social por intermédio da

Resolução n° 145, de outubro de 2004, e publicada no Diário Ofi-

cial da União – DOU do dia 28 de outubro de 2004. Ministério do

Desenvolvimento Social e Combate a Fome. Brasília. (2006)

Santos, Milton. O retorno do território. In: OSAL : Observatorio

Social de América Latina. Año 6 no. 16 (jun.2005- ). Buenos Aires

: CLACSO, 2005.

SAWAIA, B. (Org.). As artimanhas da exclusão: análise psicossocial

e ética da desigualdade social. Vozes. Petrópolis: Vozes, 2002.

SILVA, Iolete Ribeiro. Apresentação de slides: atuação do psicó-

logo na assistência social. Disponível em: <http://www.cress-es.

org.br/arquivos/Iolete.pdf> Acesso em 13 dez 2008

Entrevista com a Secretária Nacional de Assistência Social, Ana

Lígia Gomes. CREPOP – Centro de Referência Técnica em Psico-

logia e Políticas Públicas. Disponível em: <http://crepop.pol.org.

br/publique/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?from_info_index=31&i

nfoid=420&sid=6&tpl=view_tpl02.htm> Acesso em 13 dez 2008

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14 contato

Continua nesta edição da revista, as perguntas e respostas mais frequentes encaminhadas para a Comissão de Orien-tação e Fiscalização. O objetivo é escla-recer as dúvidas que muitas vezes per-meiam a prática profissional.

1)Recebi uma cobrança do Sindicato,

e agora? Preciso pagar, já que estou

inscrito regularmente no Conselho

Regional de Psicologia?

Em primeiro lugar, precisamos es-tabelecer a diferença entre o Sindicato e os Conselhos Regionais de Psicologia. Os Conselhos existem para orientar, fiscali-zar e disciplinar o exercício da profissão, a inscrição é obrigatória; sem a inscrição e o pagamento da taxa correspondente o psicólogo não poderá exercer a profissão. No caso do Sindicato, ele existe para or-ganizar e defender os interesses da cate-goria nos assuntos trabalhistas, seja no setor público, privado ou entre os chama-dos “autônomos”. A filiação ao sindica-to é facultativa. Nesse sentido, o imposto sindical previsto no Artigo 579 da CLT é compulsório a todos os trabalhadores, sejam eles sindicalizados ou não; e equi-vale, em média, a um dia de trabalho. Assim, podemos considerar que os sin-dicatos e os conselhos são aspectos com-plementares de uma mesma realidade, a da profissão de Psicólogo.

2)Quais são as técnicas alternativas

permitidas para o trabalho do psicó-

logo? Quais as sanções que um psi-

cólogo pode sofrer por utilizar uma

técnica não permitida?

O Conselho federal de Psicolo-gia (CFP) não possui uma lista com ditas técnicas alternativas. Além disso, desde a Resolução CFP nº 10/97, chamamos essas

técnicas alternativas de práticas que não estejam de acordo com os critérios cien-tíficos estabelecidos no campo da Psico-logia. Nesta Resolução, encontra-se que é permitido ao Psicólogo vincular, median-te publicidade, somente práticas já reco-nhecidas como próprias do profissional Psicólogo e que estejam de acordo com os critérios científicos.

Essas “técnicas” ou práticas não reconhecidas, por não terem comprova-ção científica também não possuem legis-lação. O CFP emite Resoluções na medi-da em que são reconhecidas práticas que estejam de acordo com os critérios cien-tíficos. Nesse sentido, temos a Resolução CFP 005/2002 que dispõe sobre a prática

da Acupuntura pelo psicólogo e a Resolu-ção CFP 13/2000 que dispõe sobre o uso da Hipnose como recurso auxiliar de tra-balho do psicólogo. Ou seja, essas práticas não são o “carro chefe” do trabalho, mas se apresentam como auxílio no trabalho.

Assim, de acordo com o Código de ética, o Psicólogo não pode vincular o título de psicólogo a serviços de atendi-mento psicológico cujos procedimentos, técnicas e meios que não estejam regula-mentados e reconhecidos pela profissão, neste caso, havendo denúncia, o psicólo-go poderá sofrer processo ético.

Na próxima edição mais perguntas e

respostas.

cofinformaPerguntas mais frequentes para a COF

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Durante o ano passado, a Comissão de Orientação e Fiscalização (COF) visi-tou vários municípios do interior do Esta-do. A atividade fez parte do Plano de Ação de 2008 da Comissão. Devido ao resultado positivo obtido, pretende-se dar continuida-de à ação em 2009, pois, segundo a COF, além da boa receptividade por parte dos profissionais, tem-se verificado um impac-to importante na relação dos mesmos com o Conselho.

O objetivo da ação, realizada em 2008, foi conhecer o trabalho dos psicólo-gos que atuam em órgãos das prefeituras, bem como favorecer a integração deles com o CRP-08. De acordo com a COF, os pro-fissionais de municípios distantes, muitas vezes desconhecem o trabalho do Conselho e, por vezes, ficam longe das discussões e ações desenvolvidas. “As visitas são uma forma de aproximar o CRP do profissional, abrindo um canal de comunicação, facili-tando o conhecimento da realidade da cate-goria e as trocas necessárias entre os psicó-logos e o Conselho”, declara a presidente da Comissão, Anaídes Pimentel da Silva Orth (CRP-08/01175).

Foram visitados os seguintes muni-cípios: Ponta Grossa, Campina Grande do Sul, Tijucas do Sul, Piraquara, Cerro Azul e Umuarama. Alguns municípios foram es-colhidos pela própria Comissão, já outros surgiram a partir de demanda trazida pe-los profissionais da região ou órgãos com-petentes.

As visitas são agendadas com o gestor de cada prefeitura, sendo planejados três diferentes momentos. Primeiramente, é realizada uma reunião com os psicólogos da rede pública do município, para apresen-tação do trabalho e das políticas da região. É também neste momento que as orienta-doras fiscais do CRP-08 podem esclarecer dúvidas quanto à legislação, ética e fun-

cionamento do Conselho. Em seguida, os profissionais são solicitados a preencherem um questionário, com a finalidade de for-necer mais informações sobre a realidade de trabalho e dados para o Cadastro Nacio-nal de Instituições e Psicólogos que atuam em Políticas Públicas (Psicoinfo) do Centro de Referência Técnica em Psicologia e Po-líticas Públicas (CREPOP). Em um tercei-ro momento, as orientadoras, junto com os profissionais, escolhem alguns locais para realização de vistoria, como postos de saú-de, Centro de Atendimento Psicossocial (CAPS), Centro de Referência em Assis-tência Social (CRAS), entre outros.

Durante as visitas, as orientadoras fiscais constataram que tem crescido a in-serção do psicólogo nas Políticas Públicas, especialmente na área da Assistência Social. “Por exemplo, em Campina Grande do Sul, município com aproximadamente 45 mil ha-

bitantes, havia seis profissionais atuando nas Políticas Públicas”, exemplificam.

Contudo, alguns problemas também foram constatados, principalmente quanto ao espaço físico e a disponibilização de ma-teriais para o trabalho. Com relação aos ma-teriais, há dificuldade para a reposição dos mesmos, aquisição de brinquedos e/ou testes, ou mesmo disponibilização de armários ade-quados para a guarda de material sigiloso. No que se refere às instalações, elas contam que as dificuldades encontradas foram das salas serem muito pequenas ou pouco ventiladas e, mais importante, por vezes serem feitas com divisórias que não vedam bem a passagem de som, comprometendo a questão do sigilo. “Nestes casos, a Comissão tem requerido aos gestores a adequação das irregularidades, vi-sando cumprir a legislação da profissão, espe-cialmente no que diz respeito ao compromisso de sigilo”, informa a presidente da COF. 3

pordentroCOF visita psicólogos das prefeituras do interior do Estado.

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Reconstruindo a vida após um desastre

Em novembro e de-zembro de 2008, Santa Ca-tarina sofreu com fortes chu-vas que assolaram a região e ocasionaram alagamentos e desabamentos. Segundo da-dos da Defesa Civil, foram 135 mortes, seis pessoas de-

saparecidas e mais de 70 mil atingidas.Dessas, cerca de 30 mil ainda estão desabrigadas. Algo parecido também ocorreu em Minas Gerais. Até a primeira quinzena de janeiro, de acordo com o balanço divulgado pela Defesa Civil Estadual, 66 muni-cípios decretaram estado de emergência devido às chuvas que atingem o Estado desde agosto de 2008. Outros 36 comunicaram ocorrências por causa das chuvas. Desastres como estes, além de ocasionar muita perda material e para alguns até mesmo perda de entes queridos, também provocam grandes danos emocionais, que às vezes, são esquecidos.

Conforme os psicólogos organizadores do livro Trans-torno de Estresse pós-Traumático - Uma Neurose de Guerra em Tempos de Paz (Vetor, 2005), autores do livro “As relações traumatizantes e suas conseqüências no aparelho psíquico-Psi-cologia de Emergências” (no prelo – Editora Vetor, 2009), pro-fessores e supervisores do curso de Psicologia da FMU (SP) e do curso de especialização Intervenções Psicológicas em Emer-gências e Crises, Othon Vieira Neto (CRP-06/21297-4) e Cláu-dia Maria Sodré Vieira (CRP-06/19214-0), desastres são mais comuns que imaginamos. Um desastre é um fato objetivo, que oferece um perigo real de morte, ferimentos físicos ou perdas a alguém. “Dessa forma, um desastre pode ser uma inundação, uma situação de violência ou um acidente”, descrevem.

Diante do desastre, muitos se preocupam com a recons-trução dos bens materiais, sendo que a atenção com o estado emocional das pessoas, por vezes, é deixado de lado. De acordo

com Vieira Neto e Cláudia, geralmente os desastres têm conse-quências emocionais que atingem, além daqueles diretamente afetados, muitos outros. “Calcula-se que para cada afetado por um desastre, há, no mínimo, quatro traumatizados psicologica-mente. Essas pessoas vão necessitar de assistência profissional”, contabilizam os especialistas.

Outro fator preocupante é a alteração da percepção do território, incidindo em situações de desamparo e medo, poden-do surgir, a partir disso, situações de pânico e depressão. Tam-bém algumas das vítimas são obrigadas a irem para abrigos, onde convivem com pessoas desconhecidas, perdem a privaci-dade e mudam o dia-a-dia.

Para a coordenadora da Comissão de Psicologia Ambien-tal do CRP-08, Maria Otávia d’Almeida (CRP-08/04191) - que presenciou o auxílio da Ciência Psicológica, em casos como: na-vio Prestige, que afundou e derramou petróleo nas áreas maris-queiras da costa da Galícia, na Espanha, em 2002; e as explosões de bombas nos trens matutinos da Estação Atocha – 11 M, em Madrid, Espanha, em 2004 -, a primeira vista parece haver um sentimento de igualdade contraditória nos abrigos, não sendo visível qualquer distinção de raça, credo religioso e condição socioeconomica. No entanto, “ao nos atermos mais à Psicologia dos grupos, percebemos com clareza os processos competitivos quase que da época de Nanderthal, de como obter a melhor doa-ção, instalar-se no melhor espaço do abrigo, entre outros”, diz.

Dessa forma, o trabalho da Psicologia torna-se essen-cial, pois da mesma forma que as pessoas têm que reconstruir casas ou outros bens, também tem que reconstruir a vida, tendo que aprender coisas como conviver em grupos e depender do auxílio de terceiros. Os professores na área esclarecem que em casos assim, o principal objetivo do psicólogo é evitar que a dor sofrida se cronifique na forma de psicopatologias, que vão pro-longar a dor e irradiar o sofrimento para outras pessoas. “Nossa

atuação é tão importante quanto a assistência médica e temos que ocupar nosso espaço. A atuação psicológica é fundamental diante de situações de perda e luto. Isso é campo da Psicologia, nenhum outro profissional pode dar conta, pois não é da ordem bioquímica, mas dos significados e interações”, explanam.

A comissão de Psicologia Ambiental do CRP-08, forma-da pela coordenadora e pelos integrantes Luana Cristina Beal (CRP-08/11019), Fernanda Rossetto (CRP-08/12857), Daniele Barp (CRP-08/12814), Isabella Bello Secco (CRP-08/12813), Miriam Moreira e Noazir Ferraro Júnior (CRP-08/13953), ratifi-ca a idéia que trabalhar a relação de perda com o estado emocio-nal do indivíduo é um dos objetivos da atuação da Ciência Psi-cológica, em seus diversos campos de exercício profissional.

Com a necessidade da Psicologia estar tão envolvida em processos emergenciais, foi criada uma área específica dentro do campo profissional, nomeada Psicologia das Emergências e dos Desastres, apesar de já existir e ter uma atuação, a área foi realmente consolidada em agosto de 2005, com a devastação da cidade de Nova Orleans ocasionada pelo furacão Katrina.

Para a comissão de Psicologia Ambiental, a Psico-logia do Desastre faz parte das diversas áreas de atuação do campo profissional do Psicólogo Ambiental. Apesar de ainda não se constituir em uma especialidade acadêmica reconheci-da. Trata-se de um campo de trabalho de natureza multidis-ciplinar que lida com as situações de acidentes ambientais, em que o comportamento humano interfere ou recebe in-f luência direta e/ou indireta na produção dessas situações, tendo co-participação nas conseqüências dessas interven-ções. “São exemplos: os acontecimentos geofísicos que de-salojam a população do seu habitat; os acidentes marítimos que provocam desastres ecológicos; os atos de terrorismo; entre outros”, exemplificam os integrantes.

Eles explicam que cabe ao psicólogo ambiental contex-tualizar sentimentos individuais e coletivos e desenvolver um programa de intervenção multidisciplinar nos mais diversos en-foques e recursos, exercendo atividades com crianças e adul-tos, individual e coletivamente, no sentido de reconstrução da identidade.

A Psicologia das Emergências e dos Desastres é um cam-po que deve aglutinar diversos profissionais que já atendem uma demanda específica: assaltos, violência de forma geral, sobrevi-ventes de acidentes de qualquer tipo. A área mostra a importân-cia dos envolvidos (vítimas, familiares, comunidades e profissio-nais) terem uma assistência psicológica para manter o equilíbrio. Além disso, deve ser aplicada não somente no momento das tra-gédias e na reconstrução, mas também na prevenção, alertando para que todos percebam os riscos a que estão expostos.

Os psicólogos Vieira Neto e Cláudia apontam que to-dos os anos acontecem emergências que não aparecem para o público. Para eles, em Santa Catarina o que se destacou foi o número de pessoas atingidas, mais de 75 mil, e em casos as-sim a procura por profissionais de várias áreas, dentre elas da Psicologia, aumenta, evidenciando o despreparo profissional. “Temos percebido que poucos profissionais de Psicologia têm preparo técnico para atender essa população. No primeiro Con-gresso Internacional de Trauma Psíquico que participamos, em 2003, vimos o quanto profissionais de outros países já haviam articulado redes de assistência em desastres, com acúmulo de conhecimento e troca de experiências”, elucidam.

Eles ainda comentam que desde a época do congresso têm trabalhado com a perspectiva de formar uma rede de refe-rência de profissionais treinados e capacitados para prestar as-sistência em crises e emergências.

A Atuação do Psicólogo

As formas de ajudar as vítimas são diversas, o psicólogo deve analisar cada situação para escolher o melhor meio de agir. Vieira Neto e Cláudia ilustram que quando um desastre tem con-seqüências psicológicas é porque ele se tornou um trauma, que requer um tratamento específico. “Quando começamos a traba-lhar com pacientes traumatizados (principalmente por violên-cia), percebemos que tinha que ser um trabalho diferente do que fazíamos com os outros pacientes. Quando pesquisamos teori-camente essa diferença, constatamos que há técnicas específicas para lidar com esses pacientes, em diversas abordagens, inclusi-ve as que utilizamos em Santa Catarina, que proporcionam um grande alívio com uma única intervenção”, explanam.

Como uma minoria da população afetada por desastres procura o profissional em seu consultório, para eles, a partici-pação do psicólogo deve ser, em primeiro lugar, pró ativa, pois no Brasil falta uma cultura de assistência às pessoas atingidas por desastres. “Devemos ir até eles, até porque há uma legi-timação social dos sintomas. As pessoas próximas aos afeta-dos por desastres costumam dizer a eles coisas do tipo ‘isso é normal, com o tempo passa’ ou ‘você precisa tirar isso da cabeça’, mas ninguém ensina como. Com isso, essas pesso-as não se reconhecem como doentes e não procuram auxílio profissional”, dizem.

No âmbito da Psicologia Ambiental, o psicólogo deve receber uma formação específica para lidar com aspectos pre-ventivos, curativos e pós-traumáticos do comportamento hu-mano que está envolvido direta e/ou indiretamente com as si-tuações de emergência. “Para isso, deve-se ter clareza qual é a emergência e quem vai estar envolvido nela”, diz a Comissão de Psicologia Ambiental.

A atuação do Psicólogo em situações de emergência

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Em novembro e de-zembro de 2008, Santa Ca-tarina sofreu com fortes chu-vas que assolaram a região e ocasionaram alagamentos e desabamentos. Segundo da-dos da Defesa Civil, foram 135 mortes, seis pessoas de-

saparecidas e mais de 70 mil atingidas.Dessas, cerca de 30 mil ainda estão desabrigadas. Algo parecido também ocorreu em Minas Gerais. Até a primeira quinzena de janeiro, de acordo com o balanço divulgado pela Defesa Civil Estadual, 66 muni-cípios decretaram estado de emergência devido às chuvas que atingem o Estado desde agosto de 2008. Outros 36 comunicaram ocorrências por causa das chuvas. Desastres como estes, além de ocasionar muita perda material e para alguns até mesmo perda de entes queridos, também provocam grandes danos emocionais, que às vezes, são esquecidos.

Conforme os psicólogos organizadores do livro Trans-torno de Estresse pós-Traumático - Uma Neurose de Guerra em Tempos de Paz (Vetor, 2005), autores do livro “As relações traumatizantes e suas conseqüências no aparelho psíquico-Psi-cologia de Emergências” (no prelo – Editora Vetor, 2009), pro-fessores e supervisores do curso de Psicologia da FMU (SP) e do curso de especialização Intervenções Psicológicas em Emer-gências e Crises, Othon Vieira Neto (CRP-06/21297-4) e Cláu-dia Maria Sodré Vieira (CRP-06/19214-0), desastres são mais comuns que imaginamos. Um desastre é um fato objetivo, que oferece um perigo real de morte, ferimentos físicos ou perdas a alguém. “Dessa forma, um desastre pode ser uma inundação, uma situação de violência ou um acidente”, descrevem.

Diante do desastre, muitos se preocupam com a recons-trução dos bens materiais, sendo que a atenção com o estado emocional das pessoas, por vezes, é deixado de lado. De acordo

com Vieira Neto e Cláudia, geralmente os desastres têm conse-quências emocionais que atingem, além daqueles diretamente afetados, muitos outros. “Calcula-se que para cada afetado por um desastre, há, no mínimo, quatro traumatizados psicologica-mente. Essas pessoas vão necessitar de assistência profissional”, contabilizam os especialistas.

Outro fator preocupante é a alteração da percepção do território, incidindo em situações de desamparo e medo, poden-do surgir, a partir disso, situações de pânico e depressão. Tam-bém algumas das vítimas são obrigadas a irem para abrigos, onde convivem com pessoas desconhecidas, perdem a privaci-dade e mudam o dia-a-dia.

Para a coordenadora da Comissão de Psicologia Ambien-tal do CRP-08, Maria Otávia d’Almeida (CRP-08/04191) - que presenciou o auxílio da Ciência Psicológica, em casos como: na-vio Prestige, que afundou e derramou petróleo nas áreas maris-queiras da costa da Galícia, na Espanha, em 2002; e as explosões de bombas nos trens matutinos da Estação Atocha – 11 M, em Madrid, Espanha, em 2004 -, a primeira vista parece haver um sentimento de igualdade contraditória nos abrigos, não sendo visível qualquer distinção de raça, credo religioso e condição socioeconomica. No entanto, “ao nos atermos mais à Psicologia dos grupos, percebemos com clareza os processos competitivos quase que da época de Nanderthal, de como obter a melhor doa-ção, instalar-se no melhor espaço do abrigo, entre outros”, diz.

Dessa forma, o trabalho da Psicologia torna-se essen-cial, pois da mesma forma que as pessoas têm que reconstruir casas ou outros bens, também tem que reconstruir a vida, tendo que aprender coisas como conviver em grupos e depender do auxílio de terceiros. Os professores na área esclarecem que em casos assim, o principal objetivo do psicólogo é evitar que a dor sofrida se cronifique na forma de psicopatologias, que vão pro-longar a dor e irradiar o sofrimento para outras pessoas. “Nossa

atuação é tão importante quanto a assistência médica e temos que ocupar nosso espaço. A atuação psicológica é fundamental diante de situações de perda e luto. Isso é campo da Psicologia, nenhum outro profissional pode dar conta, pois não é da ordem bioquímica, mas dos significados e interações”, explanam.

A comissão de Psicologia Ambiental do CRP-08, forma-da pela coordenadora e pelos integrantes Luana Cristina Beal (CRP-08/11019), Fernanda Rossetto (CRP-08/12857), Daniele Barp (CRP-08/12814), Isabella Bello Secco (CRP-08/12813), Miriam Moreira e Noazir Ferraro Júnior (CRP-08/13953), ratifi-ca a idéia que trabalhar a relação de perda com o estado emocio-nal do indivíduo é um dos objetivos da atuação da Ciência Psi-cológica, em seus diversos campos de exercício profissional.

Com a necessidade da Psicologia estar tão envolvida em processos emergenciais, foi criada uma área específica dentro do campo profissional, nomeada Psicologia das Emergências e dos Desastres, apesar de já existir e ter uma atuação, a área foi realmente consolidada em agosto de 2005, com a devastação da cidade de Nova Orleans ocasionada pelo furacão Katrina.

Para a comissão de Psicologia Ambiental, a Psico-logia do Desastre faz parte das diversas áreas de atuação do campo profissional do Psicólogo Ambiental. Apesar de ainda não se constituir em uma especialidade acadêmica reconheci-da. Trata-se de um campo de trabalho de natureza multidis-ciplinar que lida com as situações de acidentes ambientais, em que o comportamento humano interfere ou recebe in-f luência direta e/ou indireta na produção dessas situações, tendo co-participação nas conseqüências dessas interven-ções. “São exemplos: os acontecimentos geofísicos que de-salojam a população do seu habitat; os acidentes marítimos que provocam desastres ecológicos; os atos de terrorismo; entre outros”, exemplificam os integrantes.

Eles explicam que cabe ao psicólogo ambiental contex-tualizar sentimentos individuais e coletivos e desenvolver um programa de intervenção multidisciplinar nos mais diversos en-foques e recursos, exercendo atividades com crianças e adul-tos, individual e coletivamente, no sentido de reconstrução da identidade.

A Psicologia das Emergências e dos Desastres é um cam-po que deve aglutinar diversos profissionais que já atendem uma demanda específica: assaltos, violência de forma geral, sobrevi-ventes de acidentes de qualquer tipo. A área mostra a importân-cia dos envolvidos (vítimas, familiares, comunidades e profissio-nais) terem uma assistência psicológica para manter o equilíbrio. Além disso, deve ser aplicada não somente no momento das tra-gédias e na reconstrução, mas também na prevenção, alertando para que todos percebam os riscos a que estão expostos.

Os psicólogos Vieira Neto e Cláudia apontam que to-dos os anos acontecem emergências que não aparecem para o público. Para eles, em Santa Catarina o que se destacou foi o número de pessoas atingidas, mais de 75 mil, e em casos as-sim a procura por profissionais de várias áreas, dentre elas da Psicologia, aumenta, evidenciando o despreparo profissional. “Temos percebido que poucos profissionais de Psicologia têm preparo técnico para atender essa população. No primeiro Con-gresso Internacional de Trauma Psíquico que participamos, em 2003, vimos o quanto profissionais de outros países já haviam articulado redes de assistência em desastres, com acúmulo de conhecimento e troca de experiências”, elucidam.

Eles ainda comentam que desde a época do congresso têm trabalhado com a perspectiva de formar uma rede de refe-rência de profissionais treinados e capacitados para prestar as-sistência em crises e emergências.

A Atuação do Psicólogo

As formas de ajudar as vítimas são diversas, o psicólogo deve analisar cada situação para escolher o melhor meio de agir. Vieira Neto e Cláudia ilustram que quando um desastre tem con-seqüências psicológicas é porque ele se tornou um trauma, que requer um tratamento específico. “Quando começamos a traba-lhar com pacientes traumatizados (principalmente por violên-cia), percebemos que tinha que ser um trabalho diferente do que fazíamos com os outros pacientes. Quando pesquisamos teori-camente essa diferença, constatamos que há técnicas específicas para lidar com esses pacientes, em diversas abordagens, inclusi-ve as que utilizamos em Santa Catarina, que proporcionam um grande alívio com uma única intervenção”, explanam.

Como uma minoria da população afetada por desastres procura o profissional em seu consultório, para eles, a partici-pação do psicólogo deve ser, em primeiro lugar, pró ativa, pois no Brasil falta uma cultura de assistência às pessoas atingidas por desastres. “Devemos ir até eles, até porque há uma legi-timação social dos sintomas. As pessoas próximas aos afeta-dos por desastres costumam dizer a eles coisas do tipo ‘isso é normal, com o tempo passa’ ou ‘você precisa tirar isso da cabeça’, mas ninguém ensina como. Com isso, essas pesso-as não se reconhecem como doentes e não procuram auxílio profissional”, dizem.

No âmbito da Psicologia Ambiental, o psicólogo deve receber uma formação específica para lidar com aspectos pre-ventivos, curativos e pós-traumáticos do comportamento hu-mano que está envolvido direta e/ou indiretamente com as si-tuações de emergência. “Para isso, deve-se ter clareza qual é a emergência e quem vai estar envolvido nela”, diz a Comissão de Psicologia Ambiental.

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A atuação do psicólogo compete em: executar as ativi-dades de apoio operacional indicadas pelas lideranças grupais locais, com a finalidade de compartilhar aprendizado e inter-câmbios socioculturais; ajudar profissionalmente o grupo de trabalho, passando evidentemente pelas situações específicas de traumas e pós-traumas dos vitimados. “Pode-se pensar na atividade clínica com alguma relação com a psicoterapia breve de perspectiva cognitiva. No entanto, psicólogo clínico necessi-ta se sistematizar de acordo com cada situação”, contextualiza Maria Otávia.

Em Santa Catarina, grande parte do que aconteceu se deve à interferência do homem no meio ambiente. Por isso, tam-bém está entre as funções da Psicologia, estimular a criação e integração de um grupo multidisciplinar em programas públicos que executem ações preventivas nas áreas e situações de risco, previamente estabelecidos. “Se a prevenção ainda parece utópi-ca no nosso sistema governamental, nesse âmbito de desastres, e na sociedade como um todo, a Ciência Psicológica não pode se eximir da participação na formação de um corpo especiali-zado, que execute essas políticas de assistência comunitária”, explica a Comissão.

A Psicologia Ambiental auxilia as pessoas a repensarem essa relação de interferência do homem no seu meio ambiente e as conseqüências. Isso pode ser feito por meio de algumas ações, como de palestras educativas, nas diversas entidades da comu-nidade e aberta à população, e de grupos de apoio aos órgãos de defesa local, procurando estimular o caráter preventivo.

Reações da Sociedade

As reações da sociedade em momentos de crise são diferentes para cada pessoa. Por exemplo, em Santa Catarina, viram-se pessoas ajudando aos outros, como também saquean-do lojas e casas. De acordo com Maria Otávia, essa é uma das situações explicadas pela Psicologia Social como um fenômeno de colapso da sociedade, que enfatiza a natureza dual do ser hu-mano. “Somos eminentemente ambíguos na exposição da nossa personalidade, e o que é pior, desconhecedores de nós mesmos, especialmente diante de situações de catástrofes e emergências”, descreve.

Para os autores, Vieira Neto e Cláudia, uma das rea-ções comuns a um trauma psíquico é o sentimento de revolta. Geralmente a revolta é dirigida ao agressor, mas quando ele não é identificado, a revolta se dirige ao Estado. “Vemos esse fenômeno em programas policiais quando as pessoas culpam a polícia ou o governo pelos crimes que sofreram. Em desas-tres naturais esse processo é mais intenso, pois não há um ‘culpado’ identificável, e o Estado (e suas leis) passam a ser

negados, principalmente se não der respostas de amparo ime-diatas”, comentam.

Eles exemplificam falando de dois casos mundiais: na tsunami, em que o auxilio humanitário foi imediato e, apesar da maior destruição provocada, não ocorreram os atos primitivos que aconteceram no Furacão Katrina, em que o Estado demo-rou a intervir. “No caso de Santa Catarina, em que as pessoas foram sendo atingidas em momentos e dias diferentes, encon-tramos as duas reações. A de identificação com as pessoas mais atingidas, que trazia a solidariedade, e de revolta, que produzia os saques”, elucidam.

Experiência em Santa Catarina

A Comissão de Psicologia Ambiental esteve presente em Santa Catarina, representada pela psicóloga Isabella Secco, que fez um treinamento com os psicólogos Vieira Neto e Cláu-dia, na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Segun-do eles, as pessoas estavam sob efeito de dois grandes fatores patogênicos: trauma e luto. A maioria dos sobreviventes viveu situação de perigo, próprio ou de pessoas próximas, e todos es-tavam lidando com grandes perdas, de familiares, amigos ou mesmo perdas materiais

Eles relataram que vários psicólogos estavam trabalhan-do de forma voluntária nos abrigos e nas ruas. “As pessoas que atendemos ficaram muito gratas, e indicavam outras pessoas para atendermos”, contam. As famílias aceitavam receber os profissio-nais em suas casas e até mesmo pediam o auxílio.

Para os psicólogos, esse atendimento rápido às vítimas é imprescindível. “O que a prática e a literatura internacional têm demonstrado é que quanto mais precoce for a intervenção, me-lhores são os resultados. Os desenhos das crianças demonstra-vam como a experiência vivida trouxe uma sensação de peque-nez. Ver o mundo se dissolver ou ‘derreter como um sorvete’, conforme as falas, evoca o mesmo sentimento. Se o indivíduo, com sua história pessoal e única não tiver espaço, a dessubjeti-vização característica do trauma permanece intocada e, futura-mente, intocável”, esclarecem.

Outros integrantes da Comissão do CRP-08 (Luana Beal, Daniela Barp, Fernanda Rossetto e Miriam Moreira) ca-dastraram-se no banco de dados criado para ajuda humanitária e também prestaram serviços on-line junto à Defesa Civil do Estado. “Também foi feito um contato com o CRP-12 e com o Mestrado em Psicologia Ambiental da UFSC, cujo encaminha-mento prevê a estruturação de um Plano Contingencial a ser es-truturado pela Comissão e submetido à apreciação do CRP-08”, comenta Maria Otávia.

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Assim, os desastres e as emergências mostram-se uma área de atuação importante não só para o psicólogo, mas para a sociedade de maneira geral, que precisa de um acompanhamento em casos críticos. Porém, para os autores mencionados, especialis-tas em Psicologia das Emergên-cias e dos Desastres, a Psicologia brasileira ainda está engatinhan-do em um tema tão importante, pois eles consideram a violência como a grande catástrofe nacio-nal. “Temos mais de oito mil cri-mes violentos por dia, no Brasil, e uma autocrítica que nós, pro-fissionais de saúde temos que fazer, é que sempre viramos as costas para esse fato, como se

fosse apenas um

problema de polícia. É um problema de saúde mental, uma vez que, conforme pesquisas internacionais (no Brasil ainda não temos pesquisas epidemiológicas sobre o tema), 30% da popu-lação atingida desenvolve sintomas de Transtorno de Estresse pós-Traumático. Foi uma surpresa para nós, quando publicamos nosso livro, saber que era a primeira publicação sobre o tema edi-tada em língua portuguesa, e isso foi em 2005”, finalizam. 3

A diferença entre Psicologia Ambiental e Social

A diferença das duas áreas da Psicologia - Social e Ambiental - é uma questão emergente em reuniões científicas e acadêmicas. As discussões giram em torno, principalmente, da limitação do campo de atuação.

A Psicologia Social antecedeu à Psicologia Am-biental, enquanto estudo dos fenômenos sociais (movi-mentos de grupos, contextualização do indivíduo na sociedade, entre outros), em um sentido explicativo da forma como se dá essa relação. Já a Psicologia Am-biental tem uma natureza essencialmente sistêmica e prática, e, com isso, faz parceria com atuações multi-disciplinares dentro e fora da Ciência Psicológica. Ela foi impulsionada na década de 80 na Europa, depois veio para o Brasil, devido à identificação de pesqui-sadores e estudos nacionais precursores de vários es-tados, como Distrito Federal, Santa Catarina, Ceará, Bahia, entre outros.

Para a coordenadora da Comissão de Psicologia Ambiental, existe um desconhecimento ainda genera-lizado sobre a área. “Muitos a associam somente com as questões de ecologia e meio ambiente”, fala. Mas, além deste campo de atuação, a área foca na interven-ção do comportamento humano com o ambiente ao seu redor, podendo desenvolver atividades relacionadas ao zoneamento urbano, aos movimentos sócio-políticos, ao trato do grafitismo enquanto linguagem de um co-letivo, à violência de gênero, às questões de educação ambiental enquanto mudança de comportamento, ao estudo do trânsito enquanto comportamento de um co-letivo, ao processo de aculturação de situações de mi-gração interna, à territorialidade no ambiente laboral, entre outros.

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A matéria “Sem hospícios, morrem mais doentes mentais”, recebeu menção honro-sa no Prêmio Vladimir Herzog, o que desenca-deou, entre os jornalistas, alguns protestos con-tra os critérios do júri. Penso que o título pode ter ocasionado o mal entendido, pois o texto não defende a volta dos manicômios, mas um exame de vários aspectos da Reforma Psiquiátrica que não caminham como gostaríamos. Trazer a pú-blico as falhas do Estado, encarregado de atender essas pessoas em sofrimento, é, sim, defender os Direitos Humanos.

O Prêmio Vladimir Herzog é uma ho-menagem ao jornalista, que foi torturado e as-sassinado durante a ditadura militar, e se destina a premiar matérias jornalísticas que defendem os Direitos Humanos.

Além de valorizar o trabalho do autor, ele também é importante por dar visibilidade maior às matérias premiadas. Foi o que acon-teceu com essa. Fiquei sabendo dela através dos protestos que desencadeou, assinados por jornalistas irritados, que não entendiam os cri-térios do júri, formado por jornalistas ligados à luta pelos Direitos Humanos. Isso despertou minha curiosidade e quis conhecer a matéria, foco das críticas.

Foi fácil encontrá-la, com a ajuda do Google, e constatar: Fora a estatística que dá o título à matéria, que eu desconhecia, posso ates-tar que todas as demais são verdadeiras. Ao con-trário dos que procuram não ver os dados que gostariam que fossem diferentes, considero im-portante saber o que ainda é preciso fazer para que tenhamos uma verdadeira assistência a todas as pessoas que sofrem por não conseguir resol-ver sozinhas seus problemas emocionais.

Em 1984 participei do grupo que fez a reforma de um hospital psiquiátrico, em Curi-tiba, onde implantamos um programa de trata-mento muito semelhante ao adotado hoje nos CAPS. Nossa ação foi muito depois das expe-riências de Nise da Silveira e de Marcelo Blaya, entre outros pioneiros, mas bem antes dos gru-

pos de Santos e de São Paulo, que se consideram os primeiros a tratar os pacientes psiquiátricos como gente. Acho que uma pesquisa bem fei-ta, em todo o Brasil, vai encontrar outros pio-neiros, que não tinham o apoio de um partido político nem a possibilidade de comunicação que existe hoje.

Participo do Conselho Municipal de Saúde de Curitiba e da Comissão de Saúde Mental desse Conselho, no segmento dos tra-balhadores da saúde, representando o Conselho Regional de Psicologia. Participo da luta pelos direitos dos portadores de transtornos mentais e recebo, normalmente, as informações sobre a Luta Antimanicomial, por meio do Conselho Federal de Psicologia.

Baseada nessa experiência, posso afir-mar que o trabalho realizado por equipes inter-disciplinares, proposto pela Reforma Psiquiá-trica, é capaz de ajudar as pessoas que um dia foram chamadas de loucas a se reinserirem na sociedade ou a tratar seu problema sem perder essa inserção, apenas com um breve internamen-to e a manutenção em tratamento ambulatorial. Mas, para que isso aconteça, é necessário prepa-rar esses profissionais. Isso ainda não está acon-tecendo na medida das necessidades, apesar de algumas iniciativas com esse fim (participo de uma delas).

A Reforma Psiquiátrica propõe a subs-tituição dos hospitais psiquiátricos por enferma-rias de psiquiatria nos hospitais gerais, mas os profissionais desses hospitais, principalmente médicos e psicólogos, são visceralmente contra a medida. O que está sendo feito para combater o preconceito desses grupos?

É verdade que os CAPS são um exce-lente recurso para a interiorização do atendimen-to aos problemas psiquiátricos, mas também é verdade que eles facilitaram a vida dos que re-correm ao INSS para conseguir uma renda extra, através do auxílio-doença. Muitos profissionais de classe média apóiam essa ”esperteza” e até se tornam cúmplices, em nome da justiça social. A

esses, é necessário explicar que tal fato atrapalha o tratamento dos que realmente precisam, patro-cina mau uso de recursos públicos bem maiores do que os usados no pagamento ao falso doente, além do encorajamento a comportamentos cri-minosos, o lado ético da questão.

É verdade que muitos “asilos de fachada exploram doentes”, como diz a reportagem.

Como o SUS não pode ter leitos em regime de internamento, mesmo que de curta permanência, para tratamento de dependência química, as “comunidades terapêuticas” prolife-raram como cogumelos. Algumas, as mais ca-ras, oferecem ajuda profissional, tratamento de qualidade, mas a maioria oferece apenas ajuda religiosa ou nem isso. Cuidar de quem a família não dá conta é o seu trabalho. Como seu “trata-mento” não é resolutivo, os doentes se tornam moradores, nos casos de sucesso, isto é, quando não voltam para as drogas, ao fim do dinheiro que sustentava o internamento.

Concordo com a crítica à psiquiatri-zação da vida cotidiana, que oferece um diag-nóstico e uma bolinha mágica para resolver todos os nossos problemas. Essa crença está na base do uso abusivo de drogas e dos ma-les por elas gerados. Aí, sim, temos uma ques-tão ideológica. Continuemos na luta para mu-dar o pensamento mágico e a ideologia desses consumistas crônicos!

Defendemos o fechamento dos hospi-tais, mesmo que bons serviços tenham sido con-fundidos com os manicômios, pois isso criou um fato social, fez com que a sociedade visse um problema que estava escondido. Nesse sen-tido, vejo a reportagem da jornalista Soraya Aggege como uma ajuda a mais, apontando as falhas do processo.

Parabéns à Soraya, mas parabéns ainda mais enfáticos aos jurados do Prêmio Vladimir Herzog. É muito importante colocar o dedo na ferida, se quisermos realmente resolver os pro-blemas de direitos de cidadania neste país.

Inquietações Saúde mentale Direitos Humanos se encontram

Maria Olivia das Chagas e Silva

Psicóloga (CRP 08/02540) e Jornalista

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O Conselho Federal de Psicologia (CFP) estabeleceu 2008 como o Ano da Educação, a partir de definição pela Assembléia das Políticas, Administração e Finanças (APAF) em dezembro de 2007.

A proposta do CFP é de que todo o Sistema Conselhos se mobilize em torno de discussões na área da educação. Todos sabe-mos da relevância do papel da educação em qualquer sociedade. As desigualdades de que tanto falamos e que tanto combatemos têm sua origem marcada não só pelas evidentes diferenças eco-nômicas, mas principalmente pela maior ou menor relevância que cada sociedade atribui à educação, e, portanto, à forma como ela é tratada e conduzida em cada país, em cada cultura, em cada lar. Na era do conhecimento e da tecnologia, as ferramentas para uma sobrevivência digna são cada vez mais complexas. Considerando que o domínio da técnica e do conhecimento devem estar atrela-dos à ética e à humanização, o conceito de educação se amplia e se aprofunda ainda mais.

A Psicologia tem o dever de participar ativamente na edu-cação, contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. A educação é o alicerce para a melhoria das condi-

ções sociais humanas, para a geração de trabalho e renda e para o desenvolvimento científico e tecnológico. Estamos vivendo o mo-mento no qual nosso comprometimento com a educação deixa de ser uma opção para passar a ser um dever, uma responsabilidade social.

A Psicologia, que tanto lutou para superar a imagem de ser uma área nebulosa para ser considerada uma ciência, é portadora hoje de conhecimentos que podem contribuir para o enfrentamento de inúmeros desafios do processo ensino-aprendizagem. E é esta a expectativa da sociedade, que se coloca frente ao psicólogo com uma demanda urgente de propostas para uma realidade educacio-nal intrincada e, muitas vezes, em situação de desamparo.

Apesar de todos os avanços, nossa classe profissional ainda caminha com oscilações em alguns aspectos. A realidade é que, nós psicólogos, ainda temos um longo percurso na busca de es-tratégias e propostas de alcance mais amplo do que aquele com que tradicionalmente temos nos envolvido. Conseguimos vencer barreiras e preconceitos quanto ao trabalho com o indivíduo e sua subjetividade, estabelecendo a credibilidade que respalda a com-petência do psicólogo como profissional; ampliamos nosso saber e nosso fazer para grupos e sistemas maiores, organizações, empre-sas e instituições, e somos reconhecidos por isto.

Nosso desafio atual é o preparo e a qualificação para de-mandas socialmente ainda mais amplas. A atuação em Políticas Públicas, nossa mais recente conquista, requer o contato e o en-volvimento com questões culturais, sociais, antropológicas, além de pensamento estratégico. Pensamento este que somos instados a desenvolver e a utilizar ao mesmo tempo, deixando pouco espaço para hesitações ou falta de objetividade. É o desafio/ oportunidade com que nos defrontamos atualmente, e que necessita foco de ação e intensos esforços de nossa classe profissional.

O Ano da Educaçãono Sistema Conselhos

Maria Elizabeth Nickel Haro CRP-08/00211

Coordenadora da Comissão de Psicologia

Escolar/ Educacional do CRP-08

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Ao definir o ano de 2008 como o Ano da Educação, o CFP abriu a opor-tunidade para que a Psicologia Escolar/ Educacional dê passos firmes na direção da consolidação de algumas propostas. O aprofundamento das discussões sobre a po-lítica educacional brasileira visa qualificar o psicólogo, técnica e politicamente, para melhor compreender a complexidade do sistema educacional atual, tendo em vista o aperfeiçoamento da atuação profissional na área da educação.

A inserção dos psicólogos em dife-rentes espaços educacionais, a sua partici-pação na construção das Políticas Públicas de Educação e de outras políticas interse-toriais, bem como a organização da cate-goria para atuar em movimentos de con-trole social, deve estar contemplada pelos princípios do compromisso social, dos di-reitos humanos e do respeito à diversidade enquanto fundamento para uma efetiva in-clusão social.

Quatro eixos de discussão estão co-locados em pauta pelo CFP: 1) Psicologia, Políticas Públicas Intersetoriais e Educação Inclusiva; 2) Políticas Educacionais: legis-lação, formação profissional e participação democrática; 3) Psicologia e Instituições Escolares e Educacionais e 4) Psicologia no Ensino Médio.

Para fundamentar o debate sobre cada um destes eixos, o CFP oferece uma cartilha com textos geradores, escritos por profissionais reconhecidos em suas áreas de atuação.

No eixo temático 1 - Psicologia, Políticas Públicas Intersetoriais e Educa-ção Inclusiva, serão debatidos temas de-senvolvidos por psicólogos, em escolas ou em outras instituições de educação, que abordem a temática da educação inclusiva e sua interface com Políticas Públicas, em especial as de educação, saúde e assistên-cia social. Por educação Inclusiva, enten-demos como práticas que fortaleçam a luta por uma educação que cumpra o seu cará-ter público, universal e de qualidade para

todos, que tenha como referências aqueles que têm sido excluídos dos sistemas de en-sino, negros, meninas, homossexuais, pes-soas com deficiência, índios, populações em situação de rua, adolescentes autores de ato infracional, crianças e jovens com dificuldades no processo de escolarização vinculados ou não a causas orgânicas, su-perdotados (CFP/2008).

O texto gerador, do eixo 1, da au-toria de Cristina Maria Carvalho Delou, conclui da seguinte forma: Psicólogos e Psicólogas, é hora de construirmos e di-vulgarmos referências técnicas e políticas para a nossa atuação no campo escolar/educacional. Nosso aperfeiçoamento pro-fissional depende de compreendermos a complexidade do sistema educacional bra-sileiro para atuarmos em prol da inclusão social de todos.

O eixo temático 2 - Políticas Edu-cacionais: legislação, formação profissional e participação democrática , trata de temas relacionados à inserções e às participações de psicólogos no âmbito das Políticas Públi-cas em espaços consultivos e deliberativos, tais como fóruns, redes sociais e conselhos, além do Legislativo, acompanhando e pro-pondo ações junto a deputados e vereado-res, visando, também por meios de proje-tos de lei, contribuir para uma democracia participativa na educação. A presença do psicólogo nesse campo deve resguardar a dimensão do compromisso social e da qua-lificação técnica e política para o exercício profissional.

As autoras do texto gerador do eixo 2, Marilene Proença Rebello de Souza e Marisa Lopes da Rocha, apontam algumas dificuldades quanto à implantação de Polí-ticas Públicas em educação, tais como: a) a manutenção de formas hierarquizadas e pouco democráticas de implementação das políticas educacionais; b) a desconsi-deração da história profissional e política daqueles que fazem o dia-a-dia da escola; c) a implantação de políticas educacionais sem a necessária articulação com a devi-da infra-estrutura para sua real efetivação;

d) a manutenção de concepções a respeito dos alunos e de suas famílias, oriundos das classes populares, que desqualificam par-cela importante da população para a qual estas políticas são dirigidas; e) o desconhe-cimento das reais finalidades das políticas educacionais implementadas pelos próprios educadores; f) o aprofundamento da aliena-ção do trabalho pedagógico e a busca quase desumana de significado e de sentido pes-soal (SOUZA, 2006). Concluem afirmando que, para que o psicólogo atue no campo da educação, é fundamental conhecer como as políticas são implantadas, as questões pos-tas pelos educadores com relação às con-cepções e perspectivas e as condições de trabalho para sua implementação.

O eixo temático 3 - Psicologia e Instituições Escolares e Educacionais, in-clui temas oriundos de práticas desenvol-vidas por psicólogos em instituições es-colares e educacionais, nos seus diversos contextos formais ou informais. Envolve a atuação do psicólogo junto aos alunos, suas famílias, educadores e demais profis-sionais ligados à educação que recorreram à Psicologia como forma de contribuir para que a escola ou instituição educacional seja um espaço democrático de acesso ao saber culturalmente instituído e da produção de novos saberes.

A autora do texto gerador, Raquel Guzzo, afirma que a formação cada vez maior de psicólogos no país, ainda prepon-derantemente para a atuação clínica, di-ficulta a inserção efetiva do profissional nestes espaços e acaba por impedir que a relação – teoria e prática – deixe de produ-zir avanços para a realidade de uma maio-ria de crianças e adolescentes que vivem sua escolaridade na rede pública.

Raquel aponta que tem sido mui-to difícil programar qualquer intervenção com os problemas gerados nos contextos educativos quando se avalia a situação sem estar participando do cotidiano destes es-paços. O papel de diagnosticar e encami-nhar ou tratar, caso a caso, em um modelo de atuação que prioriza o indivíduo isolado

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de seu contexto de desenvolvimento, traz conseqüências desastrosas na satisfação das necessidades da população em relação a este serviço, sejam professores, equipe de direção da escola pais ou estudantes.

O eixo 4 - Psicologia no Ensino Mé-dio, refere-se às experiênci6as de professo-res de Psicologia cuja atuação profissional focalize novas propostas curriculares, pro-jetos ou ações institucionais comprome-tidos com a democratização das relações escolares e do Ensino. Defende que urge ratificar a importância do ensino da Psico-logia no Ensino Médio ao oferecer para os estudantes fundamentos que lhe permitam compreender as diferentes dimensões da subjetividade, os processos de constituição do sujeito em uma sociedade, ampliando e consolidando assim, uma educação huma-nizada e com compromisso social. O ob-jetivo último do ensino da Psicologia no Ensino Médio é contribuir para a forma-ção crítica, autônoma e ética da juventude brasileira.

A Psicologia se insere hoje no en-frentamento de grandes dilemas nacionais, como a questão da maioridade penal, dos direitos da infância e da juventude, da su-peração dos preconceitos, tanto no campo educação, como na dimensão do trabalho e da vida social em geral. É nesta perspectiva que as entidades representativas da Psico-logia de todo o país lutam pela inclusão da Psicologia no currículo do Ensino Médio.

As autoras do texto gerador deste eixo, Ângela Fátima Soligo e Roberta Gur-gel Azzi, defendem que “a volta da Psico-logia Ensino Médio, juntamente com as de-mais ciências humanas, pode representar uma importante mudança de paradigma de formação dos adolescentes e jovens brasi-leiros, na perspectiva de superação do ensi-no tecnicista que marca essa etapa da esco-laridade, e de formação humana que mire à autonomia, à criatividade, à diferença com-preendida e vivida para além do preconcei-to, das rotulações, da hostilidade. Marca, assim, um espaço significativo e relevante da Psicologia no cenário educativo”.

Finalizando, como afirma Raquel Guzzo, pensar politicamente o sentido e o papel do psicólogo em contextos educacio-nais é uma tarefa de imensa importância que não somente deve afetar a posição dos profissionais nos postos de trabalho, mas, prioritariamente, contribuir para o avanço da construção de uma ciência e uma profis-são comprometida com as massas.

Dados oficiais que retratam o per-fil do psicólogo brasileiro mostram ainda o conservadorismo da profissão, seu posi-cionamento apolítico e a quase total inope-rância diante dos problemas sociais vividos pela população brasileira. O consultório particular, o atendimento individualiza-do, e a idéia de que o problema é centra-do no indivíduo e não focado nos seus con-textos imediatos e mediados de relações, ainda são a marca da profissão e da área do conhecimento. Com estas dificuldades, nossos limites se acentuam. Não estamos nas redes públicas de educação, a não ser em raríssimas exceções e de forma ainda bastante precarizada. Não conhecemos a fundo as políticas educacionais – é preciso conhecê-las. Não participamos dos fóruns políticos em que a comunidade de educa-dores em esforço vigilante, porém com des-gastes enormes, empreendem para a tenta-tiva de melhorar a dinâmica destes espaços – é preciso participar de fóruns políticos. Não participamos – ou pouco participamos - , enfim da vida que pulsa dentro dos espa-ços educativos. Isto tem uma conseqüência – mantemos o ciclo de formação e profis-sionalização dos psicólogos fora destes es-paços de trabalho!

É preciso buscar fundamentos críti-cos para a construção de um conhecimento psicológico comprometido com a realida-de da escola brasileira, avaliar dimensões psicossociais de comunidades e indivídu-os situados historicamente, compreender as redes de apoio, suportes e equipamentos públicos e privados que sustentam as ações comunitárias e a dinâmica dos movimentos sociais presentes em determinados espaços geográficos – quem são e como vivem estu-dantes, professores, pais e gestores das ins-

tituições de ensino e sua comunidade. Sem um conhecimento profundo e fundado na realidade, corremos o risco de que as inter-venções resultem na manutenção do estado das coisas e revelem um antagonismo sobre a presença do psicólogo nas escolas.

É dentro destas perspectivas que to-dos nós, psicólogos, somos instados a par-ticipar destes debates. É a hora de unirmos nossas forças e dizermos a que viemos. Este é o momento de abraçarmos essa cau-sa e nos comprometermos com a educação de qualidade para todos. É preciso que nos posicionemos como profissionais funda-mentados, competentes e capazes de inter-vir significativamente na realidade que se apresenta. Fica feito o convite a todos os psicólogos para a participação na discussão dos eixos temáticos propostos. 3

Referencias

Cartilha do Ano da Educação - CFP - 2008

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ECA: 18 anos, contatoentrevista

mas ainda um longo caminhoa ser trilhado.

O Estatuto da Criança e do Adoles-cente (ECA) completou 18 anos em 2008. Apesar da conquista de sua maioridade, muito ainda não é cumprido da Lei 8.069 de 1990 e inúmeros profissionais, de várias áreas, dentre elas da Psicologia, não sabem o que consta no ECA. Para falar sobre a responsabilidade do psicólogo, princi-palmente o que trabalha com crianças e adolescentes, em saber sobre o Estatuto, a revista Contato entrevistou a psicólo-ga Anaides Pimentel da Silva Orth*. Ela já trabalhou com adolescentes infratores, entre 1982 e 1990, e conta sobre a impor-tância do ECA para a sociedade de uma forma geral, e a necessidade do psicólogo estar a par da lei para poder respaldar o seu trabalho.

Revista Contato: O que é o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)?

Anaídes Pimentel da Silva Orth: O esta-tuto (Lei 8069/1990) regulamentou as conquistas em favor da criança e do adolescente, expressas no artigo 227 da Constituição Federal de 1988, adotando a chamada Doutrina da Proteção Integral, cuja premissa básica afirma que a criança e o adolescente devem ser vistos como pesso-as em desenvolvimento, sujeitos de direitos e destinatários de proteção integral. Além disso, reforça a prioridade absoluta que deve ser dada a esta população, conforme já disposto na Constituição.

O Estatuto também traduziu as diretrizes do artigo 204 da Constituição, que define a descentralização político-ad-ministrativa e a participação da população, por meio de organizações representativas, na formulação das políticas e no controle

das ações em todos os níveis – Federal, Estadual e Municipal - para as ações na área da assistência social, ou seja, o Esta-tuto garante em seus artigos os direitos e deveres de cidadania às crianças e aos adolescentes, determinando ainda a respon-sabilidade dessa garantia aos setores que compõem a sociedade, sejam estes a famí-lia, o Estado ou a comunidade.

Ao longo de seus artigos e capítulos, o ECA discorre sobre as políticas referentes à saúde, educação, cultura, esporte, entre outros, além de regulamentar as questões relacionadas à adoção e tutela. Outras ques-tões importantes explicitadas no Estatuto referem-se às entidades que prestam aten-dimento infanto-juvenil, aos crimes contra a criança e o adolescente, bem como aos adolescentes autores de atos infracionais. Em relação a este último - o adolescen-te em conflito com a lei - o ECA remete, entre outras coisas, ao desenvolvimento da noção de responsabilidade social nos jovens e a análise do vínculo estabelecido com a infração, como forma de criar condições para sua reinserção social. Diferentemen-te do Código de Menores, o Estatuto não prevê apenas as medidas socioeducativas para o adolescente que cometeu infração, mas prevê também medidas de proteção para aqueles que tiveram seus direitos violados ou ameaçados.

Por fim, não se pode deixar de mencionar a previsão da criação dos Conse-lhos Tutelares em todos os municípios, com a atribuição de zelar pelo cumprimento dos direitos definidos na lei.

Contato: Após 18 anos de sua criação, ele ainda não é cumprido integralmente. Por quê?

Anaídes: O Estatuto é considerado por muitos Juristas como a lei mais bela e completa do mundo, e mesmo sendo referência mundial em termos de legislação destinada à infân-cia e adolescência, ele ainda precisa ser compreendido por todos os seguimentos da sociedade de maneira legítima (muitos educadores, profissionais e familiares se queixam de que o Estatuto só deu direitos e não deveres). Retomo a época em que eu trabalhava com adolescentes infratores, entre 1982 e 1990, quando participei de um grupo de trabalho sobre o “menor em situação irregular”, juntamente com outros profissio-nais de outras instâncias, como Ministério Público, Tribunal da Justiça, Secretaria da Segurança Pública e Profissionais do Gover-no Estadual e Federal.

Já naquela época, o Estado do Para-ná saiu na frente construindo um serviço de triagem integrado com todos os setores responsáveis pelo atendimento da criança e do adolescente. Muito já mudou, mas o caminho deve continuar sendo trilhado pela sociedade civil (no qual se inclui os psicólogos) e pelo Estado, a fim de que os fundamentos sejam vivenciados e cumpri-dos cotidianamente.

O não cumprimento Integral do ECA se justifica por várias razões. É uma mudança muito grande. Antes do ECA, as políticas não eram dirigidas ao conjunto da população infanto-juvenil, mas apenas aos “menores em situação irregular” (crian-ças abrigadas, menores infratores). Com a promulgação do ECA, houve uma verdadei-ra transformação paradigmática no plano jurídico-legal e assistencial, que passou a se basear, especificamente, na definição das medidas socioeducativas e nas medidas de

Anaides Pimentel da Silva Orth*

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proteção, tendo a doutrina da proteção inte-gral como princípio. Muitos passos foram dados na busca da efetivação do ECA, mas ainda resta um longo caminho a ser percorrido. A maior preocupação do Estado com as políticas sociais básicas e o desen-gessamento da mentalidade dos agentes envolvidos na dinâmica do Estatuto, podem auxiliar na eficácia plena dele, bem como a integração das Políticas Públicas.

Cabe a nós profissionais de todas as áreas ajudar no cumprimento do aten-dimento integral à criança como pessoa de direito, para isso, precisamos ser partíci-pes das discussões e elaborações para dar cumprimento às Políticas Públicas.

Contato: Na plenária de novembro de 2008, surgiu uma discussão a respeito do desconhecimento do ECA pelos psicólo-gos, principalmente pelos profissionais que atendem crianças e adolescentes. É verídi-co esse desconhecimento?

Anaídes: Olha, penso ser injusto dizer que todos os psicólogos desconhecem o ECA, pois existem muitos colegas que trabalham na área da criança e do adoles-cente e lutam pelo seu cumprimento. Agora, precisamos dizer que o Estatuto traz em seus artigos a integralidade no atendimento da criança e do adolescente, e sabemos que nem todas as instituições públicas ou mesmo serviços privados que atendem esta clientela, os atendem em sua integralidade. Por isso é importante a equipe interdisciplinar, com profissionais das áreas de Psicologia, Medicina, Assis-tência Social, Pedagogia, entre outras. Porém, muitas vezes o fato do serviço estar vinculado à produção de laudos, pode gerar um distanciamento da crian-ça/adolescente com a equipe, já que estes laudos são produzidos para o Juiz, contri-buindo no andamento do processo.

Penso que nós psicólogos temos que estar muito atentos a esta situação, pois temos o nosso código de ética a cumprir e também precisamos conhecer o ECA, já que uma avaliação psicológica da criança e do adolescente precisa respeitar tanto a ética profissional quanto a legislação nacional.

Contato: Que medidas precisariam ser tomadas para que os psicólogos tenham conhecimento sobre o ECA?

Anaídes: Penso numa medida bem simples. Que as Instituições de Ensino (Graduação, pós- graduação e formação de curso da área) coloquem em seus currículos discipli-nas e módulos sobre as Políticas Públicas e que os Conselhos das Categorias criem ou mantenham Comissões e Grupos de Estu-dos sobre elas.

Um grande campo de trabalho para o Psicólogo está nas instituições gover-namentais e não-govermanentais que trabalham com as Políticas Públicas.

Contato: Os psicólogos de que área preci-sam ter conhecimento sobre o ECA?

Anaídes: Todas as áreas precisam. Na clínica é super importante porque você atende a criança, o adolescente e a famí-lia. O Estatuto estabelece o atendimento integral da criança e do adolescente e a inclusão em programas comunitários ou oficiais de auxílio à família. Ainda há muitos profissionais que pelo fato de atua-rem em consultório privado entendem que não estão submetidos ao ECA, o que é um engano. Na organizacional é preciso saber a legislação sobre o direito à profissionali-zação, os programas do trabalho aprendiz e outros aspectos deste tema expresso na Lei. Por fim, na escolar, é imprescindível que o psicólogo que trabalha nesta área conheça muito bem o Estatuto. A criança e o adolescente estão bem amparados em seus direitos na educação. Assim, vemos que praticamente em todas as áreas de atua-ção, em algum momento, será importante o psicólogo conhecer o Estatuto.

Contato: Existem pontos-chave do Eca de conhecimento imprescindível para os psicólogos?

Anaídes: O ECA é uma lei completa e integrada, é preciso conhecê-la no geral e sempre pesquisar os aspectos – artigos - daquele tema que o profissional está estudando e atuando. Penso que uma Lei precisa ser sempre consultada. É

importante saber que a Lei existe e que é um instrumento legal do nosso trabalho. Hoje existem muitos artigos acadêmicos e livros sobre o ECA, é importante buscá-los e estudá-los.

Penso que todos psicólogos preci-sam conhecer o ECA, especialmente os que atendem esta clientela. Em todos os espa-ços: bibliotecas, Secretarias da Criança e do Adolescente, fóruns, outras secreta-rias, internet, universidades, dentre outros, encontramos materiais sobre o ECA. Os psicólogos devem buscar se informar, fazer parte desse movimento pela transfor-mação do tratamento dado à criança e ao adolescente. Passando de um tratamento de opressão, com desrespeito aos seus direitos, para o de cidadão de direitos exigíveis em lei. Direito à vida e à saúde, direito à liber-dade, ao respeito e à dignidade, direito à convivência familiar e comunitária, direito à educação, à cultura e ao lazer e direito à profissionalização e proteção no trabalho.

*Anaides Pimentel Da Silva Orth

- (CRP-08/1175) – Psicóloga, Mestre em Psico-

logia, especialista clínica e hospitalar, formação

em Psicodrama terapêutico, Especialista em

Terapia Familiar ,Dependência Química e

Eduacação Especial, Formação em Terapia

Cognitiva-Comportamental, professora de

curso de pós-graduação, supervisora

clínica e institucional, psicóloga do

Centro Psiquiátrico Metropoli-

tano (C.P.M) da Secretaria

Estadual de Saúde do Para-

ná (SESA) e atualmente

Conselheira presidente

da Comissão de Orienta-

ção e Fiscalização (COF) do

CRP-08. 3

Page 26: baixar revista

Promover troca de experiências e a discussão de diversos temas da área da Psicologia. Com esses objetivos o CRP-08 promove, de 10 a 13 de junho, em Curitiba, o XIII Encontro Paranaense de Psicologia. O evento vai acontecer no Hotel Pestana e reunir es-tudantes, profissionais de Psicologia e de outras áreas. São esperados cerca de 500 participantes provenientes de várias regiões do Paraná.

4Organização

A presidenta do XIII EPP, a psicóloga Maria Joana Mäder (CRP-0801899), que é referência nacio-nal na área de Neuropsicologia, destaca que a comis-são organizadora do evento está procurando “acolher as sugestões de vários profissionais e membros do CRP de modo a construir um temário abrangente e

ao mesmo tempo integrado. temos por objetivos: promover ‘o encontro’ de psicólogos de di-

ferentes áreas e discutir temas atuais”.

4Conferências

Vários conferencistas, que são referências em diversas áreas da

Psicologia, já estão confirmados para o evento. Entre eles:

4Fernando Luis González Rey, psicólogo graduado pela Universidad de La Habana - Cuba, Pós-doutor em Psico-logia pelo Instituto de Psicologia da Academia de Ciências de Moscou. Premio Interamericano de Psicologia (1991), professor titular do Centro Universitário de Brasilia (UNI-CEUB). Tema: Produção do conhecimento na Psicologia.

4Leôncio Camino, professor titular da Universidade Fe-deral da Paraíba nos Programas de Pós-graduação em Di-reitos Humanos e em Psicologia Social, que vai abordar o tema: “Direitos Humanos”.

4Márcia de Alencar Araújo Matos, Psicóloga, coordena-dora do Programa de Fomento às Penas Alternativas, do DEPEN Nacional – Ministério da Justiça. Tema: Desafios da Psicologia na Justiça.

4Nélio Pereira da Silva, Psicólogo (CRP-08/00016), doutorando em Ciências Psicológicas da Universitè de Liège – Bélgica, é psicoterapeuta, trabalhando, principal-mente, nos seguintes temas: arquétipo, individuação, psico-logia analítica, mitologia e self. Falará sobre Psicoterapia.

4Mini-cursos

Alguns dos temas dos mini-cursos são os seguin-tes: Psicologia Hospitalar, História da Criança, Diagnóstico, Coaching, Esporte, Gestão da Intuição, Políticas Públicas – SUS e SUAS, Oficina de Memória, Pesquisa Qualitativa e Perícia.

4Apresentação de trabalhos

Interessados em apresentar trabalhos no evento deve-rão inscrevê-lo até o dia 10/04, seguindo as normas que estão disponíveis no site: www.crppr.org.br.

4Expectativa

Segundo a presidenta do XIII EPP, a expectativa da comissão organizadora é de que os profissionais pa-ranaenses “não só compareçam ao encontro com o ob-jetivo de saber mais sobre a sua área de atuação, mas, também, entrem em contato com outras áreas da Psico-logia que estão evoluindo atualmente. O XIII EPP quer

26 contato

matériacontato

XIII Encontro

Paranaense de Psicologia:

temática abrangente e troca de experiências

Page 27: baixar revista

contato 27

se consolidar como um espaço de discussões e troca de informações entre os Psicólogos do Paraná. Estão todos convidados”.

Outras informações sobre o evento estão disponíveis no site do CRP-PR.

4Histórico

O primeiro Encontro Paranaense de Psicologia, pro-movido pelo CRP-08, aconteceu em agosto de 1987, em Foz do Iguaçu.

Desde então, os encontros vêm acontecendo periodi-camente em várias cidades do Estado. Apenas houve um in-tervalo de cinco anos entre o IX EPP, em 1997, e o X EPP, em 2002. Isso se deve à realização do Encontro Sul-Brasileiro de Psicologia, promovido em agosto de 2000, em Curitiba. Este evento reuniu os CRPs do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Como não houve mais a mobilização conjunta dos Estados, o CRP-08 retornou com o Encontro Paranaense. 3

4Inscrições

As inscrições podem ser feitas no site do CRP (www.crppr.org.br). Os valores das inscrições serão os seguintes:

4Para as efetuadas até o dia 31/03: R$ 180,00 para Psicólogos; R$ 142,00 para estudantes e R$ 228,00 para outros profissionais;

4Para as efetuadas de 1º a 30/04: R$ 190,00 para Psi-cólogos, R$ 150,00 para estudantes e R$ 240,00 para outros profissionais.

4Para as efetuadas de 1º/05 até a data do evento: R$ 200,00 para Psicólogos, R$ 157,00 para estudantes e R$ 252,00 para outros profissionais

4 I EPP - Foz do Iguaçu em 1987

4 II EPP - Foz do Iguaçu em 1988

4 III EPP - Curitiba em 1989

4 IV EPP - Londrina em 1990

4V EPP - Maringá em 1991

4VI EPP - Curitiba em 1992

4VII EPP - Foz do Iguaçu em 1994

4VIII EPP - Paranaguá em 1995

4 IX EPP - Foz do Iguaçu em 1997

4X EPP - Curitiba em 2002

4XI EPP - Londrina em 2004

4XII EPP - Maringá em 2006

4XIII EPP - Curitiba em 2009

Page 28: baixar revista

28 contato

O Conselho Regional de Psicologia - 8a Região, em obediência ao disposto na Lei no 5.766/71, Decreto no 79.822/77 e Código de

Processamento Disciplinar, pelo presente Edital, torna pública a decisão deste Conselho Regional de Psicologia 8ª Região juntamente

com Conselho Federal de Psicologia, no Processo Ético Disciplinar no 005/2006, em aplicar a pena de CENSURA PÚBLICA a Psicóloga

ROSANGELA LUPATINI ABOU FARES CRP-08/06891 por infração ao seguinte artigo do Código de Ética Profissional dos Psicólogos:

Artigo 2º - Ao psicólogo é vedado: alínea h “Interferir na validade e fidedignidade de instrumentos e técnicas psicológicas, adulterar

seus resultados ou fazer declarações falsas”.

Curitiba, 15 de dezembro de 2008. Psic. João Baptista Fortes de Oliveira CRP-08/00173/Conselheiro Presidente do CRP-08

conselhoética

Edital de Censura Pública

Colunaética

O Psicólogo nas relações sociais está sempre servindo como referência ou modelo de atitudes e comportamen-tos. Em muitas ocasiões, nas relações in-formais ouvimos o seguinte comentário: - “Você que é psicólogo, o que acha? - Sendo que o interlocutor espera sempre uma resposta coerente e de acordo com os padrões de boa convivência da socie-dade, assim como em outras profissões, por exemplo: medicina - em que a so-ciedade cobra da classe médica estar em boas condições de saúde, ou do professor de educação física, que deve ter um cor-po perfeito para ser considerado bom pro-fissional, também na Psicologia se fazem as mesmas cobranças.

Essas cobranças são adequadas se dizem respeito ao dia-a-dia profissional. O psicólogo deve ser a pessoa mais equi-librada numa equipe multidisciplinar para auxiliá-la a perceber as dificuldades exis-tentes. Também deve em suas relações, principalmente com o paciente, conside-rar alguns procedimentos éticos relevan-tes, como não fazer confidências sobre sua vida pessoal, não propor programas particulares ou atender outras pessoas do mesmo círculo de relações do paciente (amigos, parentes, entre outros).

Como exemplo destas atitudes, vamos analisar um dos itens do Código de Ética Profissional do Psicólogo, sobre as Responsabilidades dos Psicólogos, art. 1º, “b) Assumir responsabilidades profis-sionais somente por atividades para as quais esteja capacitado pessoal, teórica e tecnicamente”.

O que acontece, às vezes, é uma confusão no papel do psicólogo em rela-ção ao seu paciente, apesar do psicólo-go na sua vida pessoal ter conhecimen-to e fazer parte de grupos religiosos, por exemplo, a religião não faz parte das técnicas que o psicólogo utiliza no seu trabalho profissional, ela deve ser con-siderada no histórico do seu paciente, mas não deve ser considerada a técnica de tratamento.

O psicólogo ao oferecer seus ser-viços aliados à religião, pode confundir os pacientes sobre a natureza específica de sua atividade profissional. E ao mes-mo tempo, quando convida essas pessoas para iniciar processo terapêutico a partir desse clima e ambiente, caracteriza a re-ligião como pertencente às tarefas e ati-vidades do psicólogo, o que não proce-de. É importante estar claro ao exercício

profissional as técnicas, recursos e proce-dimentos utilizados da Psicologia, e não outros temas, como religião, que não fa-zem parte da atividade profissional.

Alguns podem questionar: - “O psicólogo então não pode ter religião ou crença?” - É claro que pode e deve, faz parte da formação de sua personalida-de, porém não deve confundir seu pa-ciente utilizando a religião no procedi-mento terapêutico ou tentar convertê-lo a sua religião.

Somos, além de profissionais, hu-manos e sujeitos a erros, aliás como diz o ditado “ninguém é perfeito”, porém na realização de nossas tarefas cotidianas de trabalho, devemos nos empenhar em ter bom senso e discernimento ético em benefício do ser humano que depositou a confiança em nossas mãos. 3

Márcia Regina Walter (CRP-08/02054)

Presidente da Comissão de Ética do CRP-08

Caso tenha alguma dúvida em relação à conduta ética profissional,

escreva para a coluna Ética Profissio-nal, que a Comissão Permanente de

Ética responderá suas dúvidas.

Você que é Psicólogo, o que acha?

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contatoagenda

contato 29

CURSO DE ATUALIZAÇÃO EM TERAPIA RELACIONAL SISTÊMICACoordenação: Ednara Neves Flores - CRP 08/06965-6

Data de Início: 28 Fevereiro Horário: das 9:00h às 12:00hInscrições Abertas. Vagas Limitadas.

Informações e Inscrições: (45)3223.4065/ 9125.5940E-mail: [email protected]

Local: Rua Minas Gerais nº2061, Ed. Day Saúde - 6º andar, sala 602.Cascavel - PR.

QUALITÀ - AVALIAÇÕES PSICOLÓGICAS E TREINAMENTO LTDA. Agenda de Cursos: 02 e 03.03.09 – Teste Palográfico/ 13.03.09 – Curso de Av.

Psicológica em Joinville/ 21.03.09 – Curso de Formação em Av. Psicológica – Curitiba/ 26 e 27.03.09 – Av. de Personalidade Infantil –

Testes das Fábulas/ 28.03.09 – Avaliação Infantil – Teste Gestáltico Viso-Motor de Bender/ 04.04.09 – Av. Psicológica no Contexto da Segurança Privada

Diretora - Profª Adriane Picchetto Machado (CRP-08/2571)Endereço: R. Constantino Marochi, 438 – Loja 02 – Curitiba - PR

Fone: (41) 3353-2871/ E-mail – [email protected]/ www.qualitapsi.com.br

A FTSA está com as inscrições abertas para os cursos de Pós-Graduação - Especialização: Aconselhamento Familiar, Formação em Terapia de Casal e

Família, Aconselhamento Hospitalar e Domiciliar, Psicoterapia Comportamen-tal Infantil, bem como o curso de Atualização em Dinâmica de Grupos, Leitura Corporal Sistêmica. Para 2009, na área teológica e religiosa, serão lançados os cursos de Especialização: Psicologia Pastoral e Ensino Religioso. Mais informa-

ções: (43) 3371-0200. [email protected]. www.ftsa.edu.br/ifamilia

I SIMPÓSIO SUL-BRASILEIRO DE PSICOLOGIA JURÍDICA Realização: PROJECTO

Data: 17 a 18 de abril de 2009Informações: www.projecto-psi.com.br / (51) 3330-4000 / (51) 3019-1120

e-mail: [email protected]: Hotel ContinentalCidade: Porto Alegre - RS

O GRUPO PSICOSAÚDE OFERECE: Curso de Psicologia Hospitalar e Curso de Psicologia Hospitalar

com Ênfase em UTI – módulo II - Hospitais: Vita Curitiba e Vita Batel Início: Março /2009 -Informações: (41) 9971-4408

e-mail: [email protected]: www.psicosaude.com.br

CURSO DE FORMAÇÃO EM LUDOTERAPIAPsic. Eliana Paciornik Galbinsky - CRP-08/00070

Início: Março de 2009/ Duração 2 anosInformações (41) 3222-2514 à tarde/ (41) 9951-0468

Site: www.cursodeludoterapia.com.BrLocal: Rua Voluntários da Pátria, nº 475 - 12ºandar – conj. 1212

Centro - Curitiba-PR

CURSOS EM AVALIAÇÕES PSICOLÓGICAS/ 2009 - Coordenação Paulo Vaz-CRP-08/03118 -

Cursos de testes psicológicos: ZULLIGER dias 8, 15, 22 e 29 de março; PMK dias 14 e 28 de março de 2008; PLG dias 11 e 12 de abril; PFISTER - dias 25 e 26 de abril. - Informações: Rua Nunes Machado, 472- sala 702 - Centro -

Curitiba-PR. - Fone: (41) 33235344- celular:(941) 91128187- e-mail: [email protected].

INSTITUTO PARANAENSE DE GESTALT CLAUDETE CARBONICURSO DE FORMAÇÃO EM GESTALT-TERAPIA

Duração : 2 anos/ Carga Horária : 360 h, com encontros quinzenais de 8 h, aos sábados -Início: Março de 2009 - Público-alvo : Psicólogos e estudantes de

Psicologia (a partir do quarto ano) - Investimento: 24 parcelas fixas de R$ 250,00

Informações : (41) 3244-9993, com Valquiria Pereira (CRP-08/02057)www.gestaltpr.com.br

Local : sede do IPG - Rua Padre Anchieta, 2690, sala 05 – Curitiba-PR

CURSO DE FORMAÇÃO EM GESTALT-TERAPIAMódulos Avançados - Datas: a partir de Março/2009

Duração total da formação: Três anos - 240 horasDirecionado a Psicólogos e estudantes a partir do 3º ano.

Coordenadoras - Guisela Schmidt (CRP-08/2586) e Sonia Maria da Nova Cruz (CRP-08/1758) - Informações: (41) 3244-5384 com Guisela ou (41) 3026-4384 com Ana. - Local: Av. Sete de setembro, 5.388, 8º andar - cj

804 - Batel - Curitiba - PR.

XIV ENCONTRO PARANAENSE E IX CONGRESSO BRASILEIRO DE PSICOTERA-PIAS CORPORAIS

Data: de 01 a 03/05/2009Local: Hotel Pestana- Curitiba

Inscrições: pelo site: www.reichiano.com.brResponsáveis: Psic. José Henrique Volpi - CRP-08/3685 e Sandra Mara Volpi

- CRP-08-5348 - Informações: Centro Reichiano - (41) 3263-4895 ou www.cen-troreichiano.com.br -Cidade: Curitiba/PR

PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICANÁLISEO Somay Instituto de Ensino, de Londrina, vai promover, a partir de março,

o curso de Pós-graduação em Psicanálise.Início: 20/03/2009

Carga-horária: 360 hAulas: sextas-feiras à noite e sábado manhã e tarde

Outras Informações: www.somay.com.br ou pelo telefone: (043) 3324-2235.

PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL E DO TRABALHOA Faculdades Integradas San Martin – FISAN – de Curitiba, está com inscri-ções abertas para o curso de Pós-graduação em Psicologia Organizacional e

do Trabalho. - Início das aulas: 30/03/2009Carga-horária: 360 horas (aulas terças e quintas-feiras das 19 às 22 h)Outras informações: 41-3079-6181 ou pelo site www.sanmartinbr.com

Para anúnciar na Agenda da Revista entre em contato com a comunicação do CRP-08

[email protected]

INTERCEF PROMOVE CURSOS PARA 2009: Curso de Terapia Individual e Familiar Sistêmica

Destinado a psicólogos. Início: 28 de março (um sábado por mês)

Curso de Terapia de Casal Destinado a psicólogos.

Início: 21 de março (um sábado por mês)

Page 30: baixar revista

novosinscritosYascara C. Viriato Botelho - CRP-08/13986

Livia dos Santos Paula - CRP-08/13987Idalina Modesto Pedrosa - CRP-08/13988Aline V. Casarolli Pinto - CRP-08/13989Maria A. de A. Misurelli - CRP-08/13996Isis Schnabel de Freitas - CRP-08/13997

Rafaella M. C. Wotecoski - CRP-08/13998Cristiane L. Moraes e Silva - CRP-08/13999

Tatiane Mesquita - CRP-08/14000Luciene Rocha V. da Silva - CRP-08/14001

Mariana A. de Paula Xavier - CRP-08/14002Nathalia Rech dos Santos - CRP-08/14003Patricia Daniele R. Ribeiro - CRP-08/14004

Karla Hilgenstieler - CRP-08/14005Tatiana C. K. Rodrigues - CRP-08/14006

Karen de A. Barros Morão - CRP-08/14007Fernanda Rissatto Saad - CRP-08/14008

Maria da Gloria de Paula - CRP-08/14009Juliene Cordeiro Couto - CRP-08/14010Everli Moreira Feustel - CRP-08/14011

Felipe Correa Guandalini - CRP-08/14012Bianca Cristine Ruppel - CRP-08/14013

Marlon Reikdal - CRP-08/14014Nereu Souza Novais Filho - CRP-08/14015Michel Alexandre Fillus - CRP-08/14016Naira A. do Nascimento - CRP-08/14017

Jussânia Cristina Schuster - CRP-08/14018Herica Rebello - CRP-08/14019

Cintya Figueiredo Fontana - CRP-08/14020Ariana Mamcarz - CRP-08/14021Rosana Deconto - CRP-08/14022

Graceliz Maria Plocharski - CRP-08/14023Cintia Homrich Motta - CRP-08/14024

Fernanda Graciele de Lara - CRP-08/14025Pedro G. Basso Machado - CRP-08/14026

Gabriela Schroeder - CRP-08/14027Jaqueline G. Borkowski - CRP-08/14028

Aldemar Balbino da Costa - CRP-08/14029Ligia Pestana de Gouveia - CRP-08/14030Leticia Girata Graczkowski - CRP-08/14031Ana Carolina K. Bittencourt - CRP-08/14032Jocimara Teixeira Nogueira - CRP-08/14033

Michelli Duje - CRP-08/14034Luciana Cassarino Perez - CRP-08/14035Cristiane C. Dias Turkot - CRP-08/14036Maria Cristina Kloster - CRP-08/14037

Clarice Ebert - CRP-08/14038Mariana Moro Ramires - CRP-08/14039

Karina Cervi Santos - CRP-08/14040Walter D. Vieira Prestes - CRP-08/14041

Alessandra Batista - CRP-08/14042Rosa Maria Vieira Hupfer - CRP-08/14043

Claudia Carvalho - CRP-08/14044Alessandra Franco Bressam - CRP-08/14045

Pamela A. C. de Campos - CRP-08/14046Jaqueline da Silva Kruger - CRP-08/14047

Luciana I. de Almeida Trad - CRP-08/14048Maria Geny Ribas Batista - CRP-08/14049Daniel M. do Nascimento - CRP-08/14050Daniel J. Ribeiro de Souza - CRP-08/14051

Erica Meleiro Talarico - CRP-08/14052Andre Davi Eberle - CRP-08/14053

Thatiane Pontes de Oliveira - CRP-08/14054Michelle Glaser Jakobi - CRP-08/14055

Faustina Borsato - CRP-08/14056Tania Beatriz Voss - CRP-08/14057

Sonia Regina Santos Gusso - CRP-08/14058Anna C. Moreschi Valente - CRP-08/14059Jaqueline de Faria Almeida - CRP-08/14060Ivanete L. da Silva Camara - CRP-08/14061

Leandro Sonda - CRP-08/14062Moacir Lense - CRP-08/14063

Fabiano Lucio Potier - CRP-08/14064

Maria Rita da Silva Drula - CRP-08/14065Mariana F. B. Monteiro - CRP-08/14066

Silvana Luzia Kern - CRP-08/14067Rafaela Mayer de Moraes - CRP-08/14068Octacilio Alves Meirelles - CRP-08/14069Marelize Drosda da Silva - CRP-08/14070Flora Allain Carrasqueira - CRP-08/14071

Edson Luiz Charneski - CRP-08/14072André Luiz Vendel - CRP-08/14073

Fabiana F. Y Freitas Ferreira - CRP-08/14074Miriam Tomy Tabuo - CRP-08/14075

Daiana Patricia Frasson - CRP-08/14076Cecilia Mitie Nakagawa - CRP-08/14077Fatima Aparecida Sincos - CRP-08/14078

Gisele Asperti Coy - CRP-08/14079Danielle Tiberio Wosiack - CRP-08/14080

Georgea Magalhães More - CRP-08/14081Ivalci Salete Girardi Moraes - CRP-08/14082

Maria José Moreira - CRP-08/14083Maria F. Cabral Guimarães - CRP-08/14084

Keila Regina Gonçalves - CRP-08/14085Leilah Sant’Ana Sabião - CRP-08/14086Tayana Fleury Orlandini - CRP-08/14087

Ana C. de Oliveira Carvalho - CRP-08/14088Isabella Balarotti Reis - CRP-08/14089Mônica Maria Silva - CRP-08/14090

Bruna T. da Silva Dalmina - CRP-08/14091Alexandra F. Godinho - CRP-08/14092Maria Daniele Urias - CRP-08/14093

Adriana C. A. Ponciano - CRP-08/14094Vivian Senegalia Morete - CRP-08/14095

Cleide de Oliveira Cabrera - CRP-08/14096Jaqueline Milani - CRP-08/14097

Ligia Albiero Spagnuolo - CRP-08/14098Edinei Hideki Suzuki - CRP-08/14099Vanessa Lucila Garcia - CRP-08/14100

Isabela Breschiliare Piffer - CRP-08/14101Flávia A. Gomes Castro - CRP-08/14102

Camila de Assis - CRP-08/14103Tiago Parra Correia - CRP-08/14104Luciana Melo Dias - CRP-08/14105

Angela Zenco Del Grossi - CRP-08/14106Rafaela Mattos da Silva - CRP-08/14107

Mariellem Cristiane Alves - CRP-08/14108Isabela Caroline Marchesini - CRP-08/14109Eliana Aparecida Peixoto - CRP-08/14110Luciana Fonseca Vollrath - CRP-08/14111

Alexandre Israel Pinto - CRP-08/14112Jaqueline de Lima - CRP-08/14113

Rosane Cutolo Ferreira - CRP-08/14114Alexandre G. da Silva - CRP-08/14115

Ana M. Neves de Mattos - CRP-08/14116Claudia C. Macceo Sato - CRP-08/14117

Renata Rosolem - CRP-08/14118Mariana Harumi Kanbara - CRP-08/14119

Dorli T. de Mello Rosa - CRP-08/14120Thalita de Oliveira Soares - CRP-08/14121Aline G. Tivirolli Schiavon - CRP-08/14122

Ana Cristina da Silva Araujo- CRP-08/14123Maurício Mendonça Junior - CRP-08/14124Cathiane C. de O. Ramos - CRP-08/14125

Mirian Kelly Martins - CRP-08/14126Cleide Marchiotti Favaretto - CRP-08/14127Mariângela Gamba Maestri - CRP-08/14128

Tatiane Precoraro - CRP-08/14129Precila Krohling Salvatti - CRP-08/14130

Gabriela Silvestrini - CRP-08/14131Daiana Aparecida Marques - CRP-08/14132Rafaella F. de M. Louzada - CRP-08/14133Marta Elena Ormaechea - CRP-08/14134Egna Roberta Ferreira - CRP-08/14135

Joice Fernanda Possamai - CRP-08/14136Francieli Pauletto de Souza – CRP-08/14137

Robson Zazula - CRP-08/14138Gabrielle Muller Sarocci - CRP-08/14139

Iraci Oldoni - CRP-08/14140Zailde S. Melo Grigoletto - CRP-08/14141

Danieli Durante - CRP-08/14142 Luciana C. Domenes Silva CRP-08/14143

Tyffanne Serra P. Rodrigues CRP-08/14144Monica Neckel Diniz CRP-08/14145

Denis Mantovani CRP-08/14146Tatiani Solis PeresCRP-08/14151

Eliane Mion Chollet CRP-08/14152Raquel Sbabo Fabris CRP-08/14153

Daniela Groxiatti Tudini CRP-08/14154Isaura Cristina P. de Miranda CRP-08/14155

Kelly Gutervil CRP-08/14156Gyovana do N. G. Morilha CRP-08/14157Maria G. de A. P. Gouvea CRP-08/14158

Evelise Galvão de Carvalho CRP-08/14159Melissa Bizoni Furtado CRP-08/14160

Jardel Pelissari Machado CRP-08/14161Adriano Luis A. Watanabe CRP-08/14162Mônica V. G. Vieira Santos CRP-08/14163Cintia S.y Gonçalves Roda CRP-08/14164

Daniel Patitucci CRP-08/14165Ana Paula Dilger CRP-08/14166

Mariana Gonçalves Neves CRP-08/14167Carla Fabiane Gefuni CRP-08/14168

Inoili Moretto Fortunati CRP-08/14169Natalia Belen Fantini CRP-08/14175

Izabel do Rocio da Silva CRP-08/14176Anna Paula Zanoni CRP-08/14177

Manoel A. P. dos Santos CRP-08/14178Rafaela Camile da Veiga CRP-08/14179Francelize Fabianowicz CRP-08/14180

Renata Veber das Neves CRP-08/14181Carlos Aznar Blefari CRP-08/14182

Kricia Frogeri Fernandes CRP-08/14183Rubiene Jani Schmitz CRP-08/14184Ana Carolina Horst CRP-08/14185

Janaina G. B. Anzolin CRP-08/14186Debora C. Passos Martins CRP-08/14187

Flavia Caje Baldan CRP-08/14188Filipe de Veer CRP-08/14189

Clarissa Henriete Ogliari CRP-08/14190Sandra R. da Silva Ferreira CRP-08/14191

Kelim Kristina Toaldo CRP-08/14192Katia Regina Goebel Nichele CRP-08/14193Juliana Germano Canavese CRP-08/14194

Ana Paula Moletta CRP-08/14195Danielle Lotowski Aliaga CRP-08/14196

Danielle Cadan CRP-08/14197Ingrid Junckes CRP-08/14198

Dejanira K. Gomes Ferrante CRP-08/14199Maria E. P. Ferreira Tschoke CRP-08/14200

Jussara Brustolim CRP-08/14201Marcia Joselene de Andrade CRP-08/14202Silvana M. de Oliveira Lima CRP-08/14203

Theo Dias Kummer CRP-08/14204Raul Lucena Caixeta CRP-08/14205

Fabiola Macedo de Campos CRP-08/14206Fernanda Filipkowski Rocha CRP-08/14207

Carla Fustinoni CRP-08/14208Anna Paula Pinto Caron CRP-08/14209Marilda Alves da Costa CRP-08/14210Driellen Amelia Cardoso CRP-08/14211Fernanda Kristina Dianin CRP-08/14212

Gisele dos Santos Maroneze CRP-08/14213Antonio Carlos Marques CRP-08/14214

Nivea Gisele Panizza Tuller CRP-08/14215Bruna Marconi CRP-08/14216

Camila Mangolim Berlino CRP-08/14217Tatielle Ruiz Leme Batista CRP-08/14218

Melina Chiquetti CRP-08/14219

Melina Cristiane Martins CRP-08/14220Sueli Teresinha de Andrade CRP-08/14221

Erica Queiroz Froes CRP-08/14222Alyne Harumi Nakamura CRP-08/14223Simone Cristina Gomes CRP-08/14224Mariana Akemi Suzuki CRP-08/14225Rebecca G. dos Santos CRP-08/14226Juliana Gatti Carraro CRP-08/14227

Andressa Felcar de Souza CRP-08/14228Leila Maria R. de Oliveira CRP-08/14229

Daniele dos Santos Alencar CRP-08/14230Kariliny Teixeira Faria CRP-08/14231

João Francisco Beltrame CRP-08/14232Erica Cristina Brancalhão CRP-08/14233Vanessa Viana de Gois CRP-08/14234

Camila Meneguetti de Carlos CRP-08/14235Cristiane Oliveira Defendi CRP-08/14236

Elizete Maria Nogara CRP-08/14237Terezinha Moretti Greco CRP-08/14238

Natalia Hernandes Carvalho CRP-08/14239Juliana de O. Coelho Silva CRP-08/14240Alyne Nogueira Teixeira CRP-08/14241

Marcelle Thays G. da Silva CRP-08/14242Juliana Carniello Arruda CRP-08/14243

Andrinea Cordova da Rosa CRP-08/14244Monique Casacchi Mariussi CRP-08/14245Rafaela Batista Santarosa CRP-08/14246Milton Morais Vissovatz CRP-08/14247

Renata Ortiz da Silva CRP-08/14248Layla Tormena Januario CRP-08/14249

Francielly Caroline Manzani CRP-08/14250Liliane Lopes Rodrigues CRP-08/14251

Angela Rockenbach CRP-08/14252Catia Inês Werner Fischer CRP-08/14253

Elaine Brambilla CRP-08/14254Adriana Haus Rocha CRP-08/14255

Ketlyn Pamela Monteiro CRP-08/14256Nadia Emanuelle Hild CRP-08/14257

Lucelia Gabriel de Oliveira CRP-08/14258Franceli de F. F. Tonassevski CRP-08/14259

Rúdie Mari da Silva CRP-08/14260Alessandra G. K. Candido CRP-08/14261Marielli Ramos Pinheiro CRP-08/14262

Felipe Rosa CRP-08/14263Luana Cavicion Gomes CRP-08/14264Camila Grande da Silva CRP-08/14265Viviane Woiski Gotlieb CRP-08/14266

Marina Harmatiuk CRP-08/14267Andressa Furquim de Souza CRP-08/14268

Alice Dotto Salvador CRP-08/14269Bruno Alexandre Castagnaro CRP-08/14270

Karine G. Corazza Altran CRP-08/14271Mariá G. Camargo Stein CRP-08/14272

Suzane Fontana CRP-08/14273Michéli Liporini Meira CRP-08/14274José Carlos Kulicheski CRP-08/14279Mirian Josiane Braun CRP-08/14280

Vilma Marcondes CRP-08/14281Edson Fernando Tavares CRP-08/14282Tatiane Cristina Ferreira CRP-08/14283

Celine Paula Moy CRP-08/14284Allan Paulo Naumann CRP-08/14285

Jocimara de A. Moucha CRP-08/14286Sibeli Canani CRP-08/14287

Natalie de Castro Almeida CRP-08/14288Arnaldo Fermiano Coelho CRP-08/14289Giovana Dissenha Bohn CRP-08/14290

Giuliano Metelski CRP-08/14291Rejane Mari Crema Carvalho CRP-08/14292

Priscila Makiak Diduch CRP-08/14293Neusa Maria Batista CRP-08/14294

Débora Brandes CRP-08/14295Cristiane Pinto M. Fujiwara CRP-08/14296

30 contato

novos inscritos de dezembro e janeiro

Page 31: baixar revista

Tatiane Rogal CRP-08/14297Edilaine Baccarin CRP-08/14298

Eloá Mateus Vojciechovski CRP-08/14299Juliana Tramontini Marcatto CRP-08/14300

Sandro Massaru Ueki CRP-08/14301Carolina Ilkiu Coelho CRP-08/14302Ricardo T. de Lorenzo CRP-08/14303

Renata G. de A. Moraes CRP-08/14304Roberta Lucas Cesario CRP-08/14305Larissa Cristina Silva CRP-08/14306

Elaine Lima de Souza CRP-08/14307

Natalia Del Padre CRP-08/14308Blandina Vanzella Canesin CRP-08/14309

Joyce Oguido CRP-08/14310Ana Paula Pedroso CRP-08/14311

Fabio Eiji Sato CRP-08/14312Lucas M. dos Santos Campos CRP-08/14313

Juliana P. Gabriel Peixoto CRP-08/14314Janaina Rizia de Souza CRP-08/14315

Fernanda R. da Gama Leme CRP-08/14316Thais M. Bruschi de Menezes CRP-08/14317

Silvia Candido Leite Lima CRP-08/14318

Analice Arali CRP-08/14319Rebeca Fernandes Cicero CRP-08/14320

Luiz E. de Azevedo Rossini CRP-08/14321Mario Lucio Rosa Pereira CRP-08/14322Luiz R. de Moraes Sartori CRP-08/14323

Frederico A. do P. Nogueira CRP-08/14324Evelyn Saori Otsuka CRP-08/14325

Juliana Souza Righetti CRP-08/14326Alessandra M. dos S. Vieira CRP-08/14327Rosiane Martins de Souza CRP-08/14328

Pedro Cesar Fagotti CRP-08/14329

Camila Sacchelli Tomasetti CRP-08/14330Lucilene Alves T. Moraes CRP-08/14331Natalia M. Ferrer da Rosa CRP-08/14332

Samuel Antoszczyszen CRP-08/14170Angelica de F. Ricofica Silva CRP-08/14171Mariza Yoshiko Kadowaki CRP-08/14172

Shirley Pasini CRP-08/14173Isabelle Aparecida Borges CRP-08/14174

reativação

- M.M. Machado Psicologia Ltda - CRP-08/PJ-00414

- Centro de Avaliação de Condutores

Beltrão S/S Ltda CRP-08/PJ-00415

- CESTRESS Centro de Estudos Sobre Ansiedade

e Estress - CRP-08/PJ-00416

- AHIMSA Assessoria Empresarial e Desenvolvimento

Humano S/S Ltda CRP-08/PJ-00417

- D.M. Corpo e Arte Medicina Ltda – ME - CRP-08/PJ-00413

- Clínica Griebeler Ltda - ME - CRP-08/PJ-00418

- Clinaudio Serviço de Saúde Ltda - CRP-08/PJ-00419

- Rodrigo Jose das Chagas Lima CRP-08/PJ-0420

- Universidade Estadual de Maringá -

Núcleo de Psicologia Aplicada CRP-08/PJ-0421

- Clinica Médica Espaço Saúde Sociedade Simples CRP-08/PJ-0422

Andrea Consuelo Ehrat - CRP-08/11321

Antonio Roberto Garcia Junior - CRP-08/10269

Debora Ramalho de Oliveira - CRP-08/11929

Flavia Fernanda de Freitas Ferreira - CRP-08/11058

Francieli Aparecida Teixeira - CRP-08/11630

Luciana Camuri de Souza - CRP-08/12048

reativação por transferência

Elaine Duarte Mendes Amaral - CRP-08/08044

Bianca Marcos - CRP-08/09590

Eliane Valerio Pereira - CRP-08/10418

Kharinna Carreira Rocha - CRP-08/10634

Renata P. Sudan Barreto Braga - CRP-08/10671

Mara Rosani de Oliveira - CRP-08/01649

Meire Seguchi Goes - CRP-08/05448

Karolina Reis dos Santos - CRP-08/08250

Solange Pereira Masques Rossato - CRP-08/09129

Patrycia Regina dos Santos - CRP-08/09799

Luciane Danzmann - CRP-08/10868

Grasiela Milani Basso Santos - CRP-08/11103

Manuela Alves Lobato - CRP-08/11197

Kleber Oliveira Muller - CRP-08/11349

Delma de Paula Souza - CRP-08/11817

Janine Plaça Araujo - CRP-08/11895

Paulo Ildefonso da Silva Junior CRP-08/05328

Angela B. de Oliveira Garanteski CRP-08/09253

Melissa Cristina Borim CRP-08/10935

Thais Helena Sant’Anna Lima CRP-08/09630

Shana Nakoneczny Pimenta CRP-08/10757

Marcia Walter CRP-08/09551

Renata Cristina Marques Bolonheis CRP-08/10869

Izabel Tiepo Campano CRP-08/11125

Caroline de Almeida Leite CRP-08/11769

Mariele Rosa dos Santos CRP-08/11833

Cibele Maria Dobrowolski Inácio CRP-08/9944

Luiz Fernando Gomes Corazza CRP-08/11101

Fabiana Fernandes CRP-08/07777

Michelle Cristine Munchen Rodrigues CRP-08/11169

Tatiane Izabele J. Sa Riechi - CRP-08/04418

Danusia Priscila Gatto - CRP-08/11707

Franciele de Almeida CRP-08/12702

Camila de Araujo Antonio CRP-08/09498

Ednéia A. Peres Hayashi CRP-08/07231

pessoa jurídica (registro) pessoa jurídica (Cadastro)

Renata El Rafihi Ferreira - CRP-08/IS-157

Luciana Bacellar Leal Ferreira - CRP-08/IS-158

Vinicius Anciães Darriba - CRP-08/IS-159 Luciana Nilma Valdez Esteves - CRP-08/IS-160

inscrição secundária

Lucilene Sander - CRP-08/13994

Viviane Teresinha Fuchs - CRP-08/13995

Hellen Pereira dos Santos - CRP-08/14147

Rebeca Iraê Moreira Coletto - CRP-08/14148

Luis Henrique Poletine - CRP-08/14149

Flavia Wesselouicz - CRP-08/14150

Patricia Schwertner Cinti CRP-08/14275

Rafael Paulo Tartas CRP-08/14276

Herica Withoeft CRP-08/14277

Ana Magnes L. Perondi Ropelato CRP-08/14278

inscrição por transferência

contato 31

É com pesar, que o CRP-08 informa o falecimento dos

psicólogos abaixo:

- Roseli Terezinha Schelbauer - CRP-08/03342- Sergio Chaves Silveira da Mota Filho - CRP-08/07464

Cancelados ex-oficio pela não entrega do diploma: Nota de Falecimento