875
MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES SECRETARIA DE PLANEJAMENTO DIPLOMÁTICO Balanço de Política Externa 2003-2010

Balanço de PEx - 2003-2010 (Completo)

  • Upload
    debydcs

  • View
    154

  • Download
    60

Embed Size (px)

Citation preview

MINISTRIO DAS RELAES EXTERIORES SECRETARIA DE PLANEJAMENTO DIPLOMTICO

Balano de Poltica Externa

2003-2010

BALANO DE POLTICA EXTERNA 2003-2010 a) Amrica do Sul Unio de Naes Sul-Americanas (UNASUL). Mercado Comum do Sul (MERCOSUL). Integrao sul-americana. OTCA. Grupo do Rio. Relaes com pases sul-americanos (eixos temticos): fluxos de comrcio e investimento, sade, educao, formao profissional, agricultura, pesca e aqicultura, energia, cincia, tecnologia e inovao, cooperao esportiva, transportes, infra-estrutura, defesa) b) Amrica Central e Caribe Cpula da Amrica Latina e do Caribe sobre Integrao e Desenvolvimento (CALC), Comunidade dos Estados Latino-americanos e Caribenhos, Cpula Brasil-CARICOM. Relaes com a Amrica Central e o Caribe (eixos temticos): fluxos de comrcio e investimento, sade, educao, formao profissional, agricultura, pesca e aqicultura, energia, cincia, tecnologia e inovao, cooperao esportiva, transportes, infra-estrutura, defesa) c) Amrica do Norte OEA. Cpula das Amricas. Relaes com a Amrica do Norte (eixos temticos): fluxos de comrcio e investimento, sade, educao, formao profissional, agricultura, pesca e aqicultura, energia, cincia, tecnologia e inovao, cooperao esportiva, transportes, infra-estrutura, defesa) d) frica Cpula Amrica do Sul-frica. CPLP. Unio Africana. Relaes com a frica (eixos temticos): fluxos de comrcio e investimento, sade, educao, formao profissional, agricultura, pesca e aqicultura, energia, cincia, tecnologia e inovao, cooperao esportiva, transportes, infraestrutura, defesa) e) Europa Cpula Amrica Latina, Caribe e Unio Europia. Cpula Ibero-americana. Cpula Brasil-UE. Relaes com a Europa (eixos temticos): fluxos de comrcio e investimento, sade, educao, formao profissional, agricultura, pesca e aqicultura, energia, cincia, tecnologia e inovao, cooperao esportiva, transportes, infra-estrutura, defesa) f) Oriente Mdio Cpula Amrica do Sul-Pases rabes. Processo de paz no Oriente Mdio. Relaes com o Oriente Mdio (eixos temticos): fluxos de comrcio e investimento, sade, educao, formao profissional, agricultura, pesca e aqicultura, energia, cincia, tecnologia e inovao, cooperao esportiva, transportes, infra-estrutura, defesa) g) sia e Oceania Frum de Cooperao Amrica Latina-sia do Leste (FOCALAL). Relaes com a sia e Oceania (eixos temticos): fluxos de comrcio e investimento, sade, educao, formao profissional, agricultura, pesca e

aqicultura, energia, cincia, tecnologia e inovao, cooperao esportiva, transportes, infra-estrutura, defesa) h) Reforma da Governana Global Reforma das Naes Unidas, do Conselho de Segurana, das Instituies de Bretton Woods (Banco Mundial, FMI), G-20, G-4, BRICs, Frum IBAS. i) Temas Multilaterais Operaes de paz, desarmamento, biocombustveis, petrleo e gs natural, energia nuclear, mudana do clima, biodiversidade, florestas, mar, Antrtida, espao, direitos humanos; temas sociais, combate aos ilcitos transnacionais, metas do milnio, sociedade da informao, Aliana de Civilizaes. j) Negociaes Comerciais Rodada Doha da Organizao Mundial do Comrcio (OMC), G-20 Comercial, ALCA. k) Negociaes extra-regionais do Mercosul Mercosul-UE, Mercosul-CCG, Mercosul-ASEAN, Mercosul-SACU, Mercosul-SACU-ndia, Mercosul-Israel, Mercosul-ndia, MercosulTurquia, Mercosul-Jordnia, Mercosul-Egito). l) Comunidades Brasileiras no Exterior Assistncia consular, apoio s comunidades brasileiras no exterior, cooperao em polticas migratrias, expanso da rede consular m) Cooperao Internacional Cooperao bilateral prestada, cooperao bilateral recebida, cooperao triangular prestada, cooperao multilateral recebida. Cooperao esportiva. n) Segurana alimentar e assistncia humanitria FAO. PMA. FIDA. Desenvolvimento rural. Segurana alimentar e nutricional. Assistncia humanitria internacional. o) Promoo Comercial Programa de Substituio Competitiva de Importaes, Misses comerciais, Feiras, Captao de investimentos p) Promoo Cultural Eventos culturais no exterior, promoo e difuso da lngua portuguesa; divulgao da imagem do Brasil; promoo do audiovisual; cooperao educacional; UNESCO

Eixo IV INSERO NO CENRIO MUNDIAL E SOBERANIA TEMA Poltica Externa

1) Amrica do Sul, Central e Caribe.

2) Amrica do Norte, Europa, frica, Oriente Mdio, sia e Oceania.

3) Governana Global e Temas Multilaterais.

4) Negociaes Comerciais

5) Comunidades Brasileiras no Exterior

6) Cooperao Internacional, Segurana Alimentar e Assistncia Humanitria

7) Promoo Comercial e Promoo Cultural

1

1) Introduo Breve caracterizao da situao no incio do mandato A poltica externa do Governo anterior ressentiu-se da falta de plena participao do Congresso Nacional e da sociedade civil em sua formulao. A diplomacia apresentava forte componente retrico, baseado na enunciao de parcerias pouco conclusivas. Na rea econmico-comercial, a atuao brasileira esteve pautada no pressuposto de que o aumento das exportaes apontado como a maior prioridade da agenda comercial deveria ser perseguido, sobretudo, pela negociao de acordos de livre comrcio. O MRE ocupava-se pouco de questes financeiras, mantendo-se margem das deliberaes internacionais nessa rea, cuja relevncia poltica, econmica e comercial notria. No que se refere ao processo de conformao da ALCA, o calendrio negociador aceito pelo Governo anterior evidenciou-se inadequado, se considerados a amplitude das reas em negociao e o universo dos interesses das comunidades empresarial e sindical. A data-limite de 15 de fevereiro de 2003, fixada para a apresentao das ofertas para as negociaes sobre acesso a mercados, no permitia ao Governo avaliar, de forma transparente e democrtica, as implicaes da ALCA sobre a nova estratgia de desenvolvimento econmico e social do Brasil. Nos planos multilateral e regional, o aumento das reunies e conferncias levou o MRE a engajar-se em diversas frentes negociadoras, que resultaram numa diluio de esforos. Com relao Amrica do Sul, adotou-se comportamento tmido e espasmdico, alm de distanciamento em relao a problemas comuns. Assistiu-se desagregao do Mercosul, atribuda crise na Argentina e suas implicaes cambiais, sem que se buscasse privilegiar novas formas de polticas estruturais, em base permanente, que resultasse em aprofundamento efetivo da integrao do bloco. O Brasil limitou-se a procurar a eliminao de restries comerciais recprocas e o desenvolvimento de aes que ajudassem na recuperao argentina. A atuao discreta e pouco incisiva do Brasil refletiu-se, tambm, de modo contundente nas relaes com os EUA. Tampouco se realizou o potencial de cooperao com os grandes Estados da sia, como a China e a ndia. A ao poltica do Brasil na frica, em especial na frica portuguesa, foi marcada, nos anos 1990, pela desacelerao dos contatos econmicos, comerciais e polticos. Na rea consular, no foram mobilizados recursos e meios adequados para prestar assistncia aos emigrantes brasileiros. O descompasso entre a estrutura administrativa do Ministrio das Relaes Exteriores e as exigncias da dinmica realidade internacional contribuiu para uma atuao externa menos ativa. Alm da degradao do patrimnio fsico do Ministrio, no Brasil e no exterior, verificaramse grave desmobilizao e desencanto dos funcionrios das carreiras do Servio Exterior, em razo de sua insuficiente participao na formulao da poltica externa e da ausncia de estmulo ao debate de idias. Enfim, a multiplicao de desafios poltica externa, em razo da diversificao, seja de atores, seja de temas, seja de reunies internacionais, exigia urgente correo de rumo.

2

Desafios do mandato e compromissos assumidos Programa de Governo 2002 - A poltica externa ser um meio fundamental para que o Governo implante um projeto de desenvolvimento nacional alternativo, procurando superar a vulnerabilidade do pas, diante da instabilidade dos mercados financeiros globais. A poltica externa ser indispensvel para garantir a presena soberana do Brasil no mundo; - O Brasil dever propor um pacto regional de integrao, especialmente na Amrica do Sul. Estaremos abertos a um relacionamento especial com todos os pases da Amrica Latina. necessrio revigorar o Mercosul, transformando-o em zona de convergncia de polticas industriais, agrcolas, comerciais, cientficas, tecnolgicas e educacionais; - O Governo brasileiro no assinar a ALCA, se persistirem as medidas protecionistas extra-alfandegrias, impostas h muitos anos pelos Estados Unidos. A persistirem essas condies, a ALCA no ser um acordo de livrecomrcio, mas um processo de anexao econmica do continente, com gravssimas conseqncias para as estruturas produtivas de nossos pases, especialmente para o Brasil. - Nosso Governo conduzir a aproximao com pases de importncia regional, como frica do Sul, ndia, China e Rssia. Trata-se de construir slidas relaes bilaterais e articular esforos para democratizar as relaes internacionais e os organismos multilaterais, como a ONU, o FMI, a OMC e o Banco Mundial. - O Brasil, como segundo pas com maior populao negra do mundo, dever voltar-se para a frica, explorando os laos tnicos e culturais existentes e construindo relaes econmicas e comerciais. - O Brasil buscar estabelecer relaes econmicas, polticas e culturais com todo o mundo. Programa de Governo 2006 - Afirmar a presena soberana do Brasil no mundo. - Contribuir para a reforma das Naes Unidas e ampliao de seu Conselho de Segurana, onde o Brasil reivindica um assento permanente. - Manter iniciativas em favor de uma ordem econmica, financeira e comercial mais justa que beneficie pases em desenvolvimento e reduza as assimetrias mundiais. - Empenho na luta contra a fome e pela paz. - Relacionamento entre as naes baseado nos princpios de respeito soberania nacional, no-agresso e no-ingerncia nos assuntos internos de outros estados. - Prioridade ao processo de integrao sul-americana o Mercosul e a Comunidade Sul-americana de Naes. - Fortalecer as relaes Sul-Sul, dando nfase particular s relaes com os pases do continente africano, ao mesmo tempo em que se buscar ampliar o acesso aos grandes mercados europeu, norte-americano e asitico - Manter com os pases desenvolvidos um relacionamento positivo e soberano. Ao longo mandato - O Mercosul deve ir alm da questo comercial, promovendo integrao social, cultural e poltica de toda a Amrica do Sul. - Negociar uma zona de livre comrcio entre o Mercosul e a Comunidade Andina. 3

- Criar o Parlamento do Mercosul - Promover encontro de lderes da Amrica do Sul e pases rabes em 2004 - Pagar a dvida com a ONU. - Realizar visita, todo ano, a um conjunto de pases aficanos. - Propor encontro Mercosul Comunidade Africana - Concluir ponte sobre o rio Tacutu Roraima/Suriname - Compor Conselho Sul-Americano de Defesa - No renovar o acordo com o FMI

4

3) Marcos legais estruturantes VIDE RELAO EM ANEXO

5) Gesto e participao social Ao longo dos anos, o Itamaraty tem aperfeioado o dilogo e a coordenao com outros setores da Administrao Pblica e com a sociedade civil. O Itamaraty desempenha duas tarefas primordiais: a formulao e a execuo da poltica externa. O processo de formulao da poltica externa compreende, de um lado, a interpretao e a avaliao da realidade internacional e, de outro, a identificao do interesse nacional. Compete ao Itamaraty a tarefa de informar a sociedade civil sobre a realidade internacional e buscar harmonizar posies entre os grupos sociais e as instncias governamentais sobre temas da pauta diplomtica. A complexidade dos temas exige a articulao do Itamaraty com os demais Ministrios e rgos do Governo e com a sociedade civil, a fim de que o trabalho diplomtico reflita o interesse nacional. A rede de contatos do Itamaraty das mais extensas da Administrao Pblica. O Ministrio mantm coordenao com uma srie de rgos pblicos, alm de cooperar com interlocutores diversos, como empresrios, ONGs, parlamentares e autoridades estaduais e municipais. A Assessoria Especial de Assuntos Federativos e Parlamentares (AFEPA) promove a articulao entre o Ministrio das Relaes Exteriores e o Congresso Nacional, providenciando o atendimento s consultas e aos requerimentos formulados pelos parlamentares e acompanhando o andamento dos atos internacionais em tramitao no Congresso Nacional. No mbito dos assuntos federativos, compete AFEPA promover a articulao entre o Ministrio e os Governos estaduais e municipais, e as Assemblias estaduais e municipais, com o objetivo de assessor-los em suas iniciativas externas, providenciando o atendimento s consultas formuladas. Em sua interlocuo com os Estados e Municpios, a AFEPA auxiliada pelos Escritrios de Representao do Itamaraty, localizados em diversos Estados brasileiros, aos quais compete coordenar e apoiar, junto s autoridades locais de suas respectivas reas de jurisdio, as aes desenvolvidas pelo Ministrio. Na rea consular, registre-se que o Presidente Luiz Incio Lula da Silva assinou, em 15 de junho de 2010, o Decreto n 7.214, que, entre outras medidas, instituiu as Conferncias Brasileiros no Mundo (CBM) e criou o Conselho de Representantes de Brasileiros no Exterior (CRBE). O Decreto ampliou o conjunto de aes que o Itamaraty j desenvolve para aprimorar o atendimento consular e o apoio aos cerca de 3 milhes de brasileiros no exterior. O CRBE ser composto por 16 emigrados e ter por objetivo colher as demandas dos brasileiros no exterior e colaborar com o MRE para o seu atendimento. As Conferncias

5

Brasileiros no Mundo, realizadas em 2008 e 2009 pelo Itamaraty, tornaram -se evento regular anual. Documentos de referncia Discurso do Presidente Luiz Incio Lula da Silva na Abertura da 58 Assemblia Geral da ONU, Nova York, 23/09/2003 http://www.itamaraty.gov.br/sala-de-imprensa/discursos-artigos-entrevistas-eoutras-comunicacoes/presidente-da-republica-federativa-do-brasil/discurso-dopresidente-luiz-inacio-lula-dasilva/?searchterm=discurso%20do%20presidente%20lula%20assemblia%20geral Discurso do Presidente da Repblica, Luiz Incio Lula da Silva, na 59 Assemblia-Geral da ONU Nova York, 21/09/ 2004 http://www.itamaraty.gov.br/sala-de-imprensa/discursos-artigos-entrevistas-eoutras-comunicacoes/presidente-da-republica-federativa-dobrasil/0854945908486-discurso-do-presidente-da-republica-luizinacio/?searchterm=discurso%20do%20presidente%20lula%20assemblia%20ger al Discurso do Ministro de Estado das Relaes Exteriores, Embaixador Celso Amorim, na abertura do debate geral da 60a Sesso da Assemblia Geral das Naes Unidas - Nova York, 17 de setembro de 2005 http://www.itamaraty.gov.br/sala-de-imprensa/notas-aimprensa/2005/09/17/discurso-do-ministro-de-estado-dasrelacoes/?searchterm=discurso%20celso%20amorim%20naes%20unidas%202 005 Discurso do Presidente da Repblica, Luiz Incio Lula da Silva, na abertura do debate geral da LXI Assemblia Geral das Naes Unidas - Nova York, 19/09/2006 http://www.itamaraty.gov.br/sala-de-imprensa/discursos-artigos-entrevistas-eoutras-comunicacoes/presidente-da-republica-federativa-do-brasil/923584737483discurso-do-presidente-da-republica-luizinacio/?searchterm=discurso%20do%20presidente%20lula%20assemblia%20ger al Discurso do Presidente da Repblica, Luiz Incio Lula da Silva, na abertura do Debate-Geral da 62 Assemblia-Geral das Naes Unidas - Nova York, 25/09/2007 http://www.itamaraty.gov.br/sala-de-imprensa/discursos-artigos-entrevistas-eoutras-comunicacoes/presidente-da-republica-federativa-do-brasil/448077328894discurso-do-presidente-da-republica-luizinacio/?searchterm=discurso%20do%20presidente%20lula%20assemblia%20ger al

6

Discurso do Presidente da Repblica, Luiz Incio Lula da Silva, na abertura do debate geral da 63 Assemblia Geral das Naes Unidas - Nova Iorque, EUA, 23/09/2008 http://www.itamaraty.gov.br/sala-de-imprensa/discursos-artigos-entrevistas-eoutras-comunicacoes/presidente-da-republica-federativa-dobrasil/0744638582379-discurso-do-presidente-da-republica-luizinacio/?searchterm=discurso%20do%20presidente%20lula%20assemblia%20ger al Discurso do Presidente da Repblica, Luiz Incio Lula da Silva, na abertura do Debate Geral da 64 Assemblia Geral das Naes Unidas, Nova York, 23/9/2009 http://www.itamaraty.gov.br/videos/discurso-do-presidente-lula-naonu/?searchterm=discurso%20do%20presidente%20lula%20assemblia%20geral Discurso do Ministro Celso Amorim na abertura do Debate Geral da 65 Sesso da Assembleia Geral das Naes Unidas, Nova York, 23/9/2010 http://www.itamaraty.gov.br/sala-de-imprensa/notas-a-imprensa/discurso-doministro-celso-amorim-na-abertura-do-debate-geral-da-65a-sessao-assembleiageral-das-nacoes-unidas-2013-nova-york-23-de-setembro-de-2010 "A poltica externa do governo Lula: dois anos" - Artigo do Ministro das Relaes Exteriores, Embaixador Celso Amorim, publicado na Revista Plenarium http://www.itamaraty.gov.br/sala-de-imprensa/discursos-artigos-entrevistas-eoutras-comunicacoes/embaixador-celso-luiz-nunes-amorim/a-politica-externa-dogoverno-lula-dois-anos Artigo do Ministro das Relaes Exteriores, Embaixador Celso Amorim, intitulado "Balano de cinco anos de poltica externa", publicado no jornal Folha de So Paulo - Braslia - DF , 30/12/2007 http://www.itamaraty.gov.br/sala-de-imprensa/discursos-artigos-entrevistas-eoutras-comunicacoes/embaixador-celso-luiz-nunes-amorim/880981751736-artigodo-ministro-das-relacoes-exteriores Palestra do Ministro das Relaes Exteriores do Brasil, Embaixador Celso Amorim, como convidado de honra do Seminrio Diplomtico do Ministrio dos Negcios Estrangeiros de Portugal . Lisboa, 05/01/2009 http://www.itamaraty.gov.br/sala-de-imprensa/discursos-artigos-entrevistas-eoutras-comunicacoes/embaixador-celso-luiz-nunes-amorim/palestra-do-ministrodas-relacoes-exteriores-do Discurso do Ministro das Relaes Exteriores, Embaixador Celso Amorim, na sesso de encerramento da Reunio de Chefes de Posto do Itamaraty http://www.itamaraty.gov.br/sala-de-imprensa/discursos-artigos-entrevistas-eoutras-comunicacoes/embaixador-celso-luiz-nunes-amorim/673245867282discurso-do-ministro-das-relacoes-exteriores 7

"Le Brsil et le nouvel ordre mondial", interveno realizada pelo Ministro das Relaes Exteriores, Embaixador Celso Amorim, durante debate no Instituto Francs de Relaes Internacionais (IFRI) - Paris , 24/06/2009 http://www.itamaraty.gov.br/sala-de-imprensa/discursos-artigos-entrevistas-eoutras-comunicacoes/embaixador-celso-luiz-nunes-amorim/le-bresil-et-le-nouvelordre-mondial-intervencao Palestra do Ministro Celso Amorim no "Ciclo de Palestras" na Secretaria de Assuntos Estratgicos da Presidncia da Repblica (SAE-PR) - Braslia , 25/02/2010 http://www.itamaraty.gov.br/sala-de-imprensa/discursos-artigos-entrevistas-eoutras-comunicacoes/embaixador-celso-luiz-nunes-amorim/palestra-do-ministrocelso-amorim-no-ciclo-de Artigo do Secretrio-Geral das Relaes Exteriores, Embaixador Antonio de Aguiar Patriota, intitulado O Brasil no incio do sculo XXI: uma potncia emergente voltada para a paz, publicado na revista Poltica Externa, Vol. 19, N 1, jun/jul/ago 2010. I, II, III e IV Conferncias Nacionais de Poltica Externa e Poltica Internacional: Rio de Janeiro. CNPEPI: 2006-2009. Fundao Alexandre de Gusmo

8

Item a) Amrica do Sul. Unio de Naes Sul-Americanas (UNASUL). Extenso mxima. Quatro laudas. Introduo:

No perodo de 2003 a 2010, o Brasil buscou dinamizar o processo iniciado com a I Reunio de Presidentes da Amrica do Sul (Braslia, 01/09/2000) e a criao da Iniciativa para a Integrao da Infra-Estrutura Regional Sul-Americana (IIRSA). A construo da integrao sul-americana nesse perodo vem contando com a liderana brasileira. A UNASUL o principal resultado desse processo. A UNASUL enfrenta alguns desafios a curto e mdio prazo. Dois anos e quatro meses aps sua assinatura, o Tratado Constitutivo no est em vigor (ainda faltam ratificaes por mais trs membros). No Brasil, aguarda a apreciao da Cmara de Deputados desde setembro de 2009. A ratificao do Tratado Constitutivo essencial para a plena adeso do Brasil s diversas iniciativas conjuntas que j vm sendo acordadas no mbito da UNASUL. Resta saber, igualmente, como ser estruturada a Secretaria-Geral, provisoriamente instalada em Buenos Aires (o tratado prev que a sede ser em Quito), e se ela ter condies de cumprir as funes previstas no Tratado Constitutivo. Finalmente, ainda em 2010, deve ocorrer a transmisso da Presidncia Pro Tempore do Equador para a Guiana, pas com escassos recursos humanos e materiais. preciso apoiar a Presidncia guianense a fim de garantir a consolidao institucional da Unio e preservar a coerncia do processo de integrao.

2.1 Descrio O que a UNASUL: A UNASUL uma organizao internacional (como o Tratado ainda no est em vigor, a organizao ainda no tem personalidade jurdica) cujo objetivo promover a integrao regional, com base na convergncia de interesses em torno da consolidao de uma identidade prpria e do desenvolvimento econmico e social da regio. A estrutura institucional da UNASUL est dividida em dois nveis: os rgos centrais, responsveis pela orientao poltica geral e a superviso do processo de integrao (Conselho de Chefes de Estado e de Governo, Conselho de Ministros das Relaes Exteriores, Conselho de Delegados e Secretaria-Geral), e os Conselhos Ministeriais Setoriais: Conselho Energtico, Conselho de Sade, Conselho de Defesa, Conselho de Desenvolvimento Social, Conselho sobre o Problema Mundial das Drogas, Conselho de Infra-Estrutura e Planejamento e Conselho de Educao, Cultura, Cincia e Tecnologia. A UNASUL ainda conta com uma Presidncia Pro Tempore rotativa, que alterna a cada ano, seguindo a

9

ordem alfabtica dos nomes dos pases membros. O Equador exerce a PPT desde 10/08/09. A Guiana dever assumir a Presidncia de turno ainda em 2010. Objetivos: Os objetivos especficos da UNASUL, segundo o Tratado Constitutivo (art. 3), so, entre outros: - o fortalecimento do dilogo poltico entre os Estados Membros que assegure um espao de concertao para reforar a integrao sul-americana e a participao da UNASUL no cenrio internacional; - o desenvolvimento social e humano com eqidade e incluso para erradicar a pobreza, superar as desigualdades na regio e avanar no acesso universal educao, seguridade social e aos servios de sade; - o desenvolvimento de uma infra-estrutura para a interconexo da regio; - a integrao energtica, bem como a industrial e produtiva; - o intercmbio de informao e de experincias em matria de defesa; - a cooperao setorial como um mecanismo de aprofundamento da integrao sul-americana, mediante o intercmbio de informao, experincias e capacitao. Data de inicio: Declarao que cria a UNASUL: 16/04/2007, em Ilha Margarita (Venezuela). Instrumento legal que a instituiu: Tratado Constitutivo da UNASUL, assinado em Braslia, no dia 23 de maio de 2008. Seis pases (Argentina, Bolvia, Equador, Guiana, Peru e Venezuela) j ratificaram o tratado. O Tratado entrar em vigor trinta dias aps a data de recepo do nono instrumento de ratificao. Descrever - Participao e controle social na UNASUL: A participao cidad um dos princpios que regem a integrao Sul-Americana e consta do artigo 18 do Tratado Constitutivo da UNASUL, que estabelece a necessidade de observncia interao ampla, democrtica, transparente, pluralista, diversa e independente com os diversos atores sociais, estabelecendo canais efetivos de informao, consulta e seguimento nas diferentes instncias da UNASUL.

- Participao de outros Ministrios, rgos Pblicos e Estados da Federao): Diversos Ministrios, como os de Minas e Energia, Sade, Defesa, Planejamento, Oramento e Gesto, Desenvolvimento Social e Combate Fome,

10

Educao, Cultura, Cincia e Tecnologia e Fazenda, e rgos, como a SENAD, participam dos Conselhos setoriais ou Grupos de Trabalho da UNASUL.

2.1.1 Porque foi criada a UNASUL, qual a distino em relao a polticas existentes A integrao sul-americana um objetivo estratgico da poltica externa brasileira, pois o adensamento das relaes polticas e econmicas entre os pases sul-americanos contribuir, entre outros resultados, para o desenvolvimento scio-econmico da Amrica do Sul e a preservao da paz na regio; o desenvolvimento do mercado interno sul-americano e o aumento da competitividade dos pases no mercado internacional; e o fortalecimento da capacidade de atuao do Brasil em outros foros internacionais. Por um lado, considerou-se que a integrao no poderia ficar restrita ao MERCOSUL, tanto por sua abrangncia geogrfica limitada Bacia do Prata, como por seu carter principalmente comercial. Por outro lado, a integrao latinoamericana e caribenha, embora importante, foi percebida, pelo grande nmero de pases envolvidos, como mais complexa e, portanto, com objetivos necessariamente mais modestos. Preferiu-se priorizar a regio sul-americana, entendida como o entorno geogrfico imediato ao territrio brasileiro, em que a coordenao poltica e projetos concretos de integrao eram mais viveis. Para realizar os objetivos da integrao sul-americana, que vo alm da simples concertao poltica presente em outros fruns regionais, era necessria a formao de uma organizao internacional regional, dotada de personalidade jurdica e slida estrutura institucional. 2.1.2 Descrio dos resultados alcanados - A UNASUL foi criada com base nos avanos da Comunidade Sul-Americana de Naes (CASA)., por ocasio da I Cpula Energtica da Amrica do Sul (Isla Marguerita, 16/04/2007). A assinatura do Tratado Constitutivo da UNASUL (Braslia, 23/05/2008) representou o compromisso poltico de todos os pases sulamericanos com um processo de integrao mais denso. -A eleio do primeiro Secretrio-Geral, em maio de 2010, foi um passo importante na consolidao institucional da UNASUL. O SG-UNASUL teve um importante papel na mediao da crise entre Colmbia e Venezuela entre os meses de julho e agosto de 2010. - Soluo de controvrsias e tenses na regio, como a crise institucional na Bolvia, em 2008; a reao ao uso de bases militares colombianas pelos EUA; e a crise entre Colmbia e Venezuela, em julho de 2010. Neste ltimo caso, na Declarao de Princpios assinada pelos Presidentes Santos e Chvez, ficou

11

estabelecido que o Mecanismo de Cooperao, coordenado pelos chanceleres de ambos os pases, para desenhar uma estratgia conjunta acerca da problemtica de fronteira, em seus aspectos social, econmico e de segurana, ser acompanha pela Secretaria-Geral da UNASUL. - Criao de diversos conselhos setoriais: a) Energia; b) Sade; c) Defesa; d) Infra-estrutura e Planejamento; e) Desenvolvimento Social; f) Problema Mundial das Drogas e e) Educao, Cultura, Cincia, Tecnologia e Inovao. Todos eles j tm estatutos aprovados e a grande maioria j conta com planos de ao, para direcionar sua atuao. H tambm trs Grupos de Trabalho: Integrao Financeira; Soluo de Controvrsias em Matria de Investimentos; e Resposta a Emergncias. Realizaram-se ainda, em 2010, reunies dos Presidentes de Poderes Legislativos e dos Poderes Judicirios da UNASUL. - Aprovao da Declarao de solidariedade com o Haiti (Deciso de Quito, de 9/2/10) que estabeleceu um Fundo UNASUL-Haiti no valor de US$ 100 milhes (a contribuio brasileira corresponde a 40% desse valor). Para a aplicao desses recursos foi aprovado um Plano de Ao (17/03/10) e instalada uma Secretaria Tcnica (31/08/10) da UNASUL, em Porto Prncipe. - No Conselho de Defesa Sul-Americano (CDS): aprovao na II Reunio Ministerial (Guayaquil, 07/05/10) das medidas de fomento da confiana e da segurana, juntamente com seus procedimentos, e do estatuto do Centro de Estudos Estratgicos em Defesa (CEED-CDS). - No Conselho de Sade Sul-Americano (CSS): aprovao do Plano Qinqenal, contendo objetivos estratgicos, resultados esperados e atividades planejadas em cinco eixos de trabalho; realizao da Mesa de Colaboradores para a busca de financiamento do Plano; implementao, no mbito do eixo de gesto de recursos humanos, de propostas de criao do Instituto Sul-Americano de Governo em Sade (ISAGS), a ser sediado no Rio de Janeiro, e do Programa de Bolsas UNASUL-Sade, ambos financiados pelo governo brasileiro.

12

Item a) Amrica do Sul. Mercado Comum do Sul (MERCOSUL). Introduo: Nos anos 1970, com o encaminhamento positivo de diferenas histricas quanto ao aproveitamento dos recursos hdricos da Bacia do Prata, os dois maiores pases sul-americanos passaram a promover a cooperao como princpio norteador de suas relaes bilaterais. A aproximao culminou em 30/11/85, quando os Presidentes Jos Sarney e Raul Afonsn assinaram a Declarao de Iguau, em contexto histrico marcado pela redemocratizao dos dois pases. A Declarao logo ganhou, em 29/07/86, instrumento por meio do qual viria a se materializar e aprofundar: a Ata para a Integrao Argentino-Brasileira, no qual ambos se comprometeram a cumprir o Programa de Integrao e Cooperao Econmica (PICE), que estabeleceu protocolos voltados para a integrao de setores produtivos especficos. O aumento do intercmbio comercial entre Brasil e Argentina impulsionou a assinatura do Tratado de Integrao, Cooperao e Desenvolvimento, em 29/11/88, no qual se estabeleceu prazo de dez anos para a formao de um espao econmico comum, mediante a eliminao de barreiras tarifrias e no-tarifrias e a elaborao de polticas conjuntas. Com a assinatura da Ata de Buenos Aires, em 06/07/90, os Presidentes Fernando Collor de Mello e Carlos Sal Menem alteraram a metodologia de trabalho para a criao de um mercado comum. Em primeiro lugar, foi fixada a data de 31/12/94 como prazo para a constituio de um mercado comum entre Brasil e Argentina. Em segundo lugar, em vez de acordos setoriais, privilegiou-se a reduo linear de tarifas aduaneiras e de barreiras no-tarifrias. Ao esforo de integrao empreendido por Argentina e Brasil uniram-se o Paraguai e o Uruguai. Juntos, os quatro pases formularam o projeto de criao do Mercado Comum do Sul, o Mercosul, criado pelo Tratado de Assuno, em 26/03/91. Naquela data, Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai acordaram levantar barreiras aos seus mercados nacionais, com base na premissa de que a integrao constitui condio fundamental para impulsionar o processo de desenvolvimento econmico e social de seus povos. 2.1 Descrio O que o MERCOSUL: O Mercosul constitui uma zona de livre comrcio e uma unio aduaneira em fase de consolidao, com matizes de mercado comum. Objetivos: O Mercosul visa formao de um mercado comum entre seus Estados Partes. De acordo com o Artigo 1 do Tratado de Assuno, a criao de um mercado comum implica: a livre circulao de bens, servios e fatores de produo entre os

13

pases do bloco; o estabelecimento de uma tarifa externa comum e a adoo de uma poltica comercial conjunta em relao a terceiros Estados ou agrupamentos de Estados e a coordenao de posies em foros econmico-comerciais regionais e internacionais; a coordenao de polticas macroeconmicas e setoriais entre os Estados Partes; o compromisso dos Estados Partes de harmonizar suas legislaes nas reas pertinentes, a fim de fortalecer o processo de integrao. Para a criao de um mercado comum, o Tratado de Assuno previu o estabelecimento de programa de liberao comercial, com vistas aplicao de tarifa zero no comrcio intrazona para a totalidade do universo tarifrio e a implementao de uma tarifa externa comum. Reconheceu, ainda, a necessidade de que Paraguai e Uruguai cumprissem com o programa de liberao comercial de forma diferenciada. Em observncia aos princpios do gradualismo e da flexibilidade, os quatro scios consideraram importante que a desgravao tarifria ocorresse em velocidade menos intensa para as economias menores do agrupamento. Nesse sentido, deve-se incluir entre os objetivos do Mercosul a reduo das assimetrias entre os scios. O Mercosul caracteriza-se pelo regionalismo aberto, o que significa dizer que no somente visa aumentar o comrcio intrazona, mas tambm estimular o intercmbio comercial com terceiros pases. So Estados Associados do Mercosul a Bolvia (desde 1996), o Chile (desde 1996), o Peru (desde 2003), a Colmbia e o Equador (desde 2004). Alm disso, o Tratado de Assuno est aberto, mediante negociao, adeso dos demais Pases Membros da ALADI. Nesse sentido, registre-se que foi assinado, em 4 de julho de 2006, o Protocolo de Adeso da Repblica Bolivariana da Venezuela ao Mercosul. Aguarda-se, apenas, para concluso do processo de adeso da Venezuela ao Mercosul, a aprovao do Congresso paraguaio. Data de inicio: 26 / 03 / 1991 Instrumento legal que o instituiu: Tratado de Assuno Descrever - Participao e controle social no MERCOSUL: A sociedade civil tem participao institucional nos trabalhos do Mercosul por meio do Foro Consultivo Econmico e Social (FCES), rgo criado pelo Protocolo de Ouro Preto com o objetivo de garantir a participao de setores da sociedade civil no processo de integrao. O FCES composto, sobretudo, por representantes dos setores sindical e empresarial. A sociedade civil tem conquistado espaos de participao em diferentes organismos do Mercosul, a partir sobretudo da Cpula Presidencial de Costa do Saupe, em dezembro de 2008, em que foi criada a Comisso de Coordenao de Ministros de Assuntos Sociais do Mercosul (CCMAS), definida a estrutura do Instituto Social do Mercosul (ISM) e definidos

14

Eixos e Diretrizes para a elaborao de um Plano Estratgico de Ao Social do Mercosul (PEAS). No mbito nacional, merece referncia o Conselho Brasileiro do Mercosul Social e Participativo, criado por Decreto presidencial que congrega representantes das mais diversas organizaes da sociedade civil (ONGs, associaes, sindicatos, redes de participao social) e de ministrios envolvidos na rea de Mercosul. O objetivo da iniciativa estabelecer um canal institucional de dilogo do Governo com a sociedade civil sobre temas do Mercosul. O Conselho se rene duas vezes por semestre. - Participao de outros Ministrios, rgos Pblicos e Estados da Federao): O processo de integrao empreendido pelo Mercosul abrange diversos setores, por meio de Comits Tcnicos (CTs), Subgrupos de Trabalho (SGTs), Reunies e Foros Especializados, Reunies e Grupos Ad Hoc e Reunies de Ministros especficas. Compreende, portanto, vasta gama de temas. Nesse sentido, a coordenao intra-bloco exige estreita colaborao do Ministrio das Relaes Exteriores com outros ministrios, autarquias, rgos e agncias, bem como com o setor privado. (vide tabela I, Organograma do Mercosul) A dimenso subnacional tambm est presente no processo de integrao. Diversos municpios e Estados brasileiros participam do Foro Consultivo de Estados Federados, Municpios, Provncias e Departamentos do Mercosul (FCCR), que se reveste de especial importncia por tratar de questes fronteirias do processo de integrao. 2.1.1 Porque foi criado o MERCOSUL, qual a distino em relao a polticas existentes O Mercosul um fator de estabilidade na regio, pois gera uma cadeia de interesses e relaes que aprofunda as ligaes, tanto econmicas quanto polticas, e neutraliza tendncias fragmentao. Polticos, rgos estatais, trabalhadores e empresrios tm no Mercosul um foro de discusso, de mltiplas e complexas facetas, no qual podem ser abordados assuntos de interesse comum. O Mercosul diferencia-se das polticas at ento existentes por ser um projeto de integrao profunda, que busca o desenvolvimento econmico e social dos pases membros.

2.1.2 Descrio dos resultados alcanados pelo MERCOSUL Entre 2003 e o presente, o Mercosul logrou aperfeioar seu arcabouo normativoinstitucional e incrementar o fluxo comercial entre os scios. De 2002-2008, a corrente de comrcio entre o Brasil e os pases do bloco apresentou forte

15

crescimento, passando de US$ 8,9 bilhes, em 2002, a US$ 36,6 bilhes, em 2008. A recente crise econmica mundial teve impacto no comrcio intra-bloco, com a reduo de 27,38% no valor das exportaes brasileiras para a Argentina e de mais de 40% do saldo comercial favorvel ao Brasil na balana com o Paraguai, entre outras. Dados de 2010 indicam, no obstante, a retomada das trocas comerciais em nveis semelhantes, seno ainda maiores, do que os de 2008. De 2009 a 2009, o fluxo de comrcio entre Brasil e Argentina aumentou em cerca de 342%, passando de US$ 7 bilhes (2002) para US$ 24 bilhes (2009). No que se refere ao intercmbio com Paraguai e Uruguai, observa-se crescimento respectivo de 239% e 289% durante o mesmo perodo. Com o Paraguai, a corrente de comrcio passou de US$ 942 milhes para 2,26 bilhes; com o Uruguai, de US$ 897 milhes para US$ 2,6 bilhes. Destaque-se, ainda, que a pauta de exportaes brasileiras para os trs pases constituda majoritariamente de produtos industrializados. O Mercosul ampliou, desde 2003, as possibilidades de comrcio com pases no pertencentes ao bloco. Na Amrica do Sul, foram firmados acordos de livre comrcio (ALC) com o Peru (ACE 58, 2005), e com Colmbia, Equador e Venezuela (ACE 59, 2004) que, somados a outros ALCs j firmados entre as naes do sub-continente, conformou, na prtica, uma rea de Livre Comrcio Sul-Americana. No Caribe, foi firmado acordo com Cuba (ACE 62, 2006), e, fora da regio, o bloco firmou acordos de livre comrcio com Israel (2007) e Egito (2010). No campo normativo-institucional, importantes avanos foram obtidos no perodo observado. Com objetivo de reduzir os custos financeiros nas transaes comerciais, foi desenvolvido o Sistema de Pagamento em Moedas Locais, em operao desde 3 de outubro de 2008, para o comrcio entre os Estados Partes do Mercosul. Mereceram considerao especial, nos ltimos oito anos, mecanismos voltados para a reduo das assimetrias existentes entre os scios. De acordo com esse objetivo, foi constitudo em 2004 o Fundo para a Convergncia Estrutural do Mercosul (FOCEM). Constitudo por contribuies anuais no-reembolsveis dos quatro Estados Partes no valor de US$ 100 milhes (dos quais US$ 70 milhes correspondem ao Brasil), j teve aprovados 34 projetos nas reas de infraestrutura eltrica, habitao, educao, transportes e outras. Paraguai e Uruguai so destinatrios de 80% dos recursos. Na XXXIX Reunio do Conselho do Mercado Comum, realizada em San Juan, Argentina, foram aprovados 9 projetos que alcanam a cifra recorde de US$ 795 milhes, dos quais US$ 650 milhes so financiados com recursos do FOCEM. So grandes projetos de infra-estrutura para o desenvolvimento regional, sobretudo do Paraguai e do Uruguai, que envolvem linhas de transmisso eltrica, rodovias, apoio a pequenas e mdias empresas, reforma de escolas pblicas (Argentina) e saneamento bsico (Brasil). Mediante contribuies voluntrias 16

adicionais do Brasil, foi possvel ampliar substancialmente a capacidade de financiamento do Fundo. Ainda durante a Cpula de San Juan foi aprovada a Deciso CMC 10/10, que define um programa para a eliminao da dupla cobrana da Tarifa Externa Comum (TEC) no comrcio entre os scios. Essa deciso representa importante passo rumo consolidao da Unio Aduaneira. O bloco agora retoma o debate sobre polticas comerciais, particularmente no campo de servios, investimentos e compras governamentais. Na rea social, vale registrar os resultados emanados da Cpula Presidencial da Costa do Saupe, como a criao da Comisso de Coordenao de Ministros de Assuntos Sociais do Mercosul (CCMAS) e do Instituto Social do Mercosul (ISM), com vistas a definir polticas sociais comuns do bloco. A CCMAS constitui foro poltico para a coordenao das diversas Reunies de Ministros da rea social do Mercosul. O Mercosul est desenvolvendo, ainda, o Plano Estratgico de Ao Social (PEAS), que visa a construir um conjunto de metas e objetivos de mdio e longo prazo na rea social em reas como desenvolvimento social, agricultura familiar, meio ambiente, trabalho e emprego, direitos humanos, igualdade de gnero, educao e cultura. Na rea parlamentar, merece destaque a instituio do Parlamento do Mercosul, em dezembro de 2006. Hoje, esto sendo negociados os critrios para a definio dos assentos correspondentes a cada Estado Parte no Parlamento, que possibilitaro a realizao de eleies diretas dos parlamentares do Mercosul.

2.1.3 Caso sejam anexadas tabelas, listar os respectivos ttulos I Organograma do Mercosul

17

Item a) Amrica do Sul. Integrao Sul-americana. Extenso mxima. Quatro laudas. Introduo:

A integrao sul-americana um objetivo estratgico da poltica externa brasileira, que tem no MERCOSUL e na UNASUL seus principais pilares. A Amrica do Sul tem grande potencial para a integrao. A regio potencialmente auto-suficiente em energia, tem as maiores reservas de gua do mundo e uma enorme capacidade de produo agrcola. A regio tambm representa um mercado em expanso, com perspectivas auspiciosas, no conjunto da regio, de crescimento econmico. Alm disso, todos os pases da Amrica do Sul so democracias, com governos constitucionalmente eleitos que colocaram a causa da justia social no centro de seus cenrios polticos. A criao, por iniciativa do governo brasileiro, em 2004, da Comunidade Sul-Americana de Naes (CASA) foi um importante passo para criar mecanismos institucionais que pudessem alavancar a integrao. A assinatura do Tratado Constitutivo da UNASUL (Braslia, 23/05/2008) completou esse processo e representou o compromisso poltico de todos os pases sul-americanos com um processo de integrao mais denso.

2.1 Descrio O que a Integrao Sul-americana: A integrao regional requer tanto vontade e coordenao poltica quanto uma aproximao concreta, em termos econmicos, sociais e dos prprios indivduos. Essa aproximao tem ocorrido entre os pases sul-americanos nos ltimos anos, em vrias vertentes, como infra-estrutura, investimentos, turismo, defesa, comrcio, polticas pblicas e outras. Por um lado, a integrao se d pela iniciativa de setores empresariais e da sociedade civil, sendo reflexo do processo de globalizao. Por outro lado, ela necessita de organizaes intergovernamentais regionais, que estruturem a institucionalidade necessria para a criao de mecanismos de coordenao e o estabelecimento de projetos de cooperao, potencializando seus resultados. Objetivos: O maior vnculo poltico entre os pases sul-americanos, o adensamento das relaes comerciais e de investimentos e a cooperao em diversas reas

18

contribuiro, entre outros resultados, para: o desenvolvimento scio-econmico da Amrica do Sul e a preservao da paz na regio; o desenvolvimento do mercado interno sul-americano e o aumento da competitividade dos pases no mercado internacional; e o fortalecimento da capacidade de atuao do Brasil em outros foros internacionais.

2.1.1 Por que foi lanada a Integrao Sul-americana, qual a distino em relao a polticas existentes

Por um lado, considerou-se que a integrao no poderia ficar restrita ao MERCOSUL, tanto por sua abrangncia geogrfica limitada Bacia do Prata, como por seu carter principalmente comercial. Por outro lado, a integrao latinoamericana e caribenha, embora importante, foi percebida, pelo grande nmero de pases envolvidos, como mais complexa e, portanto, com objetivos necessariamente mais modestos. Preferiu-se priorizar a regio sul-americana, entendida como o entorno geogrfico imediato ao territrio brasileiro, em que a coordenao poltica e projetos concretos de integrao eram mais viveis.

2.1.2 Descrio dos resultados alcanados pela Integrao Sul-americana

- Criao da Comunidade Sul-Americana de Naes (CASA), em dezembro de 2004; - Estabelecimento da Agenda Consensuada (2005-2010) da Iniciativa para a Integrao da Infra-estrutura Regional Sul-Americana (IIRSA), com o encaminhamento de diversos projetos para integrar a infra-estrutura de transporte e comunicao da Amrica do Sul; - Criao da UNASUL e assinatura do Tratado Constitutivo (maio de 2008); - Utilizao da institucionalidade da UNASUL para solucionar controvrsias e tenses na regio, como a crise institucional na Bolvia, em 2008; a reao ao uso de bases militares colombianas pelos EUA; e a tenso entre Colmbia e Venezuela, em julho de 2010;

19

- Criao de diversos conselhos setoriais no mbito da UNASUL: a) Energia; b) Sade; c) Defesa; d) Infra-estrutura e Planejamento; e) Desenvolvimento Social; f) Problema Mundial das Drogas e e) Educao, Cultura, Cincia, Tecnologia e Inovao. Todos eles j tm estatutos aprovados e a grande maioria j conta com planos de ao para direcionar sua atuao; - Eleio do primeiro Secretrio-Geral da UNASUL, Nestor Kirchner, em maio de 2010.

20

Item a) Amrica do Sul. Organizao do Tratado de Cooperao Amaznica. Extenso mxima. Quatro laudas. Introduo: O foro de regional dos pases amaznicos a Organizao do Tratado de Cooperao Amaznica (OTCA), cujas origens remontam ao o Tratado de Cooperao Amaznica (TCA), assinado em 1978 - iniciativa da diplomacia brasileira no sentido de envolver os demais pases amaznicos em um mecanismo de cooperao e coordenao de polticas comuns para a regio. O Tratado entrou em vigor em 1980, aps o depsito do ltimo instrumento de ratificao, feito pelo Governo da Venezuela. A preocupao em defender a soberania do territrio e o manejo dos recursos naturais das ameaas de internacionalizao da Amaznia perpassa o texto do Tratado e se explicita no Art. IV, que estabelece: as partes contratantes proclamam que o uso e o aproveitamento exclusivo dos recursos naturais em seus respectivos territrios so direitos inerentes soberania do Estado, e seu exerccio no sofrer restries exceto as que resultam do Direito Internacional. Com o passar dos anos, a evoluo da temtica ambiental, somada intensificao dos desafios enfrentados na regio amaznica e percepo do insatisfatrio funcionamento institucional do TCA propiciou as bases para que a cooperao amaznica pudesse ser fortalecida por meio de uma Organizao Internacional, dotada de Secretaria Permanente e oramento prprio. Assim, em dezembro de 1998, os pases membros firmaram Protocolo de Emenda ao Tratado de Cooperao Amaznica, que criou a OTCA e, em dezembro de 2002, assinaram, no Palcio do Planalto, o Acordo de Sede entre o Governo brasileiro e a OTCA, que estabeleceu a Secretaria Permanente em Braslia. Vale notar que, at hoje, a OTCA a nica Organizao Internacional sediada no Brasil. Passados oito anos da constituio da Secretaria da OTCA, atualmente a Organizao experimenta processo de relanamento e de fortalecimento que foi impulsionado em novembro de 2009, por ocasio da Cpula dos Presidentes Amaznicos, da qual emanou a Declarao de Manaus. Na oportunidade, os Chefes de Estados decidiram dar O TCA um papel renovado e moderno como frum de cooperao, reconhecendo ser o desenvolvimento sustentvel da Amaznia uma prioridade, por meio de uma administrao integral, participativa, compartilhada e equitativa, como forma de dar uma resposta autnoma e soberana aos desafios ambientais atuais. Com vistas a fortalecer o processo de cooperao e a unidade sulamericana, os Presidentes encarregaram os Ministros das Relaes Exteriores de preparar nova Agenda Estratgica da OTCA, fortalecendo-a institucionalmente. A Agenda Estratgica 2010-2020 deve refletir as prioridades dos pases amaznicos, de acordo com a nova realidade poltica e social da regio. Nesse sentido, vale notar que a Agenda Estratgica da Organizao engloba linhas de ao para um horizonte temporal similar ao do Plano Brasil 2022, conduzido pela Secretaria de

21

Assuntos Estratgicos, de forma a ensejar certa complementaridade entre ambas incitativas. Esto sendo construdas, por meio de reunies entre representantes dos pases membros, Agendas Regionais para cada rea temtica de que trata a OTCA: i) assuntos indgenas; ii) meio ambiente; iii) infraestrutura, turismo, transportes e comunicaes; iv)sade; v) educao, cincia e tecnologia.

2.1 Descrio O que a OTCA O Tratado de Cooperao Amaznica (TCA) foi assinado em 3 de julho de 1978 pela Bolvia, Brasil, Colmbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela com o objetivo de promover aes conjuntas para o desenvolvimento harmnico da Bacia Amaznica. Os Pases Membros assumiram poca o compromisso comum com a preservao do meio ambiente e o uso racional dos recursos naturais da Amaznia. Em 1995, as oito naes decidiram criar a OTCA para fortalecer e implementar os objetivos do Tratado. Trs anos depois, foi firmado em Caracas, em 14 dias de dezembro de 1998, o Protocolo de Emenda ao TCA em que: Reafirmando os princpios e objetivos do Tratado de Cooperao Amaznica, e Considerando a convenincia de aperfeioar e fortalecer, institucionalmente, o processo de cooperao desenvolvido, os pases firmantes do TCA acordaram criar a Organizao do Tratado de Cooperao Amaznica (OTCA), dotada de personalidade jurdica, sendo competente para celebrar acordos com as Partes Contratantes, com Estados noMembros e com outras organizaes internacionais, encarregada de implementar os objetivos previstos no Tratado em conformidade com as resolues emanadas das Reunies de Ministros das Relaes Exteriores e do Conselho de Cooperao Amaznica. Objetivos: Implementar, promover e coordenar aes conjuntas para o desenvolvimento harmnico da Bacia Amaznica. Data de inicio: Em dezembro de 2002 foi assinado, em Braslia, o Acordo Sede entre o Governo brasileiro e a OTCA, que estabeleceu a sua Secretaria Permanente.

22

Instrumento legal que a instituiu: A Organizao do Tratado de Cooperao Amaznica foi criada por intermdio de Protocolo de Emenda ao Tratado de Cooperao Amaznica e aprovado em 14 de dezembro de 1998.

Descrever - Participao e controle social na OTCA: Apesar de no fazer formalmente parte da Comisso Nacional Permanente do Tratado de Cooperao Amaznica, representante da sociedade civil brasileira so sempre chamados a participar das reunies da Comisso, de reunies da OTCA e colaborar na feitura de textos sobre a Amaznia. - Participao de outros Ministrios, rgos Pblicos e Estados da Federao): Por decreto de 8 de novembro de 2002, foi criada a Comisso Nacional Permanente do Tratado de Cooperao Amaznica, constituda de representantes de 13 ministrios. Representantes da sociedade civil podero ser convidados a participar de reunies ou de grupos de trabalho. So Competncias da CNP, entre outras: a) coordenar as atividades pertinentes aplicao, no territrio nacional, das disposies do Tratado; b) estabelecer dilogo com instituies e entidades nacionais cujos objetivos e atividades possam trazer contribuio relevante para as questes de sua competncia; c) assessorar o Ministro de Estado das Relaes Exteriores na tomada de decises relativas formulao de posies brasileiras nas reunies das instncias do Tratado. A Presidncia do CNP exercida pelo Itamaraty. So membros permanentes da CNP: 1. A Casa Civil da Presidncia da Repblica; 2. O Ministrio da Cincia e tecnologia; 3. O Ministrio das Comunicaes; 4. O Ministrio da Defesa; 5. O Ministrio do Desenvolvimento, Industria e Comrcio Exterior; 6. O Ministrio da Educao; 7. O Ministrio da Justia; 8. O Ministrio do Meio Ambiente; 9. O Ministrio do Planejamento, Oramento e Gesto; 10. O Ministrio das Relaes Exteriores; 11. O Ministrio da Sade; 12. O Ministrio dos Transportes; 13. O Ministrio do Turismo.

23

2.1.1 Porque foi criada a OTCA, qual a distino em relao a polticas existentes Com o passar dos anos, a evoluo da temtica ambiental, somada intensificao dos desafios enfrentados na regio amaznica e percepo do insatisfatrio funcionamento institucional do Tratado de Cooperao Amaznica (TCA) propiciou as bases para que a cooperao amaznica pudesse ser fortalecida por meio de organizao internacional, dotada de Secretaria Permanente e oramento prprio. Assim, em dezembro de 1998, foi criada a OTCA que busca a implementar e a coordenar todas as aes dos pases membros no tocante regio amaznica.

2.1.2 Descrio dos resultados alcanados pela OTCA Esto em execuo relevantes programas como o Sistema de Vigilncia Ambiental da Amaznia e o Programa OTCA Biodiversidade, ambos com apoio do BID; e o Programa Regional Amaznia, com financiamento das Agncias de Fomento de Alemanha e Holanda. Outros projetos prioritrios esto sendo elaborados, como o de Gesto de Recursos Hdricos, com financiamento do Fundo Mundial para o Meio Ambiente - GEF (Global Environmental Facility), e o de Monitoramento da Cobertura Florestal, que conta com apoio da Organizao Internacional de Madeiras Tropicais (OIMT), e consiste na capacitao de tcnicos de todos os pases para a implementao dos sistemas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais - INPE de monitoramento de desmatamento, incluindo a transferncia da tecnologia brasileira, como o sistema de informtica denominado TerraAmazon. Item a) Amrica do Sul. Grupo do Rio. Extenso mxima. Quatro laudas.

24

Introduo: O Mecanismo Permanente de Consulta e Concertao Poltica (Grupo do Rio) foi criado em dezembro de 1986, como conseqncia do bem sucedido trabalho poltico e diplomtico dos Grupos de Contadora (Mxico, Colmbia, Venezuela e Panam) e de Apoio (Argentina, Brasil, Peru e Uruguai), em favor da paz na Amrica Central. Ao longo de sua histria, o Grupo do Rio firmou-se como mecanismo regional de dilogo e concertao poltica e interlocutor representativo da Amrica Latina e do Caribe junto a outros pases e grupos de pases. Conta, hoje, com 24 pases membros. Em duas dcadas de existncia, o Grupo do Rio demonstrou utilidade como foro privilegiado de comunicao entre Chefes de Estado e Chanceleres dos pases membros, alm de ter contribudo para o dilogo com outros blocos regionais, como a Unio Europia, com quem o Grupo mantm dilogo institucionalizado. O GRIO tem, entretanto, enfrentado dificuldades para definir os propsitos e meios de sua atuao no atual contexto poltico e econmico latino-americano. Houve gradual esvaziamento de sua agenda e enfraquecimento de sua capacidade de articulao dos interesses regionais. Esse processo reflete, em parte, o fortalecimento de blocos sub-regionais na Amrica do Sul, na Amrica Central e no Caribe. Na Cpula da Unidade (Cancn, 22 e 23/02/10), que congregou a XXI Cpula do Grupo do Rio e a II CALC, decidiu-se criar a Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), com base na fuso do Grupo do Rio e da CALC. Enquanto no se conclua o processo de constituio da entidade, no entanto, sero preservados o Grupo do Rio e a CALC, com seus respectivos mtodos de trabalho, prticas e procedimentos. A Secretaria Pro Tempore do Grupo do Rio est, atualmente, com o Chile.

2.1 Descrio O que o Grupo do Rio um mecanismo de dilogo e concertao poltica dos pases da Amrica Latina e Caribe. No possui uma estrutura permanente, apenas uma Secretaria Pro Tempore, apoiada pela Troika (SPT atual, anterior e seguinte). Objetivos:

25

- coordenar posies acerca de temas relevantes para a regio, como, por exemplo, a estabilidade poltica e a preservao dos valores democrticos e das instituies do Estado de Direito; - servir como um interlocutor da regio com outros pases e grupos de pases, para discutir temas de interesse da Amrica Latina e Caribe, como migraes e cooperao regional. Data de inicio: Dezembro de 1986 Instrumento legal que o instituiu: Declarao do Rio de Janeiro, de 1986 (firmada por Argentina, Brasil, Colmbia, Mxico, Panam, Peru, Uruguai e Venezuela).

2.1.1 Porque foi criada o Grupo do Rio, qual a distino em relao a polticas existentes

O Grupo do Rio foi criado para ser um mecanismo regional de dilogo e concertao poltica, em um contexto histrico especfico de instabilidade poltica e intervenes norte-americanas na Amrica Central. Aps a mudana desse contexto, o Grupo do Rio serviu como foro de discusso sobre temas de interesse da regio e interlocutor junto a pases e blocos extra-regionais.

2.1.2 Descrio dos resultados alcanados pelo Grupo do Rio - Completando quase 25 anos de existncia, o Grupo do Rio auxiliou na mediao de algumas tenses na regio, como a crise entre Colmbia, Equador e Venezuela aps a violao do territrio equatoriano pela Colmbia no ataque a Angostura, em maro de 2008. - Constituiu-se, nas dcadas de 1980 e 90, no principal foro de concertao poltica para discutir temas de interesse da Amrica Latina e do Caribe. - Aprovou inmeras declaraes que fortaleceram a visibilidade internacional e a capacidade de negociao da regio em diversos temas. - No perodo 2003-2010, ocorreram as seguintes Cpulas do Grupo do Rio: -2003 Cusco, Peru XVII Cpula do Grupo do Rio

26

-2004 Rio de Janeiro, Brasil XVIII Cpula do Grupo do Rio -2007 Georgetown, Guiana XIX Cpula do Grupo do Rio -2008 Santo Domingo, Repblica Dominicana XX Cpula do Grupo do Rio -2010 Cancun, Mxico XXI Cpula do Grupo do Rio (conjuntamente com a II Cpula da Amrica Latina e do Caribe (CALC), na Cpula da Unidade)

27

Item a) Amrica do Sul. Relaes com pases sul-americanos. Agricultura. Extenso mxima. Quatro laudas. Introduo: Brasil e Argentina tm buscado construir uma agenda positiva em matria agrcola, por meio da maior coordenao entre as polticas agrcolas dos dois pases e do intercmbio regular de informaes. Nesse sentido, os Ministros da Agricultura dos dois pases acordaram manter encontros bilaterais a cada trs meses. Com o Uruguai, passou-se por um processo de intensificao de trocas comerciais em produtos agropecurios. Foi superada a barreira sanitria ao frango brasileiro, ao passo que as vendas de leite e derivados uruguaios cresceram consideravelmente. O Brasil mantm ampla pauta de cooperao tcnica com Bolvia e Paraguai nas reas da agricultura e pecuria. Chile Houve forte incremento do comrcio em produtos agropecurios nos ltimos anos, com assinatura de acordos em matria sanitria e fitossanitria. Equador O relacionamento bilateral na rea de agricultura cresceu significativamente na ltima dcada, especialmente no tocante execuo de projetos de cooperao tcnica. Peru - Na rea de agricultura, alm de importantes projetos de cooperao, desenvolveu-se intenso dilogo entre instituies dos dois pases, culminando com a assinatura de Memorando de Entendimento entre o Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento (MAPA) e sua contraparte peruana. Os temas relativos a agricultura so parte significativa dos programas bilaterais de cooperao tcnica com Colmbia, Guiana, Suriname e Venezuela. Com a Venezuela, especificamente, a cooperao em agricultura recebeu impulso significativo com a abertura de escritrio da Embrapa em Caracas, em maro de 2008.

2.1 Descrio Objetivos: Argentina: Harmonizao nas reas sanitria e fitossanitria, aprofundamento da cooperao tcnica entre a EMBRAPA e o INTA (Instituto de Tecnologia Agropecurio argentino), incremento do comrcio bilateral de alimentos, estratgia conjunta para incremento das exportaes agropecurias a terceiros mercados. Uruguai: aumento das trocas de produtos agropecurios e superao dos entraves sanitrios. Paraguai Contribuir para o desenvolvimento da da produo agropecuria paraguaia. Bolvia Apoiar a estruturao de instituies de pesquisa e gesto em agropecuria; contribuir para o desenvolvimento da produo agropecuria boliviana. Chile - Liberalizao de importao e exportao de produtos agrcolas e acordos de facilitao de comrcio, habilitao de estabelecimentos e de portos e

28

aeroportos para viabilizar o intercmbio de mercadorias, acordos em matria sanitria e fitossanitria. Equador - Aprofundar a capacitao tcnica dos agricultores equatorianos na produo e processamento de frutas tropicais. Peru - Promover o desenvolvimento de regies rurais empobrecidas e incentivar o comrcio bilateral. - Contribuir para o aumento da produo de alimentos e para a melhoria das tcnicas de produo agrcola nos pases vizinhos. - Executar projetos conjuntos com foco no desenvolvimento da pecuria; do cultivo de gros, caf, cacau e borracha; na agricultura familiar; na produo de sementes de alta qualidade e na capacitao de profissionais para o desenvolvimento da agricultura tropical. - Promover aes, inclusive no mbito de projetos de cooperao tcnica, voltadas ao controle de pragas e doenas vegetais e animais. Instrumentos legais: Protocolo de Intenes para Cooperao Bilateral em Matria Agropecuria entre o Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento do Brasil e o Ministrio de Agricultura, Ganadera y Pesca da Repblica Argentina, assinado em 1/9/2010. Paraguai Acordo de Cooperao Tcnica, de 27/10/1987 Bolvia Acordo Bsico de Cooperao Tcnica, Cientfica e Tecnolgica, de 17/12/1996. Chile: Protocolo de Intenes entre o Governo da Repblica Federativa do Brasil e o Governo da Repblica do Chile Sobre Cooperao Tcnica nas reas de Desenvolvimento Social, Agricultura, Desenvolvimento de Pequenas e Mdias Empresas, Defesa Civil e Habitao Antisssmica. Equador: Ajuste Complementar sobre manejo agronmico e processamento para cultura do cacau; Ajuste Complementar ao Acordo Bsico de Cooperao para a Implementao do Projeto Capacitao Tcnica em Manejo da Produo e Processamento Agroindustrial de Frutas Tropicais no Litoral Equatoriano. Peru: Memorando de Entendimento sobre Cooperao Sanitria e Fitossanitria entre MAPA e Ministrio da Agricultura do Peru; Intercmbio de Experincias e Tecnologias para Melhorar a Qualidade no Processo de Transformao da Castanha (Bertholletia Excelsa) na Regio Fronteiria Peru Brasil; Fortalecimento de capacidades para o melhoramento da produo de ltex de seringueira na Regio Madre de Dios; Intercmbio de Experincias e Tecnologias para Incremento da Produtividade e Gesto Empresarial dos Produtores de Caf na Regio do VRAE Peru; Intercmbio de Experincias e Tecnologias para Incremento da Produtividade e Gesto Empresarial das Associaes Produtores de Cacau (Theobroma cacao) na Regio do VRAE Peru;

29

Transferncia de Mtodos e Instrumentos de Gesto de Projetos de Pesquisa e Desenvolvimento Agrrio. Brasil-Colmbia: (a) Ajustes Complementares ao Acordo Bsico de Cooperao Tcnica para implementao dos projetos: (i) Capacitao Integral de Tcnicos Colombianos no Cultivo da Seringueira (14/12/05); (ii) Capacitao Tcnica em sistemas de Produo de Ovinos e Caprinos (21/08/07); (iii) Capacitao Tcnica em Cultivo de Seringueiras em Zonas de Escape e de No-Escape (01/09/10); (iv) Capacitao Tcnica em Trabalhos de Biologia e Epidemiologia para o Controle de Monlia e de Vassoura de Bruxa em Sistemas Agroflorestais com Cacau (01/09/10); (v) Intercmbio Tcnico para o Fortalecimento dos Processos de Beneficiamento e Transformao de Borracha Natural na Colmbia (01/09/10) Brasil-Guiana: Ajustes Complementares ao Acordo Bsico de Cooperao Tcnica para implementao dos projetos: (i) "Transferncia de Tcnicas para o Estabelecimento da Produo da Soja nas Savanas Intermedirias da Guiana" (12/09/05); (ii) Transferncia de Tcnicas para a Produo de Milho nas Savanas da Guiana (07/10/08); (iii) Transferncia de Tcnicas para a Produo de Arroz de Sequeiro nas Savanas da Guiana (07/10/08); (iv) Manejo Integrado da Mosca da Fruta na Guiana (14/09/09) Brasil-Suriname: Ajustes Complementares ao Acordo Bsico de Cooperao Cientfica e Tcnica para a Implementao dos Projetos: (i) Manejo Integrado da Mosca da Fruta no Suriname (10/09/09); e (ii) Apoio ao Desenvolvimento do Cultivo e Produo da Mandioca no Suriname (10/09/09). Brasil-Venezuela: (a) Memorando de Entendimento entre a Embrapa e o INIA, assinado em 31/05/05; (b) Memorando de Entendimento para a Implementao de um Programa de Produo de Soja, assinado em 30/09/08; (c) Acordo sobre o Projeto de Cooperao Tcnica para o Fortalecimento Agrcola na Repblica Bolivariana da Venezuela, assinado em 28/04/10; (d) Ajustes Complementares para implementao de projetos de cooperao tcnica: (i) Produo de Mandioca nos Estados Anzotegui e Monagas; (ii) Produo de Mudas e Beneficiamento Ecolgico do Caf; (iii) Desenvolvimento de Tecnologias alternativas para o processamento de ctricos em pequena escala; (e) Memorando de Entendimento para a Criao de um Distrito Plo de Desenvolvimento no Sul do Estado Bolvar, Municpio Gran Sabana de Venezuela. Descrever - Participao de empresas e controle social: EMBRAPA - Participao de outros Ministrios, rgos Pblicos e Estados da Federao): Argentina: Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento (MAPA) Uruguai: Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento (MAPA) Bolvia Ministrio do Desenvolvimento Agrrio e INCRA participam do projeto de Capacitao de Tcnicos e Gestores Pblicos em Desenvolvimento de Instrumentos de Polticas Pblicas para a Agricultura Familiar/Campesina e Reforma Agrria (2007).

30

Chile - Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento e Ministrio do Desenvolvimento, Indstria e Comrcio Exterior. Equador - Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento. Peru - Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecurias; Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria; da Agricultura, Pecuria e Abastecimento. - Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento; Ministrio do Desenvolvimento Agrrio; Embrapa 2.1.1 Qual a distino em relao a polticas existentes Argentina: Busca de uma coordenao no setor agropecurio com vistas a incrementar a produo e o comrcio no setor de ambos os pases e a cooperar para fomento conjunto das exportaes para terceiros mercados. Uruguai: Incrementar as trocas comerciais em produtos agropecurios. Bolvia e Paraguai - Houve ampliao do nmero de projetos de cooperao bilateral no setor agropecurio. Chile Maiores avanos no que se refere superao de entraves ao comrcio, com conseqente ampliao do fluxo de comrcio bilateral de produtos agrcolas. Equador Ampliao da cooperao bilateral, com destaque para projetos que atendem a demandas das localidades envolvidas. Concesso de preferncias tarifrias ao Equador, no marco do ACE-59, para produtos agrcolas. Peru - Ampliao da cooperao bilateral, com nfase para a cooperao em regies socialmente deprimidas, a fim de promover o desenvolvimento sustentvel das localidades - Aumento do nmero de projetos de cooperao tcnica e do montante investido em cada projeto; bem como do nmero de culturas agrcolas envolvidas. - No caso da cooperao com a Venezuela, escritrio da Embrapa em Caracas permite dar seguimento permanente aos projetos de cooperao. 2.1.2 Descrio dos resultados alcanados Argentina: Acordo de cooperao entre a EMBRAPA e o INTA, com quatro reas de ateno prioritria: biotecnologia, agroenergia, sanidade animal e vegetal e qualidade de alimentos, e agricultura familiar; Aes de cooperao estratgica, incluindo medidas voltadas para a abertura de novos mercados em terceiros pases. Uruguai: superao dos entraves sanitrios e aumento das trocas bilaterais. Paraguai Doao de um milho de doses de vacina contra febre aftosa (27/3/03). Assinatura dos Ajustes Complementares para a implementao dos seguintes projetos: Desenvolvimento de Tcnicas para a Produo de MatriasPrimas de Biocombustveis no Paraguai (em 23/11/06); Capacitao Tcnica de Pesquisadores nas Principais Cadeias Produtivas do Agronegcio do Paraguai

31

(em 23/11/06); Capacitao de Tcnicos e Agricultores Familiares para o Desenvolvimento da Produo Leiteira no Paraguai (em 21/5/07); Bolvia Assinatura dos Ajustes Complementares para a implementao dos seguintes projetos: Controle do Bicudo do Algodo e Caracterizao de rea Livre da Praga (2003); Apoio Criao de Instituio de Pesquisa Agropecuria na Bolvia (2007); Capacitao de Tcnicos e Gestores Pblicos em Desenvolvimento de Instrumentos de Polticas Pblicas para a Agricultura Familiar/Campesina e Reforma Agrria (2007); Fortalecimento Tcnico e Institucional do Servio Nacional de Sanidade Agropecuria e Inocuidade Alimentar da Bolvia (2007). Chile - Sucessivas reunies de autoridades competentes, conduzidas no marco da Comisso de Monitoramento do Comrcio Bilateral, serviram para superar as dificuldades tcnicas que havia e avanar na liberalizao do comrcio, sobretudo de frutas e carnes. Equador - O Brasil concedeu, unilateralmente, 100% de preferncia para 3.278 itens tarifrios de interesse do Equador, entre os quais diversos gneros agrcolas. Ademais, avanou-se na formulao de polticas de expanso da fruticultura tropical e nos estudos iniciais para o melhoramento gentico do cacau no Equador. Peru - Melhoria na produtividade de caf, castanha, ltex e cacau nas regies alcanadas pelos projetos de cooperao; aumento do comrcio bilateral de produtos agropecurios. - A primeira colheita de soja produzida na Venezuela com assessoria da Embrapa, em El Tigre, foi visitada pelos Presidentes em outubro de 2009. - As culturas do caf, borracha e cacau nos pases vizinhos beneficiou-se do aporte de tcnicas de produo, aumentando sua produtividade. 2.1.3 Caso sejam anexadas tabelas, listar os respectivos ttulos

32

Item a) Amrica do Sul. Relaes com pases sul-americanos. Cincia, Tecnologia e Inovao. Extenso mxima. Quatro laudas. Introduo: Com a Argentina, merecem destaque as atividades do Centro Binacional de Nanotecnologia (CBAN), que j realizou dezenas de escolas binacionais, a construo conjunta do Satlite Argentino-Brasileiro de Observao dos Oceanos (SABIA-MAR) e a adoo do padro nipo-brasileiro de TV Digital. Com o Uruguai, foi assinado o Memorando de entendimento para a Cooperao Cientfica, Tecnolgica, Acadmica e de Inovao. Tanto com a Bolvia quanto com o Paraguai, o Brasil est em fase de negociao de memorando de entendimento para cooperao na implantao da TV digital. Com a Bolvia, destaca-se ainda a possibilidade de formao de parceria para explorao dos chamados recursos evaporticos (ltio, potssio, entre outros) do Salar de Uyuni. A cooperao em cincia e tecnologia entre Brasil e Chile foi adensada, com possvel participao brasileira em projeto do telescpio E-ELT, no Chile e adeso do Chile ao padro brasileiro de TV digital. Foi crescente a cooperao na rea de C&T e inovao com Equador e Peru, com a adeso dos dois pases ao padro nipo-brasileiro de TV Digital. A cooperao com a Colmbia e a Venezuela tem se concentrado nas aplicaes da cincia e tecnologia relacionadas s telecomunicaes (principalmente TV digital e conexo por fibra tica). Em agosto de 2009 foi criado o Conselho de Educao, Cultura, Cincia, Tecnologia e Inovao da UNASUL (COSECCTI). Um dos trs Grupos de Trabalho Especializados (GTEs) do COSECCTI voltado para Cincia, Tecnologia e Inovao. Presidido pelo Brasil, o GTE elaborou Plano de Ao para o perodo 2010-2011, que prev uma srie de iniciativas concretas naquela rea. A fim de permitir o pleno andamento dessas iniciativas e seu financiamento pelos Estados Membros, de fundamental importncia que o Tratado Constitutivo da UNASUL inicie sua vigncia, o que s ocorrer com o depsito do 9 instrumento de ratificao por parte dos Estados Membros. No Brasil, o Tratado aguarda apreciao da Cmara dos Deputados desde setembro de 2009. Ademais da cooperao em curso no mbito da UNASUL, o Brasil deve se engajar nas atividades previstas no Plano de Ao de Montego Bay, firmado pelos pases participantes da Cpula da Amrica Latina e do Caribe sobre Integrao e Desenvolvimento (CALC) em 06/11/2009. No instrumento, acordou-se promover intercmbio de experincias e transferncia de tecnologias relacionadas a programas de biocombustveis e eficincia energtica. Na rea de tecnologia da informao e da comunicao, assim como no campo da aviao, os pases membros da CALC comprometeram-se, igualmente, a cooperar e intercambiar experincias e tecnologias. 2.1 Descrio Objetivos: Argentina: CBAN Contribuir para a formao de recursos humanos, estimulando o desenvolvimento integrado da nanocincia e da nanotecnologia em ambos os pases; SABIA-MAR Elaborar projeto, construir e lanar satlite para observao

33

meteorolgica dos oceanos, contribuindo para o conhecimento cientfico do Brasil e da Argentina; TV Digital intercmbio de informao cientfica e tecnolgica, de cientistas e realizao conjunta de programas de pesquisa e desenvolvimento de tecnologias para transmisso e recepo de sinais digitais terrestres. Uruguai: intensificar cooperao bilateral em reas como bio e nanotecnologia, energia, tecnologia industrial e engenharia de produo, meio ambiente, novos materiais, biomedicina, tecnologias da informao e das comunicaes, matemtica aplicada e modelagem e setor espacial. Paraguai Incentivar a adoo do padro nipo-brasileiro de TV Digital. Bolvia Incentivar a adoo do padro nipo-brasileiro de TV Digital; contribuir para treinamento e capacitao de tcnicos bolivianos para o aproveitamento industrial dos recursos evaporticos do Salar de Uyuni; Chile: Intercambiar experincias e fomentar iniciativas conjuntas com vistas a desenvolver cooperao em reas afeitas cincia, tecnologia e inovao, tais como nanotecnologia, tecnologia da informao e das telecomunicaes, astronomia e astrofsica, e biotecnologia. Difundir e consolidar o padro nipobrasileiro de TV digital. Equador: Difundir e consolidar o padro nipo-brasileiro de TV digital. Peru: Implementar padro nico de TV Digital na Amrica do Sul. Colmbia e Venezuela: Buscar convergncia de sistemas de TV Digital, possibilitando maior intercmbio de contedo e maiores possibilidades de cooperao tcnica; difundir acesso comunicao e informao, aproveitando infraestrutura existente no Brasil e nos vizinhos; estimular intercmbio de conhecimento em matria de tecnologia espacial; promover tecnologias que contribuam para a preservao da biodiversidade na regio amaznica. O estatuto do COSECCTI prev o fomento atividade de inovao e, igualmente, o acesso e o intercmbio de informaes em C&T, com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento dos pases membros e facilitar a execuo de programas regionais e sub-regionais de integrao. O estatuto estabelece ainda como objetivos a reduo das assimetrias em matria de C&T e a difuso de estratgias que incentivem contribuies da C&T e Inovao para os demais campos do conhecimento. Instrumentos legais: Argentina CBAN - Protocolo sobre o Centro Brasileiro-Argentino de Nanotecnologia, de 2005; SABIA-MAR - Programa de Cooperao entre a Agncia Espacial Brasileira EB e a Comisso Nacional de Atividades Espaciais da Repblica Argentina, de 2005 e Protocolo Complementar para Desenvolvimento de Satlite (2005); Acordo Complementar Brasil-Argentina de Cooperao na rea de TV Digital Terrestre de 2009. Uruguai: Memorando de entendimento para a Cooperao Cientfica, Tecnolgica, Acadmica e de Inovao, assinado em 30/07/2010. Paraguai Acordo Bsico de Cooperao Educacional, Cientfica e Cultural, de 17/10/1973. Bolvia Acordo Bsico de Cooperao Tcnica, Cientfica e Tecnolgica, de 17/12/1996.

34

Chile: Memorando de Entendimento entre o Ministrio das Comunicaes da Repblica Federativa do Brasil e o Ministrio de Transportes e Telecomunicaes da Repblica do Chile sobre Cooperao na rea de Televiso Digital Terrestre. Equador: Protocolo de Intenes sobre cooperao na rea de tecnologia da Informao e comunicao; Memorando de Entendimento sobre Cooperao no Setor de Telecomunicaes; Memorando de Entendimento entre o Ministrio de Telecomunicaes do Equador e o Ministrio das Comunicaes do Brasil Sobre Cooperao na rea de Televiso Digital Terrestre. Peru: Memorando de Entendimento sobre Cooperao Bilateral na rea de TV Digital; Apoio Tcnico para Implantao da TV Digital no Peru. Brasil-Colmbia: (a) Ajuste Complementar de Cooperao em Aplicaes Pacficas de Cincia e Tecnologia Espaciais entre o Brasil e a Colmbia (17/02/09); (b) Ajuste Complementar ao Acordo Bsico de Cooperao Tcnica para Implementao do Projeto Cooperao para o Fortalecimento do Sistema e do Processo de Proteo da Propriedade Industrial na Colmbia (17/02/09). Brasil-Venezuela: (a) Memorando de Entendimento no Campo da Cooperao Cientfica e Tecnolgica (14/02/05); (b) Acordo-Quadro de Cooperao em Cincia e Tecnologia Espacial (27/06/2008); (c) Memorando de Entendimento entre o Ministrio do Poder Popular para Cincia, Tecnologia e Indstrias Intermedirias da Venezuela e o Ministrio das Comunicaes do Brasil para a Implantao da Radiodifuso de Televiso Digital Terrestre na Venezuela (30/10/09); (d) Carta de Intenes entre a SUFRAMA e o Ministrio do Poder Popular para Cincia, Tecnologia e Indstrias Intermedirias MPPCTII (30/10/09). Tratado Constitutivo da UNASUL e estatuto do COSECCTI, assinado na I Reunio Ministerial (14/4/10) e aprovado pelos Chefes de Estado da UNASUL em 4/05/10. Descrever - Participao de empresas e controle social: Paraguai TV Digital: Frum Brasileiro de TV Digital Terrestre e Instituto Nacional de Telecomunicaes (INATEL) Bolvia Vale: misso de diretores da empresa para discutir com autoridades bolivianas projetos de explorao de recursos do Salar de Uyuni. A participao cidad um dos princpios que constam do artigo 18 do Tratado Constitutivo da UNASUL, que estabelece a necessidade de observncia interao ampla, democrtica, transparente, pluralista, diversa e independente com os diversos atores sociais, estabelecendo canais efetivos de informao, consulta e seguimento nas diferentes instncias da UNASUL. O princpio da participao cidad consta, igualmente, do estatuto do COSECCTI. Participao de outros Ministrios, rgos Pblicos e Estados da Federao): Argentina CBAN Ministrio da Cincia e Tecnologia (MCT); SABIA-MAR MCT e Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e Agncia Espacial Brasileira (AEB); TV Digital - MCT. Uruguai Ministrio de Cincia e Tecnologia (MCT). Paraguai TV Digital: Ministrio das Comunicaes, MCT; MDIC; ANATEL; BNDES; CAPES. Grupo de Trabalho para fomentar o desenvolvimento dos 35

biocombustveis no Paraguai: Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento; Ministrio de Minas e Energia; Ministrio da Cincia e Tecnologia (MCT); Ministrio do Desenvolvimento Agrrio; e Ministrio do Desenvolvimento, Indstria e Comrcio Exterior (MDIC). Bolvia - TV Digital: idem a Paraguai. Recursos do Salar de Uyuni: Ministrio da Cincia e Tecnologia firmou Memorando de Entendimento com o Ministrio de Metalurgia da Bolvia; Chile: Ministrio da Cincia e Tecnologia, EMBRAPA e CNPq. Equador: Ministrio da Cincia e Tecnologia e SERPRO; Peru: Ministrio da Cincia e Tecnologia. Ministrio da Cincia e Tecnologia, Ministrio das Comunicaes, Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico (CNPq), Instituto Nacional de Pesquisa Amaznica (INPA), Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) O MRE e o MCT so os principais rgos pblicos envolvidos com as atividades do GTE de Cincia, Tecnologia e Inovao do COSECCTI. 2.1.1 Qual a distino em relao a polticas existentes Argentina: Os projetos so fruto dos entendimentos alcanados em novembro de 2005 por ocasio das comemoraes dos 20 anos da Declarao do Iguau, quando foram lanadas uma srie de iniciativas com vistas a aprofundar a cooperao bilateral em reas estratgicas, como cincia e tecnologia. Uruguai: Resgatou-se a idia de cooperar em tecnologia, objetivo que passou a figurar entre as prioridades da agenda bilateral. Chile: Desenvolvimento de cooperao em reas de tecnologia de ponta, como TV Digital e astronomia. Equador: Foco na difuso de tecnologia aperfeioada por universidades brasileiras. Difuso do padro de TV digital brasileiro. Peru: Desenvolvimento de tecnologias prprias na Amrica do Sul, com a adeso ao padro de TV digital brasileiro. Em comparao com as aes empreendidas no mbito do MERCOSUL, o COSECCTI se diferencia pelo fato de todos os Estados Membros da UNASUL serem plenos do bloco, participando integralmente da elaborao de iniciativas no campo da C&T. 2.1.2 Descrio dos resultados alcanados Argentina CBAN Foram realizadas, entre 2008 e 2010, 24 escolas binacionais e um workshop; SABIA-MAR Primeira fase de estudos da misso foi iniciada em 2009, com recursos financeiros j garantidos em ambos os pases para essa fase (nove meses); TV Digital Foram realizados seminrios e foros conjuntos, bem como intercmbio de informaes, visitas de pesquisadores e empresrios a ambos os pases. Paraguai Adoo do sistema ISDB-T como padro de TV Digital no Paraguai (Dec. n 4.483, de 1/6/10. Bolvia Assinatura de Memorando de Entendimento em Matria de Pesquisa e Desenvol vimento de Processos para a Industrializao dos Recursos Evaporticos do Salar de Uyuni (2009). Memorando de cooperao bilateral na rea de TV digital terrestre foi

36

submetido considerao do Vice-Ministrio de Telecomunicaes da Bolvia. Chile: Adoo do padro ISDB-T de televiso digital pelo Chile. Apoio brasileiro ao poiou, em 2010, o bem-sucedido pleito chileno de receber em seu territrio aquele que vir a ser o maior telescpio terrestre j construdo, o E-ELT (European Extremely Large Telescope). Equador: Adoo do padro ISBD-T de televiso digital pelo Equador. Capacitao de tcnicos equatorianos na rea de tecnologia da informao e comunicao. Peru: Implantao do padro ISDB-T de TV Digital no Peru. Venezuela: adeso ao padro nipo-brasileiro (ISDBT) de televiso digital, ratificada em outubro de 2009; inaugurao, em setembro de 2009, da primeira fase do projeto de interconexo por fibra tica entre Santa Elena do Uairn (Venezuela) e Boa Vista (RR), garantindo acesso internet banda larga no Estado de Roraima; treinamento de tcnicos venezuelanos no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em 2009 e 2010. Realizao de Encontro Cientfico e Tecnolgico Brasil-Colmbia, em setembro de 2008, em que foram discutidas reas de cooperao. At o momento, foram realizadas quatro reunies do COSECCTI: a I Reunio de Delegados Tcnicos (14 e 15/1/10); a II Reunio de Delegados Tcnicos (1 e 2/3); a I Reunio Ministerial (14/4/10) - ocasio em que foi assinado o Estatuto do Conselho; e a reunio de Altos Delegados (22 e 23/7/10). Est agendada, para novembro de 2010, reunio de Ministros da Cincia e Tecnologia do COSECCTI, a realizar-se em Buenos Aires. Os principais resultados alcanados pelo COSECCTI foram a aprovao de seu estatuto e a elaborao dos planos de ao, que prevem o engajamento dos pases da UNASUL em iniciativas conjuntas. O GTE de Cincia, Tecnologia e Inovao elaborou Plano de Ao, para o perodo 2010-2011, que prev uma srie de iniciativas concretas, como a realizao do Seminrio sobre a Definio de Polticas Comuns em Cincia, Tecnologia e Inovao (agendado para a segunda quinzena de outubro de 2010, em Braslia) e do Encontro das Academias de Cincia Sul-Americanas (Novembro de 2010, Brasil). O Grupo de Trabalho segue reunindo-se em videoconferncias e trabalhando na implementao das iniciativas conjuntas previstas no Plano de Ao.

37

Item a) Amrica do Sul. Relaes com pases sul-americanos. Comrcio e investimentos. Introduo: A priorizao das relaes com os pases da Amrica do Sul produziu resultados que podem ser vistos no comrcio. O volume de comrcio do Brasil com os vizinhos sul-americanos aumentou quatro vezes entre 2002 e 2008. Apesar da queda do comrcio verificada no ano passado, os nmeros de 2010 indicam retorno aos ndices anteriores crise econmica e financeira internacional. No primeiro semestre desse ano, a corrente de comrcio do Brasil com a Amrica do Sul representou 16,5% do comrcio realizado com o mundo, ultrapassando, inclusive, o volume de comrcio com os Estados Unidos. A Amrica do Sul tornou-se, ainda, principal destino dos investimentos de empresas brasileiras no exterior. O continente , por excelncia, espao para a expanso da produo de empresas brasileiras, favorecida pela proximidade geogrfica e pelas afinidades culturais, assim como pelo desenvolvimento de acordos comerciais e de marcos regulatrios que favorecem investimentos brasileiros e a circulao de bens, servios e mercadorias na regio. Para o aproveitamento pleno das oportunidades oferecidas na relao com os vizinhos, necessrio fomentar o investimento no desenvolvimento de nichos de produo em tais pases que se combinem s necessidades brasileiras, promovendo processo de complementao e integrao produtiva. Esse trabalho tem o potencial para elevar o comrcio regional a um novo patamar, por meio da diversificao da pauta comercial da regio e pela incluso de produtos de maior valor agregado. Em um nvel mais amplo, uma poltica de investimentos estratgica associada a mecanismos de financiamento pode promover maior sinergia dos mercados regionais, pelo aprofundamento da complementao e da integrao produtiva.

2.1 Descrio Objetivos: Um dos efeitos da priorizao da integrao regional a maior presena de empresas brasileiras no continente. O Governo brasileiro tem lanado mo de polticas comerciais e de financiamento em suas relaes com os pases da regio, criando oportunidades de diversificao de mercadorias para as companhias nacionais. Mais do que ampliar a corrente de comrcio, os investimentos brasileiros no exterior cumpriro papel estratgico para a incluso de produtos de alto valor agregado na pauta comercial com os pases sul-americanos, e, futuramente, permitir a complementao e integrao produtiva na regio.

38

- Participao de outros Ministrios, rgos Pblicos e Estados da Federao): Participam das atividades para promoo do comrcio e investimentos os rgos seguintes: Ministrio do Desenvolvimento, Indstria e Comrcio (MDIC), Ministrio da Fazenda, Tesouro Nacional, Ministrio do Planejamento, Oramento e Gesto, BNDES, Banco do Brasil/Proex, Comit de Financiamento e Garantia das Exportaes (COFIG) e Cmara de Comrcio Exterior (CAMEX).

2.1.1 Qual a distino em relao a polticas existentes A poltica externa brasileira est atenta s transformaes da economia mundial e nova dinmica dos pases do Sul. Entre 1990 e 2007, o PIB mundial passou de US$ 22 trilhes para US$ 54 trilhes - sendo que metade desse crescimento se deu nos mercados emergentes. Em 2030, Brasil, ndia, China e Rssia, o Bric, representaro 50% da produo mundial. sob essa perspectiva que deve ser compreendida a poltica para a Amrica do Sul. O continente , hoje, o mais importante mercado internacional do Brasil e importante espao de expanso das empresas brasileiras.

2.1.2 Descrio dos resultados alcanados INVESTIMENTOS Nos ltimos anos, as empresas brasileiras realizaram um grande avano em direo internacionalizao. Mesmo aps a ecloso da crise econmica e financeira mundial, a tendncia de crescimento global foi mantida. O ano de 2008 fechou com saldo de US$ 20 bilhes em remessas ao exterior. Em 2009, o saldo de comrcio exterior foi negativo ( - US$ 10 bilhes). A crise de 2008 demandou que as empresas repensassem sua estratgia global e assumissem novas formas de gesto, com o objetivo de superar as turbulncias econmicas mundiais. Apesar da reduo dos fluxos do Brasil para o exterior verificada em 2009, essas empresas, de forma geral, lograram aumentar o nmero de funcionrios no pas e no mundo. Segundo relatrio produzido pela Fundao Dom Cabral, o nmero de novas contrataes, de 2008 para 2009, foi de aproximadamente 45.000, o que indica, interna e externamente, que elas continuam crescendo e planejando sua expanso. Em 2009, a Amrica Latina permaneceu sendo o principal destino das transnacionais brasileiras. Tal tendncia tpica de fases iniciais no processo de internacionalizao, e reflete a influncia da proximidade geogrfica e cultural. Alm disso, as preferncias tarifrias negociadas na ALADI favorecem os custos envolvidos no processo de expanso para esses pases. A Argentina, por exemplo, tornou-se, desde 2001-2002, o destino preferencial para empresas brasileiras no incio de suas estratgias de

39

internacionalizao. O volume total de investimentos realizados pelas empresas brasileiras na Argentina no perodo 1997-2008 foi de aproximadamente US$ 9 bilhes, segundo apurado pela Embaixada do Brasil em Buenos Aires em contato com as empresas e atravs dos rgos oficiais. Tais cifras incluem novos projetos, fuses e aquisies, re-investimentos e ampliaes. (Os dados acima foram apresentados pela Fundao Dom Cabral do documento Ranking das Transnacionais Brasileiras 2010. So resultados de pesquisa realizada pela Fundao junto s principais empresas brasileiras que j iniciaram seu processo de transnacionalizao.) COMRCIO Durante o perodo 2003-2009, as exportaes brasileiras para os pases da Amrica do Sul cresceram de US$ 10,1 bilhes em 2003 para US$ 27,0 bilhes em 2009 (aumento de 165,6%). O total exportado para a Amrica do Sul em 2009 representou 17,6% das exportaes brasileiras. As importaes brasileiras provenientes dos pases da Amrica do Sul cresceram de US$ 7,6 bilhes em 2003 para US$ 19,1 bilhes em 2009 (aumento de 149,0%). O total importado da Amrica do Sul em 2009 representou 14,9% das importaes brasileiras. O supervit comercial do Brasil com a regio passou de US$ 2,5 bilhes em 2003 para US$ 7,9 bilhes em 2009 (aumento de 216,2%). O saldo comercial do Brasil com a Amrica do Sul corresponde a 31,4% do supervit comercial total do Pas com o resto do mundo. Em decorrncia da crise econmica e financeira internacional, o crescimento da corrente de comrcio entre o Brasil e os pases da Amrica do Sul foi interrompido em 2008: houve retrao na corrente de comrcio de 26,5% em 2009, em relao ao ano anterior. O comrcio no ano de 2010, no entanto, j mostra sinais de recuperao. As exportaes para os pases da Amrica do Sul passaram de US$ 11,1 bilhes no primeiro semestre de 2009, para US$ 16,2 bilhes no primeiro semestre de 2010 (aumento de 46,2%). As importaes cresceram de US$ 8,4 bilhes no primeiro semestre de 2009, para US$ 11,9 bilhes no primeiro semestre de 2010 (aumento de 40,5%).

2.1.3 Caso sejam anexadas tabelas, listar os respectivos ttulos - Comrcio Exterior Brasil-Amrica do Sul (2003-2010)

40

Item a) Amrica do Sul. Relaes com pases sul-americanos. Cooperao Esportiva. Introduo: Argentina: Em novembro de 2005, foi assinado Convnio de Cooperao em Matria de Esportes para intercmbio de funcionrios, programas, experincias, habilidades e tcnicas na rea do esporte entre os dois pases. Tanto com a Bolvia quanto com o Paraguai, a cooperao esportiva ainda incipiente. Com a Bolvia, Memorando de Entendimento sobre Cooperao Esportiva est em negociao, com previso de assinatura ainda em 2010. Com o Paraguai, iniciaram-se em 2008 negociaes com respeito possibilidade de replicar programas do Ministrio do Esporte brasileiro, tais como o Pintando a Liberdade, Segundo Tempo, Bolsa Atleta, e Esporte de Alto Rendimento .Ainda no surgiram resultados concretos dessas tratativas. Chile: O tema da cooperao esportiva ganhou destaque na agenda bilateral, com a assinatura de MoU e a previso de encontros ministeriais.

2.1 Descrio Objetivos: Argentina: Promover e fortalecer a cooperao em matria de esporte por meio do intercmbio de programas para esportistas e pessoal relacionado, com a finalidade de beneficiar ambos os pases. Chile: Assinatur