22
D O S S I Ê T É C N I C O Bambu Alexandre Akira Anderson Cardoso Sakuma Lorena Dambiski Tássia Viol Moretti Instituto de Tecnologia do Paraná Agosto 2007

Bambu dossie

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Bambu dossie

D O S S I Ê T É C N I C O

Bambu

Alexandre Akira

Anderson Cardoso Sakuma

Lorena Dambiski

Tássia Viol Moretti

Instituto de Tecnologia do Paraná

Agosto

2007

Page 2: Bambu dossie

Copyright © Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas - SBRT - http://www.respostatecnica.org.br

1

DOSSIÊ TÉCNICO

Sumário 1 INTRODUÇÃO..................................................................................................................2 2 MORFOLOGIA DO BAMBU .............................................................................................3 2.1 Rizomas ........................................................................................................................3 2.1.1 Paquimorfos ...............................................................................................................4 2.1.2 Leptomorfos................................................................................................................5 2.1.3 Anfimorfos ..................................................................................................................6 2.2 Colmos .........................................................................................................................6 2.3 Galhos ..........................................................................................................................7 2.4 Folhas ...........................................................................................................................8 3 FLORAÇÃO ......................................................................................................................8 4 COMPORTAMENTO DO BAMBU NAS ESTAÇÕES DO ANO ........................................9 5 USO DE FERTILIZANTES ................................................................................................9 6 TÉCNICAS DE PLANTIO .................................................................................................9 6.1 Separação de rizomas .................................................................................................10 6.2 Separação de colmos ..................................................................................................10 6.3 Separação de galhos ...................................................................................................11 7 COLHEITA E PODA .........................................................................................................11 8 CONTROLE DE BAMBU INVASIVO ................................................................................12 9 TRATAMENTOS PARA O BAMBU ..................................................................................12 9.1 Secagem .......................................................................................................................12 9.2 Fervura/cocção ............................................................................................................13 9.3 Tratamento químico .....................................................................................................14 9.4 Boucherie .....................................................................................................................14 9.5 Água ..............................................................................................................................14 10 UTILIZAÇÃO DO BAMBU ..............................................................................................14 11 BAMBU: OPORTUNIDADES E DESAFIOS PARA O FUTURO .....................................16 12 CENTROS DE PESQUISA DE BAMBU .........................................................................17 12.1 Rede Internacional para o Bambu e o Rattan ..........................................................17 12.2 Trabalhos realizados pelo Tecpar ............................................................................17 Conclusões e recomendações .........................................................................................18 Referências ........................................................................................................................18 Anexo – Lista de sites relacionados ao tema bambu .....................................................19

Page 3: Bambu dossie

Copyright © Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas - SBRT - http://www.respostatecnica.org.br

2

DOSSIÊ TÉCNICO

Título Bambu Assunto Coleta de produtos não-madeireiros não especificados anteriormente em florestas nativas Resumo O bambu é um recurso natural renovável que vem sendo amplamente utilizado como substituto à madeira. O bambu é vantajoso no que diz respeito ao seu rápido crescimento. Além disso, é um material leve, barato, facilmente adaptável ao clima brasileiro e que apresenta resistência similar à do aço. Em virtude de sua versatilidade, o bambu pode ser aplicado na manufatura de produtos de diversos segmentos, sem a necessidade de desenvolvimento de uma tecnologia de ponta, dentre eles pode-se citar: arquitetura, móveis e paisagismo, produção de celulose, embalagens de alimentos, remédios e cosméticos, etc. Este dossiê apresenta noções básicas de morfologia do bambu, descrição de técnicas de plantio e tratamento desta matéria-prima, bem como características técnicas e econômicas inerentes à utilização do bambu. Palavras-chave Bambu; plantio; tratamento de bambu; madeira Conteúdo 1 INTRODUÇÃO Em todo o mundo a busca por tecnologias mitigadoras de impactos ambientais faz com que as pessoas estudem cada vez mais os materiais renováveis, com custo acessível e que resultem na criação de alternativas tecnológicas fáceis de serem replicadas na sociedade. Nas áreas de engenharia, arquitetura, construção civil, movelaria, alimentação e artesanato têm sido uma constante a preocupação pela pesquisa de materiais e técnicas economicamente viáveis. Nesta vertente, pode-se eleger o bambu como uma matéria-prima promissora, e que, destaca-se, devido as suas características físico-mecânicas. As características físico-mecânicas do bambu são cada vez mais conhecidas. O bambu tem resistência comparável algumas vezes com a do aço, outras vezes com a da madeira. Sua baixa resistência a algumas tarefas mecânicas, uma vez conhecida, pode ser solucionada. A propensão do bambu em ser atacado por insetos e fungos vem sendo foco de estudos que visam a aplicação de diversos tipos de tratamentos, mas ainda não há um tratamento que possa ser aplicado com total segurança. Pois, como citado anteriormente, existem muitos campos de aplicação do bambu, por este motivo, é importante verificar se a metodologia de tratamento que está sendo utilizada não irá comprometer o seu processamento. Do ponto de vista agrícola, a cultura do bambu é economicamente interessante por ser perene e produzir colmos assexuadamente, ano após ano, sem necessidade de plantio, com grande rendimento anual por unidade de área. Outra vantagem agrícola do bambu está relacionada com a velocidade de crescimento de seus colmos, que, por não apresentarem elementos anatômicos no sentido radial e tangencial, só crescem em altura,

Page 4: Bambu dossie

Copyright © Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas - SBRT - http://www.respostatecnica.org.br

3

diferentemente das madeiras. Os bambus podem ter seu primeiro corte entre três e cinco anos após o seu plantio e na seqüência cortado anualmente, pois se trata de um recurso natural resistente, possuem fibras muitos resistentes e de qualidade igual ou superior à fibra de madeira. As lenhosas, por sua vez levam, dependendo da espécie, de dez a vinte anos para poderem ser cortadas, e já existem em muitos países restrições ao seu corte. Assim, os bambus substituem o uso tradicional e, muitas vezes, irresponsável de árvores importantes para os ecossistemas e, além de ser empregado em áreas de reflorestamento atuando como protetor e regenerador do solo, apresenta-se como alternativa econômica importante para pequenas propriedades devido a sua elevada taxa de crescimento, pelo menos 25% superior a qualquer planta tipo C3 (VÉLEZ, 2001 apud VASCONCELLOS). A maioria das espécies de bambu realiza o metabolismo C4,, a qual fixa 4 moléculas de dióxido de carbono da reação de fotossíntese a cada ciclo ao invés de 3, 2 ou 1 como nas árvores das quais extrai-se a madeira, ou seja, um ciclo da fotossíntese do bambu pode seqüestrar um carbono a mais do que um ciclo da árvore, sendo assim mais eficiente na diminuição de dióxido de carbono no planeta, contribuindo com a redução do efeito estufa. No mundo existem cerca de 1100 espécies de bambu, divididas em cerca de 90 gêneros, entre as tropicais, temperadas, lenhosas e herbáceas. São encontrados em altitudes que variam de zero até 4800 metros. Resistem a temperaturas abaixo de zero (principalmente os leptomorfos) e temperaturas tropicais (principalmente os paquimorfos). Crescem como pequenas gramíneas ou chegam a extremos de 40 metros de altura. 2 MORFOLOGIA DO BAMBU A estrutura do bambu consiste no sistema subterrâneo de rizomas, os colmos e os galhos. Todas estas partes são formadas do mesmo princípio; uma série alternada de nós e entrenós. Com o crescimento do bambu, cada novo internó é envolvido por uma folha caulinar protetora, fixada ao nó anterior no anel caulinar. Os nós são massivos pedaços de tecido, compreendendo o anel nodular, o anel da bainha e, geralmente, uma gema dormente. Estas gemas são os locais de emergência do novo crescimento segmentado (rizoma, colmo ou galho). O estudo morfológico da estrutura do bambu dá conhecimento para desenvolver conscientemente e melhorar o plantio do mesmo. Segundo Recht e Wetterwald, citados por Vasconcellos, o bambu é uma planta que não perde as folhas no outono e desenvolve novas folhas na primavera. Elas são substituídas imediatamente por novas folhas no começo da primavera. 2.1 Rizomas Os rizomas são caules subterrâneos que crescem, reproduzem-se e afastam-se do bambu, permitindo a colonização de novo território. A cada ano, novos colmos (brotos) crescem dos rizomas para formar as partes aéreas da planta. Os rizomas de três anos ou mais não dão mais brotos. Esses rizomas estão, geralmente, tão compactados que o solo abaixo do bambu aparenta estar cheio deles. Eles formam um tufo similar às gramas ordinárias e podem variar em profundidade, dependendo da espécie e condições de crescimento, contudo muitas vezes abaixo de um metro. Os rizomas reproduzem-se dos rizomas e permanecem conectados entre si. Nesta interconexão, todos os indivíduos de um mesmo grupo são descendentes (clones) do rizoma primordial e são, até certo ponto, interdependentes e solidários. Os brotos utilizam as reservas de um grupo para crescerem e brotarem. Os bambus do centro do grupo são os mais velhos, e os da orla os mais jovens. Uma forma generalizada de identificar o bambu maduro é observar a ocorrência de manchas e sujeiras, além de sua rigidez. Os bambus jovens serão mais brilhantes,

Page 5: Bambu dossie

Copyright © Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas - SBRT - http://www.respostatecnica.org.br

4

podendo ainda estar envoltos pelas folhas caulinares, e mais flexíveis e úmidos internamente. Os bambus velhos estão podres ou secos. As pontas dos rizomas são os pontos de crescimento, e elas são envoltas por folhas caulinares muito apertadas, que morrem rapidamente para dar lugar ao entrenó crescido, e assim por diante. As verdadeiras raízes do bambu crescem dos anéis dos rizomas, sendo mais finas que estes e captando água e nutrientes do solo ao redor (FIG. 1).

Figura 1 – Tipos de rizomas

Fonte: VASCONCELLO 2.1.1 Paquimorfos São os rizomas com formas de bulbo, tendo os entrenós muito curtos e compactos. A ponta está geralmente orientada para cima, e dela sai o colmo do bambu, mais fino que o bulbo (FIG. 2). As gemas encontradas nos nós do rizoma são de onde saem novos rizomas. A cada ano pode ser produzido um novo rizoma do original. O crescimento deste tipo de bambu é em touceiras ou 'tufos', onde não se consegue caminhar normalmente por dentro deles. Eles crescem lateral e radialmente, afastando-se muito pouco uns dos outros. Podem ter pescoços curtos, médios ou longos. São encontrados, em geral, nas espécies tropicais, como as do gênero Bambusa e Guadua, porém, podem ser encontrados também em espécies temperadas.

Page 6: Bambu dossie

Copyright © Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas - SBRT - http://www.respostatecnica.org.br

5

Figura 2 - Estrutura subterrânea do bambu de rizoma paquimorfo de pescoço curto

Fonte: VASCONCELLOS 2.1.2 Leptomorfos São os rizomas alongados e finos, tendo os entrenós longos e espaçados. A ponta está geralmente orientada horizontalmente, e ela é muito dura e conquista espaço. As gemas encontradas nos nós do rizoma são de onde saem novos rizomas e colmos (brotos). Os colmos são mais grossos que o rizoma. Algumas vezes a ponta do rizoma pode seguir para cima e se tornar um colmo novo, mas é mais comum o aparecimento de colmos nos lados do rizoma, alternados entre esquerdo e direito (FIG. 3). O crescimento deste tipo de bambu é em florestas, onde se consegue caminhar normalmente por dentro deles. Eles crescem lateral e radialmente, afastando-se linearmente uns dos outros. São bambus de hábitos invasivos. São encontrados, em geral, nas espécies de clima temperado, como as do gênero Phyllostachys.

Figura 3 - Estrutura subterrânea do bambu de rizoma leptomorfo

Fonte: VASCONCELLOS

Page 7: Bambu dossie

Copyright © Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas - SBRT - http://www.respostatecnica.org.br

6

2.1.3 Anfimorfos Possuem rizomas paquimorfos e leptomorfos no mesmo sistema. Leptomorfos com colmos agrupados possuem rizomas leptomorfos, porém alguns deles congestionam-se, formando grupos que superficialmente lembram os originários de rizomas paquimorfos. Contudo, este bambu não é anfimorfo, pois não possui verdadeiros rizomas paquimorfos, todos sendo ocos e da mesma grossura dos colmos. Existem espécies com rizomas deste tipo nos gêneros Pleioblastus, Pseudosasa, Indocalamus, Sasa, entre outros. Paquimorfos de pescoço longo com colmos agrupados possuem rizomas paquimorfos de pescoço longo, e são análogos ao sistema anterior. Superficialmente, aparentam ser anfimorfos, porém não possuem rizomas leptomorfos. Este tipo de rizoma é característico do gênero Yushania. Paquimorfos de pescoço muito longos com rizomas ao longo do pescoço possuem rizomas paquimorfos normais com pescoços muito longos, e destes originam-se novos rizomas paquimorfos em grupos. Característico do gênero Vietnamosasa. 2.2 Colmos Os colmos são as partes que mais facilmente distingue uma espécie de outra, por terem tamanhos, diâmetros, cores e texturas diferenciadas (FIG. 4). São, na maioria das espécies, ocos, mas existem exceções. Os entrenós do gênero Chusquea, das Américas Central e do Sul, são sólidos, assim como a espécie Dendrocalamus Strictus. Algumas espécies possuem água no interior dos entrenós. Existe uma espécie cujos colmos têm forma naturalmente quadrangular, com cantos arredondados, o Chimonobambusa quadrangularis.

Figura 4 – Colmos de diferentes espécies

Fonte: WETTERWALD Pode-se induzir uma forma ao colmo, construindo uma estrutura contenedora ao redor do broto até uma altura de cerca de um metro e meio. O broto mole se adapta ao formato da caixa e seus colmos telescópicos também. A partir daí, o bambu cresce com o formato induzido, triangular, quadrado e outras formas desejadas. Os colmos de bambu consistem em fibras que chegam a centímetros, feitas de lignina e silício. A parede das células do bambu é um composto feito de um rígido polímero de

Page 8: Bambu dossie

Copyright © Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas - SBRT - http://www.respostatecnica.org.br

7

celulose em uma matriz de lignina e as hemiceluloses. O silício agrega resistência mecânica ao bambu. A matriz de lignina dá flexibilidade. O broto que cresce de um rizoma é um colmo ainda "recolhido" e totalmente protegido pelas folhas caulinares. O colmo como broto lembra um telescópio recolhido e, conforme cresce, suas partes internas se afastam umas das outras, como um telescópio aberto. Na sua fase inicial observam-se as maiores velocidades de crescimento do reino vegetal, com algumas espécies gigantes crescendo até 40 cm em 24 horas. No final do primeiro ano o bambu já completou seu crescimento. As folhas caulinares protegem os entrenós até a parte essencial do crescimento ter se completado, então secam e caem. As folhas caulinares consistem principalmente na bainha e na lâmina (ou limbo), e também na lígula com suas franjas, e duas aurículas com suas cerdas (FIG. 5). Estas especificidades ajudam na identificação de uma espécie. As folhas caulinares dos nós mais superiores possuem lâminas mais longas que as inferiores.

Figura 5 - Composição da folha caulinar: note que a lâmina, a lígula e a franja podem ser

curtas ou longas, ajudando na identificação das espécies Fonte: VASCONCELLOS

2.3 Galhos Os galhos se desenvolvem a partir das gemas existentes nos nós dos colmos (FIG. 6). No gênero Phyllostachys os galhos se desenvolvem ainda na fase de broto, provocando uma ranhura alternada no colmo, por crescerem forçando espaço. Nos gêneros Phyllostachys e Semiarundinaria os galhos se formam ainda nos brotos, e aparecem conforme o colmo se alonga, porém nos outros gêneros, os galhos só aparecem após o colmo ter completado seu ciclo de alongamento. Os galhos podem começar a se desenvolver do topo para baixo, ou vice-versa, dependendo da espécie. Quando há falta de luz, os galhos inferiores podem não se desenvolver propriamente. Existe um número habitual de galhos em uma dada espécie, o que contribui para facilitar a identificação.

Page 9: Bambu dossie

Copyright © Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas - SBRT - http://www.respostatecnica.org.br

8

Figura 6 - Colmo e galhos Fonte: VASCONCELLOS

2.4 Folhas As folhas não crescem diretamente de uma gema dos galhos. Elas são, na verdade, lâminas de folhas caulinares que crescem em galhos. Estas lâminas tornam-se bem mais alongadas que nas folhas caulinares dos colmos, tomando a forma e a função, fotossintética, de uma folha. Nos galhos, estas folhas-lâmina estão conectadas à bainha por uma projeção de sua veia principal, em forma de uma curta haste. Quando a folha seca, começando pela ponta, esta haste quebra, e a bainha permanece conectada por mais tempo ao galho. Uma folha de bambu sobrevive até cerca de dois anos. Por terem um padrão de veias que se espalham em ângulos retos e paralelos (em inglês "tesselation"), as folhas ganham resistência ao frio. 3 FLORAÇÃO O bambu não possui um ciclo anual de floração. Na verdade, a floração do bambu ainda é um mistério para os botânicos. Podem ocorrer em longos períodos de 10, 50 ou até 100 anos. A identificação das espécies é feita através da coleta de flores, o plantio de sementes e a observação dos resultados. É por essa razão que a identificação exata das espécies de bambu é tão complicada. Uma geração inteira pode passar sem que um determinado bambu tenha florescido. A floração de um bambu é um evento não apenas misterioso, mas muitas vezes fatal para o próprio bambu. Este fato decorre do desvio de toda a atenção e esforço da planta para o florescimento, retirando as reservas contidas nos rizomas. A planta pára de produzir folhas, e pode vir a desgastar-se até a morte. Existem casos de um grupo inteiro perecer ao mesmo tempo. Sementes podem ser recolhidas, mas, atualmente ainda não há um procedimento seguro para plantio de sementes de bambu. A diferenciação entre as espécies, as variedades cultivadas não são garantidas através das sementes. A semente de uma espécie variegada (com estrias) não garante a continuação da variegação nos seus brotos. O bambu pode chegar a ter uma reprodução anemófila (causada pelo vento) e, naturalmente, reaparecer no mesmo local de sua morte. Em algumas regiões do Sul do Brasil acontece a floração do bambu causando um problema de saúde pública, pois, as regiões próximas à área de floração são infestadas por roedores provocando surtos de doenças.

Page 10: Bambu dossie

Copyright © Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas - SBRT - http://www.respostatecnica.org.br

9

Porém, nem todo bambu que floresce morre. Londoño citado por Vasconcellos, afirma que o gênero Guadua costuma ter sempre um indivíduo florescendo em um dado grupo. Existem relatos de floração contínua durante meses ou anos. Atitudes podem ser tomadas para interromper a floração de um grupo ou indivíduo, porém, os relatos e os resultados ainda são inconclusivos. Alguns cortam os colmos florescentes, outros retiram o rizoma inteiro. A ocorrência simultânea de florações de uma mesma espécie em diferentes locais do mundo é um evento ainda estudado. A teoria mais aceita é que as plantas de um mesmo clone (reproduzidas através de pedaços de uma mesma planta) podem florescer simultaneamente em locais diferentes. Especialistas discutem hoje em dia o equilíbrio entre as influências genética e climática na causa do florescimento. Afirmam que um estresse ambiental ou induzido artificialmente pode causar uma floração em bambus. 4 COMPORTAMENTO DO BAMBU NAS ESTAÇÕES DO ANO O comportamento do bambu obedece às estações, como todas as plantas. Seu ciclo é lógico, e deve ser utilizado para o planejamento de plantações e colheitas, de acordo com a finalidade que se quer atingir. No verão e no outono os colmos adultos estão recolhendo energia do sol e armazenando nos rizomas. Quando chega o inverno, a planta chega a um estado de baixo metabolismo, como uma "hibernação". Chegando a primavera, o alimento armazenado é utilizado na produção dos novos brotos e rizomas. E no fim do verão podem-se recolher os novos brotos para alimentação. De uma forma geral, pode-se dizer que a energia (seiva) está armazenada nas raízes no inverno. E no verão está espalhada pelos colmos. O verão é a pior época para colher colmos, eles serão certamente menos resistentes ao ataque de fungos e bactérias. No inverno os colmos estão mais secos, portanto, menos aptos a serem atacados por pestes. No fim do verão os bambus procuram estender seus rizomas e começar a guardar seus nutrientes. 5 USO DE FERTILIZANTES O bambu é uma planta faminta e sedenta. Ele costuma exaurir os solos de seus nutrientes preferidos. Consome basicamente muito nitrogênio na primavera e no verão, enquanto no outono consome mais fósforo e potássio. Pode-se utilizar fertilizantes adequados a esta dieta, tanto químicos quanto orgânicos. A grama é uma ótima fonte de nitrogênio e silício. Lascas de árvores também. O esterco, apesar de ser um ótimo nutriente, pode trazer ervas competitivas. Em uma plantação nova deve-se tomar cuidado com as ervas competitivas que roubarão os nutrientes do bambu. A época depois do aparecimento de brotos é uma boa época para se fertilizar, assim como no final do verão. Porém, melhores resultados são obtidos fertilizando em pequenas quantidades continuamente durante o ano, excetuando o inverno. No inverno pode-se cobrir a terra em volta dos bambus com uma camada de composto orgânico para isolar os rizomas de um frio excessivo. As próprias folhas caídas do bambu servem como estabilizador da umidade e da temperatura no solo, assim como ajuda a reciclar o silício. Uma plantação nova de bambu deve receber bastante água, pois corre o risco de secar rapidamente e morrer. Porém, deve-se ter também o cuidado de não regar demais, o que pode ser tão danoso quanto a seca. 6 TÉCNICAS DE PLANTIO O bambu pode crescer em solos de diferentes graus de arenosidade, acidez, umidade e temperatura. Porém, ele se dá melhor em solos levemente ácidos e argilosos, com 5.5 a 6.5 de pH.

Page 11: Bambu dossie

Copyright © Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas - SBRT - http://www.respostatecnica.org.br

10

Dependendo da espécie de bambu é necessário mais ou menos sol. Porém, mesmo as espécies mais favorecidas pelo sol devem receber uma proteção durante o período mais quente do dia, para evitar ressecamento. Para se estabelecer um plantio com sucesso deve-se primeiro escolher a espécie adequada, a hora e o local adequados (e, certas vezes, a finalidade adequada). É sempre bom lembrar que os bambus temperados são mais aptos ao frio (no Rio Grande do Sul costuma até nevar), enquanto os tropicais se adaptam muito bem ao clima geral do resto do país, além de existirem exceções para os dois casos. Ter um local aberto e próximo a uma fonte de água ajuda o bambu a espalhar-se mais rapidamente. Os bambus previnem o solo de tornar-se seco; plantados numa encosta inclinada ou nas margens de rio agregam resistência ao solo contra erosões e terremotos. A melhor época para se plantar o bambu é depois do inverno, no momento de aparecimento de novos brotos, pois eles terão tempo até o próximo inverno de reservar energia e nutrientes. Uma touceira ou floresta demora de dez a quinze anos para atingir a maturidade, ou seja, ter colmos grandes e resistentes. Existem algumas técnicas para plantar bambu. A utilização de uma ou outra depende da disponibilidade de recursos, transporte e tecnologia. A forma mais utilizada é a propagação vegetativa, que pode ser realizada por separação de colmos, rizomas ou galhos. Nestes três tipos de propagação é muito importante observar se existem gemas intactas, ainda não usadas pelo bambu. Elas são encontradas em bambus jovens, de até um ano. 6.1 Separação de rizomas Devem-se escolher rizomas de um ano de idade, no máximo. Para rizomas paquimorfos deve-se cortar no pescoço, onde se liga ao rizoma antigo, e acima do primeiro nó do seu jovem colmo (FIG. 7). Depois, planta-se verticalmente, com o colmo para fora, ou horizontalmente, com o rizoma a poucos centímetros abaixo da terra (30-50 cm). Para rizomas leptomorfos sem colmos deve-se cortar um segmento com pelo menos três nós com gemas não usadas. Planta-se horizontalmente, a cerca de 30 cm abaixo da terra. No caso de rizomas leptomorfos com colmos deve-se cortar um segmento com algumas gemas e acima do primeiro nó do colmo. Depois, planta-se o rizoma horizontalmente a cerca de 30 cm abaixo da terra, com o colmo para fora.

Figura 7 - Plantio por rizoma

Fonte: VASCONCELLOS 6.2 Separação de colmos Esta técnica consiste em usar as gemas ainda dormentes (que não se transformaram em galhos) nos colmos para transformá-las em novos rizomas. Funciona muito bem com gêneros tropicais como Bambusa e Dendrocalamus. O colmo deve ter até um ano de idade. Deve-se deixar os galhos principais que saem das gemas dos nós do colmo, mas cortados acima dos seus primeiros nós. Pode-se usar um nó simples, ou seja, cortar antes e depois de um nó, enterrando horizontalmente, com o galho apontando para cima. Pode-se usar um nó duplo, ou seja, cortando antes de um nó e

Page 12: Bambu dossie

Copyright © Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas - SBRT - http://www.respostatecnica.org.br

11

depois do nó seguinte. Ainda pode-se fazer um furo, encher parcialmente a parte interna do entrenó de água e tapar com alguma bucha (algodão, pano). Depois se enterra com algum galho orientado para cima. Este método é mais seguro de funcionar do que o simples. Pode-se enterrar o colmo inteiro, esperando brotar, horizontalmente ou ligeiramente inclinado. Após dar brotos, cortam-se os entrenós e transferem-se os brotos para o novo local de plantação.

Figura 8 – Plantio por colmos

Fonte: VASCONCELLOS 6.3 Separação de galhos Em algumas espécies esta técnica funciona e, em outras não. É uma técnica ainda pouco estudada. Deve-se cortar os galhos principais dos colmos e enterrá-los a cerca de 20 cm na terra. 7 COLHEITA E PODA O bambu deve ser cortado sempre após o primeiro nó para evitar que o rizoma apodreça. E não deve exceder mais de 30 cm do chão. Poderá usar machado (no caso dos gigantes), facão ou serras para colher o colmo. É importante fazer um corte seco e preciso, caso utilize ferramentas como machado, foice ou facão, pois um bambu rasgado tem mais entradas para fungos e insetos. Um grupo de bambus tem indivíduos de várias idades, aqueles com mais de 7 anos de idade devem ser removidos para que a energia do grupo se direcione para os novos brotos e colmos. Os bambus podres e secos devem ser removidos. Não se deve nunca retirar mais que 80 por cento de um grupo de bambus, pois isto abala muito a planta. Deve-se sempre deixar alguns bambus maduros em áreas espalhadas do grupo, pois são eles que fornecem nutrientes para os mais jovens. A melhor época para coletar brotos é pouco tempo após o seu aparecimento. A época para obter colmos resistentes é no inverno. Existem técnicas que sugerem o corte de parte do colmo, para no ano seguinte utilizar o rizoma deste colmo para transplante.

Page 13: Bambu dossie

Copyright © Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas - SBRT - http://www.respostatecnica.org.br

12

8 CONTROLE DE BAMBU INVASIVO Os bambus de rizomas leptomorfos são invasivos. Estendem seus rizomas por muitos metros linearmente. Então, acabam tomando conta de terrenos abandonados, ou aparecendo por debaixo de um muro. A mesma razão que leva o bambu a ser usado para contenção de encosta, o endurecimento do solo, frustra muitas tentativas de controle. O bambu não pode apenas ser cortado. Deve-se cortar os colmos invasores, podendo regar para forçar um apodrecimento dos rizomas, e torna-se a cortar os novos colmos insistentes. Pode-se cortar os rizomas cavando e usando uma pá como ferramenta de corte. Uma forma de controle preventivo é o estabelecimento de barreiras físicas enterradas, que impedem a passagem do rizoma. Placas de plástico ou alumínio podem servir, mas, é importante lembrar que o rizoma de um bambu pode ser bem agressivo e furar barreiras. 9 TRATAMENTOS PARA O BAMBU Segundo a botânica Londoño citada por Vasconcellos, o fator principal para se obter colmos resistentes de bambu é a forma e época da colheita. A época do ano em que o bambu guarda a maior parte de suas reservas de seiva nas raízes (rizomas) é o inverno, o momento antes do aparecimento dos novos brotos. Colhendo nesta hora, obtém-se um bambu com menos açúcar, que é a fonte de alimento dos insetos e fungos que atacam o bambu, sendo que estes aparecem menos no inverno. No Brasil e no Hemisfério Sul esta época acontece no meio do ano. Por isso a cultura popular brasileira afirma que são os meses sem a letra "r": maio, junho, julho e agosto. Após este período começa a geração de novos brotos. Outra atenção especial a ser tomada é a idade do bambu. Para fins de tecelagem ou cestaria usam-se os bambus jovens e imaturos, pela sua flexibilidade. Para fins de construção, deve-se usar os bambus maduros, mas não podres, com cerca de 3 a 4 anos, quando atingiram sua resistência ideal. Estando na época certa do ano, deve-se escolher a fase da lua mais adequada, sendo esta, normalmente a lua minguante. A razão científica para este fato ainda está sendo investigada, mas é muito utilizado em virtude da cultura popular. Após o corte, aconselha-se deixar o bambu em pé no local de colheita, ainda apoiado nos vizinhos, por cerca de 2 a 3 semanas. Neste tempo, ele secará, mas ainda no estado de temperatura, pressão e umidade em que sempre viveu. 9.1 Secagem O colmo cortado ainda estará úmido por dentro e, desejando utilizar-se o bambu para fins de construção de objetos ou estruturas, deve-se secá-lo para obter resistência e durabilidade. Pode-se apoiar o bambu, ainda com as folhas, em um aposento arejado com chão e parede livres de umidade, sob proteção da chuva e do sol e, dependendo da espécie e das condições climáticas, deixar a seiva escorrer e evaporar de 2 a 8 semanas. Com fogo pode-se obter resultados mais rápidos, mesmo com climas mais frios e úmidos. Segundo Lengen, do Instituto Tibá, no seu livro "Manual do arquiteto descalço", citado por Vasconcellos, "faz-se um buraco pouco profundo e cobre-se o solo e as esquinas com tijolos, para que não perca calor. O bambu deve ser colocado a uns 50 cm acima do fogo. Para que seque de maneira uniforme, deve-se virar os troncos de vez em quando. Com este método, a parede do tronco fica mais resistente aos insetos, mas cuidado! Se o fogo é muito forte pode abrir ou deformar os troncos" (FIG. 9).

Page 14: Bambu dossie

Copyright © Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas - SBRT - http://www.respostatecnica.org.br

13

Figura 9 – Secagem com fogo

Fonte: LENGEN apud VASCONCELLOS Outra forma de secagem com fogo é a utilização de uma fonte pontual de calor como o maçarico. Neste processo é importante utilizar fogo baixo, e obtém-se alta resistência e brilho. Porém, é um método mais demorado e trabalhoso, por ser feito nos colmos um a um. Pode-se também defumar o bambu, introduzindo-o num compartimento com pouca saída de ar que tenha fogo e fumaça sob os colmos de bambu. Nesses métodos onde se utiliza fogo, geralmente, um tipo de óleo (ácido piro-lenhoso) aparece na superfície dos troncos. Este óleo pode ser removido com pano ou reutilizado como fonte de fumaça. Estufas são um meio muito eficaz de secar o bambu (FIG. 10). Na Colômbia existem estufas verticais de muitos metros de altura, onde o bambu é colocado em pé. Geralmente, as estufas são horizontais. As estufas devem coletar o calor dos raios do sol durante o dia, sem incidir diretamente sobre os bambus e sem causar calor excessivo, e manter seu interior quente durante a noite. Este processo dura algumas semanas.

Figura 10 – Secagem com aquecedor solar Fonte: LENGEN apud VASCONCELLOS

9.2 Fervura/cocção Um modo muito utilizado para tratamento de bambu é ferver o bambu em água. Aconselham-se períodos de 15 a 60 minutos para cada grupo. Os fornecedores de bambu da região serrana do Rio de Janeiro costumam passar um pano molhado de óleo diesel no

Page 15: Bambu dossie

Copyright © Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas - SBRT - http://www.respostatecnica.org.br

14

bambu antes de ferver. A soda cáustica é outra forma recomendada de tratamento, e deve-se misturar à água na proporção de 10 partes (água) para 1 parte (soda cáustica), mantendo o tempo de cocção de aproximadamente 15 minutos. 9.3 Tratamento químico O ácido bórico é o produto mais utilizado no tratamento químico de bambu. Pode-se utilizar um produto pronto, como o Borax. 9.4 Boucherie Um modo de tratar quimicamente o bambu é fazer passar, sob pressão, a solução química através dos colmos e fibras do bambu. Usa-se uma bomba de ar comprimido para dar pressão, e mangueiras adaptadas nas extremidades do bambu. É importante salientar que o uso indevido dessas substâncias químicas muito tóxicas pode ocasionar a intoxicação grave e até a morte do operador, além de contaminar o solo ou a água no local de despejo. Correntes ecológicas afirmam que os tratamentos naturais agridem menos o meio ambiente, portanto, sendo mais ecologicamente responsáveis. 9.5 Água O bambu pode ser tratado apenas pela permanência em água parada (piscina ou tanque) por algumas semanas, porém precisará passar por um processo de secagem demorado após o banho. Pode-se banhar também em água corrente (riachos). 10 UTILIZAÇÃO DO BAMBU O maior produtor mundial é a República Popular da China, com aproximadamente 7 milhões de hectares de florestas e plantações de bambu. Esforços no sentido de aumento de produtividade são despendidos desde a década de 1940. O bambu faz parte dos planos anuais estratégicos da China. Os cientistas se especializaram e desenvolvem pesquisas sobre bambu, nas áreas de: reprodução in vitro, placas e painéis de bambu processado, carvão ativado, álcool e éter, novos produtos alimentícios para o broto de bambu, a folha como aditivo, plantio e manejo; taxonomia; hibridismo; maquinário específico para o processamento do bambu. É o país pioneiro na industrialização baseada no bambu, com uma produção e comércio anual de cerca de 2 bilhões de dólares, entre: painéis, placas e pisos de bambu; moldes de bambu para construção em concreto; brotos comestíveis frescos e processados; papel de diversos tipos; carvão comum e ativado; mobiliário comum e laminado; luminárias, cercas e itens de artesanato (FIG. 11). O governo chinês estabeleceu diversas cooperativas das quais os agricultores se beneficiam, vendendo seus produtos de bambu diretamente às fábricas, com cotação previamente estabelecida. O segundo maior produtor de bambu, contando atualmente com cerca de 4 milhões de hectares de florestas e plantações de bambu é a Índia suas maiores indústrias baseadas no bambu são as de papel. Contam com muitos pesquisadores que atuam em diversas áreas. Equador e Colômbia, estes dois países têm uma cultura milenar de uso de bambu, pois contam com uma grande reserva natural do bambu da espécie Guadua angustifólia, que seus habitantes nativos aprenderam a utilizar. Esta espécie é agora reconhecida como a melhor para uso na habitação. Arquitetos e engenheiros colombianos e equatorianos se destacam no cenário mundial,

Page 16: Bambu dossie

Copyright © Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas - SBRT - http://www.respostatecnica.org.br

15

aplicando o bambu em projetos de habitação popular, e também em projetos particulares modernos, de estética e dimensão impressionantes. A Fundação Vivendas Hogar de Cristo, do Equador, realiza um trabalho admirável. Constrói e financia casas populares pré-fabricadas de bambu, com um custo de 385 dólares americanos por unidade. As casas são pré-fabricadas e rapidamente montadas. Além disso, são muito leves e resistentes a inundações e terremotos, o que já foi comprovado na prática diversas vezes. Desde 1978 já abrigou mais de 270.000 pessoas, chegando no ano de 2000 a uma produção de 8782 casas e dá prioridade às mulheres chefes de família. O Brasil possui espécies nativas, e os indígenas as utilizam a tempo na medicina, habitação, caça e guerra, decoração e alimentação. Diversas espécies foram introduzidas pelos portugueses e outros povos que migraram durante a colonização. O uso do bambu no Brasil ainda é incipiente levando em consideração o seu potencial. Os agricultores utilizam a planta para construções e estruturas temporárias. No Brasil, existem muitas espécies nativas e exógenas (não-nativas). O bambu da espécie Bambusa vulgaris é muito espalhado pelo país, porém é originário da China, e possui colmos grossos e de cor verde. Uma variação desta espécie é a Bambusa vulgaris "vittata", também chamada de "bambu brasileiro", "imperial" ou "verde amarelo", e possui grande apelo estético. O gênero Bambusa possui apenas bambus de rizomas paquimorfos, ou seja, de colmos bem juntos. O gênero Bambusa é usado como polpa de papel além de fonte de bebida alcoólica. Existem ainda muitas outras espécies de bambus do gênero Bambusa. O Bambusa lako, conhecido como 'black timber bamboo', tem colmos negros, e o da espécie Bambusa ventricosa, conhecido como 'bhuda's belly', tem os entrenós inchados.

Figura 11 – Objetos fabricados com bambu

Fonte: VASCONCELLOS Existem bambus de pequeno porte, muito usados na confecção de ambientes paisagísticos e de jardinagem. A espécie de bambu mais conhecida no mundo é a Phyllostachys aurea, aqui chamada de "bambu-mirim", e lá fora de "Golden Bamboo", "Fishing pole Bamboo" entre outros. Ele é um bambu de rizomas leptomorfos, por isso mais adaptado ao clima temperado, mas, se vê no Brasil muitos bambus que parecem ser desta espécie, e com mais de 5 centímetros de diâmetro. É usado para varas de pescar, estruturas, móveis e

Page 17: Bambu dossie

Copyright © Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas - SBRT - http://www.respostatecnica.org.br

16

trançados pela sua grande resistência. O gênero Phyllostachys é o mais variado, tendo grande número de espécies. Outro bambu muito apreciado deste gênero é o Moso: Phyllostachys pubescens, Phyllostachys edulis ou ainda Phyllostachys heterocycla "pubescens", muito usado na China para obtenção de brotos comestíveis. É o bambu usado nos laminados de bambu para piso e painéis (Plyboo). Uma característica interessante desta espécie é o aparecimento de entrenós curvados ou comprimidos. Quando acontece de um bambu inteiro nascer assim ele é chamado de P. pubescens "kikko" ou "Tortoise Shell Bamboo", por se parecer com um casco de tartaruga. A espécie Phyllostachys nigra é intrigante por ser primeiramente verde e, depois de maduro, preto. A variação Phyllostachys nigra "boryana" é verde com manchas marrons, uma espécie bela. O gênero Dendrocalamus é originário da Ásia também, e encontra-se muitos espécimes da espécie Dendrocalamus asper no Rio de Janeiro (RJ) e em Campo Grande (MS). Esta espécie costuma ser chamada de "bambu-balde", pela sua grossura. Podem chegar a 25 centímetros de diâmetro e cerca de vinte e cinco metros de altura. Seus brotos são comestíveis. Quando jovens estes bambus apresentam penugem áspera marrom, quase dourada. O maior bambu de todos é o da espécie Dendrocalamus giganteus. Os bambus do gênero Guadua têm uma importância crucial na economia da Equador e Colômbia. É uma espécie conhecida dos nativos há pelo menos 5000 anos. Anteriormente incluídos no gênero Bambusa, este bambu nativo da América possui espécies com tremenda resistência, o Guadua angustifólia, sendo notadamente tido como um excelente material de construção. Sua característica mais chamativa são os nós brancos. No Brasil, existem vastas florestas naturais de Guadua na Amazônia. Porém, encontra-se Guaduas em grande parte do território brasileiro, de Sul a Norte. Os artesões fabricam diversos produtos, tais como : mobiliário, luminárias, talheres, cestas, recipientes, artigos de decoração, etc. O broto de bambu é vendido aos restaurantes de comida asiática. O Grupo João Santos, do Nordeste brasileiro, produz grande quantidade de papel para embalagens, utilizando bambu, sendo o segundo maior no setor. Sua área de plantio chega a cerca de 15000 a 20000 hectares. 11 BAMBU: OPORTUNIDADES E DESAFIOS PARA O FUTURO Em virtude da crescente preocupação ambiental mundial é possível notar um grande interesse na utilização desta matéria-prima tão promissora que é o bambu. Porém, o estudo para consolidar um ciclo sustentável do bambu ainda é incipiente. Isso poderá causar um caos futuro para quem está investindo nesta matéria-prima. Hoje, já se consegue ver isto na prática, pois o bambu para construção civil está cada vez mais escasso. Logo, vêm sendo desenvolvidas diversas alternativas para diminuir a utilização do bambu e aumentar as variações dos tipos de materiais. Tem-se uma visão das construções colombianas, chinesas ou indianas e pode-se notar como é fantástica a utilização do bambu, mas às vezes esquece-se que todos estes países têm o bambu como sua matéria-prima nativa. Mesmo assim, estão aumentando cada vez mais as suas áreas de plantio. No Brasil, está cada vez mais difícil comprar bambu, pois as florestas e moitas estão se tornando escassas. Já existem pessoas que estão buscando técnicas de plantio e desenvolvimento de mudas, como, por exemplo, a iniciativa de uma das maiores empresas de papel, que tem sua área de matéria-prima reflorestada. Mas será possível suprir esta demanda por muito tempo? Esta dúvida surge no decorrer dos processos e estudos. Porém, é possível aumentar a oferta desta matéria-prima, através do constante desenvolvimento de projetos de reflorestamento. Este assunto já preocupa muitos pesquisadores que trabalham com bambu, e que já levaram seus projetos à Brasília na Reunião de Avaliação e Perspectivas do Uso Sustentável do Bambu no Brasil.

Page 18: Bambu dossie

Copyright © Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas - SBRT - http://www.respostatecnica.org.br

17

Outro problema que se pode notar é o tratamento do bambu. Muitas vezes, dependendo do tipo de tratamento utilizado, pode ocorrer problemas futuros, como a destruição da estrutura do bambu, causado pelo ataque de insetos xilófagos, ou pelo crescimento de microorganismos. Em suma, é possível reverter esta situação, através de pesquisas e aplicações práticas, para poder alcançar o máximo no desenvolvimento de técnicas de utilização do bambu. 12 CENTROS DE PESQUISA DE BAMBU Dentre os principais centros que investigam bambu, pode-se citar: - CILD, antigo LOTDP do Departamento de Artes e Design da PUC (Rio de Janeiro) - Departamento de Engenharia Civil da PUC (Rio de Janeiro) - Departamento de Engenharia Mecânica da UNESP (Bauru) - Faculdade de Engenharia Agrícola da UNICAMP - Faculdade de Engenharia Civil da UFMG - Instituto Agronômico de Campinas - IAC - Instituto de Tecnologia do Paraná - TECPAR - Rede Internacional para o Bambu e o Rattan - INBAR - Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR 12.1 Rede Internacional para o Bambu e o Rattan A Rede Internacional para o Bambu e o Rattan (INBAR) é uma instituição intragovernamental sem fins lucrativos, que direciona seus objetivos para a diminuição da pobreza e o desenvolvimento sustentável, através do bambu e do rattan. É baseada num acordo no qual 22 países são signatários. Sua sede é em Pequim e possui escritórios na Índia, Malásia e Chile. Cria, mantém e dá consultoria a diversos projetos em todo o mundo, porém priorizando o hemisfério Sul, onde está a maioria dos países em desenvolvimento. Colabora com diversos institutos e fundações agrícola-florestais e sociais. Adquire financiamentos através de diversos organismos, como Food and Agricultura Organization (FAO), United Nations Development Programme (UNDP), governo da Holanda e International Development Reserch Centre - IDRC (Canadá). Atualmente, estão em fase de implementação às normas para a construção civil com bambu na International Standard Organization (ISO), elaboradas em um projeto financiado pela INBAR. A INBAR demonstra grande interesse em que o Brasil se filie à rede. O Brasil é um forte candidato, pois exibe vasto território, grande quantidade de espécies nativas, ainda pouco estudadas, mão-de-obra excedente, baixo índice de desenvolvimento humano (IDH), grande potencial produtivo, grupo de pesquisadores de bambu reconhecidos, movimento crescente no interesse e divulgação do bambu e relação diplomática estável em todo o mundo. 12.2 Trabalhos realizados pelo Tecpar O Tecpar, apesar do tempo de existência com trabalhos dirigidos em prol da comunidade, ainda está na busca do conhecimento para desenvolvimento e aplicação de novas tecnologias visando melhorias no processamento do bambu. Atualmente, o Tecpar, por intermédio da Divisão de Tecnologias Sociais, vem desenvolvendo alguns trabalhos em parceria com universidades e empresas, dentre eles pode-se citar: • Desenvolvimento em conjunto com a empresa Flying Skateboard de um shape de skate

de bambu, um produto inovador no mercado; • Estudo de possibilidades de tratamento do bambu em parceria com a Universidade

Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR. Além disso, o instituto está buscando recursos para viabilizar novos estudos e, assim, montar um laboratório de pesquisa e avaliação da qualidade dos tratamentos para o bambu, tendo como objetivo comprovar a funcionalidade dos tratamentos que estão sendo

Page 19: Bambu dossie

Copyright © Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas - SBRT - http://www.respostatecnica.org.br

18

utilizados. Este processo se resume em testes com insetos xilófagos e fungos celulolíticos. Conclusões e recomendações No Brasil, as pesquisas sobre bambu vem sendo desenvolvidas há muitos anos, porém, apenas nas últimas décadas elas tomam maior importância. O bambu é uma planta que apresenta inúmeras vantagens, dentre elas pode-se citar: − é um material resistente e ao mesmo tempo flexível, pois é composto, basicamente, por

fibras longas; − rápido crescimento, o que implica numa diminuição do impacto ambiental quando

utilizado como substituto à madeira convencional, em virtude da diminuição do desmatamento;

− facilidade de estabelecimento, manutenção e colheita, pois o bambu não exige técnicas complexas e aplicação de produtos agrotóxicos para a sua plantação e manutenção, sua colheita fortalece o bambual e pode ser feita com instrumentos manuais e, além disso, por ser um material leve, seu transporte é facilitado;

− é ecologicamente correto, pois, em comparação com as outras plantas, absorve uma grande quantidade de gás carbônico da atmosfera.

O bambu, por ser uma matéria-prima dinâmica, tem um grande potencial industrial a ser explorado, encontrando aplicação desde o artesanato até a fabricação de móveis, produção de celulose e a construção civil. Porém, é importante atentar que, mesmo com todas as vantagens apresentadas, para que seja garantida a qualidade do produto final, é imprescindível que seja realizada uma pesquisa intensiva sobre o bambu, principalmente no que diz respeito às técnicas de tratamento, em virtude da sua sensibilidade ao ataque por fungos e insetos. Leitura complementar Recomenda-se a leitura das seguintes Respostas Técnicas, disponíveis no site do SBRT (<http://www.respostatecnica.org.br>): SERVIÇO BRASILEIRO DE RESPOSTAS TÉCNICAS. Conserva de broto de bambu . Rio de Janeiro: Redetec, 2006. SERVIÇO BRASILEIRO DE RESPOSTAS TÉCNICAS. Fornecedores de máquinas para espeto de bambu . Brasília: Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico – CDT/UnB, 2006. SERVIÇO BRASILEIRO DE RESPOSTAS TÉCNICAS. Quais os equipamentos e processos necessários para produção de compensado d e bambu? Porto Alegre: Senai, 2005. SERVIÇO BRASILEIRO DE RESPOSTAS TÉCNICAS. Secagem de palitos de bambu . Belo Horizonte: Cetec, 2006. SERVIÇO BRASILEIRO DE RESPOSTAS TÉCNICAS. Tratamento do bambu para artesanato . Belo Horizonte: Cetec, 2007. SERVIÇO BRASILEIRO DE RESPOSTAS TÉCNICAS. Usos do bambu . São Paulo: Disque-Tecnologia/CECAE – USP, 2006. Referências FONTANA, N. M. Projeto de inovação de skates com laminados de bamb u adesivado com resina . 2006. 99 fls. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Tecnologia em Química Ambiental) - UTFPR, Curitiba, 2006.

Page 20: Bambu dossie

Copyright © Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas - SBRT - http://www.respostatecnica.org.br

19

VASCONCELLOS, Raphael Moraes de. Info bambu – plantio e morfologia . Disponível em: <http://www.bambubrasileiro.com/info/plantio/index.html>. Acesso em: 06 ago. 2007. WETTERWALD, M. F. Bamboo . Disponível em: <http://bamboocentral.org/index1.htm>. Acesso em: 06 ago. 2007. Anexo Lista de sites relacionados ao tema bambu 1000 Things of Bamboo - <http://www.bambus.de/bambus/0fun/1000/index.html/Bamboo> Garden at Foothill College- <http://www.bamboogarden.org/> Alemanha - <http://www.bambus-deutschland.de/> All Things Bamboo Australia - <http://www.bamboo-oz.com.au/> Álvaro Abreu - <http://www.bambuzau.com.br/> American Bamboo Society (ABS) - <http://www.bamboo.org/abs/> Antúlio Madureira - <http://www.antuliomadureira.com.br/inst.html> Associação Brasileira de Ciências de Materiais e Tecnologias Não Convencionais (ABMTENC) - <http://www.abmtenc.civ.puc-rio.br/> Bamboe (nórdico) - <http://home.iae.nl/users/pms/bamboe.html> Bamboe Design - <http://www.bamboedesign.nl/> Bamboo Accents - <http://www.bambooaccents.com/> Bamboo Charcoal (Tailândia) - <http://www.bamboocharcoal.com/> Bamboo Clothes - <http://www.bambooclothes.com/> Bamboo Flooring - <http://www.bambooflooring.biz/> Bamboo Fount - <http://www.bamboofount.com.br> Bamboo Garden Nursery - <http://www.bamboogarden.com/> Bamboo Gardener - <http://www.bamboogardener.com/> Bamboo Giant - <http://www.bamboogiant.com/> Bamboo Hardwoods -<http://www.bamboohardwoods.com/ Bamboo Headquarters - <http://www.bambooheadquarters.com> Bamboo Home Page (Japão) - <http://www.kyoto.zaq.ne.jp/dkakd107/English.html> Bamboo HZ - <http://www.bamboohz.com/> Bamboo Identification Manual (BIM) - <http://www.earthcare.com.au/bimbamboo/> Bamboo Links da Lista Americana - <http://www.geocities.com/RainForest/3922/index.html> Bamboo List Images - <http://insiderweb.com/bamboo_list_images.htm/> Bamboo Nursery - <http://www.bamboonursery.com/> Bamboo Nursery Fastuosa - <http://members1.chello.nl/~j.kevenaar/bamboo.html> Bamboo of the Americas (BOTA) - <http://www.bamboooftheamericas.org/> Bamboo Orchestra - <http://www.bamb-o.com/> Bamboo Society of Australia - <http://www.bamboo.org.au/> Bamboo Sourcery - <http://www.bamboosourcery.com/> Bamboo Sox - <http://www.bamboosox.com/> Bamboo SurfBoards "Bambu" - <http://www.bamboosurfboards.com.au/> Bamboo Technologies - <http://www.bambootechnologies.com> Bamboo Web - <http://www.bambooweb.info/> Bamboo Web of Hawaii - <http://kauai.net/bambooweb/bamboo.html> Bamboo World Australia -<http://www.bambooworld.com.au/> Bambouseraie Prafrance - <http://www.bambouseraie.fr/> Bambu Design - <http://www.bambudesign.com.br/index.htm> Bambu Gigante na arquitetura Vernacular de Equador e Colômbia, Dr. J. J. Parsons (em inglês) - <http://insiderweb.com/guadua_article.htm> Bambu: Madeira para o século 21, Dr. Cherla B. Sastry (em inglês) – <http://www.inbar.org.sg/timber.htm> Bambus Garten DE - <http://www.bambusgarten.de/> Bambu-U - <http://www.bambu-u.com/> Bambuver - <http://www.bambuver.com> Bambuzeria Cruzeiro do Sul - <http://www.bamcrus.com.br> BonsaI - Arquitetura & Paisagismo - <http://www.aresnet.com/bonsai/tropical.htm#bambu/> Botanical Partners - <http://www.botanicalpartners.com/>

Page 21: Bambu dossie

Copyright © Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas - SBRT - http://www.respostatecnica.org.br

20

Burt Associates Bamboo - <http://www.bamboos.com/> Burtons Bamboo Garden - <http://www.burtonsbamboogarden.com/> Cal Hashimoto (escultor) - <http://www.bamboofinearts.com/> Canada's Bamboo World - <http://bambooworld.com/> Capítulo Flórida e Caribe - <http://www.tropicalbamboo.org/> Center for Bamboo Development/Bamboo Composites - <http://www.bamboocomposites.com/> Cestas de bambu - <http://www.bamboobaskets.com/> China Bamboo Centre - <http://www.chinabamboocentre.com/> Cristoph Tönges - <http://www.conbam.de> Earthcare Enterprises Farm & Nursery - <http://www.earthcare.com.au/> Escola de Bio-arquitetura e Centro Experimental de Tecnologia em Bambu – (EBIOBAMBU) - <http://www.bambubrasileiro.com/ebiobambu/> Estudo do Uso de Bambu em Treliças (Japão) - <http://www.tamabi.ac.jp/idd/shiro/bamboo/> European Bamboo Society (EBS) - <http://www.bodley.ox.ac.uk/users/djh/ebs/ebs.htm> Fundação Bambu-Brasil - <http://www.bambubrasil.org/> Grades de bambu - <http://www.bamboofencer.com/> Hangzhou Qingfeng Bamboo Products Co. - <http://www.china-qingfeng.com/> Hangzhou Zen Bamboo & Hardwood Products - <http://www.bamboo-expo.com/> High Touch - <http://www.high-touch.com/en/index.html> Holanda - <http://www.bamboepagina.nl> Home Decorating Reviews - <http://www.home-decorating-reviews.com/flooring/bamboo-flooring.html> Instituto do Bambu - <http://www.inbambu.org.br/> International Bamboo Arrow Society - <http://www.bambooarrow.com/> International Bamboo Foundation (IBF) - <http://bamboocentral.org/> Istilah Imports. - <http://www.istilah-import.tmfweb.nl/html/eetkamers.html> Jardin de Bambu en Vila Adelina - <http://usuarios.arnet.com.ar/bambu/jardindebambu.htm> JM Bamboo Nursery - <http://www.jmbamboo.com/> K and M Bamboo Products Inc. - <http://www.myna.com/bamboo/> Kool Bamboo - <http://www.koolbamboo.com/> Lewis Bamboo - <http://www.lewisbamboo.com/> Lin An China Bamboo Flooring - <http://www.linanwindow.com/bamboo/> Lucky Bamboo Flooring at The Bamboo Site - <http://www.thebamboosite.com> Mark Mortimer - <http://www.bambusero.co.nz/> Michael McDonough's Home Page - <http://www.michaelmcdonough.com> Móveis e outros na Colômbia - <http://www.ecotourism.co.cr/agrobamboo/indexeng.htm/> Museu do bambu em Kyoto (Japão) - <http://www.isei.or.jp/Bamboo_Museum/Bamboo_Museum.html> Musica Bambusa - <http://www.shoal.net.au/~musicabam/index.html> Oprins Plant - <http://www.oprins.be/> Organização Mundial do Bambu (WBO) - <http://www.bamboo.org.au/iba/> Original Bamboo Factory - <http://www.originalbamboofactory.com/> Our Nursery - <http://www.thefarm.org/businesses/bamboo/bamboo.html> Oxentina - <http://www.panetten.com/bambooxentina/> Planet Bamboo - <http://www.planetbambu.com/homepage.htm> Plyboo America - <http://www.plyboo-america.com/> Plyboo Bamboo Flooring International - <http://www.plyboo.nl/> Red Chilena del Bambú - <http://www.bambu.cl> Rede Internacional para o Bambu e o Ratim (INBAR) - <http://www.inbar.int/> Saxos de Cana - <http://usuarios.arnet.com.ar/bambu/saxos.htm> Shakuhachi Flute Instruments - <http://www.shakuhachi.com/> Sistema de Irrigação no Oeste de Sumatra , Damir Kovac (em inglês) - <http://senckenberg.uni-frankfurt.de/private/dkovac/bamboo.htm> Smith & Fhong Bamboo Plyboo - <http://www.plyboo.com/> Sociedad Colombiana del Bambú - <http://www.guadua.org/> Sociedade Botânica do Brasil - <http://www.botanica.org.br> Stinger's Bamboo Links - <http://www.ftg.fiu.edu/grass/bamboo/bamboo.html> Suíça - <http://www.bambus-schweiz.ch/>

Page 22: Bambu dossie

Copyright © Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas - SBRT - http://www.respostatecnica.org.br

21

Sunreeds Instruments - <http://www.sunreed.com/BambooSaxophones.htm> Tai Hei Shakuhachi (flauta sagrada japonesa) - <http://www.shakuhachi.com/> Takehei Bamboo Whole Sale - <http://www.takehei.jp/> Terra Bambu (Itália) - <http://www.terrabambu.net> TradeWinds Bamboo - <http://www.bamboodirect.com/index.html> Un Mundo de Bambu (Argentina) - <http://usuarios.arnet.com.ar/bambu/> Universidade Aachen (Alemanha) - <http://bambus.rwth-aachen.de/> Varas Brotas (varas de pescar) - <http://www.varasbrotas.com.br/> Viviendas Hogar de Cristo - <http://www.vhc.org.ec> Weiming Furniture - <http://www.weimingfurniture.com/door/> West Wind Technologies - <http://esi.athenstn.com/wwt/wwt.html> Xiamen Brothers International - <http://www.ysp-china.com/bamboodannerware.html/> ZERI organization - <http://www.zeri.org> Zhejiang JianAn Bamboo Products Co. - <http://www.china-bambooflooring.com/> Grupos de discussão sobre o bambu, por internet: Bamboo Crafts - <http://www.bamboocrafts.net> Bamboo-market - <http://groups.yahoo.com/group/bamboo-market> Bamboo-Plantations - <http://groups.yahoo.com/group/bamboo-plantations> Bambu Italia - <http://it.groups.yahoo.com/group/bambuitalia> Bambu-Brasil - <http://www.bambubrasileiro.com/grupo> ou <http://groups.yahoo.com/group/bambu-brasil> Bambu-Colombia - <http://groups.yahoo.com/group/bambu-colombia> Bambu-Ecuador - <http://groups.yahoo.com/group/bambu-ecuador> Bambuotatea (México) - <http://groups.yahoo.com/group/bambuotatea> Bambu-Plantaciones - <http://groups.yahoo.com/group/bambu-plantaciones> Fundação Bambu-Brasil - <http://groups.yahoo.com/group/FundacaoBambuBrasil> Jamaican-Bamboo - <http://groups.yahoo.com/group/j_bamboo> Nome do técnico responsável Alexandre Akira Anderson Cardoso Sakuma Lorena Dambiski Tássia Viol Moretti Nome da Instituição do SBRT responsável Instituto de Tecnologia do Paraná – TECPAR Data de finalização 07 ago. 2007