4

Barton Banes Artes e Leiloes 1989

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Barton Banes em Artes e Leiloes, nrº1, 1989

Citation preview

  • A Arte do Dinheiroou

    o Dinheiro na ArteEntrevista com Barton Benes

    Jos Ped ro Paco dArcos

    PPA Barton. h ansI oro, qr, ,o*o, o.gor.I I nte re tte- me be/o leu

    ,l nbolbo en t9(4 quando/t na Pnmetra Pagtna do com dinheiro s tiri-nhas.

    JPPA -

    Conseguste obrgar o Banco Central a ta/tarao ssterna de troca do Pas'sado... lsso o cma/o do ca'pitalismo!

    Benes Eu no tinhaquaquer conhecimento daexistncia desses moneypanters do final do sculoXIX. Desde que comecei atrabalhar com dinheiroaprendi coisas sobre eles, masna atura eu no conhecianingum que trabahasse outivesse trabalhado com di-nheiro.JPP C on tarte -me

    anta aez q e no pedido Paraa rua prmeira bo/sa de es-tudo especfcaste que o di-nero

    -

    se a bolsa te fosseconcedda

    -

    er Para rasgar,e que mesmo aJstrn, coflseguste a.

    Benes lsso foi na se-gunda bolsa. Eu disse explici-tamente que precisava do di-nheiro para o rasgar. Elespensaram que eu era ulouco,mas mesmo assim deram-mea bolsa () 000 dlares).

    Na altura em que recebi aminha primeira bolsa eu es-tava ainda a trabalhar na s-rie das cartas da Tia Evelina.

    I

  • Pgna anreriol

    JPPA -

    Tn te por rczetcamado o nbobo da core,da high an. O teu trabaloconsisle numa asse mblageem r.,ros me,i,a de dese-nhos, pntura, enc lfua, di-nbero do ./ undo nelo,crtus, sou:venirc, concas, caimbos e at nesnto cnzathurnanas, Tbns um sentdode umor muito especal quese lraduz nama Jre de lro'adi/os rcrbas e aisuas nosteus traba/bos. Ar conzprarecente por p.re da Sntf-Jonia.n Insirution de urn m-portante trabalo teu para oAIuseu Nacona/ de ArteAmericana, as insttuoes dedrre ortcas sempre e eaia'ram. Porqu? Achas quenurna cultura que uerdade-ramente adora o dnhero

    -

    a cuhura americana. a lualoz am/, c?tca ndesejae/?Ser que t , tal como os pin-ores do scu/o passado deque te falei, e$s a tenrar cr-rcar esta socedade que nada

    ern dnlteiro, a inflao donzercdo de are, ou ettssrnplesrnente a diaerlir-te?

    Para acabar, aclsas que arua obra esl fnalmente a re-cebet d aren.o desejada, orespeto que te deaido? ktodepois de reres eiro capado nmero de Noaembro de1988 da rt Neusr sabre amerado de arte, e da aen-o toda pelo teu traballtoque se le seguiu; (por exem-p/o, a ua exposo h umns que inaugurou o noaonoto Museu de Noxlt DaAora?

    Benes-respostapri-meira pergunta sim e no. primeira pergunta foi se eume estava a divertir ou a criti-cal?

    JPPA -

    Exactamente.Benes

    -

    mbas as coisas.Ve rd ad e irame nte, eu nopocuo o respeito pela mi-nha obra ou qualquer coisado gnero. Desde que possatrabalhar em paz e fazer

    aquilo que quero fazer, issobasta- me. No alimentoqualquer espcie de expecta-tivas. bvio que me sensibi-liza o facto de um museu re-conhecer o mrito da minhaobta, mas verdadeiramenteisso no me afecta. Gosto deme divertir. Gosto de usarnos meus trabalhos materiaisque no sou suposto usar,material por vezes conside-rado sagrado. Uma vez fzseis cinzeiros de cinzas resul-tantes de uma cfemo.

    JPPA -

    Menconaste ltpouco aJ arlas da Ta Eye/na. Eu compre-e, h. anos,um desses lraba/os no teuatelier. Iembro-tne de / aerfceros clteos de cartas datua Tia Etelna. Tambm melernbro que me / oJlratleunt cara onde ela falata deuma ida ao superrnercado edos preos alrssmos das coss, o qae a deimua furosa.Seguidamente, graase par-teJ de.tsa crla num cartuxo

    'Trarel BooA'

    de supermercado que nzaistarde moslraste numa expos-ao e uendesle como untaobra de arre. Fzeste isso conzinrneras carlas dela. Inzpor-ras'te de e/abarar n poucasobre esse assanto?

    Benes -

    minha tia cos-tumava escreve minha avenolmes cartas de 10 pginasdactilografadas dos dois la-dos, duas vezes por semana.Era eu que he respondiaporque a minha av estavamuito velha e no podia es-crever. ssim, comecei porescrever-lhe em nome dela.Dentro em pouco afastmosa av e comemos uma cor-lespondncia intensa. Mas euodiava estas cartas enofmes. nica maneira de manteiessa cotrespondncia era in-colpoa as caltas no meu ta-balho. Se ela me esctevia so-bre a sujidade da casa eu gra-vava as suas palavras numaescova de esfregar o cho, sese lmentava ou chotava eu

  • gta'v \a as suas palavfas numleno, se me falava da sua pri-so de ventte constante, eugtz.vz\a as palavras em rolosde papel higinico. Fiz vriasexposies das canas da TiaEvelina. Ela ficou furiosaquando descobriu. Passou aescreYer crtai a todas as mi-nhas galerias queixando-sede que eu estava a apropriar--me ilegitimamente das pala-ytas de uma pobre velhinha,e a fazer-me todo o gnero deameaas. Na sua ltima c ttaela excedeu-se e disse coisashorrveis sobre mim. Eu gra-vei essa carta volta de umacoluna de trs rnetros de al-tura que expus, e chameihe Coluna das Fofocas. Todasestas coisas medonhas queela disse de mim estavam ex-postas ao pblico para toda agente ver. cho que assimdeilhe, como se diz,