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Segundo Vólia Bomfim Cassar[1] o empregado doméstico é toda pessoa física que trabalha de forma pessoal, subordinada, continuada e mediante salário, para outra pessoa física ou família que não explore atividade lucrativa, no âmbito residencial desta, conforme art. 1º da Lei nº. 5.859/72. A regulamentação dos direitos dos empregados domésticos teve inicio por meio da Lei nº 5.859/72 e do Decreto 71.885/73. Com o advento da Constituição Federal, em seu artigo 7º, parágrafo único, o direito ao repouso semanal remunerado a estes também foi estendido. Em seguida, mais direitos foram conferidos aos empregados domésticos, por meio da Lei nº 10.208/01, só que de forma facultativa para o empregador: o recolhimento do FGTS e o seguro desemprego. Já a Lei nº 11.234/06 trouxe ainda mais direitos aos empregados domésticos, entre eles a estabilidade à gestante e a proibição de descontos por concessão de algumas utilidades, além de descanso nos feriados. Agora, com a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 66/2012, afinal aprovada e promulgada – a EC 72 –, os empregados domésticos tiveram garantidos direitos já estabelecidos na Constituição aos trabalhadores em geral. Conclui-se, portanto, que direitos já garantidos aos trabalhadores em geral pela Constituição Federal de 1988 foram estendidos aos empregados domésticos, em decorrência da promulgação da Emenda Constitucional 72. Segundo o Advogado Augusto Tupinambá[2] é preciso observar, contudo, que certos pontos da Emenda Constitucional 72, serão difíceis de ser aplicados de forma correta, até porque a residência do empregador não pode ser comparada a uma empresa que possui ferramentas para o controle da jornada de trabalho. Apesar de várias mudanças na relação empregado e empregador, por conta Emenda Constitucional 72, segundo

Base Teorica de Pesquisa dos Novos Direitos dos Domésticos

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Esse arquivo tem a base teórica para estudos relativos aos novos direitos dos empregados domésticos

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Page 1: Base Teorica de Pesquisa dos Novos Direitos dos Domésticos

Segundo Vólia Bomfim Cassar[1] o empregado doméstico é toda pessoa física que trabalha de forma pessoal, subordinada, continuada e mediante salário, para outra pessoa física ou família que não explore atividade lucrativa, no âmbito residencial desta, conforme art. 1º da Lei nº. 5.859/72.

A regulamentação dos direitos dos empregados domésticos teve inicio por meio da Lei nº 5.859/72 e do Decreto 71.885/73. Com o advento da Constituição Federal, em seu artigo 7º, parágrafo único, o direito ao repouso semanal remunerado a estes também foi estendido.

Em seguida, mais direitos foram conferidos aos empregados domésticos, por meio da Lei nº 10.208/01, só que de forma facultativa para o empregador: o recolhimento do FGTS e o seguro desemprego. Já a Lei nº 11.234/06 trouxe ainda mais direitos aos empregados domésticos, entre eles a estabilidade à gestante e a proibição de descontos por concessão de algumas utilidades, além de descanso nos feriados.

Agora, com a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 66/2012, afinal aprovada e promulgada – a EC 72 –, os empregados domésticos tiveram garantidos direitos já estabelecidos na Constituição aos trabalhadores em geral.

Conclui-se, portanto, que direitos já garantidos aos trabalhadores em geral pela Constituição Federal de 1988 foram estendidos aos empregados domésticos, em decorrência da promulgação da Emenda Constitucional 72.

Segundo o Advogado Augusto Tupinambá[2] é preciso observar, contudo, que certos pontos da Emenda Constitucional 72, serão difíceis de ser aplicados de forma correta, até porque a residência do empregador não pode ser comparada a uma empresa que possui ferramentas para o controle da jornada de trabalho.

Apesar de várias mudanças na relação empregado e empregador, por conta Emenda Constitucional 72, segundo pesquisa do IBGE divulgada em maio de 2015, voltou a aumentar o contingente de empregados domésticos.

A Lei Complementar Nº 150, de 1º de Junho de 2015 dispõe sobre o contrato de trabalho doméstico. Conforme explica Vólia Bomfim, a LC 150/15 tem regras um pouco diferentes das previstas na CLT e, como se trata de lei especial, revoga a geral.

Direito do Trabalho. 3ªedição revista e atualizada. Niterói. Impetus, 2009, p.275.

TUPINAMBÁ, Augusto. Empregados domésticos: mudanças decorrentes da Emenda Constitucional nº 72. Disponível em: <http://augustotupinamba.jusbrasil.com.br/artigos/111915196/empregados-domesticos-mudancas-decorrentes-da-emenda-constitucional-n-72>. Acesso em: 05 out. 2015.

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CASSAR, Vólia Bomfim. EMPREGADO DOMÉSTICO E OS NOVOS DIREITOS DA LEI COMPLEMENTAR 150/15 DA JORNADA, INTERVALO E ADICIONAL NOTURNO. Disponível em: <http://www.ostrabalhistas.com.br/2015/08/empregado-domestico-e-os-novos-direitos.html>. Acesso em: 06 out. 2015.

LEI COMPLEMENTAR Nº 150, DE 1º DE JUNHO DE 2015. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/LEIS/LCP/Lcp150.htm>. Acesso em: 04 out. 2015.

EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 72, DE 2 DE ABRIL DE 2013. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/LEIS/LCP/Lcp150.htm>. Acesso em: 04 out. 2015.

* NOVA LEI