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ICMS ASPECTOS FISCAIS BÁSICOS Antonio Sérgio de Oliveira

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Apostila Basico ICMS, curso completo ICMS

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ICMS

ASPECTOS FISCAIS BÁSICOS

Antonio Sérgio de Oliveira

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SUMÁRIO 1. DEFINIÇÃO DE TRIBUTO 1.2 - COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA 1.3 - PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS TRIBUTÁRIOS 2. FATO GERADOR / INCIDÊNCIA 2.1.Obrigação tributária – Principal e Acessória ICMS - IMPOSTO DE CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS E SERVIÇOS DE TRANSPORTE INTERESTADUAL E INTERMUNICIPAL E DE COMUNICAÇÃO 1. LEGISLAÇÃO APLICÁVEL 2. DA NÃO CUMULATIVIDADE 3. FATO GERADOR DO ICMS E ALÍQUOTAS 3.1.FATO GERADOR OU INCIDÊNCIA 3.2.ALÍQUOTAS 4. BASE DE CÁLCULO 5. CONTRIBUINTES/RESPONSÁVEL 6. BENEFÍCIOS 6.1. NÃO – INCIDÊNCIA 6.2. ISENÇÃO 6.3. SUSPENSÃO 6.4- DIFERIMENTO 7. CRÉDITOS 7.1 BÁSICOS 7.2 ATIVO 7.3 USO E CONSUMO 7.4 ENERGIA ELÉTRICA 7.5 COMUNICAÇÃO 7.6 COMBUSTÍVEIS 7.7 SERVIÇOS DE TRANSPORTE TOMADOS 8. CRÉDITO EXTEMPORÂNEO 9. VEDAÇÃO E MANUTENÇÃO DO CRÉDITO 10. SALDO CREDOR E CRÉDITO ACUMULADO 11. DIFERENCIAL DE ALÍQUOTA 12. DEVOLUÇÃO 13. APURAÇÃO 14. INDUSTRIALIZAÇÃO EFETUADA PARA TERCEIROS 15. SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA 16. SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA NO TRANSPORTE EM SP 17. OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA 17.1.APURAÇÃO DO ICMS 17.2.GIA – GUIA DE INFORMAÇÃO E APURAÇÃO 18. SUPERSIMPLES 19. EXERCÍCIOS

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ICMS - ASPECTOS FISCAIS BÁSICOS 1. DEFINIÇÃO DE TRIBUTO É toda prestação pecuniária compulsória (independente de vontade) Em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir (sempre em $) Que não constitua sanção de ato ilícito (≠ de penalidade, multa) Instituída por lei (lei ordinária, LC) Cobrada mediante atividade plenamente vinculada (ditames da norma)

Impostos

Taxas

Contribuições de melhoria

Emprestimos compulsórios

Contribuições Sociais

Tributo (gênero)

1.2 - COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA Competência tributária é aptidão para criar tributos. COMPETÊNCIA = Poder conferido pela Constituição Federal de legislar, arrecadar e fiscalizar tributos.

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1.3 - PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS TRIBUTÁRIOS (art. 150 da C.F.) 1.3.1 -Princípio da legalidade: os tributos somente serão instituídos ou majorados por lei . 1.3.2 - Princípio da isonomia: todos os contribuintes são iguais perante a lei , sendo vedada quaisquer discriminações. 1.3.3 - Princípio da irretroatividade : não poderá incidir o tributo sobre fatos ocorridos antes de sua instituição. 1.3.4 -Princípio da anterioridade/noventena: os tributos somente serão cobrados no 1º dia do exercício seguinte o da sua instituição/ EC 42/03 soma-se 90 dias 1.3.5 -Princípio do não confisco: o quantum do tributo não poderá ser de tamanha grandeza a ponto de lesar o direito de propriedade do contribuinte 2. FATO GERADOR / INCIDÊNCIA Prevê o Código tributário nacional no art. 114: “Fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como necessária e suficiente a sua ocorrência” É a ocorrência, no “mundo físico”, do fato previsto na norma. Exemplos:

� A lei estabelece que a circulação de mercadorias é fato gerador do ICMS, logo o comerciante, ao vender uma mercadoria estará sujeito a incidência deste tributo.

2.1.Obrigação tributária – Principal e Acessória Ocorrido o fato gerador “nasce” a relação obrigacional entre o Sujeito Ativo (União, Estados, D.F. e Municípios) e o Sujeito Passivo. Obrigação tributária principal (pagamento do tributo) Obrigação acessória (meios que proporcionam a arrecadação e fiscalização do tributo - emissão de nota fiscal, escrituração de livros, entrega de GIA)

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ICMS - IMPOSTO DE CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS E SERVIÇOS DE TRANSPORTE INTERESTADUAL E INTERMUNICIPAL E DE COMUNICAÇÃO

1. LEGISLAÇÃO APLICÁVEL - art..155, II, e § 2º da Constituição Federal - Lei nº 6.374/89 - Decreto nº 45.490/00 – RICMS/SP 2. DA NÃO CUMULATIVIDADE Assim como o IPI o ICMS é não cumulativo. Faz-se o crédito do valor que foi debitado na operação anterior, conforme artigo 59 do RICMS/SP. 3. FATO GERADOR DO ICMS E ALÍQUOTAS 3.1- FATO GERADOR OU INCIDÊNCIA Incide ICMS sobre operações relativas a circulação de mercadoria, serviço de transporte interestadual e intermunicipal e serviço de comunicação. Para o Fisco Estadual, considera-se ocorrido o fato gerador com a simples saída da mercadoria, ou seja, independente do resultado financeiro, de lucro ou de qualquer recebimento por parte daquele que estiver promovendo a saída. (art. 2º do RICMS) Isto implica no fato de que mesmo que empresa esteja fazendo a doação de uma mercadoria, pela qual evidentemente nenhum valor monetário será recebido, ocorrerá a incidência do ICMS. Conforme o artigo 1º o RICMS, citaremos algumas das diversas situações onde há incidência do ICMS: • Qualquer operação em que ocorra a circulação da mercadoria, inclusive fornecimento de refeições e bebidas. • Prestações de Serviços de transporte intermunicipal e interestadual de carga ou passageiros por qualquer via . • Prestação de Serviços de comunicação por qualquer meio. • Fornecimento de mercadorias com prestação de serviços não compreendidos na competência municípios. • Importação de mercadorias ou bens por pessoa física ou jurídica qualquer que seja a sua finalidade. • A venda do bem ao arrendatário nas operações de arrendamento mercantil. 3.2 - ALÍQUOTAS

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Alíquota é o percentual estabelecido pelo fisco para ser aplicado sobre a base de cálculo (valor da operação) para definição do valor do imposto a ser recolhido. São divididas em Internas ou Interestaduais conforme sejam as operações realizadas dentro ou fora do estado. As alíquotas internas estão expressas nos arts. 52 a 56-A do RICMS/SP, e variam conforme a essencialidade da mercadoria, isto é, quanto mais essencial o produto menor a sua carga tributária e vice-versa. As alíquotas são: 7% - revogada pelo decreto 51.520/07 (lei 12.785/07 concedeu redução de b/c p/carga tributária de 7%) 12%- exemplo : aves, carnes, transporte 18%- alíquota geral (tudo que não se enquadra nas outras) 25%- perfumes, bebidas Já as alíquotas interestaduais são fixadas por Resolução do Senado Federal. 7% - Operações com as Regiões Norte, Nordeste, Centro Oeste e Espírito Santo 12%-Operações com as Regiões Sudeste e Sul – 4% - Transporte interestadual aéreo de passageiro, carga e mala postal Ressalta-se que as alíquotas interestaduais serão aplicadas nas operações com contribuintes em outros Estados e, caso a operação seja efetuada com não contribuinte deverá ser utilizada a alíquota interna do produto neste Estado, conforme disposto no artigo 56 do RICMS/SP. No que se refere a alíquota do ICMS a ser aplicada nas operações interestaduais, de venda de mercadoria destinada a empresa de construção civil, devendo ser aplicada a alíquota interna do produto neste Estado, haja vista que a empresa de construção civil exerce a atividade de prestação de serviço sujeita a incidência do ISS, conforme Lista de serviços prevista no artigo 1º da Lei Complementar 116/2003. Todavia, caso a empresa de construção civil comprove que realizou alguma operação sujeita ao ICMS nos últimos doze meses, será considerada contribuinte podendo, neste caso, ser aplicada a alíquota interestadual de 7% ou 12%, de acordo com a região, conforme disposto no artigo 56-A do RICMS/SP.

Na devolução ou retorno decorrente de operação interestadual, inclusive por transferência, total ou parcial, deverá ser aplicada a mesma base de cálculo e a mesma alíquota constante no documento fiscal que acobertou a operação original (vide artigo 57 do RICMS/SP). 4. BASE DE CÁLCULO Conforme dispõe o art. 37 do RICMS a base de cálculo do ICMS é o valor da operação. Caso não haja valor estipulado , aplicar-se-á o art. 38 do mesmo diploma legal. Algumas mercadorias estão sujeitas a tributação mínima fixada em Pauta Fiscal, é o caso do gado e dos produtos resultantes de sua matança, conforme artigo 46 do RICMS/SP. Há possibilidade, em respeito ao princípio da essencialidade e desde que mediante Convênios com os demais Estados, de se reduzir a base de cálculo (assemelha-se a uma isenção parcial) de determinadas mercadorias. Cite-se como exemplo a redução dos produtos que compõe a cesta básica, veículos e máquinas usadas, refeições, entre outras relacionadas no anexo II do RICMS/SP.

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O valor da operação ou prestação deverá ser calculado em moeda nacional (vide artigo 48 do RICMS/SP). É importante frisar que o valor do imposto integra sua própria base de cálculo, constituindo o respectivo destaque mera indicação para fins de controle (vide artigo 49 do RICMS/SP). Para entendermos melhor, o ICMS deverá ser calculado “por dentro”, ou seja, deverá o valor correspondente ao ICMS ser inserido no valor da operação. Para tanto, relacionamos abaixo os fatores a serem utilizados para inclusão do imposto de acordo com a alíquota do produto:

a) alíquota de 25%: 100% – 25% = 75% 75% = 1_ = 1,33333 (fator para cálculo do ICMS por dentro) 75 ou seja: R$ 1.000,00 X 1,33333 = R$ 1.333,33 (valor da operação) R$ 1.333,33 X 25% = R$ 333,33 (ICMS devido)

b) alíquota de 18%: 100% - 18% = 82% 82% = 1_ = 1,21951 (fator para cálculo do ICMS por dentro) 82 ou seja: R$ 1.000,00 X 1,21951 = R$ 1.219,51 (valor da operação) R$ 1.219,51 x 18% = R$ 219,51 (ICMS devido)

c) alíquota de 12%:

100% - 12% = 88% 88% = 1_ = 1,13636 (fator para cálculo do ICMS por dentro) 88 ou seja: R$ 1.000,00 X 1.13636 = R$ 1.136,36 (valor da operação) R$ 1.136,36 X 12% = R$ 136,36 (ICMS devido)

d) alíquota de 7%:

100% - 7% = 93% 93% = 1_ = 1,07526 (fator para cálculo do ICMS por dentro) 93 ou seja: R$ 1.000,00 X 1,07526 = R$ 1.075,26 (valor da operação) R$ 1.075,26 X 7% = R$ 75,26 Resumindo: os fatores a serem utilizados de acordo com as alíquotas aplicadas são: FATOR

ALÍQUOTA

1,33333 25%

1,21951 18%

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1,13636 12%

1,07526 7% Incluem-se também na base de cálculo do ICMS:

• Seguros, juros e demais importâncias pagas, recebidas ou debitadas, descontos concedidos sob condição, bem como o valor de mercadorias dadas em bonificação;

• Frete, se cobrado em separado, relativo a transporte intramunicipal, intermunicipal ou interestadual, realizado pelo próprio remetente ou por sua conta e ordem;

• O montante do Imposto sobre Produtos Industrializados, salvo quando a operação, realizada entre contribuintes e relativa a produto destinado à industrialização ou à comercialização, configurar fato gerador de ambos os impostos;

• O valor do Imposto sobre Produtos Industrializados incidente na operação de que tiver decorrido a entrada da mercadoria no estabelecimento, quando esta, recebida para fins de comercialização ou industrialização, for posteriormente destinada a consumo ou a ativo imobilizado do estabelecimento

• A importância cobrada a título de montagem e instalação, nas operações com máquina, aparelho, equipamento, conjunto industrial e outro produto, de qualquer natureza, quando o estabelecimento remetente ou outro do mesmo titular tenha assumido contratualmente a obrigação de entregá-lo montado para uso

Na falta do valor a base de cálculo do imposto é:

• O preço corrente da mercadoria ou de sua similar no mercado atacadista do local da operação ou, na sua falta, no mercado atacadista regional, caso o remetente seja produtor, extrator ou gerador, inclusive de energia;

• O preço FOB estabelecimento industrial à vista, caso o remetente seja industrial, observado o disposto no § 1º;

• O preço FOB estabelecimento comercial à vista, nas vendas a outros comerciantes ou industriais, caso o remetente seja comerciante

• Na transferência poderá ser usado o valor do custo da mercadoria ou do mercado atacadista.

• Nas prestações sem preço determinado, a base de cálculo é o valor cor-rente do serviço no local da prestação

• Em operação realizada com "software", personalizado ou não, o imposto será calculado sobre uma base de cálculo que corresponderá ao dobro do valor de mercado do seu suporte informático.

5. CONTRIBUINTES/RESPONSÁVEL Dispõe o artigo 9ºdo RICMS que “ Contribuinte do imposto é qualquer pessoa, natural ou jurídica, que de modo habitual ou em volume que caracterize intuito comercial, realize operações relativas à circulação de mercadorias ou preste serviços de transporte interestadual ou intermunicipal ou de comunicação.”

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Existe também a figura do responsável tributário. É um terceiro, estranho ao fato gerador, a quem a legislação o atribui como responsável pelo pagamento do imposto, os casos estão previstos no art. 11 do RICMS/SP. 6. BENEFÍCIOS A legislação do ICMS traz diversas situações em que, mesmo ocorrendo o fato gerador, o pagamento do imposto é dispensado. Estes benefícios encontram-se distribuídos ao longo do regulamento conforme veremos a seguir. 6.1- NÃO – INCIDÊNCIA (Artigo 7º do RICMS) Entre diversos casos de não incidência, citaremos alguns dos que constam no artigo 7º do RICMS: • Saídas destinadas a armazém-geral , desde que este esteja localizado neste Estado, para depósito de mercadorias ou produtos, em nome do remetente destas. • Saídas destinadas a depósito fechado do próprio contribuinte, desde que este esteja localizado neste Estado. • Retorno das mercadorias remetidas a armazém geral ou depósito fechado. • Saídas para fins de lubrificação, limpeza, revisão, conserto, restauração ou recondicionamento ou em razão de empréstimo ou locação dos seguintes produtos: máquinas, equipamentos, ferramentas ou objetos de uso do contribuinte, bem como de suas partes e peças, com a condição de que estes retornem ao estabelecimento. • Saída de Ativo Permanente. • Operações ou prestações que envolvam livros, jornais ou periódicos. 6.2 – ISENÇÃO (Artigo 8º e Anexo I do RICMS) Existem também várias operações que tem o benefício da isenção. A relação desses produtos consta no Anexo I do RICMS. Assim como as reduções da base de cálculo, as isenções são concedidas por prazo determinado ou indeterminado, conforme a determinação dos Convênios que, como citamos anteriormente, são acordos feitos entre os Estados. Em alguns casos, é necessário fazer o estorno do crédito efetuado quando a mercadoria foi adquirida; em outros casos esse estorno não será exigido. Quando o estorno não é exigido, costumamos chamar de “manutenção de crédito”. No dispositivo que concede a isenção ou não incidência, haverá a informação de que não é exigido o estorno do crédito.

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Entre diversos casos de isenção, onde não haverá o pagamento do imposto, citaremos alguns dos que constam no anexo I do RICMS: • Medicamentos para AIDS (art. 2º) • Operações internas com diversos produtos destinados a pessoas portadoras de deficiência física, visual ou auditiva. (art. 17º) Ex. rampa para cadeira de rodas, adaptações para veículos, relógio em Braille, relógio despertador vibratório ou luminoso, bengalas, etc. • Saídas para exposições ou feiras, desde que retorne em 60 dias (art.33) • Saídas de Amostra Grátis, desde que atendidos os requisitos legais (art.3º) 6.3 – SUSPENSÃO (Artigos 319,327,402) O benefício da suspensão está inserido em diversos trechos do RICMS. Suspensão nada mais é que o adiamento do pagamento do imposto, sendo que esse pagamento será feito futuramente pelo próprio contribuinte. O fisco suspende o momento da obrigação de pagar o imposto para que este pagamento ocorra em um momento seguinte. Como exemplo podemos citar a remessa de mercadorias para demonstração onde o contribuinte ao enviar a mercadoria ao seu cliente é beneficiado pela suspensão de forma que o ICMS só será pago depois que a mercadoria voltar e o contribuinte vendê-la efetivamente. É importante destacar que este benefício geralmente está condicionado ao cumprimento de um prazo específico para que ocorra de forma completa a operação. No exemplo citado, remessa em demonstração, o artigo 319 condiciona que a operação seja realizada dentro do estado de São Paulo e que o retorno ao remetente ocorra dentro do prazo de 60 dias. Já no caso da remessa para industrialização a suspensão prevista no artigo 402, será válida desde que a mercadoria retorne ao estabelecimento de origem dentro do prazo de 180 dias conforme previsto no artigo 409 do RICMS. Citaremos mais alguns casos de suspensão no RICMS: • Remessas de produtos destinados a cirurgia, desde que retornem em 90 dias (art.326) • Saídas de bens como moldes, estampos, matrizes, gabaritos que não façam parte do ativo imobilizado para fornecimento de trabalho fora do estabelecimento, desde que retornem em 180 dias ( art.327).

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6.4- DIFERIMENTO ( art. 328 a 400G do RICMS) Diferimento é o adiamento do pagamento do imposto, sendo que esse pagamento será feito futuramente por outro contribuinte. A diferença entre suspensão e diferimento é que na suspensão o pagamento futuro será feito pelo próprio contribuinte e no diferimento o pagamento futuro será feito por outro contribuinte. Exemplificaremos também um caso de diferimento, para melhor entendimento: Quando ocorre a venda de leite cru ou pasteurizado o imposto fica diferido e o contribuinte que industrializar este leite é quem recolherá o imposto sobre o produto resultante dessa industrialização, conforme nos mostra o art. 389. Vemos que o recolhimento foi adiado para o momento futuro, quando ocorreu a industrialização por parte do outro contribuinte, o qual ficou com a responsabilidade do pagamento em relação as suas vendas. Citaremos alguns casos de diferimento que constam no Capítulo III do RICMS: • Saídas de café cru ou em grão ( art.333) • Saídas de cana de açúcar em caule de produção paulista (art.345) • Operações com pescado ( art. 391)

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7. CRÉDITOS

Artigo 59 do RICMS/SP – da não cumulatividade Como já dito anteriormente, o ICMS é imposto não cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação com o imposto cobrado anteriormente por este ou outro Estado, conforme artigo 59 do RICMS/SP, assim definido:

- imposto devido: é o resultante da aplicação da alíquota sobre a base de cálculo de cada operação ou prestação sujeita a incidência do tributo;

- imposto anteriormente cobrado: é o imposto destacado no documento fiscal de compra;

- documento fiscal hábil: é aquele que atende todos os requisitos da legislação, devendo ser emitido por contribuinte regularmente inscrito,

Considerando o disposto no princípio da não cumulatividade do ICMS, a isenção (salvo quando permitir a manutenção do crédito) ou não incidência não ensejará ao contribuinte direito ao crédito do ICMS.

Artigo 61 do RICMS/SP – do crédito do imposto

Novamente com base no princípio da não cumulatividade, o contribuinte poderá se creditar do ICMS relativamente a entrada, real ou simbólica, de mercadoria em seu estabelecimento ou prestação de serviço tomado, desde que as saídas subseqüentes sejam tributadas pelo imposto.

Para fins de apropriação do crédito do ICMS , este deverá ser escriturado pelo valor nominal, ou seja, pelo valor destacado no documento fiscal, não sendo admitida atualização do referido valor.

O direito ao crédito extingue-se em cinco anos contados da data de emissão do documento fiscal.

É vedada a apropriação do crédito do imposto quando o documento fiscal:

- indicar como destinatário pessoa diversa daquela que efetivamente esta recebendo mercadoria ou prestação de serviço;

- não for a primeira via (vide artigo 130 do RICMS/SP). Todavia, o fisco estadual manifestou-se através da Resposta à Consulta 9.641/76 no sentido de que se

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ocorreu o extravio da primeira via do documento fiscal no estabelecimento destinatário, de que o crédito do ICMS será admitida a utilização de cópia autenticada da 2º via do documento fiscal;

- caso o imposto tenha sido destacado a maior no documento fiscal, o destinatário somente poderá se creditar do valor correto, não podendo apropriar-se do excesso;

- o crédito fiscal somente poderá ser apropriado após serem sanadas as irregularidades contidas no documento fiscal que não for o exigido para a respectiva operação ou prestação; não contiver as indicações necessárias para perfeita indicação da operação ou prestação ou apresentar emenda ou rasura no documento fiscal;

Em se tratando de importação, o crédito será admitido no período em que o imposto foi recolhido, mesmo que não seja no próprio período da entrada da mercadoria, conforme artigo 61, § 8º do RICMS/SP. 7.1 Básicos: derivados da entrada de mercadorias prontas e acabadas, e insumos; 7.2 Ativo: desde que usados na produção do estabelecimento, o crédito pode ser feito em 48 vezes na proporção das saídas tributadas; Neste caso, para fins de apropriação do crédito do ICMS decorrente da aquisição de bem destinado ao ativo imobilizado, deverá ser emitida Nota Fiscal de Entrada para cada parcela, utilizando-se o CFOP 1.604, devendo a mesma ser escriturada no livro Registro de Entradas, lançando-se nas colunas “Operações com Crédito do Imposto”, conforme disciplina estabelecida na Portaria CAT 41/2003, bem como o referido crédito deverá ser controlado através do preenchimento do CIAP previsto pela Portaria CAT 25/2001. Cabe ressaltar que no caso de transferência do bem do ativo para outro estabelecimento do mesmo titular, poderá ser transferido o saldo credor remanescente, ou seja, poderão ser transferidas as parcelas que não foram creditadas, conforme disposto no artigo 61, § 11 do RICMS/SP, desde que a transferência seja efetuada para estabelecimento do mesmo titular estabelecido neste Estado. Exemplo: Valor da compra: $ 200.000,00 Total do Crédito relativo ao bem: $ 36.000,00 Saídas Tributadas no mês: $ 2.000.000,00 – 67% Saídas Isentas no mês : $ 1.000.000,00 – 33% --------------------------------------------------------- Total de Saídas no Mês : $ 3.000.000,00 –100% Como vimos, o crédito será realizados em 48 parcelas : $ 36.000,00 / 48 = 750,00 Além disso, o crédito será com proporção às saídas tributadas da empresa: $ 2.000.000,00 / 3.000.000,00 = 0,67 ou 67%. O índice de saídas tributadas em relação ao total de saídas da empresa é 67%.

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Dessa forma, o crédito a ser escriturado no mês será de $ 502,50, ou seja, $ 750,00 x 67%. 7.3 Uso e consumo: não gera direito a crédito até 31/12/2010 – (Lei Complementar 122/06) ; 7.4 Energia elétrica: somente a energia usada no processo produtivo, em operações que resultem exportação ou a venda de energia, gera direito ao crédito - (Lei Complementar 122/06 e artigo 1º das Disposições Transitórias do RICMS/SP); 7.5 Comunicação: gera direito a crédito desde que tenha sido empregada em produtos a serem exportados ou na saída de serviço de comunicação – (Lei Complementar 122/06 e artigo 1º das Disposições Transitórias do RICMS/SP); 7.6 Combustíveis: usados para abastecer automóveis para transporte ou maquinários na produção, o crédito é permitido (vide Decisão Normativa CAT 01/2001); 7.7 Serviços de transporte tomados: é permitido o crédito de transporte de mercadoria tributada. 8. CRÉDITO EXTEMPORÂNEO A regra geral determina que a escrituração do crédito deve ser efetuada quando da entrada da mercadoria no estabelecimento, e nos momentos aludidos nos arts. 62 e 63 (crédito outorgados e outros créditos respectivamente). Fora destes momentos ainda é possível o aproveitamento do crédito a que tiver direito o contribuinte desde que seja anotada no documento ou no livro fiscal a causa da escrituração fora do tempo, ou seja decorrente de reconstituição da escrituração fiscal, conforme determina-nos o artigo 65 do regulamento. O direito ao crédito tem a duração de 5 anos. Veja o que diz o texto da lei: “Artigo 65 - A escrituração fora dos momentos aludidos no artigo anterior somente poderá ser feita quando (Lei nº 6.374/89, art. 38, § 1º): I – tiverem sido anotadas as causas determinantes da escrituração extemporânea: a) na hipótese do crédito previsto no artigo 61, no documento fiscal respectivo e na coluna "Observações" do livro Registro de Entradas; b) nas demais hipóteses, no quadro "Observações" do livro Registro de Apuração do ICMS; II - for decorrente de reconstituição de escrita fiscal, observado o disposto no artigo 226.”

9. VEDAÇÃO E MANUTENÇÃO DO CRÉDITO (artigos 66 e 67 ) É vedado o crédito de mercadorias,: - alheios à atividade do estabelecimento; - para integração no produto ou consumo em processo de industrialização ou produção rural de produto cuja saída não seja tributada ou esteja isenta do imposto;

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- para comercialização ou prestação de serviço, quando a saída ou a prestação subseqüentes não forem tributadas ou forem isentas do imposto; - que exceder ao montante devido, por erro ou inobservância da correta base de cálculo, determinada em lei complementar ou na legislação deste Estado; - para uso ou consumo do próprio estabelecimento, assim entendida a mercadoria que não for utilizada na comercialização ou a que não for empregada para integração no produto ou para consumo no respectivo processo de industrialização ou produção rural, ou, ainda, na prestação de serviço sujeita ao imposto. O contribuinte deverá proceder o estorno do crédito quando a mercadoria: - vier a perecer, deteriorar-se ou for objeto de roubo, furto ou extravio; - for objeto de saída ou prestação de serviço não tributada ou isenta, sendo esta circunstância imprevisível à data da entrada da mercadoria ou da utilização do serviço; - for integrada ou consumida em processo de industrialização ou produção rural, quando a saída do produto resultante não for tributada ou estiver isenta do imposto, sendo esta circunstância imprevisível à data da entrada da mercadoria ; - vier a ser utilizada em fim alheio à atividade do estabelecimento; - para industrialização ou comercialização, vier a ser utilizada ou consumida no próprio estabelecimento. Ocorrerá a manutenção do crédito do ICMS (artigo 68 ) Esclarecendo que manutenção do crédito é o procedimento em que a empresa, mesmo promovendo uma saída não tributada poderá se beneficiar do aproveitamento do crédito do ICMS incidente na entrada da mercadoria. Abaixo temos alguns casos de manutenção de crédito: - em relação às operações não tributadas que tiveram posterior saída a título de exportação, bem como nas operações com comercial exportadora; - na operação com papel destinado à impressão de livro, jornal ou periódico; - na saída, com destino a outro Estado, de energia elétrica ou petróleo, inclusive lubrificante ou combustível, líquido ou gasoso, dele derivados. 10. SALDO CREDOR E CRÉDITO ACUMULADO Saldo credor é aquele derivado das operações normais de compra e venda de mercadorias, ou seja, mais entrada e menos saída gera saldo credor. Constitui crédito acumulado do imposto o decorrente de : I - aplicação de alíquotas diversificadas em operações de entrada e de saída de mercadoria ou em serviço tomado ou prestado; II - operação ou prestação efetuada com redução de base de cálculo; III - operação ou prestação realizada sem o pagamento do imposto, tais como isenção ou não-incidência com manutenção de crédito, ou, ainda, abrangida pelo regime jurídico da substituição tributária com retenção antecipada do imposto ou do diferimento. O crédito acumulado esta disciplinado nos arts. 71 e seguintes, inclusive sobre a forma de apropriação e utilização complementado também pela Portaria CAT 53/96. A importância de tomarmos conhecimento desta distinção é saber que aquele valor credor de ICMS enquadrado na condição de credito acumulado pode ser utilizado pela empresa em operações de compra de bens ou mercadorias. Crédito acumulado é um mecanismo criado pelo fisco para fazer com que o contribuinte tenha possibilidade de aproveitar este imposto acumulado em sua escrita fiscal.

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11. DIFERENCIAL DE ALÍQUOTA Sempre que a empresa adquirir material de consumo ou bens para o seu ativo imobilizado de outro estado deverá calcular a diferença entre a alíquota interestadual e a alíquota interna, procedimento este conhecido pelo nome de diferencial de alíquota. Dispõe o artigo 117 do RICMS: “Em caso de entrada, real ou simbólica, de mercadoria oriunda de outro Estado, destinada a uso, consumo ou integração no ativo imobilizado, ou de utilização de serviço cuja prestação se tiver iniciado fora do território paulista e não estiver vinculada a operação ou prestação subseqüente alcançada pela incidência do imposto, sendo a alíquota interna superior à interestadual, o contribuinte deverá escriturar no livro Registro de Apuração do ICMS, no período em que a mercadoria tiver entrado ou tiver sido tomado o serviço” O lançamento do diferencial será feito no livro Registro de Apuração do ICMS. Cabe ressaltar que o valor devido a título de diferencial de alíquota nas aquisições de bens destinados ao ativo imobilizado ensejarão direito ao crédito do ICMS, desde que o mesmo seja apropriado em 48 parcelas conforme disposto no artigo 61, § 10 do RICMS/SP e Resposta à Consulta 352/97. 12. DEVOLUÇÃO Para a legislação do ICMS, devolução é considerado fato gerador, logo destaca-se o ICMS, anulando assim a operação anterior. Contudo, caso a devolução da mercadoria seja efetuada por não contribuinte, não será admitido a apropriação do crédito do ICMS destacado por ocasião da saída da mercadoria do estabelecimento, conforme entendimento exarado pelo fisco estadual através da Resposta à Consulta 12.322/78. Todavia, caso o não contribuinte esteja devolvendo a mercadoria para troca ou substituição em garantia, a apropriação do crédito do ICMS destacado por ocasião da saída da mercadoria será admitido, desde que atendidos os requisitos previstos no artigo 452 do RICMS/SP. Outra hipótese em que é admitida a apropriação do crédito do ICMS destacado por ocasião da saída é no caso de devolução efetuada por empresa optante pelo Simples Paulista, desde que atendidos os requisitos previstos no artigo 454 do RICMS/SP. 13. APURAÇÃO A apuração do ICMS é mensal e as informações econômico-fiscais são declaradas em GIA, com entrega também mensal. Para fins de recolhimento do ICMS deverá ser verificado o CPR (Código de Prazo de Recolhimento) determinado pelo fisco estadual e no que se refere a entrega da GIA, deverá ser observados os prazos previstos na Portaria CAT 92/98.

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14. INDUSTRIALIZAÇÃO EFETUADA PARA TERCEIROS (artigos 402 a 410 do RICMS e Artigo 4º e 42 do RIPI) Sempre que determinada empresa necessite do auxílio de outra para realizar qualquer mudança ou aperfeiçoamento em seu produto esta operação receberá o nome de industrilização. Podemos considerar como industrialização qualquer operação que modifique a natureza, o acabamento, o funcionamento a apresentação ou a finalidade do produto. Existem as seguintes modalidades no processo de industrialização:

• Beneficiamento – melhoria do produto visando valorizá-lo mais. Exemplo: Efetuar uma pintura em determinadas peças. • Transformação – alteração do produto. Exemplo: transformar o ferro em prego. • Acondicionamento/Reacondicionamento – Alterar a apresentação, colocando uma embalagem a fim de deixar o produto pronto para a venda. • Renovação ou Recondicionamento – Consertar, renovar um produto velho, inutilizado, para que este se torne útil novamente. • Montagem – reunião de peças ou partes para obter um novo produto. Exemplo: montar um automóvel.

A remessa para industrialização será lançada com o CFOP 5.901 e poderá sair com suspensão do ICMS, desde que retorne em até 180 dias. (artigo 402 do RICMS e artigo 42 do RIPI). O retorno será lançado com o CFOP 1.902 (ref.material enviado) e CFOP 1.124 (ref.mercadoria industrializada). 15.SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA (artigos 261 a 318 do RICMS)

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A substituição tributária do ICMS é um regime no qual é exigido o pagamento antecipado do imposto referente as operações subseqüentes, ou seja, fica atribuída a um determinado contribuinte a responsabilidade de recolher o ICMS referente a sua operação de venda (operação própria), e também às operações de circulação dessa mercadoria que ocorrerão futuramente.

Esse regime normalmente é aplicado nos produtos e serviços que o fisco considera de difícil controle pela fiscalização. Exemplo de alguns produtos sujeitos a substituição tributária:

• Fumo • Tintas e Vernizes • Cervejas, refrigerantes, chope, gelo e água • Motocicletas • Automóveis • Pneumáticos • Cimento

Conceito de substituto e de substituído.

Substituto é o contribuinte responsável pela retenção e recolhimento do imposto.

Substituído é aquele que promove as operações subseqüentes com as mercadorias que estão sujeitas ao regime de substituição tributária.

A base de cálculo da substituição tributária é o valor do preço de venda a consumidor constante na tabela estabelecida pelo órgão competente mais o frete. Para calcular o imposto que chamamos de ICMS retido na fonte o governo estipula uma margem de lucro a ser aplicada sobre o valor da operação de venda. Usaremos em nosso exemplo uma margem de lucro de 70%.

O cálculo do ICMS fonte é o seguinte: Valor da operação : R$ 1.500,00 (1.500,00 x 18% = 270,00) Valor do IPI : R$ 300,00 Margem de Lucro : 70% 1.500,00 (vr.operação) + 300,00 (vr.IPI) = 1.800,00 1.800,00 x 70% (margem de lucro) = 1.260,00 1.800,00 + 1.260,00 = 3.060,00 3.060,00 = Base de cálculo da Substituição Tributária 3.060,00 x 18% = 550,80 550,80 – 270,00 = 280,80 280,80 = Valor do ICMS retido por substituição tributária

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Caso nas operações subseqüentes o valor da venda superar a margem de lucro calculada quando o ICMS foi retido, deve ser feito o recolhimento da diferença.

Do mesmo modo, se o valor da venda for inferior à margem de lucro calculada quando o ICMS foi retido, pode ser solicitado o ressarcimento ou compensação da diferença.

Para recolher, pedir ressarcimento ou compensar essa diferença é necessário seguir os procedimentos exigidos pela Portaria CAT nº 17 de 05/03/1999.

De acordo com essa Portaria, a empresa poderá se enquadrar no Método Permanente ou Anual, conforme o faturamento.

Caso se enquadre no Método Permanente, deverá adotar o Controle do Estoque e mensalmente elaborar um mapa, onde serão demonstrados os cálculos efetuados para se chegar ao valor a pagar, restituir ou compensar. Esse mapa será anexado ao final de cada mês no Registro de Saídas.

Caso se enquadre no Método Anual, esse mapa será elaborado anualmente e anexado ao final do último mês no Registro de Saídas.

16.SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA NO TRANSPORTE EM SP (artigos 1º e 314 a 318) Vimos no tópico que tratou da incidência que o ICMS incide sobre a prestação de serviços de transporte interestaduais e intermunicipais por qualquer via.

Quando o serviço de transporte ocorre dentro de um mesmo município, sabemos que nesta situação haverá a incidência do ISS e não do ICMS, já o ICMS só ocorre nas prestações interestaduais (de um estado para outro) ou intermunicipais ( de um município para outro).

No estado de São Paulo foi criado um mecanismo de substituição tributária para pagamento do ICMS devido nestas operações. Na prestação de serviços de cargas realizada por empresa transportadora estabelecida em território paulista, exceto a microempresa ou empresa de pequeno porte, a responsabilidade pelo pagamento do ICMS fica atribuída ao tomador do serviço, ao contratante desde que ocorram simultaneamente 3 hipóteses : 1• O serviço de transporte se inicie dentro do Estado. 2• A transportadora seja contribuinte do ICMS e esteja em São Paulo 3• O tomador do serviço (quem paga o serviço) seja o remetente ou destinatário da mercadoria. Este terceiro item significa que quem está contratando o serviço deve ser ou quem está mandando ou quem está recebendo a mercadoria. Para a maioria das pessoas isto pode parecer óbvio, porém dentro do rol de participantes da operação de serviços de transporte existe uma figura denominada

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“consignatário” que é uma terceira figura envolvida na relação mas que não é nem o remetente, nem o destinatário, contudo é quem está pagando pelo transporte. Podemos exemplificar esta situação naquela operação em que uma empresa adquire a mercadoria e manda buscar no fornecedor pedindo que a mesma seja entregue no estabelecimento de um industrializador. Neste caso temos aí um contratante que não é nem o remetente e nem o destinatário. Em ocorrendo esta hipótese não se configurará a substituição tributária. Se a transportadora não for paulista ou se o serviço não tiver seu início em SP também não se configurará a substituição tributária. Em qualquer dos casos em que não se apresente os elementos necessários para ocorrer a substituição tributária, a responsabilidade pelo pagamento do ICMS será daquele que praticou o fato gerador, ou seja, a transportadora. No caso do serviço de transporte com substituição tributária, o contribuinte substituto é o tomador do serviço e não a transportadora. 17. OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA 17.1 - APURAÇÃO DO ICMS A apuração do ICMS é feita mensalmente. Para apurar o saldo a pagar ou a compensar no período seguinte devemos apurar o valor dos débitos (ICMS sobre as saídas) e desse total deduzir o valor dos créditos (ICMS sobre as entradas).

Se o ICMS das saídas (débitos) for maior que o ICMS das entradas (créditos), o saldo será devedor, devendo ser pago através do documento de arrecadação estadual chamado Gare-ICMS.

Se o ICMS das entradas (créditos) for maior que o ICMS das saídas (débitos), o saldo será credor, devendo ser transportado para o período seguinte.

No caso de matriz e filiais, a escrituração dos livros deverá ser feita individualmente, porém o recolhimento poderá, opcionalmente, ser centralizado em relação aos estabelecimentos do mesmo titular localizados no Estado de São Paulo. (artigos 96 à 102 do RICMS). Formas e prazos de recolhimento do ICMS:

Para cada CNAE (Classificação Nacional de Atividade Econômica), existe um CPR (Código de Prazo de Recolhimento).

O prazo para pagamento do ICMS será definido conforme o CPR constante no anexo IV do RICMS.

Exemplo: CPR 2102= O recolhimento do ICMS será até o dia 10 do segundo mês subseqüente ao da ocorrência do fato gerador.

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O documento a ser utilizado para o recolhimento do ICMS é a Guia de Arrecadação Estadual – GARE – ICMS (conforme modelo a seguir), que será preenchida pelo contribuinte ou impressa por sistema eletrônico.

17.2. GIA – GUIA DE INFORMAÇÃO E APURAÇÃO A GIA é o documento onde a empresa informa mensalmente ao fisco suas operações. Todas as operações efetuadas durante o mês, deverão ser declaradas na Gia (Guia de Informação e Apuração do ICMS) e transmitidas via Internet, com todos os lançamentos efetuados durante o mês. 18.SUPERSIMPLES 18.1-SUPERSIMPLES - RESUMO Em nosso estudo do ICMS é importante informar, ainda que de forma resumida, a existência do regime simplificado chamado popularmente de supersimples. Este regime veio substituir o antigo sistema de pagamento simplificado para micro e pequenas empresas em São Paulo chamado de “simples paulista”. Através deste regime o icms é recolhido de forma englobada com outros tributos e em valores reduzidos Em 2004, foi apresentado à Câmara de Deputados um projeto que acabou resultando na Lei Complementar nº. 123, de 14 de dezembro de 2006, que criou o Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresas de Pequeno Porte. No aspecto tributário, a LC nº. 123/2006 instituiu o Simples Nacional – Regime Especial Unificado de Arrecadação , que abrange os tributos e contribuições devidos

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pelas microempresas e empresas de pequeno porte, nos âmbitos federal, estadual e municipal. O regime único de arrecadação entrou em vigor em 1º de julho de 2007. 18.2-REVOGAÇÃO DOS ANTIGO SISTEMAS TRIBUTÁRIOS SIMPLIFICADOS A partir de 1º de julho de 2007, esta revogado o Simples Federal e todos os demais sistemas de regime regimes simplificados existentes nos estados e municípios. As microempresas e pequenas empresas enquadradas no Simples passaram a recolher os tributos federais por meio do Simples Nacional, conforme formalização de opção regulamentada pelo Comitê Gestor. 18.3-CONCEITOS O Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte foi instituído pela Lei Complementar 123 de 14 de dezembro de 2006, publicada no Diário Oficial da

União em 15 de dezembro de 2006. O Estatuto apresenta um conjunto de normas que consolidam o tratamento diferenciado e favorecido, no âmbito dos poderes da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios. Os benefícios são tratados em 14 capítulos que abrangem, respectivamente, os seguintes temas: • Administração do Estatuto Nacional • Definição de microempresas e de empresas de pequeno porte • Inscrição e baixa simplificadas • Recolhimento de tributos e contribuições • Acesso aos mercados • Simplificação das relações de trabalho • Fiscalização orientadora • Associativismo • Estímulo ao crédito e à capitalização • Estímulo à inovação • Regras civis e empresariais • Acesso à Justiça • Apoio e representação • Disposições finais e transitórias 18.4-ME / EPP - DEFINIÇÃO ME - receita bruta igual ou inferior a R$ 240.000,00 (duzentos e quarenta mil reais); EPP- receita bruta superior a R$ 240.000,00 (duzentos e quarenta mil reais) e igual ou inferior a R$ 2.400.000,00 (dois milhões e quatrocentos mil reais). § 1º A ME que ultrapassar o limite passa para EPP automaticamente;

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§ 2º A EPP que no ano calendário não ultrapassar o limite para ME retorna automaticamente para ME. 18.5-RECEITA BRUTA (Art.4º) Conceito da Receita Bruta: a) Vendas de Fabricação Própria b) Vendas de Mercadorias adquiridas de Terceiros c) Vendas de Serviços 18.6-TRIBUTOS ABRANGIDOS PELO SIMPLES (Art. 5º) I - (IRPJ); II - (IPI), observado o disposto no inciso XII do §1° deste artigo; III - (CSLL); IV - (Cofins), observado o disposto no inciso XII do §1° deste artigo; V - PIS/Pasep, observado o disposto no inciso XII do § 1° deste artigo; VI – INSS – COTA PATRONAL VII – (ICMS); VIII – Imposto sobre serviços de qualquer natureza (ISS). 18.7- TRIBUTOS NÃO ABRANGIDOS PELO SIMPLES I - Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, ou relativas a Títulos ou Valores Mobiliários (IOF); II - Imposto sobre a Importação de Produtos Estrangeiros (II); III - Imposto sobre Exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados (IE); IV – (ITR); V - Imposto de Renda, relativo aos rendimentos ou ganhos líquidos auferidos em aplicações de renda fixa ou variável; VI – Imposto de Renda relativo aos ganhos de capital auferidos na alienação de bens do ativo permanente; VII - (CPMF); VIII - (FGTS); IX – INSS – retido empregados; X – INSS – retido empresários; XI – IRRF pessoas físicas. XII - Contribuição para o PIS/Pasep, Cofins e IPI incidentes na importação de bens e serviços; XIII – ICMS devido

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a) nas operações ou prestações sujeitas ao regime de substituição tributária; (CONTRIBUINTE RESPONSÁVEL – SUBSTITUTO TRIBUTÁRIO) b) por terceiro, a que o contribuinte se ache obrigado, por força da legislação estadual ou distrital vigente; c) na entrada, no território do Estado ou do Distrito Federal, de petróleo, inclusive lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, bem como energia elétrica, quando não destinados à comercialização ou industrialização; d) por ocasião do desembaraço aduaneiro; e) na aquisição ou manutenção em estoque de mercadoria desacobertada de documento fiscal; f) na operação ou prestação desacobertada de documento fiscal; g) nas operações com mercadorias sujeitas ao regime de antecipação do recolhimento do imposto, bem como do valor relativo à diferença entre a alíquota interna e a interestadual, nas aquisições em outros Estados e Distrito Federal, nos termos da legislação estadual ou distrital; XIV – ISS devido: a) em relação aos serviços sujeitos à substituição tributária ou retenção na fonte; b) na importação de serviços; XV - demais tributos de competência da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, não relacionados nos incisos anteriores. Obs: As microempresas e empresas de pequeno porte optantes pelo Simples Nacional ficam dispensadas do pagamento das demais contribuições instituídas pela União, inclusive as contribuições para as entidades privadas de serviço social e de formação profissional vinculadas ao sistema sindical, de que trata o art. 240 da Constituição Federal, e demais entidades de serviço social autônomo. EXEMPLOS: -Sistema S (SESI / SENAI / SENAC / SENAR...) -Sindical Patronal 18.8-OPÇÃO PELO SIMPLES NACIONAL

A opção pelo regime, que dar-se-á por meio da Internet e será irretratável para todo o ano-calendário, deverá ser realizada de 1º até o último dia útil do mês de janeiro, produzindo efeitos desde o 1º dia do ano-calendário da opção.

Excepcionalmente, para o ano-calendário de 2007, a opção pôde ser realizada até o último dia 20/08/07, produzindo efeitos a partir de 1º.07.2007.

(Resolução CGSN nº. 4/2007, art. 7º, )

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18.9-INÍCIO DE ATIVIDADE NO ANO-CALENDÁRIO

No caso de início de atividade no próprio ano-calendário da opção, a ME ou a EPP deverá efetuar a opção pelo Simples Nacional no prazo de 10 dias após o último deferimento de inscrição que estiver obrigado (CNPJ, estadual e municipal), a qual produzirá efeitos desde a data do último deferimento da inscrição (estadual ou municipal).

(Resolução CGSN nº. 4/2007, art. 7º, § 3º)

18.10- ICMS-SP – DESENQUADRADOS DO SIMPLES PAULISTA O contribuinte que tiver sido desenquadrado do “Simples Paulista” em razão da entrada em vigor do Simples Nacional teve que apresentar, até 30.09.2007, a Declaração do Simples, relativamente ao período de 1º de janeiro a 30 de junho de 2007. (Art. 6º do Decreto nº. 52.018/2007)

18.11-PESSOAS JURÍDICAS EXCLUÍDAS DO SIMPLES NACIONAL

Está excluída do Simples Nacional a pessoa jurídica:

a) de cujo capital participe outra pessoa jurídica;

b) que seja filial, sucursal, agência ou representação, no País, de pessoa jurídica com sede no exterior;

c) de cujo capital participe pessoa física que esteja inscrita como empresário ou seja sócia de outra empresa que receba tratamento jurídico diferenciado, nos termos da Lei Complementar nº. 123/2006, se a receita bruta global ultrapassar o limite anual de R$ 2.400.000,00;

d) cujo titular ou sócio participe com mais de 10% do capital de outra empresa não beneficiada pela Lei Complementar nº. 123/2006, se a receita bruta global ultrapassar o limite descrito na letra “c”;

e) cujo sócio ou titular seja administrador ou equiparado de outra pessoa jurídica com fins lucrativos, se a receita bruta global ultrapassar o limite descrito na letra “c”;

f) constituída sob a forma de cooperativa, exceto a de consumo;

g) que participe do capital de outra pessoa jurídica;

h) que exerça as atividades de:

h.1) banco comercial, de investimento e de desenvolvimento;

h.2) caixa econômica;

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h.3) sociedade de crédito, financiamento ou investimento ou de crédito imobiliário;

h.4) corretora ou distribuidora de títulos, valores mobiliários e câmbio;

h.5) empresa de arrendamento mercantil;

h.6) seguros privados e de capitalização; ou

h.7) previdência complementar;

i) resultante ou remanescente de cisão ou de qualquer outra forma de desmembramento de pessoa jurídica que tenha ocorrido em um dos 5 anos-calendário anteriores;

j) constituída sob a forma de sociedade por ações.

(Lei Complementar nº. 123/2006, art. 3º, § 4º, I a X)

(A Resolução CGSN nº. 6/2007 dispõe sobre os (CNAE) impeditivos de optar pelo Simples Nacional e os de atividades concomitantemente impeditiva e permitida ao regime)

18.12-OUTRAS EXCLUSÕES – ATIVIDADES NÃO PERMITIDAS

Também não poderão recolher os tributos na sistemática do Simples Nacional a ME ou a EPP:

a) que explore atividade de prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia, gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar e a receber, gerenciamento de ativos (asset management), compras de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring);

b) que tenha sócio domiciliado no exterior;

c) de cujo capital participe entidade da administração pública, direta ou indireta, federal, estadual ou municipal;

d) que preste serviço de comunicação;

e) que possua débito com o INSS ou com as Fazendas Públicas Federal, Estadual ou Municipal, cuja exigibilidade não esteja suspensa;

f) que preste serviço de transporte intermunicipal e interestadual de passageiros;

g) que seja geradora, transmissora, distribuidora ou comercializadora de energia elétrica;

h) que exerça atividade de importação ou fabricação de automóveis e motocicletas;

i) que exerça atividade de importação de combustíveis;

j) que exerça atividade de produção ou venda no atacado de bebidas alcoólicas, cigarros, armas, bem como de outros produtos tributados pelo IPI com alíquota ad valorem superior a 20% ou com alíquota específica;

l) que tenha por finalidade a prestação de serviços decorrentes do exercício de atividade intelectual, de natureza técnica, científica, desportiva, artística ou cultural, que constitua profissão regulamentada ou não, bem como a que preste serviços de instrutor, corretor, despachante ou de qualquer tipo de intermediação de negócios;

m) que realize cessão ou locação de mão-de-obra;

n) que realize atividade de consultoria; e

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o) que se dedique ao loteamento e à incorporação de imóveis.

(Lei Complementar nº 123/2006, art. 17, I a XIV)

18.13-EXCEÇÕES ÀS EXCLUSÕES – ATIVIDADES PERMITIDAS

As exclusões ao recolhimento dos tributos de forma unificada no Simples Nacional não se aplica às pessoas jurídicas que se dedicam exclusivamente às seguintes atividades ou as exerçam em conjunto com outras atividades que não sejam as vedadas conforme descrito no item 19 e no subitem 19.1:

a) creche, pré-escola e estabelecimento de ensino fundamental;

b) agência terceirizada de correios, agência de viagem e turismo e agência lotérica;

c) centro de formação de condutores de veículos automotores de transporte terrestre de passageiros e de carga;

d) serviços de manutenção e reparação de automóveis, caminhões, ônibus, outros veículos pesados, tratores, máquinas e equipamentos agrícolas;

e) serviços de instalação, manutenção e reparação de acessórios para veículos automotores;

f) serviços de manutenção e reparação de motocicletas, motonetas e bicicletas;

g) serviços de instalação, manutenção e reparação de máquinas de escritório e de informática;

h) serviços de reparos hidráulicos, elétricos, pintura e carpintaria em residências ou estabelecimentos civis ou empresariais, bem como manutenção e reparação de aparelhos eletrodomésticos;

i) serviços de instalação e manutenção de aparelhos e sistemas de ar condicionado, refrigeração, ventilação, aquecimento e tratamento de ar em ambientes controlados;

j) veículos de comunicação, de radiodifusão sonora e de sons e imagens, e mídia externa;

l) construção de imóveis e obras de engenharia em geral, inclusive sob a forma de subempreitada;

m) transporte municipal de passageiros;

n) empresas montadoras de estandes para feiras;

o) escolas livres, de línguas estrangeiras, artes, cursos técnicos e gerenciais;

p) produção cultural e artística, cinematográfica e de artes cênicas;

q) cumulativamente administração e locação de imóveis de terceiros;

r) academias de dança, capoeira, ioga e de artes marciais; de atividades físicas, desportivas, de natação e escolas de esportes;

s) elaboração de programas de computadores, inclusive jogos eletrônicos, desde que desenvolvidos em estabelecimento do optante;

t) licenciamento ou cessão de direito de uso de programas de computação;

u) planejamento, confecção, manutenção e atualização de páginas eletrônicas, desde que realizados em estabelecimento do optante;

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v) escritórios de serviços contábeis; e

x) serviço de vigilância, limpeza ou conservação. (Lei Complementar nº. 123/2006, art. 17, § 1º, I a XXVII)

18.14-OUTROS SERVIÇOS

Poderão optar pelo Simples Nacional as sociedades que se dedicam exclusivamente à prestação de outros serviços que não tenham sido vedados expressamente conforme descrição no item 19 deste texto.

Estes serviços deverão ser enquadrados nas tabelas do Anexo III ( LC 127/07)

(Lei Complementar nº. 123/2006, art. 17, § 2º) 18.15-DESTAQUE DAS RECEITAS Quando possuir uma única atividade, bastará o contribuinte identificar a Tabela de Alíquotas correspondente à atividade exercida, para calcular o Simples Nacional. No entanto, empresas que desenvolverem diversas atividades deverão destacar as receitas auferidas, de acordo com a abrangência de cada Tabela de Alíquotas. O destaque deve observar o seguinte esquema: a) receitas decorrentes da revenda de mercadorias (Anexo 1); b) receitas da venda de mercadorias industrializadas pelo contribuinte (Anexo 2); c) receitas decorrentes da prestação de serviços, bem como as de locação de bens móveis (Anexo 3, 4 ou 5). As receitas dos diversos tipos de serviços prestados devem ser destacadas segundo a respectiva Tabela de Alíquotas. As receitas decorrentes da venda de mercadorias sujeitas à substituição tributária também devem ser destacadas porque os tributos pagos por antecipação serão deduzidos do Simples Nacional. As receitas de exportação de mercadorias para o exterior, inclusive as vendas realizadas por meio de comercial exportadora ou do consórcio Simples, não sofrem incidência do PIS, da Cofins, do IPI, do ICMS e do ISS e, por isso, também devem ser destacadas das demais receitas. 18.16-IDENTIFICAÇÃO DA ALÍQUOTA DEVIDA EM CADA MÊS O Simples Nacional será calculado mediante aplicação das alíquotas das tabelas constantes dos anexos da LC nº. 123/2006. As tabelas de incidência são comuns às microempresas e às empresas de pequeno porte. Para identificar a alíquota a ser aplicada mensalmente, o contribuinte deve somar as receitas auferidas nos 12 meses anteriores ao mês da tributação. Uma vez obtido o montante, deverá compará-lo com as faixas de receita bruta da respectiva tabela de incidência, a fim de identificar a alíquota a ser aplicada sobre a receita bruta daquele mês.

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Exemplo 1: Empresa de pequeno porte comercial Mês da tributação: março/2008. Tabela a ser utilizada: tabela 1 Receita acumulada de março/2007 a fevereiro/2008: R$ 350 mil Alíquota da tabela 1 aplicável no mês de março/2008: 6,84% Exemplo 2: Microempresa comercial sujeita às alíquotas da tabela 1 Mês da tributação: março/2008 Receita do mês de março/2008: R$ 13 mil Receitas auferidas entre março/2007 e fevereiro/2008: R$ 220 mil Alíquota da tabela 1 a ser aplicada sobre a receita mensal: 5,47% Simples Nacional devido: 5,47% x R$ 13 mil = R$ 711,10 O valor de R$ 711,11 inclui o IRPJ, a CSLL, o PIS, a COFINS, o INSS e o ICMS. 18.17- TABELAS (Anexos : I-9, II-17, III-4, IV-3, V-24 = total 57 tabelas) –Res.5/07 TABELA DE DISTRIBUIÇÃO Anexo I Comércio

Anexo II Industria

ANEXO III 1. Creche, Pré Escola Ens. Fundamental; 2. Agência de correios; 3. Agência viag. Turismo 4. Auto Escola; 5. Agência lotérica; 6. Manut. Veículos, máq e eqptos agrícolas; 7. Inst.e Manut.acessórios p/ veíc. Automotores; 8. Man. Motonetas e bicicl. 9. Inst e Man máqs de escritório e informatica 10. Reparos Hidr,elétr; pint. carp;man apar. Eletrod.; 11. Inst.e Man.ap. ar cond.; 12. Veic.de comun. Radiof. Sonora, sons e imagens

ANEXO IV 13. Constr. de imóveis e obras de eng em geal, inclusive sub empreit. 14. Transp. Mun. Passag; 15. Montadoras Estandes para feiras; 16. Escolas livres de língua estrang. Artes, cursos técnicos gerenciais; 17. Prod. Cultura e artíst.; 18. Produção cinematogr. e artes cênicas.

ANEXO V 19. Cumulat. Adm e loc. de imóveis de 3ºs.; 20. Acad. Dança, cap.; ioga e artes marciais; 21. acad. Ativ. Física, desp., natação e escola de esportes; 22. vetado; 23. Elab. Prog. Comput.; jogos eletr. Desenvol vidos p/optante; 24. Lic. Cessão direito de uso prog. de comput.; 25. Plan.confecç,manut e atual. de pg. Eletr.no estabelec. do optante 26. Escr. Servs. Contáb. 27. Servs.Vig.Limp.Cons; 28. Vetado; 29. Transp.Interm e interest;

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30. Serviços não vetados

Atividades Comerciais Os optantes pelo Simples Nacional com atividade comercial (revenda de mercadoria) recolherão os tributos de acordo com a tabela a seguir.

Porte da Empresa

Receita Bruta em 12 meses (em R$)

ALÍQUOTA

IRPJ CSLL COFINS

PIS/PASEP

INSS ICMS

Até 120.000,00

4,00% 0,00% 0,21% 0,74% 0,00% 1,80% 1,25% Microempresa (ME)

De 120.000,01 a 240.000,00

5,47% 0,00% 0,36% 1,08% 0,00% 2,17% 1,86%

De 240.000,01 a 360.000,00

6,84% 0,31% 0,31% 0,95% 0,23% 2,71% 2,33%

De 360.000,01 a 480.000,00

7,54% 0,35% 0,35% 1,04% 0,25% 2,99% 2,56%

De 480.000,01 a 600.000,00

7,60% 0,35% 0,35% 1,05% 0,25% 3,02% 2,58%

De 600.000,01 a 720.000,00

8,28% 0,38% 0,38% 1,15% 0,27% 3,28% 2,82%

De 720.000,01 a 840.000,00

8,36% 0,39% 0,39% 1,16% 0,28% 3,30% 2,84%

De 840.000,01 a 960.000,00

8,45% 0,39% 0,39% 1,17% 0,28% 3,35% 2,87%

De 960.000,01 a 1.080.000,00

9,03% 0,42% 0,42% 1,25% 0,30% 3,57% 3,07%

De 1.080.000,01 a 1.200.000,00

9,12% 0,43% 0,43% 1,26% 0,30% 3,60% 3,10%

De 1.200.000,01 a 1.320.000,00

9,95% 0,46% 0,46% 1,38% 0,33% 3,94% 3,38%

Empresa de Pequeno Porte (EPP)

De 1.320.000,01

10,04% 0,46% 0,46% 1,39% 0,33% 3,99% 3,41%

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a 1.440.000,00

De 1.440.000,01 a 1.560.000,00

10,13% 0,47% 0,47% 1,40% 0,33% 4,01% 3,45%

De 1.560.000,01 a 1.680.000,00

10,23% 0,47% 0,47% 1,42% 0,34% 4,05% 3,48%

De 1.680.000,01 a 1.800.000,00

10,32% 0,48% 0,48% 1,43% 0,34% 4,08% 3,51%

De 1.800.000,01 a 1.920.000,00

11,23% 0,52% 0,52% 1,56% 0,37% 4,44% 3,82%

De 1.920.000,01 a 2.040.000,00

11,32% 0,52% 0,52% 1,57% 0,37% 4,49% 3,85%

De 2.040.000,01 a 2.160.000,00

11,42% 0,53% 0,53% 1,58% 0,38% 4,52% 3,88%

De 2.160.000,01 a 2.280.000,00

11,51% 0,53% 0,53% 1,60% 0,38% 4,56% 3,91%

De 2.280.000,01 a 2.400.000,00

11,61% 0,54% 0,54% 1,60% 0,38% 4,60% 3,95%

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Atividades industriais

TABELA II

Porte da Empresa

Receita Bruta em 12 meses (em R$)

ALÍQUOTA

IRPJ CSLL COFINS

PIS/PASEP

INSS ICMS IPI

Até 120.000,00

4,50% 0,00% 0,21% 0,74% 0,00% 1,80% 1,25% 0,50% Microempresa (ME)

De 120.000,01 a 240.000,00

5,97% 0,00% 0,36% 1,08% 0,00% 2,17% 1,86% 0,50%

De 240.000,01 a 360.000,00

7,34% 0,31% 0,31% 0,95% 0,23% 2,71% 2,33% 0,50%

De 360.000,01 a 480.000,00

8,04% 0,35% 0,35% 1,04% 0,25% 2,99% 2,56% 0,50%

De 480.000,01 a 600.000,00

8,10% 0,35% 0,35% 1,05% 0,25% 3,02% 2,58% 0,50%

De 600.000,01 a 720.000,00

8,78% 0,38% 0,38% 1,15% 0,27% 3,28% 2,82% 0,50%

De 720.000,01 a 840.000,00

8,86% 0,39% 0,39% 1,16% 0,28% 3,30% 2,84% 0,50%

De 840.000,01 a 960.000,00

8,95% 0,39% 0,39% 1,17% 0,28% 3,35% 2,87% 0,50%

De 960.000,01 a 1.080.000,00

9,53% 0,42% 0,42% 1,25% 0,30% 3,57% 3,07% 0,50%

De 1.080.000,01 a 1.200.000,00

9,62% 0,42% 0,42% 1,26% 0,30% 3,62% 3,10% 0,50%

De 1.200.000,01 a 1.320.000,00

10,45%

0,46% 0,46% 1,38% 0,33% 3,94% 3,38% 0,50%

De 1.320.000,01 a 1.440.000,00

10,54%

0,46% 0,46% 1,39% 0,33% 3,99% 3,41% 0,50%

Empresa de Pequeno Porte (EPP)

De 1.440.000,01 a 1.560.000,00

10,63%

0,47% 0,47% 1,40% 0,33% 4,01% 3,45% 0,50%

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De 1.560.000,01 a 1.680.000,00

10,73%

0,47% 0,47% 1,42% 0,34% 4,05% 3,48% 0,50%

De 1.680.000,01 a 1.800.000,00

10,82%

0,48% 0,48% 1,43% 0,34% 4,08% 3,51% 0,50%

De 1.800.000,01 a 1.920.000,00

11,73%

0,52% 0,52% 1,56% 0,37% 4,44% 3,82% 0,50%

De 1.920.000,01 a 2.040.000,00

11,82%

0,52% 0,52% 1,57% 0,37% 4,49% 3,85% 0,50%

De 2.040.000,01 a 2.160.000,00

11,92%

0,53% 0,53% 1,58% 0,38% 4,52% 3,88% 0,50%

De 2.160.000,01 a 2.280.000,00

12,01%

0,53% 0,53% 1,60% 0,38% 4,56% 3,91% 0,50%

De 2.280.000,01 a 2.400.000,00

12,11%

0,54% 0,54% 1,60% 0,38% 4,60% 3,95% 0,50%

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Atividade de Serviços

TABELA III Porte da Empresa

Receita Bruta em 12 meses (em R$)

ALÍQUOTA

IRPJ CSLL COFINS PIS/PASEP

INSS ISS

Até 120.000,00 6,00% 0,00% 0,39% 1,19% 0,00%

2,42% 2,00% Microempresa (ME)

De 120.000,01 a 240.000,00

8,21% 0,00% 0,54% 1,62% 0,00%

3,26% 2,79%

De 240.000,01 a 360.000,00

10,26% 0,48% 0,43% 1,43% 0,35%

4,07% 3,50%

De 360.000,01 a 480.000,00

11,31% 0,53% 0,53% 1,56% 0,38%

4,47% 3,84%

De 480.000,01 a 600.000,00

11,40% 0,53% 0,52% 1,58% 0,38%

4,52% 3,87%

De 600.000,01 a 720.000,00

12,42% 0,57% 0,57% 1,73% 0,40%

4,92% 4,23%

De 720.000,01 a 840.000,00

12,54% 0,59% 0,56% 1,74% 0,42%

4,97% 4,26%

De 840.000,01 a 960.000,00

12,68% 0,59% 0,57% 1,76% 0,42%

5,03% 4,31%

De 960.000,01 a 1.080.000,00

13,55% 0,63% 0,61% 1,88% 0,45%

5,37% 4,61%

De 1.080.000,01 a 1.200.000,00

13,68% 0,63% 0,64% 1,89% 0,45%

5,42% 4,65%

De 1.200.000,01 a 1.320.000,00

14,93% 0,69% 0,69% 2,07% 0,50%

5,98% 5,00%

De 1.320.000,01 a 1.440.000,00

15,06% 0,69% 0,69% 2,09% 0,50%

6,09% 5,00%

De 1.440.000,01 a 1.560.000,00

15,20% 0,71% 0,70% 2,10% 0,50%

6,19% 5,00%

De 1.560.000,01 a 1.680.000,00

15,35% 0,71% 0,70% 2,13% 0,51%

6,30% 5,00%

De 1.680.000,01 a 1.800.000,00

15,48% 0,72% 0,70% 2,15% 0,51%

6,40% 5,00%

De 1.800.000,01 a 1.920.000,00

16,85% 0,78% 0,76% 2,34% 0,56%

7,41% 5,00%

De 1.920.000,01 a 2.040.000,00

16,98% 0,78% 0,78% 2,36% 0,56%

7,50% 5,00%

De 2.040.000,01 a 2.160.000,00

17,13% 0,80% 0,79% 2,37% 0,57%

7,60% 5,00%

De 2.160.000,01 a 2.280.000,00

17,27% 0,80% 0,79% 2,40% 0,57%

7,71% 5,00%

Empresa de Pequeno Porte (EPP)

De 2.280.000,01 a 2.400.000,00

17,42% 0,81% 0,79% 2,42% 0,57%

7,83% 5,00%

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EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO – ASPECTOS ICMS – CONTIMATIC

1- O que caracteriza a incidência do ICMS, isto é, qual o fato gerador?

2- Considerando que a pessoa física não possui objetivo de comercialização, existe alguma situação em que ela deverá recolher o ICMS ?

3- Existem casos de circulação de mercadorias em que NÃO HÁ INCIDÊNCIA do ICMS? Em caso positivo, onde está previsto? Cite exemplo.

4- Na ISENÇÃO o ICMS será pago posteriormente? Por quem?

5- Onde encontramos a previsão da isenção? Cite 3 exemplos.

6- Na SUSPENSÃO o ICMS ainda precisará ser pago ? Por quem?

7- No DIFERIMENTO em que momento o próprio contribuinte deverá recolher o ICMS ?

8- Quais as alíquotas internas no estado de SP ? Cite 1 exemplo de cada.

9- Quais as alíquotas nas vendas para os estados abaixo?

RN- RJ- DF- MT- MS- MA- PE- ES- PA- RS-

10- Quais alíquotas aplicar nas seguintes operações: - venda a empresa comercial em SE: - venda a prestador de serviço em GO: - venda a pessoa física em PB: - venda a pessoa física em SP:

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11- Determine a a base de cálculo para uma venda no valor de 2.500,00 com base reduzida em 30%:

Valor da nota fiscal: Valor da base de cálculo: Valor do icms (18%) destacado:

12- Qual a receita bruta anual para enquadramento de Microempresa?

13- Qual a receita bruta anual para enquadramento de Empresa de Pequeno Porte?

14- Os contribuintes enquadrados no regime tributário simplificado “Super Simples ” podem vender para todo tipo de empresa ou só consumidor final?

15- ICMS incidente na compra de ativo imobilizado:

O crédito é permitido? Como ele será aproveitado? Qualquer ativo dá direito ao crédito? Qual o nome do documento onde controle este crédito?