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1 Queridos irmãos, Os membros da sua equipe acabam de escolhê-los para ser seu “Casal Responsável”, aquele que vai zelar pela boa marcha da equipe durante o ano e estimulá-la na caminhada para Deus. Esse serviço distingue-se dos demais trabalhos a que uma pessoa é chamada como cidadã ou profissional. É um apelo ao amor, uma responsabilidade no plano espiritual e um engajamento na Igreja e no mundo. Por isso, o casal abraça essa responsabilidade consciente da sua fraqueza, mas confiante no Senhor, que lhe diz, como a São Paulo: “Basta-te a minha graça, porque na fraqueza manifestou-se o meu poder” (cf. 2 Cor 12, 9). Prioritariamente, o casal coloca-se disponível ao Senhor, para que o Espírito possa agir nele e através dele. Entretanto, no plano humano, faz-se necessário um esforço de renúncia e doação, para que a vida de sua equipe seja uma escola de caridade, na busca da santificação dos casais proposta pela pedagogia do Movimento. Sem dúvida, diante da responsabilidade, o casal pode humanamente temer e tremer... Por isso este manual foi elaborado: para ajudá-los a exercer a missão que lhes é solicitada. Além deste manual, outros documentos serão muito úteis para levar o Casal Responsável de Equipe a eliminar dúvidas e ultrapassar obstáculos: “O Guia das ENS” (que já apresenta, em anexo, ‘O Estatuto’, ‘O que é uma Equipe de Nossa Senhora’ e ‘A Segunda Inspiração’), e a “Mística dos Pontos Concretos de Esforço e Partilha”. Ao lado da farta documentação de formação no Movimento, o Casal Responsável poderá contar ainda com quatro grandes aliados: o Conselheiro Espiritual, o Casal Ligação, o Casal Animador de cada mês e, principalmente, a própria Eucaristia, celebrada e recebida uma vez mais durante a semana. Mas, acima de todas estas alavancas, vocês poderão contar com a proteção de Maria, escolhida como guia para nos ajudar

Basta-te a minha graça, porque na fraqueza manifestou-se o ... · quando na equipe estiver faltando o vinho que anima e alegra a festa da vida. Que a luz do ... vinha do Senhor e

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Queridos irmãos,

Os membros da sua equipe acabam de escolhê-los para ser seu “Casal Responsável”, aquele que vai zelar pela boa marcha da equipe durante o ano e estimulá-la na caminhada para Deus. Esse serviço distingue-se dos demais trabalhos a que uma pessoa é chamada como cidadã ou profissional. É um apelo ao amor, uma responsabilidade no plano espiritual e um engajamento na Igreja e no mundo.

Por isso, o casal abraça essa responsabilidade consciente da sua fraqueza, mas confiante no Senhor, que lhe diz, como a São Paulo: “Basta-te a minha graça, porque na fraqueza manifestou-se o meu poder” (cf. 2 Cor 12, 9).

Prioritariamente, o casal coloca-se disponível ao Senhor, para que o Espírito possa agir nele e através dele. Entretanto, no plano humano, faz-se necessário um esforço de renúncia e doação, para que a vida de sua equipe seja uma escola de caridade, na busca da santificação dos casais proposta pela pedagogia do Movimento.

Sem dúvida, diante da responsabilidade, o casal pode humanamente temer e tremer... Por isso este manual foi elaborado: para ajudá-los a exercer a missão que lhes é solicitada.

Além deste manual, outros documentos serão muito úteis para levar o Casal Responsável de Equipe a eliminar dúvidas e ultrapassar obstáculos: “O Guia das ENS” (que já apresenta, em anexo, ‘O Estatuto’, ‘O que é uma Equipe de Nossa Senhora’ e ‘A Segunda Inspiração’), e a “Mística dos Pontos Concretos de Esforço e Partilha”.

Ao lado da farta documentação de formação no Movimento, o Casal Responsável poderá contar ainda com quatro grandes aliados: o Conselheiro Espiritual, o Casal Ligação, o Casal Animador de cada mês e, principalmente, a própria Eucaristia, celebrada e recebida uma vez mais durante a semana.

Mas, acima de todas estas alavancas, vocês poderão contar com a proteção de Maria, escolhida como guia para nos ajudar

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a seguir a Cristo. Que vocês saibam recorrer sempre a Ela quando na equipe estiver faltando o vinho que anima e alegra a festa da vida.

Que a luz do Espírito Santo os ilumine e a disponibilidade de Maria seja o vosso exemplo! Com nosso carinho,

Equipe da Super-Região

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Capítulo Primeiro

O EsPíritO dE rEsPOnsabilidadE

1. Um chamado

“O Reino dos Céus é semelhante a um proprietário que saiu muito cedo a contratar trabalhadores para a sua vinha. Ajustou com eles um denário por dia e mandou-os para a vinha”. (Mt 20,1-2). A parábola do Evangelho abre os nossos olhos à imensa vinha do Senhor e à multidão de pessoas, homens e mulheres, que Ele chama e envia para nela trabalhar. A vinha é o mundo inteiro (cf Mt 13, 38), “que deve ser transformado segundo o plano de Deus em ordem ao advento definitivo do Reino de Deus” (Christifideles Laici, 1).

a) Um chamado do Senhor

Não é em seu próprio nome que os casais da equipe nos escolhem; é o Senhor, por meio deles. E não é porque merecemos, mas porque o Senhor assim o quis.

Quando chamamos alguém, quando pronunciamos seu nome, dirigimos-lhe um olhar. Este apelo à responsabilidade é, antes de qualquer outra coisa, um olhar de amor de Deus sobre nós como pessoa, como casal, apesar de nossas fraquezas, nossos limites e até nossos pecados. Esse olhar contemplativo, esse olhar de amor, é seguido de uma pergunta pessoal que o Senhor nos dirige, chamando-nos pelo nome. Ter feito esta dupla experiência no mais profundo de nosso coração, quando nos confiam uma responsabilidade, muda a qualidade de nossa aceitação.

Do mesmo modo que o chamado é pessoal e não coletivo, a nossa responsabilidade é inteira e pessoal diante do Senhor e diante da equipe que nos escolheu.

b) Um chamado a um amor maior

Podemos ser chamados para muitas coisas: para obedecer,

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para servir, para seguir... Sim, tudo isto está incluído no chamado; mas o que é primordial é que se trata de um chamado para amar “mais”. Amar mais o Senhor, amar mais os irmãos e as irmãs, amar mais a Igreja. O Senhor pergunta três vezes a Pedro: “Pedro, tu me amas? Tu me amas mais que os outros?” Esta é a única pergunta, a única condição colocada pelo Senhor que, após a resposta afirmativa, diz: “Apascenta minhas ovelhas”. A primeira pergunta que o Senhor nos faz, antes de nos confiar uma responsabilidade, é uma pergunta sobre o amor.

c) Um chamado à conversão

A responsabilidade que o Senhor nos confia deve ser a oportu-nidade de nos renovar no Espírito. É no louvor e na ação de graças, mas também no pedido e no perdão que o Espírito nos renova. Ele nos convida a nos conhecermos verdadeiramente, a estarmos constantemente atentos à Sua Vontade, a desenvolvermos e fortificarmos as capacidades que nos ajudam a ir ao encontro e à comunhão com o outro; a escutarmos os outros e a aprendermos com eles; a nos deixarmos interpelar por Sua Palavra e a deixarmos brotar, sem medo, a fonte que existe em nós.

2. Uma resposta

“E para agir em fidelidade à vontade de Deus, precisamos ser capazes e tornarmo-nos cada vez mais capazes. Sem dúvida, com a graça do Senhor que nunca falta, como diz São Leão Magno: ‘Aquele que vos deu a dignidade vos dará a força’; mas também com a colaboração livre e responsável de cada um de nós”. (Christifideles Laici, 58)

a) Uma resposta de gratidão

Sabemos que só podemos partilhar com os outros aquilo que conhecemos. A convicção do portador de uma mensagem lhe vem da certeza do seu encontro pessoal com aquele que o enviou. Essa certeza está na base de todo entusiasmo, de toda coragem, de toda atitude profética.

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A gratidão diante desse amor imerecido, a alegria de ter sabore-ado a bondade de Deus dão ao casal que aceita a responsabilidade um entusiasmo sem vacilações, porque ele se apoia no amor de Deus que, temos certeza, não nos faltará jamais.

b) Uma resposta de abandono

Não somos donos da responsabilidade que nos é confiada; se assim fosse, ela estaria entregue somente à nossa boa vontade.

Como Maria, devemos abandonar-nos à ação do Espírito, para nos deixar conduzir por Ele. É com um coração de pobre que é preciso acolher a responsabilidade, num ato de fé e confiança na Palavra de Jesus: “Vai, eu estou contigo”.

Não estaremos jamais preparados para uma responsabilida-de, nem para o serviço que dela decorre. Mas é preciso crer que, com esse olhar de amor que é o chamado, e com nossa cooperação perseverante, o Senhor manifesta e faz crescer em nós os “dons” que nos confiou para que os partilhássemos. É preciso crer que esses “dons” – cada casal tem os seus - serão aqueles que nos serão necessários no momento certo, para o nível de responsabilidade que será o nosso.

c) Uma resposta de abnegação

A aceitação de um serviço implica já na ideia de renúncia, mas é preciso ir mais longe do que isso. “O servo não é maior do que o seu senhor”, e nosso Senhor deu sua vida por nós.

Estar pronto a “morrer um pouco pelos outros”, a dar-lhes nossa vida, significa não só dar nosso trabalho, “nossos talentos”, nosso tempo, mas também nos darmos, nós próprios, livremente, na alegria de uma partilha sem reservas.

3. Os dois principais objetivos da responsabilidade

a) A animação

Animar é olhar com amor, descobrir, dar um nome, confirmar e fazer apelo ao que há de melhor em cada pessoa, em cada casal da equipe.

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Nossa vocação de casal é sermos fecundos. A fecundidade não é somente uma capacidade biológica. Seremos fecundos se aceitarmos os outros, se não fizermos juízos definitivos sobre eles, se soubermos compreendê-los, desculpá-los, valorizá-los, admirá-los, em resumo, se os “fizermos viver”.

Animar é buscar na oração a vontade de Deus sobre a nossa equipe, é estar vigilante quanto à evolução das necessidades espirituais profundas dos casais.

b) A unidade

O primeiro objetivo de “fazer viver” é inseparável do segundo: “buscar a unidade entre todos”.

Nosso Movimento está presente hoje nos cinco continentes: se é necessário e desejável que sensibilidades diversas possam se expressar nas Equipes de Nossa Senhora, a unidade deve se fazer sempre na fidelidade aos Estatutos e ao carisma fundador do Movimento, direcionados para Deus pela oração, pois não somos nós, mas é Ele que faz a unidade entre todos.

4. As atitudes profundas da responsabilidade

“Os ministérios presentes e operantes na Igreja são todos, embora de diferentes modalidades, uma participação no mesmo ministério de Jesus Cristo, o bom Pastor que dá a vida pelas suas ovelhas” (cf. Jo 10,11), “o servo humilde e totalmente sacrificado para a salvação de todos” (cf. Mc 10, 45) e (Christifideles Laici, 21)

a) É um serviço prestado com desapego

Não somos proprietários de nossa equipe. O Senhor é o único pastor, o único proprietário, o único guia. Não podemos também guardar para nós, com ciúmes, “nossa” equipe. Somos corresponsáveis e devemos ficar felizes com tudo que os outros lhes podem trazer de bom.

Uma vez terminado nosso tempo de serviço, colocamos a equipe nas mãos do Senhor e dos “novos servidores”.

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b) É um serviço pedido ao casal

É o sacramento do matrimonio a fonte de nossa fecundidade no serviço e é como casal que somos sinal para os outros. Nesse serviço, pomos em comum nossos talentos e nossas abordagens, que se completam através do diálogo conjugal, da reflexão a dois, da totalidade da nossa relação de casal.

A oração conjugal é um momento privilegiado em que o Senhor solidifica o casal e o esclarece sobre as decisões a tomar, principalmente as decisões relativas à vida de família e à vida profissional, que têm uma incidência sobre o exercício da responsabilidade dentro da equipe.

c) É um serviço exercido em equipe

Nas Equipes, a responsabilidade não se exerce de maneira pessoal e autoritária. O Casal Responsável deve cercar-se de toda a sua equipe, não só para partilhar o trabalho, mas, sobretudo, para discernirem juntos, à luz do Espírito Santo e, com a ajuda do Conselheiro Espiritual, as verdadeiras necessidades espirituais da equipe que lhe foi confiada. Devem procurar juntos o bem dos casais e a vontade de Deus sobre cada um e a equipe como um todo.

Compete então ao Casal Responsável animar essa equipe com convicção e entusiasmo, desenvolver os fatores de unidade, estimular os dons e talentos de cada um e favorecer a partilha entre todos.

d) É um serviço dentro do Movimento

Apesar de ser um serviço exercido em equipe, é o Casal Responsável que assume diretamente a responsabilidade diante do Movimento. No nível da equipe de base, é ele a garantia da identidade do Movimento.

Isto supõe que o Casal Responsável, ao mesmo tempo em que permanece aberto às necessidades dos casais e da equipe, aja em comunhão com o conjunto do Movimento, na fidelidade ao seu carisma e às suas orientações.

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e) É um serviço na Igreja

Nosso serviço é marcado por nossa especificidade de casais leigos. Ele está fundado sobre o nosso sacerdócio de fiéis e o nosso sacramento do matrimônio. É exercido em complemen-taridade com os Sacerdotes Conselheiros Espirituais, porém com plena responsabilidade. Abertos a todas as dimensões da Igreja universal, em união com ela e no próprio centro de suas contradições, para fazer da porção da Igreja a nós confiada parcela atuante do Povo de Deus, e de nossa responsabilidade um serviço a esse povo.

f) É um serviço enraizado na Palavra de Deus e na Eucaristia

Não podemos fazer nada sem recorrer à fonte, sem nos colocarmos à escuta de nosso único Mestre, no silêncio, pela prática assídua da oração: “Dai-nos, Senhor, um coração que escuta”. Na sua Palavra, bem como no Pão Consagrado, Jesus entrega-se a nós. A Palavra e a Eucaristia fertilizam não somente o coração, mas todo o ser daquele que se entrega a elas. Esta eficácia da Palavra e do Pão da Vida repercute e derrama-se sobre a comunidade.

“Guardar no coração” é a atitude de Maria. Guardamos a Palavra que não conseguimos compreender completamente, as palavras que nos são dirigidas, os acontecimentos que nos interpelam. É meditando tudo isso interiormente que as coisas se tornam claras, que conseguimos chegar a discernir a vontade do Senhor.

5. Os frutos da responsabilidade

a) O amor e a comunhão

A primeira prioridade de todo Casal Responsável é que se possa dizer de sua equipe: “Vejam como eles se amam!”. Mesmo que se organizem grandes reuniões, que se editem longos documentos sobre belas teorias, se vivemos em tensão, na crítica, no ciúme... em lugar de viver na verdade, no encontro e na compreensão, nada poderá frutificar.

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Tendo aprendido com a responsabilidade a viver em comunhão dentro da equipe - e do Movimento - poderemos ser agentes de comunhão no seio da Igreja: caminhando com ela, seremos capazes de “lançar pontes”, as pontes do diálogo, da escuta e da reconciliação. “E renovaremos a face da terra!”

b) O espírito missionário

Ter o espírito missionário é manter sempre a preocupação “de ir mais longe”, de buscar caminhos novos que nos aproximem de outros casais, de outras realidades, de outros mundos. É sentir-nos solidários para com todos aqueles que precisam de nós: os jovens, os mais velhos, os feridos pelo amor, os que desesperam, os que se sentem fracos, os marginalizados, os que têm necessidade, para acreditar em Deus, de ver um casal que se ama e que ama na gratuidade.

c) A construção do Reino de Deus

Nossa responsabilidade dentro da nossa equipe é um serviço que contribui para a construção do Reino de Deus, na medida em que nós a exercemos como Igreja e em comunhão com a Igreja, apoiando-nos sobre o carisma e a especificidade do nosso Movimento.

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Capítulo segundo

O Casal rEsPOnsávEl dE EquiPE

1. Perfil de um Casal Responsável de Equipe – CRE

a) O CRE deve, antes de tudo, assumir a responsabilidade da equipe como casal

Nas Equipes de Nossa Senhora, Movimento de casais, todas as responsabilidades são assumidas pelo casal. São os cônjuges, conjuntamente, que assumem a responsabilidade. É certo que os encargos devem ser divididos entre marido e mulher, em função dos carismas e responsabilidades de cada um, mas os cônjuges devem refletir juntos, decidir conjuntamente, agir verdadeiramente em corresponsabilidade. Isto é essencial: é, com efeito, na graça do seu sacramento do matrimônio que eles vão colher forças para este cargo apostólico comum.

b) O CRE deve ser um casal de oração

O serviço que assume está “enraizado” na Palavra de Deus e na Eucaristia. A Palavra de Deus é poderosa. Precisamos fazer um ato de fé no mistério da Palavra, esperar pacientemente que ela modele o nosso coração, que o desperte, que o disponha a ouvir e a compreender.

Na vivência dos Pontos Concretos de Esforço, no apro-fundamento de sua espiritualidade conjugal, o CRE deverá buscar as forças e luzes necessárias para a realização da sua missão. Se todos os PCE são importantes, a oração conjugal é um momento muito forte: na hora em que o casal se coloca, como tal, diante de Deus, recebe as graças de que precisa, não só para a sua vida conjugal, mas também para guiar a pequena comunidade eclesial a ele confiada.

Ao CRE é pedido que participe da missa pelo menos uma vez a mais por semana, quando oferece ao Senhor as alegrias,

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as tristezas, as dificuldades dos casais de sua equipe - bem como as próprias - e intercede por eles. Mesmo porque a Eucaristia é a fonte inesgotável onde o CRE encontrará sempre a graça de Deus para o exercício da sua missão. Deve, pois, rezar intensamente pelos membros de sua equipe.

c) O CRE deve ser um casal que ama sua equipe e todo o Movimento

O amor ao Movimento vive-se, especialmente, na busca de melhor conhecê-lo, por meio da participação nos eventos organizados por ele, da leitura da Carta Mensal e dos diversos documentos produzidos pelas Equipes de Nossa Senhora.

Em relação à sua equipe, o CRE deve estar sempre atento às suas necessidades e anseios. Ele é o ombro amigo dos demais casais. É o amor que lhe dá a abertura necessária para acolher os outros e reconhecer-lhes as necessidades. Como Maria, nas Bodas de Caná, deve ter sensibilidade para perceber o que está faltando à equipe.

d) O CRE deve ser criativo

Para responder às necessidades de sua equipe, o CRE deve ter criatividade. A criatividade permite achar os meios adequados para animar os casais, para reavivar a pertença ao Movimento, para estimular a vivência dos PCE, o engajamento, a missionariedade dos casais. Nada “esfria” e desestimula mais uma equipe do que a apatia de uma reunião em que os casais não têm o que partilhar com relação às suas experiências concretas de esforço na vivência dos PCE, ou na ausência de uma coparticipação igualmente vivida na sua missionariedade. Boas técnicas poderão ajudar numa reunião, mas de nada adiantarão se esta não for uma celebração de cada um da vida transcorrida durante o mês, num verdadeiro esforço para incorporar a proposta das ENS à sua vida.

e) O CRE deve ter iniciativa

Cada vez mais o Movimento convida os casais a não serem

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simples “consumidores” de iniciativas do Setor, da Região, da Super-Região ou da ERI. Também os casais são convidados a refletir e tomar iniciativas no sentido de cada vez mais aprofundarem sua espiritualidade. Para tanto, o CRE tem o papel importante de propor sugestões e atividades que levem sua equipe a um maior crescimento numa espiritualidade cada vez mais encarnada.

f) O CRE deve ter coerência entre fé e vida

O CRE deve buscar ter coerência entre sua fé e sua vida, o que dará credibilidade ao seu testemunho, autoridade à sua ação e conquistará a confiança dos outros casais da equipe.

2. Critérios de escolha

a) Todo ano escolhe-se um casal que será responsável pela equipe, podendo um mesmo casal permanecer no serviço dois anos consecutivos, no máximo. Uma coordenação nova traz à equipe uma animação nova, evitando a rotina e o envelhecimento. Além disso, o serviço de Responsável é, para aquele que o exerce, ocasião de um considerável enriquecimento. Teoricamente, é desejável que cada casal dele se beneficie. No entanto, nem todo casal está apto a exercer esta função em todos os momentos de sua vida. Deve-se, pois, procurar sempre o bem da equipe e escolher o casal que naquele ano tem melhores condições de exercer esse serviço.

b) São os casais da equipe que escolhem o CRE. Procede-se a escolha ao final do ano equipista, de preferência antes da reunião de balanço, para permitir ao novo CRE anotar as resoluções então tomadas pela equipe. É uma escolha séria, que se prepara com orações ao Espírito Santo, e da qual se deve abstrair preferências meramente pessoais.

c) Não são critérios de escolha nem o simples sorteio, nem a rotatividade entre os membros da equipe.

d) É preciso, acima de tudo, escolher o casal mais apto,

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do ponto de vista espiritual e humano, O voto é secreto e individual, não do casal. A apuração é confiada ao Conselheiro Espiritual, que anuncia como escolhido o casal que perfizer mais da metade dos votos. Se isto não for conseguido da primeira vez, vota-se novamente; se houver novo empate, o Conselheiro Espiritual dará seu voto de Minerva, sem dar esse fato a conhecer. O Conselheiro Espiritual anuncia o casal escolhido sem divulgar o número de votos que obteve ou obtiveram outros casais, para o que deve destruir de imediato as papeletas dos votos.

e) Cada membro da equipe precisa discernir que casal está mais disponível naquele momento da caminhada, de modo a contribuir para o crescimento comunitário da equipe.

f) Nesse discernimento é preciso considerar valores como: coerência entre fé e vida, formação cristã e equipista, apos tolado, boa comunicação, amor e entusiasmo pelo Movimento. Por outro lado, deve-se evitar a indicação de casais que atravessam qualquer tipo de crise (conjugal, emocional etc.)

3. Função do CRE

Podemos considerá-la sob três dimensões: animação, ligação e gestão.

a) Animação

Animar é dar uma alma, um sopro espiritual. O Pe. Caffarel gostava de dizer: “As ENS são um Movimento de espiritualidade. Este termo sublinha, com efeito, a prioridade do sopro do Espírito sobre a organização e os métodos, embora estes sejam importantes. Exprime nitidamente o fim que se busca: a vida espiritual, isto é, a vida cristã, animada pelo Espírito Santo”. Antes de qualquer outra coisa, o CRE precisa ser um animador espiritual.

Ele, incansavelmente, deve lembrar aos casais da equipe que eles se reúnem em nome de Jesus Cristo para se ajudarem a progredir no amor a Deus e ao próximo, convidando-os a

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se abrirem cada vez mais ao sopro do Espírito. Para tanto, o CRE deverá estar sempre atento ao progresso espiritual dos membros da equipe, especialmente por meio da Partilha, de modo a prevenir a acomodação e a incentivar a entreajuda e a correção fraterna. Por isso o CRE deve conduzir a Partilha na reunião mensal.

Para poder zelar pela fidelidade da sua equipe ao carisma e à mística das Equipes de Nossa Senhora e transmitir-lhe as orientações do Movimento, o CRE precisa participar do Encontro Anual dos Casais Responsáveis de Equipe (EACRE), bem como das reuniões organizadas, para essa finalidade, pelo Setor ou pelo Casal Ligação. Cabe a ele igualmente animar e incentivar os casais de sua equipe a assumirem sua missão como Igreja que são.

b) Ligação

Uma Equipe de Nossa Senhora não vive isolada. Faz parte de uma grande família, o que é simultaneamente uma riqueza e uma responsabilidade. Riqueza, porque se beneficia da experiência de milhares de outras equipes, da ajuda de numerosos casais e sacerdotes que se dedicam ao Movimento, e do apoio das orações dos membros das ENS do mundo inteiro - por essa razão todos somos convidados a rezar o Magnificat diariamente. Responsabilidade, porque requer o compromisso de partilhar experiências e tarefas comuns e de acolher a todos os membros das Equipes, rezando por eles e exercendo a hospitalidade fraterna para com os equipistas de outras cidades ou países que nos estejam visitando.

É ao CRE que compete zelar para que a sua equipe esteja toda ela em sintonia com o Movimento, a fim de que a comunicação se faça nos dois sentidos, e que cada equipista se sinta responsável pela vida do Movimento e participe ativamente da comunidade equipista.

O CRE deve, assim, incentivar os casais de sua equipe a:• manter-secientesdavidadoMovimento,lendoregularmente

a Carta Mensal;

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• viverasorientaçõesdoMovimentoesuamística;

• fazeranualmenteoRetiro;

• participar doMovimento, comparecendo às reuniões eencontros, sejam de formação, sejam de confraternização, programados pelo Setor/pré-Setor ou Região;

• assumirresponsabilidadesquandosolicitados;

• contribuir pontualmente comumdiado rendimentodocasal por ano, parcelado mensalmente;

• rezardiariamenteoMagnificatpelasintençõesdosequipistasde todo o mundo;

• responderàsexpectativasdoMovimentopartilhandocomcasais, que a ele não pertencem, as riquezas nele descobertas, revelando-lhes a beleza do Sacramento do Matrimônio.

c) Gestão

Não há boa animação sem o mínimo de organização, de gestão. Por isso o CRE tem como encargo:• organizaravidadaequipenodecursodoano,fazendoum

planejamento anual, fruto do discernimento da equipe; nesse planejamento deverá, se possível, já marcar as datas das reuniões de todo o ano, bem como a escala dos locais para as mesmas e o que cada um deverá levar para as refeições;

• elaborarumrelatórioescrito,apóscada reuniãomensal,sobre a vida da equipe, conforme modelos e prazos indica-dos pelo Setor, encaminhando-o ao Casal Ligação. Onde for possível, o Relatório Mensal deve ser entregue pessoalmente ao Casal Ligação, ocasião privilegiada para conversar mais profundamente sobre a equipe e o Movimento;

• mantercontatosfrequentescomoCasalLigação,aproveitandoa ocasião da entrega ou remessa do Relatório e do Roteiro da reunião, bem como convidando-o a participar de uma ou duas reuniões no decorrer do ano, cuidando que seja acolhido fraternalmente pela equipe.

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• fornecerdadoseinformaçõesadministrativassolicitadaspeloMovimento;

• preparar anualmente a relação de endereços, datassignificativas, números de telefones dos membros da equipe, entregando-a a cada membro e ao Casal Ligação;

• enviar a contribuiçãomensal de sua equipe, no prazoindicado pelo Movimento.

4. Reunião de Equipe

a) A Reunião Mensal

A Reunião Mensal, também chamada de reunião formal, é o ponto alto da vida de uma equipe; por isso deve ser continu-amente aperfeiçoada, enriquecida, melhor compreendida, mais intensamente vivida, de tal forma que seja uma verdadeira busca do rosto de Cristo presente na comunidade, uma celebração do mês transcorrido e um olhar para o futuro.

Tudo na reunião deve concorrer para esse fim. Não deve ha-ver preocupação demasiada em manter rigidamente um mesmo esquema de reunião, cujas partes podem receber maior ou menor destaque conforme as circunstâncias, pois os diversos momentos da reunião não são por si sós determinantes da sua qualidade. É o empenho de cada um na fidelidade à mística das Equipes de Nossa Senhora que irá fortalecer o encontro com Cristo e com os irmãos na fé, na esperança e no amor.

A pequena comunidade eclesial, com a participação ativa de todos os seus membros, deve usar de criatividade para que as reuniões da equipe não sejam sempre do mesmo jeito, com as mesmas dinâmicas. Por outro lado, o CRE deve estar permanente-mente atento para que a criatividade, o uso de dinâmicas diversas com o objetivo de evitar a rotina ao longo dos anos, não encubra a verdadeira vida da equipe, fruto do esforço continuado de cada um em realmente viver, durante o mês, as propostas das Equipes de Nossa Senhora. Sem esse cuidado, as reuniões correm o risco de tornar-se um mero encontro entre casais amigos.

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b) A Reunião Preparatória ou Prévia

A Reunião de Equipe, enquanto comunidade que celebra o amor, não pode ser improvisada. Por isso, a necessidade de ser muito bem preparada. É esta a razão de ser da Reunião Preparatória ou Prévia, isto é, programar a Reunião Mensal. Daquela dependerá em grande parte o bom andamento desta. A Preparatória é normalmente feita na residência do Casal Animador, que convida o Conselheiro/Acompanhante Espiritual para partilhar sua refeição.

O CRE junta-se a eles depois. É uma oportunidade para o Conselheiro /Acompanhante Espiritual conhecer melhor as famílias dos casais, e para os filhos aproximarem-se mais dele. Não sendo isso possível dessa forma, a Reunião Preparatória é feita de acordo com as possibilidades do Conselheiro/Acompanhante Espiritual.

A Reunião Preparatória precisa observar alguns pontos importantes:• analisareavaliarareuniãoanterior(pontosfortesefracos),

a fim de que se tenha uma continuidade na caminhada dos casais e da equipe;

• analisareavaliaravidadaequipe;• analisareavaliaravivênciadosPCEsdecadaum.

Cientes dos acontecimentos vividos pela equipe durante o mês, o CRE, juntamente com o CE/AE e o Casal Animador, programa a reunião, levando em conta as necessidades verificadas e procurando fazer dela, da maneira mais criativa possível, uma continuidade da anterior. O Roteiro então elaborado deverá ser levado, pelo Casal Animador, ao conhecimento dos demais membros da Equipe, com antecedência suficiente para que se preparem adequadamente para a Reunião Mensal.

c) A sequência da Reunião Mensal

De acordo com o Guia das ENS (Ed. 2010, p. 28), “a reunião de equipe desenrola-se em 5 (cinco) partes: a refeição, a oração, a partilha sobre os Pontos Concretos de Esforço, a coparticipação, e a troca de ideias sobre o Tema de Reflexão”.

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A Reunião de Equipe deve ter uma sequência, podendo variar de acordo com o que se preparou na Preparatória. Dela deve constar o essencial, tomando-se cuidado para não acrescentar itens extras que possam prejudicar o seu aproveitamento.

A sequência pode ser:• Oração inicial ou ruptura - É o início da reunião, quando os

casais se sentem acolhidos pelo casal anfitrião e se preparam para entrar em clima de oração.

• Meditação-aCartaMensalpropõeumtextodemeditaçãoacada mês, em sintonia com o tempo litúrgico da Igreja.

A comunidade poderá escolher outro, mais apropriado à celebração.

• Oração - Emprimeiro lugar, é a hora denos deixar guiarpela Palavra de Deus que acabamos de escutar. É também o momento de dar nossa resposta pessoal a essa Palavra. Em segundo, dizemos aos nossos irmãos e irmãs de equipe nossas preocupações e aspirações, bem como louvores e graças,confiantesdeque serão lembradasnasoraçõesde cadaumdurante o mês.

• OraçãoLitúrgica–ÉumaoraçãoemuniãocomaIgreja.ACartaMensal apresenta todos os meses uma sugestão de oração, que poderá ser substituída de acordo com o que a equipe achar mais adequado.

• Partilha-Éocoraçãodareuniãodeequipe;éomomentodecolocar em comum nossos sucessos e insucessos, mostrando nosso esforço para vivenciar os PCEs, tendo em mente o documento “Mística dos Pontos Concretos de Esforço e Partilha”, centrado sobre as três Atitudes de Vida cristã:

- cultivar a assiduidade em nos abrir à vontade e ao amor de Deus; - desenvolver nossa capacidade para a busca da verdade; - aumentar nossa capacidade de viver o encontro e a comunhão.

A “partilha” não é momento para prestação da contas (fiz, não fiz etc.), mas sim para uma avaliação de vida, de entreajuda e correção fraterna.

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• Coparticipação -ÉnecessáriodistinguiraPartilhadaCo-participação. Este é o momento especialmente reservado para que os casais e o Conselheiro/Acompanhante Espiri-tual ponham em comum suas alegrias e/ou preocupações familiares, profissionais, pastorais e outras mais. Na reunião preparatória define-se a dinâmica da Coparticipação, que poderá ser espontânea ou dirigida, por meio de perguntas motivadoras, as quais deverão constar do Roteiro.

•TemadeEstudo–Arespostaaotemadeestudodevesero reflexo de uma vivência cristã e não um dever de escola ou exercício intelectual. A Segunda Inspiração estimulou a busca da coerência entre a fé e a vida. O Tema de Estudo revelou-se um importante instrumento. A equipe de base pode escolher um tema entre os sugeridos pelo Movimen-to, (cf. Guia das ENS Ed. 2010 - p. 56). O estudo do tema pelo casal e a reflexão na reunião devem contribuir para a formação cristã e humana, amadurecer a fé, a esperança e a caridade; e suscitar mudanças de atitudes, donde a im-portância de tirar conclusões.

•Refeição-Arefeição,sejaelaqualfor,eemquemomentofor, é parte integrante e expressiva da Reunião de Equipe. Deve ser a mais simples possível. É um momento oportuno para partilhar um pouco daquilo que temos e somos. Ela nos lembra o encontro de Jesus Cristo com seus apóstolos, em torno da mesa, na última ceia. Cada casal leva algum alimento como expressão de amor, de dedicação, do carinho que sente pelos irmãos e irmãs de sua equipe.

•OraçãoeBênçãoFinal-Habitualmentereza-seoMagnificat,não só como uma oração a Maria, mas também como quem experimenta e vive as graças de Deus, como Maria fez. A bênção final é o envio do casal e de toda a equipe: Ide e anunciai o Evangelho, transformai o mundo... até o próximo encontro.

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Capítulo terceiro

a FOrmaçãO dO Casal rEsPOnsávEl dE EquiPE

1. Introdução

Missão das mais importantes nas Equipes de Nossa Senhora é a de CRE, pois a ele cabe, diretamente, a animação de um grupo de casais no seu caminho de santidade, na fidelidade ao carisma e à mística do Movimento. Ao mesmo tempo, a ele cabe a responsabilidade da comunicação da equipe com o seu Setor, por intermédio do Casal Ligação.

Por esses motivos, o CRE deve ser muito bem preparado para assumir a sua missão. Esta preparação (responsabilidade do CRS) deve abranger a compreensão do espírito da respon-sabilidade nas Equipes de Nossa Senhora - nas dimensões de animação, ligação e serviço - como também incluir os aspectos mais práticos e cotidianos da missão: preparação e condução da reunião mensal, relatórios, calendário de atividades etc.

Durante algum tempo, restringiu-se a formação do CRE ao EACRE. Entretanto, buscando uma melhor compreensão do que seja esse Encontro, podemos verificar que ele não é um cursinho de preparação para CRE. Seu próprio nome, Encontro Anual de CREs, indica que se destina a casais no exercício e já conscientes de sua missão. Entendido desta forma, o EACRE tem como objetivos principais: a) a animação dos CREs; b) a reflexão e o discernimento sobre a caminhada do

Movimento e da equipe; c) ser momento de autoevangelização, formação e troca

de experiências; d) realizar e celebrar a unidade do Movimento.

Além do mais, a prática veio mostrar que a preparação dos CREs para o cotidiano da missão se faz muito melhor pelo Setor, em reuniões próprias para este fim. Reunidos num grupo menor,

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os casais podem trocar ideias e experiências, ao mesmo tempo em que têm maior oportunidade para esclarecimentos de suas dúvidas. Isto é particularmente importante para os casais que assumem a responsabilidade pela primeira vez.

2. Pré-EACRE

Dá-se o nome de Pré-EACRE a reuniões ou encontros realizados pelos Setores com os novos CREs, com o intuito de formá-los e informá-los acerca de sua missão e, ao mesmo tempo, esclarecer dúvidas sobre a estrutura e a mística do Movimento.

É uma excelente oportunidade para motivar os CREs para o EACRE e para passar as orientações gerais sobre o ano equipista que se inicia.

a) Quem participa do Pré-EACRE

Participam do Pré-EACRE, além dos CREs, os Casais Ligação, os Casais Pilotos e os demais membros da equipe de Setor.

Com a presença de todos estes participantes, pode-se promover a aproximação dos novos CREs com aqueles com quem deverão tratar ao longo de seu ano de responsabilidade: o Casal Ligação e membros da equipe de Setor.

b) Quando se realiza o Pré-EACRE

O mais breve possível, logo após a posse dos novos CREs. Tendo em vista a formação dos CREs, para bem exercer sua missão, orienta-se que o CRS realize o Pré-EACRE em um dia inteiro, reservando, inclusive, um momento para perguntas e esclarecimentos (cf. Manual da Formação, ed. 2010, p.16).

c) Conteúdo do Pré-EACRE

O conteúdo do Pré-EACRE deve ser adaptado à realidade de cada Setor. Setores com equipes mais novas e, portanto, com muitos casais responsáveis que assumem pela primeira vez, deverão dedicar-se mais às questões práticas e cotidianas.

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Setores com equipes mais antigas, ao contrário, poderão gastar mais tempo na troca de experiências entre os casais.

A seguir, apresentamos uma lista de assuntos que, usualmente, são tratados nos Pré-EACREs:

1. A estrutura do Movimento - funções de responsabilidade e seu sentido de ligação e comunicação.

2. O papel do CRE - animar, ligar e servir a equipe; tomar conhecimento do Manual do CRE.

3. A Reunião Preparatória: vide capítulo segundo, 4.b

4. A Reunião de Equipe:•AanimaçãodaReuniãoMensaléderesponsabilidade

do Casal Animador. Entretanto, durante o momento da Partilha, o CRE assume a sua condução, devolvendo a animação da reunião ao Casal Animador até o final da mesma.

•DuranteaPartilha,oCREfaráalgumasanotações,afimde poder acompanhar ao longo do ano os progressos e dificuldades de cada um e consignar no Relatório os pontos relevantes.

•Temasdereflexão(estudos)–édefundamentalimportânciaa equipe ter um tema de reflexão. Convém destacar que as respostas, dadas sempre por escrito, devem refletir uma vivência e não uma atividade referente a uma lição de casa.

• O CRE poderá,mediante consulta ao SacerdoteConselheiro/Acompanhante Espiritual e aos demais participantes da equipe, interromper o curso de uma reunião a fim de se deter especificamente em algum problema mais grave que possa ter vindo à tona. Evidentemente que tal procedimento não deverá nunca ser uma normalidade na equipe, só se justificando realmente em ocasiões muito especiais;

•AContribuiçãoparaoMovimento:oCREprecisaconhecer

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o sentido da contribuição, assim como o critério de cálculo proposto pelo Movimento1 e a metodologia para o envio

ao Secretariado ou ao Setor. É de responsabilidade do CRE verificar que a contribuição tenha sido recolhida, quando tal função for delegada a outro casal da equipe.

5. Após ou entre Reuniões Mensais:

•ÉaindaderesponsabilidadedoCREverificarqueacontribuição seja depositada o mais rápido possível - até, no máximo cinco dias após a reunião.

•AprimeiraprovidênciadoCRE,logoapósareunião,seráelaborar um Relatório simples, objetivo e esclarecedor com relação ao desenrolar da Reunião. Este relatório deverá ser feito em duas vias: uma será arquivada na pasta da equipe, e a outra encaminhada o mais rápido possível ao Casal Ligação.

•OCREdeveráparticipardeumaMissaamaisporsemana,em intenção de sua equipe.

6. O papel do Casal Ligação: a ligação das equipes com o Setor e a ligação entre as equipes; o Relatório da Reunião de Equipe e sua entrega ao casal ligação; a visita do casal ligação às equipes. (Ver Manual Casal Ligação).

7. O Conselheiro Espiritual – sua função na equipe, as principais dificuldades encontradas pelos conselheiros/acompanhantes espirituais; a importância de sua participação no EACRE e nas reuniões programadas pelo Movimento para eles. (Ver Manual Sacerdote Conselheiro Espiritual).

8. Calendário das atividades do Setor e/ou Região - atenção às datas dos retiros; motivação dos casais da equipe para par-ticiparem nos eventos programados; importância de fazer um calendário das atividades da equipe (especialmente das reuniões mensais).

9. O EACRE - seu significado e objetivos; o conteúdo do EACRE

1 Vem e Segue-me, Ed. 2010 Volume VI p.15

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(se for o caso, pode-se recomendar a leitura prévia de textos que serão tratados no encontro); os participantes; orientações práticas, tais como data, local, horário e pagamento de taxa.

10. Importânciadeserepassaraoscasaisdaequipeasorientaçõesrecebidas no EACRE (calendário de atividades, as orienta-ções, ações a realizar etc).

11. Esclarecimentos de dúvidas.

Não sendo esta uma lista fechada, é natural que assuntos possam ser excluídos e outros possam ser acrescentados, dependendo das necessidades do Setor. Por exemplo, em certos Setores já se tratou, dentre outros, do recompletamento de equipes com poucos casais, das Experiências Comunitárias, da discrição acerca dos assuntos tratados na reunião de equipe etc.

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Capítulo quarto

rElaçõEs dE EntrEajuda

Na sua atividade de Casal Responsável, além da correspon-sabilidade assumida pelos demais casais da sua própria equipe, vocês contarão com outras entreajudas, dentre as quais citamos três: o Casal Ligação, o Sacerdote Conselheiro Espiritual/Acom-panhante Espiritual Temporário e o Casal Animador.

1. O Casal Ligação

É ao Casal Ligação que cabe tornar os laços entre o Setor e as equipes, e entre as equipes por ele ligadas, tão estreitos e fecundos quanto é desejável e possível. É também uma de suas funções incentivar as equipes por ele ligadas a participarem das programações do Setor, tais como missa mensal, noites de orações, retiros, tardes de formação e tantas outras.

Por tudo isto, o CRE deve estar em constante e confiante contato com o Casal Ligação, por intermédio de quem recebe as orientações e solicitações do Movimento.

O CRE precisa manter o Casal Ligação informado sobre a vida da equipe. A primeira forma de comunicação é o Relatório Mensal, feito logo após a realização da reunião. Neste Relatório o CRE informa como foi a vida da equipe durante o mês: en-contros informais, reuniões de oração ou de estudo, vivência dos PCEs, o desenrolar da reunião mensal, alguma experiência interessante vivida pela equipe. O Relatório é, também, o veí-culo para alguma comunicação que se deseja fazer ao Setor.

Apesar de muito importante, o Relatório não substitui o contato pessoal com o Casal Ligação. O próprio momento da entrega desse relatório constitui, quando é possível fazê-la pessoalmente, uma especial oportunidade de troca de ideias, acon selhamento ou orientação.

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O CRE deve procurar, ainda, outras ocasiões de contato do Casal Ligação com sua equipe: reuniões informais, de oração etc., e também convidá-lo a participar de uma ou duas reuniões da equipe ao longo do ano. Nessa oportunidade o Casal Liga-ção poderá conhecer melhor os demais casais e o Sacerdote Conselheiro Espiritual/Acompanhante Espiritual da equipe. É importante que o CRE crie, na equipe, um ambiente acolhedor para o Casal Ligação. Esta acolhida ao Casal Ligação é o primeiro passo para a abertura da equipe a todo o Movimento.

O CRE deve saber que o Casal Ligação não é mero repassador de recados do Setor, nem alguém que se limita a enviar cartas em respostas aos relatórios do CRE. Sua atuação vai mais longe: é a de um amigo e conselheiro que, com carinho, observa de fora. Ao CRE cabe valorizar o Casal Ligação e valer-se de seus conselhos para executar sua missão.

Todas as situações extraordinárias devem ser solucionadas com a ajuda do Casal Ligação, além do consenso da equipe.

São situações extraordinárias:• substituição do CRE no meio do ano equipista;• substituição do Conselheiro / Acompanhante Espiritual;• necessidade de completar a equipe com novos casais;• pilotagem de novos casais, para a qual será preciso super-

visão do Setor;• crises entre os membros da equipe;• convites a casais não equipistas para conhecer a reunião

de equipe.Para maiores detalhes a respeito da função do Casal Ligação

sugere-se a leitura do Manual do Casal Ligação.

2. Sacerdote Conselheiro Espiritual

Segundo os Estatutos Canônicos das ENS, no artigo 7º, "Os sacerdotes trazem para as equipes a graça insubstituível de seu sacerdócio: não assumem responsabilidades de governo; e por esta razão são chamados Conselheiros Espirituais".

O Conselheiro/Acompanhante Espiritual, longe de substituir

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o CRE na equipe, ajuda-o a assumir plenamente a sua responsabilidade. Com base na sua formação e vivência cristã, mostra-lhe os diferentes aspectos da sua missão. Esclarece situações e estimula o casal na procura de Deus e da sua vontade, apoiando-o na caminhada.

O CRE deverá fomentar ao máximo a amizade e o bom relacionamento entre o Conselheiro / Acompanhante Espiritual e os casais da equipe.

Para maiores detalhes a respeito da função do Conselheiro/Acompanhante Espiritual, sugere-se a leitura do manual "O Sacerdote Conselheiro Espiritual". Neste Manual, capítulo quarto, itens 4.4, 4.5 (e subdivisões) encontram-se esclarecimen-tos sobre a função do Acompanhante Espiritual Temporário.

3. O Casal Animador

O Casal Animador tem um papel muito importante dentro da equipe, mas nem sempre o desempenha, muito provavelmente por desconhecer as suas funções. Vejamos, pois, algumas das inúmeras funções que podem e devem ser exercidas por este casal, sentindo-se corresponsável pela equipe durante aquele mês. Constituem, ao mesmo tempo, um aprendizado e um comprometimento com a própria equipe e com o Movimento, pois um dia também ele será o CRE.

Período de atuação

O casal será responsável pela animação da equipe a partir do dia em que se realizou a reunião mensal em sua residência, até o final da reunião seguinte, isto é, por um período de apro-ximadamente um mês, que decorre entre uma reunião mensal e a seguinte. É papel seu:

a) Durante o mês:

• manter o contato com os demais casais da sua equipe;

• lembrá-los, depois de comunicar-se com o CRE - pois este pode ter outros avisos ou notícias a dar - das atividades ou

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eventos programados para o mês pela sua própria equipe, pelo Setor/Pré-Setor;

• lembrá-los dos compromissos sociais da equipe (aniver-sariantes do mês etc.);

• fazer os eventuais contatos com o Conselheiro / Acom-panhante Espiritual de sua equipe, lembrando-o, por exemplo, da reunião de estudos, do aniversário de um membro da equipe etc.

• colaborar com o CRE na preparação das reuniões do mês (informais, de estudo, de oração), ajudando-o, eventualmente, na escolha dos assuntos a serem tratados nessa oportunidade etc.

b) Reunião Preparatória ou Prévia

• participar juntamente com o CRE e o Conselheiro / Acom-panhante Espiritual, da reunião prévia ou preparatória;

• receber o Conselheiro / Acompanhante Espiritual para uma refeição em sua casa, sempre que possível juntamente com seus filhos, no dia da reunião preparatória;

• elaborar, de comum acordo com o CRE e o Conselheiro /Acompanhante Espiritual, o Roteiro da Reunião Mensal;

• fazer chegar o Roteiro da Reunião Mensal aos demais casais da equipe, com tempo suficiente para que possam preparar-se convenientemente para a reunião, isto é, não deixar para entregá-lo no dia ou na hora da reunião; enviar, na mesma ocasião, uma cópia do Roteiro ao Casal Ligação, para que ele possa, se achar oportuno, preparar uma mensagem e fazê-la chegar à equipe em tempo hábil para a reunião.

c) Na Reunião Mensal

• animar a Reunião Mensal, estando atento para:

a que a mesma seja iniciada rigorosamente no horário estabelecido no Roteiro, não somente em consideração aos casais pontuais, mas, principalmente, em conside-

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ração ao Conselheiro / Acompanhante Espiritual;

a que todos tenham efetivamente participação, na mesma;

a que, no momento da oração, seja estabelecido um clima de recolhimento que favoreça a escuta da Palavra de Deus e a resposta de cada um;

a que, ao final da troca de ideias sobre o tema de estudos, tirem-se conclusões a serem traduzidas na vida do casal;

a quando um determinado assunto de relevante im-portância for abordado (por exemplo, problema de algum equipista ou casal presente), deixar que este seja prosseguido, mesmo que em detrimento do cumprimento do roteiro, com a anuência do CRE e do Conselheiro / Acompanhante Espiritual.

•••

Conclusão

Para terminar, gostaríamos de lembrar que, no ano em que somos chamados a exercer a missão de Casal Responsável de Equipe é uma ocasião de graça. É a oportunidade de viver mais próximos de Deus, conhecer melhor o Movimento e servir mais intensamente a nossa pequena comunidade.