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Revista da Ordem dos Médicos Dentistas Nacional Açores recebeu delegação pág. 6 Bastonários da saúde em Belém pág. 10 cadernoscientíficos Páginas Centrais ISSN: 1647-0486 número 6 | 10,00 Junho 2010 trimestral Licenciamento Clínicas e Consultórios

Bastonários da saúde em Belém eConsultórios - omd.pt · A profissão em números Novos protocolos de cooperação Jovens médicos dentistas iniciaram trabalhos Programa provisório

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Rev i s ta da Ordem dos Médicos Den t i s tas

NacionalAçores recebeu delegaçãopág. 6

Bastonários da saúde em Belémpág. 10

cadernoscientíficosPáginas Centrais

ISSN

:164

7-04

86

número 6 | €10,00Junho 2010trimestral

Licenciamento

Clínicase Consultórios

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índice I ficha técnica

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índice

institucionalEditorial

nacional I ordemAçores recebeu delegação

Deputados com diagnóstico da profissão

Bastonários em Belém

Licenciamento “simplex”

Cuidados de saúde de qualidade

Cheque-dentista alargadoaos 8, 11 e 14 anos

Médicos dentistasno auxílio às vítimas

Eleita nova direcçãodo Colégio de Ortodontia

Relatório e contasAprovado por unanimidade

Que emprego temos

A profissão em números

Novos protocolos de cooperação

Jovens médicos dentistasiniciaram trabalhos

Programa provisóriodo Congresso OMD 2010

Gestão para médicos dentistas

nacional I conselho deontológicoSegredo profissional em contratosde franquia e similares

nacional I assessoria jurídicaA portaria a seguir

nacional I provas académicasDoutoramentos em medicina dentária

geral I opiniãoA contribuição das seguradoraspara a penosa vida do médico dentista

Proposta de uma ficha dentária

internacional I europaPrioridades europeias para a Saúde

Portugueses fumamacima da média europeia

Nota negativa para saúde europeia

internacional I globalLocais de trabalho cinco estrelas

parcerias I omdMais barato para médicos dentistas

cadernos científicos | destacávelArtigos assinados e de opinião remetem para as posições dos respectivos autores, não reflectindo, necessariamente, as posições oficiais e de consenso da OMD.Anúncios a cursos não implicam directa ou indirectamente a acreditação científica do seu conteúdo pela Ordem dosMédicos Dentistas, a qual segue os trâmites

dos termos regulamentares internos em vigor.

omd I Junho 2010

FICHATÉCNICAAno II – nº 6 – Junho de 2010Trimestral

Preço:€10,00

Propriedade e EdiçãoOrdem dos Médicos Dentistas

DirecçãoDirector:Orlando Monteiro da SilvaDirector-adjunto:Paulo Ribeiro de Melo

Conselho EditorialBastonário da OMDPresidente da Assembleia Geralda OMDPresidente do Conselho Deontológicoe de Disciplina da OMDPresidente do ConselhoDirectivo da OMDPresidente do ConselhoFiscal da OMD

Conselho CientíficoPresidente: Pedro LeitãoAntónio GinjeiraCarlos FalcãoGil AlcoforadoJorge André CardosoPedro CorreiaPedro Nicolau

Sede e RedacçãoAv. Dr. Antunes Guimarães, 4634100-080 Porto, PortugalTelefone: +351 226 197 [email protected]

RedacçãoOrdem dos Médicos DentistasChefe de redacção:Cristina GonçalvesRedacção: Carlos Duarte

PublicidadeInédia – Consultoria e Estratégiade Comunicação, LdaRua 25 de Abril, 35 – 1º2665-201-Malveira, PortugalTel.: 217 718 [email protected]

Edição GráficaInédia – Consultoria e Estratégiade Comunicação, Lda

PaginaçãoFullDesign, Lda.

ImpressãoSogapal

Periodicidade: Trimestral

Distribuição: Gratuita

Tiragem: 7.500 exemplares

Depósito Legal: 285 271/08

ISSN: 1647-0486

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institucional

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Caros colegas,

No passado dia 12 de Maio concluiu-seum passo importante no licenciamentode clínicas e consultórios de medicina

dentária com a publicação da portaria 268/2010,de 13 de Maio, que estabelece os requisitosmínimos relativos à organização efuncionamento de clínicas e consultórios demedicina dentária.A nova regulamentação torna possível o recursopelos colegas ao procedimento de licenciamentosimplificado nos termos previstos pelo decreto-leinº 279/2009 de 6 de Outubro.Amedicina dentária foi a primeira tipologiamédicaa ser regulamentada, eliminando definitivamente odecreto-lei nº 233/2001, em resultado de umesforçado trabalhodaOrdem juntodos responsáveisministeriais, que sempre vincou a inaplicabilidade einsensatez legais do anterior regime.O momento actual enceta uma reforma total dolicenciamento das clínicas e consultórios demedicina dentária, expurgando do seu regimelegal os elementos, administrativos eburocráticos de dif ícil cumprimento e quetolhiam a obtenção da licença de funcionamentopor parte dos médicos dentistas.Esta posição da OMD foi consolidada como

parceria em Agosto e Setembro de 2007 de formainstitucional ante a Direcção-Geral da Saúde e opresidente do Conselho Directivo daAdministração Central do Sistema de Saúde(ACSS) no âmbito de uma auscultação públicarealizada pela Direcção-Geral da Saúde aosparceiros institucionais com ligações ao sector dasaúde, a qual mereceu acolhimento por parte daACSS em Outubro de 2007.Assim, a OMD, como parceira institucional naárea da saúde, propôs alterações quer ao diplomalegal que viria criar o novo regime geral delicenciamento, de unidades privadas de saúde, querna regulamentação sectorial da medicina dentária.Ao nível da regulamentação e do regime geral, aOMD propôs e insistiu na fixação de:-pé direito útil mínimo de 2,40mpara corredorese demais circulações horizontais do consultório,tomando em consideração o facto de muitosconsultórios se encontrarem instalados emimóveis destinados também a habitação, nãocumprindo forçosamente as regras de construçãodestinadas a estabelecimentos comerciais;- dispensa de requisitos técnicos por parte dasunidades de saúde que já se encontremlicenciadas ao abrigo do regime anterior;-criação de um mecanismo próprio de apreciaçãoe ponderação de dispensa de requisitos técnicospor parte das clínicas e consultórios no âmbitodo formulário electrónico de licenciamento;- obrigatoriedade da zona de esterilização apenasquando a clínica ou consultório não utilizarexclusivamente material descartável, nãodispuser serviços centralizados de esterilizaçãoou recurso ao exterior;- uma diferenciação da exigência dos requisitosconsoante esteja em causa um consultório depequena dimensão ou uma clínica de grandedimensão, visível, nomeadamente ao nível dasinstalações sanitárias, das áreas mínimas de salade desinfecção e da sala de apoio. (v. quadro).

Assim, e como culminar das várias audiênciasrealizadas, a Ordem logrou que na versão final daportaria fossem suprimidas várias exigências taiscomo:

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institucional

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Esta é sem dúvida uma oportunidade para todosos colegas que não conseguiram obter olicenciamento ao abrigo do regime anterior, opossam fazer de forma mais simples e maiscélere.Acrescente-se que a Ordem disponibiliza umsistema de esclarecimento de dúvidas sobre oprocesso de licenciamento por meio de umformulário electrónico especialmente criado parao efeito no site www.omd.pt e de uma lista deperguntas frequentes com actualizaçõespermanentes, cuja consulta aconselhamosvivamente.Resta deixar aqui um especial agradecimento aocolega João Braga, secretário-geral cessante e aoGrupo de Apoio ao Licenciamento, aoDepartamento Jurídico, pela colaboraçãoincansável em todo este processo, bem como aos

Serviços Administrativos pelo apoio que têmvindo a prestar aos n/associados.Esperamos que as entidades envolvidas nesteprocesso, designadamente ARS, ACSS, ERS eMinistério da Saúde, contribuam para uma forteimplementação e fiscalização das novas regras epor conseguinte estejam à altura deste novodesafio que constitui o novo regime delicenciamento.

Saudações cordiais,

Requisitos refutados pela OMD Versão final consagrada na Portaria

Exigência de um certificado higiosanitário – art. 4.1.1., e) Não exigência do certificado higiosanitário

Área mínima para gabinete – 14 m2 Área mínima para o gabinete – 9 m2

Área mínima para sala de apoio Sala de apoio, obrigatória para unidades(obrigatório para unidades organizadas em boxes) – 12m2 organizadas em boxes) – 9m2 para 3 boxes

Área mínima para sala de sujos – 3m2 Não estabelece áreas mínimas

Área mínima para sala de desinfecção Só estabelece a área mínima de 3m2

– 3m2 para todas as unidades de saúde para unidade com mais de 5 gabinetes de consulta

Instalação sanitária de pessoal para todas as unidades de saúde Exigência apenas de instalação sanitária para unidadesde saúde com mais de dois gabinetes de consulta ou boxes

Exigência de pia hospitalar para sala de sujos Exigência apenas de um lavatório

Secretário-geral

Paulo Ribeiro de Melo

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nacional I ordem

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Açores recebeu delegação

A terceira delegação da OMD foi inaugurada a 10de Abril em Angra do Heroísmo, na RegiãoAutónoma dos Açores.As novas instalações estão situadas no edif ícioAngra Office Center Palmeiras Park, na Rua Dr.Aníbal Bettencourt nº 242 – D, representam uminvestimento superior a 200 mil euros, totalmentesuportados pela Ordem.De acordo com Artur Lima, representante dosAçores no Conselho Directivo, a escolha da ilhaTerceira deveu-se ao facto de ser lá que seencontram a Secretaria e a Direcção Regional deSaúde, permitindo que a OMD tenha uma

Da esquerda para a direita,o secretário-geral da OMD,Paulo Ribeiro de Melo, o representanteda Região Autónoma dos Açoresno Conselho Directivo, Artur Lima,o bastonário, Orlando Monteiro daSilva, e o representante da RegiãoAutónoma da Madeira no ConselhoDirectivo, Gil Fernandes Alves

representação mais próxima destas duasinstituições governamentais.O novo espaço vai ser utilizado para reuniões eacções de formação, existindo uma sala equipadacom vídeo-conferência capaz de acolher meiacentena de participantes. Em Setembro, adelegação realiza o primeiro curso de formação anível nacional com o médico dentista e professoruniversitário Sampaio Fernandes, sob o tema«Facetas, Coroas e Pontes Cerâmicas de A a Z».A delegação dos Açores, tal como em Lisboa eMadeira, vai funcionar ainda como um local deatendimento ao público. �

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nacional I ordem

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Antes da OMD ser oficialmenteconstituída, em 1998,

a Associação Profissional dos MédicosDentistas (APMD), sua predecessora,

instalou-se no Porto em 1991,na Rua Joaquim Kopke, onde

funcionou até 1997.

A 21 de Junho 1998 instalou-se numavivenda na Av. Dr. Antunes Guimarães

(foto 1), a qual sofreu um profundoprocesso de restauro. A sede da Ordem

dos Médicos Dentistas ainda hojefunciona nestas instalações, que em 2007foram sujeitas a obras de beneficiação.

Tendo em vista uma melhor e maiscómoda resposta às necessidades dos

seus associados residentes na zona Sul doPaís, a APMD inaugurou um espaço

f ísico em Lisboa, situado na Av. AntónioAugusto de Aguiar, no final de 1996.

Dois anos depois, em 1998, já comoOMD, a segunda delegação de Lisboa foimudada para a zona do Campo Grande

(foto 3). Em 2009, decorridos 11 anos, osserviços da OMD instalam-se em novas e

ampliadas instalações também noCampo Grande. Cumpre-se, assim, umaaspiração antiga de dotar o espaço f ísico

da delegação Sul com as necessáriascondições de representação institucionale, sobretudo, de apoio aos associados, em

particular os da Região Sul do País.

Em 16 de Setembro de 2004 é inauguradaa delegação da Madeira (foto 2), nacidade do Funchal. Neste espaço,

adquirido pela OMD, foram instaladosos serviços administrativos necessáriospara acolher não só os associados, como

também o público em geral,nomeadamente os utentes do Serviço

Regional de Saúde, sempre quepretendam qualquer esclarecimento

sobre assuntos no âmbito dascompetências estatuídas à OMD.

Do passado ao presente...

1 – Porto, 1998

2 – Madeira, 2004

3 – Lisboa, 2009

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Os deputados da Comissão Parlamentar de SaúdedaAssembleia daRepública ficaramcomumpontode situação sobre a medicina dentária e saúde oralnacional depois de receberem, a 17 de Abril, umaequipa da OMD, liderada pelo bastonário.Orlando Monteiro da Silva, acompanhado porPaulo Ribeiro de Melo e Ricardo Pinto,respectivamente secretário-geral e membro doConselho Directivo, começou por fazer umenquadramento histórico da profissão emPortugal.De seguida, os dirigentes da OMD enumeraramalguns dos desafios que a classe enfrentaactualmente. O cheque-dentista foi abordado coma Ordem a defender o alargamento do programa amais faixas etárias e grupos sociais, como forma delevar os cuidados de medicina dentária a maispessoas.Em jeito de alerta às autoridades responsáveis, osatrasos nos pagamentos do cheque-dentistatambém foram lembrados.

Nova legislaçãoAs novas regras de licenciamento de clínicas econsultórios de medicina dentária entraram emvigor apenas em Maio, com a publicação da

Audiência na Assembleia da República

Deputados com diagnóstico da profissão

portaria nº 268/2010. Porém, durante a audiêncianaAssembleia daRepública, emAbril, o assunto foiapresentado pela Ordem.O bastonário explicou que «a nova legislação seráum instrumento essencial para avaliarpublicamente diversos requisitos técnicos dequalidade, defendidos pela Ordem há vários anos».«É também uma ferramenta de combate aoexercício ilegal da profissão», frisou.Virando apágina aodossier licenciamento, a equipada Ordem lançou ainda dois novos reptos aosdeputados da Comissão Parlamentar de Saúde.Primeiro que «criem legislação para regular osseguros e convenções a custo zero», pois é um«sector desregulado».Nesta sequência, em defesa da profissão, obastonário Orlando Monteiro da Silva incitou osdeputados a produzirem sempre «legislação quefavoreça os médicos dentistas no seu exercícioliberal, em detrimento dos grupos económicos».

Excesso de ofertaMais de 400 médicos dentistas emigraram para oReino Unido, por não terem conseguidoestabelecer-se no já saturado mercado nacional. Os

O bastonário explicouque «a nova legislação

será um instrumentoessencial para avaliarpublicamente diversosrequisitos técnicos dequalidade, defendidospela Ordem há vários

anos»

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principais afectados costumam ser profissionaisjovens, recém-licenciados.Na génese deste problema está o excesso defaculdades de medicina dentária em Portugal, seteno total, defendeu a Ordem durante a audiênciaparlamentar.«Existe uma desadequação da oferta para asnecessidades nacionais. Isto tem originado umfenómeno crescente de emigração de profissionaisaltamente qualificados para o estrangeiro».Muitas destas dificuldades queosmédicos dentistasmais jovens enfrentam no início da sua actividadeprofissional foram, na ocasião, abordadas porRicardo Pinto, em representação do Conselho dosJovens Médicos Dentistas da OMD.

Mais beneficiáriosA inclusão dos médicos dentistas nos hospitais doServiço Nacional de Saúde (SNS), nos centros desaúde e unidades de saúde familiar, através decarreira própria, idêntica à dos outros profissionaisde saúde com formação similar, foi tambémreclamada pela OMD.Em resposta, a deputada Teresa Caeiro, do CDS-PP, revelou que o seu partido está já a trabalharnuma proposta de lei para integrar os médicosdentistas no SNS.

Para fazer chegar a medicina dentária a maispessoas, a Ordem defendeu ainda a criação de umsistema nacional de comparticipações, destinado atodos os utentes do SNS, que assegure cuidadosbásicos de medicina dentária. Outra proposta daOMD, repetida na audiência, pugnou pela inclusãoda medicina dentária na medicina do trabalho. �

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Audiência

Bastonários em BelémO Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva,recebeu os bastonários da área da saúde, noPaláciode Belém, em finais de Fevereiro. Durante oencontro, Orlando Monteiro da Silva transmitiu aochefe de Estado algumas das actuais preocupaçõesda ordem profissional que lidera.

1) a formação excessiva de médicos dentistas,com muitos deles forçados à emigração;2) a acessibilidade da generalidade da populaçãoa cuidados básicos de medicina dentária;3) a necessidade de enquadrar os médicosdentistas através de uma carreira própria noshospitais do Serviço Nacional de Saúde e noscentros de saúde;4) a necessidade de regulamentação da actividadedos seguros e convenções na área da saúde e damedicina dentária em particular. �

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Que passos seguir...A partir do dia da publicação da portaria que regula o licenciamento das clínicas e dos consultórios de medicina dentária, tem um ano pararealizar o processo de licenciamento.Não se precipite, antes de realizar o pedido no site da EntidadeReguladora da Saúde (ERS) ou daAdministraçãoRegional da Saúde(ARS), assegure-se que:1. Está inscrito na ERS;2. É detentor de cartão de cidadão com certificado de assinatura digital activado, ou de outra forma válida de assinatura digital certificada;3. Cumpre todos os requisitos previstos no formulário de pedido de licenciamento;4. Está registado no site da Ordem dos Médicos Dentistas.Para evitar a sobrecarga dos serviços, aOMDdisponibiliza-lhe os seguintes suportes de apoio:1º Passo: aceda à área de membro do site da OMD e consulte a secção “Novo regime de licenciamento”, em especial a leitura atenta da legislação;2º Passo: consulte a página com perguntas frequentes. Verifique se a sua dúvida já tem resposta nesta secção.3º Passo: se não obteve resposta, coloque a sua questão à OMD através do formulário disponível emwww.omd.pt.O pedido de licenciamento constitui um acto pessoal da iniciativa de cada um. A OMD é apenas facilitadora no processo de contacto com asdiversas entidades envolvidas. A ERS apoiará no preenchimento do processo e existe um Centro de Atendimento Externo (telefone: 213126250)que a Administração Central do Sistema de Saúde, IP disponibiliza.

Novo Regime

Licenciamento“simplex”Os médicos dentistas terão um ano para licenciar assuas clínicas ou consultórios. A contagemdescrescente começou a 13deMaio, quando entrouem funcionamento a portaria n.º 268/2010, queregulamenta, para a área da medicina dentária, odecreto-lei nº 279/2009, de 6 de Outubro de 2009,relativo ao licenciamento de unidades privadasprestadoras de cuidados de saúde.«Esta legislação, queconsideramosbastantepositiva,vem colmatar um esforço de muitos anos por parteda nossaOrdemem ter uma regulamentação para olicenciamentodasunidadesprestadorasdecuidadosde saúdeoral», avançounumacomunicaçãodirigidaà classe.A OMD participou activamente na «melhoriasubstancial» da versão inicial, numa negociação quedecorreu durante mais de dois anos. «Sendo aprimeira portaria que regula o novo regime dasunidades privadas de saúde, a OMD espera, porparte do Governo, que o mesmo procedimento sejaaplicado às restantes áreas da medicina, de forma aque em Portugal o licenciamento seja uma regra enão uma excepção», avançou a OMD.Desde início, procurou-se que a nova legislaçãorefletisse os critérios de exigência, deresponsabilidade, de justiça e de exequibilidade,destinados a punir quem não cumpra os requisitos

obrigatórios para uma prestação adequada decuidados de saúde oral, que permitam fazer justiçaaqueles que os cumprem.Trata-se de um instrumento essencial para umaavaliação pública destes requisitos técnicos e dequalidade, bem como de combate ao exercício ilegalda profissão.O procedimento de licenciamento das clínicas ouconsultórios dentários passa a ser disponibilizadoonline, o que permite com uma declaração elec-trónica validamente submetida a imediata obtençãode licença, sem prejuízo da subsequente vistoria. �

Sem as burocraciasdo passado,o licenciamento agoraé realizado online

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nacional I ordem

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Ordens profissionais querem garantir

Cuidados de saúde de qualidadeAs quatro ordens profissionais do sector dasaúde –enfermeiros, farmacêuticos, médicos emédicos dentistas – debateram a «segurançados cuidados de saúde» e a «sustentabilidade eregulação do sistema de saúde», num eventorealizado em conjunto a 2 de Junho, em Lisboa,na Fundação Calouste Gulbenkian.Numa altura em que o equilíbrio das finançaspúblicas obriga o Governo a impor medidas deausteridade, as quatro ordens profissionaisdisponibilizaram-se para trabalhar com oMinistério da Saúde na procura de novassoluções para o sector da saúde.Só assim será possível assegurar a «equidadeno acesso e a qualidade dos cuidados de saúdeprestados aos cidadãos», defenderam osorganizadores. Também não devem seresquecidas «as responsabilidades que asordens profissionais assumem em termos deregulação profissional», alertaram.A ministra da Saúde, Ana Jorge, esteve presentena sessão de abertura do encontro. Durante odia de debates, ambos os painéis contaram coma participação dos quatro bastonários, além derepresentantes de instituições de ensino, doMinistério da Saúde e dirigentes nacionais eeuropeus do sector da saúde. �

Saúde Oral

Cheque-dentista alargadoaos 8, 11 e 14 anos

Uma vez mais, o trabalho de sensibilização e deinsistência da OMD para com os responsáveis doprograma cheque-dentista deu os seus frutos.A OMD conseguiu uma rectificação do programade forma a permitir que as crianças que foramexcluídas no ano anterior, por lhes ter sidoentregue o cheque tardiamente, tivessem aoportunidade de usufruir dos cheques-dentistarespectivos este ano.Assim, foi publicada a circular normativa nº 8 sobre

Nova circularnormativa para

o Programa Nacionalde Promoçãoda Saúde Oral

o PNPSO - Alargamento a crianças e jovens de 8,11 e 14 anos – Saúde Oral Crianças e Jovens IdadesIntermédias, que revoga a circular normativa nº 4de 10/3/2010.A circular informativa nº 14 possui osesclarecimentos necessários para a interpretaçãoda circular normativa acima mencionada.

Mais informações emwww.omd.pt/chequedentista. �

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nacional I ordem

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Conheça a “timeline” da operaçãoAtravés de fichas clínicas e odontogramas, umaequipa de médicos dentistas confirmou aidentidade dos corpos de quatro das vítimas dascheias que atingiram a 20 de Fevereiro a Madeira.À medida que as consequências das cheias setornavam mais evidentes, com a sinalização dediversas vítimas mortais, a Ordem dos MédicosDentistas disponibizou-se para prestar auxílio comprofissionais que poderiam colocar as suascompetências técnicas ao dispor das autoridades desocorro.Esta vontade foi comunicada ao director do Serviçode Urgência do Hospital Dr. Nélio Mendonça, pelorepresentante da OMD na Região Autónoma daMadeira (RAM), Gil Fernandes Alves, na segunda-feira, 22, após a catástrofe.Dois dias passados, aOrdemofereceu os préstimosdos médicos dentistas, para ajudar noreconhecimento das vítimas, desta vez, aopresidente do Governo da RAM e ao secretário-regional dos Assuntos Sociais.No dia seguinte, a 25 de Fevereiro, o secretário-regional dos Assuntos Sociais contactou a OMD,informando que a equipa de medicina legalnecessitava da ajuda dos médicos dentistas.De imediato, Gil Fernandes Alves deuconhecimento ao presidente do ConselhoDirectivo, Paulo Ribeiro de Melo, e solicitouinformação completar aos médicos dentistas JoãoAquino e Joana Figueiredo.Foram destacados três médicos dentistas para onecrotério, contando posteriormente ainda com acolaboração de mais três médicos dentistas e umassistente de consultório – para recolha de fichasclínicas e odontogramas – e as assistentesadministrativas e auxiliares de acção médica doCentro de Saúde do Bom Jesus, para recolhas deregistos do PRPSO (Programa Regional dePromoção de Saúde Oral).«Agradecemos a colaboração e disponibilidade doscolegas JoãoNoronha, JeanneHenriques, JoãoFariaPaulino, Duval Junior, Vivianne Almeida, daassistente de consultório Fátima, assistentesadministrativas e auxiliares de acção médica do

Equipa forense«possibilitoua identificaçãode 100% dos corposresgatados»

Centro de Saúde do Bom Jesus», realçou a OMDem comunicado.A acção dos médicos dentistas possibilitou aidentificação de quatro corpos, tendo a responsávelpela equipa de medicina legal agradecido acolaboração dos médicos dentistas, «pois a mesmapossibilitou a identificação de 100% dos corposresgatados», referiu.No final, amesma responsável lamentou, ainda, nãoter tido conhecimento da disponibilidade dosmédicos dentistas desde o início e garantiu opropósito de intervir junto das entidadescompetentes no sentido de legislar a inclusão dosmédicos dentistas nas equipas de medicina legal. �

Cheias na Madeira

Médicos dentistasno auxílio às vítimas

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nacional I ordem

omd I Junho 201016

Eleita nova direcçãodo Colégio de Ortodontia

Os médicos dentistas especialistas em ortodontiaelegeram, pela segunda vez, Luís Jardim para apresidência do Colégio de Ortodontia da OMD. Aseleições realizaram-se a 17 de Abril e vigoram parao triénio 2010/2012.Uma lista única candidata apresentou-se a sufrágio.Votaram 23 médicos dentistas, dos 40 quecompõem o Colégio. Todos os votos foram

considerados válidos - 13 submetidos por cor -respondência e 10 através voto presencial na sededa OMD.A equipa liderada por Luís Jardim é composta pelossecretários Armandino Alves, Francisco Fernandesdo Vale, Jorge Dias Lopes e Nuno Montezuma deCarvalho. A tomada de posse decorreu a 18 deJunho em Lisboa. �

A Assembleia-Geral da Ordem dos MédicosDentistas, realizada a 17 de Abril no Porto,aprovou por unanimidade o ponto único emagenda: a discussão e votação do Relatório eContas do Conselho Directivo do ano 2009, deacordo com o estabelecido estatutariamente.

Relatório e contas

Aprovado por unanimidade

Luís Jardim

Estiveram presentes 38 médicos dentistas e 170fizeram-se representar por procuração.A Mesa da Assembleia-Geral foi constituída pelopresidente, João Caramês, co-adjuvado pela vice-presidente Cristina Trigo Cabral e secretário JoelRibeiro dos Santos. �

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nacional I ordem

omd I Junho 201018

Qual a situação profissional dos médicos dentistas em2010?Parasaberarespostaaestapergunta,aOrdemdosMédicos Dentistas enviou a todos os associados uminquéritoparaavaliaroestadoeevoluçãodomercadodetrabalho emPortugal.Asrespostas,quesãoanónimas,deverãoserenviadasaté30 de Julho. Posteriormente, como decorreu nos anosanteriores, os dados serão tratados pelo Departamentode Higiene e Epidemiologia da Faculdade de MedicinaDentária daUniversidade doPorto.Os resultados finais do estudo serão apresentados nocongresso da OMD, que este ano decorre em SantaMaria da Feira, de 11 a 13 deNovembro.«Este inquérito é muito importante para encontraroportunidades de inserção profissional, em particularpara aqueles médicos dentistas que iniciaramrecentemente a sua actividade», explicou Paulo RibeirodeMelo, secretário-geral daOMD.«Avalidadeestatísticadoinquéritodependedesi.Noseuinteresse e no interesse de todos, participe», alertou.�

Inquérito

Que emprego temos

No seu interesse e no interesse de todos, participe!

No final de 2009 havia 6595 médicos dentistas emPortugal. 55% são mulheres, 45% homens. Emmédia, têm 37 anos. Mais de metade tem entre 26e 40 anos.É no distrito de Lisboa onde trabalham maismédicos dentistas, cerca de 1698 (26%) . Seguem-seos distritos do Porto e Braga, com 1496 (23%) e 492

O estudo “Os Númerosda Ordem”, agoraactualizado, traça

o ‘desenho’ da classe

(8%) profissionais, respectivamente.Os estrangeiros representam 11% dos profissionaisque exercem em Portugal. Num total de 29nacionalidades, os imigrantes brasileiros estão emmaioria (68%), depois surgem os italianos (14%) ealemães (7%).A instituição de ensino superior onde amaioria dosdentistas se formou foi o ISCS Egas Moniz, ISCSNorte e FMDUP.O número de associados da OMD tem crescido àtaxa anual de 8.2% desde 2002 e espera-se quecontinue a aumentar até 2015. «A projecçãoelaborada para 2015 estima que, nesse ano, existamcerca de 10,607 médicos dentistas em Portugal»,revela o estudo.Um dos objectivos de “Os Números da Ordem” édar a conhecer à população, aos agentes decisoresda área da saúde e aos profissionais nelaintervenientes, alguns dados estatísticos referentesà medicina dentária portuguesa.Poderá consultar o documento na íntegra noendereço http://link.omd.pt/r6no2010. �

A profissão em números

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O r d e m d o s M é d i c o s D e n t i s t a sNúmero6•Junho

2010

•Trimestral

Não tenho memória de alguma vez ter vivido umacrise tão profunda como aquela que actualmentedefrontamos. Uma crise que se vem arrastando já háalguns anos. De quando em quando pensamos que sevai embora, mas recidiva sempre e cada recaída é piorque a situação anterior. E não me refiro somente aosaspectos económicos, nem socio-políticos, mas a todo osentimento de crise que se apoderou de grande parte dapopulação – e que apenas algumas poucas alegriasfutebolísticas conseguem mitigar por alguns momentos.Em contexto profissional, assistimos cada vez mais a co-legas a deixarem-se envolver no lodo da oferta de trata-mentos gratuitos generalizados, crendo que assimconseguirão trazer mais doentes para os seus consultó-rios. Esquecem-se que ao cair nesse logro estão a con-tribuir para a degradação da profissão que escolhemos,e que queremos cada vez mais respeitada – ao nível aque o rigor científico do ensino ministrado nas nossas uni-versidades conseguiu elevar a medicina dentária portu-guesa.Penso que todo este sentimento de crisedeve-se, em grande parte, à ausência deperspectivas de melhores dias, pelomenos no curto e médio prazo. Os pro-blemas também são de tal modo avas-saladores que ultrapassam a nossacapacidade de acção. Antes do 25 deAbril havia a esperança de uma aberturapolítica ou de uma acção libertadoracomo aquela que aconteceu. Nos anosturbulentos que se seguiram houve sem-pre vontade de lutar para alterar a situa-ção, para melhorar a realidade, com aconsciência que era possível realizaressa mudança. Só ultimamente essesentimento se alterou, para uma certaapatia, para a atitude de não valer a penafazer nada porque nada podemos fazer.É no meio de todos estes pensamentos negativistas quealgo me desperta a atenção, em contracorrente com estapercepção da realidade.O vigor da produção de trabalhos científicos está bempatente não só no congresso da nossa Ordem, mas tam-

Editorial

Área Editorial

bém noutros congressos e nas jornadas das diversas fa-culdades mostra que, afinal, talvez esteja enganado. Hámuitos colegas, uns mais jovens, menos jovens, uns alu-nos, profissionais experientes, que acreditam valer a penatrabalhar e mostrar o seu trabalho de investigação, de re-visão, clínico ou outro.Certamente muitas vezes faltam-nos os meios para rea-lizar a investigação que vemos noutros países. Aindaassim, temos ao nosso alcance alguns meios, por vezespartilhados com outras instituições, que permitem-nosfazer algo.A quantidade de trabalhos apresentados, posters e co-municações, nos diversos congressos e jornadas de me-dicina dentária, significa também que muitos dos nossoscolegas conseguiram ultrapassar o individualismo a quea nossa profissão geralmente conduz, trabalhando emequipa para superar obstáculos e chegar a um resultadosatisfatório.Este trabalho de equipa é fundamental. É o aproveitar das

qualidades de um para complementar asqualidades de outro e colmatar os seusdefeitos, para que no fim sobressaiamapenas as qualidades positivas e se re-duzam as negativas. E isto é verdade nãoapenas para a medicina dentária.Observando estes trabalhos, produzidosao longo do ano, penso que será umgrande desperdício se os autores não ospassem à escrita e submetam-nos a pu-blicação. O conhecimento em geral, e oconhecimento científico em particular, éo que de mais precioso existe. Não épara ficar esquecido numa qualquer ga-veta ou ficheiro de computador. Estescadernos científicos, como qualquer re-vista científica, têm como objectivo trans-mitir conhecimento. Esse conhecimento

só pode ser transmitido daqueles que sabem para aque-les que querem saber. E não serão os Cadernos Científi-cos da Revista da OMD um espaço privilegiado paratransmitir conhecimento científico?

António Ginjeira

‘Penso que todoeste sentimento de crise

deve-se,em grande parte,

à ausênciade perspectivas

de melhores dias,pelo menos no curto

e médio prazo’

Revista daOrdem dosMédicosDentistas

Presidente: Pedro LeitãoAntónio GinjeiraCarlos FalcãoGil AlcoforadoJorge André CardosoPedro CorreiaPedro Nicolau

Composiçãodo Conselho Científico

Sumário1 • Área Editorial

Editorial CCAntónio Ginjeira

2 • EndodontiaVisualização de curvaturasdo canal radicularno sentido vestibularou palatino atravésdo método radiográficoPedro GalanteMiguel A. MatosTiago ReisCarlos SaramagoSérgio Quaresma

6 • RadiologiaPrincípios Básicosde Segurançae Radioprotecçãoem Imagiologia DentáriaAna Paula ReisMM Provenzano

10 • EndodontiaReconstrução estéticado dente endodonciado- caso clínicoMaria Carlos Real DiasJoana LimaMarta Correia

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cadernoscientíficosNúmero 6 • Junho 2010 • Trimestral

REVISTA DA ORDEM DOS MÉDICOS DENTISTAS

Visualização de curvaturas do canal radicularno sentido vestibular ou palatino atravésdo método radiográfico

Endodontia

AUTORES:Pedro GalanteMédico Dentista.

Miguel A.MatosMédico Dentista.

Mestrado de Endodontia naUniversitat

Internacional de Catalunya.Docente da cadeira de Endodontiada Universidade Fernando Pessoa.

TiagoReisMédico Dentista.

Mestradode Endodontia na UniversitatInternacional de Catalunya.

Carlos SaramagoMédico Dentista.

SérgioQuaresmaMédico Dentista.

Palavras-chavecurvaturas do canal,anatomia dentária,

radiografia, endodontia.

ResumoA informação obtida após visualização cuidadosada radiografia, é um passo fundamental paraantecipar e prever qualquer tipo de problema quepoderá surgir durante um tratamentoendodontico não cirúrgico.Assim sendo e nos dias que correm, é ainda aradiografia que representa a forma mais viável ater presente na prática clínica, tornando-seindispensável na Endodontia, assim como a suainterpretação antes de se iniciar qualquer tipo detratamento nesta vertente da Medicina Dentária.Vários métodos existem e estão descritos naliteratura que demonstram a infinidade decurvaturas nos três planos do espaço existentesinternamente num dente, sendo aquele que émais viável, a técnica de identificação decurvaturas multiplanares do canal usando uminstrumento de aço fino e preconizada porCharles e Robert.(1)

Imagens radiográficas do comprimento detrabalho, conseguem demonstrar curvaturasseveras no sentido mesio-distal numa imagembidimensional a qual corresponde a umaestrutura tridimensional de uma formabemclara;no entanto, fazendo uma análise pormenorizadade certos casos, consegue-se visualizar umacurvatura no sentido vestibular ou palatino.

AbstractThe information obtained after careful radiographicvisualization, is a fundamental step to anticipateand prevent any kind of problem that could happenduring a non-surgical root canal treatment.Thus being and in present days, it is still the x-raythat represents themost viable form to have in theclinical practice, becoming indispensable inEndodontics, as well as its interpretation beforeinitiating any type of treatment in this area ofDental Medicine.

Somemethods exist and are described in literaturethat show the infinity of internal curvatures in thethree plans of the space in a tooth. Themore viableis the technique of identification of multiplanarcurvatures of the canal using a steel instrumentpraised by Charles and Robert.(1)

Radiographic images of the working length canshow severe curvatures in a bidimensional imageof a three-dimensional structure, in the mesio-distal direction of awell clear form, howevermakinga detailed analysis of a certain cases, it is possibleto visualize a curvature in the vestibular or palataldirection.

Em nenhuma outra área da Medicina Dentária aradiografia representa um papel tão primordialcomo na Endodontia. A descoberta dos raios-Xpor Wilhelm Conrad Roentgen em 1895, teve umimpacto profundo em todo o mundo médico,sendo considerada uma das maiores erevolucionárias descobertas na história daciência médica.NaMedicina Dentária, foi a Endodontia uma dasdisciplinas que seguramente esta descobertamais beneficiou, não só pela contínua técnica etecnologia,mas principalmente devido ao uso doraio-X que proporcionou a “saída do escuro”,permitindo assima visualização de áreas internasdos canais as quais não são visíveis por outrosmeios de diagnóstico não invasivo.Antes desta importante data, médicos dentistaspoderiam apenas tentar com maior ou menorsucesso chegar a um diagnóstico eimplementação de uma terapêutica para oproblema endodontico.O aparecimento do primeiro equipamentoradiográfico permitiu visualizar pela primeira vezas alterações que ocorrem no osso circundantedo ápice de um dente não vital, assim como osresultados da terapia endodontica.

Keywordscanal curvatures, dental anatomy,

radiographs, endodontics.

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Assim sendo, a Endodontia deixou de ser uma valênciasimplesmente empírica para se tornar numadisciplina científica.Devemos manter em mente que a imagem radiográfica é umaimagem negativa de sombras que aparecem projectadas napelícula ou monitor do computador de forma reversa: tecidosmoles aparecem escuros, enquanto tecidos duros aparecemesbranquiçados dependendo da sua densidade. Além disto, aradiografia é a representação bidimensional de uma estruturatridimensional. Por outras palavras, é uma imagem fictícia enunca real com todas as consequências que isso pode implicar.Daí ser importante fazer a extrapolação mental desta imagembidimensional para uma imagem tridimensional e este conceitonunca ser esquecido, devendo nós fazer tantas radiografiasquantas sejam necessárias em diferentes angulações para seobter esta mesma extrapolação. Por fim, também não podemosesquecer que numa imagem radiográfica existe sempre umgraude deformação o qual é dependente da técnica radiográficaaplicada. Assim sendo estes factores deverão ser sempreequacionados na avaliação de toda e qualquer radiografia naprática clínica (2).O repositório da polpa dentária humana adquire numerosasconfigurações e desenhos no tecido duro. O conhecimento damorfologia dentária, a interpretação cuidadosa de radiografiasanguladas, a preparação cuidadosa do acesso e uma exploraçãodetalhada do interior do dente são pré-requisitos essenciais parao sucesso do tratamento. Umentendimento da complexidade dosistema de canais é essencial para se perceber os princípios eproblemas da conformação e limpeza, para determinar os limitesapicais e dimensões das preparações dos canais e para procuraro máximo de sucesso nos procedimentos endodônticos. Antesde iniciar a terapia endodontica é importante visualizar e ter oconhecimento das relações anatómicas internas. Uma avaliaçãocuidadosa de duas ou mais radiografias periapicais émandatório. Estas radiografias anguladas fornecem informaçãonecessária sobre amorfologia do canal devendo ser extrapoladaspara tentar obter mentalmente uma imagem tridimensional dodente em causa (3).O principal objectivo da terapia endodontica é a profusaconformação e limpeza do sistema de canais e sua completaobturação com um material inerte. A presença de um canal nãotratadopode ser a razãoda falhado tratamento, assimcomoanãopercepção através da radiografia de uma dificuldade acrescidainerente à própria anatomia do dente em causa.Através de um pequeno instrumento de aço colocado no interiordocanal, este tomaa forma internadeste, demonstrandode formainequívoca as curvaturasmultiplanares docanal (curvaturasnos 3planos do espaço). Esta informação poderá ser usada para

seleccionaro tipode limasmanuaise rotatóriasausar, dependendodo tipodecurvaturasqueocanal podeapresentar. Esta “impressãointerna”docanal atravésdeuma limadecalibrepequeno,promoveinformação necessária para minimizar degraus ou uma possívelseparação do instrumento (1).Este breve artigo tentará descortinar uma situação que muitasvezes passa despercebida na clínica, mas que acaba por ajudar,no sentido que antecipa uma possível complicação inerente àprópria curvatura que o dente pode apresentar, sabendo nós deantemão que curvaturas mais abruptas tornam o caso com umgrau de dificuldade bastante mais elevado. Tanto mais quandoestas se encontram no sentido vestibular, as quais acabam porficar sobrepostas na imagemproduzida na radiografia e por issoacabam por não serem descortinadas por vezes.Quando ocorre uma curvatura de forma abrupta no sentidovestibular nos últimos milímetros do canal, é de se esperar queo ápice do dente fique sobreposto à própria raíz do dente, no quala projecção dessa porção de raíz que está para vestibular,produza duas linhas que nos façam lembrar uma linha defractura ou dois canais laterais, mas que na realidade é apenasa projecção da zona apical do dente que se encontra no sentidovestibular e se projecta sobreposto na restante raíz, produzindotais linhas (Fig. 1,2 e 3).Dito por outras palavras, a plataforma que se cria externamentena raíz correspondente à curvatura abrupta dos últimosmilímetros desta, faz com que o canal correspondente a essaplataforma horizontal da raíz se projecte e se sobreponha àplataforma vertical da própria raíz na projecção clínica daradiografia, sendo essa a explicação para a produção naradiografia de tais linhas na visão clínica.Observando o mesmo dente numa visão mesio-distal, pode-secomprovar esta mesma curvatura abrupta de uma das raízes dodente em causa, a qual contém a fractura de um instrumento, eque na visão clínica aparece apenas como uma pequena linhaque na realidade é representativa de um fragmento deinstrumento maior. Tais afirmações podem ser comprovadas deseguida (Fig. 4 e 5).No entanto poderá surgir a seguinte dúvida: E se a curvaturafosse no sentido palatino e não vestibular, estas linhas produzir-se-iamnamesma?Assumindo que a curvatura domesmodentefosse para palatino, podemos observar através das seguintesfiguras que isso acontece de igualmodo que para vestibular. (Fig.6, 7 e 8).Assim sendo, em termos clínicos acaba por ser bastanteimportante identificar estes casos que vão acabando poraparecer, sendo consciencioso efectuar além da radiografia navisão clínica (na qual podemos logo identificar a existência de

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umacurvatura pelas linhas reproduzidas), tambémefectuarmaisduas radiografias (uma mesializada e outra distalizada) paraassim se conseguir identificar para que lado a curvatura seencontra.- Se ela se encontrar para vestibular: na radiografiamesializada,a curvatura aparece na esquerda e na radiografia distalizada, ela

aparece na direita (isto em relação à plataforma vertical da raíz);- Se ela se encontrar para palatino/lingual: na radiografia

mesializada, a curvatura aparece na direita e na radiografiadistalizada, ela aparece na esquerda (em relação à plataformavertical da raíz).Em termos de conclusão, podemos afirmar que a radiografia

Fig.4 – Radiografia do dente anterior (visão mesio – distal). Verifique afractura do instrumento na plataforma horizontal, correspondente à zonaapós a curvatura abrupta do canal.

Fig.3 – Imagem do dente em causa (face vestibular). Dente envolvidoem silicone para servir de posicionador para a toma da radiografia.

Fig.1 – Radiografia do dente em causa (visão vestíbulo – palatina).As setas a cor vermelha indicam essas mesmas linhas de sobreposição.

Fig.2 – Aproximação da zona de curvatura do ápice comadelineação a cor vermelhadessemesmo ápice sobreposto na imagem radiográfica bidimensional.

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sendo um meio de diagnóstico importantíssimo para aEndodontia e que fez esta sair “do escuro”, ainda pode por vezesapresentar algumas limitações as quais com uma análise maiscuidadosa, poderá revelar certos pormenores que poderão serúteis na prática clínica diária e ajudar numa avaliaçãoantecipada, de umamaior dificuldade do caso em questão.

Bibliografia

1. Jerome CE, Hanlon RJ, Jr. Identifying multiplanar root canal curvatures using stainless-steel instruments.J Endod. 2003 May; 29(5):356-8.

2. Castellucci, A. Endontics – Cap.5: Endodontic Radiography, Vol. 1, IL TRIDENTE Edizione, 2004, pp 66.3. Vertucci, F. J. Root canal morphology and its relationships to endodontic procedures. Endodontic Topics, 2005, Vol.10, pp3-29.

Fig.5 – Imagem do dente em causa (facemesial). Dente envolvido em siliconepara servir de posicionador para a toma da radiografia.A – Plataforma vertical da raiz que se projecta na radiografia;B – Plataforma horizontal da raiz que se projecta na radiografia.

Fig.6 – Radiografia do dente em causa (visão palatino – vestibular). As setas aa cor vermelha indicam essas mesmas linhas de sobreposição.

A

B

Fig.8 – Imagem do dente em causa (face palatina). Dente envolvido em siliconepara servir de posicionador para a toma da radiografia.

Fig.7 – Aproximação da zona de curvatura do ápice com a delineação a corvermelha dessemesmoápice sobrepostona imagem radiográfica bidimensional.

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Princípios Básicos de Segurançae Radioprotecção em Imagiologia Dentária

Radiologia

AUTORES:Ana Paula Reis

Médica Dentista. Docentede Imagiologia Dentária na

FMDUP.

MM ProvenzanoMédica Dentista.

Mestre em DiagnósticoBucal pela Universidade de

São Paulo.

Palavras-chaveRadioprotecção,

radiação ionizante, paciente.

ResumoA prática damedicina dentária está directamenterelacionada com a obtenção de radiografias dasestruturas dentárias para a realização de umdiagnóstico e plano de tratamento. Portanto, énecessário que o médico-dentista tenhaconhecimento dos riscos relacionados a estaexposição e seja capaz de utilizá-la de formaconsciente e segura.Leis Nacionais sobre radioprotecção sãoelaboradas conforme as recomendações deOrganizações Internacionais, como o ICRP(Internacional Comission on RadiologicalProtection), que se baseam nos princípios daJustificação, Optimização e Limitação de Dose,introduzidas pelo ICRP em 1977. 1,2.3Actualmente,o médico-dentista deve apresentar um Programade Protecção Radiológica formulado de acordocom essas recomendações para cumprir asexigências da legislação.O objectivo deste artigo é rever alguns conceitosásicos de radioprotecção e descrever normas nautilização da radiação ionizante.De acordo com o Princípio da Justificação,qualquer prática envolvendo radiação ionizante, ouirradiação de pessoas com radiação ionizante,deve ser justificada em relação a outrasalternativas eproduzir umbenefício positivo para asociedade, ou seja, o benefício em si deve superarqualquer possível dano associado ao uso daradiação ionizante, levando em conta factoressociais e económicos, entre outros. Comoexemplo, a utilização de elementos radioactivosem detectores de incêndio é uma praticadajustificada. Os benefícios de alertar as pessoas deum possível incêndio superam os riscos.A Justificação deve ser uma rotina em qualquerutilização de radiação ionizante, o que significaque o benefício de uma exposição deve sesobrepor aos riscos da mesma. Em Inglaterra foi

publicado um guia de critérios de selecção paraRadiologia Dentária (Selection Criteria for DentalRadiography, Faculty of General Dental Practice,2004). Estes critérios de selecção estãoapresentados sob forma de directrizes e, como otermo indica, não são restrições rígidas para aprática clínica, mas são conceitos de boaspráticas. No entanto, as necessidades de cadapaciente devem ser consideradas. O IRMER (TheIonising Radiation (Medical Exposure)Regulations) exigeque seja dadaespecial atençãoà justificaçãodaexposiçãodecriançasemulheresgrávidas. 1,2,3,4

Com excepção de práticas terapêuticas emmedicina (Radioterapia), quaisquer outrasexposições à radiação devem ser optimizadas, ouseja, devem ser tão baixas quanto razoavelmentepraticáveis (princípio de ALARP - As Low AsReasonably Practicable), levando-se em consi-deração factores sociais e económicos. Comoporexemplo, tendosido justificadoousodeelementosradioactivos em detectores de fumo, a actividadedestas substâncias deve ser amínima necessáriapara que seu funcionamento seja possível.1,2

Após o médico ou médico-dentista ter decididoque a exposição é justificada, é conveniente que adose de radiação ionizante seja a mínimapraticável (principio de ALARP). Para umaoptimização de dose é necessário:- Que o equipamento esteja estar em boascondições e seja correctamente utilizado;- O correcto posicionamento do paciente;- Utilizar películas radiográficas ou sensoresdigitais de boa qualidade;Um correcto processamento.Aventais de chumbo não protegem contra aradiação espalhada internamente no corpo e, nocaso da radiografia panorâmica, podem interferirfisicamente com o procedimento e degradar aimagem final. As recomendaçõesdaComunidade

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Europeia referem que não há nenhuma evidência que justificar ouso rotineiro de protecção abdominal em radiografia dentária.Protecções de chumbo da glândula tiróide devem ser utilizadasnos casos em que esta está na linha do feixe primário (ex.Telerradiografia deperfil ou TomografiaComputorizadadacabeça)(Fig. 1). Especial atenção deve ser dada a crianças e grávidas, ouseja, a realizaçãodeumexameaumapaciente grávida oucriançadeve ser bastante justificada. 2,4

Na radiografia dentária, a optimização da dose para o pacienteenvolve a avaliação dos equipamentos de Raios-X, o tamanho dofeixe, o receptor de imageme, ocasionalmente, ousodeprotecçãode chumbo. Todos estes factores podem levar a uma reduçãosignificativa da dose efectiva para o paciente.1,2

A dose recebida pelo paciente pode ser reduzida através doaumentodadistância foco-pele (FSD), demodoqueela representauma proporção maior de distância foco-filme. DirectrizesEuropeias recomendam pelo menos 20 cm para os aparelhosoperando acima de 50 kVp. Uma vantagem adicional de umaumento da FSD é a redução do efeito de ampliação entre ostecidos (dentes) e receptor de imagem (filme).A utilização de posicionadores de películas radiográficas éessencial emradiografias intra-orais, porqueevitamqueopacienteou o médico-dentista mantenham a película em posição durantea exposição, irradiando os seus dedos (Fig. 2), reduzindo assim adose de radiação recebida peloMédico e paciente.Naausênciadebarreirasdeprotecção, ooperadoralémdemanteradistância mínima de 2 m e ficar posicionado na zona de menorexposição (a 45º do feixe primário à saídadopaciente) (Fig. 3). 5,6

Todos os aparelhos de Raios-X devem ter uma luz de aviso e umsinal sonoro quando os estes estão a ser emitidos. A luz de avisodeve ser visível no aparelho de Raios-X.Deve ser feita uma manutenção regular e um controle dequalidade. O aparelho de Raios-X deve ser mantidoadequadamente já que pode ser prejudicial tanto pela emissão deRaios-X a longo prazo como pelas falhas eléctricas e mecânicasque podem ocorrer a curto prazo. A frequência recomendadausual de manutenção é anual. Uma verificação de controlo dequalidade simples eeficaz é fazer umaexposição, no início decadadia, de um objecto de teste e comparar a qualidade do filme comum obtido no final do dia de consultas.É importante lembrar que a limitação de dose não se aplica aopaciente que recebe uma exposição médica. Não há limites dedose para exposiçõesmédicas, uma vez que se a execuçãodeumexame for justificada, este pode salvar vidas. Os limites de doseaplicam-se a: técnicos, recepcionistas, e público em geral, comotranseuntes, parentes de pacientes e outros pacientes. Isto podeser particularmente importante nos departamentos de medicina

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Figura 1 – Paciente com protecção de tiróide.

nuclear, pois podem haver vários pacientes após efectuarem umexame numa área de espera.1,2

Com relação aos profissionais que apresentam risco ocupacional,estes são divididos emdois grupos, o primeiro (grupoA), refere-seaquelesquesãosusceptíveis de receberumadoseefectivademaisde 6mSv ou uma dose equivalente a mais de três décimo doslimites de dose anual em um ano. No segundo (grupo B),encontram-se incluídas as demais entidades que trabalham comradiação.5O limite dedoseefectivaparaos trabalhadores expostosé fixado em 100mSv por um período de cinco anos consecutivos,na condição de esse valor não ultrapassar uma dose efectivamáxima de 50mSv em cada ano. 5

Figura 1.1 – Paciente com protecção de tiróide.

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Os médicos-dentistas estão incluídos neste último grupo. Deacordo com as normas de radioprotecção, estes devem realizaruma monitorização por dosimetria individual, sendo aferidas porentidades licenciadas comumaperiodicidade trimestral. 5Porém,outros países recomendam diferentes orientações. No ReinoUnido, por exemplo, nãoénecessária autilizaçãodemonitorizaçãoindividual, amenos que a avaliação de risco indique que as dosesindividuais são susceptíveis de exceder 1 mSv por ano (porexemplo, por causa de um excesso de trabalho acima de 100radiografias intra-orais ou 50 panorâmicas por semana). 2

Deve ser estabelecidoum limite dedose recebidopelos indivíduos.Nenhumtrabalhador ou indivíduodopúblicodeve receber, por ano,doses superiores aos limites primários estabelecidos pelasAutoridades Competentes.O ICRP publicou novas recomendações em 2007 (ICRP103),contudosãonecessários vários anosparaquealgumasmudançassejam efectuadas na legislação de um pais. A principal mudançaé relacionada com a diminuição da radiossensibilidade dasgónadas no cálculo da dose efectiva. 2

Portugal, como membro da União Europeia, é obrigado a seguircertos requisitos de Directivas Comunitárias. Existem duasDirectivas Europeias, particularmente relevantes:- 96/29/Euratom do Conselho, de 13 de Maio 1996 (PrincípiosBásicos de Segurança)- 97/43/Euratom do Conselho, de 30 de Junho 1997 (Exposições

Figura 3 – Regra da posição e da distância. O operador deve se posicionarno mínimo a 1.8 metros do paciente num ângulo de 90ºa 135º do feixe central de raios X.

Figura 2 – Posicionador de películas e sensores radiográficos.

Figura 2.1 – Posicionador de películas e sensores radiográficos.

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Médicas)Estas directivas são baseadas nas Recomendações do ICRP 1990e nas Normas Básicas de Segurança da IAEA (InternationalAtomic Energy Agency). Apesar de todos os membros daComunidadeEuropeia seguiremasnormasdestas directivas, quesão elaboradasdeuma formamais generalizada, as leis nacionaissãomais específicas. Isso explica o factodenormasespecificasdeleis de radiações ionizantes serem diferentes de pais para pais.No caso da radiologia dentária existem recomendaçõesinternacionais. 2 Portugal segue os princípios básicos destasrecomendações europeias na elaboração das suas leis nacionais.De acordo coma legislação nacional, umProgramadeProtecçãoRadiológica deve ser implementado e deve conter as seguintesinformações:· Apresentar o responsável pela protecção radiológica (RPR) edefinir as suas funções;· Estabelecer e manter actualizado um registo dos equipamentosprodutores de radiações;· Assegurar que os equipamentos utilizados têm a adequadamanutenção.Requisitos técnicos.Oequipamentodeve ser instaladonumasalaondeparedes, tectos,divisórias, portas e o revestimento das áreas destinadas a examese tratamentosdevemgarantir a necessária protecçãoe segurançaradiológica dos trabalhadores, do público e do paciente.3 Asparedes expostas à radiação devem apresentar uma espessuramínima equivalente a 0.4 mm de chumbo, ou outro valor desdeque seja apresentado um projecto de barreiras de protecçãodevidamente fundamentado. Para equivalência a outrosmateriaisveja a tabela (tabela VI do Anexo III do Decreto-Lei nº 180/2002, de 8de Agosto).

O titular deve efectuar e preservar um inventário actualizado doequipamento radiológico existente na instalação e fornecê-lo àsautoridades de saúde quando omesmo lhe for solicitado. 3

Os requisitos adicionais para radiologia dentária são:- A voltagem da ampola deve ser de pelomenos de 50 kV.- A filtraçãoadicional do feixe deve estar de acordo comapotência

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Tensão Chumbo Betão Betão Tijolo Aço VidroBarita

(kVp) (mm) (mm) (cm) (cm) (cm) (cm)

50 0.4 1.2 4.0 13 0.30 5.0

70 0.4 1.6 5.5 18 0.25 5.0

(kV) do equipamento (mínimo de 1.5 mm de Alumínio paravoltagens de até 70 kV e 2.5mmpara valores superiores).- A distância foco-pele deve ser, pelo menos, de 20 cm paraequipamentos com voltagens máximas acima de 60 kV e, pelomenos, 10 cm para equipamentos com voltagensmáximas de 60kv oumenos.- O diâmetro do feixe deve irradiar ummáximo de 60 mm na faceexterior do aplicador do feixe.- Para voltagens de ampolas de 50-70 kV, a emissão deve ser de 30-80mGy/mas, a 1m do foco.1,2,6

Parao funcionamentodeumequipamentodeRaios-X énecessárioobter uma licença, dadapeloDirector-Geral daSaúde (Decreto-Leinº165/2002 de 17 de Julho, Decreto regulamentar nº 9/90 de 19 deAbril). A licença deve ser renovada 5 anos após a sua concessão.

Conclusão:Um profundo conhecimento de princípios de radioprotecção éfundamental paraumacorrectautilizaçãodas radiações ionizantespor parte dos médicos-dentistas. Justificação, Optimização eLimitação de Dose são os conceitos que devem estar semprepresentes em qualquer utilização da radiação ionizante. Ocumprimento da legislação bem como o licenciamento dosequipamentos de radiologia dentária são fundamentais para asegurança do Profissional, paciente, assistentes e público emgeral. Actualmente, o cumprimento desta legislação é obrigatóriopara todos os profissionais que utilizem radiação inoizante emPortugal.

Tabela VI – Equivalência de espessuras de chumbo a vários materiais.

Bibliografia

Whaites, Eric. Essentials of Dental Radiography and Radiology. 4th ed.. Churchill Livingstone.European guidelines on radiation protection in dental radiology. The safe use of radiographs in dental practice. Issue nº136.Diário da República, 1.ª série – Nº. 182 – 8 de Agosto de 2002, Decreto de Lei nº 180-2008; (art 4º,9º,5º)Wagner, et al.. Exposure of the pregnant patient to diagnostic radiations: A Guide to Medical Management, 2nd Edition, Publisher: MedicalPhysics Publishing, Madison, WI (1997).Diário da República, 1.ª série — N.º 223 — 17 de Novembro de 2008, Decreto de Lei nº 222-2008;White, Stuart C. Oral Radiology - Principles and Interpretation. 6ª edição.

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cadernoscientíficosNúmero 6 • Junho 2010 • Trimestral

REVISTA DA ORDEM DOS MÉDICOS DENTISTAS

Reconstrução estéticado dente endodonciado - caso clínico

Endodontia

AUTORES:Maria Carlos Real Dias

Médica Dentista, Assistenteconvidada da disciplina

de Gnatofisiologiae Reabilitação Oral

I e II da FMDUL.

Joana LimaMédica Dentista.

Marta CorreiaMédica Dentista.

Key-Wordsindirect restorations,

endodontically treated teeth

ResumoOs dentes endodonciados apresentam maiorrisco de fractura devido à perda deintegridade estrutural. A deflecção cúspideaque um dente apresenta após um tratamentoendodôntico ou restaurador é importante emrelação ao potencial risco de fractura. Ascúspides dos dentes posteriores sãofragilizadas por preparações restauradorasprogressivamente maiores e acessoscoronários. A deflecção cuspídea aumentaem dentes com cavidades maiores e émáxima após uma abertura coronária. Estefacto reforça a importância do recobrimentocuspídeo para minimizar o risco de fracturamarginal e fractura das cúspides em dentestratados endodonticamente.

IntroduçãoA restauração de um dente endodonciado éum tema, que apesar de extensamenteestudado, continua a gerar alguma contro-vérsia.Se há alguns anos, vários estudos suportavama teoria de que o maior risco de fractura dosdentes endodonciados se devia à desidrataçãoda dentina1 e à perda de ligações decolagénio2 neste tecido, hoje sabe-se que estáassociado à perda de estrutura dentária.A perda de integridade estrutural associada àpreparação da abertura coronária, conduz auma maior prevalência de fracturas nosdentes endodonciados comparativamente aosdentes vitais 3, 4, 5. A abertura coronária resultaem um aumento da deflecção cuspídeadurante a função, aumentando a possibilidadede fractura de cúspides e de microfracturadas margens de uma restauração. Estasituação é agravada pelo facto de que, paraalém da destruição decorrente da preparação

do acesso à câmara pulpar, à maior parte dosdentes endodonciados, também estáassociada a perda de estrutura dentáriadevido a cárie ou a restaurações prévias.Existem várias opções para restaurar umdente endodonciado e não existe uma soluçãoúnica para todas as situações clínicas. Tendoem consideração os estudos publicados, nosdentes endodonciados devem-se privilegiar ostratamentos que preservem ao máximo aestrutura dentária6. Restaurações queaumentam a integridade estrutural, melhoramo prognóstico de um dente com tratamentoendodôntico exposto às forças da mastigação.O recobrimento cúspideo é essencial parareforçar as cúspides de um dente comtratamento endodôntico7.Um estudo efectuado por Mondelli RF8,porpôs-se avaliar a resistência à fractura deprémolares muito destruídos (preparação decavidades MOD, com remoção do tecto dacâmara pulpar) restaurados com uma resinacomposta compactável com e semrecobrimento cuspídeo.Os resultados demonstraram que o reco-brimento cuspideo pode constituir uma opçãosegura para restaurar dentes fragilizados,tratados endodônticamente. A restauração deprémolares com recobrimento cuspídeoaumentou a resistência à fractura, quandocomparado com dentes restaurados semrecobrimento cuspideo.

Descrição do caso clínicoPaciente jovem, sexo feminino, dirigiu-se áconsulta com dor espontânea associada aodente 15 após obturação mesial extensa (Fig 1).Após minucioso exame extra e intraoral foidiagnosticada pulpite irreversível do dentesendo executada de emergência a primeira

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Palavras-chaverestaurações indirectas,dentes endodonciados

AbstractTeeth with root canal treatment present

a higher risk of fracture, due tostructural integrity loss. Cusp deflection

after a root canal or a restorativetreatment is important concerning thepotential risk of fracture. The posteriorteeth cusps becomemore fragile withrestorative preparations progressivelylarger and access preparations. The

cusp deflection increases in teeth withlarger cavities and ismaximum afterchamber opening. This fact supports

the importance of total cuspal coveragetominimize the risk of marginalmicroleakage or cusp fracture in

endodotically treated teeth.

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sessão de endodontia. De acordo com a idade (34 anos),expectativas e estudo das diferentes alternativas dereabilitação foi proposto um tratamento minimamenteinvasivo para reconstrução deste dente, tendo comoprioridades a resistência do mesmo após tratamentoendodontico e máximo selamento coronal do referidotratamento. Assim foi proposta a conclusão do tratamentocanalar com concomitante selamento coronal dos canais epreparação dentária para uma reconstrução estéticaindirecta de recobrimento cuspideo total em sessão únicaSegundo Schwartz (2004)9, no sentido de se reduzir amicroinfiltração e contaminação da endodontia érecomendável que se faça a reconstrução imediata do denteou em caso de não ser possível que se sele os canais comresina composta ou ionómero de vidro. Assim na mesmasessão (com isolamento absoluto com dique de borracha),após finalização do tratamento endodontico, os canaisdentários foram de imediato selados com resina compostade consistência flow (Fig 2,3). Este material, devido á grandefluidez que apresenta, permite uma perfeita acomodação domesmo para posterior reconstrução do pavimento camaral.Ao contrário do ionómero de vidro, a resina compostaapresenta menor absorção de água e maior resistênciamecânica (Schartz 20049). Ainda na mesma fase foireconstruída a parede mesial do dente com resina compostapara que o limite da preparação dentária se situasse a 2mmda margem gengival (Fig 4).Após regularização do fundo de cavidade procedeu-se ápreparação dentária para recobrimento cuspídeo total (Fig 5). Otipo de preparação utilizada foi a de retenção central ondeapenas se executou um pequeno chanfro periférico emvestibular devido á demanda estética deste pré-molar ( Fig 6,7).A impressão foi executada de imediato com silicone deadição de consistência light e putty em fase única. Para afase seguinte é fundamental uma estreita relação com olaboratório de prótese (recorrendo a fotos e esquemas) paraque se possa usufruir ao máximo das potencialidades dosmateriais. A provisionalização foi executada com Fermit –IvoclarVivadent®A peça protética foi executada com o sistema Adoro -IvoclarVivadent® (resina composta microparticuladaadicionada de partículas de silica) devido ás suaspropriedades de resistência mecânica, capacidade dereparação e excelente estética. Também foi tido em atenção,aquando da execução do chanfro vestibular, a translucidezdeste sistema que permite uma fácil integração protética emimética (Fig 7-13 ).

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Fig 1 – Radiografia periapical inicial

Fig 2, 3 – Última sessão de tratamento endodontico com imediatoselamento canalar (condicionamento ácido do com ácido ortofosfóricoa 37% durante 30 segundos e aplicação de adesivo de 5ªgeração(Scotchbond 1 – 3M®).

Fig 4 – Resina composta de consistência Flow á entrada dos canais ereconstrução da parede mesial (limite cervical da preparação a 2mm damargem gengival)

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A cimentação adesiva foi executada após try-in prévio aoisolamento absoluto (Fig 14-17 ). Foi respeitado o protocolode Krejci (2007)10, utilizando um cimento autoadesivo depolimerização dual (RelyX Unicem- 3M®) translúcido (Fig 18-21).Por se tratar de um cimento resinoso a última polimerizaçãofoi executada através de gel de oxalato (em todo o interface)a fim de evitar que a camada inibitória de oxigénio nãopermitisse um perfeito selamento marginal (Fig 22). No Rxfinal é de assinalar a radiolucidez do sistema Adoro -IvoclarVivadent®, sendo que se aponta como uma limitaçãodeste sistema (Fig 23).Após ajuste da oclusão, ficou visível a integração doresultado final, com consequente integração estética nopanorama oral geral (Fig 24-27).

ComentárioAnteriormente o desenho das cavidades era realizado deacordo com as propriedades dos materiais e pelanecessidade de macro retenções. Presentemente a chavedas restaurações é serem mínimamente invasivasbaseando-se em técnicas de adesão11.A evolução de resinas compostas tem vindo a caminhar nosentido de melhorar o aspecto estético, introduzindo a erapós amálgama7. As restaurações de resina composta directatornaram-se um standard em cavidades intracoronarias11,mas infelizmente, algumas limitações inerentes aossistemas de resina composta ainda não foram superadas12.A contracção da resina durante a polimerização é umagrande limitação, que em resinas fotopolimerizadas pode irde 2 a 4% do volume12,13. Outro problema é a não obtenção deuma polimerização completa e uniforme de toda a resina.14Como consequência, pode levar a dor pós-operatória,pigmentação marginal, cárie secundária ou fracturasoriginando microinfiltração marginal 15. Uma grandecontracção pode provocar, ainda, forças excessivas naestrutura dentária dando origem a problemas pulpares12,13.O desenvolvimento de sistemas de restauração indirectacom resina composta permite uma polimerização emanipulação do material em condições ambientais ideais,controladas pela luz, temperatura, humidade, pressão,tempo, resultando numa restauração bem polimerizadaminimizando os problemas da contracção e melhorando assuas propriedades mecânicas graças ao ciclo de pós-polimerização. Também a execução extra oral permite aobtenção de contornos, contactos proximais, anatomiaoclusal e adaptação cavo superficial de forma maisprecisa14,15.

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Fig 5 – Preparação dentária.Pormenor de chanfro vestibular devido á demanda estética

Fig 7 – Preparação dentária concluída

Fig 6 – Preparação dentária.Pormenor de chanfro vestibular devido á demanda estética

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Fig 8-13- Fase laboratorial (medidas e perfil de transição – vista sagital)

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Fig 14-17 – Fase de confirmação intra-oral (try-in)

As preparações para restaurações indirectas devem estardesenhadas para proporcionar uma espessura adequada domaterial restaurador e simultaneamente um padrão deinserção passivo com ângulos internos arredondados emargens bem definidas16 .Todas as linhas e vértices dos ângulos, internos e externos,devem ser arredondados para evitar concentrações detensões nas restaurações e na estrutura dentária, reduzindoo potencial de fracturas16. As brocas utilizadas devem criarparedes divergentes para permitir uma inserção passiva darestauração 17. A divergência pode ser maior que 10 graus11,15

uma vez que a restauração de cor dentária natural é retidapor adesão podendo aplicar-se pouca pressão durante ainserção preliminar e a cimentação da mesma16.A nível oclusal deve haver um preparo em profundidade depelo menos 2mm para cúspides funcionais e 1mm nas

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cúspides não funcionais. O preparo não deve ultrapassar emprofundidade os 4mm. A maioria dos sistemas de compósitoe cerâmica requerem que qualquer dos istmos tenha pelomenos 2mm de largura para diminuir a possibilidade defractura da restauração. Idealmente, não deve haver zonasretentivas que impediriam a inserção da restauração 16.A margem gengival deve estender-se o mínimo possível umavez que para a adesão, são preferíveis as margens emesmalte e porque as margens gengivais profundas sãodifíceis de registar e de isolar adequadamente durante acimentação 16.Em zonas onde a estética se impõe é aconselhado fazer umchanfro por vestibular no limite da preparação para oenquadramento e mimetismo da restauração. Durante apreparação devem eliminar-se manchas sobre as paredesexternas, como as que deixam com frequência os produtosde corrosão das restaurações antigas de amálgama. Estasmanchas podem mostrar-se como linhas negras oucinzentas nas margens depois da cimentação 16,18.As zonas retentivas podem ser eliminadas utilizando ummaterial de base 16. O ideal será sempre uma resinacomposta micro híbrida que apresenta uma pequenacontracção de polimerização e uma fácil aplicaçãocomparado com os compósitos fluidos 11.No caso de dentes vitais, se uma considerável área dedentina fica exposta antes da toma de impressões éfundamental a aplicação de um agente de adesão. Aaplicação de adesivos e compósitos selando os túbulosdentinários, permite uma melhor adesão uma vez que adentina recentemente preparada é um substrato ideal paraa mesma. Numa dentina contaminada a adesão é menor

Fig 18-21 – Cimentação – Protocolo para cimentação auto-adesiva

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sendo que a força de adesão desenvolve-se no tempo. Oselamento imediato da dentina também permite umadiminuição de tensões. No que concerne a restauraçõesdirectas a adesão é mais fraca devido a contracção da resinasendo que em restaurações indirectas o stress dissipa-sedando origem a uma melhor adaptação19. O selamentotambém confere protecção mecânica e térmica durante afase de provisionalização11.Em dentes endodonciados que se encontram muitodestruídos é importante conservar a estrutura dentariaremanescente, especialmente em cervical, que para alémde estabilizar mecanicamente a restauração, aumenta asuperfície disponível para a adesão a núcleos compropriedades físicas semelhantes à dentina6. A não ser quehaja insuficiente estrutura dentária para a retenção donúcleo o uso de espigões não é mandatório em dentesendodonciados. Nestes casos pode-se utilizar a câmarapulpar como meio retenção6.Schwartz e Robbins sugeram o recobrimento cúspideo emdentes endodonciados para assegurar o êxito a longo prazo,uma vez que há maior possibilidade de sobrevivência do quequando as restaurações são intracoronárias. Dentes comtratamento endodontico encontram-se bastante fragilizados,frequentemente com grande perda de estrutura dentária e orecobrimento cúspideo poderá representar uma opçãoválida para protecção da deflexão cúspidea presente(aumentada devido á falta de estrutura dentária,nomeadamente do tecto da câmara pulpar, cárie ourestaurações prévias)20.

ConclusãoCada vez mais os pacientes requerem restauraçõesestéticas, também em sectores posteriores. Graças aosavanços tecnológicos, as resinas compostas têm dado lugarao desenvolvimento de grande variedade de restauraçõesindirectas de cor natural que oferecem uma excelentealternativa às restaurações de compósito directas. Estaverificação é especialmente adequada para restaurações degrande dimensão, resistindo à força da mastigação, comuma mínima destruição da estrutura dentária. Não obstante,e dado que os procedimentos clínicos são relativamentesensíveis à técnica, são cruciais uma selecção apropriadados casos aliada á destreza do médico dentista com extremaatenção a todo o pormenor que o caso exija.

Fig 24 - Integração final – vista sagital e oclusal

Fig 23 – Radiografia final (patente radiolucidez do sistemaAdoro - IvoclarVivadent®)

Fig 22- Fotopolimerização periférica com gel de oxalato(translucidez mimética)

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Bibliografia

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Fig 25 - Integração final – vista sagital e oclusal

Fig 26- Estética final – Perfil de transição e mimetismo Fig 27-Resultado final

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EM PORTUGAL

e v e n t o s c i e n t í f i c o s

Formação Contínua OMD �

Eventos acreditados pela OMD �

Eventos organizados por outras entidades �

�Curso de Suporte Imediato de Vida (SIV)2 e 3 de Julho de 2010 - Centro de Formação da ARSCentro - Av. Bissaya Barreto, 52 – Coimbra

�Curso de Fim de Dia11º Curso - Abordagem dos PacientesMedicamente Comprometidos13 de Setembro de 2010 - Tiara Park Atlantic Porto- Av. Boavista, 1466 - Porto

�Curso teóricoFacetas, Coroas e Pontes Cerâmicas de A a Z11 de Setembro de 2010 - Espaço Físico OMDAçores – Angra do Heroísmo– Ilha Terceira

�Curso de Radiodiagnóstico e Radioprotecção17 e 18 de Setembro de 2010 - Departamentode Medicina Dentária da Universidade Católica- Viseu

�Curso de Suporte Imediato de Vida (SIV)24 e 25 de Setembro de 2010 – Centro de Formaçãoda ARS Centro - Av. Bissaya Barreto, 52 – Coimbra

�Curso de Fim de Dia12º Curso – Reabilitação Oral em Implantologia:Protocolo Clínico de Eleição11 de Outubro de 2010 - Hotel Villa Rica- Av.5 de Outubro, nº 295 - Lisboa

�XXXCongresso da SPEMD15 e 16 de Outubro de 2010– Fundação Dr. Cupertino de Miranda - Porto

�XIX Congresso da OMD11 a 13 de Novembro de 2010 – Europarque– Santa Maria da Feira

�Sociedade Portuguesa de OrtodontiaXVII Congresso da Sociedade Portuguesade Ortodontia8,9 e 10 de Outubro de 2010Vila Nova de Gaia – Hotel Meliá Gaia Porto

�Sociedade Portuguesade Ortopedia Dento-Facial“Adult and Adolescent borderline cases treatments”9 de Outubro de 2010Porto – Hotel Hipanema Park

� 2nd Congress of the European Societyof Microscope Dentistry16 a 18 de Setembro de 201 – Reval Hotel Lietuva- Vilnius - Lituânia

� IDEM 201016 a 18 de Abril de 2010 – Singapura- República de Singapura

�Annual Meeting European Societyof Dental Ergonomics4 e 5 de Junho de 2010 - Ghent University Hospital– Gent – Bélgica

� IADRGeneral Session & Exhibition14 a 17 de Julho de 2010 – Barcelona - Espanha

� 2010 FDI AnnualWorld Dental Congress2 a 5 de Setembro de 2010- Centro de Convençõesda Bahia - Salvador da Bahia – Brasil

NO ESTRANGEIRO

� IFEA 8th EndodonticWorld Congress1 a 4 de Outubro de 2010 – Atenas – Grécia

�ADAAnnual Session9 a 12 de Outubro de 2010 – Orlando– Califórnia - EUA

�Congrès ADF 201023 a 27 Novembro - Palais des Congrès- Paris - França

� Sofia Dental Meeting30 de Setembro a 3 de Outubro de 2010 – HotelDedeman-Princess - Sofia - Bulgária

�British Dental Conference & Exhibition 201020 a 22 de Maio de 2010 - Arena and ConventionCentre Liverpool (ACCL) - Liverpool– Reino Unido

�XLVI Reunión SEPA (Sociedad Españolade Periodoncia y Osteointegración)20 a 22 de Maio de 2010 – Auditori– Palau de Congressos – Girona - Espanha

� 15th European Congress on Dental Public Health9 a 11 de Setembro de 2010 – Constanta - Roménia

�Greater New York Dental Meeting26 de Novembro a 1 de Dezembro de 2010Nova Iorque – Estados Unidos

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nacional I ordem

omd I Junho 201019

Mais duas organizações do sector da medicinadentária, a Associação Portuguesa de MedicinaDentária Hospitalar (APMDH) e a SociedadePortuguesa de Odontopediatria (SPOP), assinaramum protocolo de cooperação institucional com aOMD.No caso da SPOP, ainda foi assinado um segundoprotocolo no âmbito das sociedades científicas,comoobjectivo de dinamizar a produção científicanacional.A SPOP é a terceira sociedade científica a aderir àiniciativa, apresentada pelaOMDem2009, a qual jáaderiram a Sociedade Portuguesa de OrtopediaDento-Facial e a Sociedade Portuguesa deOrtodontia. �

Novos protocolos de cooperação

Ordem formalizourelação institucionalcom a AssociaçãoPortuguesade Medicina DentáriaHospitalar (APMDH) eSociedade Portuguesade Odontopediatria(SPOP)

A SPOP, presidida por PaulaMarques, está aqui representada peloseu vice-presidente, Luís Pedro Ferreira

Equipa da APMDH, que tem como presidente João Leite Moreira, na imagem à esquerda do bastonário, Orlando Monteiro da Silva

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nacional I ordem

omd I Junho 201020

Jovens médicos dentistasiniciaram trabalhos

A primeira reunião que formalizou a criação doConselho dos Jovens Médicos Dentistas (CJMD)decorreu durante as Jornadas da Primavera, emAlbufeira.A ideia para este grupo surgiu durante a campanhaeleitoral pela actual direcçãodaOMD.OCJMDprocuradesempenharaponteentreosjovensprofissionais e a OMD, de forma a promover adiscussão e resolução dos principais problemas queafectamos jovensmédicosdentistas.Na reunião foram abordados diversos temas, taiscomo:- a criação de um regulamento interno para o CJMD;- a formação de um grupo de trabalho destinado àelaboração de um estágio de formação vocacional,remunerado eopcional;- e a criação de um gabinete que apoie activamente ojovem médico dentista, em estreita colaboração comas associações de estudantes e faculdades.A resolução de problemas relacionados com oprograma cheque-dentista e com o exercício ilegalserão outras das competencias do recém-criadocomité. Para isso, contará, respectivamente, com osuporte do responsável da OMD pelo programa esecretário-geral, PauloRibeirodeMelo, e dadirectora

do Departamento Jurídico, Filipa Carvalho Marques,ambos presentes na reunião de Albufeira.Outrasdecisões importantes foramtambémtomadascomo a participação na Revista e no site da OMD, arealização de laços com organizações internacionaiscomo a Youth Dentists Worldwide e a InternationalAssociational of Dental Students, e ainda com outrasorganizaçõesnacionais.Foitambémcriadoumgrupodetrabalhoparaoestudode formas de integração dos médicos dentistas noServiçoNacional deSaúdeenamedicinado trabalho.Especial destaque e grande expectativa foi atribuídaainda à criação de um “Encontro Nacional de JovensMédicos Dentistas” e à organização de umaConferênciadeJovensMédicosDentistasarealizarporaltura do Congresso Anual da OMD.Nofinaldareunião,obastonário,OrlandoMonteirodaSilva, manifestou o seu «apoio incondicional a estegrupo e a todos os jovens médicos dentistas», que,relembremos, constituíram uma das motivações paraa recandidatura.EstareuniãofoidirigidapelosmédicosdentistasTiagoPires Frazão, Ricardo Oliveira Pinto e HumbertoSantos Silva, membros do Conselho Directivo daOMD.�

A resoluçãode problemas

relacionados como programa

cheque-dentistae com o exercícioilegal serão outrasdas competênciasdo recém-criado

Conselho

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omd I Junho 201021

nacional I ordem

Os nomes dos conferencistas nacionais eestrangeiros que vão participar no próximocongresso da OMD já estão disponíveis paraconsulta no microsite do evento(www.omd.pt/congresso).Este ano, os médicos dentistas mais jovens,licenciados desde 2006, beneficiam de umaredução no preço de inscrição no Congresso,igual ao valor cobrado aos estudantes.Um dos destaques da edição 2010 doCongresso será o “Curso de Fotografia e VídeoDigital em Medicina Dentária”, que contarácom a presença de um conferencista dereferência nesta área. Se quer mesmoparticipar, tenha em atenção que o curso estálimitado a 250 inscrições.Pela primeira vez, realiza-se o Fórum Ibéricodedicado ao tratamento de casosinterdisciplinares, que contará com aparticipação de destacados conferencistas dosdois países.

Congresso OMD 2010

Programa provisório

Inscrições no Congressoaté 30 de Julhocom preços reduzidos

A edição deste ano realiza-se entre 11 e 13 deNovembro, no Europarque, em Santa Maria daFeira. Consulte toda a informação sobre ocongresos no site da OMD. �

PAGED no Porto

Gestão para médicos dentistasO Porto vai receber, a partir de Outubro, a segundaedição do Programa Avançado de Gestão paraMédicos Dentistas (PAGED), organizado pelaFaculdade de Ciências Económicas e EmpresariaisdaUniversidadeCatólica emparceria comaOrdemdos Médicos Dentistas.Este curso tem como principais benef íciospromover a aquisição e reforço das competênciasde gestão em médicos dentistas que já têm umconjunto alargado de responsabilidades de gestãonas suas clínicas ou em clínicas nas quaistrabalham.Assim, o PAGED tem como objectivos dotar osparticipantes de formação em:- áreas funcionais clássicas da gestão - a conta-bilidade, o marketing, os recursos humanos, etc;- áreas mais específicas como ético-jurídicas efinanças pessoais, particularmente necessárias auma profissão como forte cariz liberal;

- áreas integradoras de estratégia e empreende-dorismo, com partilha de casos, e uso deinstrumentos como o “balanced scorecard” com ointuito de servirem de alavanca de melhoria nasorganizações a que pertecem;- para além da formação em sala, através do uso deinstrumentos de auto-análise disponibilizados, oPAGEDpermitirá uma auto-consultoria domédicodentista à sua clínica ou à clínica onde trabalha;- a avaliação do curso reflete o seu cariz prático edirigido aos desafios reais de cada participante,através de um modelo de avaliação decompetênciasmais doque conhecimentos teóricos.Oobjectivo global é equipar os participantes comosconceitos e as ferramentas necessários paraassumiremumpapel de liderença nas organizaçõesonde trabalhameobteremmelhor desempenhonassuas clínicas dentárias. �Informação online: http://link.omd.pt/r6paged

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nacional I conselho deontológico

omd I Junho 201022

A Ordem dos Médicos Dentistas, no cumprimentodas suas atribuições legais na defesa da ética, dadeontologia e qualificação profissional dos seusmembros, com o objectivo de assegurar e fazerrespeitar o direito dos doentes, pugnando semprepela prestação de serviços de medicina dentária dequalidade, não pode deixar de acompanhar o actualcontexto económico no qual se estabelecem asrelações profissionais entre médicos dentistas eterceiros.Assiste-se hoje a um crescente aumento dacelebração de contratos comerciais de franquia ou“franchising” ou similares entremédicos dentistas eentidades terceiras, as quais muitas vezesdesconhecem a vigência e consequentemente, oalcance do normativo das regras que incidem sobreo exercício de determinada profissão.Ora, deve-se tomar em consideração que, noclausulado deste tipo de contratos, normalmente éestipulado pelas partes o poder de fiscalização daentidade franqueadoranoquediz respeito ao espaçoonde se encontra instalado a clínica ou consultóriode medicina dentária, o qual abrange o direito deacesso a toda a documentação resultante do

Recomendação C.D.D. Nº 1/2010

Segredo profissional em contratosde franquia e similares

exercício da actividade profissional, tais como porexemplo, documentação e registos contabilísticos.Ora, o poder de fiscalização acima aludido, nãopoderá colidir com a deontologia própria dosmédicos dentistas, designadamente no que dizrespeito a matéria do segredo profissional econservação,manutenção, divulgaçãoepropriedadedo arquivo clínico.Assim, e tomando em consideração:- A liberdade contratual reconhecida às partes pelalei na fixaçãodo conteúdo e alcancedo contratoquepretendem celebrar,- O dever de segredo profissional previsto art. 21ºdoCódigoDeontológico, bemcomonoart. 12º, nº1,alínea c) do Estatuto ao qual todo o médico dentistaestá sujeito;-O teor da InformaçãodoCDDsobre a precisãodoconceito de “arquivo clínico” e “ficheiro clínico”. estádisponível no site da OMD;- O regime previsto na Lei nº 102/2005 de 26 deJaneiro, sobre a noção, conteúdo, propriedade,acesso, tratamento emanutenção da informação desaúde;- A competência atribuída ao Conselho Deon-tológico e de Disciplina nos termos do disposto donº1, al. i) do art. 53º do Estatuto, no sentido deresolver todas as dúvidas suscitadas pelainterpretação e aplicação do Estatuto e do CódigoDeontológico,É aprovada uma recomendação nos seguintestermos:-Na celebraçãode contratos comerciais designadosde franquia ou”franchising” ou de contratos comcaracterísticas similares, nos quais esteja atribuídoum poder de fiscalização a um terceiro que não sejamédico dentista ou sendo, não seja o responsávelclínico pelos tratamentos médicos dentáriosefectuados, deve omédicodentista responsável peladirecção clínica do espaço franqueado, fazerrespeitar a aplicação do direito de acesso aosficheiros clínicos constante do CódigoDeontológico, isto é, guardar sigilo profissionalsobre toda a informação relacionada comoodoente,constante ou não da sua ficha clínica, obtida noexercício da sua profissão. �

Assiste-se hoje a umcrescente aumentoda celebraçãode contratoscomerciais de franquiaou “franchising”ou similares entremédicos dentistase entidades terceiras

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nacional I assessoria jurídica

omd I Junho 201024

O regime laboral dos assistentes de consultório demedicinadentária é definido apenas pela portaria nº736/2006, de 26 de Julho, confirmou a Autoridadepara as Condições do Trabalho (ACT) à OMD.Em Abril de 2009, a Ordem solicitouesclarecimentos à ACT depois de saber que algunsmédicos dentistas estavam em diferendo comaquela entidade quanto à legislação a aplicar nacontratação de assistentes de consultório.Nessa interpelação (que pode ser consultada naRevista OMD nº 3), foi elaborado um histórico dalegislação que originou os diferendos e justificou,em alternativa, porque apenas a portaria nº736/2006 devia ser considerada.Quase um ano depois, em Março de 2010, a ACTrespondeuque «perfilha o entendimentodaOrdemdos Médicos Dentistas». Assim, ao dar razão àposição da OMD, ficam também garantidos osinteresses dos médicos dentistas.Consultar portaria em http://link.omd.pt/r6act. �

Legislação aplicadaà contrataçãode assistentesde consultório

de medicina dentária

ACT dá razão à OMD

A portaria a seguir

MariadeLurdesLoboPereira (442)Caracterização do efeito do fumo do tabaco nocomportamento celular na interface com oimplante.Aprovada por unanimidade (04/03/2009)Doutoramento em Med. Dentária – ramo deconhecimento em Farmacologia e Radiologia(Decreto-Lei nº 216/92 de 13/10)UniversidadedoPorto

VeraPaulino (2108)Estudo comparativo das características dasarcadas dentárias entre três grupos de idade:adolescentes, adultos jovens e adultosQualificação de Sobresaliente “Cum Laude”(10/07/09)UniversidadedeValência

AndréCorreia (4422)Estudo das tensões exercidas sobre próteses fixasem zircónia e em titânio. Comportamento me-cânico de estruturas executadas em CAD-CAM

Aprovadopor unanimidade (24/07/2009)Doutoramento em Med. Dentária – ramo deconhecimento em Prótese Dentária e Oclusão(Decreto-Lei nº 216/92 de 13/10)UniversidadedoPorto

Maria JoãoPonces (631)Deslocamento condilar nos tipos faciaishiperdivergentesnos tipos faciaishiperdivergentesAprovada por unanimidade (24/09/2009)Doutoramento em Med. Dentária – ramo deconhecimentoemOdontopediatriaeOrtodontia(Decreto-Lei nº 216/92 de 13/10)UniversidadedoPorto

IsabelRoçadasPires (1533)A influência da saúde oral na qualidade de vidaAprovada por unanimidade (27/11/2009)Doutoramento em Med. Dentária – ramo deconhecimentoemOdontopediatriaeOrtodontia(Decreto-Lei nº 216/92 de 13/10)UniversidadedoPorto

Doutoramentos em medicina dentária

Provas académicasPaulaVaz (2075)Estudo da susceptibilidade individual para aresposta inflamatória do hospedeiro em pacienteportadores de prótese dentária implanto-suportadaAprovadopor unanimidade (20/01/2010)Doutoramento em Med. Dentária – ramo deconhecimentoemAnatomiaDentáriaeGenéticaOrofacial (Decreto-Lei nº 216/92 de 13/10) -UniversidadedoPorto

PedroMesquita (823)Avaliação do Comportamento de célulasosteoblásticasnapresençadediferentes superfíciesde implantesAprovadopor unanimidade (28/04/2010)Doutoramento emMedicinaDentária - ramodeconhecimentoemAnatomiaDentáriaeGenéticaOrofacial (Decreto-Lei nº 216/92 de 13/10)UniversidadedoPorto

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geral I opinião

omd I Junho 201025

Vai para 15 anos quando, em Coimbra, escandalizeitudo e todos pedindo ao Governo que tomassemedidasparaque fossemencerradasalgumasescolas.Jánaalturaseadivinhavamosdiasdehoje,e jánaalturatambém foi dito que os colegas, sobretudo os jovensiriamser vítimasdasmais vis aexplorações.Infelizmente tinha razão! A realidade está aí e é-meimpossívelpreverondevamoschegarnostemposmaispróximos, nomeadamente porque as políticas deformação não são tangidas pelos reais interesses daprofissão e, fechar faculdades só será possível quandoelas entrarem em colapso financeiro, o que realmentejá estevemais distantenohorizonte temporal.Porémesteconjuntodefactoseprojecçõesnãoresolveodesesperodos colegas que sendomédicos dentistas,não podem ser outra coisa. São prisioneiros delespróprios e, se querem continuar a exercer ficam àmercê dos interesses de terceiros que são osverdadeiros donosdamedicinadentária emPortugal.Refiro-medirectamenteàscompanhiasdesegurosqueoferecem seguros de saúde aos seus clientes, emcondições tais que a palavra exploração é poucosignificativa para designar a forma como sãocontratadososmédicosdentistasqueaceitamtrabalharpara estas entidades.Recebem menos do que qualquer profissional indife-renciado (basta a escolaridade mínima para obtermelhor remuneração)e sãoobrigadosaefectuaractosmédicos de formagratuita oque éumatentado àdig-nidade de qualquer pessoa, em qualquer parte domundo.Mas, se tal nãobastasse, há que referir que esses actosgratuitos são realizados nos consultórios dosexplorados que têm que suportar os custos doequipamento edomaterial queutilizam.Quer isto dizer que são obrigados a pagar, o quecontinuamafazerna ténueesperançaqueessaatitudepermita a angariação de pacientes que possamviabilizar a clínica.Ora, tal não acontece porque, mesmo que os ditospacientes a quem foram disponibilizados serviçosobrigatoriamente gratuitos, se fidelizem, todos osoutros tratamentos que venhamanecessitar tambémnão são pagos com valores que permitam umvencimento comalguma razoabilidade.Estamos perante um escândalo que envolve não só o

A contribuição das seguradoraspara a penosa vida domédico dentista

bomnomedeumaclassemastambém,asaúdepúblicadosportugueses, o que ainda émais grave!Paraquemnãosabe,osmateriaisquesãoutilizadosnosconsultórios dentários, tem diversos preços e, porarrastamento, diversas qualidades.Naturalmentequenoscasosaquireferidos,écrívelquesejamutilizadososmenosdispendiosos.Desiludam-sepois aqueles que pensam que vão ter a mesmaqualidade de atendimento quando aderem a essessegurosde saúdedemedicinadentária.Isso significa que também os pacientes estão a servítimas das seguradoras cujos interesses pouco tem aver com a qualidade dos cuidados que são prestadosaos seus clientes.E já não refiro a tentação de descurar a utilização deaparelhos e técnicas que no consultório são essenciaispara garantir a segurança dos doentes. Os cuidadoscom a esterilização dos equipamentos e a desinfecçãodos espaços, são extremamente caros mas, como nãoestão à vista podem, em casos de desespero extremo,não existir.Nãogostariadeconstatar issomas, infelizmente, tenhoqueadmitirqueaconteçae,aserverdadeoresponsávelnãoésóomédicodentista.Étambémaentidadequeoexplora.Tenhamosconsciênciadissoesejamossuficientementeclaros para pôr a público uma situação cujos reflexosfinais não se confinam ao portador dos serviços nemao intermediário.A verdadeira vítima é o paciente que, aliciado pelasseguradorasnão temconsciência da realidade.Por tudo isto, é tempo de se perceber que ao sermoscapazes de pôr em “pratos limpos” esta situação, nãoestamos imbuídos de qualquer espírito corporativista.Estamos isso sim, a zelar pela saúde dos portugueses,numaáreaemquenãoexisteprestaçãodecuidadosnosector público e que, consequentemente, estáabsolutamente à mercê dos interesses económicos deentidades estranhas cujo objectivo principal é aobtençãodedividendos custe oque custar.A medicina dentária não é um sector comercialqualquer,emqueosmesmosserviçospodemtercustosdetãograndedisparidade.Quandoocustodeumactoé500nãopodesercobradopor50!Seo for…Algonãoestábem,eosfactossãoargumentosuficienteparaqueaEntidadeReguladoradaSaúde intervenha. �

Os colegasmais velhos,conhecem a lutaque travei contra aabertura desmesuradade novas faculdadesde medicina dentária

Manuel Fontes de CarvalhoMédico dentistaEx-bastonário da OMD

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geral I opinião

omd I Junho 201026

Proposta de uma ficha dentáriaA identificação humana tem na tecnologia emeios de comunicação, importante alavanca paraatingir de forma eficaz e eficiente resultadospositivos. Também a odontologia forense (OD)ou medicina dentária forense (MDF), tem nessesmeios forma de melhorar significativamente arapidez e sucesso na obtenção de resultadosfidedignos de identificação. Foram vários ospaíses que mais se desenvolveram nesta área,entre eles, destacamos a Dinamarca, Noruega,Espanha, Estados Unidos da América, México eCuba.Através do tempo, foram muitos os casosnotáveis resolvidos em que os indíciosoro-dentários serviram de meio de identificaçãocomo auxiliares da justiça. A primeira aplicaçãode elementos dentários na identificação decadáveres, remonta à época da Roma Imperial,segundo relato de Tácito nos Anales, quandoAgripina, mãe de Nero e quarta esposa doimperador romano de Cláudio I, mandou mataro marido, que governou desde o ano 41 a 54 daera moderna, e a amante deste, Loilla Paulina,que, pela sua beleza e fortuna, constituía a suaprincipal rival. Esta foi identificada depois demorta, através da tonalidade dos dentes, damaloclusão e dos dentes cariados.A 26 de Dezembro de 2004, ocorreu umterramoto no Oceano Índico. Ao tremor de terraseguiu-se uma onda gigante (tsunami) de cercade dez metros de altura que devastou as zonascosteiras do Sri lanka, Índia, Indonésia, Tailândia,Malásia, Ilhas Maldivas e Bangladesh. O númerode vítimas ascendeu as 190.000 pessoas.Verificou-se que devido à existência de registosdentários dos turistas estrangeiros, mais de 80%destes foram identificados através dacomparação dos odontogramas ante-mortem(AM) e post-mortem (PM), ao contrário dasvítimas Tailandesas cujos registos eraminexistentes e não puderam ser identificadosMais recentemente a 20 de Fevereiro de 2010, emPortugal, na catástrofe ocorrida na RegiãoAutónoma da Madeira, três das mais de 45vítimas foram identificadas através dos registosdentários do(s) médico(s) dentista(s) que osseguiam.Foram inúmeras as situações ao longo dahistória, onde a MDF teve um papel de relevo na

identificação humana. É de salientar que aimportância foi tanto maior, quanto maior adestruição causada nos corpos das vítimas pelosefeitos da catástrofe. A resistência das arcadasdentárias, devido às suas características f ísico-químicas e biológicas, tornam-nas um elementoanatómico disponível em situações de severaagressão.Embora a identificação dentária não seja umametodologia inovadora, conforme é sabido, a suautilização ainda tem muito potencial adesenvolver no sentido de poder contribuir paraa melhoria dos resultados a alcançar.A identificação através da arcada dentária émuito útil, principalmente quando se trata decorpos carbonizados ou esqueletizados. Noentanto, para isso ocorrer é necessário dispor deuma ficha dentária anterior (odontograma)fornecida pelo médico dentista (MD) e/ou médicoestomatologista (ME) da vítima e esse registo épeça basilar para a identificação humana, não sóde desconhecidos como de vítimas de catástrofesde qualquer espécie. A realização de um registodentário eficaz é um passo importante na gestãoeficiente da saúde oral dos doentes e namaximização do acto médico dentário, poispermite arquivar conjuntamente os processosadministrativo e clínico, exames complementaresde diagnóstico, fotografias e assim providenciarinformações às autoridades legais, no caso de sernecessário identificar um indivíduo, seu doente,além da partilha com outros profissionais desaúde.A implementação de um sistema comum aos MDe/ou ME, de fácil aplicação e utilização, quepudesse ser posto em prática sempre quesolicitado, através de uma ficha dentária,representa uma mais-valia para situações deidentificação humana através das estruturasdentárias. A realização de uma ficha dentária tipo,tem como primeira grande vantagem apossibilidade de se obter uma identificaçãopositiva, na ausência de dados identificadorestradicionais, tais como, roupa, adornos e jóias,documentos, entre outros, assim como a nãonecessidade de utilizar exames mais complexos,morosos e dispendiosos, como é o do ácidodesoxirribonucleico (ADN).O correcto e completo preenchimento da ficha

Maria Inês GuimarãesMédica dentista

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geral I opinião

dentária, no dia-a-dia do MD e/ou ME, permite emcaso de identificação médico-legal, compararcaracterísticas AM, existentes nessas mesmasfichas dentárias, com características PM paraassim obter uma identificação positiva, ou excluirqualquer tipo de possibilidade de identificação. Apresença de erros/falhas no correctopreenchimento dos registos clínicos, assim comoa conservação desses dados, tem implicaçõesdirectas nos resultados a obter. A uniformizaçãodas fichas dentárias e a sua utilização em suportedigital permitirá colmatar omissões que surgemdevido à ausência de regulamentação sobre oconteúdo das fichas dentárias. Nomeadamente,minimizar as ocorrências de:Não registo de tratamentos anteriores e efectuados;Erros na identificação do dente/quadrante;A inexistência de actualizações e anotaçõesrelativas a diversas particularidades;E ainda o facto de cada MD e/ou ME desenhar asua própria ficha dentária.

Neste trabalho efectuou-se uma proposta de fichadentária tipo, com informação útil no caso deidentificação humana, dando a conhecer ascaracterísticas intra e extra-orais mais importantesque devem constar desses mesmos registos diários,e avaliou-se a importância do estudo das arcadasdentárias como método de identificação humanaem situações de grandes catástrofes. Pretendeu-seconceber e discutir uma ficha dentária universal,útil para a prática clínica diária do MD/ME, bemcomo para a uniformização dos dados econsequente benef ício na identificação humanaem situações de grandes catástrofes. �

“A primeira identificação feita atravésdos dentes foi a dos nossos pais Adão e Eva,na maçã que trincaram”,(Danielsen, 1973)

Consulte o artigo completo emhttp://link.omd.pt/r6ficha

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internacional I europa

A Comissão Europeia adoptou a 31 de Março umprogramadetrabalhocom34prioridadesestratégicaspara cumprir até final do ano, a começar pelaestratégia da União Europeia (UE) destinada aultrapassar a crise económica.Relativamente ao sector da saúde, «serão tomadasmedidas que vão melhorar a saúde pública eassegurar a segurança dos consumidores», sintetizao documento.Isto levará à implementação da estratégia de Saúdeda UE, da qual vai resultar o segundo programacomunitário no domínio da saúde, terminando oprocessodeco-decisãosobreosdireitosdospacientesnos cuidados de saúde transfronteiriços e na doaçãoe transplante de órgãos, bemcomoa actualizaçãodo

Comissão Europeia

Prioridades europeias para a Saúdetrabalho sobre a gripe pandémica e as ameaças àsaúde pública.Também será aprovada nova legislação sobreprodutos farmacêuticos que «vai ajudar a garantirmedicamentos seguros para os pacientes,salvaguardando a competitividade do sector».«Chegámos a acordo sobre as nossas prioridades edefinimos ainda uma lista indicativa de iniciativaspara os próximos anos», disse o presidente doExecutivo comunitário, JoséManuelDurãoBarroso.“O momento de agir” é o título do programa detrabalhodaComissãoBarroso II, emfunçõesdesdeoinício de Fevereiro passado. Este segundomandato àfrente do Executivo comunitário prolonga-se até 31de Outubro de 2014.�

Eurobarómetro sobre Tabaco

Portugueses fumamacima damédia europeia

Quaseumemcadaquatroportugueses (23porcento)fumam, percentagem que está abaixo da média dosEstados-membros da União Europeia (UE27 29 porcento).No entanto, os portugueses fumam mais do que osrestantes europeus. Em Portugal, cada fumadorconsome15,5 cigarros por dia, contra umamédia de14,4 nos Estados-membros, indica umEurobarómetro, publicado em Maio, no âmbito doDia Mundial Sem Tabaco.O inquérito revela também que há mais homens(Portugal 30 por cento, UE 35 por cento) do quemulheres (PT17porcento,UE25porcento)a fumar.Emtermosde idades, omaiornúmerode fumadoresencontra-sena faixa etária dos 40 aos 54 anos (PT35por cento,UE35por cento), seguindo-se ados25-39(PT 32 por cento, UE 37 por cento) e dos 15-24 (PT22 por cento, UE 35 por cento).Com mais de 55 anos, apenas oito por cento dosportugueses e 17 por cento da média dos europeusdizem ser fumadores.A maioria dos portugueses (64 por cento) dizemnunca ter fumado (UE 49 por cento) e 13 por cento

(22porcentoUE)respondemjá terdeixadode fumar.Em relação à exposição passiva ao fumo no local detrabalho, 81 por cento dos portugueses dizemnuncaou quase nunca a sofrerem (UE 76 por cento).Também nos restaurantes a maioria dosrespondentes diz estar isenta da exposição ao fumode tabaco (PT 82 por cento, UE 69 por cento).Quanto aos factores que influenciam a escolha deuma marca específica de tabaco, a maioria dosfumadores disse ser o sabor (PT81por cento,UE78por cento), seguindo-se o preço (PT 51 por cento,UE 50 por cento), o teor de nicotina e níveis demonóxido de carbono (PT 51 por cento, UE 39 porcento) e, por fim, a embalagem(PT19por cento,UE15 por cento).Sobre as políticas de combate ao tabagismo, amaioria concorda com os avisos colocados nosmaços de tabaco (PT75por cento,UE75por cento)e comaaplicaçãodeumimpostoespecial sobreestesprodutos (PT 64 por cento, UE 67 por cento).Ficha técnica: Em Portugal foram realizadas, pelaTNSEuroteste, 1031entrevistas entreosdias 02e18de Outubro passado sobre esta matéria. �

Em Portugal, cadafumador consome

15,5 cigarros por dia,contra uma média

de 14,4 nosEstados-membros

omd I Junho 201028

«Serão tomadasmedidas que vãomelhorar a saúde

pública e assegurara segurança dosconsumidores»,

avança o documento

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internacional I europa

omd I Junho 201030

O receio de apanharem infecções hospitalares estáno topo das preocupações dos cidadãos dos 27países da União Europeia (UE), quando recorrem acuidados de saúde. Depois ainda têm medo dediagnósticos médicos incorrectos, insuficientes oumesmo demorados.Estas conclusões estão num Eurobarómetro sobresegurança e qualidade nos cuidados de saúde,resultado de quase 27 mil entrevistas pessoais acidadãos da UE. O estudo foi encomendado pelaDirecção Geral da Saúde e dos Consumidores.Segundo o Centro Europeu para Prevenção eControlo de Doenças, as infecções hospitalaresocorrem em 5% dos pacientes hospitalizados. Oque equivale a 4,1 milhões de pessoas. Emconsequência, o organismocomunitário estimaqueestas infecções causam cerca de 37 mil mortesanuais.

Situações adversasMais de 25% dos entrevistados afirmaram que elesou um membro da sua família viveram situações

Eurobarómetro

Nota negativa para saúde europeia

Metade dos europeusteme pela sua

segurança quandorecebe cuidados desaúde, nos hospitais

ou fora deles

adversas ligadas à saúde. No entanto, grande partedesses eventos, associados à gestão hospitalar, amédicos, enfermeiros ou farmacêuticos, ficaram, noentanto, sem formalização de queixa.Por país, mais de quatro em cada dez inquiridos naSuécia, Dinamarca, Letónia e Holanda dizem játerem sido confrontados comeventos adversos.Nolado oposto, mais de oito em cada dez inquiridosna Áustria, Grécia, Bulgária e Portugal dizem quenão experimentaram quaisquer eventos adversos.Quase um terço dos inquiridos não sabe qual é aentidade responsável pela segurança dopaciente noseu país. Outros vêem o Ministério da Saúde ou osprestadores de cuidados de saúde (ambulatório,hospital, médico, enfermeiro), como o organismosresponsáveis.A maioria dos entrevistados (73%) dizem que atelevisão é a sua principal fonte de informaçõessobre situações adversas em saúde, seguido porjornais e revistas (44%). Apenas 9% buscaminformações em estatísticas oficiais ou no hospital.Se fossem prejudicados no seu próprio país, amaioria dos inquiridos antecipamqueprocuraríama ajuda de um advogado, ou então a administraçãodo hospital ou Ministério da Saúde. Se o danoocorresse noutro Estado-membro, afirmaram queprimeiro contactaríam a embaixada ou consulado.Das pessoas que se submeteram a cirurgias, 17%dizem que nunca foi obtido consentimento porescrito.

Saúde do vizinho é melhor que a minhaA maioria dos inquiridos, cerca de 70%,considera o índice de qualidade de cuidados desaúde do seu país como boa ou muito boa, mas éobservada uma variação significativa em funçãodo país.Na verdade, em 16 dos Estados-membros, oscidadãos consideram que o seu país oferecepiores cuidados de saúde relativamente aosrestantes países da UE.Deste grupo, os países com cidadãos maisdescontentes com a qualidade dos cuidados desaúde nacionais são a Grécia (75% dizem ser fracaou muito má), a Hungria (72%), Roménia (69%),Bulgária (68%), Polónia (67%), Letónia (62%),Lituánia (58%) e Portugal (56%). �

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internacional I global

omd I Junho 201032

Quando os prestadores de cuidados desaúde têm boas condições de trabalho, opaciente é que fica a ganhar emqualidade.Esta convicção levou várias organizaçõesinternacionais ligadas à saúde, entre asquais a Federação Dentária Internacional(FDI), a lançarem uma campanha paradifundir as melhores práticas a aplicar nolocal de trabalho.Destinado a gestores e profissionais dasaúde, o projecto que ainda agoracomeçou – chamado “Positive PracticeEnvironments” (PPE) – vai prolongar-sepor muitos anos, garantem osorganizadores.«Os pacientes têm o direito ao melhordesempenho por parte dos prestadoresde cuidados de saúde. Isto só se conseguenum ambiente de trabalho que mantémos colaboradores bem preparados emotivados», sustentam.A campanha PPE vai ocupar, segundo osorganizadores, «um papel central» naquestão do sub-investimento em cursono sector da saúde, na escassez deprofissionais de saúde e na respectivadeteriorização das condições de trabalho.«Vamos promover a segurança e locais detrabalho rentáveis e saúdaveis,reforçando os sistemas de saúde embenef ício do paciente», acrescentam.As actividades de campanha já estão emcurso em Marrocos, Uganda e Zâmbia. Ainiciativa está aberta a todos os países,organizações de saúde e disciplinas desaúde.Além dos médicos dentistas, tambémaderiram à campanha as federaçõesinternacionais dos enfermeiros,fisioterapeutas, farmacêuticos, médicos eainda a Federação Internacional deHospitais.Na internet, os recursos, ferramentas eeventos da campanha podem serconsultados no endereçowww.ppecampaign.org. �

Campanha internacional

Locais de trabalho cinco estrelas

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parcerias I omd

A Ordem dos Médicos Dentistas estabeleceu umprotocolo de colaboração com o Diário Económicocom o objectivo de proporcionar aos seusmembros condições preferenciais e exclusivas,designadamente na redução do preço dasassinaturas do jornal Diário Económico, na suaversão digital.Na sequência desta parceria, será oferecido umacesso gratuito, durante três semanas, ao DiárioEconómico Digital.O Económico Digital é uma nova plataforma quepermite ler a partir das 23h00 de cada dia o jornaldo dia seguinte. Uma forma simples, rápida e eficazde dispor da informação a qualquer momento dodia, no seu computador.Através do Económico Digital, poderá aceder em

Diário Económico Digital

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