8
BATATA MILDIO A precipitação ocorrida nos últimos dias criou condições favoráveis ao aparecimento desta doença e as previsões meteorológicas continuam a ser favoráveis ao seu desenvolvimento. Aconselha-se a fazer um tratamento, com um produto sistémico ou penetrante. (ver lista de produtos em anexo) Míldio da batateira EPITRIX (ÁLTICA OU PULGUINHA) Ainda não se verificaram sintomas nos batatais da região. O tratamento contra esta praga deve ser feito se for detectada a sua presença no batatal. Os insecticidas autorizados para este efeito são os seguintes: -acetamiprida (EPIK SG), -bifentrina (TALSTAR), -tiaclopride (CALYPSO). (consulte o boletim técnico do INRB, em anexo) VINHA MÍLDIO / OÍDIO Também na vinha, a instabilidade do tempo verificada nos últimos dias criou condições favoráveis ao desenvolvimento destas doenças. Assim, efectue um tratamento, de preferência com um produto sistémico que combata em simultâneo o míldio e o oídio. (ver lista de produtos em anexo) O responsável pela Estação de Avisos Luís Sá (Técnico Superior) 6 Chaves, 23 de Maio de 2012 ATENÇÃO SR. AGRICULTOR PODE ENTREGAR AS EMBALAGENS VAZIAS DE PRODUTOS FITOFARMACEUTICOS NOS PONTOS DE RETOMA AO LONGO DE TODO O ANO. INFORME-SE JUNTO DO SEU FORNECEDOR

BATATA VINHA - drapn.mamaot.pt · A distribuição geográfica conhecida de E. similaris resume-se ... Os adultos são uns pequenos coleópteros negros e ovais com um comprimento

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BATATA MILDIO

A precipitação ocorrida nos últimos dias

criou condições favoráveis ao

aparecimento desta doença e as previsões

meteorológicas continuam a ser favoráveis

ao seu desenvolvimento.

Aconselha-se a fazer um tratamento, com

um produto sistémico ou penetrante.

(ver lista de produtos em anexo)

Míldio da batateira

EPITRIX (ÁLTICA OU PULGUINHA) Ainda não se verificaram sintomas nos

batatais da região. O tratamento contra

esta praga deve ser feito se for detectada a

sua presença no batatal.

Os insecticidas autorizados para este efeito

são os seguintes:

-acetamiprida (EPIK SG),

-bifentrina (TALSTAR),

-tiaclopride (CALYPSO).

(consulte o boletim técnico do INRB, em anexo)

VINHA MÍLDIO / OÍDIO

Também na vinha, a instabilidade do

tempo verificada nos últimos dias criou

condições favoráveis ao

desenvolvimento destas doenças.

Assim, efectue um tratamento, de

preferência com um produto sistémico

que combata em simultâneo o míldio e

o oídio.

(ver lista de produtos em anexo)

O responsável pela Estação de Avisos

Luís Sá

(Técnico Superior)

6 Chaves, 23 de Maio de 2012

ATENÇÃO SR. AGRICULTOR

PODE ENTREGAR AS EMBALAGENS VAZIAS DE

PRODUTOS FITOFARMACEUTICOS NOS PONTOS

DE RETOMA AO LONGO DE TODO O ANO.

INFORME-SE JUNTO DO SEU FORNECEDOR

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(dias)COSAN WP, MICROTHIOL SPECIAL DISPERSS Xi

ENXOFRE MOLHÁVEL CC, ENXOFRE MOLHÁVEL ORMENTAL, ENXOFRE MOLHÁVEL SELECTIS, STULLN

Is

BAGO DE OURO, ENXOFRE F EXTRA, FLOR DE OURO, PÓ D'OURO, PROTOVIL, COSAN WDG, FLOR DE OURO 98,5%

Is

COSAN ACTIVE FLOW, ENXOFRE FLOW SELECTIS, HÉLIOSOUFRE, LAINXOFRE L, SUPER SIX, STULLN FL

Xi

HEADLAND SULPHUR, SUFREVIT, ENXOFRE BAYER WG Is

THIOVIT JET, ENXOFRE MICRONIZADO AGROQUISA, ALASCA MICRO, KUMULOS S, ENXOFRE PALLARÉS 80 WG,

Xi

STULLN ADVANCE, BAGO DE OURO 98,5% Is

azoxistrobima QUADRIS, QUADRIS G, ORTIVA 21 N sim

azoxistrobina+folpete QUADRIS MAX 42 Xn;N sim

cresoxime metilo STROBY WG 35 Xn;N sim

quinoxifena ARIUS, VENTO 25 SC 21 Xi;N sim

enxofre+ quinoxifena VIXUS (1) 21 Xi;N sim

trifloxistrobina FLINT, CONSIST 35 Xi;N sim

FLINT MAX AL Is

FLINT MAX Xn;N

proquinazida TALENDO 28 Xn;N sim

fenebuconazol POLKA, INDAR 5 EW 28 Xn;N sim

flusilazol OLYMP 10 EW (2), VITE 10 Ew, FRUTASÃ (3), NUSTAR 40 EC (2) 7 T;N não

miclobutanil RALLY, FONGYS, FONGYS PRONTO, SELECTANE, SYSTANE 45 EW 21 Xn;N simTOPAZE Xi;NDOURO, PENCOL N

tebuconazol HORIZON, LIBERO TOP, FOX WG ADVANCE, AKORIUS, ENIGMA, RIZA, TEMPLO EW, FEZAN, SPARTA, LOUSAL, TEBUTOP GOLD, FOLICUR, TEBUTOP, MYSTIC 25 WG , FRUTOP 25 EW, ERASMUS

Xn;N

MYSTIC 250 EC T;N

ORIUS 20 EW Xn

tetraconazol DOMARK, EMINENT 125 14 N sim

espiroxamina PROSPER 35 Xn;N sim

boscalide+cresoxime-metilo COLLIS 35 Xn;N simmetrafenona VIVANDO 28 N simmeptildinocape KARATHANE STAR 21 Xn;N sim

QUADRISQUADRIS G, ORTIVA

azoxistrobina+folpete QUADRIS MAX 42 Xn;N simVITIPEC DUPLOVITIPEC DUPLO AZUL

cimoxanil+propinebe+tebuconazol MILRAZ COMBI 63 Xn;N simfolpete+piraclostrobina CABRIO STAR 42 Xn;N simpiraclostrobina CABRIO 35 Xn;N simcimoxanil+folpete+tebuconasol ENIGMA DUO 42 Xn;N sim

LEGENDA:

I. S. - Intervalo de segurançaC.T. - Classe toxicológica: - Is - isento - N - perigoso para o meio ambiente - Xi - irritante - Xn - nocivo - T - tóxicoP. I. - Protecção integrada

A consulta deste quadro não dispensa a leitura atenta do rótulo do respectivo produto fitofarmacêutico.

Fonte: site DGADR (2012)

N

cimoxanil+flusilazol+folpete 42 T;N

azoxistrobina 21

FUNGICIDAS ANTI-OÍDIO DA VIDEIRA

C.T.SUBSTÂNCIA ACTIVA NOME COMERCIAL I. S.

7

penconazol7

enxofre

---

tebuconazol+trifloxistrobina 35

sim

não

P.I

sim

sim

sim

sim

FUNGICIDAS ANTI-MÍLDIO E ANTI-OÍDIO

( 1 ) - Data Limite para Utilização 30/06/2012( 2 ) - Data Limite para Utilização 31/12/2012( 3 ) - Data Limite para Utilização 31/01/2013

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SUB. ACTIVA NOME COMERCIAL MODO DE ACÇÃO FOR. I.S C.T

CAPTANA SAPEC DF

MERPAN 80 WG

AKOTAN

CAPTANA SELECTIS

CAPTANA SAPEC 83

PERCATA

CAPTAN

MALVIN 83 WP

MERPAN 480 SC SC Xn:N

ciazofamida RANMAN, MILDICUT CONTACTO SC 7 N

clortalonil BRAVO 500 CONTACTO SC 14 Xn;N

NANDO 500 SC SC Xn;N

SHIRLAN SC Xi;N

folpete FOLPAN 80 WDG

FOLPETIS WG

BELPRON F-50

FOLPAN 50 WP

FOLPEC 50

FOLPEC 50 AZUL

FOLPAN 500 SC SC

mancozebe DITHANE NEOTEC Xn;N

PENNCOZEB DG Xn;N

NUFOSEBE 75 DG Xi

MANFIL 75 WG Xn;N

STEP 75 WG Xn;N

MANCOZEBE 80 VALLÉS Xi

NUFOZEBE 80 WP Xi

DITHANE M-45 Xi;N

FUNGENE Xi;N

MANCOZEBE SAPEC Xi;N

MANCOZEBE SELECTIS Xi;N

MANGAZEB Xi;N

MANZENE Xi;N

FUNGITANE AZUL Xn;N

FUNGITANE Xn;N

MANCOZAN Xn;N

NUTHANE Xn;N

PENNCOZEB 80 Xn;N

CAIMAN WP Xn;N

MANFIL 80 WP Xi;N

metirame POLYRAM DF CONTACTO WG 21 Xn;N

propinebe ANTRACOL CONTACTO WP 14 Xn;N

VITIPEC AZUL, VITIPEC WP

VITIPEC WG ADVANCE WG

SYGAN S SC

MILTRAT, MILTRIPLO WP

SYGAN LS WG

cimoxanil+famoxadona EQUATION PRO, GALACTICO PENETRANTE WG 14 Xn;N

CIMONIL C Xn;N

INACOP PLUS T;N

VITIPEC C Xn;N

CURZATE C, CIMOFARM C Xn;N

VITIPEC C WG ADVANCE WG Xn;N

cimoxanil+cobre(oxicloreto)+propinebe MILRAZ COBRE PENETRANTE WP 14 Xn;N

(cont.)

Xn;N

WG

7

Xn;N

WG

7

7

CONTACTO

WP

WPPENETRANTE

PENETRANTE

cimoxanil+folpete

cimoxanil+cobre(oxicloreto)

FUNGICIDAS PARA O MÍLDIO DA BATATEIRA

7 Xn;N

WP

7

PENETRANTE

T;N

Xn;N

captana

7CONTACTO

fluasiname

MG

CONTACTO 7

CONTACTOWP

cimoxanil+folpete+mancozebe

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CIMAZUL

CIMORAME M

DUETT-M

MAGMA DUPLO

MICENE PLUS AZUL

REMILTINE

TORERO

MICENE PLUS

VIRONEX M

CIMOFARM Xn;N

CURZATE M DF Xn;N

TORERO WG ADVANCE Xi;N

cimoxanil+metirame CIMORAME PENETRANTE WP 21 Xn;N

cimoxanil+propinebe MILRAZ PENETRANTE WP 14 Xn;Ndimetomorfe+mancozebe PARA-AT PENETRANTE WG 7 Xi;Ndimetomorfe+piraclostrobina CABRIO DUO PENETRANTE EC 3 Xn;Nmandipropamida REVUS PENETRANTE SC 21 N

mancozebe+zoxamida ADERIO PENETRANTE WG 7 Xi;N

benalaxil+mancozebe GALBEN M, TRETACOL M SISTÉMICO WP 14 Xi;N

benalaxil-M+mancozebe STADIO M, SIDECAR M

FANTIC M, CAPRI M

fluopicolida+propamocarbe VOLARE SISTÉMICO SC 14 Xi;N

cimoxanil+folpete+metalaxil EKYP TRIO AZUL SISTÉMICO WP 14 Xn;N

mancozebe+metalaxil M RIDOMIL GOLD MZ pépit; ROXAM MZ WG SISTÉMICO WG 14 Xn;N

metalaxil+ cobre (oxicloreto) CUPRAXIL SISTÉMICO WP 14 Xn;N

KADOS

HIDROTEC 20% HIBIO

KOCIDE OPTI

KOCIDE 35 DF

KOCIDE 2000

CHAMPION WP

GYPSY 50 WP, HIDROTEC 50% WP

FITOCOBRE

MACC 50

VITRA 40 MICRO ; COPERNICO 25% HIBIO WG

CHAMPION FLOW SCcobre (sulfato de cobre (tribásico) CUPROXAT CONTACTO SC 7 N

cobre (oxicloreto)+ iprovalicarbe MELODY COBRE SISTÉMICO WG 14 Xn;NSULFATO DE COBRE CADUBAL

SULFATO DE COBRE COMBI

SULFATO DE COBRE CRISTAL SAPECCALDA BORDALESA SAPEC

CALDA BORDALESA SELECTIS

BORDEAUX CAFFARO 13

CALDA BORDALESA CAFFARO 20

CALDA BORDALESA RSR

CALDA BORDALESA QUIMAGRO

CALDA BORDALESA QUIMIGAL Xi CALDA BORDALESA VALLES

CALDA BORDALESA NUFARM

PEGASUS WG WG

Fonte:site DGADR (2012)

Xi;N

WG

WP

XX 7

7

WG

Xn;N

WP

14 Xi;N

N

Xn;N

SISTÉMICO

WP

Xi;N

7

WP

14

cobre (sulfato)

cobre (sulfato de cobre e calcio-mistura bordalesa)

CONTACTO

CONTACTO

cimoxanil+mancozebe

PENETRANTE

mancozebe+metalaxil

Xi;N

cobre (hidróxido)

CONTACTO Xn;N7

SISTÉMICO WP

EKYP MZ, ARMETIL M, SABRE M;

CRUZADO MZ

A CONSULTA DESTE QUADRO NÃO DISPENSA A LEITURA ATENTA DO RÓTULO DOS PRODUTOS FITOFARMACÊUTICOS

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Epitrix similaris Gentner, é um pequeno coleóptero crisomelídeo pertencente à sub-família das álticas, ou “pulguinhas”, cujas larvas causam estragos nos tubérculos debatateira, roendo galerias superficiais sinuosas com uma aparência muito característica.É uma espécie exótica de origem norte-americana que foi identificada pela primeira vezem Portugal em 2008, pensando-se que terá sido introduzida acidentalmente em 2004,na região do Porto.Epitrix similaris tem uma morfologia e uma biologia muito semelhantes à de outrasespécies americanas do género Epitrix que atacam a batateira nos EUA e no Canadá,nomeadamente E. tuberis, E. subcrinita e E. cucumeris. Esta última espécie foi tambémidentificada em Portugal Continental, em 2008. Contudo, o seu contributo para osestragos observados em batata no País não foi ainda elucidado.

E. similaris sobre folha de batateira

1- Origem e distribuição geográficaEpitrix similaris é uma espécie originária dos EUA, onde foi descritaem 1944, a partir de material colhido em batateira na região daCalifórnia (EUA).A distribuição geográfica conhecida de E. similaris resume-se àCalifórnia (EUA), a Portugal Continental (zonas do Porto, Vale doMondego, Vale do Tejo, Oeste) e ao sul da Galiza (Espanha).Contudo, foram referidos estragos típicos de epitrix também nointerior do País (Covilhã e Chaves). A espécie E. cucumeris temuma distribuição mais vasta no continente americano, encontrando-se também estabelecida nos Açores, desde há três décadas, ondeaté à data não foi associada a estragos em tubérculos.

2- BiologiaO insecto hiberna no estado adulto, normalmenteem refúgios situados fora da plantação de batata emque se desenvolveu, nas fendas do solo, sob folhasou outros resíduos da cultura, em sebes ou emmargens não cultivadas. No início da Primavera, osadultos hibernantes saem dos abrigos e retomam aalimentação nas plantas solanáceas que estiveremdisponíveis, migrando para as batateiras depois daemergência destas. Após o acasalamento e umcurto período de pré-oviposição, as fêmeas iniciama postura dos ovos no solo, junto dos caules dabatateira, de uma forma escalonada no tempo.Depois da eclosão dos ovos, as larvas deslocam-separa a zona radicular da batateira, onde completamo seu desenvolvimento roendo raízes e a superfíciedos tubérculos. Terminada a fase larvar, as larvasabandonam os tubérculos e transformam-se empupas, no solo. Das pupas emergem os adultos deVerão, que dão início a uma nova geração deinsectos. O ciclo completo dura cerca de 6semanas.Devido à grande longevidade dos adultos e ao escalonamento das posturas, o período de emergência dos adultos deVerão pode ser longo e originar uma sobreposição desta geração com a geração hibernante.

Ciclo de vida de E. similaris em batateira

Epitrix similaris

Epitrix cucumeris

F. Q

uiri

no

C. B

oavi

da

Distribuição de E. similaris e E. cucumeris em Portugal em 2008

UIPP- BT / 04

BoletimTécnico

Pág. 1

Epitrix em Batateira – Epitrix similaris Gentner

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3- MorfologiaOs adultos são uns pequenos coleópteros negros e ovais com um comprimento decerca de 2 mm. Observados à lupa binocular, podem revelar uma tonalidadelevemente acastanhada na parte posterior dos élitros. Estes são percorridoslongitudinalmente por fileiras de pêlos brancos muito curtos e fileiras de impressõespunctiformes. As antenas são filiformes, com 11 segmentos e, tal como as patas, sãoum pouco mais claras que o resto do corpo. Os fémures das patas posteriores sãodilatados e sobressaem para os lados dos élitros. Os machos são geralmentemenores que as fêmeas. Os ovos são esbranquiçados, lisos e alongados. As larvas,esbranquiçadas e finas, têm uma pequena cabeça castanha e patas curtas junto àmesma. Embora no final do desenvolvimento, possam atingir 5 mm de comprimento,são difíceis de observar por fugirem rapidamente dos tubérculos desenterrados. Aspupas são esbranquiçadas e difíceis de detectar devido ao seu pequeno tamanho elocalização no solo.É de salientar que dada a grande semelhança morfológica existente entre os adultosdas espécies E. similaris e E. cucumeris, a identificação específica é tarefa de umespecialista, por se basear na observação microscópica de caracteres morfológicosinternos que requerem a dissecção dos insectos adultos.

Adulto de E. similaris e detalhe da pontuação e pubescência elitral

4- HospedeirosPara além da batateira, E. similaris foi encontrado em Portugal noutrasplantas da família das solanáceas, tanto cultivadas como Solanum

melongena (beringela) e Solanum jasminoides, como espontâneas,Solanum nigrum (erva-moira) e Datura stramonium (figueira do inferno).

A emergência dos adultos da geração deVerão começa em Maio-Junho. Ao longo doVerão, e possivelmente devido à diminuiçãode batateiras para se reproduzirem, umaproporção crescente dos adultos de E.

similaris refugia-se nos abrigos dehibernação. Em Portugal foram observadosadultos activos até ao mês de Outubro, emberingela e figueira-do-inferno, o quepoderá apontar para a existência de maisdo que duas gerações anuais. Os factoresdo meio que contribuem para limitar odesenvolvimento populacional da espécieainda são pouco conhecidos. Um factorimportante de mortalidade para os adultoshibernantes parece ser o encharcamentoinvernal do solo. Relativamente aosinimigos naturais de E. similaris, emPortugal foram observados adultos presosem teias de aranha, no final do Verão. Dinâmica populacional de E. similaris em cultura de Primavera

núm

ero

dead

ulto

s

C. B

oavi

da

Ataque de E. similaris em erva-moira

C. B

oavi

da

Epitrix em batateira – Epitrix similaris Gentner

5- Dinâmica populacionalEm Portugal encontram-se adultos activos desde Março. A colonização das batateiras por estes adultos que sobreviveram duranteo Inverno (geração hibernante) começa cedo, logo após a emergência, iniciando-se geralmente por focos localizados nasbordaduras do campo. Contudo, no caso de uma plantação muito atacada pela praga no ano precedente, podem ocorrerigualmente focos no interior da mesma, com origem em locais onde os adultos tenham hibernado, nomeadamente resíduos debatatas “secundeiras” ou de infestantes.

Pág. 2

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6- Estragos e importância económicaOs adultos roem numerosos orifícios pequenos e redondos nasfolhas (“crivado”). Estes estragos normalmente não afectam odesenvolvimento da planta nem a formação dos tubérculos. Aslarvas, pelo contrário, podem causar danos importantes, roendoraízes e a superfície dos tubérculos, que fica marcada por sulcosestreitos e sinuosos. Nalguns casos, as mordeduras são pontuais,prolongando-se para o interior do tubérculo numa curta galeriaescura, ou numa cunha, com poucos milímetros de profundidade.Embora estes estragos sejam geralmente removíveis pelo descasqueda batata, podem ser mais profundos, aumentando os desperdíciosde polpa, dificultando o processamento industrial dos tubérculos,provocando a rejeição por parte do consumidor e causando prejuízoseconómicos aos produtores. Não há registo de queixas de alteraçõesao nível do sabor dos tubérculos. No Canadá considera-se o nível de5% de tubérculos atacados por uma espécie próxima desta (E.

tuberis) como aceitável, sem incorrer na desvalorização da produção.As colheitas temporãs são normalmente menos afectadas porescaparem à multiplicação populacional que ocorre ao longo dasafra.

7- Meios de controloA estratégia mais indicada para controlar as populações de E. similaris é preventiva e assenta na utilização de medidasculturais, que diminuem as populações do insecto de ano para ano.Com os procedimentos culturais, designadamente a rotação da batateira com culturas não solanáceas, a eliminaçãodas “batatas-filhas” e a remoção dos resíduos da batateira e das infestantes no final da cultura, criam-se condiçõesdesfavoráveis à sobrevivência e multiplicação dos insectos na parcela cultivada e nas zonas adjacentes. Foi demonstradono Canadá que as populações da espécie E. tuberis são significativamente maiores nos campos de batata que sesucedem a culturas de batata, do que nos campos em que as culturas de batateira são espaçadas entre si no tempo, emrotação com culturas não solanáceas. Foi igualmente observado que pequenas populações da mesma espécie podemmanter-se activas numa parcela depois da colheita, quando são deixadas batatas esquecidas e pilhas de resíduos dacultura, que vão germinar e fornecer alimento ao insecto, para além de abrigos para hibernação. Quando viável, o cultivode variedades temporãs de batata pode ser utilizado como um recurso para minimizar estragos, por permitir adiantar acolheita e, deste modo, fugir à exposição dos tubérculos às populações mais densas do insecto.

Quando as medidas culturais se revelem insuficientes, ou não sejam possíveis de realizar, e perante a presença degrandes populações, o recurso a tratamentos com produtos insecticidas, repelentes ou fago-inibidores pode ter que serconsiderado.O tratamento visa os adultos da geração hibernante e respectivas posturas. Para ser mais eficaz, deverá ser realizado noinício da colonização das batateiras pelos insectos. Numa parcela com rotação de culturas adequada será, na maior partedas vezes, suficiente tratar apenas as primeiras linhas de uma ou mais bordaduras. Os produtos com base emsubstâncias activas piretróides e neonicotinóides são eficazes. Os produtos organofosforados, apesar de também seremeficazes, têm uma persistência de acção menor que os produtos anteriores e são ecotóxicos. Em agricultura biológicapodem usar-se insecticidas com base em azadiractina que também têm acção fago-inibidora.

Exemplo de utilização de plantação-armadilha

Locais de hibernação

Cultura da batateira

Batateiras-armadilha

Outra hipótese de controlo possível consisteem plantar numa faixa exterior da parcela umasegunda variedade de batata, mais temporãque, emergindo mais cedo do que a cultura,funcionará como uma armadilha, atraindo osadultos ao saírem dos refúgios de hibernação.

Aí poderão ser facilmente eliminados com umtratamento localizado, reduzindo-se assim oataque na cultura propriamente dita e anecessidade de tratar áreas mais extensas daparcela.

José Júlio Correia

C. Boavida

Epitrix em batateira – Epitrix similaris Gentner

Pág. 3

Estragos na parte subterrânea e na parte aérea da planta

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Nos EUA, a espécie E. tuberis revelou ser uma praga com tendência para desenvolver resistência a insecticidas. Para reduzir apressão de selecção e contrariar o aparecimento de resistência deve aplicar-se insecticida apenas com base na presença da pragaou num historial conhecido de pressão da praga num local. No caso de ser necessário realizar mais do que um tratamento duranteo período cultural, é imperativo alternar insecticidas com diferentes modos de acção e nunca tratar a mesma geração do insectomais do que uma vez com produtos dotados do mesmo modo de acção.

Comparação do efeito da época de tratamento na dinâmica populacional de E. similaris em cultura de Primavera

8- MonitorizaçãoA monitorização da parcela para detectar a presença de adultos permite fundamentar a necessidade de tratar, ou não. O primeirosinal da presença dos adultos de E. similaris é o aparecimento de um crivado miudinho nas folhas das batateiras e das infestantesdas bordaduras. A observação atenta da folhagem revela a presença dos coleópteros, que podem fugir rapidamente, quandoincomodados, dando um salto vigoroso. Como a colonização pelos adultos da geração hibernante tem início nas bordaduras, amonitorização deverá começar nestas, a partir da emergência da batateira, para detectar perfurações e adultos. Semanalmente,observa-se cuidadosamente a folhagem das batateiras das primeiras filas e cabeceiras das bordaduras, em 4-5 locais porbordadura, e mais tarde, quando as plantas atingem cerca de 30 cm de altura também em 4 locais suplementares no centro daparcela. Em cada um destes locais, observam-se 10 plantas seguidas numa linha, durante cerca de 5 segundos cada. No Canadá,quando as batateiras atingem cerca de 30 cm de altura, a monitorização passa a ser feita com um saco de batimento. O níveleconómico de ataque não foi ainda estabelecido em Portugal, pelo que se recomenda tratar ao aparecimento do insecto, masapenas as bordaduras atacadas. De facto, no Canadá, em campos com rotações e limpeza bem executadas, a monitorização éfeita só nas linhas das bordaduras, numa faixa de 15-20 metros de largura. Se o nível económico de ataque (n.e.a.) for atingido otratamento é então realizado, exclusivamente nesta faixa.

Autor: Conceição Boavida - INRB,IP Março / 2010.Agradecimentos: a José Júlio Correia (Cooperativa Agrícola de Coimbra) e a Rita Teixeira (INRB.I.P.), pela cedência de fotografias.Bibliografia: Ambrosino, M. (2008). Flea Beetle Pest Management for Organic Potatoes. EM 8947 – January, Extension Service, Oregon StateUniversity. :: Boavida C. e Germain J.-F. (2009. Identification and pest status of two exotic flea beetle species newly introduced in Portugal: Epitrixsimilaris Gentner and Epitrix cucumeris (Harris). Bulletin OEPP/EPPO Bulletin 39: 501-508. :: Cranshaw, W.S. (2008). Flea Beetles. Quick facts…Colorado State University Extension. on-line em http://www.ext.colostate.edu/pubs/insect/05592.html, em 12/11/2008 :: Cusson, M., Vernon, R. S.e Roitberg, B. D. (1990). A Sequential Sampling Plan for Adult Tuber Flea Beetles (Epitrix tuberis Gentner): Dealing with “Edge Effects”. Can. Ent.122: 537-546. :: Gentner L. G. (1944). The black flea beetles of the genus Epitrix commonly identified as cucumeris (Harris) (Coleoptera:Chrysomelidae). Reprinted from Proceedings of the Entomological Society of Washington 46 (6): 137-149. :: Kabaluk, J. T. e Vernon, R. S. (2000)Effect of Crop Rotation on Populations of Epitrix tuberis (Coleoptera: Chrysomelidae) in Potato. J. Econ. Entomol. 93 (2): 315-322.

Epitrix em batateira – Epitrix similaris Gentner

Pág. 4

Inicio da colonização por E. similarisPlantas com mais de 30 cm de altura

Exemplo do procedimento para realizar a monitorização ( grupos de 10 plantas)

Dinâmica da população não tratadaDinâmica da população tratada nú

mer

o de

adu

ltos

núm

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de a

dulto

s

tempotempo