49
Estudo do quadro funcional dos bancos centrais após a crise financeira de 2008 e do Banco Central do Brasil no período 1995-2016 Fevereiro/2015 Comissão dos Aprovados do Banco Central do Brasil

BCB Estudo Comparativo Bancos Centrais Versão 4.0 2015

Embed Size (px)

DESCRIPTION

comparação do BCB, Banco Central do Brasil, com demais bancos centrais do mundo

Citation preview

Page 1: BCB Estudo Comparativo Bancos Centrais Versão 4.0 2015

Estudo do quadro

funcional dos bancos

centrais após a crise

financeira de 2008 e

do Banco Central do

Brasil no período

1995-2016

Fevereiro/2015

Comissão dos Aprovados do Banco Central do Brasil

Page 2: BCB Estudo Comparativo Bancos Centrais Versão 4.0 2015

RESUMO

A grande maioria dos bancos centrais mundiais tem seguido recomendações das principais

instituições multilaterais no sentido de incrementar seu quadro funcional após a crise

financeira de 2008, e vem, com isso, fortalecendo seus agentes supervisores e aumentando

seu poder regulatório sobre o sistema financeiro. Em contrapartida, o Banco Central do

Brasil (BCB) vem mostrando decréscimo do seu capital humano, apresentando perda de

aproximadamente 20% do seu efetivo desde a crise de 2008 até os dias atuais, expondo-o,

assim, a uma iminente crise operacional. Atualmente, a autarquia tem um déficit de

aproximadamente 37% da sua capacidade total, de acordo com a Lei 9.650/98, de tal forma

que a necessidade de reposição do quadro funcional é imediata para assegurar o

cumprimento de sua missão institucional.

Page 3: BCB Estudo Comparativo Bancos Centrais Versão 4.0 2015

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 1

2. OBJETIVO ....................................................................................................................... 2

3. ANÁLISE E RECOMENDAÇÕES DOS ORGANISMOS INTERNACIONAIS PÓS-

CRISE DE 2008 .................................................................................................................... 4

4. EFETIVO DOS PRINCIPAIS BANCOS CENTRAIS .................................................... 8

5. NOVAS ATRIBUIÇÕES DO BANCO CENTRAL DO BRASIL ................................ 16

6. EFETIVO DO BANCO CENTRAL DO BRASIL NO PERÍODO 1995-2016

6.1 EVOLUÇÃO DO QUADRO FUNCIONAL DO BANCO CENTRAL NO

PERÍODO 1995-2014 .............................................................................................. 21

6.2 SAÍDA DE SERVIDORES NO PRÓXIMO BIÊNIO (2015-2016) ................. 25

6.3 CENÁRIOS COM NOMEAÇÕES NO BANCO CENTRAL DO BRASIL ... 27

7. CONCLUSÃO ................................................................................................................ 33

8. ANEXOS

ANEXO I – EFETIVO DOS BANCOS CENTRAIS PARA CADA 100 MIL

HABITANTES ....................................................................................................... 35

ANEXO II – VARIAÇÃO DO EFETIVO DOS BANCOS CENTRAIS DE 2008 A

2013 ......................................................................................................................... 39

9. REFERÊNCIAS ............................................................................................................. 43

Page 4: BCB Estudo Comparativo Bancos Centrais Versão 4.0 2015

GRÁFICOS E QUADROS

GRÁFICOS

Gráfico 1: Variação percentual da força de trabalho dos principais bancos centrais mundiais entre o período

de 2008 a 2013 .................................................................................................................................................. 9

Gráfico 2: força de trabalho no FED entre 1995 e 2013 ................................................................................... 11

Gráfico 3: força de trabalho nos bancos centrais para cada 100.000 habitantes ............................................... 12

Gráfico 4: evolução da força de trabalho entre 1995 e 2014 ............................................................................ 21

Gráfico 5: evolução da quantidade de cargos vagos no BCB entre 1995 e 2014 ............................................. 22

Gráfico 6: comparação da força de trabalho no FED (EUA) x no BCB no período 1995-2013 ...................... 24

Gráfico 7: força de trabalho e projeções para 4 cenários de nomeações ......................................................... 28

QUADROS

Quadro 1: variação percentual da força de trabalho dos bancos centrais mundiais entre o período de 2008 a

2013 .................................................................................................................................................................. 10

Quadro 2: comparação da força de trabalho quantitativa dos principais bancos centrais mundiais, a população

de cada região e a força de trabalho para cada 100.000 habitantes .................................................................. 13

Quadro 3: dados referentes ao Banco Central do Brasil quanto à quantidade e posição no ranking da força de

trabalho/100.000 habitantes e a variação do efetivo entre 2008 e 2013 ........................................................... 13

Quadro 4: evolução da força de trabalho no BCB entre 1995 e 2014 .............................................................. 23

Quadro 5: detalhamento das aposentadorias efetivadas entre 2012 e 2014 e das projeções para o biênio 2015-

2016 ................................................................................................................................................................. 25

Quadro 6: saídas do BCB entre 2012 e 2014 e projeção para o biênio 2015-2016 .......................................... 26

Quadro 7: detalhamento da projeção com a nomeação de 500 especialistas e de 15 procuradores ................. 29

Quadro 8: detalhamento da projeção com a nomeação de 750 especialistas e de 22 procuradores .................. 29

Quadro 9: evolução da força de trabalho do BCB e projeção com nomeações ............................................... 30

(a) Nomeação de 500 especialistas e de 15 procuradores ........................................................................ 30

(b) Nomeação de 750 especialistas e de 22 procuradores ........................................................................ 30

Quadro 10: detalhamento da projeção com a nomeação de 1030 especialistas e de 50 procuradores ............. 31

Quadro 11: detalhamento da projeção com a nomeação de 1030 especialistas e de 50 procuradores no

concurso de 2014 e realização de concurso com nomeação de 604 especialistas e procuradores em 2016 ..... 31

Quadro 12: evolução da força de trabalho do BCB e projeção com nomeações ............................................. 32

(a) Nomeação de 1030 especialistas e de 50 procuradores ...................................................................... 32

(b) Nomeação de 1030 especialistas e de 50 procuradores e realização de novo concurso com a

nomeação de 604 especialistas e procuradores em 2016 ......................................................................... 32

Page 5: BCB Estudo Comparativo Bancos Centrais Versão 4.0 2015

1

1. INTRODUÇÃO

Após a crise financeira mundial de 2008, conhecida como crise dos subprimes,

evidenciou-se a frágil capacidade das instituições financeiras em absorverem choques e

perdas, colocando em risco o sistema financeiro como um todo e, consequentemente, a

economia dos países. Assim sendo, estabeleceu-se a necessidade de novas propostas de

regulação bancária, motivo pelo qual o Basel Committee on Banking Supervision (BCBS)

editou o Basiléia III, com recomendações relativas à estrutura de capital de instituições

financeiras, dentre outras medidas, e que foi adotado pela maioria dos Estados nacionais,

incluindo o Brasil.

Nesse sentido, os bancos centrais têm investido no fortalecimento dos seus quadros

funcionais como forma de combater crises e de se prevenir contra novas ondas de

desregulamentação e supervisões financeiras precárias, revigorando a estabilidade

financeira e a promoção do crescimento econômico sustentável.

Em consonância com essa visão, análises do Fundo Monetário Internacional (FMI),

Basel Committee on Banking Supervision (BCBS), Banco Central Europeu (BCE), Federal

Reserve (FED), Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e

demais organismos internacionais demonstram a preocupação em fortalecer os bancos

centrais a fim de que novas crises sistêmicas sejam evitadas. Dessa forma, o aumento do

quadro funcional efetivo dos organismos supervisores foi elencado como uma das

principais frentes no processo de fortalecimento da estabilidade do sistema financeiro e no

combate à crise. Logo, verificou-se grande ênfase no investimento em recursos humanos,

em decorrência do aumento da complexidade na atuação dos bancos centrais.

Concomitantemente à recomendação dos organismos internacionais de reforço no

quadro efetivo funcional dos bancos centrais, as atribuições do Banco Central do Brasil

(BCB) aumentam com a complexidade crescente do sistema financeiro nacional,

necessitando, portanto, também de maior efetivo para fazer frente às novas atribuições.

Dentre essas, destacam-se: modificações na regulação e na supervisão dos arranjos

de pagamentos; inclusão financeira com o aumento consistente dos correspondentes

bancários; e na promoção de programas de educação financeira da população.

Em decorrência do advento da globalização da economia, os sistemas financeiros

nacional e internacional têm mudado frequentemente, tornando-se, cada vez mais,

interdependentes e conectados. Portanto fortalecer os bancos centrais se tornou

fundamental nos próximos anos.

Page 6: BCB Estudo Comparativo Bancos Centrais Versão 4.0 2015

2

De acordo com o Central Bank Directory de 20141, a crise financeira mudou a

forma de atuação dos bancos centrais. Uma das frentes de atuação tem sido na área de

estabilidade financeira, com os bancos centrais recebendo maior autonomia na política

macroprudencial e, em alguns casos, uma responsabilidade mais abrangente na supervisão

direta do sistema financeiro. Isto significa a necessidade de mais pessoal nos bancos

centrais. Talvez o exemplo mais óbvio disso seja em Frankfurt, onde o Banco Central

Europeu, pronto para mudar-se para seus novos escritórios, anunciou que vai continuar a

locar o “velho” Eurotower para abrigar a nova equipe de supervisão. Necessidades do pós-

crise devem exceder planos da pré-crise. De fato, depois de vários anos de declínio, o

quantitativo de pessoal dos bancos centrais está em ascensão.

2. OBJETIVO

O estudo tem a finalidade de demonstrar que as recomendações das instituições

multilaterais são no sentido de reforçar os efetivos de pessoal dos bancos centrais, fato que

vem sendo acompanhado pelas autoridades monetárias ao longo desses anos pós-crise.

Já, no panorama brasileiro, o estudo objetiva revelar que, em oposição às

recomendações e à tendência ao fortalecimento do quadro funcional dos bancos centrais,

vem ocorrendo um cenário de enfraquecimento de recursos humanos no Banco Central do

Brasil no período entre 2008 e 2014, expondo uma iminente crise institucional se não

houver reposição adequada de pessoal.

1 HORÁKOVÁ, M., JORDAN, A., 2014. Central Bank Directory. p. xv

Page 7: BCB Estudo Comparativo Bancos Centrais Versão 4.0 2015

AAnnáálliissee ee RReeccoommeennddaaççõõeess ddooss OOrrggaanniissmmooss

IInntteerrnnaacciioonnaaiiss PPóóss--ccrriissee ddee 22000088

Page 8: BCB Estudo Comparativo Bancos Centrais Versão 4.0 2015

4

3. ANÁLISE E RECOMENDAÇÕES DOS ORGANISMOS INTERNACIONAIS

PÓS-CRISE DE 2008

Desde a eclosão da crise de 2008, diversas análises foram feitas a respeito dos

motivos que levaram à instabilidade do sistema financeiro mundial, apontando a

flexibilidade nas regras de supervisão como a principal causa. Esse fato ocasionou a

elaboração de novos mecanismos por instituições financeiras - aumentando o grau de

alavancagem destas - sendo que esses instrumentos não estavam no âmbito legal dos

órgãos supervisores. Logo, tal feito proporcionou aumento do risco sistêmico, ocasionando

consequências desastrosas na economia americana e sua disseminação para outras

economias mundiais.

Uma dessas análises foi realizada pelo FMI no documento Financial Stability

Frameworks and the Role of Central Banks: Lessons from the Crisis de 20092, o qual

chegou à conclusão de que o sucesso da política de estabilidade financeira não depende

apenas do quadro nacional de política. Outros fatores importantes são: clareza institucional

sobre a forma como os mercados financeiros respondem às ações políticas regulatórias e

monetárias; a qualidade da liderança dos bancos centrais e das agências de supervisão; e os

recursos humanos disponibilizados para essas agências.

Ainda segundo o Report do FMI, se a um banco central é dado um papel mais forte

na estabilidade financeira, incluindo maior influência sobre a regulamentação prudencial

das instituições individuais, bem como um papel mais bem definido na sua resolução, esses

poderes têm de ser complementados por mecanismos robustos que garantam a

transparência e independente prestação de contas das ações do banco central na

salvaguarda da estabilidade financeira.

No tocante a tais mecanismos, o documento Core Principles for Effective Banking

Supervision, emitido pelo BCBS, comitê responsável por estabelecer recomendações

prudenciais de supervisão bancária - conhecido como Acordo de Basileia – formado por

membros de diversos países, incluindo o Brasil, ligado ao Bank for International

Settlements (BIS), ampliou em 20123 o quantitativo de princípios para uma supervisão

bancária efetiva, estabelecendo 29 no total. Nesse contexto, no seu segundo princípio, cita

a necessidade do supervisor possuir independência operacional, transparência nos

2 FMI, 2009. Financial Stability Frameworks and the Role of Central Banks: Lessons from the Crisis, p. 54 e 55. 3 BIS, 2012. Core Principles for Effective Banking Supervision, p. 10 e 23

Page 9: BCB Estudo Comparativo Bancos Centrais Versão 4.0 2015

5

processos, boa governança, processos orçamentários que não prejudiquem sua autonomia e

seus recursos e ser responsável pela execução dos seus deveres e do uso de seus recursos.

Neste princípio, o documento emanado pelo BCBS elenca nove critérios essenciais

para a conduta de supervisão bancária efetiva e, no sexto, é indicada a importância de

haver um quadro funcional adequado para a realização de suas atribuições: um orçamento

que provenha pessoal (staff) em quantidade suficiente e com habilidade adequada ao perfil

de risco e importância sistêmica dos bancos e grupos bancários supervisionados.

Mais uma vez, assim como concluiu o FMI, verifica-se a necessidade de um quadro

funcional em número apropriado para supervisionar efetivamente instituições bancárias e

as demais instituições do sistema financeiro. A falta de recursos humanos compromete essa

vital atribuição de garantir a estabilidade de todo o sistema financeiro e o combate a crises

financeiras.

Além disso, visão semelhante da importância em reforçar o quadro de funcionários

dos órgãos supervisores é percebida no documento The Financial Crisis – Reform and Exit

Strategies de 20094, da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico

(OCDE) que, no tópico sobre “fortalecer o cenário regulamentar”, dentre as três medidas

elencadas, apresenta no item “regras prudenciais e conduta de negócios” duas necessidades

para potencializar o número de funcionários: supervisão e regulamentação.

Em relação à supervisão bancária, segundo a OCDE, relativamente poucos

recursos, medidos pela quantidade de funcionários, têm sido destinados à supervisão

financeira nos últimos anos. O estudo considera não ser possível avaliar se esses recursos

foram adequados ou suficientes sem que haja análise da gestão, mas adverte que eles têm

sido pequenos em comparação com o tamanho das instituições supervisionadas. A

organização finaliza afirmando que, sem aumentos substanciais, apenas ambições

relativamente modestas na supervisão poderão ser verificadas.

Sobre a regulamentação, a ênfase principal deve ser dada ao processo de regras

prudenciais e regras de conduta de negócios, as quais formam o cenário regulatório e que

fazem provisões para aplicá-las. De acordo com a análise, essas regras influenciam no

comportamento dos agentes econômicos e, se bem projetadas, podem e devem alinhar os

incentivos para gerar resultados de mercado que reflitam em um equilíbrio prudente entre

risco e busca de retorno. Tal utilização, ainda segundo a OCDE, é essencial, uma vez que

regras não aplicadas provavelmente serão ignoradas, podendo abrir lacunas a fraudes e

4 OCDE, 2009. The Financial Crisis – Reform and Exit Strategies, p. 32 e 33

Page 10: BCB Estudo Comparativo Bancos Centrais Versão 4.0 2015

6

outros abusos. Isso aponta para a necessidade de assegurar que recursos humanos,

financiamentos e processos devam estar presentes para que essas regras sejam

efetivamente aplicadas.

Por fim, percebe-se que, em grande parte das análises sobre a crise de 2008, os

órgãos integrantes do Sistema Financeiro Internacional e demais autoridades monetárias

nacionais sinalizaram que uma das frentes a seguir no período pós-crise é o fortalecimento

dos efetivos nos bancos centrais. Dessa forma, os resultados esperados seriam: prevenir

crises futuras, através do reforço das instituições supervisoras, com o objetivo de garantir a

fiscalização eficaz do mercado; e regular, de forma mais contundente, os agentes

financeiros.

Page 11: BCB Estudo Comparativo Bancos Centrais Versão 4.0 2015

EEffeett

BB

ttiivvoo ddooss PPrriinncciippaaiis

BBaannccooss CCeennttrraaiiss

iiss

Page 12: BCB Estudo Comparativo Bancos Centrais Versão 4.0 2015

8

4. EFETIVO DOS PRINCIPAIS BANCOS CENTRAIS

Seguindo as análises e recomendações dos organismos multilaterais, os bancos

centrais têm intensificado a conduta de reforçar seus quadros funcionais. Exemplos dessa

tendência podem ser vistos principalmente no Federal Reserve System (FED) e no Banco

Central Europeu (BCE).

De acordo com o Annual Report: Budget Review 20135 do FED, o orçamento da

instituição aumentou em 428 milhões de dólares em comparação com o ano de 2012. Esse

fato decorre, principalmente: do planejamento adicional de pessoal na função de

supervisão relacionada ao crescimento do portfólio; maior carga de trabalho de supervisão;

e requisitos previstos no Dodd-Frank Act, lei que representa a mais abrangente reforma de

regulamentação financeira desde a Grande Depressão.

Em 2014, o BCE6 iniciou a contratação de 800 funcionários para incrementar o

Single Supervisor Mechanism (SSM), novo órgão da União Europeia que será único

supervisor europeu para os bancos da Zona do Euro e para qualquer outro Estado-Membro

que desejar participar. O objetivo da instituição é ser um supervisor robusto e eficaz,

contribuindo para a segurança e solidez dos bancos em sua área de atuação.

Analisando o período 2008-2013, tal tendência de reforçar o quadro funcional dos

bancos centrais desde a crise financeira de 2008 (gráfico 1) tem sido vista, principalmente,

a partir de 2010, no BCE, no FED e nos demais bancos centrais dos países do G7.

Em contrapartida, o Banco Central do Brasil, desde a crise, perdeu

aproximadamente 20% do seu efetivo, comportamento oposto aos principais bancos

centrais dos países desenvolvidos, demonstrando a necessidade de reforçar seu quadro

funcional de forma a garantir o cumprimento eficaz de sua missão institucional - assegurar

a estabilidade do poder de compra da moeda e um sistema financeiro sólido e eficiente.

Ressalta-se que as áreas de atuação dos bancos centrais podem, grosso modo, ser

sintetizadas em 2 grandes grupos: política monetária e fiscalização. Porém, cada banco

central ou grupo de bancos centrais tem sua própria divisão de tarefas.

5 Board of Governors do Federal Reserve System, 2013. Annual Report: Budget Review. p. 10 6 BCE, 2014. Toward the European Banking Union: achievements and challenges.

Page 13: BCB Estudo Comparativo Bancos Centrais Versão 4.0 2015

Salienta advertir também que esse estudo objetiva apresentar a variação percentual

do quadro funcional de cada banco central ou de cada grupo de bancos centrais, em

comparação com seus próprios quadros funcionais nos anos pós

análise compara a variação percentual entre os efetivos dessas instituições.

Gráfico 1 - Variação percentu

Fontes: Central Bank Directory

2013 do BCE7 / Relatório RH em nú

A partir da conjuntura exposta, percebe

a tendência mundial em relação ao fortalecimento do seu quadro funcional. Concluindo

que, em um momento de maior necessidad

da autoridade monetária brasileira reduziu vertiginosamente, colocando em risco

7BCE, 2013. Relatório Anual 20138 BCB, 2011, 2012, 2013, 2014. Relatório RH em Dezembro/2013, Dezembro/2012 e Dezembro/2011

Salienta advertir também que esse estudo objetiva apresentar a variação percentual

de cada banco central ou de cada grupo de bancos centrais, em

comparação com seus próprios quadros funcionais nos anos pós-crise. Posteriormente, a

análise compara a variação percentual entre os efetivos dessas instituições.

ariação percentual da força de trabalho dos principais bancos centrais mundiais

entre o período de 2008 a 2013

Central Bank Directory20141/ Annual Report: Budget Review 2013 do FED

/ Relatório RH em números do BCB (edições de Dezembro/2013, Dezembro/2012 e

Dezembro/2011)8

A partir da conjuntura exposta, percebe-se que o Banco Central do Brasil contraria

a tendência mundial em relação ao fortalecimento do seu quadro funcional. Concluindo

que, em um momento de maior necessidade de reforço funcional, o quadro de servidores

da autoridade monetária brasileira reduziu vertiginosamente, colocando em risco

BCE, 2013. Relatório Anual 2013 , 2011, 2012, 2013, 2014. Relatório RH em Números do BCB. Edições de Dezembro

, Dezembro/2012 e Dezembro/2011

9

Salienta advertir também que esse estudo objetiva apresentar a variação percentual

de cada banco central ou de cada grupo de bancos centrais, em

crise. Posteriormente, a

análise compara a variação percentual entre os efetivos dessas instituições.

dos principais bancos centrais mundiais

5 / Relatório anual de

zembro/2013, Dezembro/2012 e

se que o Banco Central do Brasil contraria

a tendência mundial em relação ao fortalecimento do seu quadro funcional. Concluindo-se

e de reforço funcional, o quadro de servidores

da autoridade monetária brasileira reduziu vertiginosamente, colocando em risco a

Números do BCB. Edições de Dezembro/2014,

Page 14: BCB Estudo Comparativo Bancos Centrais Versão 4.0 2015

estabilidade do sistema financeiro nacional e, por conseguinte, a

brasileira.

O quadro 1, apresentado a seguir

trabalho entre o período de 2008 a 2013 n

econômicos mundiais, tendo

Quadro 1: variação percentual da força de trabalh

Fontes: Central Bank Directory 2014

2013 do BCE7 / Relatório RH em números do BCB (edições de Dezembro/2013, Dezembro/2012 e

O quadro apresentado revela que o BCB liderou, em quase todos os anos exibidos,

as maiores variações negativas da força de trabalho. De tal forma, a autoridade acumulou,

ao longo dos anos pós-crise, uma redução percentual de 20,26%, bem ac

apresentada pelos BRICS,

responsável pela segunda maior variação negativa

de 3,13%, terceira maior variação negativa.

O gráfico 2 apresenta

Nos EUA, onde a desregulamentação e

presentes de forma mais intensa, ocorreram as consequências diretas e mais desastrosas da

crise de 2008, alastrando a instabilidade

financeiro nacional e, por conseguinte, a

, apresentado a seguir, mostra a variação percentual

entre o período de 2008 a 2013 nos bancos centrais dos principais agentes

econômicos mundiais, tendo como referência o quantitativo do ano de 2008

variação percentual da força de trabalho dos bancos centrais mundiais entre o período

2013

Central Bank Directory 20141/ Annual Report:Budget Review 2013 do FED

/ Relatório RH em números do BCB (edições de Dezembro/2013, Dezembro/2012 e

Dezembro/2011)8

O quadro apresentado revela que o BCB liderou, em quase todos os anos exibidos,

as maiores variações negativas da força de trabalho. De tal forma, a autoridade acumulou,

crise, uma redução percentual de 20,26%, bem ac

apresentada pelos BRICS, que expôs uma diminuição de 4,51%, sendo esse grupo o

segunda maior variação negativa, e pelo G20, que expôs uma diminuição

erceira maior variação negativa.

2 apresenta a força de trabalho do FED no período entre 1995 e 2013.

Nos EUA, onde a desregulamentação e as falhas de supervisão bancária estiveram

presentes de forma mais intensa, ocorreram as consequências diretas e mais desastrosas da

crise de 2008, alastrando a instabilidade econômico-financeira para outros países.

10

própria economia

variação percentual exata da força de

entrais dos principais agentes

2008.

entrais mundiais entre o período de 2008 a

5 / Relatório anual de

/ Relatório RH em números do BCB (edições de Dezembro/2013, Dezembro/2012 e

O quadro apresentado revela que o BCB liderou, em quase todos os anos exibidos,

as maiores variações negativas da força de trabalho. De tal forma, a autoridade acumulou,

crise, uma redução percentual de 20,26%, bem acima da média

%, sendo esse grupo o

e pelo G20, que expôs uma diminuição

no período entre 1995 e 2013.

falhas de supervisão bancária estiveram

presentes de forma mais intensa, ocorreram as consequências diretas e mais desastrosas da

financeira para outros países.

Page 15: BCB Estudo Comparativo Bancos Centrais Versão 4.0 2015

11

Gráfico 2: força de trabalho no FED entre 1995 e 2013

Fonte: Central Bank Directory 20141

O gráfico mostra que o quantitativo de pessoal estava em declínio a partir de 2007.

Com a crise, fortaleceu-se, a partir de 2010, voltando ao efetivo da pré-crise em 2012. A

tendência nos próximos anos é o fortalecimento ainda maior do órgão-chave da economia

americana e mundial.

A força de trabalho dos bancos centrais para cada 100.000 habitantes no ano de

2013 é representada no gráfico 3 a seguir. A região econômica que apresenta a melhor

relação é a Zona do Euro com 14,67 funcionários para cada 100.000 habitantes, seguida

pelos números da região do G7 e dos EUA.

Ressalta-se que, mesmo os bancos centrais do G7 e dos EUA apresentando uma boa

relação entre força de trabalho para cada 100.000 habitantes, o fortalecimento no quadro

funcional de tais instituições tem sido feito a partir de 2010, demonstrando a real

preocupação com a estabilidade do sistema financeiro.

Page 16: BCB Estudo Comparativo Bancos Centrais Versão 4.0 2015

Gráfico 3: força

Fontes: Central Bank Directory 2014

Nesse cenário exposto, que representa os

o Banco Central brasileiro apresenta apenas

habitantes, número bastante

também aos demais bancos centrais dos

Tal fato revela o enfraquecimento da instituição econômica nacional frente às suas

funções rotineiras e às novas atribuições de

recomendadas dos fóruns e comitês internacionais e

últimas responsáveis diretas por melhorias econômicas e sociais para a população

brasileira.

O quadro 2 compara

agentes econômicos mundiais. É mostrada também

trabalho para cada 100.000 habitantes, conforme se observa a seguir.

9 FMI, Abril/2014. World Economic Outlook Database do FMI

força de trabalho nos bancos centrais para cada 100.000 habitantes

Central Bank Directory 20141/Relatório RH em números do BCB (edição de

World Economic Outlook Database do FMI9

Nesse cenário exposto, que representa os principais agentes econômicos mundiais,

o Banco Central brasileiro apresenta apenas 2,02 funcionários para cada

habitantes, número bastante inferior aos bancos centrais dos países desenvolvidos e

bancos centrais dos países da América Latina, do G20

Tal fato revela o enfraquecimento da instituição econômica nacional frente às suas

funções rotineiras e às novas atribuições de arranjos de pagamentos, aplicação das medidas

recomendadas dos fóruns e comitês internacionais e inclusão e educação financeira,

últimas responsáveis diretas por melhorias econômicas e sociais para a população

compara a força de trabalho em 2013 nos bancos centrais dos principais

agentes econômicos mundiais. É mostrada também a população de cada região e a força de

ho para cada 100.000 habitantes, conforme se observa a seguir.

World Economic Outlook Database do FMI

12

entrais para cada 100.000 habitantes

eros do BCB (edição de Dezembro/2013)8 /

cipais agentes econômicos mundiais,

para cada 100.000

inferior aos bancos centrais dos países desenvolvidos e

do G20 e dos BRICS.

Tal fato revela o enfraquecimento da instituição econômica nacional frente às suas

, aplicação das medidas

lusão e educação financeira, estas

últimas responsáveis diretas por melhorias econômicas e sociais para a população

entrais dos principais

a população de cada região e a força de

Page 17: BCB Estudo Comparativo Bancos Centrais Versão 4.0 2015

Quadro 2: comparação da força de trabalho quantitativa dos principais bancos centrais mundiais

de cada região e a força de trabalho

Fontes: Central Bank Directory 2014

números do BCB (edição Dezembro/2013

Em um estudo comparativo do

envolvendo 176 países, o Banco

servidores para cada 100.000 habitantes

2008 a 2013, com redução de 20,26% da s

estudados, somente 34% tiveram redução no quadro

O quadro 3 apresenta os dados do Banco Central do Brasil relativos à quantidade e

à posição no ranking de força de trabalho para cada 100.000 habitante

efetivo de 2008 a 2013 com sua respectiva classificação no ranking.

Quadro 3: dados referentes ao Banco Central

trabalho/100.000 habitantes e

Fontes: Central Bank Directory 2014

2013 do BCE7 / Relatório RH em números do BCB (edição Dezembro/2013)

da força de trabalho quantitativa dos principais bancos centrais mundiais

de cada região e a força de trabalho para cada 100.000 habitantes

Central Bank Directory 20141 / Annual Report: Budge tReview 2013 do FED

números do BCB (edição Dezembro/2013)8 /World Economic Outlook Database do FM

comparativo do Central Bank Directory1 de 2014

envolvendo 176 países, o Banco Central do Brasil é o 171º colocado em quantidade de

servidores para cada 100.000 habitantes (2,02) e o 173º colocado em variação do efetivo de

2008 a 2013, com redução de 20,26% da sua força de trabalho. Desses 17

tiveram redução no quadro neste período.

3 apresenta os dados do Banco Central do Brasil relativos à quantidade e

à posição no ranking de força de trabalho para cada 100.000 habitante

com sua respectiva classificação no ranking.

referentes ao Banco Central do Brasil quanto à quantidade e posição no ranking da força de

balho/100.000 habitantes e à variação do efetivo entre 2008 e 2013

Central Bank Directory 20141 / Annual Report:Budget Review 2013 do FED

RH em números do BCB (edição Dezembro/2013)8 /World Economic Outlook

Database do FMI9

13

da força de trabalho quantitativa dos principais bancos centrais mundiais, a população

para cada 100.000 habitantes

FED5/ Relatório RH em

World Economic Outlook Database do FMI9

de 2014 (Anexos I e II)

Brasil é o 171º colocado em quantidade de

) e o 173º colocado em variação do efetivo de

força de trabalho. Desses 176 países

3 apresenta os dados do Banco Central do Brasil relativos à quantidade e

à posição no ranking de força de trabalho para cada 100.000 habitantes e à variação do

posição no ranking da força de

08 e 2013

FED5/ Relatório anual de

World Economic Outlook

Page 18: BCB Estudo Comparativo Bancos Centrais Versão 4.0 2015

14

Tal panorama apresenta, mais uma vez, a negligência na reposição de pessoal no

quadro da autarquia brasileira. Ressalta-se que esse rumo crítico de recursos humanos pode

vir a impactar desastrosamente a estabilidade do sistema financeiro nacional, o controle da

inflação e o crescimento da economia brasileira.

Page 19: BCB Estudo Comparativo Bancos Centrais Versão 4.0 2015

NNoovv

BBaanncc

vvaass AAttrriibbuuiiççõõeess ddoo

ccoo CCeennttrraall ddoo BBrraass

oo

ssiill

Page 20: BCB Estudo Comparativo Bancos Centrais Versão 4.0 2015

16

5. NOVAS ATRIBUIÇÕES DO BANCO CENTRAL DO BRASIL

A situação de risco operacional, ou risco de recursos humanos, tende a se agravar,

pois as atribuições do Banco Central do Brasil foram incrementadas e ganharam maior

complexidade.

Além da necessidade de reforço no quadro funcional do Banco Central do Brasil

(BCB) em decorrência de recomendações dos organismos internacionais - aumentando a

supervisão e regulamentação do setor financeiro como forma de combater eventuais crises

e tornar estável o sistema financeiro -, outras atividades estão sendo incluídas nas

atribuições da autarquia e que também necessitam de maior quantidade de pessoal

qualificado para serem exercidas. Atividades como a educação e a inclusão financeira da

população e os arranjos de pagamentos já se fazem presentes nas atribuições a serem

exercidas pelo Banco e novas surgem com a dinamização constante da economia.

A inclusão financeira de brasileiros aos benefícios bancários, segundo o documento

Moeda, Sistema Financeiro e Banco Central10, teve marco importante no final do ano 2002,

quando a quantidade de municípios que não dispunham de correspondentes bancários foi

zerada. Desde esse período, essa política vem se consolidando no cenário nacional como

importante canal de acesso da sociedade a estes serviços e das instituições financeiras a

mercados específicos.

De acordo com a Parceria Nacional para Inclusão Financeira11, o BCB vem atuando

em conjunto com outros atores públicos e privados para ampliar e melhorar o acesso da

população por meio de três frentes principais: (i) expansão e fortalecimento dos canais de

acesso a serviços financeiros, (ii) criação de instrumentos para melhor adequação dos

serviços aos segmentos de menor renda, (iii) garantia da qualidade na provisão de serviços

financeiros.

Além dessas ações, o BCB tem participado também de debates internacionais sobre

o assunto, com destaque, em 2010, para a coliderança a respeito dos trabalhos sobre os

Princípios para Inclusão Financeira Inovadora do G-20.

Fica clara a importância da atuação do BCB na inclusão financeira e seu importante

papel para a melhoria da saúde econômica da sociedade como um todo, enfatizando, ainda

mais, a necessidade de reforço no quadro de servidores do BCB para que essas tarefas

10 BCB, 2010. Moeda, Sistema Financeiro e Banco Central – Uma Abordagem Prática e Teórica sobre o Funcionamento de uma Autoridade Monetária no Mundo e no Brasil. p. 153. 11BCB, 2014. Plano de Ação para o Fortalecimento do Ambiente Institucional.

Page 21: BCB Estudo Comparativo Bancos Centrais Versão 4.0 2015

17

possam ser executadas a contento. O próprio Plano de Ação para Fortalecimento do

Ambiente Institucional11 determina o fortalecimento da instituição para que a promoção da

inclusão financeira da população brasileira se efetive de forma adequada. Tais ações são

continuamente monitoradas através dos “Fóruns Banco Central sobre Inclusão Financeira”.

A educação financeira, juntamente com a inclusão financeira da população, torna-se

cada vez mais importante à medida que o número de pessoas com acesso aos serviços

financeiros aumenta e que estas são orientadas para utilizarem estes serviços de maneira

consciente. Um crescimento desordenado e descoordenado pode por em risco o equilíbrio

econômico, uma vez que mais pessoas passarão a utilizar créditos e outros serviços, o que

demandaria uma população financeiramente educada para que não se aumente a

inadimplência. Como todos os setores da economia estão interligados de certa maneira, um

desequilíbrio pode gerar consequências desastrosas em todo o sistema.

Dessa forma, um enfraquecimento do BCB por conta de insuficientes recursos

humanos põe em risco o desempenho dessas novas atividades, que em tão pouco tempo

cresceram muito em importância para a sociedade.

No ano de 2013, diversas novas atribuições sobre arranjos de pagamentos foram

conferidas à autarquia. O conteúdo regulatório deste marco legal consiste na promulgação

da Lei 12.865, e das resoluções 4.282 e 4.283 e circulares 3.680, 3.681, 3.682 e 3.683, de

competência do Banco Central do Brasil.

De acordo com o BCB12, os arranjos e instituições de pagamento podem ser

entendidos como as regras e as instituições que permitem ao cidadão realizar transações de

pagamentos sem a necessidade de intermediação de uma instituição financeira. Ou seja, as

normas disciplinam, por exemplo, operações com cartões de crédito, cartões pré-pagos,

moedas eletrônicas e operações de pagamentos eletrônicos. “O crescimento do setor

implica a assunção de riscos que precisam ser mitigados mediante ação regulatória

proporcional e fiscalização, com vistas à promoção da solidez e do regular funcionamento

dos arranjos e das instituições de pagamento”, citou a instituição.

De acordo com a Abecs13 (Associação Brasileira de Empresas de Cartão de Crédito

e Serviços), o mercado brasileiro de cartões pode ter movimentado mais de R$ 960 bilhões

em 2014, o que representa crescimento de mais de 15%, em relação ao ano anterior. Desde

2009, com base em monitoramentos do mercado pela Abecs, o crescimento acumulado é

de mais de 100%. Em alguns segmentos, como no caso do e-commerce, o crescimento em

12 BCB, 2013. CMN regula arranjo de pagamentos. 13 ABECS, 2015. Crescimento do mercado de cartões pode beneficiar Municípios.

Page 22: BCB Estudo Comparativo Bancos Centrais Versão 4.0 2015

18

2014 foi de 27% em relação a 2013, movimentando R$ 39,5 bilhões, conforme

levantamento da ABComm14 (Associação Brasileira de Comércio Eletrônico). São 57

milhões de brasileiros que utilizam a internet para realizar compras atualmente. A previsão

para 2015 é de que o setor movimente R$ 49,8 bilhões, um crescimento de 26%, em

relação ao ano passado.

Sobre o tema, em 2012, a Diretoria de Administração do BCB, através da Nota

Técnica No 215, já mensurava o impacto da atribuição aos quadros de servidores do BCB,

em seu item 15, alínea XV, que destaca: “A possibilidade, decorrente de estudos

governamentais em andamento, de ser atribuída ao Banco Central competência para

proceder à autorização, regulação e supervisão dos arranjos de cartões de pagamento

(cartões de crédito e de débito, por exemplo) e aos pagamentos móveis ou mobile payment

(pagamentos por meio de dispositivos móveis), fato que terá como consequência imediata

a necessidade de servidores para atuar especificamente nessas atividades. Com efeito, o

rápido crescimento dos meios eletrônicos de pagamentos, que tem papel fundamental na

inclusão financeira da população e na eficiência do sistema de pagamentos brasileiro,

também vem impondo relevante impacto nas atividades do Banco Central, especialmente

no que diz respeito a esses arranjos”.

Ademais, o BCB está ampliando cada vez mais a sua participação em fóruns e

comitês internacionais, o que implicará, posteriormente, em um comprometimento na

aplicação das medidas recomendadas, demandando maior disponibilidade de pessoal.

Uma atribuição bastante relevante é a que dispõe o Projeto de Lei 3.615/2000 sobre

o fomento mercantil especial de exportações ou “factoring” de exportação. Caso prossiga

para sanção presidencial, a responsabilidade pela supervisão e fiscalização desse mercado

recairá sobre o BCB. Dessa maneira, com o contingente atual, não haverá força de trabalho

suficiente nem para dar início a tais atividades, uma vez que elas demandariam, no

mínimo, mais 250 servidores, segundo a Nota Técnica N° 215. Logo, é presumível que a

instituição possa ter suas atividades fundamentais prejudicadas caso não ocorra uma

reposição rápida e em grande escala do seu quadro.

Outra nova função que tem se mostrado como uma tendência mundial é a

supervisão pelos bancos centrais dos chamados Shadow Banks, instituições financeiras que

agem como bancos, emprestando e tomando empréstimos, mas não são supervisionadas

como tais, ficando, parcial ou totalmente, à margem do sistema de regulação bancário.

14

ABComm, 2015. E-commerce brasileiro deve faturar R$ 49,8 bilhões em 2015, prevê ABComm. 15 BCB, 2012. Nota Técnica DEPES/Geap/02.

Page 23: BCB Estudo Comparativo Bancos Centrais Versão 4.0 2015

19

Essas instituições estão sendo monitoradas anualmente pelo Financial Stability

Board (FSB), o qual afirma no documento Global Shadow Banking Monitory Report de

201316 que, em termos de risco de crédito para os bancos, Brasil, Indonésia, Índia e Arábia

Saudita tiveram crescimento na exposição dos seus sistemas bancários aos Shadow Banks,

embora a partir de uma base pequena (o Brasil apresentava no final de 2012, por exemplo,

2% da divisão de ativos de intermediários financeiros não-bancários considerando 20

jurisdições e a Zona do Euro). Ainda segundo o FSB, o Brasil apresentou um aumento

modesto de exposição ao risco de financiamento para bancos ou quando os bancos são

dependentes de entidades Shadow Banks, em comparação com os outros três países, mas

apresenta uma base significativamente maior de ativos.

Esse novo quadro de intermediações de crédito fora do sistema bancário de

regulação tem ganhado importância nos últimos anos. O Brasil, como uma das maiores

economias mundiais, deve se resguardar de possíveis ameaças a suas instituições.

O cenário nacional exige que o Banco Central seja capaz de proporcionar

estabilidade financeira e o pleno desenvolvimento da economia. Investir no fortalecimento

da instituição é garantir a saúde econômica brasileira no curto, médio e longo prazo.

16 FSB, 2013. Global Shadow Banking Monitoring Report. p. 10, 22 e 23

Page 24: BCB Estudo Comparativo Bancos Centrais Versão 4.0 2015

EEffeettiivvoo ddoo

BBaannccoo CCeennttrraall ddoo BBrraassiill

nnoo ppeerrííooddoo 11999955--22001166

Page 25: BCB Estudo Comparativo Bancos Centrais Versão 4.0 2015

21

6. EFETIVO DO BANCO CENTRAL DO BRASIL NO PERÍODO 1995-2016

6.1 EVOLUÇÃO DO QUADRO FUNCIONAL DO BANCO CENTRAL NO

PERÍODO 1995-2014

O panorama mundial e doméstico viveu grandes mudanças desde a crise financeira

de 2008 que afetou direta ou indiretamente as principais economias mundiais. Desde esse

episódio, a convergência tem sido de fortalecimento do potencial humano dos principais

bancos centrais.

Focando no cenário brasileiro, o BCB tem recebido novas atribuições com a

inclusão e educação financeira e os novos arranjos de pagamentos que se modificam e são

incrementados constantemente, assim como novas atribuições podem ser incorporadas com

a aprovação do Projeto de Lei sobre o fomento mercantil.

Analisando a projeção interna do quadro funcional do Banco Central do Brasil, a

autarquia apresenta um cenário de déficit agudo de recursos humanos. O gráfico 4

apresenta a evolução da força de trabalho entre 1995 e 2014.

Gráfico 4: evolução da força de trabalho entre 1995 e 2014

Fontes: Central Bank Directory 20141 / Relatório RH em números do BCB (edições Dezembro/2014,

Dezembro/2013, Dezembro/2012 e Dezembro/2011)8

Page 26: BCB Estudo Comparativo Bancos Centrais Versão 4.0 2015

22

Desde a crise de 2008, é possível verificar o decréscimo de recursos humanos no

período, amenizado com a nomeação dos aprovados do concurso de 2009 e a estabilidade

entre os anos de 2013 a 2014 devido às nomeações do concurso de 2013 realizadas em

2014.

Segundo o gráfico acima, o BCB conta, atualmente, com apenas 4082 servidores

para realizar suas funções (incluído nesse contingente a nomeação de 315 servidores no

ano de 2014), representando déficit de 2388 de um quantitativo total de 6470 (37% de

servidores abaixo do patamar legal). Esse quantitativo total engloba analistas, técnicos e

procuradores de acordo com as Leis 9.650/98 e 12.253/2010, que dispõem sobre o plano de

carreira dos servidores da autarquia. Ressalta-se também que o espaço temporal utilizado

compreende os anos após o Plano Real, programa responsável por estabilizar a economia

brasileira.

O gráfico 5 apresenta a evolução da quantidade de cargos vagos entre 1995 e 2014

em números exatos. Tal gráfico assevera a perda de capital humano sofrida pelo BCB nos

últimos anos.

Gráfico 5: evolução da quantidade de cargos vagos no BCB entre 1995 e 2014

Fontes: Central Bank Directory 20141 / Relatório RH em números do BCB (edições Dezembro/2014,

Dezembro/2013, Dezembro/2012 e Dezembro/2011)8

Page 27: BCB Estudo Comparativo Bancos Centrais Versão 4.0 2015

23

Percebe-se do gráfico que, desde 2006, o efetivo do BCB tem diminuído

consistentemente. Após a crise de 2008, período mais crítico para a economia mundial, é

possível ver o pequeno aumento no número de servidores no ano de 2010 em decorrência

das nomeações do concurso do ano anterior e, após isso, entre o fim de 2010 até o fim de

2013, o quantitativo voltou a decrescer vertiginosamente. Considerando o período 2008-

2013, a perda relativa do efetivo é de aproximadamente 20%, situando o BCB na 173º

colocação em variação de efetivo na comparação com 176 países (Anexo II).

Entre o final dos anos 2013 e 2014, o efetivo praticamente se manteve constante

entre saídas e entradas no Banco. Considerando agora o período 2008-2014, houve uma

diminuição de 938 cargos, quase 15% do efetivo total de 6470 servidores.

Ressalta-se que esse quadro alarmante já considera a nomeação de 300 especialistas

e 15 procuradores já empossados, em 2014, na autarquia. Tal cenário expõe, mais uma vez,

o enfraquecimento de uma instituição vital para a manutenção de uma sólida economia.

Do mesmo modo, o quadro 4 apresenta a evolução da força de trabalho e o número

de cargos vagos no período 1995-2014, mostrando, em cores, o quantitativo exato em cada

ano.

Quadro 4: evolução da força de trabalho no BCB entre 1995 e 2014

Fontes:Central Bank Directory 20141 / Relatório RH em números do BCB (edições Dezembro/2014,

Dezembro/2013, Dezembro/2012 e Dezembro/2011)8

Page 28: BCB Estudo Comparativo Bancos Centrais Versão 4.0 2015

24

O gráfico 6 traz a comparação da força de trabalho no FED dos EUA e no Banco

Central do Brasil no período compreendido entre 1995 e 2013, a seguir

Gráfico 6: comparação da força de trabalho no FED (EUA) x no BCB no período 1995-2013

Fontes: Central Bank Directory 20141 / Relatório RH em números do BCB (edições

Dezembro/2013, Dezembro/2012 e Dezembro/2011)8

Conforme se observa a partir do gráfico, os dois países apresentaram

comportamentos antagônicos. Enquanto ocorreu um esvaziamento de recursos humanos no

Banco Central do Brasil, nos Estados Unidos o comportamento foi de reforço no efetivo do

FED, mesmo com os problemas fiscais que o país enfrentou ao longo dos anos, o que

demonstra a importância dessa política de reposição do quadro funcional. Não se deve,

portanto, combater a piora fiscal de um país colocando o sistema financeiro e a respectiva

economia em risco. Ressalta-se, novamente, que as recomendações das instituições

multilaterais tem sido de aumento do potencial humano como forma de se evitar novas

crises e consolidar a estabilidade financeira mundial.

Page 29: BCB Estudo Comparativo Bancos Centrais Versão 4.0 2015

25

Segundo o documento The Regulatory Responses to the Global Financial Crisis:

Some Uncomfortable Questions17

de 2014 do FMI, é importante ressaltar a necessidade de

combater a síndrome do “dessa vez é diferente”, que se baseia na crença de que “crises

financeiras são coisas que acontecem com outras pessoas em outros países em outros

momentos; crises não acontecem conosco, aqui e agora. Estamos fazendo as coisas de

forma melhor, nós somos mais inteligentes, aprendemos com os erros do passado”.

6.2 SAÍDA DE SERVIDORES NO PRÓXIMO BIÊNIO (2015-2016)

Além do quadro deficitário atualmente encontrado no Banco Central do Brasil, a

projeção de aposentadorias que estão planejadas para os anos de 2015 e de 2016

prejudicará o quadro já enfraquecido de servidores e aumentará a possibilidade de uma

crise institucional na autarquia. O quadro 5 mostra tais projeções.

Quadro 5: detalhamento das aposentadorias efetivadas entre 2012 e 2014 e das projeções para o

biênio 2015-2016

Adquiriram o direito à

aposentadoria no respectivo ano

Total com

direito

% que

efetivaram

Aposentadorias

efetivadas

Não

efetivaram

2012 276 1014 37,3% 378 636

2013 225 887 38,7% 343 544

2014 139 683 29,6% 202 481

2015* 104 585 29,6% 173 412

2016* 88 500 29,6% 148 352

*Projeção para os anos de 2015 e de 2016

Fonte: Relatório RH em números do BCB (edições Dezembro/2014, Dezembro/2013, Dezembro/2012 e

Dezembro/2011)8

No início de 2015, 481 servidores já possuem o direito à aposentadoria. Ainda neste

ano, 104 adquirirão o direito e, em 2016, serão mais 88. Portanto, nesses 2 anos, 673

servidores, de um total de 4082 (quantitativo ao final de 2014), poderão se aposentar.

17 FMI, 2014. The Regulatory Responses to the Global Financial Crisis: Some Uncomfortable Questions. p. 30

Page 30: BCB Estudo Comparativo Bancos Centrais Versão 4.0 2015

26

Admitindo-se uma taxa de 29,6% de efetivação de aposentadoria, a mesma

observada em 2014, para 2015 e 2016, serão 173 e 148 servidores que deixarão seus postos

vagos nos respectivos anos.

Somente em 2015, somada a projeção de 173 aposentadorias aos atuais 2388

cargos vagos (quantitativo em 31/12/2014), haverá um déficit de 2561 servidores, patamar

39,5% abaixo do efetivo legal ao final desse ano, expondo novamente uma situação

alarmante de uma possível crise de RH no Banco Central do Brasil.

Além de aposentadorias, poderão ocorrer outras formas de saídas dos servidores do

Banco, como exoneração, demissão, falecimento, vacância e outras que contribuirão ainda

mais para a redução do quadro. Tomando como base os quadros 5 e 6, assim como as

médias de efetivação de aposentadorias e de outras saídas nos últimos anos, estima-se um

quantitativo de 431 postos vagos nesses próximos 2 anos.

Quadro 6: saídas do BCB entre 2012 e 2014 e projeção para o biênio 2015-2016

*Projeção para os anos de 2015 e de 2016

Fonte: Relatório RH em números do BCB (edições Dezembro/2014, Dezembro/2013, Dezembro/2012 e

Dezembro/2011)8

A partir da análise do quadro acima, é possível concluir que o total de saídas pode

chegar a 228 e 203 nos anos 2015 e 2016, respectivamente.

Somente em 2015, somada a projeção do total de saídas aos atuais 2388 cargos

vagos (quantitativo em 31/12/2014), haverá um déficit de 2616 servidores, patamar 40,5%

abaixo do efetivo total ao final desse ano. Ressalta-se que os números apresentados acima

são os cenários prováveis (projeções), que foram calculadas utilizando um comportamento

conservador da taxa de aposentadorias e uma taxa média de outras saídas. Tal quadro

funcional será ainda pior se houver uma maior taxa de efetivação de aposentadorias ou

ocorrer um maior quantitativo de outras saídas.

Aposentadorias Outras saídas Total de saídas

2012 378 63 441

2013 343 47 390

2014 202 56 258

2015* 173 55 228

2016* 148 55 203

Page 31: BCB Estudo Comparativo Bancos Centrais Versão 4.0 2015

27

6.3 CENÁRIOS COM NOMEAÇÕES NO BANCO CENTRAL DO BRASIL

Nesse cenário de risco iminente, é evidente, portanto, a necessidade urgente de

recomposição do quadro funcional do Banco Central do Brasil para que a instituição se

fortaleça, não venha a correr riscos de ter suas funções ainda mais prejudicadas e para que

esse risco iminente de RH não venha a comprometer a economia do País.

Esse quadro foi tema do Relatório de Auditoria Anual de Contas da Controladoria

Geral da União (CGU)18 de 2012 realizado no BCB, apresentando no item “Avaliação da

Gestão de Recursos Humanos”, subitem “Análise da suficiência da força de trabalho”, a

seguinte conclusão: dado o número atual de servidores e mantido o ritmo de

aposentadorias hoje existente, a instituição poderá vir a enfrentar dificuldades para cumprir

sua missão institucional, caso não obtenha autorização do MP (Ministério do

Planejamento, Orçamento e Gestão) para a realização de novos concursos e a admissão de

novos servidores.

Conforme Nota Técnica Nº 2, enviada em 24 de agosto de 2012 pelo Banco Central

do Brasil ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG), a instituição

informa dificuldades para cumprir sua missão institucional com a qualidade e a presteza

que se impõem e que o mercado e a sociedade brasileira exigem. Nessa Nota, o BCB expõe

os motivos para o pedido de preenchimento de 1.850 vagas de analistas, técnicos e

procuradores, alertando ainda que esse seria um quantitativo mínimo para afastar o risco

operacional ao qual a Autarquia está sujeita. Mesmo assim, o Ministério autorizou apenas

500 vagas.

No mês de fevereiro de 2014, foi concluída a última etapa do concurso público19 do

Banco Central, com vista ao preenchimento de 400 vagas para o cargo de analista e de 100

vagas para o cargo de técnico, totalizando 500 servidores que compõem o cargo de

especialista, e que obteve no certame 1035 candidatos aprovados e já capacitados em curso

de formação, preparados para serem nomeados. No mês de maio de 2014, foi concluída a

última etapa do concurso público20 com vista ao preenchimento de 15 vagas para o cargo

de procurador do BCB, com 50 candidatos aprovados e do mesmo modo já capacitados em

curso de formação, bem como também já preparados para serem nomeados. Ressalta-se

18CGU [Controladoria-Geral da União], 2012. Relatório de Auditoria Anual. p. 15 e 16 19CESPE/UNB, 2013 20CESPE/UNB, 2013

Page 32: BCB Estudo Comparativo Bancos Centrais Versão 4.0 2015

28

que ambos os concursos seguiram definições do Decreto No 6.94421de 2009, que prevê

curso de formação eliminatório e classificatório para todos os aprovados no concurso, até

os limites estipulados nos editais ou no Decreto.

A seguir são analisados 4 cenários de recomposição de pessoal no Banco. O

primeiro é a nomeação das 500 vagas de especialistas e 15 vagas de procuradores

conforme autorizado em 2012 pelo MPOG; o segundo é o da nomeação de 750

especialistas e 22 procuradores, o que representa a nomeação de 150% dos aprovados,

ainda na competência desse Ministério. O terceiro cenário é a nomeação dos 1.030

especialistas (lembrando que 5 especialistas já desistiram do certame) e 50 procuradores,

representando todos os aprovados nos dois concursos públicos, cuja competência de

nomeação se dá por despacho no âmbito da Presidência da República. O último cenário é a

nomeação de todos os aprovados e ainda um novo pedido de mais 604 especialistas e

procuradores - quantitativo necessário para retorno, no mínimo, ao efetivo pré-crise de

2008 - no ano de 2016. Tais panoramas podem ser verificados no gráfico 7.

Gráfico7: força de trabalho e projeções para 4 cenários de nomeações

Fontes: Central Bank Directory 20141/ Relatório RH em números do BCB (edições Dezembro/2014,

Dezembro/2013, Dezembro/2012 e Dezembro/2011)8

21 Decreto No 6.944, 2009

Page 33: BCB Estudo Comparativo Bancos Centrais Versão 4.0 2015

29

O quadro 7 apresenta o primeiro cenário exposto anteriormente, com nomeação dos

aprovados dentro das vagas: 500 especialistas e 15 procuradores. Ressalta-se aqui que os

cálculos já contabilizam os 300 especialistas e os 15 procuradores nomeados e empossados

na autarquia em 2014. No quadro, aposentadorias e outras saídas foram consideradas.

Quadro 7: detalhamento da projeção com a nomeação de 500 especialistas e de 15 procuradores

*Projeção para os anos de 2015 e de 2016

Fonte: Relatório RH em números do BCB (edições Dezembro/2014, Dezembro/2013, Dezembro/2012 e

Dezembro/2011)8

O quadro 8, mais abaixo, apresenta o segundo cenário, com nomeação de 750

especialistase 22 procuradores aprovados (representando 150% do número de vagas e

ainda da competência do MPOG). Os cálculos novamente consideram as 315 nomeações.

No quadro, aposentadorias e outras saídas foram também consideradas.

Quadro 8: detalhamento da projeção com a nomeação de 750 especialistas e de 22 procuradores

Força de trabalho inicial Aposentadorias Outras saídas Nomeações Força de trabalho final

2015* 4082 173 55 457 4311

2016* 4311 148 55 0 4108

*Projeção para os anos de 2015 e de 2016

Fonte: Relatório RH em números do BCB (edições Dezembro/2014, Dezembro/2013, Dezembro/2012 e

Dezembro/2011)8

O quadro 9 apresenta a evolução da força de trabalho no BCB levando em

consideração a nomeação dos especialistas e procuradores. No cenário (a), o quadro

funcional terá aproximadamente 37% de cargos vagos ao final do ano 2015 e de 41% ao

final de 2016, enquanto que, no cenário (b), o quadro terá aproximadamente 33% de

Força de trabalho inicial Aposentadorias Outras saídas Nomeações Força de trabalho final

2015* 4082 173 55 200 4054

2016* 4054 148 55 0 3851

Page 34: BCB Estudo Comparativo Bancos Centrais Versão 4.0 2015

30

vacâncias ao final do ano 2015 e de 37% ao final do ano 2016. Aposentadorias e outras

saídas foram novamente consideradas.

Mesmo com a nomeação de 750 especialistas e 22 procuradores, o capital humano

do BCB ainda estará aquém do seu efetivo completo, apresentando um déficit de mais de

37%, ao final de 2016, em qualquer um dos dois cenários acima analisados.

Quadro 9: evolução da força de trabalho do BCB e projeção com nomeações

(a) Nomeação de 500 especialistas e de 15

procuradores

(b) Nomeação de 750 especialistas e de 22

procuradores

Fontes: Central Bank Directory 20141 / Relatório RH em números do BCB (edições Dezembro/2014,

Dezembro/2013, Dezembro/2012 e Dezembro/2011)8

É assente a necessidade de que a força de trabalho seja fortalecida. Mesmo com o

cenário (b) se concretizando, ainda restarão - de um total de 1030 especialistas e 50

procuradores aprovados - 280 candidatos especialistas e 28 procuradores já capacitados,

após terem frequentado o curso de formação, para preencherem o grande número de postos

vagos no BCB.

Dados os números acima e o cenário atual, o quadro 10 apresenta a solução urgente

de reposição do quadro do BCB com a nomeação de todos os 1030 especialistas e 50

procuradores até setembro de 2015 (data da validade improrrogável do concurso), de forma

Page 35: BCB Estudo Comparativo Bancos Centrais Versão 4.0 2015

31

a mitigar o risco que a economia do país está exposta. O quadro 11 apresenta o quarto

cenário - este ideal e atendendo às recomendações internacionais -, com nomeação

imediata de todos os aprovados e a realização de novo concurso que permita a nomeação

de mais 604 especialistas e procuradores em 2016. Ressalta-se que, devido ao quadro

crítico de pessoal, mesmo com essa solução apresentada como ideal, ainda não será

atingido um número de nomeações suficiente para suprir a capacidade total de 6470

servidores; essa solução visa apenas o retorno ao quadro de pessoal do pré-crise com 5020

servidores, representando ainda déficit de aproximadamente 22% em relação ao efetivo

completo. Mais uma vez, os cálculos já consideram os 300 especialistas e os 15

procuradores já nomeados e empossados. Nos dois quadros, aposentadorias e outras saídas

foram, mais uma vez, consideradas.

Quadro 10: detalhamento da projeção com a nomeação de 1030 especialistas e de 50 procuradores

Força de trabalho inicial Aposentadorias Outras saídas Nomeações Força de trabalho final

2015* 4082 173 55 765 4619

2016* 4619 148 55 0 4416

*Projeção para os anos de 2015 e de 2016

Fonte: Relatório RH em números do BCB (edições Dezembro/2014, Dezembro/2013, Dezembro/2012 e

Dezembro/2011)8

Quadro 11: detalhamento da projeção com a nomeação de 1030 especialistas e de 50 procuradores no

concurso de 2014 e realização de concurso com nomeação de 604 especialistas e procuradores em 2016

Força de trabalho inicial Aposentadorias Outras saídas Nomeações Força de trabalho final

2015* 4082 173 55 765 4619

2016* 4619 148 55 604 5020

*Projeção para os anos de 2015 e de 2016

Fonte: Relatório RH em números do BCB (edições Dezembro/2014, Dezembro/2013, Dezembro/2012 e

Dezembro/2011)8

Page 36: BCB Estudo Comparativo Bancos Centrais Versão 4.0 2015

32

O quadro 12 apresenta a evolução da força de trabalho no BCB levando em

consideração a nomeação dos especialistas e procuradores. No cenário (a), o quadro

funcional terá aproximadamente 29% de cargos vagos em 2015 e 32% em 2016, enquanto

que, no cenário (b), o quadro terá aproximadamente 29% em 2015 e 22% em 2016, em que

este último apresenta déficit bastante inferior aos apresentados nos anos anteriores, mas,

ainda assim, muito aquém da capacidade total. São consideradas aposentadorias e outras

saídas nos quadros.

Quadro 12: evolução da força de trabalho do BCB e projeção com nomeações

(a) Nomeação de 1030 especialistas

e de 50 procuradores

(b) Nomeação de 1030 especialistas e de

50 procuradores e realização de novo

concurso com nomeação de 604

especialistas e procurados em 2016

Fontes: Central Bank Directory 20141 / Relatório RH em números do BCB (edições Dezembro/2014,

Dezembro/2013, Dezembro/2012 e Dezembro/2011)8

Com todos os motivos apontados anteriormente, a autorização para nomeação de

todos os 1080 aprovados (ou 765 candidatos ainda a serem nomeados, uma vez que 315

candidatos já foram nomeados e empossados) significará mera reposição de vacâncias, o que

não resultará na total correção do déficit atual de aproximadamente 37% dos cargos

Page 37: BCB Estudo Comparativo Bancos Centrais Versão 4.0 2015

33

autorizados em lei. É importante ressaltar que mesmo com a nomeação imediata de todos os

aprovados e capacitados nos atuais concursos, tal medida não será suficiente para retornar ao

efetivo pré-crise.

A nomeação de todos os aprovados e abertura de novo concurso se torna questão

chave na manutenção do nível de excelência apresentado pelo Banco Central do Brasil ao

longo de sua história. Investir no capital humano do Banco é investir na longevidade

sustentável da instituição.

Nesse momento, é importante frisar a relevância que o conhecimento dos servidores

atuais representa para os novos que entrarão. É de suma importância que ocorra a retenção

do conhecimento através da transferência de “knowhow” dos servidores mais experientes

para os que ingressarão na autarquia. Não é interessante para a perfeita continuidade dos

serviços e para a estabilidade financeira do país que os novos servidores venham a aprender

sozinhos as minúcias e particularidades de suas funções que, em princípio, poderiam ser

transmitidas de forma mais eficiente por servidores mais experientes, uma vez que títulos

acadêmicos e candidatos bem qualificados auxiliam, mas não suprem a capacidade técnica

no aprendizado do dia-a-dia da instituição.

7. CONCLUSÃO

A importância do Banco Central do Brasil para a sociedade brasileira é indiscutível.

Da consecução de sua missão depende uma das maiores economias mundiais. Com tamanha

responsabilidade, o BCB não pode ser ignorado e ter seu desempenho afetado por uma

iminente crise operacional por falta de servidores.

Verifica-se nesse estudo, a partir de recomendações de instituições como o FMI, o

OCDE e o BIS, que é imprescindível a existência de quadro funcional em número adequado

para supervisionar e regulamentar efetivamente o sistema bancário. A falta de recursos

humanos compromete essa vital atribuição de manter a estabilidade de todo o sistema

financeiro.

Com uma redução de aproximadamente 20% no seu efetivo total desde a crise de

2008, o Banco Central do Brasil destoa dos bancos centrais das mais importantes economias,

os quais reforçaram seu quadro de pessoal no pós-crise, como se observa em instituições

como o BCE, o FED, e os bancos centrais dos países do G7.

Page 38: BCB Estudo Comparativo Bancos Centrais Versão 4.0 2015

34

Além da responsabilidade pela estabilidade do sistema financeiro, é de grande

importância o desenvolvimento contínuo da autarquia para que esta seja capaz de evitar ou

combater eventuais crises econômicas, estando preparada para responder de forma rápida e

eficaz, caso venha a ser necessário, com o intuito de amenizar os efeitos desastrosos à

sociedade.

Outro agravante apontado por esse estudo é que, além das atribuições e desafios

enfrentados atualmente pelo Banco Central do Brasil, a instituição tem recebido novas e

complexas atribuições, que necessitam de atenção para seu adequado desempenho.

Consequentemente, o quadro funcional deve ser reforçado e estar preparado para exercer as

responsabilidades e competências atuais do Banco, bem como as novas atividades de

inclusão financeira, educação financeira e arranjos de pagamentos, e as prováveis futuras

atribuições de supervisão e regulação de fomento mercantil e dos Shadow Banks, com a

presteza e qualidade notavelmente reconhecidas como uma marca do BCB.

Ficou claro, pelo presente estudo, que a evolução do quadro de servidores do Banco

Central do Brasil é crítica, contando hoje com um quadro efetivo não visto há, pelo menos, 19

anos, apresentando déficit, atualmente, de 37% da capacidade total de pessoal. A instituição

enfrenta também por processo acentuado de aposentadorias e outras saídas, que causará, nos

próximos anos, um declínio ainda maior no seu quadro funcional.

As projeções feitas com base em dados atuais e históricos demonstram que, se esse

panorama não for revertido imediatamente, a autarquia poderá atingir um estado de crise

operacional, com potencial de gerar consequências desastrosas na persecução de sua missão

institucional.

Para que o Banco Central do Brasil reverta essa tendência de queda brusca no seu

quadro de servidores, é urgente e imprescindível, para o seu crescimento e fortalecimento, a

nomeação imediata dos 1030 especialistas e 50 procuradores aprovados no concurso público

de 2013 e já capacitados em curso de formação. Ainda assim, o capital humano não estará

restabelecido com níveis do período de pré-crise de 2008, fazendo-se necessário então a

abertura de novo certame, em seguida, para o preenchimento de mais 604 cargos vagos para

que se atinja esse objetivo.

Tais medidas demonstrarão o real comprometimento com a instituição e a

preocupação adequada com os rumos da economia brasileira no tocante a assegurar a

estabilidade do poder de compra da moeda e um sistema financeiro sólido e eficiente. Investir

no fortalecimento do potencial humano do Banco Central do Brasil, dessa forma, visa a

garantir a saúde econômica brasileira no curto, médio e longo prazo.

Page 39: BCB Estudo Comparativo Bancos Centrais Versão 4.0 2015

35

8. ANEXOS

ANEXO I - Efetivo dos bancos centrais para cada 100 mil habitantes

País

Efetivo do Banco

Central em 2013

População em 2013 – FMI**

Força de Trabalho para Cada 100.000 Habitantes -

2013

Ranking Mundial

San Marino* 95 32.448 292,78 1° Ilhas Cayman* 156 53.737 290,30 2°

Bermudas 164 69.467 236,08 3°

Seychelles 148 93.000 159,14 4°

Curaçao e St. Maarten 210 186.525 112,59 5°

Barbados 250 279.000 89,61 6°

Malta 338 417.000 81,06 7°

Panamá 2.995 3.721.000 80,49 8°

Suriname 416 547.000 76,05 10°

Aruba 83 109.153 76,04 9°

Tonga* 78 104.000 75,00 11°

Bahamas 233 356.000 65,45 12°

Luxemburgo 305 542.000 56,27 13°

Montenegro 340 623.000 54,57 14°

São Tomé e Príncipe 103 191.000 53,93 15°

República Centro Africana* 2.407 4.611.000 52,20 16°

Maldivas 172 336.000 51,19 17°

Belize 176 349.000 50,43 18°

Samoa 91 184.000 49,46 19°

Islândia 151 322.000 46,89 20°

Rússia* 66.300 141.439.000 46,88 21°

Trinidad e Tobago 566 1.344.000 42,11 22°

Caribe 223 611.110 36,49 23°

Guiana 281 796.000 35,30 24°

Brunei 137 406.000 33,74 25°

Vanuatu 89 266.000 33,46 26°

Chipre 290 881.000 32,92 27°

Bahrain* 352 1.174.000 29,98 29°

Sérvia* 2.136 7.199.000 29,67 31°

Macau 169 583.003 28,99 32°

Irlanda 1.381 4.776.000 28,92 30°

Líbano 1.287 4.467.000 28,81 28°

Botswana* 569 2.079.000 27,37 33°

Látvia 547 2.036.000 26,87 34°

Cabo Verde 128 500.000 25,60 35°

Kuweit* 992 3.890.000 25,50 36°

Cingapura* 1.328 5.399.000 24,60 38°

Fiji 214 877.000 24,40 40°

Armênia 792 3.287.000 24,09 39°

Catar* 485 2.020.000 24,01 37°

Page 40: BCB Estudo Comparativo Bancos Centrais Versão 4.0 2015

36

Butão 172 745.000 23,09 41°

Costa Rica 1.077 4.756.000 22,65 42°

Suazilândia 245 1.093.000 22,42 43°

Macedonia 442 2.071.000 21,34 44°

Oman* 659 3.186.000 20,68 45°

França* 13.012 63.660.000 20,44 46°

Eslovenia 418 2.059.000 20,30 47°

Lituânia 600 2.972.000 20,19 48°

Ilhas Salomão 112 562.000 19,93 50°

Cazaquistão 3.360 17.157.000 19,58 49°

Albânia 522 2.788.000 18,72 59°

Eslováquia 1.012 5.408.000 18,71 51°

Estônia 240 1.286.000 18,66 55°

Bélgica 2.060 11.162.000 18,46 52°

Maurício 237 1.302.000 18,20 53°

Uruguai 615 3.392.000 18,13 54°

Jamaica 494 2.783.000 17,75 56°

Grécia 1.930 11.063.000 17,45 58°

República Dominicana 1.803 10.415.000 17,31 57°

Portugal 1.694 10.613.000 15,96 60°

Líbia* 930 6.122.000 15,19 63°

Croácia 625 4.281.000 14,60 64°

Namíbia* 315 2.174.000 14,49 61°

Gâmbia* 271 1.876.000 14,45 62°

Alemanha* 10.825 80.800.000 13,40 66°

Paraguai 906 6.795.000 13,33 65°

Moldávia 470 3.559.000 13,21 67°

República Checa 1.383 10.516.000 13,15 68°

Noruega 660 5.096.000 12,95 69°

Áustria* 1.072 8.484.000 12,64 70°

Lesoto* 240 1.906.000 12,59 71°

Bulgária 874 7.238.000 12,08 72°

Mauritânia* 439 3.715.000 11,82 73°

Itália 6.982 59.685.000 11,70 74°

Jordânia 707 6.544.000 10,80 75°

Hong Kong 777 7.244.000 10,73 76°

Mongólia* 305 2.900.000 10,52 77°

Honduras* 833 8.098.000 10,29 78°

Kosovo 187 1.847.708 10,12 79°

Turquemenistão* 572 5.704.000 10,03 80°

Holanda* 1.672 16.795.000 9,96 81°

Nicarágua 605 6.127.000 9,87 82°

China* 133.887 1.360.763.000 9,84 83°

Israel 771 7.871.000 9,80 84°

Dinamarca* 544 5.591.000 9,73 85°

Tunísia 1.047 10.918.000 9,59 86°

Page 41: BCB Estudo Comparativo Bancos Centrais Versão 4.0 2015

37

Suíça 757 8.003.000 9,46 88°

Polônia* 3.642 38.533.000 9,45 87°

Malásia 2.788 29.620.000 9,41 89°

Venezuela* 2.727 29.985.000 9,09 90°

Bósnia e Herzegovina* 347 3.878.000 8,95 91°

Quirguistão 503 5.644.000 8,91 92°

Angola 1.822 20.820.000 8,75 94°

Arábia Saudita* 2.616 29.994.000 8,72 93°

Comores* 60 709.000 8,46 96°

Romênia 1.800 21.285.000 8,46 97°

Belarus 793 9.464.000 8,38 95°

Argélia* 3.150 37.900.000 8,31 98°

Palestina 353 4.440.127 7,95 99°

Marrocos* 2.569 32.853.000 7,82 100°

Serra Leoa* 475 6.104.000 7,78 101°

Estados Unidos (Todos os FRBs + Board) 23.736 316.373.000 7,50 102°

Síria* 1.676 22.457.336 7,46 103°

Georgia 331 4.484.000 7,38 104°

Finlândia 400 5.451.000 7,34 105°

El Salvador 457 6.325.000 7,23 106°

Iémen* 1.924 26.660.000 7,22 107°

Guiné* 782 11.125.000 7,03 108°

Sri Lanka 1.442 20.822.000 6,93 109°

Tadjiquistão* 559 8.132.000 6,87 110°

Uzbequistão* 2.065 30.241.000 6,83 111°

Timor -Leste 80 1.187.000 6,74 112°

Haiti* 693 10.317.000 6,72 113°

Egito 5.635 84.150.000 6,70 114°

Azerbaijão* 622 9.309.000 6,68 115°

Afeganistão* 1.970 30.552.000 6,45 116°

Djibouti 58 914.000 6,35 117°

Equador 1.001 15.775.000 6,35 118°

Gana 1.583 25.563.000 6,19 119°

Laos* 414 6.776.000 6,11 120°

Argentina* 2.530 41.492.000 6,10 121°

Turquia 4.659 76.484.000 6,09 122°

Emirados Árabes Unidos* 550 9.031.000 6,09 123°

Libéria* 245 4.081.000 6,00 124°

Camboja 924 15.407.000 6,00 125°

Burundi* 536 8.985.000 5,97 126°

Hungria* 584 9.879.000 5,91 127°

Nova Zelândia 258 4.479.000 5,76 128°

Espanha 2.684 46.610.000 5,76 129°

Tailândia* 3.833 68.229.000 5,62 130°

Vietnã* 5.000 89.691.000 5,57 131°

Filipinas 5.398 97.484.000 5,54 132°

Page 42: BCB Estudo Comparativo Bancos Centrais Versão 4.0 2015

38

Sudão* 1.892 34.382.000 5,50 133°

Papua Nova Guiné 372 6.997.000 5,32 134°

Colômbia 2.436 47.151.000 5,17 135°

Cuba* 565 11.061.886 5,11 136°

Bolívia 559 11.037.000 5,06 137°

Nepal 1.400 27.923.000 5,01 138°

Coreia do Sul* 2.490 50.236.000 4,96 139°

Irã 3.807 77.097.000 4,94 140°

Ruanda* 513 10.641.000 4,82 141°

Iraque* 1.676 34.776.000 4,82 142°

Austrália 1.115 23.207.000 4,80 143°

Guatemala 729 15.482.000 4,71 144°

África do Sul 2.186 52.982.000 4,13 145°

Suécia 389 9.635.000 4,04 146°

Malavi* 689 17.111.000 4,03 147°

Madagascar 917 22.970.000 3,99 148°

Zimbábue 522 13.117.000 3,98 149°

Moçambique 1.012 25.860.000 3,91 150°

Canadá 1.359 35.105.000 3,87 151°

Zâmbia 561 14.539.000 3,86 152°

Japão* 4.675 127.341.000 3,67 153°

Nigéria 6.165 169.282.000 3,64 154°

Reino Unido 2.307 64.087.000 3,60 155°

Estados do Oeste Africano* 3.782 105.074.814 3,60 156°

Chile 621 17.557.000 3,54 157°

Ucrânia 1.579 45.373.000 3,48 158°

Taiwan 791 23.407.000 3,38 159°

Quênia 1.411 44.351.000 3,18 160°

Bangladesh* 4.878 156.298.000 3,12 161°

Peru 954 30.946.000 3,08 162°

Tanzânia* 1.324 46.277.000 2,86 163°

Uganda 1.019 36.824.000 2,77 164°

México* 3.007 118.397.000 2,54 165°

Sudão do Sul* 261 10.882.000 2,40 166°

Congo* 1.803 76.991.000 2,34 167°

Indonésia 5.563 247.954.000 2,24 168°

Eritreia* 140 6.328.000 2,21 169°

Coreia do Norte 500 24.720.407 2,02 170°

Brasil 4.003 198.292.000 2,02 171°

Mianmar* 1.127 64.932.000 1,74 172°

Índia 17.449 1.243.337.000 1,40 173°

Paquistão 1.369 182.589.000 0,75 174°

Etiópia* 652 88.850.000 0,73 175°

Somália 71 10.251.568 0,69 176° * Devido à indisponibilidade do efetivo do respectivo banco central em 2013, foi considerado que o efetivo se

manteve constante de 2012 para 2013. ** População dos países segundo relatório World Economic Outlook Database – FMI9

Page 43: BCB Estudo Comparativo Bancos Centrais Versão 4.0 2015

39

ANEXO II - Variação do Efetivo dos Bancos Centrais de 2008 a 2013

País Efetivo

em 2008 Efetivo

em 2013 Variação de 2008 a 2013

Ranking Mundial

Brunei 42 137 226,19% 1°

Maldivas 109 172 57,80% 2°

Catar* 327 485 48,32% 3°

Palestina 243 353 45,27% 4°

Seychelles 103 148 43,69% 5°

Oman* 472 659 39,62% 6°

San Marino* 70 95 35,71% 7°

Irlanda 1.022 1.381 35,13% 8°

Nigéria 4.640 6.165 32,87% 9°

Luxemburgo 230 305 32,61% 10°

São Tomé e Príncipe 78 103 32,05% 11°

Reino Unido 1.752 2.307 31,68% 12°

Irã 2.903 3.807 31,14% 13°

Vanuatu 68 89 30,88% 14°

Georgia 256 331 29,30% 15°

Suriname 324 416 28,40% 16°

Aruba 65 83 27,69% 17°

Ilhas Salomão 88 112 27,27% 18°

Bolívia 440 559 27,05% 19°

Mongólia* 241 305 26,56% 20°

Papua Nova Guiné 294 372 26,53% 21°

Bermudas 131 164 25,19% 22°

Cingapura* 1.066 1.328 24,58% 23°

Hong Kong 624 777 24,52% 24°

Cuba* 459 565 23,09% 25°

Suíça 619 757 22,29% 26°

Noruega 540 660 22,22% 28°

Kosovo 153 187 22,22% 27°

Kuweit* 812 992 22,17% 29°

Tonga* 64 78 21,88% 30°

Islândia 124 151 21,77% 31°

Ucrânia 1.300 1.579 21,46% 32°

Camboja 762 924 21,26% 33°

Trinidad e Tobago 468 566 20,94% 34°

Fiji 177 214 20,90% 35°

Albânia 432 522 20,83% 36°

Armênia 656 792 20,73% 37°

Austrália 926 1.115 20,41% 38°

Ilhas Cayman* 130 156 20,00% 39°

Lesoto* 200 240 20,00% 40°

Comores* 50 60 20,00% 41°

Montenegro 285 340 19,30% 42°

Libéria* 209 245 17,22% 43°

Page 44: BCB Estudo Comparativo Bancos Centrais Versão 4.0 2015

40

Moçambique 869 1.012 16,46% 44°

Nova Zelândia 223 258 15,70% 45°

África do Sul 1.896 2.186 15,30% 46°

Quênia 1.225 1.411 15,18% 47°

Costa Rica 943 1.077 14,21% 48°

Panamá 2.635 2.995 13,66% 49°

Sudão* 1.670 1.892 13,29% 50°

Malavi* 610 689 12,95% 51°

Somália 63 71 12,70% 52°

Macau 150 169 12,67% 53°

Burundi* 476 536 12,61% 54°

Holanda* 1.498 1.672 11,62% 55°

Bahrain* 316 352 11,39% 56°

Cabo Verde 115 128 11,30% 57°

Guatemala 656 729 11,13% 58°

Honduras* 750 833 11,07% 59°

Áustria* 968 1.072 10,74% 60°

Sri Lanka 1.304 1.442 10,58% 61°

Suécia 355 389 9,58% 62°

Djibouti 53 58 9,43% 63°

Uruguai 565 615 8,85% 64°

El Salvador 420 457 8,81% 65°

Belize 163 176 7,98% 66°

Malásia 2.587 2.788 7,77% 67°

Gâmbia* 253 271 7,11% 68°

Bósnia e Herzegovina* 324 347 7,10% 69°

Iémen* 1.799 1.924 6,95% 70°

Namíbia* 296 315 6,42% 71°

Moldávia 443 470 6,09% 72°

Israel 727 771 6,05% 73°

Gana 1.493 1.583 6,03% 74°

Argentina* 2.400 2.530 5,42% 75°

México* 2.853 3.007 5,40% 76°

Etiópia* 620 652 5,16% 77°

Turquia 4.437 4.659 5,00% 78°

Guiana 268 281 4,85% 79°

Malta 323 338 4,64% 80°

Samoa 87 91 4,60% 81°

Nicarágua 581 605 4,13% 82°

Bulgária 840 874 4,05% 83°

Filipinas 5.194 5.398 3,93% 84°

Croácia 602 625 3,82% 85°

Botswana* 549 569 3,64% 86°

Colômbia 2.353 2.436 3,53% 87°

Curaçao e St. Maarten 203 210 3,45% 88°

Ruanda* 496 513 3,43% 89°

Page 45: BCB Estudo Comparativo Bancos Centrais Versão 4.0 2015

41

Espanha 2.600 2.684 3,23% 90°

Azerbaijão* 604 622 2,98% 91°

Estados Unidos (Todos os FRBs + Board) 23.143 23.736 2,56% 92°

Guiné* 764 782 2,36% 93°

Estônia 235 240 2,35% 94°

Bélgica 2.016 2.060 2,18% 95°

Dinamarca* 533 544 2,06% 96°

Barbados 245 250 2,04% 97°

Macedonia 435 442 1,61% 98°

França* 12.828 13.012 1,43% 99°

Tanzânia* 1.310 1.324 1,07% 100°

Bahamas 231 233 0,87% 101°

Suazilândia 243 245 0,82% 102°

Portugal 1.685 1.694 0,53% 103°

Eslovenia 416 418 0,48% 104°

Arábia Saudita* 2.609 2.616 0,27% 105°

República Dominicana 1.800 1.803 0,17% 106°

Chile 620 621 0,16% 107°

República Centro Africana* 2.405 2.407 0,08% 108°

Mauritânia* 439 439 0,00% 109°

Venezuela* 2.727 2.727 0,00% 110°

Argélia* 3.150 3.150 0,00% 111°

Timor -Leste 80 80 0,00% 112°

Laos* 414 414 0,00% 113°

Emirados Árabes Unidos* 550 550 0,00% 114°

Vietnã* 5.000 5.000 0,00% 115°

Sudão do Sul* 261 261 0,00% 116°

Coreia do Norte 500 500 0,00% 117°

Tailândia* 3.839 3.833 -0,16% 118°

Taiwan 794 791 -0,38% 119°

Estados do Oeste Africano* 3.804 3.782 -0,57% 120°

Madagascar 923 917 -0,65% 121°

Mianmar* 1.135 1.127 -0,70% 122°

Quirguistão 507 503 -0,79% 123°

China* 135.046 133.887 -0,86% 124°

Butão 174 172 -1,15% 125°

Coreia do Sul* 2.519 2.490 -1,15% 126°

Turquemenistão* 580 572 -1,38% 127°

Congo* 1.832 1.803 -1,58% 128°

Jordânia 720 707 -1,81% 129°

Tadjiquistão* 570 559 -1,93% 130°

Síria* 1.709 1.676 -1,93% 131°

Jamaica 504 494 -1,98% 132°

Romênia 1.838 1.800 -2,07% 133°

Canadá 1.389 1.359 -2,16% 134°

Egito 5.760 5.635 -2,17% 135°

Page 46: BCB Estudo Comparativo Bancos Centrais Versão 4.0 2015

42

Paquistão 1.405 1.369 -2,56% 136°

Marrocos* 2.647 2.569 -2,95% 137°

Caribe 230 223 -3,04% 138°

Uganda 1.056 1.019 -3,50% 139°

Japão* 4.853 4.675 -3,67% 140°

Peru 992 954 -3,83% 141°

Eritreia* 146 140 -4,11% 142°

Belarus 828 793 -4,23% 143°

Alemanha* 11.319 10.825 -4,36% 144°

República Checa 1.453 1.383 -4,82% 145°

Uzbequistão* 2.183 2.065 -5,41% 146°

Cazaquistão 3.555 3.360 -5,49% 147°

Iraque* 1.775 1.676 -5,58% 148°

Eslováquia 1.076 1.012 -5,95% 149°

Angola 1.940 1.822 -6,08% 150°

Zâmbia 598 561 -6,19% 151°

Rússia* 71.200 66.300 -6,88% 152°

Paraguai 980 906 -7,55% 153°

Haiti* 750 693 -7,60% 154°

Nepal 1.517 1.400 -7,71% 155°

Bangladesh* 5.304 4.878 -8,03% 156°

Polônia* 3.968 3.642 -8,22% 157°

Hungria* 641 584 -8,89% 158°

Tunísia 1.152 1.047 -9,11% 159°

Maurício 261 237 -9,20% 160°

Itália 7.700 6.982 -9,32% 161°

Indonésia 6.157 5.563 -9,65% 162°

Chipre 321 290 -9,66% 163°

Equador 1.155 1.001 -13,33% 164°

Líbia* 1.076 930 -13,57% 165°

Líbano 1.500 1.287 -14,20% 166°

Finlândia 467 400 -14,35% 167°

Sérvia* 2.533 2.136 -15,67% 168°

Látvia 651 547 -15,98% 169°

Afeganistão* 2.360 1.970 -16,53% 170°

Serra Leoa* 571 475 -16,81% 171°

Índia 21.228 17.449 -17,80% 172°

Brasil 5.020 4.003 -20,26% 173°

Lituânia 845 600 -28,99% 174°

Grécia 2.763 1.930 -30,15% 175°

Zimbábue 1.803 522 -71,05% 176°

Fontes dos 2 anexos: Central Bank Directory20141/ Annua lReport: Budget Review do FED5 / Relatório anual de

2013 do BCE7 / Relatório RH em números do BCB (edições Dezembro/2014, Dezembro/2013, Dezembro/2012

e Dezembro/2011)8 / World Economic Outlook Database do FMI9

Page 47: BCB Estudo Comparativo Bancos Centrais Versão 4.0 2015

43

9. REFERÊNCIAS

(1) HORÁKOVÁ, M., JORDAN, A, 2014. Central Bank Directory 2014. p. xv

(2) NIER, E. W., 2009. Financial Stability Frameworks and the Role of Central Banks:

Lessons from the Crisis. IMF Working Paper, WP/09/70. p. 54 e 55. Acessado em:

https://www.imf.org/external/pubs/ft/wp/2009/wp0970.pdf

(3) BIS [Bank for International Settlements], 2012. Core Principles for Effective

Banking Supervision. p. 10 e 23. Acessado em:

http://www.bis.org/publ/bcbs230.pdf

(4) OECD [Organization for Economic Co-operation and Development], 2009. The

Financial Crisis – Reform and Exit Strategies. p. 32 e 33. Acessado em:

http://www.oecd.org/regreform/sectors/43091457.pdf

(5) BOARD OF GOVERNORS OF THE FEDERAL RESERVE SYSTEM, 2013.

Annual Report: Budget Review. p. 10. Acessado em:

http://www.federalreserve.gov/publications/budget-review/files/2013-budget-

review.pdf

(6) BCE [Banco Central Europeu], 2014. Toward the European Banking Union:

achievements and challenges. Acessado em:

http://www.ecb.europa.eu/press/key/date/2014/html/sp140512_1.en.html

(7) BCE [Banco Central Europeu], 2013. Relatório Anual 2013. Acessado em:

https://www.ecb.europa.eu/pub/pdf/annrep/ar2013pt.pdf

(8) BCB [Banco Central do Brasil], 2011, 2012, 2013, 2014. Relatório RH em

Números do BCB. Edições de Dezembro/2014, Dezembro/2013, Dezembro/2012 e

Dezembro/2011

(9) FMI [Fundo Monetário Internacional], Abril/2014. World Economic Outlook

Database - FMI. Acessado em: http://goo.gl/hAEdGP

(10) ESTRELA, M.A, ORSI, R.V., 2010.Moeda, Sistema Financeiro e Banco Central –

Uma Abordagem Prática e Teórica sobre o Funcionamento de uma Autoridade

Monetária no Mundo e no Brasil. p. 153.

(11) BCB [Banco Central do Brasil], 2014. Plano de Ação para o Fortalecimento do

Ambiente Institucional. Acessado em:

http://www.bcb.gov.br/nor/relincfin/Plano_de_Acao_PNIF.pdf

Page 48: BCB Estudo Comparativo Bancos Centrais Versão 4.0 2015

44

(12) BCB [Banco Central do Brasil], 2013. CMN regula arranjo de pagamentos.

Acessado em: http://www.bcb.gov.br/pt-br/Paginas/cmn-regulamenta-arranjos-de-

pagamentos-4-11-2013.aspx

(13) ABECS [Associação Brasileira de Empresas de Cartão de Crédito], 2015

Crescimento do mercado de cartões pode beneficiar Municípios. Acessado em:

http://www.abecs.org.br/noticia/crescimento-do-mercado-de-cartoes-pode-

beneficiar-municipios

(14) ABComm [Associação Brasileira de Comércio Eletrônico], 2015. E-commerce

brasileiro deve faturar R$ 49,8 bilhões em 2015. Acessado em:

http://www.abcomm.org/noticias/e-commerce-brasileiro-deve-faturar-r-498-

bilhoes-em-2015-preve-abcomm/

(15) BCB [Banco Central do Brasil], 2012. Nota Técnica DEPES/Geap/02. Acessado

em: http://goo.gl/8J2Bpp

(16) FSB [Financial Stability Board], 2013. Global Shadow Banking Monitoring Report.

p. 10, 22 e 23. Acessado em:

http://www.financialstabilityboard.org/publications/r_131114.pdf

(17) KODRES, L. and CLAESSENS, S., 2014. The Regulatory Responses to the Global

Financial Crisis: Some Uncomfortable Questions. IMF Working Paper, WP/14/46.

p. 30. Acessado em: http://www.imf.org/external/pubs/ft/wp/2014/wp1446.pdf

(18) CGU [Controladoria-Geral da União], 2012. Relatório de Auditoria Anual. p. 15 e

16. Acessado em:

http://www.cgu.gov.br/relatorios/RA201203841/RA201203841.pdf

(19) CESPE/UNB [Centro de Seleção e de Promoção de Eventos], 2013. Acessado em:

http://www.cespe.unb.br/concursos/BACEN_13_ANALISTA_TECNICO/

(20) CESPE/UNB [Centro de Seleção e de Promoção de Eventos], 2013. Acessado em:

http://www.cespe.unb.br/concursos/BACEN_13_PGBC/

(21) PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA, 2009. Decreto No 6.944. Acessado em: Decreto

Nº 6.944, de 21 de Agosto de 2009

_________________________

Layout do texto: (1) BCB [Banco Central do Brasil], 2012. Relatório de Economia Bancária e Crédito. p. 1 (2) BCB [Banco Central do Brasil], 2008. Fique por dentro. p. 10, 16 e 36 (3) FMI [Fundo Monetário Internacional], 2014. Recovery Strengthens, Remains Uneven. p. 1

Page 49: BCB Estudo Comparativo Bancos Centrais Versão 4.0 2015

Comissão dos Aprovados do Banco Central do Brasil http://www.aprovadosbacen.com.br/