84

Beach&Co 130

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Edição 130 da revista Beach&Co - Abril de 2013

Citation preview

Page 1: Beach&Co 130
Page 2: Beach&Co 130

Mais de 25 mil moradiasconstruídas como devem ser.

Não é só mudar de casa,é mudar de vida.

O Governo do Estado de São Paulo, por meio da CDHU, revolucionou o conceito de moradia popular no Estado de São Paulo. Desde 2011, já foram entregues mais de 25 mil moradias. E sabe como são as casas? São as maiores e melhores casas populares do Brasil. Com dois ou três dormitórios, piso cerâmico, azulejo no banheiro e na cozinha, teto mais alto e aquecimento solar. E a arquitetura é baseada no Desenho Universal – é mais que acessibilidade, é funcionalidade, conforto e segurança aos idosos, obesos, crianças e defi cientes. Os bairros têm toda a infraestrutura, com ruas asfaltadas, luz elétrica, esgoto e água encanada. É mais que casa nova. É vida nova para todo mundo.

Page 3: Beach&Co 130

Mais de 25 mil moradiasconstruídas como devem ser.

Não é só mudar de casa,é mudar de vida.

O Governo do Estado de São Paulo, por meio da CDHU, revolucionou o conceito de moradia popular no Estado de São Paulo. Desde 2011, já foram entregues mais de 25 mil moradias. E sabe como são as casas? São as maiores e melhores casas populares do Brasil. Com dois ou três dormitórios, piso cerâmico, azulejo no banheiro e na cozinha, teto mais alto e aquecimento solar. E a arquitetura é baseada no Desenho Universal – é mais que acessibilidade, é funcionalidade, conforto e segurança aos idosos, obesos, crianças e defi cientes. Os bairros têm toda a infraestrutura, com ruas asfaltadas, luz elétrica, esgoto e água encanada. É mais que casa nova. É vida nova para todo mundo.

Page 4: Beach&Co 130

O baú do escritor cubatense Afonso Schmidt

Trilha da Ruína: próxima, mas desconhecida

36 42

Foto Henrique Ramos/PMC Foto Flávia Souza

Ciência 30

Porto 48

Internacional 60

Gastronomia 66

Moda 70

Flashes 74

No clique 78

Destaques 79

Alto astral 80

Celebridades em foco 82

E mais...

Foto

Div

ulga

ção

Page 5: Beach&Co 130

Capa

Índio yawalapiti se prepara para a festa do Kuarup

Foto Renato Soares/Pulsar Imagens

Foto Adriane Ciluzzo

pág. 20Passos de Anchieta

Carne do futuro em pesquisa

Superação de limites também no mar

5852

Foto Diana Bueno Foto divulgação

Page 6: Beach&Co 130

ao leitor

E mais...

ANO XII - Nº 130 - AbrIl/2013

Beach CoA R e v i s t a d o L i t o r a l .

A revista Beach&Co é editada pelo Jornal Costa Norte

Redação e PublicidadeAv. 19 de Maio, 695 - Bertioga/SP

Fone/Fax: (13) 3317-1281www.beachco.com.br

[email protected]

Diretor - PresidenteReuben Nagib Zaidan

Diretora AdministrativaDinalva Berlofi Zaidan

Editora ChefeEleni Nogueira (MTb 47.477/SP)

[email protected]

Diretor de ArteRoberto Berlofi Zaidan

[email protected]

Criação e DiagramaçãoAudrye Rotta

[email protected]

Marketing e PublicidadeRonaldo Berlofi Zaidan

[email protected]

Depto. ComercialAline Pazin

[email protected]

Revisão Adlete Hamuch (MTb 10.805/SP)

ColaboraçãoDurval Capp Filho, Edison Prata, Flávia Souza, Fernanda Lopes, Karlos Ferrera, Luci Cardia,

Luciana Sotelo, Marcos Neves Fernandes, Morgana Monteiro, Renata Inforzato e Rosangela Falato

Circulação

Baixada Santista e Litoral Norte

ImpressãoGráfica Silvamarts

Foto Renata de Brito

A beleza e a graça da arte indígena bem perto de nós durante três dias. Oportuni-dade imperdível para conhecermos e admirarmos aquilo que não nos é comum, como pinturas corporais, artesanato no mais puro sentido, uma vez que é fruto de materiais colhidos na floresta, danças, atividades esportivas e rituais. É o que propõe o Festival Nacional da Cultura Indígena, realizado em abril, em Bertioga, desde 2001.

Estimativas do ISA (Instituto Sócio Ambiental) apontam que o país possui atual-mente 238 povos indígenas. Eles habitam praticamente todos os estados brasileiros, com exceção do Rio Grande do Norte e do Piauí. Contudo, grande parte deles é desco-nhecida pela nação.

Ao longo dos últimos 12 anos, mais de 40 etnias brasileiras já desfilaram frente aos olhos curiosos de milhares de turistas locais, nacionais e estrangeiros. Um número con-siderável, se levarmos em conta que a divulgação dessa rica e diversificada cultura não seria absorvida pela sociedade, não fosse tal iniciativa.

A cada ano, o encontro festivo abre a perspectiva não apenas de um encontro inter-cultural e de confraternização, mas também de reconhecimento da existência e da luta desse povo pela sobrevivência de suas tradições. Em suas terras, eles enfrentam diver-sos conflitos, tais como questões fundiárias, invasão e exploração de recursos naturais de suas reservas - em alguns casos por representantes de sua própria etnia -, e ainda, o desrespeito aos direitos de seu povo.

Interagir com representantes da população indígena brasileira é vivenciar a história do país; é se enriquecer com aspectos culturais primitivos, mas nem por isso, menos importantes; é, também, compartilhar seus problemas e aflições, típicos das minorias. Vamos nos divertir, aprender e, sobretudo, nos conscientizarmos de que os povos da selva contam com nosso apoio para sobreviver.

Eleni Nogueira

Cultura indígena,valor a ser preservado

Page 7: Beach&Co 130

CIN

TO D

E SE

GURA

NÇA

SAL

VA V

IDAS

.

www.citroenlouvre.com.br

CRÉATIVE TECHNOLOGIE

SantosRua da Constituição 51813 3226-1555

GuarujáAv. D. Pedro I 54113 3308-2555

São VicenteAv. Presidente Wilson 90413 3569-2555

Praia GrandeAv. Guilhermina 100113 3476-1555

Vale do ParaíbaSão José dos Campos • TaubatéGde. São PauloGuarulhos

ESTÁ NA HORA DE VOCÊ TER UM CARROCOM TECNOLOGIA DE VERDADE.

CITROËN AIRCROSS

R$54.690,R$54.690,A PARTIR DEATACAMA

MOTOR 1.6122 CV COMFLEX START

EXCLUSIVOPARA-CHOQUEOFF-ROAD

CAPA DEESTEPEPERSONALIZADA

BARRASTRANSVERSAISDE TETO DE SÉRIE

MOTOR 1.6122 CV COMFLEX START

EXCLUSIVOPARA-CHOQUE

CAPA DEESTEPEPERSONALIZADA

BARRASTRANSVERSAISDE TETO DE SÉRIEOFF-ROAD PERSONALIZADA DE TETO DE SÉRIEPERSONALIZADA DE TETO DE SÉRIEPERSONALIZADA

FIXOPREÇO

REVISÃO

Os veículos estão em conformidade com o Proconve. Fotos meramente ilustrativas. Oferta de R$ 54.690,00 válida para Aircross Atacama 2012/2013 . Não estão incluídos seguro, opcionais e pintura metálica. (R$ 1190,00).Ofertas válidas até 30/04 ou enquanto durarem os estoques - 5 modelos de cada. Não cumulativa com outras promoções. Para mais informações, procure a Citroën Louvre mais próxima de você. Se beber, não dirija.

Pintura Sólida e Frete Incluídos

Page 8: Beach&Co 130

B&CO_anuncie_21x28.indd 1 14/02/12 11:12

Page 9: Beach&Co 130

B&CO_anuncie_21x28.indd 1 14/02/12 11:12

RAMON ALVARES & ASSOCIADOS - CONSULTORIA IMOBILIÁRIA - Av. Anchieta, 1.196 - Bertioga - SP - CEP 11250-000 - Creci 11374-J - [email protected] www.ramonalvares.com.br - Tels.: 0800 13.66.13 - (13) 3316-3800. Incorporação registrada sob o número R-2, matrícula 76526, no Cartório de Registro de Imóveis de Santos.

INFORMAÇÕES:

0800 13.66.13(13) 3316-3800HIROTA

COSTA

Realização e construção:

Ramon Alvares

& Associados

CONSULTORIA IMOBILIÁRIA

Ramon Alvares

& Associados

CONSULTORIA IMOBILIÁRIA

Intermediação imobiliária:Realização:

F A M I L Y C L U B

V I S I T E D E C O R A D O

w w w. b o u l e v a r d f a m i l y c l u b . c o m . b r

AV. TOMÉ DE SOUZA, 1.741 - Praia da Enseada - Bertioga (ENTRADA TAMBÉM PELA RUA JOÃO RAMALHO, 1.760)

O seu apartamento na praia nunca esteve tão fácil e perto. APROVEITE AS Excelentes condições de pagamento.

Uma NOVA BERTIOGA espera por você, DE FRENTE PARA O MAR.

F A M I L Y C L U B

o seu Family Club com lazer completo.

134 E 139m2 privativos 4 Dorms. (2 suítes)

100 E 114m2 privativos 3 Dorms. (2 suítes)

Foto aérea da Praia da Enseada - Bertioga, com implantação artística do empreendimento através de recurso gráfico.

Perspectiva artística da fachada

LANÇAMENTO - BERTIOGA

AN 1pg Rev BechCO ABR_ Boulevard.indd 1 4/15/13 12:51 PM

Page 10: Beach&Co 130

10 Beach&Co nº 130 - Abril/2013

turismo

Um pedaço da selvaem solo urbano

Page 11: Beach&Co 130

11Beach&Co nº 130 - Abril/2013

Foto

s Ren

ata

de B

rito

Bertioga, mais uma vez, abre espaço para a divulgação da cultura indígena em três dias de muita festa, abrilhantada pela presença de cinco etnias brasileiras e um público fiel

e animado. As questões dos povos da selva também fazem parte do evento, na forma de debates públicos

Foto

Ren

ata

de B

rito

Page 12: Beach&Co 130

12 Beach&Co nº 130 - Abril/2013

A confraternização entre os povos é a proposta do Festival Nacional da Cultura Indígena de Bertioga. O grande diferencial desse evento anual, instituído em 2001, é a demonstração em tempo real de um modo de vida incomum nos dias atuais, para a maioria da população brasileira. A temá-tica indígena sempre integra as pautas da mídia, mas vivenciar aspectos dessa cul-tura, ver e interagir com nossos irmãos da selva, é trazer a realidade, em seus aspec-tos bons ou maus, para o nosso dia a dia.

Entre os dias 19 e 21 deste mês, a cida-de se transforma em palco para as manifes-tações culturais indígenas, com apresenta-ções de dança, música, culinária, artesanato e atividades esportivas, realizadas na praia da Enseada, região central. A programação também abre espaço para o debate público sobre as questões indígenas, uma vez que, no Brasil, as diversidades demográficas, linguís-ticas e espaciais entre os índios dificultam a questão da representação de seus interesses.

Ano passado, segundo os organizadores, prefeitura de Bertioga e Comitê Intertribal - Memória e Ciência Indígena (ITC), mais de cinco mil pessoas compareceram à abertura do evento. E a expectativa é de que este ano tal número seja superado. A quantidade de etnias representadas repete-se neste evento, cinco, num total de 160 indígenas: Guara-ni (Bertioga), Nambikwara, Paresi haliti e Waujá (Mato Grosso) e Canela Ramkoka-mekrá (Maranhão). “O objetivo maior des-te encontro é promover o valor da cultura indígena e, ao mesmo tempo, promover a superação de preconceitos. O que temos conseguido nos últimos anos. Hoje Bertioga é uma referência para os povos indígenas”, afirma Marcos Terena, integrante do ITC.

Mais de 40 etnias já passaram por Bertio-ga desde a primeira edição do festival, que representa uma grande oportunidade para se conhecer aspectos destas culturas dis-tintas, com grande variedade entre elas de religião, língua, política, habitação e formas de se relacionarem com o meio ambiente.

Aqui no litoral paulista, os guaranis inte-

turismo

Por Eleni Nogueira

Page 13: Beach&Co 130

13Beach&Co nº 130 - Abril/2013

gram uma população de cerca de 1.500 pes-soas, que vivem em comunidades distribuí-das de Ubatuba, no litoral norte, a Cananeia, no litoral sul do estado. Mesmo próximos a centros urbanos, resistem à aculturação.

Verdadeiros guerreiros, como o próprio nome significa, preservam suas raízes por meio de práticas e rituais diários, a exemplo da casa de reza - o local mais sagrado da aldeia.

As lutas indigenistas no país vêm de lon-ga data e envolvem principalmente ques-tões ligadas à terra. Nesse quesito, em es-pecial, os guaranis de Bertioga têm mesmo o que comemorar. Após 20 anos de luta, o processo de demarcação da Terra Indígena Ribeirão Silveira aguarda apenas a homo-logação e assinatura de decreto, por parte da presidente da República Dilma Roussef, segundo o técnico indigenista Márcio José Alvim do Nascimento.

Aspectos do Festival Indígena, índiakaiapó e artesanato kamayurá

Processo de demarcação da Terra Indígena Ribeirão Silveira, em Bertioga, está prestes a ser concluído

Foto

s Re

nata

de

Brito

Page 14: Beach&Co 130

14 Beach&Co nº 130 - Abril/2013

turismo

A última etapa vencida foi o levanta-mento fundiário para identificação das áreas ocupadas por não índios (cerca de 25 propriedades), concluída em dezem-bro passado.

Márcio Alvim atua na Funai (Fundação Nacional do Índio) há 32 anos, 25 deles em Bertioga. Ele acompanhou todo o árduo processo e comemora. “Foi uma batalha, mas valeu a pena, me sinto realizado. A terra é a vida do índio, garantia de seu ter-ritório e das gerações futuras”.

A área total demarcada é de 8.500 hec-tares, onde vivem 520 indivíduos. A língua falada é o guarani. Na reserva há uma es-cola municipal com aulas até o nível fun-

damental, com sistema bilíngue. De acordo com Márcio, a população da reserva tem aumentado nos últimos anos, por conta do alto crescimento vegetativo e da taxa de natalidade, em torno de 6,5%, muito acima da média brasileira, de 1,7%, segundo da-dos do IBGE (Instituto Brasileiro de Geo-grafia e Estatística).

Ainda segundo Márcio, a taxa de morta-lidade é muito baixa, praticamente zerada. “No início do ano perdemos o índio mais velho da reserva, ele tinha 103 anos”. O indigenista atribui os números aos cuida-dos na área da saúde. “A comunidade con-ta com programas de acompanhamento à gestante e à criança, além de uma equipe

Page 15: Beach&Co 130

15Beach&Co nº 130 - Abril/2013

Terras indígenas onlinePara saber mais sobre os

povos indígenas do Brasil, uma boa dica é o site de De Olho nas Terras Indígenas. Cria-do e administrado pelo Isa (Instituto Sócio Ambiental) traz informações organizadas pelo seu Programa de Moni-toramento de Áreas Protegi-das sobre cada uma das 688 Terras Indígenas (TIs) existen-tes no país, habitadas por 238 povos indígenas.

O painel de indicadores socioambientais de TIs reú-ne dados comparativos sobre temas polêmicos ligados às questões indígenas em todo o país, como direitos territoriais e sociodiversidade, por exem-plo, apresentados na forma de mapas, gráficos e rankings.

Por meio dos mapas dispo-níveis é possível acompanhar dados variados sobre as TIs, como incidência de reque-rimentos de processos mi-nerários, desmatamentos e, até, focos de incêndio. O site também possibilita encontrar a localização de escritórios regionais da Funai e outros órgãos ligados aos povos in-dígenas.

O rico acervo digital, fruto de pesquisa iniciada na dé-cada de 80, ainda traz dados sobre população, línguas fala-das e projetos desenvolvidos com participação indígena. O conteúdo, atualizado perio-dicamente, é organizado em seis temas principais: povos, línguas e demografia; direitos territoriais; gestão; ambien-te; sobreposição; e pressões e ameaças. As informações são de âmbito nacional, regional e local. Para acessar: http://ti.socioambiental.org/

Os guaranis mantêm suas tradições, como os rituais e artesanato

Foto

s Re

nata

de

Brito

de saúde dentro da terra indígena”. Os guaranis de Bertioga sobrevivem da

agricultura por meio do cultivo de palmito das espécies pupunha, açaí e juçara, para venda e subsistência; comercialização de plantas ornamentais e confecção e venda de artesanato, esta última a maior fonte de renda da comunidade.

De acordo com Márcio Alvim, uma parceria entre a Funai e o Ministério do Desenvolvimento Agrário possibilitou, ano passado, o plantio de 20 mil mudas de palmito pupunha e de quatro mil mu-das de plantas frutíferas, como laranja, li-mão, jaboticaba, acerola e plantas nativas. Outro projeto em andamento, parceria

entre a Funai, Ministério da Agricultu-ra e Associação Indígena, com apoio da Coordenadoria de Assistência Técnica In-tegral - Cati, ligada à Secretaria de Agri-cultura do estado de São Paulo, trata da construção de galinheiros e de tanques para piscicultura. Já em parceria com a prefeitura local e com a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano - CDHU, está em estudo a implantação de um projeto habitacional com 115 mo-radias. “As unidades serão de alvenaria, pois o alto índice pluviométrico local não permite a construção de casas de madei-ra, ou palha, que acabam por ter pouca durabilidade.”

Page 16: Beach&Co 130

16 Beach&Co nº 130 - Abril/2013

turismo

A etnia paresi é a que mais vezes participou do festival

Etnias visitantes

Canela RamkokamekráCanela é o nome pelo qual ficaram co-nhecidos dois grupos dos timbiras: os ramkokamekrás e os apanyekrás. Há di-ferenças significativas entre esses grupos vizinhos, mas ambos falam a mesma lín-gua e são pautados pelo mesmo repertó-rio cultural, expresso por uma complexa vida ritual, práticas xamânicas e intrinca-da organização social.

Nambikwara Famosos na história da etnologia brasilei-ra por terem sido contatados “oficialmen-te” pelo Marechal Rondon, e por terem sido estudados pelo renomado antropó-

Foto

Ren

ata

de B

rito

Page 17: Beach&Co 130

17Beach&Co nº 130 - Abril/2013

Com exceção do Rio Grande do Norte e do Piauí, todos os outros estados brasileiros possuem áreas de reservas indígenas. Segundo estimativas do Isa (Instituto Sócio Ambiental), o país possui 238 povos indígenas, habitantes de 688 Terras Indígenas (TIs), com população total de cerca de 560 000 pessoas, ou 0,2% da população brasileira.

logo Claude Lévi-Strauss, os nambiqua-ras vivem hoje em pequenas aldeias, nas altas cabeceiras dos rios Juruena e Gua-poré. Habitam tanto o cerrado, quanto a floresta amazônica, e áreas de transição entre estes dois ecossistemas. Os nambi-quaras ocuparam uma extensa região no passado e se caracterizaram pela mobi-lidade espacial. Dotados de uma cultura material aparentemente simples e de uma cosmologia e um universo cultural extre-mamente complexos, os nambiquaras têm preservado sua identidade, por meio de um misto de altivez e abertura ao mundo.

ParesiOs Paresis têm uma antiga história de contato com os não índios. As primeiras

referências feitas a eles datam do fim do século XVII e, desde então, o contato in-tensificou-se e gerou consequências mui-tas vezes devastadoras para o povo. Cada subgrupo Paresi enfrentou diferentes situações, devido à proximidade ou dis-tanciamento em relação aos não índios. A intensa relação com os jesuítas da Missão Anchieta (MIA) quase ocasionou a extin-ção de um dos dialetos falados por eles e trouxe transformações nos aspectos so-cioculturais deste povo, já que as uniões entre os diferentes povos indígenas eram incentivadas. Atualmente, os Paresis pre-ocupam-se em manter seus costumes, e com a recuperação de outros aspectos que consideram importantes para a manuten-

ção das suas práticas socioculturais, tendo em vista as consequências sofridas ao lon-go da sua história com os não índios.

WaujáTambém conhecidos como waurás, habi-tam o Parque Indígena do Xingu. Os wau-jás são notórios pela singularidade de sua cerâmica, o grafismo de seus cestos, sua arte plumária e máscaras rituais. Além da riqueza de sua cultura material, esse povo possui uma complexa e fascinante mito--cosmologia, na qual os vínculos entre os animais, as coisas, os humanos e os seres extra-humanos permeiam sua concepção de mundo e são cruciais nas práticas de xamanismo.

Fonte Isa

Festival Indígena Na Praça de Eventos, localizada na praia

da Enseada, ocorre as apresentações e ce-rimônias. Já no Parque dos Tupiniquins, a feira de artesanato, exposição de fotogra-fias e pinturas corporais. A abertura oficial do Festival Nacional da Cultura Indígena ocorre na sexta-feira, 19, com desfile das delegações, seguido pela cerimônia do fogo sagrado, manifestações culturais, apresen-tação de esportes tradicionais indígenas como o jikunahiti (futebol de cabeça), cor-rida de tora, arco e flecha, tihimore (boliche indígena) e huka huka (luta corporal), sau-dações, discursos de autoridades, celebra-ção da união dos povos e show pirotécnico.

Etnias apresentam detalhes de seu cotidiano, como preparo de pratos típicos

Fotos Renata de Brito

Page 18: Beach&Co 130

18 Beach&Co nº 130 - Abril/2013

turismo

realiza-se a feira de artesanato e, a partir das 14h00, apresentações culturais, espor-tivas e culinárias. A programação segue às 20 horas, na tenda, com apresentações de esportes tradicionais, como corrida de tora, futebol de cabeça, arco e flecha, boliche in-dígena e luta corporal.

No domingo, 21, continuam as discus-sões do fórum, com o tema Sustentabilidade e os parâmetros da ecologia: jogos verdes e ju-ventude, a partir das 9h00. Durante o dia, permanecem as atividades na feira de ar-tesanato, no Parque dos Tupiniquins. A partir das 18 horas, na tenda, ocorrem no-vas apresentações culturais e esportivas e show pirotécnico de encerramento.

No Forte São João, durante o período do festival, serão exibidos os filmes Hans Staden e Xingu, além de projeções de fo-tografias com a temática indígena, com destaque para os registros dos guaranis e imagens das etnias presentes nos festivais de anos anteriores.

Kamayurás durante apresentação de ritual com a flauta jakui

Música guaraniO CD e DVD ‘Guardiões Guarani’ foi lançado dia 17 passado, no Sesc

Pompeia, na capital Paulista. Coordenado pelo líder espiritual da Terra In-dígena Ribeirão, Egino Xapé, o grupo ‘Guardiões Guarani’ é formado por 33 integrantes, a maioria crianças e jovens.

O trabalho é resultado da parceria da Fundação Nacional do Índio (Fu-nai) com a Coordenação de Políticas da População Negra e Indígena, vincu-lada à Secretaria de Estado da Justiça, com apoio da Secretaria de Estado da Cultura, por meio do Programa de Ação Cultural (ProAC); do Sesc Pompeia e Prefeitura de Bertioga, que disponilizará transporte para o grupo.

No sábado, 20, as atividades têm início a partir das 9h00, com o fórum Sustentabili-dade e os parâmetros da ecologia: jogos verdes e juventude, e prosseguem durante todo o dia com competições entre indígenas e atletas locais nas modalidades de canoa havaiana e futebol masculino e feminino, na praia da Enseada. No parque, a partir das 10h00,

Foto

Ren

ata

de B

rito

Page 19: Beach&Co 130
Page 20: Beach&Co 130

20 Beach&Co nº 130 - Abril/2013

turismo

A rica história da colonização revivida em cores e imagens deslumbrantes durante o percurso dos Caminhos de Anchieta pelo litoral norte paulista

Por Rosangela Falato

“Todo o Brasil é um jardim em frescu-ra e bosque e não se vê, em todo o ano, ár-vores nem erva seca. Os arvoredos se vão às nuvens de admirável altura, grossura e variedade de espécies. Muitos dão bons frutos e o que lhes dá graça é que há neles muitos passarinhos de grande formosura e variedade”. Assim descreve nossa floresta e sua rica biodiversidade o “Apóstolo do Brasil”, o jesuíta José de Anchieta, no docu-mento Informação da Província do Brasil para nosso Padre, em 1585.

O documento tornou-se a primeira descrição detalhada da Mata Atlântica, de acordo com publicação do Conselho Na-cional da Reserva da Biosfera, que propôs 27 de maio como Dia Nacional da Mata Atlântica em homenagem à floresta e à pa-dre Anchieta nas comemorações dos 400 anos de seu falecimento.

Resgatar essa cultura, a história, e ainda mostrar a importância da preservação do meio ambiente de uma região riquíssima por seu patrimônio natural, levou o gover-

no paulista a lançar, em 2011, a rota Pas-sos dos Jesuítas - Anchieta, inspirada nos caminhos percorridos pelo apóstolo, autor da primeira gramática em língua tupi, pu-blicada em Coimbra, em 1595.

O roteiro contemplativo envolve 370 km, a pé, por 13 municípios desde Peruíbe, na Baixada Santista, até Ubatuba, no lito-ral norte, palco, em 1563, para o Armistício de Iperoig, o primeiro tratado de paz das Américas, só possível pela intervenção e dedicação de Nóbrega e Anchieta, que se-laram a paz entre índios e colonizadores.

A determinação, os conhecimentos e o respeito ao “Apóstolo do Brasil”, que fi-cou refém dos tupinambás (tamoios) en-tre maio e setembro de 1563, foram fun-damentais para conseguir apaziguar os tupinambás (aliados dos franceses) que pretendiam atacar os tupiniquins (aliados dos portugueses) em um massacre sem precedentes na história. A saga de um dos fatos mais marcantes da história do Brasil é relembrada na encenação Paz de

contemplação e culturaRota de fé,

Page 21: Beach&Co 130

21Beach&Co nº 130 - Abril/2013

Escultura de padre José de Anchieta, na Praça do Aquário, em Santos. A rota é inspirada nos caminhos percorridos

pelo apóstolo ao longo da costa paulista

Foto

Bel

issa

Bar

ga

Page 22: Beach&Co 130

22 Beach&Co nº 130 - Abril/2013

turismo

Iperoig, realizada pela prefeitura de Uba-tuba desde 2001, entre os meses de outu-bro e novembro, como parte do programa Passos dos Jesuítas.

Quem se aventura a pé pelos 370 quilô-metros da rota principal pode levar até 15 dias para percorrer os principais pontos dos caminhos dos jesuítas. A saída é do marco zero, no mercado de peixes, em Pe-ruíbe. Nos 12 municípios seguintes há pon-tos para descanso, hotéis e pousadas, locais para refeições e toda estrutura necessária. Mas, alguns trechos são mais complicados e merecem maior cuidado. Para se ter uma ideia da extensão, somente as quatro cida-des do litoral norte totalizam 191 km dos 370 km de todo o trajeto.

Das 13 cidades do litoral paulista, o trecho de São Sebastião é o maior, com 84 km de caminhada, com subidas pela serra e algumas praias mais desertas. Por isso, é necessária atenção redobrada, até porque, parte do trajeto é realizada na rodovia Ma-noel Hipólito do Rego (Rio-Santos), que não conta com acostamento na maior parte dos 7 km da serra de Maresias. Aliás, esse trecho exige muita resistência não só de ca-minhantes como também dos que se aven-turam em bikes pela rota.

No litoral norte, o caminho começa pela faixa de areia da praia de Boraceia, costa sul de São Sebastião, divisa com o município de Bertioga. São 84 km até a avenida Emí-lio Granato, praia da Enseada, divisa com Caraguatatuba. É aconselhável evitar cami-nhadas à noite, principalmente nesses tre-chos de rodovia. Um dos pontos mais com-plicados é na serra de Maresias, pois são 7 km só de estrada, sem qualquer local para parar, e cerca de mais 2 km até chegar ao

Praça dos Canhões, em Ilhabela. Ao centro, o convento Nossa Senhora do Amparo, em São Sebastião e, abaixo, o Mirante do Cruzeiro, em Ubatuba

Foto

s Ro

sang

ela

Fala

toFo

to A

dria

ne C

iluzz

o

Page 23: Beach&Co 130

23Beach&Co nº 130 - Abril/2013

centro comercial para descansar e lanchar.A rota também inclui ruas dos bairros de

Paúba e Guaecá, incluindo toda a extensão dessa linda praia e também de Barequeça-ba, até chegar ao centro de São Sebastião com seus casarões coloniais, que formam o patrimônio histórico e arquitetônico da cidade. Depois, continua pela praia do Pontal, o charmoso bairro São Francisco, a 6 km da região central, com seu tradicional núcleo de pescadores, casas à beira-mar, e onde está instalado desde 1664, pela Or-dem Franciscana, o convento Nossa Se-nhora do Amparo, com uma capela linda. O local é visita obrigatória na Rota da Fé. Os peregrinos ainda passam por trechos da praia das Cigarras até a Enseada.

Caminhos por IlhabelaEm uma de suas cartas, José de Anchie-

ta relata sua passagem pela região: “Com bom vento, que, porém, logo mudou, mas, ajudando-nos Nosso Senhor, chegamos a uma ilha chamada São Sebastião, des-povoada, mas cheia de muitos tigres”. A historiadora e arqueóloga Cintia Bendaz- zoli, de Ilhabela, descreve em seu blog, que a primeira passagem dos jesuítas teria ocorrido quando navegavam em direção a Iperoig (Ubatuba) para negociar a paz en-tre os tupinambás e tupiniquins. Eles não teriam percebido a presença dos índios que habitavam a ilha, mas observaram os feli-nos de grande porte que chamaram de “ti-gres”. Na ilha, padre Manoel da Nóbrega

O trecho de São Sebastião é o maior das 13 cidades, com 84 km de caminhada, com subidas pela serra e algumas praias mais desertas

Peregrinos na praia das Toninhas, em Ubatuba

Foto

Fra

nk C

onst

ânci

o

Page 24: Beach&Co 130

24 Beach&Co nº 130 - Abril/2013

turismo

teria rezado uma missa na praia de Ponta das Canas, ao norte do arquipélago, como informa o próprio Portal do Caminhante, da Secretaria de Turismo do estado de São Paulo. Apesar dos poucos relatos da pas-sagem dos jesuítas, Ilhabela é um convite natural para caminhadas impressionantes.

A rota da peregrinação na cidade começa na travessia da balsa São Sebastião/Ilhabe-la. São 27 km desde a avenida Princesa Isa-bel - praia da Balsa, seguindo pelas praias do Perequê, Saco da Capela, Santa Tereza e praia do Viana. Continua pela avenida Leonardo Real, e passa pelas praias Velho Barreiro, Siriúba e Garapocaia, conhecida como Pedra do Sino, cheia de mistérios e lendas. Em direção à vila, na região central, o caminhante encontra o único pórtico ins-talado no arquipélago, que fica na praça do Píer. A rota prossegue pela praia Saco da Capela, praça das Esculturas, Perequê até retornar à balsa.

Já em Caraguá, são 31 km desde a ave-nida José Herculano, na barra do rio Ju-queriquerê, passando pelas praias do Porto Novo e Aruan até o centro da cidade onde

Roteiro alternativo Proporcionar a oportunidade para

que pessoas de todas as idades pos-sam ter a experiência de conhecer a importância da região na história do Brasil, percorrer trilhas e se encantar com um cenário que foi tão bem des-crito por Anchieta. Essa é a proposta do Sesc Santos que concluiu um roteiro

alternativo, bem mais tranquilo, mas não menos emocionante e repleto de novidades. Em parceria com Renato Marchesini, guia de turismo da agência Caiçara Expedições, um grupo de 40 pessoas participou da rota da peregri-nação pelos 13 municípios.

Foram 12 etapas, uma por mês, sempre aos domingos, de Peruíbe a

Ubatuba, com média de 8k a16 km por caminhada, dependendo das particu-laridades de cada local, o que envolvia fatores históricos, culturais, arquitetô-nicos, atrativos e níveis de dificuldade.

Renato Marchesini explica que “são poucas as pessoas que possuem vários dias disponíveis para realizar o percur-so direto. Desta forma, conseguimos

Personagens de Cunhambebe e Padre Anchieta, em encenação do Armistício de Iperoig, em Ubatuba

Foto

Adr

iane

Cilu

zzo

Page 25: Beach&Co 130

25Beach&Co nº 130 - Abril/2013

fazer com que o roteiro atendesse uma diversidade de perfis, de jovens à me-lhor idade”.

Aos 63 anos, o sonho da santista Re-gina Célia Guerra Azevedo é fazer o caminho de Santiago de Compostela, na Espanha. Enquanto isso, resolveu embarcar na aventura de conhecer um pouco mais sobre o passado da região.

“Conheço muito a minha região, mas sabia pouquíssimo sobre a guerra dos tamoios, a vida dos tupinambás e tu-piniquins, a história de Hans Staden e comecei a imaginá-los fazendo essas ca-minhadas naquela época”, disse Regina.

“Achei as caminhadas maravilhosas. É um tremendo programa, uma aula de história e ainda ajuda muito na saúde da

gente”, disse Julio Fernandes, que se sen-te melhor do que muito jovem, no auge de seus 68 anos. Para Adilson Barbierine Simões, 71 anos, o trajeto pelo litoral nor-te trouxe lembranças da infância: “Minha família tem origem em São Sebastião e Ilhabela. Para mim, foi uma volta ao pas-sado, além de ter sido gratificante conhe-cer fatos curiosos da história.”

fica o único pórtico da Secretaria de Turis-mo do estado de São Paulo, na praça Dió-genes de Lima. De lá, segue-se até a praia Martim de Sá, depois por ruas da região até a faixa de areia da praia de Massagua-çu. O caminho inclui as praias da Cocanha e Tabatinga até a divisa de Ubatuba. No sé-culo XVI, a chamada Vila de Santo Antonio de Caraguatatuba era habitada pelos tupi-nambás e guaramomis. O local era conhe-cido como terra abundante em caraguatás, espécie de bromélia cujas fibras eram utili-zadas pelos jesuítas na confecção de sandá-lias. Daí a origem do nome Caraguatatuba, cidade que também oferece muitas opções de passeios aos peregrinos como o miran-te do morro de Santo Antônio, de onde se tem um visual incrível da região, a lagoa Azul, na praia do Capricórnio, a ilhota da Cocanha, núcleo de cerâmica Terramar e a fazenda de mexilhões, considerada a maior do estado de São Paulo.

O trecho de Ubatuba poderia se chamar “Caminho da Paz”, em alusão ao principal fato histórico, o Armistício de Iperoig, pri-meiro tratado de paz das Américas. Para

Igreja Matriz de Ilhabela. Abaixo, o guia Renato Marchesini e

caminhantes na trilha da praia das Toninhas, em Ubatuba

Foto

Ros

ange

la F

alat

oFo

tos

Fran

k C

onst

ânci

o

Page 26: Beach&Co 130

26 Beach&Co nº 130 - Abril/2013

turismo

chegar ao ponto final da peregrinação, na famosa praia do Cruzeiro, são 49 km de caminhada desde a praia de Tabatinga, na rodovia Rio-Santos. O primeiro pórtico fica no início do trajeto, na praia de Marandu-ba. Depois segue pela praia da Lagoinha, na rua José Reis Dores. Nesse local, é pre-ciso atravessar a ponte e virar na trilha, à direita, ao lado de uma cerca de condomí-nio. São 8 km de trilha para as praias do Bonete, Cedro e Fortaleza. De lá, segue para as praias Dura, do Lázaro, Perequê Mirim, Enseada e Toninhas, seguindo pela faixa de areia até chegar a uma escadaria que dá acesso à rodovia Manoel Hipólito do Rego e à praia Grande. De lá, o cami-nhante prossegue para as praias do Tenó-rio, Itaguá, Iperoig, na rua Nove de Julho, praia do Cruzeiro, na avenida do Cruzeiro, onde, finalmente, está o 20º e último pórti-co, encerrando a Rota da Fé.

Praça da Paz de Iperoig, na praia do Cruzeiro, em Ubatuba

Percurso O roteiro turístico Passos dos Jesuítas - An-

chieta tem início em Peruíbe, no litoral sul, e término em Ubatuba, no litoral norte. A cami-nhada passa por 13 cidades (Peruíbe, Itanhaém, Mongaguá, Praia Grande, São Vicente, Cubatão, Santos, Guarujá, Bertioga, São Sebastião, Ilha-bela, Caraguatatuba e Ubatuba), num percurso de 360 quilômetros. O percurso foi inspirado no Caminho de Santiago de Compostela, na Es-panha, e já atrai grande número de peregrinos. O Guia do Caminhante pode ser retirado junto com o Cartão do Caminhante em um dos postos de emissão indicados no portal www.caminha-saopaulo.com.br. É possível realizar todo o per-curso pela praia a partir das setas existentes em toda a rota, mas o ideal é aproveitar as belezas e as atrações turísticas e históricas de cada uma das cidades contempladas pelo roteiro.

Foto

Adr

iane

Cilu

zzo

Foto Rosangela Falato

Page 27: Beach&Co 130
Page 28: Beach&Co 130
Page 29: Beach&Co 130
Page 30: Beach&Co 130

30 Beach&Co nº 130 - Abril/2013

ciência

Das antigas espirais de fumaça à engenharia genética. A arte de vencer a luta contra a dengue, febre amarela...

fabricar um mosquito Receita de comoFo

to m

rfiza

/Shu

tters

tock

Page 31: Beach&Co 130

31Beach&Co nº 130 - Abril/2013

Por Marcus Neves Fernandes

Talvez você se lembre das antigas es-pirais de fumaça, usadas para espantar mosquitos. Quando acesa, soltava aquela fumacinha ao longo da noite. O método, apesar de arcaico, ainda é usado - embora não seja 100% garantido. Um dos proble-mas com repelentes como esse é que, com o tempo, a tendência é o inseto se adaptar. Você vai acordar picado e, se tiver sorte, terá apenas uma bolha e alguma coceira de recordação. Ocorre que por trás dessa prosaica situação, encontra-se algo muito poderoso, algo que é a própria síntese da

existência: a vida evolui, ela persiste, se adapta e sobrevive. Nós somos assim, os mosquitos também. Por isso, para vencê--los, é preciso reinventar a vida ou, se você preferir, enganá-la. No Brasil, é exatamen-te isso que um grupo de pesquisadores está fazendo, com bastante sucesso.

Tanto que, recentemente, um grupo de pesquisadores de diversos países veio aprender como se fabrica um mosquito. Ao olharmos, mesmo com uma lupa, ele é igualzinho a qualquer outro que você já tenha visto. Todavia, lá onde a vida está

Milhares de mosquitos transgênicos são produzidos por mês nasincubadoras da Moscamed, em Juazeiro, na Bahia. Na página ao lado, o temido Aedes aegypti

Page 32: Beach&Co 130

32 Beach&Co nº 130 - Abril/2013

codificada, o DNA dos mosquitos machos foi alterado, dando origem a um ser trans-gênico, um organismo geneticamente mo-dificado. Milhares dessas criaturas, agora, estão sendo soltas em algumas cidades da Bahia. São como minúsculos cavalos de troia alados, cada um deles carregando uma desagradável surpresa: ao fecunda-rem as fêmeas, geram larvas que morrem antes de atingirem a idade adulta. Dessa forma, interrompe-se o ciclo de transmis-são do vírus da dengue.

Para aqueles que temem esse tipo de tecnologia, a bióloga Margareth Capurro avisa: “Os mosquitos transgênicos vivem por aproximadamente sete dias e não dei-xam descendentes. Para retirá-los da po-pulação de insetos do local, basta parar de abastecê-la com novos indivíduos”. O método tem ainda outra vantagem. Ele

Como funcionaO trabalho desenvolvido pela bióloga

Margareth Capurro não seria possível sem o apoio da Moscamed, a primeira biofábri-ca no mundo a usar raios X no processo de esterilização de insetos. Esse método é usado na mosca-da-fruta (foto ao lado). A técnica consiste na alteração dos genes de insetos machos para deixá-los estéreis. Quando inseridos em uma determinada área, eles copulam, mas não fertilizam as

fêmeas, reduzindo a população e os danos que a espécie causa na fruticultura brasi-leira, estimados em mais de US$ 1 bilhão ao ano. “O resultado é uma erradicação em área ampla, a partir de um processo muito mais sustentável em comparação ao uso de inseticidas e com as vantagens de ser ambientalmente seguro, altamente es-pecífico e mais econômico”, explica Aldo Malavasi, diretor da Moscamed. Já no caso do Aedes aegypti, apenas os machos, com o

Não basta esperar pelos avanços da ciência. Evitar água parada ainda é a melhor arma contra a dengue

ciência

Foto kzww/Shutterstock

Page 33: Beach&Co 130

33Beach&Co nº 130 - Abril/2013

é seletivo, só age na direção e com efeito em mosquitos - no caso, o Aedes aegypti. Além disso, ele objetiva arrasar a praga, exterminá-la da face da Terra. Afinal, ele faz parte da natureza e está inserido na cadeia alimentar. Na verdade, o Aedes, assim como nós, é uma vítima, já que ele só contrai o vírus se picar um humano já infectado. O ‘truque’ da engenharia gené-tica para se chegar a esse tipo de resultado é bem complexo; levou anos de estudos e vem sendo colocado em prática em biofá-bricas brasileiras, como a Moscamed, em Juazeiro (BA) ou a Bug Agentes Biológicos, no interior de São Paulo.

Tais indústrias atraem a atenção de go-vernos e centros de pesquisa pelo mundo. A Bug, por exemplo, é especializada no combate às pragas das lavouras. Fundada em 1999, já exporta 30% da produção para sete países da Europa: Suíça, Espanha, França, Dinamarca, Grã-Bretanha, Itália e Bélgica, empregando mais de 100 pessoas. Recentemente, foi eleita a empresa mais inovadora do Brasil e a 33ª do mundo pela revista norte-americana de empreen-dedorismo Fast Company. “De dois anos para cá, o Brasil passou a ser considerado, dentre os países em desenvolvimento, um exemplo em ciência de primeiro mundo.

Antes, a gente competia com África, Ar-gentina, Índia. Agora, o Brasil compete com Harvard. É um sinal de que estamos bem, mais do que nunca, precisamos cor-rer atrás”, afirma Margareth.

Responsável pela experiência com os Aedes transgênicos em Juazeiro (BA), ela também testa seu arsenal contra a malária. A ideia é modificar anticorpos de camun-dongos e inseri-los nos insetos. Essas célu-las reconheceriam o vírus, impedindo que ele atinja a glândula salivar do mosquito. Em laboratório, o método já conseguiu blo-quear 99% dos vírus. “Mas esse 1% é sufi-ciente para passar a doença”, afirma a pes-quisadora. Por isso, ela está produzindo uma espécie de coquetel de moléculas para aumentar a eficiência da técnica. Margareth sabe que esse ‘mercado’ biotecnológico está em franca expansão. Na Austrália, por exemplo, pesquisadores conseguiram anu-

DNA alterado, são soltos na natureza - já que são as fêmeas que picam e transmitem a doença. Antes, porém, eles recebem uma proteína que passam para a prole, deixan-do as larvas fluorescentes. Dessa forma, fica mais fácil separá-los, o que aumenta o índice de procriação dos insetos transgêni-cos. Em um dos primeiros testes, 80% das larvas encontradas eram fluorescentes, ou seja, estavam marcadas para morrer antes da fase adulta.

Com a mosca-da-fruta é utilizada a técnica de alteração dos genes de insetos machos para deixá-los estéreis

Page 34: Beach&Co 130

“De dois anos para cá, o Brasil passou a ser considerado,

dentre os países em desenvolvimento, um

exemplo em ciência de primeiro mundo. Antes, o país competia com a

África, Argentina, Índia. Agora, o Brasil compete

com Harvard (EUA)”.Bióloga Margareth

Capurro

lar o vírus da dengue ao introduzir uma bactéria inofensiva para os seres humanos no mosquito. Por enquanto, o método é efi-caz apenas contra o sorotipo 2 da doença (existem quatro sorotipos da dengue).

Para alcançar esse resultado, eles injeta-ram a bactéria em 2.541 ovos de Aedes, que nasceram e se reproduziram entre si. Como a bactéria é transmitida de mãe para filho, todos passaram a carregá-la. Em seguida, eles liberaram quase 300 mil mosquitos em dois bairros da cidade de Cairns, a 2.500 km de Sydney. Resultado: duas semanas após a primeira soltura, eles já represen-tavam 15% dos insetos. Cinco semanas depois, o índice chegou a quase 100%. O biólogo brasileiro Luciano Moreira, coau-tor do trabalho, afirma que o experimento deve agora ser repetido em locais onde a

doença e a população de mosquitos estão presentes durante o ano todo, tais como no Vietnã, Tailândia e Indonésia.

Enquanto isso, no Brasil, o trabalho desenvolvido pela bióloga Margareth Capurro, em parceria com a Moscamed, já mostra resultados similares. Hoje, diz a pesquisadora, a soltura dos mosquitos transgênicos está sendo feita em bairros de Juazeiro. Depois, será preciso testar o método em uma cidade maior. “Já temos algumas candidatas. Vamos escolher cida-des com população entre 100 mil e 200 mil habitantes”. Aí sim, acredita Margareth, será possível observar o impacto do méto-do na saúde pública e, em breve, sonhar com o fim definitivo de todos os tipos de espirais, unguentos ou venenos ainda hoje aplicados pelas ruas.

Vêm aí as seringas voadorasJá pensou em usar mosquitos

para vacinar a população? Não? Pois um grupo de pesquisadores japoneses criou uma linhagem de insetos transgênicos com a função de injetar pequenas do-ses de uma vacina experimental contra a leishmaniose - doença que afeta, anualmente, 500 mil pessoas, três mil delas no Brasil, sendo considerada pela Organi-zação Mundial de Saúde (OMS),

como uma das seis maiores en-demias do planeta. “As picadas induzem uma resposta imuno-lógica, como na vacinação con-vencional, mas sem dor e sem custo”, afirma Shigeto Yoshida, coordenador da pesquisa. Se-gundo Margareth Capurro, mui-tas vacinas precisam ser conser-vadas em baixas temperaturas, o que dificulta seu uso. Ovos de mosquitos não apresentam tal inconveniente. Basta lançá-los

em um recipiente com água e esperar que se transformem em ‘seringas voadoras’. A pesquisa-dora brasileira, inclusive, estuda uma estratégia similar contra a malária, adicionando na sali-va do mosquito um coquetel de substâncias capaz de eliminar o protozoário causador da doença. A malária mata três milhões de pessoas por ano no mundo. No Brasil, 99% dos casos estão con-centrados na Amazônia.

ciência

Page 35: Beach&Co 130
Page 36: Beach&Co 130

36 Beach&Co nº 130 - Abril/2013

história

Constituída de livros, mapas, cartões postais, fotos e originais de obras-primas do escritor brasileiro, nascido em Cubatão,

ela se encontra disponível para consulta na biblioteca da cidade. O acervo existente foi enriquecido por doações de

raridades que pertenciam ao autor

de Afonso SchmidtA arca do tesouro

Foto

s Hen

riqu

e Ra

mos

/PM

C

Page 37: Beach&Co 130

37Beach&Co nº 130 - Abril/2013

Por Morgana Monteiro

Afonso Schmidt compôs lindas poe-sias, narrou belas histórias e defendeu as lutas sociais de maneira pungente, e posi-cionou-se contra o fascismo por meio de seus livros e peças teatrais. Foi jornalista, romancista, contista, dramaturgo, poeta. Esse grande autor brasileiro nasceu ao pé da serra do Mar, em Cubatão, no dia 29 de junho de 1890, quando a cidade ainda era um bairro pertencente a Santos.

O escritor escreveu 40 livros, no entanto, com exceção dos romances Colônia Cecília e A Marcha, ambos reeditados no começo da década de 1980 pela Brasiliense, as demais obras de Schmidt não receberam o cuidado merecido. Com muita sorte e esforço, algu-mas de suas publicações podem ser encon-tradas em bibliotecas e sebos.

Cubatão, a terra que ele tanto amou e inspiração para uma linda poesia, detém um verdadeiro tesouro, guardado por 50 anos: um baú cheio de relíquias que per-tenceram a Afonso Schdmit. São livros, cartas, cartões postais, correspondências, revistas, fotos e outros documentos. Um

Afonso Schmidt nasceu para escrever. Ainda adolescente, já se aventurava em reportagens e, aos 16 anos de idade, foi sozinho para o Rio de Janeiro. Um ano depois, viajou pela Europa, trabalhando em editoras e adquirindo baga-gem literária e experiência de vida

suficientes para retornar ao Brasil com um olhar diferenciado. Em São Paulo, foi repórter de importantes periódicos da época como A Plebe e A Lanterna, ao lado de figuras len-dárias do movimento anarquista brasileiro como Edgard Leuenroth e Oreste Ristori. Também atuou na

redação de O Estado de S. Paulo e da Folha de São Paulo. Schmidt lançou 40 livros e Zanzalá (1938) é obra pio-neira de ficção científica brasileira, de grande destaque na primeira metade do século XX. Em 1963, re-cebeu o troféu Juca Pato, que elege o intelectual do ano.

O escritor deu importante colaboração à imprensa entre as

décadas de 1930 e 1950Fo

to R

epro

duçã

o/PM

C

Page 38: Beach&Co 130

38 Beach&Co nº 130 - Abril/2013

dos materiais que mais chamam a atenção, são os originais de A Marcha e da Primeira Viagem, obras primorosas do escritor. Entre os livros recebidos, uma raridade: a edição de 1916 de seu poema Lusitânia.

Há também um mapa da região, de 1916, intitulado Cubatão de cima, represen-tativo de um litígio entre a família Schmidt e a City of Santos Improvments, empresa concessionária de uma série de serviços no início do século XX. “Esta planta pode aju-dar nos trabalhos do Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Cubatão no le-vantamento dos limites da cidade ao longo do tempo”, afirma o historiador Francisco Torres, chefe das bibliotecas da cidade.

Entre a correspondência recebida e guardada por Schmidt, encontram-se car-

tas enviadas da Europa por intelectuais, revistas e editoras, referentes à tradução e recepção de sua obra nos países, nos quais ela foi traduzida. São cartas em russo e em francês escritas de Moscou, Praga e Varsó-via, além de outras de circulação nacional. Uma curiosidade deste lote é um cartão postal grafado em esperanto, de 1947.

Já o material jornalístico reúne colabo-rações para a imprensa entre as décadas de 1930 e 1950, a exemplo da revista Fun-damentos, criada por Monteiro Lobato. Na revista Paulistania, escreveu em 1936 um artigo sobre a queda de uma ponte em Cubatão, no qual conta a história da anti-ga ponte coberta. O texto é acompanhado por uma ilustração da mesma, e que foi publicada no livro Brazil and the brazilians,

história

O conjunto de pertences permite divulgar o talento diferencial de Afonso Schmidt. A doação do acervo foi feita pela família do escritor

Foto

Hen

riqu

e Ra

mos

/PM

C

Page 39: Beach&Co 130

39Beach&Co nº 130 - Abril/2013

Nos arquivos do escritor, correspondência enviada da Europa por intelectuais, revistas e editoras

No poema Cubatão, Afonso Schmidt criou uma cidade ideal, batizada por ele de Zanzalá, nome da flor aleluia, que floresce no coração da serra do Mar, no qual reproduz uma visão da cidade do alto.

Cubatão Minha terra não passa de uma estrada, um bambual que rumoreja ao vento; sol de fogo em areia prateada, deslumbramento e mais deslumbramento.

O chafariz em forma de carranca, confidente das moças do arrabalde, despeja a sua gargalhada branca no bojo de latão de um velho balde,

Nas portas, parasitas cor de sangue, um mastro esguio em cada casinhola; gente tostada que desfolha o mangue, crianças pálidas que vêm da escola.

Ao fundo, a Serra. Pinceladas frouxas, de ouro e tristeza, em fundo azul. Aquelas manchas que são jacatirões — as roxas, e aleluias — as manchas amarelas.

A minha terra, quando a vejo, escampa, cheia de sol e de visões amigas, lembra-me o cromo que enfeitava a tampa de uma caixa de goma, das antigas...

(Afonso Schmidt, Mocidade (1921), in Poesia, Ed. Nacional, 1945)

de Fletcher e Kidder, de 1866. Há, ainda, muitos exemplares de O Estado de S. Paulo, com textos do escritor, mas o material pre-cisa ser recuperado, já que as páginas estão em estado precário.

A limpeza mecânica das raridades, fei-ta com uma escova especial para retirada de poeira, clipes e grampos, já começou. Pelo menos 60% do material já receberam cuidados. O próximo passo é a separação de acordo com os conteúdos (cartas, do-cumentos pessoais, jornais, livros etc), res-tauro do que for necessário, catalogação e, por fim, digitalização do material para que

possa ser disponibilizado para consulta pública pela internet. “Dentro de um ano e meio esperamos terminar todo esse pro-cesso. São materiais inéditos que podem ajudar nas pesquisas sobre o escritor e sua obra. Creio que Schmidt laborou de forma incansável para deixar uma obra vasta, di-versificada e, em vários exemplos, mostra--nos que estava no patamar de autores que foram agraciados com o Prêmio Nobel de Literatura”, diz Francisco.

A doação do acervo foi feita pela famí-lia de Schmidt. O neto dele, Sérgio Afonso, morador de Praia Grande, atendeu a um

Foto Henrique Ramos/PMC

Page 40: Beach&Co 130

40 Beach&Co nº 130 - Abril/2013

pedido de sua mãe, Vera, uma das filhas do escritor, falecida ano passado. “São docu-mentos da vida literária e política de meu avô. É uma alegria que esse material esteja em boas mãos e, em breve, possa estar dis-ponível para a comunidade”, disse Sérgio.

Junto com o baú, Sérgio entregou uma carta de Vera Schmidt escrita em 2011, que diz: “Resolvi que o melhor lugar seria em Cubatão, a terra onde meu pai nasceu e que tanto amou! Estou aqui novamente sentin-do aquela dor da despedida! É a segunda vez, meu pai, que vejo você partir. Partiu, mas deixou aqui toda sua alma. Nesta cai-xa que eu denomino de Arca do Tesouro da Literatura Brasileira e outros países!”.

Esse material complementa outras relí-quias também pertencentes ao escritor, e que já fazem parte do acervo da bibliote-

ca municipal: objetos pessoais de Schmidt como óculos, chinelos, máquina de escrever, lupa, diplomas, fotos e o troféu Juca Pato de “Intelectual do Ano”, de 1963, que reco-nheceu nacionalmente a importância desse cubatense. Muito mais do que o filho ilus-tre de Cubatão, Afonso Schmidt deu uma grande colaboração à literatura brasileira, abrindo caminhos sobre discussões sociais por conta de seu engajamento político.

A disponibilização de todo esse conjunto pertencente ao escritor cubatense permite divulgar o talento diferencial de Schmidt, que une a sofisticação da linguagem a um profundo compomisso com a sociedade bra-sileira e seus problemas sociais, por intermé-dio de uma obra marcada pela beleza, inte-ligência e generosidade, como só os grandes escritores são capazes de vivenciar.

história

Trabalho de recuperação de textos do escritor

Foto

Cri

stia

ne C

asta

nhei

ra/P

MC

Page 41: Beach&Co 130
Page 42: Beach&Co 130

42 Beach&Co nº 130 - Abril/2013

ecoturismo

A área continental da cidade possui 231,6 km2 , seis vezes maior que sua parte insular e tem grande vocação para o ecoturismo, graças às

suas matas, rios, cachoeiras, aves e animais de rara beleza

Por Flávia Souza

Uma área tão grande e com apenas quatro mil moradores, a parte continental da cidade ainda não é explorada turisticamente nem pela popu-lação local, nem por visitantes de outras regiões da Baixada Santista. Uma pena, porque deixam de usufruir de suas muitas opções de passeios ecológicos, a exemplo da trilha da Ruína.

Localizada próximo ao quilômetro 250 da rodovia Rio-Santos, na área conhecida como Fa-zenda Cabuçu, ela conta com um pequeno tra-jeto pela mata, rico em belezas naturais e muita história. O percurso de três quilômetros inicia num trecho de planície costeira, onde a vege-tação da Mata Atlântica está em recuperação. Mais à frente, adentra-se à mata original, já na encosta da serra do Mar.

Ali, grandes árvores escondem histórias hu-manas e mistérios do reino animal. No local, é possível contemplar as belas borboletas azuis, cujas asas possuem o desenho dos olhos das co-rujas, o que lhes dá a impressão de serem maio-res e mais ameaçadoras contra possíveis preda-dores. “A floresta é cheia de histórias; coisas que a gente não vê. Nessa trilha, por exemplo, temos muitas dessas borboletas, que são consideradas entidades da natureza, protetoras das matas”, explica o guia turístico Renato Marchesini.

As ruínas, ao fim da trilha, também apre-sentam alguns mistérios ainda a ser desven-

dados. Registrados no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) como Sítio Arqueológico do Quatinga, os escombros datam de entre os séculos XVI e XVIII, segundo o arqueólogo Manoel Gonzalez, do Núcleo de Pesquisas e Estudos Chondrichithyes (Nupec), de Santos. O período de construção das quatro pilastras que contornam uma espécie de fosso é determinado pela presença de uma substância formada por óleo de baleia, areia e concha mo-ída, chamada de cal-sambaqui, entre as rochas.

São muitas as hipóteses a respeito da origem dessas ruínas. Podem ter sido uma casa de fari-nha, engenho de açúcar ou ponto de tropeiro. Apesar das suposições, Gonzalez explica que só com pesquisa arqueológica no local poderá definir o que foram: “Foi algo de produção, mas ainda precisamos determinar o que foi feito. Bem próximo à área tem água, o que nos leva à possibilidade de ter sido um engenho”.

O som da água citada pelo arqueólogo já pode ser ouvido um pouco mais à frente das ruínas, onde começa uma segunda etapa da trilha. Aliás, as diferenças entre os dois trechos são visíveis, para os que conseguem ler a natureza. Para os que não conseguem, os guias ensinam. Por isso, também, é aconselhável sempre fazer trilhas com o acompanhamento de um profissional especiali-zado. Renato é turismólogo, especialista em con-

Fotos Flávia Souza

Pelas trilhasde Santos

Page 43: Beach&Co 130

43Beach&Co nº 130 - Abril/2013

Trilha da Ruína, na Fazenda Cabuçu

duzir grupos dentro da mata. Sua companheira de expedição, Renata Antunes da Cruz, é biólo-ga. Juntos, eles não só ensinam os aventureiros a ler a mata, como também sobreviver nela.

Técnicas de localização pelas árvores e ali-mentos que podem ser extraídos para consu-mo são algumas das orientações transmitidas. Segundo Renato, a fruta mais comum na Mata Atlântica original é a goiaba.

Os talos de caetés são comestíveis e possuem gosto semelhante ao repolho. Os últimos dois dedos dos talos são cheios de nutrientes. Igual-mente nutritivos são os brotos de samambaia--açu, que podem ser consumidos após fervidos. Esta imponente planta, que há milhões de anos serviu de alimento para dinossauros herbívo-

ros, é encontrada em grande quantidade na Mata Atlântica. As lindas flores de cana de ma-caco também são vistas em todo o percurso. A planta é tida como medicinal, cujo chá ajuda no tratamento de cálculo renal.

Outra flor em abundância, mas encontrada apenas no início da trilha, é o lírio branco. Com um gostoso perfume e de belo formato, sua flor é tão comestível quanto sua raiz. “Essa planta não pertence à mata nativa. Mas são ótimas fontes de localização, já que elas só nascem em lugares que têm água por perto”, revela o turismólogo.

Renato ensina, ainda, que as árvores são bús-solas tão fiéis quanto as estrelas. Observando--as, é possível localizar-se na mata, caso esteja em dúvida de que caminho seguir. “O lado do

Page 44: Beach&Co 130

44 Beach&Co nº 130 - Abril/2013

tronco voltado para o sul é a mais úmido, por isso tem mais limo e bromélias. Isso acontece porque é desse lado que o vento gelado sopra em nossa região. O outro lado do tronco é mais seco, porque é o lado em que o Sol nasce. Esse é o lado norte. Mas só podemos nos basear nessa bússola natural após observar várias árvores”.

A diversidade de pássaros no local é grande, mas eles ficam no alto das robustas árvores, mi-metizando-se com as folhas. É difícil sua visua-lização, mas sabe-se que estão por toda a parte, pois seu canto e o som de suas asas batendo são constantes em todo o percurso. Outros sons co-muns durante o passeio são o coachar dos sapos e a musicalidade dos insetos. Já as cobras, bas-tante comuns na Mata Atlântica, são afastadas pelos guias que andam sempre em dupla, com

Percurso de cerca de 3 km adentra à mata original, na encosta da serra do Mar . Ao lado, estampados nos troncos das árvores, os líquens mostram a qualidade do ar da região. O vermelho indica que é bom.

ecoturismo

Page 45: Beach&Co 130

45Beach&Co nº 130 - Abril/2013

Ruínas do Sítio Arqueológico do Quatinga datam entre os séculos XVI e XVIII. Abaixo,

as flores de cana de macaco, tidas como medicinais e o ovo da ave macuco

seus cajados em mãos e olhos treinados, um à frente do grupo e outro atrás.

Com sorte, é possível até ver um macuco. A ave, que lembra uma galinha selvagem, habita a mata primária. Raras de encontrar, as cascas de seus ovos azuis, no entorno das ruínas, mos-tram que o local serviu de ninho para suas crias.

Quer encontrar um bicho-preguiça? É só pro-curar nas muitas embaúbas enraizadas ao longo do percurso. A árvore, que alcança até 15 metros de altura, tem em suas folhas e frutos o alimen-to desses animais de pelagem grossa. Também é comum encontrar muitas formigas no tronco dessa árvore, que é naturalmente oca por dentro e repleta de formigueiros em seu interior. A pre-guiça é o único animal que sobe nas embaúbas, pois as formigas não conseguem picá-la.

Outro inseto que se destaca nessa imensidão

Page 46: Beach&Co 130

ecoturismo

é a lagarta. Ela elabora sua arte nas folhas dos ca-etés. Ao se alimentarem, elas mordem as folhas, traçando desenhos de um bordado delicado. Sa-bem que uma mordida errada pode custar-lhes a vida. “Se comerem direto, a folha quebra, elas caem e podem morrer”, explica o guia.

Além da vasta fauna e flora, o caminho pela trilha da Ruína também conta com córregos, piscina natural e até cachoeira. O aventureiro pode nadar nas águas límpidas da piscina ao lado de muitos peixinhos e também relaxar com a força das águas da cachoeira sobre as costas, que serve de massagem revitalizadora para o trajeto de volta.

Essa é a hora de respirar fundo, e sentir no ar a riqueza dessa expedição. As árvores, mais uma vez, oferecem um ensinamento: estampa-dos em seus troncos, líquens mostram a quali-dade do ar da região. Se forem vermelhos, sig-nifica que o ar daquele lugar é bom. Se forem cinzas, o ar é ruim.

Passo a passo, observam-se as manchas ver-melhas carimbadas em várias árvores. A riqueza do ar está presente na nossa Mata Atlântica e é acessível tanto para a população local quanto para turistas. Um percurso rico que vale a pena ser feito e refeito, de preferência, com guias que motivam o convívio do homem com a natureza.

Serviço: a empresa Caiçara Expedições, es-pecializada em ecoturismo e turismo de aventu-ra, promove passeios para a região. Mais infor-mações pelo telefone (13) 3466 6905 ou pelo site www.caicaraexpedicoes.com.br.

O caminho pela trilha da Ruína conta com córregos, piscina natural e queda d´água, perfeitos para um banho refrescante

Page 47: Beach&Co 130

Feliz Aniversário

156 anoswww.caraguatatuba.sp.gov.br

Uma cidade cada vez melhor para visitar, morar e investir

Page 48: Beach&Co 130

48 Beach&Co nº 130 - Abril/2013

porto

A décima nova edição do evento se caracterizou como uma grande

vitrine de soluções para as principais demandas do mercado

Por Luciana Sotelo

traz soluções e inovações para o setor

Intermodal

Consolidada como a mais importante feira de logística, transporte de cargas e comércio exterior da América Latina e a segunda maior do mundo, a Intermodal South America apresentou, em três dias, as principais novidades em produtos e serviços para dinamizar o setor. Entre os dias 2 e 4 de abril, mais de 600 expositores, de 26 países, ocuparam os corredores do Transamerica Expo Center, em São Paulo. Entre eles, operadores, companhias docas, terminais portuários, condomínios logísti-cos, armadores, transportadoras, agentes, entre outros.

Como resultado, algo em torno de 48.500 pessoas visitaram a feira, em gran-de parte embarcadores de carga, de acordo com os organizadores. “O visitante pode firmar novas parcerias que vão ajudar na questão custo benefício para o transporte de carga. Dos dez maiores armadores do ranking mundial, seis marcaram presença na Intermodal, além de representantes dos

Page 49: Beach&Co 130

49Beach&Co nº 130 - Abril/2013

mais variados segmentos da cadeia portu-ária. A feira é extremamente completa em termos de valor agregado para a modali-dade”, ressaltou Michael Fine, gerente da Intermodal South America.

Em 2013, mais de 60 expositores estrea-ram no evento. Um deles foi a HTS Brasil, empresa do Ergos Group e braço da israe-lense Hi-Tech Solutions, especializada em tecnologia para reconhecimento de dados. Ciente de que um dos principais entraves, hoje, é a falta de infraestrutura aos acessos dos portos brasileiros, a HTS Brasil apre-sentou o sistema OCR (Optical Character Recognition), que permite uma variedade de aplicações, entre elas, a automação do sistema de entrada e saída de caminhões do terminal através dos gates (portões).

O equipamento funciona assim: o quios-que de autoatendimento para automação de gates reconhece a placa da carreta e o número do contêiner. Em seguida, estan-do tudo certo, automaticamente, libera a cancela para entrada e admissão desse motorista no terminal. O portal de reco-nhecimento de caracteres (OCR) oferece ainda imagens que permitem avaliar se

Fotos Luciana Sotelo

Mais de 600 expositores, de 26 países, e 48.500 visitantes, no Transamerica Expo Center

Page 50: Beach&Co 130

50 Beach&Co nº 130 - Abril/2013

porto

e sistemas de segurança. Durante a Inter-modal, a Brado divulgou os novos projetos que serão implantados no decorrer do ano, um deles é um sistema de rastreabilidade de contêineres nos trilhos. “É um serviço pioneiro. Controlamos todo esse processo, passo a passo, e enviamos para o cliente, em tempo real. Esses dados são fundamentais para o planejamento e gerenciamento de riscos operacionais”, garante José Luis De-meterco, presidente da empresa.

A Aliança Navegação e Logística apro-veitou a feira para divulgar que recebeu o primeiro de uma série de quatro navios idênticos que serão empregados no serviço de cabotagem no Brasil. O porta-contêiner “Sebastião Caboto”, com uma capacidade nominal de 3.800 TEUs e 500 tomadas para contêineres refrigerados, chegou ao Brasil para iniciar o processo de importação e já está em operação. Os outros três navios serão incorporados à frota da empresa no decorrer de 2013. A Aliança foi a pioneira no crescimento da cabotagem como uma alternativa viável ao Brasil muito depen-dente do modal rodoviário. Em média, o transporte marítimo é 15% mais barato do que o rodoviário, com a vantagem de ser mais seguro, causar menor impacto na in-fraestrutura rodoviária e ser mais amigável com o meio ambiente.

Porto de SantosSede do maior porto da América Latina,

Santos possui uma infinidade de empresas que atuam nesta atividade. Na Intermodal, dezenas delas podiam ser vistas pelos cor-redores. Pelo terceiro ano consecutivo, a BTP - Brasil Terminal Portuário deixou seu recado. Desta vez, o anúncio foi de que a estrutura já está pronta para operar, den-tro de 30 a 45 dias, segundo o presidente Henry James Robinson. Por conta disso, no estande havia uma maquete eletrônica e outra física, desenvolvidas para mostrar aos visitantes as futuras instalações.

Enquanto uns investiram na divulga-ção, outros aproveitaram a oportunida-de para adotar estratégia inversa: ouvir as necessidades dos clientes, a exemplo da Santos Brasil, maior terminal de con-têineres do Brasil em operação na mar-gem esquerda do complexo santista. “A Intermodal é sempre muito importante porque num período de tempo muito curto conseguimos manter contato com todos os nossos clientes. É um momen-to em que podemos ouvir o mercado, o que ele quer e precisa. E é dessa forma que norteamos os nossos investimen-

tos”, afirmou Antônio Carlos Sepúlve-da, presidente do terminal.

O estande do porto de Santos foi um dos mais visitados. Foi lá que a Secreta-ria do Patrimônio da União (SPU) forma-lizou a transferência de duas áreas para a Codesp. A área da Rede Ferroviária Fe-deral tem 226,7 mil m² e a da Lloydbrat-ti, 20 mil m². Ambas vão ser utilizadas como estacionamento dos caminhões que transportam cargas com destino ao cais santista. O objetivo da medida é mi-nimizar os congestionamentos decorren-tes do escoamento de safras agrícolas.

esse contêiner tem ou não avaria, garan-tindo a integridade da mercadoria. “Esses procedimentos agilizam a operação e dão mais eficiência para os terminais de um modo geral. Sabemos que as dificuldades de infraestrutura são grandes. As filas de caminhões nos portos e a demora no rece-bimento da carga são alguns dos principais problemas logísticos. Por isso, fizemos in-vestimentos em projetos para vencer essas barreiras e, consequentemente, alavancar novos negócios”, explica Maxwell Rodri-gues, vice-presidente da HTS Brasil.

Apesar de a malha ferroviária estar sub-dimensionada no Brasil, a expectativa é de retomada de investimentos. Uma das em-presas que vêm apostando num novo perfil para o modal é a Brado Logística. Ela tem como meta aumentar o transporte interno da carga marítima em contêiner por meio da ferrovia, retirando parte dessa demanda das rodovias. Para isso, investe pesado em terminais rodoferroviários, maquinários

Antônio Carlos Sepúlveda, presidente da Santos Brasil, e Maxwell Rodrigues,vice-presidente da HTS Brasil

Page 51: Beach&Co 130

Superar obstáculos e continuar transformando a cidade. É assim que vai ser.

A história de Cubatão é marcada pela nossa capacidade de superação. A solidariedade

tem sido o caminho para superar esse período de difi culdades. A criatividade, a receita para enfrentar a diminuição do Orçamento. E assim, de mãos dadas, unidos, fi camos mais fortes. Porque os problemas passam, mas a cidade que mudou tanto nos últimos anos vai continuar se transformando. Juntos a gente faz dar certo. Parabéns Cubatão pelos seus 64 anos. w w w. c u b a t a o . s p . g o v. b r

Page 52: Beach&Co 130

52 Beach&Co nº 130 - Abril/2013

comportamento

O mar era a extensão de sua casa. A onda, seu porto seguro. Por 20 anos, Otaviano Bueno, o Taiu,

“andou sobre as águas” e consagrou o Brasil no cenário do surfe mundial. No Havaí, encarou picos elevadíssimos em Waimea e Pipeline, mas foi num tubo na praia de Paúba, em 1991, no litoral norte,

que o surfe esvaiu-se de sua vida

sem limites para ser feliz

Foto

Dia

na B

ueno

No mar,

Page 53: Beach&Co 130

53Beach&Co nº 130 - Abril/2013

Por Flávia Souza

Como uma fênix, Taiu ressurge. Seu sor-riso maroto ainda lembra o surfista de an-tes. A diferença é que hoje ele anda sentado. Em uma cadeira de rodas elétrica, locomo-ve-se sem dificuldades, apesar de ser tetra-plégico. Com o queixo comanda seu veícu-lo e, com a ajuda da mulher e amigos, vai para aonde sente vontade. Em seu íntimo, o maior desejo sempre foi voltar a pegar on-das. Passados 10 anos, ele retornou ao mar. Desta feita, em uma boia gigante. “Voltei a sentir aquela sensação de liberdade que só quem vive no mar conhece”, diz Taiu.

Em 2002, com a disseminação do stand up paddle, o amigo e shapper (profissio-nal que modela a prancha, de acordo com peso e o estilo do atleta) Neco Carbone co-meçou a visualizar uma possibilidade de fazer Taiu voltar a pegar ondas. “Aquelas pranchas gigantes me inspiraram a fazer algo para ele, com a adaptação necessária às suas dificuldades”. Depois de muita pesquisa, a prancha saiu. Com 14 pés, ela é bem maior do que as longboards normais. Mede 4,30 cm e tem uma cadeira acoplada. Para dropar, Taiu precisa do auxílio de dois amigos: um em pé na ponta, com o remo, e outro atrás, remando com as mãos. Interes-sados e dispostos a ajudar não faltam.

Há pouco mais de dois anos e meio - e depois de 18 parado, Taiu voltou a surfar em seu superpranchão. A praia das Astú-rias, em Guarujá, foi a primeira a registrar o feito - publicado em diversas revistas es-pecializadas, e tema para o documentário Aloha, do grupo santista Querô. “Foi um dia perfeito”, lembra o surfista, que começou a pegar onda duas vezes por semana. Taiu, com todas as gírias de um bom surfista, repete que sua história é pirante. “Quando você vê que dá para surfar, apesar das suas limitações, é uma grande vitória”, afirma.

Guarujá parece um celeiro de superação nas águas. Na praia das Pitangueiras, um grupo de surfistas chama a atenção justa-mente por esse diferencial: todos portam algum tipo de deficiência física. Eles têm aula com outro ícone do surfe, o Pirata. Al-cino Neto ganhou esse apelido há 25 anos, depois de um acidente de moto em que perdeu parte da perna esquerda. O sur-fe entrou em sua vida ainda muito cedo, quando era criança. Parou por dois anos

Valdemir Pereira, o primeiro cego a enfrentar o desafio de surfar. Na página ao lado, Taiu em seu habitat, com apoio de amigos

Foto Flávia Souza

Page 54: Beach&Co 130

54 Beach&Co nº 130 - Abril/2013

comportamento

Campeão de surfe adaptado na Flórida (EUA), Pirata já ensinou mais de 50 alunos com deficiências. Acima, Cisco Araña e seu aluno Valdemir Pereira

após o acidente, mas quando se viu recupe-rado, voltou a pegar onda. Precisou de um bom tempo até encontrar a forma certa de surfar sem o apoio de um dos pés. Em sua técnica para manter o equilíbrio em cima da prancha, usa uma das mãos e, há dez anos, voltou a sentir a firmeza inicial sobre a prancha, ao passar a dropar com prótese.

Mesmo sem parte da perna, Pirata fez do surfe sua profissão. Na praia das Pitan-gueiras ele montou o Pirata Surf Club - um espaço histórico do esporte, com pranchas antigas, recortes de jornais e revistas, e muitos outros itens que ajudam a contar um pouco da história do esporte. Além do museu, ele também dá aulas da modalida-de, com um trabalho voltado especialmen-te a deficientes com amputação.

Pirata, campeão de surfe adaptado na Flórida (EUA), conta que já ensinou mais de 50 alunos com deficiências. Sua experiência o levou à direção do Comitê Paraolímpico de Surfe Adaptado, organizado pela Inter-nacional Surf Association. Por meio desta or-ganização norte-americana, ele começou a trabalhar com soldados americanos feridos de guerra. Para desenvolver o trabalho, via-ja duas vezes ao ano para passar o programa aos ex-combatentes. Conta, para tanto,com o respaldo técnico de sua mulher, a psicó-loga Maria Gabriela Carreiro, e também da AACD (Associação de Assistência à Criança Deficiente). “É uma experiência incrível in-troduzir o esporte na vida de pessoas que estavam derrubadas, e ver que depois de conseguirem subir numa prancha, sentem--se renovadas. O semblante muda, assim como a voz e a postura. O indivíduo ganha confiança. O que realizo é um trabalho de evolução da autoestima”, acredita.

Valdemir Pereira Correa é outro surfista que faz a diferença em nossas praias. Co-meçou a surfar há pouco mais de 15 anos

Foto

s Flá

via

Souz

a

Page 55: Beach&Co 130

55Beach&Co nº 130 - Abril/2013

- três depois de perder totalmente a visão. “Eu sempre quis surfar, mas naquela época não existia uma escola pública de iniciação no esporte em Santos e as aulas particula-res eram caras. Então me dedicava a outro esporte: a leitura”, conta. Um dia, já sem a visão, Val - como costuma ser chamado pelos amigos-, ouviu no rádio que a então recém criada Escola Radical de Surfe, man-tida pela prefeitura de Santos, tinha um professor em busca de novos desafios. Val logo pensou que um deficiente visual de 27 anos era um bom desafio. Quando procu-rou Cisco Araña, o professor de surfe, sur-preendeu-se pela boa receptividade. “Ele me viu como uma pessoa que estava a fim de surfar e aceitou o desafio”, explica.

Antes de ensiná-lo, o professor pesqui-sou muito em busca de referências mun-diais sobre pessoas em situação semelhan-te. Como não encontrou nada, resolveu desenvolver ele mesmo esse trabalho ba-

seado na vivência. O primeiro passo foi surfar de olhos vendados, para sentir o que um deficiente visual sente. “Eu preci-sava entender como é estar no mar sobre uma prancha sem enxergar isso. Sem ver se vem onda ou a que distância ela está, e até mesmo sem poder visualizar seu tamanho. Não foi fácil”, garante.

Cisco percebeu que, para ensinar Val, a essa altura já considerado o primeiro cego a surfar no mundo, seria necessário fazer algumas adaptações na prancha. Então o professor - que também é shapper, come-çou o trabalho. A prancha de Val possui 10 diferenças em relação às tradicionais. Ela tem percepções de tato, com ondulações para suporte dos pés, frisos em alto relevo, bordas para o posicionamento das mãos e velcro para posicionamento dos pés. A prancha também conta com guisos para que Val ouça onde ela está caso caia no mar. Esses sons foram instalados no bico

Neco Carbone, responsável pela adaptação da prancha de Taiu

Foto

Flá

via

Souz

a

Page 56: Beach&Co 130

56 Beach&Co nº 130 - Abril/2013

comportamento

e na rabeta - áreas revestidas com E.V.A. (etileno acetato de vinila) anti-impacto. O mesmo revestimento está sobre as quilhas em fibra de vidro, tudo para garantir maior segurança ao surfista.

Depois do surfe, Val procurou outras atividades esportivas e fez várias delas. Também cursou educação física e, este ano, entre uma onda e outra, faz pós-graduação em treinamento personalizado de força, paralelamente ao primeiro ano de direito. Para Val, o surfe abriu muitas portas, mas a

mais importante delas é a porta da liberda-de. “Em terra, tenho limitações e acabo de-pendendo de alguém ou de alguma coisa. Já no mar, sou apenas eu e a onda. Ali é o lugar onde resgato a liberdade”. Na verda-de, Val não consegue surfar absolutamente sozinho. Ele precisa ter alguém por perto, para ajudá-lo com coisas mínimas, como por exemplo, as correntezas. “O mar pode me levar para bem longe sem que perceba essa distância, por isso sempre é bom ter um amigo por perto”, revela.

Mais do que diferença em sua vida, a prática do esporte trouxe algo maior para o todo, como ele mesmo declara: “O surfe me ajudou a abrir a cabeça das pessoas de uma maneira saudável. A molecada que cresceu me vendo pegar onda, desenvol-veu uma outra imagem de cego. Virei re-ferência positiva para eles”. Um fato, sem dúvida, impagável.

Taiu, com sua inseparável Lana, pronto para mais um dia de surfe

Foto

s D

iana

Bue

no

Page 57: Beach&Co 130
Page 58: Beach&Co 130

58 Beach&Co nº 130 - Abril/2013

ser sustentável

Por Marcus Neves Fernandes

de corajososEm busca

Talvez você não conheça o professor Mark Post. Ele é uma pessoa corajosa. Esse cientista holandês pesquisa a produção de carne de laboratório. Cultivadas em tubos de ensaio, 10 mil células-tronco se multipli-cam mais de um bilhão de vezes até alcan-çar textura e sabor similares aos da carne bovina. Em síntese, essa é a ousadia, talvez

um vislumbre do futuro. Hoje, o consumo de carne só aumenta. No início da década de 1960, a média mundial era de 23 quilos por pessoa ao ano. Em 2001, pulou para 38 quilos e, em 2030, a se confirmarem as projeções, o consumo per capta no planeta estará perto de 50 quilos ao ano - para 8,2 bilhões de terráqueos.

O consumo de carne hoje no mundo aumenta de forma preocupante, uma vez que a criação de gado demanda enormes recursos financeiros

e ambientais. Pesquisas de laboratório, contudo, apontam para um futuro no qual o seu bife sairá de tubos de ensaio

Page 59: Beach&Co 130

59Beach&Co nº 130 - Abril/2013

*O autor é jornalista especializado em desenvolvimento sustentável

Essas contas geram uma enorme dor de cabeça. Criar animais em massa aumenta os riscos de epidemias, que, por sua vez, demandam mais e mais antibióticos, cuja aplicação contribui para o aparecimento de micro-organismos cada vez mais resistentes. A enxaqueca piora quando descobrimos que a produção de um quilo de car-ne bovina necessita, atualmen-te, de até 45 mil litros de água, além de 18 quilos de cereais.

Afinal, além de alimentar e matar a sede da boiada, é pre-ciso fazer o capim crescer, o que me faz lembrar que nesses ‘gastos’, não estamos compu-tando a água e a eletricidade exigidas para se produzir os fertilizantes, larvicidas e pesti-cidas. Por isso, voltemos à carne artificial. Quando comparada à criação de gado, ela permitiria uma redução de 45% no consu-mo de energia, de 96% no gasto com água e de 99% na área hoje ocupada pelos rebanhos. Área essa que, no caso brasileiro, tem a sua maior concentração na Amazônia: 200 milhões de ani-mais, o maior rebanho do mun-do, na maior das florestas.

Só para se ter uma ideia, no tempo que você gastou para ler este texto até aqui, cer-ca de dez campos de futebol desaparecem na selva amazônica, essencialmente devido à pecuária. E é aí que entra a tal da cora-gem de pessoas como o professor Mark Post. Primeiro, porque as pesquisas nessa área ainda recebem pouco investimento. Fora isso, embutido nesse tipo de trabalho há uma espécie de crítica velada ao atual modelo de consumo. O que diriam seus amigos, por exemplo, se você não mais participasse de churrascadas?

Você seria taxado de ecochato? Prova-velmente. Afinal, atitudes como essas in-comodam, geram desconforto no grupo, tendem a levar a um isolamento. Post, po-rém, não está sozinho. Não apenas outros cientistas seguem linhas de pesquisa se-melhantes, como há um crescente entendi-mento do que significa produzir qualquer coisa dissociada do seu impacto. Tanto, que até mesmo aqui no Brasil já há um es-forço no sentido de se criar algum tipo de regra que estabeleça um equilíbrio (mas pode chamar de bom senso).

Há poucas semanas, por exemplo, su-permercados brasileiros assinaram um termo de compromisso contra a comer-cialização de carne bovina procedente de fazendas que desmataram a Amazônia ou adotaram outras práticas ilegais, como o trabalho escravo. O acordo foi assinado com a Procuradoria da República que, des-de 2009, já denunciou mais de dez grandes frigoríficos e vinte e duas fazendas só no estado do Pará, responsáveis, direta ou in-diretamente, pelo desmatamento de enor-mes áreas para dar lugar à criação de gado.

Fora todos esses argumentos, há ainda a eterna questão ética envolvida na forma como esses animais são criados, no cruel modelo de abate (um eufemismo, de minha parte) e na intrínseca atitude de se alimentar de carne animal. Seja como for, é de se co-memorar, não só a ação dos procuradores, como a adesão (mesmo que tardia), dos su-permercados. É a tal da cadeia de responsa-bilidades. Não é o só o consumidor que tem que ser chamado, impelido a participar ou, em situações mais extremas, abster-se por completo de comer carne, seja ela qual for.

Podemos começar aos poucos, sem an-tagonismos nem proibições radicais, que mais fomentam o surgimento de mercados paralelos do que contribuem para a cons-cientização. Se os varejistas fizerem sua parte, já teremos dado um passo importan-te. O próximo, talvez, sairá dos laborató-rios dos cientistas.

A produção de carne artificial, quando comparada à criação de gado, permitiria uma redução de 45% no consumo de energia, de 96% no gasto com água e de 99% na área hoje ocupada pelos rebanhos

Page 60: Beach&Co 130

60 Beach&Co nº 130 - Abril/2013

internacional

Page 61: Beach&Co 130

61Beach&Co nº 130 - Abril/2013

O Velho Continente, e sua rica diversidade cultural e arquitetônica, merece ser

explorado em viagens terrestres

pela Europa

Por Renata Inforzato

De busão

Para aqueles que não dirigem ou não têm espírito esportivo para viajar em carro próprio, a pé ou de bicicleta, ainda resta mais uma opção: o bom e velho ôni-bus. Muitas agências de turismo ou sites da internet oferecem pacotes completos com ônibus e estadia, para uma ou várias cidades, ou apenas excursões rápidas, sem hospedagem.

Três grandes empresas se destacam nessa modalidade de turismo rodoviá-rio pelo continente europeu: a Eurolines, a IDBUS e a Megabus. Esta última foi criada em 2003 no Reino Unido, e é uma empresa low cost, ou seja, o preço da pas-sagem é menor, mas o grau de conforto que oferece também. As poltronas dos

Fotos Renata Inforzato

Page 62: Beach&Co 130

62 Beach&Co nº 130 - Abril/2013

ônibus, por exemplo, não são reclináveis, o que pode afetar o passageiro numa via-gem com mais de seis horas. Mas os pre-ços são realmente competitivos e a opção de destinos é variada.

A Eurolines, fundada em 1985 em Bru-xelas, é de padrão médio e oferece poltro-nas reclináveis. Uma das suas vantagens é o número de linhas, 140, que ligam 500 destinos, incluindo, além da Europa, o Marrocos. As passagens compradas com antecedência saem mais em conta, e os pre-ços variam também conforme o horário de saída. A IDBUS, empresa francesa surgi-da em 2012 e pertencente ao grupo estatal SNCF (responsável pelas viagens ferroviá-

rias na França), é a mais luxuosa e também a mais cara, e o preço não varia muito em função da antecedência da viagem. Além de poltronas reclináveis, há dispositivos para carregar eletrônicos e wi-fi gratuito.

A reportagem da Beach&Co fez o pas-seio até Bruxelas, pela Eurolines, com saída de Paris; são cerca de três horas de viagem. Normalmente, os veículos des-sa linha fazem uma parada em Mons, na Bélgica. Não há lugares marcados, o que é uma desvantagem no caso das viagens mais concorridas. Por isso, é bom che-gar antes, principalmente aqueles que gostam de ficar na janela ou na parte da frente do ônibus.

Tempo de viagem entre as capitais mais próximasParis - BruxelasEntre 3h50 e 5h00Paris - AmsterdãEntre 4h10 e 6h45Paris - LondresEntre 8h35 e 9h05Bruxelas - Amsterdã Entre 2h45 e 4h00Bruxelas - LondresEntre 6h15 e 7h30Amsterdã - LondresEntre 11h30 e 13h00

Só a arquitetura das estações, como a da antuerpia, já vale a viagem

internacional

Page 63: Beach&Co 130

63Beach&Co nº 130 - Abril/2013

A viagem é tranquila: a velocidade é alta, mas dentro do permitido pela le-gislação. Há guardas por toda a estrada. Como é União Europeia, não há controle de fronteira. No entanto, se a polícia ro-doviária parar o ônibus por algum mo-tivo, aí os passaportes são verificados. A estrada para o norte da Europa - Reino Unido (saindo de Calais), Bélgica, Ho-landa e Luxemburgo - é bem conserva-da. Há poucos vilarejos visíveis a par-tir da rodovia. Ao entrar na Bélgica, as condições da estrada, que já eram boas, melhoram ainda mais. O veículo ganha mais velocidade e a chegada a Bruxelas é rápida. A distância entre a capital belga

Entre Paris e Bruxelas, três horas de viagem e estradas perfeitas. Aqui, a região de Champagne

Antes de viajar

1) Ande sempre com o passaporte. É o único documento de identidade aceito no exterior.

2) Comprando as passagens via internet, muitas vezes é ne-cessário, na hora do embarque, mostrar o cartão com o qual se comprou o bilhete.

3) Não chegue atrasado, pois, na maioria das vezes, as empre-sas são pontuais.

4) Fazer seguro de viagem sempre.

5) As empresas aceitam, no máximo, duas bagagens: uma de mão, e outra que deve ir no bagageiro. Não há exceções.

Page 64: Beach&Co 130

64 Beach&Co nº 130 - Abril/2013

e a fronteira com a França é de apenas 80 quilômetros.

Dentre as vantagens de se optar pelas viagens de ônibus estão as promoções, que podem incluir hotéis, passeios e ou-tras diversões, serviços oferecidos pela Eurolines e IDBUS. Também há passes que possibilitam várias viagens em certo período de tempo (somente a Eurolines oferece), chamados 15 jours ou 30 jours (15 ou 30 dias, respectivamente), com os quais é possível viajar por até 50 cidades da Europa por um preço fixo, que varia de acordo com a estação do ano. Para curtas viagens, ir de ônibus é ótimo, pois custa a metade do preço do trem, além de ser uma oportunidade para co-nhecer as estradas de um país. Ou seja, viajar de ônibus pode significar incluir um destino a mais no roteiro, gastando o mesmo valor.

É possível viajar por até 50 cidades da Europa por um preço fixo. Oportunidade de conhecer lugares maravilhosos, como a Grand Place, em Bruxelas

Estação central de Bruxelas

Page 65: Beach&Co 130
Page 66: Beach&Co 130

66 Beach&Co nº 130 - Abril/2013

gastronomia

Cremosos, coloridos, suaves ou picantes, não importa. Eles sempre realçam o paladar e mudam por completo o visual de um prato

Por Fernanda Lopes

Produção e fotos Fernanda Lopes

Dê mais sabor e coràs refeições

Um bom molho valoriza qualquer alimento. Não basta ter um ingrediente principal de qualidade, se ele ficar seco e sem graça. O molho dá vida às receitas. Porém, eles são tão variados, que fica di-fícil saber como combiná-los. Em geral, deve-se seguir uma regra: o molho não

pode se sobrepujar à estrela do prato. Se você fizer um pescado de sabor suave, não coloque um molho forte, como de funghi ou gorgonzola. Prefira um à base de azeite, shoyu, leite de coco, tomate ou manteiga.

Já carnes mais fortes, como a de porco ou de cordeiro, são potentes e podem ser acom-

Page 67: Beach&Co 130

67Beach&Co nº 130 - Abril/2013

panhadas de molhos à base de vinho com ervas ou até dos agridoces, que contrastam com seu sabor forte. Para saladas, o ideal é usar molhos que deem vida e acompanhem o frescor dos vegetais. Cítricos como laranja e limão ficam ótimos, quando misturados a azeite ou iogurte. Pode-se ainda acrescen-tar um pouco de mel para quebrar a acidez. Os cítricos também combinam com frango, mais suave, e que pede um molho contras-tante. Molhos de ervas e com creme de leite também ficam bons com aves.

Carnes bovinas são perfeitas com mo-lhos de cogumelos, à base de vinho ou ain-da feitos com o próprio caldo da carne, re-duzido e acrescido de um pouco de creme de leite. Claro, deve-se ficar atento às calo-rias. “Os molhos de queijo e creme de leite são bem calóricos e devem ser consumidos com moderação. Prefira os à base de iogur-

te para saladas; de tomates para massas, e de ervas para carnes em geral», indica a nutricionista Karoline Jorge. Ela explica que o importante é balancear. “Pode-se va-riar bastante. O ideal é misturar fontes de proteínas, carboidratos, gorduras de boa qualidade nutricional”.

Karoline dá outra dica preciosa. “Torne os molhos ainda mais gostosos, acrescen-tando temperos como alho, cebola, ervas frescas e secas e azeite”. Atente sempre para o sinal vermelho. “O excesso de azeite e os queijos gordurosos, como o parmesão, também merecem bastante atenção”, alerta Karoline. Já a nutricionista Tatiana Branco explica que os molhos de tomate e os de legumes são sempre melhores acompanha-mentos do que os à base de queijo, muito gordurosos. Veja algumas ideias para dei-xar sua refeição com mais sabor e colorido.

Ingredientes• 1 litro de leite;• 1 litro de creme de leite fresco;• 1 cebola sem casca e inteira;• 2 cravos da índia;• 1 folha de louro;• 3 colheres de farinha de trigo;• 2 colheres de manteiga; • Sal,• Pimenta-do-reino

branca moída;• Noz moscada ralada a gosto.

PreparoEspete os cravos na cebola e faça um corte pe-queno nela somente para prender a folha de louro. Misture o leite e o creme de leite fres-co em uma panela e coloque a cebola com o cravo e o louro (denomina-se cebola piqué). Leve ao fogo baixo. Em outra panela, derre-ta a manteiga e coloque a farinha de trigo. Forme uma pasta clara. Depois, misture esta pasta ao leite. Retire a cebola. Mexa em fogo baixo até engrossar no ponto desejado. Tem-pere com sal, pimenta e noz moscada ralada.

Molho bechamel (branco clássico, base para muitos molhos cremosos de carnes e massas)

Para um bom molho, nada melhor do que fugir dos já prontos, utilizando ingredien-tes frescos. Fazer um molho diferente é simples, basta:• 1 quilo de tomates maduros,• 1 colher de chá de sal;

• 1 colher de chá de orégano.

PreparoLave bem os tomates, retire a pele e as se-mentes e bata no liquidificador; acrescente sal e orégano a gosto.

Molho para pizza

Molhos para frango e saladasMostarda com melIngredientes• 4 colheres de sopa de

mostarda de boa quali-dade;

• 4 colheres de sopa de creme de leite;

• 1 colher de sopa de mel;• 1 colher de sopa de

pimenta vermelha;• Salsinha picada a gosto.

PreparoMisture tudo e coloque na salada. Para o frango, aqueça um pouco.

Maionese com alhoIngredientes• 4 colheres de sopa de

maionese;• 2 dentes de alho picadi-

nhos;• Suco de meio limão;• 1 colher de chá de mos-

tarda clara;• 2 colheres de sopa de

azeite.

PreparoMisture tudo e coloque na salada. Para o frango, aqueça um pouco.

Laranja com melIngredientes• Suco de 2 laranjas pera;• 1 colher de sopa de mel.

PreparoLeve ao fogo os dois ingredientes misturados por cinco minutos e sirva sobre o frango ou a salada.

Page 68: Beach&Co 130

68 Beach&Co nº 130 - Abril/2013

gastronomia

Nhoque com molho roséIngredientes para o nhoque1 quilo de batata tipo asterix ou bintje;250g de farinha de trigo;2 ovos inteiros;15g de queijo raladopara substituiro sal (opcional);sal a gosto.

Ingredientes para o molho1 litro de molho de tomatesfrescos batido noliquidificador;1/2 litro de molhobechamel. Preparo da massaFerva aproximadamente 3 li-tros de água. Descasque, fatie as batatas e ferva por cerca de 25 minutos ou até que estejam macias. Retire da água, escorra e amasse-as em um espremedor. Tempere com sal ou o queijo ra-lado, se preferir, e despeje em uma superfície polvilhada com farinha. Junte a farinha aos pou-cos até obter uma massa que não grude nas mãos. Se necessário, junte mais farinha. Com a mas-sa faça rolinhos de 2 cm de di-âmetro. Com uma faca, corte-os e coloque-os em uma forma pol-

Molho de tomate frescoIngredientes• 1 kg de tomates frescos e maduros, sem

pele e sem semente, cortados em cubos;• 5 colheres de azeite de oliva;• 1 cebola pequena bem picadinha;• 3 a 4 dentes de alho bem picados,• Sal quanto baste;• Folhas de manjericão quanto baste;• Pimenta-do-reino (opcional).

PreparoRefogue a cebola e o alho no azeite, acres-cente o tomate e deixe cozinhar. Verifique o sal. Cozinhe por cerca de 20 a 25 minu-tos até que o azeite se separe do tomate. Quando os tomates estiverem cozidos e começarem a desmanchar estarão no pon-to. Apague o fogo, pique algumas folhas de manjericão e acrescente ao molho para aromatizar.

Dica: a melhor maneira de evitar a acidez do molho de tomate é colocar um pedaço de cenoura ou uma cenoura ralada no iní-cio do preparo do molho. A cenoura solta seu açúcar natural, que equilibra a acidez. Além disso, ela ainda agrega sabor e nu-trientes ao molho e evita que seja necessá-rio colocar açúcar. Se colocar em pedaços, pode retirar depois.

Camarão com molho de tomates frescos e requeijãoIngredientes1/2kg de camarões sete-barbas limpos;1kg de camarões-rosa médios limpos;Suco de 1 limão;Azeite;2 litros de molho de tomates frescos (ver acima);300g de requeijão.

PreparoTempere os camarões limpos com sal e suco de limão. Esquente azeite e refogue rapidamente os camarões até que estejam rosados. Coloque o molho de tomate e dei-xe apurar cinco minutos. Retire e coloque em um refratário. Cubra com pedaços de requeijão e leve ao forno para gratinar.

Rendimento: 5 porções

Receitas

vilhada com farinha. Despeje os rolinhos e cozinhe-os até subirem à superfície. Retire-os com uma escumadeira e reserve em uma travessa. Acrescente o molho de sua preferência.

Preparo do molhoMisture os dois molhos e cubra os nhoques cozidos. Polvilhe queijo parmesão e sirva.

Rendimento: 4 pessoas.

Page 69: Beach&Co 130

127_Construtec 21x28.indd 1 1/21/13 2:07 PM

Page 70: Beach&Co 130

70 Beach&Co nº 130 - Abril/2013

moda

Saiba como fazer bonito com esta eterna peça do vestuário masculino

Por Karlos Ferrera

sempre eles, os ternosClássicos e elegantes,

O terno está para o homem assim como o vestido de gala está para a mulher. Uma gravata faz um homem se sentir tão podero-so quanto uma mulher em um salto 15. Não importa se é gordo, magro, alto ou baixo, um terno imprime elegância, status, masculini-dade e atrai os olhares femininos. Mas, para fazer bonito mesmo dentro de um terno há vá-rias considerações a ser feitas para que a peça caia como uma luva. Sempre há dúvidas, e a Beach&Co dá, a seguir, algumas dicas.

Paletó

O comprimento do paletó deve cobrir a curva do bumbum. As mangas devem ser um centímetro mais curtas do que os punhos das camisas. Quando for experimentar o paletó, dobre o braço e veja se, além do punho, a man-ga da camisa aparece. Se a resposta for sim: as

mangas de seu paletó estão curtas. O colarinho da camisa deve ficar, pelo me-

nos, um dedo acima do colarinho do paletó. Abotoe apenas o botão do meio. A não ser no modelo jaquetão (em baixa no momento). Não coloque volumes (carteira, chaves etc) nos bol-sos do paletó, para não alterar o caimento da peça. Pode apenas colocar lenço de seda no bol-so de cima. Desabotoe o paletó apenas quando estiver sentado. Toda vez que levantar, abotoe.

Na hora da compraSão três itens que devem pesar na hora da

compra: o corte, sempre pensando no caimen-to; a composição do tecido, e aí vale a dica de que quanto mais sintético for o tecido, meno-res a qualidade, o conforto, a durabilidade, o impacto visual e, claro, o acabamento. A dife-rença de acabamento fica por conta do forro

Page 71: Beach&Co 130

71Beach&Co nº 130 - Abril/2013

suit, costume e terno?

Lembre-seO correto é sempre deixar o

último botão (de baixo) do paletó aberto. Quando só tem um botão, desabotoe quando

estiver sentado.

Bolso estilo flap é o mais usado para os

ternos do dia a dia. A aba deve permanecer

para fora sempre.

A manga da camisa deve

ultrapassar cerca de 1 cm a manga

do paletó.Se a calça estiver um pouco apertada ou folgada, é possível dar um jeito. Agora, se estiver com mais de 2,5 cm de sobra, esqueça, pois o ajuste deverá ser em toda a parte traseira e entre as pernas e provavelmente não ficará legal.

Um botão é chique e deixa o visual moderno.

O lenço virou moda depois que atores de cinema e personagens como Don Drapper começaram a usar. Sempre finos e brancos, com o mínimo possível fora do bolso.

Suit é um termo em ingês para terno, costume é o termo utilizado na Itália. E terno é o que se usa aqui no Brasil para identificar o conjunto de paletó e calça de uma mesma cor e tecido.

Você sabe a diferença entre

Page 72: Beach&Co 130

72 Beach&Co nº 130 - Abril/2013

na parte interna frontal das pernas, esse deta-lhe proporciona conforto e proteção. Para ter no armário

A tendência atual apresenta ternos com dois botões, paletó mais curto que os habituais e la-pelas finas. As calças sem pregas, mais justas e bainha mais curta. O resultado é uma silhueta esbelta, tornando o homem alto e magro, conse-quentemente, elegante. Para os práticos e obje-tivos, um cinza médio ou grafite de lã com dois botões já é uma boa garantia de sucesso.

Pretinho básico masculinoO terno preto também tem suas peculiarida-

des. Por ser básico, pode ser usado em qualquer estação, contudo, deve-se levar em consideração o tipo de tecido. No Brasil, por exemplo, não faz sentido ternos com a tradicional lã europeia, que apesar do caimento perfeito, não se adéqua ao clima dos trópicos. Para nós, o ideal é a lã fresca e a gabardine, chiques e funcionais. Falando em lapelas no terno preto, são detalhes que ajudam a mudar o estilo facilmente. As lapelas pontudas sugerem ao mesmo tempo nobreza e moderni-dade; já as médias são aceitas em todo lugar. As estreitas é melhor evitar, pois parecem um smoking antiquado. Quanto à camisa, o par per-feito ainda é a branca, mas você pode variar com outras cores desde que sejam suaves.

GravataNa hora de escolher a gravata, fique atento

à harmonia do conjunto e à sua personalidade; não use gravatas divertidas se esse não for seu estilo. A gravata pode combinar com a camisa se o look for mais clássico, e com o terno, se não pretende chamar atenção. Os mais descolados podem fazer sobreposições e contrastes de co-res. A melhor pedida sem gravata é um modelo de corte slim. E vale para ocasiões como via-gens, passeios, festas informais. Pode-se usar um terno com uma malha básica de manga cur-ta ou até mesmo longa e um mocassim.

BotõesSe você tem dúvidas quanto ao número ade-

quado de botões em um terno a dica é simples:

quem dita a quantidade é a moda em vigor. Atualmente, a pedida é o terno com um ou dois botões. Um botão fica mais moderno, porém tem prazo de validade e pode não cair bem para os mais gordinhos; três botões são para um vi-sual mais clássico, e quatro, em modelo trans-passado, fica muito bem, porém extremamente clássico. Neste caso, opte por um corte slim.

Meias: uma escolha complexaPrimeira pergunta: a meia combina com a

calça ou com o sapato? Se tiver que combinar, que seja com a calça. Nunca use meia branca com sapato social. Meias curtas, que deixam a canela de fora nem pensar! O comprimento cer-to é o três quartos. Sapatos

O sapato fala muito sobre você. Ele pode ser fatal por revelar se você é um homem de bom gosto e se está com o modelo certo para a oca-sião. Tenha pelo menos um modelo preto e um marrom para ocasiões sociais, e um mocassim ou sapato de camurça para momentos infor-mais. Dizem os especialistas que um sapato mal escolhido ou sem qualidade chama mais atenção que a roupa toda. Isso porque, em geral, a roupa masculina é muito básica: camisa+calça+sapato; o sapato dá todo o suporte na combinação.

Terno combina com sapato de couro e com sola de couro. Sapato preto é ideal com terno cinza-chumbo e azul-marinho. Você pensou em sapato marinho? Cor de caramelo? Esqueça!

Combinações que dão certo

• Eventos sóbrios pedem cores discretas; eventos informais, cores mais alegres. Modelo de corte slim sem gravata é chique e despojado.

• Terno com uma malha básica de manga curta ou até mesmo longa e um mocassim.

Combinações que são um desastre

• Cores fortes em todas as peças.

• Diferenças nos fios.• Evento formal com proposta

de look casual.• Modelo apertado que marca

a barriga ou comprometa o caimento e o movimento dos braços, ou grande demais.

A calça do terno deve ficar na cintura, e não nos quadris. O comprimento perfeito cobre o sapato e as meias não podem aparecer quando se está em pé e também a calça não deve ar-rastar no chão. Ela deve ficar dois dedos acima do salto do sapato. A barra italiana, clás-sica nos ternos e costumes, deve terminar na metade (da altura) do calcanhar do sapa-to. Sanfona de tecido caindo sobre o pé é deselegante.

moda

126_Construtec 21x28.indd 1 12/17/12 4:10 PM

Page 73: Beach&Co 130

126_Construtec 21x28.indd 1 12/17/12 4:10 PM

Page 74: Beach&Co 130

74 Beach&Co nº 130 - Abril/2013

Flashes

Presenças marcantes no lançamento do novo espaço da Imobiliária Ituana

Herculano Passos, Gilberto Kassab e Rita Passos Os anfitriões Pedro Paulo e Herculano Passos Zélia Vaccari e Antonio Luiz Carvalho Gomes

Claudio Armagne, Dov Orni e Manoel Ramos Hugo Duppre, Gilberto Kassab e Herculano Passos

Jacob Federmann, Fioravante, Rosaldo Malucelli e Carlos Alberto Camargo

Denis Ramazini, Miguel de Moura Silveira Jr, José Carlos Ventre, Marcelo Spinardi e Lino Spinardi

Rita Passos, Gilberto Kassab, Herculano Passos, Pedro Paulo, padre Francisco Rossi e Luiz Carvalho Gomes

Marcos e Roberta Morelli

Pedro Passos, Elaine Passos, Ana Beatriz Passos, Roberta Rossi, Maria Claudia Passos e Rodrigo Pessini

Page 75: Beach&Co 130
Page 76: Beach&Co 130

76 Beach&Co nº 130 - Abril/2013

Flashes

No 57º Congresso Estadual de Municípios, no Mendes Convention Center, em Santos, muitas personalidades visitaram o estande da TV Costa Norte, montado em parceria com

a União dos Vereadores do Estado de São Paulo (UVESP)

O diretor-presidente do Sistema Costa Norte de Comunicação Ribas Zaidan e o ministro da Educação Aloizio Mercadante Oliva

O entrevistador e o secretário de Meio Ambiente Brunos Covas

Marcio França e o governador de Pernambuco Eduardo Campos

Sebastião Misiara, presidente da UVESP Zaidan e Marcia Rosa, prefeita de Cubatão

Zaidan e Maria Antonieta, prefeita de Guarujá

Mauro Orlandini, prefeito de Bertioga, e o governador Geraldo Alckmin

Ivanete Lucatti e a desembargadora do TJSP, Drª Vera Angrisani

Na Riviera Fo

to D

irce

u M

athi

as/P

MB

Page 77: Beach&Co 130

77Beach&Co nº 130 - Abril/2013

No Congresso dos Municípios, os prefeitos: Antonieta de Brito, de Guarujá, Paulo Alexandre Barbosa, de Santos, e Mauro Orlandini, de Bertioga

Em São Paulo: Maria Antonieta, Geraldo Alckmin e Eliane Belfort

Comitiva de Lobito, Angola, é recebida no gabinete da prefeitura de Guarujá

Eduardo Suplicy e o secretário de Desenvolvimento Econômico Adilson de Jesus

Marcelo Bueno, o novo diretor da AGEM, a prefeita Antonieta e a presidente do Condesb Ana Preto

Antonieta e o presidente da Frente Nacional de Prefeitos João Coser

Antonieta e Amaro Segunda, prefeito de Lobito

Mauro Orlandini e o amigo Flávio Lopes

O vice-prefeito de Guarujá Duino, Ribas Zaidan, o vereador Soares e Aloisio Rodrigues

Foto

Dir

ceu

Mat

hias

/PM

B

Page 78: Beach&Co 130

78 Beach&Co nº 130 - Abril/2013

“No clique” // Cláudio Milito

13º Macarrão ao Vivo e a Cores promovido pelo Rotary de São Sebastião

Décio M. Galvão e o presidente do Rotary Ivan de Carvalho Vivian Augusto e Daniel Augusto Nelsinho, Ana Claudia e Wilma

Marquinhos, Vinícius e a vereadora Solange

Traud Rennert e o coronel Perine

Rosangela Falato, Wellington e o vereador Reis

Flavio Vera Cruz e Fabiana Centurião Kátia Platon e Jeannis Platon

Osmar Soalheiro Junior e Ana Scarlatti Eduardo Cimino, presidente da ACE, e Guga, presidente da AEAASS

Page 79: Beach&Co 130

79Beach&Co nº 130 - Abril/2013

“Destaques” // Luci Cardia

Os integrantes da TAR (Turma dos Apaixonados pela Riviera) organizaram linda festa com o tema Vermelho e Branco, em comemoração aos aniversariantes Camilo Di

Francesco, a colunista, Bia e Marcos Muniz e Flávia Patriota

A TAR reunida para eternizar o momento de felicidade que contagia as festas

José Cardia, Jaqueline Marin, Roberto Haddad, Maria Aparecida da Silva e Flávia Patriota

José Alberto Stallone, Mafalda e Fernanda Montenegro

O casal Bia e Marcos MunizDrª Paola Smanio, a colunista, Rose Aragon, Regina Fernandes e Bia Muniz

Helio e Carla Violani Rose e Sérgio AragonFamília Biondo: Luciane, o filho Thiago e Paschoal Biondo

Flávia Patriota e Roberto Haddad

Leo e Martinho Marques, Adilson e Jeanne Casemiro A homenagem do presidente da Tar Roberto Haddad aos aniversariantes do mês: Marcos Muniz, Flávia Patriota, a colunista, Camilo Di Francesco e Bia Muniz

Nawal, José Avelino e Ribas Zaidan

Page 80: Beach&Co 130

80 Beach&Co nº 130 - Abril/2013

“Alto Astral” // Durval Capp Filho

Em noite magistral, o Tênis Clube de Santos deu início às atividades sociais com o Reencontro na Turquia

Os presidentes Ana Maria e José Paulo Sacramento empolgados com a noite

Os diretores sociais Sérgio e Ana Musa Escuder e Alessandra e Valdir Lanza

Cibeli e Fábio Filgueiras encantados como tema da festa

Simone e Gustavo Nunes compartilharam amesma empolgação

A simpatia do casal Paula e Antônio Cesar Nascimento

Flávio Righi mostrou suas habilidades ao lado das dançarinas

Superanimados, Beth e José Roberto Montoro Walkyria Sanches Capp no clima misterioso da Capadócia, com seus bucólicos balões

Page 81: Beach&Co 130

81Beach&Co nº 130 - Abril/2013

Por aí...

Amanda, que estuda no exterior, filha de Sueli Elias e Walter Lopes dos Santos Jr, curtindo Paris, a Cidade Luz

O artista plástico italiano, radicado no Brasil, Danieli Chimenti ao lado da curadora da exposição Célia Teixeira exibe suas telas no Espaço Tremendão, do empresário Ivo Moreira

Reitor André Becker e frei Rosântemo na comemoração do aniversário de 373 anos do Santuário Santo Antônio do Valongo, realizada no Clube XV

Lourdes Teixeira Henriques, presidente da Associação Paulista de Medicina, e a diretora do departamento de Ações Comunitárias, Ana Beatriz Soares, que conduz o Projeto Menina Mãe, na XXV Noite da Pizza

Na presidência do Santos Convention Bureau, Alex Veríssimo Mendes comemorou os 11 anos de atividades da entidade no Parque Balneário Hotel

O artista plástico, crítico de cinema e professor de línguas Waldemar Lopes em seu vernissage no Centro Europeu, durante o 2º Culturalmente Santista, em Santos

Na Alhambra Móveis do Shopping Praiamar, o designer Leonardo Lattavo, a empresária Lola Assaf, o designer Pedro Moog e a empresária Wafaa Assaf receberam vários arquitetos durante apresentação da Lattoog

Page 82: Beach&Co 130

82 Beach&Co nº 130 - Abril/2013

“Celebridades em Foco” // Edison Prata

Exemplos de como viver bem em Guarujá

Hugo Rinaldi e o colunista. Quem será o churrasqueiro? Eis a questão

No Bruta’s Bar, o belo casal Tânia Kogan e Mario Silveira de Carvalho

Sebastião Gonçalves de Santana, o conhecido Macalé, ex-vereador e ex-presidente da Câmara Municipal de São Sebastião por dois mandatos

Dr. Arthur Albino dos Reis e sua bela namorada Marinalva Pereira de Souza, no Bruta’s Bar

No renomado restaurante Avelino’s Pitangueiras, o colunista, o vereador Valdemir Santana, o corretor de imóveis José Luiz e Luis Avelino

Marcos Peludo curtiu seus 60 anos de vida ao lado da namorada Patrícia e dos amigos Hugo Rinaldi e Patrícia Franco

Edmir Cesar, coordenador de Artes Visuais da Secretaria de Cultura de Ilhabela, a artista plástica Walkyria Rocco e o secretário de Cultura de Ilhabela Nuno Gallo

O advogado Darly Viganó e sua mulher Olga Hon Viganó. Ele recebeu uma moção de Aplausos e Reconhecimento concedida pelo presidente da Câmara Municipal, o vereador Marcos Antônio Ferreira Tenório

Page 83: Beach&Co 130
Page 84: Beach&Co 130

A presentado em 1979 pela Sobloco, o Plano Urbanístico da Riviera de São Lourenço, era, naquela época, uma proposta inovadora e ambiciosa. Hoje, 33 anos se passaram e a Riviera tornou-se uma referência no segmento do

desenvolvimento urbano sustentável. O empreendimento, nestas 3 décadas, investiu em tecnologias urbano-ambientais, que lhe garantiram reconhecimentos nacionais e internacionais no campo do uso e ocupação do solo. A Riviera é fonte de emprego e renda para milhares de pessoas em Bertioga, além de responder por grande parte da arrecadação de IPTU do Município. Sua praia, sempre limpa, é fruto de um sistema de saneamento básico, que atende todos os imóveis do empreendimento. Seu sistema de gestão ambiental é certificado pela norma internacional ISO 14001. São mais de 2,6 milhões de m² de áreas verdes, cerca de 1,5 vezes o Parque do Ibirapuera. Por tudo isto e muito mais, a Riviera é o destino de milhares de pessoas, que a elegeram como o melhor local para suas famílias. Venha você também conhecer e se encantar com este modelo de bairro sustentável, único em nosso País.

Planejamento e visão de futuro que fazem a diferença

Fotos: Riviera de São Lourenço

Foto: ilustrativa

®