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Beija-Flor XVIII FNT - nº 01 / 04 de setembro de 2011 A aproximação entre o povo e a arte “A gente faz teatro numa praça, numa rua, num pátio, num canto que dê pra gente se movimentar e as cenas rolarem a gente chega onde tem um espaço, abre uma roda e faz o teatro”. É assim que o dire- tor Mário Jorge, o Maninho, expli- ca como o seu grupo vê a relação entre os espetáculos e o local onde eles se realizam. Maninho coordena o grupo Ga- rajal, que se apresenta no FNT para crianças durante esta semana. A edição deste ano do Festival Nor- destino de Teatro de Guaramiranga (FNT) será repleta de grupos que, assim como o Garajal, transformam os lugares mais comuns, como ruas e praças, em cenários perfeitos para seus espetáculos. O ano em que o Teatro Municipal da cidade se encontra de portas fe- chadas pareceu o momento propício, aos olhos da organização do FNT, para discutir O Teatro e a poética do espaço – tema escolhido para norte- ar mostras, palestras, cursos e deba- tes desta edição do evento. “Pensar ‘O teatro e a poética espacial’ vai além da espacialidade. Permite ima- ginar como são acolhidos o teatro, os reisados, os dramas, pela rua e sua imprevisibilidade, carregada de nomadismo, onde o ‘risco’ é a feição primordial”, afirma Rejane Reinaldo, diretora de formação do FNT. Esta é a segunda vez que o FNT trabalha com a temática do teatro de rua – a primeira vez foi nos anos 1990. “Voltando à sua origem, o te- atro sai da reclusão dos prédios e invade as ruas”, declara Rejane, que completa “inventar-se e reinventar- -se: talvez daí advenha o frescor do FNT de Guaramiranga”. De acordo com Maninho, coorde- nador do Garajal, as apresentações em espaços alternativos aos equi- pamentos teatrais convencionais podem cumprir o papel de demo- cratizar o acesso à arte e aproximar público e artista. “Na rua, o teatro se torna mais livre, se torna mais do povo”, afirma ele. Começou ontem o XVIII Festival Nordestino de Teatro de Guaramiranga e o tema desta edição é “O teatro e a poética do espaço” Informativo do Festival Nordestino de Teatro de Guaramiranga

Beija-Flor 04.09.11

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Beija-FlorXVIII FNT - nº 01 / 04 de setembro de 2011

A aproximação entre o povo e a arte

“A gente faz teatro numa praça, numa rua, num pátio, num canto que dê pra gente se movimentar e as cenas rolarem a gente chega onde tem um espaço, abre uma roda e faz o teatro”. É assim que o dire-tor Mário Jorge, o Maninho, expli-ca como o seu grupo vê a relação entre os espetáculos e o local onde eles se realizam.

Maninho coordena o grupo Ga-rajal, que se apresenta no FNT para crianças durante esta semana. A edição deste ano do Festival Nor-destino de Teatro de Guaramiranga (FNT) será repleta de grupos que, assim como o Garajal, transformam os lugares mais comuns, como ruas

e praças, em cenários perfeitos para seus espetáculos.

O ano em que o Teatro Municipal da cidade se encontra de portas fe-chadas pareceu o momento propício, aos olhos da organização do FNT, para discutir O Teatro e a poética do espaço – tema escolhido para norte-ar mostras, palestras, cursos e deba-tes desta edição do evento. “Pensar ‘O teatro e a poética espacial’ vai além da espacialidade. Permite ima-ginar como são acolhidos o teatro, os reisados, os dramas, pela rua e sua imprevisibilidade, carregada de nomadismo, onde o ‘risco’ é a feição primordial”, afirma Rejane Reinaldo, diretora de formação do FNT.

Esta é a segunda vez que o FNT trabalha com a temática do teatro de rua – a primeira vez foi nos anos 1990. “Voltando à sua origem, o te-atro sai da reclusão dos prédios e invade as ruas”, declara Rejane, que completa “inventar-se e reinventar--se: talvez daí advenha o frescor do FNT de Guaramiranga”.

De acordo com Maninho, coorde-nador do Garajal, as apresentações em espaços alternativos aos equi-pamentos teatrais convencionais podem cumprir o papel de demo-cratizar o acesso à arte e aproximar público e artista. “Na rua, o teatro se torna mais livre, se torna mais do povo”, afirma ele.

Começou ontem o XVIII Festival Nordestino de Teatro de Guaramiranga e o tema desta edição é “O teatro e a poética do espaço”

Informat ivo do Fest ival Nordest ino de Teat ro de Guaramiranga

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Música também é encenaçãoA Música no FNT é o espaço dentro do festival onde se pode experimentar várias inter-pretações musicais

Juntamente com a amost ra-gem teat ral, o Fest ival Nor-dest ino de Teat ro t ambém dis-ponibiliza para o público um espaço para a divulgação da produção musical da região. No dia da aber tura do fest ival, houve apresentação de dois gru-pos locais, a Orquestra Cidade da Ar te e o Grupo Tambores de Guaramiranga. “O fest ival sem-pre teve uma carac ter íst ica de reunir linguagens e promover interações entre essas lingua-gens; e a música tem um pouco de encenação, interpretação e interação com o lado teatral”,

fa la Vanildo Franco, produtor do evento.

Segundo Lucas Fer reira dos Santos, professor de percussão e percussionist a do Gr upo Tam-bores de Guaramiranga, esse é um dos espaços mais aguarda-dos, pois é quando eles podem divulgar seu t rabalho para um grande e var iado público.

Ambos os grupos ut ilizam-se da exper imentação na composi-ção de seus est ilos, seja na mis-tura e confecção de instrumen-tos, como na mistura de gêneros musicais. “A Música no FNT na verdade é um espaço que o fes-

t ival deu pra música mostrar a mistura dos est ilos musicais brasileiros”, declara Francisco Constantino, saxofonista da Or-questra Cidade da Ar te.

Para os músicos, o espaço Mú-sica no FNT é o espaço de des-no FNT é o espaço de des-contração do evento, feito para diver tir e relaxar as pessoas no final do dia e onde os especta-dores podem se identificar de uma forma ou de outra. “A músi-ca é uma linguagem universal”, afirma Glauber Nocrato, regente da Orquestra, “é uma linguagem que todas as culturas humanas possuem”.

E

dit

ori

al

Há dezenove anos, na região serrana cearense, nascia uma menina chamada Maria. Mesmo com as dificuldades pelas quais passou para desenvolver seus talentos, a menina as enfrentou e hoje é motivo de orgulho para sua cidade. Através da arte, Maria trouxe para seu povo uma nova forma de viver a cultura.Maria é um personagem fictício, mas sua história se confunde com a do Festival Nordestino de Teatro, que há anos encanta e aproxima os amantes dessa arte, trazendo maior visibilidade ao maciço de Baturité.Entre os dias 3 e 10 de setembro o FNT comemora a sua maioridade. Mesmo com o Teatro Raquel de Queiroz fechado, esta edição promete transformar o defeito em efeito, levando a arte para as ruas de Guaramiranga e promovendo maior acesso para toda a população.

Informativo Beija-flor XVIII FNT Expediente:

Liga Experimental de Comunicação Universidade Federal do Ceará Anne Louize, Bárbara Rocha, Iane Lara e Luiza Carolina -------- Participantes da AGUA

Larissa Ingrid, Marina Alves e Renata Almeida Ilustração: Carlvs

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Solenidade de Abertura do FestivalA Solenidade de Abertura do

XVIII Festival Nordestino de Teatro contou com a presença de Humber-to Cunha, um dos co-fundadores da Associação dos Amigos da Arte de Guaramiranga (AGUA), do ouvidor público José Norjosa Brito, do Presi-dente da Câmara dos Vereadores, Jad-son Franco, e do Secretário de Cultura de Guaramiranga, Almir Franco.

Jadson falou da importância de reconhecer a Associação nas ativi-dades culturais e sociais da cidade. “Essa AGUA tem forma de gota, mas dimensão de oceano” discursou o vereador.

A Cerimônia que comemorou a maioridade do Festival foi encerrada com a entrega de um Título de Hon-ra aos coordenadores gerais da As-sociação, Nilde Ferreira e Luciano Gomes, que reconhece as ações educativas, sociais, culturais e ar tísticas da AGUA.

Mostra Nordeste

O espetáculo selecionado para abrir a Mostra Nordeste neste sábado foi Charivari, do grupo Ninho de Teatro, de Juazeiro do Nor te. Com texto de Lourdes Ra-malho e direção de Dúlio Cunha. A peça, que roda pelo país desde 2009, traz uma história engraça-da que acontece em uma capela medieval, onde o diabo entra de madrugada armando uma grande confusão, ou, como dir iam os por-tugueses, um verdadeiro charivari. O espetáculo ainda conta com a banda Zabumbeiros Carir is, que

deixa a peça ainda mais dinâmica com suas canções e sonoplastias.

O grupo encerrou sua apresen-tação ganhando muitos aplausos de uma platéia bastante diversi-ficada, que também fez par te da composição do cenário. “Achei o espetáculo bem interessante. É ousada, a proposta, e fez lembrar bem o teatro medieval, aquela coisa de criticar o poder estabel-ecido pela igreja. A história é bem engraçada” afirma o espectador Victor Augusto, que também par-ticipa de um grupo teatral.

AmostraNo segundo dia de Festival,

a Mostra Nordeste irá contar com o grupo de teatro mara-nhense Tapete Criações Cêni-cas, que irá apresentar a peça Circuluz Brincante. O espe-táculo explora diversas lingua-gens, entre elas, o circo e o tea-tro de rua, onde a palhaça Keke Kerubina, interpretada pela atriz Raquel Franco, promove uma interação bem descontraída com o público através de jogos de cena, dança e execução de números circenses. A apresen-tação será às 20h na Praça do Teatro e promete deixar a se-gunda noite do Festival muito divertida.

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DIA 04/09 (DOMINGO)Programe-se

10h Sala do Mosteiro

Praça do Teatro20h

Praça do Artesanato10hMostra Guaramiranga em CenaReisado Santo Reis do Oriente

Reisado Mestre Vicente Chagas

Praça do Artesanato19h30

Mostra ParalelaEspetáculo: Triim

Grupo: Barafustar de TeatroClassificação: 12 anos

Mostra NordesteEspetáculo: Circuluz Brincante

Grupo: Tapete Criações Cênicas (MA)Classificação: Livre

22hMúsica no FNT

Grupo: G7 / Maciço de Baturité Praça da AGUA

Praça do Artesanato17h FNT Para Crianças: O Lendário Mundo de Zico

Grupo: Garajál (CE)Classificação: Livre

Ciclo de Debates sobre os espetáculosMostra Nordeste

Espetáculo Roda Saia Gira VidaGrupo: Teatro de Anônimo (RJ)