13
SOBRE AS BELEZAS E O RESPEITO QUE DEVEMOS À MÃE NATUREZA Webzine - No. I Salgadeira pede socorro Degelo aumentou nível do mar em 20 mts Lugares para se conhecer antes de morrer Preservar, um dever de todos Oceanos mais quentes Cerrado: bioma de grande importância

Bella natureza ed01

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Revista experimental eletrônica online de conteúdo voltado à preservação do meio ambiente, natureza, ecologia...

Citation preview

Page 1: Bella natureza ed01

SOBRE AS BELEZAS E O RESPEITO QUE DEVEMOS À MÃE NATUREZA Webzine - No. I

Salgadeira pede socorro

Degelo aumentou níveldo mar em 20 mts

Lugares para se conhecerantes de morrerPreservar, um dever de

todos

Oceanos mais quentes Cerrado: bioma degrande importância

Page 2: Bella natureza ed01

2

Chapada dos Guimarães - MT

Salgadeira pede socorro

Foto

: Edu

HH

Z_fo

r Flic

kriv

er

Numa viagem recente à Chapada dos Guimarães - pouco mais de 20 anos desde a última vez que estive lá - tive um susto quando, ao chegar na Ca-

choeira da Salgadeira, me deparei com uma enorme bar-reira em volta do local, indicando a proibição ao acesso. Isso mesmo. O complexo está fechado por ordem judi-cial1 desde outubro de 2010.

A intromissão exacerbada do turismo acabou por contaminar uma das mais bonitas cachoeiras de Cha-pada dos Guimarães, no Mato Grosso, devido à quan-tidade de gente (e muita gente desprovida de senso de responsabilidade) que passou a visitar o local. Antes, quando ainda o Turismo não era levado muito a $ério, locais como a Cachoeira da Salgadeira reverberavam uma beleza não totalmente intocada, mas frequentados por pessoas mais seletas, que iam ao local por curtirem a Natureza, não depredá-la.

A cachoeira está no córrego da Salgadeira, às mar-gens da rodovia MT-251 (entre Cuiabá e Chapada dos Guimarães), um dos caminhos por onde os tropeiros de outrora passavam (pelos idos dos séc. XVII e XVIII),

1 Confira em http://coad.jusbrasil.com.br/noticias/2439579/chapada-dos-guimaraes-com-plexo-turistico-da-salgadeira-e-lacrado

em suas incursões pelo sertão brasileiro. Naque-le local, paravam para charquear a carne, isto é, salgá-la e secá-la ao sol. Vê-se, nesse fato, a origem do nome da ca-choeira.

No site oficial da Cha-pada, de forma até orgu-lhosa, vemos o trecho: “Próximos à bela cacho-eira, existem hoje o “Ter-minal Social Turístico”, inúmeros restaurantes, vestiários, quadras e es-tacionamento para ôni-bus, que, em todos os fins de semana, levam milhares de pessoas que fogem do alucinante calor cuiabano.” Mas, foram justamente esses “milhares de turistas” que, de forma desorganizada, deram início a um desabamento crônico na parede da cachoeira. Fora isso, a culpa recai também sobre os responsáveis pela construção, pelo jei-to, ilegal, de um complexo turístico, que levava o nome do local, contendo restaurantes, vestiários, quadras, es-tacionamento para ônibus (!) Ei! Espere aí!!! Isso tudo num local onde deveria ser área de preservação am-biental (APA)?? Vão me desculpar, mas, responsabilidade é palavra inexistente no dicionário desses senhores da ganância turística de Cuiabá e região. Nenhuma cacho-eira, especialmente, uma que faça parte de um parque fechado, como é a Chapada, merece tal desrespeito.

Fica, aqui, a minha indignação em relação a esse fato, pois, quando conheci aquele lugar, ainda não havia essa exploração desenfreada que há hoje em dia - e não só neste local, como também em vários outros pontos na-turalmente belos desse país. Espero que a justiça mante-nha o local fechado por mais 10 anos, até que a Natureza dê um jeito de se recuperar contra ações humanas.

EditorialE por falar em Natureza...Não é fácil, hoje em dia, a gente se deparar com algo que não tenha sido, ao menos, pisado por alguém. Isso, porque no mundo há mais gente por metro quadrado do que ar. Tá bom, estou sendo exagerado, mas, quem não é? Os exageros estão por toda parte. Árvores sendo, inconsequentemente, cortadas pelos quatro cantos do mundo; animais sendo mortos devido ao tráfico de peles, marfins, couros, carne etc.; empresas despejando absurdas toneladas de gases nocivos na atmosfera; exploração descontrolada de jazi-

das de pedras e outras riquezas minerais; enfim, se formos listar as agruras que o homem tem trazido para a Natureza, seria de se dizer que “Deus não está gostando nada disso e, um dia, vai querer o pagamento”. A própria Natureza irá cobrar isso, não se preocupe. Aliás, ela já cobra.Esta revista eletrônica tem um objetivo: alertar as pessoas sobre os perigos que a degradação pode trazer (você não é bobo, sabe disso, mas é sempre bom a gente estar alerta). Ademais, trazer informações úteis e lindas fo-tografias da natureza. Um abraço e fiquem na paz.

Por: Mozart J. Fialho

Page 3: Bella natureza ed01

3

SUSTENTABILIDADE

PRESERVARum dever de todosPRESERVARExtraído do site http://sustentabilidade.esobre.com/preservacao-ambiental

Preservação ambiental é a prática de preservar o meio ambiente. Essa preservação é feita para beneficiar o homem, a natureza ou ambos. A pressão por recursos naturais muitas vezes faz

com que a sociedade degrade o ambiente a sua volta, por isso é essencial as medidas de preservação do meio ambiente.protecao-ambiental

A preservação ambiental é uma preocupação cres-cente por parte das pessoas, organizações e gover-no. Desde os anos 60, a atividade de organizações de proteção do meio ambiente vem atuando em favor da preservação ambiental, para tentar garantir que tenha-mos um planeta ambientalmente mais sustentável. A preservação ambiental é um dever de todas as pessoas.

Desde o início do século XXI, os governos e organi-zações do mundo inteiro tem tentado colaborar entre si, fechando acordos de preservação ambiental que visam melhorar a nossa utilização do planeta nos anos que virão. Porém, infelizmente, a tentativa de preser-var o planeta tem tido pouco sucesso entre governos. Os grandes encontros ambientais, como o Rio+20, tem gerado muito pouco resultado em termos de ações de preservação ambiental.

Algumas dicas de preservação ambiental

Conheça o problema: como você poderá preservar o planeta se não souber qual é o problema da degradação ambiental? Se informe sobre o que polui, o que é preju-dicial e o que não é. O portal sustentabilidade do esobre, é uma ótima fonte de conhecimentos sobre o que po-demos fazer para preservar nosso planeta.

Transporte: um dos princi-pais impactos que nós, seres humanos, temos no planeta é a maneira como nos movimenta-mos. O desperdício de energia que acontece em nossos carros e outros meios motorizados é imenso. Procure ir a pé até a padaria, em vez de tirar o carro

da garagem. Utilize o transporte público, se este for uti-lizável (em alguns casos, além da violência, não há qual-idade de transporte público). Pressione o seu governo local para a construção de ciclovias, e melhora do trans-porte público.

Energia elétrica: se for possível, considere a ideia de utilizar painéis solares em sua casa, para o chuveiro. De-sligue as luzes em ambientes em que não tem ninguém. Acho impressionante como as pessoas tem o mal hábito de deixar luzes ligadas na casa inteira.

Água: mesmo em regiões onde a água potável ainda é abundante, é importante evitar o desperdício. Água limpa é um bem precioso, que deve ser poupado. Se todo mundo diminuir 2 minutos do tempo de banho, podemos poupar milhões de litros de água diariamente, somente no Brasil.

A preservação ambiental depende de cada um de nós. Se você começar a agir agora mesmo, estará fazen-do sua parte para preservar o meio ambiente.

Page 4: Bella natureza ed01

4

Page 5: Bella natureza ed01

5

Aquecimento Global

Oceanos estão mais quentes, áci-dos e com menos oxigênio

Recifes de corais podem desa-parecer com oceano mais ácido

Fonte: G1.com

Relatório foi produzido por 540 cientistas de todo o mundo. Cientistas referem-se ao ocea-

no como “quente, ácido e irrespirável”.

Os gases de efeito estufa estão tornando os oceanos mais quentes, ácidos e com menos oxigênio. O modo como es-sas mudanças interagem está criando um panorama mais desolador para as águas do mundo, de acordo com um

relatório produzido por 540 cientistas de todo o mundo publicado nes-ta quarta-feira (13/11/13).

Os oceanos estão se tornando mais ácidos a uma taxa sem prec-edentes, mais rápido do que em qualquer outra época dos últimos 300 milhões de anos, segundo o relatório. Mas é a maneira como isso interage com outros efeitos do aquecimento global nas águas que preocupa cada vez mais os especialistas.

Eles calcularam que os oceanos tornaram-se 26% mais ácidos desde a década de 1880 porque há cada vez mais carbono na água. Também mediram como os oceanos têm se aquecido devido ao dióx-ido de carbono gerado pela combustão do carbono, petróleo e gás. Ainda foi observado que, em diferentes profundidades, os mares es-tão movendo menores quantidades de oxigênio porque há mais calor.

Juntos, esses efeitos “podem amplificar-se entre si”, observa o co-autor do relatório, Ulf Riebesell, um bioquímico do Centro Geomar Helmholtz de Pesquisa Oceânica na Alemanha. Ele acrescenta que os cientistas estão se referindo cada vez mais ao futuro do oceano como “quente, ácido e irrespirável”.

O relatório de 26 páginas divulgado pela ONU e por várias or-ganizações científicas reúne as informações mais recentes sobre mudanças climáticas a partir de uma conferência de oceanógrafos realizada no ano passado.

Por exemplo, na costa americana do Pacífico, a forma como o oceano está se tornando estratificado significa que há menos oxigê-nio na água, e estudos recentes mostram “80% mais acidez do que originalmente previsto”, disse o co-autor do estudo Richard Feely, do Laboratório Marinho Ambiental do Pacífico da Administração Nacion-al para os Oceanos e a Atmosfera, com sede em Seattle.

Além disso, modelos computacionais preveem que a costa no-roeste dos Estados Unidos será mais castigada que outros lugares devido ao conjunto de mudanças, observou Feely.

A teoria é que espécies como a lula só podem viver em água a certa temperatura, acidez e níveis de oxigênio, e os pontos onde esses fatores se combinam são cada vez mais difíceis de encontrar.

Com o aumento da acidez, as conchas de alguns moluscos,

como as ostras e os mexilhões, também começam a se corroer. “Essa é mais uma perda que estamos enfrentando. Isso afetará a sociedade humana”, disse Riebesell.

Recife de coral norueguês: corais estão entre as espécies mais vulneráveis à acidificação do oceano. (Foto: AP Photo/Geomar, Karen Hissmann)

Foto mostra gaiolas flutuantes na costa oeste da Suécia que são usadas para estudar a saúde do oceano. (Foto: AP Photo/Geomar)

Um estudo realizado por cientistas dos Estados Unidos, Austrália e Alemanha aponta que acidificação dos oceanos, fenômeno que re-duz o pH das águas devido ao aumento do CO2 atmosférico, poderá reduzir a diversidade e a resiliência (capacidade de recomposição) de recifes de corais ainda neste século.

Os pesquisadores estudaram espécies dos ecossistemas lo-calizados próximos a três infiltrações vulcânicas, que emitem natu-ralmente CO2 no fundo do mar, na Papua Nova Guiné. Com isso, puderam entender melhor o impacto da acidificação dos oceanos na biodiversidade marinha.

Os cientistas conseguiram detalhar os reflexos de uma exposição prolongada dos recifes de corais a altos níveis de dióxido de carbono e baixo pH no oceano Indo-Pacífico. Isto simularia a projeção de au-mento dos níveis de CO2 na atmosfera, que poderá ocorrer até o final deste século e tornaria os oceanos mais ácidos.

“Esses resultados prévios mostram como os recifes ficarão daqui a 100 anos caso a acidificação dos oceanos piore”, afirmou Chris Langdon, um dos principais investigadores do assunto, que é ligado à Escola Rosenstiel de Ciência Marinha e Atmosférica, da Universidade de Miami.

O estudo mostra ainda mudanças na composição das espécies de corais e redução da biodiversidade e recrutamento no recife com a redução do pH de 8,1 para 7,8. A equipe também relata que o desen-volvimento de recifes cessaria a um pH abaixo de 7,7.

O quarto Relatório de Avaliação do IPCC (Painel Intergoverna-mental sobre Mudanças Climáticas) estima que até o final do século, o pH dos oceanos diminuirá dos atuais 8,1 para 7,8 devido ao aumen-to das concentrações atmosféricas de CO2.

Page 6: Bella natureza ed01

6

Último degelo aumentou nível do mar em 20 metros em 500 anos

Degelo durou 3 mil anos, mas teve um período de aumento abrupto. Pesquisa ajuda a prever como mudança climática afetará gelos polares.

O último grande degelo do planeta não aconteceu de forma constante, mas houve um período de aumento abrupto do nível das águas. Em menos de 500 anos, ele subiu cerca de 20 metros, segundo estudo

publicado na revista científica “Nature” nesta quarta-feira (28).O degelo começou há 15 mil anos e acabou há 12 mil. O ponto mais

ativo aconteceu entre 14,5 mil anos e 14,3 mil, quando o nível de água subiu entre 12 e 22 metros no Taiti, Pacífico, segundo as medições dos analistas.

Os cientistas basearam sua pesquisa em medições efetuadas em Taiti e concluíram que a maior parte de água veio do degelo da Antártica. Nesse último grande degelo, as geleiras derreteram quase totalmente e elevaram o nível dos mares cerca de 120 metros no mundo todo.

Este aumento dos mares não foi nem gradual nem uniforme, mas aconteceu de forma especialmente intensa em um período de 500 anos, segundo Pierre Deschamps, geólogo e pesquisador principal do Centro Europeu de Pesquisa e Ensino de Geociências do Meio Ambiente (Cerege, na sigla em francês).

PesquisaDurante esta etapa, o nível das águas no Taiti teria crescido entre 3,5 e

5 metros por século, segundo o estudo. Para obter estes dados, Deschamps e seus colegas estudaram os fósseis dos corais e de uma espécie de búzio

que habitaram o litoral norte, sul e oeste do Taiti.O aumento das águas coincidiu no tempo com a Oscilação de Boelling,

uma época na qual o clima se moderou e as massas de gelo continentais liberaram grandes quantidades de água no mar. No entanto, a cronologia exata do degelo e a origem de suas águas seguem sem esclarecer tudo, já que o nível dos mares não ascendeu de forma uniforme e é necessário estudar os aumentos em distintas costas do planeta.

Segundo os analistas, conhecer melhor estes fenômenos permitiria compreender como a mudança climática atual afetará os gelos polares nos próximos anos. As estimativas para o século 21 são de um aumento inferior a dois metros por século.

Fonte: G1.com

Page 7: Bella natureza ed01

7

5 lugares para se conhecer antes de morrer

O Planeta Terra, até onde se sabe, é único. Sua natureza é de uma exuberância sem comparação, devido à beleza com que o tempo, a água e o vento tanto se esmeraram para produzir. São lugares que todo amante da natureza deveria conhecer antes de morrer.

5

4

Cataratas dePlitvicka

Great Blue Hole

Considerado um dos lugares mais bonitos do planeta, as Cataratas de Plitvicka estão localizadas no Plitvicka Jezera National Park, na Croácia. O local possui 16 lagos, alguns mais altos que outros, onde vão se formando as quedas, que acabam por re-sultar nessa maravilha natural. Mais fotos em: http://adrenaline.uol.com.br/forum/geral/212447-cataratas-da-plitvicka-croa-cia.html

O Grande Buraco Azul, como é também conhecido em português, fica localizado a cerca de 100 km de Belize, no mar do Cari-be. Com forma de um círculo perfeito, tem pouco mais de dois quilômetros de largura e atinge 145 metros de profundidade. Nem é preciso dizer que este lugar atrai mergu-lhadores do mundo inteiro, não é? Visível inclusive do espaço – foi captado por um satélite da Nasa em março de 2009 - ele é, na verdade, uma caverna que se formou há dezenas de milhares de anos, quando o ní-vel do mar era muito mais baixo do que na atualidade

Page 8: Bella natureza ed01

8

3

1

2

Tunnel of Love

Milford Sound, NZ

Ilha Fernando de Noronha

Construído em meio à floresta, nas pro-ximidades de Kleven, Ucrânia, o “túnel do amor” nos remete a cenários de filmes de ficção, misturando sonho com realida-de. Foi construído para a passagem de um trem particular para levar toras de madeira até uma fábrica local. Com 1,8 Km, o local desperta o romantismo, sendo usado por muitos recém-cansados na busca de belas imagens para os álbuns de fotografia.

Milford Sound é um fiorde (uma grande entrada do mar em volta de altas monta-nhas rochosas) que fica no lado sudoeste da Nova Zelândia. É também uma reserva marinha, patrimônio mundial e um dos destinos turísticos mais populares no país.Está completamente cercado por altas pa-redes rochosas íngremes e falésias. Milford Sound é também a área mais chuvosa ha-bitada na Nova Zelândia. As águas estão repletas de golfinhos, pinguins e focas. Há duas magníficas cachoeiras permanentes

jorrando pelos penhascos, mas quando chove, centenas de cachoeiras temporárias se formam.

Completamente brasileira, a ilha faz par-te de um arquipélago que atrai turistas do mundo inteiro, sendo que, para que seja possível visitá-la, é necessário agendar sua ida, mesmo porque, há um número limita-do (e necessário) de visitantes por período. O centro comercial em Noronha é Vila dos Remédios, mas não é considerada capital por ser a ilha um distrito estadual. O par-que nacional é hoje administrado pelo Ins-tituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

Page 9: Bella natureza ed01

9

Biomas

CerradoForma de vegetação de grande importância para a vida

Cerrado é um bioma do tipo biócoro savana que ocorre no Brasil, constituindo-se num dos seis grandes biomas brasileiros.

Características

As “savanas brasileiras” — o Cerrado e a Caatinga — são uma forma de vegetação que tem diversas variações fisionômi-cas ao longo das grandes áreas que ocupam do território do país. É uma área zonal, como as savanas da África, e corresponde grosso modo ao Planalto Central.[carece de fontes]

O Cerrado é o segundo maior bioma brasileiro, estendendo-se por uma área de 2.045.064 km² , abrangendo oito estados do Brasil Central: Minas Gerais, Goiás, Tocantins, Bahia, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Piauí e o Distrito Federal.

Cortado por três das maiores bacias hidrográficas da Amé-rica do Sul, tem índices pluviométricos regulares que lhe propi-ciam sua grande biodiversidade.

Ecossistemas do bioma cerrado do Brasil: cerrado; cerradão; campestre; floresta de galeria; cerrado rupestre. Há também os ecossistemas de transição com os outros biomas que fazem li-mite com o Cerrado.

A paisagem do Cerrado possui alta biodiversidade, embora menor que a mata atlântica e a floresta amazônica. Pouco afetado até a década de 1960, está desde então crescentemente ameaça-do, principalmente os cerradões, seja pela instalação de cidades e rodovias, seja pelo crescimento das monoculturas, como soja e o arroz, a pecuária intensiva, a carvoaria e o desmatamento causado pela atividade madeireira e por frequentes queimadas, devido às altas temperaturas e baixa umidade, quanto ao infor-túnio do descuido humano.

Nas regiões onde o cerrado predomina, o clima é quente e

há períodos de chuva e de seca, com incêndios espontâneos esporádicos, com alguns anos de intervalo entre eles, ocorrendo no período da seca.

A vegetação, em sua maior parte, é semelhante à de savana, com gramíneas, arbustos e árvores esparsas. As árvores têm caules retorcidos e raízes longas, que permitem a absorção da água - disponível nos solos do cerrado abaixo de 2 metros de profundidade, mesmo durante a estação seca do inverno.

Dependendo de sua concentração e das condições de vida do lugar, pode apresentar mudanças diferenciadas denominadas de cerradão, campestre e cerrado (latu sensu), intercalado por formações de florestas, várzeas, campos rupestres e outros. Nas matas de galeria aparecem por vezes as veredas.

Outros ecossistemas: Campo Sujo, Campo Cerrado, Cerrado Rupestre, Mata Seca ou Mata Mesofítica e Parque Cerrado.

Grande parte do Cerrado já foi destruída, em especial para a instalação de cidades e plantações, o que o torna um bioma muito mais ameaçado do que a Amazônia.

Clima

O clima predominante no Cerrado é o Tropical Sazonal, de inverno seco. A temperatura média anual é de 25°C, podendo chegar a marcações de até 40°C na primavera. As mínimas re-gistradas podem chegar a valores próximos de 10°C ou até me-nos, nos meses de maio, junho e julho.

A precipitação média anual fica entre 1 200 e 1 800 mm, sendo os meses de março e outubro os mais chuvosos. Curtos períodos de seca, chamados de veranicos, podem ocorrer no meio da primavera e do verão. No período de maio a setembro os índices pluviométricos mensais reduzem-se bastante, podendo chegar a zero.

Nos períodos de estiagem, o solo se resseca muito, mas somente em sua parte superficial (1,5 a 2 metros de profundidade). Mas vários estudos já demonstraram que, mesmo durante a seca, as folhas das árvores perdem razoáveis quantidades de água por transpiração, eviden-ciando a disponibilidade deste mineral nas camadas profundas do solo. Outra evidência é a floração do ipê-amarelo na estação da seca, porém a maior demonstração deste fato é a presença de extensas plantações de eucaliptos, crescendo e produzindo plenamente, sem ne-cessidade de irrigação e adubação .

Ventos fortes e constantes não são caracte-rísticas gerais do Cerrado. Normalmente a at-mosfera é calma e o ar fica, muitas vezes, quase parado. Em agosto costumam ocorrer algumas

Fonte: Wikipedia.org

Page 10: Bella natureza ed01

10

ventanias, levantando poeiras e cinzas de queimadas a grandes alturas, através de redemoinhos que se podem ver de longe.

A radiação solar é bastante intensa, podendo reduzir-se de-vido à alta nebulosidade nos meses excessivamente chuvosos do verão.

Relevo

Os pontos mais elevados do Cerrado estão na cadeia que passa por Goiás em direção sudeste-nordeste. O Pico Alto da Serra dos Pireneus, com 1 385 metros de altitude, a Chapada dos Veadeiros, com 1 250 metros e outros pontos com elevações consideradas , que se estendem em direção noroeste; a Serra do Jerônimo e outras serras menores, com altitudes entre 500 e 800 metros.

O relevo é um tanto acidentado, com poucas áreas planas. Nos morros mais altos são encontrados pedregulhos, argila com inclusões de pedras e camadas de areia.

Outra formação é constituída por aflorações e rochas calcá-rias, com fendas, grutas e cavernas em diferentes tamanhos. Por cima das rochas há uma vegetação silvestre. Possui campos e vales com vegetação bem característica e há ainda uma floresta-

galeria rodeando riachos e lagoas.Os solos apresentam-se intemperizados, devido à alta lixi-

viação e possuem baixa fertilidade natural. Apresenta pH ácido, variando de 4,3 a 6,2. Possui elevado conteúdo de alumínio, baixa disponibilidade de nutrientes, como fósforo, cálcio, mag-nésio, potássio, matéria orgânica, zinco, argila, compondo-se de caulinita, goethita e gibbsita. O solo é bem drenado, profundo e com camadas de húmus.

Há estruturas do solo bem degradadas, devido às atividades agrícolas e pastagens, inclusive o chamado reflorestamento com Eucalyptus na década de 1960. A recuperação é muito difícil, principalmente nos cerradões, devido às características do solo e ao regime de chuvas. Pode ser tentada a revegetação associado com plantio de milho, feijão, café, freijó, maniçoba, buriti ou dendê, no sistema de agrofloresta.

Vegetação

Quem já viajou pelo interior do Brasil, através de estados como Minas Gerais,Goiás, Tocantins, Bahia, Mato Grosso ou Mato Grosso do Sul, certamente atravessou extensos chapadões, cobertos por uma vegetação de pequenas árvores retorcidas, dis-persas em meio a um tapete de gramíneas - o cerrado. Durante os meses quentes de verão, quando as chuvas se concentram e os dias são mais longos, tudo ali é muito verde. No inverno, ao contrário, o capim amarelece e seca; quase todas as árvores e arbustos, por sua vez, trocam a folhagem senescente por outra totalmente nova. Mas não o fazem todos os indivíduos a um só tempo, como nas caatingas nordestinas. Enquanto alguns ainda mantém suas folhas verdes, outros já as apresentam amarelas ou pardacentas, e outros já se despiram totalmente delas. As-sim, o cerrado não se comporta como uma vegetação caducifólia, embora cada um de seus indivíduos arbóreos e arbustivos o sejam, porém independentemente uns dos outros. Mesmo no auge da seca, o cerrado apresenta algum verde no seu estrato arbóreo-arbustivo. Suas espécies lenhosas são caducifólias, mas a vegetação como um todo não. Esta é semicaducifólia.

Flora

Mesmo que não totalmente conhecida, a flora do Cerrado é bastante diversificada. Sua cobertura vegetal é a segunda maior do Brasil, abrangendo uma área de 20% do território nacional. Apresenta as mais diversas formas de vegetação, desde campos sem árvores, ou arbustos, até o cerrado lenhoso denso com florestas-galeria. Reconheci-do como a segunda savana mais rica do mundo em biodiversidade (a primeira é a savana afri-cana que tem 10.750 espécies de plantas; 205 espécies de mamíferos; 741 espécies de aves; 151 espécies de répteis; 163 de anfíbios, e é a maior formação savânica e o terceiro maior bio-ma do mundo com área de 8.246.082 Km²), com a presença de diversos ecossistemas, riquíssima flora com 7.000 espécies de plantas, sendo 4.000 endêmicas desse bioma.

Os campos cobrem a maior parte do terri-tório. É essencialmente coberto por gramíneas, com árvores e arbustos. É subdividido em cam-

Mapa da ecorregião do Cerrado. Os limites da ecorregião mostra-dos em amarelo.

Page 11: Bella natureza ed01

11

po de cerrado e campo limpo, que se diferenciam na formação do terreno e na composição do solo, com declives ou plano.

As árvores mais altas do Cerrado chegam a 15 metros de altura e formam estruturas irregulares. Apenas nas matas cilia-res as árvores ultrapassam 25 metros e possuem normalmente folhas pequenas. Nos chapadões arenosos e nos quentes campos rupestres estão os mais exuberantes e exóticos cactos, brome-liáceas e orquídeas, contando com centenas de espécies endê-micas. E ainda existem espécies desconhecidas, que devido à ação do homem podem ser destruídas antes mesmo de serem catalogadas.

Plantas comuns

A vegetação do Cerrado apresenta diversas paisagens flo-rísticas diferenciadas, como os brejos, os campos alagados, os campos altos, os remanescentes de mata atlântica. Mas as fi-topaisagens predominantes são aquelas dos Cerrados, como o cerrado típico, o cerradão e as veredas. Nestas, há desde pal-meiras, como babaçu (Orbignya phalerata), bacuri (Platonia in-signis), brejaúba (Toxophoenix aculeatissima), buriti (Mauritia flexuosa), guariroba (Syagrus oleracea), jussara (Euterpe edu-

lis) e macaúba (Acrocomia aculeata)3 até plantas frutíferas como araticum-do-cerrado (Annona cras-siflora), araçá (Psidium cattleianum), araçá-boi (Eugenia stipitata), araçá-da-mata (Myrcia glabra), araçá-roxo (Psidium myrtoides), bacuri (Scheelea phalerata), bacupari (Rheedia gardneriana), baru (Dipteryx alata), café-de-bugre (Cordia ecalycula-ta), figueira (Ficus guaranítica), lobeira (Solanum lycocarpum), jabuticaba (Myrciaria trunciflora), ja-tobá (Hymenaea courbaril), marmelinho (Diospyros inconstans), pequi (Caryocar brasiliense), goiaba (Psidium guajava), gravatá (Bromeliaceae), mar-meleiro (Croton alagoensis), jenipapo (Genipa ame-ricana), ingá (Inga sp), mama-cadela (Brosimum gaudichaudii), mangaba (Hancornia speciosa), ca-juzinho-do-campo (Anacardium humile), pitanga-do-cerrado (Eugenia calycina), guapeva (Fervillea trilobata), veludo-branco (Gochnatia polymorpha); Madeiras, tais quais angico-branco (Anadenanthera colubrina), angico (Anadenanthera spp), aroeira

-branca (Lithraea molleoides), aroeira-do-sertão (Myracrodruon urundeuva), cedro-rosa (Cedrela fissilis), monjoleiro (Acacia polyphylla), vinhático (Plathymenia reticulata), bálsamo-do -cerrado (Styrax pohlii), pau-ferro (Caesalpinia ferrea), ipês(-Tabebuia spp.), além de plantas características dos cerrados, como amendoim-do-campo (Pterogyne nitens), araticum -cagão (Annona cacans), aroeira-pimenteira (Schinus terebinthifolius), capitão-do-campo (Terminalia spp.), embaúba (Cecropia spp), guatambu-de-sapo (Chrysophyllum gonocarpum), maria-pobre (Dilodendron bipinnatum), mulungu (Erythrina spp), paineira (Ceiba speciosa), pororoca (Rapanea guianensis), quaresmeira roxa (Tibouchina granulosa), tamboril (Enterolobium spp), pa-ta-de-vaca (Bauhinia longifólia), algodão-do-cerrado (Cocholos-permum regium), assa-peixe (Vernonia polyanthes), pau-terra (Qualea grandiflora), pimenta-de-macaco (Xylopia aromatica), gameleira (Ficus rufa), sem falar em uma grande variedade de gramíneas, bromeliáceas, orquidáceas e outras plantas de menor porte.

Fauna

O Cerrado apresenta grande variedade em espé-cies em todos os ambientes, que dispõem de mui-tos recursos ecológicos, abrigando comunidades de animais com abundância de indivíduos, alguns com adaptações especializadas para explorar o que forne-ce seu habitat.

No ambiente do Cerrado são conhecidos até o momento mais de 1.500 espécies de animais, entre vertebrados (mamiferos, aves, peixes,repteis e anfí-bios) e invertebrados(insetos, moluscos, etc). Cerca de 161 das 524 espécies de mamíferos (pertencentes a 67 gêneros) estão no Cerrado. Apresenta 837 es-pécies de aves, 150 de anfíbios (das quais 45 são endêmicas), 120 espécies de répteis (das quais 40 são endêmicas). Apenas no Distrito Federal há 90 es-pécies de cupins, 1.000 espécies de borboletas e 500 de abelhas e vespas.

Devido à ação do homem, o Cerrado passou por

Foto

: Pet

er C

aton

Page 12: Bella natureza ed01

12

grandes modificações, alterando os diversos habitats e, conse-quentemente, apresentando espécies ameaçadas de extinção. Dentre as que correm risco de desaparecer estão o tamanduá-bandeira, a anta, o lobo-guará, o pato-mergulhão, o falcão-de-peito-vermelho, o tatu-bola, o tatu-canastra, o cervo, o cachor-ro-vinagre, a onça-pintada, a ariranha e a lontra.

Mastofauna

Especificamente no que tange à fauna de mamíferos do cer-rado, em que pesem as áreas devastadas para a agropecuária e a mineração, ela é ainda bastante diversificada, com represen-tantes de:

Marsupiais – gambá (Didelphis ssp.), cuíca (Gracilinanus microtarsus), cuíca-d’água (Chironectes minimus) e jaratataca (Conepatus semistriatus)

Mustelídeos – ariranha (Pteronura brasiliensis), irara (Eira barbara), lontra (Lontra longicaudis),

Xenartros – tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla), tamanduá-mirim (Tamandua tetradactyla), preguiça (Bradypus sp), tatus (Dasypodidae)

Felídeos – gato-palheiro (Oncifelis colocolo), jaguatirica (Le-opardus pardalis), jaguarundi (Herpailurus yaguarondi), onça-pintada (Panthera onca) e onça-parda (Puma concolor),

Canídeos – cachorro-do-mato (Lycalopex gymnocercus), raposa-do-campo (Lycalopex vetulus), lobo-guará (Chrysocyon brachyurus)

Cervídeos – veado-mateiro (Mazama americana), veado-campeiro (Mazama gouazoupira)

Primatas – macaco-prego (Cebus apella), macaco-aranha

(Ateles paniscus), saguis (Callitrichinae)Procionídeos - quati (Nasua spp.), mão-pelada (Procyon can-

crivorus)Artiodáctilos- queixada (Tayassu pecari), caititu (Tayassu

tajacu)Roedores – preá (Cavia spp), porco-espinho (Erethizontidae

Hystricidae fam.), capivara (Hydrochoerus hydrochaeris), cutia (Dasyprocta spp), paca (Agouti paca), ratos (Cricetidae)

Leporídeos – tapiti (Sylvilagus brasiliensis)Quirópteros – morcegos (Chiroptera)

Avifauna

Em relação à avifauna, são inúmeras as aves do Cerrado, e entre elas destacam-se:

Papa-moscas-do-campo (Culicivora caudacuta),Codorna-pequena (Taoniscus nanus),Águia-cinzenta (Harpyhaliaetus coronatus),Andarilho (Geositta poeciloptera),Anhuma (Anhima cornuta),Marreca-ananaí (Anas braziliensis),Marreca-cabocla (Dendrocygna autumnalis),Marreca-caneleira (Dendrocygna bicolor),Irerê (Dendrocygna viduata),Pato-mergulhão (Mergus octosetaceus),Pato-corredor (Neochen jubata),Bico-roxo (Oxyura dominica),Pato-picasso (Sarkidiornis melanoto),Gralha (Cyanocorax cristatellus),Pássaro-preto (Gnorimopsar chopi),Guaxo (Icterus jamacaii),Tucano (Ramphastos toco),Urubu (Coragyps atratus),Seriema (Cariama cristata),Sabiá-do-campo (Mimus saturninus),Beija-flor (Colibri serrirostris),Beija-flor-tesoura (Eupetomena macroura),Garça campeira (Casmerodius albus)Garça do banhado (Egretta thula),Anu-preto (Crotophaga ani),Anu-branco (Guira guira),Caga-sebo (Coereba flaveola),Vivi (Euphonia chlorotica),

Page 13: Bella natureza ed01

13

Saí-azul (Dacnis cayana ),Sanhaço (Thraupis sp.),Príncipe (Pyrocephalus rubinus),Suriri (Tyrannus melancholicus),Quero-quero (Vanellus chilensis),Curicaca (Theristicus caudatus),Garrincha (Synallaxis frontalis),Papagaio-verdadeiro (Amazona aestiva),Saracura (Aramides cajanea),Piriquito (Brotogeris chiriri),Pomba-asa-branca (Columba picazuro),João-de-barro (Furnarius rufus),Bem-te-vi (Pitangus sulphuratus),Canário (Sicalis flaveola),Sabiá-laranjeira (Turdus rufiventris)

Ictiofauna

Sobretudo pelo fato de ser em áreas de Cerrado que nas-cem rios das mais importantes bacias hidrográficas brasileiras, como as bacias Amazônica, Tocantínea, Platina e São-Francis-cana, a ictiofauna é extremamente rica e diversificada. Nos rios do Cerrado, há um número bastante relevante de espécies de mariscos,e uma grande variedade de peixes, desde aqueles que são comuns até em pequenos córregos, como Piabas (Astya-nax spp.); Lambaris (Deuterodon spp., Moenkhausia spp), Cará (Aequidens spp, Mesonauta spp), Bagres e Mandis (Pimelodus spp.), Mussum (Synbranchus marmoratus), Tuvira (Eigenmannia spp), até aqueles que são encontrados quase que apenas em rios e ribeirões, tais como Caranha (Piaractus spp., Pygocentrus

spp.); Pacu (Colossoma spp.; Mylossoma spp.; Chaetobranchop-sis spp.), Piau (Leporinus spp.), Traíra (Hoplias spp.), Piranha (Catoprion spp.), Corimbatá (Cyphocharax spp.), Dourado (Sal-minus spp.), Cascudo (Hypostomus spp.; Pterygoplichthys spp), Peixe-cachorro (Roeboides spp.), além de Cachorra (Hydrolycus scomberoides), Peixe cigarra (Oligosarcus hepsetus), Pirapitinga (Brycon microlepis), Abotoado (Pterodoras granulosus), Timburé (Schizodon borellii), Taguara ou Sardinha-de-água-doce (Tripor-theus angulatus), e espécies maiores, de couro, como Cachara (Pseudoplatystoma fasciatum), Jaú (Paulicea luetkeni), Barbado (Pinirampus pinirampus), Pintado (Pseudoplatystoma corrus-cans) e Surubim (Sorubimichthys planiceps). Há outras espécies menos significativas numericamente, inclusive a muito rara e quase extinta Piracanjuba (Brycon orbignyanus).