SOBRE

Criada num ambiente de artistas, com a mãe fazendo teatro e a avó dirigindo o Municipal de São Paulo, Belpa iniciou, ainda criança, uma promissora carreira como bailarina. Mas para felicidade dos ouvintes da boa música, ela trocou a dança pela cantoria e, aos 22 anos, aceitou o convite de um amigo e passou a se apresentar pelos bares de Salvador. O esquema de voz e violão ganhou outras proporções e ela aceitou o desafio de cantar outros estilos em lugares distantes de sua terra.

Sempre sincera, especialmente com ela mesmo e com o sentimento pela música, encarou outra aposta: voltou para a Bahia e, entre os anos de 2006 e 2008, passou a se apresentar em um hotel. Foi nesse instante que ela se descobriu como cantora e que a música era seu amor incondicional. Depois de três anos se apresentado no hotel, decidiu que era a hora do próximo passo. Em 2009, concluiu a seleção do repertório, e, junto com o diretor e produtor Kiko Souza e o compositor Márcio Valverde, convidou 42

músicos amigos para que participassem da gravação do seu primeiro CD.

Belpa, que se aproveitou da veia artística e da sua ousadia e preferência por desafios, leva consigo a influência de grandes nomes da música, como Elis Regina, Maria Bethânia, Clara Nunes, George Benson, Donna Summer. Porém, sempre mantém o pensamento de que a música não escraviza, e sim liberta, desfazendo-se dos nós de estilos, ritmos e segmentos, para defender que a música é como uma oração, e que o que realmente importa é como ela toca, como ela comove. Tudo comprovado no seu CD e nos palcos por onde se apresenta, local que ela considera como sua sala de estar: onde ela canta, interpreta, usa a roupa que bordou, e assim todo o conceito de arte, do processo que ela sugou, respirou, tudo se une à sua música e se canaliza num processo, tornado-a não apenas uma cantora; uma artista.

// Pedro Caldeira

BELPA

CONFIRA O QUE GRANDES ARTISTAS TÊM A DIZER SOBRE A CANTORA:

A moça dos cabelos de tóin, de lindos olhos sorridentes, tem a voz de um domingo feliz. No disco de Belpa tem samba doce, tem chorinho descaradinho, tem romance, samba duro, tem até um fado! A voz de Belpa tem esse dengo preguiçoso de domingo, uma delícia baiana, prescrevo e recomendo. Botei o disco pra tocar no domingo, na segunda, terça, quarta... Nem tirei mais do tocador de disco!

//Mônica San Galo (cantora e compositora)

Grata surpresa esse CD de estréia de Belpa. Mostra uma cantora segura, delicada e com enorme domínio da sua voz. Ela consegue dar uma interpretação muito clara e suave às canções de Márcio Valverde e de seus parceiros, o que eles devem ter achado ótimo, pois as canções chegam aos nossos ouvidos como os compositores as imaginaram, e não cheias de melismas vocais exagerados como o que estamos tão cansados de ouvir por aí hoje em dia. A canção vem pura, pelas limpas e precisas interpretações de Belpa. Da valsa ao samba de roda nós ouvimos uma voz certeira e dedicada à canção, que brinca no lugar certo e se emociona no lugar certo. Parabéns a Kiko Souza pela empreitada tão feliz. Um lindo CD na contramão do que a Bahia virou (ou do que viraram a Bahia), mas que segue seu caminho independente e livre na mão da canção.

//Luciano Salvador Bahia (Músico e compositor)

BELPA, PRAZER!

CONFIRA O QUE GRANDES ARTISTAS TÊM A DIZER SOBRE A CANTORA:

Dona de uma voz singular, para mim é muito fácil falar da Belpa. Ela é uma artista preocupada com tudo que faz e se pega nos mínimos detalhes com muita dedicação e bom gosto. O novo CD dela que leva o seu nome, Belpa, é a prova disso. Tem a sua personalidade desde as escolhas das canções, até a arte final do seu CD. Tudo supervisionado por ela até a exaustão.

Vamos ter uma grande surpresa com a chegada dessa maravilhosa artista. Tenho certeza que ela esta pronta, pronta mesmo. Teremos uma boa surpresa!

//Kiko Souza (músico e produtor)

O trabalho musical de Belpa é heterogêneo sem, contudo, perder a unidade; as letras e as melodias se fundem faixa a faixa, muda-se o ritmo, sem perder o rumo dos ventos. E tudo é milimetricamente calculado pela astúcia do comandante Kiko Souza, que assume carinhosamente a direção desse trabalho.

Eu e os letristas Nélio Rosa, Chico Porto, Nelson Elias e Carlos Laet é que nos sentimos honrados em fazer parte desse projeto.

//Márcio Valverde (cantor, compositor)

BELPA, PRAZER!

ÁLBUM

Depois de uma produção sem pressa e cuidadosa, que teve 6 meses só para a seleção do repertório e mais de um ano para conseguir se reunir com os músicos no estúdio, fez-se o milagre: a cantora Belpa apresenta a própria vida espalhada nas 11 faixas do seu primeiro CD. Esses 2 anos preocupados com a qualidade têm justificativas. A primeira, é que Belpa fugiu do padrão e decidiu gravar o trabalho de um único compositor com arranjos de diversos instrumentistas. “Eu peguei canções de Márcio Valverde e fiz o caminho diferente, com minha linha de trabalho baseada num único compositor, e não nos arranjadores.”, afirma.

E a segunda é que, quando nos pegamos folheando, encantados, o encarte do CD, nos deparamos com uma colcha de fuxicos. Essa é a proposta da produção do CD de Belpa, porque, segundo a própria cantora, “uma colcha de retalhos uma pessoa faz sozinha. Pega ali, escolhe, vai passando na máquina…

Mas com fuxico, não. Para se fazer uma colcha de fuxico tem que sair distribuindo para um monte de gente, e no fim, temos aquela beleza! E a história do meu CD é essa. Tive a participação de 42 músicos para a realização desse projeto e sou muito grata a todos eles por isso.”

No CD, as faixas estão divididas em samba, bolero, chula, pop, valsa… Se lhe perguntarem qual estilo canta, ela responde rapidamente: MPB, porque ela é muito vasta. Mas eu curto o que me toca, emociona. Disseram que meu disco iria virar uma miscelânea. Não mesmo. Quer mais miscelânea do que uma colcha de fuxico? Vários deles, cores, tamanhos diferentes, e no final é a coisa mias linda do mundo!

O CD é isso, só que ele tem raízes fortes da história de Belpa por ela ser baiana, brasileira e apaixonada pela cultura daqui. E esse primeiro disco fala muito dela, como se fosse uma carta de apresentação…

CD

DE 1 A 6

1 – Tempo de Felicidade: “Terminou se transformando na faixa de trabalho, porque eu estou vivendo meu tempo de felicidade, da minha realização, de colher os frutos.” [Composição de Márcio Valverde e Chico Porto, arranjo de Duarte Velloso]

2 – Samba da Virada: “Primeiro arranjo feito e sou extremamente grata a Júnior Figueredo porque ele nivelou o CD todo por cima. Todos os instrumentos dessa canção foram gravados por ele, e é um samba, choro, uma mistura! Os músicos quando escutaram logo criaram uma competição sadia e todos se preocuparam em manter o mesmo nível. Samba de Virada foi a última música que gravei por ser a mais difícil.” [Composição de Márcio Valverde e Nélio Rosa]

3 – Ainda Bolero: “Essa é um bolero, que amo, e o arranjo é de Luis Gutierrez. Quando ele entregou, todos acharam uma obra de arte. Minha mãe chora toda vez que ouve, de tão bela que é. E esse bolero ainda tem o sotaque graças à participação de Berguinho, Tainah e do próprio Luis.” [Composição de Márcio Valverde e Nélio Rosa]

4 – Quer me Deixar: “Foi a canção que melhor interpretei. Não sei o motivo, só sei que quando escuto eu digo que não mudaria absolutamente nada na forma como cantei.” [Composição de Márcio Valverde e Carlos Laet e arranjo de Duarte Velloso]

5 – Mãos Dadas: “Um falso fado, sabe? O problema é que teve uma coisa lamentável: no solo do acordeom era para ter uma poesia por Jorge Portugal, mas, infelizmente, a gravação foi feita em outro estúdio e a qualidade não ficou boa, e não teve como ele regravar. Então tivemos que tirar, o que me doeu muito.” [Composição de Márcio Valverde e Nelson Elias e arranjo de Jelber Oliveira]

6 – Valsa para Bia: “Talvez essa seja a canção que fale mais de mim, porque conta a história de uma bailarina de caixinha de música. Quem fez o arranjo foi Luciano Bahia e foi algo muito engraçado, porque eu disse que era uma canção atípica, viagem da cantora e que falava de mim. Quando escutei pela primeira vez o resultado final, chorei copiosamente, por ter ficado tão linda e tão pessoal.” [Composição de Márcio Valverde, Nélio Rosa e Carlos Laet]

FAIXA A FAIXA

DE 7 A 11

7 – Na bóia: “Quem compôs praticamente foi o filho de Márcio Valverde, Gabriel, e ele tem 5 anos. A gente estava na praia e ele tava brigando com a irmã, daí ele falou: vou botar você na bóia, vou soltar você no mar, vou soltar e o siri vai te pegar. Eu disse que era fantástico e foi a única canção encomendada pra esse CD.” [Composição de Márcio Valverde, Gabriel Valverde e Kiko Souza, arranjo de Kiko Souza e participação especial da Volante do Sargento Bezerra]

8 – Nossa Canção: “Música dificílima, com arranjo de Kiko Souza que surpreende, porque ninguém imagina no que a música vai se transformar, fora que tem um solo maravilhoso!” [Composição de Márcio Valverde, Nélio Rosa e Luciano Carôso]

9 – Onde quer que esteja o amor: “Piração total! Perguntaram se eu gravaria um pop, mas minha referencia de pop é da década de 70, Lady Zu, sabe? Daí a música foi feita nesse padrão e dizem que é ótima! Eu adoro!” [Composição de Márcio Valverde e Nélio Rosa e arranjo de Ivan Oliveira]

10 – Deixa assentar a poeira: “Samba, letra bacana, fala de uma relação que acabou, mas a pessoa ainda quer manter aquela coisa do respeito.” [Composição de Márcio Valverde e Chico Porto e arranjo de André Luba]

11 – Festa de rua: “O lado bagaceira! Tinha que ter, porque eu vivi o Carnaval, o São João, as festas de rua. É uma chula misturada com um monte de coisa que diz respeito à minha alegria.” [Composição de Márcio Valverde e Chico Porto e arranjo de Kiko Souza]

FAIXA A FAIXA

CRÉDITOS

Fotos: Victor Scarlato - Texto: Pedro Caldeira - Designer: Rocharte

CONTATOS

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