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BENCHMARKING INTERNACIONAL DE PROJETOS ECO-INOVADORES

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BENCHMARKING INTERNACIONALDE PROJETOS ECO-INOVADORES

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FICHA TÉCNICA

Título

Benchmarking Internacional de Projetos Eco-inovadores

Projeto

Ecoprodutin – Produtividade na Indústria pela Eco-inovação

Entidade Promotora

AEP – Associação Empresarial de Portugal

Equipa

Maria da Conceição Vieira

Paulo Amorim

Manuela Roque

Depósito Legal

394589/15

Junho 2015

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ECOPRODUTIN - Produtividade na Indústria pela Eco-inovação 5

ÍNDICE GERAL

1. INTRODUÇÃO 9

2. CONTEXTUALIZANDO A ECO-INOVAÇÃO 10

3. SUCESSOS EUROPEUS DE ECO-INOVAÇÃO 12

3.1. Introdução 12

3.2. Eficiência de Materiais nas Indústrias Transformadoras Alemã e Europeia 13

3.3. Otimização da Gestão de Resíduos no Reino Unido 22

3.4. Eficiência de Recursos no Reino Unido 35

3.5. Ecodesign em França e na União Europeia 42

3.6. Principais Estudos Internacionais sobre Eco-inovação 45

4. COMPETÊNCIAS INTERNACIONAIS DE ECO-INOVAÇÃO 46

4.1. Case Studies 46

4.2. Projetos e Tecnologias Eco-inovadoras em Desenvolvimento 71

5. COMPETÊNCIAS PORTUGUESAS DE ECO-INOVAÇÃO 89

5.1. Entidades Promotoras da Eco-inovação 89

5.2. Empresas e Projetos Eco-inovadores 91

5.3. Reconhecimento Internacional 95

6. APOIO À ECO-INOVAÇÃO 96

6.1. Ferramentas de Suporte à Eco-inovação 96

6.2. Fontes de Informação sobre Eco-inovação 100

6.3. Financiamento da Eco-inovação 103

7. CONCLUSÃO 104

8. BIBLIOGRAFIA 105

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6 Benchmarking Internacional de Projetos Eco-inovadores

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1. Roda da Eco-inovação 11

Figura 2. Potencial de poupança anual em termos da dimensão da empresa 15

Figura 3. Investimento em função da dimensão da empresa 17

Figura 4. Retorno do investimento 17

Figura 5. Potencial anual de poupança de materiais (em euros) 18

Figura 6. Potencial de poupança na UE-27 19

Figura 7. Impacto do ecodesign nos lucros da empresa 42

Figura 8. Impacto do ecodesign nas margens de lucro da empresa 43

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ECOPRODUTIN - Produtividade na Indústria pela Eco-inovação 7

ÍNDICE DE QUADROS

Quadro 1. Setores industriais abrangidos pelo estudo da DEMEA 13

Quadro 2. Potencial de poupança anual 14

Quadro 3. Investimento em Eco-inovação e período de payback 16

Quadro 4. Produção e potencial de poupança nos setores estudados, na UE-27 19

Quadro 5. Distribuição da poupança pelos diferentes materiais (% na redução total

de custos) 20

Quadro 6. Poupança anual como resultado da redução de recursos utilizados 23

Quadro 7. Poupança de fatores realizada pela redução de recursos utilizados 24

Quadro 8. Potencial de poupança de fatores realizada pela redução de recursos

utilizados 24

Quadro 9. Poupança anual como resultado da substituição de materiais 25

Quadro 10. Poupança de fatores realizada pela substituição de materiais 25

Quadro 11. Potencial de poupança de fatores realizada pela substituição de materiais 26

Quadro 12. Poupança anual como resultado da redução do desvio de resíduos de aterro 26

Quadro 13. Poupança atual e potencial de fatores realizada pelo desvio de resíduos de

aterro 27

Quadro 14. Medidas de Eco-inovação transversais à economia 28

Quadro 15. Medidas de Eco-inovação no setor das utilities 29

Quadro 16. Medidas de Eco-inovação no setor da construção 29

Quadro 17. Medidas de Eco-inovação no setor da alimentação, bebidas e tabaco 29

Quadro 18. Medidas de Eco-inovação na indústria metalúrgica de base 30

Quadro 19. Medidas de Eco-inovação na indústria têxtil 31

Quadro 20. Medidas de Eco-inovação no setor dos produtos químicos / minerais

não-metálicos 31

Quadro 21. Medidas de Eco-inovação no setor dos serviços 31

Quadro 22. Medidas de Eco-inovação no setor do comércio a retalho 32

Quadro 23. Medidas de Eco-inovação no setor da fabricação de máquinas e

equipamentos 33

Quadro 24. Estimativas de poupança pela melhoria da eficiência de recursos 36

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8 Benchmarking Internacional de Projetos Eco-inovadores

Quadro 25. Dimensão das oportunidades sem custo / baixo custo 37

Quadro 26. Oportunidades de poupança em percentagem do lucro obtido 38

Quadro 27. Dimensão das oportunidades de longo prazo 39

Quadro 28. Medidas de poupança energética no setor dos transportes rodoviários 39

Quadro 29. Benefícios da implementação de medidas de Eco-inovação energética, por

empresa 40

Quadro 30. Medidas de gestão de resíduos 41

Quadro 31. Benefícios do ecodesign nas empresas 43

Quadro 32. Benefícios não-económicos para as empresas 44

Quadro 33. Benefícios do ecodesign para o consumidor final 44

Quadro 34. Principais estudos de benchmarking em Eco-inovação 45

Quadro 35. Entidades públicas portuguesas promotoras da Eco-inovação 89

Quadro 36. Entidades privadas portuguesas promotoras da Eco-inovação 90

Quadro 37. Empresas e projetos eco-inovadores de destaque em Portugal 91

Quadro 38. Empresas portuguesas reconhecidas internacionalmente por fatores

eco-inovadores 95

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ECOPRODUTIN - Produtividade na Indústria pela Eco-inovação 9

1. INTRODUÇÃO

A perceção de que a economia portuguesa só conseguirá crescer de uma forma sustentada por via de um

aumento da competitividade das nossas empresas é porventura hoje um dos fatores de maior consenso na

sociedade portuguesa.

Num mundo em que o preço dos materiais e da energia é cada vez mais elevado, a produtividade dos recursos

afigura-se como um fator fundamental para a competitividade das empresas europeias e portuguesas a

curto/médio prazo. Paralelamente, a única forma de caminharmos rumo a uma economia mais sustentável,

com maior qualidade de vida para os cidadãos e respeito pelo ambiente é através da racionalização dos

recursos utilizados no processo produtivo, bem como ao longo de todo o ciclo-de-vida de um produto.

Assim, a implementação de soluções inovadoras e ambientalmente responsáveis nas empresas é hoje um

imperativo para a sua competitividade, bem como para a sustentabilidade do nosso planeta, configurando-se

como uma forma das empresas anteciparem desafios vindouros.

Neste contexto, a AEP – Associação Empresarial de Portugal, propôs-se a implementar o projeto

«ECOPRODUTIN – Produtividade na Indústria pela Eco-inovação», que assenta no conceito da eco-inovação e

tem como foco o setor industrial português, particularmente as PME, passando os seus objetivos primordiais

pelo aumento da competitividade do tecido nacional português, pela redução de custos e desperdícios e por

um incremento da eficiência produtiva.

Eco-inovar é precisamente ser capaz de conceber e desenvolver processos produtivos que evitem o desperdício

de matérias-primas e de energia, proporcionando às empresas os tão desejados ganhos de produtividade e

acrescida competitividade. É este o desafio que o projeto «ECOPRODUTIN – Produtividade na Indústria pela

Eco-inovação» vem colocar ao tecido industrial português.

Uma das formas escolhidas pela AEP, promotora do projeto, para disseminar os méritos e a importância da

eco-inovação para a competitividade das empresas portuguesas foi a realização de um benchmarking

internacional à eco-inovação. O resultado deste esforço assume a forma do presente estudo, intitulado

"Benchmarking Internacional de Projetos Eco-inovadores".

O estudo reveste-se de elevado pragmatismo e é direcionado para a experiência empresarial, não sendo por

isso um repositório de informação de índole técnica e teórica sobre eco-inovação. Ao longo deste estudo são

apresentados mais de 60 casos práticos de empresas, tecnologias e projetos eco-inovadores um pouco por

toda a Europa, bem como dezenas de exemplos de medidas eco-inovadoras aplicáveis ao universo empresarial.

O estudo enquadra a aplicação da eco-inovação no nosso país e defende os seus méritos. Para tal, recorreu-se

a inúmeros estudos realizados em diversos países europeus, que se debruçam sobre a aplicação da

eco-inovação nas empresas, apresentando resultados claros, objetivos e quantificados, quanto aos méritos da

eco-inovação. Adicionalmente, são apresentados diversos casos de sucesso de empresas que adotaram

medidas eco-inovadoras, em Portugal e no estrangeiro, explicitando as ações tomadas e os resultados obtidos.

A AEP – Associação Empresarial de Portugal pretende que este estudo constitua uma importante ferramenta

de apoio à implementação da eco-inovação no universo empresarial, capacitando os empresários portugueses

a aproximarem-se às melhores práticas internacionais, fator crucial para que as empresas possam antecipar

desafios futuros, ganhando competitividade.

"A inovação estabelece a distinção entre um líder e um seguidor"

Steve Jobs

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10 Benchmarking Internacional de Projetos Eco-inovadores

2. CONTEXTUALIZANDO A ECO-INOVAÇÃO

A eco-inovação é um conceito de grande abrangência, que alia as componentes de

inovação e ecologia.

O conceito de inovação é definido pela OCDE como "a implementação de um novo ou

significativamente melhorado produto (bem ou serviço), processo, método de

marketing, modelo de negócio, método organizacional ou de relações externas".

Esta definição aplica-se geralmente também ao conceito de eco-inovação. No entanto, a eco-inovação assume

duas características distintivas:

É um tipo de inovação que reflete uma preocupação acrescida com a redução do impacte ambiental,

utilização de recursos e emissões para a atmosfera, ao longo de todo o ciclo-de-vida do produto;

Não se limita à inovação em produtos e na organização, refletindo-se na sociedade, através de

inovação ambiental, social e nas estruturas institucionais.

Assim, de uma forma simples, a eco-inovação é um tipo de inovação que reduz o uso de recursos naturais e

diminui a libertação de substâncias perigosas para o meio ambiente.

O Observatório da Eco-inovação, entidade europeia encarregue do estudo da eco-inovação na Europa, fornece-

nos uma definição simples e precisa sobre o que é a eco-inovação:

"Eco-inovação é a introdução de qualquer novo ou significativamente melhorado

produto (bem ou serviço), processo, mudança organizacional ou solução de

marketing, que reduza o uso de recursos naturais (incluindo materiais, energia, água e

solo) e diminua a libertação de substâncias nocivas, ao longo de todo o ciclo-de-vida".

A eco-inovação tem em conta todo o ciclo-de-vida do produto em vez de se focalizar apenas em aspetos

ambientais de etapas individuais do ciclo-de-vida. Pode assumir diversas formas, podendo traduzir-se numa

ideia para uma nova start-up ou produto, bem como numa forma de melhoria nas operações já existentes na

empresa. Seja através de produtos novos ou já existentes, este é um conceito que promove a redução de

impactes ambientais nos momentos da conceção, produção, uso, reuso e reciclagem.

As novas tecnologias constituem um dos grandes focos da eco-inovação, mas a criação de novos serviços ou a

introdução de mudanças organizacionais são igualmente importantes. No seu essencial, a eco-inovação

permite a criação de modelos de negócio que são simultaneamente competitivos e respeitosos do meio

ambiente, reduzindo a intensidade de produtos e serviços.

A eco-inovação faz sentido numa perspetiva económica, bem como numa

perspetiva ambiental. A sua implementação é sinónimo de competitividade

económica, respeitando o ambiente.

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ECOPRODUTIN - Produtividade na Indústria pela Eco-inovação 11

Entendido em que consiste a eco-inovação e qual a racionalidade económica subjacente à sua aplicação no

mundo empresarial, é importante perceber de que forma se aplica nas empresas e quais os principais desafios

que se poem à sua bem-sucedida implementação.

De uma forma genérica, a eco-inovação faz-se sentir nas empresas em três vertentes distintas: no modelo de

negócios, nos processos produtivos e nos produtos e serviços oferecidos.

Modelo de negócios

Dá-se por ventura a eco-inovação de maior rotura nas organizações, uma vez que força as empresas a

reconsiderarem a sua forma de fazer negócios até então e adaptar as suas práticas e cultura empresarial ao

nível de toda a organização aos princípios da eco-inovação. É necessário perceber qual a melhor forma de

oferecer valor ao cliente e como satisfazer as suas necessidades, o que pode levar a uma alteração substancial

nos produtos oferecidos, bem como nos processos produtivos.

Processos produtivos

A eco-inovação atua sobre todas as grandes etapas da vida do produto, enquanto este se encontra ainda no

seio da organização. Assim, envolve a implementação de medidas com vista a uma melhor gestão da cadeia de

aprovisionamentos e da política de compras da empresa e a incrementar a produtividade de materiais e

energia, bem como a uma melhor gestão da produção de resíduos e de emissões de gases com efeito de estufa

(GEE).

Produtos e serviços oferecidos

A ação recai sobre a forma de conceção de novos e existentes produtos da empresa, de que forma são

vendidos e em que consistirá a política de marketing. Simultaneamente, exige também uma grande aposta na

investigação e desenvolvimento que, inevitavelmente, terá impacto nos produtos e serviços oferecidos, bem

como nos processos produtivos utilizados e no modelo de negócios escolhido.

Fonte: Observatório da Eco-inovação

Figura 1 – Roda da Eco-inovação

Modelo

Negócios

Qual é a

oferta de

valor da

empresa

ao

cliente?

Marketing

Design

Investigação e

Desenvolvimento Resíduos

e emissões

Produtividade de materiais e energia

Cadeia de

aprovisionamento

s

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12 Benchmarking Internacional de Projetos Eco-inovadores

3. SUCESSOS EUROPEUS DE ECO-INOVAÇÃO

3.1. INTRODUÇÃO

A variedade de práticas eco-inovadoras e os seus méritos teóricos quando aplicadas ao mundo empresarial

estão bem documentados em diversos guias e manuais de boas práticas sobre eco-inovação. No entanto, o que

mais interessa às empresas é saber de que forma essas práticas foram aplicadas nas empresas, que custos

resultaram da sua aplicação, qual o seu rácio custo/benefício e que resultados produziram.

A produção de conteúdos de forma ampla sobre a aplicação da eco-inovação às empresas e setores de

atividade não é ainda tão abundante como se gostaria, havendo no entanto alguns exemplos de estudos

realizados sobre um número considerável de empresas e setores de atividade, com capacidade para

demonstrar inequivocamente os méritos da aplicação da eco-inovação ao mundo empresarial.

Neste capítulo do presente estudo, dá-se destaque a alguns dos principais estudos realizados sobre a aplicação

de práticas eco-inovadoras em empresas europeias, apresentando os seus principais resultados e conclusões,

convencidos de que este é um argumento fundamental para convencer os empresários mais céticos sobre os

méritos da eco-inovação empresarial e sobre a necessidade de promoverem iniciativas eco-inovadoras no seio

das suas organizações.

Uma preocupação fundamental na escolha dos conteúdos a apresentar aqui foi a de procurar exemplos

aplicáveis fundamentalmente a pequenas e médias empresas e com soluções que geralmente envolvem custos

baixos ou até nulos para as empresas. A eco-inovação é um processo de longo prazo, sustentável, mas que

pode perfeitamente iniciar-se por pequenas mudanças no quotidiano da empresas, com repercussões

imediatas, antes de se tornar parte fundamental da estratégia da empresa a longo prazo.

Assim, as análises internacionais que optamos por abordar são as seguintes:

Análise realizada pela DEMEA (Agência Alemã para a Eficiência de Materiais), entre 2006 e 2010,

focalizada na eficiência de materiais, envolvendo cerca de 100 empresas da indústria transformadora

alemã e posteriormente extrapolada para o conjunto da União Europeia pelo Observatório da

Eco-inovação;

Análise do BIS (Departamento para a Inovação e Capacitação Empresarial do Reino Unido), focalizada

na gestão de resíduos, compreendendo cerca de 400 casos de estudo nos setores comercial e

industrial no Reino Unido;

Análise efetuada pelo DEFRA (Departamento do Ambiente, Alimentação e Assuntos Rurais do Reino

Unido), direcionada ao estudo da eficiência de recursos no conjunto da economia do Reino Unido,

baseando-se em case studies e inquéritos a empresas;

Análise efetuada em parceria por uma entidade francesa e uma entidade canadiana (Pôle

Éco-conception et Management du Cycle de Vie e Institut de Développement de Produits,

respetivamente) a mais de 100 empresas, no sentido de perceber quais os maiores benefícios da

introdução de práticas eco-inovadoras, neste caso de ecodesign, nas empresas e de que forma se

repercutiram na bottom line.

O presente estudo aborda também casos específicos de práticas de eco-inovação em empresas, apresentando

exemplos claros sobre práticas introduzidas e resultados alcançados, no capítulo "Competências Internacionais

de Eco-inovação".

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ECOPRODUTIN - Produtividade na Indústria pela Eco-inovação 13

3.2. EFICIÊNCIA DE MATERIAIS NAS INDÚSTRIAS TRANSFORMADORAS

ALEMÃ E EUROPEIA

Entre 2006 e 2010, a DEMEA (Agência Alemã para a Eficiência de Materiais), conduziu

um estudo sobre práticas de eco-inovação nas empresas, compreendendo cerca de

100 casos de estudo em 5 setores industriais. Este estudo sobre a eco-inovação na

Alemanha apresenta-se como uma das mais completas e detalhadas análises sobre a

eco-inovação na Europa, razão pela qual decidimos incluir as suas conclusões

essenciais no presente estudo.

A DEMEA é parte integrante do Ministério da Economia e Tecnologia alemão (BMWi) e iniciou a sua atividade

em 2006 com o objetivo de fomentar as empresas, particularmente as PME, a reconhecer o potencial de

poupança associado à eficiência dos materiais, procurando apoiá-las com programas de consultoria e

assistência técnica. A abordagem da DEMEA compreende desde os materiais incluídos no produto final até aos

inputs consumidos no processo produtivo como água, energia, produtos de limpeza, etc.

O estudo da DEMEA contém informação precisa sobre investimentos e poupanças resultantes de atividades de

eco-inovação e focaliza a sua atenção sobre o potencial de poupança inerente à eficiência dos materiais.

O estudo abrangeu os seguintes setores industriais:

Fabricação de produtos metálicos;

Fabricação de máquinas e de equipamentos;

Fabricação de mobiliário, colchões e outras indústrias transformadoras;

Indústrias alimentares e indústria das bebidas;

Fabricação de artigos de borracha e de matérias plásticas.

Para que se perceba melhor a abrangência deste estudo, segundo a Classificação Portuguesa das Atividades

Económicas, Revisão 3 (CAE Rev.3), o estudo compreende os setores industriais apresentados no quadro

seguinte.

Quadro 1 – Setores industriais abrangidos pelo estudo da DEMEA

CAE 25 – Fabricação de produtos metálicos, exceto máquinas e equipamentos.

CAE 28 – Fabricação de máquinas e de equipamentos, n. e.

CAE 31 – Fabricação de mobiliário e de colchões

CAE 32 – Outras indústrias transformadoras

CAE 10 – Indústrias alimentares

CAE 11 – Indústria das bebidas

CAE 22 – Fabricação de artigos de borracha e de matérias plásticas

Fonte: Classificação Portuguesa das Atividades Económicas (CAE Rev.3)

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14 Benchmarking Internacional de Projetos Eco-inovadores

Benefícios Económicos

Em média, as empresas analisadas pouparam 196 mil euros por ano, cerca de 2,3% do volume de negócios

anual e 2.900 euros por trabalhador. Estes resultados estão em linha com resultados provenientes de diversos

outros estudos realizados na Europa, assumindo maior expressão face à dimensão da amostra e do horizonte

temporal.

Um fator essencial a salientar é que, pese embora existam diferenças no aproveitamento da eco-inovação nos

setores estudados, estas não são muito significativas, denotando assim o potencial de transversalidade da

eco-inovação aplicada à indústria.

De facto, o que se comprova é que os diferentes setores podem beneficiar de formas distintas: se o setor da

fabricação de mobiliário, colchões e outras indústrias transformadoras tem o maior potencial de poupança de

materiais em termos absolutos (cerca de 327 mil euros/ano, por empresa), já o setor da fabricação de produtos

metálicos é aquele que apresenta maior possibilidade de poupança relativamente ao volume de negócios

anual, cerca de 3,9%. Por outro lado, o setor da fabricação de máquinas e equipamentos é o que apresenta

maior rácio poupança/trabalhador, atingindo uma poupança de cerca de 4.100 euros por trabalhador.

O quadro seguinte apresenta o potencial de ganho anual nas empresas analisadas, de acordo com o seu setor

de atividade e dimensão.

Quadro 2 – Potencial de poupança anual

Designação Euro % Vol. Negócios Por Empregado

Setor

Fabricação de produtos metálicos 120.000 3,9 3.200

Fabricação de mobiliário, colchões e outras

indústrias transformadoras 327.000 1,6 1.600

Indústrias alimentares e indústria das bebidas 247.000 1,2 1.700

Fabricação de máquinas e de equipamentos 207.000 1,9 4.100

Fabricação de artigos de borracha e de matérias

plásticas 132.000 1,5 2.300

Dimensão da Empresa (por Volume de Negócios)

Microempresa (até 2 milhões de euros) 78.000 11,1 11.900

Pequena empresa (até 10 milhões de euros) 117.000 2,1 2.800

Média empresa (até 50 milhões de euros) 201.000 1,2 1.600

Grande empresa (mais de 50 milhões de euros) 382.000 0,4 1.100

Dimensão da Empresa (por Número de Trabalhadores)

Microempresa (até 10 trabalhadores) 87.000 11,2 19.200

Pequena empresa (até 50 trabalhadores) 108.000 3,3 3.200

Média empresa (até 250 trabalhadores) 203.000 1,4 1.700

Grande empresa (mais de 250 trabalhadores) 358.000 0,4 700

Média 196.000 2,3 2.900

Fonte: Observatório da Eco-inovação

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ECOPRODUTIN - Produtividade na Indústria pela Eco-inovação 15

Conclui-se adicionalmente que as empresas de maior dimensão atingem, naturalmente, valores absolutos de

poupança mais elevados do que as de menor dimensão. Em média, as empresas de grande dimensão atingem

poupanças anuais de mais de 350 mil euros, enquanto as microempresas não chegam à fasquia dos 100 mil

euros.

No entanto, em termos proporcionais, as empresas de menor dimensão atingem níveis mais altos de

poupança. Enquanto as grandes empresas poupam um valor equivalente a cerca de 0,4% do volume de

negócios, as empresas de micro dimensão conseguem atingir um potencial de poupança que pode chegar aos

11%.

A figura seguinte permite observar de forma muito clara essa relação inversa existente entre as poupanças em

proporção ao volume de negócios e em termos absolutos, de acordo com a dimensão da empresa.

Fonte: Observatório da Eco-inovação

Figura 2 – Potencial de poupança anual em termos da dimensão da empresa

Investimento Necessário e Retorno

Para atingir as poupanças inerentes à introdução de práticas de eco-inovação, as empresas podem necessitar

de efetuar um investimento único mais avultado ou, em determinados casos, investimentos menores ao longo

de múltiplos anos. A escolha pelo investimento único é fundamentada pela necessidade de financiar a

aquisição de novas máquinas, equipamentos e software, maioritariamente no sentido de otimizar o processo

produtivo. Outros investimentos importantes direcionam-se a atividades de consultoria e formação.

O investimento médio estimado pelo estudo situa-se nos 129 mil euros, com a maioria das empresas a

necessitar apenas de um investimento inicial. Nos poucos casos em que houve a necessidade de investimentos

adicionais, estes foram em média de 2.400 euros, maioritariamente associados a custos de manutenção.

Em média, as empresas analisadas tiveram um período de payback de 13 meses, provando que o período de

retorno do investimento em medidas de melhoria da eficiência de materiais é tipicamente muito reduzido,

como se pode ver no quadro seguinte.

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16 Benchmarking Internacional de Projetos Eco-inovadores

Quadro 3 – Investimento em Eco-inovação e período de payback

Designação Investimento Único

Investimentos

Anuais Payback

Euro % Vol. Negócios Euro Meses

Setor

Fabricação de produtos metálicos 85.000 3,6 3.400 11

Fabricação de mobiliário, colchões e

outras indústrias transformadoras 79.000 0,3 5.100 4

Indústrias alimentares e indústria das

bebidas 429.000 2,8 400 29

Fabricação de máquinas e de

equipamentos 81.000 0,7 1.900 13

Fabricação de artigos de borracha e de

matérias plásticas 53.000 0,5 0 6

Dimensão da Empresa (por Volume de Negócios)

Microempresa (até 2 milhões de euros) 43.000 9,3 5.100 13

Pequena empresa (até 10 milhões de

euros) 103.000 1,8 2.000 17

Média empresa (até 50 milhões de euros) 129.000 0,5 1.200 11

Grande empresa (mais de 50 milhões de

euros) 216.000 0,3 4.100 8

Dimensão da Empresa (por Número de Trabalhadores)

Microempresa (até 10 trabalhadores) 49.000 12,5 1.800 17

Pequena empresa (até 50 trabalhadores) 55.000 1,9 3.500 10

Média empresa (até 250 trabalhadores) 153.000 1,0 500 15

Grande empresa (mais de 250

trabalhadores) 214.000 0,3 6.200 10

Média 129.000 1,8 2.400 13

Fonte: Observatório da Eco-inovação

Analisando agora os resultados em termos setoriais, conclui-se que as empresas do setor da alimentação e

bebidas têm custos de investimento muito superiores aos restantes setores em análise: o investimento médio

ronda os 429 mil euros, essencialmente para a aquisição de novas máquinas e equipamentos, tecnologia e

alterações estruturais, enquanto nos restantes setores o investimento se situa entre os 53 e os 85 mil euros.

Uma vez mais, estes resultados são corroborados por estudos anteriores, que identificam o setor da

alimentação e bebidas como um setor com longos períodos de payback e avultados investimentos associados à

implementação de práticas de eco-inovação direcionadas ao aumento da eficiência de materiais.

Surgem também diferenças se considerarmos a dimensão das empresas. As empresas de menor dimensão

tendem a realizar investimentos de menor valor absoluto (menos de 50 mil euros), enquanto as grandes

empresas tendem a ultrapassar os 200 mil euros. Em termos relativos, enquanto as grandes empresas

investem apenas 0,3% do seu volume de negócios anual, as empresas de menor dimensão investem mais de

9%, o que, naturalmente, resulta num potencial de poupança relativo superior para as empresas de menor

dimensão.

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ECOPRODUTIN - Produtividade na Indústria pela Eco-inovação 17

A figura seguinte apresenta o comportamento dos investimentos das empresas analisadas e a forma como esse

investimento se relaciona com a dimensão das empresas.

Fonte: Observatório da Eco-inovação

Figura 3 – Investimento em função da dimensão da empresa

Mais de três quartos da amostra obteve um retorno do investimento (ROI) superior a 100%.

A figura seguinte ilustra essa mesma situação, com a linha diagonal a indicar um ROI de 100%. Ou seja, todas as

empresas que se situam acima da linha diagonal obtiveram retorno para o seu investimento na melhoria da

eficiência de materiais ainda dentro do primeiro ano de implementação das medidas. Apenas 24% das

empresas precisaram de mais de 12 meses para amortizar os custos e em 48% dessas empresas o período de

retorno foi inferior a 2 anos.

Fonte: Observatório da Eco-inovação

Figura 4 – Retorno do investimento

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18 Benchmarking Internacional de Projetos Eco-inovadores

Economia de Materiais

O metal foi o material com o maior potencial de poupança, tendo o uso deste material sido reduzido em 57%

das empresas da amostra, resultando numa poupança de 72 mil euros por empresa, anualmente. Dentro dos

metais, de destacar o potencial de poupança associado ao ferro, cujo consumo foi reduzido em quase um terço

das empresas da amostra, resultando numa poupança média de 36 mil euros. Outros metais a destacar, pelo

seu potencial de poupança são o alumínio, cobre, níquel e prata.

O segundo grupo de materiais com maior potencial de poupança é o dos têxteis e couro. Apesar do número

total de empresas a conseguir realizar poupanças nesta categoria não ser substancial, as empresas

conseguiram poupar em média 23 mil euros por ano nestes materiais. Destaque também para a poupança

associada aos produtos químicos, com um potencial de poupança a rondar os 18 mil euros anuais.

Em conclusão, é facilmente percetível que a eficiência dos materiais pode assistir a melhorias muito

significativas com investimentos relativamente reduzidos e períodos de payback curtos. A eco-inovação

aplicada aos materiais pode diminuir o consumo de materiais das empresas, reduzindo custos e poupando

recursos.

A figura seguinte apresenta o potencial de poupança associada a cada material/input integrante do processo

produtivo das empresas analisadas.

Fonte: Observatório da Eco-inovação

Figura 5 – Potencial anual de poupança de materiais (em euros)

Tomando como base o estudo da DEMEA, o Observatório da Eco-inovação procurou extrapolar dos resultados

encontrados, o potencial de poupança que a introdução de medidas de eco-inovação direcionadas à melhoria

da eficiência de materiais poderia acarretar ao nível macroeconómico, na União Europeia.

O quadro seguinte reflete o potencial de poupança em cada um dos setores estudados, neste caso ao nível da

União Europeia a 27 países. Como se pode ver, esse potencial varia entre os 0,5% da produção, nas indústrias

alimentares e das bebidas e 1%, na fabricação de artigos de borracha e de matérias plásticas e na fabricação de

mobiliário, colchões e outras indústrias transformadoras.

72.000

23.000

18.000

16.000

15.000

11.000

10.000

9.000

9.000

7.000

5.000

2.000

Metal

Têxteis e couro

Produtos químicos

Outros materiais

Biomassa alimentar e não alimentar

Produtos alimentares e bebidas

Peças e produtos acabados

Minerais e vidro

Produtos de borracha e plástico

Água e saneamento

Energia

Embalagem

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ECOPRODUTIN - Produtividade na Indústria pela Eco-inovação 19

Quadro 4 – Produção e potencial de poupança nos setores estudados, na UE-27

Setor Produção

(Milhões de Euros)

Potencial Poupança

(% da Produção)

Fabricação de produtos metálicos 526.241 0,6

Fabricação de máquinas e de equipamentos 656.099 0,9

Fabricação de mobiliário, colchões e outras indústrias

transformadoras 194.828 1,0

Indústrias alimentares e indústria das bebidas 868.272 0,5

Fabricação de artigos de borracha e de matérias

plásticas 261.292 1,0

Fonte: Observatório da Eco-inovação

O estudo concluiu também sobre o potencial de poupança nos setores em análise, em valores absolutos. A

análise toma como ponto de partida dois cenários distintos: primeiro, um cenário “de facto”, considerando o

número de empresas dos diferentes setores estudados que introduziram medidas de eco-inovação para a

melhoria da eficiência dos materiais, de acordo com dados estatísticos europeus; por fim, um cenário

hipotético, em que todas as empresas do setor introduzem medidas neste sentido, por forma a estimar as

poupanças que daí poderiam resultar.

Assim, a redução de materiais nos setores em estudo levaria a uma poupança de 3,8 mil milhões de euros no

cenário base e a uma poupança potencial de 18,5 mil milhões de euros no cenário de cobertura total, ao nível

europeu.

O maior potencial de poupança pode ser encontrado no setor da fabricação de máquinas e equipamentos

(mais de 6 mil milhões de euros no cenário de cobertura total), como se pode ver na figura seguinte.

Fonte: Observatório da Eco-inovação

Figura 6 – Potencial de poupança na UE-27

0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20

3,2

0,4

2

0,2

4,8

0,8

6,2

1,6

2,3

0,8

3,8

18,5

TOTAL Produtos metálicos

Máquinas e equipamento Alimentação e Bebidas

Mobiliário e outras IT Borracha e plástico

Mil milhões de euros

Ce

rio

Cobertura

Total

Base

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20 Benchmarking Internacional de Projetos Eco-inovadores

Relativamente aos materiais em que se denotaram reduções do consumo ou melhorias de eficiência, como

seria expectável, os resultados encontrados variam de setor para setor. Assim, no setor da fabricação de

produtos metálicos, cerca de 70% da poupança é atingida pela redução do input de metais básicos, enquanto

no setor do mobiliário, a madeira e o couro são os materiais que introduzem maiores poupanças. As maiores

poupanças de materiais para os setores da fabricação de máquinas e equipamentos, indústrias alimentares e

das bebidas e fabricação de artigos de borracha e matérias plásticas foram, respetivamente, metais básicos,

água/energia e produtos químicos.

O quadro seguinte ilustra o nível de poupança obtido nos materiais mais importantes para os processos de

fabrico dos setores em análise, na UE-27.

Quadro 5 – Distribuição da poupança pelos diferentes materiais (% na redução total de custos)

Materiais

Setor

Produtos

Metálicos

Máquinas e

Equipamentos

Mobiliário e

Outras IT

Alimentação e

Bebidas

Borracha e

Plástico

Produtos químicos 15,6% 1,2% 1,1% 10,7% 43,0%

Água, energia, saneamento e

resíduos 4,7% 1,0% 6,5% 44,8% 0,7%

Metais básicos 70,1% 62,5% 9,8% --- 11,6%

Polpa, papel e plástico 2,5% 2,2% --- 1,4% 30,1%

Sem alocação possível 4,3% 7,3% 8,3% --- 8,8%

Produtos de mineração --- 10,7% 4,0% 0,1% 0,0%

Produtos metálicos 2,3% 6,6% --- 0,1% 0,9%

Outros produtos não metálicos 0,1% --- 1,7% 0,5% 3,4%

Máquinas e equipamentos 0,1% 1,0% 0,0% 0,1% ---

Madeira --- 0,4% 16,5% --- 1,5%

Maquinaria elétrica 0,3% 6,9% --- --- ---

Couro --- --- 42,0% --- ---

Produtos agrícolas --- --- --- 28,6% ---

Alimentos e bebidas --- --- --- 13,7% ---

Equipamentos médicos e

óticos --- --- 6,8% --- ---

Têxteis --- --- 3,3% --- ---

Mobiliário e outros produtos

transformados --- 0,2% --- --- ---

Equipamentos de escritório e

computadores --- --- 0,0% --- ---

Fonte: Observatório da Eco-inovação

Efetuando uma extrapolação idêntica, desta feita para o conjunto da indústria transformadora europeia, a

poupança realizada pela redução de materiais resultaria em 10 mil milhões de euros no cenário atual e em 50

mil milhões de euros no cenário de cobertura total.

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ECOPRODUTIN - Produtividade na Indústria pela Eco-inovação 21

Conclusões

A conclusão principal a retirar desta análise realizada pela DEMEA e pelo Observatório da Eco-inovação é que a

introdução de pequenas medidas de eco-inovação, de fácil implementação, resulta em benefícios económicos

a curto prazo para as empresas. São os chamados low-hanging fruits (frutos mais baixos, fáceis de colher).

Pese embora o caso estudado não contemple medidas estruturais que mudem radicalmente a estrutura

produtiva das empresas, conseguiu-se atingir um potencial de poupança de 0,37% no custo total dos materiais

no cenário de base e de 1,85% no cenário de cobertura total, com períodos de payback do investimento, regra

geral, inferiores a um ano. Assim, a implementação de medidas de eco-inovação prova-se rentável na

esmagadora maiorias dos setores industriais, ao fim de prazos muito reduzidos de tempo.

Adicionalmente, pequenas mudanças incrementais de curto prazo são geralmente um primeiro passo no

sentido de mudanças de caráter estrutural.

Assim, o conceito de eco-inovação identificado nesta análise deve ser interpretado apenas como um ponto de

partida, uma forma simples de reduzir os custos de produção. No entanto, para que se atinjam os objetivos

para o futuro, em matéria de sustentabilidade e responsabilidade ambiental e social das empresas, é provável

que sejam necessários investimentos em eco-inovação com períodos de retorno mais longos. Será necessário ir

além da introdução de medidas de melhoria ao processo produtivo, procurando implementar um modelo de

negócios, produtos e serviços assentes num esquema produtivo de baixo consumo de recursos.

Salientam-se ainda os seguintes aspetos fundamentais:

A melhoria da eficiência de materiais é uma estratégia de baixo risco para as PME. Há fortes

argumentos a favor da eco-inovação em processos produtivos como forma de reduzir o consumo de

materiais e de energia, realizando um investimento pouco avultado.

As oportunidades de eco-inovação são transversais e podem ser aproveitadas em qualquer setor de

atividade e com recurso a parcerias entre empresas de setores diferentes, em fileiras comuns. Os

mercados europeu e global de eco-inovação estão a crescer a bom ritmo, particularmente ao nível das

tecnologias ambientais.

Surgem cada vez mais modelos de negócio assentes na eco-inovação com a capacidade de oferecer

valor a empresas e consumidores. De modo a reduzir o uso de recursos, as empresas questionam-se

sobre a forma de prestarem o seu core service aos clientes, minimizando o input de materiais.

Abordagens eco-inovadoras mais arriscadas como esta implicam um certo grau de risco para as

empresas pioneiras. Esta forma de pensar pode, no entanto, levar a formas inovadoras de fazer

negócios, oferecendo aos pioneiros a possibilidade de cobrar um premium sobre os produtos

inovadores e permitindo-lhes antecipar mudanças sistémicas.

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22 Benchmarking Internacional de Projetos Eco-inovadores

3.3. OTIMIZAÇÃO DA GESTÃO DE RESÍDUOS NO REINO UNIDO

O BIS – Department for Business Innovation and Skills (Departamento para a

Inovação e Capacitação Empresarial), entidade ministerial do Reino Unido, procedeu

à elaboração, em 2009, de um relatório sobre o potencial de poupança associado à

implementação de medidas de melhoria da gestão de resíduos nas empresas.

O estudo reflete sobre o potencial de poupança em energia, água, emissões de gases com efeito de estufa

(GEE) e da reutilização de materiais descartados. Para o efeito, foram consideradas três vertentes distintas, a

saber:

Redução de recursos utilizados;

Substituição de materiais;

Desvio de resíduos de aterro.

O estudo abrangeu perto de 400 empresas nos setores comercial e industrial do Reino Unido. Os diferentes

setores de atividades elencados no estudo do BIS são os seguintes:

Tecnologias ambientais;

Alimentação e bebidas;

Têxtil;

Construção;

Produtos químicos;

Aeroespacial;

Automóvel;

Utilities (água, saneamento, energia, resíduos).

Tal como o estudo realizado pela DEMEA na Alemanha, este estudo pretendeu ser uma ferramenta pragmática

de análise dos méritos da eco-inovação nas empresas, partindo de uma amostra de grande dimensão, a grande

maioria pequenas e médias empresas, identificando e quantificando as poupanças realizadas pela introdução

de medidas de eco-inovação no seio das organizações.

Assumindo esse pragmatismo como um ponto forte, o BIS identificou diversas medidas de eco-inovação que

podem ser implementadas facilmente nas empresas e com baixos custos, a que denominou easy wins, ou

vitórias fáceis.

O estudo do BIS é uma das mais importantes fundamentações para a racionalidade económica da eco-inovação

nas empresas, aconselhando-se por isso a sua consulta, sob a forma da publicação Potential for Resource

Efficiency Savings for Businesses (https://www.gov.uk/government/organisations/department-for-business-

innovation-skills).

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ECOPRODUTIN - Produtividade na Indústria pela Eco-inovação 23

Redução de Recursos Utilizados

Benefícios Económicos

A poupança resultante da implementação de medidas de eco-inovação para a redução dos recursos utilizados

no processo produtivo das empresas foi significativamente diferente de setor para setor. Assim, a maior

poupança encontra-se no setor das tecnologias ambientais (cerca de 62.442 euros por empresa, anualmente),

enquanto a menor se regista no setor automóvel (cerca de 22.288 euros por empresa, anualmente). Também

os períodos de payback variaram entre os 0,06 anos no setor aeroespacial e os 3,45 anos no setor das utilities.

O quadro seguinte apresenta a poupança anual por empresa e os períodos de retorno do investimento para

cada um dos setores em análise, bem como a poupança anual por oportunidade de eco-inovação identificada e

a proporção do investimento em eco-inovação na poupança anual obtida. A conclusão a tirar é que os períodos

de retorno do investimento em eco-inovação são extremamente curtos na maioria dos setores, muito

inferiores a um ano, exceção feita aos setores automóvel (payback de 1,41 anos) e das utilities (payback de

3,45 anos).

Quadro 6 – Poupança anual como resultado da redução de recursos utilizados

Setor Poupança Anual por

Oportunidade (€)

Poupança Anual por

Empresa (€)

% do Investimento

na Poupança Anual

Payback

(Anos)

Tecnologias

ambientais 33.058 62.442 12,79 0,13

Alimentação e

bebidas 22.797 45.799 83,01 0,83

Têxtil 15.298 41.926 32,50 0,33

Construção 14.882 32.982 49,39 0,50

Produtos químicos 13.069 32.256 36,25 0,36

Aeroespacial 11.868 30.331 6,18 0,06

Automóvel 10.583 22.288 141,23 1,41

Utilities 7.979 25.645 345,36 3,45

Nota: Convertido de Libras para Euros (câmbio à data de conversão 1 GBP = 1,2071 EUR)

Fonte: BIS

Benefícios Ambientais

Associados aos benefícios económicos descritos anteriormente, podem encontrar-se benefícios ambientais ao

nível do uso da energia, água e materiais.

Uma vez mais, estes benefícios variam em dimensão, tendo em conta o setor de atividade em análise. Assim, o

setor das utilities foi aquele que mais conseguiu reduzir as suas emissões de CO2 (516 toneladas anuais por

empresa), enquanto o setor dos produtos químicos conseguiu as maiores poupanças energéticas, cerca de

1,4 milhões de KW/h por ano, em média. O setor aeroespacial foi aquele em que a redução dos consumos de

água foi mais acentuada (7.355 m3 de água anuais por empresa), enquanto o setor da alimentação e bebidas

assistiu à maior redução unitária do consumo de materiais, cerca de 66.451 toneladas/ano, por empresa, como

se pode ver no quadro seguinte.

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24 Benchmarking Internacional de Projetos Eco-inovadores

Quadro 7 – Poupança de fatores realizada pela redução de recursos utilizados

Setor

Energia Água Materiais

Redução CO2/

Empresa (t/ano)

Redução Unitária/

Empresa (KWh/ano)

Redução Unitária/

Empresa (m3/ano)

Redução Unitária/

Empresa (t/ano)

Aeroespacial 77 206.338 7.355 61

Utilities 516 675.814 182 205

Têxtil 235 923.195 6.653 6.754

Alimentação e

bebidas 307 762.997 4.195 66.451

Automóvel 133 417.276 440 53

Produtos químicos 350 1.397.000 3.215 328

Tecnologias

ambientais 10 25.282 37 1.594

Construção 151 427.097 131 2.777

Fonte: BIS

A análise efetuada contempla também o potencial de poupança em cada um dos setores estudados, que não

foi ainda realizado. Como se pode ver no quadro seguinte, o setor das utilities é o que apresenta maior

potencial de redução de CO2, enquanto o setor da alimentação e bebidas assume maior potencial de redução

do consumo energético. O maior potencial de poupança de água encontra-se no setor aeroespacial e o de

redução de materiais no setor da construção.

Quadro 8 – Potencial de poupança de fatores realizada pela redução de recursos utilizados

Setor

Energia Água Materiais

Redução CO2/

Empresa (t/ano)

Redução Unitária/

Empresa (KWh/ano)

Redução Unitária/

Empresa (m3/ano)

Redução Unitária/

Empresa (t/ano)

Aeroespacial 213 659.291 11.124 524

Utilities 433 1.023.341 172 518

Têxtil 203 881.187 5.602 93

Alimentação e

bebidas 321 1.150.689 9.119 177

Automóvel 136 376.079 1.865 286

Produtos químicos 366 1.026.406 7.101 1.028

Tecnologias

ambientais 65 160.217 209 7

Construção 80 235.086 1.365 1.981

Fonte: BIS

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ECOPRODUTIN - Produtividade na Indústria pela Eco-inovação 25

Substituição de Materiais

Benefícios Económicos

Nesta vertente, a informação recolhida é pouco abrangente, em função da sua dependência de resposta por

parte das empresas participantes no estudo. Assim, os resultados apresentados devem ser entendidos como

meramente indicativos e não representativos de um setor empresarial em particular.

Posto isto, o setor da construção atingiu as maiores poupanças (cerca de 34.790 euros anuais, por empresa),

registando-se um período de payback inexistente no setor dos produtos químicos, uma vez que não houve

lugar a investimento de capital.

Quadro 9 – Poupança anual como resultado da substituição de materiais

Setor Poupança Anual por

Oportunidade (€)

Poupança Anual

por Empresa (€)

% do Investimento na

Poupança Anual

Payback

(Anos)

Produtos químicos 30.178 30.178 0,00 0,00

Construção 34.790 34.790 57,82 0,58

Alimentação e

bebidas 1.299 1.299 74,38 0,74

Nota: Convertido de Libras para Euros (câmbio à data de conversão 1 GBP = 1,2071 EUR)

Fonte: BIS

Benefícios Ambientais

Em termos de benefícios ambientais, o único setor que apresentou resultados substanciais foi o setor dos

produtos químicos, com um potencial de poupança de 107 toneladas/ano de CO2 por empresa e de 294 mil

KW/h de energia por ano. O setor da construção apresenta poupanças potenciais de materiais na ordem das

491 toneladas/ano por empresa.

Quadro 10 – Poupança de fatores realizada pela substituição de materiais

Setor

Energia Materiais

Redução CO2/

Empresa (t/ano)

Redução Unitária/

Empresa (KWh/ano)

Redução Unitária/

Empresa (t/ano)

Alimentação e bebidas --- --- 0,15

Produtos químicos 107 294.004 ---

Construção --- --- 491

Fonte: BIS

Em termos do potencial de poupança, ao nível do consumo energético e da redução das emissões de CO2,

destaque para o setor da alimentação e bebidas, com um potencial de poupança energética na ordem dos

962.583 KWh/ano por empresa e de redução das emissões de CO2 de 414 toneladas/ano por empresa.

Relativamente à poupança de materiais, destaque para o setor da construção, com um potencial de poupança

na ordem das 5.221 toneladas anuais, por empresa, como se pode ver no quadro seguinte.

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26 Benchmarking Internacional de Projetos Eco-inovadores

Quadro 11 – Potencial de poupança de fatores realizada pela substituição de materiais

Setor

Energia Materiais

Redução CO2/

Empresa (t/ano)

Redução Unitária/

Empresa (KWh/ano)

Redução Unitária/

Empresa (t/ano)

Utilities --- --- 1

Têxtil --- --- 150

Alimentação e bebidas 414 962.583 0,01

Automóvel 40 93.225 ---

Produtos químicos --- --- 1

Construção 88 204.948 5.221

Fonte: BIS

Desvio de Resíduos de Aterro

O quadro seguinte apresenta a poupança das empresas fruto do não-encaminhamento dos resíduos para

aterros. Uma vez mais, é o setor das tecnologias ambientais aquele que apresenta as maiores poupanças por

empresa, cerca de 152.032 euros por empresa, anualmente. O setor em que se registaram menores poupanças

foi o dos produtos químicos, o correspondente a 1.224 euros por empresa/ano. O menor período de retorno

do investimento deu-se no setor aeroespacial (0,01 anos). O setor das utilities regista um período de retorno

nulo, em função do investimento efetuado não ter sido sob a forma de capital.

Quadro 12 – Poupança anual como resultado da redução do desvio de resíduos de aterro

Setor Poupança Anual por

Oportunidade (€)

Poupança Anual por

Empresa (€)

% do Investimento

na Poupança Anual

Payback

(Anos)

Tecnologias

ambientais 30.407 152.032 26,00 0,26

Alimentação e

bebidas 7.839 12.629 21,00 0,21

Têxtil 11.169 21.323 15,00 0,15

Construção 8.423 13.774 40,00 0,40

Produtos químicos 753 1.224 25,00 0,25

Aeroespacial 1.972 4.601 0,87 0,01

Automóvel 4.247 8.209 16,00 0,16

Utilities 496.118 1.735 0,00 0,00

Nota: Convertido de Libras para Euros (câmbio à data de conversão 1 GBP = 1,2071 EUR)

Fonte: BIS

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ECOPRODUTIN - Produtividade na Indústria pela Eco-inovação 27

Em termos da poupança de materiais pelo desvio de resíduos de aterro, o setor das tecnologias ambientais é

aquele onde claramente podem ser encontrados melhores resultados, apresentando uma poupança na ordem

das 5.897 toneladas anuais por empresa. No entanto, o maior potencial por explorar encontra-se no setor das

utilities, com uma poupança potencial, caso sejam aproveitadas as oportunidades de melhoria existentes, de

905 toneladas/ano, por empresa, como se pode ver no quadro seguinte.

Quadro 13 – Poupança atual e potencial de fatores realizada pelo desvio de resíduos de aterro

Setor

Materiais (Atual) Materiais (Potencial)

Redução Unitária/ Empresa

(t/ano)

Redução Unitária/ Empresa

(t/ano)

Aeroespacial 27 181

Utilities 28 905

Têxtil 128 76

Alimentação e bebidas 100 182

Automóvel 26 49

Produtos químicos 17 165

Tecnologias ambientais 5.897 373

Construção 657 594

Fonte: BIS

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28 Benchmarking Internacional de Projetos Eco-inovadores

Medidas de Eco-inovação

O estudo do BIS identifica inúmeras medidas de eco-inovação com custos reduzidos para as empresas e curtos

períodos de payback, as chamadas easy-wins, fundamentais para que se alcancem os resultados que foram

sendo apresentados atrás. Assim, foram identificadas medidas genéricas, bem como medidas específicas para

alguns dos setores de atividade analisados.

Os quadros seguintes apresentam as medidas de eco-inovação identificadas pelo BIS.

Quadro 14 – Medidas de Eco-inovação transversais à economia

Geral

A realização de uma simples auditoria ambiental pode contribuir para a

identificação de oportunidades de melhoria da eficiência de recursos e,

subsequentemente, adotar um Plano de Ação Ambiental pode ajudar na

implementação de medidas de eco-inovação;

Formação aos trabalhadores sobre as melhores práticas traduz-se em

poupança económica significativa e maior envolvimento destes na

empresa.

Energia

Baixar o termostato para os 19ºC oferece uma temperatura confortável

para trabalhar e reduz os custos energéticos;

Medidas de eficiência energética simples como o uso de

temporizadores, instalação de sensores ou alteração nos

comportamentos dos trabalhadores, produzem resultados imediatos;

Implementação de lâmpada e sistemas de iluminação inteligentes, de modo a fazer uso

pleno da luz natural e de claraboias;

Fixar objetivos claros de redução dos consumos energéticos (por exemplo, 10% ao ano),

pode fomentar a reformulação de processos de trabalho e sensibilizar os trabalhadores a

desligarem os computadores quando não estão em uso e a desligar os radiadores, em vez

de abrirem as janelas, para regularem a temperatura no espaço de trabalho.

Água

A verificação de tubagens e válvulas para garantir a inexistência de

falhas e fugas e a instalação de sanitas de descarga dupla nas

instalações sanitárias de clientes e trabalhadores, leva a uma redução

de custos significativa;

Rever os sistemas de água e considerar a introdução de torneiras de

botão e limitadores de caudal.

Materiais

Reutilizar paletes em vez de as enviar diretamente para reciclagem,

produz poupança imediata;

Rever a rota da frota de veículos, de forma a reduzir as distâncias

percorridas e poupar combustível.

Resíduos

Nas áreas de produção de resíduos, instalar um sistema de segregação

para separar os materiais facilmente recicláveis, como o papel, cartão,

metais e vidro, de modo a que esses materiais possam ser vendidos,

constituindo-se como uma fonte adicional de receita;

Contactar a entidade que gere os resíduos da empresa no sentido de

disponibilizar um serviço de reciclagem pode ajudar a negociar

potenciais reduções de preços no serviço de gestão de resíduos.

Fonte: BIS

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ECOPRODUTIN - Produtividade na Indústria pela Eco-inovação 29

Quadro 15 – Medidas de Eco-inovação no setor das utilities

Geral

Há grande potencial para o uso combinado de sistemas de geração de

energia e calor, no seio do próprio setor das utilities. Recorrendo ao

biogás, as empresas do setor da água podem gerar eletricidade de alto

valor acrescentado a partir de resíduos e depois utilizar o calor gerado

como um subproduto para as suas próprias operações.

Fonte: BIS

Quadro 16 – Medidas de Eco-inovação no setor da construção

Energia

Na fase de conceção do projeto de construção, promover a introdução

de medidas de redução de consumos energéticos, de modo a gerar

poupanças ao utilizador final.

Materiais

Recorrer a materiais de construção locais sempre que possível;

Reutilizar e reciclar materiais e equipamentos: com o planeamento

adequado, podem atingir-se taxas até 95%;

Trabalhar com os fornecedores para reduzir as embalagens utilizadas nos

materiais entregues nas instalações;

Implementar sistemas eletrónicos para gestão e controlo do inventário de materiais.

Resíduos

Uma avaliação correta da quantidade de resíduos produzida num

projeto de construção é uma ferramenta fundamental para uma futura

gestão de resíduos;

Instalar sistemas de segregação de resíduos para os principais resíduos

produzidos e avaliar a possibilidade de substituição de materiais e de

desvio de resíduos de aterros, de modo a poupar dinheiro através da

reciclagem.

Fonte: BIS

Quadro 17 – Medidas de Eco-inovação no setor da alimentação, bebidas e tabaco

Energia

Carregar as baterias dos empilhadores quando estiverem 80%

descarregadas, de forma a poupar energia.

Água

Na produção alimentar, o investimento em processos de tratamento de

água modernos pode não só reduzir as descargas para esgotos,

resultando em redução de custos, como também permite repensar todo

o consumo de água ao longo do processo produtivo. É possível reutilizar a

água no processo produtivo, diminuindo a frequência de tratamentos de

desincrustação dos equipamentos e a utilização de detergentes cáusticos

para limpeza das máquinas.

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30 Benchmarking Internacional de Projetos Eco-inovadores

Quadro 17 – Medidas de Eco-inovação no setor da alimentação, bebidas e tabaco (conclusão)

Resíduos

Investir em equipamentos de classificação ótica em vez de classificação

manual pode ajudar à diminuição da produção de rejeitos e

desperdícios na produção alimentar;

Modificar as embalagens (utilizar cartão mais fino, por exemplo), permite

carregar cargas mais pesadas por palete, reduzindo gastos em

combustíveis, tempo e manuseamento;

Procurar alternativas ao encaminhamento para aterro (por exemplo, reutilizar óleo de

girassol, lascas de batata e embalagens de produtos hortícolas para alimentar gado.

Fonte: BIS

Quadro 18 – Medidas de Eco-inovação na indústria metalúrgica de base

Geral

Verificar frequentemente sistemas de ar comprimido à procura de fugas.

Existem sistemas simples que efetuam esta tarefa.

Energia

Instalar cortinas de fitas nas portas para reduzir desperdícios de energia,

melhorar a gestão de stocks e introduzir medidas de melhoria da

eficiência energética, ajudam a reduzir os custos energéticos;

Introduzir sensores passivos de infravermelhos para desligar a luz quando

não seja necessária;

Em áreas de armazenagem abertas, instalar unidades de aquecimento com a capacidade

de se desligarem quando portas e janelas estejam abertas;

Sensibilizar os trabalhadores para desligarem os seus equipamentos de trabalhos durante

pausas, almoço e no fim-de-turno;

Instalar material isolante nas fornalhas.

Água

A substituição de canos com fugas e válvulas de esfera danificadas

permite poupanças significativas de água e recursos financeiros;

A utilização de torneiras de fecho automático e a introdução de

detetores de infravermelhos passivos nas casas de banho resultam em

elevadas poupanças de água.

Resíduos

Realizar uma auditoria à gestão de resíduos na empresa. Medidas

simples como um maior cuidado no manuseamento de matérias-primas

pode reduzir a ocorrência de derramamentos e contaminação cruzada

e, consequentemente, reduzir custos de aquisição de matérias-primas e

de gestão de resíduos.

Fonte: BIS

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ECOPRODUTIN - Produtividade na Indústria pela Eco-inovação 31

Quadro 19 – Medidas de Eco-inovação na indústria têxtil

Resíduos

Realizar auditorias ambientais, focando particularmente a gestão de

resíduos;

Estudar métodos de reutilização (os desperdícios de fios, em vez de

serem encaminhados para reciclagem, podem ser novamente inseridos

no processo produtivo, reduzindo-se os custos com matérias-primas;

Desperdícios de fibras têxteis podem ser reutilizados sob a forma de base de tapete;

Introdução de técnicas de produção otimizada (lean manufacturing) – para se conseguir

mais com menos – podem ajudar a reduzir a produção de resíduos de forma significativa,

particularmente se aplicadas não só aos processos produtivos, mas também à cadeia de

aprovisionamento, desenvolvimento de novos produtos, etc. Em suma, a todas as áreas da

organização.

Fonte: BIS

Quadro 20 – Medidas de Eco-inovação no setor dos produtos químicos / minerais não-metálicos

Resíduos

Separar resíduos perigosos e não-perigosos é cada vez mais importante

(em função da legislação). Evitar a contaminação cruzada permite a

obtenção de benefícios económicos e o aumento do controlo na

origem permite poupar em potenciais medidas de tratamento de

resíduos;

Nas áreas em que seja possível, devem introduzir-se medidas de recuperação e reutilização

de resíduos líquidos;

O controlo e processamento de determinados materiais perigosos pode reclassificá-los

como inertes aquando da solidificação;

Existem oportunidades na gestão de solventes. A separação de solventes utilizados/gerados

permite a reutilização ou venda dos solventes recuperados.

Fonte: BIS

Quadro 21 – Medidas de Eco-inovação no setor dos serviços

Geral

Não utilizar sistemas de aquecimento em áreas em que não sejam

necessários (por exemplo, armazéns durante o verão);

Analisar a hipótese de redução de tarifas fixas de água trocando o

contador.

Energia

Criar uma equipa de gestão energética para a implementação de

medidas de eco-inovação em áreas prioritárias identificadas através de

benchmarking – começando por áreas simples como a iluminação –

pode levar a poupanças e motivação da força de trabalho;

Estudar a racionalidade do uso de aquecedores ou caldeiras nas diferentes áreas de

trabalho, otimização da voltagem para redução de consumos energéticos, melhorar o fator

de potência, melhorar o tempo-de-vida dos equipamentos e proteger os equipamentos de

picos de corrente;

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32 Benchmarking Internacional de Projetos Eco-inovadores

Quadro 21 – Medidas de Eco-inovação no setor dos serviços (conclusão)

Instalar lâmpadas eficientes e sensores em áreas de uso pouco frequente pode resultar em

redução de consumos energéticos;

Implementar uma política que fomente os trabalhadores a desligarem os equipamentos

quando não estão a ser utilizados;

Calafetar janelas e portas internas, instalar vidros duplos e válvulas de controlo de

temperatura em radiadores.

Água

Instalar mecanismos de descarga dupla e redução da pressão da água;

Identificar fugas de água e instalar sistemas de recolha de águas pluviais.

Resíduos

Implementar um sistema de separação de resíduos de papel, vidro,

baterias, alumínio, copos plásticos, mobiliário e toners;

Aumentar a taxa de reciclagem para desviar resíduos de aterros.

Fonte: BIS

Quadro 22 – Medidas de Eco-inovação no setor do comércio a retalho

Geral

Carregar a bateria dos empilhadores durante a noite utilizando

temporizadores, permite à empresa beneficiar de tarifas de energia

noturnas (mais favoráveis) e reduzir custos;

Carregar a bateria dos empilhadores quando estiver 80% descarregada

reduz os custos energéticos;

Instalar sistema de separação de resíduos para evitar contaminação cruzada de diferentes

tipos de resíduos.

Energia

Ministrar formação aos trabalhadores sobre condução eficiente e

instalação de equipamentos de navegação produzem poupanças

imediatas;

Introduzir sistemas de monitorização energética, com vista a reduzir os

consumos em "horas mortas";

Introduzir temporizadores em máquinas de vending e refrigeradores de água para que se

desliguem quando não estão em utilização (á noite, feriados, etc.), reduz os custos

energéticos;

Reduzir a temperatura do escritório em 1-2ºC poupa energia e dinheiro.

Água

A substituição de torneiras tradicionais por torneiras de botão e/ou

torneiras de dispersão com ventilador induz poupanças;

A introdução de melhorias no sistema de drenagem pode permitir

desviar águas residuais do sistema de saneamento e evitar gastos com

tratamentos;

Nos centros comerciais, introdução de reservatórios de recolha de águas pluviais para

irrigação do espaço é uma medidas de simples aplicação.

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ECOPRODUTIN - Produtividade na Indústria pela Eco-inovação 33

Quadro 22 – Medidas de Eco-inovação no setor do comércio a retalho (conclusão)

Materiais

Utilizar pneus recauchutados numa frota automóvel grande reduz as

emissões de CO2 e os consumos de óleos e borracha.

Resíduos

A renegociação de contratos de gestão de resíduos com o operador

pode permitir oportunidades de minimização de resíduos, reutilização,

reciclagem e desvio de resíduos de deposição em aterro;

Nos centros comerciais, disponibilizar um ponto público para a gestão

de resíduos pode tornar a reciclagem economicamente viável e de fácil

implementação;

Este objetivo pode ser atingido melhorando as instalações existentes para a recolha e

separação de cartão, separação e processamento de polietileno;

A poupança resultante destas medidas pode financiar iniciativas ambientais no centro

comercial, como por exemplo, campanhas publicitárias.

Fonte: BIS

Quadro 23 – Medidas de Eco-inovação no setor da fabricação de máquinas e equipamentos

Geral

A revisão de processos de limpeza pode poupar dinheiro: a substituição

de toalhetes de uso único (para a limpeza de máquinas) por panos de

algodão laváveis reduz custos de gestão de resíduos e viabiliza

economicamente a aquisição dos panos laváveis;

Carregar a bateria dos empilhadores quando estiver 80% descarregada

reduz os custos energéticos;

Instalar sistema de separação de resíduos para evitar contaminação cruzada de diferentes

tipos de resíduos.

Água

A introdução de sistemas de recolha de águas pluviais permite

conservar água e reduzir custos. Isto pode ser feito recorrendo a tanques

de decantação e filtros, garantindo que a água é de elevada

qualidade e passível de reuso em múltiplas aplicações.

Resíduos

Analisando os aditivos utilizados em unidades de condensação e

modificando as especificações das matérias-primas, as empresas

podem transformar resíduos produzidos em resíduos não-perigosos, em

vez de resíduos perigosos, reduzindo os seus custos com a gestão de

resíduos.

Fonte: BIS

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34 Benchmarking Internacional de Projetos Eco-inovadores

Conclusões

Tal como no estudo realizado pela DEMEA, a principal conclusão deste estudo realizado pelo BIS no Reino

Unido é que há uma enorme série de medidas de fácil implementação que podem ser introduzidas nas

empresas, particularmente nas PME, e que oferecem resultados de curto prazo a baixo custo. Os promotores

deste estudo apelidam essas oportunidades de easy-wins (vitórias fáceis).

De facto, se analisarmos os períodos de payback dos investimentos em eco-inovação na maior parte dos casos

estudados, estes são muito curtos, regra geral muito inferiores a um ano. Adicionalmente, a poupança anual

nas empresas é significativa, atingindo as dezenas de milhares de euros por ano, por empresa.

Em termos quantitativos, os quadros que foram sendo apresentados demonstram o potencial de poupança em

energia, água e materiais que, dependendo do setor em análise, pode ter um impacto muito significativo nas

organizações.

Em conclusão, este estudo, em virtude da dimensão da amostra utilizada, é mais uma evidência científica sobre

os méritos da eco-inovação no mundo empresarial.

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ECOPRODUTIN - Produtividade na Indústria pela Eco-inovação 35

3.4. EFICIÊNCIA DE RECURSOS NO REINO UNIDO

Em 2007, o DEFRA – Department for Environment, Food and Rural Affairs

(Departamento do Ambiente, Alimentação e Assuntos Rurais), órgão governamental

responsável pela definição de políticas e regulação das áreas ambiental, alimentar e

rural no Reino Unido, publicou um estudo identificando oportunidades de melhoria

da eficiência dos recursos na economia do país.

O estudo focalizou-se em medidas que exijam um investimento de capital baixo ou nulo e que acarretem

reduções no consumo de água e energia e diminuição da quantidade de resíduos produzida, apresentando

estimativas de benefícios económicos e ambientais para a introdução de medidas de eco-inovação com

períodos de payback inferiores e superiores a um ano nas empresas.

Em 2011, o DEFRA decidiu rever o estudo, atualizando-o. Apresentamos de seguida as principias conclusões

deste estudo realizado pelo DEFRA.

O estudo centrou-se em três segmentos distintos, a saber:

Gestão energética;

Gestão de resíduos;

Gestão da água.

Em cada um destes segmentos, foram analisados diversos setores de atividade, no sentido de aferir o potencial

de poupança inerente a cada um deles. Os setores de atividade estudados incluíram todos os segmentos de

atividade da economia do Reino Unido, desde a agricultura, aos setores industrial e dos serviços, sendo por isso

um dos documentos mais abrangentes sobre os efeitos da introdução de práticas eco-inovadoras no mundo

empresarial.

Uma vez que os dados apresentados pelo DEFRA são fundamentalmente macroeconómicos, ou seja, referem-

se ao conjunto da economia ou de um setor de atividade específico, raramente se focalizando nos benefícios

individuais das empresas, optamos aqui por apresentar os resultados primordialmente em termos

proporcionais, em vez de em termos absolutos, atendendo a que seria um exercício fútil tentar estabelecer

uma comparação direta entre as economias portuguesa e do Reino Unido.

Assim, é possível aferir o peso relativo que a introdução de medidas de eco-inovação tem, quando aplicado a

cada um dos setores estudados, permitindo identificar setores em que a eco-inovação é um processo mais

facilitado, bem como compreender em quais dos fatores estudados (energia, água e resíduos) surgem maiores

potencialidades quer de redução de custos, quer de redução das emissões de CO2.

Ao nível do contexto microeconómico, referente à realidade diária das empresas, o estudo identificou também

o potencial de poupança inerente à implementação de medidas de eco-inovação na organização, em termos

proporcionais ao lucro registado.

Finalmente, são também identificadas algumas medidas de eco-inovação básicas a aplicar sobre cada um dos

fatores de análise, hierarquizando-as em função do seu potencial de geração de benefícios económicos e

ambientais para as empresas.

Mais informação em: https://www.gov.uk/government/organisations/department-for-environment-food-rural-affairs.

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36 Benchmarking Internacional de Projetos Eco-inovadores

Benefícios Económicos e Ambientais

Os low-hanging fruits, pequenas medidas de eco-inovação, de fácil implementação, oferecem excelentes

resultados, com baixos custos e de forma célere. No entanto, a introdução de medidas de eco-inovação com

períodos de retorno superiores a um ano oferece benefícios económicos e ambientais superiores face à

introdução de medidas sem custo/de baixo custo a curto prazo. Em consonância com os estudos anteriormente

apresentados, o estudo da DEFRA aponta para a introdução de medidas de eco-inovação a médio/longo prazo

como o único caminho para a sustentabilidade das empresas.

O recurso que apresenta maiores benefícios económicos e ambientais para as empresas são os resíduos. No

entanto, para medidas de eco-inovação com payback superior a um ano, o potencial de redução de emissões

de CO2 é maior sobre o fator energia, como se pode ver no quadro seguinte.

No total, as oportunidades de poupança identificadas correspondiam a cerca de 66,6 mil milhões de euros,

encontrando-se 20% alocados a poupança energética, 73% alocados à gestão de resíduos e 7% alocados à

gestão de água. As poupanças permitiriam uma redução de 90 milhões de toneladas de CO2, 48,2% por via da

introdução de medidas de redução do consumo de energia, 50,1% por via da diminuição da produção de

resíduos e 1,7% por via de uma mais correta gestão do consumo de água.

Quadro 24 – Estimativas de poupança pela melhoria da eficiência de recursos

Tipo de Medida Recurso Poupança Estimada

EUR (%) CO2 (%)

Sem custo / baixo custo

Energia 6,9 14,8

Resíduos 33,0 17,7

Água 0,9 0,2

Subtotal 40,8 32,7

Payback superior a 1 ano

Energia 12,8 33,4

Resíduos 40,1 32,4

Água 6,3 1,5

Subtotal 59,2 67,3

TOTAL 100 100

Fonte: DEFRA

O quadro seguinte apresenta a dimensão das oportunidades sem custo / baixo custo para os setores analisados

que demonstram maior potencial de poupança, em termos proporcionais.

Como se pode ver, o maior potencial de poupança energética encontra-se claramente no setor dos transportes

rodoviários (cerca de 72,4% do potencial de poupança energético total), enquanto que ao nível da diminuição

da produção de resíduos o maior potencial se encontra no setor dos produtos químicos (24,1% da diminuição

potencial) e ao nível da poupança de água, o maior potencial se encontra na administração pública (29,3% da

poupança potencial). Em termos dos benefícios ambientais, ao nível da energia, novamente destaque para o

setor dos transportes rodoviários (redução de emissões de CO2 neste setor corresponde a mais de metade da

redução potencial nos setores estudados), enquanto que na vertente resíduos se destacam a indústria

metalúrgica de base e os aterros de resíduos comerciais e industriais.

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ECOPRODUTIN - Produtividade na Indústria pela Eco-inovação 37

Quadro 25 – Dimensão das oportunidades sem custo / baixo custo

Energia

Setor Benefícios Económicos

(% EUR)

Benefícios Ambientais

(% ktCO2e)

Transportes: conta própria 27,5 19,7

Transportes: VPM (pesados de mercadorias) 26,9 19,3

Transportes: VLM (ligeiros de mercadorias) 18,0 12,9

Retalho 3,7 5,3

Produtos químicos 2,4 4,8

Hotelaria 2,6 4,2

Escritórios comerciais 2,6 4,1

Armazenagem 2,1 3,3

Educação 1,9 3,2

Governo 1,9 3,2

Outros 10,4 20,0

Resíduos

Setor Benefícios Económicos

(% EUR)

Benefícios Ambientais

(% ktCO2e)

Produtos químicos / minerais não-metálicos 24,1 9,9

Indústria metalúrgica de base 20,1 30,8

Utilities 19,2 7,9

Construção 14,2 10,3

Têxteis/madeira/papel/publicação 7,6 2,5

Transportes e armazenagem 5,0 1,5

Aterro de resíduos comerciais e industriais 2,4 34,0

Agricultura, silvicultura e pescas 2,0 1,0

Setor mineiro 2,0 0,7

Alimentação, bebidas e tabaco 1,2 0,6

Outros 2,2 0,8

Água

Setor Benefícios Económicos

(% EUR)

Benefícios Ambientais

(% ktCO2e)

Administração pública 29,3 ---

Agricultura 15,9 ---

Alimentação e bebidas 14,4 ---

Educação 7,0 ---

Saúde e segurança social 5,1 ---

Imobiliária e aluguer 4,2 ---

Outros 24,1 ---

Fonte: DEFRA

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38 Benchmarking Internacional de Projetos Eco-inovadores

O estudo analisou também o potencial de poupança nas vertentes energia, água e resíduos, comparativamente

ao lucro apresentado em alguns dos setores estudados.

Concluiu-se que a indústria metalúrgica de base apresentava o maior rácio poupança/lucro, apresentando

economias superiores a 130% do lucro, enquanto os menores índices de poupança se encontravam nos setores

do comércio a retalho e grossista, bem como outros setores de serviços, em que o rácio poupança/lucro não

chegava sequer a um ponto percentual.

Adicionalmente, conclui-se que no setor industrial, a gestão de resíduos é claramente o fator com maior

potencial para a eco-inovação, uma vez que aqui se apresentam as maiores poupanças. No setor dos serviços a

energia assume-se como o fator mais importante. No setor agrícola, pese embora a melhoria da gestão de

resíduos seja uma vez mais o fator decisivo para a geração de poupanças, destaque para o peso da água que,

como seria de esperar, assume particular relevância neste setor de atividade.

O quadro seguinte apresenta os rácios lucro/poupança pela introdução de medidas de eco-inovação em alguns

setores de atividade económica no Reino Unido.

Quadro 26 – Oportunidades de poupança em percentagem do lucro obtido

Setor Resíduos Água Energia Total

Construção 8,48% 0,01% --- 8,49%

Produtos químicos e minerais não-metálicos 108,65% 0,27% 2,60% 111,52%

Alimentação, bebidas e tabaco 1,52% 0,53% 0,22% 2,27%

Indústria metalúrgica de base 129,81% 0,18% 1,41% 131,40%

Outros industriais 5,54% 0,13% 0,62% 6,29%

MÉDIA INDUSTRIAL 14,93% 0,14% 0,45% 15,52%

Comércio a retalho e grossista 0,17% --- 0,21% 0,38%

Hotelaria e restauração 0,05% 0,07% 0,93% 1,05%

Outros serviços 0,36% 0,04% 0,11% 0,51%

Transporte e armazenagem 4,42% --- 13,78% 18,20%

MÉDIA SERVIÇOS 0,61% 0,03% 1,20% 1,84%

Agricultura 41,23% 9,57% --- 50,80%

MÉDIA 4,12% 0,08% 1,02% 5,22%

Fonte: DEFRA

Em termos das oportunidades de poupança através de medidas de maior alcance, com períodos de payback

superiores a um ano, como já se viu, o potencial de poupança é superior na vertente resíduos, dividindo esta

com a vertente energia a posição dominante em termos do potencial de redução de emissões de CO2.

Desagregando um pouco as vertentes em análise, é possível obter uma imagem mais detalhada sobre esta

questão, como se pode ver no quadro seguinte. Assim, para a redução das emissões de CO2 provenientes do

uso do fator energia, apresentam-se como fundamentais intervenções nos segmentos dos transportes e dos

edifícios não-domésticos, assumindo o segmento dos transportes o maior potencial para a redução de custos

associados à energia, por via da introdução de medidas de eco-inovação personalizadas.

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ECOPRODUTIN - Produtividade na Indústria pela Eco-inovação 39

Quadro 27 – Dimensão das oportunidades de longo prazo

Setor MtCO2 EUR Mil Milhões

Resíduos 29,2 26,7

Transportes - energia 13 6,4

Edifícios não domésticos - energia 11,2 1,3

Indústria - energia 5,9 0,8

Água 1,3 4,2

Fonte: DEFRA

Medidas de Eco-inovação na Energia

Relativamente à energia, o estudo focaliza-se no setor dos transportes rodoviários que, como já se viu,

corresponde a cerca de 72% do potencial de poupança total deste recurso, entre os setores analisados.

Concluiu-se que a redução de emissões de CO2 no setor dos transportes rodoviários poderia ser atingida mais

facilmente através da implementação de medidas como a introdução de pneus de baixa resistência ao

rolamento, redução de peso, tecnologia stop-start ou reboques-lágrima, como se pode ver no quadro seguinte.

A introdução de pneus de baixa resistência ao rolamento configura-se como a melhor alternativa para a

redução das emissões de CO2 no setor dos transportes rodoviários, sendo também a alternativa que permite a

maior poupança em termos monetários, no âmbito das medidas de eco-inovação para a melhoria da eficiência

energética no setor.

Ao nível da eficiência energética em edifícios não-comerciais, as oportunidades de melhoria centram-se com a

redução de ineficiências no aquecimento de escritórios, escolas, hotéis e estabelecimentos comerciais mais

antigos.

Quadro 28 – Medidas de poupança energética no setor dos transportes rodoviários

Medida de Eco-inovação MtCO2 % EUR

Pneus de baixa resistência ao rolamento 0,55 30,8

Indicadores de mudança de velocidades 0,13 6,8

Stop-start 0,28 14,7

Aerodinâmica 0,07 3,5

Redução de peso 0,35 16,1

Híbridos 0,18 10,5

Reboque-lágrima 0,33 17,6

Fonte: DEFRA

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40 Benchmarking Internacional de Projetos Eco-inovadores

O estudo abordou também o impacto da eco-inovação em organizações de diferentes dimensões.

Naturalmente, à medida que as organizações aumentam em dimensão, também os seus custos aumentam e,

consequentemente, o seu potencial de poupança pela introdução de medidas de eco-inovação. Assim, o

estudo conclui que uma redução de 15% no consumo energético leva a uma poupança de 109 euros, 869 euros

e 5.432 euros anualmente, em empresas de micro, pequena e média dimensão, respetivamente.

Quadro 29 – Benefícios da implementação de medidas de Eco-inovação energética, por empresa

Indicador Dimensão da Organização

Micro (<10) Pequena (<50) Média (<250)

Custos energéticos (€/organização) 724 5.794 36.213

Redução do consumo energético em 15%

(€/organização) 109 869 5.432

Nota: Convertido de Libras para Euros (câmbio à data de conversão 1 GBP = 1,2071 EUR)

Fonte: DEFRA

Medidas de Eco-inovação nos Resíduos

Relativamente à gestão de resíduos, foram identificadas 7 medidas de eco-inovação fundamentais, a saber:

Produção otimizada (lean manufacturing);

Substituição de materiais;

Redução da produção de resíduos;

Desvio dos materiais dos aterros para a reciclagem;

Desmaterialização dos setores de serviços;

Construção de edifícios sustentáveis;

Uso eficiente de infraestruturas existentes.

Os resultados obtidos por cada uma destas medidas de eco-inovação foram contextualizados em três cenários

diferentes:

Um cenário de quick-wins, ou vitórias fáceis, consistindo na introdução de medidas de curto prazo de

baixo custo e curto período de payback;

Um cenário em que as empresas adotam as melhores práticas;

E, finalmente, um cenário em que as empresas adotam técnicas/tecnologias que vão para além das

melhores práticas.

O quadro seguinte apresenta o potencial de poupança associado à implementação de cada uma das 7 medidas

de eco-inovação identificadas, em cada um dos cenários construídos.

Em consonância com os estudos previamente abordados, quanto maior o comprometimento com a

eco-inovação, melhores os resultados alcançados. Assim, o potencial da implementação de medidas de

eco-inovação para além das melhores práticas na gestão de resíduos é mais do dobro do potencial das

quick-wins.

Quanto às práticas em si, a introdução da produção otimizada nas empresas é a medida de eco-inovação que

apresenta o maior potencial para a redução da produção de resíduos na economia do Reino Unido.

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ECOPRODUTIN - Produtividade na Indústria pela Eco-inovação 41

Em termos setoriais, os maiores potenciais de redução de emissões de CO2 pela redução da produção de

resíduos foram encontrados nos setores da fabricação de cimento, fabricação de ferro e aço e utilities.

Quadro 30 – Medidas de gestão de resíduos

Medidas de Eco-inovação Quick-Wins Melhores Práticas

Para Além das

Melhores Práticas

EUR Mil Milhões EUR Mil Milhões EUR Mil Milhões

Produção otimizada 15,0 26,9 26,9

Substituição de materiais 0,0 0,0 0,0

Redução da produção de resíduos 1,6 4,2 7,2

Reciclagem de resíduos 0,5 1,3 2,7

Desmaterialização dos setores de serviços 0,7 1,0 1,0

Construção de edifícios sustentáveis 1,0 2,1 4,3

Uso eficiente de infraestruturas existentes 1,0 2,4 4,1

TOTAL 19,8 37,9 46,2

Nota: Convertido de Libras para Euros (câmbio à data de conversão 1 GBP = 1,2071 EUR)

Fonte: DEFRA

Medidas de Eco-inovação na Água

Relativamente ao consumo e uso da água, a DEFRA estima que com a introdução de medidas de eco-inovação,

seria possível poupar cerca de um terço de toda a água utilizada pela economia do país, reduzindo também as

emissões de CO2 associadas em cerca de um terço.

Conclusões

Este estudo estima um grande potencial de redução de custos e melhoria da performance ambiental nas

empresas que adotem medidas de eco-inovação de curto prazo e um potencial ainda superior em empresas

que adotem medidas de eco-inovação de longo prazo, com períodos de payback mais longos.

Paralelamente, identifica a gestão de resíduos e a produção otimizada como as grandes prioridades para a

eco-inovação, em função de apresentarem o maior potencial de geração de benefícios económicos e

ambientais.

Ao nível setorial, apresenta os setores dos transportes rodoviários, dos produtos químicos, dos produtos

minerais não-metálicos, indústria metalúrgica de base, utilities (energia, água, saneamento, resíduos e

despoluição), construção, alimentação e bebidas, agricultura e a administração pública, como aqueles em que

o potencial advindo da introdução de medidas de eco-inovação é superior.

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42 Benchmarking Internacional de Projetos Eco-inovadores

3.5. ECODESIGN EM FRANÇA E NA UNIÃO EUROPEIA

Em janeiro de 2014 foi publicado um estudo elaborado em parceria pelo Pôle Éco-

conception et Management du Cycle de Vie, instituição francesa, e o Institut de

Développement de Produits (IDP), instituição canadiana. O estudo faz uma revisão de

um projeto de 2008, atualizando-o e produzindo informação nova, recolhida junto de

mais de 100 empresas.

O estudo procurou provar os méritos da aplicação de eco-inovações de ecodesign no mundo empresarial.

Focaliza-se em empresas europeias e canadianas, centrando-se a nossa análise nas empresas europeias, a

grande maioria das quais, PME.

Apresentam-se de seguida as principais conclusões do estudo em França, bem como no conjunto da União

Europeia.

Em termos do impacto da implementação de medidas de ecodesign na organização, cerca de 29% das

empresas francesas que participaram no estudo afirmam ter registado aumentos no lucro em função dessas

medidas. A maioria, no entanto, não sentiu qualquer alteração. Olhando aos resultados encontrados no

conjunto da UE, verifica-se que cerca de 64% das empresas registaram aumentos nos lucros, em 20% dos casos,

aumentos significativos.

Fonte: Pôle Éco-conception et Management du Cycle de Vie e Institut de développement de produits

Figura 7 – Impacto do ecodesign nos lucros da empresa

Relativamente ao comportamento das margens de lucro, cerca de três quartos das empresas francesas não

registaram qualquer alteração nas margens, enquanto na UE, pese embora a maior parte das empresas tenha

dado resposta idêntica, há um número significativo de empresas (cerca de 38% da amostra) que pela

introdução de técnicas de ecodesign nos seus produtos viu a sua margem de lucro crescer, como se pode ver

na figura seguinte.

O aumento das margens de lucro foi, em média, de cerca de 12% em França e de 13% no conjunto da União

Europeia, em virtude da adoção de práticas de ecodesign.

29%

69%

2%

França

20%

44%

32%

4%

UE

Aumento significativo

Aumento

Sem alteração

Diminuição

Diminuição significativa

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ECOPRODUTIN - Produtividade na Indústria pela Eco-inovação 43

Fonte: Pôle Éco-conception et Management du Cycle de Vie e Institut de développement de produits

Figura 8 – Impacto do ecodesign nas margens de lucro da empresa

Às empresas foi também pedido que identificassem os maiores benefícios sentidos pela introdução de medidas

de ecodesign. O quadro seguinte apresenta a proporção de empresas que identifica cada um dos benefícios

enumerados como fulcral.

Como se pode ver, as empresas francesas optaram por dar relevância à substituição de matérias-primas e

produtos perigosos para o ambiente, à possibilidade de reciclagem ou reutilização no fim-de-vida do produto e

à redução do consumo de materiais por unidade produzida. Analisando o conjunto da UE, também esta última

vertente foi importante, tal como a redução da energia necessária ao uso do produto e a diminuição dos custos

energéticos por unidade produzida. Os quadrados sombreados indicam os benefícios considerados mais

importantes pelo maior número de empresas.

Quadro 31 – Benefícios do ecodesign nas empresas

Benefícios da Implementação de Ecodesign França UE

Substituição de matérias-primas e produtos perigosos para o ambiente 61% 31%

Redução do consumo de materiais por unidade produzida 47% 77%

Possibilidade de reciclagem ou reutilização no fim-de-via do produto 55% 39%

Redução dos custos energéticos por unidade produzida 39% 50%

Redução das emissões de CO2 43% 35%

Redução das embalagens 35% 42%

Reciclagem de resíduos, água ou matérias-primas durante a produção 33% 27%

Redução da poluição do solo, água ou ar durante a produção 35% 12%

Valorização de resíduos 26% 27%

Redução da energia necessária ao transporte 20% 35%

Redução da energia necessária ao uso do produto 14% 57%

Redução de emissões (água, ar, solo) durante o uso 20% 23%

Redução do espaço de armazenagem 16% 23%

Outras 4% 15%

Fonte: Pôle Éco-conception et Management du Cycle de Vie e Institut de développement de produits

2%

19%

75%

4%

França

38%

54%

8%

UE

Aumento significativo

Aumento

Sem alteração

Diminuição

Diminuição significativa

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44 Benchmarking Internacional de Projetos Eco-inovadores

Adicionalmente, a esmagadora maioria das empresas (cerca de 92%), quer em França, quer no conjunto da UE,

utilizam as características de ecodesign do produto como forma de marketing, obtendo daí ganhos intangíveis.

Para além de benefícios de cariz económico, as empresas identificaram ainda vantagens de outro tipo, tendo-

se destacado a melhoria no reconhecimento e reputação da marca, maior motivação dos empregados,

melhoria das relações com os consumidores e maior capacidade para o desenvolvimento de novos produtos,

como se pode ver no quadro seguinte.

Quadro 32 – Benefícios não-económicos para as empresas

Benefícios da Implementação de Ecodesign França UE

Melhoria no reconhecimento de marca e reputação 92% 81%

Maior motivação dos trabalhadores 21% 58%

Melhor relacionamento com os clientes 33% 23%

Maior capacidade para desenvolver novos produtos 29% 35%

Maior facilidade no recrutamento de novos trabalhadores 4% 19%

Melhoria do relacionamento com agências de financiamento,

autoridades reguladoras e organizações não-governamentais (ONG) 8% 19%

Melhor cooperação interdepartamental 17% 19%

Outros 4% 4%

Fonte: Pôle Éco-conception et Management du Cycle de Vie e Institut de développement de produits

Paralelamente, para além dos benefícios do ecodesign nas empresas, os promotores do estudo procuraram

também aferir os benefícios para o utilizador final que, de certa forma, acabam por se repercutir novamente na

empresa, em função de uma maior fidelização do cliente.

Como se pode ver no quadro seguinte, a maioria das empresas em França apresenta a melhoria da qualidade

de vida como o maior benefício para o consumidor final, enquanto que ao nível da UE o destaque vai para o

facto de o produto se tornar mais económico de usar.

Quadro 33 – Benefícios do ecodesign para o consumidor final

Benefícios da Implementação de Ecodesign França UE

Mais barato na aquisição 24% 23%

Mais económico no uso 15% 54%

Mais fácil de usar 41% 19%

Manutenção e reparação mais fáceis 13% 23%

Melhora a qualidade de vida 67% 46%

Maior durabilidade 20% 23%

Outros 11% 15%

Fonte: Pôle Éco-conception et Management du Cycle de Vie e Institut de développement de produits

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ECOPRODUTIN - Produtividade na Indústria pela Eco-inovação 45

3.6. PRINCIPAIS ESTUDOS INTERNACIONAIS SOBRE ECO-INOVAÇÃO

Ao longo da última década, tem surgido inúmera literatura sobre os méritos da introdução de práticas de

eco-inovação nas empresas como forma de reduzir custos económicos, ambientais e sociais.

O quadro seguinte apresenta os principais documentos neste âmbito, alguns dos quais já discutidos ao longo

deste estudo, identificando os principais resultados encontrados por cada um destes projetos. Todos sem

exceção enaltecem os méritos da eco-inovação, apontando poupanças significativas associadas à sua

implementação nas empresas.

Quadro 34 – Principais estudos de benchmarking em Eco-inovação

Estudo Escala Âmbito Método Poupança

Schmidt e

Schneider 2011 Alemanha

Poupança de materiais

em 589 empresas da

indústria transformadora

Análise empírica de case

studies da DEMEA

210 mil euros por empresa, cerca

de 2,1% do volume de negócios

BIS 2010 Reino

Unido

Eficiência da gestão de

resíduos em cerca de 400

empresas

Compilação de case

studies existentes de

várias fontes

21 mil a 60 mil euros por empresa,

com períodos de payback entre

0,06 e 3,45 anos

Associação para

as Economias

Sustentáveis Követ

Hungria

56 organizações com 262

medidas documentadas

para a redução de

materiais, energia,

resíduos e poluição, entre

1991 e 2007

Inquérito e

documentação de

medidas de

eco-inovação bem-

sucedidas

134 mil euros de poupança sem

investimento, 180 mil euros com

payback inferior a 3 anos e 412

mil euros com payback superior a

3 anos (média de 8 anos)

Schröter et al. 2011 Alemanha

Poupança de materiais

em 1.484 empresas da

indústria transformadora

Baseado no inquérito

"Modernisation of

Production", de 2009

7% do custo dos materiais.

Poupança de 48 mil milhões de

euros anuais na indústria

transformadora

Oakdene Hollins e

Defra 2011

Reino

Unido

Oportunidades de

eficiência de recursos

(energia, água e

resíduos)

Baseado em estatísticas

de consumo e produção

de resíduos

27 mil milhões de euros sem

custo/custo baixo, e 38 mil

milhões de euros com um

payback superior a um ano

Arthur D. Little et al.

2005 Alemanha

Melhoria da eficiência de

materiais na indústria

transformadora e no setor

da construção

Extrapolação de

resultados baseada em

inquéritos e literatura

existente

6,4 mil milhões de euros nos

setores estudados e 37 mil milhões

de euros para a indústria

transformadora

Fischer et al.

2004 Alemanha Eficiência de materiais

Baseado em experiências

dos consultores da Arthur

D. Little GmbH

20% dos inputs de materiais na

indústria transformadora

EIO 2012 Alemanha

/ UE

Poupança pelo aumento

da eficiência dos

materiais

Dados agregados da

DEMEA e do CIS

(Community Innovation

Survey)

Empresas: 196 mil euros ou 2,3%

do volume de negócios anual,

com um payback médio de 13

meses

Nível macro:5 mil milhões na

Alemanha e 10 mil milhões na UE

Bio Intelligence

Service 2011 UE

Reciclagem, prevenção

de resíduos e ecodesign

Estatísticas de materiais

usados e resíduos e

estimativas baseadas em

múltiplas fontes

15% a 25% de materiais não-

energéticos

COWI 2011 UE Políticas de eficiência de

resíduos

Experiências agregadas

bem-sucedidas na UE Entre 776 e 1.400 milhões de euros

Meyer et al. 2012 17 países

europeus

Inputs de materiais na

indústria transformadora,

ao nível

macroeconómico

Baseado em 2 modelos

macroeconómicos

(GINFORS e E3ME)

Efeito positivo no PIB com a

redução do input de materiais

McKinsey 2011 Mundial

130 medidas de

produtividade dos

recursos e legislação

adaptada

Identificar oportunidades

de maximização da

eficiência de materiais

do lado do fornecedor

2,65 biliões de euros até 2030

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46 Benchmarking Internacional de Projetos Eco-inovadores

4. COMPETÊNCIAS INTERNACIONAIS DE

ECO-INOVAÇÃO

4.1. CASE STUDIES

Apresentam-se de seguida diversos casos de sucesso de empresas que adotaram práticas de eco-inovação, um

pouco por toda a Europa, identificando as principais medidas adotadas e resultados obtidos, com especial

destaque para as PME.

SNA Europe (UK) Ltd

Setor: Metalurgia e metalomecânica

Dimensão: PME

País: Reino Unido

Descrição da Atividade

A SNA Europe (UK) Ltd é parte integrante de um grupo americano. Produz uma série de lâminas de

serra para o corte de materiais como ligas de titânio e níquel, aços para ferramentas e ligas para a

indústria aeroespacial. A unidade produtiva tem linhas para a moagem, trituração, tratamento

térmico e processos de acabamento.

Projeto

Com o objetivo de reduzir os seus consumos energéticos, a

SNA Europe (UK) Ltd procedeu a uma avaliação dos consumos, tendo

identificado um potencial de poupança de cerca de 46 mil euros, mais

de 10% do seu consumo total.

No sentido de realizar essa poupança, foram introduzidos materiais

isolantes em todos os fornos da fábrica, resultando numa diminuição

do consumo energético em 7,2%, o equivalente a cerca de 1.000 euros

por ano, em cada um dos fornos. Num período de 48 horas, cada forno

consumia cerca de 18,33 KW de energia na fase de tratamento térmico

e 11,78 KW em stand-by. Com a introdução das medidas, o consumo

energético na fase de tratamento térmico desceu para os 16,73 kW e

em stand-by para os 11,26 kW, para cada um dos fornos.

O sistema de iluminação da fábrica também foi reavaliado, tendo sido

instalado um sistema de otimização de energia no circuito, resultando

numa redução do consumo energético de 20%.

Adicionalmente, a empresa assinou um acordo com o Departamento

de Energia e Alterações Climáticas do Reino Unido, reduzindo a sua

taxa sobre as alterações climáticas em 80%, a troco do compromisso

em atingir uma série de metas de redução dos consumos energéticos,

estabelecendo um compromisso a 7 anos.

A empresa participou também num programa direcionado à eficiência de materiais e redução de resíduos,

tendo-lhe sido atribuída uma bolsa de 12 mil euros para utilizar num novo compressor, que resultou numa

poupança de 27 mil euros, por via da redução do consumo energético.

BENEFÍCIOS

Poupança nos consumos

energéticos de

11.300 EUR/ano

Poupança anual de 27 mil

euros pelo estabelecimento

de compromisso de

redução do consumo

energético

Valor acrescentado dos

produtos subiu 39 mil euros

Redução das emissões de

CO2 em 53 toneladas/ano

Poupança adicional de

31 mil euros pela

implementação de um novo

projeto de melhoria de

eficiência e investimento

num novo compressor

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ECOPRODUTIN - Produtividade na Indústria pela Eco-inovação 47

Rascards

Setor: Produtos químicos / minerais não-metálicos

Dimensão: PME

País: Reino Unido

Descrição da Atividade

A Rascards, fundada em 1996, produz cartões de plástico. O seu volume de negócios anual é de

cerca de 3,6 milhões de euros e a produção de cerca de 58 milhões de cartões.

Projeto

A Rascards pretendia aumentar a sua performance ambiental,

particularmente ao nível da gestão de resíduos.

O potencial de desperdício era maior na produção de pequenas

quantidades, resultando no dobro dos gastos em energia, tempo de

uso de máquinas e gastos com o pessoal.

O PVC é o principal material utilizado para a produção dos cartões,

tendo-se identificado um desperdício de 30%, essencialmente fruto de

alterações muito frequentes nos produtos e das necessárias

preparações na linha de montagem.

Nesse sentido, a empresa procurou efetuar uma avaliação da eficiência

de recursos, tendo implementado as seguintes medidas:

Redução do consumo de energia elétrica em 25%: através da gestão energética de processos foi

possível reduzir o consumo em 25%. Foram identificadas reduções de cerca de 88 mil KWh/ano.

Redução do uso noturno: a implementação de uma campanha para que se desliguem os

equipamentos durante a noite pode permitir uma diminuição do consumo de energia em

equipamentos elétricos de cerca de 7 mil KW/h por mês.

Resolução de problemas ao nível de equipamentos sob pressão: o correto dimensionamento destes

equipamentos na Rascards pode levar a uma poupança de 23.125 KW/h por ano.

Otimização do uso de folhas de PVC, laminagem e bandas magnéticas: a empresa percebeu que

reduzindo o número de vezes que efetua trocas na linha de montagem e reduzindo os inputs destes

materiais, poderia efetuar uma poupança de cerca de 236 toneladas por ano.

Estabelecimento de parcerias para a gestão de resíduos: trabalhando em parceria com empresas

vizinhas foi possível negociar preços mais atrativos com as empresas locais de gestão de resíduos. As

empresas participantes puderam utilizar um mesmo operador de resíduos, estabelecendo um dia

comum para a recolha de resíduos e um custo de transporte.

Redução da produção de resíduos genéricos, com separação dos resíduos: a separação dos resíduos

permitiu à empresa celebrar um contrato com a empresa responsável pela recolha dos resíduos de

PVC em que esta recolhe também os resíduos de cartão e bandas magnéticas de forma gratuita.

Negociar com fornecedores para obter poupanças ao nível das embalagens: a empresa conseguiu

uma redução de 4 toneladas de embalagens, por ano.

Implementação de medidas de eficiência na gestão da água: poupança de 20 m3 por ano com a

introdução de "sanitas inteligentes".

BENEFÍCIOS

Redução da emissões de 56

toneladas de CO2 /ano

Poupança efetiva de 9.400

EUR e 35 mil EUR potenciais

Redução do consumo de

energia em 88.000 KW/h

Redução de 20 m3 no

consumo de água

Poupança de 4 toneladas

em embalagens por ano

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48 Benchmarking Internacional de Projetos Eco-inovadores

Samsung SDI Hungary Co. Ltd.

Setor: Tecnologia

Dimensão: Grande

País: Hungria

Descrição da Atividade

A Samsung SDI Hungary Co. Ltd. é a filial húngara da tecnológica sul-coreana. Produz diversos tipos

de ecrãs, baterias e eletrodomésticos.

Projeto

A Samsung Hungria introduziu uma série de medidas para a redução

de emissões de CO2, bem como de reciclagem, que resultaram numa

forte redução de custos para a empresa.

A reciclagem de resíduos químicos levou a uma redução tanto dos

resíduos produzidos como das matérias-primas utilizadas em cerca de

35%, com um retorno económico imediato de 7.600 euros.

A utilização de embalagens recicláveis reduziu o consumo de papel,

madeira e produtos químicos, produzindo uma poupança de 160 mil

euros. Foi atingida uma poupança adicional de 360 mil euros por ano

através da substituição de um purificador de gás por um sistema

térmico regenerativo pós-combustor. Medidas de reuso da água

permitiram uma poupança de 20.625 m3 por ano.

Genan

Setor: Borracha

Dimensão: Grande

País: Dinamarca

Descrição da Atividade

A Genan é o maior produtor mundial de pneus recicláveis, posição que atingiu em poucos anos.

Projeto

A Genan recicla 80% dos pneus utilizados na Dinamarca e possui a

maior unidade de reciclagem do mundo, na Alemanha. A reciclagem de

materiais pelo método Genan, poupa entre uma a duas toneladas de

emissões de CO2, por tonelada de resíduos de pneu, face à

concorrência.

BENEFÍCIOS

Redução de resíduos e input

de matérias-primas em 35%,

cerca de 7.600 euros

160 mil euros de poupança

pela utilização de

embalagens recicláveis

360 mil euros de poupança

pela implementação de

sistema térmico

regenerativo pós-combustor

Poupança de 20.625 m3 de

água, por via de reuso

BENEFÍCIOS

Redução das emissões de

CO2 em 1-2 toneladas, face à

concorrência

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ECOPRODUTIN - Produtividade na Indústria pela Eco-inovação 49

Tullis Russell Coaters Limited

Setor: Máquinas e equipamentos

Dimensão: PME

País: Reino Unido

Descrição da Atividade

A Tullis Russell Coaters Limited foi fundada em 2011 e produz produtos com revestimento, como selos

postais e documentos de segurança, fornecendo também soluções personalizadas para clientes

específicos.

Projeto

Na Tullis Russell Coaters Limited foi efetuado um levantamento

ambiental e identificadas oportunidades de melhoria relativos aos

consumos de energia e água, bem como na gestão de resíduos. Foi

implementado todo um novo modelo de negócios, que inclui a

ISO 14001 e as suas obrigações.

A redução de resíduos de papel, apenas pela implementação das

melhores práticas, resultou numa poupança de 225 mil euros por ano,

o mesmo que dizer que cerca de 232 toneladas de resíduos/papel

reciclado foram desviadas de aterro. Para este efeito, em muito

contribuiu a introdução de novos equipamentos, nomeadamente uma

laminadora de papel, com corte mais preciso e a capacidade de gerar

menos aparas.

Seguiu-se também um programa educativo dirigido aos funcionários,

que resultou também na diminuição da produção de resíduos na fonte.

Atingiu-se adicionalmente uma poupança de cerca de 19 mil euros pela

instalação de um sistema que usa calor libertado na combustão para

alimentar uma caldeira. A implementação desta medida permitiu a

redução do consumo de gás em cerca de 55 mil KW/ano e uma

correspondente redução na pegada de carbono em cerca de

11 toneladas de CO2 por ano. O período de payback do sistema foi de

0,9 anos.

BENEFÍCIOS

Poupança de 225 mil

euros/ano em resíduos de

papel, pela introdução das

melhores práticas

Poupança de 19 mil euros

pela instalação de um

sistema de aproveitamento

de calor para alimentar a

caldeira

Redução do consumo de

gás em cerca de

55 mil KW/ano

232 toneladas de resíduos

de papel evitadas, por ano

Redução do consumo

energético em cerca de

80%

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50 Benchmarking Internacional de Projetos Eco-inovadores

Deutsche Mechatronics GmbH

Setor: Soluções de mecatrónica

Dimensão: Grande

País: Alemanha

Descrição da Atividade

A Deutsche Mechatronics GmbH opera no ramo das soluções de mecatrónica, que combina

soluções de engenharia mecânica e eletrotécnica.

Projeto

Um dos serviços da Deutsche Mechatronics é a medição e perfuração

de chapas metálicas, processo que envolve 40 toneladas de chapa

diariamente, correspondendo a cerca de 100 pedidos individuais.

Em função da diversidade da oferta de produtos e das especificidades dos pedidos, o processo era bastante

ineficiente.

A introdução de medidas de eco-inovação levou a uma redução de 12% no consumo de materiais. A introdução

de um sistema inteligente da gestão dos pedidos levou à diminuição dos desperdícios resultantes de processos

de corte que produziam sobras demasiado pequenas para poderem vir a ser utilizadas.

Em virtude do sucesso das medidas implementadas, a Deutsche Mechatronics GmbH venceu o prémio

"eficiência de materiais" na Alemanha.

Jörg Schiffer GmbH & Co. KG

Setor: Tratamento de superfícies

Dimensão: PME

País: Alemanha

Descrição da Atividade

A Jörg Schiffer GmbH & Co. KG especializa-se no tratamento de superfícies por galvanização.

Projeto

Entre outros metais, o níquel é utilizado no processo de galvanização

da Jörg Schiffer. Um dos subprodutos do processo são as lamas de

galvanoplastia, levando à perda de elevadas quantidades de níquel.

A empresa implementou medidas de eco-inovação no sentido de

recuperar estes materiais, concebendo um sistema capaz de separar o

níquel das lamas, que seria irrecuperável com o processo anterior. Esta

medida levou a uma redução do consumo de níquel em 25% e de 50%

das lamas produzidas.

A empresa já venceu o prémio "eficiência de materiais".

BENEFÍCIOS

Redução do consumo de

materiais em 12%

Conquista do prémio

"eficiência de materiais"

BENEFÍCIOS

Redução do uso de níquel

em 25%

Redução da produção de

lamas em 50%

Conquista do prémio

"eficiência de materiais"

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ECOPRODUTIN - Produtividade na Indústria pela Eco-inovação 51

Aubineau Constructeur

Setor: Fabricação de máquinas e equipamentos

Dimensão: PME

País: França

Descrição da Atividade

A Aubineau Constructeur produz interiores isolados e refrigerados para camiões.

Projeto

Com o seu projeto eco-inovador, a Aubineau Constructeur redesenhou

o interior de um camião refrigerado. O objetivo era otimizar o

consumo energético na refrigeração, reduzindo o consumo de

combustível e as emissões de CO2. Ao recorrer à metodologia de

ecodesign "Maieco", todas as etapas do ciclo-de-vida do veículo

refrigerado foram avaliadas quanto ao seu impacte ambiental. Durante

a avaliação, a empresa identificou quatro indicadores de performance

fundamentais ao seu impacte ambiental: matérias-primas, substâncias

de refrigeração, uso e fim-de-vida do veículo.

A empresa conduziu uma análise funcional ao corpo do veículo, no

sentido de melhorar a condutividade térmica e identificou o chão do

veículo como uma funcionalidade a ser melhorada. Em primeiro lugar,

todos os requisitos técnicos que compõem o chão do veículo foram

listados, envolvendo todos os departamentos da empresa e diversos

protótipos de chão foram desenvolvidos e testados. De seguida, foram

avaliadas diversas possibilidades de acordo com os ganhos técnicos,

aspetos ambientais e aspetos económicos (redução de custos).

As soluções potenciais foram no sentido de otimizar a massa da parte interior do chão e a sua condutividade

térmica, tendo as partes verticais de contraplacado sido substituídas parcialmente por espuma isolante.

Finalmente, as operações de transporte foram melhoradas, selecionando-se um fornecedor de peças local.

O projeto resultou em poupança para a empresa, por via de uma redução do uso de produtos químicos e água.

De facto, os benefícios associados aos novos veículos redesenhados são impressionantes:

Redução no consumo de combustível da unidade refrigeradora de 3,6%, por via de uma melhoria de

19% no isolamento do chão;

Redução de 16% no peso dos materiais (cerca de 150 kg por camião e 235 kg por semirreboque);

Redução no consumo de combustível do motor de 0,5%, em função de uma redução do peso do chão

de 16%;

Metade das placas de contraplacado anteriormente adquiridas na Finlândia são agora adquiridas no

país de origem da empresa, perto da instalação fabril;

Redução dos custos de produção em cada chão de 5%.

BENEFÍCIOS

Redução no consumo de

combustível da unidade

refrigeradora de 3,6%

Redução no consumo de

combustível do motor de

0,5%

Poupança de mais de

600 litros de combustível

por ano

Redução dos custos de

produção do chão do

veículo de 5%

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52 Benchmarking Internacional de Projetos Eco-inovadores

Lisec

Setor: Vidro

Dimensão: Grande

País: Áustria

Descrição da Atividade

A Lisec é um grupo austríaco especializado em soluções de vidro plano.

Projeto

A Lisec concebeu um processo de temperamento de vidro que venceu

o prémio austríaco de inovação. A tecnologia foi criada

especificamente para o temperamento de vidro extremamente fino

(cerca de 0,9 mm de espessura) e vidro laminado.

Com a implementação deste processo, a Lisec conseguiu uma redução

significativa do consumo de recursos e energia, reduzindo custos e

aumentando o tempo de vida útil dos painéis solares que produz.

Utilizando este processo, a empresa conseguiu reduzir o consumo

energético em cerca de 40%, passando de cerca de 25 KWh/m2 para

14,2 KWh/m2.

A utilização de vidros temperados tão finos no fabrico de painéis solares incrementa a sua qualidade ótica e

aumenta a transmissão de luz. Graças a valores de isolamento mais elevados, a eficiência energética é

aumentada. Adicionalmente, o processo produtivo é mais simples e o transporte mais fácil.

Devin

Setor: Alimentação e Bebidas

Dimensão: Grande

País: Bulgária

Descrição da Atividade

A Devin dedica-se à produção de águas minerais, de nascente e água com gás, bem como de

refrigerantes sem gás.

Projeto

A Devin introduziu uma tecnologia que permite reduzir a presença de

plástico descartado na natureza. Para o efeito, a Devin reduziu o peso

das tampas das garrafas de 0,5 e 1 litro em cerca de 15%, cerca de

2,5 gramas. Após a implementação do projeto, a empresa conseguiu

reduzir os resíduos de plástico em 750 toneladas, cerca de

250 toneladas por ano. Adicionalmente, a empresa trabalha com uma

empresa externa, no sentido de transformar os seus resíduos em novos

produtos, através da reciclagem.

BENEFÍCIOS

Redução do consumo

energético em 40%

Redução do uso de recursos

Aumento da qualidade do

produto oferecido

Conquista do prémio

inovação

BENEFÍCIOS

Redução drástica no

consumo de materiais

Zero resíduos

Redução das emissões de

CO2

Melhor performance

económica

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ECOPRODUTIN - Produtividade na Indústria pela Eco-inovação 53

Argos Direct

Setor: Comércio a retalho e grossista

Dimensão: Grande

País: Reino Unido

Descrição da Atividade

A Argos Direct é a empresa de distribuição do gigante comercial inglês Argos. Entrega em casa uma

grande variedade de produtos adquiridos online no Reino Unido e na Irlanda.

Projeto

A Argos Direct opera uma frota de cerca de 100 trailers e de 650

camiões, cada um viajando mais de 80 mil kms todos os anos. Como

resultado da dimensão da operação da Argos Direct, a manutenção de

veículos e pneus tem de ser exemplar. Adicionalmente, a empresa leva

muito a sério a sua política de responsabilidade social.

Nesse sentido, a Argos Direct decidiu incorporar pneus recauchutados

no eixo traseiro de todos os seus veículos, sempre que possível, e

implementar um programa de gestão de pneus, potenciando a

monitorização permanente da sua frota de veículos e a rodagem de

pneus entre os eixos, de forma a maximizar o ciclo-de-vida dos

pneumáticos.

Os benefícios ambientais inerentes a esta medida, uma vez que se

trata de uma frota tão grande, são imensos, e uma parte fundamental

da política ambiental e de responsabilidade social da empresa.

Pese embora existam benefícios económicos associados à implementação de uma política deste tipo, estes não

são facilmente quantificáveis, sendo os principais resultados observáveis, a redução de emissões de dióxido de

carbono, do consumo de óleos e de borracha.

Ao usar um pneu recauchutado há uma "poupança" imediata de 182,3 kg de CO2, o que significa que a Argos

Direct reduziu as suas emissões de CO2 em 425 mil kg.

Ao utilizar um pneu processado, poupa-se em média 68 litros de óleo por pneu. No momento de

implementação do projeto, a Argos instalou cerca de 2.400 pneus recauchutados, tendo poupado cerca de

159 mil litros de óleo nesse ano.

Cada pneu recauchutado necessita de menos borracha, estimando-se uma poupança de 44 kg de borracha por

pneu, o equivalente a 103 mil kg de borracha por ano, no caso da Argos.

BENEFÍCIOS

48% dos pneus

sobresselentes da frota são

recauchutados

159 mil litros de óleo

poupados

103 mil kg de borracha

poupados

425 mil kg de emissões de

CO2 evitados

2.400 pneus recauchutados

instalados

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54 Benchmarking Internacional de Projetos Eco-inovadores

Elion

Setor: Tecnologia

Dimensão: Grande

País: Estónia

Descrição da Atividade

A Elion é a maior prestadora de serviços de telecomunicações e internet na Estónia.

Projeto

Desde 2010, o calor produzido pelos datacentres da Elion é recolhido e

reutilizado para aquecimento dos edifícios administrativos, tendo sido

efetuado um investimento para o desenvolvimento de bombas de

aquecimento de 3x60 KW e 4x40 KW.

O calor recuperado cobre a maior parte do ano, não sendo necessário

recorrer ao serviço público de aquecimento. No verão, em que não há

necessidade de aquecimento, o calor recuperado é direcionado para o

fornecimento de água quente em residências nas redondezas,

permitindo ao calor recuperado ser utilizado durante todo o ano.

No entanto, uma vez que se trata de equipamento dispendioso, o período de payback é longo.

Ventura-Venkov

Setor: Produtos químicos

Dimensão: PME

País: República Checa

Descrição da Atividade

A Ventura-Venkov dedica-se à produção de produtos químicos aplicáveis no setor agrícola.

Projeto

A Ventura-Venkov produz o aditivo biotecnológico para agricultura

"Sekol Jalka", capaz de reduzir as emissões de amoníaco e outros gases

com efeito de estufa provenientes da criação animal.

O produto é considerado melhor tecnologia disponível e reduz as

emissões de amoníaco em 32%. Reduz também o nível de bactérias

patogénicas e os cheiros.

Este aditivo biológico pode também ser utilizado em processos de compostagem aeróbica de alta velocidade. O

processo é bastante mais rápido.

Monitorização efetuada a este aditivo permitiu perceber que para além das emissões de amoníaco, este reduz

também emissões de CO2, óxidos de azoto e sulfureto de hidrogénio.

BENEFÍCIOS

Redução significativa de

emissões de gases com

efeito de estufa (GEE)

BENEFÍCIOS

Redução dos custos com

aquecimento

Maior eficiência energética

Redução das emissões de

CO2

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ECOPRODUTIN - Produtividade na Indústria pela Eco-inovação 55

The Plough Inn

Setor: Restauração e Hotelaria

Dimensão: PME

País: Reino Unido

Descrição da Atividade

O The Plough Inn é um pequeno negócio, abrangendo um hotel, restaurante e instalações públicas

de alojamento. Emprega 15 funcionários, em regimes de part-time e full-time.

Projeto

Após a destruição do The Plough Inn, por força de uma inundação, o

dono decidiu renová-lo tendo em consideração as mais modernas

técnicas de melhoria de eficiência energética e gestão do uso da água.

Foram consideradas as opções de produção de energia in situ, melhoria

no fornecimento de energia e alteração da metodologia operacional do

negócio. Toda a propriedade foi renovada, incluindo áreas não

danificadas pela inundação, introduzidos sistemas de melhoria da

eficiência do fornecimento de energia e aquecimento e reformulados

os procedimentos a adotar na cozinha.

Foram instaladas bombas de calor geotérmicas e o sistema de

aquecimento existente foi substituído por um sistema subterrâneo de

piso radiante. A água quente foi novamente ligada, de forma e permitir

pontos de distribuição dispersos do sistema principal de produção de

água quente.

A cozinha foi renovada com equipamentos elétricos que utilizam as

mais recentes tecnologias de indução, com potência variável e grelhas

de elevada eficiência, e um forno com tempos de aquecimento rápidos

e tempos de cozedura mais curtos (cerca de 15 vezes mais rápido).

Os equipamentos utilizam filtração de água e reciclagem com aproveitamento de calor. Foram adicionados

temporizadores para permitir auto-shutdown e evitar a abordagem anterior de manter os equipamentos

permanentemente ligados.

O custo de introdução de equipamentos eficientes é cerca de quatro vezes superior face às restantes

alternativas. Foi necessário o triplo do tempo para implementar o novo sistema, e a força de trabalho demorou

cerca de uma semana a ambientar-se. O tempo necessário a obras aumentou também em 5 semanas.

O período de payback estava definido em 12 anos, sendo que as últimas previsões apontam para um prazo de

apenas 5 anos, em função das poupanças conseguidas.

Os quartos são mais confortáveis, os tempos de aquecimento reduziram drasticamente e a cozinha é capaz de

responder muito mais rapidamente a pedidos e requisitos especiais. O sistema é também mais silencioso,

tendo beneficiado também a vizinhança.

O The Plough Inn foi recomendado para os prémios de eficiência energética na categoria construção e

renovação, tirando daí ganhos de imagem para o estabelecimento.

BENEFÍCIOS

Poupança energética de

64%

Instalação de bombas de

calor geotérmicas,

refrigeração eficiente e

equipamentos de cozinha,

resultaram numa poupança

de 18 mil euros por ano

Instalação de um sistema

de reciclagem de água

reduziu o consumo em

cerca de 50 litros/dia

Período de payback

antecipado para 5 anos

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56 Benchmarking Internacional de Projetos Eco-inovadores

Globe Hope Ltd.

Setor: Vestuário

Dimensão: PME

País: Finlândia

Descrição da Atividade

A Globe Hope é uma empresa finlandesa inovadora que concebe e produz produtos ecológicos de

vestuário utilizando materiais reciclados e descartados, criando roupas, carteiras e acessórios

inovadores.

Projeto

A Globe Hope Ltd. criou um conceito de design ao transformar

materiais não aproveitados no processo produtivo de vestuário

(resíduos) em peças de vestuário, acessórios e têxteis individuais,

reduzindo o uso de recursos. O objetivo da empresa é produzir peças

de vestuário sustentáveis, estéticas, inovadoras e funcionais.

O conceito funciona não só ao nível económico, via redução de custos, como também ao nível do marketing.

Todos os produtos são feitos de materiais recicláveis como têxteis hospitalares e provenientes das forças

militares, uniformes de trabalhadores, estandartes publicitários, bandeiras, velas recicladas, cintos de

segurança e têxteis domésticos vintage (lençóis, cortinados, toalhas de mesa, etc.)

O processo produtivo consiste no re-corte, re-costura, re-tingimento e re-impressão em grandes quantidades,

para manter os custos de produção a níveis razoáveis e praticar preços competitivos.

Connaught Electronics Ltd. (CEL)

Setor: Eletrónica/Automóvel

Dimensão: PME

País: Irlanda

Descrição da Atividade

A Connaught Electronics Ltd. dedica-se à conceção, produção e venda de produtos de eletrónica

de alta qualidade para o ramo automóvel. Especializa-se em sistemas de abertura eletrónicos sem

chave. Tem como clientes marcas como a BMW, Rover, Volvo e General Motors.

Projeto

A CEL fabrica o componente eletrónico presente nos automóveis que

gere o sistema remoto de entrada sem chave. O recetor, no interior do

carro, consiste numa placa de circuito impresso equipada com um

conjunto de subcomponentes eletrónicos. O objetivo da empresa era o

de aumentar o tempo de vida útil destes equipamentos.

Para tal, a empresa substituiu o principal subcomponente (originalmente de origem japonesa), por um de

fabrico próprio. Com isto, a empresa reduziu os seus gastos em materiais em 40% (particularmente materiais

perigosos) e os consumos energéticos em dois terços. A nova unidade tem um custo de produção menor.

BENEFÍCIOS

Redução do consumo de

materiais

Ganhos de imagem

Redução das emissões

BENEFÍCIOS

Redução do custo com

materiais em 40%

Redução do consumo

energético em dois terços

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ECOPRODUTIN - Produtividade na Indústria pela Eco-inovação 57

Wilson James

Setor: Construção

Dimensão: Grande

País: Reino Unido

Descrição da Atividade

A Wilson James presta serviços de gestão de segurança, construção, logística e consultoria no Reino

Unido, desde 1991. É uma empresa de grande dimensão e reconhecida pela sua qualidade e

inovação.

Projeto

A Wilson James abraçou o projeto de construção de uma sede

empresarial para a Unilever, grupo líder de mercado em variadíssimos

segmentos, nomeadamente, produtos de higiene pessoal, seguindo os

padrões de sustentabilidade mais recentes. Tratava-se de um

empreendimento de 6 andares, com mais de 400 mil metros

quadrados.

Foram prestados serviços de consultoria ao construtor, no sentido de

implementar todas as medidas de logística necessárias para assegurar

três aspetos fundamentais, a saber:

Assegurar que o fornecimento de materiais se centralizava

perto da sede;

Utilizar materiais locais sempre que possível;

Reutilizar/reciclar 95% dos materiais e equipamentos.

Cerca de 13.200 paletes de materiais foram manuseadas ao longo de um período de construção de 2 anos. O

material não utilizado voltou à origem, em vez de ser depositado em aterro, num total de 38 camiões de

26 toneladas, completamente carregados, resultando numa poupança de 242 mil euros.

O projeto produziu cerca de 3.384 toneladas de resíduos, a uma média de 140 toneladas por mês, sendo que

um mínimo de 76% dos materiais foi reutilizado/reciclado. Adicionalmente, 90% das paletes utilizadas foram

devolvidas aos fornecedores

BENEFÍCIOS

Poupança de 242 mil euros,

pelo desvio de materiais

não utilizados de aterro

76% dos materiais residuais

foram reciclados

Redução da intensidade do

tráfego nas zonas próximas

e aumento da

produtividade na instalação

Mais de 6 mil toneladas de

aço e 17 mil m3 de betão

foram removidas e

recicladas

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58 Benchmarking Internacional de Projetos Eco-inovadores

Lyonnaise des Eaux

Setor: Água e saneamento

Dimensão: Grande

País: França

Descrição da Atividade

A Lyonnaise des Eaux é parte integrante do grupo Suez Environnement e dedica-se à prestação de

serviços de abastecimento de água e saneamento às populações.

Projeto

A Lyonnaise des Eaux concebeu o sistema Degrés Bleus, capaz de

recuperar e reutilizar o calor contido nas águas residuais. O calor é

depois utilizado para aquecimento e refrigeração de edifícios.

Ao utilizar esta tecnologia, a empresa consegue reduzir as emissões de

GEE provenientes do aquecimento e refrigeração de edifícios em 60%.

O sistema oferece uma solução para a redução dos custos energéticos, reduzindo simultaneamente o impacto

da atividade humana no ambiente.

As águas residuais são uma fonte de energia renovável que é tradicionalmente desaproveitada. A sua

temperatura flutua entre os 12ºC e os 20ºC durante o ano, tornando-as uma fonte de excesso de calor durante

o inverno e uma fonte de refrigeração durante o verão.

O excesso de calor pode ser recuperado através de coletores de água integrantes da rede de distribuição de

água e saneamento ou recorrendo a água obtida em estações de tratamento. Uma vez recolhido, o calor é

integrado no circuito principal de aquecimento, através de uma bomba de calor.

Intesa Sanpaolo

Setor: Banca

Dimensão: Grande

País: Itália

Descrição da Atividade

A Intesa Sanpaolo é a segunda maior instituição bancária em Itália.

Projeto

A Intesa Sanpaolo detém cerca de 60 mil computadores, considerando

escritórios centrais e filiais, e implementou um sistema que desliga

automaticamente os computadores durante a noite e ao domingo,

reiniciando-os pela manhã.

O sistema reduz custos energéticos (para cada posto de trabalho e em

ar condicionado) e reduz a pressão sobre os equipamentos, diminuindo

custos de manutenção dos equipamentos.

No seu balanço de 2013, o banco reportou diminuição de custos energéticos e emissões de GEE.

BENEFÍCIOS

Redução do consumo

energético de edifícios

Redução das emissões de

GEE

BENEFÍCIOS

Redução do consumo

energético e emissões de

GEE

Diminuição dos custos de

manutenção com os

computadores

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ECOPRODUTIN - Produtividade na Indústria pela Eco-inovação 59

Bourne Prepared Produce

Setor: Alimentação e Bebidas

Dimensão: PME

País: Reino Unido

Descrição da Atividade

A Bourne Prepared Produce é parte integrante do grupo Bakkavör, uma empresa líder de mercado

no fornecimento de alimentos frescos.

Projeto

A Bourne Prepared Produce procurou formas de otimizar o seu

consumo de água e de gestão de efluentes. Nesse sentido,

desenvolveu um projeto intitulado "bioreator de membrana

avançado", que consiste num sistema de tratamento biológico

aeróbico assente num processo de lamas ativadas intensivo, em que a

fase de separação de biomassa se processa através de um processo de

ultrafiltração (UF).

As membranas UF substituem a fase de decantação num sistema de

lamas ativadas convencional, efetivamente revolucionando o processo.

A separação de biomassa de águas tratadas não só fornece água de

qualidade filtrada, como também oferece possibilidades de reutilização

e permite que se desenvolvam concentrações de biomassa muito

elevadas de sólidos do licor de mistura em suspensão (MLSS - Mixed

Liquor Suspended Solids) no bioreator, sem os efeitos negativos

associados às técnicas de tratamento tradicionais.

Após as bactérias terem sido eliminadas das águas residuais tratadas, estas são sujeitas a um processo de

osmose inversa e desinfeção ultravioleta, para que se transformem em água potável.

Com a implementação deste processo, a empresa conseguiu reduzir em 45% as suas necessidades de água e

em 75% as suas descargas de efluentes para o sistema de saneamento. Dos cerca de 1.200 m3 de água tratados

diariamente, cerca de 450 m3 são depois reutilizados.

O período de retorno do investimento efetuado é de cerca de 5 anos.

BENEFÍCIOS

Redução do impacte

ambiental

Dos 1.200 m3 de água

tratados diariamente, 450 m3

são reutilizados

Redução do consumo de

água em 45%

Redução de efluentes para

esgoto em 75%

Período de payback de

5 anos

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60 Benchmarking Internacional de Projetos Eco-inovadores

Nexiform

Setor: Cerâmica

Dimensão: PME

País: Reino Unido

Descrição da Atividade

A Nexiform dedica-se à produção de azulejos de uso doméstico, com matérias-primas provenientes

de resíduos de construção e materiais recicláveis.

Projeto

A Nexiform desenvolveu um azulejo curado a frio, constituído em 85%

por materiais provenientes de resíduos de construção e materiais

recicláveis. O azulejo recebe depois um acabamento personalizado, em

qualquer estilo ou cor, tornando o novo azulejo tão atraente como um

azulejo tradicional, mas com enormes melhorias no seu padrão de

sustentabilidade.

Uma vez que o processo típico de fabricação de azulejos necessita de

muito calor (e assim, de energia), esta pequena empresa percebeu que

a única forma de se manter competitiva e de promover a

sustentabilidade era através de uma alteração nos seus processos.

A introdução de eco-inovação na empresa levou a uma avaliação

interna a todos os níveis: estrutura da gestão, desenvolvimento de

produtos, marketing, vendas, logística, recrutamento, formação,

política de compras, equipamentos, embalagem e produção.

A empresa está agora a considerar a introdução de um sistema de reciclagem de ciclo fechado.

Bourgeois

Setor: Fabricação de máquinas e equipamentos

Dimensão: PME

País: França

Descrição da Atividade

A Bourgeois dedica-se ao fabrico de fornos para uso doméstico.

Projeto

Recorrendo à metodologia de ecodesign "Maieco" (já integrada na

norma francesa NF E 01005), a Bourgeois procedeu a uma avaliação do

impacte ambiental em todas as fases do ciclo-de-vida dos fornos,

tendo identificado várias áreas de intervenção prioritárias.

O resultado foi um forno que consome menos 35% de energia que o seu antecessor, pesa 10% menos e tem

uma taxa de reciclagem de 90%. O modelo é adicionalmente três vezes menos barulhento e cumprirá com as

futuras regras europeias sobre eficiência energética.

BENEFÍCIOS

Produto composto em 85%

por materiais recicláveis

Produto 100% reciclável

Redução dos consumos

energéticos e de matérias-

primas

Abertura de novos

mercados com novo

modelo de negócios

Ganhos de imagem

Aumento do volume de

negócios permitiu a criação

de 45 novos empregos

BENEFÍCIOS

Redução do consumo

energético do forno em 35%

Taxa de reciclagem de 90%

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ECOPRODUTIN - Produtividade na Indústria pela Eco-inovação 61

Ceramica Fondovalle

Setor: Cerâmica

Dimensão: PME

País: Itália

Descrição da Atividade

Com mais de 50 anos de experiência, a Ceramica Fondovalle é líder de mercado na produção e

venda de pisos de cerâmica e azulejos de parede.

Projeto

A Ceramica Fondovalle desenvolveu um processo de tratamento de

superfícies aplicável a grés. Consiste num processo para

moagem/polimento de grés.

O projeto tentou resolver o problema da grande quantidade de

resíduos produzida aquando da fase de lixagem e polimento de

revestimentos cerâmicos.

A tecnologia utilizada consiste no uso de uma mistura homogénea de

substâncias (como partículas abrasivas, por exemplo) do produto a ser

processado (corindo, zircónio, argila), projetada a alta pressão na

superfície a ser tratada.

Permite a recuperação de materiais abrasivos utilizados e reutilizados

como matéria-prima na produção de revestimentos cerâmicos.

Com o desenvolvimento deste projeto, a empresa consegue tratar a

totalidade das superfícies secas produzidas por si, cerca de 2,5 milhões

de m2/ano. O novo processo, contrariamente ao anterior, funciona em

qualquer tipo de superfície, independentemente da estrutura.

Para além da quantidade de resíduos que produz, o processo de acabamento de produtos cerâmicos é também

um forte consumidor de recursos energéticos e de água. Com a introdução deste novo processo, a empresa

reduziu o consumo de água em 20 mil litros por dia (4,7 milhões de litros/ano), a produção de lamas de

polimento em 18 mil kg diários (4.300 toneladas/ano), o consumo de energia não ultrapassa 1 KW/h por m2

(redução de cerca de 50%), reduziu os discos abrasivos esgotados em 20 mil unidades/ano e utiliza 10% menos

de esmaltes.

BENEFÍCIOS

Redução do consumo de

água em 4,7 milhões de

litros/ano

Redução das lamas de

polimento em

4.300 toneladas/ano

Redução do consumo

energético em 50%

Poupança de 20 mil discos

abrasivos/ano

Redução do uso de

esmaltes em 10%

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62 Benchmarking Internacional de Projetos Eco-inovadores

SPL Ltd

Setor: Comércio a retalho e grossista

Dimensão: PME

País: Reino Unido

Descrição da Atividade

A SPL Ltd é uma empresa privada familiar, fundada em 1956, que importa e exporta alimentos

exóticos de cinco continentes. Abastece grandes cadeias de supermercados e múltiplos outros

retalhistas, bem como grupos de cash & carry, produtores e grossistas.

Projeto

Primeiramente, a SPL Ltd recorreu a uma ferramenta de diagnóstico

para identificar os principais consumidores de energia e água, bem

como de produção de resíduos na empresa. Foi recolhida informação

detalhada sobre consumos de eletricidade, gás e água e identificados

os processos mais ineficientes e consumidores de recursos.

Alguns exemplos das áreas identificadas são: capacidade elétrica instalada, consumo energético de máquinas

de vending, equipamentos de escritório e refrigeradores de água, método de carregamento da bateria dos 10

empilhadores da empresa, controlo de temperatura e uso de água nas casas de banho.

O mesmo processo foi utilizado para analisar a produção de resíduos na empresa, identificando também os

custos da sua gestão e o operador que gere o serviço.

O ponto chave para o sucesso da eco-inovação na SPL foi obter uma perceção dos seus consumos de água,

energia e gás, tendo-se partido daí para obter melhorias na eficiência dos recursos.

Apresentam-se de seguida alguns dos resultados obtidos pela empresa, fruto da implementação de um projeto

de eco-inovação:

Aproveitamento da tarifa noturna para carregar a bateria dos empilhadores, utilizando

temporizadores (poupança efetiva de 2.500 euros);

Formação sobre condução aos trabalhadores e disponibilização de equipamentos de navegação

(poupança estimada de 15 mil euros);

Introdução de temporizadores em máquinas de vending e refrigeradores de água, de modo a garantir

que estão desligados quando não estão em uso e nos feriados (poupança efetiva de 4 mil euros);

Carregamento da bateria dos empilhadores quando consumida em 80% (poupança efetiva de mil

euros);

Redução da temperatura nos escritórios em 4ºC (poupança efetiva de 600 euros);

Isolamento térmico da área de escritórios (poupança estimada de 350 euros);

Renegociação do contrato de gestão de resíduos (poupança efetiva de 4.200 euros/ano);

Instalação de saco-autoclismo nas sanitas (save-a-flush) (poupança efetiva de 350 euros);

Introdução de toneiras de botão nas casas de banho (poupança estimada de 280 euros).

BENEFÍCIOS

Redução da emissão de CO2

anual em 23 toneladas

Identificadas oportunidades

de poupança no valor de

85 mil euros

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ECOPRODUTIN - Produtividade na Indústria pela Eco-inovação 63

Lubrizol Advanced Materials Manufacturing Spain SL

Setor: Produtos químicos

Dimensão: PME

País: Espanha

Descrição da Atividade

A Lubrizol Espanha dedica-se à produção de produtos químicos especializados, de base

tecnológica e reduzido impacte ambiental.

Projeto

Na Lubrizol Espanha o uso de solventes orgânicos produz emissões de

COV (compostos orgânicos voláteis), que provocam impactes

ambientais: contribuem para a formação de oxidantes fotoquímicos na

camada superior da atmosfera, penalizando o homem e o ambiente.

O objetivo do projeto foi desenvolver um processo inovador para a

captura e eliminação de emissões de COV provenientes do uso de

compostos de solventes orgânicos, por oxidação catalítica.

Operacionalmente, o projeto passava por substituir a tecnologia

utilizada (scrubbers) e controlar e reduzir as emissões de COV.

Após a implementação do projeto, a empresa aumentou a eficiência na

eliminação de COV em 99,5%, reduziu as emissões de COV para entre

4,7 e 14,4 mg/Nm3 (o máximo aceitável é de 150 mg/Nm

3, segundo a

Diretiva 1999/13/CE), reduziu o consumo energético em 993,486 KW/h

por ano, reduziu o consumo de água em 25 m3/ano e minimizou a

produção de resíduos – o novo processo produz menos 140 toneladas

de resíduos por ano do que a anterior tecnologia utilizada.

Smart Green Systems Ltd.

Setor: Tecnologias ambientais

Dimensão: PME

País: Malta

Descrição da Atividade

A Smart Green Systems Ltd. opera no ramo das tecnologias ambientais em Malta.

Projeto

A Smart Green Systems Ltd, com o seu produto Econ, produz

oxihidrógenio a partir da água. Utilizando uma porção muito pequena

de eletricidade, apelidada de eletrólise, o Econ separa o oxigénio do

hidrogénio, criando imediatamente gás hidrogénio, que é utilizado

como substituto para combustíveis fósseis.

A tecnologia pode ser utilizada para aquecimento, cozinha e até veículos automóveis.

BENEFÍCIOS

Redução das emissões de

COV

Aumento da eficiência de

eliminação de COV em

99,5%

Redução do consumo de

água em 25 m3/ano

Diminuição da produção de

resíduos em 140

toneladas/ano

BENEFÍCIOS

Redução da dependência de

combustíveis fósseis

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64 Benchmarking Internacional de Projetos Eco-inovadores

DLA Piper Scotland LLP

Setor: Serviços

Dimensão: Grande

País: Reino Unido

Descrição da Atividade

A DLA Piper é uma empresa global especializada em serviços legais, tendo-se tornado, em 2007, a

primeira empresa mundial do segmento a obter a certificação ISO 14001, parte fundamental da sua

iniciativa global de sustentabilidade.

Projeto

Os escritórios da DLA Piper na Escócia ocupam quatro andares de um

prédio de seis andares e incluem escritórios, cozinha e casas de

banho. O escritório implementou uma série de medidas de

eco-inovação de baixo custo/sem custo, que resultaram em redução

de custos e impacte ambiental.

A empresa encetou numerosos esforços no sentido de reduzir as

emissões de dióxido de carbono associadas a viagens de negócios,

promovendo o uso de tecnologias como a teleconferência,

videoconferência e apresentações online.

Todas as emissões de CO2 produzidas são contrabalançadas com a aquisição de créditos de carbono. Num ano,

54,5 toneladas de CO2 foram compensadas, com um custo de 325 euros.

A empresa monitoriza todos os seus consumos energéticos, de água e papel, o que lhe permitiu uma poupança

de cerca de 56 mil euros em três anos. Algumas das medidas implementadas são as seguintes:

Instalação de lâmpadas de eficiência energética e sensores passivos de movimento em dois elevadores

e na garagem;

Instalação de temporizadores no sistema de iluminação das escadas e refrigeradores da sala de

reuniões;

Instalação de sensores de proximidade em máquinas de vending;

Substituição de equipamentos por outros mais eficientes (por exemplo, máquina de lavar, frigorífico,

televisores, monitores, etc.);

Implementação de uma política de "desligamento" de luzes (swith off) com a equipa de segurança;

Instalação de caldeira eficiente;

Instalação de válvulas de radiadores com controlo de temperatura;

Instalação de vidros duplos e calafetagem de janelas e portas interiores;

Implementação de prática de separação de resíduos (papel, vidro, baterias, alumínio, copos de

plástico, mobiliário e toners). A taxa de reciclagem global do escritório é de 26% (muito acima da

média nacional), cerca de 20 toneladas por ano, o que permitiu uma grande redução de custos;

Implementação de medidas de redução do consumo de água (redução da pressão, instalação de

mecanismos de descarga dupla nas sanitas e de um sistema de cloração da água nos depósitos de

água), que resultaram numa poupança de 775 euros;

Substituição de contadores de água de 50 mm por contadores de 40 mm (reembolso de 43 mil euros e

poupança anual de 725 euros);

Identificação e reparação de fugas de água.

BENEFÍCIOS

Redução das emissões de

CO2 provenientes de

consumo energético em

57 toneladas (em 3 anos)

Redução dos custos

energéticos em 11 mil euros

(em 3 anos)

Poupança global de 56 mil

euros (em 3 anos)

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ECOPRODUTIN - Produtividade na Indústria pela Eco-inovação 65

AkkuSer Ltd.

Setor: Gestão de Resíduos

Dimensão: PME

País: Finlândia

Descrição da Atividade

A Akkuser criou um negócio muito rentável de reciclagem de baterias e acumuladores utilizados em

produtos sem fios como câmaras digitais, câmaras de vídeo, telemóveis e computadores.

Projeto

A empresa criou um processo apelidado de "Tecnologia Seca" (Dry

Technology), que é único no mundo. A tecnologia permite a triagem de

materiais recicláveis, transformando-os em metais utilizados como

matéria-prima na indústria da eletrónica, bem como a sua preparação

para reutilização.

O método permite a produção de diversos novos produtos a partir dos materiais utilizados nas baterias, sem

recorrer a químicos, aquecimento ou incineração.

Esta tecnologia resulta da necessidade de cumprir com a diretiva europeia que obriga os produtores a reciclar

todas as suas baterias e acumuladores, abrindo assim um enorme mercado à empresa. A Akkuser processa

praticamente todos os resíduos de baterias e acumuladores produzidos na Finlândia e Estónia, bem como

metade dos resíduos produzidos na Noruega e na Suécia.

Durante o processo, não são produzidos resíduos perigosos ou emissões de CO2 perigosas.

Edel City

Setor: Comércio a retalho

Dimensão: PME

País: Finlândia

Descrição da Atividade

A Edel City é uma empresa finlandesa que vende apenas produtos de luxo ética e ecologicamente

fabricados. Todos os seus produtos são fabricados localmente e feitos de matérias-primas recicladas

e/ou orgânicas.

Projeto

O conceito da Edel City constitui uma eco-inovação em termos do seu

modelo de negócio.

Do ponto de vista ambiental, a sua atividade é responsável, em função

da utilização exclusiva de materiais reciclados/recicláveis na produção

e por todo o processo produtivo (desde a pré-produção de materiais

até ao produto final) ser realizado nas proximidades da loja.

Para além do uso de materiais "amigos" do ambiente e da abordagem de ciclo-de-vida empregue, a empresa

utiliza energias limpas no processo produtivo.

A Edel City é a primeira empresa finlandesa de luxo com uma abordagem claramente eco-inovadora, o que lhe

permite cobrar um premium suplementar sobre os seus produtos.

BENEFÍCIOS

Aumento da eficiência

interna da empresa

Abertura de novos mercados

BENEFÍCIOS

Redução dos custos de

materiais e energia

Diminuição da pegada

ecológica da empresa

Premium sobre os produtos

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66 Benchmarking Internacional de Projetos Eco-inovadores

Werzalit AG + Co KG

Setor: Mobiliário de madeira

Dimensão: PME

País: Alemanha

Descrição da Atividade

A Werzalit é uma empresa alemã de média dimensão e dedica-se à produção de folheados de

madeira, painéis de madeira em fasquias, mobiliário e componentes, particularmente para uso de

exterior (resistente a intempéries). Os produtos utilizam aglomerados de duroplástico protegidos com

fungicidas.

Projeto

A produtividade da Werzalit era baixa, em função de um processo

produtivo que era muito demorado. O consumo energético era

elevado, derivado de tratamentos muito demorados a altas

temperaturas e os materiais usados na produção eram de difícil

reciclagem e de produção a custos razoáveis.

O principal objetivo do projeto foi instalar uma unidade de teste para a

produção de materiais de madeira para uso exterior, resistentes a

intempéries, revestidos e unidos com termoplásticos, utilizando

extensivamente resíduos de plásticos.

O novo material permitiria combinar as vantagens das partículas de madeira (aparas) e dos termoplásticos,

reciclar resíduos de termoplásticos (por exemplo, resíduos de embalagens), minimizar o uso de material

termoplástico em compostos de madeira/plástico (substituição até 100%) sem perda de qualidade, redução

das quantidades de material necessárias (em função do perfil fino e da alta estabilidade das peças de trabalho)

e aumentar o número de aplicações dos aglomerados.

O projeto foi bem sucedido. A nova tecnologia utiliza um material composto de termoplástico/madeira

reciclado, em vez de aglomerados revestidos com resinas duroplásticas. Alguns dos resultados obtidos foram os

seguintes:

A madeira é neutra em termos de emissões de CO2;

Substituição de resinas de polímeros novas (até 100%) como matéria-prima;

Redução das necessidades energéticas (tempos de produção mais curtos e temperaturas mais baixas);

Eliminação do uso de fungicidas;

Produto equilibrado fisiologicamente (sem halogéneos, cloros, formaldeído, etc.);

Criou novas oportunidades para a reciclagem de resíduos de termoplásticos (por exemplo,

embalagens);

Material novo é facilmente reciclável;

Sobras de materiais e aparas podem ser devolvidas ao processo produtivo;

Material novo apresenta potencial para substituir os atuais aglomerados de madeira em grande escala

(é de maior qualidade e mais barato);

Material novo apresenta potencial para substituir também outros materiais, uma vez que a empresa

pode adotar a moldagem por injeção como um método de produção versátil.

No final do projeto, foi instalada uma unidade de grande escala de moldagem por injeção, que está a produzir

uma quota crescente dos produtos da Werzalit com o novo material.

BENEFÍCIOS

Redução do uso de

materiais e aumento do

reaproveitamento

Redução das emissões de

CO2

Novo material permite

alterações profundas no

processo produtivo

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ECOPRODUTIN - Produtividade na Indústria pela Eco-inovação 67

Plantagon

Setor: Agricultura

Dimensão: PME

País: Suécia

Descrição da Atividade

A Plantagon opera no setor da "agricultura urbana", oferecendo soluções que minimizam o uso de

transportes, água, energia, solos e produção de resíduos.

Projeto

A Plantagon criou o conceito de "estufa vertical", um produto

inovador, especificamente desenhado para cenários urbanos. A ideia

base é aproximar a produção do consumidor, cultivando produtos em

estufas que ocupam menos espaço e estão integradas na

infraestrutura das cidades.

A estufa fornece produtos de elevada qualidade, ambientalmente responsáveis e produzidos localmente, a um

preço mais baixo, em função da redução dos custos de transporte e diminuição de emissões.

Alface e ervas estarão prontas a colher 28 dias após semeadas. A título de exemplo, a estufa a implementar na

cidade de Linköping, produzirá cerca de 400 toneladas de alimentos, dependendo do que é produzido.

No entanto, esta é uma tecnologia extremamente dispendiosa e com período de payback muito longo, não

sendo expectável que se massifique nos próximos anos.

Atherstone Accident Repair Centre Ltd

Setor: Reparação de veículos automóveis

Dimensão: PME

País: Reino Unido

Descrição da Atividade

A Atherstone Accident Repair Centre Ltd é uma oficina de reparação automóvel reputada no Reino

Unido.

Projeto

A Atherstone Accident Repair Centre Ltd desenvolveu uma cabine de

pintura ecológica, que recorre exclusivamente a eletricidade,

eliminando o uso de gás, diminuindo as emissões de CO2 e reduzindo a

fatura energética. A redução de custos implica um período de payback

de 3 anos sobre o investimento de 72 mil euros efetuado.

Um sistema de infravermelhos de alta temperatura aquece a cabine

para os ciclos de pintura e secagem e é 75% eficiente na filtração e

recirculação do ar, tornando-se a cabine de pintura mais

ambientalmente eficiente no Reino Unido.

BENEFÍCIOS

Redução de emissões

Aumento da qualidade dos

produtos

BENEFÍCIOS

Redução do consumo

energético em 80%

Eliminação do uso de gás

Redução das emissões

Poupança de 60 mil €/ano

com eco-inovação

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68 Benchmarking Internacional de Projetos Eco-inovadores

Ruhl & Co. GmbH

Setor: Tratamento de superfícies

Dimensão: PME

País: Alemanha

Descrição da Atividade

A Ruhl & Co. GmbH é uma empresa de tratamento de superfícies direcionada para o setor da

engenharia mecânica e aplicações para a indústria automóvel.

Projeto

A Ruhl & Co. GmbH realizou uma auditoria nas suas instalações, no

sentido de perceber se haveria possibilidade de melhorar a eficiência

do processo produtivo. Recorrendo a ferramentas de análise de fluxo

de materiais, foram identificadas operações incorretas de

desparafinagem numa das unidades produtivas, o que conduzia a um

grande desperdício de recursos. Particularmente, estavam a perder-se

produtos químicos por arraste (remanescente na superfície metálica)

após o tratamento químico. Registava-se também maior perda de água

no enxaguamento de metais tratados e devido a coberturas de banho

mal construídas que não evitavam a evaporação. A avaliação

identificou também que um novo pavilhão de fabrico tinha um sistema

de aquecimento instalado ineficiente.

A solução implementada previa um novo processo de parafinagem, acompanhado de um sistema de

recuperação de arrastes, para prevenir desperdícios de produtos químicos e óleos. Foi instalado um novo

sistema de enxaguamento para reduzir o desperdício de água, bem como novas coberturas de banho, de modo

a prevenir a evaporação e perdas de água adicionais. O problema do aquecimento no pavilhão novo foi

resolvido de uma forma inovadora, com a instalação de um sistema de aquecimento por baixo do pavimento

que reutiliza o calor emitido por fornos de têmpera utilizados no processo de galvanoplastia.

A reconstrução das unidades produtivas teve um custo de cerca de 4 mil euros. No entanto, a empresa

conseguiu aumentar os seus lucros, em virtude da poupança em produtos químicos e água. Através da

implementação de medidas eco-inovadoras de melhoria da eficiência de recursos, a empresa conseguiu efetuar

poupanças em grande escala:

Prevenindo a perda de 15 mil kg de produtos químicos;

Introduzindo medidas de recuperação e gestão de água, que pouparam 600m3/ano;

Reduzindo o consumo de produtos químicos e água em 5-8%;

Poupando energia com um inovador sistema de aquecimento;

Aumentando os lucros em 10%;

Payback foi de 4 meses.

BENEFÍCIOS

Aumento do lucro em 10%

Período de retorno do

investimento de 4 meses

Redução do consumo de

químicos e água em 5-8%

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ECOPRODUTIN - Produtividade na Indústria pela Eco-inovação 69

Heliocos GmbH

Setor: Saúde

Dimensão: PME

País: Alemanha

Descrição da Atividade

A Heliocos GmbH é uma start-up alemã a operar no mercado da medicina dentária.

Projeto

A Heliocos GmbH procurou formas de melhorar a sua imagem junto

dos consumidores, particularmente ao nível da sustentabilidade

empresarial. A empresa focou-se no seu sistema de transporte e

embalagem, procurando reduzir as entradas de materiais, no sentido

de reduzir custos e o impacte ambiental. Para tal, a empresa recorreu a

duas metodologias diferentes: a metodologia de inovação "i.con" e a

metodologia de gestão de equipas "Symple". Com base nestas duas

metodologias, foram realizados workshops com pessoas chave dentro

da organização, fornecedores e potenciais consumidores, de modo a

identificar soluções estratégicas. Durante o processo, foram

identificadas diversas áreas de melhoria.

Conseguiu-se uma redução nos custos de transporte, recorrendo a uma solução de armazenagem interna e

uma redução de 50% nos materiais usados para fabricar uma parte do produto, com a colaboração dos

fornecedores. A utilização de uma solução de embalagem menos dispendiosa e mais ecológica, consumidora de

menos recursos, permitiu uma redução na produção de resíduos e nos custos de transporte.

Indesit Company UK

Setor: Fabricação de máquinas e equipamentos

Dimensão: Grande

País: Reino Unido

Descrição da Atividade

A Indesit é um dos maiores produtores de eletrodomésticos na Europa.

Projeto

A Indesit incorporou plásticos reciclados provenientes do seu fluxo de

resíduos em duas das suas máquinas-de-lavar topo de gama com

sucesso. A empresa trabalhou com a empresa a quem subcontrata a

produção de moldes de plástico para que passasse a produzir um novo

painel de acesso. O novo painel recorre totalmente a plástico reciclado

proveniente de frigoríficos domésticos com características similares à

peça fabricada anteriormente com matéria-prima virgem.

A empresa conseguiu manter os custos de produção, mantendo os tempos de ciclo no processo de moldagem.

Assim, obteve uma redução de 5% no custo de transporte de matéria-prima e uma diminuição significativa das

emissões de CO2, que resultaram numa redução dos custos totais e do uso de matérias-primas na empresa.

BENEFÍCIOS

Redução dos materiais

utilizados, em parceria com

fornecedores

Redução da produção de

resíduos

Redução de custos de

transporte

BENEFÍCIOS

Redução das emissões de

CO2

Redução dos custos totais e

de transporte de matérias-

primas em 5%

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70 Benchmarking Internacional de Projetos Eco-inovadores

Knudsen Køling

Setor: Fabricação de máquinas e equipamentos

Dimensão: PME

País: Dinamarca

Descrição da Atividade

A Knudsen Køling é uma empresa dinamarquesa de média dimensão que produz e instala sistemas

de refrigeração comerciais para supermercados e áreas similares. A empresa desenvolveu extensa

investigação e desenvolvimento sobre o uso de CO2 como refrigerante.

Projeto

O projeto da Knudsen Køling procurou demonstrar os benefícios

comerciais e ambientais do uso de sistemas de refrigeração

transcríticos de CO2 em supermercados e áreas similares. Foi concebido

um sistema otimizado à base de CO2 e testada a sua capacidade de

refrigeração, eficiência energética, segurança e funcionalidade.

O projeto atingiu os seus objetivos, funcionando o sistema de forma

satisfatória nos espaços a que estava destinado, tendo sido necessário

um aumento da pressão de operação, o que envolveu redesenhar os

componentes do compressor, bem como substituir as tradicionais

tubagens em cobre por tubagens em aço nos ciclos de evaporação de

refrigeração do frigorífico.

A nova tecnologia permite reduzir os custos de produção, comparativamente a tecnologias HFC

(hidrofluorocarbonetos), bem como reduzir os custos operacionais, em função dos seguintes fatores:

Menor consumo energético – o consumo energético de um sistema à base de CO2 é 4% menor face a

um sistema HFC (sistema R404a paralelo);

Menores custos de manutenção, em função do preço mais baixo do refrigerante de CO2.

Estes fatores levam a uma redução dos custos combinados de aquisição e manutenção de cerca de 5%.

Adicionalmente, a tecnologia oferece maior segurança e fiabilidade face aos modelos HFC, bem como melhoria

dos impactes ambientais.

As oportunidades comerciais são particularmente relevantes no segmento de menor potência (frigoríficos até

100 kW), em virtude de uma competitividade assente nos fatores preço e simplicidade. A tecnologia

transcrítica de CO2 é considerada de fácil manutenção e o CO2 encontra-se disponível a preços competitivos,

não havendo por isso limitações geográficas à implementação da nova tecnologia.

A tecnologia pode ser aplicada em equipamentos como unidades de condensação, unidades herméticas de

plug-in e máquinas de vending. Após este projeto, diversos outros fabricantes desenvolveram tecnologias

similares, estando já esta tecnologia a ser utilizada em grande escala, tendo conduzido a elevados benefícios

ambientais, essencialmente devido à redução do uso de HFC. Esta é uma questão particularmente importante,

numa altura em que a União Europeia enceta esforços no sentido de minimizar o uso de HFC.

BENEFÍCIOS

Redução do consumo

energético no uso dos

equipamentos em 4%

Redução dos custos de

aquisição e manutenção

em 5%

Redução do uso de HFC e

das emissões de CO2

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ECOPRODUTIN - Produtividade na Indústria pela Eco-inovação 71

4.2. PROJETOS E TECNOLOGIAS ECO-INOVADORAS EM

DESENVOLVIMENTO

Neste capítulo do estudo identificam-se diversos projetos e tecnologias eco-inovadoras em desenvolvimento

um pouco por toda a Europa, que poderão servir como fonte de inspiração às empresas portuguesas ou como

um primeiro contacto com projetos cuja implementação faça sentido na sua organização. No final da descrição

de cada projeto, apresenta-se o website em que os interessados poderão encontrar mais informação.

PROJETO_ i-NanoTool

Duração: 01/07/2013 – 31/12/2015

Setor: Multissetorial

Países a desenvolver o projeto: Espanha, Finlândia, Roménia e Portugal

Descrição do Projeto

O i-NanoTool é um projeto europeu, direcionado ao desenvolvimento de uma ferramenta interativa

para implementação da legislação ambiental em produtores de nanopartículas.

Problema

A produção de nanomateriais envolve potencialmente vários riscos ambientais, diretamente relacionados com

o processo (produção e incorporação em nanocompósitos) e com os resíduos gerados, que podem

compreender tipologias como desperdícios contaminados, filtros e equipamentos descartados.

Objetivo

O i-NanoTool pretende contribuir para a implementação eficiente de legislação e políticas ambientais em

empresas produtoras de nanopartículas, especialmente PME. Está previsto o desenvolvimento de uma

plataforma interativa (e-tool) para um autodiagnóstico ambiental dirigido aos produtores de nanopartículas

nos países europeus.

Resultados esperados

O i-NanoTool permitirá uma redução do impacte ambiental do processo de produção de nanomateriais,

através da consolidação de conhecimentos, implementação, atualização, acompanhamento e avaliação de

legislação e políticas ambientais, aplicável aos produtores de nanopartículas, seja a nível regional, nacional

e/ou europeu.

Estima-se que a ferramenta desenvolvida no âmbito deste projeto seja implementada em 20 produtores de

nanomateriais na Europa ainda durante a vigência do mesmo. Após o término do projeto é esperado um

impacto positivo cumulativo da ferramenta.

Prevê-se uma divulgação do i-NanoTool a cerca de 50% dos produtores de nanomateriais na Europa dada a

capacidade de disseminação do consórcio, com membros de 4 países europeus diferentes, e dos respetivos

contactos noutros países, possibilitando uma melhoria ambiental em aproximadamente 150 empresas.

Informação sobre o projeto

http://www.ecoweb.info/3086_4131_development-interactive-tool-implementation-

environmental-legislation-nanoparticle-manufac

http://www.inanotool.com

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72 Benchmarking Internacional de Projetos Eco-inovadores

PROJETO_ Ecrebo

Duração: 18/06/2012 – 17/06/2014

Setor: Comércio a retalho

Países a desenvolver o projeto: Reino Unido, França, Alemanha e Espanha

Descrição do Projeto

A tecnologia em que assenta o projeto Ecrebo permite aos retalhistas emitir recibos e cupões

digitais, a partir das infraestruturas de ponto de venda já existentes, recorrendo a um simples

upgrade de software.

Como funciona

O Ecrebo é uma tecnologia inovadora de grande simplicidade e segurança, que permite aos retalhistas reduzir

os custos ambientais e financeiros dos recibos de papel e cupões.

Os clientes podem criar uma conta, que lhes permite receber e consultar recibos e vouchers de forma segura

online e através de aplicações para smartphone. O sistema é construído numa escala que permite que o

consumidor o possa utilizar na grande maioria das transações que efetua. Para acelerar o dimensionamento do

sistema, é aplicado um sistema "coupon at till", em que o consumidor recebe imediatamente um voucher no

momento de aquisição, no ponto de venda.

Adicionalmente, o sistema cria uma gigantesca base de dados de clientes, facilmente consultável, permitindo

uma melhor e mais direcionada gestão de marketing às empresas.

Resultados esperados

Redução da quantidade de papel utilizado na emissão de faturas e cupões;

Gestão em tempo real de campanhas de marketing direcionadas a milhões de clientes, sem necessidade

de fidelização;

Entrega imediata e direcionada de cupões a clientes específicos, diretamente no ponto de interesse;

Redução do uso de papel utilizado em campanhas de marketing de entrega por correio;

Redução de emissões de CO2 associadas ao marketing de publicidade endereçada;

Acesso à plataforma online, sem necessidade de software nativo.

Informação sobre o projeto

http://www.eaci-projects.eu/eco/page/Page.jsp?op=project_detail&prid=2187

http://www.ecrebo.com

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ECOPRODUTIN - Produtividade na Indústria pela Eco-inovação 73

PROJETO_ NAHCO3

Duração: 01/07/2011 – 30/06/2014

Setor: Gestão de Resíduos

Países a desenvolver o projeto: Holanda

Descrição do Projeto

Uma tecnologia inovadora de reutilização de CO2 através da captura do produto dos gases de

combustão de uma unidade de valorização de resíduos, utilizando-o para a produção de

bicarbonato de sódio, resultante da reação alcalina com hidróxido de sódio ou carbonato de sódio.

Problema

O aumento das emissões de dióxido de carbono é a principal causa para o aquecimento global, provocando

efeitos desastrosos no meio ambiente. As tecnologias atuais de redução das emissões, maioritariamente

tecnologias de captura e armazenagem de carbono, têm graves desvantagens técnicas e financeiras (consumos

energéticos, custos de investimento, consumo de absorventes, etc.).

Objetivo

A Twence é uma empresa de gestão de resíduos holandesa e que está a desenvolver uma tecnologia inovadora

que permite a reutilização de dióxido de carbono através da captura de resíduos provenientes de gases de

combustão emitidos na unidade de valorização de resíduos (waste-to-energy) da empresa, que serão utilizados

para a produção de bicarbonato de sódio (NaHCO3), resultante de uma reação alcalina com hidróxido de sódio

(NaOH) ou carbonato de sódio (Na2CO3).

O bicarbonato de sódio será utilizado para a limpeza de gases de combustão na unidade incineradora (remoção

de componentes ácidos), reduzindo custos de aquisição de bicarbonato de sódio dispendioso.

Resultados esperados

A criação de uma nova tecnologia de captura de dióxido de carbono que permitirá reduzir custos de

investimento, diminuir consumos de líquidos de absorção e reduzir custos operacionais;

A criação de uma nova tecnologia de captura de dióxido de carbono com capacidade para a produção de

bicarbonato de sódio in situ, para utilização nos sistemas de limpeza de gases de combustão da unidade

de valorização de resíduos;

A avaliação das potencialidades da produção in situ, armazenagem e reutilização de dióxido de carbono;

A avaliação das perspetivas económico-financeiras da nova tecnologia.

Informação sobre o projeto

http://www.ecoweb.info/1072_1958_producing-sodium-bicarbonate-carbon-dioxide-

captured-flue-gasses-waste-incineration

http://www.twence.nl

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74 Benchmarking Internacional de Projetos Eco-inovadores

PROJETO_ Erutan

Duração: 01/12/2012 – 30/11/2015

Setor: Têxtil

Países a desenvolver o projeto: Áustria, Holanda e Espanha

Descrição do Projeto

A tecnologia em que assenta o projeto Erutan permite criar um ciclo biológico completamente

fechado na produção de tapeçaria, eliminando o uso de químicos e materiais não recicláveis,

culminando num produto 100% reutilizável e biodegradável.

Como funciona

Hoje em dia, a reciclagem de um tapete usual não corresponde a mais de 20% dos materiais utilizados – os

resíduos são incinerados apenas para o reaproveitamento energético.

O projeto Erutan ("nature" – natureza – escrito de forma inversa) é uma solução ecológica para a indústria

mundial de tapeçaria. Consiste na produção de tapeçaria utilizando apenas materiais naturais, excluindo

produtos sintéticos e químicos danosos para o ambiente. O produto final será biodegradável e 100%

reutilizável. É a primeira aplicação industrial direcionada a tapeçaria com um ciclo biológico completamente

fechado.

Para além da anulação de resíduos, a produção destes tapetes de lã requer um consumo energético

significativamente menor durante a lavagem das matérias-primas e particularmente durante a utilização de

enzimas no processo. Adicionalmente, a substituição de substâncias não-renováveis e químicos por enzimas

leva a uma redução do peso, que contribui para menores custos de transporte e gastos de combustível.

Resultados esperados

Industrialização de um processo de lavagem de lã não transformada, como alternativa à abordagem

convencional à base de químicos e um processo de apoio com recurso a colas naturais, geradas através

de enzimas in situ;

Adoção desta tecnologia em cerca de 10% do mercado até 2015;

Redução das emissões de CO2 associadas de 25%;

Reutilização de 100% dos resíduos produzidos;

Reciclagem de 100% dos materiais utilizados;

Redução do consumo energético em 20%, face aos métodos convencionais.

Informação sobre o projeto

http://www.eaci-projects.eu/eco/page/Page.jsp?op=project_detail&prid=2201

http://www.erutan.eu

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ECOPRODUTIN - Produtividade na Indústria pela Eco-inovação 75

PROJETO_ Refertil

Duração: 01/10/2011 – 30/09/2015

Setor: Agricultura

Países a desenvolver o projeto: França, Hungria, Eslovénia, Espanha, Dinamarca, Israel, Alemanha,

Holanda, Reino Unido, Itália

Descrição do Projeto

Processo avançado de tratamento de bio-resíduos e de recuperação de nutrientes, com uma

performance de "zero emissões", do qual resultarão fertilizantes naturais, combinado de compostos e

biomassa carbonizada (biochar), que são seguros, ecológicos, económicos e estandardizados.

Problema

Cerca de 40% da área da UE-27 encontra-se dedicada a fins agrícolas, o que denota a importância da

agricultura para o ambiente natural europeu. As atividades agrícolas e humanas causaram uma distorção nos

ciclos naturais de azoto e fósforo na Europa, estimando-se que a atividade humana tenha duplicado a

quantidade global de azoto reativo em circulação e triplicado a quantidade de fósforo desde a revolução

industrial. A agricultura industrial está altamente dependente da entrada contínua destes dois elementos.

Os fertilizantes de azoto requerem enormes quantidades de energia (indústria dos fertilizantes de azoto é a

maior consumidora de gás natural na Europa) e causam emissões de GEE. Já o fósforo é um recurso finito,

sendo apontado que as suas reservas estão perto da exaustão, o que é particularmente problemático, uma vez

que não existe um substituto ao fósforo na agricultura.

É fundamental combater este problema, bem como reduzir o uso de fertilizantes minerais e químicos na

agricultura. Esse objetivo pode ser atingido através da reciclagem e reutilização de resíduos orgânicos tratados

como composto e produtos de biomassa carbonizada.

Objetivo

O Refertil pretende contribuir para a transformação de resíduos urbanos orgânicos, subprodutos da indústria

alimentar e resíduos orgânicos provenientes da agricultura, de um processo de deposição dispendioso para

uma atividade geradora de receita adicional para as empresas. Paralelamente, pretende reduzir o uso de

fertilizantes minerais e produtos químicos na agricultura, incrementando a sustentabilidade ambiental,

ecológica e económica das culturas.

Resultados esperados

Processo de tratamento de bio-resíduos e recuperação de nutrientes, de "zero emissões";

Produtos combinados de compostos e biomassa carbonizada, seguros, económicos e estandardizados;

Forma estandardizada para cumprir com normativos ambientais na agricultura industrial.

Informação sobre o projeto

http://www.ecoweb.info/1031_1780_refertil-improvement-comprehensive-biowaste-

transformation-nutrient-recovery-treatment-pro

http://www.refertil.info

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76 Benchmarking Internacional de Projetos Eco-inovadores

PROJETO_ Ciarm

Duração: 01/12/2011 – 31/07/2014

Setor: Construção

Países a desenvolver o projeto: França, Grécia e Reino Unido

Descrição do Projeto

O projeto Ciarm oferece ao setor da construção a primeira placa para construção totalmente

produzida a partir de resíduos reciclados, reduzindo o fluxo de resíduos associado ao setor.

Como funciona

O projeto Ciarm criou a primeira placa de construção totalmente fabricada a partir de resíduos reciclados.

As placas RGH (Recycled Glass Hybrid – híbrido de vidro reciclado) são o produto final, que numa fase

experimental foram concebidas recorrendo a 144 toneladas de resíduos com uma pegada de carbono de

278g CO2e, comparativamente a 12.000g CO2e nas placas de gesso comuns.

O objetivo da empresa que fabrica o produto é licenciar a tecnologia a outras empresas do setor, permitindo-

lhes reduzir o seu fluxo de resíduos e pegada de carbono.

Resultados esperados

Produção de placas para construção, de qualidade comparável às comuns, construídas a partir do novo

material RGH;

Acreditação do material para uso no setor da construção civil;

Transformação de resíduos de construção civil em recursos aplicáveis;

Redução das emissões de CO2 e pegada de carbono;

Obtenção de uma quota de mercado de 0,5%, ao fim de 5 anos, no mercado das placas de gesso, com o

novo produto RGH.

Informação sobre o projeto

http://www.eaci-projects.eu/eco/page/Page.jsp?op=project_detail&prid=2069

http://www.c2muk.co.uk/ciarm.html

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ECOPRODUTIN - Produtividade na Indústria pela Eco-inovação 77

PROJETO_ Libralato

Duração: 01/12/2011 – 31/05/2014

Setor: Indústria automóvel

Países a desenvolver o projeto: Reino Unido

Descrição do Projeto

O Libralato é um motor de rotor (motor wankel) revolucionário. É o primeiro motor a "um tempo" do

mundo – todas as fases do motor ocorrem em cada uma das revoluções, em paralelo. É tão ou mais

eficiente do que um motor a diesel (utilizando gasolina), mas com metade do tamanho e do peso (e

um custo muito inferior).

Objetivo

Apenas 4 peças móveis fundamentais: rotor primário, rotor secundário, palhetas deslizantes, porta de

exaustão rotativa – balanço dinâmico com vibração excecionalmente baixa;

Novo ciclo termodinâmico de troca gasosa entre três câmaras;

Aumento da eficiência global em 9%;

Redução de 30% das emissões de CO2 em motores de gasolina de eficiência 30% e redução de 22% das

emissões em motores a diesel de 40% de eficiência;

Aumento da eficiência termal em 4%, fruto de compressão assimétrica e volumes de expansão;

Aumento da eficiência mecânica em 5%, em função da conceção – binário transferido diretamente ao

veio de saída;

Redução do tamanho e peso em 50%;

Redução dos custos em 30%, em função de redução da massa, eliminação de bielas, cambota,

válvulas, eixos de comando de válvulas, etc.;

Redução do ruído em 50%.

Resultados esperados

Tecnologia inovadora a ser utilizada em veículos híbridos elétricos de baixo custo (a redução na

dimensão e peso permite que todos os componentes híbridos, incluindo baterias, caibam nas

cavidades standard do motor);

Carros com um consumo inferior a 2,8 litros/100 km e emissões de 60g/km de CO2;

Maior eficiência do que motores a diesel e gasolina;

Cumprimento do padrão Euro 6, sobre emissões de veículos ligeiros, a vigorar a partir de setembro

de 2014;

Payback resultante da poupança de combustível de 2 anos.

Informação sobre o projeto

http://www.ecoweb.info/3020_3906_libralato-engine-prototype

http://www.libralato.co.uk

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78 Benchmarking Internacional de Projetos Eco-inovadores

PROJETO_ Coldtainer

Duração: 24/07/2013 – 23/07/2015

Setor: Logística

Países a desenvolver o projeto: Alemanha e Itália

Descrição do Projeto

O Projeto pretende desenvolver um novo tipo de contentor frigorífico ativo que permite a produtores

e transportadores entregar alimentos perecíveis em paletes únicas, passíveis de transporte em

veículos não-refrigerados e de carga fracionada.

Como funciona

Não existe no mercado um serviço similar ao oferecido pelo Coldtainer. O projeto é uma verdadeira inovação

em termos de dimensão e performance, permitindo racionalizar os consumos de energia e reduzir os impactes

ambientais associados a bens alimentares perecíveis no transporte de curta e média distância, apresentando-

se como uma solução ecológica que permite uma logística e sistema de distribuição alimentar mais céleres e

limpos.

Resultados esperados

O projeto irá permitir:

Benefícios ambientais

Menor consumo de recursos nas operações de transporte e armazenagem, redução no consumo de

materiais e emissões de CO2, comparativamente às soluções atuais.

Benefícios económicos

o Possibilidade dos transportadores entregarem em locais sem hubs de refrigeração, com

tempos de trânsito mais curtos e custos inferiores, em total respeito com as condições

básicas de segurança alimentar;

o Possibilidade das empresas transportadoras entrarem no mercado da "refrigeração", com um

investimento baixo, evitando o recurso a frotas de veículos especializados e armazéns

refrigerados;

o Possibilidade das empresas de logística "expresso" otimizarem a rede que compõe a sua frota

internacional de veículos, recorrendo a um serviço de elevada rentabilidade.

Criação de uma nova ferramenta de logística (Coldtainer) que é do interesse de empresas de logística

bem como de produtores.

Informação sobre o projeto

http://www.eaci-projects.eu/eco/page/Page.jsp?op=project_detail&prid=2227

http://www.euroengel.it

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ECOPRODUTIN - Produtividade na Indústria pela Eco-inovação 79

PROJETO_ Adfimax

Duração: 01/10/2012 – 30/09/2014

Setor: Alimentação e Bebidas

Países a desenvolver o projeto: França, Espanha, Alemanha e Reino Unido

Descrição do Projeto

O Adfimax pretende melhorar a segurança da alimentação líquida, removendo micotoxinas e

substituindo o atual adjuvante de filtração (Kieselguhr), que é um carcinogéneo humano. Assume

aplicação interssetorial, sendo o foco de aplicação as indústrias da cerveja e do vinho.

Problema

Tanto a indústria da cerveja como a indústria do vinho consomem elevadas quantidades de Kieselguhr, e têm

requisitos legais ambientais de minimização de resíduos de toxinas nos seus processos produtivos a cumprir.

Como funciona

O Adfimax é um adjuvante de filtração assente num processo de tratamento inovador aplicado a determinadas

fibras naturais vegetais. O tratamento incrementa a capacidade da fibra para adsorver preferencialmente

contaminantes tóxicos de bebidas, aumentando a sua capacidade para funcionar como adjuvante de filtração.

Originalmente direcionado à remoção de micotoxinas nas indústrias da cerveja e do vinho, esta tecnologia

demonstrou também a capacidade de remover resíduos de pesticidas com uma eficiência superior aos

métodos tradicionais.

Resultados esperados

Produção de um adjuvante de filtração apenas com materiais naturais e com uma eficácia de filtração

igual, no mínimo, ao Kieselguhr, o líder de mercado mundial;

Redução de substâncias como micotoxinas ou pesticidas em, pelo menos, 80%;

Eliminação de preocupações ambientais e de saúde associadas ao uso e deposição de Kieselguhr;

Produção do novo sistema em quantidades suficientes para abastecer o mercado industrial;

Modelização do sistema para que possa ser utilizado como uma solução personalizada para problemas

específicos no setor agroalimentar.

Informação sobre o projeto

http://www.ecoweb.info/3081_4035_demonstration-innovative-filter-aid-technology-reduce-

undesirable-substances-pesticides-my

http://www.adfimax.com

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80 Benchmarking Internacional de Projetos Eco-inovadores

PROJETO_ Adoxpol

Duração: 01/12/2012 – 30/11/2014

Setor: Multissetorial

Países a desenvolver o projeto: Noruega, Republica Checa, Polónia e Reino Unido

Descrição do Projeto

O projeto Adoxpol é uma tecnologia inovadora de purificação de águas residuais à base de ozono,

permitindo ao utilizador final (no setor industrial) diminuir a produção de águas residuais e reutilizar

aquelas que produz.

Como funciona

Parte central do sistema é uma unidade de injeção de ozono, desenvolvida para maximizar o processo de

oxidação com quantidades mínimas de ozono. O ozono permite a oxidação de substâncias recalcitrantes e,

conjuntamente com uma nova câmara de flutuação desenvolvida para o projeto, incrementa a difusão ótima

de microbolhas, coalescência de materiais coloidais e remoção eficiente de aglomerados de espumas

coagulados/poluentes adsorvidos.

Resultados esperados

Impacte ambiental – os sistemas tradicionais de flutuação por ar dissolvido (FAD) utilizam floculantes

e coagulantes no processo de tratamento, incluindo químicos que podem ter um impacte negativo no

ambiente. Adicionalmente, o uso de floculantes e coagulantes polui as lamas que seriam de outra

forma reutilizáveis. O processo Adoxpol utiliza ozono no processo de flutuação, que possui um efeito

coagulante que ajuda a unir as partículas para melhor flutuação. Paralelamente, o ozono fomenta a

oxidação e desinfeção.

Não são adicionados químicos no processo, salvaguardando o ambiente e possibilitando a reutilização

das lamas.

Desenvolvimento de 5 modelos distintos do sistema, que permitem o tratamento de águas residuais:

o Num sistema de contentor – até 15 m3/hora;

o Até 10 m3/hora;

o Até 30 m3/hora;

o Até 80 m3/hora;

o Até 100 m3/hora.

Informação sobre o projeto

http://www.eaci-projects.eu/eco/page/Page.jsp?op=project_detail&prid=2205

http://www.adoxpol.com

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ECOPRODUTIN - Produtividade na Indústria pela Eco-inovação 81

PROJETO_ Sustainability Maker

Duração: 01/06/2012 – 31/05/2015

Setor: Multissetorial

Países a desenvolver o projeto: Alemanha e Itália

Descrição do Projeto

O projeto Sustainability Maker consiste no desenvolvimento de uma plataforma online sobre

sustentabilidade empresarial, com o objetivo de aproximar intervenientes do mercado da

sustentabilidade e empresas. O objetivo é facilitar o acesso das PME à inovação, através de uma

plataforma aberta e de um instrumento de financiamento.

Como funciona

O projeto "Sustainability Maker" pretende tomar partido de tecnologias agregadoras como os novos media e

outras estratégia inovadoras bottom up (da base para o topo) para ajudar a resolver o problema de

sustentabilidade das empresas. O objetivo é criar uma plataforma e rede online, o Sustainability Maker, que

parte de uma perspetiva colaborativa como forma de encontrar soluções criativas.

O projeto alia à plataforma aberta uma aplicação móvel e reuniões físicas anuais, com o objetivo de aproximar

pessoas e empresas para que estas possam endereçar os seus problemas de sustentabilidade de forma

conjunta, produzindo soluções conjuntas e menos dispendiosas. O projeto aproxima também entidades com

problemas de sustentabilidade e entidades que oferecem soluções de sustentabilidade.

Adicionalmente, o projeto incorpora também um mecanismo de financiamento para atividades de

eco-inovação.

Resultados esperados

Desenvolvimento de uma plataforma online (Sustainability Maker) que inclui inovações abertas,

atividades de recrutamento e oportunidades de financiamento, oferecendo soluções inovadoras;

Aplicação Sustainability Maker para smartphone;

Desenvolvimento de uma rede de intervenientes (empresas, universidades, professores, etc.) na UE,

numa primeira fase em Itália, Polónia, Hungria, Dinamarca e Alemanha, contando com cerca de 58 mil

participantes;

Instrumento inovador de financiamento Sustainability Maker;

Redução dos custos de time-to-market da inovação e da sustentabilidade;

Permitir às PME participar em atividades de inovação e recrutamento abertas;

Estabelecer uma nova forma de financiamento da eco-inovação, promovendo parcerias estratégicas.

Informação sobre o projeto

http://ec.europa.eu/environment/life/project/Projects/index.cfm?fuseaction=search.dspPage

&n_proj_id=4409

http://sustainabilitymaker.org

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82 Benchmarking Internacional de Projetos Eco-inovadores

PROJETO_ Mesmoproc

Duração: 01/08/2012 – 31/07/2015

Setor: Tratamento de superfícies metálicas/placas de circuito impresso

Países a desenvolver o projeto: Reino Unido, Holanda, França e República Checa

Descrição do Projeto

O Mesmoproc é um processo eletroquímico sem máscaras de modificação de superfícies, inovador,

sustentável, de baixo custo, eficiente em termos de consumo energético e de materiais, aplicável à

metalização seletiva de dispositivos de microescala, componentes e placas de circuito impresso.

Como funciona

O projeto Mesmoproc consiste num processo, apelidado de Enface (micro e nano fabricação eletroquímica,

através de engenharia e química sustentáveis), que transfere padrões para superfícies de substrato. O cobre é

gravado em áreas selecionadas e posteriormente depositado diretamente nessas áreas, que se mantêm

metalizadas.

A capacidade do processo Enface para gravar e galvanizar em áreas de micro-dimensão está já provada.

Objetivo

O projeto Mesmoproc visa a conceção de um processo inovador que combina a engenharia de reator

eletroquímico com agitação por ultrassons, que permita o tratamento de metalização de dispositivos à

microescala, componentes e placas de circuito impresso, sem recorrer ao uso de etapas fotolitográficas

convencionais repetitivas.

Haverá menos etapas face a processos convencionais, serão consumidos menos produtos químicos e

produzidos menos resíduos.

Resultados esperados

Um processo inovador de baixo custo, eficiente em recursos e de maior sustentabilidade, a implementar à

escala industrial. Permitirá maior eficiência operacional, através de um processo mais simples, mais curto e

com menor intensidade de materiais e energia, produzindo menor quantidade de resíduos e emissões de CO2.

No final do projeto, é esperado que o novo processo permita uma redução de 95% das emissões de dióxido de

carbono, comparativamente com os processos litográficos convencionais, bem como reduções similares no uso

de materiais valiosos e produtos químicos perigosos/tóxicos associados. Espera-se também uma minimização

de resíduos (redução em cerca de 20 vezes) e desvio de resíduos de aterro, bem como redução nos consumos

de água e energia, também em cerca de 95%.

É expectável que cerca de 2 mil empresas dos setores do tratamento de superfícies e de placas de circuito

impresso possam vir a adotar esta tecnologia num prazo de 10 a 15 anos.

Informação sobre o projeto

http://www.ecoweb.info/1100_1986_maskless-electrochemical-surface-modification-process

http://mesmoproc.eu

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ECOPRODUTIN - Produtividade na Indústria pela Eco-inovação 83

PROJETO_ Waste2bio

Duração: 01/09/2012 – 31/08/2015

Setor: Gestão de resíduos

Países a desenvolver o projeto: Grécia

Descrição do Projeto

O projeto pretende desenvolver uma tecnologia que, através de processos biológicos, converte

grandes quantidades de bio-resíduos em bio-etanol.

Problema

A gestão de resíduos sólidos na Europa contínua a ser um enorme desafio. A deposição em aterro contínua a

ser o destino final mais usado na gestão de resíduos na maioria dos países europeus, resultando num

desperdício desnecessário de materiais e energia, poluição ambiental e impactos negativos na saúde e

qualidade de vida nos países-membros. Da totalidade de resíduos sólidos produzidos na Europa todos os anos,

cerca de 40% a 50% são bio-resíduos – os restantes são resíduos recicláveis como papel, metais e embalagens.

Os bio-resíduos, que têm um elevado conteúdo de água (entre 65% a 98%), causam inúmeros problemas

económicos e ambientais. A maior ameaça ambiental é a produção de metano, um gás com um forte efeito de

estufa (GEE), 25 vezes mais potente do que o dióxido de carbono (CO2). Se o tratamento de bio-resíduos fosse

maximizado, as emissões associadas de GEE seriam substancialmente reduzidas. A deposição em aterro,

incineração, compostagem ou digestão anaeróbia oferecem uma solução limitada para o problema.

Resultados esperados

Conceção, desenvolvimento, teste, otimização e avaliação de uma instalação inovadora para a produção

de bio-etanol a partir de bio-resíduos, através de processos de bio-conversão. A instalação permitirá

converter mais de 70% dos bio-resíduos em bio-etanol de segunda geração. O bio-etanol será utilizado

como substituto de combustíveis fósseis;

Desvio de resíduos de aterro, reduzindo emissões atmosféricas, para a água e para o solo;

Facilitar o cumprimento de legislação ambiental, como a diretiva europeia 1999/31/EEC, relativa a

aterros, a diretiva sobre a promoção de eletricidade renovável (diretiva 2001/77/EC) e a diretiva sobre

biocombustíveis (diretiva 2003/30/EC);

Proposta de aplicação do novo método em grande escala.

Informação sobre o projeto

http://ec.europa.eu/environment/life/project/Projects/index.cfm?fuseaction=search.dspPage

&n_proj_id=4266

http://www.waste2bio.eu

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84 Benchmarking Internacional de Projetos Eco-inovadores

PROJETO_ SusFoFlex

Duração: 01/01/2012 – 31/12/2014

Setor: Alimentar/embalagem

Países a desenvolver o projeto: Finlândia, Espanha, Irlanda, Portugal, Turquia, Hungria, Noruega, Itália

Descrição do Projeto

Desenvolvimento de soluções inovadoras de embalagem de produtos alimentares, que reduzam os

impactes ambientais e os custos das empresas.

Como funciona

A metodologia para a execução do projeto consiste no seguinte:

Desenvolvimento de uma atuação adaptável a diferentes categorias de alimentos;

Identificação de requisitos de armazenagem de produtos alimentares;

Identificação de propriedades de soluções tradicionais de embalagem;

Desenvolvimento de materiais de embalagem sustentáveis e de performance competitiva;

Desenvolvimento de soluções de embalagem inovadoras e de melhor performance;

Demonstração de resultados a pequena escala industrial.

Objetivo

Conceção de tecnologias avançadas e flexíveis para embalagem ativa, inteligente e sustentável de produtos

alimentares.

Resultados esperados

O desenvolvimento de soluções de embalagem inovadoras com as seguintes características:

Sustentáveis – materiais de embalagem e aditivos oriundos de materiais respeitadores do ambiente,

materiais biodegradáveis oriundos de subprodutos agroalimentares ou materiais de embalagem

tradicionais, combinados com as soluções referidas, de modo a que a quantidade utilizada possa ser

reduzida;

Que aumentem/melhorem o prazo de validade de alimentos embalados – materiais de embalagem com

propriedades antioxidantes e de barreira melhoradas;

Que reduzam perdas de alimentos – graças à capacidade de dilatar o prazo de validade e/ou incorporar

sensores à base de nanomateriais (embalagem inteligente).

Informação sobre o projeto

http://www.ecoweb.info/980_1804_smart-sustainable-food-packaging-utilizing-flexible-

printed-intelligence-materials-technolo

http://www.susfoflex.com

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ECOPRODUTIN - Produtividade na Indústria pela Eco-inovação 85

PROJETO_ BiMoP

Duração: 01/10/2013 – 30/09/2015

Setor: Produtos químicos/borracha e plástico

Países a desenvolver o projeto: Itália

Descrição do Projeto

Desenvolvimento de monómeros e polímeros de cura térmica e ultravioleta (UV) de "bio-inspiração",

recorrendo à aplicação de ácido itacónico (AI).

Como funciona

O ácido itacónico é produzido pela fermentação de um fungo, o Aspergillus terreus.

Os monómeros e polímeros à base de ácido itacónico são utilizados para a produção de colas de base biológica

e tintas, de modo a garantir que as embalagens feitas de ácido polilático (APL) mantêm as propriedades de

biodegradabilidade e compostagem necessárias para o cumprimento de padrões ambientais, nomeadamente o

padrão europeu EN 13432.

O projeto BiMoP focaliza-se na aplicação de ácido itacónico e seus derivados:

Como diluentes reativos para foto e termopolimerização na produção de revestimentos, tintas e colas;

Como agente de cura de resinas epoxídicas para substituição de produtos químicos perigosos,

poliaminas e poliamidoaminas danosas para o ambiente;

Para sintetizar resina poliéster não saturada de base biológica, por reação de policondensação, para

substituição de anidrido maleico (AM), que é perigoso para o ambiente e para a saúde humana;

Como uma alternativa mais segura e sustentável ao estireno, que é um produto tóxico perigoso para a

saúde humana;

Como derivado para a modificação de commodities (como o Polipropileno ou o polietileno) por

polímero, para eliminar o uso de anidrido maleico;

Como composto de polímeros de poliéster não saturado, por exemplo, laminados com fibras de vidro,

eliminando o estireno como diluente reativo.

Resultados esperados

Produção de resinas de poliéster não saturadas e derivados de ésteres dialquílicos para plastificantes

PVC (plastificantes isentos de ftalatos), a partir do ácido itacónico;

Utilização de misturas de cura por UV, compostas por poliésteres não saturados ou derivados de dialquil

no setor da embalagem de produtos alimentares, como tintas ou revestimentos mais seguros para o

utilizador final;

Aplicação de poliolefinas modificadas por ácido itacónico em colas termoplásticas e embalagens de

produtos alimentares;

Produção de fita adesiva e laminados, respeitando o regulamento REACH;

Diminuição das emissões de estireno em cerca de 8%, substituindo-o pelos monómeros e polímeros à

base de AI;

Diminuição das emissões de formaldeído em cerca de 8%, substituindo as resinas de fenol/formaldeído

por resinas epoxídicas, com derivados de AI como agentes curativos.

Informação sobre o projeto

http://ec.europa.eu/environment/life/project/Projects/index.cfm?fuseaction=search.dspPage

&n_proj_id=4517

http://www.life-bimop.eu

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86 Benchmarking Internacional de Projetos Eco-inovadores

PROJETO_ LCA to go

Duração: 01/01/2011 – 31/12/2014

Setor: Multissetorial

Países a desenvolver o projeto: Alemanha, Irlanda, Polónia, Espanha, Bélgica, Áustria, Holanda e

Reino Unido

Descrição do Projeto

O projeto LCA to go visa promover a implementação de metodologias de análise do ciclo-de-vida

(ACV) de caráter setorial, nas PME.

A redução da pegada de carbono de produtos é um ponto de entrada ideal para implementação

de metodologias de ACV em PME.

O projeto pretende eliminar o diferencial linguístico entre a terminologia ambiental utilizada na ACV

e a linguagem de engenharia utilizada por quem desenvolve os produtos.

Problema

A análise do ciclo-de-vida (ACV) é considerada a ferramenta mais avançada para melhoria da performance

ambiental de produtos. Há, no entanto, barreiras que reduzem a sua implementação, particularmente ao nível

das PME, como a intensidade de informação, custos e know-how necessário a desenvolver estudos de ACV.

Abordagens de ecodesign específicas a setores, sem necessidade de conhecimento prévio da metodologia ACV

são o futuro. É assim necessário um avanço nesta matéria.

Objetivo

Incrementar o uso de ferramentas ACV nas PME;

Desenvolvimento de métodos e ferramentas operacionais simples;

Desenvolvimento de abordagens ACV e de ecodesign ao nível setorial;

Desenvolvimento de caixa de ferramentas open source baseada na web.

Resultados esperados

Desenvolvimento de métodos e ferramentas setoriais para os setores dos plásticos de base vegetal, maquinaria

industrial, eletrónica (incluindo placas de circuito impresso, semicondutores e componentes passivos), energias

renováveis, sensores e têxteis inteligentes. A escolha destes setores deve-se à importância da melhoria da

performance ambiental associada, bem como à necessidade de uma imagem mais "verde".

Informação sobre o projeto

http://www.ecoweb.info/3_3_open-source-toolbox-life-cycle-assessment-lca

http://www.lca2go.eu

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ECOPRODUTIN - Produtividade na Indústria pela Eco-inovação 87

PROJETO_ H2 Al Recycling

Duração: 01/01/2012 – 28/03/2016

Setor: Energia

Países a desenvolver o projeto: Espanha

Descrição do Projeto

O projeto H2 Al Recycling pretende desenvolver uma instalação capaz de obter hidrogénio, para

utilizar como uma fonte de energia alternativa, através de um processo ecológico.

Problema

Uma das grandes prioridades na União Europeia é a redução das emissões de dióxido de carbono causadas pela

combustão de combustíveis fósseis, parte integrante da luta contra as alterações climáticas. Uma das áreas

mais importantes deste combate é o desenvolvimento de novos e mais eficientes métodos de produzir

eletricidade, recorrendo a fontes de energia renováveis. O hidrogénio é um combustível encarado como sendo

de grande potencial para a diminuição das emissões de poluentes e GEE.

Embora a utilização do hidrogénio como combustível seja bastante limpa, há duas grandes desvantagens ao

uso deste gás como fonte alternativa de energia limpa: em primeiro lugar, o processo produtivo consiste na

maioria dos casos na conversão catalítica de gás metano (CH4), o que por si só gera uma enorme quantidade de

CO2; em segundo lugar, é um elemento volumoso, quer na forma líquida, quer na forma gasosa, e altamente

inflamável. Assim, o seu transporte e armazenagem são custosos, perigosos e devem provavelmente ser

evitados.

Como funciona

O projeto procura explorar a reação entre o alumínio e resíduos de hidróxido de amónio provenientes de

outros processos industriais, que gera hidrogénio como subproduto. Pretende otimizar a eficiência do processo

de alimentação de pilhas de combustível (fuel cells).

Resultados esperados

Conceção e construção de uma instalação protótipo, capaz de produzir hidrogénio a partir de resíduos

de hidróxido de amoníaco – NH3 (aq) – e alumínio (Al), para alimentar uma pilha de combustível;

Produção de zero emissões de GEE;

Melhoria na recuperação de NH3 em 80%;

Eficiência energética de 100% no processo de geração de hidrogénio;

Eficiência global do processo de geração de energia superior a 80%;

Taxa de produção de hidrogénio de 1,6g H2/segundo;

Uma pilha de bateria com uma potência de 80 KW.

Informação sobre o projeto

http://ec.europa.eu/environment/life/project/Projects/index.cfm?fuseaction=search.dspPage

&n_proj_id=4213

http://japenergeticas.com/proyectos.html

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88 Benchmarking Internacional de Projetos Eco-inovadores

PROJETO_ HPRS

Duração: 01/07/2013 – 31/12/2015

Setor: Madeira/mobiliário

Países a desenvolver o projeto: Itália, Espanha e Bélgica

Descrição do Projeto

O projeto HPRS – High Pressure Resination System (sistema de aplicação de resina de alta pressão)

visa diminuir o uso de resina na indústria da produção de painéis, através da melhoria das

tecnologias de pulverização e mistura utilizadas no setor.

Problema

Cerca de 2% do valor acrescentado pela indústria transformadora europeia provém do setor da transformação

de madeira. O segmento da madeira prepara e processa uma enorme variedade de produtos, que são

utilizados em diversas aplicações nos setores da construção e do mobiliário de madeira. São fabricados

produtos como painéis de aglomerados de partículas, painéis de fibra de média densidade, contraplacados e

painéis de partículas orientadas (OSB).

O processo de mistura na fabricação destes produtos é uma fase crítica da sua produção, em que são utilizadas

resinas para misturar os diferentes tipos de partículas de madeira. Estas resinas, para além de acarretarem um

elevado consumo energético para a sua produção, são também perigosas para o ambiente e para a saúde

humana, uma vez que geram formaldeído nocivo.

Resultados esperados

Desenvolvimento de uma tecnologia que distribua as partículas de resina de forma mais eficiente,

comparativamente com as tecnologias atuais no mercado;

Desenvolvimento de uma tecnologia que reduza significativamente a resina utilizada no processo e

melhore a eficiência energética no setor da produção de painéis de madeira;

Produção de painéis de madeira, com performance superior aos atuais, em cumprimento com as

normas ISO 14040:2006 e ISO 14044:2006;

Redução consistente das emissões de químicos tóxicos à base de formaldeído (10%) e uma redução de

15% no consumo energético associado ao processo de mistura, bem como uma poupança energética

de 5% no processo de secagem de painéis de fibra de média densidade;

Redução no consumo energético associado aos processos de mistura e secagem, recorrendo a um

sistema de injeção que efetua a mistura preliminar na madeira e nas partículas de resina antes da

mistura convencional;

Redução de 10% nas emissões de substâncias voláteis, por m3 de painel;

Redução da pegada de carbono associada à produção de painéis à base de madeira.

Informação sobre o projeto

http://ec.europa.eu/environment/life/project/Projects/index.cfm?fuseaction=search.dspPage

&n_proj_id=4520

http://www.hprsproject.eu

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ECOPRODUTIN - Produtividade na Indústria pela Eco-inovação 89

5. COMPETÊNCIAS PORTUGUESAS DE

ECO-INOVAÇÃO

5.1. ENTIDADES PROMOTORAS DA ECO-INOVAÇÃO

Em Portugal, a Agência Nacional de Inovação (ANI), é a principal entidade pública responsável pela promoção

da eco-inovação. No entanto, existem outras entidades que cooperam para a promoção deste conceito no

nosso país. O quadro seguinte apresenta alguns dos principais players institucionais nesta matéria.

Quadro 35 – Entidades públicas portuguesas promotoras da Eco-inovação

Entidade

ANI – Agência Nacional de Inovação

APA – Agência Portuguesa do Ambiente

AICEP – Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal

DGAE – Direção-Geral das Atividades Económicas

ESPAP – Entidade de Serviços Partilhados da Administração Pública

LNEG – Laboratório Nacional de Energia e Geologia

Fonte: AICEP

Para além das entidades públicas, existem ainda diversas organizações de caráter privado que contemplam nas

suas funções a promoção da eco-inovação em Portugal. Essas organizações assumem a forma de associação e

clusters setoriais.

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90 Benchmarking Internacional de Projetos Eco-inovadores

O quadro seguinte apresenta algumas instituições de referência neste âmbito.

Quadro 36 – Entidades privadas portuguesas promotoras da Eco-inovação

Entidade

AEP – Associação Empresarial de Portugal

ADVID – Associação para o Desenvolvimento da Viticultura Duriense

Agrocluster Ribatejo

Cebal – Centro de Biotecnologia Agrícola e Agro-Alimentar do Baixo Alentejo e Litoral

CeifaCOOP – Cooperativa de Estudos, Investigação e Formação Ambiental

CentroHabitat – Cluster Habitat Sustentável

CTCV – Centro Tecnológico da Cerâmica e do Vidro

Ecoprogresso – Consultores em Ambiente e Desenvolvimento, S.A.

EH Lab – Executive Help - Laboratório Industrial, Lda

EnergyIN – Polo de Competitividade e Tecnologia da Energia

IPA – Inovação e Projectos em Ambiente, Lda

IteCons – Instituto de Investigação e Desenvolvimento Tecnológico em Ciências da

Construção

PRODUTECH – Polo das Tecnologias de Produção

PPA – Parceria Portuguesa para a Água

SGS Portugal, SA

Fonte: AICEP

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ECOPRODUTIN - Produtividade na Indústria pela Eco-inovação 91

5.2. EMPRESAS E PROJETOS ECO-INOVADORES

De seguida, apresentam-se algumas empresas e projetos eco-inovadores de destaque em Portugal.

Quadro 37 – Empresas e projetos eco-inovadores de destaque em Portugal

Empresa Projetos/Competências

Almadesign - Conceito e

Desenvolvimento de Design

Autocarro elétrico EL2500 para a CaetanoBus;

Prensa Greenbender para a Adira;

Veículo autónomo Cybercar para a Mobipeople;

Projeto Life para uma cabine de avião mais sustentável;

Projeto iSEAT para assentos de comboio feitos a partir de materiais

compósitos e naturais;

Projeto iBUS – soluções integradas mais leves em assentos para

autocarros.

AMBISYS, SA

Reator IASB para o tratamento anaeróbico direto de águas residuais

industriais com gordura;

Reator SLS para a codigestão de resíduos orgânicos e/ou culturas

energéticas contendo gordura.

Brisa Innovation Projeto Ecovia – criação de novos materiais a partir da reciclagem de

embalagens de cartão para alimentos líquidos, resíduos de borracha e plásticos

mistos, a serem utilizados no setor das infraestruturas rodoviárias.

Casas em movimento, Lda. Casas sustentáveis que interagem com as variações ambientais e de iluminação

ao longo do dia. Através de um movimento de rotação, a casa melhora o seu

aproveitamento da luz solar, incrementando a sua eficiência energética.

Cezero, Lda. Consultoria em sustentabilidade ambiental

Ciengis - Sistemas de

Controlo Avançado S.A.

Plantstreamer – sistema de monitorização de performance do processo

produtivo em tempo real, em instalações industriais;

Plantegrity – sistema de controlo para otimização económica de

instalações químicas, petroquímicas e centrais de produção

energética;

APCFAME – otimização da produção de biodiesel;

NAMPI – ferramentas de monitorização de instalações industriais.

Corticeira Amorim

Reaproveitamento de 100% dos resíduos produzidos;

Absorventes à base de cortiça;

Projeto Biobuild – parceiro neste projeto internacional que pretende

melhorar a eficiência energética das fachadas dos edifícios.

EcoChoice, SA

SBTool PT – Adaptação da ferramenta internacional para a

sustentabilidade na construção SBTool à realidade portuguesa, para os

setores do turismo, serviços e planeamento urbano;

Wallinblock – análise e desenvolvimento de soluções para a

maximização da performance global de paredes, com base na

patente OPENCELL;

Active Floor – desenvolvimento de pavimento à base de cortiça, com

capacidade para armazenagem de energia.

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92 Benchmarking Internacional de Projetos Eco-inovadores

Quadro 37 – Empresas e projetos eco-inovadores de destaque em Portugal (continuação)

Empresa Projetos/Competências

Ecodepur - Tecnologias de

Protecção Ambiental, Lda.

Microssistema de tratamento de águas residuais OXYBIO;

Microssistema de reciclagem de águas residuais DWW Recycler;

Filtro duplo de separação de fluídos DEPUROIL;

Aerador HIDROEPUR;

Sistema de reciclagem de águas cinzentas BIOX;

Sistema de reciclagem de águas ECODETOX.

Ecoinside

Ecoplanner – sistema baseado no conhecimento, em tempo real, de todas as

entradas (inputs), saídas (outputs) e processos industriais, permitindo também,

em tempo real, a avaliação dos desempenhos operacional, ambiental e

económico das unidades em que seja instalado.

Ecoperfil

Empresa que atua na área da sustentabilidade dos edifícios, oferendo soluções

no âmbito da performance energética de edifícios, consumo de água, análise

de sustentabilidade global, eficiência e reutilização de materiais e conceção

de sistemas.

Ecotoro

Empresa que criou um modelo inovador que recorre à biomassa para a

produção de energia térmica (água quente) para edifícios de média dimensão

para aquecimento central e banhos.

A Ecotoro é responsável pelo investimento em equipamentos, serviços, controlo

de qualidade e logística da biomassa. O cliente paga apenas a energia

consumida.

EDP Distribuição

Empresa desenvolveu o projeto InovGrid, uma smart grid em Évora. A cidade

assistiu também ao projeto InovCity, tendo estes projetos uma base de clientes

superior a 30 mil pessoas.

Efacec

Carregadores elétricos rápidos para veículos;

CaetanoBus;

Sistemas de controlo avançado.

EnerMeter

Projeto MEMIMETRIA – desenvolvimento de sistema para medição da

espessura de materiais em multicamada;

Projeto MICABCAD – desenvolvimento de sistema informático para

auxílio ao diagnóstico médico, para classificação de

microcalcificações presentes em mamografias.

EPAL

Projeto WONE (Water Optimization for Network Efficiency) - o sistema monitoriza

a pressão e o fluxo de água em vários pontos, no sentido de minimizar as perdas

e fugas de água. O sistema vem acompanhado de uma ferramenta informática

que permite automatizar o sistema e fazer a leitura de diversos indicadores.

Gyptec Ibérica

Projeto "soluções de construção multicamada para paredes

recorrendo a subprodutos sustentáveis, com elevada performance

acústica e ambiental;

Parceria com a Amorim Isolamentos para a conceção de novas

soluções de renovação sustentável.

HIDROMOD

Sistema de modelização da água MOHID é hoje uma referência

mundial;

Projetos dos molhes do Douro;

Plataforma Aquasafe – tem por objetivo tornar mais eficiente a gestão

de operações potenciando a utilização de informação em tempo real

e a sua perfeita integração com ferramentas de previsão e

diagnóstico.

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ECOPRODUTIN - Produtividade na Indústria pela Eco-inovação 93

Quadro 37 – Empresas e projetos eco-inovadores de destaque em Portugal (continuação)

Empresa Projetos/Competências

HIDROSOPH Irristrat – para cada cliente é feita a parametrização do seu projeto de rega,

com o apoio remoto de especialistas em agronomia e irrigação.

ISA – Intelligent Sensing

Anywhere

Sistema eletroquímico de tratamento de água na indústria dos

laticínios, com recuperação de hidrogénio e produção de

eletricidade (Rewagen);

Sistema de gestão inteligente para integrar e controlar a produção

e consumo de energia em recintos desportivos (Sporte2).

Kymaner – Tecnologias

Energeticas, Lda.

Pioneira em tecnologia de geração de energia OWC (Oscillating

Water Column);

KymanOS – desenvolvimento de tecnologia própria de energia das

ondas. O sistema sintoniza o desempenho ao clima de agitação

marítima, protegendo a instalação em situação de tempestade,

otimizando o rendimento;

KymanAIR – Turbina biradial mais eficiente do mundo para a geração

de energia das ondas e marés da atualidade;

Projeto CORES – Components for Ocean Renewable Energy Systems,

para aproveitamento de energia das ondas na costa irlandesa,

integrou uma turbina de ar portuguesa da marca.

LMIT, Innovation &

Technology, Lda.

O WiseMetering automatiza o funcionamento de espaços através de controlo

inteligente e centralizado. Por outro lado, supervisiona os consumos resultantes,

também de forma centralizada e automática, garantindo melhorias da

performance energética e o cumprimento dos objetivos traçados.

MdeMaquina – sistemas

industriais, Lda.

NAVIA – Solução "cloud" de gestão operacional, desenhada para otimizar os

recursos da empresa, poupando tempo e dinheiro. O sistema é direcionado às

utilities do setor da água, permitindo controlo de riscos, controlo de custos,

melhoria da qualidade de serviço e minimização da pegada ecológica.

Neoturf Espaços Verdes Lda Empresa que desenvolve soluções ecológicas no âmbito dos telhados verdes.

OriginAL Solutions

O projeto PISCIS endereça a conceção e a implementação de um sistema

modular avançado e de baixo custo para recolha de dados oceanográficos

que inclui dois veículos submarinos autónomos, sistema de posicionamento

acústico, doca de acostagem e módulos de sensores. O sistema PISCIS é

configurável para aplicações de oceanografia em tempo real, batimetria,

arqueologia submarina e monitorização de efluentes.

Recipneu

Na Recipneu foi instalada a Tecnologia Criogénica - uma Inovação na

Europa quer a nível de Tecnologia quer de Produtos. O processo

industrial desenvolve-se em três fases: fragmentação da matéria-prima,

processamento criogénico e ensacamento e armazenamento;

Projeto Ecorubber – reciclagem de pneus.

Revigrés Azulejos ecológicos (Light Tile, Solar Tiles, Self Cleaning Tiles, Sense Tiles,

Health Care Tiles).

Secil

Secil ecoCORK – argamassa de reboco leve formulada a partir de agregados

de cortiça e cal hidráulica natural. Solução para execução de rebocos leves

em superfícies interiores e exteriores de paredes e tetos, onde se pretenda

aumentar o desempenho térmico e acústico dos paramentos.

Spheraa

Projeto Teresa – explorar o potencial hidroelétrico, na rede de abastecimento de

água potável, através da colocação de uma turbina diretamente na rede

existente e sem comprometer a quantidade ou qualidade do abastecimento.

SunOK, Lda. Empresa dedicada à produção de fornos solares.

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94 Benchmarking Internacional de Projetos Eco-inovadores

Quadro 37 – Empresas e projetos eco-inovadores de destaque em Portugal (conclusão)

Empresa Projetos/Competências

Sinergeo

Agrocontrol – recorrendo a georadar, e de uma forma expedita, fiável,

não invasiva, de baixo custo económico e com elevada resolução, o

sistema estima os teores de humidade existentes em solo agrícola;

Prospeg – recorrendo à prospeção geológica auxiliada pela análise

distanciada e por técnicas de deteção remota através de sensores

multiespectrais, e combinando e integrando dados de levantamentos

espectrais no terreno, levantamentos geológicos de detalhe,

identificação das características estruturais, morfológicas,

morfométricas, petrográficas, químicas e espectrais mais consistentes

com a presença de pegmatitos, possibilita a otimização de modelos

existentes bem como a criação de métodos e procedimentos de

deteção e prospeção de pegmatitos.

TECMIC

Projeto OILPRODIESEL – sistema para a reutilização de óleos alimentares usados

para a produção de biodiesel. O sistema contemplou o desenvolvimento de

pontos de recolha para óleos usados.

TÉKETO

Modiko – este sistema de construção modular é baseado num conjunto de

componentes – perfis, paredes e coberturas – produzidos em ambiente fabril,

com dimensões padronizadas, de tecnologia avançada e facilmente

transportáveis para o local de construção, que possibilitam a criação de

diferentes soluções com elevados padrões de qualidade e a preço competitivo.

A construção Modiko, carateriza-se por ser um produto que satisfaz as

exigências de funcionalidade, segurança, durabilidade, estética, economia e

respeito ambiental ao longo do ciclo-de-vida do edifício.

Umbelino Monteiro SA Sistemas de telhas solares fotovoltaicas SOLESIA.

UP-WAY Systems

Soluções Effisus – as soluções integradas Effisus visam a impermeabilização,

estanquidade, isolamento térmico e acústico, bem como melhoria da eficiência

energética dos edifícios. São soluções “Bulding Envelope” (água, ar, calor, luz e

ruído) no sentido de maximizar a performance e vida útil dos edifícios.

VentilAQUA, Lda.

A VentilAQUA desenvolve unidades específicas pré-montadas (ETAR’s

compactas) para aplicação em diversos setores industriais, com o seu próprio

design e tecnologia, desenvolvido em colaboração com instituições nacionais e

internacionais de investigação e apoiada nos seus contínuos programas de

formação e I&D internos e externos.

W2V, SA

Projeto PVC4GAS – desenvolveu uma nova tecnologia para o

tratamento de resíduos contendo PVC, por recurso a processos

térmicos;

Projeto VALMETAIS – desenvolveu uma nova tecnologia para

tratamento de lamas galvânicas contendo cobre e níquel;

Pirólise de biomassa – estudo das condições de pirólise de biomassa

residual, com vista à produção de combustíveis sólidos, líquidos e

gasosos. Desenvolvem-se e otimizam-se condições de pirólise e de

torrefação de biomassa, estudando os respetivos produtos gerados;

Aditivos para cerâmica – desenvolvimento de formulações de aditivos

para cerâmicos, a produzir a partir de resíduos industriais inorgânicos.

Waydip - Energia e Ambiente,

Lda.

Sistema wayenergy – transforma energia cinética em eletricidade. O sistema é

para implementar no pavimento, que captura esta energia cinética e

transforma a mesma em eletricidade. A energia gerada pode ser consumida

diretamente no local, armazenada para ser consumida somente quando

necessário, ou vendida à rede elétrica.

Os produtos Waynergy podem ser aplicados a um vasto número de locais

(passadeiras iluminadas, centros comerciais, discotecas, ginásios, lombas,

portagens, etc.). Para um melhor rendimento e rentabilidade, é necessário um

elevado tráfego de veículos ou pessoas, de modo a maximizar a geração de

energia elétrica.

Fonte: AICEP e empresas destacadas

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ECOPRODUTIN - Produtividade na Indústria pela Eco-inovação 95

5.3. RECONHECIMENTO INTERNACIONAL

Diversas empresas portuguesas viram as suas competências em eco-inovação serem reconhecidas

internacionalmente, provando que a eco-inovação está presente nos mais variados setores de atividade

económica do país.

Os principais reconhecimentos internacionais recebidos pelas empresas portuguesas são apresentados no

quadro seguinte.

Quadro 38 – Empresas portuguesas reconhecidas internacionalmente por fatores eco-inovadores

Empresa Reconhecimento Internacional

Corticeira Amorim Absorventes à base de cortiça;

Projeto Biobuild.

Revigrés

Azulejos ecológicos (Light Tile, Solar Tiles, Self Cleaning Tiles,

Sense Tiles, Health Care Tiles);

Produtos ecoeficientes ao longo do ciclo de vida, que

contribuem para a redução do impacto ambiental e para a

competitividade do setor cerâmico (InEDIC).

AMbisys Reator anaeróbico de manto de lamas invertido (Biofatrecovery).

ISA – Intelligent Sensing Anywhere

Sistema eletroquímico de tratamento de água na indústria

dos laticínios, com recuperação de hidrogénio e produção

de eletricidade (Rewagen);

Sistema de gestão inteligente para integrar e controlar a

produção e consumo de energia em recintos desportivos e

recreativos (Sporte2).

Efacec Sistemas de controlo avançado (Mobi.e).

Way dip Transformação de energia cinética em eletricidade (Waynergy).

Brisa

Criação de novos materiais a partir da reciclagem de embalagens

de cartão para alimentos líquidos, resíduos de borracha e plásticos

mistos (Ecovia).

Almadesign Interior de cabines de aviões (Life).

EDP Distribuição Automatização da gestão energética em redes de distribuição de

eletricidade (InovGrid/Mobi.e).

Recipneu Reciclagem de pneus (Ecorubber).

Fonte: AICEP e empresas destacadas

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96 Benchmarking Internacional de Projetos Eco-inovadores

6. APOIO À ECO-INOVAÇÃO

6.1. FERRAMENTAS DE SUPORTE À ECO-INOVAÇÃO

Apresentam-se de seguida algumas ferramentas básicas a que as empresas podem recorrer quando iniciam o

seu processo de eco-inovação.

REMAKE Recycling and Resource Efficiency Self-Assessment Tool

Ferramenta de Autoavaliação sobre Reciclagem e Eficiência de Recursos REMAKE

Esta ferramenta permite às empresas, de forma fácil e célere, avaliar a sua performance em termos de

reciclagem e eficiência de materiais, através de uma autoavaliação online.

Após completar um questionário qualitativo, o utilizador recebe um relatório detalhado com recomendações

sobre áreas de melhoria potencial e um benchmark de eficiência de recursos na produção.

É um projeto financiado pela Comissão Europeia.

Link: http://www.ecomanufacturing.eu/sat.html

http://www.ecomanufacturing.eu/fileadmin/KUNDENORDNER/ecomanufacturing/Redaktion/Redaktion_ALL

G/Recycling_and_Resource_Efficiency_Online_Self_Assessment_Tool_-_RRE_SAT.pdf

REMAKE Guidebook on standards and regulations

Guia de normas e legislação REMAKE

Esta base de dados permite às empresas avaliar o seu grau de cumprimento com a legislação e normativos, aos

níveis nacional e europeu. Podem ser utilizados filtros para múltiplas categorias como etapas do ciclo-de-vida

(resíduos, energia, emissões, materiais, trabalhadores, equipamentos, etc.), setores ou palavras-chave.

Link: http://www.ecomanufacturing.eu/guidebookonstandards.html

http://www.ecomanufacturing.eu/fileadmin/KUNDENORDNER/ecomanufacturing/Redaktion/Redaktion_ALL

G/Remake_tool__Guidebook_on_standards.pdf

PIUS – Produktions Integrierten Umwelt Schutz

PIUS – Produção de Impacte Ambiental Integrado

O PIUS Check, uma ferramenta orientada ao processo, documenta os fluxos de materiais relevantes e o atual nível

de tecnologia de produção numa empresa, de modo a identificar possíveis melhorias na produção. Almeja

reduzir os custos de produção a longo prazo, compatibilizando a otimização da produção e do produto com

aspetos ambientais.

Link: http://www.pius-info.de/en/index.html

http://www.ecomanufacturing.eu/fileadmin/KUNDENORDNER/ecomanufacturing/Redaktion/Redaktion_ALL

G/PIUS__Production-Integrated_Environmental_Protection.pdf

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ECOPRODUTIN - Produtividade na Indústria pela Eco-inovação 97

STAN – Substance Flow Analysis

STAN –Análise do Fluxo de Substâncias

Software grátis de análise do fluxo de materiais, utilizada para análise de otimização de processos.

Link: http://www.stan2web.net

http://www.ecomanufacturing.eu/fileadmin/KUNDENORDNER/ecomanufacturing/Redaktion/Redaktion_ALL

G/STAN.pdf

EAMA – Estudio de Alternativas Medio Ambientales

EAMA – Estudo de Alternativas Ambientais

Esta ferramenta permite às empresas selecionar as melhores alternativas ambientais, com base em parâmetros

económicos. A ferramenta descreve os inputs e outputs do sistema e calcula quantidades e custos de matérias-

primas e subsidiárias envolvidas em cada etapa.

Link: http://www.aimme.es

http://www.ecomanufacturing.eu/fileadmin/KUNDENORDNER/ecomanufacturing/Redaktion/Redaktion_ALL

G/Remake_tool__EAMA.pdf

RE Network

A RE Network consiste numa rede local/regional, de organização voluntária, em que diferentes stakeholders

podem trocar experiências e melhores práticas, com o intuito de melhorar a eficiência de recursos quer do

processo produtivo, quer no uso do produto.

Link: http://www.nachhaltigwirtschaften.at/results.html/id3766

http://www.ecomanufacturing.eu/fileadmin/KUNDENORDNER/ecomanufacturing/Redaktion/Redaktion_ALL

G/RENet_-_Establishing_Resource_Efficiency_Networks.pdf

ATEP – Analyse Typologique Environnementale des Produits

ATEP – Análise Ambiental de Produto

Esta ferramenta é utilizada para integrar a vertente ambiental no momento de conceção do produto. O perfil

ambiental de um produto é determinado de acordo com as respostas dadas pelos designers a fatores como

manuseamento de materiais, energia, produção, resíduos, legislação, etc. A partir desse perfil, são estabelecidas

linhas-mestras para direcionar os designers na conceção do produto em termos das suas escolhas em matérias

ambientais, bem como em termos de estratégia de mercado da empresa, necessidades do mercado, custo de

cada solução técnica possível, exequibilidade técnica, etc. De modo a que se possam medir os benefícios

resultantes, são introduzidos indicadores.

Link: http://www.cetim.fr

http://www.ecomanufacturing.eu/fileadmin/KUNDENORDNER/ecomanufacturing/Redaktion/Redaktion_ALL

G/REMake_Tool__ATEP.pdf

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98 Benchmarking Internacional de Projetos Eco-inovadores

ECO-TRIZ Guidelines

Linhas mestras ECO-TRIZ

Esta ferramenta tem como objetivo apoiar engenheiros e designers a encontrar formas inovadoras de melhorar

um produto ou processo em termos de consumo de recursos. É uma ferramenta online a ser utilizada

conjuntamente com a ferramenta eVerdEE (descrita de seguida).

Consiste em 300 regras baseadas na teoria russa de resolução inventiva de problemas (TRIZ).

Link: http://www.aim-innovation.com

http://www.ecomanufacturing.eu/fileadmin/KUNDENORDNER/ecomanufacturing/Redaktion/Redaktion_ALL

G/Eco-Triz_Guidelines.pdf

eVerdEE

O everdEE é uma ferramenta online de análise do ciclo-de-vida do produto, adaptável à ISO 14040, vocacionada

para PME.

Link: http://www.ecosmes.net/cm/navContents?l=EN&navID=eVerdEEcourse&subNavID=1&pagID=1

http://www.ecomanufacturing.eu/fileadmin/KUNDENORDNER/ecomanufacturing/Redaktion/Redaktion_ALL

G/EVERDEE.pdf

CCaLC – Carbon Calculations over the Life Cycle

CCaLC – Cálculo de carbono ao longo do ciclo-de-vida

O CCaLC é uma ferramenta de avaliação da pegada de carbono que permite estimar as emissões de GEE do

ciclo-de-vida, ao longo de toda a cadeia de aprovisionamento. É uma ferramenta de análise de ciclo-de-vida e

de apoio ao processo de tomada de decisão, que oferece estimativas sobre os seguintes impactes ambientais:

Pegada de carbono (ou potencial de aquecimento global);

Potencial de acidificação;

Potencial de eutrofização;

Potencial de degradação da camada de ozono;

Potencial de nevoeiro fotoquímico;

Potencial de toxicidade humana.

Link: http://www.ccalc.org.uk

http://www.ecomanufacturing.eu/fileadmin/KUNDENORDNER/ecomanufacturing/Redaktion/Redaktion_ALL

G/CCaLC__Carbon_Calculations_over_the_Life_Cycle_.pdf

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ECOPRODUTIN - Produtividade na Indústria pela Eco-inovação 99

Quic

A metodologia Quic consiste num questionário destinado a avaliar a capacidade inovadora de uma empresa.

Contempla cinco categorias de perguntas, cada uma abordando cinco dimensões relacionadas com a gestão

da inovação, a saber:

Capacidade de propor e testar novas ideias;

Capacidade para incorrer em risco;

Capacidade para compreender a complexidade do ambiente da empresa;

Capacidade para promover o diálogo interno;

Capacidade de tomada de decisão coletiva.

O processo inclui 20 questões, 4 questões para cada uma das 5 categorias, demorando menos de uma hora.

Link: http://www.symple.eu

http://www.ecomanufacturing.eu/fileadmin/KUNDENORDNER/ecomanufacturing/Redaktion/Redaktion_ALL

G/Quic.pdf

Symple®

Simples

O Symple é uma metodologia de gestão de equipas que facilita o processo de tomada de decisão. Baseia-se

numa plataforma excel proprietária para comunicar o projeto de forma simples e aumentar a motivação dos

colaboradores, de modo a que se atinjam objetivos de longo prazo de forma mais rápida e simples. Assim, é

possível monitorizar o progresso das equipas rumo aos objetivos e metas estabelecidos coletivamente.

Link: http://www.symple.eu

http://www.ecomanufacturing.eu/fileadmin/KUNDENORDNER/ecomanufacturing/Redaktion/Redaktion_ALL

G/Symple_R__and_the_team_decision_profile_questionnaire.pdf

BAT/BREF`s – Best Available Techniques / Best Available Techniques Reference

Documents

BAT/BREF`s – Melhores Técnicas Disponíveis / Documentos de Referência de Melhores

Técnicas Disponíveis

Desenvolvidas como parte integrante da diretiva IPPC (prevenção e controlo integrados da poluição), as BAT (ou

MTD em português), são as melhores técnicas e tecnologias disponíveis para um determinado setor, com o

objetivo de reduzir os níveis de emissões. Os BREF's são os documentos de referência de apoio.

Link: http://eippcb.jrc.ec.europa.eu/reference/

http://www.ecomanufacturing.eu/fileadmin/KUNDENORDNER/ecomanufacturing/Redaktion/Redaktion_ALL

G/BAT_BREF_s.pdf

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100 Benchmarking Internacional de Projetos Eco-inovadores

6.2. FONTES DE INFORMAÇÃO SOBRE ECO-INOVAÇÃO

Apontam-se de seguida alguns locais onde é possível encontrar informação adicional sobre eco-inovação.

Eco-Innovation Observatory

Observatório da Eco-inovação

O Observatório da Eco-inovação é uma plataforma online que agrega informação sobre eco-inovação um

pouco por toda a UE. Entre os seus recursos contam-se relatórios analíticos dos países, repositório de boas práticas

e uma base de dados online.

Link: http://www.eco-innovation.eu

Remake

Remake

O Remake é um programa sobre práticas inovadoras nas áreas da eficiência de materiais e reciclagem. Ajuda

PME a atingirem o seu potencial de maximização de reciclagem e eficiência de recursos. Contém exemplos de

boas práticas.

Link: http://www.ecomanufacturing.eu

Innowater

Innowater

O Innowater é uma parceria público-privada de agências de inovação, associações do setor da água,

especialistas em tecnologias, peritos em inovação e organizações do cluster da eco-inovação. Entre diversos

apoios que presta, auxilia as PME a desenvolver e testar auditorias aos consumos de água, fornecendo

informação detalhada sobre as potencialidades na empresa e um roadmap para a melhoria da sustentabilidade

na gestão da água, incluindo a identificação de soluções inovadoras.

Link: http://innowater.eu

Biochem

Biochem

O Biochem apoia empresas, particularmente PME, a entrar no mercado emergente e altamente promissor dos

produtos biológicos no setor dos produtos químicos.

Link: www.biochem-project.eu

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ECOPRODUTIN - Produtividade na Indústria pela Eco-inovação 101

EcoTroFood

EcoTroFood

O EcoTroFood pretende aumentar o acesso da indústria alimentar a informação e conhecimento sobre

eco-inovação, particularmente nas PME e prestadores de serviços.

Link: http://www.ecotrofood.eu

Ecolink +

Ecolink +

O Ecolink+ é uma ação de apoio horizontal da Plataforma Europeia de Eco-inovação (Eco-IP), que fornece linhas-

mestras para a identificação e exploração de potenciais parcerias e sinergias entre os membros da Eco-IP. Os

membros têm oportunidade de fazer networking, obter serviços e parceiros financeiros, bem como visibilidade

internacional.

Link: ---

Eco-Innovera

Eco-Innovera

O Eco-Innovera focaliza-se no apoio à investigação e desenvolvimento no âmbito da eco-inovação. A rede ERA-

NET conta com 25 parceiros europeus.

Link: https://www.eco-innovera.eu

Ecopol

Ecopol

O Ecopol é uma parceria pública transnacional para acelerar a implementação de políticas eco-inovadoras na

Europa. Focaliza-se em procurement público ecológico, resíduos, reciclagem e internacionalização. Está presente

no nosso país.

Link: http://www.ecopol-project.eu

Inovationseeds

Inovationseeds

O Inovationseeds é um portal interativo que agrega mais de 100 projetos eco-inovadores bem-sucedidos na

Europa. Oferece orientações a PME sobre oportunidades de financiamento públicas e privadas.

Link: http://www.innovationseeds.eu

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102 Benchmarking Internacional de Projetos Eco-inovadores

Ecoweb

Ecoweb

O Ecoweb é uma plataforma online que reúne os resultados de centenas de projetos eco-inovadores realizados

um pouco por toda a Europa. Fornece informação atualizada sobre tecnologias, aplicações, produtos e

processos eco-inovadores.

Link: http://www.ecoweb.info

European Comission

Comissão Europeia

A Comissão Europeia apresenta uma extensa base de dados sobre projetos eco-inovadores na Europa.

Link: http://easme-projects.eu/eco/page/Page.jsp

INTERREG

INTERREG

O INTERREG é um programa de Iniciativa Comunitária da UE, financiado pelo FEDER (Fundo Europeu de

Desenvolvimento Regional). A última edição terminou em 2013. O próximo INTERREG abrange o período 2014-2020.

Link: http://www.interreg4c.eu

No âmbito do INTERREG, diversos programas e projetos oferecem bons exemplos de práticas eco-inovadoras,

apresentando soluções testadas na UE. Ficam aqui alguns dos mais relevantes:

FRESH

www.freshproject.eu

Cleantech Incubation Europe

www.cleantechincubation.eu

rECOmmend

www.recommendproject.eu

DESUR

www.desur.eu

ecoREGIONS

www.ecoregionsproject.eu

REGIONS FOR RECYCLING

www.regions4recycling.eu

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ECOPRODUTIN - Produtividade na Indústria pela Eco-inovação 103

6.3. FINANCIAMENTO DA ECO-INOVAÇÃO

Há diversas formas de financiar projetos eco-inovadores em Portugal, seja recorrendo à banca ou através de

programas específicos de apoio. No nosso país, não há ainda um novo Quadro de Referência Estratégica

Nacional (QREN), sendo expectável que o QREN 2014-2020 venha a incluir verbas para apoiar a eco-inovação.

Ao nível da União Europeia, há diversos programas que se dedicam ao apoio a projetos eco-inovadores,

apresentando-se de seguida os principais.

Life

Life

O Life é um programa da Comissão Europeia que apoia projetos de eco-inovação, contendo uma larga base de

dados sobre projetos em curso ou já realizados. Abrange projetos de cariz ambiental com uma dimensão pública.

Link: http://ec.europa.eu/environment/life/

Intelligent Energy Europe

Energia Inteligente Europa

O Programa Energia Inteligente Europa apoia medidas de eficiência energética e relacionadas com energias

renováveis.

Link: http://ec.europa.eu/energy/intelligent/

Horizon 2020

Horizonte 2020

O Programa Horizonte 2020 é o maior programa de apoio à investigação e desenvolvimento de sempre, com

cerca de 80 mil milhões de euros disponíveis ao longo do período 2014-2020. Focaliza-se em inovação e trazer a

inovação do laboratório para os mercados.

Link: http://ec.europa.eu/programmes/horizon2020

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104 Benchmarking Internacional de Projetos Eco-inovadores

7. CONCLUSÃO

A aproximação às melhores práticas europeias e mundiais, no que diz respeito à eco-inovação, constitui-se

como um fator de competitividade para as empresas portuguesas abordarem os mercados internacionais.

Adicionalmente, o próprio mercado interno é cada vez mais exigente, procurando produtos que sejam

inovadores e que sejam mais respeitadores do meio ambiente.

Nesse sentido, atividades de benchmarking nacional e internacional são fundamentais para que as empresas

orientem os seus processos de eco-inovação e conheçam o que de melhor se faz um pouco por todo o lado em

matéria de eco-inovação.

O estudo que aqui apresentamos pretende ser um primeiro passo nesse sentido. Há cada vez mais literatura

especializada em matérias ligadas à eco-inovação, cabendo a cada empresa procurar as soluções que melhor se

enquadram à sua realidade.

Para a maioria dos problemas que as empresas encontram, já foi concebida uma solução, em alguma parte do

mundo, com a capacidade de melhorar a eficiência dos processos, reduzir custos e incrementar a

competitividade da empresa.

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ECOPRODUTIN - Produtividade na Indústria pela Eco-inovação 105

8. BIBLIOGRAFIA

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APA, Enquadramento com as políticas de Eco- inovação, 2012;

ATP, Guia para a Otimização da Água e da Eficiência Energética na ITV, 2012;

APED, Guia de Boas Práticas Ambientais, 2010;

BIS, Potential for Resource Efficiency Savings for Businesses, 2010;

BIS, Practical Resource Efficiency Savings – Case Studies, 2009;

CIMPIN, Guia de Boas Práticas Empresas e Sustentabilidade, 2010;

Comissão Europeia, Attitudes of European Entrepreneurs Towards Eco-Innovation, 2011;

DEFRA, Quantification of the Business Benefits of Resource Efficiency, 2007;

DEFRA/BIS, Resource Security Action Plan: Making the most of valuable materials, 2012;

DEFRA, The Further Benefits of Business Resource Efficiency, 2011;

Eco-Innovera, Resource Efficiency Workshop towards System Innovation, 2014;

EIO, A Guide to Eco-Innovation for SMEs and Business Coaches, 2013;

EIO, Closing The Eco-Innovation Gap – An economic opportunity for business, 2012;

EIO, Europe in transition - Paving the way to a green economy through eco-innovation, 2013;

EIO, Methodological Report, 2012;

Ferreira, José Vicente Rodrigues, Análise de Ciclo-de-Vida dos Produtos, 2004;

Governo de Portugal, Plano Nacional de Ação para a Eficiência Energética (PNAEE), 2013;

Governo de Portugal, Programa Nacional para o Uso Eficiente da Água (PNUEA), 2012;

OCDE, Sustainable Manufacturing and Eco-Innovation, 2009;

Pôle Eco-conception/IDP, La Profitabilité de l’Écoconception : une Analyse Économique, 2014;

Remake, Guide to Resource Efficiency in Manufacturing, 2012;

http://ec.europa.eu/environment/life;

http://www.eco-innovation.eu;

http://www.ecoweb.info;

http://www.ecomanufacturing.eu.

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AEP – Associação Empresarial de Portugal

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