15
Be ne fícios com a util ização de adubos ve rde s Be ne f it s wit h gre e n m anure s us e NASCIM ENTO , Al e xandre Fe rre ira do 1 ;MATTOS, Jorge Luiz Sch irm e r de 2 1 UFV, V iços a, M G, Bras il , al e xf e rre ira-agro@ bol .com .br; 2 UFRPE, Re cif e , PE, Bras il , js- m attos@ uol .com .br RESUMO Est e trabal h o foi real izado através de um a re visão bibl iográf ica a re spe ito da adubação ve rde e os be ne fícios proporcionados com a adoção de s s a prát ica, com o obje t ivo de divul gar os principais re s ul tados cie nt íf icos ne ssa áre a. Ve rif icou-s e q ue a adubação ve rde proporciona m e l h orias s ignif icat ivas nas caract e ríst icas q uím icas , f ís icas e biol ógicas do s ol o. As caract e ríst icas q uím icas s ão be ne f iciadas pe l a l ibe ração de nutrie nt e s com a de com pos ição dos re s íduos . Es s a prát ica m e l h ora as caract e ríst icas f ís icas favore ce ndo a agre gação do s ol o, m aior re t e nção de água e pre ve nindo a e ros ão. A biom as s a dos adubos ve rde s m e l h ora as caracte rís t icas biol ógicas do s ol o cons t ituindo e m al im e nto para e s s e s m icrorganis m os . Es pécie s ut il iz adas com o adubos ve rde s s ão e f icie nt es na f ixação biol ógica do nitrogênio e pode m e f e tuar s upre s s ão de pl antas e spontâne as. De ssa form a, a adubação ve rde é um a al te rnat iva para diminuir o aport e de e ne rgia e xt e rna à proprie dade rural , aum e ntando a suste ntabil idade do s is t e m a. PALAVRAS-CH AVE: Adubação Ve rde , Agroe col ogia, Sol o, Sus t e ntabil idade . ABSTRACT Th is w ork w as de ve l ope d t h rough of a re vie w about gre e n m anure s and t he benef it s wit h t h e adopt ion of t h is pract ical , w it h obj e ct ive of dis s e m inat e t h e m ain s cie nt if ic re s ul t s in t h is are a. It w as ve rif ie d t h at gre e n m anure s provide s signif icant im prove m e nt s in t h e ch e m ical , ph ys ical and biol ogical ch aract e rist ics of t he soil . Th e ch e m icalch aract e rist ics are be ne f it e d by nutrie nt s re l ease wit h t he re s idue s de com pos it ion. Th is pract ical im prove s t h e ph ys ical ch aract e rist ics favoring t he soil aggre gat ion, gre at e r wat er ret e nt ion and pre ve nt ing t h e e ros ion. Th e biom as s of gre e n m anure s im prove s t h e biol ogical ch aract e rist ics of t h e soil in t h e m e as ure w h e re if it cons t itut es in food for t hese m icroorganis m s . More ove r, us e d s pe cie s as gre e n m anure s are e ff icie nt in biol ogical nitroge n f ixat ion and can pre s e ntch aract e rist ic ofs uppre s s ion ofs pontane ous pl ant s. In t h is w ay, t h e gre e n m anure is a al t e rnat ive to l owe r t h e inputofe xt e rnal e ne rgy for farm , im proving t h e s us tainabil ity s ys t em. KEY W ORDS: Gre e n m anure s, Agroe col ogy, Soil , Sus tainabil ity. Re vis ta Bras il e ira de Agroe col ogia Re v. Bras . de Agroe col ogia. 2(3):41-55 (2007) ISSN: 19 80-9 735 Corre s pondências para: Al e xandre do Nascim e nto, al e xf e rre ira-agro@ bol .com .br Ace ito para publ icação e m 06/08/2007

Benefícios com a utilização de adubos verdesorgprints.org/27603/1/Nascimento_Beneficios.pdfBenefícios com a utilização de adubos verdes Be ne fits w ith gre e n m anure s us

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Benefícios com a utilização de adubos verdesorgprints.org/27603/1/Nascimento_Beneficios.pdfBenefícios com a utilização de adubos verdes Be ne fits w ith gre e n m anure s us

Be ne fícios com a utilização de adubos ve rde s

Be ne fits w ith gre e n m anure s us e

NASCIMENTO, Ale xandre Fe rre ira do

1

; MATTOS, Jorge Luiz Sch irm e r de

2

1

UFV, Viços a, M G, Bras il, ale xfe rre ira-agro@ bol.com .br;

2

UFRPE, Re cife , PE, Bras il, js -

m attos @ uol.com .br

RESUMO

Es te trabalh o foi re aliz ado através de um a re vis ão bibliográfica a re s pe ito da adubação ve rde e os

be ne fícios proporcionados com a adoção de s s a prática, com o obje tivo de divulgar os principais

re s ultados cie ntíficos ne s s a áre a. Ve rificou-s e q ue a adubação ve rde proporciona m e lh orias

s ignificativas nas caracte rís ticas q uím icas , fís icas e biológicas do s olo. As caracte rís ticas q uím icas s ão

be ne ficiadas pe la libe ração de nutrie nte s com a de com pos ição dos re s íduos . Es s a prática m e lh ora as

caracte rís ticas fís icas favore ce ndo a agre gação do s olo, m aior re te nção de água e pre ve nindo a

e ros ão. A biom as s a dos adubos ve rde s m e lh ora as caracte rís ticas biológicas do s olo cons tituindo e m

alim e nto para e s s e s m icrorganis m os . Es pécie s utiliz adas com o adubos ve rde s s ão e ficie nte s na

fixação biológica do nitrogênio e pode m e fe tuar s upre s s ão de plantas e s pontâne as . De s s a form a, a

adubação ve rde é um a alte rnativa para dim inuir o aporte de e ne rgia e xte rna à proprie dade rural,

aum e ntando a s us te ntabilidade do s is te m a.

PALAVRAS-CH AVE: Adubação Ve rde , Agroe cologia, Solo, Sus te ntabilidade .

ABSTRACT

Th is w ork w as de ve lope d th rough of a re vie w about gre e n m anure s and th e be ne fits w ith th e adoption

of th is practical, w ith obje ctive of dis s e m inate th e m ain s cie ntific re s ults in th is are a. It w as ve rifie d th at

gre e n m anure s provide s s ignificant im prove m e nts in th e ch e m ical, ph ys ical and biological

ch aracte ris tics of th e s oil. Th e ch e m ical ch aracte ris tics are be ne fite d by nutrie nts re le as e w ith th e

re s idue s de com pos ition. Th is practical im prove s th e ph ys ical ch aracte ris tics favoring th e s oil

aggre gation, gre ate r w ate r re te ntion and pre ve nting th e e ros ion. Th e biom as s of gre e n m anure s

im prove s th e biological ch aracte ris tics of th e s oil in th e m e as ure w h e re if it cons titute s in food for th e s e

m icroorganis m s . M ore ove r, us e d s pe cie s as gre e n m anure s are e fficie nt in biological nitroge n fixation

and can pre s e nt ch aracte ris tic of s uppre s s ion of s pontane ous plants . In th is w ay, th e gre e n m anure is a

alte rnative to low e r th e input of e xte rnal e ne rgy for farm , im proving th e s us tainability s ys te m .

KEY W ORDS: Gre e n m anure s , Agroe cology, Soil, Sus tainability.

Re vis ta Bras ile ira de Agroe cologia

Re v. Bras . de Agroe cologia. 2(3):41-55 (2007)

ISSN: 19 80-9 735

Corre s pondências para: Ale xandre do Nas cim e nto, ale xfe rre ira-agro@ bol.com .br

Ace ito para publicação e m 06/08/2007

Page 2: Benefícios com a utilização de adubos verdesorgprints.org/27603/1/Nascimento_Beneficios.pdfBenefícios com a utilização de adubos verdes Be ne fits w ith gre e n m anure s us

Introdução

O de s e nvolvim e nto da agricultura nos

am bie nte s tropicais e voluiu às cus tas da

de te rioração progre s s iva dos re curs os naturais ,

caus ando grande pe rda de biodive rs idade ,

as s ociada à re m oção da ve ge tação original.

Com o cons e q üência, te m h avido de gradação do

s olo, principalm e nte pe la re dução da fe rtilidade e

aum e nto da e ros ão (CO UTINH O e t al., 2003).

A pre ve nção da de gradação de novas áre as ,

aliada à baixa fe rtilidade natural dos s olos te m

conduz ido à ne ce s s idade do us o de práticas de

adição de m atéria orgânica (ALCÂNTARA e t al.,

2000). De ntre e s s as práticas , de s taca-s e a

adubação ve rde , re conh e cida com o um a

alte rnativa viáve l na bus ca da s us te ntabilidade

dos s olos agrícolas .

Atualm e nte , alguns produtore s vêm utiliz ando

os adubos ve rde s e m s is te m a de plantio dire to

(SPD), com o um a e s tratégia para m inim iz ar os

im pactos provocados pe lo us o inte ns ivo do s olo,

aliando prote ção e adubação (SILVEIRA e t al.,

2005). Em s is te m as de produção, conduz idos por

agricultore s fam iliare s , q ue apre s e ntam um a

produção dive rs ificada e um a organiz ação m ais

com ple xa, a adoção do SPD re pre s e nta um

de s afio, e m cons e q üência das inte ns as

m udanças q ue o s is te m a de te rm ina e de s uas

re pe rcus s õe s nos s ubs is te m as fam iliare s

(W ILDNER, 2004). Contudo, trabalh os pione iros

no s ul do país de ram ao Bras il o s tatus de

re fe rência inte rnacional na pe s q uis a,

de s e nvolvim e nto e na difus ão do SPD,

e s pe cialm e nte com a utiliz ação de adubos

ve rde s , para pe q ue nas proprie dade s com m ão-de -

obra fam iliar (W ILDNER, 2004).

De acordo com CO UTINH O e t al. (2003),

s is te m as agroe cológicos de produção de pe nde m

e contam bas icam e nte com os nutrie nte s

prove nie nte s da de com pos ição dos re s íduos de

plantas de cultivo ante riore s e da m atéria

orgânica do s olo para a nutrição de plantas , q ue é

um dos fatore s m ais re le vante s para a

s us te ntabilidade de s s e s s is te m as .

A lite ratura s obre adubos ve rde s é

re lativam e nte am pla, contudo, no pre s e nte

trabalh o s ão apre s e ntados alguns dos as pe ctos

conce rne nte s aos be ne fícios proporcionados pe lo

us o de adubos ve rde s s obre as proprie dade s

fís icas , q uím icas e biológicas do s olo, be m com o

s obre os e fe itos na s upre s s ão de plantas

adve ntícias ou e s pontâne as .

Us o da adubação ve rde

De s de a antiguidade o cultivo de de te rm inadas

plantas é re aliz ado com o intuito de proporcionar

e fe itos be néficos ao s olo, obs e rvados e m

colh e itas pos te riore s . Re latos da prática da

adubação ve rde às m arge ns dos lagos s uíços

datam de 4.000 – 5.000 anos a.C. (SO UZ A e

PIRES, 2005).

Se gundo CALEGARI e t al. (19 9 2), a adubação

ve rde é a prática de s e incorporar ao s olo m as s a

ve ge tal não de com pos ta de plantas cultivadas no

local ou im portadas , com a finalidade de

pre s e rvar e /ou re s taurar fe rtilidade dos s olos e ,

cons e q üe nte m e nte , a produtividade das te rras

agricultáve is , pode ndo s e r re aliz ada tanto com

gram íne as q uanto com le gum inos as . De s s a

form a, e s s a m atéria orgânica não de com pos ta,

q uando adicionada ao s olo, libe ra nutrie nte s

através da de com pos ição, q ue ape s ar de s e r um

proce s s o be m m ais rápido q ue o da

inte m pe riz ação dos m ine rais prim ários , te m de

s e r vis to com o um a libe ração e m pote ncial (VALE

e t al., 2004).

De acordo com M O REIRA e SIQUEIRA

(2002), a de com pos ição é a q ue bra do m ate rial

orgânico particulado, ge ralm e nte na form a de

polím e ros , e m m ate riais s olúve is q ue s ão

abs orvidos pe las células m icrobianas . Es s a

de com pos ição é controlada pe los organis m os do

s olo, condiçõe s am bie ntais e a nature z a ou

com pos ição q uím ica do m ate rial e m de com po-

s ição (XU e H IRATA, 2005). H EAL e t al. (19 9 7)

A. Nas cim e nto & J. M attos

Re v. Bras . de Agroe cologia. 2(3):41-55 (2007)

42

Page 3: Benefícios com a utilização de adubos verdesorgprints.org/27603/1/Nascimento_Beneficios.pdfBenefícios com a utilização de adubos verdes Be ne fits w ith gre e n m anure s us

m e ncionam q ue a de com pos ição dos re s íduos

orgânicos pode s e r controlada por dois fatore s :

e xtríns e cos (fatore s clim áticos e pe dológicos ) e

intríns e cos (fatore s q uím icos e bioq uím icos ) ao

re s íduo.

A m aioria dos fatore s am bie ntais q ue afe tam a

de com pos ição dos re s íduos orgânicos e s tá

re lacionada à s ua ação s obre a atividade dos

m icrorganis m os de com pos itore s (W ISNIEW SK I e

H O LTZ , 19 9 7; TSAI e t al., 19 9 2).

TO RRES e t al. (2005), obs e rvaram , s ob um a

m e s m a condição e dafoclim ática, q ue a taxa de

de com pos ição e s tá ligada à re lação

carbono:nitrogênio (C:N) do m ate rial s ob e s s e

proce s s o. XU e H IRATA (2005), concluíram q ue

além da re lação C:N, a de com pos ição da

biom as s a m orta das plantas tam bém e s tá ligada

à s ua re lação lignina:N e carbono:fós foro (C:P).

À m e dida q ue os m icrorganis m os de com põe m

um re s íduo orgânico (m atéria orgânica), ocorre a

m ine raliz ação, proce s s o pe lo q ual os nutrie nte s

s ão conve rtidos da s ua form a orgânica, para s ua

form a inorgânica ou m ine ral (VALE e t al., 2004).

Por s ua ve z , e s s a m ine raliz ação ocorre

s im ultane am e nte com a im obiliz ação de

nutrie nte s m ine rais , para ate nde r a de m anda

nutricional dos m icrorganis m os . Da dinâm ica e

inte ns idade re lativa de s s e s dois proce s s os

opos tos , te m -s e a m ine raliz ação e a im obiliz ação

líq uida q ue é de grande inte re s s e para a

fe rtilidade do s olo e nutrição ve ge tal, pois as

form as orgânicas s ão conve rtidas e m CO

2

, NH

3

,

NO

3

-

, H

2

PO

4

-

, H PO

4

2-

e SO

4

2-

(M O REIRA e

SIQUEIRA, 2002).

De acordo com TO RRES e t al. (2005), a m aior

taxa de m ine raliz ação do N de re s íduos de

plantas ocorre nos prim e iros 42 dias após s e u

m ane jo (corte ). Es s e s autore s obs e rvaram q ue

ne s s e pe ríodo, ce rca de 67,5% do N do guandu

(Cajanus cajan) e 64,2% do N do m ilh e to

(Pe nnis e tum am e ricanum ) foram m ine raliz ados .

Es s e s dados corroboram os re latos de SPAN e

SALINAS (19 85, apud BO RK ERT e t al., 2003),

q ue obs e rvaram q ue 60 a 70% do N e ncontrado

na biom as s a ve ge tal é libe rado para as plantas

de cultivo e m s uce s s ão.

Se gundo VALE e t al. (2004), a m ine raliz ação

do N é m uito influe nciada pe la re lação C:N do

m ate rial e m de com pos ição. De acordo com e s s e s

autore s , q uando s ão adicionados ao s olo

re s íduos orgânicos com re lação C:N m aior q ue

30:1, h á o pre dom ínio da im obiliz ação de N e m

re lação a m ine raliz ação, durante a fas e inicial de

de com pos ição. Com a adição de re s íduos com

re lação C:N e ntre 20:1 e 30:1 não h á ne m

pre dom ínio de im obiliz ação ne m m ine raliz ação do

N. Por outro lado, com a adição de re s íduos

orgânicos com re lação C:N m e nor q ue 20:1 h á

pre dom inância de m ine raliz ação (libe ração

líq uida) de N no início de s ua de com pos ição, o

q ue pode acarre tar num a m aior pe rda do

e le m e nto, dada s ua dinâm ica.

BAIJUK YA e t al. (2006), e s tudando a libe ração

de N das le gum inos as utiliz adas com o cobe rtura

do s olo e adubação ve rde , obs e rvaram q ue a

libe ração de s s e nutrie nte e s tá dire tam e nte

re lacionada com a re lação lignina:N e lignina +

polife nóis :N dos re s íduos e m de com pos ição. De

acordo com e s s e s autore s , e s s e s com pos tos

proporcionam prote ção fís ica da ce lulos e e outros

com pone nte s da pare de ce lular e pode m form ar

com ple xos com prote ínas q ue prote ge m e

dificultam o proce s s o de de com pos ição.

A libe ração pote ncial do N dos re s íduos de

plantas de adubos ve rde s , e m s ua m aioria

le gum inos as , é pe lo fato das raíz e s de s s as

plantas s e as s ociare m s im bioticam e nte com

bactérias fixadoras de N atm os férico (Rh iz obium

e Bradyrh iz obium ) (FREIRE, 19 9 2; RUSCH EL,

19 85). De acordo com CALEGARI (2002),

le gum inos as , com o a m ucuna-pre ta (M ucuna

ate rrim a), guandu-anão (Cajanus cajan),

crotalária (Crotalaria junce a) e le uce na (Le uce na

le ucoce ph ala), pode m fixar até 210 k g h a-1, 170

k g h a-1, 400 k g h a-1 e 1.000 k g h a-1 de N,

durante s e us ciclos , re s pe ctivam e nte . Se gundo

Re v. Bras . de Agroe cologia. 2(3):41-55 (2007)

Be ne fícios com a utiliz ação de adubos ve rde s

43

Page 4: Benefícios com a utilização de adubos verdesorgprints.org/27603/1/Nascimento_Beneficios.pdfBenefícios com a utilização de adubos verdes Be ne fits w ith gre e n m anure s us

PERIN e t al. (2004), as gram íne as obtêm N

s om e nte da s olução do s olo e da m ine raliz ação

da m atéria orgânica. Entre tanto, trabalh os

ante riore s e vide nciaram a as s ociação de

bactérias fixadoras de N com gram íne as com o o

m ilh o, arroz , s orgo, cana-de -açúcar, braq uiária

(Brach iaria de cum be ns ), e tc. (DÖ BEREINER,

19 9 7; M O REIRA e SIQUEIRA, 2002). Es te

as s unto s e rá tratado m ais de talh adam e nte no

próxim o as s unto de s s e artigo (ite m “Fixação

biológica de Nitrogênio”).

As s im , com o na libe ração do N, o proce s s o de

libe ração do P e s tá intim am e nte ligado à

de com pos ição dos re s íduos orgânicos pe los

m icrorganis m os do s olo, um a ve z q ue e s te

nutrie nte e ncontra-s e as s ociado a com pone nte s

orgânicos do te cido ve ge tal (M ARSCH NER,

19 9 5).

Com a adição de m ate rial orgânico ao s olo

com um a alta re lação C:P, os m icrorganis m os

as s im ilam o fos fato dis poníve l, pre dom inando a

im obiliz ação do P e m re lação a s ua

m ine raliz ação, e e m alguns cas os ocorre

com pe tição e ntre a planta e os m icrorganis m os

pe lo P dis poníve l no s olo. Entre tanto, e s s e

nutrie nte im obiliz ado é libe rado q uando os

m icrorganis m os m orre m , tornando-o dis poníve l

novam e nte à planta (TSAI e RO SSETTO , 19 9 2).

GIACO M INI e t al. (2003), te s tando a libe ração

do P de alguns adubos ve rde s , obs e rvaram q ue

aos 29 dias após o m ane jo (corte ) da biom as s a

da e rvilh aca (Vicia s ativa), ce rca de 60% do P foi

libe rado para o s olo. SALM I e t al. (2006),

obs e rvaram q ue após 30 dias do m ane jo da

biom as s a dos ge nótipos de guandu, 50% do P

tinh am s ido libe rados . W ISNIEW SK I e H O LTZ

(19 9 7) obs e rvaram aos 149 dias após o m ane jo

da biom as s a de ave ia-pre ta (Ave na s trigos a) q ue

77% do P foram libe rados do re s íduo.

De acordo com JO NES e W O O DM ANSEE

(19 79 ) e BRO M FIELD e JO NES (19 70, apud

BO RK ERT e t al., 2003), de m ane ira ge ral, 77%

do P das folh as e 79 % do P das raíz e s m ortas

ficam dis poníve l para as culturas s ubs e q üe nte s à

cultura de cobe rtura, e de s s e total de P na parte

aére a, 60 a 80% s ão s olúve is e m água, a m aior

parte na form a orgânica.

Além da libe ração do P dos re s íduos ve ge tais ,

SILVA e t al. (19 9 7), cons tataram q ue h á um a

corre lação inve rs a e ntre a taxa de de com pos ição

dos re s íduos dos adubos ve rde s e a ads orção do

P no s olo.

De acordo com PRIM AVESI (2002), com a

adubação ve rde não s om e nte o P do s olo é

m obiliz ado para as form as de m ais fácil abs orção,

m as tam bém o fos fato natural é trans form ado

para form as m ais “dis poníve is”, com o ocorre no

plantio da m ucuna-pre ta. Se gundo CO STA e

LO VATO (2004), as culturas de cobe rtura do s olo,

com o adubos ve rde s , têm e fe ito re gulador na

atividade e nz im ática ligada à m ine raliz ação de

fos fatos orgânicos no s olo, e e s s e e fe ito de pe nde

do caráte r m icorríz ico e não m icorríz ico das

e s pécie s utiliz adas , cuja influência pe rs is te

durante os cultivos s ubs e q üe nte s .

De acordo com TSAI e t al. (19 9 2), a

m ine raliz ação do P orgânico é forte m e nte

e s tim ulada pe la anae robios e para alguns tipos de

s olo, s e ndo favore cida pe la alte rnância de s e ca e

um idade . O s m e s m os autore s obs e rvaram q ue a

m ine raliz ação do P orgânico é favore cida pe las

te m pe raturas altas (40 até 50

o

C), tanto para

re giõe s tropicais com o te m pe radas . Além dis s o, o

pH do s olo é indife re nte para q ue os

m icrorganis m os atue m na m ine raliz ação do P

orgânico (NAH AS e t al., 19 9 4; TSAI e t al., 19 9 2).

O potás s io (K ), por s ua ve z , ao contrário dos

de m ais , é um nutrie nte q ue te m pe q ue na

de pe ndência da de com pos ição dos re s íduos para

s ua libe ração para o s olo, um a ve z q ue grande

parte de s s e nutrie nte e ncontra-s e nos

com pone nte s não e s truturais e na form a iônica no

vacúolo das células ve ge tais , e por is s o, é

rapidam e nte libe rado após o m ane jo das plantas

de cobe rtura (TAIZ e Z EIGER, 2004; GIACO M INI

e t al., 2003; BO RK ERT e t al., 2003).

A. Nas cim e nto & J. M attos

Re v. Bras . de Agroe cologia. 2(3):41-55 (2007)

44

Page 5: Benefícios com a utilização de adubos verdesorgprints.org/27603/1/Nascimento_Beneficios.pdfBenefícios com a utilização de adubos verdes Be ne fits w ith gre e n m anure s us

De acordo com H UNGRIA e URQUIAGA

(19 9 2), os m icrorganis m os s ão re s pons áve is por

ape nas 1/3 da m ine raliz ação do K total contido

nas células e ligado ao com ple xo de plantas . O s

outros 2/3 de s s e nutrie nte s ão im e diatam e nte

s olúve is , não re q ue re ndo a inte rve nção de

m icrorganis m os , por e s tare m fracam e nte ligados .

GIACO M INI e t al. (2003), obs e rvaram q ue aos

29 dias após o início da de com pos ição dos

re s íduos ve ge tais praticam e nte todo o K foi

libe rado para o s olo. De acordo com os m e s m os

autore s , aproxim adam e nte 70% de s s e nutrie nte

no te cido ve ge tal s ão s olúve is e m água, o q ue

e xplica s ua alta libe ração s om e nte com incidência

de ch uvas . Se gundo BO RK ERT e t al. (2003),

pode -s e cons ide rar q ue a taxa de aprove itam e nto

do K , prove nie nte dos re s tos de culturas , s e ja de

100% .

SALM I e t al. (2006), e s tudando a libe ração

dos m acronutrie nte s prim ários dos re s íduos de

alguns ge nótipos de guandu, obs e rvaram a

s e guinte cons tante de libe ração de nutrie nte s : K >

P > N, e vide nciando a m aior libe ração do K dos

re s íduos ve ge tais e m re lação a outros nutrie nte s .

Plantas utiliz adas com o adubos ve rde s pode m

acum ular e m s ua biom as s a q uantidade s

e xpre s s ivas de cálcio (Ca) e m agnés io (M g),

com o por e xe m plo, a m ucuna-pre ta, q ue ch e gou

acum ular 11,8 k g e 2,9 k g de Ca e M g,

re s pe ctivam e nte , para cada tone lada de m atéria

s e ca (BO RK ERT e t al., 2003).

ESPINDO LA e t al. (2006), e s tudando a

de com pos ição e libe ração de nutrie nte s de

algum as le gum inos as h e rbáce as pe re ne s

cons orciadas com banane iras , obs e rvaram a

libe ração dos nutrie nte s contidos ne s s as

le gum inos as e , com is s o, e s tabe le ce ram a

s e guinte cons tante de libe ração: K > M g > P > N

> Ca.

A le nta libe ração do Ca, e vide nciada por

ESPINDO LA e t al. (2006), pode e s tar ligada ao

fato de s s e nutrie nte s e r um dos cons tituinte s da

pare de ce lular, form ando um dos com pone nte s

m ais re calcitrante s dos te cidos ve ge tais (TAIZ e

Z EIGER, 2004).

DIAS e t al. (2003), obs e rvaram q ue os

com pos tos orgânicos produz idos pe la

de com pos ição dos re s íduos ve ge tais dim inue m a

dis ponibilidade de cobre (Cu) e z inco (Z n) e

aum e ntam a dis ponibilidade de e nxofre (S) e boro

(B).

ALCÂNTARA e t al. (2000), concluíram q ue as

le gum inos as utiliz adas com o adubos ve rde s

apre s e ntam m aior capacidade de re ciclage m e

m obiliz ação de nutrie nte s , e m com paração com

as gram íne as , pe la m aior conce ntração de

nutrie nte s na s ua biom as s a. Se gundo BO RK ERT

e t al. (2003), as plantas utiliz adas para adubação

ve rde s ão e ficie nte s e m acum ular m acro e

m icronutrie nte s , com e xce ção do P. Se gundo

TEIXEIRA e t al. (2005), as le gum inos as

apre s e ntam m aiore s te ore s de N e Ca e m s ua

biom as s a, ao pas s o q ue o m ilh e to, apre s e nta

um a biom as s a rica e m K .

As le gum inos as de s e m pe nh am um pape l

fundam e ntal com o forne ce doras de nutrie nte s ,

q uando o s is te m a plantio dire to e s tá e s tabiliz ado,

um a ve z q ue as plantas de s s a fam ília têm a

vantage m de prontam e nte dis ponibiliz ar

nutrie nte s para culturas s uce s s oras , e m virtude

da rápida de com pos ição dos re s íduos (SILVEIRA

e t al., 2005). Ape s ar do proce s s o de

de com pos ição dos re s íduos ve ge tais ,

prove nie nte s de plantas de cobe rtura ou

adubação ve rde , libe rare m um a gam a de

nutrie nte s de s ua biom as s a para o s olo, is s o não

s ignifica q ue e s s e s nutrie nte s e s tarão dis poníve is

às culturas s ubs e q üe nte s , pois a q uantidade re al

de nutrie nte s aprove itados pe la cultura e m

s uce s s ão de pe nde rá do s incronis m o e ntre a

de com pos ição da biom as s a e a taxa de de m anda

da cultura s uce s s ora (ALVARENGA e t al., 19 9 5;

SILVEIRA e t al., 2005).

O s e fe itos da adubação ve rde na fe rtilidade do

s olo e s tão no aum e nto do te or de m atéria

orgânica; na m aior dis ponibilidade de nutrie nte s ;

Re v. Bras . de Agroe cologia. 2(3):41-55 (2007)

Be ne fícios com a utiliz ação de adubos ve rde s

45

Page 6: Benefícios com a utilização de adubos verdesorgprints.org/27603/1/Nascimento_Beneficios.pdfBenefícios com a utilização de adubos verdes Be ne fits w ith gre e n m anure s us

na m aior capacidade de troca de cátions e fe tiva

(t) do s olo; no favore cim e nto da produção de

ácidos orgânicos , de fundam e ntal im portância

para a s olubiliz ação de m ine rais ; na dim inuição

nos te ore s de alum ínio (Al) trocáve l através de

s ua com ple xação; e no incre m e nto da capacidade

de re ciclage m e m obiliz ação de nutrie nte s

lixiviados ou pouco s olúve is q ue e s te jam nas

cam adas m ais profundas (CALEGARI e t al. 19 9 3,

apud ALCÂNTARA e t al., 2000).

De acordo com EM BRAPA (19 9 9 ), q ue te s tou,

durante q uatro anos , a produtividade do m ilh o

(tabe la 1) e alguns atributos do s olo (tabe la 2),

e m s is te m a de alam e das com a utiliz ação da

le uce na com o com pone nte arbóre o e s paçadas

e m 5 m e ntre as linh as , obs e rvaram , de m ane ira

ge ral, e fe ito be néfico nos atributos do s olo

e s tudados e , cons e q üe nte m e nte , m aior

produtividade do m ilh o (tabe la 1). A título de

e s clare cim e nto, s is te m a de alam e das cons is te no

plantio de le gum inos as pe re ne s , de porte

arbus tivo, e m file iras s uficie nte m e nte e s paçadas

e ntre s i, para pe rm itir o plantio de culturas

alim e ntare s ou com e rciais e ntre e las .

Além dos adubos ve rde s proporcionare m

be ne fícios nas condiçõe s q uím icas e biológicas

do s olo, pode m tam bém be ne ficiar as s uas

condiçõe s fís icas , pe la e s truturação do s olo

(grum os ), prote ção contra e ros ão, m aior re te nção

de água e m e nor com pactação (GRAH AM e

H AYNES, 2006; PRIM AVESSI, 2002).

De acordo com TSAI e t al. (19 9 2), um s olo

com ótim o tam anh o de agre gados prom ove boas

condiçõe s para o cre s cim e nto das plantas ,

particularm e nte para a pe ne tração de raíz e s e

e m e rgência de plântulas , e is s o é proporcionado

pe la produção de polis s acaríde os por

m icrorganis m os , q ue têm influência s obre a

e s tabilidade dos agre gados dos s olos .

Se gundo SILVA e t al. (2006), o e s coam e nto

s upe rficial, a re te nção de água no s olo e a

q uantidade de palh as produz ida pe lo m ilh e to,

pode s e r e xpre s s o por um m ode lo line ar, ou s e ja,

q uanto m aior a produtividade de m atéria s e ca (k g

h a

-1

) de um a planta de cobe rtura ou adubo

A. Nas cim e nto & J. M attos

Re v. Bras . de Agroe cologia. 2(3):41-55 (2007)

46

Page 7: Benefícios com a utilização de adubos verdesorgprints.org/27603/1/Nascimento_Beneficios.pdfBenefícios com a utilização de adubos verdes Be ne fits w ith gre e n m anure s us

ve rde , m aior s e rá o s e u pote ncial e m dim inuir o

e s coam e nto s upe rficial e aum e ntar o

arm az e nam e nto de água, e com is s o e s tar

contribuindo para m e lh oria das caracte rís ticas do

s olo.

O utras vantage ns da utiliz ação de adubos

ve rde s s ão: dim inuição do núm e ro de patóge nos

fúngicos com a de com pos ição dos re s íduos

(W IGGINS e K INK EL, 2005; ARF e t al., 19 9 9 );

controle de ne m atóide e alguns ins e tos , pe lo

aum e nto da biodive rs idade (M ALDO NADO e t al.,

2001; FERRAZ e VALLE, 19 9 7); m e nor am plitude

térm ica do s olo (TO RRES, 2003); dim inuição da

acide z do s olo, e le vando o pH (NASCIM ENTO e t

al., 2003).

De acordo com FERRAZ e VALLE (19 9 7), a

m ucuna-pre ta te m s e m os trado e ficie nte no

controle do ne m atóide Me loidogyne s pp. e

re s ultados obtidos e m cas a de ve ge tação

m os traram q ue e s s a e s pécie tam bém é e ficie nte

e m re duz ir a população do ne m atóide H e te rode ra

glycine s no s olo. M O RAES e t al. (2006),

obs e rvaram q ue adubos ve rde s pode m s e rvir

com o um a tática de controle de fitone m atóide s

e m cultivo orgânico e de ve s e r inte grada às

alte rnativas de m ane jo com o o us o de varie dade s

re s is te nte s , s olariz ação e aração s e guida de

irrigação do s olo, principalm e nte no cultivo

orgânico.

O s grande s be ne fícios e ncontrados com a

introdução de adubos ve rde s no s olo

de s e ncade aram alguns e s tudos re lativos a s e us

e fe itos s obre culturas e m s uce s s ão. ALVES e t al.

(2004), concluíram q ue a incorporação do guandu

no s is te m a de produção de ce noura (Daucus

carota), be te rraba (Be ta vulgaris ) e fe ijão-de -

vage m (Ph as e olus vulgaris ), proporciona e le vada

produtividade de s tas h ortaliças e é com paráve l a

cultivos conve ncionais . Em trabalh o s im ilar,

O LIVEIRA (2001), avaliando os e fe itos da

adubação ve rde e m pré-cultivo com crotalária e

pous io, s obre a cultura do re polh o (Bras s ica

ole race a) e m s is te m a orgânico de produção,

obs e rvou q ue o pré-cultivo com e s s a planta

(crotalária) prom ove u o aum e nto s ignificativo na

produção de m as s a fre s ca da parte aére a, do

pe s o m édio das “cabe ças” e m re lação ao pous io.

Por cons e q üência, ve rificou-s e um aum e nto de

41% na produtividade da cultura.

CARVALH O e t al. (2004b), não obs e rvaram

influência da adubação ve rde na cultura da s oja

(Glycine m ax) e m s uce s s ão, tanto no s is te m a

conve ncional de pre paro do s olo, q uanto no

plantio dire to de s s a cultura. A adubação ve rde

tam bém não influe nciou na produtividade do

algodoe iro (Gos s ypium h irs utum ) e m s uce s s ão,

tanto no s is te m a conve ncional de pre paro do

s olo, q uanto no plantio dire to (CARVALH O e t al.,

2004c).

Se gundo CARVALH O e t al. (2004a), a

adubação ve rde com crotalária influe nciou a

produtividade do m ilh o (Z e a m ays ) e m s uce s s ão,

s e com parado à áre a de pous io, tanto no plantio

dire to, q uanto no s is te m a conve ncional de

pre paro do s olo.

ARF e t al. (19 9 9 ), obs e rvaram q ue a

incorporação da m ucuna-pre ta proporcionou o

dobro de produtividade (2.407 k g h a

-1

) do

fe ijoe iro (Ph as e olus vulgaris ), e m re lação a incor-

poração da palh ada do m ilh o (1.189 k g h a

-1

).

Não obs tante , h á controvérs ias na lite ratura

q uanto aos e fe itos da incorporação de biom as s a

de adubos ve rde s na cultura do fe ijão, pode ndo

s e r be néfico (SILVEIRA e t al., 2005; O LIVEIRA e t

al., 2002; W UTK E e t al., 19 9 8; BO RDIN e t al.,

2003) ou não influe nciar (ARF e t al., 19 9 6; SILVA

e t al., 2003; ARF e t al., 2005) e s s a cultura e m

s uce s s ão.

M IYASAK A e t al. (19 66, apud ARF e t

al.,19 9 9 ), e s tudando o e fe ito da m as s a ve ge tal de

le gum inos as e de gram íne as e m de com pos ição

s obre a cultura do fe ijoe iro, q uando incorporadas

ao s olo ante s da s e m e adura do fe ijão, ve rificaram

várias vantage ns da incorporação, com o: m aior

re te nção de um idade e m e nor variabilidade

térm ica do s olo, e m bora e m m e nor grau do q ue

Re v. Bras . de Agroe cologia. 2(3):41-55 (2007)

Be ne fícios com a utiliz ação de adubos ve rde s

47

Page 8: Benefícios com a utilização de adubos verdesorgprints.org/27603/1/Nascimento_Beneficios.pdfBenefícios com a utilização de adubos verdes Be ne fits w ith gre e n m anure s us

no s olo com cobe rtura m orta (m ulch ); aum e nto no

te or de K nas folh as ; m e lh or de s e nvolvim e nto da

parte ve ge tativa e radicular; e aum e nto na

produtividade do fe ijoe iro.

Fixação biológica de Nitrogênio

A atm os fe ra te rre s tre é com pos ta por ce rca de

78% de gás dinitrogênio ou, tam bém ch am ado,

nitrogênio m ole cular (N

2

). Para obte r o N

atm os férico é pre cis o h ave r a q ue bra de um a

ligação tripla de nature z a covale nte (N≡N) de

e xce pcional e s tabilidade e m te m pe ratura

am bie nte . Is to pode s e r re aliz ado por proce s s o

indus trial ou natural. De ntro do proce s s o

indus trial, ne ce s s ita-s e de e le vadas te m pe raturas ,

ce rca de 200

o

C, e alta pre s s ão, e m torno de 200

atm , para pode r fixar o N atm os férico na form a de

am ônia. Por outro lado, de ntro a fixação natural

(aq ui e nte nde -s e por biológica, cons cie nte ainda

q ue h á outras form as de fixação natural, com o

por de s cargas e létricas ), um a porção dos

organis m os procariotos conve rte ou re duz

e nz im aticam e nte o nitrogênio da atm os fe ra e m

am ônia, a q ual pode s e r incorporada para o

cre s cim e nto e m anute nção das células , e

fre q üe nte m e nte is to te m e fe itos pos itivos no

am bie nte e na e conom ia (TAIZ e Z EIGER, 2004;

M O REIRA e SIQUEIRA, 2002).

A inclus ão de le gum inos as no m ane jo dos

s is te m as agrícolas te m ganh ado ate nção da

com unidade cie ntífica pe lo s e u pote ncial na

fixação biológica de N (FBN). Re s s alta-s e q ue a

FBN re pre s e nta a form a m ais im portante de fixar

N atm os férico (N

2

) e m am ônio, re pre s e ntando

as s im , o principal m e io de e ntrada do N m ole cular

no ciclo bioge oq uím ico de s s e e le m e nto (TAIZ e

Z EIGER, 2004; SCIVITTARO e t al., 2004), s e ndo

re conh e cida, de s s a form a, com o um a fe rram e nta

im portantís s im a na bus ca pe la s us te ntabilidade

de s is te m as agrícolas com bas e e cológica.

A FBN pode s e r re aliz ada, q uanto a

clas s ificação de grupos fis iológicos , por

m icrorganis m os s im bióticos e as s im bióticos . O s

m icrorganis m os as s im bióticos , tam bém

ch am ados de vida livre , povoam os s olos e

utiliz am s ubs tâncias orgânicas ou inorgânicas

com o fonte de e ne rgia. De ntre os m icrorganis m os

q ue pos s ue m e s s as caracte rís ticas pode m s e r

citadas as algas , ch e gando a fixar 300 k g h a

-1

, e

bactérias fotos s inte tiz adoras , h e te rotróficas e

q uim ioautotrófica (RUSCH EL, 19 85). Por outro

lado, de ntro do outro grupo de m icrorganis m os ,

ocorre um a as s ociação s im biótica m utualis ta ou

paras ítica e ntre a planta e o m icrorganis m o, de

m odo q ue os dois s ão be ne ficiados (M O REIRA e

SIQUEIRA, 2002). Ne s s e s s is te m as (s im bióticos ),

parte dos produtos da fotos s ínte s e s ão carre ados

para a fixação de N e m de trim e nto da s ínte s e da

planta, s e ndo q ue h á a e s tim ativa q ue ce rca de

2,5% da fotos s ínte s e do plane ta é cons um ida

pe la FBN (M O REIRA e SIQUEIRA, 2002;

RUSCH EL, 19 85). Alguns s is te m as s im bióticos já

obs e rvados s ão: le gum inos as e Rh iz obium ;

angios pe rm as e actinom ice tos ; algas az uis

ve rde s e m liq ue ns e outras plantas infe riore s ,

com o briófitas (RUSCH EL, 19 85).

Ape s ar apre s e ntar um arcabouço de

as s ociaçõe s e ntre m icrorganis m os e plantas , do

ponto de vis ta agrícola é dis pe ns ada m ais

ate nção e te m po à pe s q uis a com as s ociação

s im biótica e ntre m icrorganis m os e le gum inos as .

De acordo com TAIZ e Z EIGER (2004), o tipo

m ais com um de s im bios e ocorre e ntre e s pécie s

da fam ília Le gum inos ae e as bactérias de s olo

dos gêne ros Az orh iz obium , Bradyrh iz obium ,

Ph otorh iz obium , Rh iz obium e Sinorrh iz obium , q ue

cole tivam e nte s ão ch am ados de riz óbios .

Se gundo os m e s m os autore s , outro tipo com um

de s im bios e ocorre e ntre várias e s pécie s de

plantas le nh os as e bactérias do s olo do gêne ro

Frank ia.

O s organis m os procarionte s s im bionte s

fixadore s de N ocorre m no inte rior de nódulos ,

q ue s ão órgãos e s pe ciais de plantas h os pe de iras

A. Nas cim e nto & J. M attos

Re v. Bras . de Agroe cologia. 2(3):41-55 (2007)

48

Page 9: Benefícios com a utilização de adubos verdesorgprints.org/27603/1/Nascimento_Beneficios.pdfBenefícios com a utilização de adubos verdes Be ne fits w ith gre e n m anure s us

q ue contêm as bactérias fixadoras (TAIZ e

Z EIGER, 2004; RUSCH EL, 19 85; FREIRE, 19 9 2).

No cas o de le gum inos as , as bactérias fixadoras

de N induz e m a form ação de nódulos nas raíz e s .

Ape s ar das gram íne as de s e nvolve re m re laçõe s

s im bionte s com organis m os fixadore s de N,

ne s s a as s ociação os nódulos não s ão

produz idos . Ne s te cas o, a bactéria coloniz a os

te cidos do ve ge tal ou s e fixa na s upe rfície das

raíz e s , principalm e nte próxim as da z ona de

alongam e nto e dos pêlos radiculare s (TAIZ e

Z EIGER, 2004).

A form ação do nódulo e nvolve vários

fitorm ônios e é dividido e m dois proce s s os :

infe cção e organogêne s e do nódulo. O nódulo

de s e nvolve caracte rís ticas s e m e lh ante s a um

s is te m a vas cular (q ue facilita a pe rm uta do N

fixado produz ido pe los bacte rióide s por nutrie nte s

dis ponibiliz ados pe la planta) e um a cam ada de

células para e xcluir o O

2

do inte rior do nódulo da

raiz (M O REIRA e SIQUEIRA, 2002).

A e xclus ão do O

2

dos nódulos das raíz e s é de

s um a im portância para ocorre r a fixação do N,

um a ve z q ue e s te proce s s o re q ue r condiçõe s

anae róbicas . Cada organis m o fixador de N

de s e m pe nh a e s s a função e m condiçõe s naturais

de aus ência de oxigênio ou de s e nvolve condiçõe s

inte rnas de anae robios e s , m e s m o na pre s e nça de

O

2

. De s s a form a, nas gram íne as , de pre e nde -s e

q ue a FBN é controlada por m icrorganis m os q ue

de s e nvolve m condiçõe s e s pe cíficas de

anae robios e , um a ve z q ue não é obs e rvada a

form ação de nódulos ne s s as plantas . Por outro

lado, as le gum inos as re gulam a pe rm e abilidade

dos gas e s nos s e us nódulos , de form a a m ante r

um níve l de O

2

q ue s us te nte a re s piração, m as

s uficie nte m e nte baixo para e vitar a inativação da

nitroge nas e (TAIZ e Z EIGER, 2004).

Por s ua ve z , a nitroge nas e , q ue catalis a a

re ação de fixação do N

2

, é um com ple xo de

e nz im as . Es te com ple xo pode s e r dividido e m

dois com pone nte s , Fe -prote ína e M oFe -prote ína.

De s s a form a, pos tula-s e q ue na de ficiência

de s s e s e le m e ntos , Fe rro (Fe ) e /ou M olibidênio

(M o), a FBN é re tardada, te m baixa e ficie nte ou

até m e s m o é paralis ada. Com o, de m ane ira ge ral,

obs e rva-s e q ue os s olos da re gião tropical

dificilm e nte apre s e ntam de ficiência de Fe , por

e s s e e le m e nto s e r abundante e m roch as e

s e dim e ntos da cros ta, além do grau avançado de

inte m pe ris m o e xis te nte , de pre e nde -s e q ue o

proble m a da FBN na grande m aioria dos s olos

bras ile iros e s tá re lacionado com a de ficiência de

M o. Ape s ar de s s a pos s ibilidade s e r plaus íve l,

ante s de q ualq ue r de cis ão pre cipitada h á a

ne ce s s idade de analis ar s e a planta é s us ce tíve l

de infe cção por algum s im bionte , um a ve z q ue o

proce s s o de infe cção e o de s e nvolvim e nto de

nódulos fixadore s de N e nvolve m ge ne s

e s pe cíficos , tanto da planta h os pe de ira q uanto

dos s im bionte s . Além dis s o, vários outros fatore s

com o a de ficiência de nutrie nte s , por e xe m plo P,

pode s e r um fator lim itante para m aior e ficiência

na FBN, as s im com o, acide z do s olo, déficit

h ídrico e tc. (TAIZ e Z EIGER, 2004; M O REIRA e

SIQUEIRA, 2002; RIBEIRO JÚNIO R e RAM O S,

2006).

A FBN, com paráve l a fixação indus trial do N,

produz am ônia a partir do N m ole cular, pode ndo

e s s a re ação s e r re pre s e ntada da s e guinte form a:

N

2

+ 8e

-

+ 8H

+

+ 16 ATP→ 2NH

3

+ H

2

+ 16ATP+ 16P

i

Para e vitar a toxicidade , o N fixado na form a

de am ônia pe los organis m os procarionte s

s im bióticos é conve rtida e m form as orgânicas nos

nódulos das raíz e s , ante s de s e re m trans portadas

pe lo xile m a à parte aére a da planta. Quanto a

e xportação, as le gum inos as fixadoras de N

pode m s e r clas s ificadas com o e xportadoras de

am idas ou ure ídas , s e ndo e s s a clas s ificação

re aliz ada com bas e na com pos ição da s e iva do

xile m a. As am idas s ão e xportadas por

le gum inos as de re giõe s te m pe radas , por outro

lado, as ure ídas s ão e xportadas por le gum inos as

de clim a tropical, te ndo com o e xe m plo a s oja

Re v. Bras . de Agroe cologia. 2(3):41-55 (2007)

Be ne fícios com a utiliz ação de adubos ve rde s

49

Page 10: Benefícios com a utilização de adubos verdesorgprints.org/27603/1/Nascimento_Beneficios.pdfBenefícios com a utilização de adubos verdes Be ne fits w ith gre e n m anure s us

(Glycine ), fe ijão (Ph as e olus ) e am e ndoim

(Arach is ). Por s ua ve z , as ure ídas s ão libe radas

no xile m a e trans portadas à parte aére a, onde

s ão catalis ados a am ônio e tão logo s ão utiliz ados

pe las plantas (TAIZ e Z EIGER, 2004).

De m ane ira ge ral, e xis te m bas icam e nte duas

técnicas para calcular a q uantidade de N fixado

biologicam e nte (FBN), pe la abundância de

ure ídas e pe la abundância de

15

N, q ue é

am plam e nte utiliz ada nos e xpe rim e ntos

re aliz ados com FBN (O K ITO e t al., 2004). Es ta

técnica parte do princípio de q ue o N m ine ral do

s olo é, e m ge ral, um pouco e nriq ue cido com

15

N,

re s ultado de fracionam e nto is otópico e ntre

14

N e

15

N q ue ocorre nos proce s s os fís icos , q uím icos e

biológicos q ue e nvolve m o N da m atéria orgânica

e do s olo. As s im , um a planta q ue não fixa N

2

atm os férico, cre s ce ndo ne s s as condiçõe s , te rá

s ua com pos ição e m

15

N s e m e lh ante a do N

dis poníve l do s olo. Não obs tante , um a planta

fixadora do N

2

atm os férico apre s e ntará te ore s

m e nore s de

15

N, de vido ao e fe ito de diluição q ue

e s s e N

2

caus ará, um a ve z q ue o

15

N da

atm os fe ra é z e ro. De s s a m ane ira, us ando-s e um a

planta não fixadora com o m arcadora do

15

N do N

m ine ral do s olo, a taxa de fixação pode s e r

de te rm inada pe la proporção com q ue e s te

15

N foi

diluído. Na prática, é im pos s íve l s abe r s e

de te rm inada planta não obtém algum N oriundo

de fixação, por m e canis m os as s ociados ou não à

planta. Além dis s o, o ide al s e ria q ue tanto as

plantas fixadoras , q uanto as não fixadoras

e xploras s e m um volum e de s olo s e m e lh ante ,

para de s s a form a, apre s e ntar padrõe s de

abs orção e as s im ilação do N pare cidos . Com o

is s o é praticam e nte im pos s íve l de s e r ate ndido,

us a-s e a m édia do

15

N de algum as plantas

re conh e cidam e nte de e s pécie s para as q uais não

h á h is tórico com provado de fixação biológica

as s ociada q ue e s tão cre s ce ndo nas m e s m as

condiçõe s das fixadoras (O K ITO e t al., 2004;

M IRANDA e t al., 2003).

De acordo com PERIN e t al. (2004), q ue

re aliz aram te s te s de FBN e m crotalária (Crotalaria

junce a) cultivada s olte ira e e m cons órcio com

m ilh e to (Pe nnis e tum am e ricanum ), obs e rvaram ,

aos 64 dias após o plantio, um a fixação de N de

173,21 k g h a

-1

no cultivo s olte iro e de 89 ,02 k g

h a

-1

no cons órcio.

O K ITO e t al. (2004), avaliando a FBN pe la

técnica de

15

N na m ucuna (Mucuna prurie ns ) e

am e ndoim (Arach is h ypogae a), obs e rvaram q ue

69 ,6 e 54,4% , re s pe ctivam e nte , do N contido na

biom as s a de s s as plantas foi oriundo da FBN,

pe rfaz e ndo 59 ,6 e 40,9 k g de N h a

-1

. M IRANDA

e t al. (2003), te s tando a FBN e m s e te ace s s os de

am e ndoim forrage iro (Arach is pintoi e Arach is

re pe ns ), obs e rvaram q ue o N fixado

biologicam e nte variou de 35 a 9 0% na m as s a

s e ca da planta, ch e gando a fixar até 9 9 k g h a

-1

e m um dos ace s s os .

Para de m ons trar a FBN e m gram íne as , e m

le vantam e nto re aliz ado para ve rificar a

contribuição da FBN para a cana-de -açúcar no

Bras il, PO LIDO RO e t al. (2001), obs e rvaram q ue

e s s a contribuição variou de 0 a 60% , com m édia

e m 32% . Es s a variação foi atribuída de vido aos

dife re nte s cultivare s te s tados . De acordo com

CAM PO S e t al. (2003), a cultura do arroz e m

condiçõe s de inundação pode s e be ne ficiar da

FBN, e xis tindo dife re nças e ntre ge nótipos q uanto

a de pe ndência de s te proce s s o. Se gundo e s te s

autore s , e ntre os ge nótipos avaliados , a

contribuiçõe s da FBN variou e ntre 20 e 30 % do N

acum ulado pe la planta.

Ape s ar de s s e s dados s upracitados s e re m

e xpre s s ivos , na tabe la 3 s ão apre s e ntados alguns

valore s de FBN de várias plantas , q ue , de

m ane ira ge ral, não corroboram aos re s ultados

acim a.

O N contido na m as s a s e ca de s s as plantas

(de pois de cortadas e s ofre re m de com pos ição),

pas s a a s e r: utiliz ado pe los m icrorganis m os ;

abs orvido pe las plantas ; re tido no com ple xo de

troca do s olo; pe rdido por lixiviação ou

volatiz ação; ou, ainda, pe rm ane ce m nos re s íduos .

A. Nas cim e nto & J. M attos

Re v. Bras . de Agroe cologia. 2(3):41-55 (2007)

50

Page 11: Benefícios com a utilização de adubos verdesorgprints.org/27603/1/Nascimento_Beneficios.pdfBenefícios com a utilização de adubos verdes Be ne fits w ith gre e n m anure s us

Todos e s s e s proce s s os s ão de pe nde nte s de

vários fatore s , conform e abordage m fe ita no ite m

“Us o da adubação ve rde” de s te trabalh o.

Supre s s ão de plantas e s pontâne as

O s s e re s vivos e laboram s ubs tâncias q uím icas

q ue , um a ve z libe radas no am bie nte , pode m

influe nciar de m odo be néfico ou pre judicial os

outros e le m e ntos da com unidade (ALM EIDA,

19 9 1). Es s as s ubs tâncias s ão de nom inadas de

ale loq uím icos , e e s s e fe nôm e no ch am ado de

ale lopatia (ERASM O e t al., 2004).

O pode r de s upre s s ão das plantas

e s pontâne as ou adve ntícias e xe rcida por alguns

adubos ve rde s pode s e r atribuído aos e fe itos

ale lopáticos (ALM EIDA, 19 9 1). Todavia, e s s e

e fe ito s upre s s ivo tam bém pode s e r cre ditado a

barre ira fís ica proporcionada pe los m e s m os , q ue

inte rfe re m na dis ponibilidade de água, luz ,

oxigênio e nutrie nte s no s olo (FAVERO e t al.,

2001).

CO STA (19 9 5, apud ERASM O e t al., 2004),

obs e rvou e m plantas de m ucuna-pre ta, alto grau

de tanino conde ns ado, e s te róide s livre s e

ogliconas e s te róide s , q ue provave lm e nte e s tão

re lacionados com e fe itos ale lopáticos . ALM EIDA

(19 9 1) obs e rvou q ue os re s íduos ve ge tais , q ue

form am cobe rtura m orta, pos s ue m ale loq uím icos

e o e fe ito ale lopático q ue ocorre na nature z a

confunde -s e com a com pe tição.

De acordo com PRIM AVESI (2002), o

com bate de plantas e s pontâne as por alguns

adubos ve rde s pode ocorre r pe las e xcre çõe s

radiculare s , pe la m odificação q uím ica e fís ica do

s olo, pe lo s om bre am e nto e pe lo e xtrato lixiviado

de m ate rial roçado.

FO NTANÉTTI e t al. (2004), concluíram q ue

e s pécie s utiliz adas com o adubos ve rde s ,

e s pe cialm e nte a m ucuna-pre ta e o fe ijão-de -

porco (Canavalia e ns iform e s ), s ão e ficie nte s no

controle da tiririca (Cype rus rotundus ), e m

s is te m a de cultivo da alface -am e ricana e do

re polh o, e atribui e s s e com portam e nto a e fe itos

ale lopáticos .

FAVERO e t al. (2001) ve rificaram q ue as

le gum inos as utiliz adas com o adubos ve rde s

prom ove m m odificaçõe s na dinâm ica de

s uce s s ão das e s pécie s e s pontâne as e a e s pécie

q ue apre s e nta m aior pote ncial para re cobrim e nto

e s upre s s ão de s s as plantas é a m ucuna-pre ta.

ERASM O e t al. (2004), concluíram q ue e ntre os

adubos ve rde s avaliados , duas m ucunas (pre ta e

cinz a) apre s e ntaram os m aiore s pote nciais para o

controle do núm e ro das plantas e s pontâne as . Da

m e s m a form a, NASCIM ENTO e M ATTO S (2007)

te s tando a influência dos re s íduos de três adubos

ve rde s , e m cultivo s olte iro e cons orciado, s obre

plantas e s pontâne as , obs e rvaram q ue a m ucuna-

pre ta s olte ira e e m cons órcio com o m ilh e to

apre s e ntaram m aior pote ncial de s upre s s ão.

SEVERINO e CH RISTO FFO LETI (2001)

re lataram q ue a utiliz ação da crotalária e do

guandu re duz s ignificativam e nte a infe s tação das

plantas inde s e jáve is nos agroe cos s is te m as ,

s obre tudo de braq uiária (Brach iaria de cum be ns ),

capim -colonião (Panicum m axim um ) e picão-pre to

(Bide ns pilos a). Se gundo ERASM O e t al. (2004),

a utiliz ação do m ilh e to é a q ue têm m e nor

contribuição para o controle de plantas

e s pontâne as .

Re v. Bras . de Agroe cologia. 2(3):41-55 (2007)

Be ne fícios com a utiliz ação de adubos ve rde s

51

Page 12: Benefícios com a utilização de adubos verdesorgprints.org/27603/1/Nascimento_Beneficios.pdfBenefícios com a utilização de adubos verdes Be ne fits w ith gre e n m anure s us

De acordo com TREZ Z I e VIDAL (2004), q ue

e s tudaram o e fe ito s upre s s ivo da cobe rtura m orta

do s orgo (Sorgh um bicolor) e m ilh e to s obre

plantas e s pontâne as , obs e rvaram m aior e fe ito

inibitório s obre plantas inde s e jáve is na cobe rtura

form ada pe lo s orgo. Se gundo os m e s m os

autore s , níve is de palh a de s orgo de 1,3 t h a-1

foram s uficie nte s para re duz ir 50% das

infe s taçõe s de capim papuã (Brach iaria

plantagine a) e guanxum a (Sida rh om bifolia).

De acordo com SEVERINO e

CH RISTO FFO LETI (2004), SEVERINO e

CH RISTO FFO LETI (2001) e M ALDO NADO e t al.

(2001), a utiliz ação de adubos ve rde s contribui na

re dução da população de plantas e s pontâne as ,

pode ndo s e r utiliz ados para o m ane jo inte grado

de s s as plantas . Contudo, o e fe ito s upre s s ivo ou

ale lopático pode ocorre r tam bém s obre plantas

cultivadas (H ALLAK e t al., 19 9 9 ). ABBO UD e

DUQUE (19 86) ve rificaram q ue a incorporação de

m ucuna-pre ta ante s da s e m e adura do fe ijoe iro

provocou fitotoxicidade na cultura e re duz iu s ua

produtividade .

Re fe rências Bibliográficas

ALCÂNTARA, F. A. e t al. Adubação ve rde na

re cupe ração da fe rtilidade de um Latos s olo

Ve rm e lh o-Es curo de gradado. Pe s q uis a

Agrope cuária Bras ile ira, Bras ília, v. 35, n. 2,

p. 277-288, 2000.

ALM EIDA, F. S. Efe ito ale lopático de re s íduos

ve ge tais . Pe s q uis a Agrope cuária Bras ile ira,

Bras ília, v. 26, n. 2, p. 221-236, 19 9 1.

ALVARENGA, R. C. e t al. Caracte rís ticas de

alguns adubos ve rde s de inte re s s e para a

cons e rvação e re cupe ração de s olos .

Pe s q uis a Agrope cuária Bras ile ira, Bras ília,

v. 30, n. 2, p. 175-185, 19 9 5.

ALVES, S. M . C. e t al. Balanço do nitrogênio e

fós foro e m s olo com cultivo orgânico de

h ortaliças após a incorporação de biom as s a de

guandu. Pe s q uis a Agrope cuária Bras ile ira,

Bras ília, v. 39 , n. 11, p. 1111-1117, 2004.

ARF, O . e t al. Efe ito da rotação de culturas ,

adubação ve rde e nitroge nada s obre o

re ndim e nto do fe ijoe iro. Pe s q uis a

Agrope cuária Bras ile ira, Bras ília, v. 34, n. 11,

p. 2029 -2036, 19 9 9 .

ARF, O . e t al. Efe ito re s idual de cobe rturas

ve ge tais e dos e s de nitrogênio no fe ijoe iro e m

plantio dire to. In: CONAFE, 8, 2005, Goiânia.

Anais ... Goiânia: 2005.

ARF, O .; SÁ, M . E.; BUZ ETTI, S. Incorporação de

m ucuna-pre ta e de re s tos culturais de m ilh o

ante s da cultura do fe ijão (Ph as e olus vulgaris

L.) de inve rno. Pe s q uis a Agrope cuária

Bras ile ira, Bras ília, v. 31, n. 8, p. 563-568,

19 9 6.

BAIJUK YA, F. P.; RIDDER, N.; GILLER, K . E.

Nitroge n re le as e from de com pos ing re s idue s of

le gum inous cove r crops and th e ir e ffe ct on

m aiz e yie ld on de ple te d s oils of Buk oba

Dis trict, Tanz ânia. Plant and s oil, Dordre ch t, v.

279 , n. 1-2, p. 77-9 3, 2006.

BO RDIN, L. e t al. Suce s s ão de cultivo de fe ijão-

arroz com dos e s de adubação nitroge nada

após adubação ve rde , e m s e m e adura dire ta.

Bragantia, Cam pinas , v. 62, n. 3, p. 417-428,

2003.

BO RK ERT, C. M . e t al. Nutrie nte s m ine rais na

biom as s a da parte aére a e m culturas de

cobe rtura de s olo. Pe s q uis a Agrope cuária

Bras ile ira, Bras ília, v. 38, n. 1, p. 145-153,

2003.

CALEGARI, A. e t al. Adubação ve rde no s ul do

Bras il. Rio de Jane iro: AS-PTA, 19 9 2. 346 p.

CALEGARI, A. Rotação de culturas e us o de

plantas de cobe rtura. Agroe cologia, Botucatu,

v. 2, n. 14, p. 14-19 , 2002.

CAM PO S, D. V. B. Contribuição da fixação

biológica de nitrogênio para a cultura de arroz

s ob inundação. Agronom ia, Rio de Jane iro, v.

37, n. 2, p. 41-46, 2003.

CARVALH O , M . A. C. e t al. Produtividade do

m ilh o e m s uce s s ão a adubos ve rde s no

s is te m a de plantio dire to e conve ncional.

Pe s q uis a Agrope cuária Bras ile ira, Bras ília,

v. 39 , n. 1, p. 47-53, 2004a.

CARVALH O , M . A. C. e t al. Soja e m s uce s s ão a

adubos ve rde s no s is te m a de plantio dire to e

conve ncional e m s olo de ce rrado. Pe s q uis a

Agrope cuária Bras ile ira, Bras ília, v. 39 , n. 11,

p. 1141-1148, 2004b.

CARVALH O , M . A. C. e t al. Adubação ve rde e

s is te m a de m ane jo do s olo na produtividade do

algodoe iro. Pe s q uis a Agrope cuária

Bras ile ira, Bras ília, v. 39 , n. 12, p. 1205-1211,

2004c.

A. Nas cim e nto & J. M attos

Re v. Bras . de Agroe cologia. 2(3):41-55 (2007)

52

Page 13: Benefícios com a utilização de adubos verdesorgprints.org/27603/1/Nascimento_Beneficios.pdfBenefícios com a utilização de adubos verdes Be ne fits w ith gre e n m anure s us

CO STA, M . D; LO VATO , P. M . Fos fatas e s na

dinâm ica do fós foro do s olo s ob culturas de

cobe rtura com e s pécie s m icorríz icas e não

m icorríz icas . Pe s q uis a Agrope cuária

Bras ile ira, Bras ília, v.39 , n.6, p.603-605, 2004.

CO UTINH O , H . L. C. e t al. Ecologia e

biodive rs idade do s olo no conte xto da

agroe cologia. Inform e Agrope cuário, Be lo

H oriz onte , v. 24, n. 220, p. 45-54, 2003.

DIAS, A. C. B. e t al. Plant re s idue s : s h ort te rm

e ffe ct on s ulph ate , borate , z inc and coppe r

ads orption by an acid oxis ol. Brazilian

Arch ive s of Biology and Te ch nology,

Curitiba, v. 46, n. 2, p. 19 9 -202, 2003.

DÖ BEREINER, J. A im portância da fixação

biológica de nitrogênio para a agricultura

s us te ntáve l. Re vis ta Biote cnologia, Ciência

& De s e nvolvim e nto, n.1, p.2-3, m ai. 19 9 7.

Dis poníve l e m :

h ttp://w w w .biote cnologia.com .br/re vis ta/bio01/1

h p_ 15.pdf. Ace s s o e m : 10 de jan. 2007.

ERASM O , E. A. L. e t al. Pote ncial de e s pécie s

utiliz adas com o adubo ve rde no m ane jo

inte grado de plantas daninh as . Planta

Daninh a, Viços a, v. 22, n. 3, p.337-342, 2004.

ESPINDO LA, J. A. A. e t al. De com pos ição e

libe ração de nutrie nte s acum ulados e m

le gum inos as h e rbáce as pe re ne s cons orciadas

com banane ira. Re vis ta Bras ile ira de Ciência

do Solo, Viços a, v. 30, n. 1, p. 321-328, 2006.

FAVERO , C. e t al. M odificaçõe s na população de

plantas e s pontâne as na pre s e nça de adubos

ve rde s . Pe s q uis a Agrope cuária Bras ile ira,

Bras ília, v. 36, n. 11, p. 1355-1362, 2001.

FERRAZ , S.; VALLE, L. A. C. Controle de

fitone m atóide s por plantas antagonis tas .

Viços a: UFV, 19 9 7. 73 p.

FREIRE, J. R. J. Fixação do nitrogênio pe la

s im bios e riz óbio/le gum inos a. In: CARDO SO , E.

J. B. N.; TSAI, S. M .; NEVES, M . C. P..

Microbiologia do s olo. Cam pinas : Socie dade

Bras ile ira de Ciência do Solo, 19 9 2. p. 121-140.

FO NTANÉTTI, A. e t al. Adubação ve rde no

controle de plantas invas oras nas culturas de

alface -am e ricana e de re polh o. Ciência e

Agrote cnologia, Lavras , v. 28, n. 5, p. 9 67-

9 73, 2004.

GIACO M INI, S. J. e t al. Libe ração de fós foro e

potás s io durante a de com pos ição de re s íduos

culturais e m plantio dire to. Pe s q uis a

Agrope cuária Bras ile ira, Bras ília, v. 38, n. 9 ,

p. 109 7-1104, 2003.

GRAH AM , M . H .; H AINES R. J. O rganic m atte r

s tatus and th e s iz e , activity and m e tabolic

dive rs ity of th e s oil m icrobial com m unity in th e

row and inte r-row of s ugarcane unde r burning a

tras h re te ntion. Soil Biology & Bioch e m is try,

O xford, v. 38, n. 1, p. 21-31, 2006.

H EAL, O . W .; ANDERSO N, J. M .; SW IFT, M . J.

Plant litte r q uality and de com pos ition: an

h is torical ove rvie w . In: CADISCH G.; GILLER

K . E. Drive n by nature : plant q uality an

de com pos ition. W allingford: CAB

Inte rnational, 19 9 7. p. 3-30.

H UNGRIA, M .; URQUIAGA, S. Trans form açõe s

m icrobianas de outros e le m e ntos (Potás s io,

m icronutrie nte s e m e tais pe s ados ). In:

CARDO SO , E. J. B. N.; TSAI, S. M .; NEVES,

M . C. P.. Microbiologia do s olo. Cam pinas :

Socie dade Bras ile ira de Ciência do Solo, 19 9 2.

p. 329 -340.

M ALDO NADO , J. A. C. e t al. Th e us e of

alle lopath ic le gum e cove r and m ulch s pe cie s

for w e e d control in cropping s ys te m s .

Agronom y journal, M adis on, v. 9 3, n. 1, p. 27-

36, 2001.

M ARSCH NER, H . Functions of m ine ral nutrie nts :

m acronutrie nts . In: Mine ral nutrition of h igh e r

plants . 2nd e d. Anais ... London: Acade m ic

Pre s s , 19 9 5. P. 229 -312.

M IRANDA, C. H . B.; VIEIRA, A.; CADISCH . G.

De te rm inação da fixação biológica de

nitrogênio no am e ndoim forrage iro (Arach is

s pp.) por inte rm édio da abundância natural de

15N. Re vis ta Bras ile ira de Z oote cnia, Viços a,

v.32, n.6, p.1859 -1865, 2003 (Supl. 2).

M O RAES, S. R. G. e t al. Influência de

le gum inos as no controle de fitone m atóide s no

cultivo orgânico de alface am e ricana e de

re polh o. Fitopatologia Bras ile ira, Lavras , v.

31, n. 2, p. 188-19 1, 2006.

M O REIRA, F. M . S.; SIQUEIRA, J. O .

Microbiologia e bioq uím ica do s olo. Lavras :

UFLA, 2002. 625 p.

NAH AS, E.; CENTURIO N, J. F.; ASSIS, L. C.

M icrorganis m os s olubiliz adore s de fos fato e

produtore s de fos fatas e s de vários s olos .

Re vis ta Bras ile ira de Ciência do Solo,

Cam pinas , v. 18, n. 1, p. 43-48, 19 9 4.

NASCIM ENTO , A. F.; M ATTO S, J. L. S.

Produtividade de biom as s a e s upre s s ão de

plantas e s pontâne as por adubos ve rde s .

Re vis ta Agroe cologia, M urcia (Es panh a).

Unive rs idad de M urcia (No pre lo).

NASCIM ENTO , J. T. e t al. Efe ito de le gum inos as

nas caracte rís ticas q uím icas e m atéria

orgânica de um s olo de gradado. Re vis ta

Bras ile ira de Enge nh aria Agrícola

Am bie ntal, Cam pina Grande , v. 7, n. 3, p. 457-

462, 2003.

Re v. Bras . de Agroe cologia. 2(3):41-55 (2007)

Be ne fícios com a utiliz ação de adubos ve rde s

53

Page 14: Benefícios com a utilização de adubos verdesorgprints.org/27603/1/Nascimento_Beneficios.pdfBenefícios com a utilização de adubos verdes Be ne fits w ith gre e n m anure s us

O K ITO , A. e t al. Nitroge n fixation by groundnut

and ve lve t be an and re s idual be ne fit to a

s ubs e q ue nt m aiz e crop. Pe s q uis a

Agrope cuária Bras ile ira, Bras ília, v.39 , n.12,

p.1183-119 0, 2004.

O LIVEIRA, T. K .; CARVALH O G. J.; M O RAES, R.

N. S. Plantas de cobe rtura e s e us e fe itos s obre

o fe ijoe iro e m plantio dire to. Pe s q uis a

Agrope cuária Bras ile ira, Bras ília, v. 37, n. 8,

p. 1079 -1087, 2002.

PERIN, A. e t al. Produção de fitom as s a, acúm ulo

de nutrie nte s e fixação biológica de nitrogênio

por adubos ve rde s e m cultivo is olado e

cons orciado. Pe s q uis a Agrope cuária

Bras ile ira, Bras ília, v. 39 , n. 1, p. 35-40, 2004.

PO LIDO RO , J. C. e t al. Le vantam e nto da

contribuição da fixação biológica de

nitrogênio para a cultura da cana-de -açúcar

no Bras il. Se ropédica: Em brapa Agrobiologia,

2001. 8p. (Docum e ntos , 144).

PRIM AVESI, A. Mane jo e cológico do s olo. São

Paulo: Nobe l, 2002. 549 p.

RIBEIRO JÚNIO R, W . Q.; RAM O S, M . L. G.

Fixação biológica de nitrogênio e m e s pécie s

para adubação ve rde . In: CARVALH O , A. M .;

AM ABILE, R. F. Ce rrado: adubação ve rde .

Planaltina: EM BRAPA Ce rrados , 2006. p. 171-

209 .

RUSCH EL, A. P. Fixação biológica do nitrogênio.

In: FERRI, M . G. Fis iologia ve ge tal. 2 e d. São

Paulo: EPU, 19 85. v.1, p. 169 -180.

SALM I, G. P.; SALM I, A. P.; ABBO UD, A. C. S.

Dinâm ica de de com pos ição e libe ração de

nutrie nte s de ge nótipos de guandu s ob cultivo

e m aléias . Pe s q uis a Agrope cuária Bras ile ira,

Bras ília, v. 41, n. 4, p. 673-678, 2006.

SCIVITTARO , W . B. e t al. Fate of nitroge n (15N)

from ve lve t be an in th e s oil-plant s ys te m .

Scie nce Agricultural, Piracicaba, v. 61, n. 2,

p. 201-215, 2004.

SEVERINO , F. J.; CH RISTO FFO LETI, P. J.

Banco de s e m e nte s de plantas daninh as e m

s olo cultivado com adubos ve rde s . Bragantia,

Cam pinas , v. 60, n. 3, p. 201-204, 2001.

SEVERINO , F. J.; CH RISTO FFO LETI, P. J. W e e d

s upre s s ion by s m oth e r crops and s e le ctive

h e rbicide s . Scie nce Agricultural, Piracicaba,

v. 61, n. 1, p. 21-26, 2004.

SILVA, F. A. M . e t al. Dinâm ica da água nas

palh adas de m ilh o, m ilh e to e s oja utiliz adas e m

plantio dire to. Pe s q uis a Agrope cuária

Bras ile ira, Bras ília, v. 41, n. 5, p. 717-724,

2006.

SILVA, M . L. N. e t al. Rotação adubo ve rde –

m ilh o e ads orção de fós foro e m Latos s olo

Ve rm e lh o Es curo. Pe s q uis a Agrope cuária

Bras ile ira, Bras ília, v. 32, n. 6, p. 649 -654,

19 9 7.

SILVA, T. R. B.; ARF, O .; SO RATTO R. P.

Adubação nitroge nada e re s íduos ve ge tais no

de s e nvolvim e nto do fe ijoe iro e m s is te m a de

plantio dire to. Acta Scie ntiarum : Agronom y,

M aringá, v. 25, n. 1, p. 81-87, 2003.

SILVEIRA, P. M . e t al. Adubação nitroge nada no

fe ijoe iro cultivado s ob plantio dire to e m

s uce s s ão de culturas . Pe s q uis a Agrope cuária

Bras ile ira, Bras ília, v. 40, n. 4, p. 377-381,

2005.

SO UZ A, C. M .; PIRES, F. R. Adubação ve rde e

rotação de culturas . Viços a: UFV, 2005. 72 p.

TAIZ , L.; Z EIGER, E. Fis iologia ve ge tal. 3 e d.

Porto Ale gre : Artm e d, 2004. 719 p.

TEIXEIRA, C. M . e t al. Produção de biom as s a e

te or de m acronutrie nte s do m ilh e to, fe ijão-de -

porco e guandu-anão e m cultivo s olte iro e

cons orciado. Ciência e Agrote cnologia,

Lavras , v. 29 , n. 1, p. 9 3-9 9 , 2005.

TO RRES, J. L. R. Es tudo das plantas de

cobe rtura na rotação m ilh o-s oja e m s is te m a

de plantio dire to no ce rrado, na re gião de

Ube raba-MG. 2003. 108 f. Te s e (Doutorado

e m Agronom ia) – Unive rs idade Es tadual

Paulis ta, Jaboticabal, 2003.

TO RRES, J. L. R. e t al. De com pos ição e

libe ração de nitrogênio de re s íduos culturais de

plantas de cobe rtura de s olo e m um s olo de

Ce rrado. Re vis ta Bras ile ira de Ciência do

Solo, Viços a, v. 29 , n. 4, p. 609 -618, 2005.

TREZ Z I, M . M .; VIDAL, R. A. Pote ncial de

utiliz ação de cobe rtura ve ge tal de s orgo e

m ilh e to na s upre s s ão de plantas daninh as e m

condição de cam po: II – e fe itos da cobe rtura

m orta. Planta Daninh a, Viços a, v. 22, n. 1, p. 1-

10, 2004.

TSAI, S. M .; BARAIBAR, A. V. L.; RO M ANI, V. L.

M . Efe itos de fatore s do s olo. In: CARDO SO ,

E. J. B. N.; TSAI, S. M .; NEVES, M . C. P.

Microbiologia do s olo. Cam pinas : Socie dade

Bras ile ira de Ciência do Solo, 19 9 2. p. 59 -72.

TSAI, S. M .; RO SSETTO , R. Trans form açõe s

m icrobianas de fos fatos . In: CARDO SO , E. J.

B. N.; TSAI, S. M .; NEVES, M . C. P..

Microbiologia do s olo. Cam pinas : Socie dade

Bras ile ira de Ciência do Solo, 19 9 2. p. 231-242.

VALE, F. R. e t al. Fe rtilidade do s olo: dinâm ica

e dis ponibilidade dos nutrie nte s de plantas .

Lavras : UFLA, 2004. 171 p.

A. Nas cim e nto & J. M attos

Re v. Bras . de Agroe cologia. 2(3):41-55 (2007)

54

Page 15: Benefícios com a utilização de adubos verdesorgprints.org/27603/1/Nascimento_Beneficios.pdfBenefícios com a utilização de adubos verdes Be ne fits w ith gre e n m anure s us

W IGGINS, B. E.; K INK EL, L. L. Gre e n m anure s

and crop s e q ue nce s influe nce alfalfa root rot

and path oge n inh ibitory activity am ong s oil-

borne s tre ptom yce te s . Plant and s oil,

Dordre ch t, v. 268, n. 1, p. 271-283, 2005.

W ILDNER, L. P. Pe rs pe ctivas do s is te m a plantio

dire to para agricultura fam iliar: alta

produtividade com baixo cus to. In: XXV

CONGRESSO NACIONAL DE MILH O E

SORGO, 25, 2004, Cuiabá. Congre s s o...

Cuiabá: 2004.

W ISNIEW SK I, C.; H O LTZ , G. P. De com pos ição

da palh ada e libe ração de nitrogênio e fós foro

num a rotação ave ia-s oja s ob plantio dire to.

Pe s q uis a Agrope cuária Bras ile ira, Bras ília,

v. 32, n. 11, p. 119 1-119 7, 19 9 7.

W UTK E, E. B. e t al. Re ndim e nto do fe ijoe iro

irrigado e m rotação com culturas granífe ras e

adubos ve rde s . Bragantia, Cam pinas , v. 57, n.

2, p.325-338, 19 9 8.

XU, X.; H IRATA, E. De com pos ition patte rns of

le af litte r of s e ve n com m on canopy s pe cie s in a

s ubtropical Fore s t: N and P dynam ics . Plant

and Soil, Dordre ch t, v. 273, n. 1-2, p. 279 -289 ,

2005.

Re v. Bras . de Agroe cologia. 2(3):41-55 (2007)

Be ne fícios com a utiliz ação de adubos ve rde s

55