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BENTO GONÇALVES

RELATÓRIO

EPIDEMIOLÓGICO

ACIDENTES POR ANIMAIS PEÇONHENTOS

SISTEMA DE INFORMAÇÕES SOBRE INTOXICAÇÕES - SININTOX

5ª REVISÃO

1998 a 2014 Rio Grande do Sul Bento Gonçalves

Secretaria Municipal da Saúde Serviço de Vigilância Epidemiológica

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ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

BENTO GONÇALVES

Secretaria Municipal de Saúde

Serviço de Vigilância Epidemiológica

Colaboradores José Antônio Rodrigues da Rosa (coordenador e organizador)

Letícia Biasus Fabiane Giacomello

Márcia Dal Pizzol Jakeline Galski Rosiak

Setembro de 2015

Rua Goiânia, nº 590, Bairro Botafogo, CEP 95700-000 e-mail: [email protected]

Os dados desta publicação são de domínio público e podem ser utilizados, desde

que citadas as fontes.

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Bento Gonçalves – Acidentes Por Animais Peçonhentos 1998 a 2014 SMS – Serviço de Vigilância Epidemiológica

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SISTEMA DE INFORMAÇÕES SOBRE INTOXICAÇÕES Para a toxicologia clínica, o termo “intoxicação” denota a ocorrência de sinais e sintomas secundários à ação de substâncias químicas exógenas de qualquer natureza sobre o organismo vivo. Estas substâncias, portanto, agiriam como agentes capazes interferir sobre o correto funcionamento do organismo[20]. Os agentes tóxicos podem ser substâncias químicas industrializadas ou naturais, como por exemplo: peçonhas animais, medicamentos, produtos químicos, pesticidas, domissanitários, etc. Os efeitos nocivos causados pelos agentes tóxicos dependem das propriedades do agente (tipo de substância, potencial tóxico, concentração, solubilidade, tempo de exposição) e das características do organismo (vias de absorção, condições gerais de saúde). Daí que uma exposição tóxica poderá variar desde uma reação localizada (dor, vermelhidão, coceira, por exemplo) até reações mais complexas e generalizadas (insuficiência respiratória, coma e morte)[20]. De modo geral, as pessoas expostas a agentes tóxicos que desenvolvem quadros agudos de intoxicação ou envenenamento acabam por ser atendidas em serviços de emergência. As equipes que atuam nestes serviços contam com o apoio dos Centros de Informação Toxicológica (CIT). No RS, o CIT presta assessoria e orientação para os profissionais de saúde que atendem pacientes vitimados por exposições tóxicas em geral. Ele fornece informações específicas à comunidade leiga em relação à prevenção, primeiros socorros e medidas ou manobras que possam minimizar o efeito de qualquer exposição a agente tóxico, até o atendimento de um profissional de saúde e fornece apoio diagnóstico toxicológico laboratorial. No Brasil, existe uma rede composta por 36 Centros de Informação e Assistência Toxicológica. É atribuição do Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas – SINITOX – coordenar o processo de coleta, compilar, analisar e divulgar os dados de intoxicação e envenenamento registrados por essa rede, distribuída em 19 estados brasileiros e no Distrito Federal. Além do SINITOX, também é possível encontrar dados sobre casos de intoxicação em outros sistemas de informação, como, por exemplo: Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), registro de Autorizações de Internação Hospitalar (AIHs), Comunicações de Acidente de Trabalho (CATs – Ministério do Trabalho) e no Sistema Nacional de Agravos de Notificação (SINAN). Buscando alcançar um registro de base populacional, que possa caracterizar a ocorrência das intoxicações agudas em Bento Gonçalves, o Serviço de Vigilância Epidemiológica criou o seu próprio registro de dados que, posteriormente, foi denominado de Sistema de Informações de Intoxicações – SININTOX-BG. SININTOX-BG Em Bento Gonçalves, o registro e a notificação dos casos de intoxicação humana iniciou no mês de julho do ano de 1998, baseando-se na ficha de registro de intoxicações do Centro de Informação Toxicológica do RS (CIT-RS). Até então, a informação da maior parte dos casos de intoxicação humana não era coletada, nem processada, pela Secretaria Municipal de Saúde, restringindo-se, quase sempre, aos acidentes por animais peçonhentos que necessitavam de soroterapia e que eram notificados ao SINAN. Atualmente, o SININTOX-BG recebe notificações de pacientes vitimados por diferentes tipos de exposições tóxicas, como, por exemplo: contaminação por pesticidas agrícolas ou domésticos, substâncias químicas de uso doméstico ou industrial, plantas tóxicas, alimentos, animais peçonhentos, medicamentos de uso humano ou animal, drogas lícitas e ilícitas ou qualquer outra agente potencialmente tóxico. Desde sua criação, os serviços que mais notificam casos de intoxicação humana para o SININTOX-BG têm sido o pronto socorro do Hospital Tacchini (único hospital local) e, principalmente, o serviço de Pronto Atendimento Médico (PAM) da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) (serviço público que fornece atendimento ambulatorial de urgência e é administrado pela Secretaria de Saúde do município). Em menor proporção, o sistema também recebe notificação de casos atendidos no ambulatório da UNIMED local e nas unidades básicas de saúde do município. Excepcionalmente, as notificações são feitas por pessoas da comunidade, ao solicitarem informações ao Serviço de Vigilância Epidemiológica (SVE) sobre o que fazer diante de um caso de acidente com animal peçonhento, ou exposição a um agente tóxico. Isso significa que os casos de intoxicação notificados ao SININTOX-BG são, em essência, aqueles que geraram atendimento nos serviços saúde do município. A fim de qualificar os seus registros, a equipe do SVE passou a fazer a busca ativa de casos de intoxicação através da revisão dos boletins de atendimento do Pronto Atendimento Médico da SMS, a partir de 2001. Em 2015, o Pronto Atendimento Médico passou para a categoria de Unidade de Pronto Atendimento (UPA).

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Entre os anos de 2008 a 2012, o Pronto Atendimento/UPA realizou uma média de 99.700 consultas médicas anuais (variação 96.594-102.724 atendimentos). Em 2002, a equipe do SVE fez uma pesquisa retroativa de mais de 50 casos de intoxicação relativos ao período 1998 a 2001 para os quais as informações sobre a idade, situação causadora ou agente tóxico eram ignoradas (devido ao não preenchimento dos campos ou a inexatidão das informações da ficha de intoxicações). Desde o ano 2003, foi iniciada uma parceria com o Centro de Informação Toxicológica do Rio Grande do Sul (CIT-RS) que tem repassado para o Serviço de Vigilância Epidemiológica (SVE) as informações dos casos de intoxicação residentes em Bento Gonçalves e notificados ao CIT. Outro aspecto relevante é que a equipe do SVE tem aperfeiçoado a integração dos diferentes sistemas de informação que estão sob a sua responsabilidade. Rotineiramente, os dados do Sistema Nacional de Agravos de Notificação (SINAN), para os quais são notificados os casos de acidentes por animais peçonhentos e intoxicação por pesticidas, do Sistema de Informações Sobre Mortalidade (SIM) e do SININTOX-BG são cruzados, a fim de compartilhar as informações de interesse comum entre estes sistemas. No conjunto, estas estratégias tiveram um grande impacto sobre o sistema de intoxicações do município, com um aumento expressivo do número total de notificações (todos os agentes) – de 63 casos em 1998, para mais de 3.000 casos em 2013 e 2014, atingindo uma média de 2.051 casos por ano. Os dados sobre os acidentes por animais peçonhentos analisados e apresentados neste relatório foram extraídos do SININTOX-BG e se referem à população residente em Bento Gonçalves. Eles reproduzem a trajetória percorrida pelo sistema de informações municipal, iniciada em julho de 1998, e se estende até dezembro de 2014. Os casos notificados não residentes, não foram contabilizados. Por ainda não estarem disponíveis, os acidentes por animais peçonhentos registrados pelo CIT-RS, em 2014, não foram incluídos neste relatório. Para algumas análises, foi considerado o período de 2000 a 2014, por apresentar dados mais consistentes. No SININTOX-BG, a entrada dos dados coletados é feita no software Access, e a avaliação dos dados é feita com o auxílio do Access e do Excel. Sempre que possível, os dados do SININTOX-BG são comparados aos de outros sistemas de informação e fundamentados com pesquisa bibliográfica. No website da Prefeitura de Bento Gonçalves (http://www.bentogoncalves.rs.gov.br), é possível acessar e baixar outros relatórios na página da Vigilância Epidemiológica (link Saúde em Bento), como mostra a figura abaixo.

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Bento Gonçalves – Acidentes Por Animais Peçonhentos 1998 a 2014 SMS – Serviço de Vigilância Epidemiológica

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ACIDENTES POR ANIMAIS PEÇONHENTOS Animal peçonhento é aquele que possui glândulas produtoras de toxina, com dutos excretores, associados ou não a um aparato inoculador[7]. Ao descreverem os acidentes causados por animais peçonhentos, tanto a comunidade leiga como os profissionais de saúde costumam usar as expressões "mordida" ou "picada" indistintamente. No senso estrito, a expressão "mordida" presumiria a injeção de peçonha através de estruturas associadas com a boca, tais como, presas ou mandíbulas, enquanto a expressão "picada" conotaria a injeção de peçonha através de uma estrutura posterior, mais popularmente chamada de ferrão[19]. As presas e os ferrões, que são os mecanismos habitualmente usados para injetar o veneno, estão associados a glândulas e dutos de veneno. Peçonhas e venenos são substâncias que, em certa dosagem, possuem efeitos deletérios para outro organismo[18, 19]. Para fins de vigilância epidemiológica, considera-se como acidente peçonhento todo o evento em que um indivíduo apresenta evidências clínicas ou laboratoriais de envenenamento com vínculo (história, antecedentes) provável à exposição a uma toxina animal, podendo, ou não, ter identificado o animal causador do acidente. O diagnóstico de certeza se dá quando, além das alterações decorrentes da exposição, o suposto animal causador do acidente foi adequadamente identificado[9]. 1. Sistemas de Informação dos Acidentes por Animais Peçonhentos - Brasil A criação e consolidação do Programa Nacional de Controle de Acidentes por Animais Peçonhentos remontam a contribuição de diversos pesquisadores no campo da Toxinologia, tendo como expoente brasileiro a figura de Vital Brasil (1865-1950). Este programa teve como primórdio o antigo Programa Nacional de Ofidismo, criado em 1986. À época, ele tinha como propósito organizar a produção e a distribuição de soros antiofídicos no Brasil. Além disso, estabeleceu a obrigatoriedade da notificação dos acidentes ofídicos em todo o país. Em 1988, o Ministério da Saúde aumentou a abrangência da vigilância dos acidentes peçonhentos, incluindo as aranhas e os escorpiões, estabelecendo as bases do atual Programa Nacional de Controle de Acidentes por Animais Peçonhentos[2]. No Brasil, existem dois sistemas oficiais de informação do Ministério da Saúde que recebem os registros dos acidentes por animais peçonhentos: o SINAN e o SINITOX. O Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) começou a ser implementado de forma homogênea em todo o território nacional a partir de 1997. Na época, o Ministério da Saúde elaborou uma lista de agravos de notificação obrigatória constituída por 22 doenças de interesse em saúde pública (Portaria nº 1.100 de 24/05/1996). Originalmente, os acidentes por animais peçonhentos não estavam incluídas nesta relação. Apesar disso, os acidentes peçonhentos sempre constaram como agravo notificável no sistema informatizado (software) do SINAN desde o seu início. Eles foram incluídos na lista oficial de agravos de notificação obrigatória apenas no ano de 2010 (Portaria nº 2.472 de 31/08/2010). Neste ano, também, o Ministério da Saúde estabeleceu, pela primeira vez, o cumprimento de duas metas na Programação das Ações de Vigilância em Saúde, uma voltada ao tratamento adequado dos casos de acidentes por animais peçonhentos (conforme indicação do protocolo estabelecido) e outra determinando a realização de capacitações e treinamentos de profissionais para melhorar a qualidade das notificações de acidentes por animais peçonhentos, incluindo divulgação dos dados e locais de atendimentos[12]. O Sistema Nacional de Intoxicações (SINITOX), vinculado à Fundação Oswaldo Cruz, foi criado em 1980. Ele recebe os registros de intoxicação e envenenamentos humanos informados pela rede de Centros de Informação Toxicológica (CITs), localizados em diversos estados do país[2]. É fundamental destacar que a forma de notificação dos acidentes peçonhentos para cada um destes sistemas é bastante diferente. Para notificar casos ao SINAN, é necessário preencher a ficha de investigação de acidentes por animais peçonhentos do Ministério da Saúde e enviá-la à secretaria de saúde (habitualmente, à Vigilância Epidemiológica dos municípios). Nesta ficha, os profissionais de saúde responsáveis pelo atendimento dos pacientes prestam informações como: dados de identificação do paciente (nome, endereço, sexo, idade, etc.), local do corpo em que ocorreu a picada/mordida, sinais e sintomas apresentados, o tipo de animal causador do acidente (suspeito ou confirmado), a conduta terapêutica adotada e a evolução do caso. De posse dessa ficha, os técnicos da Vigilância Epidemiológica digitam os dados no software do SINAN, enviando-os à Secretaria Estadual da Saúde. A notificação ao SINITOX, normalmente, é feita através de contato telefônico com a rede de Centros de Informação Toxicológica (CIT), sempre que os profissionais de saúde (e a população em geral) solicitam orientações sobre o que devem fazer diante de um acidente com animal peçonhento. Neste momento, os dados do caso são prestados verbalmente aos técnicos do CIT que registram o atendimento.

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Como conseqüência da coexistência de dois sistemas de informação com métodos diferentes de notificação e registro dos casos, acaba-se obtendo perfis epidemiológicos distintos sobre os acidentes peçonhentos. Em 2003, por exemplo, enquanto o SINITOX registrava 19.937 acidentes, o SINAN contabilizava 68.852 (3,4 vezes mais). O escorpionismo foi o principal tipo de acidente peçonhento do SINITOX (33,9% do total de casos) em 2003. Neste ano, o ofidismo ocupou a primeira posição (37,0%) no SINAN. Na comparação, o SINAN registrou 4 vezes mais casos de ofidismo do que o SINITOX[11, 14]. Em 2006, o SINAN contabilizou 98.107 casos em todo o Brasil, contra 22.632 do SINITOX (4,3 vezes mais). Neste ano, em ambos sistemas, prevaleceram os acidentes por escorpião: 38,4% no SINAN e 30,6% no SINITOX. Entretanto, o SINAN registrou 5,4 vezes mais casos de escorpionismo[11, 13]. Estes resultados demonstram que o SINAN tem captado uma quantidade maior de casos, o que, em tese, permitiria elaborar um perfil epidemiológico mais consistente dos acidentes peçonhentos no país. Apesar disso, este relatório, utilizará como referência os dados do SINITOX, do CIT-RS e do American Association of Poison Control Centers-Toxic Exposure Surveillance System (AAPCC-TESS) (quando disponíveis). Isso, porque os acidentes peçonhentos, tradicionalmente, são avaliados no conjunto dos demais eventos tóxicos humanos (intoxicações por medicamentos, pesticidas, produtos químicos, etc.) historicamente registrados nestes sistemas de informação. 2. Sistema de Informação de Intoxicações - Bento Gonçalves O número de acidentes por animais peçonhentos tem aumentado anualmente em Bento Gonçalves entre 1998 a 2014. Esse aumento deve-se, em parte, a busca ativa de casos nos boletins de atendimento do serviço de urgência da Secretaria Municipal de Saúde, e ao cruzamento de informações com o Sistema de Informações dos Agravos de Notificação (SINAN/MS)[15]. A equipe do Serviço de Vigilância Epidemiológica também é responsável pelo fornecimento de soros animais (antilonômico, antibotrópico, antiaracnídeo) para o hospital local, mantendo um rigoroso controle sobre a utilização dos mesmos, o que implica notificação compulsória dos acidentes que necessitam de soroterapia animal. Somado a isso, a Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde tem buscado aperfeiçoar-se na identificação dos animais peçonhentos e, por essa razão, tem-se tornado em uma referência municipal para o reconhecimento desses animais, o que contribui para aumentar o número de notificações. Nos casos onde não se consegue identificar o animal capturado, ele é enviado para o Centro de Informação Toxicológica do RS (CIT-RS) que prontamente fornece informações sobre o animal (identificação do gênero/espécie, conduta frente a acidente, etc.). Complementarmente, o Centro de Informação Toxicológica do RS disponibiliza as suas notificações para a equipe da Vigilância Epidemiológica. Os casos do CIT que, porventura, ainda não tenham sido notificados ao SININTOX-BG ou ao SINAN, são incluídos nos bancos de dados da Vigilância Epidemiológica. A equipe de Vigilância Epidemiológica tem divulgado seus dados nos órgãos de imprensa e promovido treinamentos para os profissionais de saúde e para a população em geral sobre a identificação de animais peçonhentos e a conduta frente aos casos de acidente e, sempre que necessário, auxilia no atendimento dos acidentes, dando orientações e identificando os animais envolvidos, estimulando, assim, a notificação de casos. Embora menos comum, a notificação por telefone também tem sido outra forma de captação de acidentes por animais peçonhentos. Ela costuma ser feita pelos próprios pacientes (autonotificação) quando da solicitação de orientações sobre o que fazer diante de um provável acidente peçonhento. A autonotificação também é feita quando os pacientes trazem exemplares de animais peçonhentos até o setor de Vigilância Epidemiológica para a sua identificação. No conjunto, essas estratégias têm ajudado a reduzir, consideravelmente, a subnotificação de casos e a melhorar a qualidade das informações prestadas. Outro aspecto relacionado ao aumento de acidentes causados por animais peçonhentos diz respeito a questões ambientais e populacionais. O crescimento da população e a necessidade de busca por meios de sobrevivência contribuem para a invasão, exploração e modificação de áreas naturais (realização de atividades de extração de madeira, desmatamentos, atividades agrícolas, lazer, moradia, dentre outras), aproximando o contato do homem com os animais peçonhentos e favorecendo a ocorrência dos acidentes. Somado a isso, há o natural aumento populacional dos animais peçonhentos, muitas vezes, favorecido pela redução dos seus predadores naturais e sua adaptação ao convívio com os seres humanos.

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Bento Gonçalves – Acidentes Por Animais Peçonhentos 1998 a 2014 SMS – Serviço de Vigilância Epidemiológica

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3. Fauna Peçonhenta e Não Peçonhenta de Interesse Epidemiológico de Bento Gonçalves Em Bento Gonçalves, os técnicos da Vigilância Epidemiológica (VE) observaram a necessidade de qualificar os registros dos acidentes peçonhentos, principalmente em relação à identificação dos animais. Assim, no intuito de contribuir com o atendimento dos pacientes, a VE passou a receber e a identificar os animais envolvidos nos acidentes. Progressivamente, foi aumentando o número de espécimes de animais recebidos para identificação e orientações, o que permitiu fazer uma coletânea dos principais animais que compunham a fauna peçonhenta e não peçonhenta local. No ano 2002, o SVE confeccionou um primeiro folder com fotografias das principais lagartas de lepidópteros de interesse epidemiológico encontradas no município de Bento Gonçalves e região. No ano seguinte, foi confeccionado um folder sobre as serpentes. Finalmente, em 2004, a equipe do SVE confeccionou um cartaz com fotografias dos animais peçonhentos e não peçonhentos de interesse epidemiológico (aranhas, escorpiões, insetos, larvas de lepidópteros, serpentes) com orientações técnicas sobre o atendimento dos pacientes (ver Figura 2). Em 2009, o cartaz foi atualizado, incluindo-se outros animais que não apareciam na sua primeira versão (ver Figura 3). Estes cartazes foram amplamente distribuídos para diferentes instituições (unidades básicas de saúde, hospital, prontos-atendimentos, escolas, universidade, EMATER, Sindicato Rural, Inspetoria Veterinária, secretarias de saúde de outros municípios, etc.). A identificação desses animais contou com a colaboração das equipes do Laboratório de Toxinas Naturais do Centro de Informação Toxicológica do Rio Grande do Sul, do Laboratório de Lepidópteros e do Serpentário da Universidade de Caxias do Sul – Campus da Região dos Vinhedos (UCS-CARVI). Entre as principais espécies de animais peçonhentos e não peçonhentos de interesse epidemiológico encontrados em Bento Gonçalves destacam-se[16]: 1) Aranhas: Cheiracanthium (aranha do saco, aranha da uva), Lycosa (aranha de jardim, aranha da grama), Mygalomorphae (caranguejeira), Loxosceles (aranha marrom) e Phoneutria (armadeira). Também foram identificadas aranhas do gênero Araneus, Argiope, Gasteracantha, Theridiidae, Nephila e Salticidae. 2) Taturanas: a) Família Saturniidae: Lonomia obliqua, Automeris sp, naranja e illustris, Dirphia sp e muscosa, Hyperchiria incisa, Leucanella e Periga. b) Família Megalopygidae: Podalia (lagarta de fogo), Megalopyge urens (lagarta fuligem). c) Outras: família Limacodidae (Phobetron sp), Arctiidae, Lasiocampidae, Nymphalidae (gênero Morpho) e Saturniidae (gêneros Citheronia, Eacles e Hylesia sp). 3) Serpentes: gênero Bothrops (B. jararaca e B. newiedii) e família Colubridae (Clelia, Liophis, Philodryas, Tomodon, Phalotris bilineatus, Echinanthera cyanopleura, Oxyrhopus sp (falsa coral), Sybinomorphus newiedii e Waglerophis merremii). 4) Escorpiões: Tityus costatus e Urophonius. 5) Insetos: abelha, vespa, marimbondo, louva-a-Deus, mariposa da Hylesia e formiga. 6) Outros: lacraia. 4. Acidentes por Animais Peçonhentos em Bento Gonçalves, Rio Grande do Sul e Brasil Os primeiros casos de acidentes por animais peçonhentos registrados no Sistema de Informações sobre Intoxicações de Bento Gonçalves (SININTOX-BG) datam de 1998 (17 casos). No período de 17 anos, compreendido entre 1998 e 2014, foram notificados 7.196 acidentes. Considerando o período de 2001 a 2014, têm sido registrado cerca de 499 acidentes peçonhentos por ano (ver Gráfico 1). Os anos de 2011 e 2012 contabilizaram o maior número de acidentes. A variação no número de casos notificados de um ano para outro pode ser atribuída a fatores como: maior ou menor quantidade dos animais peçonhentos na natureza, condições climáticas que favorecem (calor) ou prejudicam (frio) a atividade dos animais no meio ambiente, condições ambientais/ecológicas que interferem na reprodução ou sobrevida dos animais (uso de pesticidas para o controle de vetores e pragas, disponibilidade de alimento, enchentes, secas, desmatamentos), disponibilidade de alimentos para os animais (plantas, flores, insetos, etc.), maior ou menor exposição dos seres humanos a situações que propiciam a ocorrência de acidentes (não uso de equipamentos de proteção individual [luvas, por exemplo] nas atividades domésticas, de jardinagem ou agrícolas), entre outros. Como citado anteriormente, os acidentes por animais peçonhentos costumam ser avaliados dentro do contexto toxicológico. No SININTOX, até o final de 2014, foram registrados 31.486 casos de intoxicação humana residentes em nosso município. Entre todos os agentes causadores de intoxicação, os acidentes por animais peçonhentos têm correspondido a 22,9% dos registros, representando o segundo principal agente tóxico. Eles ficaram atrás apenas das intoxicações por álcool etílico (ver Figura 1).

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Contudo, se forem desconsiderados os casos associados ao abuso de álcool etílico e às intoxicações alimentares, os animais peçonhentos passam a responder por 41,3% do total de intoxicações em Bento Gonçalves, transformando-se no principal agente tóxico. Os dados nacionais do SINITOX (Fiocruz) têm posicionado os acidentes por animais peçonhentos como o segundo principal evento tóxico do país entre os anos 2000 a 2012, ficando atrás das intoxicações medicamentosas. Em média, eles têm sido responsáveis por 23,7% do total de casos registrados por esse sistema[11]. Em 2012, os acidentes com animais peçonhentos somaram 26,8% dos casos do SINITOX. Os dados do CIT-RS, entre 2000 e 2013, têm demonstrado que os animais peçonhentos também têm sido o segundo agente tóxico mais notificado, respondendo por 28,9% dos registros, em média. Nos anos 2001, 2005, 2007 e 2011 os acidentes peçonhentos ocuparam a primeira posição no ranking toxicológico do CIT-RS[3, 4, 5]. Em 2013, 28,6% dos casos do CIT-RS deveram-se aos acidentes peçonhentos. Nos Estados Unidos, onde os dados sobre intoxicação são analisados pelo American Association of Poison Control Centers - Toxic Exposure Surveillance System (AAPCC-TESS), os animais peçonhentos têm respondido por cerca de 3,5% do total de casos de intoxicação humana. Neste país, os animais peçonhentos têm aparecido como o sexto agente que mais têm causado intoxicações[1]. O Gráfico 2 mostra uma comparação das incidências (por 100.000 habitantes) anuais dos acidentes por animais peçonhentos do município, do CIT-RS e do SINITOX. A incidência média do município tem sido cerca de 9 vezes maior que a registrada pelo CIT-RS. Esta grande diferença, deve-se, provavelmente a baixa captação de casos no CIT. Para se ter uma idéia, do total de acidentes registrados no SININTOX-BG até 2013, apenas 22,7% haviam sido informados ao CIT-RS. 5. Características Demográficas dos Acidentes por Animais Peçonhentos 5.1 - Distribuição por Sexo A distribuição por sexo demonstra que o grupo masculino tem sido o mais envolvido em acidentes por animais peçonhentos em Bento Gonçalves, com 53,3% do total de casos registrados entre 1998 a 2014 (ver Tabela 1). Considerando os acidentes ocorridos entre 2000 e 2014, a incidência masculina resultou em 499,4 casos por 100.000 homens contra uma incidência feminina de 425,4 por 100.000 mulheres. Segundo os dados do website do CIT-RS, em 2013, os homens responderam por 51,8% dos atendimentos relacionados a animais peçonhentos. 5.2 - Distribuição por Faixa Etária A análise dos acidentes por animais peçonhentos por faixa etária demonstra que em nosso município a maior proporção e o maior número de casos têm ocorrido nas faixas etárias de 20 a 29 e 40 a 49 anos (ver Tabela 2 e Gráfico 4). A idade média dos acidentados no período de 1998 a 2014 foi de 32,7 anos (dp= 18,9; variação: 3 meses a 90 anos). O cálculo da incidência média por faixa etária e sexo revela que os homens têm sido o grupo mais atingido em praticamente todas as faixas etárias, exceto a de 20 a 29 anos. As maiores incidências masculinas têm ocorrido entre 20 a 29 e 50 a 59 anos. Para as mulheres, elas correspondem a faixa etária de 15 a 19 e 20 a 29 anos (ver Gráfico 3). O Gráfico 4 mostra uma comparação dos acidentes peçonhentos por faixa etária do SININTOX-BG, do CIT-RS e do SINITOX. Basicamente, os acidentes apresentam a mesma distribuição proporcional. Entre as faixas etárias mais atingidas destacam-se a de 20 a 29, 1 a 9 e 40 a 49 anos[5, 11]. 6. Acidentes por Animais Peçonhentos por Tipo de Animal Em Bento Gonçalves, no período de 1998 a 2014, os principais animais peçonhentos causadores de acidentes foram: aranhas (39,3% dos casos), abelhas e vespas (23,8%) e as taturanas (10,7%) (ver Gráfico 5). As serpentes e os escorpiões têm respondido por 1,8% e 0,3% do total de acidentes peçonhentos, respectivamente. Cerca de 22,9% dos registros refere-se a acidentes causados por animais não especificados (não identificados). Os dados do CIT-RS mostram que, no estado, as aranhas e as serpentes têm sido os animais peçonhentos mais notificados. Nos anos 2001 e 2002, por exemplo, 36,0% e 42,4% dos casos haviam sido causados por

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Bento Gonçalves – Acidentes Por Animais Peçonhentos 1998 a 2014 SMS – Serviço de Vigilância Epidemiológica

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serpentes, seguidas pelas aranhas. Em 2003, 2010 e 2013, entretanto, as aranhas passaram a responder pela maior proporção de casos (41,2%, 32,6% e 38,7%, respectivamente)[3, 4]. Os dados nacionais do SINITOX têm destacado os escorpiões como o principal agente causador de acidentes no país. Em 2001, eles responderam por 30,8% das ocorrências e em 2010 por 45,2%. As aranhas e as serpentes têm se alternado entre a segunda e a terceira posições neste sistema de informação[11]. É importante lembrar que os acidentes peçonhentos que costumam ser notificados à rede CIT referem-se àqueles de maior gravidade, geralmente, causados por aranhas, serpentes e escorpiões. Outro aspecto, é que a presença de escorpiões do gênero Tityus (T. serrulatus, T. bahiensis, T. stigmurus, por exemplo), associados a quadros clínicos mais graves, não é característica do Rio Grande do Sul, ao contrário do que ocorre em outras regiões do Brasil[2, 10]. Por essa razão, as aranhas e as serpentes são os que mais têm se destacado na estatística do CIT-RS e os escorpiões na estatística do SINITOX. 6.1 - Acidentes Causados por Aranhas: Araneísmo No Brasil, as espécies que podem causar acidentes graves pertencem aos gêneros Phoneutria, Loxosceles e Latrodectus. Apesar do seu menor significado toxicológico, devem ser citadas, também, a família Lycosidae (Lycosa) e Mygalomorphae (caranguejeira)[17]. Alguns estudos também têm demonstrado a ocorrência de acidentes envolvendo aranhas dos gêneros Plexipus sp, Theridion sp, Polybetes sp, Nephilila sp, Aranea sp, Cheiracanthium sp, Cirinna sp e Selenops sp[2]. Em Bento Gonçalves, as aranhas têm se constituído no principal grupo causador de acidentes peçonhentos. Dos 7.196 acidentes peçonhentos registrados no SININTOX-BG no período de 1998 a 2014, foram contabilizados 2.825 casos envolvendo aranhas (39,3% do total de casos) (ver Tabela 3 e Gráfico 5). Uma das prováveis razões dessa maior prevalência pode estar associada ao fato de que as aranhas mantêm-se em atividade ao longo de todo o ano, mesmo nos meses mais frios, quando os outros animais reduzem sensivelmente sua atividade. O Gráfico 6-B mostra a distribuição do total dos acidentes araneídicos mês a mês e ao longo das quatro estações do ano. O mês de janeiro e o verão têm apresentado a maior proporção de acidentes. Com a aproximação do inverno, os casos reduzem significativamente. Na comparação com os outros animais, as aranhas são as que apresentam a maior proporção de acidentes no inverno (14,0%). A partir do mês de setembro, com a aproximação das estações mais quentes, verifica-se um progressivo aumento do número de acidentes causados por esses animais. É necessário lembrar que, algumas aranhas, como a Loxosceles (aranha marrom), estão muito bem adaptadas ao convívio com os seres humanos, sendo facilmente encontradas em entulhos, dentro de armários, móveis e roupas. Essa proximidade entre humanos, somada a uma atividade vital mais permanente, constituem alguns dos fatores que favorecem a ocorrência de acidentes araneídicos e ajuda a explicar porque, em algumas regiões, como a nossa, a prevalência de acidentes envolvendo aranhas é mais elevada. 6.1.1 - Acidentes Causados por Aranhas pelos Principais Tipos No grupo das aranhas identificadas no município e envolvidas em acidentes, têm se destacado: a Loxosceles (772 casos, 27,3%) e a Phoneutria (636 casos) (ver Tabela 3). Também ocorreram acidentes envolvendo a Lycosa (aranha de jardim), a aranha caranguejeira e a Cheiracanthium (aranha do saco). Contudo, na maior parte dos casos de araneísmo (47,3%) não há identificação do gênero do animal. Os acidentes por aranhas indeterminadas, geralmente, são descritos nas fichas de investigação ou no prontuário médico apenas como “acidente por aranha” e devem-se as seguintes situações: (1) subnotificação do gênero do animal (o animal é conhecido, mas não é descrito); (2) paciente viu o animal, por ocasião do acidente, refere ter sido picado por aranha, mas não a trouxe por ocasião do atendimento; (3) não há uma informação precisa sobre o animal que causou o acidente, mas o quadro clínico da lesão (sinais e sintomas) e a história do paciente (mesmo quando ele não vê o animal) sugerem acidente com aranha. De acordo com os dados do CIT-RS, a Phoneutria tem sido a aranha com o maior número de acidentes, seguida pela Loxosceles. Em 2013, a Phoneutria e a Loxosceles responderam por 33,9% e 14,7% dos casos de araneísmo. As aranhas indeterminadas somaram 46,9% do total de registros do CIT-RS.

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6.2 - Acidentes Causados por Lagartas de Lepidópteros: Erucismo As lagartas de lepidópteros são conhecidas popularmente por taturanas (tata = fogo; rana = semelhante) e os acidentes causados por esses animais são denominados de erucismo. O quadro clínico é predominantemente do tipo dermatológico, caracterizando-se, inicialmente, por dor intensa, acompanhada de prurido e eritema locais. Pode ocorrer infartamento ganglionar regional doloroso. Necrose cutânea no ponto do contato é raramente descrita[17]. O erucismo causado pelas larvas da Lonomia diferencia-se pelas suas manifestações hemorrágicas que podem causar a morte da pessoa acidentada[2, 6, 10, 17]. Entre 1998 a 2014, o SININTOX-BG registrou 772 acidentes envolvendo taturanas, sendo responsáveis por 10,7% do total de notificações (ver Gráfico 5). Em nosso município, os acidentes por taturanas ocorrem ao longo de todo o ano. Em agosto e durante todo o inverno observa-se a menor freqüência de casos (1,9%) (ver Gráfico 6-E). A partir de novembro, com o brotamento de muitas plantas e árvores frutíferas, cujas folhas servem de alimento para as larvas de lepidópteros, a presença desses animais na natureza torna-se mais comum. Somado a isso, há um incremento das atividades relacionadas a agricultura (cuidados com pomares, colheita de frutas, jardinagem, limpeza de canteiros) em nossa região, o que aproxima os seres humanos das plantas e árvores e favorece o contato com as taturanas e a ocorrência de acidentes. Após uma queda entre janeiro e fevereiro, os acidentes crescem até atingirem seu ápice em abril (29,1%) e durante o outono (44,2%). 6.2.1 - Acidentes Causados por Lagartas de Lepidópteros pelos Principais Tipos Entre os agentes causadores de erucismo no município têm se destacado os seguintes gêneros: Automeris (19,0%), Podalia (lagarta de fogo) (16,6%) e Lonomia (11,5%). Em menor número, também ocorreram acidentes urticantes causados por Megalopyge (fuligem) e Dirphia muscosa (ver Tabela 3). Todavia, a maior proporção de ocorrências ainda deve-se a lagartas de gênero indeterminado (47,9%). Este resultado, provavelmente, deve-se ao não conhecimento, por parte das equipes de saúde, da fauna de lepidópteros peçonhentos do município e região. Em relação a Lonomia, entretanto, dado o seu maior interesse clínico e epidemiológico, alguns profissionais preocupam-se em tentar identificá-la e diferenciá-la de outros gêneros. Assim, se o acidente não tiver sido causado por Lonomia, os acidentes pelas demais lagartas costumam ser descritos como “lagarta urticante”, “lagarta não Lonomia”, “lagarta verde”, “outros tipos de lagartas”, por exemplo. Em relação à Lonomia vale citar que Bento Gonçalves tem sido o segundo município do estado que mais notifica acidentes para o Centro de Informação Toxicológica do RS, ficando atrás apenas de Passo Fundo. O Serviço de Vigilância Epidemiológica, juntamente com a equipe da EMATER dos municípios de Bento Gonçalves e Santa Tereza, tem dirigido esforços no sentido de informar os agricultores destes municípios sobre os cuidados com animais peçonhentos e, particularmente, na captura de lagartas Lonomia que são enviadas para o Laboratório de Toxinas Naturais do Centro de Informação Toxicológica do RS. Somado a isso, a partir de 2004, o SVE tem obtido o apoio técnico do Laboratório de Lepidópteros do Campus Universitário da Região dos Vinhedos da Universidade de Caxias do Sul (UCS-CARVI) na identificação das lagartas de lepidópteros. Segundo os dados do CIT-RS, em 2013, as taturanas responderam por 13,7% do total de acidentes peçonhentos notificados no estado[5]. 6.3 - Acidentes Causados por Serpentes: Ofidismo No Brasil, existem, aproximadamente, 250 espécies de serpentes distribuídas em nove famílias, das quais apenas duas englobam os quatro gêneros peçonhentos: família Elapidae, a qual pertence o gênero Micrurus (coral) e a família Viperidae que comporta os gêneros Bothrops (jararaca), Crotalus (cascavel) e Lachesis (surucucu)[8, 17]. Entre 1998 a 2014, o Serviço de Vigilância Epidemiológica recebeu 130 notificações de acidentes ofídicos, correspondendo a 1,8% do total de acidentes peçonhentos no período (ver Tabela 3 e Gráfico 5). Em Bento Gonçalves, os casos de ofidismo têm ocorrido ao longo de todo o ano, com menor freqüência nos meses de inverno (9,2%) (ver Gráfico 6-D). Baixas temperaturas causam queda no metabolismo das serpentes e, além disso, em períodos mais frios e secos há menor disponibilidade de presas para a sua alimentação[2]. Portanto, é menor a probabilidade de encontrar uma serpente ativa no inverno, o que contribui para reduzir os acidentes. A partir do mês de outubro, com a proximidade das estações mais quentes, tem se verificado o aumento de acidentes causados por serpentes no município. Provavelmente, associado à maior atividade destes

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animais no meio ambiente. Como conseqüência, o verão (41,5%) e a primavera (37,7%) têm concentrado a maioria dos casos. 6.3.1 - Acidentes Causados por Serpentes pelos Principais Tipos A maior parte dos casos de ofidismo do município tem sido causada por serpentes do gênero Bothrops (50,0%, 65 casos). Em relação às serpentes, a região da Serra Gaúcha apresenta uma fauna variada. O Serpentário da Universidade de Caxias do Sul já identificou em nossa região, por exemplo, serpentes do gênero Bothrops, Clelia, Micrurus, Philodryas, entre outras. Em Bento Gonçalves, a Vigilância Epidemiológica já identificou duas serpentes do gênero Bothrops (B. jararaca [jararaca] e B. pubescens [jararaca pintada]) e diversos espécimes da família Colubridae. Muito embora existam na região serrana[10], no município ainda não foi registrado nenhum caso envolvendo serpentes do gênero Crotalus (cascavel) e Micrurus (coral). Uma das grandes dificuldades para as equipes de saúde refere-se à identificação das serpentes. Isso, porque os pacientes que são mordidos por esses animais, geralmente, não conseguem capturá-los para o reconhecimento da espécie, gênero ou família. Por essa razão, a totalidade de acidentes causada por serpentes não identificadas que necessitaram de soroterapia antiofídica foi classificada como pertencendo ao gênero Bothrops, assumindo que, no Brasil, aproximadamente 90,0% dos envenenamentos são causados por essas serpentes[17]. Todavia, admite-se a possibilidade de pacientes mordidos por serpentes não peçonhentas e que foram equivocadamente tratados com soroterapia antibotrópica. Para fins de vigilância, estes casos acabaram sendo classificados como acidentes botrópicos. Segundo os dados do CIT-RS, em 2013, as serpentes responderam por 14,2% do total de acidentes peçonhentos notificados no estado. Do total de casos de ofidismo, as serpentes do gênero Bothrops somaram 93,4%[5]. No Brasil, estima-se que as serpentes do gênero Bothrops sejam responsáveis por 90% dos acidentes ofídicos, com 0,6% de letalidade[17]. 6.4 - Acidentes Causados por Escorpiões: Escorpionismo Os escorpiões perigosos do Brasil pertencem ao gênero Tityus, principalmente o T. serrulatus, também conhecido como escorpião amarelo, considerado o mais venenoso da América do Sul, em virtude da alta toxicidade de sua peçonha. No Rio Grande do Sul, são relatados acidentes provocados pelo Bothriurus bonariensis e pelo T. costatus, cuja peçonha tem baixa toxicidade, tornando-os sem maior interesse toxicológico[2, 17]. Em Bento Gonçalves, os acidentes causados por escorpião totalizaram apenas 19 casos entre 1998 a 2014, o que corresponde a 0,3% do total de acidentes peçonhentos no período (ver Tabela 3 e Gráfico 5). Em 2002, o Serviço de Vigilância Epidemiológica passou a identificar o gênero destes animais, com a ajuda da equipe do Centro de Informação Toxicológica do RS. Os escorpiões encontrados (especialmente na região noroeste do município) e identificados pertencem ao gênero Tityus costatus e Bothriurus bonariensis (escorpião preto). A peçonha destas espécies não configura risco para a espécie humana. Devido ao pequeno número de casos registrados, a distribuição dos acidentes escorpiônicos ao longo do ano é bastante variável (ver Gráfico 6-F). À exemplo do que ocorre com os outros animais, tem se observado uma maior proporção de acidentes nos meses mais quentes, principalmente no verão e primavera (36,8%). 6.5 - Acidentes Causados por Abelhas e Vespas A ordem Hymenoptera é um dos maiores grupos dentre os insetos. Os seus membros mais conhecidos pertencem às famílias Apidae (abelhas, zangões, mamangavas), Vespidae (vespas, vespões, marimbondos) e Formicidae (formigas)[17]. Em Bento Gonçalves, os acidentes envolvendo abelhas e vespas (incluindo marimbondos) totalizaram 1.712 casos entre 1998 a 2014, o que correspondeu a 23,8% do total de acidentes peçonhentos (ver Tabela 3 e Gráfico 5). Estes acidentes têm ocorrido ao longo de todo o ano, mas com menor freqüência no inverno (7,7%). A partir do mês de setembro, com a aproximação da primavera, da floração das plantas e do calor tem se verificado um abrupto aumento do número de acidentes causados por esses animais, atingindo seu ápice no mês de janeiro e durante o verão (50,4%).

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As abelhas e vespas possuem peçonha e sua picada pode causar quadros clínicos de intensidade variada, dependendo do número de picadas e quantidade de peçonha inoculada (manifestação tóxica), bem como, das condições de hipersensibilidade do paciente (manifestação alérgica). Embora nem sempre sejam valorizados como animais peçonhentos, a picada de abelhas e vespas pode ser potencialmente tóxica e, às vezes, letal[2]. Em nosso município, os poucos casos de óbito associados a animais peçonhentos foram causados por abelhas. 6.6 - Acidentes Causados por Animais Não Especificados No grupo dos animais não especificados estão incluídos os casos descritos ou informados como “picada de inseto” ou “acidente/picada por animal peçonhento” sem nenhuma outra especificação. Este tipo de acidente totalizou 1.646 casos entre 1998 a 2014 (22,9% do total). Todavia, não é possível afirmar se a totalidade destes casos realmente foi causada por animais peçonhentos. Isso, porque as informações sobre o tipo de animal envolvido e sobre o quadro clínico do paciente são muito genéricas ou inespecíficas. Em nossa região, por exemplo, é comum a presença do mosquito hematófago “borrachudo” (família Simulidae) cuja picada costuma causar muita coceira, irritação e vermelhidão no local da picada. Se o inseto causador não for devidamente descrito ou informado, o caso pode ser classificado e contabilizado dentro do grupo dos animais não especificados. A equipe do Serviço de Vigilância Epidemiológica tem procurado evitar a contabilização dos acidentes atribuídos a animais não especificados (especialmente os descritos apenas como “picada de inseto”), de forma a evitar a superestimação dos casos classificados como animais peçonhentos indeterminados. Isso, entretanto, não elimina a possibilidade de eventuais erros de interpretação. Curiosamente, nos Estados Unidos, o sistema de informações tóxicas AAPCCTESS contabiliza os casos de “intoxicação” associados a picadas de insetos, tais como, pulgas e mosquitos[1]. 7. Características Sazonais dos Acidentes por Animais Peçonhentos Um aspecto importante da avaliação sazonal dos acidentes por animais peçonhentos é o que diz respeito aos fatores climáticos da região serrana, ao cultivo de frutas em nosso município e às próprias características biológicas (ciclo reprodutivo e adaptação ao meio ambiente) desses animais. De modo geral, os casos registrados como acidentes peçonhentos costumam ocorrer em Bento Gonçalves, com maior freqüência nos meses mais quentes do ano que correspondem a segunda metade da primavera, ao verão e a primeira metade do outono (ver Gráfico 6-A). Dos 7.196 acidentes peçonhentos contabilizados no município, entre 1998 a 2014, a maioria (39,6%) tem ocorrido nos meses de janeiro a março. No somatório dos últimos 17 anos, o mês de janeiro foi o que sozinho contabilizou a maior proporção de registros no período (14,7%). O mês de julho, em contraste, foi o que apresentou a menor proporção (2,7%). A média mensal de acidentes peçonhentos em janeiro tem sido de 88 casos, contra apenas 16 casos em julho. Não se deve esquecer, entretanto, que o início, o término e a duração total do período em as temperaturas permanecem elevadas ou baixas, pode variar de um ano para outro, influenciando a sazonalidade dos acidentes por animais peçonhentos. Deve-se, também, considerar a influência de prolongados períodos de chuvas que parecem ter um particular efeito de retardo no aparecimento de lagartas peçonhentas como a Lonomia. Na região serrana, e, em particular, em Bento Gonçalves, o cultivo de árvores frutíferas (uva, pêssego, figo, caqui, por exemplo) e a existência de plátanos e outras plantas também contribuem para determinar não só a sazonalidade dos acidentes, como a própria espécie de animais peçonhentos envolvidos em acidentes humanos. Isso, porque essas árvores dão suporte ao desenvolvimento de algumas espécies peçonhentas de lagartas de lepidópteros, como a lagarta da Lonomia, a lagarta da Podalia e a lagarta da Megalopyge urens. Em nossa região, entre os meses de verão e de início do outono, costuma ocorrer a colheita de frutas e a poda dos plátanos que, somado à presença de lagartas peçonhentas nestas plantas, é fator predisponente à ocorrência de acidentes. Em relação às aranhas, vale citar que a sua época de acasalamento corresponde ao mês de abril, o que aumenta a sua atividade na natureza, bem como, a probabilidade de contato e acidentes por seres humanos. A partir de maio, há uma redução acentuada do número de casos de acidentes por todos os tipos de animais peçonhentos, com menor prevalência nos meses de junho e, principalmente, julho, quando o inverno costuma ser mais rigoroso em nosso estado. No mês de setembro, o número de casos começa a aumentar, coincidindo com o aumento das temperaturas que caracterizam a mudança da estação.

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8. Circunstâncias dos Acidentes por Animais Peçonhentos Do total de casos registrados em Bento Gonçalves entre 1998 a 2014, a circunstância “Acidental” (88,2%) e “Ocupacional” (11,4%) têm respondido pela maior proporção. Os casos classificados como “Ambiental” e “Ignorada” têm sido os menos comuns (ver Tabela 4). A grande maioria dos pacientes evoluiu sem seqüelas após o acidente. Entretanto, foram registradas duas mortes residente decorrentes de complicações (anafilaxia) por picada de abelhas, uma em 2011 e outra em 2013. Tabela 1. Acidentes por Animais Peçonhentos por Sexo e Ano, Bento Gonçalves, 1998* a 2014. Masc Fem Masc Fem Masc Fem

N N (%) (%) Incid.† Incid.

Total 3.834 3.362 53,3 46,7 499,4 425,4

*julho a dezembro †Incidência por 100.000 habitantes. Obs.: para o total, foi calculada a incidência média usando os dados de 2000 a 2014. Tabela 2. Total de Acidentes por Animais Peçonhentos por Faixa Etária e Ano, Ambos os Sexos, Bento Gonçalves, 1998* a 2014 <1 1-4 5-9 10-14 15-19 20-29 30-39 40-49 50-59 60-69 ≥70 Total Total 16 408 461 422 649 1.577 1.059 1.087 813 448 456 7.196

(%) 0,2 5,7 6,4 5,9 9,0 21,9 14,7 15,1 11,3 6,2 3,5 100,0

*julho a dezembro

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Tabela 3. Total de Acidentes por Animais Peçonhentos Pelos Principais Tipos, Bento Gonçalves, 1998* a 2014.

*julho a dezembro †Corinnidae, provável Latrodectus §Colubrídeos: Clelia, Philodryas, Tomodon, Sybinomorphus newiedii e Waglerophis merremii. ¶Jibóia **Famílias Nymphalidae (gênero Morpho), Saturniidae (gênero não especificado), Megalopygidae (gênero não especificado) e Arctiidae (gênero não especificado) ††Cobra de Vidro, Sapo, Formiga, Fede-fede Tabela 4. Total de Acidentes por Animais Peçonhentos e Circunstância, B. Gonçalves, 1998* a 2014.

Circunstância N (%) Acidental 6.349 88,2 Ocupacional 822 11,4 Ignorado/Outros 25 0,4 Total 7.196 100,0

*julho a dezembro

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Gráfico 1. Número de Acidentes por Animais Peçonhentos por Ano, Bento Gonçalves, 1998* a 2014.

*julho a dezembro Gráfico 2. Acidentes por Animais Peçonhentos por 100.000 Habitantes por Ano, Bento Gonçalves, RS e Brasil, 2000 a 2014.

486,1

524,3539,0561,4

532,3535,5

478,0498,8

379,2

469,5478,8452,1

428,1

351,6

138,8

57,857,549,556,054,253,154,951,551,738,037,336,240,9

32,6

0,0

100,0

200,0

300,0

400,0

500,0

600,0

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Fontes: SMS - Vigilância Epidemiológica MS/SINITOX CIT-RSP

or

10

0.0

00

Ha

bit

an

tes

Bento Gonçalves

RS (CIT)

Brasil (SINITOX)

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Gráfico 3. Incidência Média dos Acidentes por Animais Peçonhentos por Sexo e Faixa Etária por 100.000 Habitantes, Bento Gonçalves, 1998* a 2014.

*julho a dezembro Gráfico 4. Acidentes por Animais Peçonhentos e Faixa Etária Proporcional do SININTOX-BG 1998* a 2014, do CIT-RS 2013 e do SINITOX 2009.

*julho a dezembro Gráfico 5. Acidentes por Animais Peçonhentos pelos Principais Tipos de Animal Proporcional, Bento Gonçalves, 1998* a 2014 (n= 7.196)

*julho a dezembro

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Gráfico 6. Acidentes por Animais Peçonhentos pelos Principais Tipos de Animais e Mês de Ocorrência Proporcional, Bento Gonçalves, 1998* a 2014.

*julho a dezembro Obs.: no topo de cada gráfico, existem quatro símbolos representando cada uma das estações do ano: sol = verão, vento = outono, floco de neve = inverno e flor = primavera. Ao lado de cada símbolo está indicada a proporção de casos correspondente a cada estação. Os gráficos também apresentam os valores da proporção máxima e mínima atingida durante os meses do ano para cada animal.

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Figura 1. Intoxicações Humanas pelos Principais Agentes Notificadas ao Sistema de Informações sobre Intoxicações (SININTOX-BG) - Serviço de Vigilância Epidemiológica da SMS de Bento Gonçalves, 1998* a 2014 (n= 31.486).

*julho a dezembro

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Figura 2. Cartaz Com Fotografias e Orientações Técnicas sobre os Animais Peçonhentos de Interesse Epidemiológico Confeccionado pelo Serviço de Vigilância Epidemiológica da SMS de Bento Gonçalves – 2004.

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Figura 3. Novo Cartaz Com Fotografias e Orientações Técnicas sobre os Animais Peçonhentos de Interesse Epidemiológico Confeccionado pelo Serviço de Vigilância Epidemiológica da SMS de Bento Gonçalves – 2009.

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12. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Vigilância em Saúde. Instrutivo para Preenchimento da Programação das Ações de Vigilância em Saúde nas Unidades Federadas: 2010 – 2011. Brasília, 2010.

13. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Sistema de Informação de Agravos de Notificação. Portal da Saúde – Sinanweb. Tabulação de Dados. Dados Estatísticos dos Acidentes por Animais Peçonhentos do SINAN (In: site do Ministério da Saúde, sinanweb).

14. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Coordenação de Vigilância das Doenças Transmitidas por Vetores e Antropozoonoses (COVEV)/Coordenação Geral de Doenças Transmissíveis/Departamento de Vigilância Epidemiológica (DEVEP)/Secretaria de Vigilância em Saúde. Acidentes por Animais Peçonhentos: Sistemas Nacionais de Informação – O SINAN e a Vigilância Epidemiológica. In: 3º Encontro Nacional de Acidentes por Animais Peçonhentos – Centro de Informação Toxicológica do RS, 2004 (apresentação pessoal).

15. ROSA, José Antônio R. e GARBIN, Tatiane. Redução da subnotificação de acidentes com animais peçonhentos, Bento Gonçalves-RS, 1998-2005. In: Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. 7ª Expoepi – Mostra Nacional de Experiências Bem-Sucedidas em Epidemiologia, Prevenção e Controle de Doenças. Brasília, 2007, p.93.

16. ROSA, José Antônio R. e GARBIN, Tatiane. Fauna Peçonhenta do Município de Bento Gonçalves (RS). In: 3º Encontro Nacional de Acidentes por Animais Peçonhentos – Centro de Informação Toxicológica do RS, 2004 (apresentação pessoal).

17. SCHVARTSMAN, Samuel. Plantas Venenosas e Animais Peçonhentos. 2.ª ed., SARVIER, São Paulo, 1992.

18. UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO. Instituto de Biociências. IV Curso de Inverno – Tópicos em Fisiologia Comparativa. São Paulo, 2007.

19. VETTER, Richard S. e Visscher, P. Kirk. Bites and Stings of Medically Important Venomous Arthropods. In: International Journal de Dermatology, volume 37, page 481-496, July 1998.

20. LARINI, Lourival. Toxicologia. Editora Manole, 3ª edição, São Paulo.