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Bibliografia: GRUPO I: Direito Constitucional e Metodologia Jurídica; Direitos Humanos e Direito Eleitoral. Direito Constitucional é uma matéria pela qual sempre tive grande predileção e por isso formei uma boa base teórica, desde a faculdade. Na minha preparação me utilizei do Curso de Direito Constitucional do Gilmar Mendes. O conteúdo do livro é completo, abarcando inclusive a parte de hermenêutica constitucional – cada vez mais importante. Além disso, a abordagem do controle de constitucionalidade é completíssima, permeada pela jurisprudência do STF, o que é bastante interessante. A teoria dos direito fundamentais também é bem explorada neste livro, sendo tema também importantíssimo para o MPF. Enquanto a Dra. Deborah Duprat continuar examinando a matéria, recomendo especial atenção ao tema indígena e das minorias em geral. Li o livro “Estatuto do Índio”, do Procurador da República Edilson Vitorelli, e já na preparação para a prova oral li trechos do “Estatuto da Igualdade Racial e Comunidades Quilombolas”, do mesmo autor. Do primeiro, destaco a parte introdutória, que oferece ao leitor uma boa compreensão da questão indígena, abordando conceitos como multiculturalismo e integracionismo, fundamentais para discussão do tema sob a ótica do MPF. A própria examinadora, ademais, possui artigos sobre o tema, os quais são de leitura indispensável na prova subjetiva. Além disso, já se manifestou sobre questões afetas em diversas oportunidades, perante do STF, na posição de Vice Procuradora-Geral da República, todas elas disponíveis no youtube, para consulta. A examinadora, ademais, gosta de autores como Daniel Sarmento e Luís Roberto Barroso. Destes autores, eu li artigos específicos, na preparação para as provas subjetivas e oral. Além disso, em temas específicos, complementei minha preparação com trechos do “Direito Constitucional e teoria da Constituição”, de Canotilho.

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Bibliografia: GRUPO I: Direito Constitucional e Metodologia Jurídica; Direitos Humanos e Direito Eleitoral.

Direito Constitucional é uma matéria pela qual sempre tive grande predileção e por isso formei uma boa base teórica, desde a faculdade.

Na minha preparação me utilizei do Curso de Direito Constitucional do Gilmar Mendes. O conteúdo do livro é completo, abarcando inclusive a parte de hermenêutica constitucional – cada vez mais importante. Além disso, a abordagem do controle de constitucionalidade é completíssima, permeada pela jurisprudência do STF, o que é bastante interessante. A teoria dos direito fundamentais também é bem explorada neste livro, sendo tema também importantíssimo para o MPF.

Enquanto a Dra. Deborah Duprat continuar examinando a matéria, recomendo especial atenção ao tema indígena e das minorias em geral. Li o livro “Estatuto do Índio”, do Procurador da República Edilson Vitorelli, e já na preparação para a prova oral li trechos do “Estatuto da Igualdade Racial e Comunidades Quilombolas”, do mesmo autor. Do primeiro, destaco a parte introdutória, que oferece ao leitor uma boa compreensão da questão indígena, abordando conceitos como multiculturalismo e integracionismo, fundamentais para discussão do tema sob a ótica do MPF. A própria examinadora, ademais, possui artigos sobre o tema, os quais são de leitura indispensável na prova subjetiva. Além disso, já se manifestou sobre questões afetas em diversas oportunidades, perante do STF, na posição de Vice Procuradora-Geral da República, todas elas disponíveis no youtube, para consulta.

A examinadora, ademais, gosta de autores como Daniel Sarmento e Luís Roberto Barroso. Destes autores, eu li artigos específicos, na preparação para as provas subjetivas e oral.

Além disso, em temas específicos, complementei minha preparação com trechos do “Direito Constitucional e teoria da Constituição”, de Canotilho.

Para Metodologia Jurídica, é ideal a leitura de Karl Larenz (“Metodologia da Ciência do Direito”). Mas caso isto seja inviável – como foi o meu caso -, o candidato deve se inteirar das discussões sobre a nova hermenêutica, giro linguístico, sociedade aberta dos intérpretes da Constituição (Peter Häberle), etc.

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Não se olvide que a Dra. Deborah gosta bastante de Wittgeinstein, sendo fundamental o conhecimento, ainda que superficial, de sua teoria dos jogos de linguagem, notadamente quando aplicado às comunidades tradicionais.

Quanto a Direitos Humanos, desde sua introdução no edital, no 25º Concurso, o Dr. Eugênio Aragão foi responsável por examinar a matéria, o que demandou dos candidatos não apenas um conhecimento teórico aprofundado, mas também uma boa compreensão da casuística internacional. Todavia, na última reunião do Conselho Superior do MPF, ao discutir os termos do edital do 27º concurso, que se avizinha, o Dr. Eugênio manifestou um “desconforto” em examinar a matéria (bem como internacional público e privado), o que podesinalizar mudanças à frente.

Mas enquanto nada muda, recomento a leitura de Flavia Piovesan (li o “Direitos Humanos e o Direito Constitucional Internacional”), bem como do Manual Prático de Direitos Humanos Internacionais, elaborado pela Escola Superior do Ministério Público da União (ESMPU) e disponível para download aqui.

É indicada também a leitura dos livros de André de Carvalho Ramos, notadamente do que trata da responsabilização internacional do Estado por violação dos direitos humanos. Eu não o li, embora tenha lido alguns artigos do autor, e me fez alguma falta, notadamente na prova subjetiva, eis que ao menos 2 questões foram respondidas com o entendimento deste autor.

Por fim, em Direito Eleitoral recomendo a leitura do livro de José Jairo Gomes, aliada à leitura detida das leis regentes da matéria, notadamente do Código Eleitoral (com atenção às partes derrogadas pela CR/88), da Lei 9.504/97 (Lei das Eleições) e da Lei Complementar 64/90. Boa parte das questões são respondidas com a “letra da lei”.

Bibliografia: GRUPO II: Direito Administrativo e Ambiental; Direito Tributário e Financeiro; Direito Internacional Público e Privado.

Direito Administrativo e Direito Ambiental foram examinadas conjuntamente, no 26º concurso, pelo Dr. Nicolao Dino, que leciona direito ambiental na UnB, o que refletiu em uma cobrança relativamente rígida de direito ambiental.

Tradicionalmente, em Direito Administrativo, diz-se que a leitura do Curso do Prof. Celso Antônio Bandeira de Mello é fundamental para o MPF, mas eu confesso que não o li por completo para este concurso. Baseei minha preparação na leitura do manual do José dos Santos Carvalho Filho, aliado à leitura de artigos do Dr. Nicolao (para as fases subjetiva e oral), bem como da “lei seca”.

Vale a pena dar especial atenção ao tema da improbidade administrativa, seja pela leitura da lei seca, ou até mesmo por uma leitura especializada. Recorri a mais publicações da ESMPU: “Cem perguntas e respostas sobre improbidade administrativa” (download aqui) e “Questões práticas sobre improbidade administrativa” (download aqui).

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Direito Ambiental era uma matéria em relação à qual eu não tinha uma boa base, o que exigiu que eu desse uma atenção maior ao seu estudo. Mas ainda assim, achei desnecessário ler um manual completo da matéria, preferindo me ater à leitura e releitura da “lei seca”, notadamente na véspera das provas. Li também o resumo de Direito Ambiental da Editora Verbo Jurídico (Ana Maria Moreira Marchesan; Annelise Monteiro Steigleder e Sílvia Capelli), e capítulos específicos do manual de Paulo Affonso Leme Machado.

Direito Tributário definitivamente não é uma matéria que deva “tirar o sono” do candidato do MPF, eis que não se exige um conhecimento aprofundado da mesma. É suficiente a leitura do “Direito Tributário Esquematizado”, do Ricardo Alexandre, bem como a leitura cuidadosa do “Sistema Tributário Nacional” constante da Constituição.

Em relação a Direito Financeiro, estudei pelo ótimo livro “Direito Financeiro e Controle Externo”, de Valdecir Pascoal. É importante também a leitura da Constituição (art. 163 e seguintes), da Lei de Responsabilidade Fiscal e da Lei 4.320/64.

Quanto a Direito Internacional Público e Privado, valem as mesmas observações feitas quanto a Direitos Humanos, em relação ao examinador e sua predileção pela casuística internacional.

Me preparei para estas matérias pela leitura do “Direito Internacional Público”, de Francisco Rezek (mais objetivo) e do “Direito Internacional Público e Privado”, de Paulo Henrique Gonçalves Portela, que considero suficientes. Vale alguma complementação para as fases subjetiva e oral, com trechos específicos de Bassioni(crimes internacionais) e Malcolm Shaw.

Bibliografia: GRUPO III: Direito Econômico e Direito do Consumidor; Direito Civil e Direito Processual Civil.

Tradicionalmente, Direito Econômico e Direito do Consumidor têm sido examinadas no MPF pela representante do Conselho Federal da OAB, o que tem imposto um revezamento maior em relação do examinador.

Estas são matérias em relação às quais o candidato deve dar especial atenção à jurisprudência dos Tribunais Superiores, notadamente o STJ, o que pode ser feito pela leitura dos Informativos do Tribunal respectivo (aqui no blog postamos sínteses dos informativos, que podem ser consultadas).

Para Direito Econômico é importante a leitura do título “Da Ordem Econômica”, na CR/88. Além disso, já vi muitas recomendações de leitura do livro de Eros Roberto Grau (“A ordem econômica na Constituição de 1988”), embora não o tenha lido. Me preparei pela leitura do livro “Direito Econômico”, de Leonardo Vizeu Figueiredo, e na parte do direito antitruste, pela indispensável obra “Os fundamentos do Antitruste”, de Paula Forgioni. Além do mais, a leitura da Nova Lei Antitruste é fundamental.

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Para Direito do Consumidor, recomendo a leitura detida do próprio CDC. Além do mais, li o ótimo “Manual de Direito do Consumidor”, de Cláudia Lima Marques, Antônio Herman Benjamin e Leonardo Roscoe Bessa e o “Manual de Direito do Consumidor à luz da jurisprudência do STJ”, do Procurador da RepúblicaFelipe Peixoto Braga Netto. Este último, mais objetivo e conciso, é ideal para uma boa revisão.Já em Direito Civil, além das aulas que assisti, como já mencionei, li o Curso em volume único do Flávio Tartuce, além da leitura do Código Civil, notadamente na parte de contratos em espécie, família e sucessões. É importante, ainda, dar atenção especial à “constitucionalização do Direito Civil”, especialmente em temas como boa-fé objetiva e suas figuras parcelares (venire contra factum proprium; tu quoque; duty to mitigate the loss; substancial performance e supressio/surrectio), e direitos da personalidade.

Para Processo Civil, quando o examinador era o Dr. Antônio Fernando, a leitura de Marinoni era essencial. Atualmente, contudo, com a Dra. Sandra Cureau, acho que esta leitura não seja fundamental. No meu caso, liFredie Didier (os 3 primeiros volumes e o volume de execução). Muito cuidado, pois em determinados pontos o autor é minoritário em seus posicionamentos.

Além disso, dei atenção ao direito coletivo, bem como às recentes decisões do STJ sobre o alcance do art. 16 da Lei de ACP, competência e legitimidade do MP.

Novamente, vale recorrer às publicações da ESMPU. Indico o “Manual de Atuação em Tutela Coletiva” (downloadaqui) e o “Mandado de Segurança Coletivo e a legitimidade do Ministério Público para sua impetração” (download aqui). 

Bibliografia: GRUPO IV: Direito Penal e Direito Processual Penal.

A partir do 26º concurso, o Grupo IV ficou restrito a Direito Penal e Direito Processual Penal, diante da migração de Direito Eleitoral para o Grupo I, o que, na minha opinião, dificultou o grupo. Apesar de serem matérias de minha predileção, foi o grupo no qual tive as notas mais baixas, nas fases objetiva e subjetiva.

Em Direito Processual Penal, estudei pelo Curso do Eugênio Pacelli, que eu considero muito bom e suficiente. Enquanto o Dr. Artur Gueiros continuar examinando a matéria, vale a pena dar especial atenção ao tema de prisão provisória e medidas cautelares, bem como teoria geral das provas, com atenção ao entendimento dos tribunais.

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Embora não tão afeto ao processo penal, o examinador também tem preferência pelo Direito Penal Econômico, de modo que, se possível, notadamente na segunda fase, recomendo a leitura do “Inovações no Direito Penal Econômico”, da ESMPU, organizado pelo Dr. Artur (download aqui).

Por fim, em relação a Direito Penal, li e recomendo o “Princípios básicos de Direito Penal”, de Francisco Assis Toledo. Além disso, é fundamental a complementação com algum outro manual ou código comentado, ainda para a parte geral, de preferência de Cezar Roberto Bittencourt.

Não pode faltar a leitura de Zaffaroni, ao menos em relação à teoria da tipicidade conglobante, bem como uma compreensão básica da teoria da imputação objetiva, a qual eu estudei pelo curso de Fernando Galvão, que a explica de forma detalhada.

Quanto à parte especial e legislação extravagante, me arrependo amargamente de somente ter lido o livro “Crimes Federais” (Paulo Baltazar) para a segunda fase. Trata-se de leitura fundamental para o concurso do MPF, cuja falta me custou preciosas questões na primeira fase.

Em relação à Dra. Ela Wiecko, vale a pena dar especial atenção, também aqui, aos temas relacionados aos índios, em especial o tratamento do denominado “erro culturalmente condicionado” (Zaffaroni). Além do mais, a questão da diferença de gênero e da violência contra a mulher merecem atenção!