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MARlLIA BELLUOMINI Monografia apresentada na Faculdade de Saüde Públi- ca da Universidade de São Paulo, para obtenção do grau de MESTRE EM SAODE POBL ICA. 1975 CONTRIBU DA PARA A SAODE NOS PROGRAMAS DE LUTA CONTRA A TUBERCULOSE / BIBLIOTECA FACULO.'\CE: DE SAúm:- PÚBLICA UNIVER.:iiOADE DE SAO PAULO SP -8

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(~

MARlLIA BELLUOMINI

Monografia apresentada na Faculdade de Saüde Públi­ca da Universidade de São Paulo, para obtenção do grau de MESTRE EM SAODE POBL ICA.

1975

CONTRIBU IÇ~O DA

EDUCAÇ~O PARA A SAODE

NOS PROGRAMAS DE

LUTA CONTRA A TUBERCULOSE

/

BIBLIOTECA FACULO.'\CE: DE SAúm:- PÚBLICA UNIVER.:iiOADE DE SAO PAULO

SP - 8

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CONTRIBUIÇAO DA EDUCAÇ~O PARA A SAODE NOS PROGRAMAS DE LUTA -.---

CONTRA A TUBERCULOSE

SUM~RIO

Pag.

AGRADECIME~TO E DEDICATORIA ................................ I

INTRODUÇJ(O ., ••...•...•• , ••.•.•.•••• _ ••••••••••••••.••• TT

1. CONSIDERACCJtS GKPAIS .•..•.•••....••.•••..••......•. l -1.1 - Educação

1.2 - Educação

. . . . . . . . . . . . . . . . ' . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . para a saúde .•... , .•................

1

2

1.3 -Tuberculose ..•••..••••.••••••••••••••••••••.. 6

2. REVIS~O BIBLIOGR~FICA •.•... , •• , ..•••.••••••.••••.•• 9

3. EDUCAÇJI:O E PROGRAMAS DE LUTA Ct»tTIM A TUBERCUlOSE .. 19 __ ......__- --- -3.1 -Educadores ...................................... 21

3 . 1 • 1 - o m êd i c o ... • • • . . • • • • • • • • • • • • • • • • • • • . . • • 2 2

3.1 .2 -a enfer•eir& ..••..•••••••••••••••.... 23

3.1 .3 - os outros pJ'Ofissionafs ••••••••••.... 25

3.1 .4 - o pessoaJ ·&Uxil i ar •.••.•••••••.•••••• 26

3.1.5- o éducador de- saúde pública ••••••••• ·: 28

3.2- Educandos ..................................... 29

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3. 2. 1 - o paciente ......... " ............. . Pag.

29

3 • 2 • 2 - a f am i 1 i a . . . • . • • • • • • • • • • • . • • • • • • • • 3 O

3.2.3 -a comunidade ...................... 31

4 • P R O G R A ~1 A E O U C A T I V O • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 3 3

5. INSTITU IÇO'ES Q!_ SAODE ........................... 35

5.1 -Unidades Sanitãrias ....................... 35

5.2 - Hospital .................................. 36

1 37 5.3 - Entidades particu ares ................•...

6. COMENTJI:RIOS FINAIS .............................. 39

7. RESUMO ..•••••••...•..•.•••.•••••••••.••.•••••••. 41

8. SU~MARY •.......••...........••••.•.....•••••..•. 42

9. REFERtNCIAS BIBLIOGRJI:FICAS •••••••••••••••••••••• 43

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AGRADECIMENTO

ao Dr. Diogenes ~uqusto Certaint o agradecimento maior

Professort orientador e acima de tudo Amigo

DEOICATORIA

dedico este trabalho a meus paist no ano de suas

Bodas de Ouro

São Paulo - 1975

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- r r -

N T R n D U r ~ n

Nosso orimeiro contato P exercício de ativida­

de5 no cn~no da tuberculose data de 1949.

Como visitarlora tarefeira fomos admitidas nara trabalhar no Dispensário de Tuberculn~e de Santos.

Pnra treinamento, valeu-nos a exoeriência das

visitadoras do Disnensãrio Cle~ente Ferreira.

~medida que o temoo foi passando, mais o as­

sunto tuberculose foi nos entusia~mando. Devemos relem­

~rar as figuras inesquecíveis de Drs. Alderico Monteiro Soares e niram Nogueira grandes resoonsiveis por esse en­

tusia~mn.

Fm 1955 apresentou-se-nos a oportunidade de fa

zer o Curso rle Educadores Sanitãrios da antiga Faculdade re Higiene e Saüde Publica. Para que isto fosse possível mui to contribuiu e nos estimulou a intervencio do ~idico-che­

fe do Disoens~rio de Santos e da ilustre nrofessora D. Ca­rolina nibeiro.

A~Õs o termino do Curso permanecemos nor mais

dois anos e meio como visitadora sanitãria nos Disnensã­

rios da Caoital, tendo sido de grande valia os conhecimen­

tos de educação para a saúde oue havíamos adquirido oara

dar melhor desemoenho ãquelas funções.

Em Julho de 1958 fomos admitidas como Educado­

ra Sanitária do Cent~o de Saúde da Faculdade de Higiene.

Trabalhamos durante rlois anos nas vãrias Secões desse Cen­tro e, em 1960, nassamos a exercer nossas atividades no seu

Dispensário de Tuberculose, orecisamente na Seccão de ~iag

nõstico e Tratamento, onde orientãvamos os doentes. Sempre

estivemos interessadas na ampliacão dos nossos conhecimen­

tos e nas inovacões que periodicamente iam se introduzindo

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- I I I -

no diagnóstico, nrevenção e tratamento da doenca. Em 1970 solicitamos ao niretor da Faculdade de

Saúde Pública permissão para fazer o "Curso de Educacão em Saúde Pública". Durante um ano estivemos afastadas das nossas atividades no Dispensário, mas ampliamos considera­velmente os nosso conhecimentos na ãrea da educacão para a saúde. Complementamos os dois últimos meses do Curso com um estãgio esoecializado no exterior, na Escola de Saú­de Pública da Venezuela. Nessa Fscola tivemos onortunidade de exercer atividades docentes e participar como observado­ra, na Secretaria de Saúde Pública e ~ssistencia Social de Caracas e em dois Estados desse pais - Rarquisineto e Mara­caibo, dos programas educativos.

Em 197l,recebemos convite oara coordenar o Pro grama de "Levantamento da Prevalincia e Vacinacio pelo BCG

Intradérmico em escolas da Prefeitura do Município de São Paulo", de iniciativa da Discinlina de Tisiologia, de co­

mum acordo com o DPpartamento de Assistincia ao Escolar da quela Prefeitura. Por ser um orograma pioneiro no Estado, a equipe da Disciplina em vãrias onortunidades receheu so­licitacões de outras entidades oara esclarecimentos sobre o programa e o método de vacinacão emoregados. Estes tra­balhos, que foram atendidos sob forma de aulas, eram tam­bém apresentados nos Cursos Normais de Saúde Pública da Fa

culdade. Isto ensejou-nos a ooortunidade de convite para servir como auxiliar de ensino rla Tisiologia na Disciplina e, em 1973, fomos admitidas oficialmente pelo Deoartamento de Epidemiologia para exercer essas funcões.

No Curso de Põs-Graduacão inscrevemo-nos em 1972. Para cumprir os requisitos exigidos elegemos um as­sunto oara nossa monografia que semnre foi uma constante desde o início de nossa vida profissional: a importância da educação nos nrogramas de luta contra a tuberculose.

Constante ê a oalavra oue define bem o interes se que semnre tivemos oela doenca e representa um passado

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- I V -

de intervenções nesse terreno, semnre incluindo as ativida-des educativas, nor con~ideri-la imrortante,embora lembrada relos nossos Admini~tradores.

pouco

Nessa linha de conrluta, quer atuando como visi-tadora, quer como educadora sanitiria, sempre nos preocupa­mos com a transmissão de conhecimentos e com orientação pre c i s a , a t r a vês de um a com u n i cação f a v o rã v e 1 com os do entes e seus comunicantes. Exercendo atualmente funções docentes , ministramos aulas de Educacão nara a Saúde em tuberculose a mêdicos e outros orofissionais nor ela interessados, valen­do-nos da longa experiencia no campo. A necessidade de in­cluir estas atividades em orogramas esnecificos de luta,nos parece de fundamental importância e e nor esse entendimento que nos batemos.

Consideramos que o nnsso trabalho ~uma mensa gem e como tal deve cumprir seu destino, isto e, que o con­teúdo do texto desperte o interesse dos que, responsiveis nela Administracão, nodem determinar a integração ~e ativi­dades educativas aos orogramas específicos.

Não tivemos a nretensão de abordar o assunto com

profundidade. Achamos que no bojo da e~nosição estão cont~ dos, em linhas gerais, os seus asnectos mais expressivos De qualquer forma, define bem as metas, evidenciando certas partes essenciais, necessirias rara o controle da tuberculo se e de canital importância para sua rentabilidade. ·,·

O texto e dividido em vãrios capítulos. No seu correr aoroveitamos a oportunidade oara comentar e sugerir tãticas que, a nosso ver, deveriam ser incorporadas aos oro gramas educativos sobre tuberculose.

Como base,consultamos extensa bibliografia e desta extraímos as ~~ferências mais significativas ~ue fo­ram inseridas no texto, como a anresentarão de programas pe~

quisas, metodologia e comentãrios imnortantes, dos autores que se dedicaram longa e largamente ao assunto.

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- v -

Ao aoresentarmos o nosso trabalho, oodemos di­zer que nunca estivemos a sõs. Nossas idêias e nossas esp~ ranças, consubstanciadas nesta dissertação, tem que estar alinhadas na vanguarda dos que. como cruzados, lutam para valorizar a Educação para a Saúde.

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1. CONSIDERAÇOES GERAIS

1.1 - Educação

"O homem, por ser inacabado, tende a perfeiç5o.

A educaç5o é, portanto, um processo

que só acaba com a morte". ( 19)

continuo

Podemos dizer que cada ser possui duas indivi­dualidades que,embora não possam ser separadas materialmen

te, podem ser analisadas distintamente. Uma e formada por caracteres exclusivos e pessoais. E o que chamaríamos de "ser individual". A outra e constitulda por um sistema de idéias, sentimentos e hãbitos que exteriorizam não apenas a prÕpria personalidade, mas também aquela do grupo ou dos grupos nos quais estã incluldo o indivlduo. Aqui estão re fletidas as crenças, as prãticas, as tradições, as opi­niões coletivas. Este conjunto forma o "ser social". A educação precisamente constitui ou organiza este ser em c~

da um (17). Não sob a forma de uma técnica social, que vai aperfeiçoando o individuo de maneira a integrã-lo har­moniosamente na sociedade. Ao contrãrio, a educação deve dar oportunidade para que os indivlduos se preparem e te -

nham condições de enfrentar as inúmeras perspectivas do run do atual (20). No inlcio da vida, a criança traz consigo apenas uma constituição primitiva. E preciso, pois, que a sociedade intervenha e através do processo educativo torne este ser, primitivamente associal, em outro, capaz de inte

grar-se na vida moral e social (17). Se e p e l a e d u c a ç ã o q u e a s o c i e da d e se p e r p e tu a,

se e pela educação que as gerações adultas transmitem as crenças, as prãticas, os costumes e os conhecimentos ãs ge

rações mais novas, a educação e um conjunto de fenômenos

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que sao assimilados nelos individuas ~ue crescem, se desen­

volvem e amadurecem. Fstes fatos se nrocessam através da constante re-organizacão e reconstrur.ão oriainãrias da ex­

periência de cada um. Seja na infância, na idade adulta

ou na velhice, todos oarticioam ou norlem particirar do ca­

rãter educativo de suas exneriências ressoais. Fxneriência

educativa ê, pois, aquela que atinge um nivel de nercencão

das relacões entre as coisas, e que oossibilita sempre a aprendizagem rle algo novo. Isto oermite alargar os conhe­

cimentos, enri~uecer o espirito e dar,dia a dia,um signifi­

cado mais profundo ã vida.

"Educar-se, portanto, e crescer, nao no sentido

biológico, mas no sPntido esniritual, no sentido humano , no sentido de uma vida cada vez mais particinada, engrande­

cendo-se através do esforco orõrrio, tornando o individuo

criatura verdadeiramente humana" (16).

Sendo, portanto, a educacão um meio oelo qual os individuas são preparados para as exigências essenciais

da orõoria existência, vale acentuar o seguinte conceito:

"Educac~o i o nrocesso nue vi~a o desenvolvimento

das notencialidades do indiv{duo, levando-o a en

contrar-se com a realidade e nela atuar de manei

ra consciente, e~iciente e re~nons~vel nara o

atendimento das necessidades e asnirac5es nes-

~· . . " soa.s e soc~a~s .

1.2 - Educacão para a Saude

"n culto da ~a~de nao tem sinni!icado, a nao ~er

aue e~te}a integrado no culto a vida; nio nade­

mo.~ }amai.~ e.~auecer oue, nuando .~e .+'az uma cal'!­

nanha vara o nrimeiro, o segundo i aue i o oh)e

tivo, o sunrei'!O bem e o Pim". Lucien V~horel.

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Dentro do processo global de educação, a educ~ ção para a saúde desempenha papel fundamental. Gradativa­mente se impõe como atividade imprescindível quando o obje tivo principal e a saúde das pessoas.

Tal como a educação em geral, a educação para a saúde estã vinculada ã mudança de conhecimentos, senti­mentos e comportamento das pessoas (69). Educar não e tra balho fãcil' pois e tarefa a longo prazo ligada a uma vas­ta rede de ações e reações . O homem não ê mãquina ou tubo de ensaio; ê, antes, um organismo, um ser vivo, tem senti dos, e apresenta um modo de pensar e ser. Cada individuo dâ forma ãs suas percepções e ao significado que o mundo tem para si, através de valores, crenças, atitudes, moti -vos e idéias consequentes de sua prôpria experiência pe~

soal ou do grupo no qual estã inserido (27). Quando pre­tenda promover a educação para a saúde em determinado gru­po, ê necessãrio que o educador tenha amplos conhecimentos dos numerosos fatores que influem na ação educativa. O ed~ cando deve compreender como novas idêias poderão ser adot~ das, assimiladas, re-estruturadas e postas em ação (39). A educação realmente se inicia quando o educando passa a agir em função dos conhecimentos adquiridos numa ação cons ciente, que se traduz por um comportamento razoãvel e com­preensivo.

Este e um dos pontos mais difíceis na educação para a saúde - o de tornar responsáveis os indivíduos no combate ã doença, com a aquisição daquelas normas de vida que resultam na higidez física e mental, e que somam canse quências benéficas, não sã para si como para o seu grupo social (6). Jã que cada individuo faz parte de um grupo e a conservação da saúde de cada componente desse grupo in flui nele como um todo, a perda da saúde de um, dentro da coletividade, não ê somente uma perda individual: ela põe em risco tambêm a prôpria coletividade. Hã, portanto, de

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parte a parte,uma grande responsabilidade, um relacioname~

to de direitos e deveres do binômio individuo e sociedade, constituindo-se este fato num dos aspectos fundamentais da organização social.

No que diz respeito ã saúde, cada um tem o di­reito de gozã-la bem e o dever de conservã-la cuidadosamen

te ( 1 8, 31 ) •

Devemos dirigir o interesse das pessoas, utili zando métodos e técnicas apropriadas, persuadindo-1s a que por si mesmas consigam ajustamentos benéficos em seu modo de vida (39} . Estaremos desta forma trabalhando para sua saüde, contribuindo para melnorar suas condições sõcio-eco nõmicas e promovendo consequentemente a saüde da coletivi­dade.

Para agir conscientemente, as pessoas têm que ser informadas sobre os riscos a que estão expostas e os modos de enfrentá-los (S9} .

E necessãrio educar a população apontando as vantagens da adoção de medidas preventivas em geral e de todos os cuidados higiênicos de natureza individual ou co­letiva. Hã necessidade, portanto, que a população tenha participação ativa e meios lhe sejam propiciados para que conheça e avalie tudo aquilo que diz respeito ã doença ( 1 8} .

A educação para a saúde é, consequentemente , um processo relacionado com mudanças. Em épocas passadas as informações sobre saúde eram divulgadas junto ã popula­ção e acreditava-se ou pelo menos mantinha-se a esperança de que elas seriam suficientes para que as pessoas modifi­cassem seu comportamento com relação ã saúde. Alguns tra­balhos mostraram, no entanto, que certas pessoas resistem ãs mudanças . Se quisermos que ocorram mudanças, não basta apenas influenciar seus conhecimentos . Mudanças de cren­ças e atitudes são frequentemente necessárias antes de po-

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dermos mudar o comportamento (63). Isto e fundamental pa-ra se conseguir da parte do público as acões desejadas. Se as mudanças no comportamento inrlividual, grupais ou comuni­tãrios são necessárias para oromover a saúde ou prevenir doencas, a orimeira nreocupacão deve ser a de prever as con dicões necessãrias para aue elas ocorram. As modificações de conceitos, de conhecimentos e de atitudes das pessoas deverão, em ultima anãl ise, ser despertadas através do pro­cesso e d u c a c i o na 1 , u ti 1 i z a n d o-s e a motiva cão com o potente força de acão (41, 55).

Rem dirigido, o nrocesso sera um 1moortante su­oorte na solucão dos problemas de saúde. De um modo geral, os problemas deverão ser resolvidos pelos indivíduos e não pelas instituições (59).

A educacão oara a saúde não pode mais ser acei­ta, portanto, como em outras eoocas, quando se enfatizava apenas a ornnaganda e divulgacão de conhecimentos sobre sau de. Hoje essa interoretação cedeu lugar a uma outra, em que o comoortamento humano e as modificações que nele se verificam constituem a preocupação bâsica da educação oa ra a saúde.

Derryberry, na 12a. Assembléia Mundial da Saú­de, em 1958, afirmava:

"A Educaç5o pa~a a Sa~de ab~anpe a somat5~ia de to­

das aauelas exveriincias de um indiv{dua aue modi­

ficam seu camnortamento com ~esveito à sa~de e os

p~ocessos e esfo~ços vara v~oduzi~ essas modi~~ca­

çõe.c~". (15) E Dorothy Nyswander define a educação para a

saúde "como um v~ocesso de e~olu~do dent~o do organisno ~u­

mano com o objetivo de alcança~ a sa~de individual e da co­

letividade" (47). Puth Sandoval "'1arcondes conceitua a edu-cação para a saúde como "um n~ocesso essencialmente at-:.vo

aue envolve mudanças no ~odo de pensa~, senti~ e ag~r ~os

indiv{duos, visando a obtenado de um estado de a~mvle­

to bem estar f{sico,mental e social e ndo avenas a-ausincia

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d.e doença". ( 39)

1.3 - Tuberculose

"A tuhePaulose i uma doença in!eatuosa~ sem d~vida~

pop~m di!ePente das outras doen~as ... "

Rir Pobert Philip

A tuberculose e uma doenca infecto-contagiosa com carãter de universal idade e que nao faz distincão de raça, sexo, idade ou cor. P.eoresenta uma das grandes fon­tes de sofrimento humano e, oelos danos causados, consti­tue-se num problema prioritário entre os que preocupam as autoridades da Saúde Pública.

Hioocrates, considerado o oai da medicina (460-

355 anos A.C.) descreveu a tuberculose como uma entidade clinica, dando-lhe o nome de tisica. Não mencionou o con­tigio, mas afirmava sugestivamente que "um tfsico nasce de outro tísico". Depois dessa iooca a hist5ria revela os oro nunciamentos de vãrios autores que estudaram a doença do ponto de vista diagnóstico e teranêutico.

Séculos mais tarde,a transmissão da doenca atra ves da matéria caseosa foi proclamada por Villemin (1865).

O agente causal da tuberculose, o ~ycobacterium somente foi descoberto por Koch em 1882 e como homenagem a esse desco­bridor foi-lhe dado o seu nome - bacilo de Koch (60, 53

6 1 ) .

Desde a antiguidade atê os nossos dias a tu-berculose, grassando sob forma eoidêmica, de invasão, vem assolando as populacões e produzindo os seus malefícios . Apesar de ser conhecida como doenca da pobreza oor incidir principalmente nas classes menos favorecidas, nem nor isso sua ação destruidora tem nouoado pessoas de certa catego-

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ria social. Dai a vida de tantas personalidades famosas, que por ela foram ceifadas, terem se tornado tema de roman

ces, do teatro e da música. Entre outras registramos a c~ movente histõria de Margherita Gautier, a "Dama das Camª -lias", que marca, com a histõria de Chopin e outros, a fa­se romântica da tuberculose no século passado (44, 51).

Durante longo período a tuberculose desafiou as medidas postas em prãtica para que deixasse de ser um flagelo. Somente na metade do século atual, com o advento dos quimioterãpicos, e que houve declínio sensível no rol de tantas vidas sacrificadas pela doença.

E impossivel,dentro da epidemiologia da tuber­culose,destacar um ou mais fatores que possam ser os res­ponsiveis "de maneira constante ou pelo menos predominante dentre as variãveis características de sua difusio secula~ ( 3 7 ) •

Dois, não se pode negar, concorrem substancial mente para a difusão dessa doença: o fator social e o fa tor medico.

A histõria da humanidade ou a histõria da ci­vilização, em suas mudanças econômicas, determina, de certo modo a histõria da tuberculose, mostrando a grande influên cia dos fatores sociais no seu comportamento. Estudando os dados epidemiolõgicos de vãrios países e analisando-os em vãrias dêcadas, certos autores chegaram ã conclusão de que a evolução, ou a "histõria da tuberculose", em todas as~! tes do mundo segue um curso igual, mesmo vivida em êpocas diferentes. Embora esta evolução histórica se processe n~ turalmente, algumas influências poderão ocorrer modifican­do-lhe os rumos como: os progressos técnico-científicos e as melhorias sõcio-econômicas acelerando o ritmo da doença ou as calamidades públicas e guerras contribuindo para re tardar o processo. Isto estã de acordo com o enunciado p~ Flatzbeck e Hofbauer em 1931 quando, ao analisar a curva

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da tuberculose em vãrios países, demonstraram que ela se­g u e um r i tm o p a r a 1 e 1 o ã c i v i 1 i z a ç ã o ( 2 5 , 4 6 ) . O e v i d o à i n fluência que esta contingência exerce sobre a tuberculose, ela pode ser considerada principalmente como doença social. Todos os dados econômico-sociais terão importância funda­mental para explicar de maneira mais exata as implicações epidemiológicas em relação ã doença. Para Gusmão (26), "a idade de cada cidade, a intensidade do exodo rural para os centros urbanos, o nível mêdio da vida econômica são outros tantos fatores que sempre devem ser considerados na epide­miologia da tuberculose, desde que sã eles podem orientar com eficiência as medidas a serem tomadas".

Arnold Rich, citado por Baldõ (2), afirma :"não se conhece medida antituberculose que possa ser mais efi­caz em localidade alguma que a melhora de vida do povo po­bre".

Não resta dQvida que o controle da tuberculose somente serã possível quando, alem de medidas profilãticas e assistenciais bem executadas, se consiga melhorar o ni -vel de vida das populações.

Quanto aos fatores médicos que interferem no comportamento da doença, devemos mencionar entre outros o fator imuno-biológico, isto é, aquele que determina os di-ferentes níveis da resistência natural individual. Para Rich (52) "as peculiaridades da susceptibilidade e da re­sistência à tuberculose nos diferentes períodos de vida constituem um problema importante e que deve merecer um es tudo cuidadoso ... " Temos que admitir também o papel exer c ido pela hereditariedade, que pode do ta r o individuo de certa resistência natural e a natureza das condições que poderão concorrer para alterar este nível.

Outro fator e o da infecciosidade da doença , e que como tal constitue risco constante.

Muitas vezes,mesmo os casos ativos,quando evol vem silenciosamente, o fazem de maneira inapercepta: por isso não chegam a causar preocupação e não recebem assis -

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tência mêdica. Outros que suspeitam estarem doentes, evi­tam se submeter a um diagnóstico, pois a confirmação da doença traria tantos transtornos que iriam complicar profu~ damente suas vidas econômica e social. As condições de Vi da das comunidades em nossos dias criam situações cada vez mais propícias para a disseminação da tuberculose. A aglo­meração de pessoas vivendo em espaços pequenos obriga a um sistema de vida que favorece contactos frequentes do mesmo grupo, aumentando assim as probabilidades da propagação da doença quando o bacilo estã presente (3).

Nos últimos anos temos observado uma tendência no sentido de se programar efetiva e economicamente o con­trole da tuberculose mediante a aplicação racional dos co­nhecimentos e dos recursos disponíveis. Os objetivos vis~ dos tem sido os de eliminar o dano com a mãxima rapidez,m! lhorando as condições da população, no que se refere ã saü de e ao bem estar social (66). Porêm, ao analisarmos os dados epidemiológicos relativos ã doença, vemos que o pro­blema ainda estã presente e continua desafiando os esfor -ços feitos para reduzir apreciavelmente os danos e riscos causados pela mortalidade, morbidade e infecção.

2. REVISAO BIBLIOGRAFICA

Na pesquisa bibliográfica sobre a educação pa­ra a saúde em tuberculose encontramos dados históricos in­teressantes como os referidos no livro "Ways to community Health Education", publicado em 1939 (29). No capítulo XIII hâ referências sobre o provãvel primeiro folheto edu­cativo, publicado para distribuição ao público pelo Depar­tamento de Saúde da Cidade de Nova York, em 1889. O as -sunto era tuberculose e presume-se ter sido o primeiro a s e r d i v u 1 g a d o por um a a g ên c i a M u n i c i p a 1 d e S a ü d e . T i n h a co

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mo titulo "Regras a serem observadas para a prevençio da propagaçio da tisica" e contava os prejuizos causados pela doença, como ela se propagava e advertia o leitor a obser­var nove substanciosos itens de "N~OS". Este acontecimen­to pioneiro e histõrico e bastante interessante. No mesmo livro hã referências tambêm sobre uma primeira exposição com pretensões educacionais que teve lugar na Universidade de Johns Hopkins, em Janeiro de 1904. Foi patrocinada em conjunto pela Associação de Saúde Pública e pela Comissão de Tuberculose do Departamento de Saúde do Estado de Mart land. Knopf, em 1922, traduziu este empreendimento como "uma objetiva apresentaçio histõrica envolvendo distribui­çio, variações, causas, custos, prevençio e cura da tuber­culose ..... Observa-se que hã muita coisa para uma apre­sentação, porêm temos que lembrar que havia muito a ser mostrado naqueles dias, apresentando-se um desejo real,por parte de muitos, em aprender a verdade sobre moléstia tio terrível. Provavelmente, a primeira age-ncia de saúde a aventurar-se em um projeto de educação para a saúde ambi cioso e continuo foi a Sociedade de Pensilvania para a Pr~ vençio da Tuberculose. Em seu início em 1892,conta Knofp, .. começou a divulgar informações sobre a natureza e infec­ciosidade da doença ... A partir desta iniciativa vãrias ci dades como Boston, Nova York e Chicago, com suas associa­ções locais, iniciaram uma política de educaçio para a saú de baseada na exposição de Maryland e no folheto dos 11 N~O~

do Departamento de Saúde da Cidade de Nova York . Hã ainda um ponto de interesse histõrico na educaçio para a saúde. Quando a .\ssociação Nacional para Estudo e Prevençio da T~

berculose foi formada em 1904, entre os objetivos propos­tos, alem do estudo que o seu titulo jã preconizava, se in cluiam a divulgação de conhecimentos sobre a causa, trata­mento e p~evençio da tuberculose e o encorajamento cienti­fico de tratamento e prevençio. Jã nessa época se verific~ va a utilidade dos esforços das agências voluntãrias no au

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xílio das atividades educativas. Estes primeiros passos ad quirem importância porque foi nas atividades desenvolvidas neste campo que a educação para a saúde começou a se impor como valioso recurso auxiliar. E importante este reparo , pois com isto se lançou a semente de todo o progresso edu­cativo, tanto na esfera oficial quanto na voluntãria.

Como documento histórico registramos tambêm o relatado por Pitanga (49). No Brasil,o início da luta con tra a tuberculose contou com a voz eloquente e poderosa de Plãcido Barbosa, que apregoava a necessidade da profilaxia,

sustentava que a doença era evitãvel e que se impunha o dever de combat~-la. Em 1902, em colaboração com a "Liga Brasileira Contra a Tuberculose", funJada 2 anos antes, es te mêdico idealista produzia uma série de artigos e confe­r~ncias. Em 1917 encaminhava ao Presidente da Rerüblica uma notivel exposição sobre "um plano de combate â tubercu

lose na cidade do Rio de Janeiro". Neste plano defendia a criação de uma Inspetoria de Tuberculose, a instalação de Dispensários, o serviço de vigilância higi~nica dos tuber­culosos em domicílio e a instituição do seguro contra a doença. Em 1920, no Governo de Epitãcio Pessoa, a Inspet~

ria de Profilaxia da Tuberculose planejada por Plãcido Bar bosa foi criada e passou a ser por ele dirigida. Iniciou­se então, sobre fundamentos científicos, a luta contra a tuberculose no Brasil. Verificou-se, num crescendo, o inte­resse dos mêdicos pela especialidade, a criação dos Dispe~ sãrios, a dedicacão de ~anuel de Abreu no ensino da radiologia pulmonar, seguido da introdução do tõrax terapêutico. Ao lado destes progressos

e pritica pneumo -

cientifi-cos a educaçãc não foi esquecida. "O diagnóstico repre -

sentava apenas parte do programa. A educação individual do doente, a educação coletiva dos sãos, a propaganda ant~ tuberculose, faziam parte essencial desse programa. As ch! fias, com seus auxiliares, organizavam esquemas de pales

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tras e estas foram realizadas em grande número de fãbricas, utilizando projeções, cartazes e larga distribuição de fo­lhetos. Os serviços de afixação de cartazes, contendo con selhos e advertências e de cartazes ilustrados, eram dia­riamente executados pelo corpo de guardas sanitãrios. To~

nou-se praticamente impossivel encontrar, em todo antigo Distrito Federal,um estabelecimento de atendimento públi -co, ou onde se reunissem pessoas, casa comercial, fãbrica, pequenas ou grandes indústrias, escolas, clubes em que não se deparasse com um cartaz de propaganda antituberculose". "Foi confeccionado e largamente distribuído um modelo de copo de papel para ser usado uma sõ vez" ... "Pela primei­ra vez foram instaladas escarradeiras higiênicas em locais de trabalho" ... "Chegou depois a vez dos bebedouros higiê­nicos" ... Com Plãcido Barbosa, ainda, inicia-se um novo C! pítulo no campo das realizações educativas. E o capítu­lo da visitadora de tuberculose; "eram moças e senhoras se

lecionadas entre as candidatas e ãs quais se ministrava um pequeno curso teõrico de rudimentos de anatomia, fisiolo -gia, patologia e higiene, com suas aplicações ã tuberculo­se e mais instruções especiais sobre a conduta em face do doente e de sua família" ... Para dar cunho prãtico ao seu trabalho educativo, as visitadoras forneciam aos doen­tes escarradeiras portãteis e as vezes tambem de bolso" ... Alem disso, os Dispensãrios emprestavam camas de ferro com colchões e cadeiras de lona para repouso. Todas essas fa­cilidades amaciavam e tornavam mais eficaz o trabalho das enfermeiras 11

• "Nos primeiros anos de funcionamento dos Dispensãrios ensaiou-se um regime de palestras educativas, nas salas de espera, a cargo de auxiliares de dispensãrio que se revezavam semanalmente. Essas palestras coletivas fóram mais tarde substituídas por palestras individuais num gabinete de educação, onde permanecia uma enfermeira de saúde publica ou uma auxiliar de dispensãrio e para on­de era encaminhado o doente apõs a consulta. Além dos con

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selhos apropriados, ai lhe eram fornecidos lenços para evi tar a dispersão dos perdigotos, escarradeira e folhetos educativos ...

Os métodos empregados para a educação foram se transformando pouco a pouco. Tornou-se evidente que meras informações não bastavam. Não somente os conhecimentos 11 das pessoas sobre a doença precisavam ser incrementados , como também seus sentimentos, interesses e atividades pre­cisavam ser mudados ...

MEYERS (43), em seu trabalho sobre a hist5ria da tubercL lose em Minesota, cita T.S. Roberts que no prin­cípio do ~éculo dizia: 11 0 trabalho de maior envergadura é, e deve continuar sendo, a educação total da população ... Quando se tenha ensinado a todas as comunidades a conside­rar a tuberculose como uma doença infecciosa e evitãvel, e quando a opinião pública apoiada pelo interesse pr5prio das pessocs não infectadas seja suficientemente forte pa­ra exigir do paciente oom a citada doença um sentido de responsab~lidade pessoal que o obrigue a cuidar de si mes­mo e a pr0teger aos demais, é de esperar que vã desapare -cendo de nosso meio o maior flagelo da humanidade,a "pes­te branca'.

AMSLER (1), da França, HANZAL (28), da Tcheco~

lovaquia e MAZZETTI (42), da Itâlia, na 3a. Conferência Internacional de Educação em Saúde em 1956 mostraram a necessidaoe da revisão dos métodos e das técnicas utiliza­das para as campanhas antituberculose e são unânimes em r~

conhecer a necessidade de que a educação para a saúde se ajusta ãs transformações que vão se realizando nesse cam -po. A população precisa ser devidamente instruída sobre os riscos da doença e ao mesmo tempo motivada a colaborar com os médicos e agências de saúde. Muitos casos, cujos diagn5sticos são feitos tardiamente, têm como causa a ign~

rância ou a precariedade de conhecimentos, motivos estes

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que exoli:am as razões da ronulacão nao tomar cuidados com a saúdé .

\1ACK CLUZKEY et aZ. (38) em 1953 e VAVRA (64) em 1955 referem os resultados de suas pesquisas visando o planejamento de programas educativos para os pacientes em tratament~ nos hosoitais de tuberculose. ~ostram esses A.A. a responsabilidade e a exoeriência que deve possuir a equ! pe hospitalar nara assistir os nacientes , solucionar os seus problemas físicos e sociais, neutralizar os de ordem emocional e orientã-los também nas suas dificuldades econõ micas. P3ra estes misteres devem se unir médicos, enfer­meiras, assi~tentes sociais e outros profissionais. Amola coooeraçãJ e compreensão dos doentes devem ser alcancados para que ~stes sintam a responsabilidade que tem no seu tratamentJ. Nos esforcos da equipe deve estar incluido,não apenas o ~nsino do interessado, mas sua extensão também às famílias e aos amigos com o objetivo de maior alcance , que e o d~ se atingir a comunidade.

Na XV Conferência Internacional de Tuberculose realizada em Istambul, em 1959, um dos temas tratados foi o da "Educacão para a saúde e novos métodos de prevençao e tratament~ da tuberculose".

" Renomados esrecialist~s como Gork~ (24) da Tur ,-quia, Kaut-mann (33) da Suissa, !!ir (35) do ~1arrocos,Sah7'o~

de I' ( 5 7 ) d a A 1 em a n h a , s to n e ( 6 2 ) d a S u i s s a , v i boI' e Z ( 6 5 ) da França e Whei'I'ett (67) do Canadã, membros das Associa -ções contra a Tuberculose em seus respectivos paises, aor! sentaram estudos substanciais sobre esse assunto e relata­ram como se desenvolvem as atividades educativas nos seus orogramas de luta contra a tubereulose.

Reconhecem esses A .A. o papel fundamenta 1 que exerce a educacão para a saúde no controle da doença. Lem­bram a longa duração do tratamento, dos controles que de­vem ser mantidos durante esse temoo e da paciência que os doentes necessitam para vencer os prazos necessãrios e des ta forma alcançar a cura. O ideal, acham eles, seria envi

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dar esforcas para que todas as medidas de luta contra a t~

berculose constassem como elementos imoortantes da políti­ca sanitária de cada pais, com ênfase especial sobre a ore

. -venção. Afirmam ainda que a necessidade de ajudar o indi-víduo a aumentar os seus conhecimentos é parte de sua pro­tecão e isto concorre em ajudar a comunidade a se proteger e a se defender. ns A.A. fazem ainda referências sobre os métodos e as técnicas educativas que deverão ser adaptados ao nível intelectual, aos hâbitos, e ãs necessidades dos grupos aos quais se destinam. Insistem na necessidade de um programa definido de educar.ão para a saude em tuberculo se, ressaltando como tópicos essenciais: a imoortãncia do indivíduo que deve ser orientado, os deveres da equipe de saude e o valor da particioacão de voluntãrios para o êxi­to do orograma.

Na XVI Conferência Internacional de Tuberculo­se, 1961, em Toronto, Canadã, foi realizado um painel so­bre o tema "Como informar o pcrblico que a tuberculose ain­da não estã sob controle". ApÕs a exposição de virias pa~

ticipantes (45, 4, 34, 22, 32, 40, 50, 23), WHERRETT (68) resumiu a opinião do grupo dizendo: "Os A.A. reconhecem que não hã métodos eficientes para vencer a indiferença do pcrblico frente ã doença. Hã necessidade de programas bem planejados e sob a orientacão de lideres treinados para se atingir os objetivos. Outro aspecto encarecido foi a difi culdade encontrada nos países em desenvolvimento para a descoberta de casos e o seu tratamento correto provocado pela desinformacão da comunidade em relação ao problema da tuberculose. nuanto ã educacão comunitãria, acham os A.A. que a maneira de iniciâ-la consiste em avaliar o indiví­duo em sua depend€ncia com os caracteres hereditãrios, sua vida em família, suas necessidades insatisfeitas e o tioo da ambiente em que vive. Não compreender e não aoreciar as forças que intervem e influenciam o comportamento huma­no, oodem conduzir qualquer proarama ao insucesso, oor mais

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bem planejado C]Ue seja. Também os f'J .A. exa 1 tam a importân

cia da nersonalidade das nessoas encarregadas de executar

os prograf'1as, a narticipaC'ão do doente e o conhecimento de

todas as influências que envolvem o naciente e os progra­

mas oreventivos ao lado dos curativos. Finalizando, men­cionam a imoortância ~a atu~cão dos professores, a sua for

ça educativa e de persuasão junto aos alunos". PnCHFAUV (30) estudou cuidadosamente as razoes

porque o povo particioa ou não oarticina dos exames de

P~ios X dos nulmões. Descohriu nue "as nessoas são mais

propensas n fazerem voluntariamente um exame dos pulmões

quando tres causas em 11ue acrerlitam estejam oresentes: 1)

oossibilidadP delas mesmas contraírem n tuberculose; 2) a

falta de sintomas não e indicio de ausência da doenca: 3)

a deteccão rrecoce rla rloenca ê proveitosa. n fator mais

decisivo parece ser o segundo. Também nrocurou determinar porque alqumas pessoas que aceitavam esses conceitos nao

haviam, nunca, se submetido a um exame radiolõgico. Desco

briu que muitas dessas Pessoas deixavam de tomar essa ini­

ciativa por não relacionarem as informacões consigo mes mas. Elas imaginavam que o fato de ficarem doentes acar­

retaria sérias consequências nara seu relacionamento matri monial, familiar ou profissional; tafTibem receiavam a re­

oercussno que teria a sua doença, oor serem pessoas com

prestígio social e posição na comunidade. ~ssim, a possi­

bilidade dessa revelação parecia tão catastrõfica 11ue eles

preferiam fuoir ã eventualidade e, oortanto, negavam-se a

submeter-se a exames. ~J~0nn (58) relata em seu trnbalho a funcão da

educação oara a saúde na luta antituberculose no Texas e

resume o seu pensamento dizendo: "a funcão da Educacão na luta antituberculose tem que prosseguir, pois se erradicar

mos a tuberculose - como haverã de suce~er algum dia - s~

rã como consequência da constante renetição destas medidas e d e s t a s a c õ e s d o e d u c a d o r rl e s a u d e o ü b 1 i c a : · i n f o r ma r a o nu

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blico e induzi-lo a adotar uma conduta oessoal, familiar e social condizente com estas informacões".

RARPA~AN (5) rlo ~...,exicn e WJLAND (7) da Austra­lia em trabalhos afins definem, resrectivamente, as fun­

ções do medico e da enfermeira em nrogramas de luta contra

a tuberculose. Afirmam estes f.A. aue tanto um auanto o outro desemnenham naoêis imnortantes, um especialmente no

diagnõstico e ambos na instrucão do raciente, família e comunidade. Peferem também a necessidade de se adaptar a

linguagem ao nivel das pessoas orientadas e de se nromover

um relacionamento cordial e afetuoso entre educadores e

educandos. ~mesma conclusão c~ega PnUILLnN (56) em seus

dois trabalhos sobre a motivacão da equipe e do

tubercu 1 os o.

raciente

r;.~ T '!'E F & L r-F F :' 0 ."' ( 2 1 ) r e f e r em a c o n t r i b u i c ã o d a

educacão oara a saade em um nrojeto oiloto sobre vacinacão BCG na ~frica. Salientam "a imnortincia de certos princi -

pios educacionais comprovados. Isto é, que a mensagem so­

bre saude, oara ser efetiva, deve nropor objetivos simnles e orãticos, sem que seja necessário sunerar sérios obstácu­

los oara alcancã-los, e deverã incluir: a) informacões su ficientes sobre o projeto, b) instrucões claras oara u~a

execução adequada, e c) forcas motivadoras estabelecendo as vantagens das novas medidas propostas~

CASTELL's (11) em mesa redonda para tratar do tema "Enfoque sanitário do tratamento da tuberculose oul~o­

nar", tecendo consideracões sobre as vantagens do trata~en­

to hosoitalar ou domiciliãrio, afirmava que as indecisões

estavam suneradas desde que fossem cumnridas as nremissas.

"A disoonibil idade permanente e asseaurada de drngas, a

aplicação de re9imens teranêuticos de eficãcia comnrovada

o serviço de controle que permita a sunervisão do tratamen­to e o de educacão para a saúde que possibilite a educacão

do enfermo e familiares"(o grifo é nosso).

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0 "Departamento de Atenci5n ~idica de la Secre­

taria de Fstado de la Salud PGblica de Buenos Aires, oubli­

cou as normas técnicas (10) oar~ controle da tuberculose a serem observadas nas programações das atividades para o

desenvolvimento tanto da oarte sanitãria como assisten­

cial. ~ frente das normas de orevencão, de diagnõstico e

de controle, foram colocadas as normas de promoção e fomen to, onde se destaca a imnortância de uma metodologia de

educação oara a saude visando ao cu~orimento dessas ativi­

dades. Segue-se a recomendação: "cs conteGdos educativos de

verão estar relacionados com a realidade sócio-econômica e cultural e com determinadas particularidades técnicas para

sua adaptação aos diversos orogramas".

A n a 1 i s a n d o a s i tu a ç ã o d a tu b e r cu 1 o s e c om o p r o -

blema sócio-econômico, Paula Souza (48), em 1966, e Zanon

e ~agar~o (70), em 1974, consideravam a necessidade do ore­paro do pessoal rara uma efetiva narticipacão na luta con­

tra a doenca. Segundo esses fi .• A. ê essencial para uma oro­

gramação de educação ~ara a saGde, o estudo do homem, seu

meio, seus hãhitos e sua cultura, oara que se possam desen­

volver acões de saGde com perspectivas mais amplas.

C?RTAIN (12), em sua tese de livre- docência (1948), diz em seus comentãrios finais: "a educação sanitâ

ria, ministrada nelas educadoras no prÕprio Servico e na

oportunidade das visitas, vem se revelando cada vez mais produtiva, haja visto o carinho e desvelo que essas auxi­

liares emoregam no desempenho de suas funções e nos resul

tados conseguidos atê hoje".

O mesmo autor, e colaboradores, em trabalhos so

bre "Levantamento da prevalência da infeccão tuberculosa "

(14) e "Primeiro programa de vacinacão pelo BCG intradermi­

co em escolares de São Paulo" (13), enfatisam a contribui­

ção da educacão oara a saúde, não sõ em relacão ã enuioe executiva, mas também no que se refere ãs autoridades es-

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colares, e afirmam que "a Escola deieri ser aproveitada co

mo um imoortante elemento de li~acão entre a equipe e a c~

munidarle. Fsta, uma vez preparada e motivada, pode parti­

cipar e colaborar efetivamente com o programa de saGde".

Em outras publicacões abordando este tema (54,

9, 8), verifica-se a mesma concordância de opiniões dos au

teres quando afirmam da necessidade de um programa educati vo especifico integrado ao programa geral de saúde oara o

bom êxito dos trabalhos.

L. LINS DE LI'f/.. ( 36), em seu traba 1 h o sobre as

experiências da Fundação SESP nas atividades de luta con -

tra a tuberculose, comenta o importante problema do absen­

teismo, tão prejudicial na terapêutica. Em alguns paises

ele chega a atingir 44~. ~ostra que "an6s um trabalho oer

suasivo e nerManente com o nessoal das unidades, sobre a

imPortância da educação para a saúde no sentido de conven­

cer o paciente da necessidade de tratar-se corretamente du

rante um ano, o percentual mêdio de abandono registrado n~ dispensãrios cai abaixo de 20~.

Temos a certeza de não ter esgotado a oesquisa sobre o assunto, porém os dados coligidos e aqui apresenta

dos dão uma visão da evolucão das atividades educativas ob servadas em nrogramas de luta contra a tuberculose no Bra­

sil e em outros paises.

3. EDUCACAO E PPOGRA~AS DE LUTA CONTPA A TUBERCULOSE

Considerando o que foi exoosto nos capitulas

anteriores, vemos que a Erlucação oara a Saúde e um Proces­

so que exige mudancas de conhecimentos, atitudes e comnor­tamentos. A oarticioação ativa dos individuas irã influir

beneficamente sobre a sua saúde e a da coletividade.

~ tuberculose e u~a doenca infecto-contagiosa,

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tem características orõnrias ~ se transmite e se difunde

principalmente oorque se ignoram os seus riscos. De~ende,

da particiracão consciente do indivíduo tanto a sua nreven

cão ~uanto o tratamento.

Nossa intencão,ao desenvolver o processo educa

tivo em tuberculose,i o de aiudar o indivíduo a comnreen -der o problema em estreita relação consiqo mesmo, com sua

família, com a comunidade e a encorajá-lo a assumir volun­

tariamente práticas para vencer a doença.

ft impressão que prevalece atualmente e a de que

a tuberculose não se constitui mais em nroblema que mere

ça atenção e cuidado. ~uitas nessoas sub-estimam sua im­

oortáncia e consideram-na quase uma doença do passado. Se lançarmos um olhar oara os dias rle hoje, apesar dos progr~

sos, oarece-nos que a maioria dos naises, em matêria de lu

ta, tem nrogredido muito lentamente.

Se formos obietivos, nademos dizer que a tuber

culose continua sendo um nrobl~ma de significante repercu~

são mêdico-social e tem uma imnortância que não deve serre

gligenciada. Temos ainda que nPnsar em tuberculose como um

grave nroblema de saude e que exige rlos responsãveis um

cuidado especial. Por isso a integracão das acões esneci­

ficas nos orogramas gerais de saúde ê nrovidência imnres -

cindivel e que serve nara ~elhorar os conhecimentos sobre

a doenca, seus meios rle rliagno~tico, nrevencão e tratamPn­

to.

Os recursos atuais têcnico-científicos facili­tam muito estas atividades. r necessário, norem, nue se­

jam conhecidos, devidamente utilizados nor oarte do nes­

soal de saúde e tenham tido boa aceitacão oor parte do nü­

blico em geral. Esses recursos.que modificaram o nanorama da doenca,acabaram tambêm reformulando conceitos e ~eram

novo conteürlo ao nroblema da tuberculose.

~m tese, o orocesso educativo consiste na ade­quada interação de dois elPmentos · o educador e o educan-

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do. ~ harmonia ~as relacões entre um e outro, de forma a

tornar mais f~cil e proveitosa essa interação, ê a essen­

cia da técnica educativa.

3.1 - FDUCA00RES

nara aue a oorulacão aufira conhecimentos exa­tos sobre as doenças e passe a aoir corretamente para se

defender, h~ nP.cessinade rle que existam nessoas canacita

das para esclarecê-las. ta e~uine de saúde. Educar e

parte das atividades de cada rrofissional oue a integre Assim, o termo ~ducador a~range todo aauele que constitui

essa equine. No orenaro de cada integrante em atividades

esnecificas, nao node ser esauecida a base educativa que e fundamental rara o hom desempenho de suas funcões.

E~ todas as intervencões, e particularmente awe

las de saúde, há rlois asnectos imnortante: um puramente têc

nico e outro educacional. Este, seouindo-se ao primeiro

visa a nrolongar o ato técnico dentro rle uma significacão

mais humana e verdadeiramente social. 0 médico, a enfermeira e os outros nrofissio­

nais, o oessoal auxiliar, têm oue anroveitar sempre as onor

tunidades nara desenvolver um bom trabalho educativo, oro­

curando evitar aue as pessoas deixem de cooperar devido a

falta de informacões ou nor informacões mal dadas. ruando nos referimos ~ tuberculose, o orogres -

so alcancado nelo diaonóstico e teranêutica tornou mesmo possivel a execucão destas medidas nor nessoal não esnecia­

lizado. nualauer nessoa devidamente treinada e sob a su -

oervisão de nrofissionais carazes rode realizar

trabalho.

Pxcelente

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3.1.1 -o médiao

Diante da simplicidade que caracteriza os méto­dos emnregados oara a luta contra a tuberculose, o medi -co esrecialista deixou de se constituir numa necessidade Suas atividades especificas estão hoje ao alcance da gener~

lidade dos clínicos. Com as simplificações a que chegou o tratamento e o seguimento dos casos, estes trabalhos po­derão ser executados da maneira a mais correta nos rentros de Saúde Integrados, nos Servicos de Tisiologia das Autar­quias, nos Hospitais, nos Dispensários porventura ainda ~is

tentes ou nas entidades beneficientes de luta. ~ preciso , no entanto, para o sucesso, que o medico esteja a oar da gravidade e extensão da doenca e utilize os processos moder nos de prevencão, do diagnóstico e da terapêutica. Isto nos mostra o quanto ê fundamental para os futuros médicos a in­clusão nos currículos acadêmicos pelo menos de noções bási­cas sobre a tuberculose para que se tornem familiarizados com as características prÕprias rla doença.

A especialização em tuberculose, como sabemos, não oferece mais atrativos. Trata-se de uma doença de massa e seu interêsse está estreitamente ligado ã Saúde Pú­blica.

ns medicas que a ela se dedicam ou venham a ter resoonsabilidades na orevenção e assistência ao tuber­culoso tem oportunidade de atualizar seus conhecimentos nos Cursos de Saúde Publica. De acôrdo com outros interêsses, ainda podem desenvolver-se nas atividades de programaçao , planejamento e assessoria oara o exercício em Unidades Sa­nitãria~. Na Disciplina de Tisiologia, ministrada nos Cur sos para ~edicos, adquirem nocões sobre a educação que, em­bora insuficiente oelo número reduzido de aulas, dão ao sa­nitarista um elemento valioso oara um melhor rendimento dos recursos empregados na luta. Como confirmação, podemos di-

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zer, e a prãtica vem demonstrando, que os beneficios aufe­ridos com a educação dos pacientes apresentam uma rentabi­lidade melhor quanto maior for a atencão dispensada pelo medico, princioalmente se esta for acompanhada de um certo calor humano e compreensão. t preciso que o medico sinta que o paciente e um individuo vivendo de conflitos e temo­res devidos ao seu estado de saúde, e que necessita de di~ logo e amizade.

Atuando nas Unidades Sanitária ou nos Hospitais o midico tem que fazer render a sua influincia junto ao doente e ao seu meio. Cabe-lhe enorme resoonsabilidade no trabalho educativo. E necessãria ,de sua parte, uma ativa CE_

laboração junto ã equipe de saúde, para que suas atribui -ções perante o individuo e a comunidade sejam desenvolvi -das dentro de um espírito humanitãrio e responsãvel. As h~

ras destinadas ao exercício profissional deverão ser cum­pridas como um apostolado dignificando o desemoenho de sua missão.

o medico, quando atende o paciente pela prime~

ra vez, se defronta na oportunidade com o momento adequado para iniciar suas atividades educativas. Estas devem ter prosseguimento a posteriori e ser desempenhadas pelos ou­tros elementos da equipe, indo se constituir num processo que não pode e não deve sofrer solução de continuidade.

3.1.2- a enfePmeiPa

Em sequincia, e de acõrdo com o trabalho educa tivo desenvolvido pelo medico, cabe a enfermeira, com hab~

lidade e tato, explicar ao paciente o significado do diag­nóstico e a imoortância da aceitação das medidas teraoêut~

cas indicadas. I) a s u a a tu ação . v a i de p e n d e r, em grande o a r te • a

conduta futura do doente. Oualquer individuo, ao receber

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a noticia de que estã tuberculoso, tem um choque emotivo e

-toda a sua estrutura bio-social fica ameaçada. Cabe a en-fermeira, numa entrevista bem conduzida, feita com o pa­ciente e não para o paciente, dar-lhe a oportunidade de es clarecer o que sabe sobre a doenca, quais seus conceitos e como interpreta o problema. Conhecer suas idêias sobre o assunto serã de grande ajuda oara as orientações futuras Sendo a tuberculose uma doença de tratamento prolongado,os contatos individuais ou em grupos podem ser utilizados co­mo oportunidades educativas nos planos de orientacão ou na motivação para o paciente submeter-se ao tratamento corre­to. Muita vez o individuo se sente mais ã vontade em con­versar com a enfermeira do que com o médico sobre os seus problemas, seja por timidez ou pelo significado que o "sta tus" de médico tem para ele. A enfermeira deve estar sem­pre pronta a ouvi-lo, ajudando-o, ou entendendo-se com o médico sobre os problemas que oodem estar interferindo na sua conduta pessoal.

Se existe na Unidade um atendimento de trata -mento controlado, ou seja, que registre a presença diâria do doente no Serviço para tomar o medicamento, a atuação~ Enfermeira é importantíssima, seja na ministração do remé­dio ou na supervisão dessa tarefa. Nesta esfera de açao ela necessita recorrer constantemente ã sua imaginação, oa ciência e persistência, compreensão e simpatia para que s~

jam proporcionadas as medidas necessãrias que resultam nu­ma total participação do doente atê a cura.

O papel educativo da enfermeira não pode se r~ tringir ao que foi mencionado. Sem esquecer o individuo , não e somente a cura deste o seu objetivo. Seus esforços devem ter um alcance mais amolo, abrangendo a família do doente e a comunidade, para que haja uma particioacão efe­tiva desses grupos.

Cabe ainda ã enfermeira a sunervisão constan -

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te das atividades especificas e educativas, inerentes a ca­da profissional auxiliar da Unidade ou Hosoital. As reu­niões, palestras, treinamento em servire deverão ser fre­quentes para uma atualizacão dos conhecimentos e motivacão constante nara o bom desempenho dessas funções.

Para o êxito de sua missão nas atividades rle luta contra a tuberculose, e fundament~l que o oreparo re cebido pela nrofissional tenha sido amolo e os conhecimen­tos e a exneriência adquiridos nos serviços tenham revela­do a imnortância da inclusão dessas atividades educativas, em todas as fases do trabalho. A interrelacão dos nroble -mas, da mais variada natureza, como os de ordem infeccio -sa, terapêutica, osicolõgica, social e econômica não permi­tem uma dissecção e esse comolexo orecisa ser enfrentado oe la enfermeira.

r por tudo isto oue ela necessita ser uma auxi­liar dotada de requisitos muito especiais e, ao lado deles, se inspire na nobreza do ideal profissional que neste cam­po atinge um oapel preoonderante.

J.l.J -os outPos pPofissionais

Denendendo dos recursos financeiros e da disno­nibilidade de pessoal com formacão universitária, os Servi­ços poderão contar ainda com a participação do assistente social, do nutricionista, do osicõlogo, do cientista so­cial. Estes, uma vez orientados nas atividades esoecífi­cas e educativas em tuberculose, oferecerão grande oportu -nidade para um verdadeiro trabalho de equipe na nrestacão de serviços ã comunidade.

Lembraremos ainda o Educador Sanitário que na sua formação recebeu nocões sobre a doenca e educacão sani­tária. Fmbora o Curso oara o seu oreoaro tenha sido ex­tinto, esse profissional ainda está presente em várias uni­dades e exerce tarefas educativas com desempenho bastante

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proveitoso, principalmente no nosso Estado.

3.1.4 -o pessoaL au~ilia~

rertas nações em desenvolvimento como a nossa, além da carência de profissionais de nível universitãrio , lutam com enormes dificuldades financeiras para remunerã -los compensadoramente.

A necessidade, porém, de restringir a partici­pação destes no desenvolvimento dos programas não veio in­terferir na sua produtividade. A criação de uma linha de pessoal auxiliar nara substitui-los, embora menos categor~ zados, não deve comprometer a execucão dos trabalhos e nem lhes diminuir a eficiência. O preparo deste pessoal é

atribuição quase que exclusiva rla enfermagem que o desemn~ nha através de treinamento em cursos teõrico-prãticos e e~ tãgios. As atividades educativas não são omitidas neste I preparo. Estes auxiliares pertencem obrigatoriamente àqu~ le grupo denominado de educador e rlividem com os demais in tegrantes da equipe a responsabilidade de educar. Hã que se reconhecer a importãncia do bom desempenho do pessoal para-médico e ressaltaremos a atuação da visitadora sanit~ ria.

n domicílio, ãrea sua por excelência, deve ser considerado como a célula profilãtica bãsica, e neste caso merecer atenção especial oor parte daqueles que zelam oela saüde publica. Gradativamente a tuberculose vai se liber­tando do dispendioso tratamento hospitalar, sendo substitui do pelo ambulatorial, o que diminui sensivelmente os cus -tos, sem contudo, prejudicar sua eficiência. Porém, para que o mesmo seja facilitado, precisamos inquirir mais so­bre o doente do que habitualmente se faz nos Servicos. Es­tes, devem oenetrar mais no meio comunitário, dinamisando suas atividades e não se restringindo exclusivamente aos trabalhos estatísticos da clínica. A visitação domiciliã-

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ria e a acão que nrolonga a~ atividades ambulatoriais jun­to aos familiares, alcançando mes~o o meio social e profis­sional do rlnente. Por ocasião da visita ê que se pode en­tender certos comnortamentos do individuo e sua familia , em relacão ãquilo que se nede e se pretende obter. Não e fácil enfrentar todas as barreiras que são constituidas ne­la formação pessoal, nível econômico e meio social.

r a visitadora sanitária o tecnico que pode se encarregar deste trabalho que, sobretudo, se avalia nela sua alt~ cohertura educativa.

fl visitadora sanitária deve trabalhar em contac to oermanente com o Servico ~~dica e de Enfermagem, para que sua atuação consiga os beneficios esperados. Também de nada adianta que um Serviço conte com esta auxiliar se ela não for aproveitada nas suas funcôes. ~uita vez, nor falta de pessoal na Unidade, a visitadora e aproveitada em servi­ços internos, deixando de orestar a sua contribuição esoeci fica tão necessâria. r nreciso que a sua função seja res­peitada e que ela saiba como é imnortante a sua oarticioa­cão, a fim de que, com sua parcela educativa somada a dos demais membros da equipe, proporcione melhores condicôes de saüde ã população.

nuanto ã formacão destas auxiliares, há um deta lhe interessante. Ela semore foi monovalente, devido a

sua atuacão em Servicos especializados, ou seja, nos Oispe~ sârios. Através dos seus prÕprios esforços e encaminha -menta natural (pois não havia treinamento ou reciclagem) elas foram adquirindo conhecimentos e experiências apenas no camoo da tuberculose e nesta ãrea eram executados os ~us

trabalhos de visitação domiciliâria. Atualmente, com a in­tegração dos Serviços, as visitas são feitas indistintamen te àqueles que apresentam problemas de saúde e, com isso, a visitadora passou a ser polivalente, embora não tenha sido preparada para este fim.

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n importante para despertar a responsabilidade que cabe a cada profissional - seja do medico atê o pes­soal de serviço - ê que haja uma verdadeira integração nas atividades de luta contra a tuberculose. Dentro das res­ponsabilidades que lhes competem, deve cada um desempenhar a sua parte, empenhando-se em torná-la harmônica e, sobre­tudo, executã-la com manifesta dedicação.

t preciso que a equipe se compenetre de que e~

te trabalho, de ordinãrio lento e cansativo, ê de incontes te utilidade e que e justamente por meio dele que a popul~ ção se arma melhor e passa a confiar nos seus meios de de­fesa.

3.1.5 -O Educador de Saúde PÚbLica

Aceitas as funções educativas, como atividades bâsicas nos programas de luta contra a tuberculose, há que se dotar os profissionais de saúde de conhecimentos que os tornem aptos na utilização de métodos, técnicas e meios de comunicação que favoreçam o processo de aprendizagem junto ã comunidade.

Este processo, exige a presença,na equipe de saüde.de um profissional qualificado e com reconhecida com petência -o Educador de Saüde Publica.

As principais funcões deste sao as de intensi­ficar e ampliar as atividades educativas dos membros da equipe e consolidã-las em uma estrutura básica segura e or ganizada.

ns conhecimentos, oor narte do Educador, das ciências sociais possibilitam a interpretação do comnorta­mento das pessoas com relação ã tuberculose, o que virã a contribuir para a formulação de programas adequados. Ainda devido ã sua formação, ele saberã emoregar meios para des­pertar o interesse das pessoas sobre a doença; poderá oar-

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ticipar dos estudos de levantamento rle dados e de recursos da comunidade: criar condicões para o recrutamento das pe~

soas necessãrias a uma cooperação ativa nos programas; oro mover um bom entrosamento entre as agências de saúde, ofi­ciais ou não; assistir aos demais orofissionais na seleção, distribuicão e emnrego de métodos e meios de comunicacão de acordo com as necessidades e as oossibilidades locais )

participar no olanejamento e implantacão dos programas ge­rais de saúde ou de treinamento de pessoal; divul9ar os lo­cais onde os serviços de saúde são oferecidos ã oopulacão i

ajudar na avaliacão dos programas. r inquestionãvel a utilidade destas orãticas pa

ra a integração dos trabalhos de equi~e e desta com a cole­tividade. Assim sendo, a particinacão do Educador de Saü de Pública e essencial oara a obtencão do sucesso no desen­volvimento de um orograma que tenha como objetivo o centro~ le da tuberculose.

3.2 -EDUCANDOS

J.2.1 - o paciente

Em nossas consideranda sobre as nessoas que re­cebem os beneficios do processo educativo, ou seja, o edu­cando, oueremos colocar em nrimeiro lugar o doente tubercu­loso. Se gradativamente a narte técnica da luta contra a tuberculose vai sendo resolvida, ê diferente, no entanto , o comportamento do paciente que, oor falta de colaboracão, continua se constituindo no orincinal obstãculo para o su cesso da luta, tanto em raíses em desenvolvimento, quanto nos paises altamente inrlustrializados. n que se imnõe na r~alidade ê a conquista do individuo para que ele colabore efetivamente na resolução rlo problema. n individuo não vi-

-ve no vacuo. Hã que se levar na devida conta os fatores

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econômicos e sociais que o envolvem. Também os fatõres et nicos e culturais podem influir no seu comportamento e es­te e resultante de uma infinidade de fatores bastante com­plexos ligados ao seu modo de vida pessoal. O sucesso da educação de um paciente depende seguramente da atitude dos que cuidam dele. Numa Unirlade Sanitãria, por exemolo, a equipe deve se assegurar que o mesmo tenha absorvido efetl vamente aquilo que lhe e ensinado, e que dai por diante passe a agir de ~cordo com esses ensinamentos.

r preciso que ele aceite antes de tudo sua par cela de responsabilidade e obedeça ãs recomendações neces­sãrias ã sua cura, evitando assim que outros sejam atingi­dos pela doença. o que se deve obter na realidade e a ver dadeira cooperacão do doente para vencer a moléstia e as­sim interromper a cadeia de transmissão. Ele deve ser es­clarecido suficientemente sobre a necessidade de obedecer rigorosamente ao tratamento, quer este seja domiciliar ou hospitalar. Os riscos da interrupção do tratamento sem o~

dem medica, devem ser enfatizados. Os cuidados necessários quando da tosse e expectoração e a obrigatoriedade do iso­lamento domiciliar deverão ser devidamente exolicados. A importância do controle medico deve alcançar,não aoenas o paciente, mas também os seus comunicantes e isto deverã ~r constantemente relembrado. Todo o individuo consciente e motivado deve retribuir com juros o que se espera dele. Pa ra se obter essa retribuição não irã influir apenas a orientação estritamente correta; sobretudo, a maneira co­mo se transmite, quem a transmite, onde e quanto e transmi tida.

3.2.2 - ~ fam{Zia

O doente, para que possa por em prática todas as instruções e conselhos recebidos, necessita igualmente do auxi1io de sua família, amigos e conhecidos. t natural

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que um individuo se sinta extremamente deprimido ao receber a confirmacão do rliagnõstico de tuberculose para o seu ca­so. Se ele cnntar com o anoio da família, que deve enco -rajã-lo e procurar colaborar para o seu tratamento, o imoac to inicial serã suoerado. 0 naciente nassa em seguida, a sentir os beneficios de sua melhora fisica, consequência na

tural do tratamento bem feito e da melhora psiquica oelo anoio moral recPbido. ~inda serã melhor a resposta se ele

se sentir comnreendido pelo seu gruoo social e profissio -nal mais próximo (amigos, vizinhos, conhecidos e colegas de trabalho).

" tuberculose ainda ê considerada oor muita gen te como um estigma. O doente oode não se sentir rejeitado por narte do seu circulo rle amizades e, se isto não ocorre~ a sua cura ser~ mais fâcil e período de tratamento menos angustiante. Seria ideal que a familia e o gruoo social no qual o doente estã incluído pudessem particioar do processo

educativo, auxiliando-o a comoreender a sua respons~bilida­de dentro do nrocesso. ~ais uma vez, queremos acentuar a importância fundamental que tem a atuacão de toda a equioe de saúde neste trabalho e, nrincipalmente, a da visitadora sanitãria, que no desemoenho de suas funções tem a ooortuni dade de atuar com mais intensidade no meio familiar e so­cial do doente.

J.2.J -a aomunidade

n paciente e o oonto de nartida de qualquer nro

grama educativo em tuberculose. Como jã foi referido ante r i o rm e n te , o p a c i e n te o e r te n c e g e r a 1 m e n te a um a f a m i 1 i a e

integra um grupo social. Isto nos leva a considerar a ne­cessidade de estender o orocesso educativo atê a comunidade, onde o individuo e seu gruoo estão engajados. r imoerioso que o ensino seja proporcionado a todas as oessoas

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que vivem num agruoamento social, mesmo que estas pessoas não estejam incluldas entre os doentes conhecidos e seus contatos. Ensinar não é tudo, e preciso empregar meios pa­ra oue do ensino se passe ã acão e que esta seja mantida e o interesse estimulado constantemente. Isto e um trabalho que compete inicialmente ao oessoal que trabalha nos or­gãos de saúde. Estes deverão nor em orãticas os me -lhores meios rara recrutar, selecionar, ensinar, integrar e manter o pessoal que deverá colaborar nos programas de luta contra a tuberculose. r evidente que estes Órgãos tem o dever de esclarecer a nooulacão sobre os riscos da doenca e sobre os recursos de que a Saúde PÚblica dispõe para o em­prego de medidas profilãticas e de assistência. Autorida -des, associações de classe, clubes de Servico, grupos so-ciais , esportivos e religiosos devem ser informados dos objetivos do programa e comprometerem sua colaboração Na mesma linha, entrevistas e contatos devem ser feitos com os lideres formais e informais da comunidade e também entendi­mentos com as agências de comunicacão para a divulgacão das atividades programas. Mencão esnecial tem que ser fei­ta sobre a inclusão das entidades de ensino, oois a colabo­ração dessas autoridades e imorescindivel e iniciativas de­vem ser tomadas para que se inclua orientacão especifica so bre tuberculose nos currículos.

nevemos ter semore presente que o tempo disoen dido com a crianca, levando-a a conhecer e aplicar nocões bãsicas de saúde, inclusive sobre tuberculose, é temoo gas­to generosamente e generosamente serão reconhecidos os be -nefícios que advirão para o futuro.

Todo o trabalho comunitãrio naturalmente ê len­to, difícil e os seus resultados, quase sempre sõ podem ser aguardados a longo prazo. Se for bem nlanejado, a comuni -dade pode identificar as suas necessidades e desoertar ne­la o desejo de resolvê-las através do prÕnrio esforco. ~es

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ta participação resultarão benefícios que poderão buir de modo decisivo para o controle da doença.

4. PROGRA~A EDUCATIVO

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contri

O nrograma de educacão oara a saúde na luta contra a tuberculose tem aue ser um cornoonente da program~

ção t~cnica. Esta deveri ter os seus objetivos definidos. Alcancados, devem tornar-se uma referência importan~e na valorização da contribuicão educativa.

A tuberculose e uma doença endêmica. Tem cara~

terísticas prõnrias e difere das demais que preocupam a ~G de Pública.

Embora seja de inclusão obrigatõria nos progr~

mas gerais de saüde, as atividades educativas específi -cas devem ser programadas de acordo com as características que lhes são orõprias. Estas atividades devem exercer- se de forma sistemãtica e permanente. A doença, dado o seu carater endêmico, não requer campanhas especiais, agudas e, uma vez que a comunidade a ela ji se acostumou, e evidente que não haveria comoensação. Desta forma, devem ser apro­

veitadas todas as oportunidades educativas que se oferec~ aos orofissionais no contato com os indivíduos ou grupos . nuando se planejam atividades educativas em tuberculose,hã necessidade da colaboração de toda a equipe de saúde.

Para a formulacão dos objetivos nesse trabalho deve-se proceder a um diagnõstico da situação educativa, com base principalmente nos conhecimentos, hãbitos e atitu des da população com respeito ã doenca.

O conteúdo educativo a ser programado deveri estar de acordo com os objetivos e com o que foi estabele­cido nas normas.

Como metodologia a ser utilizada, hã que consi derar as características do gruno a ser atingido,o oessoal que vai empregã-la e os recursos de que se dispõe. Com o

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doente, a entrevista e a discussão em grupo produzem, a nosso ver, os melhores resultados. O paciente tuberculoso ê um individuo que perdeu a saúde, estã preocupado e, por isso, ê natural que procure uma solução. O diãlogo ê a forma de ouvi-lo e orientã-lo. A discussão em grupo entre pessoas apresentando o mesmo problema facilita a troca de idéias e do intercâmbio de experiências poderão advir gra~ des beneficios.

Todos os outros métodos educativos tem o seu valor, quer sejam usados i~oladamente ou de forma conjuga­da com as técnicas e os meios aoropriados. Temos tido oportunidade de ler em publicacões especializadas a exoe­riência de outros países que utilizam métodos desde os mais simples atê os mais sofisticados nos nrogramas educa­tivos.

Referências são feitas ã utilização do cinema, da televisão, do rãdio e da imorensa na divulgação de ens~

namentos sobre tuberculose ao grande público. As oales­tras, conferências, mesas redondas são programadas com li­deres das agências de saúde, de modo a chegar com provei tos ã população. Os museus, murais ou exposições contendo material esoecifico e instituídos principalmente com a co­laboração das Escolas, despertam nas crianças um sensível interesse. Tambêm cartazes e folhetos com ilustrações e mensagens educativas são expostos e largamente distribui­dos.

Infelizmente, entre nõs pouco se tem feito nes te sentido. Os meios de divulgacão para o grande oúblico são utilizados parcimoniosamente. As nalestras e conferên cias, quando oromovidas, reunem um publico restrito~ geral mente o nível em que elas se desenvolvem ê de carater téc­nico cientifico e não atingem a popula~ão. Os noucos fo­lhetos, cartazes ou albuns seriados são apresentados ou dis tribuidos com penetração bastante reduzida.

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n ideal seria que os métodos e os recursos fos sem empregados adequadamente e com grande cobertura. Isto viria a favorecer uma avaliação futura dos seus resultados. Todos eles encerram um potencial próprio e poderemos espe­rar que despertem na comunidade um desejo de modificar o seu comoortamento em relacão ã saúde, ocasionando resulta­dos sensiveis nos programas de luta contra a tuberculose.

5. INSTITUICf'ES nE SAODE

5.1 -Unidades Sanit&rias

Todo o programa de saúde fundamenta-se na in­fra-estrutura básica de saúde, na qual e através da qual se efetuam as atividades orogramadas. Ela não se consti -tui somente de Õrgãos assistenciais: e composta pela admi nistração, oelo pessoal de saúde e também pela coletivida­de. A infra-estrutura deve corresponder a uma série de exigencias, principalmente: 1) tornar os Serviços provi­dos de todos os recursos para que sejam eficientes, distr~ bui-los de forma a facilitar o acesso por parte da popula­ção e em quantidade suficiente para não deixar certas áre~ de s f a v o r e c ida s ; 2 ) promove r na com u n idade a mo b i 1 i z a cão do interesse das pessoas para que tenham, utilizem e propagu~ os seus beneficios.

O primeiro tioo de organizacão de luta antitu­berculose cientificamente planejado e posta em funcionamen to surgiu em 1887, no chamado esquema de Edinburgo, devido a Sir qobert Philio. Sua iniciativa baseou-se na natureza infecciosa da doença. Alem do tratamento, que na eooca se podia considerar precário, o Dispensário buscava, nas info.!:_ mações sobre os doentes e seu ambiente.uma particioacão so c i a 1 , d i s pondo desta forma de ma i o r e s <1 a dos par a a com p a nhar a evolucão dos pacientes e suas famílias. Jã naquela época havia oreocupação pela educacão do doente tuberculo-

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so, preocunação esta que vem ate os nossos dias. Num Servi

co bem organizado, com grandes ou poucos recursos, o objet~ vo deve continuar o mesmo, ou seja, facilitar e orientar o diagnóstico, a nrevenção e o tratamento da doença. O pro-grama de controle da tuberculose sõ pode ser entendido se

integrado ao programa de saúde geral: portanto, todas as informações referentes ã infra-estrutura sanitária são es -senciais para o seu planejamento.

O doente, quando atendido nor pessoal atencio -so e em ambiente agradável, torna-se um bom propagandista da assistência que recebeu. Isto contribue naturalmente oara criar uma imagem favorável dos Serviços de Saúde na comuni­dade, o que facilita e auxilia sua participação nos progra­mas.

5.2 - HosvitaL

Se, de um lado, as atividades dispensariais po­dem ser englobadas dentro da Unidade Sanitãria, o mesmo nao acontece com o Hospital. Este ainda e considerado como um elemento de profilaxia, no caso do isolamento dos pacien tes, e atuante no sentido de tratamento nos internados com formas moderadas ou graves, obtendo-se Õtimos resultados nu ma primeira fase, isto ê, atê a negativação do escarro. Ho­je em dia o tratamento ambulatorial pode ser instituido em todas as formas da doença e, no geral, são en~iados aos Hos pitais apenas os casos em que e grande a eliminação de bac~

los, ai permanecendo por periodo de curta permanência. Es­te tempo em que o doente permanece hospitalizado, via de re gra tres a quatro meses, deve ser aproveitado para educã-lo em conhecimentos sobre a doenca, sua defesa e da familia e para que tome consciência da responsabilidade de se tratar corretamente na segunda fase, isto ê, quando, aoõs a alta , for encaminhado ao Dispensário da sua ãrea domiciliar.

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Isto tudo e parte do processo educativo,que d! vera ser iniciado desde a ocasião do encaminhamento do doen te, através do Serviço que o assistiu e continuado na fa se do tratamento hospitalar. Mas nada poderã ser obtido se não se despertar o interesse da equipe hospitalar para as atividades educativas. Isto requer preliminarmente a organização de um programa de ensino e preparo deste oes­soal, para que,no exercicio diário de suas funções, promo­va a educacão dos pacientes, mostrando-lhes os beneficios que podem trazer a si mesmo e, porque não dizer, ã sua fa­mília. Todo o programa educativo deve ensejar aos pacien­tes o ensino de fatos importantes sobre a enfermidade e f~

cilitar aos mesmos da equipe na busca seus problemas.

a ooortunidade de consulta aos membros de esclarecimentos e soluções para os

5,3 - F,ntidades vartiauLares

Muito antes que o organismo oficial passasse a se responsabilizar pela luta contra a tuberculose em nosso pais, a iniciativa particular já atuava por meio de suas entidades beneficentes ou voluntãrias.

Estas entidades sempre foram mantidas com re­

cursos particulares e donativos oferecidos pela população. As que conseguiram sobreviver, passaram posteriormente a receber auxílios e subvencões oficiais que as ajudam na ma nutenção de seus trabalhos.

A intervenção oficial tem se limitado em al-'

guns centros, apenas ao auxilio financeiro, não oferecendo oportunidades oara uma integração de esforços com as age~

cias oficiais de luta contra a tuberculose, nem estimulan­do a mobilizacão de pessoas de boa vontade que, como võlun tãrias, poderiam exercer um trabalho educativo bastante ~ veitoso na comunidade, tal como se verifica com a exoeriên cia de vãrios paises.

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Em vista disto a pooulação habitou-se a consi -derar anenas o Governo o responsável nela luta antitubercu­lose.

Em paises como o nosso, de extensa ãrea terri­torial, torna-se dificil um atendimento razoável no campo da saúde. Muitos dos nosso~ Õrgãos sanitários são carentes de recursos materiais e humanos. Isto posto, todos os mei~ que possam contribuir oara melhorar a situação da tubercul~

se deverão obrigatoriamente ser utilizados. O concurso dos trabalhadores voluntários e um deles e de capital importãn­cia. Se contar com a retaguarda dos organismos oficiais através de suas equipes esoecializadas para assessoria e treinamento em atividades especificas, estas entidades pode rão prestar um grande auxilio oara informacão e educacão das pessoas. Sua aceitação será muito facilitada oor fazerem parte do prÕprio grupo comunitário e rela ausência da in -

tervencão oficial' que algumas vezes e mal interpretada. Uma das camoanhas lideradas nor essas entidades,

e de maior importãncia na luta contra a tuberculose, é a do Selo Antituberculose. Nos Estados Unidos este movimento tem grande repercussão e angaria fundos em torno de alguns milhões de rlÕlares. Seria desejável que também entre nos este recurso fosse amplamente difundido, oois, poder-se- ia conseguir um montante considerável em dinheiro que seria d~ tinado ao auxilio das entidades beneficentes para bem exer­cerem as suas funcões.

0 selo não deve representar anenas uma forma de

arrecadação de fundos, mas deve se constituir em um imoor -tante meio de transmitir men~agens educativas, através de di zeres e desenhos na sua estamoa, reforçados oor frases alu­sivas no carimbo emnregado nara sua inutilização.

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6. COMENT~RIOS FINAIS

Ao chegarmos ao término de nosso trabalho, qu~

remos lembrar a posição inicial em que nos colocamos ao abordar o problema. De uma maneira geral, consideramos c~ mo os recursos humanos e assistenciais podem contribuir nos programas de luta, sob o ponto de vista educativo. Jamais se constituiu em objetivo nosso a esquematizacão de um mo­delo que pudesse servir como esquema nas programações a s~ rem planejadas em altos niveis ou desenvolvidas a nível lo cal. Lembraremos, ainda, que a tuberculose e uma doença extremamente influenciada pelos fatores sociais e nossas considerações alcançam somente aqueles onde o sistema saú­de pode influir.

Insistiremos apenas em que:

1) a influência que a educação exerce nas atividades de luta contra a tuberculose e referida de longa data, bem como o reconhecimento de seus beneficios e fato incon -teste, como se infere dos muitos trabalhos publicados a respeito;

2) na maioria destes trabalhos os autores mostram a preocu pação das autoridades sanitárias em assinalar-lhes os méritos, mas sem repercussão, porque não há correspon -dência. Na prãtica os programas de luta contra a tube~ culose dedicam pouca ou nenhuma atenção ãs atividades educativas:

3) não tem havido entre nõs, nem mesmo em programacões re gionais, interesse de se criar centro de preparaçao de equipes para os ensinamentos no campo da tuberculose e pessoal de nível não universitãrio:

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4) aos médicos e demais profissionais de nível superior grandes oportunidades são oferecidas com a sua partici­pação nos estudos de Tisiologia dos Cursos de Saüde Pu­blica;

5) hã necessidade que certas conceituações, no que se ref~ re ã educação no camoo da tuberculose, sejam reformula­das e que a mentalidade ate agora presente e atuante no planejamento dos programas de luta se volte para aquele ponto onde a Educacão oara a Saúde seja reconhecida co­mo elemento de real valia.

Se as autoridades de Saüde se preocuparem como problema e obtiverem motivacão dos orofissionais para que sua atuação esteja dentro de um verdadeiro esnirito de tr~

balho em equine, ooderemos ter a grande oportunidade de ir modificando a triste oosicão em oue nos situamos, face demais nações, no combate ã tuberculose.

-as

BIBLIOTECA FACULDADE DE SAÚDE PÚBLICA UNIVERSIDADE DE sAO PAULO

s p - 8

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7. PEsunn

Na narte inicial do tr~balho, são apresentadas consideraçõe~ gerais sobre Fducacão Ger~l e Educacão para a SaGde. A filosofia atual destes processos i mostrada,co mo prãticas essencialmente ativas que dão ~1fase especial ao indivírluo como ser humano e como tal, influenciado no seu comportamento pelos vãrios fatores que o envolvem. A histõria da Tuberculose e relembrada, com suas caracterís­ticas esneciais de infecciosidade e contãgio. f. Revisão ~i bliogrãfica inclue trabalhos que mostram a evolucão das atividades educativas esoecificas. Numa anãlise retrospe~ tiva os assuntos são interligados, de forma a prooorcionar a todos os que oarticipam da luta contra a tuberculose a compreensão de suas responsabilidades educativas e a neces sidade de desempenhã-las dentro de um verdadeiro trabalho de equipe. Destaque deve merecer a inclusão da Educação para a Saúde nos programas. Juntamente com outras medidas profilãticas, o seu emprego proporciona contribuição sensi vel para o desenvolvimento do controle da doença.

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8. SUM~ARY

The initial oart of the nresent report presents some considerations about General Education and Health Edu­

cation. Some remarks are made ahout these processes consi­dered as essencially active orocedures. Special emphasis is given to the individual as a human being and the several factors that influence his behaviour. History of tuberculo -sis is remembered as well as its soecial infectiousness and contagiousness. ~ibliogranhy includes papers that show the evolution of the srecific educational activities. ftn in terrelation among the various topics is made to point out that all those concerned with the fight against tuberculo -sis have the ultimate educational responsabilities that must be carried out with real team wnrk spirit. ~ith Heal~

Education includes in specific programs along with all oth~ oroohilatic measures, it is oossible to look forward to the

control of tuberculosis in a near future.

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9. REFERrNCJAS BIRLJOGP~FICtS

1) .A.~·1SLE", I?. La totale transformation rle la tuberculose imnose celle des themes de oronagande antituberculeu­se. In: CONFERENCE INTEPNftTJONALE ~E L'EDUCATJON SA­NJTftJDE. 3a. Pome, 1956 .Actes officiels. Pome,l957 . v.2, p, 293-301.

2} BALDO, J.I. El Droblema de li! tuberculosis en las /\me-ricas. Pol. nf. Sanit. Panam., 58: 37-65, enero 1 96 5 .

3 ) B A R C L A Y • "' . L a t u h e r c u 1 o s i s e n 1 o s p a i s e s d e s a r r o 1 a d o s. Bol. "f. Sanit. Panam., 58: 25-36, enero, 1965.

4) B.ARI[TY, ~- Comment faire comrrendre au oublic oue la tuberculose n'est pas encore une maladie maitrisee ? In: INTEPNATIONAL TUBERCULOSIS CONFERENCE, l6a. Toron to, Canadi, 1961. Proceedings. Amsterdam, Excerpta ~e

dica, 1961, v.l, o.l37-141. 5) P.ARRAGAN, J.G. El naoel educativo del medico en la lu-

cha antituberculosa. Salud Puhlica Mex., 8 (2}: 185 1 8 7 , !1 a r -A b r . , 1 9 6 6 •

6) PJDKEMHE.AD, C. Problems in health education. Jnt. J. Health Educ., 8: 154-159, oct-dec., 1965.

7} pnLAND, P. The role of the tuberculosis clinic nurse in the moderns treatment and control of tuberculosis Pl.ll. Int. Union Tuberc., ~ (sunpl. 1}: 84-94, 1974.

8} 8°AGf, F.C. & SANT0S, R.J.C. Ensaio de vacinacio BCG intradermica. 0 ev. Div. Nac. Tuberc., .!2_ (65): 93-lC3, jan-mar., 1973.

9) 8°MLrn, 0 • et al. Programa desenvolvido na resquisa da sensibilidade tuberculínica e vacinação oelo BCG in­tradérmico em escolares do primeiro ano da rede muni­cipal de ensino de ~ão Paulo, durante o ano de 1971 . 0 ev. 11iv. Nac. Tuberc., 18 (69): 46-52, jan-mar.,1974.

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10) BUENns AIRES {Província). Secretaria de Estado de la S~

1ud Publica. Denartamento de Atenciõn Mêdica. - Nor­mas de tuberculosis para incrementar programas de educaciÕn medica. Rev. Arg. Tuberc. Enferm. Pulmo­nares.~ {4): 306, 1970.

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