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BILLINGS 2000 AMEA˙AS E PERSPECTIVAS PARA O MAIOR RESERVATÓRIO DE `GUA DA REGIˆO METROPOLITANA DE SˆO PAULO

BILLINGS 2000 - AMEAÇAS E PERSPECTIVAS PARA O MAIOR ... › sites › default › ...Fotos: Monica Monteiro Schroeder Fotos históricas: Fundação Patrimônio Histórico da Energia

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BILLINGS 2000AMEAÇAS E PERSPECTIVAS PARA O MAIOR

RESERVATÓRIO DE ÁGUA DA REGIÃOMETROPOLITANA DE SÃO PAULO

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Ficha técnica do Projeto Diagnóstico Socioambiental Participativoda Bacia Hidrográfica da Billings

Coordenação geral: João Paulo R. Capobianco e Marussia Whately

Equipe ISA

Laboratório de Geoprocessamento: Alícia Rolla (coordenadora, analista de sistemas deinformação geográfica), Cícero Cardoso Augusto (engenheiro cartógrafo, analista desistemas de informação geográfica), Fernando Frizeira Paternost (geógrafo, analista desistema de informações geográficas), Viviane Mazin (geógrafa, analista emsensoriamento remoto), Rosimeire Rurico Sacó (analista de sistema de informaçõesgeográficas) e Edna Amorim dos Santos (produtora cartográfica)

Programa Direito Socioambiental: Rachel Bidermann Furriela, Fernando MathiasBaptista, Raul Silva Telles do Valle e Daniel Strauss (estagiário)

Programa Mata Atlântica: Leonardo Boscolo C. Barbosa (estagiário)

Documentação: Ângela Galvão, Leila Maria Monterio da Silva e Luiz Adriano dos Santos

Administração: Moisés Pangoni, Guilherme Tadaci Ake, Marcelo Amaro de Souza, IvoneFernandes Gomides e Solange de Oliveira

Informática: Ana Carina Gomes de Andrade

Consultores: Mônica Peres Menezes (geóloga) e Marcos César Ferreira (geógrafo)

Instituições colaboradoras: A.C.C. Santa Luzia; Associação Comercial de Profissionais deInterlagos – ACPI; Associação Global de Desenvolvimento Sustentável – AGDS; Associaçãode Luta dos Proprietários do Jardim Falcão; Associação União e Luta dos Moradores doParque América; Espaço – Formação, Assessoria e Documentação; Entidade Olhos daMata; Instituto Acqua; Instituto Pólis; Instituto de Química da USP; Sesc Interlagos; SociedadeAmigos Sete Praias; Waiky – Aventura e Ação; Prefeitura Municipal de Ribeirão Pires;Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente de São Paulo; Secretaria Municipal dePlanejamento de São Paulo; Sabesp; Secretaria Estadual do Meio Ambiente de São Paulo

Apoio financeiro ao projeto:

Apoios operacionais: Zoom - Aviação Ambiental (sobrevôos) e Instituto Acqua

Agradecimentos: Gil Lopes, Fabio Vital, Wladimir R. Barbosa,Monica Monteiro Schroeder, Marcos Bandini, Américo J. Junior e Renato Tagnin

Realização: Instituto Socioambiental - ISA

O Instituto Socioambiental é uma associação civil, sem fins lucrativos,qualificada como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip),fundada em 22 de abril de 1994, por pessoas com formação e experiênciamarcante na luta por direitos sociais e ambientais.

Com sede em São Paulo e subsedes em Brasília (DF) e São Gabriel da Cachoeira (AM),além de bases locais para a implantação de projetos demonstrativos, o Instituto temcomo objetivo defender bens e direitos sociais, coletivos e difusos, relativos ao meioambiente, ao patrimônio cultural, aos direitos humanos e dos povos. O ISA produz estudos,pesquisas, projetos e programas que promovam a sustentabilidade socioambiental,divulgando a diversidade cultural e biológica do país.

Para saber mais sobre o ISA consulte www.socioambiental.org

Conselho Diretor:Neide Esterci (presidente), Enrique Svirsky (vice-presidente), Carlos Frederico Marésde Souza Filho, Leão Serva, Márcio Santilli

Secretários Executivos:Nilto Tatto (geral), Sérgio Mauro [Sema] Santos Filho

Coordenadores:Adriana Ramos, Alicia Rolla, André Lima, André Villas-Bôas, Angela Maria RibeiroGalvão, Carlos Alberto Ricardo, Carlos Macedo, Hebert Lopreto, Fany Ricardo,João Paulo R. Capobianco, Maria Inês Zanchetta, Marina Kahn, Nurit RachelBensusan, Rodolfo Marinceck Neto, Rubens Mendonça

Apoio institucional :

UNIÃO EUROPÉIA Ajuda da Igrejada Noruega

NCA

Fundo Estadual de Recursos Hídricos

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BILLINGS 2000AMEAÇAS E PERSPECTIVAS PARA O MAIOR

RESERVATÓRIO DE ÁGUA DA REGIÃOMETROPOLITANA DE SÃO PAULO

Relatório do Diagnóstico Socioambiental Participativo daBacia Hidrográfica da Billings no Período 1989-99

João Paulo Ribeiro CapobiancoMarussia Whately

INSTITUTO

SOCIOAMBIENTALwww.socioambiental.org

março, 2002

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BILLINGS 2000Ameaças e perspectivas para o maior reservatório de água daRegião Metropolitana de São Paulo

Autores : João Paulo Ribeiro Capobianco e Marussia Whately

Contribuições ao texto (por capítulos): Rachel Bidermann Furriela (LegislaçãoAmbiental Incidente na Bacia); Marcos César Ferreira (Índice de Comprometimento daProdução Hídrica); Mônica Peres Menezes (Mineração na Bacia Hidrográfica daBillings e Disposição de Resíduos Sólidos na Bacia Hidrográfica da Billings); MariaLucia Ramos Bellenzani (Áreas Protegidas e Avanço da Urbanização na região da APAdo Rio Capivari-Monos).

Revisão : Beatriz de Freitas Moreira

Projeto gráfico/editoração eletrônica : Vera Feitosa

Mapas : Laboratório de Geoprocessamento/ISA

Fotos : Monica Monteiro Schroeder

Fotos históricas : Fundação Patrimônio Histórico da Energia de São Paulo

Design/editoração eletrônica do CD-ROM : Ana Beatriz Miranda e Murilo de AndradeLima Lisboa

Apoio à publicação : Fehidro, Instituto Internacional de Educação do Brasil - IIEB

Tiragem desta edição : 2.000 exemplares

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Capobianco, João Paulo RibeiroBillings 2000 : ameaças e perspectivas para o maior reservatório

de água da região metropolitana de São Paulo : relatório do diagnósticosocioambiental participativo da bacia hidrográfica da Billings noperíodo 1989-99 / João Paulo Ribeiro Capobianco, Marussia Whately.-- São Paulo : Instituto Socioambiental, 2002.

Vários colaboradores.Bibliografia.ISBN 85-85994-08-8

1. Água - Armazenagem - São Paulo, Região Metropolitana 2. Billings(Represa) I. Whately, Marussia. II. Título. III. Título: Ameaças e perspecti-vas para o maior reservatório de água da região metropolitana de SãoPaulo. IV. Título: Relatório do Diagnóstico Socioambiental Participativo daBacia Hidrográfica da Billings no período 1989-99.

02-1244 CDD-627.860981611

Índices para catálogo sistemático:

1. Billings : Reservatório de água : Diagnóstico socioambiental : São Paulo :Região metropolitana 627.860981611

2. Diagnóstico socioambiental : Billings : Reservatório de água : São Paulo :

Região metropolitana 627.860981611

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ÍNDICE

APRESENTAÇÃO ............................................................................. 07

INTRODUÇÃO .................................................................................. 09

capítulo I

CARACTERIZAÇÃO SOCIOAMBIENTAL DA BACIAHIDROGRÁFICA DA BILLINGS EM 1999

Caracterização geral .......................................................................... 13

Sub-regiões e sub-bacias ................................................................... 14

A Represa Billings ............................................................................ 15Histórico da Represa

População e tipologias de ocupação urbana..................................... 17

Uso e ocupação do solo em 1999 ..................................................... 17

Aptidão física ao assentamento urbano ............................................ 19

Unidades de Conservação e outras áreas sob proteção especial ....... 20Unidades de Conservação de proteção integralÁreas de preservação permanenteÁreas tombadasTerras IndígenasNovas UCs em estudo

Mineração .......................................................................................... 22 Atividades minerárias

Disposição de resíduos sólidos ......................................................... 24

Qualidade da água da Represa Billings e de seusprincipais tributários ......................................................................... 26

Legislação ambiental incidente na Bacia ......................................... 28Leis de proteção aos mananciais do Estado de São PauloNormas relativas à gestão de recursos hídricosNormas relativas à proteção da cobertura vegetalNormas relativas ao parcelamento do solo urbanoNormas relativas à qualidade da água

capítulo II

EVOLUÇÃO DAS ALTERAÇÕES SOCIOAMBIENTAIS NOPERÍODO 1989-99 NA BACIA HIDROGRÁFICA DA BILLINGS

Evolução do uso do solo no período 1989-99.................................. 33Evolução do uso do solo na área total da BaciaEvolução do uso do solo por municípioExpansão urbanaEvolução do desmatamento

Crescimento populacional no período 1991-96 ............................... 42Evolução da população residente na Bacia

Ocorrência de irregularidades no período 1978-98 .......................... 44

capítulo III

AMEAÇAS E PERSPECTIVAS PARA A SUSTENTABILIDADESOCIOAMBIENTAL DA BACIA HIDROGRÁFICA DA BILLINGS

Análise integrada entre áreas urbanizadas ea aptidão física ao assentamento urbano........................................... 47

Índice de Comprometimento da Produção Hídrica (ICPH)no período 1989-99 ........................................................................... 48

Eixos de expansão da urbanização ................................................... 52

Impactos do traçado proposto do trechodo Rodoanel Metropolitano ............................................................. 54

CONCLUSÕES .................................................................................. 55

BIBLIOGRAFIA ................................................................................ 57

ÍNDICE DE MAPAS .......................................................................... 58

ÍNDICE DE TABELAS ...................................................................... 58

ÍNDICE DE GRÁFICOS .................................................................... 59

SIGLÁRIO ......................................................................................... 59

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A água é um patrimônio de valor inestimável. Mais do que um insumoindispensável à produção e um recurso natural estratégico para odesenvolvimento econômico, a água é vital para a manutenção dos ciclosbiológicos, geológicos e químicos que mantêm em equilíbrio os ecossistemas.É, ainda, uma referência cultural e um bem social indispensável à adequadaqualidade de vida da população.

A conservação da quantidade e da qualidade da água depende dascondições naturais e antrópicas das bacias hidrográficas, onde ela se origina,circula, percola ou fica estocada, na forma de lagos naturais ou reservatóriosartificiais. Isto porque, ao mesmo tempo em que os rios, riachos e córregosalimentam, por exemplo, uma determinada represa, eles também podemtrazer toda sorte de detritos e materiais poluentes que tenham sidodespejados diretamente neles ou no solo por onde passaram.

Além do despejo de substâncias poluentes e depósitos irregularesde resíduos sólidos, outros fatores contribuem para a degradação dosmananciais, tais como a impermeabilização do solo, resultante daurbanização não planejada, o desmatamento e a atividade agrícola semos cuidados com o controle da erosão.

Nos dias de hoje, muito se fala a respeito da �crise da água� como umdos maiores problemas que a humanidade enfrentará nos próximos anos.Especula-se sobre a possibilidade da escassez deste recurso vital tornar-semotivo de guerras entre países. É preciso, no entanto, estarmos conscientesde que, exceto no caso de regiões do planeta em que há uma limitaçãonatural da quantidade de água doce disponível, na maioria dos países oproblema não é a quantidade, mas sim a qualidade da água, cada vezpior devido ao mau uso e à gestão inadequada.

No caso do Brasil, uma análise comparativa entre a disponibilidadehídrica e a demanda da população mostra que o nível de utilização da águadisponível em 1991 era de apenas 0,71%. Mesmo para os Estados maispopulosos e desenvolvidos como São Paulo e Rio de Janeiro, este índicetambém era muito confortável, estando por volta de 10%. Ou seja, a questãoque se coloca diante de nós não é a disponibilidade ou falta de água, massim as formas de utilização deste recurso que estão levando a uma aceleradaperda de qualidade, em especial nas regiões intensamente urbanizadas ouindustrializadas.

A Região Metropolitana de São Paulo é um caso exemplar de mágestão dos recursos hídricos. Água há. Basta verificar, em qualquer mapada cidade, os rios de bom tamanho como o Tietê e o Pinheiros, e mais deuma centena de rios menores e córregos drenando toda a região. Há, ainda,várias represas de grande porte como a Guarapiranga e a Billings, e vastasáreas de mananciais que praticamente envolvem toda a Metrópole. É, semdúvida, uma região naturalmente bem servida de água. Mas a falta deplanejamento e responsabilidade tem provocado a contaminação dos rios,córregos e represas e a ocupação desordenada das regiões de mananciais.

APRESENTAÇÃOProblemas decorrentes da má gestão dos recursos hídricos têm levado

a Grande São Paulo a se transformar em um enorme mata-borrão que sugaágua de outras regiões através de barragens, reversões de rios, adutoras ecanais. São obras enormes, com custos altíssimos e grande impactoambiental e social durante o processo de implantação, para trazer maiságua para ser mal utilizada e desperdiçada. Enquanto isso, os mananciaiscontinuam sendo invadidos e contaminados com esgoto, lixo e produtosquímicos, e o abastecimento permanece precário.

Um dos exemplos mais significativos deste problema é a Billings.Com uma vazão natural de 14 m3/s, a Represa teria capacidade parafornecer água em quantidade adequada para cerca de 4,5 milhões dehabitantes. A gestão irresponsável deste manancial por mais de seisdécadas, no entanto, tem limitado seu uso para abastecimento de apenas1 milhão de pessoas.

O presente estudo, intitulado �Billings 2000 � Ameaças e perspectivaspara o maior reservatório de água da Região Metropolitana de São Paulo�,desenvolvido pelo Instituto Socioambiental em parceria com diversasoutras organizações, apresenta um quadro impressionante. Entre os anosde 1989 e 1999, a Bacia Hidrográfica da Billings perdeu mais de 6% desua cobertura vegetal, enquanto a expansão urbana foi da ordemde 48%. Pior, mais de 37% da ocupação urbana registrada ocorreu emáreas que possuem sérias ou severas restrições ambientais. São encostasíngremes, regiões de aluvião ou de várzea. Apenas 12% do crescimentoda mancha urbana se deu em áreas favoráveis. Os movimentos de terra,tais como abertura de estradas e terraplenagem e construções não autorizadasfiguram no topo das ocorrências irregulares, respondendo por 70% dos988 registros efetuados no período de 1978 a 1998.

Apesar do avanço da degradação, o fato de a Bacia Hidrográfica daBillings apresentar mais de 53% de seu território recoberto por vegetaçãonativa lhe assegura condições ambientais favoráveis à garantia de produçãode água. Para isso, no entanto, é necessário controlar imediatamente aocupação desordenada e paralisar o processo de contaminação da Represapelo despejo de esgoto.

Um futuro mais promissor para a Billings depende da revisão domodelo tecnocrata e utilitarista que imperou até hoje na gestão dos recursoshídricos no Brasil. Um modelo que ignora que a água de boa qualidadeé um recurso finito e que prioriza certos usos, como geração de energia,saneamento e transporte, em detrimento de outros mais nobres, comoo abastecimento.

Esperamos que a ampla disseminação das informações sobre ascondições atuais deste importante manancial contidas no �Billings 2000�estimule a sociedade a exigir a implementação de novos padrões degestão da Bacia Hidrográfica da Billings e forneça subsídios úteisà elaboração de políticas públicas para a sua conservação e recuperação.

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INTRODUÇÃOBillings 2000 � Ameaças e perspectivas para o maior reservatório de água da Região Metropolitana

de São Paulo reúne os principais resultados do Diagnóstico Socioambiental Participativo da Bacia Hidro-gráfica da Billings, desenvolvido pelo Instituto Socioambiental com o apoio de um expressivo conjunto deorganizações governamentais e não governamentais atuantes na região.

A obra está organizada em três capítulos. O primeiro � Caracterização socioambiental da Bacia Hidro-gráfica da Billings em 1999 � busca propiciar ao leitor uma visualização do contexto atual da região. Paratanto, aborda seus aspectos naturais mais significativos, sua divisão política, a população residente, asformas de uso e ocupação do solo, as informações sobre aptidão física natural ao assentamento urba-no, a legislação ambiental incidente, as unidades de conservação e outras áreas sob proteção especial,além dos problemas decorrentes das atividades de mineração, disposição de resíduos sólidos e contaminaçãoda água.

O segundo capítulo � Evolução das alterações socioambientais na Bacia Hidrográfica da Billings noperíodo de1989 a 1999 � traz informações sobre a evolução das ações antrópicas ocorridas nos últimos dezanos na região. Por meio de dados relativos às alterações no uso do solo, crescimento populacional eocorrências de irregularidades registradas pelos órgãos públicos, é apresentada ao leitor a dinâmica socio-ambiental contemporânea da área de estudo.

Finalmente, o terceiro e último capítulo � Ameaças e perspectivas para a sustentabilidade socioambi-ental da Bacia Hidrográfica da Billings � apresenta avaliações de como as alterações antrópicas comprome-tem a estabilidade ambiental e a capacidade de produção de água da região. Estão contempladas, ainda,neste capítulo, as principais conclusões e recomendações da equipe responsável pela elaboração dos estudos,para que seja revertido o processo de acelerada degradação da Billings.

Esta publicação inclui dois outros produtos do Diagnóstico Socioambiental Participativo da Billings.Uma carta-imagem, no formato de mapa-pôster, onde a base cartográfica, alguns dados resumidos da regiãoe fotografias de seus principais aspectos foram sobrepostos a uma imagem do satélite Landsat-7, de abril de2000, de forma a oferecer uma visualização geral da Bacia Hidrográfica; e um CD-ROM com os seguintesprodutos no formato digital: versão integral do texto do Diagnóstico; sistema de informação geográficacompleto da região, com todos os dados reunidos, gerados e organizados pelo projeto; e um acervo defotografias georreferenciadas da Bacia, organizadas de forma a permitir que o usuário faça um sobrevôovirtual sobre a região.

O Diagnóstico Socioambiental Participativo da Bacia Hidrográfica da Billings foi elaborado peloISA, no período de setembro de 1999 a novembro de 2000, com o objetivo de servir como subsídio aoplanejamento e avaliação das ações de instituições governamentais e não governamentais atuantes junto aeste importante manancial da Região Metropolitana de São Paulo.

Sua elaboração seguiu as seguintes etapas:1. Seminário para definição dos indicadores socioambientais, identificação das informações disponí-veis e organizações locais a serem convidadas para participar do processo e definição de atribuiçõesdas entidades colaboradoras;2. Montagem do banco de dados, preparação da base cartográfica digital, georreferenciamento dosdados e produção dos mapas e análises espaciais;3. Seminário para avaliação e aprimoramento das informações obtidas e inserção de novos dadosapresentados pelas entidades participantes;4. Produção de novos mapas, estatísticas e análises espaciais;5. Produção do Relatório Final e disponibilização das informações em formato impresso e digital paraas entidades participantes e demais órgãos públicos e privados, além de instituições de pesquisa, esco-las e demais interessados.Este é o segundo projeto desenvolvido pelo ISA na área de mananciais da Região Metropolitana de

São Paulo. O primeiro, apresentado ao público em março de 1998, abordou as alterações antrópicas ocorri-das na região da Represa de Guarapiranga, no período de 1989 a 1996.

Nos próximos anos, o ISA pretende elaborar estudos semelhantes para a região da Cantareira e demaisáreas de mananciais da Grande São Paulo, os quais, atualizados anualmente, permitirão o monitoramentodetalhado e a intervenção organizada da sociedade nas ações de conservação e recuperação destas áreas,fundamentais para a qualidade de vida de mais de 16 milhões de pessoas. A ocupação desordenada se espalha pela Bacia e resulta em sérios

problemas ambientais, como é o caso da região do Cocaia. (abr/00)

Região do Braço Bororé, uma das áreas da Bacia que ainda apresentacobertura florestal significativa. (dez/99)

A Bacia Hidrográfica da Billings possui grande parte de seu território aindacoberto por Mata Atlântica. (dez/99)

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capítulo I

CARACTERIZAÇÃO SOCIOAMBIENTAL DABACIA HIDROGRÁFICA DA BILLINGS EM 1999

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Tabela 1 - Municípios inseridos na Bacia

(1) Seade - Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados.(2) Sistema de Informações Geográficas - SIG/ISA.(3) Sobre a área do município (calculada considerando dados do SIG/ISA).(4) Em relação à área da Bacia (58.280,32 ha).

Gráfico 1 - Participação dos municípios na área da Bacia

Município

Diadema

Ribeirão Pires

Rio Grande da Serra

Santo André

São Bernardo do Campo

São Paulo

Área total dos municípios

(ha)(1)

3.200,00

10.700,00

3.100,00

18.100,00

41.100,00

150.900,00

(ha)(2)

3.069,89

9.900,10

3.661,45

17.476,00

40.597,50

152.462,30

Área na Bacia

(ha)(2)

726,80

6.367,37

3.661,45

9.581,20

21.384,48

16.559,30

%(3)

23,68

64,32

100,00

54,82

52,67

10,86

%(4)

1,25

10,93

6,28

16,44

36,69

28,41

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CARACTERIZAÇÃO GERAL

A Bacia Hidrográfica da Billings ocupa um território de 58.280,32 hectares (582,8 km²), localizado naporção sudeste da Região Metropolitana de São Paulo, fazendo limite, a oeste, com a Bacia Hidrográfica daGuarapiranga e, ao sul, com a Serra do Mar. Sua área de drenagem abrange integralmente o município de RioGrande da Serra e parcialmente os municípios de Diadema, Ribeirão Pires, Santo André, São Bernardo do Campoe São Paulo.

A maior parte de suas nascentes localiza-se na porção sul e leste da bacia, próximas ao reverso das escarpasda Serra do Mar, em altitudes máximas em torno dos 900 m. A porção oposta da Bacia, norte e oeste, possui umarede de drenagem bem menor, com cursos d�água curtos e de perfil longitudinal pouco expressivo, onde odesnível topográfico é em média de 50 m, da nascente à foz. (HIDROPLAN, 1995)

Os principais formadores da Bacia Hidrográfica da Billings são: Rio Grande, ou Jurubatuba; Ribeirão Pires;Rio Pequeno; Rio Pedra Branca; Rio Taquacetuba; Ribeirão Bororé; Ribeirão Cocaia; Ribeirão Guacuri; CórregoGrota Funda e Córrego Alvarenga.

O clima predominante na região apresenta características tropicais e subtropicais, com temperatura médiade 19ºC e índices pluviométricos anuais com gradiente alto, crescente à medida que se aproxima da regiãoserrana. Nas proximidades de Pedreira, próximo à barragem formadora da Represa Billings, o índice médio é de1.300 mm anuais. No eixo do Corpo Central e Braço do Rio Grande, a pluviosidade sobe para 1.500 mm,chegando a atingir 3.500 mm/ano no divisor com a bacia litorânea. (HIDROPLAN, 1995)

A distribuição de chuvas apresenta certa sazonalidade, com máximas nos meses de verão, de dezembro amarço; porém, mesmo nos meses mais secos a ocorrência de chuvas é freqüente, principalmente nas proximidadesda Serra do Mar. A umidade relativa do ar é elevada durante todo o ano.

A Bacia está inserida no Domínio da Mata Atlântica e a totalidade de sua área era, originalmente, recobertapor floresta ombrófila densa. Segundo a análise do uso do solo, realizada pelo Instituto Socioambiental atravésda interpretação de imagem de satélite, em 1999 cerca de 53% de seu território encontrava-se coberto porvegetação natural, principalmente por Mata Atlântica secundária em estágio médio e avançado de regeneração.As porções sudeste, sul e sudoeste da Bacia são as que apresentam maiores quantidades de vegetação.

O avanço da urbanização e de outras atividades antrópicas, entretanto, tem levado ao desmatamento acele-rado. Em alguns trechos da Bacia, a vegetação começa a ficar restrita a manchas isoladas ao longo do reservatório.Existem sub-bacias com elevada concentração de urbanização, como é o caso da região do município de Diadema,porção norte da Bacia, onde a vegetação é praticamente inexistente.

CARACTERIZAÇÃO SOCIOAMBIENTAL DABACIA HIDROGRÁFICA DA BILLINGS EM 1999

cap. I

Várzea do Rio Pequeno, um dos principais afluentes da RepresaBillings. (abr/00)

Região do Corpo Central da Billings próxima ao canal deinterligação com o Reservatório do Rio das Pedras. (abr/00)

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(1) Sistema de Informações Geográficas/ISA.

Tabela 2 - Sub-regiões da Bacia

Área (ha) (1)

3.973,25

2.292,263.519,70

2.023,91

1.771,78

899,55

1.981,081.605,09

17.649,01

3.881,17

8.135,95

Sub-região

Corpo Central

Alvarenga

BororéCapivari

Cocaia

Grota Funda

Pedra Branca

Rio Grande (jusante da Barragem Anchieta)Rio Grande (montante da Barragem Anchieta)

Rio Pequeno

Taquacetuba

No de sub-bacias

27

12

1207

06

03

07

0735

14

23

SUB-REGIÕES E SUB-BACIAS

A Bacia Hidrográfica da Billings está dividida em 11 sub-regiões: Corpo Central, Alvarenga, Bororé,Capivari, Cocaia, Grota Funda, Pedra Branca, Rio Grande (a jusante da Barragem Anchieta), Rio Grande (amontante da Barragem Anchieta), Rio Pequeno e Taquacetuba.

Cada uma das 11 sub-regiões, por sua vez, está subdividida em unidades menores, as sub-bacias. Estadivisão procurou contemplar as áreas de drenagem dos diversos rios e córregos formadores de cada sub-região,totalizando 153 sub-bacias.

A divisão da Bacia em sub-regiões e sub-bacias permite uma aproximação maior e um diagnóstico maispreciso da situação de áreas sujeitas a impactos negativos advindos das alterações do uso do solo, ou das quepossuem alto grau de preservação e grande contribuição para a garantia de água em quantidade e qualidadeadequadas.

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A REPRESA BILLINGS

A Represa Billings é o maior reservatório de água da Região Metropolitana de São Paulo. Seu espelhod�água possui 10.814,20 ha, correspondendo a 18% da área total de sua bacia hidrográfica1 . O nível d�águado Reservatório é bastante variável, em função do bombeamento das águas dos Rios Tietê e Pinheiros. Onível de água máximo normal é na cota 747,65, conforme dados do IBGE. (HIDROPLAN, 1995)

Devido a seu formato peculiar, a Represa está subdividida em oito unidades, denominadas braços, osquais correspondem às sub-regiões da Bacia Hidrográfica: Braço do Rio Grande, ou Jurubatuba, separadodo Corpo Central pela barragem da Rodovia Anchieta; Braço do Rio Pequeno; Braço do Rio Capivari;Braço do Rio Pedra Branca; Braço do Taquacetuba; Braço do Bororé; Braço do Cocaia; e Braço do Alvarenga.

Histórico da RepresaA área ocupada atualmente pela Represa Billings foi inundada a partir de 1927, com a construção da

Barragem de Pedreira, no curso do Rio Grande, também denominado Rio Jurubatuba. O projeto foiimplementado pela antiga Light � �The São Paulo Tramway, Light and Power Company, Limited� �, hojeEletropaulo, com o intuito de aproveitar as águas da Bacia do Alto Tietê para gerar energia elétricana Usina Hidrelétrica (UHE) de Henry Borden, em Cubatão, aproveitando-se do desnível da Serra doMar.

No início dos anos 40, iniciou-se o desvio de parte da água do Rio Tietê e seus afluentes para oreservatório Billings, a fim de aumentar a vazão da Represa e, conseqüentemente, ampliar a capacidade degeração de energia elétrica na UHE Henry Borden. Este processo foi viabilizado graças à reversão do cursodo Rio Pinheiros, através da construção das Usinas Elevatórias de Pedreira e Traição, ambas em seu leito.

Esta operação, que objetivava o aumento da produção de energia elétrica, também mostrou-se útilpara as ações de controle das enchentes e de afastamento dos efluentes industriais e do esgoto gerado pelacidade em crescimento.

O bombeamento das águas do Tietê para a Billings, no entanto, começou a mostrar suas gravesconseqüências ambientais poucos anos depois. O crescimento da cidade de São Paulo e a falta de coletae tratamento de esgotos levou à intensificação da poluição do Tietê e seus afluentes que, por sua vez,passaram a comprometer a qualidade da água da Billings. Nos primeiros anos da década de 70 aCetesb � Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental � é obrigada a iniciar as operações deremoção da mancha anaeróbica presente na Represa.

Em 1982, devido à grande quantidade de esgotos, que resultaram em sérios problemas de contami-nação por algas cianofíceas, algumas potencialmente tóxicas, surge a necessidade de interceptaçãototal do Braço do Rio Grande, através da construção da Barragem Anchieta, para garantir o abastecimentode água do ABC, iniciado em 1958.

(1) Dados obtidos através da interpretação de imagens de satélites do ano de 1999, realizada pelo ISA.

Construção da Barragem de Pedreira no curso do Rio Grande ouJurubatuba, 1928.

Construção da UHE Henry Borden em Cubatão, sem data.

UHE Henry Borden e tubulação de água na Serra do Mar, 1941.

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16

O agravamento do quadro ambiental da Billings leva ao aumento da pressão do movimento ambientalistapela paralisação do bombeamento. Em 1983 a situação da Represa foi um dos assuntos principais da primeirareunião do Conselho Estadual do Meio Ambiente � Consema, recém-criado pelo Governador Montoro. No anoseguinte, parte das águas do rio Tietê voltaram a ser direcionadas para o seu curso natural, o Médio Tietê superior.A partir de então, a Cetesb passou a realizar o monitoramento contínuo da qualidade da água da Represa, comvistas a administrar a poluição através de sua capacidade de depuração natural.

A evidente impossibilidade de a Represa se recuperar por meio das tímidas iniciativas até então adotadaspelos órgãos públicos levou o movimento ambientalista a intensificar sua pressão pela paralisação do bombea-mento Tietê-Billings.

A promulgação da Constituição Estadual em 1989 resultou no primeiro grande passo para a recuperação daqualidade da água da Billings ao estabelecer, no artigo 46 das disposições transitórias, um prazo de três anos paraa paralisação total do bombeamento. Como conseqüência, em 1992 a Secretaria Estadual do Meio Ambienteaprova Resolução restringindo o bombeamento a situações emergenciais, entre as quais ameaças de enchente erisco de colapso na produção de energia elétrica.

Os anos seguintes são marcados pela intensa disputa entre ambientalistas e representantes das indústrias doPólo Petroquímico de Cubatão que, descontentes com a diminuição da vazão da Billings, reivindicavam oretorno da reversão do Tietê. A polêmica é encerrada em 1993 com a decisão do governo estadual, atendendo auma moção aprovada pelo Consema, de restringir definitivamente o bombeamento aos casos de ameaças deenchente.

O bombeamento das águas do Tietê para a Billings continua a ser utilizado, até os dias de hoje, comoalternativa de controle de cheias em períodos de chuvas intensas. Estas operações, apesar de esporádicas, contri-buem consideravelmente para o comprometimento da qualidade das águas do Reservatório, dificultando a suadesejada recuperação.

Atualmente, a Usina Henry Borden tem capacidade de gerar cerca de 880 MW e está sendo utilizadaprincipalmente para suprir a falta de energia em horários de pico e situações emergenciais em São Paulo.

A primeira iniciativa para a ampliação do uso da Billings para o abastecimento, utilizando outras áreas daRepresa além do Braço do Rio Grande, foi a sua interligação com a Represa Guarapiranga, através do BraçoTaquacetuba, cuja operação de bombeamento teve início em agosto de 2000.

Esta obra tem ensejado um acirrado debate entre a Sabesp � Companhia de Saneamento Básico do Estado deSão Paulo, responsável pela implantação do empreendimento, a SMA � Secretaria do Meio Ambiente, responsá-vel pelo licenciamento ambiental, o Ministério Público de São Paulo, ambientalistas e pesquisadores. Isto porque,apesar de vários estudos demonstrarem que o empreendimento promoverá a contaminação permanente da Guarapi-ranga por metais pesados e por algas potencialmente hepatotóxicas, entre as quais se destaca a Cylindrospermopsisraciborskii, ele foi autorizado e implantado sem a realização de estudo de impacto ambiental.

Vista da UHE Henry Borden e desnível da Serra do Mar, 1947.

Usina Elevatória de Traição (Rio Pinheiros), 1941. Vista aérea do Rio Pinheiros e da Represa Billings separados pela Barragem Pedreira, sem data.

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17

(2) As informações sobre a população total residente na Bacia foram obtidas do Termo de Referência do Programa deRecuperação Ambiental da Bacia Hidrográfica da Billings, elaborado pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente de SãoPaulo, a partir de dados do IBGE (Censo/1991 e Contagem da População/1996). Os números absolutos de habitantesforam obtidos através da consideração do percentual de área ocupada pelos diversos setores censitários em cada sub-baciada Bacia Hidrográfica da Billings, que resulta em valores aproximados em relação à população residente na área. No casodo município de Rio Grande da Serra, que está totalmente inserido na Bacia, foram utilizados os valores absolutos depopulação disponibilizados pela Fundação Seade.

Tabela 4 - Loteamentos residenciais aprovados na Bacia antes e depois da Leide Proteção aos Mananciais (n o 1.172/76)(1)

(1) Termo de referência do Programa de Recuperação da Billings (SMA, 1999).

Gráfico 2 - Distribuição da população nos municípios inseridos na Bacia

POPULAÇÃO E TIPOLOGIAS DE OCUPAÇÃO URBANA 2

A população residente na Bacia da Billings, em 1996, era de 716 mil habitantes. O município de São Pauloconcentrava mais da metade dos habitantes da região, seguido por São Bernardo do Campo e Ribeirão Pires.Apesar de sua pequena contribuição territorial em relação à área total da Bacia, o município de Diadema abrigavacerca de 50 mil pessoas, quase o mesmo que os municípios de Rio Grande da Serra e Santo André que, juntos, sãoresponsáveis por mais de 20% da área do manancial (tabela 3, gráfico 2).

Os usos do solo para fins urbanos na Bacia Hidrográfica da Billings caracterizam-se por tipos distintos deocupações, com densidades demográficas, necessidades de infra-estrutura e equipamentos urbanos diversos.

A análise da distribuição e ocorrência de algumas dessas tipologias demonstra claramente uma dinâmica deocupação intensa e caracterizada por atividades irregulares, como invasões, favelas e loteamentos clandestinos.

Os loteamentos residenciais são bastante freqüentes na região. Na maioria dos casos este tipo de ocupaçãosofre alterações drásticas ao longo dos anos. O adensamento excessivo decorrente do aumento do número decasas e áreas construídas, promovido de forma irregular em relação ao projeto originalmente aprovado, leva àperda de suas características e comprometimento da infra estrutura de saneamento, quando existente.

Com a edição da Lei de Proteção aos Mananciais, em 1976, a dinâmica de apropriação espacial na Bacia daBillings, assim como em outras áreas de mananciais, sofreu mudanças significativas, à medida que as restriçõesambientais aumentaram e os processos de licenciamento dos empreendimentos passaram a ser diferenciados.

Muitos dos loteamentos aprovados em período anterior à promulgação da Lei de Proteção aos Mananciais,de 1976, encontram-se hoje em situação irregular, devido a desmembramentos de lotes e ocupação em densidadessuperiores às permitidas (tabela 4).

A pequena quantidade de novos loteamentos aprovados após a Lei não significa que eles não existam, massim que estão sendo implementados sem licença dos órgãos públicos. Segundo dados disponíveis na SMA,existem pelo menos 211 loteamentos clandestinos na região da Billings, sendo 207 no município de São Pauloe quatro em Diadema.

Segundo dados fornecidos pelas prefeituras e pela SMA, a população residente em favelas na Bacia Hidro-gráfica da Billings em 1996 era de 121.147 habitantes, correspondendo a 16,92% da população total, distribuí-dos em 163 núcleos, localizados, via de regra, em áreas anteriormente destinadas a equipamentos públicos ouimpróprias para ocupação nos loteamentos residenciais, terrenos públicos e margens da Represa e córregos(tabelas 5 e 6).

USO E OCUPAÇÃO DO SOLO EM 1999

A análise do uso do solo, obtido através da interpretação de imagens de satélite, é um importante instrumen-to para diagnosticar a situação de conservação ambiental de uma determinada região, pois possibilita quantificare localizar os diversos usos existentes.

Em uma bacia hidrográfica as alterações provenientes de atividades humanas podem ser bastante negativaspara a garantia de água em quantidade e qualidade adequadas ao abastecimento público. A análise do uso do solopossibilita identificar de que forma estas atividades estão contribuindo positiva ou negativamente para a quali-dade ambiental.

A urbanização e outros atividades humanas, ao serem implantadas em áreas impróprias ou sem planejamen-to, acabam prejudicando, muitas vezes de forma irreversível, a capacidade de um manancial de água. Isto porqueestas atividades podem levar a desmatamentos, impermeabilização do solo, assoreamento de nascentes e conta-minação dos recursos hídricos.

No presente estudo, foram adotadas as seguintes categorias para a classificação do uso do solo na BaciaHidrográfica da Billings:

áreas urbanas não consolidadas (áreas urbanas em formação ou crescimento); áreas urbanas consolidadas;

áreas de ocupação dispersa (áreas não urbanas, alteradas por atividades humanas);

Tabela 5 - População residente em favelas nos municípios que compõem aBacia, em 1996

(1) Em relação à população total do município residente na Bacia.(2) Em relação à população total residente em favelas na Bacia.

Tabela 6 - Núcleos de favela na Bacia, por município (1)

(1) Termo de referência do Programa de Recuperação Ambientalda Billings (SMA, 1999)

%(1)

6,98

10,84

4,85

3,30

22,11

51,92

100,00

Município

Diadema

Ribeirão Pires

Rio Grande da Serra

Santo André

São Bernardo do Campo

São Paulo

Total

Tabela 3 - População residente na Bacia em 1996

1996

Habitantes

49.967

77.662

34.736

23.653

158.328

371.822

716.168(1) Em relação à população total residente na Bacia.

Aprovação posterior

2

-

-

-

-

-

4

Município

Diadema

Ribeirão Pires

Rio Grande da Serra

Santo André

São Bernardo do Campo

São Paulo

Total

Aprovação anterior

18

107

33

11

27

90

300

%(2)

6,30

0,35

-

2,43

24,49

66,43

100,00

Município

Diadema

Ribeirão Pires

Rio Grande da Serra

Santo André

São Bernardo do Campo

São Paulo

Total na Bacia

Habitantes

7.636

422

-

2.942

29.673

80.474

121.147

%(1)

15,28

0,54

-

12,44

18,74

21,64

16,92

Quantidade

29

6

44

84

163

Município

Diadema

Ribeirão Pires

São Bernardo do Campo

São Paulo

Total

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18

solo exposto (áreas desprovidas de qualquer vegetação protetora nativa ou plantada);

mineração (áreas sujeitas a atividades mineradoras, identificadas nas imagens);

campo antrópico/várzea; Mata Atlântica secundária em estado inicial de regeneração;

Mata Atlântica primária ou secundária nos estágio médio e avançado de regeneração;

reflorestamento (cobertura florestal não nativa � silvicultura de eucalipto e pinus);

indústria (áreas industriais identificadas na imagem de satélite).

A tabela 7 apresenta os resultados da classificação do uso do solo da Bacia da Billings, obtida a partir dainterpretação da imagem do satélite Landsat 5, de agosto de 1999, realizada pelo ISA. Os dados dizem respeito aosvalores totais de cada categoria e demonstram a situação geral da Bacia. O cruzamento destes valores com os doano de 1989 possibilita a compreensão das tendências do uso do solo na região, e será abordado mais adiante, nocapítulo II desta publicação.

A Bacia Hidrográfica da Billings apresentava, em 1999, 14,63% de seu território ocupado por usos urbanos,separados em duas categorias: áreas de ocupação consolidada e áreas de ocupação não consolidada.

Foram identificadas, ainda, localidades ocupadas por chácaras, condomínios de baixa densidade e outrosusos residenciais não urbanos que, em alguns casos, estão sujeitos a pressões de áreas de ocupação não consolidadaadjacentes. Estas categorias de uso do solo, agrupadas sob a denominação de áreas de ocupação dispersa no presenteestudo, correspondem a 5,6% da Bacia da Billings e tendem a se transformar em áreas urbanas a médio prazo.

Em 1999, a Bacia Hidrográfica da Billings apresentava grande parte de seu território ainda preservado, com53% de sua área total com cobertura florestal nativa. A partir da análise das imagens de satélite e trabalhos decampo, foi possível separar estas áreas em duas categorias: Mata Atlântica secundária em estágio inicial deregeneração e Mata Atlântica primária ou secundária nos estágios médio e avançado de regeneração. É importantesalientar que o agrupamento de estágios sucessionais tão díspares, como o verificado na segunda categoria,decorreu da impossibilidade de separar as áreas de vegetação primária de secundária, devido às limitações dastécnicas de sensoriamento remoto atualmente disponíveis. De qualquer modo, dada a proximidade destes rema-nescentes florestais com a Região Metropolitana de São Paulo, é de supor que, se ainda existirem, as áreas comcobertura primária sejam insignificantes. Foram, ainda, identificadas as áreas de reflorestamento com eucaliptose pinus, que correspondiam, naquele ano, a 0,69% da Bacia.

A categoria �campo antrópico/várzea� que, em 1999, correspondia a 6,08% da Bacia da Billings, tambémresultou do agrupamento de algumas tipologias � pastagens, agricultura, campo e várzeas � que não puderam serseparadas de maneira precisa.

Loteamento em São Bernardo do Campo.(dez/99)

Gráfico 3 - Uso do solo em 1999

Gráfico 4 - Detalhamento das áreas ocupadas por atividades humanas

Categoria

Áreas urbanas não consolidadas

Áreas urbanas consolidadas

Áreas de ocupação dispersa

Solo exposto

Mineração

Campo antrópico/várzea(2)

Mata Atlântica secundária em estágio inicial de regeneração

Mata Atlântica primária ou secundária nos estágios médio eavançado de regeneração

Reflorestamento

Indústrias

Outros(3)

Áreas ocupadas por atividades humanas

Área com cobertura vegetal

* dados obtidos a partir de análises de imagens de satélite Landsat TM(1)

em relação à área total da Bacia Hidrográfica da Billings (58.280,32 hectares).(2)

inclui agricultura, pastagens e várzeas, categorias de uso de solo que apresentam grande similaridade nasimagens de satélite, o que impossibilita a análise individualizada.(3)

Corpos d’água, nuvens e sombras.

Tabela 7 - Uso do solo na Bacia em 1999*

Área (ha)

1.653,66

6.874,60

3.263,52

57,56

156,89

3.541,50

647,93

30.244,45

398,35

109,06

11.332,82

15.661,92

31.290,73

%(1)

2,84

11,80

5,60

0,10

0,27

6,08

1,11

51,89

0,69

0,19

19,44

26,89

53,69

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Tabela 8 - Classes de aptidão física ao assentamento urbano

APTIDÃO FÍSICA AO ASSENTAMENTO URBANO 3

Existem várias formas de avaliar a fragilidade de uma bacia hidrográfica em relação à ocupação urbana. Umdos estudos mais significativos foi desenvolvido pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de SãoPaulo � IPT, denominado �Aptidão Física ao Assentamento Urbano�. A caracterização da bacia, resultante desteestudo, é um �retrato� de sua capacidade natural em absorver qualquer tipo de ocupação.

O estudo é baseado em informações de variações do relevo, características físicas do solo, tipologia dacobertura vegetal, entre outras. Tem como objetivo apresentar orientações para expansão urbana; subsidiar, comcritérios técnicos, a elaboração de projetos de parcelamento do solo; e minimizar os problemas geotécnicos, emespecial aqueles relacionados com erosão, escorregamento de terra, assoreamento e enchentes.

As cartas de Aptidão Física servem como subsídio para a elaboração de legislação, pois apontam problemasgeotécnicos característicos das diversas unidades mapeadas e assinalam critérios para o planejamento da ocupa-ção da bacia. Este estudo fornece também informações para nortear a elaboração de planos diretores, importantesinstrumentos para a mitigação de problemas geotécnicos resultantes da ocupação urbana e de direcionamento daexpansão urbana para áreas favoráveis.

Em sua metodologia de análise, o IPT subdividiu a Bacia da Billings em classes, de acordo com suacapacidade de ser utilizada para assentamento urbano; são elas: áreas favoráveis; áreas com restrições localiza-das; áreas passíveis de ocupação com sérias restrições; e áreas com severas restrições. Os resultados desta análiseencontram-se na tabela 8, abaixo.

A disposição destas categorias pela Bacia Hidrográfica da Billings permite uma visualização da quantidadede seu território que pode ser ocupado com menores impactos. É importante ressaltar que este estudo do IPTretrata uma situação estática da Bacia, ou seja, quais são suas características originais independentes de qualquertipo de ocupação.

Segundo este estudo, cerca de 40,9% da área da Bacia Hidrográfica da Billings apresenta sérias e severasrestrições ao assentamento urbano. Enquanto 7,87% apresentam condições favoráveis, 25,8% apresentam restri-ções localizadas, conforme demonstra a tabela 9.

Gráfico 5 - Aptidão física ao assentamento urbano

(3) EMPLASA, Guia de Utilização da Carta de Aptidão Física ao Assentamento Urbano.

Caracterização Geral

Topografia suavizada, não exigindo práticas especiais emprojetos de parcelamento

Condições topográficas predominantemente favoráveis,com alguns setores problemáticos (declividades maioresque 30% e cabeceiras de drenagem) que exigem cuidadosespeciais de projeto e implantação

Condições topográficas desfavoráveis em muitos setoresde encosta, que impõem diretrizes rígidas de projeto eimplantação

Baixa declividade do terreno, pouca profundidade do lençolfreático e ocorrência de solos com baixa capacidade desuporte. Sérios problemas de enchentes e dificuldades paraimplantação das obras de saneamento, edificações esistema viário

Topografia problemática (morrotes isolados que se destacamde uma área relativamente plana e mal drenada). Osproblemas previstos para as planícies aluviais são aquelesdescritos na classe anterior. Nos morrotes os problemasestão associados à implantação das vias de acesso e lotes

Declividades acentuadas nas encostas, que se apresentambastante recortadas por linhas de drenagem natural. Setoresfavoráveis limitados aos topos, que se apresentam isoladose constituem pequena parcela da unidade. Tal fato implicaparcelamento descontínuo, sendo difícil e onerosa aimplantação de obras de infra-estrutura

Amplitudes e declividades elevadas, dificultando ascondições de acesso às áreas potencialmente ocupáveis(topos de morros)

Amplitudes e declividades elevadas e precária estabilidadedas encostas impõem diretrizes rígidas que, na quasetotalidade dos casos, inviabilizam o parcelamento

Ilhas e áreas urbanas edificadas anteriormente ao estudo,que não foram classificadas

Lagoas e outros cursos d’água

Aptidão Física

Áreas Favoráveis

Áreas com Restrições Localizadas

Áreas Passíveis de Ocupação comSérias Restrições

Áreas com Severas Restrições - 1

Áreas com Severas Restrições - 2

Áreas com Severas Restrições - 3

Áreas com Severas Restrições - 4

Áreas Impróprias

Não classificada

Água

Área de parques e reservas

Relevo

Colinas; predominam amplitudesde 40 m e declividades de até 20%

Morrotes; predominam amplitudes de60 m e declividades de 20%

Morros baixos; predominamamplitudes de 100 m e declividadesde 30%

Planícies aluviais; predominamdeclividades inferiores a 5%

Morrotes baixos isolados, em meio a planícies aluviais; predominamamplitudes de 40 m e declividadesmaiores que 30%

Morrotes altos; predominamamplitudes de 80 m e declividadesentre 30% e 40%

Morros altos; predominam amplitu-des de 150 m e declividadesmaiores que 30%

Serras e escarpas; predominamamplitudes de 300 m (serras) e de100 m (escarpas), e declividadesmaiores que 30%

Loteamento Jardim Caçula, em Ribeirão Pires. (dez/99)

Tabela 9 - Aptidão física ao assentamento urbano

% sobre totalda Bacia

7,87

25,80

22,32

6,61

6,45

0,76

4,33

0,39

3,53

2,11

1,74

18,10

100,00

Classes de Aptidão

Áreas favoráveis

Áreas com restrições localizadas

Áreas passíveis de ocupação com sérias restrições

Áreas com severas restrições - 1

Áreas com severas restrições - 2

Áreas com severas restrições - 3

Áreas com severas restrições - 4

Áreas impróprias

Área urbana edificada

Áreas de parques e reservas

Água

Reservatório

Total

Área (ha)

4.586,22

15.033,83

13.007,15

3.851,26

3.761,42

441,51

2.524,85

225,64

2.056,32

1.229,96

1.015,55

10.546,62

58.820,32

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Unidades de Conservação (UCs) são áreas destinadas à preservação da natureza, cria-das por leis ou atos administrativos dos governos federal, estaduais ou municipais. A partirde 1988, estas áreas ganharam proteção constitucional através do artigo 225 da Cons-tituição Federal, que estabeleceu a obrigatoriedade de o Poder Público �definir, emtodas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especial-mente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, veda-da qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem suaproteção�.

A manutenção de um manancial hídrico em suas condições naturais originais, livre dasalterações promovidas pela ocupação humana, é uma garantia de que o mesmo seja capaz deproduzir água em quantidade e qualidade adequadas para o abastecimento. Por mais contro-lada que seja qualquer ocupação humana nestas áreas naturalmente muito frágeis, ela sempreserá mais danosa que a manutenção da cobertura vegetal original.

A Bacia Hidrográfica da Billings ocupa um território de 58.280,32 hectares, protegidopelas Leis de Proteção aos Mananciais e outras normas jurídicas, que disciplinam o uso e aocupação do solo. Os dados sobre sua situação ambiental, entretanto, mostram que alegislação de controle não é capaz de, isoladamente, garantir a devida conservaçãodeste manancial. Uma série de outros instrumentos, ações e incentivos são necessários.A implantação de Unidades de Conservação (UCs), através da criação de parques ereservas ambientais, é um dos mais importantes dentre os mecanismos atualmente disponí-veis para garantir que áreas da Bacia sejam efetivamente preservadas.

Unidades de Conservação de proteção integral

As UCs de proteção integral, também denominadas de uso indireto, pressupõem amanutenção dos ecossistemas naturais livres de alterações causadas por interferência huma-na, admitido apenas o uso indireto dos seus atributos naturais. Nestas áreas não é permitidoo consumo, coleta, dano ou destruição dos recursos naturais implicando, portanto, a prote-ção integral da fauna e da flora.

A despeito de sua importância como um manancial estratégico para a RMSP, apenas2,6% da Bacia Hidrográfica da Billings está legalmente protegida sob a forma de Unidadesde Conservação de proteção integral. Um número insignificante se considerarmos as neces-sidades de proteção da região. São elas:

Parque Estadual da Serra do Mar (Decreto Estadual no 10.251/77), com área total de315.390,69 ha, mas apenas 520,16 ha inseridos na Bacia Hidrográfica da Billings; Reserva Biológica de Paranapiacaba (Decreto Estadual nº 9.715/38), localizadas na

porção leste da Bacia;

Parque Regional Jardim Botânico do Pedroso (Decreto Municipal nº 5.142/70), loca-lizado no município de Santo André;

Parque Municipal Estoril, em São Bernardo, próximo à Barragem Anchieta;

Parque Municipal Milton Marinho de Moraes, no município de Ribeirão Pires.

Tabela 11 - Áreas tombadas

(1) Em relação à área total da Bacia.

Nome

Área Natural Tombada da Serra do Mar

Área Tombada da Vila de Paranapiacaba

Área Tombada da Cratera da Colônia

Total

Área (ha)

550,20

272,19

1.589,76

2.412,15

%(1)

0,94

0,47

2,73

4,14

Gráfico 6 - UCs, Áreas Tombadas e Terras Indígenas

Tabela 10 - Unidades de Conservação de proteção integral

(1) Parcela de área dentro da Bacia.(2) Em relação à área total da Bacia.

Nome

Parque Estadual da Serra do Mar(estadual)

Reserva Biológica Estadual deParanapiacaba (estadual)

Parque Regional do Jardim Botânicodo Pedroso (municipal)

Parque Municipal Milton Marinho deMoraes (municipal)

Parque Municipal Estoril (municipal)

Total

Área total(ha)

315.390,6

336,0

744,9

12,1

2,9

Área naBacia

520,16

237,31

744,98

12,11

2,97

1.517,53

%(1)

0,16

70,63

100,0

100,0

100,0

%(2)

0,89

0,41

1,28

0,02

0,01

2,60

UNIDADES DE CONSERVAÇÃO E OUTRAS ÁREAS SOB PROTEÇÃO ESPECIAL

Áreas de Preservação Permanente

As áreas de preservação permanente foram instituídas pelo Código Florestal (Lei Fede-ral nº 4.771/65), no seu artigo 2º, e compreendem, de forma genérica, a mata ciliar, faixamarginal ao reservatório (100 metros) e as florestas e demais formas de vegetação natural depreservação permanente.

As Leis de Proteção aos Mananciais também estipulam áreas de preservação permanen-te. Nas Leis Estaduais nº 989/75 e 1.172/76 são classificadas como áreas de 1ª categoria e naLei Estadual nº 9.866/97, como áreas de restrição à ocupação.

Reserva Ecológica da Billings (Resolução Conama n° 04/85)

A Lei Federal nº 6.938/81, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente,transformou as florestas e demais formas de vegetação natural de preservação permanente emReservas Ecológicas, regulamentadas pelo Decreto Federal nº 89.336/84 e pela ResoluçãoConama nº 04/85.

As Reservas Ecológicas podem ser públicas ou particulares. No caso de áreas metro-politanas, como é o caso da Bacia da Billings, a Resolução Conama nº 04/85 determinaque toda vegetação em clímax ou em estágios médio e avançado de regeneração passa,a partir de sua publicação (1985), a ser considerada reserva ecológica.

A análise dos dados relativos aos levantamentos de uso do solo na Bacia Hidrográficada Billings no ano de 1985, realizado pela SMA (SMA, 1999), e nos anos 1989 e em 1999,elaborados pelo ISA, permitiu quantificar e localizar as áreas de reserva ecológica da região.Segundo esta análise, 58,5% da Bacia Hidrográfica da Billings tornou-se reserva ecológicaa partir da edição da Resolução Conama nº 04/85, estando, portanto, sob proteção integral apartir de 1985.

Áreas Tombadas

Constituem áreas tombadas bens móveis e imóveis considerados importantes por ra-zões históricas, arquitetônicas, artísticas, tecnológicas, afetivas e articuladoras da memóriapaulistana, além de sítios e paisagens da natureza consideradas excepcionais por suas quali-dades intrínsecas, que sejam assim definidas pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histó-rico, Artístico, Arqueológico e Turístico do Estado de São Paulo � Condephaat. Nas áreasprotegidas por tombamento, qualquer ação que implique alteração, destruição, mutilação oudescaracterização do patrimônio tombado necessita de prévia autorização do Condephaat.

Há na Bacia da Billings três áreas tombadas pelo Condephaat: Área Natural Tombadada Serra do Mar (Resolução nº 40/85), Área Tombada da Vila de Paranapiacaba (Resoluçãonº 47/87) e a região da Cratera da Colônia.

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Terras Indígenas

Na Bacia Hidrográfica da Billings existem duas terras indígenas Guarani: TI da Barra-gem, criada pelo Decreto Federal nº 94.222/87 e TI Krukutu, Decreto Federal nº 94.223/87,ambas localizadas no município de São Paulo. Estima-se que exista uma população superiora 1.000 índios Guarani nestas duas terras indígenas.

Tabela 12 - Terras Indígenas

(1) Em relação à área total da Bacia.

Nome

Terra Indígena da Barragem

Terra Indígena Krukutu

Total

Área (ha)

34,09

32,79

66,88

%(1)

0,06

0,05

0,11

Novas Unidades de Conservação em estudo

Apesar da insignificante quantidade de áreas sob proteção legal existentes na BaciaHidrográfica da Billings, em face da intensidade da pressão antrópica atual as propostas decriação de novas reservas são muito tímidas.

Até o momento está prevista a criação de apenas seis novos parques municipais nomunicípio de Diadema que, juntos, somam uma área inferior a 0,5% da Bacia.

Além destes parques municipais, em 2001 foi criada a Área de Proteção Ambiental(APA) Capivari-Monos, com uma área total de 25.000 ha, sendo 1.750 ha na Bacia daBillings (abrangendo a porção paulistana do Braço Taquacetuba, área considerada críticadevido às pressões antrópicas) . Trata-se de uma tipologia de unidade de conservação de usosustentável, também denominada de uso direto, que visa compatibilizar a conservação danatureza com a exploração sustentada e manejo ativo dos recursos naturais.

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MINERAÇÃO NA BACIA HIDROGRÁFICA DA BILLINGS

Os principais recursos minerais explorados na região abrangida pela Bacia Hidrográfica da Billings sãoareia, granito para brita, cascalho e água mineral.

De uma forma geral, os empreendimentos minerários podem causar impactos ambientais durante o funcio-namento e após a paralisação das atividades. Em pedreiras, os principais impactos estão correlacionados com aetapa da extração do mineral e com a etapa posterior à paralisação das atividades, sendo estes: escorregamento deblocos, estabilidade das frentes de lavra e dimensão dos lagos que se criaram em função da extração mineral nolocal. Nos portos de areia, os impactos podem ser resultado da forma de extração mineral, do processo de benefi-ciamento do minério e, em alguns casos, do abandono da área.

Após a paralisação das atividades em uma pedreira ou porto de areia, os processos erosivos desencadeadosnas frentes de lavra e arredores devem ser constantemente monitorados, a fim de evitar problemas de assoreamentodos corpos d�água existentes no entorno. Dentro deste contexto, os cortes realizados nas áreas de instalação deuma mina ou de uma frente de lavra devem ser muito bem projetados, desde o início da atividade, a fim de evitarproblemas futuros de escorregamentos, instabilidade de taludes, assoreamento e erosão.

A extração de água mineral, por sua vez, não tende a causar impactos danosos ao meio ambiente, pois oresponsável pela exploração tem interesse na preservação da qualidade ambiental do seu sítio e dos arredores,como forma de garantir a qualidade do produto.

Das diversas atividades de extração mineral em funcionamento ou desativadas na área da Bacia da Billings,o principal impacto ambiental é o assoreamento de cursos d�água e da própria Represa.

Atividades minerárias na Billings

A análise das atividades minerárias existentes na Bacia Hidrográfica daBillings foi realizada a partir de informações obtidas junto ao DepartamentoNacional de Produção Mineral � DNPM, órgão vinculado ao Ministério deMinas e Energia; Secretaria de Energia do Estado de São Paulo; Cetesb; eSMA. Foram ainda utilizados dados do mapeamento do uso do solo da regiãoelaborado pelo ISA, sobrevôos com helicóptero e checagem de campo.

A legislação brasileira confere ao DNPM a responsabilidade exclusivade autorizar a pesquisa, exploração, tratamento e beneficiamento de recursosminerais em todo o território nacional. As atividades de mineração, no entan-to, só podem ser implementadas mediante a prévia licença ambiental que, nocaso de São Paulo, é expedida pela SMA, através de seus órgãos vinculados:Cetesb; DEPRN � Departamento Estadual de Proteção dos Recursos Naturais;Dusm � Departamento do Uso do Solo Metropolitano; e Daia � Departamentode Avaliação de Impacto Ambiental.

Conforme poderá ser verificado a partir da análise das informações sobreatividades minerárias na Bacia da Billings, não há integração entre os diversosórgãos responsáveis pela legalização e controle dos empreendimentos minerá-rios na região. Não há acompanhamento em campo das diversas atividades edo cumprimento das exigências impostas aos empreendedores nas diversas

etapas de autorização e licenciamento ambiental. Como conseqüência, não se sabe a situação realde cada empreendimento minerário em funcionamento ou desativado na área da Bacia.

Segundo levantamentos realizados no DNPM e na Secretaria de Estado da Energia, foramidentificados 90 processos cadastrados dentro da área da Bacia Hidrográfica da Billings, confor-me tabela 13.

Os processos cadastrados junto ao DNPM encontram-se distribuídos pelos vários municípi-os da Bacia, conforme tabela 14.

Dos títulos obtidos ou requeridos junto ao DNPM, apenas sete (seis com concessão de lavraemitida e um em regime de licenciamento) estão autorizados pelo órgão federal a explorar orecurso, desde que obtenham a licença ambiental da SMA (tabela 15).

Embora os processos habilitados pelo DNPM para explorar recursos minerais na região daBillings sejam somente os sete listados na tabela 15, que abrangem uma área total de apenas 0,15%da Bacia, 2.079,01 ha já possuem alvará de pesquisa, e outros 13.076,38 ha estão sendo requeridospara pesquisa. Sendo assim, caso todos os processos atualmente em tramitação no DNPM cheguem àetapa de concessão de lavra ou regime de licenciamento, a Bacia Hidrográfica da Billings terá

Tabela 13 - Títulos minerários em tramitação no DNPM incidentes na Bacia (maio, 2000)

(1) Processos indeferidos, áreas colocadas em disponibilidade, desistência e situação do processo indefinida.

Substância

Água mineral

Areia

Areia e granito

Areia p/agregado

Areia p/vidro, granito p/agregado

Areia e cascalho

Areia, saibro e granito

Argila

Argilas refratárias

Bauxita

Caulim

Caulim, granito

Granito

Minério de ouro

Total

Requerimentode pesquisa

9

-

-

-

-

-

-

-

-

-

1

1

3

6

20

Álvara depesquisa

12

8

1

-

-

1

-

1

2

-

1

-

4

-

30

Concessãode lavra

3

1

1

-

-

-

-

-

-

-

-

-

1

-

6

Regime delicenciamento

-

-

-

-

-

1

-

-

-

-

-

-

-

-

1

Outros (1)

6

7

2

1

1

-

2

2

-

1

1

-

10

-

33

Área total deexploração (ha)

1.071,33

423,52

82,69

18,00

17,09

31,42

47,73

948,51

263,29

420,00

907,10

87,98

3.513,97

11.877,28

19.709,91

(1) Em relação ao número total de processos.

Tabela 14 - Distribuição dos títulos minerários em tramitação no DNPM pelosmunicípios da Bacia (maio, 2000)

Municípios

São Paulo

Ribeirão Pires

São Bernardo do Campo

Rio Grande da Serra

Santo André

Mauá

Região limítrofe entre Ribeirão Pires e Mauá

Região limítrofe entre Ribeirão Pires e São Bernardo do Campo

Região limítrofe entre Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra e Santo André

Região limítrofe entre São Paulo e São Bernardo do Campo

Região limítrofe entre Rio Grande da Serra e Santo André

Total

Processos

quantidade

35

24

16

6

2

1

1

1

1

1

2

90

%(1)

38,9

26,7

17,8

6,7

2,2

1,1

1,1

1,1

1,1

1,1

2,2

100,0

Área de mineração na região dos formadores do Braço do RioGrande. (dez/99)

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DISPOSIÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS NA BACIAHIDROGRÁFICA DA BILLINGS

Na Bacia Hidrográfica da Billings existem quatro áreas de disposição de resíduos sólidos: lixão do Alvarenga,lixão Cama Patente, aterro sanitário Pedreira Itatinga e o antigo lixão de Diadema. Dentre eles, o Alvarengacorresponde a um dos lixões menos controlados e mais problemáticos da RMSP.

A grande produção de lixo pela sociedade moderna é uma das mais graves conseqüências do atual modelode desenvolvimento econômico. Com o intuito de minimizar este problema, diversas alternativas estão sendoestudadas, como a coleta seletiva, a reciclagem, a incineração, o tratamento e a neutralização e/ou oreaproveitamento de alguns tipos de resíduos, a busca de materiais menos poluentes e menos tóxicos e a utiliza-ção de materiais que possam ser reutilizados ou rapidamente biodegradados.

Estas práticas, no entanto, não têm recebido a devida atenção no Brasil, pois as iniciativas existentes sãoisoladas e em pequena escala. Desta forma, ao invés de investimentos na racionalização no trato dos resíduossólidos, o que impera é a disposição dos mesmos em aterros sanitários ou em lixões sem qualquer controleambiental.

É importante destacar que mesmo os aterros sanitários ou aterros industriais construídos com critériostécnicos adequados constituem-se em focos de contaminação do meio ambiente. Problema que se agrava quandoo despejo de resíduos é feito sem controle ou planejamento, fato corriqueiro na RMSP.

Entre os impactos no solo e nas águas, relacionados às áreas de disposição de resíduos sólidos, um dos maisgraves é a formação do chorume. Trata-se de um percolado altamente poluente que se infiltra no solo atingindoo lençol freático, comprometendo, de forma quase sempre irreversível, o manancial.

Outro impacto importante é a formação de bolsões de gases, entre os quais se destaca o gás metano,decorrentes de reações químicas resultantes do processo de decomposição da matéria orgânica existente no lixo.

Tabela 16 - Títulos minerários obtidos e requeridos junto ao DNPM na Bacia(maio, 2000)

(1) Em relação à área total da Bacia (58.280,32 ha).

Títulos/Processos

Requerimento de pesquisa

Alvará de pesquisa

Concessão de lavra

Regime de licenciamento

Total

No deprocessos

20

30

6

1

57

Área de exploraçãoha

13.076,38

2.079,01

64,15

21,88

15.241,42

%(1)

22,44

3,57

0,11

0,04

26,16

Tabela 15 - Títulos minerários obtidos junto ao DNPM na Bacia (maio, 2000)

Interessado

Porto de Areia Sete Praias.

Viterbo Machado Luz Mineração Ltda.

Viterbo Machado Luz Mineração Ltda.

Poxoréo Mineração Ltda.

Poxoréo Mineração Ltda.

Poxoréo Mineração Ltda.

João Carlos Pongilluppi Mineração.

Situação

Concessão de lavra para granito

Concessão de lavra para areia

Concessão de lavra para areia egranito

Concessão de lavra para águamineral

Concessão de lavra para águamineral

Concessão de lavra para águamineral

Registro de licenciamento paraareia e cascalho

Município/Localização

São Paulo

São Paulo, proximidades da área da Cocaiae da Varginha, atingindo parte da Bacia doGuarapiranga

São Paulo, proximidades da área da Cocaiae da Varginha, atingindo parte da Bacia doGuarapiranga

Ribeirão Pires, região da Casa de Pedra

Ribeirão Pires, região da Casa de Pedra

Ribeirão Pires, região da Casa de Pedra

São Paulo, Jardim Varginha

No processoDNPM

88/820611

93/820189

94/820264

46/002923

54/005621

59/008721

90/82010

26,16% de sua área sob algum tipo de exploração mineral. Este é um cenário absolutamente desfavorável àconservação deste importante manancial da RMSP (tabela 16).

Quando analisamos a situação legal das atividades minerárias na região, é possível observar que nenhumdos sete empreendimentos autorizados pelo DNPM possui a necessária licença de funcionamento da SMA/Cetesb. Por outro lado, o único empreendimento com licença emitida pelos órgãos ambientais paulistaspossui apenas alvará de pesquisa emitida pelo DNPM.

Para agravar este quadro, dados sobre ocorrência de irregularidades ambientais cadastradas junto à SMAdemonstram que algumas mineradoras iniciaram a exploração muitos anos antes de darem entrada nos processosde legalização de suas atividades junto aos órgãos competentes.

Somente no município de São Paulo foram autuados cinco empreendimentos que, embora estivessem ematividade, nem sequer haviam dado entrada a requerimentos para operação junto ao DNPM e não possuíamqualquer licença da Cetesb.

Desta forma, de acordo com as informações oficiais disponíveis, não há qualquer mecanismo de integraçãoentre as instâncias federal e estadual responsáveis pelo licenciamento e monitoramento das atividades mineráriasna Bacia Hidrográfica da Billings, e a fiscalização incipiente não tem sido capaz de reverter as atividades ilegaiscomprovadamente em curso na região.

Mineração no município deSão Paulo. (dez/99)

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Tabela 17 - Áreas de disposição de resíduos sólidos

Além da contaminação do ar, a presença de grandes concentrações desses gases implica risco permanente deincêndios e explosões.

Áreas de disposição de resíduos sólidos

As informações sobre as áreas de disposição de lixo residencial e industrial na Bacia da Billings, apresen-tadas a seguir, foram organizadas a partir dos dados constantes no Plano Diretor de Resíduos Sólidos da RegiãoMetropolitana de São Paulo (CONSÓRCIO HICSAN-ETEP, 1993) e no Termo de Referência para o Programa de Recu-peração Ambiental da Bacia da Billings (SMA, 1999). É importante destacar que nenhuma destas áreas possuilicença ambiental, estando, portanto, operando de forma irregular.

Lixão do AlvarengaSituado nos limites dos municípios de Diadema e São Bernardo do Campo, recebe lixo doméstico do

município de Diadema e deposição clandestina de lixo industrial do município de São Bernardo do Campo. Estelixão encontra-se completamente irregular e não apresenta nenhuma condição de funcionamento. É notório quenão houve nenhum planejamento anterior à disposição de resíduos no local.

Como a área não é cercada, resíduos das mais diversas origens são lançados sem nenhum controle em umaencosta lateral ao lixão. As instalações precárias e a inexistência de um sistema de escoamento e drenagem adequadopermitem que o chorume atinja o córrego local, que é afluente da Billings, sem qualquer tratamento. O lençol freáticoestá contaminado e os incêndios resultantes da queima dos gases acumulados atingem a flora e a fauna locais.

Lixão Cama PatenteSituado no município de São Bernardo do Campo, encontra-se atualmente desativado. No período em que

recebeu resíduos de origens diversas sem qualquer controle, este lixão operou sem nenhuma medida preventivaou de minimização de impactos, o que levaa supor que as águas subterrâneas e o solona área estejam intensamente contamina-dos.

Aterro Pedreira ItatingaTrata-se de uma antiga pedreira, situ-

ada no município de São Paulo, cujas con-dições de estabilidade das frentes de lavranão foram devidamente averiguadas antesda disposição dos resíduos. Não houve ins-talação de nenhum sistema de drenagemou de tratamento do chorume. As condi-ções geotécnicas são desconhecidas.

Antigo Lixão de DiademaSituado no município de Diadema,

encontra-se desativado. Em vistoria reali-zada pela Cetesb em 1994 (CETESB, 2000),foi constatado que possui significativo po-tencial de contaminação do solo e do len-çol freático, embora não possua qualquersistema de monitoramento.

Nome

Lixão doAlvarenga

Lixão CamaPatente

Aterro PedreiraItatinga

Antigo Lixãode Diadema

Município

São Bernardo doCampo e Diadema

São Bernardo doCampo

São Paulo

Diadema

Condiçãoatual

Ativado

Desativado

Ativado

Desativado

Tipo dedisposição

Lixão particular

Aterro industrialpróprio

Aterro municipalcontrolado

Lixão municipal

Tipo de resíduo

Resíduo industrial,resíduo domiciliar,entulhos

Resíduo industrial,resíduo domiciliar,entulhos, resíduoinerte, varridão

Resíduo domiciliar

Sem informação

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QUALIDADE DA ÁGUA DA REPRESA BILLINGS E DE SEUSPRINCIPAIS TRIBUTÁRIOS

A qualidade da água na Represa Billings encontra-se bastante comprometida devido ao bombeamento daságuas poluídas dos Rios Tietê e Pinheiros, à ressuspensão dos sedimentos contaminados e à ocupação humanadesordenada de sua bacia hidrográfica.

As características da água de um reservatório são resultantes da interação de um complexo conjunto defatores, alguns de ordem exclusivamente ambiental, relacionados aos ciclos climáticos e à sua dinâmica ecológi-ca, e outros decorrentes das atividades humanas desenvolvidas na bacia hidrográfica formadora do reservatório,que podem gerar fluxos permanentes de cargas poluidoras.

A concentração de poluentes disponíveis no meio líquido decorre tanto de cargas externas, lançadas deforma concentrada diretamente no reservatórios ou em seus tributários, como também de cargas internas, proveni-entes dos sedimentos, que interagem permanentemente com o meio líquido, devido, principalmente, ao fenôme-no da ressuspensão, resultante da movimentação da água provocada pela ação dos ventos, chuvas ou mudanças detemperatura. Desta forma, mesmo que o despejo de substâncias poluentes seja paralisado completamente em umadeterminada represa, a presença de sedimentos acumulados em seu leito ao longos dos anos em que recebeu cargasde esgotos domésticos e industriais faz com que a mesma possa apresentar elevadas concentrações de substânciascontaminantes por um longo tempo.

As maiores preocupações com a água da Represa Billings são a eutrofização, a concentração de metaispesados e a presença de microrganismos patogênicos e algas potencialmente tóxicas.

A eutrofização decorre do aumento da concentração de substâncias que contribuem para a proliferaçãoexcessiva de plantas aquáticas e algas, prejudicando o equilíbrio ambiental do reservatório e, por conseqüência,a qualidade de sua água. No caso da Billings, este problema é agravado devido à presença em suas águas de algaspotencialmente tóxicas, como a Cylindrospermopsis raciboskii, que produz uma toxina que provoca danos nofígado e nos rins, conforme comprovado por diversos estudos científicos e pela própria Cetesb (BATALHA, 1999).

A partir de 1997, o Governo do Estado iniciou o monitoramento integrado das águas, sedimentos e peixesdos Sistemas Alto e Médio Tietê. Para tanto, passaram a ser coletadas amostras em 27 pontos da Billings, sendo seisna região do Corpo Central e 21 distribuídos pelos Braços Cocaia, Bororé, Taquacetuba, Pedra Branca, CapivariPequeno, Rio Pequeno e Rio Grande. Os resultados destas análises encontram-se na tabela 18 (CETESB, 1999).

As informações apresentadas demonstram que o Corpo Central e os Braços da Billings encontram-seeutrofizados.

Todos os pontos de monitoramento no Corpo Central, assim como nos Braços Cocaia, Bororé, Taquacetubae Pedra Branca sofrem influência do bombeamento do Tietê/Pinheiros. Dentre as recomendações para a melhoriada qualidade da água destes locais está a redução da entrada de poluentes, o que só poderá ser obtido através dadiminuição drástica da poluição das Bacias do Pinheiros e do Tietê ou da paralisação total do bombeamento.

Florações de algas potencialmente tóxicas se alastram pela Billings.Na foto, Corpo Central próximo ao Braço Capivari. (abr/00)

As florações de algas ocorrem em todo o Reservatório, inclusive empontos distantes de focos de contaminação. Na foto, Braço do RioPequeno. (abr/00)

Água poluída do Rio Ribeirão Pires deságua no Braço do RioGrande. (dez/99)

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Tabela 18 - Qualidade da água, sedimentos e peixes nos pontos de monitoramento da Represa

Ponto de coleta Diagnóstico

4 A Corpo Central Ambiente eutrofizado; contaminação por metais pesados provenientes do Rio Pinheiros; alto consumo de oxigênio dissolvido.

5 A Corpo Central Ambiente hipereutrofizado, fortemente impactado por contaminantes provenientes do bombeamento e da carga interna do Reservatório; ocorrência de bioacumulação significativa demetais pesados e compostos orgânicos nos peixes; ambiente propício à liberação e exportação de fósforo do sedimento.

6 e 7 A Corpo Central Ambiente eutrofizado; efeito tóxico associado às florações de cianofíceas; contaminação por metais pesados devido à contribuição do Rio Pinheiros e/ou remobilização do sedimento;alguma recuperação da qualidade das águas devido à autodepuração.

8, 9 e 10 A Corpo Central e Rio das Pedras Ambiente eutrofizado; contaminação por metais pesados devido à contribuição do Rio Pinheiros e remobilização do sedimento; recuperação da qualidade das águas devido àautodepuração.

11 A Cocaia Ambiente hipereutrofizado, sujeito à influência do bombeamento das águas doRrio Pinheiros e da carga difusa (principalmente esgoto doméstico), proveniente da forte ocupação destebraço; contaminação por metais pesados devido à contribuição do Rio Pinheiros ou remobilização do sedimento.

12 A Bororé Ambiente hipereutrofizado sujeito à influência do bombeamento das águas do Rio Pinheiros; contaminação de metais pesados devido à contribuição do Rio Pinheiros e remobilizaçãodo sedimento.

20 A Pedra Branca Ambiente eutrofizado; contaminação de metais pesados devido à contribuição do Rio Pinheiros ou remobilização do sedimento; efeito tóxico associado às florações de cianofíceas.

21 e 22 A Capivari Ambiente eutrofizado; efeito tóxico associado às florações de cianofíceas.

23 A Rio Pequeno Ambiente eutrofizado com tendência de apresentar níveis elevados de alumínio.

24 A Rio Pequeno Não sofre influência do Corpo Central do Reservatório; contaminação de metais pesados devido à provável remobilização de sedimento.

13 A Taquacetuba Ambiente eutrofizado, sujeito à influência do bombeamento das águas do Rio Pinheiros; não atendimento aos padrões de qualidade para a classe vigente para alguns metais pesados,devido à contribuição do rio Pinheiros e/ou remobilização de sedimento.

14 A Taquacetuba Ambiente eutrofizado, sujeito à influência do bombeamento; efeito tóxico associado às florações de cianofíceas; região fortemente impactada por nutrientes advindos do corpocentral e alguns formadores deste braço; condição anóxida controlada pela concentração de matéria orgânica e de sulfetos reativos, os quais imobilizam parcialmente os metais;qualidade de sedimento comprometida, com elevadas concentrações de metais e compostos orgânicos, presença de toxicidade e biota empobrecida; a redução dos níveis denutrientes, metais e alguns organismos em relação ao ponto 5 A descrevem a pluma de contaminação; tendência significativa à liberação de fósforo para a biota (coluna).

15 A Taquacetuba Ambiente eutrofizado com forte influência do Corpo Central, além da contribuição dos formadores; ocorre bioacumulação nos peixes, principalmente para compostos orgânicos;toxicidade na alga associada à floração de algas; PCBs, Lindane e HCBs em peixes sujeitos a restrição segundo Usepa; o sedimento tem potencial de remobilizaçãodos contaminantes.

16 e 17 A Taquacetuba Presença de metais pesados na Bacia do Taquacetuba; os principais contribuintes em termos de carga orgânica biodegradável são os Ribeirões Colônia e Vermelho.

18 e 19 A Taquacetuba Contaminação de metais pesados.

25 A Rio Grande Ambiente hipereutrofizado; não atendimento aos padrões de qualidade para a classe vigente para matéria orgânica biodegradável, nutrientes e metais pesados, dado pela influênciadas águas doRrio Grande/Jurubatuba e/ou Ribeirão Pires.

26 A Rio Gbrande Espécies fitoplanctônicas resistentes ao cobre; ambiente eutrofizado, sujeito a impactos intermitentes e deletérios às comunidades aquáticas, devido à aplicação de sulfato de cobre;recuperação da qualidade das águas devido à autodepuração que ocorre ao longo do reservatório do Rio Grande.

27 A Rio Grande Espécies fitoplanctônicas resistentes ao cobre; baixas concentrações de clorofila devido à sulfatação; efeito tóxico pode estar associado aos níveis de cobre, bem como a outrosagentes tóxicos não analisados.

Além da poluição proveniente do bombeamento do Tietê/Pinheiros, alguns braços apresentam situaçãocrítica de eutrofização devido à grande quantidade de esgoto proveniente da ocupação de suas sub-baciasformadoras. Estre eles estão o Cocaia, o Bororé, o Rio Grande e alguns pontos do Taquacetuba e do CorpoCentral. Nestes casos, além da contenção da poluição proveniente do bombeamento é necessário um controlerigoroso da ocupação e a implantação de infra-estrutura de saneamento básico nas áreas já ocupadas.

Em vários pontos do Reservatório foi identificada contaminação por metais pesados associada ao bombe-amento das águas dos Rios Tietê e Pinheiros e à remobilização do sedimento da Represa. Isto ocorre nos pontosdo Corpo Central e nos Braços Cocaia, Bororé, Pedra Branca, Rio Pequeno, Taquacetuba e Rio Grande.

A presença de lodo no Corpo do Reservatório Billings também merece destaque no que diz respeito àquantidade e à qualidade da água, visto que o sedimento é uma das fontes significativas de poluição da Represa.A análise comparativa entre levantamentos batimétricos de 1985 comparados à topografia original da região, em1925, anterior à construção do Reservatório, mostra que o acúmulo de sedimentos e outros sólidos depositadoschega a 7 m de espessura na região próxima à Barragem de Pedreira. Ao longo do Corpo Central, em seçãodistante 2.500 m da Barragem de Pedreira, os estudos indicam uma camada de lodo de 4 a 5 m, e próximo aosBraços Capivari e Pequeno essa camada diminui, mas ainda atinge de 1 a 2 m de espessura. (HIDROPLAN, 1995)

Barragem Anchieta que separa o Braço do Rio Grande do restanteda Billings. (dez/99)

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28

Os mananciais da Região Metropolitana de São Paulo possuem, desde a década de 70,legislações específicas de conservação ambiental com o objetivo garantir água em quantidadee qualidade suficientes para o abastecimento de sua população e de seu setor produtivo.

Além destas normas específicas, na Bacia Hidrográfica da Billings incidem normasfederais e estaduais relativas à proteção ambiental em geral, à proteção dos recursos hídricose florestais, ao licenciamento de atividades potencialmente prejudiciais ao meio ambiente,ao uso e ocupação do solo e aos crimes ambientais.

Leis de Proteção aos Mananciais do Estado de São Paulo

A Bacia Hidrográfica da Billings possui legislação estadual específica de proteçãodesde a década de 70, quando foram editadas as Leis nº 898/75 e 1.172/76. Posteriormente,em 1997, foi editada a Lei Estadual no 9.866, reformulando por completo a legislação eestabelecendo uma nova política para os mananciais.

Embora a Lei nº 9.866 substitua as anteriores, seu artigo 45, do capítulo das disposi-ções finais e transitórias, prevê que ficam mantidas as disposições das Leis nº 898/75 e1.172/76 para a Região Metropolitana, até que sejam promulgadas as leis específicas paracada uma das sub-bacias hidrográficas dos mananciais de interesse regional para abasteci-mento público. Desse modo, até que seja promulgada a Lei Específica da Área de Proteção eRecuperação de Manancial da Billings, ficam mantidos os dispositivos das leis anteriores,assim como os da nova Lei (9.866/97) que são auto-aplicáveis.

Leis Estaduais nº 898/75 e 1.172/76 (4 )

A Legislação de Proteção aos Mananciais foi definida com o objetivo de exercer umafunção estruturadora do desenvolvimento da metrópole, estabelecendo, através de modelode uso e ocupação do solo, a população máxima a ser suportada pelas bacias protegidas eeficiência no tratamento de efluentes líquidos das diversas atividades que nela vierem a seimplantar. A legislação age de forma preventiva visando obter a qualidade desejada da águapara o abastecimento.

Estas leis distinguem duas categorias de áreas e definem diferentes restrições deuso do solo.

Nas Áreas ou Faixas de 1ª Categoria são permitidos, exclusivamente: (i) excursionismo,excetuado o campismo; (ii) prática de esporte, desde que não exija construção de edificaçõespermanentes; e (iii) serviços, obras e edificações destinadas à proteção aos mananciais, àregularização de vazões, ao controle de cheias e à utilização das águas para abastecimento elazer sob controle.

São as seguintes as áreas de 1ª Categoria: as faixas de segurança sanitária ao longo doscorpos d�água, para protegê-los de contaminações diretas; áreas cobertas por matas, quepossibilitem maior infiltração das águas da chuva; e áreas com encostas muito pronuncia-das, para evitar a erosão.

Nas áreas de 2ª categoria são permitidos praticamente todos os usos do solo: residencial;industrial, de acordo com uma relação de indústria constante na Legislação de ZoneanentoIndustrial; comercial, exceto equipamentos de saúde pública que não se destinem ao atendi-mento das populações locais; serviços, exceto equipamentos de saúde pública que não sedestinem ao atendimento das populações locais; institucional; lazer; hortifrutícola; eflorestamento, reflorestamento e extração vegetal.

As atividades permitidas variam de acordo com sua proximidade em relação ao manan-cial protegido. Quanto mais próximo, maiores as restrições. Dessa forma, antes de elaborar oprojeto ou encaminhar o pedido de aprovação, o interessado deve saber, junto à Emplasa, sea atividade a ser implantada é permitida na área desejada.

Nas áreas de 2ª categoria, distinguem-se três classes de áreas, nos termos da legislaçãode proteção: classe A (área urbana); classe B (área de expansão urbana); e classe C (área rural).

(4) EMPLASA, �Região Metropolitana de São Paulo - Proteção aos Mananciais Legislação: Roteiropara implantação de Projetos, 1984�.

Legislação ambiental básica aplicável à Bacia

Número e Ano (ordem cronológica)

Decreto Federal no 24.643 de 1934

Lei nº 4.771 de 1965

Lei nº 6.766 de 1979

Resolução Conama no 20 de 1986

Constituição Federal, 1988

Decreto Federal no 750 de 1993

Resolução Conama no 01 de 1994

Lei Federal no 9.433, de 1997

Lei no 9.605, de fevereiro de 1998

Número e Ano

Lei n o 898 de 1975

Lei n o 1.172 de 1976

Constituição do Estado de São Paulo de 1989

Lei no 7.663 de 1991

Lei no 9.034 de 1994

Lei no 9.866 de 1997

Assunto

Estabelece o Código de Águas.

Código Florestal

Parcelamento do solo urbano

Classifica as águas doces, salobras e salinas e estabeleceparâmetros de qualidade da água

Artigos 22, 23, 24 e 225 (Capítulo do Meio Ambiente)

Regula o corte, a exploração e a supressão de vegetaçãoprimária ou nos estágios avançado e médio de regeneração daMata Atlântica.

Regula o corte, a exploração e a supressão de vegetaçãoprimária ou nos estágios avançado e médio de regeneração daMata Atlântica no Estado de S. Paulo.

Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos e cria o SistemaNacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos

Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas decondutas e atividades lesivas ao meio ambiente - “Lei de CrimesAmbientais”.

Assunto

Proteção aos Mananciais

Proteção aos Mananciais

Artigos sobre Meio Ambiente, Recursos Naturais e Saneamento(arts. 191 a 204)

Institui a Política e o Sistema Estadual de Gerenciamento dosRecursos Hídricos

Estabelece o Primeiro Plano Estadual de Gerenciamento deRecursos Hídricos

Estabelece nova lei de Proteção aos Mananciais do Estado deSão Paulo

FEDERAL

ESTADUAL

Estas áreas distinguem-se fundamentalmente pelas densidades populacionais má-ximas permitidas, que se refletem no tamanho dos lotes e nas porcentagens de áreasconstruídas. Para fixar essas densidades, levou-se em consideração: (i) que o risco dapoluição é tanto maior quanto mais próximo dos mananciais se desenvolvem as ativi-dades; (ii) que já existem implantadas nas bacias, nos núcleos urbanos, inclusive sedesde municípios, havendo uma tendência à concentração de populações nos mesmos e emsuas vizinhanças.

Considerando estes dois fatores, a lei fornece, em tabelas, os índices máximos permiti-dos para construção em função do uso da edificação e do tamanho do lote.

A Nova Lei de Proteção aos Mananciais (Lei Estadual nº 9866/97)

A partir do final dos anos 80 passou a ser cada vez mais evidente a necessidade dereformular a legislação de proteção aos mananciais, seja para adequá-la às alterações jurídi-cas e legais ocorridas com a promulgação da Constituição Federal de 1988 e da ConstituiçãoEstadual de 1989, seja pela constatação de sua baixa efetividade.

Após um longo período de discussões foi promulgada, em 1997, a Lei Estadual nº9866, que estabeleceu novos critérios e procedimentos para a proteção dos mananciais doEstado de São Paulo.

Entre os objetivos da nova lei destacam-se: proteção e recuperação de condições ambi-entais específicas, necessárias para a produção da água na quantidade e qualidade demanda-da atualmente, e garantia do abastecimento e do consumo das futuras gerações.

Para que tais objetivos sejam alcançados, foram definidos instrumentos e mecanismoscapazes de atuar diretamente nos fatores sociais, econômicos e políticos que compõem aregião e determinam a estruturação e a ocupação destas áreas a serem protegidas. Estes

LEGISLAÇÃO AMBIENTAL INCIDENTE NA BACIA HIDROGRÁFICA DA BILLINGS

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29

instrumentos são: (i) exigência do estabelecimento de leis específicas para cada Área deProteção e Recuperação de Mananciais (APRM); (ii) exigência de formulação do Plano deDesenvolvimento e Proteção Ambiental (PDPA) de cada (APRM); (iii) estabelecimento deorientações para definição de mecanismos de compensação; e (iv) estabelecimento de orien-tações para fiscalização, monitoramento e aplicação de penalidades.

Além disso, a Lei nº 9.866 determina as seguintes diretrizes:

a) Adoção da Bacia Hidrográfica como unidade de planejamento e gestão;

b) Definição de três tipologias de Áreas de Intervenção:

� Áreas de Restrição à Ocupação (artigo 13): são as definidas pela Constituição doEstado e por lei com preservação permanente, de interesse para proteção dos manan-ciais e para a preservação, conservação e recuperação dos recursos naturais;

� Áreas de Ocupação Dirigida (artigo 14): são as de interesse para a consolidação ouimplantação de usos rurais e urbanos, desde que haja manutenção das condiçõesambientais necessárias à produção da água em quantidade e qualidade suficientespara abastecimento da população atual e futura;

� Áreas de Recuperação Ambiental (artigo 15): são as que em razão dos usos eocupações comprometem a qualidade e a quantidade dos mananciais, exigindoações de caráter corretivo. Poderão ser reenquadradas através do PDPA nas duasclasses acima, quando comprovada a efetiva recuperação ambiental pelo Rela-tório de Situação da Qualidade da APRM (artigo 15, parágrafo único).

c) Definição de mecanismos de gestão das Áreas de Proteção e Recuperação dos Mananciais � APRMs, estabelecendo:

� Órgão Colegiado: é o Comitê de Bacia Hidrográfica (CBH) correspondente àUnidade de Gerenciamento de Recursos Hídricos ou o Subcomitê vinculado aoCBH, com expressa delegação de competência. É órgão consultivo e deliberativocomposto por Estado, Municípios e Sociedade Civil com direito a voz e voto. ASociedade Civil será representada por entidades ligadas aos diversos segmentossociais sediadas nos municípios contidos nas APRMs (num limite de 1/3 do númerototal de votos), conforme dispõe o artigo 7, parágrafo 2º da Lei. Dentre as suasatribuições estão a de aprovar as Áreas de Intervenção, respectivas normas e o PDPA,aprovar as propostas de investimento, recomendar diretrizes para políticas setoriais,etc. (artigo 7, parágrafo 3º da Lei).

� Órgão Técnico: é a Agência de Bacia (entidade prevista no artigo 29 da Lei Esta-dual nº 7663/91, em conformidade com o artigo 42 e ss. da Lei Federal n.º 9433/97)ou órgão indicado pelo órgão colegiado. Entre outras atribuições tem: a de implan-tar e operacionalizar o Sistema Gerencial de Informações (SGI), assistir e capacitarórgãos, entidades e municípios do Sistema de Gestão, elaborar rever e atualizar oPDPA, etc. (artigo 8 da Lei). As ações deste órgão devem obedecer as diretrizes dosSistemas de Recursos Hídricos, do Meio Ambiente e do Desenvolvimento Regional(SIGRH � Consema � CDR).

� Órgãos da Administração Pública: são responsáveis pelo licenciamento, fiscaliza-ção, monitoramento e implementação dos programas e ações setoriais (artigo 9 daLei).

Normas relativas à gestão de recursos hídricos

Lei Estadual nº 7.663/91:Cria o Sistema Integrado de Gerenciamento de Recursos Hídricos do Estado de São

Paulo � SIGRH e estabelece a Política Estadual de Recursos Hídricos, que possui dois prin-cípios básico: (i) gestão descentralizada, participativa e integrada, através da adoção daBacia Hidrográfica como unidade de planejamento e gestão (Unidades de Gerenciamento deRecursos Hídricos � UGRHs), do Conselho Estadual de Recursos Hídrico � CRH, do ComitêCoordenador do Plano Estadual de Recursos Hídricos � CORHI, dos Comitês de Bacia �CBHs e SubComitês de Bacia Hidrográficas � SCBHs, da criação do Fundo Estadual deRecursos Hídricos � Fehidro, e (ii) o reconhecimento da água como um bem público, a fimde assegurar padrões de qualidade satisfatórios para os usuários atuais e as gerações futuras,

através da cobrança pelo uso da água (projeto de lei em tramitação na Assembléia Legislativado Estado de São Paulo).

Lei Estadual nº 9.034/94:Estabelece o Primeiro Plano Estadual de Gerenciamento de Recursos Hídricos (para os

anos 1994 e 1995); define a base geográfica para operação do SIGRH; aprova a divisão doEstado de São Paulo em 22 (vinte e duas) Unidades Hidrográficas de Gerenciamento deRecursos Hídricos � UGRHI.

Lei Estadual nº 10.020/98:Cria as Agências de Bacias, como entidades jurídicas, com estrutura administrativa e

financeira próprias; estabelece as funções da Agência, dentre elas a de administradora derecursos obtidos com a Cobrança pelo Uso da Água e de secretaria executiva dos Comitês deBacias Hidrográficas.

Lei Federal nº 9433/97:Cria o Sistema Nacional dos Recursos Hídricos e institui a Política Nacional de Recur-

sos Hídricos, com os seguintes fundamentos: (i) a gestão descentralizada dos recursoshídricos com a participação do Poder Público, dos usuários e das comunidades, atravésdo Conselho Nacional de Recursos Hídricos, dos Comitês de Bacias Hidrográficas e daAgência Nacional de Águas ; (ii) a bacia hidrográfica como unidade territorial básica;(iii) gestão integrada das águas; (iv) solução de conflitos de uso; (v) planejar, regular econtrolar o uso, a preservação e a recuperação dos recursos hídricos; (vi) promover a cobran-ça pelo uso de recursos hídricos.

Normas relativas à proteção da cobertura vegetal

A Bacia Hidrográfica da Billings localiza-se dentro do Domínio da Mata Atlântica, eportanto, sujeita aos preceitos legais de proteção deste bioma, este que é considerado um dosmais ameaçados pela devastação em todo o planeta e que se encontra reduzido a apenas7,6% da sua cobertura florestal original. Dentre a Legislação específica que incide sobre asáreas de Mata Atlântica, estão:

Código Florestal, Lei nº 4.771/65:(i) limita o exercício do direito da propriedade referente às formações vegetais nativas

existentes em todo o território nacional; (ii) qualifica as florestas como bens de interessecomum a todos os habitantes do país, subordinando a exploração de tais recursos naturais aointeresse da população, e impõe uma série de limitações; (iii) obriga o estabelecimento dereserva legal nas propriedades; e (iv) define as áreas designadas como de �preservação per-manente� (matas existentes ao longo dos rios ou de quaisquer cursos d�água, ao redor daslagoas, lagos ou reservatórios d�água naturais ou artificiais, nas nascentes, ainda que inter-mitentes e nos chamados �olhos d�água�, topos de morro, encostas com declividade superiora 45º, bordas de chapadas e vegetações em altitudes superiores a 1.800 metros).

Decreto Federal nº 750/93:Regulamenta o corte, a exploração e a supressão de vegetação primária ou nos estágios

avançado e médio de regeneração da Mata Atlântica, presentes na região.

Resolução Conama nº 01/1994:Define o que é vegetação primária e secundária nos estágios pioneiro, inicial, médio e

avançado de regeneração de Mata Atlântica em cumprimento ao disposto no artigo 6º, doDecreto nº 750, de 10 de fevereiro de 1993, e na Resolução Conama nº 10, de 10 de outubrode 1993, a fim de orientar os procedimentos de licenciamento de exploração da vegetaçãonativa no Estado de São Paulo.

Normas relativas ao parcelamento do solo urbano

Lei nº 6.766, de 1979 (com alterações posteriores):Rege o parcelamento do solo para fins urbanos e estabelece que os Estados, o Distrito

Federal e os Municípios poderão estabelecer normas complementares relativas ao parcela-mento do solo municipal para adequação da lei às peculiaridades regionais e locais. Oparcelamento do solo urbano dá-se em casos de loteamento ou desmembramento.

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Tabela 19 - Correlação entre as classes de uso das águas das legislações federal e estadual (1)

(1) Conforme informações do Relatório Final do “Monitoramento Integrado Bacias Alto e Médio Tietê: Avaliação da Qualidade da Água,Sedimento e Peixes, outubro/99”. (Cetesb, 1999)

Normas relativas à qualidade da água

Decreto Federal nº 24.643, de 10 de julho de 1934:Estabelece o Código de Águas com proibição de construções capazes de poluir ou

inutilizar para o uso ordinário a água do poço ou nascente alheia, a ela preexistentes (art. 98).Quanto à qualidade da água, o Título VI, sobre Águas Nocivas, estabelece que: �Aninguém é lícito conspurcar ou contaminar as águas que não consome, com prejuízo deterceiros� (art. 109).

Resolução Conama nº 20, de 18 de junho de 1986:Principal norma relativa à qualidade das águas, classifica as águas doces, salobras e

salinas e estabelece parâmetros de qualidade e indicadores específicos, para assegurar seususos preponderantes. Estabelece, ainda, cinco classes de uso das águas e determina os limitesmáximos de diversos parâmetros.

Decreto Estadual nº 10.755/77:Estabelece o enquadramento dos cursos d�água no Estado de São Paulo. Segundo este

decreto, grande parte do Reservatório Billings enquadra-se na classe 2, com exceção dosBraços do Bororé, Taquacetuba, Pedra Branca e Capivari e todos os seus afluentes, a montan-te da linha de alta-tensão da Light, nos municípios de São Paulo e São Bernardo do Campo,que pertencem à classe 1.

O tabela 19 demonstra a correlação entre o disposto nas legislações federal e estadual,em relação às classes de uso das águas.

Além das leis, resoluções e decretos anteriormente citados, incidem sobre a BaciaHidrográfica da Billings a Lei de Crimes Ambientais (Lei no 9.605, de fevereiro de 1998) eum conjunto de normas relativas à disposição e ao gerenciamento de resíduos sólidos, àsatividades minerárias e ao licenciamento de atividades potencialmente impactantes sobre omeio ambiente.

Usos

Abastecimento doméstico, sem tratamento prévio ou comsimples desinfecção.

Abastecimento doméstico, após tratamento convencional;Irrigação de hortaliças ou plantas frutíferas;Recreação de contato primário (natação, esqui aquático emergulho).

Abastecimento doméstico, após tratamento convencional;Preservação de peixes em geral e de outros elementos da faunae flora;Dessendentação de animais.

Abastecimento doméstico, após tratamento avançado;Navegação;Harmonia paisagística;Abastecimento industrial;Irrigação;Usos menos exigentes.

Resolução Conaman° 020/86

Classe especial

Classes 1 e 2

Classe 3

Classe 4

Decreto Estadualn° 8.468/76

Classe 1

Classe 2

Classe 3

Classe 4

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capítulo II

EVOLUÇÃO DAS ALTERAÇÕES SOCIOAMBIENTAISNO PERÍODO 1989-99 NA BACIA HIDROGRÁFICADA BILLINGS

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EVOLUÇÃO DAS ALTERAÇÕES SOCIOAMBIENTAISNO PERÍODO 1989-99 NA BACIA HIDROGRÁFICA DA BILLINGS

cap. II

EVOLUÇÃO DO USO DO SOLO NO PERÍODO 1989-1999

Em uma bacia hidrográfica utilizada para abastecimento público, algumas alterações no uso dosolo são extremamente negativas, pois resultam em perda da capacidade de produção de água emquantidade e qualidade adequadas. A região da Billings, assim como outras áreas de mananciais daRMSP, vem sofrendo ao longo dos anos um processo de ocupação desordenada, que resulta, via deregra, em graves impactos ambientais.

Uma das principais formas de diagnosticar a situação ambiental de uma determinada re-gião é a análise da evolução do uso do solo. Este tipo de estudo possibilita identificar como asatividades humanas estão alterando ou interferindo no ambiente natural, em um determinadoespaço de tempo.

No presente estudo, foram adotadas as seguintes categorias para analisar a evolução do uso dosolo na Bacia Hidrográfica da Billings:

áreas urbanas não consolidadas (áreas urbanas em formação ou crescimento);

áreas urbanas consolidadas;

áreas de ocupação dispersa (áreas não urbanas, alteradas por atividades humanas);

solo exposto (áreas desprovidas de qualquer vegetação protetora nativa ou plantada);

mineração (áreas sujeitas a atividades mineradoras, identificadas nas imagens);

campo antrópico/várzea;

Mata Atlântica secundária em estágio inicial de regeneração;

Mata Atlântica primária ou secundária nos estágio médio e avançado de regeneração;

reflorestamento (cobertura florestal não nativa � silvicultura de eucalipto e pinus);

indústria (áreas industriais identificadas na imagem de satélite).

As áreas ocupadas pelas categorias acima foram identificadas e mapeadas a partir de imagens desatélite Landsat TM, nos anos de 1989 e 1999. A análise de como cada área se modificou nesses dezanos permitiu identificar a dinâmica das alterações antrópicas na Bacia.

Evolução do uso do solo na área total da Bacia

A tabela 20 apresenta as áreas ocupadas pelas categorias na Bacia Hidrográfica da Billings nosanos de 1989 e 1999 em números absolutos e relativos, considerando-se a área total da Bacia. Já atabela 21 mostra como cada categoria evoluiu, seja se convertendo para outra categoria, como, porexemplo, áreas urbanas não consolidadas que se consolidaram, seja crescendo em relação à área dacategoria em 1989.

Estes dados permitem verificar que no período estudado houve um aumento das áreas ocupadaspor atividades humanas em detrimento daquelas com cobertura florestal nativa (Mata Atlântica),conforme demonstra o gráfico 6, sendo o crescimento dos usos urbanos o mais significativo. As áreasurbanas não consolidadas e consolidadas apresentaram, respectivamente, um incremento de 47,9% e27,3% em relação a 1989, ao mesmo tempo em que o desmatamento de florestas nativas foi de 6,6%(tabela 21 e gráfico 7).

Evolução do uso do solo por município

A Bacia Hidrográfica da Billings compreende parcialmente os municípios de Diadema, Ribei-rão Pires, Santo André, São Bernardo do Campo e São Paulo, e a totalidade do município de RioGrande da Serra.

As tabelas 22, 24, 26, 28, 30 e 32 apresentam as áreas ocupadas pelas categorias de uso do solonos municípios da Bacia Hidrográfica da Billings, nos anos de 1989 e 1999, em números absolutos erelativos, considerando-se a área total de cada município.

As tabelas 23, 25, 27, 29, 31 e 33, por sua vez, mostram como estas categorias evoluíram em cadaum dos municípios da Bacia no período estudado.

Tabela 20 - Uso do solo na Bacia nos anos de 1989 e 1999*

Tabela 21 - Alterações nas categorias de uso do solo na Bacia, no período 1989-1999*

Gráfico 7 - Evolução das categorias de uso do solo na Bacia no período1989-1999 (porcentagem em relação à área de cada categoria em 1989)

%(1)

2,84

11,80

5,60

0,10

0,27

6,08

1,11

51,89

0,68

0,19

26,89

53,68

19,43

Áreas urbanas não consolidadas

Áreas urbanas consolidadas

Áreas de ocupação dispersa

Solo exposto

Mineração

Campo antrópico/várzea(2)

Mata Atlântica secundária em estado inicial de regeneração

Mata Atlântica primária ou secundária nos estágios médio eavançado de regeneração

Reflorestamento

Indústrias

Áreas ocupadas por atividades humanas

Área com cobertura florestal

Outros (3)

1989

Área (ha)

1.485,85

5.404,61

3.344,26

61,59

192,90

4.129,22

699,15

31.825,67

188,26

98,55

14.722,11

32.713,08

10.850,26

%(1)

2,55

9,27

5,74

0,11

0,33

7,09

1,20

54,61

0,32

0,17

25,27

56,13

18,62

1999

Área (ha)

1.653,66

6.874,60

3.263,52

57,56

156,89

3.541,50

647,32

30.242,02

398,35

109,06

15.661,92

31.287,17

11.336,36

* Dados obtidos a partir de análises de imagens de satélite Landsat TM.(1) Em relação à área total da Bacia (58.280,32 ha).(2) Inclui agricultura, pastagens e várzeas, categorias de uso de solo que apresentam grande similaridade nas imagens de satélite,o que impossibilita a análise individualizada.(3) Corpos d’água, nuvens e sombras.

* Dados obtidos a partir de análises de imagens de satélite Landsat TM.(1) Em relação à área da categoria em 1989.(2) Inclui agricultura, pastagens e várzeas, categorias de uso de solo que apresentam grande similaridade nas imagens de satélite,o que impossibilita a analise individualizada.(3) Equivale a 233,22 ha desmatados e 95,27 ha que evoluíram para Mata Atlântica secundária em estágio médio de regeneraçãono período.(4) Equivale à área desmatada no período.

Categorias

Áreas urbanas não consolidadas

Áreas urbanas consolidadas

Ocupação dispersa

Solo exposto

Mineração

Campo antrópico/várzea(2)

Mata Atlântica secundária em estado inicial de regeneração

Mata Atlântica primária ou secundária nos estágios médio eavançado de regeneração

Reflorestamento

Indústrias

Converteu-se paraoutra categoria

%(1)

36,62

0,00

15,59

56,41

31,50

21,22

47,07(3)

6,04(4)

0,00

0,00

Incremento

Área (ha)

711,92

1474,94

440,49

30,71

24,75

288,34

277,27

338,97

210,09

10,51

%(1)

47,91

27,29

13,17

49,86

12,83

6,98

39,66

1,07

111,60

10,66

Área (ha)

544,10

0,00

521,23

34,74

60,76

876,06

329,10(3)

1.922,53(4)

0,00

0,00

Categoria

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Tabela 22 - Uso do solo no município de Diadema, nos anos de 1989 e 1999* Tabela 23 - Alterações nas categorias de uso do solo no município de Diadema, no período 1989-1999

Tabela 24 - Uso do solo no município de Ribeirão Pires, nos anos de 1989 e 1999* Tabela 25 - Alterações nas categorias de uso do solo no município de Ribeirão Pires, no período1989-1999

Tabela 26 - Uso do solo no município de Rio Grande da Serra, nos anos de 1989 e 1999* Tabela 27 - Alterações nas categorias de uso do solo no município de Rio Grande da Serra, no período1989-1999

Categoria

Áreas urbanas não consolidadas

Áreas urbanas consolidadas

Áreas de ocupação dispersa

Solo exposto

Mineração

Campo antrópico/várzea(2)

Mata Atlântica secundária em estado inicial de regeneração

Mata Atlântica primária ou secundária nos estágios médio eavançado de regeneração

Reflorestamento

Indústrias

Áreas ocupadas por atividades humanas

Área com cobertura florestal

Outros(3)v

1989

Área (ha)

77,50

251,59

31,32

-

-

2,70

46,43

255,64

1,61

-

363,11

303,68

60,00

%(1)

10,66

34,62

4,31

-

-

0,37

6,39

35,17

0,22

-

49,96

41,78

8,26

1999

Área (ha)

91,63

283,96

30,77

-

-

12,19

11,10

198,15

37,66

-

418,15

246,91

61,34

%(1)

12,61

39,07

4,23

-

-

1,68

1,53

27,26

5,18

-

57,59

33,97

8,44

* Dados obtidos a partir de análises de imagens de satélite Landsat TM.(1) Em relação à área total do município dentro da Bacia (726,80 hectares).(2) Inclui agricultura, pastagens e várzeas, categorias com grande similaridade nas imagens de satélite, impossibilitando análise individualizada.(3) Corpos d’água, nuvens e sombras.

Categorias

Áreas urbanas não consolidadas

Áreas urbanas consolidadas

Ocupação dispersa

Solo exposto

Mineração

Campo antrópico/várzea(2)

Mata Atlântica secundária em estado inicial de regeneração

Mata Atlântica primária ou secundária nos estágios médio eavançado de regeneração

Reflorestamento

Indústrias

Converteu para outracategoria

Área (ha)

13,68

-

5,61

-

-

-

35,33(3)

60,32(4)

-

-

%(1)

17,65

-

17,91

-

-

-

76,10

23,60

-

-

Acréscimo

(1) Em relação à área da categoria em 1989.(2) Inclui agricultura, pastagens e várzeas, categorias com grande similaridade nas imagens de satélite, impossibilitando análise individualizada.(3) Equivale a 32,5 ha desmatados e 2,83 ha que evoluíram para Mata Atlântica secundária em estágio médio de regeneração no período.(4) Equivale à área desmatada no período.

Área (ha)

27,80

32,37

5,06

-

-

9,50

-

2,83

36,05

-

%(1)

35,87

12,87

16,16

-

-

351,85

-

1,11

2.239,13

-

* Dados obtidos a partir de análises de imagens de satélite Landsat TM.(1) Em relação à área total do município dentro da bacia (6.367,67 hectares).(2) Inclui agricultura, pastagens e várzeas, categorias com grande similaridade nas imagens de satélite, impossibilitando análise individualizada.(3) Corpos d’água, nuvens e sombras.

Categoria

Áreas urbanas não consolidadas

Áreas urbanas consolidadas

Áreas de ocupação dispersa

Solo exposto

Mineração

Campo antrópico/várzea(2)

Mata Atlântica secundária em estado inicial de regeneração

Mata Atlântica primária ou secundária nos estágios médio eavançado de regeneração

Reflorestamento

Indústrias

Áreas ocupadas por atividades humanas

Área com cobertura florestal

Outros(3)

1989Área (ha)

198,51

1.470,92

348,86

24,51

56,54

232,79

140,22

3.349,69

15,56-

2.332,12

3.505,46

528,74

%(1)

3,12

23,10

5,48

0,38

0,89

3,66

2,20

52,61

0,24-

36,63

55,05

8,30

1999Área (ha)

236,41

1.595,80

282,47

18,62

47,57

267,41

68,97

3.305,56

15,56-

2.448,29

3.390,09

529,00

%(1)

3,71

25,06

4,44

0,29

0,75

4,20

1,08

51,91

0,24-

38,45

53,24

8,31 (1) Em relação à área da categoria em 1989.(2) Inclui agricultura, pastagens e várzeas, categorias com grande similaridade nas imagens de satélite, impossibilitando análise individualizada .(3) Equivale a 62,34 ha desmatados e 8,91 ha que evoluíram para Mata Atlântica secundária em estágio médio de regeneração no período.(4) Equivale à área desmatada no período.

Categorias

Áreas urbanas não consolidadas

Áreas urbanas consolidadas

Ocupação dispersa

Solo exposto

Mineração

Campo antrópico/várzea (2)

Mata Atlântica secundária em estado inicial de regeneração

Mata Atlântica primária ou secundária nos estágios médio eavançado de regeneração

Reflorestamento

Indústrias

Converteu-se paraoutra categoria

Área (ha)

66,75

-

66,39

5,89

13,94

14,07

71,25(3)

70,52(4)

-

%(1)

33,62

-

19,03

24,04

24,65

6,05

50,82

2,11

-

Acréscimo

Área (ha)

104,64

124,88

-

-

4,97

48,70

-

26,39

-

%(1)

52,71

8,49

-

-

8,80

20,92

-

0,79

-

% (1)

5,43

8,94

8,34

-

0,10

2,37

0,35

72,48

0,51

25,18

73,33

1,49

Categoria

Áreas urbanas não consolidadas

Áreas urbanas consolidadas

Áreas de ocupação dispersa

Solo exposto

Mineração

Campo antrópico/várzea(2)

Mata Atlântica secundária em estado inicial de regeneração

Mata Atlântica primária ou secundária nos estágios médio eavançado de regeneração

Reflorestamento

Indústrias

Áreas ocupadas por atividades humanas

Área com cobertura florestal

Outros(3)

* Dados obtidos a partir de análises de imagens de satélite Landsat TM.(1) Em relação à área total do município dentro da Bacia (3.661,45 hectares).(2) Inclui agricultura, pastagens e várzeas, categorias com grande similaridade nas imagens de satélite, impossibilitando análise individualizada.(3) Corpos d’água, nuvens e sombras.

1989 1999

Área (ha)

77,88

300,90

311,23

-

3,62

122,63

17,76

2.770,58

-

816,26

2.788,35

56,84

%(1)

2,13

8,22

8,50

-

0,10

3,35

0,49

75,67

-

22,29

76,15

1,55

Área (ha)

198,73

327,42

305,41

-

3,62

86,68

12,66

2.653,70

18,65

921,87

2.685,01

54,57(1) Em relação à área da categoria em 1989.(2) Inclui agricultura, pastagens e várzeas, categorias de uso de solo que apresentam grande similaridade nas imagens de satélite,o que impossibilita a análise individualizada.(3) Equivale a à área desmatada no período.(4) Equivale à área desmatada no período.

Categorias

Áreas urbanas não consolidadas

Áreas urbanas consolidadas

Ocupação dispersa

Solo exposto

Mineração

Campo antrópico/várzea(2)

Mata Atlântica secundária em estado inicial de regeneração

Mata Atlântica primária ou secundária nos estágios médio eavançado de regeneração

Reflorestamento

Indústrias

Converteu-se paraoutra categoria

Área (ha)

14,07

-

66,48

-

35,95

5,11(3)

134,70 (4)

-

-

%(1)

18,07

-

21,36

-

29,31

28,75

4,86

-

-

Acréscimo

Área (ha)

134,92

26,53

60,66

-

-

-

17,82

18,65

-

% (1)

173,23

8,82

19,49

-

-

-

0,64

-

Page 37: BILLINGS 2000 - AMEAÇAS E PERSPECTIVAS PARA O MAIOR ... › sites › default › ...Fotos: Monica Monteiro Schroeder Fotos históricas: Fundação Patrimônio Histórico da Energia

37

Tabela 28 - Uso do solo no município de Santo André, nos anos de 1989 e 1999* Tabela 29 - Alterações nas categorias de uso do solo no município de Santo André, no período1989-1999

Tabela 30 - Uso do solo no município de São Bernardo do Campo, nos anos de 1989 e 1999* Tabela 31 - Alterações nas categorias de uso do solo no município de São Bernardo do Campo, noperíodo 1989-1999

Tabela 32 - Uso do solo no município de São Paulo, nos anos de 1989 e 1999* Tabela 33 - Alterações nas categorias de uso do solo no município de São Paulo, no período 1989-1999

* Dados obtidos a partir de análises de imagens de satélite Landsat TM.(1) Em relação à área total do município dentro da Bacia (9.581,21 hectares).(2) Inclui agricultura, pastagens e várzeas, categorias com grande similaridade nas imagens de satélite, impossibilitando análise individualizada.(3) Corpos d’água, nuvens e sombras.

Categoria

Áreas urbanas não consolidadas

Áreas urbanas consolidadas

Áreas de ocupação dispersa

Solo exposto

Mineração

Campo antrópico/várzea(2)

Mata Atlântica secundária em estado inicial de regeneração

Mata Atlântica primária ou secundária nos estágios médio eavançado de regeneração

Reflorestamento

Indústrias

Áreas ocupadas por atividades humanas

Área com cobertura florestal

Outros(3)

1989 1999

Área (ha)

458,43

43,61

110,90

0,01

21,47

729,32

0,09

7.455,08

-

98,55

1.462,30

7.455,17

663,73

%(1)

4,78

0,46

1,16

0,00

0,22

7,61

0,00

77,81

-

1,03

15,26

77,81

6,93

Área (ha)

480,46

151,53

157,59

0,01

19,45

625,68

12,01

7.180,13

5,83

109,06

1.543,78

7.197,97

839,46

%(1)

5,01

1,58

1,64

0,00

0,20

6,53

0,13

74,94

0,06

1,14

16,11

75,13

8,76(1) Em relação à área da categoria em 1989.(2) Inclui agricultura, pastagens e várzeas, categorias com grande similaridade nas imagens de satélite, impossibilitando análise individualizada.(3) Equivale a à área desmatada no período.

Categorias

Áreas urbanas não consolidadas

Áreas urbanas consolidadas

Ocupação dispersa

Solo exposto

Mineração

Campo antrópico/várzea(2)

Mata Atlântica secundária em estado inicial de regeneração

Mata Atlântica primária ou secundária nos estágios médioe avançado de regeneração

Reflorestamento

Indústrias

Converteu-se paraoutra categoria

Acréscimo

Área (ha)

86,38

-

18,43

-

3,90

114,48

-

277,59(3)

-

-

%(1)

18,84

-

16,62

-

18,16

15,70

-

3,72

-

-

Área (ha)

108,40

107,92

65,11

-

1,88

10,84

11,92

2,64

5,83

10,51

%(1)

23,65

247,48

58,71

-

8,75

1,49

13.245,80

0,04

-

10,67

* Dados obtidos a partir de análises de imagens de satélite Landsat TM.(1) Em relação à área total do município dentro da Bacia (21.384,48 hectares).(2) Inclui agricultura, pastagens e várzeas, categorias com grande similaridade nas imagens de satélite, impossibilitando análise individualizada.(3) Corpos d’água, nuvens e sombras.

Categoria

Áreas urbanas não consolidadas

Áreas urbanas consolidadas

Áreas de ocupação dispersa

Solo exposto

Mineração

Campo antrópico/várzea(2)

Mata Atlântica secundária em estado inicial de regeneração

Mata Atlântica primária ou secundária nos estágios médio eavançado de regeneração

Reflorestamento

Indústrias

Áreas ocupadas por atividades humanas

Área com cobertura florestal

Outros(3)

1989 1999Área (ha)

477,40

994,59

940,90

16,20

-

1.286,72

269,98

10.990,11

76,12

-

3.715,81

11.336,21

6.348,69

%(1)

2,23

4,65

4,40

0,08

-

6,02

1,26

51,39

0,36

-

17,38

53,01

29,69

Área (ha)

335,53

1.694,63

1.025,91

6,25

-

898,57

270,93

10.399,87

166,73

-

3.960,90

10.837,54

6.586,05

%(1)

1,57

7,92

4,80

0,03

-

4,20

1,27

48,63

0,78

-

18,52

50,68

30,80

(1) Em relação à área da categoria em 1989.(2) Inclui agricultura, pastagens e várzeas, categorias com grande similaridade nas imagens de satélite, impossibilitando análise individualizada.(3) Equivale a 99,42 ha desmatados e 51,03 ha que evoluíram para Mata Atlântica secundária em estágio médio de regeneração no período.(4) Equivale a à área desmatada no período.

Categorias

Áreas urbanas não consolidadas

Áreas urbanas consolidadas

Ocupação dispersa

Solo exposto

Mineração

Campo antrópico/várzea(2)

Mata Atlântica secundária em estado inicial de regeneração

Mata Atlântica primária ou secundária nos estágios médio eavançado de regeneração

Reflorestamento

Converteu-se paraoutra categoria

Área (ha)

295,18

-

104,97

16,18

-

434,43

150,45(3)

801,45(4)

-

%(1)

61,83

-

11,16

99,87

-

33,76

55,73

7,29

-

Acréscimo

Área (ha)

154,20

700,04

189,98

6,25

-

46,28

150,81

211,22

90,61

%(1)

32,30

70,39

20,19

38,61

-

3,60

55,86

1,92

119,04

* Dados obtidos a partir de análises de imagens de satélite Landsat TM.(1) Em relação à área total do município dentro da Bacia (16.559,02 hectares).(2) Inclui agricultura, pastagens e várzeas, categorias com grande similaridade nas imagens de satélite, impossibilitando análise individualizada.(3) Corpos d’água, nuvens e sombras.

Categoria

Áreas urbanas não consolidadas

Áreas urbanas consolidadas

Áreas de ocupação dispersa

Solo exposto

Mineração

Campo antrópico/várzea(2)

Mata Atlântica secundária em estado inicial de regeneração

Mata Atlântica primária ou secundária nos estágios médio eavançado de regeneração

Reflorestamento

Indústrias

Áreas ocupadas por atividades humanas

Área com cobertura florestal

Outros(3)

1989 1999

Área (ha)

196,96

2.342,07

1.601,06

37,05

111,27

1.755,75

224,65

7.000,93

95,03

-

3.715,81

7.320,61

3.192,25

%(1)

1,19

14,14

9,67

0,22

0,67

10,60

1,36

42,28

0,57

-

17,38

44,21

19,28

Área (ha)

309,62

2.822,54

1.474,44

32,68

86,24

1.651,78

272,31

6.497,54

153,98

-

3.960,90

6.923,83

3.256,51

%(1)

1,87

17,05

8,90

0,20

0,52

9,98

1,64

39,24

0,93

-

18,52

41,81

19,67

(1) Em relação à área da categoria em 1989.(2) Inclui agricultura, pastagens e várzeas, categorias com grande similaridade nas imagens de satélite, impossibilitando análise individualizada.(3) Equivale a 34,46 ha desmatados e 32,5 ha que evoluíram para Mata Atlântica secundária em estágio médio de regeneração no período.(4) Equivale a à área desmatada no período.

Categorias

Áreas urbanas não consolidadas

Áreas urbanas consolidadas

Ocupação dispersa

Solo exposto

Mineração

Campo antrópico/várzea(2)

Mata Atlântica secundária em estado inicial de regeneração

Mata Atlântica primária ou secundária nos estágios médio eavançado de regeneração

Reflorestamento

Indústrias

Converteu-se paraoutra categoria

Acréscimo

Área (ha)

68,77

-

246,29

28,85

42,92

277,63

66,96 (3)

577,95 (4)

-

-

%(1)

34,92

-

15,38

77,87

38,57

15,81

29,80

8,26

-

-

Área (ha)

181,43

483,12

119,67

24,48

17,89

170,81

114,62

74,56

58,95

-

%(1)

92,12

20,63

7,47

66,08

16,08

9,73

51,02

1,06

62,03

-

Page 38: BILLINGS 2000 - AMEAÇAS E PERSPECTIVAS PARA O MAIOR ... › sites › default › ...Fotos: Monica Monteiro Schroeder Fotos históricas: Fundação Patrimônio Histórico da Energia

38

Expansão urbana no período de 1989 a 1999

A Bacia Hidrográfica da Billings apresentou, no período de 1989 a 1999, intenso crescimento das áreasocupadas por usos urbanos em detrimento de outros usos, especialmente Mata Atlântica. Este processo ocorreuatravés do surgimento de novas ocupações, consolidação da ocupação existente e transformação de áreas ruraisem urbanas.

As áreas urbanas, que compreendem a soma das áreas urbanas não consolidadas e das áreas urbanas conso-lidadas, apresentaram um crescimento de 31,74% no período de 1989 a 1999, conforme dados da tabela 34.

Do crescimento das áreas urbanas não consolidadas, que atingiu o índice de 47,91% no período desteestudo, a maior parte (43,19%) deu-se sobre áreas de Mata Atlântica, levando ao desmatamento de 307,47hectares. Outros 40,35% ocorreram sobre áreas de ocupação dispersa, o que demonstra que esta categoria é, emmuitos casos, o início do processo de expansão urbana na Bacia.

Já as áreas urbanas consolidadas apresentaram no período um crescimento de 27,29%. As categorias de usodo solo mais impactadas por este crescimento foram as áreas urbanas não consolidadas, que contribuíram com36,81%, demonstrando a tendência desta categoria se consolidar ao longo dos anos e, mais uma vez, áreas deMata Atlântica, com 41,33%, equivalentes a um desmatamento de 609,62 hectares.

Conforme pode ser verificado nas tabelas 35 e 36, o crescimento das áreas urbanas não consolidadas econsolidadas na Bacia não foram uniformes nos vários municípios que a compõem. Em números absolutos, SãoPaulo e São Bernardo do Campo apresentaram maior crescimento de áreas urbanas não consolidadas. Essesnúmeros, no entanto, necessitam análise cuidadosa, pois Rio Grande da Serra, que estaria em terceiro lugar emtermos de área absoluta para esta categoria, foi o que apresentou maior crescimento proporcional, com uma cifrasurpreendente de 173,23% no período. Este dado demonstra claramente que este município é o que deverá apresen-tar no futuro o maior índice de expansão urbana, exigindo medidas urgentes para a reversão desta tendência.

O gráfico 8 permite a análise da evolução das áreas urbanas não consolidadas por município da Bacia daBillings, em números absolutos e relativos.

Com relação ao crescimento das áreas urbanas consolidadas, novamente São Paulo e São Bernardo doCampo lideram as estatísticas em números absolutos. Em números relativos, no entanto, Santo André apresentouum crescimento impressionante de 247,48%, o que significa quase triplicar sua mancha urbana em apenas dezanos. A tabela 36 e o gráfico 9 possibilitam uma análise comparativa dos crescimento desta categoria de uso dosolo por município, no período de 1989 a 1999.

Finalmente, considerando-se a soma do crescimento das áreas urbanas não consolidadas e consolidadas,São Bernardo do Campo foi o que apresentou maior expansão urbana. Entre 1989 e 1999, este município teve umincremento de 854,25 hectares, equivalentes a 39,06% da expansão urbana total ocorrida na Bacia, conformepode ser verificado na tabela 37 e no gráfico 10.

Tabela 34 - Expansão urbana na Bacia no período de 1989 a 1999

Tabela 35 - Crescimento das áreas urbanas não consolidadas nosmunicípios da Bacia no período de 1989/1999

Gráfico 8 - Crescimento das áreas urbanas não consolidadas nos municípiosda Bacia no período 1989-1999

(1) Em relação à área da categoria em 1989.

Categoria

Áreas urbanas não consolidadas

Áreas urbanas consolidadas

Total

Área (ha)

711,92

1.474,94

2.186,86

%(1)

47,91

27,29

31,74

Gráfico 10 - Contribuição dos municípios em relação à expansão urbanatotal na Bacia, período 1989-1999

Tabela 37 - Contribuição dos municípios na expansão urbana totalda Bacia no período 1989-1999

(1) Em relação à expansão urbana total verificada na Bacia.

Municípios

Diadema

Ribeirão Pires

Rio Grande da Serra

Santo André

São Bernardo do Campo

São Paulo

Total

Área (ha)

60,17

229,52

161,45

216,85

854,25

664,55

2.186,86

%(1)

2,75

10,50

7,38

9,92

39,06

30,39

100,00

(1) Em relação às áreas urbanas não consolidadas em cada município no ano de 1989.

Municípios

Diadema

Ribeirão Pires

Rio Grande da Serra

Santo André

São Bernardo do Campo

São Paulo

Total

Área (ha)

27,80

104,64

134,92

108,92

154,20

181,43

711,92

%(1)

35,87

52,71

173,23

23,65

32,30

92,12

47,91

(1) Em relação às áreas urbanas consolidadas de cada município no ano de 1989.

Gráfico 9 - Crescimento das áreas urbanas consolidadasnos municípios da Bacia no período 1989-1999

Tabela 36 - Crescimento das áreas urbanas consolidadas nosmunicípios da Bacia no período 1989-1999

Municípios

Diadema

Ribeirão Pires

Rio Grande da Serra

Santo André

São Bernardo do Campo

São Paulo

Total

Área (ha)

32,37

124,88

26,53

107,92

700,04

483,12

1.474,94

%(1)

12,87

8,49

8,82

247,48

70,39

20,63

27,29

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39

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40

Evolução do desmatamento no período de 1989 a 1999

A Bacia Hidrográfica da Billings possui grande parte de seu território coberto por Mata Atlântica. Noentanto, conforme demonstrado anteriormente, estas áreas encontram-se seriamente ameaçadas pela expansão deusos ligados a atividades humanas, em especial, os usos urbanos.

A tabela 38 apresenta áreas desmatadas nos municípios da Bacia da Billings, no período de 1989 a 1999, emnúmeros absolutos (desmatamento bruto) e relativos (taxa de desmatamento), considerando a área de coberturaflorestal existente em cada município no ano de 1989.

Em termos de desmatamento bruto, São Bernardo do Campo lidera as estatísticas, com 900,87 hectares deMata Atlântica suprimida no período analisado (gráficos 11 e 12), sendo responsável por 43% do total desmatadona Bacia (gráfico 13). Entretanto, quando observamos a taxa de desmatamento, podemos constatar que Diadema,que teve um desmatamento bruto aparentemente insignificante se comparado com os demais municípios daBacia, foi o mais impactado, pois perdeu 30,7% de sua cobertura florestal nativa no período. Esta taxa é propor-cionalmente cinco vezes superior à taxa de desmatamento de todo o Estado de São Paulo, estimada em cerca de6%, no mesmo período.

Se compararmos ao desmatamento da Floresta Amazônica, estimado em cerca de 4% no período 1989 a1999, todos os municípios da Bacia da Billings apresentam taxas proporcionalmente equivalentes ou superiores.Este dado é motivo de grande preocupação, pois, como já foi dito, trata-se de uma região de mananciais compotencial de abastecimento de 4 milhões de pessoas.

Gráfico 11 - Desmatamento bruto (hectares) por município da Bacia, período 1989-1999

Gráfico 12 - Taxa de desmatamento (%) por município da Bacia, período 1989-1999

Região próxima à Rodovia dos Imigrantes, no município de SãoBernardo do Campo.

Tabela 38 - Supressão da cobertura florestal nativa (Mata Atlântica) por municípios da Baciano período 1989-1999

(1) Em relação à área de Mata Atlântica secundária em estágio inicial de regeneração existente no município em 1989.(2) Em relação à área de Mata Atlântica primária e secundária em estágio médio e avançado de regeneração existente no município em 1989.(3) Em relação à área total de Mata Atlântica existente no município em 1989.

Municípios

Diadema

Ribeirão Pires

Rio Grande da Serra

Santo André

São Bernardo do Campo

São Paulo

Total

Secundária em estágioinicial de regeneração

ha

32,5

62,34

5,11

0

99,42

34,46

233,83

%(1)

69,9

44,5

28,8

-

36,8

15,3

33,4

Primária e secundária emestágio médio e

avançado de regeneração

ha

60,32

70,52

134,7

277,59

801,45

577,95

1.922,53

%(2)

23,6

2,1

4,9

3,7

7,3

8,3

6,0

Total

ha

92,86

132,86

139,81

277,59

900,87

612,41

2.156,40

%(3)

30,7

3,8

5,0

3,7

8,0

8,5

6,6

Gráfico 13 - Contribuição dos municípios em relação à perda total de Mata Atlântica na Bacia,período 1989-1999

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41

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42

CRESCIMENTO POPULACIONAL NO PERÍODO 1991-96

O crescimento populacional desordenado em uma bacia hidrográfica utilizada para abastecimento público,como é o caso da Billings, influencia diretamente a sua qualidade ambiental. Quanto maior o número de habitan-tes, maiores são as probabilidades de impactos ambientais como a impermeabilização do solo e a remoção dacobertura vegetal para a construção de moradias, além de contaminação da água através do lançamento de esgotoe da disposição inadequada de lixo.

Com o objetivo de minimizar esses impactos, a legislação de proteção aos mananciais da RMSP, estabele-cida na década de 70, definiu limites de densidades populacionais para estas regiões. As áreas passíveis deocupação foram divididas em três classes, sendo que para cada uma delas foram adotados tamanhos de lotes etaxas de ocupação máximas permitidas.

Ao longo dos anos, entretanto, o incremento populacional na Bacia Hidrográfica da Billings ocorreu deforma bem diferente do previsto na legislação. No período de 1991 a 1996, a região recebeu 178 mil novoshabitantes, representando um crescimento populacional de 33,13% em apenas cinco anos.

Além de extremamente acelerada, a ocupação da região vem ocorrendo sem nenhum planejamento e estáintimamente ligada às dinâmicas recentes de expansão urbana da Região Metropolitana de São Paulo, em que asáreas centrais estão perdendo população para as áreas mais periféricas.

Evolução da população residente na Bacia no período de 1991 a 1996

Os dados sobre o crescimento da população residente na Bacia Hidrográfica da Billings no período de 1991a 1996, apresentados a seguir, foram produzidos pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente (SMA, 1999) combase nas informações por município do Censo Demográfico IBGE 1991 e Contagem Populacional 1996.

Em 1996, a população residente na região era de 716 mil habitantes, distribuídos nos seis municípios nelainseridos, principalmente em São Paulo e São Bernardo do Campo (tabela 39 e gráfico 14).

Do aumento populacional de 178 mil habitantes verificado na Bacia no período de 1991 a 1996, São Paulofoi o município onde se verificou o maior incremento, com 109.735 novos habitantes, correspondendo a umcrescimento de 41,87% em relação a 1991 (tabela 40, gráfico 15). No mesmo período, a densidade populacionalna região evoluiu de 9,23 para 12,29 habitantes por hectare (tabelas 41 e 42).

Em 1996, 78,08% da população da Bacia Hidrográfica da Billings encontrava-se em áreas urbanas, 16,92%em favelas e apenas 5,01% em moradias consideradas rurais. No período de 1991 a 1996 a população residente emfavelas foi a que mais cresceu em números relativos, registrando um aumento de 54,53% em relação a 1991(tabelas 43 e 44).

Outro aspecto que chama a atenção é que, apesar de a Bacia Hidrográfica da Billings abranger apenas25.65% da área total dos municípios de São Paulo, Diadema, São Bernardo do Campo, Santo André, Rio Grandeda Serra e Ribeirão Pires, o crescimento da população residente na Bacia, no período 1991-1996, representoumetade (50,56%) do crescimento da população total destes municípios (tabela 45 e gráfico 16). No caso deRibeirão Pires este valor foi ainda mais significativo, chegando a 66,74%.

Gráfico 15 - Crescimento de população residente na Bacia, por município,período 1991-1996 (em %)

Gráfico 14 - População residente na Bacia, por município, nos anos

de 1991 e 1996

Tabela 41 - Densidade populacional na Bacia, pormunicípios, nos anos de 1991-1996*

* População obtida através de dados dos Censos Demográficos IBGE 1980 e1991 e Contagem Populacional 1996 (SMA/1996). Área dos municípios deacordo com o Sistema de Informação Geográfica do Instituto Socioambiental(SIG/ISA).

Município

Diadema

Ribeirão Pires

Rio Grande da Serra

Santo André

São Bernardo do Campo

São Paulo

Total

Habitantes/hectare

1991

61,30

18,93

4,69

1,83

5,36

15,83

9,23

1996

68,75

21,21

5,46

2,47

7,40

22,45

12,29

Tabela 39 - População residente na Bacia, por município, nos anos de1991 e 1996*

* Censos Demográficos IBGE 1980 e 1991 e Contagem Populacional 1996 (SMA/1996).(1) Em relação à população total residente na Bacia no ano de 1991.(2) Em relação à população total residente na Bacia no ano de 1996.

Município

Diadema

Ribeirão Pires

Rio Grande da Serra

Santo André

São Bernardo do Campo

São Paulo

Total

1991 1996

habitantes

44.556

69.309

29.848

17.518

114.613

262.087

537.931

%(1)

8,28

12,88

5,55

3,26

21,31

48,72

100,00

habitantes

49.967

77.662

34.736

23.653

158.328

371.822

716.168

%(2)

6,98

10,84

4,85

3,30

22,11

51,92

100,00

Tabela 40 - Crescimento da população residente na Bacia, pormunicípio, no período 1991-1996*

* Censos Demográficos IBGE 1980 e 1991 e Contagem Populacional 1996 (SMA/1996)(1) Em relação à população residente na Bacia, por município, em 1991.

Município

Diadema

Ribeirão Pires

Rio Grande da Serra

Santo André

São Bernardo do Campo

São Paulo

Total

Acréscimo 91-96

habitantes

5.411

8.353

4.888

6.135

43.715

109.735

178.237

%(1)

12,14

12,05

16,38

35,02

38,14

41,87

33,13

Tabela 42 - Crescimento da densidade populacionalna Bacia, por municípios, no período 1991-1996

7,44

2,28

0,77

0,64

2,04

6,63

3,06

Município

Diadema

Ribeirão Pires

Rio Grande da Serra

Santo André

São Bernardo do Campo

São Paulo

Total

Habitantes/hectare

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43

Tabela 44 - Crescimento populacional na Bacia, por tipo de residência,no período 1991-1996

%

54,53

30,23

18,86

33,13

Categoria

População residente em favelas

População urbana

População rural

Total

habitantes

42.749

129.795

5.693

178.237

Tabela 45 - Crescimento da população total residente nos municípios e na Bacia noperíodo 1991-1996*

* Censos Demográficos IBGE 1980 e 1991 e Contagem Populacional 1996 (SMA/1996).(1) Relação entre o crescimento de população residente na Bacia por município e no total dos municípios no período de 1991 a 1996.

Municípios

Diadema

Ribeirão Pires

Rio Grande da Serra

Santo André

São Bernardo do Campo

São Paulo

Total

Total de residentesnos municípios

18.048

12.515

4.888

10.452

94.066

212.542

352.511

Total de residentes nasáreas dos municípios

inseridos na Bacia

5.411

8.353

4.888

6.135

43.715

109.735

178.237

%(¹)

29,98

66,74

100,00

58,70

46,47

51,63

50,56

Tabela 43 - População residente na Bacia, por tipo de residência, em 1991 e 1996*

* Censos Demográficos IBGE 1980 e 1991 e Contagem Populacional 1996 (SMA/1996).(1) Em relação à população total residente na Bacia no ano de 1991.(2) Em relação à população total residente na Bacia no ano de 1996.

População residente em favelas

População urbana

População rural

Total

1991

habitantes

78.398

429.354

30.179

537.931

%(1)

14,57

79,82

5,61

100,00

1996

habitantes

121.147

559.149

35.872

716.168

%(2)

16,92

78,08

5,01

100,00

População

Gráfico 16 - Crescimento populacional total nas áreas inseridas na Bacia, por município,no período 1991-1996

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44

Gráfico 17 - Ocorrências de irregularidades na Bacia no período 1978-1998

Gráfico 18 - Ocorrências de irregularidades na Bacia entre 1978 e 1998

Tabela 46 - Ocorrências de irregularidades na Bacia entre 1978 e 1998*

* Cadastro de Ocorrências e Sanções do DUSM – Departamento do Uso do Solo Metropolitano (SMA/99).

Tipo de ocorrência

Construção irregular

Desmatamento

Movimento de terra

Invasões

Venda de lotes

Comércio de mat. construção

Disposição de resíduos sólidos

Disposição de efluentes

Total

1978/1982

172

1

24

1

-

-

-

1

199

1983/1987

126

14

50

-

4

-

3

4

201

1988/1992

36

12

4

43

4

-

4

3

106

1993/1998

93

32

182

3

30

25

112

30

482

Total

427

59

260

47

38

25

120

38

988

OCORRÊNCIA DE IRREGULARIDADES NA BACIA HIDROGRÁFICADA BILLINGS NO PERÍODO 1978-98

A Bacia Hidrográfica da Billings é protegida pela Lei de Mananciais desde a década de 70. Esta legislaçãoestabeleceu normas de uso do solo e definiu os órgãos estaduais responsáveis pelo controle e fiscalização dasatividades humanas na região. Desta forma, a implantação de empreendimentos na região, como por exemploloteamentos residenciais, ficou vinculada ao atendimento de critérios urbanísticos e à obtenção de licençasambientais.

Ao longo dos anos, entretanto, diversas ações irregulares ocorreram na Bacia da Billings. Muitas destasações, apesar de identificadas pelo poder público, não foram eficientemente contidas. Esta inoperância da fisca-lização gerou uma situação de impunidade que, por sua vez, estimulou a ocorrência de novas agressões, resultan-do em um quadro de degradação ambiental crescente. Em alguns casos, por exemplo, uma mesma localidadeapresentou tipos de ocorrências diferentes ao longo do tempo, como desmatamento num determinado ano,seguido de movimentação de terra, venda de lotes e construções irregulares.

Entre os anos de 1978 e 1998, o Cadastro de Ocorrências e Sanções do DUSM � Departamento do Uso doSolo Metropolitano (SMA/99), registrou quase 1.000 ocorrências em desacordo com a Legislação de Proteçãoaos Mananciais na Bacia Hidrográfica da Billings. Dentre as ocorrências no período, as construções irregularesforam as mais expressivas, seguidas de movimentação de terra que, por sua vez, está diretamente vinculada àprimeira (tabela 46).

Para a análise da evolução destas ocorrências, o período de 1978 a 1998 foi dividido em quatro períodos decinco anos, com o objetivo de identificar o comportamento das atividades irregulares na Bacia em momentoshistóricos diferentes.

1978 a 1982 - Início da implementação da Lei de Proteção dos Mananciais;

1983 a 1988 - Aumento significativo de loteamentos clandestinos. A ocupação de algumas áreas daBacia passa a apresentar características urbanas consolidadas;

1989 a 1992 - Intensificam-se os indicadores de comprometimento da qualidade da água. Em 1991 écriado o SOS Mananciais, uma parceria entre o Governo do Estado e prefeituras para fiscalização integradada região;

1993 a 1998 - Período de atuação intensa do SOS Mananciais, até 1995 quando se inicia a suadesativação, concluída em 1998.

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45

capítulo III

AMEAÇAS E PERSPECTIVAS PARAA SUSTENTABILIDADE SOCIOAMBIENTALDA BACIA HIDROGRÁFICA DA BILLINGS

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47

ANÁLISE INTEGRADA ENTRE ÁREAS URBANAS E A APTIDÃO FÍSICAAO ASSENTAMENTO URBANO

Os impactos decorrentes da ocupação acelerada da Bacia Hidrográfica da Billings têm sido agravados pelofato de esta estar ocorrendo sem qualquer planejamento e se concentrando nas áreas ambientalmente mais frágeisda região. Esta é a conclusão a que se pode chegar a partir da análise integrada dos dados relativos à evolução daexpansão urbana no período de 1989 a 1999 e a aptidão física ao assentamento urbano (IPT, 1980).

No ano de 1999, apenas 12,02% das áreas urbanas existentes na Bacia Hidrográfica da Billings encontra-vam-se em áreas favoráveis, ou seja, em locais onde a urbanização causa menor impacto ambiental devido às suascaracterísticas naturais menos frágeis. A grande maioria destas áreas (64,55%) encontrava-se em regiões queapresentam restrições ambientais (tabela 47 e gráfico 19), sendo 28,79% delas onde há sérias restrições aoassentamento urbano, assim classificadas por possuírem condições topográficas desfavoráveis e exigirem cuida-dos especiais para implantação de qualquer tipo de ocupação urbana, além de rígido acompanhamento desde oprojeto até a construção da ocupação, e 8,27% em locais com severas restrições, onde a implantação de empreen-dimentos urbanos acarreta sérios problemas como riscos de enchentes, dificuldades e alto custo de implantaçãode infraestrutura de saneamento, péssimas condições de acesso e de construção de sistemas viários e necessidadede parcelamentos descontínuos dos lotes devido à topografia.

Quando analisamos a relação entre a expansão urbana ocorrida no período de 1989 a 1999 e a aptidão físicaao assentamento urbano, é possível comprovar que a ocupação da Bacia Hidrográfica da Billings vem ocorrendosem qualquer planejamento ou controle. No período analisado, somente 11,85% das novas áreas urbanas sedesenvolveram em áreas favoráveis. Uma parcela considerável, 45,33%, ocorreu em áreas com sérias e severasrestrições e 38,58% em áreas com restrições localizadas (tabela 48).

Além do crescimento da urbanização ter ocorrido principalmente em áreas com características físicas natu-rais desfavoráveis, chama a atenção o quanto este incremento representa em relação às categorias de aptidão físicaao assentamento urbano. Dentre as categorias onde ocorreram os maiores incrementos destaca-se a com severasrestrições, que registrou um aumento de 84,01% de áreas urbanas no período de 1989 a 1999 (tabela 48, gráfico 20).

Finalmente, quando detalhamos a análise da expansão urbana, segmentando-a em urbanização não conso-lidada e consolidada, é possível verificar que a tendência é de concentração do crescimento urbano nas áreasmais frágeis da Bacia. Isto porque, conforme pode ser verificado nos números da tabela 49 e no gráfico 21, nas áreascom sérias e severas restrições as manchas urbanas não consolidadas, que tenderão a se consolidar a médio prazo, casonão sejam adotadas medidas enérgicas de controle e reversão, são as que registram maiores incrementos em relação aoano de 1989. Este cenário se agrava quando verificamos o impressionante crescimento das manchas urbanasconsolidadas sobre as áreas com severas restrições, que chegou a 91,65% em relação ao existente no ano de 1989.

AMEAÇAS E PERSPECTIVAS PARA A SUSTENTABILIDADESOCIOAMBIENTAL DA BACIA HIDROGRÁFICA DA BILLINGS

cap. III

Tabela 47 - Áreas urbanas existentes em 1999 e aptidão física ao assentamentourbano na Bacia Hidrográfica da Billings

Categorias de aptidão (1)

Áreas favoráveis

Áreas com restrições localizadas

Áreas com sérias restrições

Áreas com severas restrições

Áreas impróprias

Áreas não classificadas(5)

Áreas urbanas (ha) (2)

1.025,22

2.336,29

2.455,66

705,45

8,62

1.997,02

%(3)

12,02

27,39

28,79

8,27

0,10

%(4)

22,35

15,54

18,88

6,67

3,82

(1) Segundo estudo “Aptidão Física ao Assentamento Urbano”, IPT - Instituto dePesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo.(2) Obtidas a partir da análise de imagens de satélite Landsat TM, processadaspelo ISA - Instituto Socioambiental.(3) Em relação ao total de áreas urbanas existentes na Bacia Hidrográfica daBillings em 1999.(4) Em relação à área total de cada categoria de aptidão na Bacia Hidrográficada Billings.(5) Áreas da Bacia não classificadas pelo estudo do IPT.

Gráfico 19 - Distribuição das áreas urbanas nas categorias deaptidão física ao assentamento urbano na Bacia Hidrográfica daBillings em 1999

Gráfico 21 - Crescimento das áreas urbanas em cadacategoria de aptidão física ao assentamento urbanona Bacia Hidrográfica da Billings no período1989-1999 (em números relativos)

Categorias de aptidão (1)

(1) Segundo estudo “Aptidão Física ao Assentamento Urbano”, IPT - Instituto de Pesquisas Tecnológicas doEstado de São Paulo.(2) Obtidas a partir da análise de imagens de satélite Landsat TM, processadas pelo Instituto Socioambiental.(3) Em relação à área urbana não consolidada existente em cada categoria em 1989.(4) Em relação à área urbana consolidada existente em cada categoria em 1989.(5) Áreas da Bacia não classificadas pelo estudo do IPT.

Tabela 49 - Acréscimo das áreas urbanas não consolidadas e consolidadas porcategoria de aptidão física ao assentamento urbano na Bacia Hidrográfica daBillings no período de 1989 a 1999

Áreas urbanasnão consolidadas (2)

Áreas urbanasconsolidadas (2)

(ha)

38,91

264,54

265,54

138,29

-

4,64

Áreas favoráveis

Áreas com restrições localizadas

Áreas com sérias restrições

Áreas com severas restrições

Áreas impróprias

Áreas não classificadas(5)

%(3)

48,31

43,56

52,72

74,37

-

4,28

(ha)

220,29

579,20

371,40

216,03

-

88,02

%(4)

29,33

53,75

25,17

91,62

-

4,74

Gráfico 20 - Expansão urbana nas categorias de aptidão físicaao assentamento urbano na Bacia Hidrográfica da Billings,no período 1989-1999 (em números relativos - porcentagem)

Tabela 48 - Expansão urbana nas categorias de aptidão física ao assentamentourbano na Bacia Hidrográfica da Billings, no período de 1989 a 1999

Categorias de aptidão (1)

Áreas favoráveis

Áreas com restrições localizadas

Áreas com sérias restrições

Áreas com severas restrições

Áreas impróprias

Áreas não classificadas(5)

Acréscimo 89-99 (2)

(ha)

259,21

843,74

636,94

354,32

-

92,66

%(3)

31,17

50,07

32,18

84,01

0,00

4,72

%(4)

11,85

38,58

29,13

16,20

-

4,24(1) Segundo estudo “Aptidão Física ao Assentamento Urbano”, IPT - Instituto de Pesquisas Tecnológicas doEstado de São Paulo.(2) Obtidas a partir da análise de imagens de satélite Landsat TM, processadas pelo Instituto Socioambiental.(3) Em relação à área urbana existente em cada categoria em 1989.(4) Em relação à área total de expansão urbana na Bacia Hidrográfica da Billings no período 1989-1999(2.186,86 ha).(5) Áreas da Bacia não classificadas pelo estudo do IPT.

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48

As alterações do uso do solo identificadas na Bacia Hidrográfica da Billings no perío-do de 1989 a 1999, conforme demonstrado no capítulo anterior, resultam em impactossignificativos na qualidade ambiental da região.

No sentido de analisar de que forma a Bacia está absorvendo estes impactos e identifi-car as áreas mais propensas à degradação nos próximos anos, caso se mantenham as atuaistendências de uso e ocupação do solo na região, foi desenvolvido o Índice de Comprometi-mento da Produção Hídrica � ICPH(5) da Bacia Hidrográfica da Billings.

O ICPH é um indicador obtido através da análise integrada entre as característicasfísicas naturais das sub-bacias que compõem uma bacia hidrográfica, tais como relevo,formato, quantidade de nascentes, quantidade de cobertura vegetal e de ocupação urbana, eas alterações antrópicas processadas em um determinado período de tempo.

Esta metodologia é uma valiosa ferramenta de planejamento, pois permite classificaras sub-bacias analisadas de acordo com suas fragilidades ambientais naturais e o grau deimpacto presente e projetado. Desta forma, é possível não somente identificar as sub-baciasque sofreram os maiores impactos antrópicos em um determinado período, mas, principalmente,as que estão mais sujeitas à degradação no futuro, por serem mais frágeis do ponto de vistaambiental.

O ICPH é obtido através de dados provenientes de análises de imagens orbitais e decartas topográficas digitais, e baseia-se em um modelo algébrico que integra grupos devariáveis geográficas das sub-bacias. Para a obtenção do ICPH são considerados três fatores,traduzidos em coeficientes: índice de escoamento fluvial, coeficiente de vegetação e coefi-ciente de urbanização.

A equação do ICPH é apresentada a seguir:

ICPH = 3 {(Coef. de Urbanização � Coef. de Vegetação)/(Coef. deUrbanização + Coef. Vegetação)} + 0,3 Índice de escoamento fluvial

O índice de escoamento fluvial traduz características físicas naturais, tais como densi-dades de nascentes, grau de permeabilidade natural, declividade e energia potencial � res-ponsáveis pela velocidade de escoamento da água em direção às represas � e a forma de cadasub-bacia � importante no que diz respeito à concentração e dispersão das águas e sedimen-tos ao longo da área drenada pelos cursos d�água.

O índice de escoamento fluvial identifica o grau de predisposição natural de cada sub-bacia à instabilidade no equilíbrio entre chuva-vazão fluvial, que poderá ser agravado emfunção do padrão e da intensidade da ocupação antrópica. Este índice é obtido através daseguinte equação:

Índice de escoamento fluvial = F1x Dphonde: F1 = frequência de nascentes, ou seja, a quantidade de nascentesdividida pela área da sub-bacia e Dph = desvio padrão das variações dealtitude em cada sub-bacia.

As sub-bacias com índices de escoamento fluvial altos e bastante superiores à médiada Bacia, que no caso da Billings é em torno de 1,2, como demonstra a tabela 50, são as maisproblemáticas quanto à sustentação do uso intenso de sua superfície.

O segundo fator utilizado para o cálculo do ICPH é o Coeficiente de Cobertura Vege-tal, que considera a densidade de vegetação existente em uma determinada região. Quantomaior o índice de vegetação, maior a capacidade de retenção de águas das chuvas, deinfiltração no solo e diminuição da carga de sedimentos transportada pelos cursos d�água.

O Coeficiente de Vegetação é obtido através da seguinte equação:

Coef. Vegetação = 3 (Dme + Dref) + Dmionde: Dme = densidade de Mata Atlântica primária e secundária emestágio médio e avançado de regeneração; Dmin = densidade de MataAtlântica secundária em estágio inicial de regeneração; Dref = densida-de de áreas de reflorestamento.

(5) A metodologia do ICPH foi desenvolvida pelo dr. Marco César Ferreira (geógrafo, pesquisadorda Unicamp) e pela equipe do Instituto Socioambiental.

Este coeficiente permite visualizar a evolução da cobertura vegetal nas sub-bacias emestudo, através da sua variação em um intervalo de tempo determinado. No caso da Billings,das 153 sub-bacias analisadas, cerca de 125 sofreram variação negativa, ou seja, perderamcobertura vegetal no período entre 1989 e 1999. As sub-bacias que apresentaram as maioresreduções do coeficiente de vegetação, que variam entre 45% e 100%, foram: 110, 111, 137,21, 15, 22, 18, 133 e 57.

A tabela 50 traz os valores de coeficiente de cobertura vegetal, assim como sua varia-ção no período de 1989 a 1999, para cada uma das sub-bacias da Bacia Hidrográfica daBillings.

O terceiro fator utilizado no cálculo do ICPH, que está diretamente relacionado com asatividades humanas, é o Coeficiente de Urbanização, que considera as densidades de áreasurbanas não consolidadas e consolidadas de uma determinada região. Um alto valor decoeficiente de urbanização significa que grandes áreas estão impermeabilizadas, e, conse-qüentemente, maiores serão as possibilidades de aumento da intensidade das enchentes econcentração de poluentes domésticos e industriais nas sub-bacias.

O Coeficiente de Urbanização pode ser obtido através da equação:Coef. Urb = 3Dau + 2Dex

onde Dau = densidade de áreas urbanizadas, e Dex = densidade de áreasde expansão urbana.

Das sub-bacias que compõem a Billings, cerca de 85 apresentam variação positiva doCoeficiente de Urbanização no período de 1989 a 1999, das quais 29 sofreram aumentosuperior a 100%.

Dentre as sub-bacias com altas variações de coeficiente urbanização existem dois gru-pos distintos. Um deles compreende as sub-bacias cujo coeficiente em 1989 era igual a zero,e que no período analisado sofreu pequenos acréscimos, resultando em altas variações � é ocaso das sub-bacias 13, 21, 50, 63, 64, 65, 67, 86, 91, 93, 94, 120, 121, 125, 126, 127 e 128.O outro grupo abriga sub-bacias que apresentaram os maiores coeficientes de urbanizaçãoem 1999 e acréscimo no período variando entre 25% e 100%. São elas: 14, 15, 23, 35, 133 e137 (tabela 50).

Com base nos dados obtidos anteriormente, é possível calcular o Índice de Antropização(IAN) das sub-bacias formadoras na Bacia Hidrográfica da Billings. Este índice determina obalanço entre ocupação humana e áreas verdes e florestas em cada sub-bacia. O IAN é obtidoatravés da seguinte equação:

IAN = (Coef. Urb � Coef. Veg.)/(Coef. Urb. + Coef. Veg.)

Os valores do IAN variam de �1 a 1, da seguinte forma:

Conforme pode ser observado na tabela 50, os resultados desta análise mostram que em1989 havia 68 sub-bacias com IAN igual a -1, ou seja, caracterizadas pela ausência deocupação urbana significativa, predominando as diferentes formas vegetais. No ano de 1999,o avanço da antropização levou a uma redução para 50 sub-bacias nestas condições.

Finalmente, de posse deste conjunto de indicadores anteriormente apresentados, épossível calcular o ICPH das sub-bacias que compõem uma determinada bacia hidrográfica,no sentido de identificar de que forma cada uma delas sofreu os impactos das alterações do

ÍNDICE DE COMPROMETIMENTO DA PRODUÇÃO HÍDRICA (ICPH) NO PERÍODO 1989-99

IAN Descrição

= -1 Sub-bacias caracterizadas pela ausência de ocupação urbanasignificativa, predominando as diferentes formas vegetais.

-1 > 0 Sub-bacias que apresentam ocupação urbana, porém comestoques significativos de áreas verdes.

0 > 1 Sub-bacias com intensa ocupação, quase não apresentandocobertura vegetal.

= 1 Sub-bacias totalmente ocupadas, com eliminação depraticamente toda a cobertura vegetal.

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uso do solo no período de 1989 a 1999, e quais os reflexos destes impactos na capacidade deprodução de água em quantidade e qualidade adequadas para o abastecimento atual e futuro.Como também já foi apresentado, este cálculo é obtido através da seguinte equação: ICPH =3 {(Coef. de Urbanização � Coef. de Vegetação)/(Coef. de Urbanização + Coef. Vegeta-ção)} + 0,3 Índice de escoamento fluvial.

Os resultados desta etapa do presente Diagnóstico, permitem identificar as sub-baciasque apresentaram maiores variações do ICPH no período de 1989 a 1999. Este índice expres-sa, através de uma relação direta, o grau de degradação decorrente da ação antrópica: quantomaior a variação, maior o comprometimento das condições ambientais naturais da sub-bacia.

Os valores que expressam a variação do ICPH das sub-bacias da Bacia Hidrográfica daBillings estão na tabela 50. Segundo estes dados, as sub-bacias que apresentam os maioresíndices de comprometimento da produção hídrica, constituindo-se, portanto, nas mais pro-blemáticas do ponto de vista ambiental e de produção de água em quantidade e qualidadeadequadas, são:

01, 02, 03, 04 � no município de São Paulo, margem direita do Corpo Central,próximas à barragem;

137 e 146 � município de São Paulo, margem esquerda do Corpo Central;

09 � no município de Diadema, na região do Braço da Grota Funda, próxima àRodovia dos Imigrantes;

15, 18 e 19 � no município de São Bernardo do Campo, na região do Alvarenga,sendo que as sub-bacias 15 e 19 são cortadas ao meio pela Imigrantes;

105 � divisa do município de São Paulo com São Bernardo, no Braço Taquacetuba; 133 � no município de São Paulo, margem esquerda do Corpo Central, no Braço do

Bororé;

45A � no município de Ribeirão Pires;

140, 141,142, 143, 144 e 145 � no município de São Paulo, margem esquerda doCorpo Central, na região do Braço do Cocaia.

Na avaliação da degradação temporal destas sub-bacias, obtida através da taxa devariação do ICPH entre 1989 e 1999, cujos dados foram apresentados anteriormente, desta-cam-se aquelas que apresentaram taxas positivas e superiores a 100% de variação no períodoanalisado:

06 � no município de São Paulo, margem direita do Corpo Central;

14, 21 e 22 � município de São Bernardo, na região do Alvarenga;

35 e 37 � município de Santo André, no Rio Grande;

44 e 57 � município de Ribeirão Pires, no Rio Grande;

137 � município de São Paulo, margem esquerda do Corpo Central.Merecem atenção também, as sub-bacias abaixo, que sofreram aumento na taxa de

variação do ICPH entre 50 a 100% no período analisado:

5 - no município de São Paulo, margem direita do Corpo Central;

20 e 23 � município de São Bernardo, na região do Alvarenga; 30 e 62 � município de São Bernardo, no Rio Grande, cortadas pela Rodovia Anchieta

e ligadas pela Barragem Anchieta;

60 � município de São Bernardo, no Rio Grande à montante da Barragem Anchieta;

65 � município de São Bernardo, próximo à entrada do Rio Pequeno;

133 � no município de São Paulo, margem esquerda do Corpo Central, no Braço doBororé.

A tabela a seguir apresenta os valores obtidos para cada sub-bacia, assim como o IDHe as variações.

Tabela 50 – Coeficientes utilizados e Índice de Comprometimento da Produção Hídrica (ICPH) nas sub-bacias da Bacia Hidrográfica da Billings, no período 1989 a 1999

Sub-bacia Áreas (ha) 1 Coef. Urb. 89 Coef. Urb. 99 Variação (%) Coef. Veg. 89 Coef. Veg. 99 Variação (%) DPh F1 Esc. Fluvial IAN 89 IAN 99 ICPH 89 ICPH 99 Taxa Cresc.(%)

1 82,70 2,25 2,34 4,15 0,23 0,12 -47,11 1,54 0,01 0,02 0,82 0,90 2,46 2,71 10,43

2 134,77 2,40 2,53 5,52 0,29 0,16 -45,37 0,89 0,01 0,01 0,78 0,88 2,35 2,65 12,54

3 54,64 3,00 3,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,97 0,02 0,02 1,00 1,00 3,01 3,01 0,00

4 266,27 2,08 2,28 9,90 0,13 0,12 -7,19 1,24 0,02 0,03 0,88 0,90 2,65 2,70 2,01

5 81,78 1,77 1,94 9,48 1,10 0,91 -16,99 1,08 0,01 0,01 0,23 0,36 0,70 1,08 53,82

6 412,07 1,26 1,43 14,04 1,22 0,87 -28,39 1,16 0,02 0,02 0,01 0,24 0,05 0,73 1.409,57

7 26,56 0,00 0,00 0,00 2,83 2,68 -5,41 0,77 0,04 0,03 -1,00 -1,00 -2,99 -2,99 0,00

8 202,85 0,21 0,44 112,81 1,76 1,59 -9,61 1,16 0,01 0,02 -0,79 -0,57 -2,37 -1,70 28,21

9 288,26 2,27 2,51 10,65 0,46 0,38 -15,86 0,68 0,02 0,01 0,67 0,73 2,00 2,21 10,43

10 408,44 0,75 0,97 29,73 1,67 1,50 -9,75 0,72 0,01 0,01 -0,38 -0,22 -1,14 -0,64 43,44

11 398,80 0,01 0,04 362,20 2,39 2,30 -4,08 0,44 0,06 0,03 -0,99 -0,96 -2,97 -2,88 3,02

12 54,47 0,00 0,00 0,00 2,37 2,49 4,80 1,46 0,14 0,20 -1,00 -1,00 -2,94 -2,94 0,00

13 51,43 0,00 0,20 2.005,00 1,90 1,74 -8,56 1,09 1,33 1,45 -1,00 -0,79 -2,56 -1,94 24,16

14 235,52 0,87 1,67 91,02 1,74 1,20 -31,17 2,46 0,17 0,43 -0,33 0,16 -0,87 0,62 171,24

15 794,57 1,51 1,92 27,45 0,58 0,39 -33,28 2,21 0,12 0,27 0,44 0,66 1,41 2,07 46,98

16 105,69 1,01 1,06 4,69 1,93 1,85 -4,17 1,47 0,10 0,14 -0,31 -0,27 -0,90 -0,78 13,50

17 24,96 0,19 0,61 215,50 2,36 2,12 -10,11 1,41 0,73 1,04 -0,85 -0,56 -2,24 -1,36 39,43

18 48,88 2,37 2,67 12,59 0,57 0,28 -49,94 0,99 0,41 0,41 0,61 0,81 1,97 2,55 29,51

19 375,33 1,98 2,18 10,35 0,56 0,47 -16,56 1,19 0,18 0,21 0,56 0,65 1,73 2,00 15,39

20 54,79 0,01 0,53 5.387,90 1,28 1,20 -5,99 1,14 0,66 0,75 -0,98 -0,39 -2,73 -0,93 65,82

21 29,88 0,00 0,99 9.913,00 1,59 1,47 -7,10 1,65 1,64 2,71 -1,00 -0,20 -2,19 0,22 110,22

22 300,60 0,99 1,32 33,41 1,53 1,42 -7,51 1,72 0,46 0,80 -0,22 -0,04 -0,41 0,13 132,59

23 246,56 1,10 1,58 42,77 0,80 0,87 9,75 1,83 0,08 0,14 0,16 0,29 0,53 0,90 70,55

24 24,05 0,00 0,00 0,00 2,04 2,18 6,72 1,61 1,17 1,88 -1,00 -1,00 -2,44 -2,44 0,00

25 206,83 0,16 0,59 265,73 1,65 1,64 -0,40 2,26 0,03 0,08 -0,82 -0,47 -2,44 -1,39 43,03

26 201,69 0,36 0,59 65,88 1,32 1,24 -5,34 1,57 0,04 0,07 -0,57 -0,36 -1,70 -1,05 38,29

27 118,54 0,00 0,00 0,00 1,18 1,19 0,66 1,81 0,27 0,48 -1,00 -0,99 -2,86 -2,83 0,76 (1) Sistema de Informações Geográficas (SIG) do Instituto Socioambiental (ISA)

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Continuação da tabela 50 – Coeficientes utilizados e Índice de Comprometimento da Produção Hídrica (ICPH) nas sub-bacias da Bac ia Hidrográfica da Billings, no período 1989 a 1999

Sub-bacia Áreas (ha) 1 Coef. Urb. 89 Coef. Urb. 99 Variação (%) Coef. Veg. 89 Coef. Veg. 99 Variação (%) DPh F1 Esc. Fluvial IAN 89 IAN 99 ICPH 89 ICPH 99 Taxa Cresc.(%)

28 382,16 0,35 0,36 2,64 2,17 2,55 17,85 1,55 0,16 0,25 -0,72 -0,75 -2,08 -2,18 4,57

29 120,88 0,00 0,00 0,00 2,72 2,75 1,19 1,08 0,26 0,28 -1,00 -1,00 -2,92 -2,92 0,00

30 360,91 0,35 0,79 125,33 1,76 1,52 -13,58 1,08 0,54 0,59 -0,67 -0,32 -1,83 -0,78 57,49

31 58,25 0,00 0,01 0,00 1,50 1,54 2,98 1,00 0,98 0,98 -1,00 -0,98 -2,71 -2,65 1,99

32 63,07 0,09 0,49 458,10 2,60 2,16 -17,03 1,00 0,17 0,17 -0,93 -0,63 -2,75 -1,84 33,21

33 475,66 0,04 0,07 83,08 2,74 2,77 1,05 1,10 0,10 0,11 -0,97 -0,95 -2,89 -2,82 2,22

34 86,36 0,05 0,43 683,10 2,47 2,33 -5,67 1,13 0,78 0,88 -0,96 -0,69 -2,61 -1,80 30,73

35 154,85 1,02 1,68 64,54 1,28 1,12 -11,84 1,17 0,01 0,01 -0,11 0,20 -0,33 0,59 278,88

36 806,53 0,04 0,09 160,67 2,76 2,74 -0,69 1,00 0,02 0,02 -0,97 -0,93 -2,92 -2,80 4,09

37 143,32 0,89 1,24 40,48 1,65 1,11 -32,56 1,68 0,03 0,06 -0,30 0,06 -0,89 0,18 120,69

38 381,87 0,58 0,71 22,53 2,12 1,92 -9,59 0,95 0,03 0,03 -0,57 -0,46 -1,70 -1,37 19,59

39 150,02 0,66 0,71 8,99 2,02 1,92 -4,88 1,71 0,03 0,05 -0,51 -0,46 -1,52 -1,36 10,32

40 463,60 0,03 0,03 0,01 2,54 2,56 0,89 1,73 0,03 0,05 -0,97 -0,97 -2,91 -2,91 0,02

41 237,54 0,00 0,00 14,00 2,42 2,37 -2,09 1,17 0,03 0,04 -1,00 -1,00 -2,99 -2,98 0,11

42 240,98 0,36 0,56 54,71 2,09 2,11 0,52 1,26 0,02 0,03 -0,71 -0,58 -2,11 -1,74 17,75

43 1.345,39 0,76 0,87 14,24 1,74 1,67 -3,85 1,13 0,03 0,03 -0,39 -0,31 -1,16 -0,93 19,52

44 759,10 1,26 1,34 6,22 1,24 1,22 -1,34 1,09 0,03 0,03 0,01 0,04 0,03 0,14 357,55

45 899,06 1,79 1,83 2,44 1,19 1,15 -3,48 1,16 0,02 0,03 0,20 0,23 0,61 0,70 13,92

45A 183,73 2,41 2,41 0,00 0,56 0,56 0,00 0,97 0,01 0,01 0,62 0,62 1,87 1,87 0,00

46 178,94 0,70 0,70 0,00 1,39 1,39 -0,50 1,73 0,01 0,02 -0,33 -0,33 -1,00 -0,99 0,67

47 229,93 1,15 1,18 2,89 1,75 1,80 2,53 1,07 0,02 0,02 -0,21 -0,21 -0,62 -0,62 0,81

48 1.611,49 0,03 0,03 5,90 2,55 2,55 -0,04 1,05 0,03 0,04 -0,98 -0,98 -2,92 -2,92 0,13

49 3.798,71 0,03 0,03 0,00 2,85 2,82 -1,15 0,96 0,03 0,03 -0,98 -0,98 -2,93 -2,92 0,03

50 552,08 0,00 0,04 388,00 2,32 2,19 -5,61 1,60 0,03 0,05 -1,00 -0,97 -2,99 -2,88 3,50

50A 19,78 0,00 0,00 0,00 1,29 1,29 -0,02 0,83 0,05 0,04 -1,00 -1,00 -2,99 -2,99 0,00

51 387,83 0,24 0,28 17,48 2,41 2,37 -1,61 1,12 0,03 0,04 -0,82 -0,79 -2,45 -2,36 3,81

51A 430,15 0,74 0,91 23,26 2,07 2,02 -2,60 1,22 0,02 0,03 -0,47 -0,38 -1,42 -1,13 20,35

51B 34,01 0,77 0,77 0,00 2,23 2,23 0,00 1,44 0,03 0,04 -0,48 -0,48 -1,44 -1,44 0,00

51C 338,79 0,39 0,48 23,67 1,89 1,74 -8,01 1,14 0,04 0,05 -0,66 -0,57 -1,97 -1,70 13,94

51D 288,17 1,08 1,13 4,57 1,52 1,49 -1,90 0,93 0,04 0,04 -0,17 -0,14 -0,49 -0,40 19,16

52 505,99 0,20 0,56 181,08 2,15 1,74 -18,98 1,71 0,04 0,07 -0,83 -0,51 -2,47 -1,52 38,56

53 85,86 0,34 0,34 0,00 2,23 2,24 0,24 1,06 0,02 0,02 -0,74 -0,74 -2,21 -2,21 0,07

54 335,46 0,01 0,01 0,00 2,35 2,32 -1,18 0,97 0,05 0,05 -0,99 -0,99 -2,96 -2,96 0,01

55 68,60 0,38 0,38 0,00 2,62 2,51 -4,23 1,00 0,01 0,01 -0,74 -0,73 -2,23 -2,20 1,32

56 11,89 0,64 0,64 0,00 2,19 2,19 0,14 1,46 0,08 0,12 -0,55 -0,55 -1,61 -1,61 0,09

57 141,66 0,22 1,04 367,40 1,08 0,67 -38,16 2,02 0,01 0,03 -0,66 0,22 -1,96 0,67 134,31

58 759,86 0,29 0,34 16,47 2,32 2,28 -1,50 1,04 0,04 0,05 -0,78 -0,74 -2,32 -2,21 4,59

59 769,60 0,36 0,48 30,74 2,39 2,26 -5,30 1,12 2,14 2,39 -0,74 -0,65 -1,49 -1,24 16,74

60 210,60 0,25 0,45 84,25 2,15 2,00 -7,31 1,08 4,98 5,40 -0,79 -0,63 -0,77 -0,27 64,70

61 561,59 0,19 0,35 87,29 2,40 2,26 -5,63 1,02 4,57 4,66 -0,85 -0,73 -1,17 -0,79 31,83

62 501,28 0,56 0,85 52,22 1,78 1,65 -7,12 1,13 2,58 2,92 -0,52 -0,32 -0,70 -0,09 86,79

63 61,22 0,00 0,04 365,00 2,44 2,38 -2,65 2,07 1,00 2,07 -1,00 -0,97 -2,38 -2,29 3,81

64 97,35 0,00 0,58 5.755,00 2,44 2,38 -2,58 1,78 1,09 1,94 -1,00 -0,61 -2,42 -1,25 48,36

65 126,54 0,00 0,73 7.328,00 3,00 2,27 -24,44 0,49 3,29 1,63 -1,00 -0,51 -2,51 -1,05 58,36

66 177,58 0,09 0,09 0,00 2,84 2,83 -0,13 1,00 4,09 4,09 -0,94 -0,94 -1,59 -1,59 0,01

67 101,41 0,00 0,01 120,00 2,53 2,53 0,00 1,57 5,31 8,32 -1,00 -0,99 -0,50 -0,48 5,61

68 364,79 0,00 0,00 0,00 3,00 2,91 -2,97 1,65 2,61 4,31 -1,00 -1,00 -1,71 -1,71 0,00

69 614,62 0,00 0,00 0,00 2,76 2,63 -4,58 1,91 3,47 6,62 -1,00 -1,00 -1,01 -1,01 0,00

70 136,28 0,00 0,00 0,00 2,94 2,87 -2,54 1,19 0,01 0,01 -1,00 -1,00 -3,00 -3,00 0,00

71 257,52 0,05 0,08 55,99 2,86 2,67 -6,70 1,34 0,05 0,06 -0,97 -0,94 -2,88 -2,81 2,36

72 1.036,17 0,00 0,00 0,00 2,05 1,89 -7,52 1,14 0,04 0,05 -1,00 -1,00 -2,99 -2,99 0,00

73 51,62 0,00 0,00 0,00 1,78 1,88 5,78 1,58 0,02 0,03 -1,00 -1,00 -2,99 -2,99 0,00

74 212,41 0,00 0,00 0,00 1,24 1,23 -0,43 1,15 0,02 0,02 -1,00 -1,00 -2,99 -2,99 0,00 (1) Sistema de Informações Geográficas (SIG) do Instituto Socioambiental (ISA)

Page 51: BILLINGS 2000 - AMEAÇAS E PERSPECTIVAS PARA O MAIOR ... › sites › default › ...Fotos: Monica Monteiro Schroeder Fotos históricas: Fundação Patrimônio Histórico da Energia

51

Continuação da tabela 50 – Coeficientes utilizados e Índice de Comprometimento da Produção Hídrica (ICPH) nas sub-bacias da Bac ia Hidrográfica da Billings, no período 1989 a 1999

Sub-bacia Áreas (ha) 1 Coef. Urb. 89 Coef. Urb. 99 Variação (%) Coef. Veg. 89 Coef. Veg. 99 Variação (%) DPh F1 Esc. Fluvial IAN 89 IAN 99 ICPH 89 ICPH 99 Taxa Cresc.(%)

75 85,53 0,00 0,00 0,00 1,02 1,02 0,00 1,14 0,01 0,01 -1,00 -1,00 -3,00 -3,00 0,00

76 314,15 0,00 0,00 0,00 1,81 1,63 -10,27 0,95 0,33 0,31 -1,00 -1,00 -2,91 -2,91 0,00

77 296,02 0,05 0,00 0,00 2,33 2,08 -10,61 0,95 1,00 0,95 -0,96 -1,00 -2,59 -2,72 4,92

78 189,85 0,09 0,00 0,00 2,49 2,45 -1,85 1,08 2,57 2,78 -0,93 -1,00 -1,96 -2,17 10,25

79 43,21 0,00 0,00 0,00 3,00 2,95 -1,50 1,20 1,00 1,20 -1,00 -1,00 -2,64 -2,64 0,00

80 41,10 0,00 0,00 0,00 2,35 2,35 -0,05 1,16 2,44 2,83 -1,00 -1,00 -2,15 -2,15 0,00

81 77,37 0,00 0,00 0,00 3,00 2,60 -13,26 2,86 2,60 7,45 -1,00 -1,00 -0,77 -0,77 0,00

82 446,53 0,00 0,00 0,00 2,46 2,29 -6,95 2,98 1,99 5,92 -1,00 -1,00 -1,23 -1,23 0,00

83 677,99 0,00 0,00 0,00 2,36 2,27 -3,80 0,56 2,10 1,18 -1,00 -1,00 -2,65 -2,65 0,00

84 412,34 0,00 0,00 0,00 2,84 2,74 -3,38 1,14 3,44 3,93 -1,00 -1,00 -1,82 -1,82 0,00

85 108,64 0,00 0,00 0,00 3,00 2,99 -0,19 1,62 0,92 1,49 -1,00 -1,00 -2,55 -2,55 0,00

86 259,93 0,00 0,02 230,00 2,62 2,57 -2,17 1,58 2,66 4,19 -1,00 -0,98 -1,74 -1,69 3,06

86A 39,10 0,00 0,00 0,00 2,76 2,76 0,00 0,64 2,33 1,49 -1,00 -1,00 -2,55 -2,55 0,00

87 417,78 0,20 0,31 55,53 2,40 2,14 -10,84 1,14 3,55 4,05 -0,85 -0,75 -1,33 -1,03 22,38

88 23,41 0,00 0,00 0,00 3,00 2,91 -2,87 1,03 4,22 4,36 -1,00 -1,00 -1,69 -1,69 0,00

89 142,04 0,00 0,00 0,00 2,65 2,65 0,00 1,04 4,39 4,58 -1,00 -1,00 -1,63 -1,63 0,00

90 165,58 0,00 0,00 0,00 2,78 2,78 0,00 1,92 2,44 4,69 -1,00 -1,00 -1,59 -1,59 0,00

91 160,11 0,00 0,10 964,00 1,80 1,78 -1,22 0,87 1,88 1,63 -1,00 -0,90 -2,51 -2,20 12,28

92 391,21 0,03 0,03 0,01 2,62 2,62 -0,24 2,14 3,21 6,88 -0,98 -0,98 -0,88 -0,88 0,02

93 334,48 0,00 0,01 67,00 2,48 2,52 1,58 1,11 4,85 5,36 -1,00 -0,99 -1,39 -1,38 1,14

94 135,74 0,00 0,06 572,00 2,52 2,45 -2,95 0,59 2,52 1,50 -1,00 -0,95 -2,55 -2,41 5,38

95 153,72 0,00 0,00 17,00 2,53 2,48 -2,20 3,86 3,75 14,46 -1,00 -1,00 1,34 1,34 0,31

96 354,69 0,00 0,00 0,00 2,52 2,41 -4,19 4,31 4,07 17,51 -1,00 -1,00 2,25 2,25 0,00

97 194,55 0,30 0,34 14,58 2,47 2,35 -4,95 0,51 3,47 1,78 -0,78 -0,74 -1,82 -1,70 6,40

98 416,69 0,02 0,03 57,51 2,12 2,07 -2,35 1,00 4,14 4,14 -0,98 -0,97 -1,70 -1,66 2,13

99 88,74 0,00 0,00 0,00 1,69 1,59 -5,67 1,35 2,32 3,14 -1,00 -1,00 -2,06 -2,06 0,00

100 632,54 0,00 0,00 0,00 2,52 2,48 -1,83 4,35 2,65 11,54 -1,00 -1,00 0,46 0,46 0,00

101 35,55 0,00 0,00 0,00 3,00 2,87 -4,42 1,68 5,14 8,62 -1,00 -1,00 -0,41 -0,41 0,00

102 236,20 0,00 0,00 0,00 2,92 2,91 -0,25 1,68 5,77 9,68 -1,00 -1,00 -0,09 -0,09 0,00

103 220,37 0,00 0,00 0,00 2,91 2,73 -6,21 1,04 5,87 6,11 -1,00 -1,00 -1,17 -1,17 0,00

104 436,62 0,00 0,00 0,00 2,58 2,36 -8,55 1,56 3,90 6,09 -1,00 -1,00 -1,17 -1,17 0,00

105 29,46 0,00 0,00 0,00 1,01 0,99 -1,80 2,47 6,03 14,87 -1,00 -1,00 1,46 1,46 0,00

106 13,44 0,00 0,00 0,00 3,00 3,00 -0,03 0,99 7,55 7,51 -1,00 -1,00 -0,75 -0,75 0,00

107 842,44 0,00 0,00 0,00 2,42 2,25 -7,07 2,53 5,42 13,71 -1,00 -1,00 1,11 1,11 0,00

108 179,10 0,00 0,00 0,00 2,61 2,61 0,00 2,23 0,04 0,09 -1,00 -1,00 -2,97 -2,97 0,00

109 297,16 0,00 0,00 0,00 1,78 1,72 -3,63 1,96 0,04 0,09 -1,00 -1,00 -2,97 -2,97 0,00

110 21,50 0,00 0,00 0,00 0,16 0,01 -100,00 1,13 0,05 0,05 -1,00 -1,00 -2,98 -2,98 0,00

111 21,78 0,00 0,00 0,00 0,76 0,02 -100,00 0,89 0,05 0,04 -1,00 -1,00 -2,99 -2,99 0,00

112 422,71 0,00 0,00 0,00 2,03 1,94 -4,60 2,12 0,03 0,07 -1,00 -1,00 -2,98 -2,98 0,00

113 142,60 0,00 0,00 0,00 2,23 2,18 -1,93 2,69 0,02 0,06 -1,00 -1,00 -2,98 -2,98 0,00

114 775,08 0,16 0,16 0,00 2,23 2,22 -0,56 2,32 0,05 0,11 -0,86 -0,86 -2,56 -2,56 0,08

115 76,00 0,00 0,00 0,00 2,55 2,29 -10,23 2,65 0,03 0,07 -1,00 -1,00 -2,98 -2,98 0,00

116 235,21 0,01 0,01 0,00 1,92 1,83 -4,68 1,01 0,03 0,03 -0,99 -0,99 -2,95 -2,95 0,07

117 1.477,71 0,01 0,30 2.065,19 1,64 1,45 -11,41 1,23 0,03 0,03 -0,98 -0,66 -2,94 -1,96 33,40

118 1.054,21 0,31 0,42 33,17 2,28 2,20 -3,21 0,84 0,04 0,03 -0,76 -0,68 -2,26 -2,03 10,14

119 141,98 0,00 0,01 0,00 2,81 2,71 -3,32 0,90 0,04 0,04 -1,00 -0,99 -2,99 -2,97 0,53

120 250,24 0,00 0,01 135,00 2,48 2,37 -4,38 0,70 0,02 0,02 -1,00 -0,99 -2,99 -2,96 1,13

121 388,74 0,00 0,08 780,00 2,15 2,07 -3,38 1,23 0,05 0,06 -1,00 -0,93 -2,98 -2,76 7,29

122 205,31 0,00 0,00 0,00 2,13 2,11 -0,98 1,08 0,04 0,05 -1,00 -1,00 -2,99 -2,99 0,00

123 33,07 0,00 0,00 0,00 2,30 2,30 0,00 0,84 0,03 0,03 -1,00 -1,00 -2,99 -2,99 0,00

124 134,11 0,00 0,00 12,00 2,12 2,11 -0,54 0,99 0,03 0,03 -1,00 -1,00 -2,99 -2,99 0,11

125 129,42 0,00 0,07 696,00 2,37 2,27 -4,33 2,12 0,03 0,07 -1,00 -0,94 -2,98 -2,80 6,00

126 646,42 0,00 0,02 152,00 2,10 2,11 0,42 1,13 0,05 0,05 -1,00 -0,99 -2,98 -2,94 1,44 (1) Sistema de Informações Geográficas (SIG) do Instituto Socioambiental (ISA)

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52

EIXOS DE EXPANSÃO DA URBANIZAÇÃO NA BACIA HIDROGRÁFICA DA BILLINGS

A partir da análise da evolução da urbanização na Bacia Hidrográfica da Billings noperíodo de 1989 e 1999 e de seu cruzamento com a malha viária existente, foram identifica-dos seis eixos de acesso responsáveis pelo incremento da expansão urbana na região.

Estes eixos estão promovendo a conectividade entre a Rodovia dos Imigrantes, aRodovia Anchieta e a Avenida Senador Teotônio Vilela, principais vias de acesso existen-tes atualmente na Bacia, e diversas áreas com baixa densidade de ocupação, contribuindo deforma significativa para a consolidação de áreas de expansão urbana e para o surgimento denovos núcleos de urbanização.

Três destes eixos localizam-se no município de São Paulo, na margem esquerda doReservatório Billings, e têm como origem a Avenida Senador Teotônio Vilela, na região deInterlagos. São eles: eixo A � Cocaia/Bororé/Taquacetuba/Imigrantes, eixo B � Interlagos/Bororé/Cocaia e eixo C � Interlagos/Parelheiros/Taquacetuba.

Os outros três eixos de expansão urbana localizam-se nos municípios de São Bernardodo Campo, Santo André e Ribeirão Pires. São eles: eixo D � São Bernardo do Campo/Rodovia Anchieta/Rodovia Índio Tibiriçá/Ribeirão Pires, eixo E � São Bernardo do Cam-po/Rodovia Anchieta/Estrada Rio Acima/Taquacetuba, e eixo F � Rodovia dos Imigrantes.

Eixo A � Cocaia/Bororé/Taquacetuba/ImigrantesA principal via de acesso de onde parte este eixo é a Avenida Dona Belmira Marin, no

município de São Paulo. A travessia entre os Braços do Cocaia/Bororé e Bororé/Taquacetu-ba é feita através de balsas da Emae (Empresa Metropolitana de Água e Energia S.A.). Esteeixo de expansão conecta-se com outro na Estrada dos Imigrantes, porém sem acesso a esta,no município de São Bernardo do Campo.

Dentre as sub-bacias cortadas por este eixo, aquelas localizadas na região do Cocaiaapresentam altas taxas de urbanização, com mais de 60% de seu território coberto por estesusos, tendo sofrido poucas alterações ao longo dos dez anos abordados por este estudo,demonstrando tratar-se de uma região consolidada.

As sub-bacias localizadas no Braço do Bororé, próximas ao desembarque da primeirabalsa, apresentaram, no período entre 1989 e 1999, o surgimento expressivo de áreas urba-nas. O restante do traçado apresenta pouca ou quase nenhuma urbanização. Esta situação,

entretanto, deve se modificar ao longo dos próximos anos caso medidas preventivas nãosejam imediatamente adotadas.

Eixo B � Interlagos/ Bororé/CocaiaA Avenida Paulo Guilguer Reimberg, também conhecida como Estrada do Reimberg,

e a Estrada de Varginha são as principais vias de acesso para este eixo, que termina naAvenida Dona Belmira Marin, conectando-se ao eixo A. Seu trajeto corta a região do Bororé,ainda bastante preservada, e também sub-bacias formadoras dos tributários do Braço Taqua-cetuba, que é utilizado para abastecimento de água.

As sub-bacias mais próximas à Av. Senador Teotônio Vilela apresentaram, no período1989-99, crescimento significativo de áreas urbanizadas (acima de 20% de acréscimo), inclusi-ve em áreas onde este tipo de uso era inexistente em 1989. Isto demonstra que a substituição deáreas cobertas por Mata Atlântica ou outros usos não urbanos por áreas urbanizadas e a conso-lidação da ocupação existente são tendências bastante acentuadas ao longo deste eixo.

Eixo C � Interlagos/Parelheiros/TaquacetubaAinda no município de São Paulo, outro eixo importante é o formado pela Estrada de

Parelheiros, continuação da Avenida Senador Teotônio Vilela, e Estrada da Colônia, locali-zada no distrito de Marsilac, no extremo sul do município.

Este eixo está inserido dentro da APA do Capivari Monos e cruza a área tombada daCratera da Colônia, onde existe um grande loteamento com o mesmo nome. As sub-baciascortadas por seu traçado são formadoras importantes do Braço Taquacetuba, que é utilizadopara abastecimento de água através de sua recente interligação para a represa Guarapiranga.

As sub-bacias cortadas por este eixo apresentaram no período de 1989 a 1999 expan-são urbana acentuada. Isto demonstra uma tendência bastante acentuada de surgimento denovas áreas urbanas e consolidação das já existentes ao longo deste eixo.

Eixo D � São Bernardo do Campo/Rodovia Anchieta/Rodovia Índio Tibiriçá/Ribeirão Pires

A Rodovia Índio Tibiriçá interliga o município de Ribeirão Pires com a Anchieta.Neste município localizam-se acessos importantes para os municípios de Santo André, Rio

Continuação da tabela 50 - Coeficientes utilizados e Índice de Comprometimento da Produção Hídrica (ICPH) nas sub-bacias da Bac ia Hidrográfica da Billings, no período 1989 a 1999

Sub-bacia Áreas (ha) Coef. Urb. 89 Coef. Urb. 99 Variação (%) Coef. Veg. 89 Coef. Veg. 99 Variação (%) DPh F1 Esc. Fluvial IAN8 9 IAN99 ICPH89 ICPH99 Taxa Cresc.(%)

127 1.023,46 0,00 0,22 2.195,00 1,25 1,25 -0,56 0,74 0,04 0,03 -1,00 -0,70 -2,99 -2,09 30,03

128 366,33 0,00 0,10 1033,00 1,97 1,98 0,60 1,24 0,06 0,07 -1,00 -0,90 -2,98 -2,68 9,99

129 235,63 0,00 0,00 0,00 2,64 2,60 -1,65 1,14 0,03 0,03 -1,00 -1,00 -2,99 -2,99 0,00

130 399,62 0,19 0,28 49,65 1,93 1,87 -3,01 2,19 0,03 0,07 -0,82 -0,74 -2,44 -2,19 10,36

131 89,36 0,00 0,00 0,00 2,85 2,85 -0,28 1,90 0,03 0,06 -1,00 -1,00 -2,98 -2,98 0,00

132 128,44 0,90 0,94 4,99 1,65 1,41 -14,57 2,15 0,03 0,07 -0,30 -0,20 -0,87 -0,58 33,37

133 185,82 1,43 2,26 57,84 0,60 0,40 -32,72 2,29 0,01 0,02 0,41 0,70 1,23 2,09 70,34

134 70,03 0,10 0,10 0,00 1,73 1,68 -3,05 1,00 0,04 0,04 -0,89 -0,89 -2,67 -2,66 0,35

135 62,53 0,02 0,13 550,11 2,85 2,67 -6,29 1,24 0,05 0,06 -0,99 -0,91 -2,94 -2,70 8,23

136 182,65 0,53 0,68 29,86 1,18 1,13 -4,08 1,13 0,04 0,04 -0,38 -0,25 -1,14 -0,73 35,93

137 204,37 1,04 1,88 80,53 1,35 0,48 -64,54 1,27 0,02 0,02 -0,13 0,59 -0,39 1,79 563,59

138 72,00 2,04 2,10 3,13 0,96 0,88 -8,62 2,58 0,01 0,04 0,36 0,41 1,09 1,24 14,19

139 121,90 1,45 1,57 8,79 0,87 0,77 -11,29 1,05 0,02 0,02 0,25 0,34 0,76 1,04 36,78

140 176,98 2,71 2,72 0,61 0,01 0,01 -0,02 0,51 0,02 0,01 0,99 0,99 2,97 2,97 0,01

141 221,76 2,13 2,23 4,92 0,42 0,36 -14,67 0,40 0,03 0,01 0,67 0,72 2,01 2,17 7,90

142 927,35 1,87 2,04 8,60 0,45 0,37 -17,07 0,90 0,03 0,03 0,61 0,69 1,85 2,08 12,53

143 132,83 2,48 2,48 0,00 0,51 0,52 2,05 0,63 0,03 0,02 0,66 0,65 1,98 1,96 0,88

144 190,97 2,02 2,14 5,56 0,56 0,50 -10,98 1,65 0,03 0,05 0,57 0,62 1,72 1,88 9,63

145 32,90 1,16 1,01 -12,41 0,38 0,37 -1,89 0,66 0,03 0,02 0,51 0,47 1,53 1,40 8,45

146 254,38 1,83 1,83 -0,01 0,21 0,18 -15,92 0,62 0,01 0,01 0,79 0,82 2,38 2,47 3,79 (1) Sistema de Informações Geográficas (SIG) do Instituto Socioambiental (ISA)

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Grande da Serra, Mauá e Suzano. O traçado deste eixo corta um conjunto expressivo de sub-bacias formadoras do Braço do Rio Grande, que é utilizado para abastecimento de água dapopulação da região do ABC.

Esta região vem sofrendo um processo acentuado de consolidação da ocupação urba-na, principalmente nas proximidades do município de Ribeirão Pires. Ao longo da RodoviaÍndio Tibiriçá foi identificado, no período de 1989 a 1999, o surgimento de áreas urbanas.

Eixo E � São Bernardo do Campo/Rodovia Anchieta/Estrada Rio Acima/Taqua-cetuba

Este eixo, juntamente com o eixo A, citado anteriormente, interliga as principais viasexistentes na região (Rodovias Imigrantes e Anchieta e Av. Senador Teotônio Vilela) possibi-litando a circulação entre os municípios de São Paulo, São Bernardo do Campo e Santo André,através da Estrada Rio Acima, que conta, inclusive, com uma linha de ônibus e balsas da Emae.

A região cortada por este eixo apresentou um crescimento significativo de áreas urba-nas no período de 1989 a 1999. Este aumento caracteriza-se, principalmente, pelo surgimentode áreas urbanas em detrimento de outros usos, em especial áreas cobertas por Mata Atlânti-ca. Devido à estrutura de transporte existente ao longo deste traçado, a tendência é de que aurbanização aumente consideravelmente nesta região.

Eixo F � Rodovia dos ImigrantesEsta rodovia, assim como a Anchieta, possui características de via bloqueada, com

apenas alguns acessos ao longo de seu trajeto, através de ligações com outras estradas e comvias urbanas.

Em algumas destas interligações, entretanto, é possível identificar vias secundárias,algumas sem pavimentação, que funcionam como vias de acesso a loteamentos existentes naBacia Hidrográfica da Billings. Isto ocorre nos acessos da rodovia nos municípios de Diademae São Bernardo do Campo, dentro da área de mananciais, interligando a região do Alvarengae as regiões centrais destes municípios.

As sub-bacias cortadas por este eixo apresentam urbanização densa, resultante da pro-ximidade com a área central do município de Diadema, e áreas urbanas consolidadas nosmunicípios de São Paulo e São Bernardo do Campo.

Há uma tendência de que este eixo continue promovendo a consolidação da ocupaçãoexistente e o surgimento de novas áreas urbanas em sua área de influência, comprometendoos poucos remanescentes de Mata Atlântica identificados no local.

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O trecho Sul do Rodoanel, com uma extensão prevista de 52 km, provocará, casoimplantado, impactos diretos nas bacias hidrográficas da Billings e da Guarapiranga, as duasprincipais áreas de mananciais da Região Metropolitana de São Paulo.

O traçado proposto interligará a Avenida Papa João XXIII, no município de Mauá, como seu trecho Oeste na Rodovia Régis Bittencourt, nos municípios de Embu e Itapecerica daSerra. Ao longo deste trecho, estão proposta interligações com as Rodovias Anchieta, Imi-grantes e com a Av. Senador Teotônio Vilela, no município de São Paulo.

Na Bacia Hidrográfica da Billings, a construção do trecho Sul do Rodoanel afetará 49sub-bacias, que representam 24,7% da área total de drenagem deste importante manancial.Destas, 29 sub-bacias serão cortadas pelo Rodoanel e, portanto, sofrerão impactos diretos e20 sub-bacias, localizadas no entorno das diretamente afetadas, sofrerão impactos indiretos.

Além dos impactos diretos e indiretos que o Rodoanel provocará, caso seja aprovadopelos órgãos ambientais competentes, a obra promoverá a intensificação da pressão atual-mente exercida pelas principais vias de acesso existentes na região, através das váriasinterligações previstas no projeto. Haverá, ainda, uma tendência de agravamento da pressãodos seis eixos de expansão da urbanização, descritos no item anterior.

IMPACTOS DO TRAÇADO PROPOSTO DO TRECHO SUL DO RODOANEL METROPOLITANONA BACIA HIDROGRÁFICA DA BILLINGS

Finalmente, apesar do Rodoanel ser projetado como uma via bloqueada, de forma queos acessos a vias secundárias e urbanas existentes na região serão restritos aos previstos noprojeto, na prática sua implantação não deverá impedir o estabelecimento de acessos clan-destinos e não pavimentados, principalmente quando o traçado da via se aproximar de áreasjá ocupadas por usos urbanos. Esta é a constatação a que se pode chegar com a observação doque se sucedeu após a construção das rodovias Imigrantes e Anchieta que, apesar de teremsido aprovadas como vias bloqueadas, acabaram por estimular a implantação de acessosirregulares e, portanto, geradores de impactos adicionais não considerados no projeto origi-nalmente aprovado.

Tabela 51 - Área com previsão de impacto direto e indiretoda construção do trecho sul do Rodoanel Metropolitanona Bacia Hidrográfica da Billings

Impacto

Direto

Indireto

Total

Nº de sub-baciasafetadas

29

20

49

Área (ha)

9.431,66

4.941,46

14.373,12

%*

16,18

8,48

24,66

* Sobre a área total da Bacia Hidrográfica da Billings (58.280,32 hectares).

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CONCLUSÕES

Os resultados do Diagnóstico Socioambiental da Bacia Hidrográfica da Billings,mostram um quadro preocupante. Apesar de ser protegida pela Lei de Proteção dos Manan-ciais desde a década de 70, a região vem sofrendo ao longo dos últimos anos as conseqüên-cias de um processo acelerado de ocupação irregular. Estas invasões, apesar de identificadaspelo poder público, não têm sido eficientemente contidas, gerando uma sensação de impu-nidade que, por sua vez, estimula a ocorrência de novas agressões.

A principal tendência identificada no território da Bacia Hidrográfica da Billings, noperíodo de 1989 a 1999, foi a substituição da cobertura florestal nativa (Mata Atlântica),fundamental para a produção de água em quantidade e qualidade adequadas ao abaste-cimento público, por áreas ocupadas por atividades humanas, principalmente aquelasligadas a usos urbanos. Este processo tem ocorrido através do surgimento de novasocupações, consolidação da ocupação existente e transformação de áreas rurais em áreasurbanas.

No período analisado, o manancial perdeu 6,6% de sua cobertura vegetal. Em 1989, aárea de cobertura florestal, composta de matas nativas (Mata Atlântica) e plantadas,respondia por 56,1% da Bacia; em 1999 recuou para 53,6%. A Mata Atlântica densa �primária e secundária nos estágios médio e avançado de regeneração � é o tipo decobertura vegetal que mais foi atingida pelo desmatamento, perdendo aproximadamente2.000 hectares no período.

Estima-se que, entre 1989 e 1999, a Billings tenha sofrido crescimento urbano daordem de 31,7%. Mais de 45% da ocupação urbana registrada nos seis municípios paulistanosda bacia se deu em áreas com �sérias� ou �severas� restrições ao assentamento. São encostasíngremes, regiões de aluvião ou de várzea que exigem cuidados especiais para implantaçãode qualquer tipo de ocupação urbana. Apenas 11,8% da mancha urbana se deu em áreasconsideradas �favoráveis�. Estes números demonstram que além de extremamente acelera-da, esta ocupação vem ocorrendo sem nenhum planejamento.

Além destes aspectos, o fato das áreas urbanas não consolidadas terem apresentadouma porcentagem de crescimento significativamente superior ao das áreas urbanas consoli-dadas, respectivamente 47,9% e 27,3% no período, indica que o processo de urbanizaçãoestá em expansão na bacia. Sendo assim, o problema tende a se agravar caso não sejamadotadas medidas urgentes para reverter esta tendência.

O estudo mostra, ainda, que as taxas de ocupação urbana já são preocupantes, poispassaram de 11,8% do total da bacia em 1989, para 14,6% em 1999. As construções nãoautorizadas figuram no topo das ocorrências irregulares, respondendo por 41% dos 988registros efetuados no período de 1989 a 1999. Em segundo lugar aparecem os movimentosde terra, tais como abertura de estradas e terraplanagem com 26%, numa listagem compostade oito tipos de ocorrências.

Em 1996, a população residente na região era de 716 mil habitantes, distribuídos nosseis municípios nela inseridos, principalmente em São Paulo e São Bernardo do Campo. Doaumento populacional de 178 mil habitantes verificado na bacia no período de 1991 a 1996,São Paulo foi o município onde se verificou o maior incremento, com 109.735 novos habi-tantes, correspondendo a um crescimento de 41,87% em relação a 1991. No mesmo período,a densidade populacional na região evoluiu de 9,23 para 12,29 habitantes por hectare. Nesteperíodo a população residente em favelas foi a que mais cresceu em números relativos,registrando um aumento de 54,53% em relação a 1991.

A partir dos levantamentos realizados junto aos órgãos governamentais, foram identi-ficados 90 processos de mineração cadastrados dentro da área da Bacia Hidrográfica daBillings. Embora apenas sete estejam licenciados, abrangendo uma área total de 2.079,01ha,outros 13.076,38 ha estão sendo requeridos para pesquisa. Sendo assim, caso todos os pro-cessos atualmente em tramitação cheguem à etapa de concessão de lavra ou regime delicenciamento, a Bacia Hidrográfica da Billings terá 26,16% de sua área sob algum tipo deexploração mineral.

Outro aspecto que contribui para agravar o quadro é que a qualidade da água na represaBillings encontra-se bastante comprometida. Além da poluição proveniente do bombea-mento do Tietê/Pinheiros, alguns braços apresentam situação crítica de eutrofizaçãodevido à grande quantidade de esgoto provenientes da ocupação em suas sub-baciasformadoras.

Finalmente, é importante destacar que os eixos de expansão urbana constituídos pelosatuais acessos a regiões ainda pouco ocupadas, que terão seus efeitos intensificados casoseja construído o Rodoanel na região, estão levando a uma aceleração da urbanização dabacia, com o conseqüente risco de comprometimento em definitivo deste manancial estraté-gico para a Região Metropolitana de São Paulo.

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Índice das tabelas

Tabela 1 � Municípios inseridos na Bacia ..................................................................... 12

Tabela 2 � Sub-regiões da Bacia .................................................................................... 14

Tabela 3 � População residente na Bacia ...................................................................... 17

Tabela 4 � Loteamentos residenciais aprovados na Bacia antes e depois da Leide Proteção aos Mananciais (nº 1.172/76) ..................................................................... 17

Tabela 5 � População residente em favelas nos municípios que compõema Bacia, em 1996 ............................................................................................................ 17Tabela 6 � Núcleos de favela na Bacia, por município ................................................. 17

Tabela 7 � Uso do solo na Bacia em 1999 ..................................................................... 18

Tabela 8 � Classes de aptidão física ao assentamento urbano....................................... 19

Tabela 9 � Aptidão física ao assentamento urbano ....................................................... 19

Tabela 10 � Unidades de Conservação de proteção integral ......................................... 20Tabela 11 � Áreas tombadas .......................................................................................... 20

Tabela 12 � Terras indígenas ......................................................................................... 21

Tabela 13 � Títulos minerários em tramitação no DNPM incidentesna Bacia (maio, 2000) .................................................................................................... 22

Tabela 14 � Distribuição dos títulos minerários em tramitação no DNPMpelos municípios da Bacia (maio, 2000) ........................................................................ 22

Tabela 15 � Títulos minerários obtidos junto ao DNPM na Bacia (maio, 2000) .......... 24Tabela 16 - Títulos minerários obtidos e requeridos junto ao DNPMna Bacia (maio, 2000) .................................................................................................... 24

Tabela 17 � Áreas de disposição de resíduos sólidos .................................................... 25

Tabela 18 � Qualidade de água, sedimentos e peixes nos pontos demonitoramento da Represa ............................................................................................. 28

Tabela 19 � Correlação entre as classes de uso das águas das legislaçõesfederal e estadual ............................................................................................................ 30

Tabela 20 � Uso do solo na Bacia nos anos de 1989 e 1999 ......................................... 33Tabela 21 � Alterações nas categorias de uso do solo na Bacia,no período 1989-1999 ................................................................................................... 33

Índice dos mapas

Base cartográfica .............................................................................................................. 8

Limites municipais ......................................................................................................... 12

Principais rios formadores .............................................................................................. 13

Cobertura florestal em 1999 ........................................................................................... 13

Sub-regiões, sub-bacias e braços da Represa Billings ................................................... 14Unidades de conservação e outras áreas sob proteção especial ..................................... 21

Títulos e requerimentos minerários em 2000 e ocorrências deirregularidades relativas à mineração no período de 1978 a 1998 ................................ 23

Áreas de disposição irregular de resíduos sólidos e efluentes líquidos ......................... 25

Pontos de monitoriamento de qualidade de água .......................................................... 26

Uso do solo em 1989 ...................................................................................................... 34Uso do solo em 1999 ...................................................................................................... 35

Expansão urbana no período 1989 a 1999 .................................................................... 39

Evolução da cobertura florestal nativa (Mata Atlântica) no período1989 a 1999 .................................................................................................................... 41

Eixos de expansão da urbanização ................................................................................ 45

Traçado proposto do Trecho Sul do Rodoanel Metropolitano ..................................... 46

Tabela 22 � Uso do solo no município de Diadema, nos anosde 1989 e 1999 ............................................................................................................... 33

Tabela 23 � Alterações nas categorias de uso do solo no município de Diadema,no período 1989-1999 ................................................................................................... 36

Tabela 24 � Uso do solo no município de Ribeirão Pires, nos anos de 1989 e 1999 ... 36Tabela 25 � Alterações nas categorias de uso de solo no município

de Ribeirão Pires, no período 1989-1999 ...................................................................... 36

Tabela 26 � Uso do solo no município de Rio Grande da Serra, nos anosde 1989 e 1999 ............................................................................................................... 36

Tabela 27 � Alterações na categorias de uso do solo no município

de Rio Grande da Serra, no período 1989-1999 ............................................................ 36Tabela 28 � Uso do solo no município de Santo André,nos anos de 1989 e 1999 ................................................................................................ 37

Tabela 29 � Alterações na categorias de uso do solo no municípiode Santo André, no período 1989-1999 ......................................................................... 37

Tabela 30 � Uso do solo no município de São Bernardo do Campo,nos anos de 1989 e 1999 ................................................................................................ 37

Tabela 31 � Alterações na categorias de uso do solo no município

de São Bernardo do Campo, no período 1989-1999 ..................................................... 37Tabela 32 � Uso do solo no município de São Paulo, nos anos de 1989 e 1999 .......... 37

Tabela 33 � Alterações na categorias de uso do solo no município de São Paulo,no período 1989-1999 ................................................................................................... 37

Tabela 34 � Expansão urbana na Bacia no período de 1989 a 1999 ............................ 38

Tabela 35 � Crescimento das áreas urbanas não consolidadas nos municípiosda Bacia no período de 1989/1999 ................................................................................ 38

Tabela 36 � Crescimento das áreas urbanas consolidadas nos municípiosda Bacia no período de 1989-1999 ................................................................................ 38Tabela 37 � Contribuição dos municípios na expansão urbana total da Baciano período 1989-1999 ................................................................................................... 38

Tabela 38 � Supressão da cobertura florestal nativa (Mata Atlântica)

por municípios da Bacia no período 1989-1999 ........................................................... 40

Tabela 39 � População residente na Bacia, por município, nos anosde 1991 e 1996 ............................................................................................................... 42

Tabela 40 � Crescimento da população residente na Bacia, por município,no período 1991-1996 ................................................................................................... 42Tabela 41 � Densidade populacional na Bacia, por municípios,nos anos de 1991-1996 .................................................................................................. 42

Tabela 42 � Crescimento da densidade populacional na Bacia, por municípios,no período 1991-1996 ................................................................................................... 42

Tabela 43 � População residente na Bacia, por tipo de residência,em 1991 e 1996 .............................................................................................................. 43

Tabela 44 � Crescimento populacional na Bacia, por tipo de residência,no período de 1991-1996 ............................................................................................... 43

Tabela 45 � Crescimento da população total residente nos municípios ena Bacia no período 1991-1996 .................................................................................... 43Tabela 46 � Ocorrências de irregularidades na Bacia entre 1978 e 1998 ..................... 44

Tabela 47 � Áreas urbanas existentes em 1999 e aptidão física aoassentamento urbano na Bacia Hidrográfica da Billings ............................................... 47

Tabela 48 � Expansão urbana nas categorias de aptidão física ao assentamentourbano na Bacia Hidrográfica da Billings, no período de 1989 a 1999 ........................ 47

Tabela 49 � Acréscimo das áreas urbanas não consolidadas e consolidadas porcategoria de aptidão física ao assentamento urbano naBacia Hidrográfica da Billings no período de 1989 a 1999 .......................................... 47

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Índice de gráficos

Gráfico 1 � Participação dos municípios na área da Bacia ............................................ 12

Gráfico 2 � Distribuição da população nos municípios inseridos na Bacia .................. 17

Gráfico 3 � Uso do solo em 1999 ................................................................................... 18Gráfico 4 � Detalhamento das áreas ocupadas por atividades humanas........................ 18

Gráfico 5 � Aptidão física ao assentamento urbano ...................................................... 19

Gráfico 6 � UCs, Áreas Tombadas e Terras Indígenas ................................................... 20

Gráfico 7 � Evolução das categorias de uso do solo na Bacia noperíodo 1989-1999 (porcentagem em relação à área de cada categoriaem 1989) ......................................................................................................................... 33

Gráfico 8 � Crescimento das áreas urbanas não consolidadas nos municípiosda Bacia no período 1989-1999 .................................................................................... 38Gráfico 9 � Crescimento das áreas urbanas consolidadas nos municípiosda Bacia no período 1989-1999 .................................................................................... 38

Gráfico 10 � Contribuição dos municípios em relação à expansão urbanatotal na Bacia, período 1989-1999 ................................................................................ 38

Gráfico 11 � Desmatamento bruto (hectares) por município da Bacia,período 1989-1999......................................................................................................... 40

Gráfico 12 � Taxa de desmatamento (%) por município da Bacia,período 1989-1999......................................................................................................... 40

Gráfico 13 � Contribuição dos municípios em relação à perda total deMata Atlântica na Bacia, período 1989-1999 ............................................................... 40

Gráfico 14 � População residente na Bacia, por município, nos anosde 1991 e 1996 ............................................................................................................... 42Gráfico 15 � Crescimento de população residente na Bacia, por município,

período 1991-1996 (em %) ............................................................................................ 42

Gráfico 16 � Crescimento populacional total nas áreas inseridas na

Bacia, por município, no período 1991-1996 ............................................................... 43

Gráfico 17 � Ocorrências de irregularidades na Bacia no período 1978-1998 ............. 44Gráfico 18 � Ocorrências de irregularidades na Bacia entre 1978 e 1998..................... 44

Gráfico 19 � Distribuição das áreas urbanas nas categorias de aptidãofísica ao assentamento urbano na Bacia Hidrográfica da Billingsem 1999 .......................................................................................................................... 47

Gráfico 20 � Expansão urbana nas categorias de aptidão física aoassentamento urbano na Bacia Hidrográfica da Billings, noperíodo 1989-1999(em números relativos - porcentagem) ............................................ 47

Gráfico 21 � Crescimento das áreas urbanas em cada categoria deaptidão física ao assentamento urbano na Bacia Hidrográficada Billings no período 1989-1999 (em números relativos) ........................................... 47

Tabela 50 � Coeficientes utilizados e Índice de Comprometimento da ProduçãoHídrica (ICPH) nas sub-bacias da Bacia Hidrográfica da Billings,no período 1989 a 1999 ................................................................................................. 49

Tabela 51 � Área com previsão de impacto direto e indireto da construção dotrecho sul do Rodoanel Metropolitano na Bacia Hidrográfica da Billings .................. 54

Siglário

APA � Área de Proteção Ambiental

Cades � Conselho Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável

Cetesb � Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental

Condephaat � Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico eTurístico do Estado de São Paulo

Conama � Conselho Nacional do Meio AmbienteConsema � Conselho Estadual do Meio Ambiente

Daia � Departamento de Avaliação de Impacto Ambiental.

DEPRN � Departamento Estadual de Proteção dos Recursos Naturais

DNPM � Departamento Nacional da Produção Mineral

Dusm � Departamento do Uso do Solo MetropolitanoEletropauloEmae - Empresa Metropolitana de Água e Energia S. A.

Emplasa � Empresa Metropolitana de Planejamento da Grande São Paulo S.A.

UHE � Usina HidrelétricaRMSP � Região Metropolitana da São Paulo

IBGE � Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IPT � Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo

ISA � Instituto Socioambiental

Sabesp � Companhia de Saneamento Básico do Estado de São PauloSeade � Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados

SIG/ISA � Sistema de Informação Geográfica do Instituto Socioambiental

SMA � Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo

SVMA � Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente de São Paulo

TI � Terra IndígenaUC � Unidade de Conservação

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Impresso pela Ipsis Gráfica e Editora

em papel couché fosco 115 g/m2 e capa em cartão triplex 350 g/m2.