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Bio Graf i a Padre Cicero

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  • Pequena Biografia do Padre Ccero (1999)Daniel Walker

    1999 Daniel Walker

    Fonte digitalRocketEditioneBooksBrasil

    baseada na verso digital disponvel na Internet

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  • Daniel WalkerPEQUENA BIOGRAFIA DE PADRE CCERO

    QUINTA EDIO AMPLIADAJuazeiro do Norte

    1999

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  • NDICEDados PessoaisOrdenaoChegada a JuazeiroApostoladoMilagreReao da IgrejaVida PolticaEncontro com LampioImportnciaBibliografia

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  • AUTOR

    Daniel Walker nasceu em Juazeiro do Norte,Cear, jornalista, radialista e exerce omagistrio como Professor Adjunto da FundaoUniversidade Regional do Cariri-URCA autor devrios trabalhos sobre o Padre Ccero, entre osquais: O Pensamento Vivo de Padre Ccero,Histria do Padre Ccero em Resumo, PequenaBiografia do Padre Ccero e Curiosidades SobrePadre Ccero.

    E-mail: [email protected]

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  • DADOS PESSOAIS

    Padre Ccero Romo Batista nasceu emCrato (Cear) no dia 24 de maro de 1844. Erafilho de Joaquim Romo Batista e JoaquinaVicncia Romana, conhecida como dona Quin.

    Aos seis anos de idade, comeou a estudarcom o Prof. Rufino de Alcntara Montezuma.

    Um fato importante marcou a sua infncia:o voto de castidade, feito aos 12 anos,influenciado pela leitura da vida de SoFrancisco de Sales.

    Em 1860, foi matriculado no Colgio dorenomado Padre Incio de Sousa Rolim, emCajazeiras-Paraba. A pouco demorou, pois, ainesperada morte de seu pai, vtima de clera-morbo, em 1862, o obrigou a interromper osestudos e voltar para junto da me e das duasirms solteiras.

    A morte do pai, que era pequenocomerciante no Crato, trouxe srios aperreiosfinanceiros famlia, de tal sorte que, maistarde, em 1865, quando Ccero Romo Batistaprecisou ingressar no Seminrio da Prainha emFortaleza, s o fez graas ajuda de seupadrinho de crisma, o Coronel Antnio Luiz AlvesPequeno.

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  • ORDENAO

    Padre Ccero foi ordenado no dia 30 denovembro de 1870. Aps sua ordenao retornouao Crato, e enquanto o Bispo no lhe davaparquia para administrar, ficou ensinandoLatim no Colgio Padre Ibiapina, fundado edirigido pelo Prof. Jos Joaquim Teles Marrocos,seu primo e grande amigo.

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  • CHEGADA A JUAZEIRO

    No Natal de 1871, convidado pelo Prof.Semeo Correia de Macdo, Padre Ccero visitoupela primeira vez o povoado de Juazeiro (entopertencente a Crato), e a celebrou a tradicionalMissa do Galo.

    O padre visitante, de 28 anos de idade,estatura baixa, pele branca, cabelos louros, olhosazuis penetrantes e voz modulada causou boaimpresso aos habitantes do lugar. E a recprocafoi verdadeira. Por isso, decorridos alguns meses,exatamente no dia 11 de abril de 1872, l estava,de volta, com bagagem e famlia, para fixarresidncia definitiva no Juazeiro.

    Muitos livros afirmam que Padre Cceroresolveu fixar morada em Juazeiro devido a umsonho (ou viso) que teve, segundo o qual, certavez, ao anoitecer de um dia exaustivo, aps terpassado horas a fio no confessionrio do arraial,ele procurou descansar no quarto contguo salade aulas da escolinha, onde improvisaram seualojamento, quando caiu no sono e a viso quemudaria seu destino se revelou. Ele viu,conforme relatou aos amigos ntimos, JesusCristo e os doze apstolos sentados mesa,

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  • numa disposio que lembra a ltima Ceia, deLeonardo da Vinci. De repente, adentra ao localuma multido de pessoas carregando seusparcos pertences em pequenas trouxas, aexemplo dos retirantes nordestinos. Cristo,virando-se para os famintos, falou da suadecepo com a humanidade, mas disse estardisposto ainda a fazer um ltimo sacrifcio parasalvar o mundo. Porm, se os homens no searrependessem depressa, Ele acabaria com tudode uma vez. Naquele momento, Ele apontou paraos pobres e, voltando-se inesperadamenteordenou: E voc, Padre Ccero, tome conta deles!

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  • APOSTOLADO

    Uma vez instalado no lugarejo, formado porum pequeno aglomerado de casas de taipa e umacapelinha erigida pelo primeiro capelo PadrePedro Ribeiro de Carvalho, em honra a NossaSenhora das Dores, Padroeira do lugar, ele tratouinicialmente de melhorar o aspecto da capelinha,adquirindo vrias imagens com as esmolas dadaspelos fiis.

    Depois, tocado pelo ardente desejo deconquistar o povo que lhe fora confiado porDeus, desenvolveu intenso trabalho pastoral compregao, conselhos e visitas domiciliares, comonunca se tinha visto na Regio. Dessa maneira,rapidamente ganhou a simpatia dos habitantes,passando a exercer grande liderana nacomunidade.

    Paralelamente, agindo com muitaausteridade, cuidou de moralizar os costumes dapopulao, acabando pessoalmente com osexcessos de bebedeira e a prostituio.Restaurada a harmonia, o povoadoexperimentou, ento, os primeiros passos decrescimento, atraindo gente da vizinhanacuriosa por conhecer o novo Capelo. Para

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  • auxili-lo no trabalho pastoral, Padre Cceroresolveu, a exemplo do que fizera Padre Ibiapina,famoso missionrio nordestino, falecido em 1883,recrutar mulheres solteiras e vivas para aorganizao de uma irmandade leiga, formadapor beatas, sob sua inteira autoridade.

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  • MILAGRE

    Um fato incomum, acontecido em 1 demaro de 1889, transformou a rotina do lugarejoe a vida de Padre Ccero para sempre.

    Naquela data, ao participar de umacomunho geral, oficiada por ele, na capela deNossa Senhora das Dores, a beata Maria deArajo ao receber a hstia consagrada, no pdedegluti-la pois a mesma transformara-se emsangue.

    O fato repetiu-se outras vezes, e o povoachou que se tratava de um novo derramamentodo sangue de Jesus Cristo e, portanto, ummilagre autntico.

    As toalhas com as quais se limpava a bocada beata ficaram manchadas de sangue epassaram a ser alvo da venerao de todos.

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  • REAO DA IGREJA

    De incio, Padre Ccero tratou o caso comcautela, guardando inclusive sigilo por algumtempo. Os mdicos Marcos Madeira e IdelfonsoCorreia Lima e o farmacutico Joaquim SecundoChaves foram convidados para testemunhar astransformaes, e depois assinaram atestadoafirmando que o fato era inexplicvel luz dacincia. Isto contribuiu para fortalecer no povo,no Padre Ccero e em outros sacerdotes a crenano milagre.

    O povoado passou a ser alvo deperegrinao: as pessoas queriam ver a beata eadorar os panos tintos de sangue.

    O professor e jornalista Jos Marrocos,desde o comeo um ardoroso defensor domilagre, cuidou de divulg-lo pela imprensa.

    A notcia chegou ao conhecimento do BispoD. Joaquim Jos Vieira, irritando-oprofundamente. Padre Ccero foi chamado aoPalcio Episcopal, em Fortaleza, a fim de prestaresclarecimentos sobre os acontecimentos quetodo mundo comentava.

    Inicialmente, o bispo ficou admirado com orelato feito por Padre Ccero, porm depois,

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  • pressionado por alguns segmentos da Igreja queno aceitavam a idia de milagre, mandouinvestigar oficialmente os fatos, nomeando umaComisso de Inqurito composta por doissacerdotes de reconhecida competncia: osPadres Clicrio da Costa Lobo e FranciscoFerreira Antero.

    Os padres comissrios vieram, assistiramas transformaes, examinaram a beata, ouviramtestemunhas e depois concluram que o fato eramesmo divino. O bispo no gostou desseresultado e nomeou outra Comisso, constitudapelos Padres Antnio Alexandrino de Alencar eManoel Cndido.

    A nova Comisso agiu rapidamente.Convocou a beata, deu-lhe a comunho, e comonada de extraordinrio aconteceu, concluiu: nohouve milagre!

    O povo, Prof. Jos Marrocos, Padre Cceroe todos os outros padres que acreditavam nomilagre protestaram.

    Com a posio contrria do bispo, criou-seum tumulto, agravado quando o Relatrio doInqurito foi enviado Santa S, em Roma, eesta confirmou a deciso tomada pelo bispo.

    Todos os padres que acreditavam nomilagre foram obrigados a se retratarpublicamente, ficando reservada ao Padre Ccerouma punio maior: a suspenso de ordem.

    Durante toda sua vida ele tentou revogar

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  • essa pena, todavia, foi em vo. Alis, ele at queconseguiu uma vitria em Roma, quando lesteve em 1898. Entretanto, o bispo, porintransigncia, manteve-se irredutvel na decisotomada inicialmente.

    Cem anos depois o milagre de Juazeiro foialvo de estudos pela Parapsicologia. Segundoestudiosos dessa cincia, um caso de aporte foi oque teria acontecido com a beata. A tese doembuste, defendida por muitos padres eescritores, foi descartada pelos parapsiclogos.

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  • VIDA POLTICA

    Proibido de celebrar, Padre Cceroingressou na vida poltica. Como explicou no seuTestamento, o fez para atender aos insistentesapelos dos amigos e na hora em que osjuazeirenses esboavam um movimento deemancipao poltica.

    Conseguida a independncia de Juazeiro,em 22 de julho de 1911, Padre Ccero foinomeado Prefeito do recm-criado municpio.Alm de Prefeito, tambm ocupou aVice-Presidncia do Cear.

    Sobre sua participao na Revoluo de1914 ele afirmou categoricamente que a chefia domovimento coube ao Dr. Floro Bartolomeu daCosta, seu grande amigo. A Revoluo de 1914foi planejada pelo Governo Federal com o objetivode depor o Presidente do Cear Cel. FrancoRabelo. Com a vitria da Revoluo, Padre Cceroreassumiu o cargo de Prefeito, do qual havia sidoretirado pelo governo deposto, e seu prestgiocresceu. Sua casa, antes visitada apenas porromeiros, passou a ser procurada tambm porpolticos e autoridades diversas.

    Era muito grande o volume de

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  • correspondncias que Padre Ccero recebia emandava. No deixava nenhuma carta, mesmopequenos bilhetes, sem resposta, e de tudoguardava cpia.

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  • ENCONTRO COM LAMPIO

    Com respeito a Lampio, Padre Cceroencontrou-se com ele em 1926. Aconselhou-o adeixar o cangao, e nunca lhe deu a patente deCapito, como foi dito em alguns livros. Naverdade, Lampio veio a Juazeiro a convite doDeputado Floro Bartolomeu para ingressar noBatalho Patritico e combater a Coluna Prestes. possvel que ele tenha usado o nome do PadreCcero para tal, pois Lampio jamais recusariaum pedido de Padre Ccero. Dr. Floro no pdereceber Lampio e seu bando, pois j seencontrava no Rio de Janeiro para onde foradoente, chegando a falecer, coincidentemente, napoca em que o famoso cangaceiro visitouJuazeiro. Como insistia em receber a patente deCapito prometida por Dr. Floro, um dossecretrios de Padre Ccero (Benjamim Abrao),convenceu Dr. Pedro de Albuquerque Uchoa,nico funcionrio pblico federal residente emJuazeiro, a assinar um documento por elesmesmos forjados, concedendo a famigeradapatente, que tantos aborrecimentos trouxe aoPadre Ccero, a quem muitos escritores atribuema autoria.

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  • A verdade que, mais tarde, Dr. Uchoa foichamado a Recife para se explicar junto s forasarmadas sobre a concesso da patente, e ele,naturalmente temendo uma punio, noencontrou outra soluo seno atribuir tudo aoPadre Ccero, certo de que ningum seria capazde repreender aquele virtuoso e respeitadosacerdote. Quem conhece a ndole do PadreCcero sabe perfeitamente que ele seria incapazde praticar ato to abjeto.

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  • IMPORTNCIA

    Padre Ccero o maior benfeitor deJuazeiro e a figura mais importante de suahistria. Foi ele quem trouxe para Juazeiro aOrdem dos Salesianos; doou os terrenos paraconstruo do primeiro campo de futebol e doaeroporto; construiu as capelas do Socorro, deSo Vicente, de So Miguel e a Igreja de NossaSenhora das Dores; incentivou a fundao doprimeiro jornal local (O Rebate); fundou aAssociao dos Empregados do Comrcio e oApostolado da Orao; realizou a primeiraexposio da arte juazeirense no Rio de Janeiro;incentivou e dinamizou o artesanato artstico eutilitrio, como fonte de renda; incentivou ainstalao do ramo de ourivesaria; estimulou aexpanso da agricultura, introduzindo o plantiode novas culturas; contribuiu para instalao demuitas escolas, inclusive a famosa EscolaNormal Rural e o Orfanato Jesus Maria Jos;socorreu a populao durante as secas eepidemias, prestando-lhe toda assistncia e,finalmente, projetou Juazeiro no cenrio polticonacional, transformando um pequeno lugarejo namaior e mais importante cidade do interior

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  • cearense.

    Os bens que recebeu por doao, durantesua quase secular existncia, foram doados Igreja, sendo os Salesianos seus maioresherdeiros.

    Ao morrer, no dia 20 de julho de 1934, aos90 anos, seus inimigos gratuitos apregoaramque, morto o dolo, a cidade que ele fundou e adevoo sua pessoa acabariam logo.Enganaram-se. A cidade prosperou e a devooaumentou. At hoje, todo ano, religiosamente, noDia de Finados, uma grande multido deromeiros, vinda dos mais distantes lugares doNordeste, chega a Juazeiro para uma visita aoseu tmulo, na Capela do Socorro.

    Padre Ccero uma das figuras maisbiografadas do mundo. Sobre ele, existem maisde duzentos livros, sem falar nos artigos que sopublicados freqentemente na imprensa.Ultimamente sua vida vem sendo estudada porcientistas sociais do Brasil e do Exterior.

    No foi canonizado pela Igreja, porm tidocomo santo por sua imensa legio de fiisespalhados pelo Brasil.

    O binmio orao e trabalho era o seulema. E Juazeiro o seu grande e incontestvelmilagre.

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  • BIBLIOGRAFIA

    DELLA CAVA, Ralph. Milagre emJoaseiro.2a. edio. So Paulo, Editora Paz eTerra, 1985.

    FORTI, Maria do Carmo P. Maria de Arajo,a beata do Juazeiro. So Paulo, Edies Paulinas,1991.

    GUEIROS, Optato. Lampeo. 2a. edio.So Paulo, 1953.

    MENEZES, Ftima. Lampio e o PadreCcero.Recife, Universidade Federal dePernambuco, 1985.

    OLIVEIRA, Amlia Xavier de. O PadreCcero que eu conheci. 3a. edio. Recife, EditoraMassangana, 1981.

    SOBREIRA, Azarias. O Patriarca deJuazeiro. Petrplis, 1968.

    OUTRAS OBRAS DO AUTOR GRTIS PELAINTERNET

    Padre Ccero na berlindaPadre Ccero e a Educao AmbientalPadre Ccero na tica do prof. DanielWalkerComo Elaborar Trabalhos Escolares

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  • (Manual para estudantes de ensinofundamental e mdio)

    Pedidos pelo E-mail:[email protected]

    Outras Obras do autor sobre o Padre Ccero:O Pensamento Vivo de Padre Ccero,112p.Histria do Padre Ccero em Resumo,24p.Padre Ccero na Berlinda, 90p.Curiosidade Sobre Padre Ccero, 16p.Maria de Arajo, a beata do milagre deJuazeiro, 24p.

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  • Daniel WalkereBooksBrasil

    www.ebooksbrasil.orgDezembro - 1999

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