43
UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA FACULDADE DE CIENCIAS EXATAS E TECNOL6GICAS - FCET MONOGRAFIA APRESENTADA PELO ALUNO : JOSE MARCOS BROLESI CURSO DE p6s - GRADUAQAo - GESTAo AMBIENTAL E QUALIDADE DE VIDA BIODEGRADAC;:AO DE AGROTOXICOS ) CURITIBA - PARANA 2000

BIODEGRADAC;:AO DE AGROTOXICOS - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/BIODEGRADACAO-DE-AGROTOXICOS.pdf · de tecnologias apropriadas mostrou-se amplo, contudo 0 desenvolvimento

  • Upload
    doduong

  • View
    217

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: BIODEGRADAC;:AO DE AGROTOXICOS - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/BIODEGRADACAO-DE-AGROTOXICOS.pdf · de tecnologias apropriadas mostrou-se amplo, contudo 0 desenvolvimento

UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANAFACULDADE DE CIENCIAS EXATAS E TECNOL6GICAS - FCET

MONOGRAFIA APRESENTADA PELOALUNO : JOSE MARCOS BROLESI

CURSO DE p6s - GRADUAQAo - GESTAoAMBIENTAL E QUALIDADE DE VIDA

BIODEGRADAC;:AO DE AGROTOXICOS

)

CURITIBA - PARANA2000

Page 2: BIODEGRADAC;:AO DE AGROTOXICOS - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/BIODEGRADACAO-DE-AGROTOXICOS.pdf · de tecnologias apropriadas mostrou-se amplo, contudo 0 desenvolvimento

SUM ARlo

SUMARIO iii

RESUMO .. ...iv

1 INTRODU(:AO 01

EVOLU(:AO RECENTE DA PRODU(:AO E DO CONSUMO ... . 03

2REVISAO BIBLIOGRAFICA 25

2.1 Aspeclo Ecol6gico Microbiano ....

2.1.2 Bacterias ...

2.1.2 Fungos ...

2.2 Agrot6xicos ...

. 25

. 26

. 27

. 28

2.3 Proccsso de Biodcgrada<;8o 29

2.4 Proccsso de Bic - rcmedia.;ao 30

.. 31

3MATERIAL E METODOS 32

3.1 Area Gcogrilfica... . 32

3.2 Destino das Embalagens... . 32

2.5 Bio-reatores ....

3.3 Processo de Lavagem de Embalagens .32

3.4 Sistema de Lavagem ... . 33

3.5 Residua de Lavagem 33

3.6 Sistenla de Biodegradayao 33

3.7 Microorganismos Degradanles 33

4 CONSIDERA(:OES FINAlS .... . 35

5 CONCLUSAO ...

ABSTRACT ..

. 36

...37

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS 38

iii

Page 3: BIODEGRADAC;:AO DE AGROTOXICOS - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/BIODEGRADACAO-DE-AGROTOXICOS.pdf · de tecnologias apropriadas mostrou-se amplo, contudo 0 desenvolvimento

RESUMO

A presente monografia visa conhecer biosistemas que auxiliem na degrada~ao bio16gica

dos agrot6xicos, considerando-sc as interayoes ambientais c fisico-quimicas. 0 conhecimento

de tecnologias apropriadas mostrou-se amplo, contudo 0 desenvolvimento de melorlos

microbianos, para transformar molcculas quimicas, tern potencial nas complexidadcs de

rcac;ocs quimicas, conjuga9ao c dcgradayao. Os processos de biodegradattao e bio -

remediayuo sao ferramcntas biologicas que demonstram grande capacidade na aiterayl'io

molecular de contaminantcs, os quais podcm provocar poluiyao ambienta!.

iv

Page 4: BIODEGRADAC;:AO DE AGROTOXICOS - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/BIODEGRADACAO-DE-AGROTOXICOS.pdf · de tecnologias apropriadas mostrou-se amplo, contudo 0 desenvolvimento

INTRODUC;AO

A pesquisa cientifica voltada para a utiliza<y3o das substancias quimico - organicas como

defensivos agricolas foi iniciada na d6cada de 1920, mas s6 depois da Segunda Ouerra

Mundial tais produtos passaram a desernpenhar papel de crescente relevancia na agricuhura. A

procura de agentes quimicos apropriados a fms militares ucabou levando a sintese de

numerosos produLos organicos dOlados de propricdades biocidas e, portanto, passivcis de

utiliza~ao contra plantas e animais nocivos. No rastro dessas descobertas, oeorreu a introduyao

de um cicio de inova~oes primarias que alterou profundamcnte a tecnologia agricola,

especialmente nos Estados Unidos, onde a produtividade do selor primario foi pressionada

para cima pela elevay80 do pre90 da terra, a reduyao do contigente de mao-de-obra ocupado

no setor, a divcrsificay80 do consumo urbano eo aumcnto das exigencias relativas a qualidadc

e a aparencia dos produtos. Ao contrario do que ocorrera durante a recessao dos anos 30, a

elevada taxa de lucro dos agricultores abriu novos mercados para a industria quirnica,

cstimulando a introdu9ao das inova~ocs que vinham sendo gestadas havia longo tempo.

A fase de incerteza sobre a eficacia dos novos produtos fora superada pelo avanc;:o das

pesquisas com 0 ODT( na Suiya), com outros insetieidas organo-c1orados (na Alemanha) e

com herbicidas derivados do acido fenoxiacetico (na Inglatcrra), tornando possivel sua

prodw;:ao a preyos compativeis com a estrutura de custos enHio vigente na agricultura dos

paises mais adiantados. A lideranya das inovayoes ncssa area pertenceu desde 0 inicio as

grandes empresas do complexo quimico, a saber: LO. Farbeindustrie, Rhone-Poulanc e

Imperial Chemical Industries (na Europa), e Dow Chemical, Ou Pont de Neumors, Union

Carbide e Cyanamid (nos Estados Unidos).

o novo ramo industrial se estruturou e se expandiu em nivel mundiaI no comando de urn

proccsso de substituiyao dos produtos naturais ou inorganicos, ate entao usados como

defensivos agricolas, pelos produlos organossinteticos, produzidos em larga eseala e dOlados

de maior capacidade de ayao biologica, maior amplitude, maior potencia, qualidade mais

uniforme e ofen a mais ehistica. 0 ritmo de substituiyao das antigas rormas de combate as

pragas (que tambCm incluiam 0 controle bioJ6gico) pode ser verificado na figura I.

Page 5: BIODEGRADAC;:AO DE AGROTOXICOS - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/BIODEGRADACAO-DE-AGROTOXICOS.pdf · de tecnologias apropriadas mostrou-se amplo, contudo 0 desenvolvimento

Ao contrftrio dos produtos inorganicos, cujas matcrias-primas cram acessiveis mo

mercado, os sintclicos passaram a ser protegidos por urn sofisticado sistema de patentes e pela

pr6pria complexidade lecnol6gica de seu processamenlo. Assim, a introdw;:ao das inova~oes

primarias de que tratamos aqui foi acompanhada pelo surgirncnto de barreiras a entrada no

setor, que resultaram no aumento da concentra~ao econ6mica e financeira, ern beneficio das

empresas pioneiras.

Alcm de seu alto nivel de a~ao biol6gica, os defensivos organossinh~ticos traziam, como

caracteristica inovadora, maior capacidade de persistencia no ambiente, tomando possivel, por

longo tempo, 0 controle de pragas emergentes e de cspecies migrantes que tentassem

cstabelecer-se nas areas tratadas. No entanto. 0 uso continuado desses produtos logo

evidenciou que esta ultima caracteristica gerava importanles desequilfbrios nos ecossistemas,

pois, entre oulros cfeilOS. inter feria sohre os [alores reguladores do tamanho das diversas

popula~oes animais e vegctais prcsentes nas areas afetadas (ver "Desequilibrios biologicos e

contarnina~ao").

As altera~oes provocadas pela ayao dos defensivos sobre 0 meio agricola colocaram

novos problemas, cuja evidencia e importancia resultaram numa amplja~ao do mercado

potencial da industria que os produzia: tornava-se clara a existencia de urn amplo campo de

inova~oes secundarias, capaz de propiciar 0 desenvolvimento de novos produtos, cuja

demanda surgia exatamente no rastro da difusao dos primeiros defensivos organocJorados

lanyados comercialmente. Scja para enfrentar 0 surgimento de especies resistentes, seja para

diminuir os efeitos toxicos residuais, estabeleceram-se seqUencias compulsivas de inova~oes,

criando as condi~oes tecnicas e de mercado para a explora~ao da diferencia~ao de produtos

como instrumento privilegiado de competi((ao nesse ramo industrial.

Portamo, um intenso ritmo de introdu~ao de novos produtos tornou-se elemento basico

do progresso tecnico e da competi~ao no setor, cuja dinamica e em grande parte determinada

pclo pader de comando de algumas cmpresas sobre 0 ritmo c a direc;ao dessas inovac;oes.

Page 6: BIODEGRADAC;:AO DE AGROTOXICOS - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/BIODEGRADACAO-DE-AGROTOXICOS.pdf · de tecnologias apropriadas mostrou-se amplo, contudo 0 desenvolvimento

relativa de herbicidas e fungicidas) e houve nit ida modificayao no perfil de lmportacrao dos

componentes (figura 5 ). Ate esbarrar, em 1980, em uma retra~ao do mercado, a produyao

desses insumos experimentou rapida evoluyao, embora isso nao se lenha traduzido em uma

clara tendencia de menores compras no mercado internacional. No ent311to, deve-sc registrar

que, na paula de importacrocs do setor, as materias-primas passaram a ocupar lugar destacado,

redefinindo, mas nao elimin311do, nossa dependencia externa. Apesar de uma nitida evoluyi'io

percentual da parLicipayao da produy3o nacional do consumo interno, mostrada oa figura 6,

tambCm nao houve significativa transferencia de tecnologia.

A mudancra no perfil das importayoes, com aumento da compras externas de

materias-primas e diminuiyao relativa das compras de produtos lecnicos, trouxe vantagens

economicos ao pais. Comparando os allOs de 1970 e 1980, a figura 7 apresenta dois cenarios:

aquele que expressa a evolucrao efetiva da paula de importayoes do selor, e 0 que decorreria da

pura e simples extrapo1ayao do quadro inicial. Torna-se assim bast311te nit ida a economia

realizada pelo pais com a mudancra. Alem desse ganho imediatamente quanlificavei, deve-se

ievar em conta que a implantayao de urn novo scgmento industrial no pais traz beneficios na

gerayao interna de emprego e de renda, mesmo se ele e dominado por empresas estrangeiras. Eeste 0 caso dos defensivos: grupos nacionais dctinham apenas 24,8% do valor da produyao em

1982 (figura 8 ).

Page 7: BIODEGRADAC;:AO DE AGROTOXICOS - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/BIODEGRADACAO-DE-AGROTOXICOS.pdf · de tecnologias apropriadas mostrou-se amplo, contudo 0 desenvolvimento

t ACltOT6XICOS NO BRASIL, EM CONCENTllACAO T"ECNICA ( EM TONELADAS)

Ano ProdUl;ao Imporb14;fio Exporta~iio Consumo Ilparentc

1970 9.798 18.030 100 27.728

1971 10.823 26.535 700 36.658

1972 13.791 50.112 1.492 62.441

1973 18.648 45.410 1.900 62.158

1974 19.795 61.191 1.530 79.456

1975 22.441 39.659 1.508 60.592

1976 18.450 38.686 2.171 54.965

1977 31.364 39.736 2.367 68.734

1978 45.534 38.065 3.831 79.768

1979 53.902 36.228 10.140 79.990

1980 48.477 40.799 8.308 80.968

1981 45.814 23.555 10.000 59.369

1982 41.297 15.536 14.000 42.533

1983 45.375 10.805 21.790 34.390

1984 59.249 15.683 24.708 50.224

Fonte: COllselho de Desenvolvimento Industrial/ Ministcrio da Illdt'lstria e Comcrcio

2 VENDA DE DEFENSIVOS ACRiCOLAS NO BRASIL

JO- • Hcrbicidas• Inscticidas• Fungicidas

-!<~Q

"ot.;;~ 10-

1197) 1914 1975 1916 1917 1978 1919 191W 1981 1982 198) 19804

Foolr: Arwkf - AllOCi~;lo NaClon.a1 d( lkl,o'''ol A, •.,ol••

Page 8: BIODEGRADAC;:AO DE AGROTOXICOS - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/BIODEGRADACAO-DE-AGROTOXICOS.pdf · de tecnologias apropriadas mostrou-se amplo, contudo 0 desenvolvimento

3 VARIA<;;AO NO PRE<;;O REAL DE UMA TONELADA DE INGREDIENTE ATIVO

llRASIL

1i

! ".,~ .oJ,,1 '0-,"~

"'I,120-----~

10-:• Herbiddas :elnuticidas'• Fungicidas

A AGRICUL TURA AL TERNATIVA

Ocorre que a maioria dos agricullores possucm cnormes dificuldadcs financeiras, pois oa

agricllltura convencional, 0 agricuitor geralmcnte realiza lima scrie de despesas.

A agricultura alternativa tem demonstraclo a viabilidade econ6mica, pais possibilita aos

agricultorcs mellor uso e ate abandono de herbicidas, fungicidas, corretivos e fertiiizantes,

utili7...a os proprios inimigos naturais das pragas.

Do ponto de vista de contrale integrado, 0 defensivo agricola ideal scria aquelc que

aprcscntassc seletividadc compieta, isla e, atuassc apenas sabre os organismos que se deseja

combatcr, scm contaminar 0 Il1cio c agrcdir as demais espccics vegetais e animais. Alias,

tCllta~se hojc desenvolvcr cada vez maior nlllnero de produlos dirigidos especilicamentc contra

familias - e, se possivel, gcneros e cspccies - de predadorcs e parasitas. No entanto,

infelizmente, em varias culturas e rcgioes brasileiras 0 controle de pragas ainda nao

Page 9: BIODEGRADAC;:AO DE AGROTOXICOS - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/BIODEGRADACAO-DE-AGROTOXICOS.pdf · de tecnologias apropriadas mostrou-se amplo, contudo 0 desenvolvimento

incorporou 0 criterio de seletividade, ja presenle ern muilOS defensivos norrnalrnente

comercializados.

De modo geral, nao e grande 0 numero de casos consLaladosde fiLotoxicidadeprovocada

por inseticidas ou acaricidas quando empregados segundo os padroes de seguran~a definidos.

Mas sua utiliza~ao em conccntrayoes e1evadas, ou ern cpocas improprias, ou em nurnero

excessivo de aplicayoes, ou em forrnulayoes inadequadas ou ainda com equiparnento

contarninado, resuha efetivarnente em danos, muilos dos quais nao foram bern determinados.

A titulo de exemp]o, basta lembrar que, no Brasil, existem poucos trabalhos sobre altcra~oes

que inscticidas e acaricidas provocam nos processos fisiologicos das plantas. Tambem se

conhece pouco dos possiveis efeitos sinergislicos ou antagonicos que podem ser provocados

pela combinayao de componenLespresentes nos defensivos, 0 que mostra por si s6 0 perigo

dccorrente de uma pnilica roLineira entre nossos agricultores: a mistura rnais ou menos

aleat6ria de diferentes produtos, tendo em vista dirninuir 0 numero de aplic3yoes e conlrolar

sirnultaneamente diversas pragas e doenyas, reduzindo assirn os custos finais.

Os defensivos rnais modernos sao dOLadosde alta atividade biol6gica e apresentarn-se

sob fomms fisicas sofisticadas que, aliadas a tecnicas de aplica~80 adequadas, possibilitarn a

utilizayuo de pequcnas quantidades de ingredicnte aLivocom elevada eficiencia. Raramente

eles podem ser utilizados em sua forma originaL Os compostos quimicos que afetam os seres

vivos geralrncnte tern uma forma fisica inadequada para 0 uso em condiyoes de campo,

necessitando por isso sofTeruma prepara~ao especifica para permitir urna aplic8yao efetiva,

segura e econornica. 0 processo de transformay8o, chamado formulayao, envolve desde uma

simples mistura de ingredientes (veiculo e adjuvante, por exemplo) ate processos

fisico-quimicos rnais sofisLicados.No entanto. a mislura de formula-roes gera muilas vezes

uma incompatibilidade fisica entre os diversos componenles, criando serios problemas, como

a separac;ao de fase, a precipita-rao de ingrcdientes ativos, entupimentos nos bicos de

puiveriza-rao, danos as cuhuras e. como vimos, efeitos derivados do antagonismo ou do

sinergisrno.

Depois da decada de 1940, a industria de formula-roesexpandiu-se cm varios paises para

equacionar os problemas envolvidos na prepara~iio dos defensivos organicos sinteticos, entao

comcrciaiizados pela prirneira vez. No Brasil, a implanta-raoda industria de formulayoes data

Page 10: BIODEGRADAC;:AO DE AGROTOXICOS - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/BIODEGRADACAO-DE-AGROTOXICOS.pdf · de tecnologias apropriadas mostrou-se amplo, contudo 0 desenvolvimento

dos anos 50, mas as atividades de pesquisa e desenvolvimcnto s6 comc/yaram a tomar impulso

nos anos 70, corn a implanla~ao de urn parque industrial de produyao de defensivos.

4 SITUA<;::AO DA INousrRIA NACIONAl DE OEFENsrvos AGRiCOlAS EM 1984

(TONELAOAS OE PRINCiPlO ATIVO)

Praguicidas Capacidade instaladn I'rodm;ao nadonal Capacidade ociosa

Inscticidas 59.146 12.565 78,75%

Fungicidas 63.076 20.300 67,82%

Herbicidas 43.308 24.368 43,73%

Total 165.530 57.233 65,42%

Fonte: Andef ~ Associacao Nacional de Defcnsivos Agricolas

5 PERFil .. OA IMPORTA<;::AO DE DEFENSIVOS AGRiCOLAS E COMPONENTES (USSl.OOO

F.D.B.)

Produtos 1970 1975 1980 1982 1984

Produto tccnico 17,4 20,4 172,7 141,6 117,0

Materia -Prima 1,8 8,4 90,1 50,6 88,0

Produto forrnulado 17,3 93,0 25,4 5,5 0,2

Toh,1 36,5 121,8 288,2 206,8 205,2

Fontes: Andef - AssociaCao Nacional de Defensivos Agricolas e

Consclho de Desenvolvimento IndustriallMinisterio da Industria e Comcrcio

Page 11: BIODEGRADAC;:AO DE AGROTOXICOS - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/BIODEGRADACAO-DE-AGROTOXICOS.pdf · de tecnologias apropriadas mostrou-se amplo, contudo 0 desenvolvimento

6 PARTIc[PACAO PERCENTUAL DA I)RODU(:Ao NACIONAL NO CONSUMO APARENTE DE

DEFENSIVOS ACRicOLAS (PRINciPIO ATIVO)

Pragu icidas 1965 1970 1975 1980 1982 1984

Inset icidas 31,5 38,5 29,8 37,4 54,8 64,1

Fungicidas 35,3 76,6 82,9 81,7 86,4

I-Ierbicidas 4,3 55,6 67,5 68,5

Geral 23,5 35,2 36,1 61,8 70,0 74,3

Fontc: Andef - Associayao Nacional de Defensivos Agrieolas

7 I'RODUCAO NACIONAL E IMPORTACAO DE DEFENSIVOSACRiCOLAS

Produtos 1970 1980 Projc~iio para 1980*

ton (xUSS 10') ton (xUS$IO') ton (xUSS 103)

Produto h~cnico 979,7 69.221,5 3.421,0

nacional

Produto tecnico

importado

Materia -Prima

importada

Produlo fomlUlado 6.563,8 17.279,9 3.883,7 25.447,3 30.391,4 199.185,9

18.031,3 18.377,7 37.250,2 167.876,8 63.161,72 84.653,1

3.154,5 1.404,1 25.636,4 87.235,2 14.604,8 49.700,5

import.

Importat;ao total 37.061,5 280.559,3 533.539,5

Fonte: Ander - Associay1'io Nacional de Derensivos Agricolas e calculos do autor

C') Projcyiio para 1980 sc a estrutura produtiva sc mantivesse de acordo a de 1970.

Page 12: BIODEGRADAC;:AO DE AGROTOXICOS - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/BIODEGRADACAO-DE-AGROTOXICOS.pdf · de tecnologias apropriadas mostrou-se amplo, contudo 0 desenvolvimento

10

8 VALOR DA PRODUf;AO NACIONAL DE DEFENSIVOS AGRiCOLAS

(EM CRUZEIROS CONSTANTES DE 1983)

Emprcsas Nacionllis (x CrS 10") (x US$ 10') Pcrcentagcm

Defensa 2.618,5 14.599,1 7,3

Nortox 2.573,1 14.346,0 7,2

CNDA 1.385,6 7.725,2 3,9

Giulini Adolfomer 978,6 5.456,1 2,7

Casu Bernardo 592,0 3.300,6 1,6

Petrobnls 294,4 1.641,4 0,8

Sintesul 252,7 1.408,9 0,7

Outras 208,2 1.160,8 0,6

Total 8.903,1 49.638, I 24,8

Emprcsas Multinacionais (x CrS 10') (x US$ 10') Pcrccntagcm

RolUl and Haas (EUA) 7.503,1 41.332,6 20,9

Dupont (EUA) 3.522,8 19.640,9 9,8

Dow (EUA) 3.387,0 18.640,9 9,4

StaulTer (EUA) 2.713,8 15.130,5 7,6

Ciba Geigy (Sui~a) 2.269,8 12.655,0 6,3

Sandoz (Sui~a) 1.919,4 10.701,4 5,3

Shell (Inglaterra) 1.637,4 9.129,1 4,6

Bayer (Alemanha) 1.121,0 6.250,0 3,1

Elaneo (EUA) 959,1 5.347,4 2,7

ICI (Inglatcrra) 797,3 4.445,3 2,2

Basf(Alemanha) 591,8 3.299,5 1,7

Union Carbide (EUA) 259,1 1.444,6 0,7

3M (EUA) 193,8 1.080,5 0,5

Cyanamid (EUA) 132,5 738,7 0,4

Total 27.007,9 150.579,3 75,2

Page 13: BIODEGRADAC;:AO DE AGROTOXICOS - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/BIODEGRADACAO-DE-AGROTOXICOS.pdf · de tecnologias apropriadas mostrou-se amplo, contudo 0 desenvolvimento

II

Ate cnHi.o, as cmprcsas do setor estavam voltadas para a importw;:ao e comerciaiiz3r;ao

de produtos tecnicos e de formulados. Hoje, as atividades de pesquisa e de desenvolvimento

cncontrarn-se concentradas em maos de empresas privadas; predominantcmentc estrangeiras,

que, no mais das vezes, se limitam a adaptar preparayoes, desenvolvidas no exterior, adisponibilidade local de materia -prima. A pesquisa por parte de instituir;oes oticiais ainda e

earente e limitada, 0 que, entre oulros fatores, dificulta 0 desenvolvirnento de novas

tecnologias e a difusao de informar;oes entre os agricultores.

o estudo do equillbrio entre diversas especies que coexistem num mesmo rueio japermite considerar promissorcs novos mCtodos que, ao contnirio do controle quimico,

admitem a convivencia com certos niveis de populac;ao de pragas, mas as impedem de

inviabilizar as culturas exatamente por causa do mancjo de seus inimigos naturais. Ainda ha

muito a fazer para generalizar e garantir a eficicncia de tais metodos em condic;oes de campo,

mas ja se pode considerar 0 controle biologico como urn dos principais componentes de

qualqucr programa de manejo integrado dc pragas. Apcsar do pequeno numero de

pesquisadores brasileiros envolvidos nessa area, bern como da falta de conhecimentos sobre a

identificaryuo taxonomica e as tecnicas de criaryao e prodw;ao de predadores, parasitoides e

entomopatogenos, ja se conseguiu aqui certo numcro de cxpcriencias comparaveis as melhores

do mundo. Sao excmplos 0 controle da broca da cana-de-aryucar (vcr Ciencia I-Toje n 0\5, pag.

10),0 dos pulgoes do trigo (vcr Ciencia Hoje n 017, pag.5\), 0 de pragas desfolhadoras do

cucalipto,o das cigarrinhas das pastagens e 0 da lagarta da soja.

Outra possibilidade intcressante e a do uso, como defensivos agricolas, de produtos

naturais, isto e, aqueles resultantes do metabolismo sccundario das plantas, animais e

microorganismos. Nao se trata de novidade: os rotenoides, as piretrinas e as nicotinas ja foram

uti!izados, no passado, com esse fim. 0 advento de tecnicas modernas permite a modificaryao

quimica desses produlos antigos (para aumcntar sua eticiencia) e a descoberta de novos, como

e 0 caso dos antibioticos produzidos por microorganismos e usados contra bacterias e [ungos.

Outro caminho, quase incxplorado no Brasil, e a tentativa de sintese de produtos que atuem

sobre os proprios mecanismos de resistencia das plantas e, desta forma, combatam

indiretamente palogenos ou pragas. Tudo isso esta praticamente por ser feito. A excec;ao mais

notave!, entre nos, na area de estudos com produtos naturais e 0 trabalho que visa a obter,

Page 14: BIODEGRADAC;:AO DE AGROTOXICOS - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/BIODEGRADACAO-DE-AGROTOXICOS.pdf · de tecnologias apropriadas mostrou-se amplo, contudo 0 desenvolvimento

12

atraves de fermentac;uo utilizando Bacillus thuringiensis, uma prcpara9ao contra lagartas e

iepid6pteros.

Nos paises em que os agrotoxicos foram usados de forma intcnsiva e crescentc ao 10ngo

dos ultirnos 40 aIlOS, a maior parte dos recursos disponiveis para a pesquisa agricola [oi

alocada Ila busca de variedades mais produtivas. A questao da resistencia ao assedio de pragas

e docn~as foi deixada por conta do controle qufmico, criando urn situay30 que nao pode ser

revertida de uma hora para outra. A falta de tecnicas alternativas segura para a maioria das

culturas e a nccessidade de cxpansao da prodw;:ao agricola permitem conduir que 0 Brasil

dcpendeni por muita tcmpo do uso de defensivos. Estao, portanto, Ila ordem do dia a

necessidade de cuidadosa avaliayuo de seu impacto sobre 0 meio ambiente, a revisao da

lcgislayao existente e 0 incentivo it pesquisa agricola, seja para aprirnorar as tecrucas de uso

desses produtos, seja para buscar soluyoes alternativas, seja para garantir a difusao de

informa~oes sobre os principais erros cometidos pelos aplicadores, os riscos que cada produto

apresenla, os equipamentos necessarios, os sinlomas de intoxicayao e os antidotos para cada

caso.

PERIGO SA FAMiLIA

A designayao ja inaugura a polemica: ecologistas e defensores do meio ambiente falam

agrot6xicos, enquanto as industrias produtoras usanl a expressao "defensivos agricolas". Que

substancias sao essas, Hio discutidas ultimamente?

Agrotoxicos, defensivos agrfcolas, praguicidas, pesticidas e ate biocidas sao

denomina~oes dadas a substancias quimicas, naturais ou sinteticas, destinadas a matar,

controlar ou combater de algum modo as pragas, no sentido mais amplo: tudo aquilo que

ataca, lesa ou transmite enfermidade as plantas, aos animais e ao homern. Adotando-se essa

defini~ao, arrolam-se entre pragas: insetos, carrapatos, aracnideos, roedores, fungos, bacterias,

ervas daninhas ou qualquer outra fonna de vida animal ou vegetal danosa a saude e ao

bem-estar do homem, it lavoura, it pecllaria e sellS produtos e as outras materias -primas

alimentares. Por extensao, incluem-se nesta categoria os agentes desfolhantes, os dessecantes e

Page 15: BIODEGRADAC;:AO DE AGROTOXICOS - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/BIODEGRADACAO-DE-AGROTOXICOS.pdf · de tecnologias apropriadas mostrou-se amplo, contudo 0 desenvolvimento

13

as substancias rcguladoras do crescimento vegetal. Excluem-se as vacinas, os medicamentos,

os antibi6ticos de uso humane e veterinario c os agentes usados para 0 controle biol6gico das

pragas.

rOTque subslfmcias usadas, nos tennos da propria defini~ao, para proteger 0 homem, os

animais e as plantas tornaram-se alvD de veementc condenar;ao? Antes de tentar responder, ou

mesmo entender a questiio, e necessaria conhecer um poueo da historia dessas substancias.

Em 1874, Othrnar Zeidler sintetizou urn composto organico, 0 DDT, mas 56 em 1939

Paul MOlier descobriu suas propriedades mseticidas. Pela impoflancia da descoberta e sua

posterior aplicar;ao no combate a mosquitos transmissores de docm;as, Muller Teecbeu 0

Premia Nobel de Quimica em 1948. 0 DDT foi 0 primeiro inseticida sintetico dorado

organico. Dois anos dcpois da descoberta de Muller, coube ao quirnico alemao Schrader

sintetizar, em plena Segunda Guerra Mundial, 0 composto fosforado organico denominado

Schradan, destinado a ser usado como gas de guerra. 0 uso previsto nao chegou a ocorrer,

mas, com 0 nome de OMPA, 0 composto foi posterionnente comereializado como inseticida

agricola.

Apos a guerra, a industria, espccialmente no campo da quimica, teve grande

desenvolvimento c, com cia, os inseticidas sinteticos. l-iojc, no Brasil, na forma de mais de 300

principios ativos e mais de 4.000 produtos comerciais, os praguicidas tern utiliza\yao cada vez

mais amp la, tanto na agricultura como na saude publica, e sem duvida ja se incorporaram ao

nosso dia-a-dia.

Todos os praguicidas sao substancias toxicas, podendo sua utilizar;:ao oferecer ou nao

perigo para 0 ser humano. A seguranya que se pode ter em seu uso esta diretamente

relacionada com a toxicidade do composto. 0 grau de contamina\yD.o e 0 tempo em que se fica

exposto a ele durante a aplicayao. Produtos considerados pouco toxicos, como os piretroides

de uso domestico, nao sao necessariamente in6cuos quando utilizados continuada e

diretamcnte sobre seres humanos.

Consideramos, portanto, que 0 principal problema acarretado pelos praguicidas e sua

utiiizar;:ao indiscriminada, sem qualquer preocupacyao com a seguranr;:a. Esta nao se deve

limitar aos que os aplicam, mas estendcr-se a lodos, desde os openirios da industria que os

fabricam ate a popuia\yao em geral, consumidora de produtos em que foram aplicados. Para

Page 16: BIODEGRADAC;:AO DE AGROTOXICOS - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/BIODEGRADACAO-DE-AGROTOXICOS.pdf · de tecnologias apropriadas mostrou-se amplo, contudo 0 desenvolvimento

14

garanlir 0 nlvel desejavel de scguranrra e necessaria avaliar, no toeantc a utilizarrao de cada

produlo, a rclar;ao riscolbenencio. Nos meios cconomicos e politicos, essa expressao tern side

utilizada para justiticar 0 uso abusivo dos praguicidas em prol de uma maior produr;ao de

aliment os. Do ponto de vista social, ha que encarar essa pastura com espirito critico, e ja se

formularam algumas perguntas sabre 0 sentido dessa expressao: significa cia beneficio para a

saude da populacrao versus risco para sua saude? Ou ainda beneficia economico para a

industria versus risco para a saude da popuiarrao?

Seja qual for 0 significado da expressao rcarrao riscolbeneficio, naD M duvida de que

compete aos orgaos govcrnamcntais disciplinar a utilizar;ao dessas substancias e impor-Ihes os

limites cabiveis. Com que fundamentos podem decidir, entretanto, se a legislayao federal em

vigor sobre 0 assunto, de 1934, e anterior a descoberta das propriedades inseticidas do DDT,

marco inaugural na hist6ria dos praguicidas modernos? Por outro lado, a legislayao que proibe

o uso dos organoclorados, recentemente aprovada. continua sem regulamenta~ao.

Em face da inopedincia do govemo nas ultimas decadas, de uma Iegislayao falha e da

inexistencia de fiscaliza~ao, as industrias, em sua maioria multinacionais, passaram a disputar

o dominio de um mercado que representa quase urn bilhiio de d6Iares anuais: s6 COl 1983,

consumiram-se no Brasil mais de cern rnilhoes de quilos de praguicidas.

Cabe ainda considerar que essas subsrancias nao apresentam especifieidade para

determinada praga. Assim, raticidas nao matam s6 ratos, mas qualquer outro animal. Os

inseticidas, alcm dos illSelos nocivos, climinarn insetos uteis e ou{'ros invertebrados, alem de

peixes, animais silveslres e domesticos e ate 0 homem: muitos sao extremamente t0xieos,

bastando poueas gOlas para matar urn aduho. Outr05, alem de t6xieos, siio poluidores do

ambicntc: persistem no solo por dezcnas de anos c, poslcriormentc, acumulam-se no hornem c

em outros anima is.

Quase scm pre a toxicidade desses produtos e avaliada com base na dose letal 50%

(DLso), como 1110straa tabela I. Esse criterio is insuftciente, pois s6 informa a toxicidade aguda

de uma substaneia quimica sobre detcrminada espeeic animal, deixando de indicar possiveis

altera~oes quc possam decorrer da exposilYao mais prolongada a cia, com a abson;:ao

continuada de pequenas doses. Tampouco [omcce inforrnayoes sobre riscos de lesao ern

orgaos especifieos ou sobre possiveis efeitos mutagenicos, tcratogenicos, careinogenicos,

Page 17: BIODEGRADAC;:AO DE AGROTOXICOS - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/BIODEGRADACAO-DE-AGROTOXICOS.pdf · de tecnologias apropriadas mostrou-se amplo, contudo 0 desenvolvimento

15

neurotoxicos e comportamentais. De fato, ainda se conhece muito poueD sobre a real

toxicidade dessas substancias, principalmcnte como possiveis agentes de intoxic3yoes

cronicas.

A contaminayao humana por praguicidas se da de duas fomlas, direta e indireta. A

prime ira C conseqUencia da exposiyuo em que se mantem os openirios das industrias de sintese

ou da manipulayao dessas substancias por aqueles que as aplicam (agricultores, operadorcs de

fumas de dcsinsetizayao e funciomirios de campanhas de saude publica). A forma indircta

resulta da exposiyao do conjuI11o da popu\ayao aDs praguicidas, seja por causa de acidentes,

seja peJa contaminayuo do ambiente por residuos industriais au em conseqUcncia de aplicayoes

pOlleo criteriosas dessas substancias.

As estatisticas do Centro dc Controle de Tntoxicayoes da Universidade Estadual de

Campinas (Caixa Postal 6142, CEP 1301, Campinas), rnostradas na tabela 2, coincidem com

as apresentadas pcla maio ria dos centros de intoxicayao ligados ao Sistema Nacional de

Informayoes Toxicofarmacologicas do Ministcrio da Saudc, onde 30% dos casos atendidos sao

de intoxicayuo por agrotoxicos, de uso tanto agricola como domiciliar.

as principais agenles de intoxicayao entre os praguieidas sao os inseticidas, quer os dc

uso na agricuhura, quer os cmpregados em ambientes dornesticos e pubicos. Quimicamcnte,

podcm ser c1assificados em tres grandes grupos: os organo-c1orados; os inibidores da

colinesterase ( fosforados organicos e earbamatos); as piretrinas naturals e sinteticas.

1 CLASSlflCACAO TOXICOLOGICA

SubsHincias quimicas DLso oral (mg/kg) Doses leta is para 0 homcm

Extremamente toxicas algumas gotas

Altarncntc toxicas 5-50 algumas gotas a 1 eolher de eha

Medianamcntc t6xicas 50-500 I colher de eha a 2 colheres de sopa

Pouco loxieas 500-5.000 2 colheres de sopa a 2 copos

Levemente loxicas 5.000 2 copos a 1 litro

Page 18: BIODEGRADAC;:AO DE AGROTOXICOS - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/BIODEGRADACAO-DE-AGROTOXICOS.pdf · de tecnologias apropriadas mostrou-se amplo, contudo 0 desenvolvimento

16

Entre os inSelicidas organicos sinteticos, os que mais pcrsistem no mcio ambienle sao as

organo-clorados. Alguns chcgam a permanecer no solo par mais de tres decenios apcs a

aplica~ao. Par isso, e porquc as iosetos come~aram a desenvolvcr resistcncia a eles, esses

produtos vern sendo abandonados, ja tendo sido banidos da Alemanha, dos Estados Unidos e

de outfOS paises. Os principais compostos do grupo dos inseticidas organo-clorados sao:

aldrin, dieldrin, endossulfan, endrin, canfeclor, clordano, DDT, heptacloro, lindane, mirex.

DOD, metoxicloro e BHe.

Os inseticidas organo-clorados sao absorvidos par via oral, respiratoria e dermica. Seu

mecanismo de 39ao nao c intciramente conhecido, sabcndo-se que atinge 0 sistema nervoso,

tanto 0 periferico com 0 central. Sendo lipossoluveis, esses compostos e seus produtos de

dcgradac;:ao depositam-sc na gordura animal, inclusive a humana, sendo conseqUentemente

cumulativos, isto c, a cada cxposic;:ao, maior quantidade se acumula no tecido adiposo. Varios

trabalhos demonstraram a cxistencia de relac;:ao dircta entre a ingestao de organo-clorados e

modificac;:oes genelicas, bern como 0 potencial cancerfgeno desses compostos. Capazes de

atravessar a placenta, sao, adcmais, potencialmente teratogenicos.

Na agricultura, os inseticidas organo-clorados silo ampiamente utilizados, 0 que causa

danos irrevcrsiveis ao meio. Produtos como 0 BHC e 0 DDT tambCm tiveram grande

aplicacrao em ambientes domcslicos ("dedetizar" virou verbo e cnlrou no dicionario). 0 BHC,

cuja comercializaryao roi proibida no Brasil no inicio de 1983, continua scndo livremente

vendido. Por diversas vezes, produtos agropecuarios brasilciros dcstinados a exportac;:ao foram

rejeitados por oulros paises em raziio do excesso de organo-clorados que continham. Isso

aconteceu com carne enlatada enviada para os Estados Unidos, queijo exportado para 0

Canada e soja para 0 Japao.

A prescflrya de organo-clorados, principalmeflte SHe e DDT, tern tambCm sido

defcctada no leite humano. Vale pondcrar, contudo, que isso nao c urn impeditivo da

amamentayao, uma vez que as crianc;:as brasileiras nascidas nos ultimos 20 anos certamente ja

trouxeram DDT no sangue e na gordura. Nos paises onde csses produtos foram proibidos, ja se

pode conslatar reduc;:ao significativa desses compostos no sangue e fla gordura humanos.

o uso dos organo-clorados em ambientes publicos e domesticos e proibido, com a (mica

excecrao do emprego do BI-Ie em campanhas de erradica~ao da malaria e da doencra de

Page 19: BIODEGRADAC;:AO DE AGROTOXICOS - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/BIODEGRADACAO-DE-AGROTOXICOS.pdf · de tecnologias apropriadas mostrou-se amplo, contudo 0 desenvolvimento

17

Chagas. Na tentativa de cvitar ate mesmo essa aplica9ao, inlensificam-sc as pesquisas em

busca de inseticida alternat ivos, menos toxicos. Nossa opiniao, contudo, C que nenhum novo

inscticida resolvent 0 problema dessas endemias, scm duvida de canhcr economico - social.

Apesar da proibic;:ao, muitas firmas de dcdetizac;:ao de ambientes continuam a usar esses

produtos em aplicac;:oes domiciliares, em razao de sua persistencia no amhiente. Problemas

graves tern resuhado desse uso abusivo, inclusive porque nao ha. antidotos especificos para as

intoxicm;oes por organo-clofados. 0 tratamcnto visa hasicamente amenizar os sintomas e

manter 0 paciente vivo, procurando dar tempo ao organismo para que elimine 0 inseticida.

2 CASOS DE INTOXICA<;AO ATENDIDOS NO CCI DE CAMPINAS (JAN/84 A .IUN/85)

Praguicidas NUde casos %

Inseticidas

Organo-clorados 141 23,8

Organofosforados 255 43,1

Carbamalos 74 12,5

Piretrinas e piretroides 26 4,4

I-Ierbicidas 18 3,0

Outros (fungicidas, formicidas etc.) 78 13,2

Total 592 100,0

Os fosforados organicos, all organofosforados, c os carbamatos, tambem conhecidos

como inibidorcs da acctilcolinesterase, sao as inscticidas mais utilizados. Absorvidos pelas

vias dcrmica, digesliva e respiratoria, sua toxicidadc e varia veL Os efeitos que produzem sao

atribuidos principalmente a inibiryao, no organismo, da enzirna acetilcolincstcrase, 0 que

provoca uma acumula<;:ao de acetilcolina, importanle transmissor de impulsos nervosos, au

neurotransmissor. Com isso, 0 runcionamcnto de giandulas, musculos c do sistema nervoso -

inclusive 0 cerebro - c alterado. Tanto os organofosforados como os carbamatos causam

intoxicac;oes agudas graves. sendo provavelmente, entre os inseticidas. a maior causa de

Page 20: BIODEGRADAC;:AO DE AGROTOXICOS - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/BIODEGRADACAO-DE-AGROTOXICOS.pdf · de tecnologias apropriadas mostrou-se amplo, contudo 0 desenvolvimento

18

6bitos. Os carbamatos se difercnciam dos fosforados por tcrem uma ac;ii.o de inibiy3.o da

aceti\coiineslerase bern mais curta, em razao da rapidez de sua metabolizay3.o.

Numa abordagem preliminar, 0 programa de Vigihincia Epidemiol6gica de Pesticidas

(Vepctox), implantado pelo Departamento de Medicina Preventiva e Social da Faculdade de

Ciencias Medicas da Unicamp, tern encontrado, entre os trahalhadorcs rurais examinados,

20% intoxicados per inseticidas inibidores de acetilcolinesterase. lncidencia igual tern side

constatada em outros locais do pais.

Essa c1asse de inseticidas e freqUentemente utilizada em residcncias, causando muitas

vezes graves acidentes. Ha poueo, wna empresa de dcdetizac;ao aplicou, em pn!dio do serviyo

publico federal no Rio de Janeiro, 0 inseticida paration, extremamente toxico. Ocorreram

varios casos de intoxicayao e p predio teve de ser interditado. Apos 40 dias e v<irias lavagens,

ainda se encontraram no local residuos do inseticida, que podem permanecer no arnbiente ate

seis mescs.

Os organofosforados provocarn ainda alguns efeitos retardados, como paralisia por

desmiclizayao de nervos perifericos. Recentemente, relataram-se casos de alterayao d

musculatura cardfaca. Alguns carbamatos, em especial os ditiocarbamatos, provocam reayoes

alergicas cutaneas e causam neoplasias em animais de laboratorio.

As piretrinas, os unicos inseticidas naturais ainda em uso, sao esteres extrafdos de flores

do genero chrysanthemum. Ha tambem piretrinas sinteticas, mas, quando naturais, sao

instaveis a luz e por isso em efeitos residua is, nao se prestando ao uso na agricultura. Nos

ultimos anos vern sendo desenvolvidas varias classes de piretrinas sinteticas, os piretroides,

bastante estavcis a luz c portanto usaveis tambem na agricultura. Os piretroides tern elevada

toxidadc aguda para os mamiferos, que os absorvem por todas as vias.

Piretrinas e piretroides sao subsUincias alergizantes e desencadeiam rreqUentemente

epis6dios de asma ou bronquite em crianyas. Sao os inscticidas mais usados em ambientes

domesticos, na forma de sprays ou em aparelhos onde, num pequeno aqueccdor ligado atomada, insere-se urn tablete ou uma pasta com a substancia, que e gradativamente liberada.

Postos no quarto de dormir, de noite, esses dispositivos ocasionam a inalayao continua do

inseticida, costume que tern originado diversos problemas, po is inseticidas nao devcm ser

utilizados em ambientes em que estejam pessoas ou animais. 0 mecanismo de ayaO dessas

Page 21: BIODEGRADAC;:AO DE AGROTOXICOS - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/BIODEGRADACAO-DE-AGROTOXICOS.pdf · de tecnologias apropriadas mostrou-se amplo, contudo 0 desenvolvimento

19

substancias na~ c conhccido, mas tudo indica que elas combinam dois tipos de a~ao, urn sebre

o sistema nervoso central, Dutro sobre 0 periferico, 0 que as torna capazes de produzir

convulsoes e paralisias.

3 CLASSIFICAc;:AO DOS PRINCIPAlS PRAGUICIDAS QUANTO ATOXICIDADE AGUDA

Inseticidas organo-c1ofadosDodccac1oTO (mirex), DOD, metoxicloroSHe, canfeclor, DDT, heptacloro, lindaneAldrin, dieldrin, endossulfan, endrin

Inscticidas organofosforados

Bromof6s, melation, tetracloroinfos, triclorfornDiazinon, diclorvos, dimctoato, fentratian, fentianAnzinf6s etilico carbofenation, dicrotofos, dioxation,dissulfoton, Endotion, EPN, forato, fosfamidon, mevinf6s,monocrolof6s, Paralion ctilico, paralicn metilico, TEPP

Inseticidas carbamatos CarbarilDioxacarb, mobam, propoxurAldicarb, carbofurant, metomil

Inseticidas piretroidesAletrina, bioresmetrina, cimestrina, cypermetrina,deltametrina, Permetrina, resmctrina, tetramclrina

Acaricidas

Fungicidas

Clorbenzida,c1orfenctol, c1orfenson, c1orobcnzilato, dinocap,enxofre, mitol, omile, propineb, moreslanBinapacril, clordimeformc, dicofol, dinobuton, plictran,Polissulfeto de bario. tetradifonDitiocarbamatos, sais de cobreDitiocarbamatos, tiram compostos mercuriais organicos

Herbicidas

Ametrina, atrazina, bromacil, carbutilato, eJorato de sodio,dalapon, Dicamba, diuron, picJoram, simazina, tricJoroacetatode sodioBentiocarb, 2-4D, dazomel, diquat, 2,4,S-T, swepArsenio de sOdio, dinitro-orto-cresol, dinoseb. paraquat,Pcntaclorofcnol, pcntaclorofenato de s6dio

Raticidas

Cila vermelha, cumacJoro, curnafuril, cumatetralil,norbormida, cumafeno, pindonaCiancto de calcio, fluoraeetato de sodio, fluoraeetamida,Fos[eto de zinco, fosforo branco, sulfuto de ullio

Page 22: BIODEGRADAC;:AO DE AGROTOXICOS - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/BIODEGRADACAO-DE-AGROTOXICOS.pdf · de tecnologias apropriadas mostrou-se amplo, contudo 0 desenvolvimento

20

Os herbicidas tern sido ampiamente utilizados nos ultimos aoos em substitui~ao a capina

medinica fla agricultura, ferro vias e vias publicas. Os mais importantes sao: 0 paraquat, 0

clorofen6xis e os dinitrofen6is.

o paraquat, cujo principal produto comcrcial e 0 Gramoxonc, e extremamente taxieD. A

ingestao de dois gramas, 0 que corrcsponde a dcz mililitros do produto comercial, ja esuficiente para determinar grave intoxicayao. A merte pode sobreviver urn a tres dias apos a

ingeslao de 50 mililitros (1/4 de copo). As intoxicac;5es por paraquat sao scmprc dramaticas e

a maioria dos atingidos [alece sele a dez dias apos a exposic;ao. A subsui.ncia detennina lesoes

\ocais, renais, e se concentra nos pulmoes, cnde causa fibrose irreversivel. A maioria dos

lratamentos empregados ate hoje moslrou-se ineficiente, tendo sido quase sempre impossive!

evitar a morle dos pacientes. Algumas experiencias recentes, corn uso de imunodepressores,

pareccm ler apresentado resultados urn pouco melhores.

Esses produtos tern sido muito utilizados, tanto na agricuhura como em vias publicas. 0

paraquat e um herbicida de contato, portanto nao seletivo, malando tanto crvas daninhas como

quaisqucr outras plantas com que entre em contato.

Os dois principais representantes do grupo do clorofen6xis sao 0 acido 2,4

diclorofciloxiacetico (2,4-D) e 0 acido triclorofenoxiacetico (2,4,5-D. Diversos outros

derivados do 2,4-D e do 2,4,5-T tambCm sao utilizados como herbicidas. Sao produlos

bastante t6xicos, que podem provocar uma serie de disturbios digestivos, neuro16gicos e

museu lares.

Os derivados do clorofen6xis pcrsistem no meio ambiente e sua absoryao quase sempre

se dft por via oral, podendo ocorrcr por malayao. Ate pouco tempo atras, foram consideradas

rcsponsaveis por graves lewes nas populayoes expostas. Posteriormente, verificou-se que as

mesmas resultavam de um contaminanle, a dioxina. ESla e uma das mais t6xicas substancias

conhecidas, e sua DLso para mamiferos e rnedida em micrograrnas por quilo. A dioxina ebastante estavel, e sua vida media no solo chega a rna is de urn ana. E teratogenica, felieida e

cancerigena, alem de causar disturbios cutancos. 0 "agentc laranja", utilizado pelos

nortc-amcrieanos no Vietna como arma de guerra, e uma mistura de 2,4-D e 2,4,5-'1',

cOl1taminada com dioxina, que esteve presenlc em acidentcs como 0 de Seveso, na Italia. No

Page 23: BIODEGRADAC;:AO DE AGROTOXICOS - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/BIODEGRADACAO-DE-AGROTOXICOS.pdf · de tecnologias apropriadas mostrou-se amplo, contudo 0 desenvolvimento

21

Brasil, os clorofcn6xis sao vendidos livremente como herbicidas c h<i denuncias de seu uso

mac it:;oem Tucurui, oode morrcram animais e pessoas.

Os dinitrofen6is e 0 pent8clorofenol sao utilizados como herbicidas, acaricidas,

fungicidas e inseticidas. Absorvidos por vias respiratoria, oral e dermica, causam alterat:;oes oa

rcspirac;:ao ceiuiar, provocando a elevac;:ao da temperatura cop6rea. Esse fato, associado a

ouLros sintomas que podem se manifestar, como nituscas, vomitos e aiterayao da cor da urina,

pcrmite que as intoxicac;:oes com essas substancias sejam confundidas com patologias d

origem infecciosa.

o pentac]orofeno] c usado sobretudo como conservante de madeira. Recentemente ficou

conhecido como "po da China" e causou varias mortes no Rio de Janeiro entre opcnirios que 0

transportavarn. 0 produto tern tambern sido considerado causador de cancer no horncm.

Outras substancias, relacionadas nas tabelas 3 e 4, tambcrn eausadoras de problemas asaude, sao livrcmente comercializados no Brasil. Algumas foram legal mente banidas, mas

continuam acessiveis. Ha pouco tempo, tivemos contato com provaveis casos de intoxica~ao

por fungieidas mercuriais em plantadores de tomate, muito embora os derivados do mercurio

tcnham sido proibidos no pais hoi. muitos anos.

o uso de inseticidas, raticidas e baraticidas banidos e tambcm urna constante em

ambientes domiciliarcs. 0 arsenio, proibido por nossa Icgisla~ao, e dos raticidas mais

utilizados, sendo cncontrado a venda ern quase todas as eidades brasileiras. Alem dos

problemas relatados, todas cssas substancias causam serios danos ao meio ambicnte, e seu uso

indiscriminado, muitas vezes eriminoso, tem causado a perda de vidas humanas e anima is.

o mais sensato scria rccorrer aos metodos natura is. procurando conhecer melhor a

biologia dos iOSCIOS,ervas daninhas e roedores para melhor combah~-Ios. As baralas, por

exemp)o, s6 procriam e vivem em arnbienles sujos, umidos, escuros, e penetram nas

rcsidcncias geralmente pclos ralos. Porque tIDOcolocar tclas nos ralos? E tam bern necessario

eoibir a propaganda enganosa, que apresenta os praguicidas para uso agricola e sobretudo os

destinados ao uso domestieo como substaneias inofensivas e atoxicas.

A incrementa~ao de programas de vigilancia epidemiologiea de pesticidas, que integrcm

os diversos profissionais envolvidos, como medicos, agr6nomos e sanitaristas, com efetiva

Page 24: BIODEGRADAC;:AO DE AGROTOXICOS - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/BIODEGRADACAO-DE-AGROTOXICOS.pdf · de tecnologias apropriadas mostrou-se amplo, contudo 0 desenvolvimento

22

participm;ao dos agricultores e da populac;ao em geral, sera sem duvida fundamental para 0

equacionamento definitivo do problema.

4 AeDES OU LESDES CAUSADAS POR PRAGUICIDAS NO HOMEM

Lesocs hepilticas

elnseticidas organo-clorados

Lesoes rena is

elnseticidas organo-clorados

e Fungicidas fenil-mercllrios

e Fungicidas metoxi-etil-mercurios

Neurite perifcrica

elnseticidas organofosforados

e Herbicidas clorofenoxis (2,4,5- T)

Ac;ao ncurotoxica retardada

elnselicidas organofosforados (Ieptofos ou Phosvel e EPN)'"

e Desfolhantes (DEF e merfos ou Folex)

Atrofia testicular

e Fungicida tridemorfo (CaliximO

Estcrilidllde masculina por oligospermia

eNemeticida diclorobromopropano (DeBP ou Nemagon)'"

Cistitc hemorragica

e Acaricida c1ordimeforme (Galecron ou Fundal)**

Hipcrglicemia ou diabctcs transitoria

e Herbicidas clorofenoxis (2,4,-D c 2,4,5-T)

Hipcrtcmhl

e Herbicidas dinitrofenois e pentaclorofenol

Pncumonitc c fibrose pulmonar

e Herbicida paraquat (Gramoxone)

Page 25: BIODEGRADAC;:AO DE AGROTOXICOS - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/BIODEGRADACAO-DE-AGROTOXICOS.pdf · de tecnologias apropriadas mostrou-se amplo, contudo 0 desenvolvimento

23

Diminuh;iio das defesas organicas pcla diminui~ao dos linf6citos imunologicamente

compctcntcs (produtorcs de anticorpos)

•Fungicidas trifcnilwcstanicos (Duter e Brestan)

Rca'Yoes de hiperscnsibilidadc (urticaria, alergia, asma)

elnseticidas piretroides e outros praguicidas

Tcratogcncsc

•Fungicidas mercuriais

• Dioxina (contaminante presente no herbicida 2,4,5-T)

Mutagcncsc

•Herbicida dinitro-orto-cresol (DNOC)

•Hrbicida trifluralina (Treflan)

elnseticida organo-clrorado (DDT)

elnseticida organofosforado (Malation)

Carcinogcnesc

Dernonstrada no homem ap6s exposiy80 ao herbicida aminotriazol ou Amitrol* e aos

compostos arsenicais inorganicos. *o desenvolvimento de tumores malignos em animais de laboratorios tem sido

comprovado apos abson;ao prolongada de:

Inseticidas: DDT, alfa-BHC. beta-BHC, aldrin, dieldrin, clordano, confeclor

Acaricidas: clorobenzilato ou Akar e 4-cloro-orto-toluidina (metabolico do acaricida

clordimeforme Oalecron ou Fundal).

Funi:~!!idas: c1oratalonil ou Daconil, quintozene ou terraclor, carbedazin ou Derosal ou

Bavistin (neste ultimo caso, como conseq(iI~ncia do nitrito usado na protcyao das latas

conl'ra a corrosao) C etilcnotio-ureia (impureza e metabolito do Maneb e Zincb).

Herbicidlls: aminotriazol ou Amitrol, Profam ou IPC e nitrosaminas (impurczas c

produlos de reayao da trifluralina ou Treflan e de outros herbicidas do grupo dos

dinitroderivados).

Rcguladores de crcscimcnto: hidrazida maleica e darninozida ou Alar.

*Proibido no Brasil ** Nao comercializado no Brasil

Page 26: BIODEGRADAC;:AO DE AGROTOXICOS - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/BIODEGRADACAO-DE-AGROTOXICOS.pdf · de tecnologias apropriadas mostrou-se amplo, contudo 0 desenvolvimento

24

o uso intensivo de agrot6xicos na agricultura moderna tern causado inumcros problemas

pela contamina~ao do solo, rios e aguns subtcmlncos. Inumeras formulatroes quirnicas de

agrol6xicos sao aplicadas anualmentc, com objetivo de controlar pragas que causam prejuizos

para a cconomia agricola. Da mesma forma, sao produzidas toneladas de cmbalagens, as quais

podem provocar ahera~oes arnbientais irreversiveis, quando manipuladas incorretamente peJos

agricultores. 0 avam;o tecnol6gico tern permitido 0 desenvolvimento de metodos scguros,

economicos, e efetivos que auxiliam no tralamento de residuos provenientes da agricultura. Os

sistemas biol6gicos utilizados atualmentc sao considerados seguros, no processo de

degradac;ao de compostos quimicos. E cvidente, que alguns destes sistemas requerem

equipamentos sofisticados e operadores lreinados para se obter melhores resultados na

biodegradac;ao destes compostos, para substancias menos t6xicas. Outros sistemas que

utilizam materiais biol6gicos cspecificos, em aguas residmirias, podem representar born custo

efclivo e lecnicamentc descomplicado.

Pesquisadorcs de diversas instituic;oes mundiais tern enfatizado a importancia dos

microrganismos. na rnineralizac;ao de inumcros subsUincias quimicas aplicadas na agricultura.

nas areas que apresentam rnanejo agricola intensivo, tern

sido encontradas espccies de microrganismos altamente especializados em degradar

compostos quimicos com diferentes principios ativos. Portanto, aplicac;6es sucessivas de

agrot6xicos no solo podem resuilar no aumento da atividade biol6gica de algumas especies de

microrganismos. Desta forma, pode-se isolar componentcs do agroecossistema e utiliza-los em

bio-rcatorcs, nos quais poderuo oxidar rapidamcnte tuis substiincias e diminuir 0 processo de

conlaminac;ao ambiental.

Page 27: BIODEGRADAC;:AO DE AGROTOXICOS - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/BIODEGRADACAO-DE-AGROTOXICOS.pdf · de tecnologias apropriadas mostrou-se amplo, contudo 0 desenvolvimento

25

2 REVISAO BmLlOGRA..FICA

2.1 ASpCClO Ecologico Microbiano

Os ecossistemas sao caracterizados por dais componcntes distintos: 0 ambiente biotico

(seres vivos) e 0 ambiente abi6tico (extrato inorganico e organico), os quais estao

inscparavelmente intcr-relacionados e interagem entre si (OOOM, 1983). EnHio, cada

componente influencia as propriedadcs do Dutro c cada urn e necessaria para a manuten~ao da

vida, ocorrenda fluxa de energia e ciciagem de nutrjelltes (ODUM, 1983). As propriedades

fisicas, quimicas c biologicas que regem a unidadc funcional (ecossistema), tern potencial

infinito intcgrando-sc e envolvendo-sc em imimeros ciclos biogeoquimicos (TANCK, 1996).

A infinidade de associa~oes microbianas que colonizam os sistemas aereos, aquaticos e

edaficos demonstram grande capacidade na mobilizar;ao e solubiliza9ao de nutrientes, na

bioconversao de moleculas, na digestao e genera9ao de compostos (WALKER, 1982).

Portanto, estes mierorganismos desempenham pape1 fundamental nos ecossistemas, os quais

dependem da atividade biologica no processo de catabolise de elementos indispensaveis ao

meio. Os microrganismos edMicos sao essenciais para a avalia9ao das for9as dimlmicas que

envolvem este ecossistema, no qual rea90es bioquimicas auxiliam na decomposi9aO de

compostos quimicos (T ANCK, 1992). 0 nivel gcral da atividadc microbiana nos solos pode

ser influenciada por varios fatores que facilitam, certamente, 0 processo de dcgrada9ao de

agrotoxicos (WALKER, 1982). A composi9uO da micro flora e govcrnada pelo equilibrio

biol6gico criado pelas associa90es e intera90es individuais, sendo que a comunidade climax

tipifica 0 habitat (TANC~ 1992), Urn numero plausivel de intera\,=oes pode ocorrer entre

especies, como: simbiose, protocoopera98o, comensalismo, competi~o, amensalismo,

parasitismo e preda~ilo (ALEXANDER, 1977).

Page 28: BIODEGRADAC;:AO DE AGROTOXICOS - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/BIODEGRADACAO-DE-AGROTOXICOS.pdf · de tecnologias apropriadas mostrou-se amplo, contudo 0 desenvolvimento

26

2.1.1 Bacterias

Em inumeras unidades de mapeamento (solo) as bach~rias sao 0 grupo mais ahundante e

heterogeneo que habitam este ecossistcma (T ANCK, 1992). Apresentam grande

potencialidade nas rea~5es quimicas e bio16gicas do solo e efetiva habilidade na produ~ao de

enzimas catalilicas e cnormc capacidade de adapt3'tao, quando ocorrem disturbios ambientais

(ASGARI et aI., 1995; e TANCK, 1992).

As popula~5cs nativas de especics bacterianas descnvolvem-se consideravelmente

quando se agregarn em substratos organicos com fitcil degrada~ao e assimilayao (T ANCK,

1992).

MADELBAUM et al. (1995) caracterizaram c isolaram urna especie de bacteria do solo,

que aprcsenta cfetividade para biodcgradar, rapidamente, herbicidas que contcnham nitrogenio

em suas molcculas. As diferen~as fisiol6gicas c varia~oes nas caracteristicas nutricionais e

metabOlicas, sao a natureza da fontc de energia e os carboidratos utilizados para 0 crescirnento

microbiano (BURGES, 1971).

A capacidade de crescimento na auscncia ou presenrra de 02 e caracteristica bioquimica

importante que tern levado it distinrrao de lres calegorias: aer6bicas, as que requerem oxigenio;

anaer6bicas, que crescem somente na ausencia de oxigenio; c anaer6bicas facultativas, as

quais se descnvolvem tanto na ausencia como na presen~a de oxigenio (BURGES, 1971). A

morfologia celular tambem serve para caracterizar as bacterias, entre os principais tipos

morfol6gicos cstao os bacilos, os cocos, e os cspirilos (DEBONA & AUDUS. 1970).

As bacterias raramente estao livres na fase liquida do solo, porquc a maio ria se adere as

particulas de argila e humus. sendo este efeito conhecido como atrm;ao eletrostatica das

bacterias pelo solo (ALEXANDER, 1977). E provavel que grande parte da micro flora edafica

bacteriana desenvolva-se em sitios microecol6gicos favoniveis, ou em distintas massas

relacionadas com cxcre~ocs mucosas (BURGES. 1971). As condirroes ambicntais afetam a

densidade e composi~ao da microflorabacteriana pedol6gica e os falores abi6ticos podcm

alterar significativamcnte a comunidade e 0 seu potencial bioquimico (DOMSCH & PAUL,

1974;e JOHNEN & DREW, 1977).

Page 29: BIODEGRADAC;:AO DE AGROTOXICOS - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/BIODEGRADACAO-DE-AGROTOXICOS.pdf · de tecnologias apropriadas mostrou-se amplo, contudo 0 desenvolvimento

27

RONCHEL C1 al. (1995) relataram que em ambientes biologicamentc ativos, a

capacidade dos microorganismos de se adaptarem aDs disturbios extcmos e imcnsamenle

grande. As principais varia~5es ambientais que influenciam a comunidade s5.o: umidadc,

temperatura, materia organica, aera'rao, acidez, alcalinidade c nutrientes inorganicos

(ALEXANDER,1977).

Existem aproximadamente 300 espccics registradas como formas tfpicas do solo,

podendo-se distinguir entre os principais gencros, que Deorrem com mais freqUencia no solo,

ou seja: Clostridium, Bacillus, Pseudomonas, Cellulomonas, Bacterium, Sorangium,

Chondromyces, Chondrococcus, Myxococcus, Rhizobium, Sarcina, Achromobacler,

Hydrogenomonas, Podangium, Thyobacillus, Synangium, Agrobacterium, Azotobacter,

Azotomonas, Micrococcus, Microbacterium, Nitrobacter, Nitrococcus e Nitrossomonas

(ALEXANDER, 1977).

Os agrotoxicos podem influir positivamcnte ou negativamenle sobre a comunidade

bacleriana, mediante irnpacto na minentlizacrao da materia organica ou nitrifica~ao e

desnitrifica,ao (ALEXANDER, 1977).

2.1.2 Fungos

Na maioria dos solos, os fungos constitucm grande parte do protoplasma microbiano

total, scndo um dos principais agentes da decomposicriIo em ambicntes acidos, alem de

represenlarem parte significativa da biomassa devido ao grande diamctro de seus filamentos e

extensa rede de micelios (ALEXANDE~ 1977; e BURGES, 1971). Estas estao intimamente

relacionadas com as particuias, unidas fisicamente aos agrcgados do solo e com frcqOencia os

penelram (ALEXANDER, 1977).

A abundancia e a atividade fisio1ogica da flora rungica, em diferentes habitats, variam

consideravelmente e a comunidade e sofre limitaryoes apreciiiveis, de acordo com 0 tipo de

solo e suas caracteristicas f1sicas e quimicas ( BURGES, 1971). Eslas innuencias sao

detcnninadas pelo microambicnte pedologico que os rodeia, dentrc as quais pode-se citar:

estado de decomposiryao da materia organica, concentraryao de ion hidrogenio, fertilizantes

Page 30: BIODEGRADAC;:AO DE AGROTOXICOS - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/BIODEGRADACAO-DE-AGROTOXICOS.pdf · de tecnologias apropriadas mostrou-se amplo, contudo 0 desenvolvimento

28

organicos, fertilizantes inorganicos, nivel de umidade, aerayao, temperatura, posiyao no perfil

do solo, estayao sazonal e composiyao de vegetayao (BURGES, 1971).

A nutriyao dos fungos e hetcrotrofica, sendo sua distribuiyi'io determinada pela

disponibilidade de substrato carbonados oxidaveis (ALEXANDER, 1977).

A estimulay30 de sua atividade com a materia orgiinica compiementar e maior durante 0

periodo inicial da decomposiyao (BURGES, 1971). Os fungos ohtem 0 carbono mediante

sintese celular de molCculas organicas pre -formadas, tais como: ayucares, acidos organicos,

dissacarideos, amido, pectina, celulose, acidos graxos e da moh!cula de lignina que eparticularmente resislente a degradayao bacteriana (ALEXANDER, 1977).

Os principais generos estudados em muitos solos estao distribuidos especialmente na

camada rica em materia organica. Dentre estes, os mais representativos sao: Pecillium,

Fusarium, Mucor, Aspergillus, Achlya, Mortierella, Pythium, Saprolegnia, Monosporium,

Chaetomium, Trichoderma, I-iumicola, Cladosporium e Chaetomium (ALEXANDER, 1977).

Na aplical(ao de agrotoxicos especificos, como os fungicidas, os fungos sofrem

aJteral(oes na longevidade e na inibil(ao de suas caracteristicas ambientais (JOI-lNEN &

DREW, 1977). MOUGIN et al. (1994) relataram que, a atividade biologica fungica diminui

cm 48% a concentrayao inicial do herbicida atrazina durante 4 dias de incubal(ao.

2.2 Agrotoxicos

Sao substancias quimicas utilizadas na agricultura moderna para combatcr pragas, quc

afetam as plantayocs (TANCK, 1992). Atualmcntc utilizam-se inumeras denominal(oes aos

agrotoxicos, como: pesticidas, defensivos agricolas, praguicidas, agroquimicos e produtos

fitossanitarios.

Con forme 0 grau de toxicidade, avaliados no laboratorio, sao classificados de acordo

com panimelros estabclccidos por orgao fiscalizador, neste caso 0 Instituto Brasileiro do Meio

Ambiente.

Page 31: BIODEGRADAC;:AO DE AGROTOXICOS - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/BIODEGRADACAO-DE-AGROTOXICOS.pdf · de tecnologias apropriadas mostrou-se amplo, contudo 0 desenvolvimento

29

2.3 PrOCCSSQ de Biodcgrada~ao

A degrada<;:ao de compostos quimicos por microorganismos do solo, reflete no estagio e

nas caractcristicas da atividade microbiana, mas estc processo podc ser altcrado se as

propricdades do solo nao fOTem adequadas (WALKER, 1982). Dcsla forma, as caracteristicas

pedologicas devem proporcionar 0 minima de condiyoes de sobrevivencia para suSlcntar os

microorganismos, os quais auxiliariam no melabolismo de substancias quimicas que

forneceriam carbona e energia (TANK, 1992).

WOLFAARDT et al. (1995) comentam que as atividades microbianas sao tipicamente

interayocs entre duas ou mais populayoes em dcterminado ccOssislcma, 0 qual habilita

organismos a maximizar seus metabOlitos, mantendo a intcgridade e estabilidade da

comunidade.

Dois tipos principais de degradac;ao microbiana podern ser mencionados. Primeiro,

quando a decornposi~ao do agrotoxico e metabolizada completamentc e fornecendo carbono e

energia para 0 crescimento microbiano; segundo, quando a degrada<;ao e usualmente parcial,

nao fornecendo carbono c energia para 0 crescimento (WALKER, 1982). Diferentes grupos

quimicos e suas composic;oes, atraves da a~ao enzimatica microbiana, sofrem reduyao e

hidr6lise na forma,"o de produtos de rca,ilo (KORMELINK & VORAGE, 1993). Entao, no

processo de imobiliza~ao de celulas ou enzimas microbianas, a biocatabolise mostra-se

altamente satisfat6ria e com inumeras vantagens na rcac;ao de biodcgradac;ao (VEKOV A et aI.,

1995).

BRUNSBACH & REINEKE (1995) comprovaram que, alguns grupos de

microorganismos inoculados em solos contaminados, dcgradaram com eficiencia poluentes

aplicados em de 70%. A biotransformac;ao de compostos quimicos em outros, uti1izando-se de

sistemas de reduC;80, e dependentc da atividade microbiana, dos sedimentos, da adaptac;ao e

principalmentc dos fatores ambientais (BRY ANT, 1992).

KAZUMJ & CAPONE (1995) demonstraram que, sedimentos aquaticos utilizados na

transfonnac;ao microbiana de agrot6xicos, podem auxiliar nos processos de hidr61ise e

ox.idac;iio em zonas de diferentes condic;oes de reduc;ao. Inumeros estudos comprovam que,

Page 32: BIODEGRADAC;:AO DE AGROTOXICOS - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/BIODEGRADACAO-DE-AGROTOXICOS.pdf · de tecnologias apropriadas mostrou-se amplo, contudo 0 desenvolvimento

30

sistemas fechados contendo cultura de microorganismos adaptados, tern capacidade de destruir

moleculas e eficiencia na alta concenlfa.;:ao de biomassa (CERNAKOY A, 1995).

DICK & QUINN (1995) relalaram que, microorganismos isolados do ambiente sao

estratcgicos para se investigar a capacidade de biodegradaC;8o d agrotoxicos em areas

representativas. Entretanto, colunas contendo celulas de microorganismos especificos para

metabolizar certos compostos, moslraram-se hibeis no processo e no crescimento uniforme da

biomassa (EDGEHILL, 1996).

A taxa de biodegradac;ao de agrotoxicos, em sistemas aer6bicos e anaer6bicos, pode seT

influenciada rela estrutura hidrof6bica ou pela presenc;a de grupos funcionais especificos

(KAWAMOTO & URANO, 1990; VEKOVA et aI., 1995; e WANG et aI., 1991).

2.4 Processo de Bio - remediayao

A bio-remedia(fi'io biologica do solo para compostos orgiinicos e uma tecnologia

promissora constituindo-se em alternativa para metodos mais dispendiosos como a

incenerayUO, solidificayao e exlra9ao por solventes (COMEAU, GREER & SAMSON, 1993).

Entretanto, a mineralizayao de compostos quimicos peJas comunidades microbianas do solo edependente da natureza do composlo e a frayao do solo com a qual interage prirneiro para

biodegradar (KNAEBEL et aI., 1996; e V1S00TTIVESETH et aI., 1995).

Metodos de tratamenta biol6gico para remcdiayao do solo, requcrem conhecimento das

caracteristicas e das propriedadcs dos contaminantes, bern como a geologia e hidrologia

edafiea (BANERJEE et aI., 1995).

KURITZ & WOLK (1995) verificaram que, microorganismos isolados do solo

apresentam habilidade natural para degradar agrot6x.icos, sendo caracterizados pela adaptaya.o

em sistemas de bio-remediayao contendo nutrientes organicos. Da mesma forma, Ll U et al.

(1996) e YADA V el a1. (1995) comprovaram que, modelos microbianos para biotransformar

composlos quimicos em metab61icos, tern potencial nas complexidades de interayao dos

xenobi6ticos com 0 ambiente, para melhor calaiizar as reayoes de oxidayao, reduyao,

conjugayao e degradayao.

Page 33: BIODEGRADAC;:AO DE AGROTOXICOS - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/BIODEGRADACAO-DE-AGROTOXICOS.pdf · de tecnologias apropriadas mostrou-se amplo, contudo 0 desenvolvimento

31

2.5 Bic-reatores

GUERJN & KENNEDY (1992) comentam em seu trabalho que, em sistemas biol6gicos

aquasos, composlos quimicos podem ser degradados com facilidadc, desde que 0

monitoramcnto dos fatores fisico-quimicos scjarn ajustados conforme a molecula e a

concenlra~ao. Fatores para otirnizar 0 tratamento biol6gico incluem suplencia de oxigenio.

temperatura, pi-I, presen9a au adil'tao de microorganismos adequados e nutrientes, quantidade

de .gua e espa~o de mislura (homogeneiza~ao) (BANERJEE el aI., 1995). RYAN el al. (1991)

cit ado por BANERJEE el a1. (1995) dcscreveram varios tipos de bio-reatores, incluindo lase

-solida c fase - nodula, tendo esla boa performance oa mislura aliva c aerayao.

BERRY ct al. (1993) constatararn que, 0 aumento do tempo de incuba9iia de compostos

quimicos poluentes, em bio-reatores contendo turfa, pode dirninuir 0 cfcilO residual, atraves do

rpocesso de bidegrada<;ao nos microporos das intraparticuias. Contudo, MICHEL, REDDY &

FORNEY (1995) e ZACHARIAS, LANG & HANERT ( 1995) demonSlraram que, sislemas

de compostagem com residuos organicos auxiliam no processo de degrada<;ao microbiana e

humifica~ao de compostos quimicos. Da mesma forma, bio-reatores conlendo carbono alivo

granulado (CAG) apresentam grande capacidade adsortiva, 0 que aumenta a regenera<;uo

biologica pelos bio-filmes bacterianos que se desenvolvem nos microcofJX>s (SELIM &

WANG, 1994).

LEMOINE et al. (1991) avaliaram que, bio-reatores de dupla camara com celulas

imobilizadas, foram eficientes no controle do nuxo dos substratos pela estrutura composta.

KANG & STEVENS (1994) e SMITH el ai. (19910 verificaram que, bio-reatores fluidizados

aumentam a atividade microbiana e maior. PAGANO et al. (1995) descreveram que, 0 sistema

de bio-reator anaerobico apresenta potencial efetivo no processo de opera~ao, manutency3.o e

moniloramento, facilitando 0 acompanhamento da redu<;ao gradativa de poiuentes. Entrelanto,

bio-reatores com bio-filme aer6bico e anaer6bico em dois eSlagios, liveram sucesso no

processo de degrada~ao de organocJorados em compostos intermediarios soluveis em agua e

di6xido de carbo no (FATHEPURE & VOGEL, 1991).

Page 34: BIODEGRADAC;:AO DE AGROTOXICOS - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/BIODEGRADACAO-DE-AGROTOXICOS.pdf · de tecnologias apropriadas mostrou-se amplo, contudo 0 desenvolvimento

32

2 Material e Mctodos

Tralando-se de revisao bibliografica, referente a sistemas de biodegrada~ao de

agrotoxicos, dividiu-se em itens espccificos para desenvolvimento cstrategico oa aplicayao das

tecnoiogias.

3.1 Area Gcognifica

Para 0 desenvolvimento das tccnologias de biodegrada~ao de agrotoxicos, serao

avaliadas 10 micro regioes estrategicas, sob 0 ponto de vista agricola, dentro do Estado do

Parana. Apcs delimita<;:ao, sera implantado urn nueleo de acompanhamento para monitorar a

venda dos produtos quimicos ate destinayao final das cmbalagens.

3.2 Destino das Embalagens

Apos uso do agro16xico, as embalagens serao encaminhadas as prcfeituras municipais,

scparadas pelo ti?odc material, colocadas em containers especiais e encaminhadas ao mieleo de

aeompanhamenlo, situado na micro regiao local. Deverao ser tratadas e lavadas conforme

tecnica apropriada e dcvolvidas para as empresas de origem ou rccicladas por industria

especializada.

3.3 Processo de Lavagem de Embalagens

Atravcs do nueleo de acompanhamento, as embalagens separadas serao encaminhadas

para a usina de purifica'tao, receberao tratamento adequado para 0 proccsso de lavagem. Como

as embalagens ja foram separadas pela Prefeitura Municipal, cada tipo de embalagem sofrera

tratamento especifico conforme tecnica apropriada.

Page 35: BIODEGRADAC;:AO DE AGROTOXICOS - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/BIODEGRADACAO-DE-AGROTOXICOS.pdf · de tecnologias apropriadas mostrou-se amplo, contudo 0 desenvolvimento

33

3.4 Sistema de Lavagem

As cmbalagens separadas, conforme especic, serao colocadas em sistemas move is e

carreadas ate 0 tanque de lavagem, no qual serao introduzidas para receberem jatos de agua

fria ou quente conforme 0 metodo aplicado.

3.5 Residuo da Lavagem

o efluente liquido produzido, sera carreado para tanques de capta9ao, contendo

microorganismos alivos, para iniciarem 0 processo de biodegradacrao. Estes tanques poderao

desenvolver ambiente aer6bico ou anaer6bico. Em quaiquer das duas siluayoes 0 efluente sera

monilorado quimicamente, mediante caletas selctivas e aplicando-se tcenica de eromatografia.

3.6 Sistema de Biodegradayao

Recebendo 0 pre-tratamento biol6gieo dentro dos tanques de eaptay30, a efluente liquido

passara par eampartirnentos especificos eonhecidos como: bio-reatores, bio-filmes ou

bio-eelulas, em forma de eo lunas sobrcpastas contendo material biol6gieo ativo. Estas

eoiunas, deverao ter diametro e altura adequada, material permeavcl com diferenles

porosidadcs, para que acorra fluxa au rcfluxo, alraves do uso mccanica de bombas ou pelo

movimento continuo da agua residuaria. Dentro das colunas, ainda, havera earnada de material

organico especHico para manter a atividade microbiana estavel. Para cada fase defmida,

havera monitoramcnta quimico por cromatografia ate reduyiio dos compostos ou eiiminayao

total.

3.7 Microorganismos Dcgradantes

A flora microbiana sera isolada de unidades de mapeamento (solos) com diferentcs

caracteristieas pedo\ogicas, deniro do Estado do Parana. Serao eseolhidas areas agricolas com

Page 36: BIODEGRADAC;:AO DE AGROTOXICOS - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/BIODEGRADACAO-DE-AGROTOXICOS.pdf · de tecnologias apropriadas mostrou-se amplo, contudo 0 desenvolvimento

34

sistemas de rnanejos diferenciados (plantio convencional, plantio minimo c plantio direto),

tendo como rator basico todas as inforrnayocs inercntes a area.

Os solos coletados scrao cncaminhados ao laboratorio para preparay3.o, utilizando-se

tccnieas apropriadas para isolar microorganismos c incuba-Ios. Avaliando-se as caracleristicas

microbianas das amoSlras de solos, os microorganisrnos serae separados individualmente por

tecnica de repicagem dentro de frascos contendo meio de cultura para que ocorra crescimcnro

e reprodm;ao. DeSla forma, serao identificados e purificados por metodo espedfico e

iiofilizados, para serem utilizados no sistema em qualquer fase de desenvolvimento.

Evidcncia-se, neste caSD, a necessidade da utiliza9ao destes microorganisrnos quando a

atividade microbiana diminuir por qualquer efcito abiotico ou altcra9ao fisico-quimica.

Page 37: BIODEGRADAC;:AO DE AGROTOXICOS - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/BIODEGRADACAO-DE-AGROTOXICOS.pdf · de tecnologias apropriadas mostrou-se amplo, contudo 0 desenvolvimento

35

CONSIDERA(:C)[S FINAlS

o pOlencial microbiol6gico que envolve os ecossiSlemas demonstra a infinidade de

principios tecnol6gicos a serem aplicados para combatcr a poluiyao. Pesquisadores, de

diversos institutos mundiais, preocupam-se em marupular microorganismos beneficos para

auxilia-Ios no desenvolvimcnto de metodos de purific3yao de substratos poluidos. 0

levantamento bibliogrMico deste trabalho, mostrou-se extenso na aplicayao de tecnoiogias

avanc;adas para sintctizar polucntes, atravcs da biodegradarrao, bio-remediayuo all conversao

de moh:!:culas.

o estudo de espccies nativas de microorganismos e de suma importancia para

entendimcnto do comportamento ambiental das substancias quimicas que provocarn polui~ao.

Entretanlo, a aplica~ao de tccnicas adequadas deve seguir 0 aprimoramento na pesquisa basica

e no processo de desenvolvimento tccnologico. A demonstra~ao das tccnicas, avaliadas pela

revisao bibliografica, dcscreveu inumeras situa~5es ambientais que podem afctar

positivamcnte ou negativamente 0 processo de biodcgrada~ao de compostos quimicos. Porem,

com 0 avan~o tecnologico estas situa~oes podem ser potencializadas ou minimizadas para

obten<;:ao de resultados significativos.

Evidencia-se neste caso, 0 desenvolvimcnto de especies de microorganismos pela

engenharia genetica, a manipulayao molecular das enzimas e a purifica<;:ao de colanias

microbianas. Com isso, a tecnologia ambiental sera progressiva e proeminente mostrando-se

eficientc e suprindo nccessidades.

Page 38: BIODEGRADAC;:AO DE AGROTOXICOS - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/BIODEGRADACAO-DE-AGROTOXICOS.pdf · de tecnologias apropriadas mostrou-se amplo, contudo 0 desenvolvimento

36

CONCLUS,\O

1. Analisando-sc a bibliografia consuitada, observou-se a grande capacidade dos

microorganismos auxiliarem no processo de biodcgraday8o de agrotoxicos em

biossistemas.

2. Os bio-realores avaliados foram eficicntes e flexiveis no tratamento biol6gico para

processar a degradaC;3o de moleculas.

3. Pan'i.metros fisico-quimico-bio16gicos sao componentes que devem ser

cuidadosamente monitorados para obtenyao de resultados significativos.

4. A nora microbiana cdafica tern potencial biotecnol6gico para 0 desenvolvimento de

biossistemas no tratamento de residuos Jfquidos de agrot6xicos.

5. Biodegradac;ao e bio-rcmedia<;ao sao melodos tecnologicos que podem auxiliar na

mineralizac;ao de compostos quirnicos.

6. A manipulay30 genetica de microorganismos, dcgradantes de moleculas quimicas

poluentes, c tecnologia alternativa para suplantar comunidades especificas no

processo de biodegradac;ao.

7. A aplicayuo de biossistemas no processo de degradayuo de compostos quimicos e

realidadc para conlrolar a poluiyuo ambicntal.

Page 39: BIODEGRADAC;:AO DE AGROTOXICOS - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/BIODEGRADACAO-DE-AGROTOXICOS.pdf · de tecnologias apropriadas mostrou-se amplo, contudo 0 desenvolvimento

37

AUSTRACl"

The present monograph to sight know biosistems that adjunct in the biological

degradation of pesticides considered the environment interactions and phycochemical. The

knowledge of appropriates technology showed ample, however the depelopmcnt of microbial

methods to convert chemical molecule had potential in the complexity of chemicals reactions,

conjugatios and degradation. The biodegradation and bioremediation are biological instrument

that demontrate capacity in the molecular alteracion of contaminate, it wich can breed

environmental pollution.

Page 40: BIODEGRADAC;:AO DE AGROTOXICOS - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/BIODEGRADACAO-DE-AGROTOXICOS.pdf · de tecnologias apropriadas mostrou-se amplo, contudo 0 desenvolvimento

38

REFERENCIAS BrnUOGRAFICAS

I ALEXANDER, M, Introduction to soil microbiology, New York: John Wiley, 1977.

389p.

2 ASGARIN, N. et al. Bacterial utilization of purified Temik. Process Biochemistry.

Vo1.30, n.2, p. 183-187,1995.

BANERJEE,D.K. et al. Monitoring the biological treatment of anthrancene-

contaminated soil in a rotating-drum bireactor. App!. Microbiol Biotechnol. vol 2,

p, 521-528, 1995.

4 BERRY, D. F. cl at. Evaluation of solid-state fermentation techiques to dispose of

atrazine and carbofuran. J. Environ. Quality. Vol. 22, p. 336-374, 1993.

5 BRUNSBACH, F. R. & RENElKE, W. Degradation of mixtures of chloroamatic

compounds in soil slurry by mixed cultures of specialized organisms. Appl.

Microbiol. Biotechnol. vol. 43, p. 529-533,1995.

BRYANT, F.O. Biodegradation of 2,4- dichlorophenoxyacetic acid and 2,4,5-

triclhorophenoxyacetic acid by dichlorophenol-adaptcd microorganisms from

rTeshwater, anaerobic sediments.Appl. Microbiol. Biotechnol. vo!' 38. P.

201-206,1992.

BURGES, A. Biologia del suelo. Barcelona: Omega, 1971. 596 p.

8 CERNAKOVA,M.Biological degradation ofisoproturon, chlortoluron and

fenitrothion. Folia Microbiol. n. 40 (2), p. 201-206,1995.

COMEAU, Y; GREER, C. W.; & SAMSON, R. Role of inoculum preparation and

density on the bioremediation of 2,4-D contaminated soil by bioaugmentation.

Appl. Microbiol. vol. 38. P. 681-687,1993.

10 DEBONA, A. c.& AUDUS. L. S. Studies on the effects of herbicides on soil

nitrification. Weed Research. vol. 10, p. 250-263,1970.

II DICK,R. E. & QUINN, 1. P. Glyphosate-degrading isolates from environmental

samples: occurcnce and pathways of degradation. App!. Microbio!. botechno!. vol.

43, p. 545-550,1995.

Page 41: BIODEGRADAC;:AO DE AGROTOXICOS - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/BIODEGRADACAO-DE-AGROTOXICOS.pdf · de tecnologias apropriadas mostrou-se amplo, contudo 0 desenvolvimento

39

12 DOMSCH, K. I-l & PAUL, W. Simulation and experimental analysis of the inflcnce

of herbicides on soil nitrification. Archiv fur mikrobiologia. vol. 97, p. 283-301,

1974.

13 EDGEHILL. R. U. Degradation of pentachlorophenol (PCP) byr atrain ATCC-33790

in biofilm culture. Water Research. vol. 30, n. 2, p. 357-363, 1996.

14 FAT HE PURE, B. Z & VOGEL, T. M. Complete degradation of polychlorinated

hydrocarbons by a two-stage biofilm reactor. App!. Environ. Microbo!. vol. 57, n.

12, p. 3418-3422,1991.

15 GUERIN, T. F. & IVAN, R. K. Distribution and dissipation ofenosulfan and relatd

cyclodiencs in sterile aqueous sytcms: Implications for studies on bidegradation. J.

Agric. Food. Chern. vo1.40, p. 23145-2323,1992.

16 JOI-INEN, B.G. & DREW, E. A Ecological effects of pesticides on soil

microorganisms. Soil Science, vol. 123, p. 319-324, 1977.

17 KANG, O. & VRANO, K. Degradation of pentachlorophenol in bench scale

bioreactors using the white rot fungus Phanerochaete chrysosporium. Hazardous

Waste & Hazardous Materials. vo!.ll, n.3, 1994.

18 KAWAMOTO, K & URANO,K. Parameters for predicting fate of organochlorine

pesticides n the environment biodegradation ratc constants. Chemosphere. vo1.21,

n. 10-11, p. 1141-1152,1990.

19 KAZUMl, J. & CAPONE, D. O. Microbial aldicarb transformation in aquifer, lake

and salt marsh sediments. App!. Environ. Microbiol. vo!.6l, n. 8, p. 2820-2829,

1995.

20 KNAEBEL, D. B. et. AI. Microbial mineralization of organic compounds in na acidic

agricultural soil: Effects of pre-adsorption to various soil constituents.

Environmental Toxicology and Chemistry. VoLl5, n. II, p. 1865-1875, 1996.

21 KORMELlNK, F. J. M. & VORAGE, G. J. Degradation of different (glucurono)

arabino xylans by a combination of purified xylan-degrading enzymes. App!.

Microbiol. Blotechnol. vol.38, p. 688-695, 1993.

22 KURITZ, T. & WaLK, C. P. Use of filamentous cyanobactera for biodegradation of

organic pollutants. Appl. Environ. Microbiol. vo1.6 I , n. I, p. 234-238, 1995.

Page 42: BIODEGRADAC;:AO DE AGROTOXICOS - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/BIODEGRADACAO-DE-AGROTOXICOS.pdf · de tecnologias apropriadas mostrou-se amplo, contudo 0 desenvolvimento

40

23 LEMOINE. D., JOUENNE, T. & JUNTER, G. A . Biological denitrification of water

in two chambered immobilized-cell biorcactor . App\. Microbicl. Biotcchnol.

vo1.36, p. 257-264,1991.

24 L1U, S. Y., SHOCKEN, M. & ROSAZZA, J. P. N. Microbial transformations of

c1ornazone. J. Agric. Food Chern. vo1.44, p. 313-319, 1996.

25 MANDELBAUM, ItT., ALLAN, D. L. & WACKETT, L. P. Isolation and

characterization of a Pseudomonas sp. That mineralizes the s-triazine herbicide

atrazine. App!. Environ. Microbicl. vo1.61, n.4, p.14S1-1457. 1995.

26 MICHEL, JR., F. C., REDDY, C. ' & FORNEY, L. Microbial degradation and

humification of the lawn care pesticides 2,4-dichlorophenoxyacetic acid during the

composting of yard trimmings. App!. Environ. Microbial voL61, n.7, p.

2566-2571,1995.

27 MOUGIN, C. et al. Biotransformation of the herbicide atrazine by the white rot

fungus Phanerochaete chysosporium. App!. Environ. Microbicl. vo1.60, n 2.p,

705-708, 1994.

28 ODUM, E.P. Ecologia. Rio de Janeiro. Ed. Guanabara. 1988. 434p.

29 PAGANO, J. 1. et al. Reductive dechlorination of PCB contaminated sediments in na

anaerobic bioreactor system. Environ. Sci. Techno!. vo1.29, p. 2584-2589, 1995.

30 PIVETZ, B. E. & STEENHlJIS, T. S. Biodegradation and and biorernediation: Soil

matrix and macropore biodegradation of2,4-0. Journal of Environmental Quality.

vo1.24, n. 4, p. 64-570, 1995.

31 RONCHEL, M. C. c1 al. Construction and behavior of biologically contained bacteria

for environmental applications in biorcmediation. App!. Environ. Microbiol.

vo1.61, n. 8, p. 2990-2994,1995.

32 SELlM,M. L & WANG, J. Fate of atrazine in biologically active granular actived

carbon. Environmental Toxicology and Chemistry. vol. 13, p. 3-8, 1994.

33 SHAO, Z. Q. & BEHKl, R. Cloning of the genes for degradation of the herbicides

EPCT ( Selhy dipropylthiocarbamate) and atrazine from Rhodococcus sp. Strain

TEl. Appl. Environ. Microbiol. vo1.61, n. 5, p. 2061-2065,1995.

Page 43: BIODEGRADAC;:AO DE AGROTOXICOS - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/BIODEGRADACAO-DE-AGROTOXICOS.pdf · de tecnologias apropriadas mostrou-se amplo, contudo 0 desenvolvimento

41

34 SMITH, M. R, TWEEL,W. J.J. & BONT, A M .. Degradationof 3-chloro-2-

methylpropionic acid by Xanthobacter sp. CIMW 99. App!. MicrobicL Biotechnol.

vol.36, p. 246-251,1991.

35 TANCK, B. C. 8. Microrganismos do solo: Estudo prcliminar dos principais grupos

para avalia~ao da toxicidade de agrotoxicos. Pesticidas. val.2, n. 2, p. 67-78,1992.

36 TANCK, B. C. B. Flutua~ao populacional do Oligochaeta cdMico Amynthas sp.

(Kinberg, 1867) em qualro ccossistemas, atraves de dais melodos de extra'rao.

Curitiba, 1995. 118 p. Disserta~ao (Mcstrado em Agronomia), Universidade

Federal do Parana.

37 VEKOV A, J. ct al Degradation of bromoxynil by resting and immobilized cells of

agrob aclerium radiohacter 8/4 strain Biotechnology Letters. vol.1?, n. 4, p.

449-452, 1995.

38 VISOOTIIVISETH, P. et al. Isolation of bacterial culture capable of degrading

triphenyltin pesticides. Applied Organometallic Chemistry. vol.9, p. 1-9, 1995.

39 \vALKE~ N. Interactions of pesticides with soil microorganisms. Advances in

agricultural microbiology. Section B, p. 377-395, 1982.

40 WANG, Y. S. et al. Mineralization and metabolism of the herbicide isouron in

aqueous environment. J. Pesticides Science. Vol. 16, p. 19-25, 1991.

41 WOLFAARDT, G. M. et a!. Multicellular organization in a degradative biofilm

community. Appl. Environ. Microbiol. vol.60, n. 2, p. 434-446, 1994.

42 YADAV, J. S. et a1. Degradation of polychlorinated biphenyl mixtures ( Aroclors

1242, 1254 and 1260) by the white rot fungus Phanerochaete chrysosporium as

cvidenccde by congener-specific analysis. App!. Environ. Microbio!. vo1.61, n. 7,

p. 2560-2565, 1995.

43 ZACHARlAS, B., LANG, E. & HANERT, H.H. Biodegradation of chlorinated

aromatic hydrocarbons in slow sand filters simulating conditions in contaminates

soil-pilot study for in situ cleaning ofna industrial site. Water Research. vo1.29, n.

7, p. 1663-1671, 1995.