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CESA CENTRO DE ESTUDOS SOCIAIS APLICADOS ESPECIALIZAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PARA GESTORES DO SISTEMA ESTADUAL DE AGRICULTURA CLAUDOMIR ANTONIO DA SILVA BIODIESEL CONTRIBUIÇÕES PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL LONDRINA 2011

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CESA – CENTRO DE ESTUDOS SOCIAIS APLICADOS

ESPECIALIZAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PARA GESTORES DO SISTEMA ESTADUAL DE AGRICULTURA

CLAUDOMIR ANTONIO DA SILVA

BIODIESEL

CONTRIBUIÇÕES PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

LONDRINA 2011

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CLAUDOMIR ANTONIO DA SILVA

BIODIESEL

CONTRIBUIÇÕES PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado ao curso de Especialização

em Administração Pública para Gestores

do Sistema Estadual de Agricultura, do

Departamento de Administração da UEL,

como requisito final para obtenção do

título de Especialista.

Profª Orientadora: Drª Eloiza Cristiane Torres.

LONDRINA

2011

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CLAUDOMIR ANTONIO DA SILVA

BIODIESEL

CONTRIBUIÇÕES PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado ao curso de Especialização

em Administração Pública para Gestores

do Sistema Estadual de Agricultura, do

Departamento de Administração da UEL,

como requisito final para obtenção do

título de Especialista.

COMISSÃO EXAMINADORA:

__________________________________

Profª Orientadora: Drª Eloiza Cristiane Torres.

__________________________________

Prof. Dr. Benilson Borinelli

__________________________________

Profª Drª. Irene Domenes Zapparoli

Londrina,___de_________________2011.

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SILVA, Claudomir Antonio da. Biodiesel: Contribuições para o Desenvolvimento

Sustentável. 2011. (Monografia). Universidade Estadual de Londrina.

RESUMO

Nosso mundo tem evidenciado uma degradação muito grande no que tange ao

aquecimento global, efeito estufa, emissão de gases e entre esses os oriundos de

recursos fósseis, como é o caso do diesel, tão danoso à todo o nosso ecossistema.

O biodiesel advém de diversos recursos naturais renováveis, infinitos. Destaca-se ai

a sua origem em dezenas de oleaginosas. Mas é sabido que não apenas ai, o

biodiesel pode ainda ter a sua origem nos sebos bovinos, nas penas de aves

(frango), no reaproveitamento de óleos de frituras, nas micro-algas. O grande

diferencial do biodiesel é o fato de poluir muito menos que os combustíveis

provenientes de recursos fósseis. Seguramente o biodiesel trará contribuições ao

desenvolvimento sustentável mundial proporcional ao seu percentual de uso. No

momento estamos consumindo o B5, um óleo diesel batizado com 5% de biodiesel.

Há toda uma expectativa de ascensão de uso devido também ao solo brasileiro, ao

clima, às irradiações solares ideais para o desenvolvimento de oleaginosas próprias

para a produção de grãos que prensados darão óleo para a indústria do biodiesel. A

indústria do biodiesel tem fortalecido a agricultura familiar, tem fixado o homem na

terra evitando o êxodo rural, tem sido usado em comunidades distantes onde a

eletrificação ainda não chegou no sentido de se gerar energia elétrica, tem sido

usado ainda como substituto do Diesel em comunidades distantes onde o custo de

transporte do mesmo também inviabilizaria seu uso. O crescimento do uso do

biodiesel trará contribuições imediatas ao desenvolvimento sustentável mundial,

contrariando por assim dizer a continuidade desse modelo de geração de energia

que muitos danos tem feito à sustentabilidade planetária e consequentemente à

vida. O biodiesel certamente é um destes insites que o homem moderno teve o

privilégio de ter.

Palavras-chave: Biodiesel. Desenvolvimento Sustentável. Agricultura Familiar.

Inclusão Social.

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SILVA, Claudomir Antonio of. Biodiesel: Contributions for the Fortalecimento of

Familiar Agriculture, the Social Inclusion and World-wide the Sustainable

Development. 2011. (Monograph). State university of Native of London.

ABSTRACT

Our world has shown a very large degradation in relation to global warming, greenhouse gas emissions and between those from fossil fuels, such as diesel, so damaging to our entire ecosystem. Biodiesel comes from many renewable natural resources, infinite. It stands out there its origin in dozens of oil. But it is known that not only there, biodiesel can also be derived from tallow in cattle, in the feathers of birds (chicken), the reuse of frying oils in microalgae. The great advantage of biodiesel is the fact that much less polluting fuels from fossil resources. Surely the biodiesel will contributions to global sustainable development commensurate with their potential use. We are currently consuming the B5, a diesel baptized with 5% biodiesel. There is every expectation of a rise of use due also to the Brazilian soil, the climate, solar radiation ideal for the development of oil suitable for the production of pressed grains that give oil to the biodiesel industry. The biodiesel industry has strengthened the family farm, has set man on the earth to avoid the rural exodus, has been used in remote communities where electrification is not yet in order to generate electricity, has also been used as a substitute for diesel in remote communities where the cost of moving it also block their use. The growing use of biodiesel will bring immediate contributions to sustainable development worldwide, as it were against the continuation of this type of power generation that has done much damage to the planetary sustainability and consequently life. Biodiesel is surely one of the InSites that modern man has had the privilege of having.

Key-word: Biodiesel. Sustainable development. Familiar agriculture. Social inclusion.

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A Deus, razão de tudo, À família, aos filhos Chawan e Raromm e a companheira Vera Lucia Duarte, ao

Professor Ms. Gerson Antonio Melatti pela maneira brilhante com que coordenou este curso e a

Orientadora Drª. Eloiza Cristiane Torres.

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Você nunca enfrentará um problema que não esteja carregado de oportunidades.

H. Jackson Brown

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 8

1 METODOLOGIA DA PESQUISA ....................................................................... 10

2 BIOENERGIA ..................................................................................................... 12 2.1 OLEAGINOSAS PARA BIODIESEL ................................................................. 12

2.2 LOGÍSTICA DE ALGUMAS CULTIVARES DE OLEAGINOSAS PARA A PRODUÇÃO DE BIODIESEL ........................................................................... 18

2.2.1 Pinhão Manso ............................................................................................... 18 2.2.2 Soja .............................................................................................................. 18 2.2.3 Amendoim .................................................................................................... 18 2.3 PRENSAGEM, TORTAS E ÓLEOS .................................................................. 19

2.3.1 Tecnologias de Produção ............................................................................. 19

3 TRANSESTERIFICAÇÃO .................................................................................. 22

4 DESTINAÇÃO DO CO-PRODUTO GLICERINA ................................................ 23 4.1 FABRICAÇÃO DE PLÁSTICO .......................................................................... 23

4.2 PLASTIFICANTE RENOVÁVEL ....................................................................... 25 4.3 GLICERINA EM GÁS-METANO ....................................................................... 26 4.3.1 Outros destinos............................................................................................. 27

5 BIODIESEL ........................................................................................................ 29 5.1 O BIODIESEL COMO SUBSTITUTO DO ÓLEO DIESEL ................................ 29

5.2 BIODIESEL, AGRICULTURA FAMILIAR E INCLUSÃO SOCIAL ..................... 30 5.3 CONTRIBUIÇÕES DO BIODIESEL PARA O DESENVOLVIMENTO

SUSTENTÁVEL MUNDIAL ............................................................................... 31 5.4 BIODIESEL NO PARANÁ ................................................................................. 34

6 CONCLUSÃO FINAL ......................................................................................... 38

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 42

ANEXOS ................................................................................................................... 46

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INTRODUÇÃO

Com o crescimento da população mundial e consequentemente das

cidades, o cenário mundial passou a evidenciar muito mais problemas a serem

administrados e na medida do possível amenizados ou resolvidos. E um destes

problemas é intrinsecamente ambiental. A poluição do ar com a emissão de gases e

o consequente aquecimento global, o efeito estufa. Tudo isso intimamente

relacionados com o uso de combustíveis fósseis. Se por um lado o setor energético

tão competitivo e necessário traz tanto conforto e bem estar à população mundial,

visto estar presente na iluminação, na indústria, no transporte de um modo geral.

Por outro não pode se eximir do grande imperativo mundial que é o fato de termos

que colocar um fim neste modelo de energia baseado em recursos fósseis

demasiadamente poluentes.

Na primeira parte deste trabalho teremos uma rápida definição de

Bioenergia, de oleaginosas e logística de algumas cultivares.

Na segunda parte teremos conteúdos acerca da prensagem, tortas e

óleos de oleaginosas e tecnologias de produção e definição de transesterificação.

Na parte final deste trabalho teremos a definição de Biodiesel e seu

co-produto glicerina. A razão desta monografia são as contribuições do biodiesel e

seu co-produto glicerina para o desenvolvimento sustentável mundial.

Este trabalho de conclusão de curso, teve como objetivo evidenciar

o quanto o biodiesel proveniente principalmente de óleos de oleaginosas podem

contribuir com o desenvolvimento sustentável mundial de maneira ascendente ao

seu percentual de uso no que tange a menos poluição planetária em comparação

com os combustíveis de origens fósseis que de maneira inquestionável tem

comprometido de forma abrangente o nosso ecossistema. Por isso se faz necessário

que se repense seu uso e, na medida do possível, substituí-lo por combustíveis

oriundos de recursos renováveis, até para não se abrir mão das benesses que o

setor energético permite. Se por um lado a persistência deste modelo de geração de

energia proveniente da utilização de recursos fósseis possa comprometer a vida. Por

outro lado o biodiesel se faz um caminho alternativo por ser renovável. Além disso,

as plantas oleaginosas captam o Co2 atmosférico emitido pelo diesel ampliando por

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assim dizer a sua viabilidade de não apenas oferecedora de óleos para a indústria

do biodiesel, mas também como descontaminadora planetária de estragos que o

diesel fóssil promove. Este trabalho de conclusão de curso teve como objetivo ainda

evidenciar a superioridade do biodiesel em comparação com o diesel. Teve ainda o

propósito fundamentar o quanto o plantio de oleaginosas tem contribuído com a

fixação do homem no campo, com o fortalecimento da agricultura familiar, com a

inclusão social, com a geração de empregos no campo e na cidade, com a

intensificação de pesquisas em melhoramento genético de oleaginosas, com

desenvolvimento de motores e máquinas para prensagem de grãos. Também a

glicerina, co-produto da indústria do biodiesel tem estimulado e gerado empregos na

sua utilização na indústria farmacêutica, de combustíveis, alimentícia, de plásticos

biodegradáveis, de cosméticos e tantas outras. E com isso tem evitado que ela seja

queimada sem muito critério, liberando cloreina e acroleina, tão danosas ao meio

ambiente e à vida. Ainda que ela seja jogada sem critérios em aterros e arrastadas

para os rios promovendo DQO (demanda química de oxigênio), o que extingue

diversas formas de vida que lá estão.

O problema da pesquisa diz respeito a viabilidade da geração de

biodiesel como substituto ambientalmente correto para o diesel, sendo este

altamente poluidor e proveniente de recursos fósseis, finitos. Desta forma, justifica-

se a realização deste trabalho pela sua importância no desenvolvimento sustentável

mundial.

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1 METODOLOGIA DA PESQUISA

Para a elaboração desta pesquisa foram utilizados elementos

bibliográficos tais como revistas, livros, apostilas e, quaisquer outros materiais

impressos cuja fonte seja de reconhecida idoneidade.

Segundo Cervo e Bervian (1983, p. 249).

[...] pesquisa bibliográfica procura explicar um problema a partir de referencias teóricas publicadas em documentos. Pode ser realizada independente ou como parte de pesquisa descritiva ou experimental. Em ambos os casos buscam conhecer e analisar as contribuições culturais e cientificas do passado existente sobre um determinado assunto, tema ou problema.

Também foram utilizados artigos publicados na internet e que

puderam trazer alguma informação relevante quanto ao produto da glicerina. Na

internet também foram consultados sites de órgãos governamentais e de

organizações não governamentais sérias, cujas publicações puderam auxiliar neste

trabalho.

Afonso (2002), ao discutir a importância da revisão literária, destaca

“[...] a necessidade da pesquisa bibliográfica, que basicamente é a identificação dos

trabalhos realizados por outros pesquisadores”. Ainda segundo Afonso (p. 51),

[...] a pesquisa documental assemelha-se muito à pesquisa bibliográfica. A diferença essencial entre ambas está na natureza das fontes. Enquanto a pesquisa bibliográfica se utiliza fundamentalmente das contribuições dos diversos autores sobre determinado assunto, a pesquisa documental vale-se de materiais que não receberam ainda um tratamento analítico, ou que ainda podem ser reelaborados de acordo com os objetos da pesquisa. [...] na pesquisa documental, as fontes são muito mais diversificadas e dispersas, há de um lado, os documentos „ de primeira mão ‟ , que não receberam nenhum tratamento analítico. Nesta categoria estão os documentos conservados em arquivos de órgãos, públicos e instituições privadas, tais como associações científicas, igrejas, sindicatos, partidos políticos etc. De outro lado, há os documentos de segunda mão, que de alguma forma já foram analisados, tais como: relatórios de pesquisa, relatórios de empresas, tabelas estatísticas, etc.

Já a pesquisa descritiva busca apenas identificar as opiniões e fatos

identificados em determinada circunstância; neste caso, não pretende-se analisar e

explicar os motivos que os leva a pensar e agir de determinada forma, apenas

descrever como essas ações ocorrem.

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Conforme Marconi e Lakatos (1999, p. 28) existem dois tipos de

fontes a serem utilizadas em pesquisas:

Fontes primárias: dados históricos, bibliográficos e estatísticos; informações, pesquisa e material cartográfico; arquivos oficiais e particulares; registros em geral; documentação pessoal (diários, memórias, autobiografias); correspondência pública ou privada e etc. Fontes secundárias: imprensa em geral e obras literárias.

De acordo com estas definições, pode-se concluir que este trabalho

foi desenvolvido tendo por base estudos exploratórios, utilizando-se principalmente

fontes secundárias.

Este trabalho se serviu muito de referências teóricas. Houve uma

pesquisa à campo na BSBIOS em Marialva, cuja participação ajudou na

compreensão e no desenvolvimento deste TCC, mas que não permitiu outros

avanços diante do impeditivo da empresa como é de praxe à todos visitantes de que

fosse feito algum registro, principalmente de processos, e que estes pudessem ter

outros desdobramentos.

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2 BIOENERGIA

Segundo Izique (2008), em declaração a Revista Sem Fronteiras, o

mundo começa a conviver com a ideia de que a era dos hidrocarbonetos pode estar

próxima do fim: a produção de petróleo na Rússia parece ter alcançado o seu pico, a

Arábia Saudita anunciou a suspensão dos planos para aumentar a sua capacidade

produtiva, e o preço do petróleo chegou a atingir em julho de 2008, o valor recorde

de U$ 147 o barril, mais de 100% acima da cotação de uma década atrás. O mundo

também descobriu que os gases de efeito estufa (GEE) gerados principalmente, pelo

uso de combustíveis fósseis, ameaçam o desequilíbrio do planeta. Os riscos de

escassez e de aquecimento global é claro, o instinto de sobrevivência fizeram

desencadear mundialmente uma corrida em busca de alternativas energéticas

limpas e renováveis que possam mudar de forma dramática a Geoeconomia

Mundial.

Para Lovatelli (2008) cada quilograma de biodiesel utilizado em

substituição ao diesel evita a emissão de 2,5 kg de gás carbônico (CO2) na

atmosfera, além de outros gases poluentes presentes no Diesel, principalmente

resíduos de enxofre que provocam chuvas ácidas e problemas respiratórios e

cardiovasculares. A utilização do biodiesel trará resultados ambientais imediatos,

proporcionais ao percentual de mistura.

2.1 OLEAGINOSAS PARA BIODIESEL

As matérias-primas e os processos para a produção de biodiesel

dependem da região considerada. As diversidades sociais, econômicas e ambientais

geram distintas motivações regionais para a produção e consumo desse

biocombustível.

Outra vantagem é que o biodiesel pode ser produzido a partir de muitas matérias-primas disponíveis ou adaptáveis às condições do País. Seja o óleo vegetal de oleaginosas, tais como soja, algodão, amendoim, girassol, mamona, dendê, pinhão-manso, seja o óleo de gordura animal aproveitado de resíduos do abate de bovinos e aves, dos quais somos os maiores produtores mundiais, seja o óleo já

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utilizado em frituras para a produção de alimentos, que pode ser reaproveitado, evitando a poluição de recursos hídricos (SEBRAE, 2007).

A Amazônia tem apresentado excelentes resultados na produção de

oleaginosas de palmeiras, das quais se destaca o dendê, com produtividade que

pode ser superior a 5.000 kg de óleo por hectare por ano. Muitas outras espécies

oleaginosas nativas espalhadas pela região poderiam abastecer pequenas unidades

industriais, conferindo auto-suficiência local em energia, constituindo o que se

poderia conceituar de “ilhas energéticas” (LIMA, 2005).

A transformação de oleaginosas em biodiesel é um processo

relativamente simples em que se reage o óleo vegetal com etanol ou metanol na

presença de catalisador (SZPIZ et al., 1983, 1984, e LAGO et al., 1988 apud PARK,

2008). Porém, os tipos de plantas oleaginosas e os processos para a produção de

biodiesel dependem da região a ser considerada (SILVA e BISERRA, 1986 apud

PARK, 2008). Por exemplo, nos estados do Amazonas e Pará, com clima úmido

equatorial, com solo fértil de pequena profundidade e elevada taxa de pluviosidade

que pode ocasionar excessiva erosão, não permitem plantio de culturas temporárias.

Assim, a produção de oleaginosas de palmeiras, com destaque em dendê, é a mais

recomendada. Nos estados do Maranhão e Tocantins e parte do Piauí, Goiás, Mato

Grosso e Pará, há predominância de babaçu, com cerca de 17 milhões de hectares

plantadas. Na região semi-árida do Brasil, que abrange quase todos os estados do

Nordeste e norte de Minas Gerais, o plantio de oleaginosas pode se basear em

lavoura de sequeiro, isto é, sem irrigação, como é o caso da mamona e do algodão.

Vale lembrar que o semi-árido possui, nas suas zonas rurais, mais de 2 milhões de

famílias que convivem com secas periódicas.

Atualmente existe uma grande discussão sobre a produção de biodiesel com óleo de mamona, principalmente para a região do semi-árido nordestino. Nessa região concentra-se a produção nacional de mamona com cerca de 80% de produção total, sendo o estado da Bahia o principal produtor regional. As principais regiões produtoras do Estado da Bahia são Piemonte da Diamantina, Irecê, Chapada Diamantina, Seabra e Médio São Francisco. Nessas regiões, um total de 8 municípios produz mamona, com cerca de 102 toneladas em 104 mil hectares, quase todos os municípios localizados no semi-árido (PARK, 2008, p. 61).

O biodiesel pode ser produzido a partir de qualquer fonte de ácidos

graxos, porém nem todas as fontes de ácidos graxos viabilizam o processo a nível

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industrial. Os resíduos graxos também aparecem como matéria-prima para a

produção do biodiesel. Nesse sentido, podem ser citados os óleos de frituras, as

borras de refinação, a matéria graxa dos esgotos, óleos ou gorduras vegetais ou

animais fora de especificação, ácidos graxos, etc1.

Tabela 1 - Valores médios de produtividade e teor de óleo em algumas oleaginosas no Brasil.

Tipo de Teor de óleo (%m) Produtividade (Kg/há.ano)

Produção de Óleo (Kg/há.ano)

Mamona 50 2.500 1.250

Girassol 42 1.600 672

Amendoim 40 1.800 720

Gergelim 39 1.000 390

Colza 38 1.800 684

Pinhão 33 4.000 1320

Dendê 20 10.000 2000

Soja 18 2.600 468

Algodão 15 1.800 270

Babaçu 6 12.000 720 Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, 2008.

1 Biodiesel. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Biodiesel>. Acesso em 1 de junho de 2008.

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Gráfico 1 - Produção por hectare de grãos e de óleos

Fonte: adaptado pelo autor

Gráfico 2 - Teor de óleo (%m)

Fonte: adaptado pelo autor

Existe o fator da atratividade econômica de cada uma das espécies

elencadas como potenciais à produção de Biodiesel no que tange ao fator da

produção de óleo por unidade agrícola, ou seja, o rendimento por há. Porém, um dos

critérios fundamentais antes de qualquer coisa é a escolha da cultura em função da

região escolhida, respeitando a vocação geográfica para ela. A seguir uma tabela da

potencialidade das oleaginosas por região:

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Quadro 1 - Potencialidade de oleaginosas por região geográfica do Brasil Fonte: Brasil: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (2008).

Ainda segundo o Ministério de Desenvolvimento (2008), o processo

de escolha da cultura de oleaginosa requer também critérios básicos, em função do

plano de produção agrícola do grão, que refletirá diretamente nos aspectos

econômicos, sociais e ambientais do agronegócio e, posteriormente, na produção

industrial do biodiesel.

.

Quadro 2 - Fatores econômicos, sociais e ambientais na escolha da oleaginosa Fonte: Brasil: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, 2008.

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Os três fatores econômicos, sociais e ambientais que devem ser

considerados na escolha da variedade de oleaginosa com a perspectiva de uso de

seus grãos na prensagem para a produção de óleos para a indústria de biodiesel.

Fatores Econômicos: há que se buscar uma variedade produtiva,

aquela que os grãos prensados dará uma quantidade desejável de óleos e tortas

que agreguem valor, ou seja, que os custos de produção permitam lucratividade que

justifique tal atividade agrícola.

Fatores Sociais: o que se pergunta é qual será o custo da terra? A

variedade escolhida agrega empregos regionais? Estes empregos estimularão

outros empregos nas pequenas e grandes cidades? E se alcançarem tais objetivos

será de forma sustentável? A cultura escolhida faz parte da vocação agrícola da

região? O manejo da cultura também deve ser considerado prevendo-se mão-de-

obra às vezes especializadas e produtos para sua realização.

Fatores Ambientais: estes se constituem entre os mais importantes

neste contexto. Deve-se considerar quais práticas de mecanização se utilizarão

nesta lavoura e se estas práticas não facilitarão a erosão, a não retenção de águas,

se a cultura que está escolhendo não vai sugar de forma exagerada a vitalidade do

solo. Práticas como análises químicas de solo, determinação de PH ajudarão na

orientação de possíveis ajustes e correções. E finalmente a demanda hídrica, ou

melhor, a oleaginosa escolhida não pode consumir água de forma excessiva, uma

vez que a água se constitui também numa questão ambiental onde deve-se

colaborar com a sua distribuição e uso de forma justa e correta. Na escolha da

oleaginosa deve-se prever para cada tonelada de grãos produzidos quantos metros

cúbicos de água “virtual” serão necessários, se esta água existe na propriedade ou

em seu solo, e como tem sido a distribuição anual de chuvas na região. A questão

hídrica é muito séria visto que a água também faz parte de grandes eventos

mundiais que visam exemplos de educação ambiental no que tange a exploração

decente dos recursos planetários com sustentabilidade.

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2.2 LOGÍSTICA DE ALGUMAS CULTIVARES DE OLEAGINOSAS PARA A PRODUÇÃO DE BIODIESEL

2.2.1 Pinhão Manso

É a oleaginosa de grande potencial. Segundo o Centro Tecnológico

de Minas Gerais (CETEC, 1983), o pinhão manso procede da América do Sul,

possivelmente do Brasil, atualmente ocorre em todas as regiões brasileiras de forma

dispersa e em quase todas as regiões intertropicais.

2.2.2 Soja

A soja é a jóia da coroa do agronegócio brasileiro. Está ancorada

em mercado francamente comprador, de alta liquidez e com expansão. É favorecida

pela mecanização, modernização da cultura, estamento tecnológico no estado da

arte mundial. Seu principal produto é a torta ou farelo, base para a formulação de

rações e outros produtos destinados a alimentação. O óleo é considerado um

produto secundário em relação a torta, posto existirem mais fontes de óleo

comercialmente mais competitivos que fontes protéicas do mesmo status (BRASIL,

2006).

2.2.3 Amendoim

O amendoim possui 50% de óleo na amêndoa e se constitui em

importante fonte de óleo comestível antes de ser substituído pela soja. Igualmente

no início da década de 80, foram realizados estudos em nosso país, utilizando o óleo

de amendoim em substituição ao óleo da soja com muito sucesso (MDIC, 2009).

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2.3 PRENSAGEM, TORTAS E ÓLEOS

Como resultado da prensagem de grãos de oleaginosas tem-se tortas

e óleos. No caso da soja sua torta movimenta milhões no agronegócio mundial por

ser usada na alimentação humana e animal. A indústria do biodiesel oportunizou

estudos de destinação de tortas de diversas oleaginosas. Vale ressaltar que

algumas têm elevado nível de toxidade, como é o caso da mamona. (BSBIOS, 2008)

2.3.1 Tecnologias de Produção

Entradas e saídas do processo de produção de biodiesel:

Existem duas tecnologias que podem ser aplicadas para a obtenção

de biodiesel a partir de óleos vegetais (puros ou de cocção) e sebo animal: a

tecnologia de transesterificação e a tecnologia de craqueamento. A tecnologia

predominante no mundo é a da transesterificação metílica, onde óleos vegetais ou

sebo animal são misturados com metanol que, associados a um catalizador, produz

biodiesel. A opção pelo metanol, principalmente em outros países, se deu pelo alto

custo do etanol (SEBRAE, 2007).

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Figura 1 – O processo de produção do biodiesel

Fonte: Processo de Produção de Biodiesel2

Somente álcoois simples, tais como metanol, etanol, propanol,

butanol e amil-álcool, podem ser usados na transesterificação. O metanol é o mais

usado por razão de natureza física e química (cadeia curta e polaridade). Contudo o

etanol está se tornando mais popular, pois ele é renovável e muito menos tóxico de

que o metanol. O tipo de catalisador, as condições de reação e a concentração de

impurezas numa reação de transesterificação determinam o caminho que a reação

segue. Para funcionar de maneira sustentável deverão ser implementadas ações do

governo e outros agentes que garantam a criação de um mercado inicial de

2 Processo de Produção de Biodiesel. Disponível em:

<http://www.biodieselbr.com/biodiesel/processo-producao/biodiesel-processo-producao.htm>. Acesso em 05 de julho de 2008.

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biocombustíveis. Dessa forma prevê-se o PROBIODIESEL para o fomento do

biodiesel (ARIOSTO, 2004).

Figura 2 - Fluxograma do Processo de Produção de Biodiesel

Fonte: PARENTE – Uma Aventura Tecnológica num País Engraçado (apud SEBRAE, 2007)

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3 TRANSESTERIFICAÇÃO

O biodiesel é comumente produzido por meio de uma reação química

denominada transesterificação. No caso específico para a reação abaixo, os

triacilgliceróis de origem animal/vegetal, reagem com o metanol, na presença de um

catalisador, produzindo glicerol (subproduto) e o éster metílico de ácido graxo

(biodiesel). A reação de transesterificação pode ser catalisada por ácido ou base3.

A transesterificação é o processo de separação do glicerol do

óleo vegetal. Cerca de 20% de uma molécula de óleo vegetal é formada por

glicerina. A molécula de óleo vegetal é formada por três ésteres ligados a

uma molécula de glicerina, o que faz dele um triglicídio. A glicerina torna o

óleo mais denso e viscoso. Durante o processo de transesterificação, a

glicerina é removida do óleo vegetal, deixando o óleo mais fino e reduzindo

sua viscosidade4.

O óleo vegetal novo ou usado ou a gordura animal (depois de filtrado,

desidratado e ter sua acidez reduzida) é colocado num recipiente chamado reator,

aquecido e misturado com o álcool e a soda cáustica. Depois de aproximadamente

uma hora, inicia-se o processo de decantação pelo qual a mistura separa-se em dois

níveis: no topo fica o biodiesel e no fundo do recipiente fica depositado o glicerol ou

glicerina. Depois de drenado o glicerol, o biodiesel puro é “lavado” com água

acidulada para remoção de traços de metanol e outras impurezas. Finalmente o

biodiesel é filtrado e está pronto para o uso, tanto puro como misturado ao óleo

diesel sem necessidade de modificações no motor. Todo o processo de fabricação

leva cerca de 8 horas5.

3 Biodiesel. Disponível em: < http://pt.wikipedia.org/wiki/Biodiesel>. Acesso em 01 de junho de 2008.

4 Processo de Produção de Biodiesel. Disponível em: <http://www.biodieselbr .com/ biodiesel/processo-producao/biodiesel-processo-producao.htm>. Acesso em 05 de julho de 2008.

5 BSBIOS. O que é biodiesel. Disponível em: <http://www.bsbios.com/?menu= oqueebiodiesel>. Acesso em 01 de junho de 2008.

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4 DESTINAÇÃO DO CO-PRODUTO GLICERINA

Conversão em Polióis e Olefinas: a transformação da glicerina em

propenol é uma reação de desoxigenação. Consiste no tratamento da glicerina com

ácido fórmico – substância presente no veneno das formigas. Segundo Bergman

(apud RIBEIRO, 2009) o ácido fórmico converte a glicose em ácido alílico, hoje

material usado como partida para a produção de polímeros, fármacos, herbicidas,

pesticidas e outros produtos químicos.

A biomassa tem atraído a atenção de cientistas e engenheiros em

todo o mundo, não só porque pode ser transformada em biocombustíveis, mas

também pelo seu imenso potencial como matéria-prima para a indústria química. A

substituição de insumo e petroquímicos por insumos oriundos da biomassa

traz a vantagem de estes serem renováveis e biodegradáveis. Do ponto de vista

químico, diferentemente do processo de produção de insumos a partir do

petróleo, normalmente feitos por oxidação, os insumos da biomassa requerem

material de partida, ou seja, a remoção dos átomos de oxigênios

(http://newscenter.ibl.gov/feature-stories/2009/06/11/replacing-petros-with-biomass).

4.1 FABRICAÇÃO DE PLÁSTICO

A Nova Petroquímica dará no próximo ano sua arrancada na

produção de resina de plástico a partir de fontes renováveis. A empresa deve ser a

primeira no mundo a fazer plástico a partir da glicerina residual do biodiesel,

informou o gerente de tecnologia da companhia e um dos idealizadores da resina,

Pedro Boscolo. Com isso, substituirá matérias-primas de petróleo. A empresa

desenvolveu tecnologia, e já registrou patente, da Bios, família de plásticos de

polipropileno (usado em embalagens e autopeças) que ganha produção industrial

em 2009. Com o boom na produção de biocombustíveis no País, somente este ano

haverá uma oferta extra de 105 mil toneladas dessa glicerina, que seria incinerada.

"Encontramos uma alternativa para crescer com custos muito baixos e usando um

resíduo", disse Boscolo. (GAZETA MERCANTIL, 2008).

Ident i f icamos que os consumidores atuais de g l icer ina não

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ter iam como ut i l izar toda a produção, d iz Pedro Geraldo Boscolo, gerente da Quat tor . Foi a part ir da constatação dessa crescente oferta de g l icer ina no mercado que a empresa procurou o professor Claudio Mota, do Inst i tu to de Química da Univers idade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) em 2006. A motivação part iu deles e no iníc io achei dif íc i l ret irar da g l icer ina (C3H8O3) os átomos de ox igênio para transformá- la em propeno (C3H6) , lembra Mota. Embora não ex ist issem referênc ias na l i teratura c ient í f ica, nós conseguimos um bom sistema extra indo o ox igênio como água.” A reação química resulta na produção de água, que se torna um benef íc io porque e la também poderá ser comercia l izada ou usada pela própr ia indústr ia. Foi fe ita uma patente em que os resultados f inanceiros serão div id idos 50% para a UFRJ e os pesquisadores do pro jeto e 50% para a empresa. O projeto de pesquisa teve invest imentos de R$ 2 milhões, sendo R$ 600 mi l da F inanciadora de Estudos e Projetos (F inep) e o restante da Quat tor . (REVISTA PESQUISA FAPESP, 2008 , s .p.) .

Segundo o executivo, os ganhos em custo da resina podem ainda

ser medidos, por exemplo, pela facilidade de transporte, que pode ser feito por

caminhão (os gases de refinaria usados hoje pela empresa necessitam dutos) e

flexibilizar as fontes de abastecimento. Outra fonte de renda será o comércio de

crédito de carbono que em breve devem ser contabilizados pela empresa. A

oleaginosa captura carbono da atmosfera e ele permanece no plástico até sua

eliminação ou então reciclagem. O polipropileno, de petróleo ou glicerina, é 100%

reciclado. (GAZETA MERCANTIL, 2008).

Segundo levantamento realizado pela empresa, o volume de

glicerina disponível em 2008 deverá atingir cerca de 105 mil toneladas se a

produção chegar a 1 bilhão de litros de biodiesel para compor a cota obrigatória de

2% adicionado ao diesel, principal combustível de caminhões e ônibus do país. Em

2013, quando essa porcentagem subir para 5% de biodiesel, o excedente de

glicerina deverá ser de 250 mil toneladas. (REVISTA PESQUISA FAPESP, 2008).

Para Pedro Boscolo, a produção de resina verde da Nova

Petroquímica deve encontrar mercados com forte demanda na Europa e Japão,

"porém o objetivo será o de agregar valor aos manufaturados brasileiros e exportar,

por exemplo, produtos embalados em plástico verde." (GAZETA MERCANTIL, 2008,

s.p.).

Esta é mais uma iniciativa com capital privado de utilizar a glicerina

como base à produção de um produto potencialmente barato e com mercado

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consumidor garantido, uma vez que tendo preço e qualidade, produtos ecológicos

estão ganhando força na preferência de clientes internacionais.

4.2 PLASTIFICANTE RENOVÁVEL

Também está a rota vegetal na origem de um novo produto que

poderá substituir um aditivo usado pelas indústrias para dar maior maciez e

flexibilidade aos artefatos feitos com policloreto de vinila (PVC), o segundo plástico

mais usado no mundo. “Conseguimos um plastificante renovável com base em um

óleo vegetal para substituir os ftalatos (produzidos a partir de derivados de

petróleo)”, diz a professora Sônia Faria Zawadzki, do Departamento de Química da

Universidade Federal do Paraná (UFPR). Os ftalatos formam um conjunto de

substâncias químicas que estão presentes, principalmente quando associados ao

PVC, na formulação de sacos plásticos ou em forma de filme para embalar

alimentos, além de estarem presentes em brinquedos, cortinas de banheiro,

embalagem para cosméticos, cateteres e bolsas de sangue e soro. Sobre eles

pesam a suspeita de trazerem vários males à saúde humana. (REVISTA PESQUISA

FAPESP, 2008, s.p.).

Estudos mostram que, mesmo em pequenas doses, os ftalatos

podem passar por contato para alimentos e bebidas e depois ser ingeridos por

adultos e crianças e ser associados a câncer, má-formação esquelética, problemas

endócrinos e hormonais, principalmente danos ao sistema reprodutor masculino. O

principal suspeito é um tipo plastificante chamado de ftalato de di-(2-etil-hexila)

(DEHP na sigla em inglês) muito usado em filmes plásticos. “Em camundongos já

estão comprovados câncer no pâncreas, rins e fígado, mas em relação aos

humanos ainda há controvérsias”, diz a professora Sônia. A Agência Nacional de

Vigilância Sanitária (Anvisa) indica o máximo de 3% de ftalatos em produtos

vendidos no Brasil. “Mas há dados na literatura nacional e internacional que

mostram a presença de valores acima desse nível, principalmente nos filmes e

sacos plásticos, produtos que ficam bem molinhos graças aos plastificantes.”

(REVISTA PESQUISA FAPESP, 2008, s.p.).

O produto desenvolvido na UFPR para substituir os ftalatos e

plastificar o PVC começou a ser desenvolvido em 2003. A pesquisa, coordenada

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pela professora Sônia em colaboração com o professor Luiz Pereira Ramos, chegou

até a fase pré-industrial numa parceria com a filial da empresa norte-americana

Corn, que processa matéria-prima vegetal para as indústrias alimentícia, química e

farmacêutica. Eles começaram a investir na pesquisa depois que a professora Sônia

fez a formulação e mostrou à empresa. Agora a Corn estuda a implementação

industrial do produto, que ainda não pode ter revelados alguns detalhes como o óleo

vegetal do qual é feito, embora já tenha um depósito de patente. O novo plastificante

custará cerca de 10% a menos que os ftalatos convencionais. (REVISTA PESQUISA

FAPESP, 2008).

4.3 GLICERINA EM GÁS-METANO

Pesquisa da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)

identificou microrganismos que se alimentam da glicerina, transformando a

substância em gás. As bactérias são extraídas do esterco bovino. "Não isolamos

uma bactéria. Trata-se de um consórcio bacteriano composto por várias espécies de

microrganismos", informa a professora Maria de Los Angeles Palha, do

Departamento de Engenharia Química da UFPE. (FUNPAR, 2008).

A transformação da glicerina é feita num biodigestor, equipamento

onde ocorre a fermentação de biomassa para a obtenção do biogás. A reação

química ocorre na ausência do oxigênio. É que as bactérias empregadas no

processo são anaeróbias, ou seja, sobrevivem sem a presença do oxigênio.

(FUNPAR, 2008).

O gás produzido é o metano, o mesmo liberado pelo gado bovino

após a ruminação do capim. O metano pode ser usado como combustível. "É um

gás para ser queimado, assim como o gás natural que usamos na cozinha",

esclarece Maria Palha. (FUNPAR, 2008).

Para a professora, dominar tecnologias de aproveitamento da

glicerina será uma necessidade diante do crescimento do setor de biocombustíveis.

"Hoje a glicerina é absorvida pela indústria cosmética como matéria-prima. Mas,

quando a produção de biodiesel aumentar, haverá mais glicerina que o mercado

possa ser capaz de absorver", adverte. “Daí a importância dessa pesquisa”.

(FUNPAR, 2008).

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O estudo começou em abril de 2007, com recursos da Financiadora

de Estudos e Projetos (Finep/MCT). A equipe, integrada por alunos de mestrado,

iniciação científica e outros professores do Departamento de Engenharia Química da

UFPE, ainda não fechou os dados sobre a relação entre a quantidade de glicerina

empregada no processo e a de biogás gerado. "Que o consórcio de bactérias

degrada a glicerina, transformando a substância em gás, nós já temos certeza. Só

falta analisar o teor de glicerina e de metano envolvidos." (FUNPAR, 2008).

Maria Palha acredita que a glicerina com teor de pureza mais

elevado continue sendo destinada a indústria de biocombustíveis à indústria

cosmética. Na opinião dela, a substância aproveitada na produção de biogás será a

bruta. (FUNPAR, 2008).

Um dos gases do efeito estufa, fenômeno natural de aquecimento da

Terra aumentado pela industrialização, o metano tem no gado seu principal emissor.

A chamada fermentação entérica das vacas e bois corresponde à emissão anual de

gás carbônico (CO2) de 36 milhões de veículos de passeio, segundo a pesquisadora

Mercedes Bustamante, do Departamento de Ecologia da Universidade de Brasília

(UnB). (FUNPAR, 2008).

4.3.1 Outros destinos

Agora, também utilizando microorganismos, cientistas da

Universidade Rice, nos Estados Unidos, desenvolveram um processo de

fermentação que permite que a Escherichia coli e outras bactérias intestinais

convertam a glicerina em ácidos orgânicos úteis em vários processos industriais e,

portanto, com valor de mercado (BIODIESELBR6).

"A nova via metabólica que nós descobrimos abre caminho para o

desenvolvimento de novas tecnologias para converter esse rejeito em compostos

químicos de alto valor," conta o professor Ramon Gonzalez. O processo de

fermentação também pode ser utilizado para transformar o glicerol em etanol. Mas

os pesquisadores afirmam que utilizá-lo para produzir ácidos orgânicos, como

6 Biodieselbr. Rejeito de biodiesel vira produto químico valioso graças à biotecnologia.

Quinta, 03 Julho 2008. Disponível em: <http://www.biodieselbr.com/noticias/biodiesel/r1 -rejeito-biodiesel-produto-quimico-valioso-biotecnologia-03-07-08.htm>. Acesso em 20 de julho de 2008.

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formatos e sucinatos, é ainda mais eficiente e gera produtos com maior valor de

mercado.7

Até agora se acreditava que o glicerol somente poderia ser

fermentado por organismos capazes de produzir um composto químico chamado

1,3-PDO (1,3-propanodiol). Só que nenhuma das bactérias mais comumente

utilizadas em biotecnologia - como a Escherichia coli e a Saccharomyces cerevisae -

consegue fazer isto. 8

O que a equipe do Dr. Gonzalez descobriu é que é possível usar o

1,2-PDO, um composto muito similar ao 1,3-PDO e com a grande vantagem de

poder ser produzido pela Escherichia coli "A razão pela qual isto não havia ainda

sido descoberto antes provavelmente é que a Escherichia coli exige uma

configuração especial de condições de fermentação para que esta via seja ativada,"

diz Gonzalez. "Não foi fácil ajustar essas condições, de forma que não é o tipo de

processo em que alguém iria tropeçar por acidente." (BSBIOS, 2008)

7 Idem.

8 Idem

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5 BIODIESEL

São combustíveis produzidos a partir de fontes renováveis. Podem

ser de óleos vegetais (inclusive de óleos residuais de frituras), gorduras animais,

microalgas e outros.

A definição para o Biodiesel aconteceu, com a lei 11.097, de 13 de

setembro de 2005, introduzindo-o na matriz energética brasileira.

Segundo Freitas (2008), o Biodiesel é Ester de ácido graxo obtido

quimicamente misturando-se em meio alcalino (óleos vegetais, gorduras animais e

álcool na presença de um catalisador) (reação conhecida como transesterificação).

Pode ainda ser obtido através de outros processos como craqueamento e

esterificação. Por vir de matérias-primas renováveis é também biodegradável e

contribui para a diminuição dos efeitos do aquecimento global e reduz a

dependência mundial de petróleo.

De acordo com a resolução anterior do CNPE a mistura do Biodiesel

ao Diesel deve chegar em 5% em 2013. Segundo Lobão, a ideia porém é antecipar

para 2010 em escalas. Na medida que antecipa-se a mistura se esta contribuindo

para a saúde do meio ambiente. Estamos deixando de importar petróleo e com isso

deixaremos de pagar um preço elevado substituindo essa importação por biodiesel,

declarou o Ministro das Minas de Energia, Edison Lobão (RODRIGUES, 2008).

5.1 O BIODIESEL COMO SUBSTITUTO DO ÓLEO DIESEL

Segundo BSBIOS (2008), os motores “a Diesel” foram inventados

por Rudolf Diesel em 1893. Em 1900, durante a Exposição Mundial em Paris, eles

foram exibidos funcionando com óleo de amendoim. Só muito tempo depois é que

os motores inventados por Diesel começaram a ser abastecidos com óleo “diesel”

derivado do petróleo. Isto explica o porquê dos motores a Diesel não necessitarem

modificações para funcionarem com o biodiesel, que é fabricado à base de óleos

vegetais.

Enfatiza-se muito que o óleo vegetal não é sinônimo de biodiesel,

uma vez que biodiesel é resultante da presença de óleo vegetal e álcool na

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presença de um catalisador. E uma vez transesterificado tudo isso terá como

resultado 90% de Biodiesel e 10% de glicerina. A indústria do Biodiesel tem

disponibilizado muita glicerina e estimulado pesquisadores a descobrir usos

ambientalmente corretos para a mesma e felizmente muitas descobertas tem

acontecido com muito sucesso nos campos da indústria farmacêutica, alimentícia,

de plastificante renovável, na geração de energia (de maneira mais específica, gás

metano) e outros.

O biodiesel é melhor que o Diesel de petróleo em muitas questões e

aqui algumas delas: sua origem é de recursos renováveis, contribui de maneira

muito incisiva com o desenvolvimento sustentável mundial uma vez que: segundo

(BSBIOS, 2008), sendo um lubrificante muito melhor do que o diesel de petróleo,

pois tem grande poder lubrificante, mais viscosidade e desgasta menos o motor, tem

um índice maior de cetano que confere aos motores mais torque. Há motores que já

rodaram mais de 1 milhão de quilômetros com biodiesel puro na Alemanha e em

outros países da Europa.

5.2 BIODIESEL, AGRICULTURA FAMILIAR E INCLUSÃO SOCIAL

O cultivo de oleaginosas para a produção industrial do Biodiesel

assim como a cadeia produtiva como um todo, tem evidente poder de fortalecimento

da agricultura familiar, inclusão social, fixação do homem no campo e geração de

empregos no campo e na cidade.

Os esforços do governo em relação a necessidade de aumento de

oferta de energia elétrica em parte pode ser canalizado para o uso de óleos vegetais

(biodiesel) para a sua geração o que estimularia o desenvolvimento regional,

principalmente em comunidades isoladas, onde o custo de transporte do diesel torna

muito onerosa a geração de energia elétrica, sendo muito favorável o

aproveitamento energético das oleaginosas.

É possível o consórcio de transportes, independência energética nas

comunidades isoladas e a promoção de melhor qualidade de vida, com energia

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contínua e em maior potência, de acordo com os resultados encontrados por Di

Lascio, Rosa e Molion (1994).

Alguns estudos realizados pelo Ministério do Desenvolvimento

Agrário (MDA), Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA),

Ministério da Integração Nacional (MIN) mostram que a cada 1% de substituição de

óleo diesel por biodiesel produzido com a participação da agricultura familiar poderia

gerar cerca de 45 mil empregos no campo, com uma renda média anual de R$

4.900,00 por emprego. Tomando-se como hipótese que para cada emprego no

campo são gerados três na cidade, estimam que 180 mil novos postos de trabalho

serão criados. E num cenário otimista para a produção de Biodiesel no Brasil, com

participação de 6% da agricultura familiar, projetariam uma geração de 1 milhão de

empregos (HOLANDA, 2004, apud PARK, 2008).

5.3 CONTRIBUIÇÕES DO BIODIESEL PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL MUNDIAL

No momento atual, fala-se muito em “sustentabilidade” mas para

esta tão necessária e decantada sustentabilidade precisa-se de educação,

investimentos persistentes para que as pessoas venham a interiorizá-la, uma

sustentatibilidade de essência, amparadora de eníssimos progressos reais e

insubstituíveis. A educação, principalmente a ambiental, é a condição sine qua non

para sua concretização.

Sangari, Ben, presidente da Sangari Brasil e do Instituto Sangari vê

uma relação direta entre educação e sustentabilidade e afirma ser necessário uma

revolução educacional que permita mudanças realmente significativas a médio e

longo prazo no que diz respeito à sustentabilidade de nossas atividades econômicas

(SANGARI, 2010).

Muito se divulga que sustentabilidade é um conceito sistêmico;

relacionado com a continuidade dos aspectos econômicos, sociais, culturais,

ambientais da sociedade moderna.

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Sustentabilidade? O que é sustentabilidade? Podemos dizer na

prática, que esse conceito de sustentabilidade representa promover a exploração de

áreas ou o uso de recursos planetários, naturais ou não de forma a prejudicar o

menos possível o equilíbrio entre o meio ambiente e as comunidades humanas e

toda a biosfera que dele depende para existir. De forma simples, a sustentabilidade

é a garantia de que uma região mesmo explorada continuará a prover recursos e

bem estar econômico e social para as comunidades que nela vivem por muitas

gerações. (ABREU, 2008).

A adoção de práticas sustentáveis na vida de cada indivíduo é fator

decisivo para possibilitar a sobrevivência da raça humana e a continuidade da

disponibilidade dos recursos naturais. Se todos entendessem a importância da

adoção de práticas de sustentabilidade desde muito cedo; todas essas alterações

climáticas poderiam ser evitadas ou retardadas ao máximo e os recursos naturais

estariam disponíveis e fartos por muito mais tempo. As ações aparentemente

simples e de pouco impacto, quando tomadas por um grande número de pessoas,

tornam a sustentabilidade uma realidade palpável e real o que garante a

sobrevivência da nossa espécie por muito mais tempo.

(www.ecologiaurbana.com.br/sustentabilidade). NOV/2010.

A sustentabilidade serve para defender as ações e atividades

humanas que visam suprir as suas necessidades atuais sem comprometer o futuro

das próximas gerações. Ela deve buscar o desenvolvimento econômico e material

sem agredir o meio ambiente, usando os recursos de forma inteligente para que eles

se mantenham no futuro, seguindo este parâmetro a humanidade pode garantir o

desenvolvimento sustentável.

De acordo com Global Reporting Iniative (2006, p. 2), o conceito de

sustentabiliade consiste em satisfazer as necessidades do presente sem

comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias

necessidades, desta forma ela está relacionada com os aspectos econômicos,

sociais, culturais e ambientais da sociedade humana.

Para Fialho et al., (2008, p. 47). “Sustentabilidade” implica o

crescimento econômico com o mínimo de degradação do meio ambiente e o reflexo

desse crescimento está na qualidade de vida da população em geral.

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Segundo Oliveira Basto, Luciano et al. (BIODIESEL: uma

experiência de desenvolvimento sustentável, 2009), o álcool utilizado na reação

(transesterificação) para a obtenção do Biodiesel pode ser de origem vegetal ou

mineral. Quando de origem vegetal (rota etílica), a emissão de dióxido de carbono

(CO2) decorrente da combustão do Biodiesel é reabsorvida na íntegra pela

fotossíntese das plantas durante o crescimento das próximas safras das biomassas

das quais se produz o álcool e o óleo. Quando se utiliza o álcool mineral (rota

metílica) apenas o percentual de CO2 produzido pela combustão do biodiesel

referente a queima do óleo vegetal (no mínimo 78% é reabsorvido).

Há redução de 78% nas emissões de gases do efeito estufa

decorrente do uso de biomassa consorciado a 22% de metanol fóssil, redução

comprovada de 50% das emissões de material particulado e de 98% de enxofre.

Apenas os óxidos nitrogenados (NQ) causadores de doenças das vias respiratórias

tem aumento na faixa de 13% (USEPA, 1998).

A aposta brasileira é que a necessidade de fontes de energias

renováveis num mercado aberto pela assinatura do Protocolo de Kyoto e disparada

alta dos preços do petróleo foram fundamentais a diversidade da matriz energética

ao mesmo tempo em que abre uma nova oportunidade de negócios no exterior para

a venda de combustíveis limpos e renováveis. O governo quer aprovar para gerar

emprego e renda no campo. (O ESTADO DO PARANÁ, 2008).

Segundo Oliveira Basto, Luciano et al., (BIODIESEL, 2009) o Diesel

possui quantidades substantivas de enxofre sob a forma de mercaptanas,

substâncias estas nocivas ao meio ambiente e ao local. Onde se inclui o homem.

Sabe-se também, que a queima do Biodiesel juntamente com o Diesel (Bx), favorece

a oxidação das mercaptanas transformando-as em dióxido de enxofre, mais volátil e

menos danoso aos seres vivos. Necessário se faz medir comparativamente as

emissões de mercaptanas, para demonstrar os efeitos positivos da adição de

Biodiesel ao Diesel mineral. Isso compatibiliza com as afirmações de Fialho et al.,

(2008, p. 47) “sustentabilidade implica o crescimento econômico com o mínimo de

degradação do meio ambiente e o reflexo positivo desse crescimento na qualidade

de vida da população em geral”.

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Segundo Fontana (2003 p. 13), o diesel contém enxofre gerador de

chuva ácida e benzo-a-pireno potencialmente cancerígeno. O biodiesel etílico

nacional proporciona uma combustão muito mais limpa.

É extremamente seguro dizer que o Brasil tem potencial para ser

grande no que se refere à produção, consumo e exportação de Biodiesel. O Sebrae

(2007) lembra que o Brasil é líder mundial na tecnologia de produção do etanol a

partir da cana de açúcar. Situação privilegiada principalmente no cenário das

mudanças climáticas vivenciado globalmente, onde a preocupação pelo

Desenvolvimento Sustentável está cada vez mais presente na vida de todos, uma

vez que segundo a Global Reporting Iniative (2006, p. 2) o conceito de

sustentabilidade consiste em “satisfazer as necessidades do presente sem

comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias

necessidades”, dessa forma, ela está relacionada com a continuidade dos aspectos

econômicos, sociais, culturais e ambientais da sociedade humana.

O biodiesel elimina várias formas de agressão ao meio ambiente.

Primeiro por evitar combustíveis fósseis, segundo por reduzir a liberação de

substâncias poluentes. O uso do biodiesel aparece como contribuição com o

desenvolvimento sustentável e consequentemente como colaborador da vida.

5.4 BIODIESEL NO PARANÁ

Como exemplo no Paraná, pode-se citar a BSBIOS, que juntamente

com a Petrobras Biocombustível inauguraram no dia 14 de maio de 2010 a usina de

biodiesel BSBIOS Marialva, localizada no norte do Paraná, na qual cada uma das

empresas detém 50% de participação. A cerimônia marca o início da operação da

unidade que tem capacidade de produzir 127 milhões de litros de biodiesel por ano.

O investimento total nesse projeto foi de R$ 100 milhões. (MARINGÁ, 2010).

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O autor na frente da BSBIOS – Marialva em 25 de abril de 2011, por circunstância do

desenvolvimento de sua Monografia.

Com esta unidade, a Petrobras Biocombustível passa a atuar no Sul

do País, o que permite uma logística mais eficiente no atendimento aos mercados do

Sul e de São Paulo. Além disso, amplia sua capacidade de produção de biodiesel de

326 milhões de litros/ano (Disponível em:

<http://www.maringa.com/noticias/detalhe_noticia.php?not_codigo=7937> Acesso

em 22 mar. 2011).

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Visita do autor à BSBIOS na cidade de Marialva no dia 25 de abril de

2011 por circunstância do desenvolvimento da sua Monografia. Da esquerda para a

direita o analista de fomento o Eng. Pedro Vier; o autor; o técnico de segurança no

trabalho, Felippe Leal e o técnico de segurança no trabalho, Leandro de Sá

Pardinho.

Ainda segundo o mesmo site, o empreendimento gera 120

empregos diretos na área industrial. Durante as obras, 300 trabalhadores

participaram da construção. A atuação no Paraná é estratégica, já que o estado é o

terceiro maior consumidor de diesel do País e está próximo do primeiro consumidor

que é o Estado de São Paulo, além de ser o segundo maior produtor de oleaginosas

do Brasil, com grande presença da agricultura familiar. Com o início das atividades

da usina, o estado caminha para se tornar auto-suficiente em biodiesel, que

atualmente vem de outras regiões.

Também nas cidades de Londrina e Astorga, a empresa Big Frango

atua de forma ecologicamente sustentável ao firmar parcerias no recolhimento do

óleo, o qual será convertido, entre outras coisas, em biodiesel. Além disso, uma

quantia proporcional a quantidade recolhida é doada para instituições que tratam de

câncer (Hospital do Câncer de Londrina e Rede de Combate ao Câncer de Astorga)

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Além disso, pesquisadores constatam que a farinha de restos de

frango, incluindo penas, além dos altos percentuais de proteína e nitrogênio tem

12% de gordura, matéria-prima para a produção de biocombustível, informam os

pesquisadores. Uma tonelada de pena pode produzir 69 litros de biodiesel.

Estatísticas mostram que a quantidade de farinha de pena gerada pela indústria

avícola a cada ano poderia produzir 580 milhões de litros de biodiesel. Desta forma,

o Paraná tem enorme potencial para o aproveitamento dessa matéria prima na

produção de biodiesel, uma vez que, Segundo o IBGE o Estado do Paraná lidera a

produção de frango no país. No primeiro trimestre de 2009, 1,12 bilhão de frangos

foi abatido em todo o país. Desse total, o Paraná abateu 297,3 milhões de cabeças,

26,5%. (MERCADO ÉTICO, 2010)

A própria Big Frango novamente é um bom exemplo Paranaense de

geração de biodiesel. Após cinco anos de estudos e pesquisas, a empresa passou a

fabricar seu próprio combustível, que é utilizado na frota de 180 veículos, todos com

motor a diesel. Por enquanto, o biodiesel é misturado ao óleo diesel comum na

proporção de 50%, mas de acordo com o engenheiro Eduardo Vilela, a meta é

atingir os 100% de biodiesel na frota. (USINASBR, 2008)

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6 CONCLUSÃO FINAL

É fato e de conhecimento mundial que a primeira pessoa a usar o

termo sustentabilidade foi a norueguesa Gro Brundtland, em 1987. Como exemplo, a

primeira ministra deste país, política famosa, imbuída de causas nobres, boa

redatora não poderia ter impulsionado melhor para o mundo como o fez no seu

folheto OUR COMMON FUTURE que relaciona meio ambiente com progresso. E

nele ela imprime pela primeira vez: Desenvolvimento Sustentável significa suprir as

necessidades do presente sem afetar as habilidades das futuras gerações de

suprirem as suas próprias necessidades.

Como vimos o uso do termo data 1987, ou seja, é de um passado

muito próximo, e hoje já é por demais popularizado, conhecido. Acredita-se ser

desnecessário dizer por que o termo é tão conhecido acreditando que muitos em

muitos aspectos saibam; mas fica aqui alguma contribuição, relutando para não

plagiar Gro e ao mesmo tempo relutando no sentido de não deixar de dizer algo

novo sem sair do tema central “Desenvolvimento Sustentável”, escrito e

popularizado por Gro.

Ora, concorda-se em gênero e grau com os que vêem na educação

e de uma maneira muito especial na Educação Ambiental os propulsores da

sustentabilidade, pois esta jamais prescindirá uma Educação consistente, robusta,

centrada no humano e, por conseguinte na vida. Mas sugere-se um olhar mais

invasor, característica muito evidente nos sociólogos e cientistas sociais nessa

questão que é sistêmica por natureza, onde a extinção de um inseto polinizador

afeta de forma considerável o todo e se tal questão for vista com invigilância, com

olhar não invasor, fragmentado, com desdém pode comprometer a vida, por

conseguinte também a humana na face do planeta numa negação ao seu

Desenvolvimento Sustentável. Precisa-se de olhares humanos, olhares de todos os

atores, olhares sistêmicos, das imprescindíveis ações dos que se abasteceram e

que agora podem e devem abastecer aos demais com as atitudes nobres. E onde

buscar a tão comentada liberdade se descomprometidos da atitude responsável.

Entende-se como falácia a busca do socialmente justo se conduzimos a culpa do

ambientalmente incorreto, degelo dos pólos, aquecimento global, efeito estufa,

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perdas de biodiversidade, mudanças climáticas globais e entre elas as na

agricultura, extinção de espécies, de polinizadores, contaminação das águas. Há

que se levar o conhecimento e a educação na certeza de que o sócio ambiental é

principalmente isso.

Entende-se o biodiesel, advindo de recurso infinito, renovável,

visivelmente diminuidor de emissões tóxicas. Percebe-se nas destinações

ambientalmente corretas para os seus co-produtos, tortas, glicerinas, uma relação

com o fortalecimento da agricultura familiar, com o plantio de oleaginosas, geração

de emprego de toda a sua cadeia produtiva no campo e na cidade, inclusão social,

fixação do homem no campo, certamente não se fala de uma causa pequena e não

apenas de Desenvolvimento Sustentável, mais de uma prosperidade sustentável,

que no sistêmico atuar ajudará na construção de progressos reais, prosperidade

sustentável não aparente para todos.

O biodiesel tem na origem óleos que saem na prensagem de grãos

de oleaginosas, nas vísceras e gorduras animais (nos óleos residuais de frituras que

anteriormente só iam para os bueiros) e promoviam muita poluição ambiental.

Biodiesel sintetiza a inteligência que substitui o petrodiesel pelo uso de matérias

primas renováveis.

Segundo MDIC (2009) só na Amazônia existem 40 mil comunidades

com a população em torno de 4 milhões de habitantes parte dos quais podem

beneficiarem-se com a produção e utilização da oleaginosa Dendê.

O biodiesel contribui sobremaneira com o fortalecimento da

agricultura familiar, com a inclusão social, com o desenvolvimento das indústrias

automotiva, de cosméticos, alimentícias, farmacêuticas (através das aplicações da

glicerina, seu principal co-produto), contribui também com os institutos de pesquisas.

Acredita-se que o biodiesel, sendo proveniente de biomassa

biodegradável e com potencial crescente de uso no mundo inteiro contribuirá de

forma inquestionável com a diminuição de estragos ambientais do planeta e tantas

outras mazelas da sociedade contemporânea promovidas até então, também pelo

uso de combustíveis de origem fósseis.

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O biodiesel conta com a ajuda de uma transição mundial de matrizes

energéticas. O mundo busca o que é renovável, o que polui menos, o que contribui

mais com o desenvolvimento sustentável. O biodiesel conta com vastas terras

agricultáveis, principalmente no Brasil, onde o clima e o conhecimento acerca de

muitas oleaginosas alcança considerável posição. O biodiesel tem promovido

progressos econômicos e sociais como ficou presente neste trabalho. Mas um

grande diferencial são as suas contribuições com o desenvolvimento sustentável

ajudando o Brasil na construção de matrizes energéticas limpas. Conclui-se ainda

que além desta grande vantagem as oleaginosas captam o CO2 atmosférico,

imobilizando-o, coroando por assim dizer o êxito e as contribuições com o ambiente

planetário, com o desenvolvimento sustentável mundial que certamente o diesel não

promove. A produção do biodiesel tem gerado empregos no campo e na cidade,

inclusive em regiões menos favorecidas em outras atividades. Percebe-se ai a

inclusão social que o biodiesel promove.

O Brasil conta ainda com a economia de divisas que o biodiesel

promove, sua ascensão de uso diminuirá a dependência do Brasil na compra de

combustíveis fósseis o que redundará num grande impacto na balança comercial

brasileira no que se refere à economia pela redução de importação de diesel. O

biodiesel pode diminuir a dependência energética do amazonas e fortalecer áreas

consideradas miseráveis do Nordeste, promovendo a fixação do homem no campo,

a inclusão social, o fortalecimento da agricultura familiar. O Biodiesel e seu co-

produto glicerina tem promovido uma intensa integração de indústrias, agricultura

familiar, combate a pobreza e uma coisa que também é muito importante: sem

perder o foco de sustentabilidade e economia.

A decisão por biodiesel e seus co-produtos a partir de oleaginosas,

sebos bovinos, penas de frango, micro algas, coloca em evidência a inteligência de

se usar recursos que dispomos de caráter eminentemente renováveis. Outra grande

vantagem é que quando nos referimos as oleaginosas o biodiesel pode contar com

uma multiplicidade delas em território brasileiro. É certo que o Biodiesel trouxe e

trará uma contribuição sem precedentes ao desenvolvimento sustentável mundial.

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Sugere-se com a conclusão deste trabalho intensificação de

pesquisas em oleaginosas para biodiesel, mais especificamente no que tange ao

melhoramento genético e em seus co-produtos, ou seja, tortas resultantes da

prensagem de grãos e glicerina resultante do processo de transesterificação do

biodiesel.

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REFERÊNCIAS

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ANEXOS

O Brasil é o país do mundo que reúne o maior quantitativo de vantagens

comparativas para liderar a agricultura de energia. A primeira vantagem comparativa que se

destaca é a perspectiva de incorporação da agricultura de energia sem competição com a

agricultura de alimentos, e com impactos ambientais circunscritos ao socialmente aceito. O

segundo aspecto a considerar é a possibilidade de múltiplos cultivos dentro do ano

calendário.

Por situar-se, predominantemente na faixa tropical e subtropical do

planeta, o Brasil recebe intensa radiação solar, ao longo do ano. A energia solar é a base da

produção de bioenergia e a densidade desta por unidade de área, depende diretamente da

quantidade de radiação solar incidente. Em decorrência de sua extensão e localização

geográfica, o Brasil, apresenta diversidade de clima, exuberância de biodiversidade e detém

um quarto das reservas superficiais de água doce. Anexe a todo isso a pujante agroindústria

cujo paradigma é a indústria do etanol.

Plano Nacional de Agroenergia (Fragmento de Resumo)

Futuro Sustentável

O Brasil conta com 45% de sua matriz energética de fontes renováveis

(hidrelétrica e biomassa), rotas estratégicas para o futuro da indústria Paranaense. (

Roadmapping de Energia 2015, p. 25. Sesi/Senai, 2008.

O automóvel, a carruagem sem cavalos, talvez o sonho do mais antigo

homem. “Um dia construiremos máquinas capazes de impulsionar grandes

embarcações a uma velocidade muito superior a de uma tripulação inteira de

remadores e necessitando apenas de um piloto para governá-los. Um dia, dotaremos

carroças com incrível velocidade, sem ajuda de qualquer animal. Um dia

construiremos máquinas aladas, capazes de nos levar pelo ar, como pássaros”.

(Roger Bacon – Cientista e Filósofo do Século XII).

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ESTUDOS DE CASOS QUE FUNDAMENTAM O PIONEIRISMO DO PARANÁ E SÃO PAULO

(Folha de Londrina, página Economia. Repórter: Fernanda Mazzini. 04/jan./2007).

A Big Frango passa produzir Biodiesel de produto extraído de vísceras das aves, já utilizado em 180 veículos da empresa na proporção de 50%. O projeto consumiu 3 milhões e já traz economia de 300 mil por mês apenas no que se refere a consumo do Diesel.

(www.revistavivasaudecom.br, 2011)

O Reno Renewable Energy Center, centro de pesquisas dos EUA, desenvolveu processos para a produção de biodiesel com penas de galinha. A farinha desse material tem 12% de gordura, matéria-prima para a produção de biocombustível. De acordo com as estatísticas, uma tonelada de pena pode produzir 69 litros de biodiesel. Sendo assim, a quantidade de farinha de pena gerada pela indústria avícola a cada ano poderia produzir 2,2 bilhões de litros, por ano, em todo o mundo.

(O Estado de São Paulo, pág. A12. Repórter: Herton Escobar. 08/jun./2004).

O óleo de fritura da rede Carrefour já está virando Biodiesel nos Laboratórios

da USP em Ribeirão Preto. O convênio foi firmado entre o Carrefour e o Laboratório

de Desenvolvimento de Tecnologias Limpas. (Ladetel) prevê a doação de 6 a 7 mil

litros de resíduos por mês para a produção de Biodiesel, cujo propósito é impulsionar

o desenvolvimento do combustível vegetal. Segundo o coordenador do Ladetel e

também do Projeto Biodiesel no Brasil, a parceria com o Carrefour faz parte do

projeto “Cata Óleo” que integra a iniciativa paulista e já recebe 200 litros por mês de

Biodiesel da rede Mc Donald´s e de refeitórios da USP e da Universidade Estadual

Paulista – UNESP espalhadas pelo Estado.

Tecnologias de produção

Entradas e saídas do processo de produção de biodiesel:

Existem duas tecnologias que podem ser aplicadas para a obtenção de

biodiesel a partir de óleos vegetais (puros ou de cocção) e sebo animal: a tecnologia

de transesterificação e a tecnologia de craqueamento. A tecnologia predominante no

mundo é a da transesterificação metílica, onde óleos vegetais ou sebo animal são

misturados com metanol que, associados a um catalizador, produz biodiesel. A

opção pelo metanol, principalmente em outros países, se deu pelo alto custo do

etanol (SEBRAE, 2007).

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Fonte: do autor (2010)

Figura 1 - O autor atende a repórter em stand temático do IAPAR na Fazendinha da EMATER na EXPOINGÁ - 2009, na cidade de Maringá, Paraná.

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Fonte: do autor (2010)

Figura 2 - Crianças manifestam interesses por sementes, tortas, e óleos das oleaginosas para biodiesel em exposição do IAPAR na Fazendinha da EMATER, durante a EXPOINGÁ

2010, na cidade de Maringá – Paraná.

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Fonte: do autor (2010)

Figura 3 - O autor e técnicos do IAPAR falam sobre oleaginosas para biodiesel ao Secretário Estadual da Agricultura Dr. VALTER BIANCHINI na Fazendinha da EMATER,

durante a EXPOINGÁ 2009, na cidade de Maringá – Paraná.

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Fonte: do autor (2010)

Figura 4 - O autor e pesquisadores do IAPAR, SEAB , EMATER e EMBRAPA recepcionam o Governador do Paraná ORLANDO PESSUTI, na unidade de gado de leit e e gado de

corte, onde também estavam expostas pesquisas de aproveitamento de co -produtos de biodiesel na Fazendinha Via Rural na Sociedade Rural do Paraná, durante a Exposição

Agropecuária de Londrina, 2010.

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Fonte: do autor (2010)

Figura 5 - O autor e pesquisadores do IAPAR, SEAB e EMATER recepcionam o Governador do Paraná ORLANDO PESSUTI, na unidade de biodiesel da EMATER na Fazendinha Via

Rural na Sociedade Rural do Paraná, durante a Exposição Agropecuária de Londrina, 2010.

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Fonte: do autor (2010)

Figura 6 - Visita do autor à BSBIOS na cidade de Marialva no dia 25 de abril de 2011 por circunstância do desenvolvimento da sua Monografia. Da esquerda para a direita o analista de fomento o Eng. Pedro Vier; o autor; o técnico de segurança no trabalho, Felippe Leal e

o técnico de segurança no trabalho, Leandro de Sá Pardinho.

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Fonte: do autor (2010)

Figura 7 - O autor na frente da BSBIOS – Marialva em 25 de abril de 2011, por circunstância do desenvolvimento de sua Monografia.