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Parmetros para aEducao Bsica do
Estado de Pernambuco
Parmetros para aEducao Bsica do
Estado de Pernambuco
Parmetros Curriculares de Biologia Educao de
Jovens e Adultos1
1 importante pontuar que, para todos os fins, este documento considera a educao de idosos como parte integrante da EJA. Apenas no se agrega a palavra Idosos Educao de Jovens e Adultos porque a legislao vigente ainda no contempla essa demanda que, no entanto, conta com o apoio dos educadores e estudantes de EJA.
2013
Eduardo CamposGovernador do Estado
Joo Lyra NetoVice-Governador
Ricardo DantasSecretrio de Educao
Ana SelvaSecretria Executiva de Desenvolvimento da Educao
Ceclia PatriotaSecretria Executiva de Gesto de Rede
Paulo DutraSecretrio Executivo de Educao Profissional
Undime | PE
Horcio Reis Presidente Estadual
GERNCIAS DA SEDE
Shirley MaltaGerente de Polticas Educacionais de Educao Infantil e Ensino Fundamental
Raquel QueirozGerente de Polticas Educacionais do Ensino Mdio
Cludia AbreuGerente de Educao de Jovens e Adultos
Cludia GomesGerente de Correo de Fluxo Escolar
Marta LimaGerente de Polticas Educacionais em Direitos Humanos
Vicncia TorresGerente de Normatizao do Ensino
Albanize CardosoGerente de Polticas Educacionais de Educao Especial
Epifnia ValenaGerente de Avaliao e Monitoramento
GERNCIAS REGIONAIS DE EDUCAO
Antonio Fernando Santos SilvaGestor GRE Agreste Centro Norte Caruaru
Paulo Manoel LinsGestor GRE Agreste Meridional Garanhuns
Sinsio Monteiro de Melo FilhoGestor GRE Metropolitana Norte
Maria Cleide Gualter Alencar ArraesGestora GRE Serto do Araripe Araripina
Josefa Rita de Cssia Lima SerafimGestora da GRE Serto do Alto Paje Afogados da Ingazeira
Anete Ferraz de Lima FreireGestora GRE Serto Mdio So Francisco Petrolina
Ana Maria Xavier de Melo SantosGestora GRE Mata Centro Vitria de Santo Anto
Luciana Anacleto SilvaGestora GRE Mata Norte Nazar da Mata
Sandra Valria CavalcantiGestora GRE Mata Sul
Gilvani PilGestora GRE Recife Norte
Marta Maria LiraGestora GRE Recife Sul
Patrcia Monteiro CmaraGestora GRE Metropolitana Sul
Elma dos Santos RodriguesGestora GRE Serto do Moxot Ipanema Arcoverde
Maria Dilma Marques Torres Novaes GoianaGestora GRE Serto do Submdio So Francisco Floresta
Edjane Ribeiro dos SantosGestora GRE Vale do Capibaribe Limoeiro
Waldemar Alves da Silva JniorGestor GRE Serto Central Salgueiro
Jorge de Lima BeltroGestor GRE Litoral Sul Barreiros
CONSULTORES EM BIOLOGIA
Ana Maria dos Anjos Carneiro LeoMargareth MayerMaria de Ftima de Andrade BezerraRita Patrcia Almeida de Oliveira
Roberta Fernanda Correia Albuquerque SantanaSueli Tavares de Souza e SilvaSusanna Analine Santos Cabral
Reitor da Universidade Federal de Juiz de ForaHenrique Duque de Miranda Chaves Filho
Coordenao Geral do CAEdLina Ktia Mesquita Oliveira
Coordenao Tcnica do ProjetoManuel Fernando Palcios da Cunha Melo
Coordenao de Anlises e PublicaesWagner Silveira Rezende
Coordenao de Design da ComunicaoJuliana Dias Souza Damasceno
EQUIPE TCNICA
Coordenao Pedaggica GeralMaria Jos Vieira Fres
Coordenao de Planejamento e LogsticaGilson Bretas
OrganizaoMaria Umbelina Caiafa Salgado
Assessoria PedaggicaAna Lcia Amaral
Assessoria PedaggicaMaria Adlia Nunes Figueiredo
DiagramaoLuiza Sarrapio
Responsvel pelo Projeto GrficoRmulo Oliveira de Farias
Responsvel pelo Projeto das CapasEdna Rezende S. de Alcntara
RevisoLcia Helena Furtado Moura
Sandra Maria Andrade del-Gaudio
Especialistas em BiologiaAdriana Lenira Fornari de Souza Maria de Ftima Lages Ferreira
Zlia Granja Porto
SUMRIO
11 ......................................................................................... APRESENTAO
13 ............................................................................................ INTRODUO
15 .......... 1 CINCIAS DA NATUREZA NA EDUCAO DE JOVENS E ADULTOS CONTEXTUALIZAO
20 .............2 EXPECTATIVAS DE APRENDIZAGEM DE BIOLOGIA NO ENSINO MDIO EJA
23 ...................... 3 TEMAS ESTRUTURANTES E SUAS CONCEPES
29 ............................................................................... 4 EIXOS TEMTICOS
33 ...............................................5 EXPECTATIVAS DE APRENDIZAGEM
45 .........................................................................................6. REFERNCIAS
48....................................................................................COLABORADORES
Apresentao
Os parmetros curriculares que agora chegam s mos dos
professores tm como objetivo orientar o processo de ensino
e aprendizagem e tambm as prticas pedaggicas nas salas
de aula da rede estadual de ensino. Dessa forma, antes de tudo,
este documento deve ser usado cotidianamente como parte do
material pedaggico de que dispe o educador.
Ao estabelecerem as expectativas de aprendizagem dos estudantes
em cada disciplina e em todas as etapas da educao bsica,
os parmetros curriculares funcionam como um instrumento
decisivo de acompanhamento escolar. E toda ferramenta de
acompanhamento, usada de maneira adequada, tambm
um instrumento de diagnstico das necessidades e das prticas
educativas que devem ser empreendidas para melhorar o
rendimento escolar.
A elaborao dos novos parmetros curriculares faz parte do
esforo da Secretaria de Educao do Estado de Pernambuco (SEE)
em estabelecer um currculo escolar que esteja em consonncia
com as transformaes sociais que acontecem na sociedade.
preciso que a escola seja capaz de atender s expectativas dos
estudantes desse novo mundo.
Este documento foi pensado e elaborado a partir de incansveis
debates, propostas, e avaliaes da comunidade acadmica, de
especialistas da SEE, das secretarias municipais de educao. E, claro,
dos professores da rede pblica de ensino. Por isso, os parmetros
curriculares foram feitos por professores para professores.
Ricardo DantasSecretrio de Educao de Pernambuco
Introduo
com muita satisfao que a Secretaria de Educao do Estado de
Pernambuco publica os Parmetros Curriculares do Estado, com
cadernos especficos para cada componente curricular e com um
caderno sobre as concepes tericas que embasam o processo
de ensino e aprendizagem da rede pblica.
A elaborao dos Parmetros foi uma construo coletiva
de professores da rede estadual, das redes municipais, de
universidades pblicas do estado de Pernambuco e do Centro
de Polticas Pblicas e Avaliao da Educao da Universidade
Federal de Juiz Fora/Caed. Na formulao destes documentos,
participaram professores de todas as regies do Estado, debatendo
conceitos, propostas, metas e objetivos de ensino de cada um dos
componentes curriculares. vlido evidenciar o papel articulador
e o empenho substancial dos Educadores, Gerentes Regionais
de Educao e da UNDIME no processo de construo desses
Parmetros. Assim, ressaltamos a importncia da construo plural
deste documento.
Esta publicao representa um momento importante para a
educao do estado em que diversos setores compartilharam
saberes em prol de avanos nas diretrizes e princpios educacionais
e tambm na organizao curricular das redes pblicas do estado
de Pernambuco. Alm disto, de forma pioneira, foram elaborados
parmetros para Educao de Jovens e Adultos, contemplando
todos os componentes curriculares.
O objetivo deste documento contribuir para a qualidade
da Educao de Pernambuco, proporcionando a todos os
pernambucanos uma formao de qualidade, pautada na
Educao em Direitos Humanos, que garanta a sistematizao dos
conhecimentos desenvolvidos na sociedade e o desenvolvimento
integral do ser humano. Neste documento, o professor ir
encontrar uma discusso de aspectos importantes na construo
do conhecimento, que no traz receitas prontas, mas que fomenta
a reflexo e o desenvolvimento de caminhos para qualificao
do processo de ensino e de aprendizagem. Ao mesmo tempo,
o docente ter clareza de objetivos a alcanar no seu trabalho
pedaggico.
Por fim, a publicao dos Parmetros Curriculares, integrando
as redes municipais e a estadual, tambm deve ser entendida
como aspecto fundamental no processo de democratizao do
conhecimento, garantindo sintonia com as diretrizes nacionais,
articulao entre as etapas e nveis de ensino, e, por conseguinte,
possibilitando melhores condies de integrao entre os espaos
escolares.
Esperamos que os Parmetros sejam teis aos professores no
planejamento e desenvolvimento do trabalho pedaggico.
Ana SelvaSecretria Executiva de
Desenvolvimento da Educao
PARMETROS CURRICULARES DE BIOLOGIA
15
1 CINCIAS DA NATUREZA NA EDUCAO DE JOVENS E ADULTOS
CONTEXTUALIZAO
O processo contnuo de mudanas da sociedade influenciadas
pelo desenvolvimento da Cincia e da Tecnologia aponta para a
necessidade de repensar os paradigmas do sistema educativo e
adotar uma nova dinmica, de modo a capacit-la a superar os
desafios que hoje se apresentam para a educao.
Acrescenta-se o fato de que, nos anos 1980 e 1990, cresceu a
conscincia da necessidade de promover uma formao geral
dos cidados no domnio das Cincias e das Tecnologias, como
condio imprescindvel para a compreenso dos problemas do
mundo, possibilitando a construo de propostas que permitam
minimiz-los ou solucion-los.
Nessa trajetria de reflexo, o conhecimento escolar avana para
saberes alm dos especficos de contedo. Surgem propostas
de adequao e adaptao da educao bsica, como as
Orientaes Curriculares (2006), os PCN (1998) e PCN+ (2002),
que introduziram no ambiente escolar uma nova perspectiva para
o processo de ensino e aprendizagem, incluindo, entre outros, os
conceitos, diretrizes, interdisciplinaridade e contextualizao.
Tudo isso repercute tambm nas mudanas e reflexes acerca do
processo de ensino e aprendizagem, incorporado pelas disciplinas
que constituem a rea de Cincias da Natureza. Essas mudanas
e reflexes se caracterizam como tendncias, uma vez que no
so neutras, mas fundamentam-se em uma determinada viso
PARMETROS PARA A EDUCAO BSICA DO ESTADO DE PERNAMBUCO
16 de sociedade, de educao, de educando, de aprendizagem e
mesmo de cincia.
O momento atual de ampliao das pesquisas em busca de
avanos quanto s possibilidades de atender aos valores humanos
na construo do conhecimento cientfico, envolvendo a viso
de Cincia e suas relaes com a Tecnologia e a Sociedade,
alm do papel dos mtodos das diferentes cincias.
Os estudantes jovens, adultos e idosos, para terem acesso ao
conhecimento cientfico e poderem compreender os conceitos
e as relaes que existem entre o ambiente, os seres vivos e o
universo, precisam ter uma educao problematizadora e reflexiva,
como preconiza Paulo Freire.
[...] Neste sentido, a educao libertadora, problematizadora, j no pode
ser o ato de depositar, ou de narrar, ou de transferir, ou de transmitir
conhecimentos e valores, aos educandos, meros pacientes, maneira da
educao bancria, mas um ato cognoscente. Como situao gnosiolgica,
em que o objeto cognoscvel, em lugar de ser o trmino do ato cognoscente
de um sujeito, o mediatizador de sujeitos cognoscentes, educador, de um
lado, educandos, de outro, a educao problematizadora coloca, desde
logo, a exigncia da superao da contradio educador-educandos. Sem
esta, no possvel a relao dialgica indispensvel cognoscibilidade dos
sujeitos cognoscentes, em torno do mesmo objeto cognoscvel (FREIRE,
2001, p. 68).
Considerando que o mundo atual exige pessoas capacitadas
para assumirem novas funes e que reconheam as diferentes
prticas de trabalho, torna-se importante a alfabetizao cientfica
e tecnolgica e no apenas a alfabetizao propriamente dita.
Sabe- se que importante oportunizar aos estudantes da EJA o
acesso a esse processo de alfabetizao. Para encontrar seu lugar
no mercado de trabalho atual, os jovens, adultos e idosos devem
ser capazes de lidar com a cincia e a tecnologia e aplic-las na
vida cotidiana, procurando atualizao constante.
A LDB (1996), no inciso VII do art. 4, determina a oferta de
educao escolar regular para jovens e adultos, atribuindo, ao
PARMETROS CURRICULARES DE BIOLOGIA
17poder pblico, a responsabilidade de estimular e viabilizar o
acesso e a permanncia do trabalhador na escola. Assim, os
sistemas de ensino, nos mbitos Municipal, Estadual e Federal, tm
por obrigao ofertar cursos para os jovens e adultos, inclusive
os idosos, que no puderam concluir a Educao Bsica na
idade regular, proporcionando-lhes oportunidades educacionais
apropriadas, considerando suas caractersticas e seus interesses.
A Resoluo n. 2, de 30 de janeiro de 2012, que define as Diretrizes
Curriculares Nacionais para o Ensino Mdio, reafirma a Resoluo
CNE/CEB n. 3/2010, que institui as Diretrizes Operacionais para
a Educao de Jovens e Adultos (EJA), mantendo os princpios,
objetivos e diretrizes, formulados no Parecer CNE/CEB n. 11/2000.
Este subsidiou a discusso acerca da educao em cincias para
jovens e adultos, que aparece na Proposta Curricular para a
EJA, publicada pela Secretaria de Ensino Fundamental do MEC
(BRASIL, 2002). Essa discusso teve o propsito de fundamentar
o desenvolvimento de currculos de Cincias para a EJA, em
mbito nacional.
Nesses documentos, recomenda-se que uma proposta curricular
de Cincias para a EJA deve considerar a situao e as
circunstncias de vida dos estudantes trabalhadores. Assim, cabe
indicar e possibilitar formas de oferta e organizao de currculo,
que sejam adequadas s condies dos estudantes, de modo a
permitir seu efetivo acesso, permanncia e sucesso nos estudos,
no Ensino Mdio, que o caso da presente proposta.
Sendo trabalhadores os jovens e adultos que estudam na EJA, a
organizao curricular e metodolgica deve garantir o mnimo
de 1.200 horas e aproximar-se do currculo do Ensino Mdio,
conforme institui o Programa Nacional de Integrao da Educao
Profissional com a Educao Bsica, na Modalidade de Educao de
Jovens e Adultos (PROEJA), institudo pelo Decreto n. 5.840/2006.
PARMETROS PARA A EDUCAO BSICA DO ESTADO DE PERNAMBUCO
18 Para trabalhar na formao de jovens e adultos, os professores
precisam no apenas conhecer os contedos que fazem parte do
interesse desses alunos, como tambm entender o seu processo
de construo de conhecimento. Nessa concepo de educao
de jovens e adultos, deve ser assegurado aos estudantes que
aprendam os contedos mnimos preestabelecidos em um
currculo, considerando tambm suas vivncias pessoais, familiares
e comunitrias, para a construo de novos conhecimentos. Assim,
importante utilizar abordagens que coloquem os estudantes da
EJA como centro do processo de aprendizagem.
A escolha dos conhecimentos a serem ensinados deve, portanto,
levar em considerao as experincias dos estudantes, de forma
que cada um perceba as relaes existentes entre aquilo que
estuda na sala de aula, a natureza e sua prpria vida. Alm disso,
diferentes metodologias devem ser empregadas nas aulas, de
modo a garantir o interesse e a aprendizagem do maior nmero
possvel de estudantes.
Ao considerar as particularidades da Educao de Jovens e
Adultos, a aprendizagem de conceitos cientficos deve permitir aos
indivduos interpretar suas realidades, fortalecendo sua atuao no
mundo do trabalho e na sociedade. natural e consequente que as
estratgias metodolgicas devem ser adaptadas, problematizando
e contextualizando situaes vividas no cotidiano de jovens e
adultos, de modo a garantir compreenso e aplicabilidade dos
conceitos cientficos. Desse modo, espera-se propiciar autonomia
e crtica para intervir na realidade, exercendo sua cidadania.
Podemos dizer que a Cincia um conjunto de conhecimentos
sistematizados, produzidos socialmente, ao longo da histria da
humanidade. O conhecimento sobre a realidade concreta ou
sobre os modelos da Cincia se constitui nos campos que so as
disciplinas cientficas. O ensino dessas disciplinas deve possibilitar
PARMETROS CURRICULARES DE BIOLOGIA
19a aprendizagem dos conceitos cientficos que permitem aos
indivduos interpretar suas realidades, fortalecendo sua atuao no
mundo do trabalho e na sociedade. Para o ensino de Cincias
na EJA, os professores devem privilegiar situaes vividas no
cotidiano dos jovens, adultos e idosos, a fim de garantir uma
melhor compreenso dos conceitos cientficos.
Vale ressaltar que a educao de jovens, adultos e idosos merece
uma ateno especial em relao s questes que tangem o
mercado de trabalho, a insero e a atuao desses estudantes,
uma vez que eles precisam estar cognitivamente preparados,
como tambm qualificados profissionalmente. Outro destaque
promover, entre os estudantes, momentos de debates para
a reflexo sobre a qualidade de vida dos idosos, enfocando
preveno e tratamento de doenas relacionadas ao bem-estar
fsico, mental e social que permeia o ensino de Cincias.
PARMETROS PARA A EDUCAO BSICA DO ESTADO DE PERNAMBUCO
20
2 EXPECTATIVAS DE APRENDIZAGEM DE BIOLOGIA NO ENSINO MDIO EJA
2.1 ConsidErAEs iniCiAis
O ensino de Biologia, em geral, tem sido pautado em algumas
perspectivas: 1 - ensino tradicional, que privilegia o conteudismo e a
memorizao; 2 - linearidade, a partir da qual se pressupe que alguns
contedos so pr-requisitos; 3 - nfase nos aspectos macroscpicos
da Biologia; 4 - desarticulao entre as reas intrabiologia; 5 -
descontextualizao e fragmentao dos contedos.
Em paralelo a essa situao, profundas mudanas conceituais e
metodolgicas esto sendo mobilizadas, em conformidade com
as diretrizes estabelecidas nos PCN (1999) e PCN+ (2002), que
orientam para a construo de conhecimento interdisciplinar e
contextualizado. Assim, faz-se necessrio, cada vez mais, conciliar
conhecimento cientfico e experincia prvia.
Planejar as aulas de Biologia com base nos conhecimentos
prvios dos estudantes uma condio indispensvel para haja
uma aprendizagem significativa, que no combina com a ideia de
conhecimento linear e seriado.
O conhecimento organizado linearmente contribui para reforar
a ideia de pr- requisitos, o que pode dificultar aprendizagens
posteriores. A forma linear de conceber o conhecimento
pressupe que o estudante memorize informaes por um
determinado perodo de tempo, o que no significa que tenha
compreendido o que lhe foi ensinado.
PARMETROS CURRICULARES DE BIOLOGIA
21A aprendizagem de Biologia precisa orientar-se pela busca do
conhecimento e o professor deve utilizar, na sala de aula, situaes
que propiciem o pensamento reflexivo e a vinculao do contedo
com a VIDA. Durante o processo de ensino e aprendizagem, os
estudantes devem ser incentivados a realizarem atividades de
observao e descrio, soluo e/ou proposio de problemas
da vida cotidiana, realizao e/ou proposio de suposies ou
hipteses, elaborao de perguntas, estabelecimento de diferenas
e semelhanas, classificao e exemplificao.
Para o desenvolvimento das expectativas de aprendizagem no
alcanadas e a consolidao das que esto em desenvolvimento,
o ensino de Biologia deve centrar-se no essencial e adequar os
contedos s peculiaridades de assimilao e s possibilidades
cognitivas dos estudantes.
Segundo as Orientaes Curriculares Nacionais,
[...] o ensino de Biologia deveria se pautar pela alfabetizao cientfica. Esse
conceito implica trs dimenses: a aquisio de um vocabulrio bsico de
conceitos cientficos, a compreenso da natureza do mtodo cientfico e a
compreenso sobre o impacto da cincia e da tecnologia sobre os indivduos
e a sociedade (BRASIL, 2006, p. 18).
O desenvolvimento e a consolidao das expectativas de
aprendizagem em Biologia tm o objetivo de promover a
alfabetizao e o letramento cientfico. Para Sasseron (2008), os
eixos estruturantes de um letramento cientfico so: compreenso
bsica de termos e conceitos cientficos fundamentais;
compreenso da natureza das cincias e dos fatores ticos e
polticos que circundam sua prtica; entendimento das relaes
existentes entre cincia, tecnologia, sociedade.
No Ensino Mdio modalidade EJA, segundo a matriz de
competncias que estrutura o Exame Nacional para Certificao
de Competncias de Jovens e Adultos (ENCCEJA, 2008),
os estudantes devem desenvolver e consolidar as seguintes
PARMETROS PARA A EDUCAO BSICA DO ESTADO DE PERNAMBUCO
22 competncias:
Compreender as cincias naturais e as tecnologias a elas
associadas como construes humanas, percebendo seus papis
nos processos de produo e no desenvolvimento econmico e
social da humanidade.
Identificar a presena e aplicar as tecnologias associadas s
cincias naturais em diferentes contextos relevantes para sua vida
pessoal.
Associar alteraes ambientais a processos produtivos e sociais,
e instrumentos ou aes cientfico-tecnolgicos a degradao e
preservao do ambiente.
Compreender organismo humano e sade, relacionando
conhecimento cientfico, cultura, ambiente e hbitos ou outras
caractersticas individuais.
Entender mtodos e procedimentos prprios das cincias naturais
e aplic-los a diferentes contextos.
Apropriar-se de conhecimentos da biologia para compreender
o mundo natural e para interpretar, avaliar e planejar intervenes
cientfico- tecnolgicas no mundo contemporneo.
O trabalho com essas competncias possibilita o desenvolvimento
dos eixos cognitivos comuns a todas as reas de conhecimento
do Exame Nacional do Ensino Mdio (Enem), que so: Dominar
linguagens, Compreender fenmenos, Enfrentar situaes-
problema, Construir argumentao e Elaborar propostas.
PARMETROS CURRICULARES DE BIOLOGIA
23
3 TEMAS ESTRUTURANTES E SUAS CONCEPES
Os temas estruturantes representam os pilares da organizao do
currculo, pois esto diretamente associados s expectativas de
aprendizagem e sustentados pelos eixos temticos.
Entendem-se como temas estruturantes aqueles conhecimentos
de grande amplitude, que identificam e organizam os campos
de estudo de uma disciplina escolar, considerados fundamentais
para a compreenso de seu objeto de estudo e ensino. Tais temas
perpassam, de forma recursiva, todos os eixos temticos e anos
escolares do Ensino Fundamental e Mdio. Para Biologia, os temas
estruturantes esto apresentados na Figura 1.
Figura 1. Representao esquemtica dos Temas Estruturantes em Biologia
PARMETROS PARA A EDUCAO BSICA DO ESTADO DE PERNAMBUCO
24 3.1 dEsCrio dos TEmAs EsTruTurAnTEs
Tudo na natureza organizado a partir de tomos. O que
conhecemos como matria nada mais do que tomos unidos
atravs de ligaes qumicas. Essas se formam e so mantidas
com o uso de energia. Por outro lado, sabemos que a clula a
unidade fundamental de organizao dos seres vivos. Assim, como
relacionar clula, matria e energia?
As clulas tambm se estruturam a partir de tomos unidos por
ligaes qumicas, ou seja, so constitudas de molculas. Os
tomos necessrios para formar molculas so encontrados no
meio ambiente e a energia necessria para ligar esses tomos
proveniente do sol. Percebemos, ento, que a estrutura de uma
clula e, portanto de todos os organismos vivos, nada mais do que
matria e energia, organizada em quatro tipos de macromolculas:
carboidratos, lipdeos, protenas e cidos nucleicos.
3.1.1 Transformaes de matria e de energia na natureza
O estudo dos conceitos de ecologia permite compreender que
todos os seres vivos dependem da troca de matria e de energia
disponibilizadas na natureza (Figura 2). Os seres auttrofos, que
possuem pigmentos fotossintetizantes em suas clulas, tm a
capacidade de realizar fotossntese, um processo de sntese de
glicose utilizando energia solar e liberando oxignio. Assim, os
seres auttrofos correspondem ao nvel trfico dos produtores, ou
seja, aqueles que so capazes de fabricar seu prprio alimento. Os
demais seres vivos, no possuindo os pigmentos fotossintetizantes
e, portanto, sendo incapazes de utilizar diretamente a energia
solar, so hetertrofos, funcionando como consumidores, ou seja,
eles dependem dos produtores para conseguirem seu alimento e
respirarem. Nesse grupo, se enquadra a maioria dos seres vivos,
PARMETROS CURRICULARES DE BIOLOGIA
25inclusive a espcie humana. necessrio compreender que o
equilbrio existente entre os seres vivos e os componentes abiticos
(matria e energia) a base da sobrevivncia das espcies. Assim,
essencial que se faam esforos no sentido de conscientizar os
alunos da importncia da sustentabilidade para a sobrevivncia da
vida no planeta.
Figura 2. Detalhamento de contedos relacionados ao Tema Estruturante Transformaes da Matria e da Energia na Natureza
3.1.2 seres vivos
Os seres vivos, estudados atravs da classificao biolgica, podem
ser compreendidos a partir de sua variedade de caractersticas
e funes, ou seja, a biodiversidade (Figura 3). Essa se relaciona
a estruturas e funes que ocorrem em diferentes nveis de
organizao (clula, tecido, rgos, sistemas). As espcies
auttrofas atuam como produtoras e as hetertrofas como
consumidoras. Ento, os seres hetertrofos s conseguem
sobreviver, porque se alimentam da matria e da energia
disponibilizada pelos produtores, por meio da alimentao e da
respirao. Os consumidores degradam as molculas dos tecidos
que digerem (carboidratos, lipdeos, protenas e cidos nucleicos),
devolvendo os tomos natureza, para realimentarem o ciclo de
transferncia de matria e energia.
Essa compreenso confere um novo significado s relaes
PARMETROS PARA A EDUCAO BSICA DO ESTADO DE PERNAMBUCO
26 entre os indivduos e o ambiente circundante, que dizem respeito
a nutrio, respirao, transporte de nutrientes e excretas do
processamento celular.
Figura 3. Detalhamento de contedos relacionados ao Tema Estruturante Seres Vivos
3.1.3 Homeostase
A homeostase convencionalmente associada manuteno
do equilbrio interno, ou seja, da constncia dos parmetros
corporais (temperatura, presso, osmolaridade, concentraes
de ons, concentrao de nutrientes) de um organismo. Esse
esforo demanda o uso constante de matria e energia, atravs
da alimentao e da respirao. A homeostase requer, ainda, o
funcionamento integrado e harmnico entre os sistemas orgnicos,
assim como dos rgos, tecidos e clulas que os constituem. A
relao com o ambiente mediada pelas funes integradoras
realizadas pelo sistema neuroendcrino. Portanto, podemos
conceber homeostase como sinnimo de sade (Figura 4).
PARMETROS CURRICULARES DE BIOLOGIA
27
Figura 4. Detalhamento de contedos relacionados ao Tema Estruturante Homeostase
3.1.4 metabolismo celular
O estudo do metabolismo celular envolve o conjunto das reaes
qumicas responsveis pelo processamento da energia e da
matria necessrias sustentao da vida de todos os seres (Figura
5). Fala, tambm, do ciclo da matria e do fluxo da energia entre
os seres dos diferentes nveis trficos, explicitando as relaes de
interdependncia deles entre si e de todos com a natureza.
Figura 5. Detalhamento de contedos relacionados ao Tema Estruturante Metabolismo Celular
3.1.5 Hereditariedade
Um dos critrios para a manuteno da vida a perpetuao das
caractersticas das espcies, por meio da reproduo. Nas clulas,
a reproduo ocorre na diviso celular (mitose ou meiose). As
PARMETROS PARA A EDUCAO BSICA DO ESTADO DE PERNAMBUCO
28 novas clulas assim formadas replicam o conjunto de informaes
genticas caracterstico de cada espcie, que est contido no DNA
celular (cdigo gentico). A manuteno dessas informaes
importante para preservar as espcies e sua homeostase. Como as
espcies interagem entre si e com o meio ambiente, alteraes no
DNA, durante a diviso celular, podem alterar o cdigo gentico,
levando a doenas; em outros contextos, podem desencadear
mecanismos de adaptao e evoluo. Em paralelo, o homem
desenvolveu tcnicas de manipulao do DNA, gerando seres
geneticamente modificados, uma das bases da biotecnologia.
3.1.6 Evoluo e adaptao
Na Biologia, os fenmenos relacionados ao surgimento, adaptao
e evoluo dos seres vivos so de fundamental importncia, para
explicar como o parentesco entre os humanos e demais seres
vivos, no planeta, em todos os nveis de complexidade, decorre
da origem comum de todos eles. Esse conhecimento ajuda
o aluno a relacionar mecanismos de mutao, recombinao
gnica e seleo natural s transformaes das espcies ao longo
do tempo, assim como a identificar as vantagens e os riscos da
introduo, na natureza, de novas variedades de plantas e animais,
por melhoramento gentico.
PARMETROS CURRICULARES DE BIOLOGIA
29
4 EIXOS TEMTICOS
Como em Cincias Naturais, no Ensino Fundamental, este
documento est organizado com base nos eixos temticos
descritos a seguir, de acordo com a proposta dos Parmetros
Curriculares Nacionais.
4.1 inTErAo dos sErEs ViVos
Este eixo temtico tem como objetivo promover a compreenso
do ambiente como um conjunto de interaes dos seus diversos
componentes bem como a valorizao de sua diversidade e da
capacidade de adaptao dos seres vivos. Os estudantes devem
ser capazes de diagnosticar que as relaes do ser humano com
o meio resultam na transformao dos ambientes. Eles devem
tambm perceber que as modificaes ocorridas em determinados
componentes do sistema interferem em outros, alterando e
desorganizando as interaes, definitivamente ou por um longo
tempo, at que se estabelea novamente o equilbrio. A proposta
desse eixo que os estudantes abordem temas que favoream
o desenvolvimento das expectativas de aprendizagem relativas a
diagnosticar problemas ambientais, julgar e elaborar propostas de
interveno no ambiente, construir argumentaes consistentes,
com base nos conhecimentos cientficos. Nesse eixo, os estudantes
aprofundaro seus conhecimentos e desenvolvero expectativas
de aprendizagens mais complexas sobre: a interdependncia da
vida; os movimentos dos materiais e da energia na natureza; a
interveno humana e os desequilbrios ambientais; os problemas
ambientais brasileiros e o desenvolvimento sustentvel.
PARMETROS PARA A EDUCAO BSICA DO ESTADO DE PERNAMBUCO
30 4.2 sEr HumAno E sAdE
Neste eixo temtico, o estudante amplia e aprofunda sua
compreenso do funcionamento do corpo humano, principalmente
a promoo e a manuteno da sade. A questo da sade tratada
como um estado e no somente como ausncia de doena e se
relaciona com as condies de vida das populaes. A partir de um
conhecimento maior sobre a vida e sobre sua condio singular na
natureza, o estudante pode perceber seu prprio corpo como um
todo dinmico, que interage com o meio em sentido amplo. Nesse
eixo, so abordados: o conceito de sade; a distribuio desigual
de sade pelas populaes humanas; as agresses sade das
populaes; a sade ambiental.
A discusso desses contedos favorece o desenvolvimento de vrias
competncias, entre as quais: analisar dados apresentados, sob diferentes
formas, para interpret-los a partir de referenciais econmicos, sociais e
cientficos; e utiliz-los na elaborao de diagnsticos referentes s questes
ambientais e sociais e de intervenes que visem melhoria das condies
de sade (BRASIL, 2006, p. 46).
4.3 idEnTidAdE dos sErEs ViVos
Neste eixo temtico, os estudantes aprofundam seus conhecimentos
e desenvolvem novas expectativas de aprendizagem em relao s
caractersticas que identificam os sistemas vivos e os distinguem
dos no vivos. Nele abordada a organizao celular da vida, tema
que propicia o conhecimento das hipteses sobre a origem da
clula e a anlise de estruturas de diferentes seres vivos, para que
o estudante identifique a organizao celular como caracterstica
fundamental de todas as formas vivas. As funes vitais bsicas,
como os transportes atravs da membrana plasmtica, bem como
os processos metablicos celulares e os processos de reproduo
celular so aprofundados nesse ncleo. Os estudos sobre as
tecnologias de manipulao do DNA e sobre os debates ticos
PARMETROS CURRICULARES DE BIOLOGIA
31e ecolgicos a eles associados possibilitam o desenvolvimento
de expectativas de aprendizagem complexas, como as de avaliar
riscos e benefcios dessa manipulao sade e ao ambiente e de
posicionar-se frente a essas questes.
4.4 diVErsidAdE dA VidA
Este eixo temtico tem como objetivo promover a compreenso
da distribuio da biodiversidade nos diferentes ambientes e dos
mecanismos que favorecem a diversificao dos seres vivos.
importante que os estudantes percebam que essa diversidade
tem-se reduzido, devido aos desequilbrios ambientais promovidos
pelas intervenes humanas. Nesse eixo, abordada a origem
da diversidade, tema que propicia a construo do conceito
de mutao, bem como o reconhecimento da importncia da
reproduo sexuada e do processo meitico, como fontes de
variabilidade gentica. No eixo, so abordadas tambm as funes
vitais dos animais e das plantas, a partir da anlise de seres vivos
que ocupam diferentes ambientes. A organizao da diversidade
dos seres vivos e as aes que ameaam essa diversidade tambm
so temas estudados neste eixo temtico.
4.5 TrAnsmisso dA VidA, TiCA E mAniPulAo
GniCA
Neste eixo temtico, so abordados os fundamentos da
hereditariedade. Nele os estudantes desenvolvero expectativas
de aprendizagem relacionadas aplicao dos conhecimentos
genticos no diagnstico e tratamento de doenas, na identificao
da paternidade e de indivduos, em investigaes criminais ou aps
acidentes. Outra expectativa de aprendizagem a ser desenvolvida
a relacionada ao debate das implicaes ticas, morais, polticas
e econmicas das manipulaes genticas. Os fundamentos da
PARMETROS PARA A EDUCAO BSICA DO ESTADO DE PERNAMBUCO
32 hereditariedade, que envolvem os princpios bsicos que regem a
transmisso de caractersticas hereditrias, as noes bsicas de
probabilidades, os tipos de cruzamentos, a construo e a anlise
de heredogramas so trabalhados neste eixo. Alm dos temas
acima, so abordados tambm a gentica humana e a sade, as
aplicaes da engenharia gentica e os benefcios e perigos da
manipulao gentica.
4.6 oriGEm E EVoluo dA VidA
Este eixo temtico trata de temas com grande significado cientfico
e filosfico, j que abrangem questes polmicas, envolvendo
vrias interpretaes sobre a origem da vida. Ao longo desse
eixo, os estudantes desenvolvero expectativas de aprendizagem
relativas a posicionar-se frente a questes polmicas e a
dimensionar processos vitais, em escalas de tempo diferentes.
Eles tambm conhecero mecanismos bsicos que propiciam a
evoluo da vida, principalmente do ser humano. Temas como
hipteses sobre a origem da vida, ideias evolucionistas e evoluo
biolgica, a origem do ser humano e a evoluo sob interveno
humana so tratados neste eixo, possibilitando desenvolvimento
de expectativas de aprendizagem mais complexas.
PARMETROS CURRICULARES DE BIOLOGIA
33
5 EXPECTATIVAS DE APRENDIZAGEM
No contexto do projeto Parmetros da Educao Bsica do Estado
de Pernambuco, o currculo entendido como um conjunto
de conhecimentos, competncias e habilidades, traduzidos em
expectativas de aprendizagem [...] (p. 5).
As expectativas de aprendizagem devem ser interpretadas como
orientadoras da prtica pedaggica, na seleo e na ordenao
dos contedos e tambm na metodologia de ensino. Elas devem
ser explicitadas e alinhadas s atividades e estratgias de ensino.
Pressupe-se que o professor conhea a natureza dos contedos
e das intervenes mais adequadas para ensinar, o que ensinar e
como os estudantes iro aprender.
preocupante a tendncia de descontextualizao que ainda se
estabelece na educao em Biologia. Muitas vezes, parece que o
mais importante so os contedos a serem trabalhados em suas
sequncias tradicionais e no a oportunidade de transformao na
vida do estudante.
Se, por um lado, essa abordagem traz mais segurana ao professor,
por outro, j no tem atendido necessidade de formao de um
cidado com reflexes sistmicas e comportamentos ticos.
Para enfrentarmos o desafio de educar indivduos que sejam
capazes de enfrentar as nossas emergentes demandas sociais e
planetrias, temos que nos esforar para construir uma abordagem
complexa, como sugere Edgar Morin:
Os princpios do Conhecimento Pertinente1.4 O complexoO conhecimento pertinente deve enfrentar a complexidade. Complexus
PARMETROS PARA A EDUCAO BSICA DO ESTADO DE PERNAMBUCO
34 significa o que foi tecido junto; de fato, h complexidade quando elementos diferentes so inseparveis constitutivos do todo (como o econmico, o
sociolgico, o poltico, o psicolgico, o afetivo, o mitolgico) e h um tecido
interdependente, interativo e inter-retroativo entre o objeto de conhecimento
e seu contexto, as partes e o todo, o todo e as partes e as partes entre si.
Por isso, a complexidade a unio entre a unidade e a multiplicidade. Os
desenvolvimentos prprios a nossa era planetria nos confrontam cada vez
mais e de maneira cada vez mais inelutvel com os desafios da complexidade.
Em consequncia, a educao deve promover inteligncia geral apta a
referir-se ao complexo, ao contexto de modo multidimensional e dentro da
concepo global (MORIN, 2000, p. 38).
Uma reflexo sobre o tema da recursividade nos permite aprofundar
no entendimento sobre a abordagem complexa das expectativas
de aprendizagem. Para isso, usamos uma explicao dada pelo
pensador sistmico chileno Humberto Maturana:
A palavra recurso faz referncia aplicao de uma operao sobre o resultado da aplicao de uma operao. [...] Por exemplo, na repetio,
se eu tirar a raiz quadrada de a, obtenho a. Posso repetir isso e tirar a raiz quadrada de a, e obter a. Isso repetio: a = a; a = a; a = a. Mas posso tirar a raiz quadrada de a, obter a e, em seguida, aplicar a mesma operao sobre o resultado da primeira, e assim por diante. Aqui h uma recurso, porque a, que o objeto da raiz quadrada que se segue, o resultado da aplicao da raiz quadrada; e a, que o objeto da raiz quadrada que se segue, o resultado da raiz quadrada anterior. Isso uma recurso: a = a; a = a; a = a (MATURANA, 2001, p. 72).
Segundo Maturana, a linguagem uma atividade recursiva. Ns nos
comunicamos sempre usando, de forma recursiva, elementos que
fizeram parte de nossa histria de vida. O ideal seria aprendermos
a nos comunicar incorporando elementos isolados de forma
sequencial. Usamos sempre os conceitos aprendidos e, quando
percebemos que precisamos us-los novamente, ns os usamos
adequadamente, pois a comunicao flui a partir do seu uso, cada
vez com maior desenvoltura e segurana.
Os exemplos citados servem de base para apresentarmos as
expectativas de aprendizagem em Biologia. O mais importante
que o professor perceba essa abordagem recursiva, na qual temas
abrangentes so apresentados ao longo da Educao Bsica e
PARMETROS CURRICULARES DE BIOLOGIA
35retomados, pelos estudantes, em diferentes estgios cognitivos.
medida que os temas so retomados em diferentes contextos,
os estudantes fazem importantes reflexes e correlaes entre
os mais diversos temas e as expectativas de aprendizagem se
consolidam.
Segundo William Doll Jr.:
Finalmente, os materiais de currculo podem ser organizados para encorajar
esta reflexo se forem abordados iterativa e recursivamente, no linearmente.
quase um sacrilgio considerar a organizao dos materiais de contedo
de outra maneira que no a sequencial. Mas o currculo em espiral de Jerome
Bruner (1960) merece ser novamente examinado e reestruturado luz da
teoria da recurso. Em certo sentido vale a pena construir um currculo em
que os alunos revisitem com mais insights e profundidade aquilo que fizeram. Num outro sentido, o currculo como um pacote total com contedo e
instrues entrelaados torna-se empolgante e envolvente conforme suas
espirais avanam para o desconhecido. O conhecimento do mundo no um
conhecimento fixo esperando para ser descoberto; ele est continuamente
se expandindo, gerado por nossas aes reflexivas (DOLL, 1997, p. 119).
Em Biologia, as expectativas de aprendizagem foram organizadas
em seis eixos temticos, apresentados em quadros e divididos em
duas colunas:
1. na primeira coluna, so detalhadas as expectativas de
aprendizagem dos contedos de Biologia;
2. na segunda coluna, esto discriminados os anos de escolarizao
em que cada expectativa dever ser introduzida ou retomada,
sistematizada e consolidada.
Para indicar o nvel de abordagem da capacidade a ser desenvolvida,
as colunas foram marcadas pela cor branca e trs diferentes tons
de azul.
PARMETROS PARA A EDUCAO BSICA DO ESTADO DE PERNAMBUCO
36A cor branca indica que, naquele ano, a expectativa de aprendizagem no focalizada.
O azul claro indica que os estudantes devem comear a trabalhar a expectativa de aprendizagem, de modo a se familiarizarem com os conhecimentos que tero de desenvolver. Assim, nos perodos marcados com azul claro, a expectativa de aprendizagem deve ser tratada de modo introdutrio.
O azul celeste indica o(s) ano(s) durante o(s) qual (is) uma expectativa de aprendizagem necessita ser objeto de sistematizao pelas prticas de ensino, ou seja, a expectativa de aprendizagem deve sedimentar conceitos e temas.
O azul escuro indica que a EA deve ser consolidada. O processo de consolidao pode estender-se em outros anos ou at chegar ao Ensino Mdio, para aprofundar conceitos e temas e/ou expandi-los para novas aprendizagens.
EiXo TEmTiCo 1: inTErAo dos sErEs ViVos
EXPECTATIVAS DE APRENDIZAGEMMDULOS
I II III
EA1. Identificar, por meio de diferentes linguagens, cada nvel de organizao em ecologia: indivduo, populao, comunidade, ecossistema, biosfera.
EA2. Identificar os fatores que regulam o crescimento das populaes biolgicas, seus declnios e aumentos, compreendendo as implicaes para os diferentes ambientes.
EA3. Identificar a composio dos diferentes ecossistemas brasileiros, relacionando suas caractersticas com as diferentes regies do pas.
EA4. Relacionar a estabilidade dos ecossistemas com a complexidade das interaes estabelecidas entre os organismos das populaes na natureza.
EA5. Reconhecer, nas situaes apresentadas, a ocorrncia de sucesso ecolgica, identificando a interferncia do homem nos ciclos naturais da matria.
EA6. Conhecer como ocorre o fluxo de matria e energia nas cadeias alimentares, visando ciclagem nas relaes ecolgicas, reconhecendo que ocorre transferncia de energia e matria e que a energia dissipada em forma de calor, ao longo deste processo.
EA7. Interpretar os diferentes tipos de pirmides ecolgicas, relacionando as cadeias e teias alimentares estabilidade/manuteno das populaes na natureza.
EA8. Interpretar, em diferentes formas de linguagem, os ciclos biogeoqumicos, principalmente o nitrognio, o carbono, o oxignio e a gua, reconhecendo sua importncia para a vida no planeta.
EA9. Reconhecer problemas ambientais (efeito estufa, destruio da camada de oznio, entre outros), interpretando as medidas que permitem controlar e/ou minimizar seus efeitos no ambiente, distinguindo as de responsabilidade individual, coletiva e do poder pblico.
EA10. Avaliar as condies ambientais, identificando o destino do lixo e do esgoto, o tratamento dado gua, o modo de ocupao do solo, as condies dos rios e crregos e a qualidade do ar, refletindo sobre o papel das diferentes instncias responsveis por essas condies ambientais.
EA11. Compreender a importncia do desenvolvimento sustentvel em uma sociedade estratificada, como estratgia de conservao dos recursos naturais.
Tomando, como exemplo, a EA4 (Relacionar a estabilidade dos
ecossistemas com a complexidade das interaes estabelecidas
entre os organismos das populaes na natureza) consideramos
PARMETROS CURRICULARES DE BIOLOGIA
37que os estudantes, no primeiro mdulo, retomam os conceitos de
organismo, populao, comunidade e ecossistema e estabelecem
relaes entre esses nveis de organizao em ecologia.
No segundo mdulo, propomos que os estudantes adquiram
domnio sobre essa expectativa de aprendizagem, o que pode
ocorrer, por exemplo, por meio dos estudos sobre cadeias e
teias alimentares. Esse domnio ocorre tambm nas relaes
que se estabelecem ao se estudarem os diferentes ecossistemas
brasileiros e as teias alimentares presentes nesses ecossistemas.
No terceiro mdulo, a expectativa de aprendizagem a de que os
estudantes consolidem a capacidade de relacionar a estabilidade
dos ecossistemas com a complexidade das interaes dos
organismos das populaes na natureza e que estabeleam
relaes com a importncia do desenvolvimento sustentvel em
uma sociedade, para que ocorra a reduo das desigualdades
sociais. Nesse mdulo, o estudante estabelecer as relaes e no
apenas repetir o que estava escrito, pois ele teve a oportunidade de
integrar a cada contedo novo o contedo visto anteriormente, o
que contribui para uma viso sistmica dos contedos abordados.
EiXo TEmTiCo 2: sEr HumAno E sAdE
EXPECTATIVAS DE APRENDIZAGEMMDULOS
I II III
EA1. Construir o conceito de sade, levando em conta os condicionantes biolgicos (sexo, idade, fatores genticos), os condicionantes sociais, econmicos, ambientais e culturais (renda, escolaridade, estilos de vida, estado nutricional, lazer, qualidade do transporte, condies de saneamento).
EA2. Relacionar nutrientes estrutura e ao metabolismo do organismo vivo, reconhecendo causas e consequncias de seu excesso e/ou carncia.
EA3. Relacionar os ndices de desenvolvimento humano (IDH), em diferentes pases e nas regies brasileiras, tomando como base os indicadores biolgicos e socioambientais.
EA4. Relacionar o saneamento bsico com a sade individual, coletiva e ambiental nas diversas regies brasileiras, identificando a relao com endemias, condies ambientais e qualidade de vida (destino do esgoto e do lixo, abastecimento de gua, tipo de moradia, acesso a atendimento mdico e a educao).
PARMETROS PARA A EDUCAO BSICA DO ESTADO DE PERNAMBUCO
38EXPECTATIVAS DE APRENDIZAGEM
MDULOS
I II III
EA5. Caracterizar e identificar as principais doenas que afetam a populao brasileira, destacando, entre elas, as infectocontagiosas, parasitrias, degenerativas, ocupacionais, carenciais, sexualmente transmissveis (IST) e provocadas por toxinas ambientais.
EA6. Desenvolver noes de tcnicas de primeiros socorros, que devem ser aplicadas em diferentes situaes.
EA7. Identificar o princpio bsico de funcionamento dos mtodos contraceptivos mais disseminados, refletindo sobre os riscos sade materna de uma gravidez no planejada, discutindo e formando opinies sobre o controle da natalidade e planejamento familiar.
EA8. Relacionar as drogas (lcitas e ilcitas) s consequncias do seu uso, inclusive a automedicao, e as implicaes que trazem ao convvio social.
EA9. Identificar propostas e aes, de alcance individual ou coletivo, que visam preservao e implementao da sade individual, coletiva ou do ambiente.
Tomando, como exemplo, a EA9 (Identificar propostas e aes,
de alcance individual ou coletivo, que visam preservao e
implementao da sade individual, coletiva ou do ambiente),
espera-se que os estudantes, no primeiro mdulo, retomem os
conceitos sobre sade individual, coletiva e do ambiente. Essa
retomada pode ocorrer, por exemplo, durante os estudos das
situaes que colocam as pessoas em risco, tais como: tipo de
alimentao; qualidade de vida; qualidade do ambiente onde
vivem.
No segundo mdulo, propomos que os estudantes adquiram
domnio sobre essa expectativa de aprendizagem, o que pode
ocorrer durante os estudos sobre os sistemas humanos. Nesses
contedos, os conceitos de sade so sempre relacionados
s funes dos sistemas e rgos, o que complementa as
aprendizagens e possibilita o seu aprofundamento.
No terceiro mdulo, a expectativa de aprendizagem a de que
os estudantes saibam identificar propostas e aes, de alcance
individual ou coletivo, que visam preservao e melhoria da
sade individual, coletiva ou do ambiente, e que consolidem a
expectativa de aprendizagem, durante os estudos sobre o eixo
Interao dos seres vivos. Nesse mdulo, consideramos que,
PARMETROS CURRICULARES DE BIOLOGIA
39includas nessa expectativa, esto as capacidades de investigar,
estabelecer relaes, argumentar, justificar, avaliar, analisar e
interpretar. Esse o momento de o estudante associar tudo
o que foi estudado sobre o corpo e o ambiente e aplicar esses
conhecimentos preservao de sua prpria sade e da sade
daqueles que o rodeiam, bem como do ambiente no qual vive e
convive, e da sade planetria.
EiXo TEmTiCo 3: idEnTidAdE dos sErEs ViVos
EXPECTATIVAS DE APRENDIZAGEMMdulos
I II III
EA1. Reconhecer as metodologias cientficas relacionadas ao estudo da vida, evidenciando suas implicaes na Biologia.
EA2. Reconhecer a composio bsica dos seres vivos, compreendendo sua formao, metabolismo e informao gentica.
EA3. Identificar a clula como unidade morfofuncional dos seres vivos e comparar a organizao e o funcionamento dos diferentes tipos celulares.
EA4. Relacionar a importncia e funo das membranas celulares aos processos de troca e transporte, compreendendo o papel das diferentes organelas citoplasmticas.
EA5. Analisar e produzir imagens e representaes relacionadas aos diferentes tipos celulares, seus constituintes e processos.
EA6. Identificar e produzir, em representaes esquemticas, os processos de formao de: gametas, zigoto e diviso celular.
EA7. Reconhecer que divises mitticas descontroladas podem resultar em processos patolgicos conhecidos como cnceres.
EA8. Compreender o corpo humano como um todo integrado, considerando suas caractersticas morfofisiolgicas.
EA9. Estabelecer relaes entre os sistemas do corpo humano, para compreender suas funes e a interdependncia entre eles.
EA10. Identificar os reagentes, produtos e processos bsicos da fotossntese e da respirao celular, para manuteno da vida.
EA11. Relacionar carboidratos (fonte primria de energia), lipdeos (reserva energtica) e protenas (molcula estrutural e ltima fonte de energia) com a obteno e o gasto de energia pelos seres vivos.
EA12. Identificar a natureza bioqumica do DNA, estabelecendo relao com o cdigo gentico e a sntese proteica.
EA13. Relacionar manipulao gentica biotica (riscos e benefcios), analisando os argumentos de diferentes profissionais.
Tomando, como exemplo, a EA4 (Relacionar a importncia e funo
das membranas celulares aos processos de troca e transporte,
compreendendo o papel das diferentes organelas citoplasmticas),
no primeiro mdulo, sero retomados os conceitos sobre os tipos
PARMETROS PARA A EDUCAO BSICA DO ESTADO DE PERNAMBUCO
40 de clulas, quando forem estudadas diferentes explicaes sobre
a origem do Universo, da Terra e dos seres vivos. Nesse mdulo,
podem ser introduzidos conceitos relacionados membrana
plasmtica e aos diferentes tipos de transporte transmembrana,
bem como a importncia de algumas organelas citoplasmticas.
No segundo mdulo, propomos que os estudantes adquiram
domnio sobre essa expectativa de aprendizagem, o que pode
ocorrer, por exemplo, durante os estudos sobre a difuso e a
osmose nos protozorios de gua doce, bem como o transporte
ativo de ons no processo de absoro de gua e sais minerais
pelas razes das angiospermas. A fagocitose outro processo de
transporte pela membrana estudado na nutrio de protozorios,
assim como a funo de algumas organelas que participam do
mesmo.
No terceiro mdulo, a expectativa de aprendizagem a de que os
estudantes saibam explicar os tipos de transportes pela membrana
celular, em diversas situaes, e que a consolidem durante os
estudos sobre os processos de troca pela membrana, nesse eixo
e no eixo Ser humano e sade, ao se tornarem capazes de
Caracterizar doenas infecciosas e parasitrias mais frequentes
nos Brasil. O estudante consolidar os conceitos e no apenas os
repetir, pois ele teve a oportunidade de integrar a cada contedo
novo o contedo visto anteriormente, o que contribui para uma
viso global, sem fragmentao dos contedos abordados.
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41EiXo TEmTiCo 4: diVErsidAdE dA VidA
EXPECTATIVAS DE APRENDIZAGEMMdulos
I II III
EA1. Caracterizar reproduo assexuada e sexuada, relacionando-as variabilidade gentica.
EA2. Identificar, em situaes-problema, que a diversidade das adaptaes propicia a vida em diferentes ambientes.
EA3. Reconhecer caractersticas adaptativas dos seres (autotrficos e heterotrficos), nos ambientes.
EA4. Reconhecer a importncia da classificao biolgica para a organizao e compreenso da diversidade dos seres vivos.
EA5. Identificar os grupos de seres vivos quanto s caractersticas morfofisiolgicas, evolutivas, nutricionais e ambientais.
EA6. Caracterizar os vrus, para entender sua composio e a forma como eles se instalam nos seres vivos, compreendendo sua dependncia das clulas vivas.
EA7. Entender e relacionar o papel das bactrias, cianobactrias, fungos, protozorios e algas, nos diversos ambientes e na vida dos seres em geral, inclusive em sua importncia econmica e ecolgica (produo de cosmticos, gneros alimentcios e substncias medicinais).
EA8. Caracterizar os grupos dos Animais e Plantas quanto estrutura, nutrio, habitat, importncia econmica e ecolgica.
EA9. Construir rvores filogenticas, para representar relaes de parentesco entre diversos seres vivos.
EA10. Reconhecer as principais caractersticas da fauna e da flora dos grandes biomas terrestres, especialmente dos brasileiros, e identificar causas de extino de animais e plantas.
Tomando, como exemplo, a EA3 Reconhecer caractersticas
adaptativas dos seres (autotrficos e heterotrficos) nos ambientes,
no primeiro mdulo, essa expectativa de aprendizagem poder
ser introduzida durante o estudo de cada nvel de organizao
em ecologia. Nesse mdulo, essa expectativa tambm poder ser
introduzida a partir dos estudos sobre cadeias e teias alimentares.
No segundo mdulo, propomos que os estudantes adquiram
domnio sobre esta expectativa de aprendizagem, o que pode
ocorrer, por exemplo, durante os estudos dos diferentes
ecossistemas brasileiros. O domnio dessa expectativa de
aprendizagem poder ocorrer, tambm, ao compararmos os
papis desempenhados no ambiente e na vida dos seres humanos
pelos diferentes grupos de seres vivos.
No terceiro mdulo, essa expectativa de aprendizagem ser
PARMETROS PARA A EDUCAO BSICA DO ESTADO DE PERNAMBUCO
42 consolidada em Diversidade da vida. Nesse mdulo, consideramos
que, includas nessa expectativa, esto as capacidades de
estabelecer relaes, argumentar, justificar, avaliar, analisar e
interpretar.
EiXo TEmTiCo 5: TrAnsmisso dA VidA
EXPECTATIVAS DE APRENDIZAGEMMDULOS
I II III
EA1. Distinguir as caractersticas hereditrias das congnitas e adquiridas, identificando suas relaes de causas, efeitos e consequncias biolgicas.
EA2. Utilizar os conhecimentos matemticos de probabilidade, para resolver problemas de gentica que envolvam caractersticas diversas.
EA3. Identificar e utilizar os cdigos da gentica, para representar as caractersticas genticas envolvendo heredogramas e situaes-problema.
EA4. Relacionar os processos envolvidos na primeira e na segunda lei de Mendel aos grupos sanguneos, herana ligada ao sexo, herana influenciada e restrita pelo sexo, possibilitando a construo de uma conscincia de respeito tnico.
EA5. Analisar aspectos genticos do funcionamento do corpo humano: incompatibilidade dos grupos sanguneos, transplantes, doenas autoimunes, metablicas e hereditrias, permitindo a construo de mapas genticos.
EA6. Reconhecer a importncia da terapia gnica no tratamento de doenas, posicionando-se criticamente a seu respeito.
EA7. Reconhecer a importncia dos testes de DNA nos casos de determinao da paternidade, investigao criminal e identificao de indivduos, dentre outros.
EA8. Compreender a histria do desenvolvimento da Biotecnologia ao longo da linha do tempo, reconhecendo a importncia para a medicina preventiva.
EA9. Avaliar a importncia dos aspectos econmicos e sociais envolvidos no uso da Biotecnologia: clonagem, transgnicos, o problema das patentes biolgicas, alimentao e a explorao comercial das descobertas das tecnologias de DNA.
Tomando, como exemplo, a EA7 (Reconhecer a importncia
dos testes de DNA nos casos de determinao da paternidade,
investigao criminal e identificao de indivduos), no primeiro
mdulo, propomos que sejam retomados os estudos sobre a
estrutura e as funes do DNA. Essa retomada pode ocorrer, por
exemplo, quando os estudantes caracterizam os vrus, durante os
estudos do eixo Diversidade da vida.
J no segundo mdulo, propomos que os estudantes adquiram
domnio sobre essa expectativa de aprendizagem, o que pode
ocorrer, por exemplo, durante os estudos sobre sistema genital
humano, gravidez e parto. Durante todo esse mdulo, eles
PARMETROS CURRICULARES DE BIOLOGIA
43estaro se conscientizando sobre as diferenas existentes entre
todos os seres vivos e relacionando-as molcula de DNA.
No terceiro mdulo, a expectativa de aprendizagem a de que
os estudantes saibam explicar os conceitos referentes aos cidos
nucleicos e os apliquem nas diversas situaes como, por exemplo,
adeterminao da paternidade. Atualmente problemas como esse
so de fcil soluo, graas elaborao do cdigo de barras
do DNA. A partir da, os estudantes esto aptos a consolidar os
estudos sobre os fundamentos da hereditariedade. Nesse mdulo,
o estudante estabelecer as relaes e no apenas repetir o que
estava escrito, pois como j foi dito, ele teve a oportunidade de
integrar a cada contedo novo o contedo visto anteriormente, o
que contribui para uma viso sistmica dos contedos abordados.
EiXo TEmTiCo 6: oriGEm E EVoluo dA VidA
EXPECTATIVAS DE APRENDIZAGEMMDULOS
I II III
EA1. Identificar diferentes explicaes sobre a origem do Universo, da Terra e dos seres vivos.
EA2. Conhecer a histria da vida na Terra, com base em escala temporal, indicando os principais eventos, surgimento da vida, das plantas, dos animais e do homem (Criacionismo e Evolucionismo).
EA3. Identificar as semelhanas e diferenas entre as teorias evolucionistas de Darwin e Lamarck, bem como a importncia dos trabalhos desses cientistas para a compreenso da evoluo.
EA4. Identificar as evidncias da evoluo.
EA5. Explicar a transformao das espcies, ao longo do tempo, por meio dos mecanismos de mutao, recombinao gnica e seleo natural.
EA6. Reconhecer os impactos da interferncia humana e da seleo artificial sobre ambientes naturais e populaes, a exemplo do uso indiscriminado de antibiticos e pesticidas.
EA7. Analisar a evoluo humana, identificando relaes de parentesco entre homindeos, a partir de rvores filogenticas.
Tomando, como exemplo, a EA2 (Conhecer a histria da vida
na Terra, com base em escala temporal, indicando os principais
eventos, surgimento da vida, das plantas, dos animais e do
homem), no primeiro mdulo, a histria da Terra e o surgimento
da vida no Planeta so retomados em Identidade dos seres
PARMETROS PARA A EDUCAO BSICA DO ESTADO DE PERNAMBUCO
44 vivos, quando se fala da origem das clulas. importante que
se enfatize o aumento da complexidade das clulas e se faa um
paralelo com as modificaes que foram ocorrendo no planeta,
enquanto as clulas se modificavam, at atingirem o maior grau
de complexidade.
J no segundo mdulo, propomos que os estudantes adquiram
domnio sobre essa expectativa de aprendizagem, o que pode
ocorrer, por exemplo, durante os estudos dos seres vivos. Esse
domnio, na realidade, dever acontecer ao longo do segundo
mdulo, pois os estudos dos seres vivos devem ser realizados
numa abordagem evolutiva e ecolgica.
No terceiro mdulo, essa expectativa ser consolidada atravs dos
estudos sobre a evoluo dos seres vivos, desde os organismos
procariontes, at a espcie humana. Nesse mdulo, consideramos
que, includas nessa expectativa, esto as capacidades de
estabelecer relaes, argumentar, justificar, avaliar, analisar e
interpretar.
PARMETROS CURRICULARES DE BIOLOGIA
45
6. REFERNCIAS
6.1 rEfErnCiAs PrinCiPAis
BRASIL. MINISTRIO DA EDUCAO. Parmetros Curriculares Nacionais: Cincias Naturais. Braslia: SEF/MEC, 1998.
BRASIL. MINISTRIO DA EDUCAO. Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Mdio. RESOLUO n. 3, de 26 de junho 1998. Braslia, SEED/MEC, 1998.
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DOLL JR., W. Currculo: uma perspectiva ps-moderna. Porto Alegre: Artes Mdicas, 1997.
FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. So Paulo: Paz e Terra, 2001.
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PARMETROS PARA A EDUCAO BSICA DO ESTADO DE PERNAMBUCO
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PARMETROS PARA A EDUCAO BSICA DO ESTADO DE PERNAMBUCO
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COLABORADORES
Contriburam significativamente para a elaborao dos
Parmetros Curriculares de Biologia Educao de Jovens e
Adultos os professores, monitores e representantes das Gerncias
regionais de Educao listados a seguir, merecedores de grande
reconhecimento.
PROFESSORES
Alexandre Gomes da SilvaAlriedina Fernando Bezerra da SilvaAna Roberta Menezes SilvaAndre Luiz dos Santos Castelo BrancoAndrea Maria da SilvaAngela Francisca do CarmoAntonia Dionisia de LiraAntonio Campos do NascimentoAntonio Ferreira do NascimentoArgemiro Pinto dos Santos NetoArmanda Alves LeiteAvany Maria Harrys de LemosCamila de Souza BenevidesCarla Sibele da Silva FerreiraCarlos Cleison LandimCicera Oliveira de SousaCileide Rodrigues dos Santos PaivaClaudia Jeronimo de SouzaCleberto Ribeiro de Queiroz CarreiraDamaris Marques FerreiraDaniela Albuquerque Loeser de MenezesDaniela Mirelle Silva GuimaraesDebora Matias de AraujoDeize Bezerra do NascimentoEdenilza de Souza CabralEdlane Targino da SilvaEdlazy Brito Monteiro da SilvaElizeu Gomes da SilvaEmanuel Francisco da SilvaEunice de Oliveira Santos de Santana
Fabio Jose dos SantosFernanda Esmeralda Leite SilvaFlavia Jones da Costa LimaGirlene Fabia de SouzaGizelma de Menezes AlvesGleys Queiroz Maciel Vidal ValencaGraciete Santana dos SantosHelena Maria Case de OliveiraHercilia Gleyce da Silva VasconcelosHortencia Maria de LimaIara da Gloria MarcosIara Luciana da Costa OliveiraIris Raquel da Silva DelmondesIsabel Maria Barbosa de MendoncaIvana Carla Soares PereiraIvanildo Jose do NascimentoJaqueline Chaves de QueirozJoana Darc Cardoso RodriguesJoao Paulo Silva de AndradeJoedson Jose da SilvaJose Ferreira da Silva NetoJose Wilson Wanderley BarbosaKarine Calado Lins MacielKarla Andrea de Melo TenorioKarla Maria Euzebio da SilvaKatia Leonilda de Moura TertoLeila Viviane Goncalves MatiasLucia Maria Freire do NascimentoMaciel Jose da SilvaMargarida Abel Alves Diniz
Os nomes listados nestas pginas no apresentam sinais diacrticos, como cedilha e acentuao grfica, porque foram digitados em sistema informatizado cuja base de dados no contempla tais sinais.
PARMETROS CURRICULARES DE BIOLOGIA
49Maria Alves da SilvaMaria Aparecida Rodrigues NovaesMaria Conceicao Raphaella Vasconcelos SantosMaria da Conceicao de Lima GadelhaMaria das Dores Mendes da SilvaMaria das Gracas Rodrigues BarbosaMaria de Fatima de MoraesMaria de Fatima Freire do Amaral CavalcanteMaria de Lourdes Patriota Duarte de FreitasMaria Dessuleide da SilvaMaria do Carmo da SilvaMaria Euni de AraujoMaria Eurides de Souza Batista de MeloMaria Helena Silva de FariasMaria Lidiane Gomes de AlmeidaMaria Natalia Ferreira LucenaMaria Salette Valgueiro CarvalhoMariana Vasconcelos de Paula SouzaMaridete do Nascimento AraujoMarilene Raimunda da SilvaMarisete Siqueira de Souza SantosMaristela Souza da SilvaMarleide Ferraz de SaMinancy Gomes de OliveiraMona Mirella Macedo Souza
Monica Simone Bezerra da SilvaMyrella Carolyna de Barros de LiraNatalicio Moura Costa SilvaNicholas Antonio Coelho do NascimentoNubia Cardoso de SantanaOlga Souza AbelPatricia Hander de LucenaPatricia Leal da SilvaPaula Rebeca Alencar e SilvaPoliana Goes da Cruz SilvaRafaella Barreto BarbosaRedilamar Negreiros da Silva ClementeRisomar Bianor RamalhoRodrigo Henrique Coelho MarquesRodrigo Jose Tabosa de AndradeRoselia Pereira Dinoah AguiarRosicleide Barbosa LimaSidney Francisco Amancio LemosSimone Lima Dourado Ximenes SantosSonia Maria Amorim LouraVanilda Rodrigues de AndradeVeronica Ferreira da CunhaVilobaldo Silva Duarte JuniorWalton Otavio Lopes
MONITORES
Adeilda Moura de Araujo Barbosa VieiraAgenor Alves de Oliveira JuniorAna Helena Acioli de LimaAndreza Pereira da SilvaCarlos George Costa da SilvaCelita Vieira RochaDiana Lucia Pereira de LiraDiego Santos MarinhoDulcineia Alves Ribeiro TavaresEmmanuelle Amaral MarquesFrancisca Edna Alencar e SousaGenecy Ramos de Brito e LimaGilmar Herculano da SilvaJaciane Bruno LinsJeane de Santana Tenorio LimaJoelma Santiago Nunes LeiteKelvina Araujo de SouzaLeci Maria de SouzaMagaly Morgana Ferreira de MeloManuela Maria de Goes Barreto
Maria Aparecida Ferreira da SilvaMaria da Conceicao Goncalves FerreiraMaria da Conceicao Goncalves FerreiraMaria do Socorro de Espindola GoncalvesMaria Gildete dos SantosMaria Jucileide Lopes de AlencarMaria Jucileide Lopes de AlencarMaria Silvana Teles Rocha SilvaMaria Silvana Teles Rocha SilvaMarinalva Ferreira de LimaMarta Lucia Silva de MeloMarvia Lira de OliveiraMary Angela Carvalho CoelhoRejane Maria Guimaraes de FariasRilma Leda MacarioTathyane Eugenia Carvalho de MeloTerezinha Abel AlvesTerezinha Abel AlvesVirginia Campelo de AlbuquerqueVivian Michelle Rodrigues do Nascimento Padilha
PARMETROS PARA A EDUCAO BSICA DO ESTADO DE PERNAMBUCO
50 REPRESENTANTES DAS GERNCIAS REGIONAIS DE EDUCAO
Adelma Elias da Silva ............................................................ Garanhuns
Carla Patricia da Silva Uchoa ............................................. Palmares
Edjane Ribeiro dos Santos .................................................. Limoeiro
Edson Wander Apolinario do Nascimento ..................... Nazare da Mata
Elizabeth Braz Lemos Farias ................................................ Recife Sul
Jaciara Emilia do Nascimento ............................................ Floresta
Jackson do Amaral Alves ..................................................... Afogados da Ingazeira
Luciene Costa de Franca ..................................................... Metropolitano Norte
Maria Aparecida Alves da Silva ............................................ Petrolina
Maria Aurea Sampaio ............................................................ Arcoverde
Maria Cleide Gualter A Arraes ............................................. Araripina
Maria Solani Pereira de Carvalho Pessoa ......................... Salgueiro
Mizia Batista de Lima Silveira ............................................... Metropolitano Sul
Rosa Maria Aires de Aguiar Oliveira ................................... Recife Norte
Soraya Monica de Omena Silva .......................................... Caruaru
Veronica Maria Toscano de Melo ....................................... Vitoria
Zildomar Carvalho Santos ................................................... Barreiros