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Professor Enrico Blota

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Edital

BIOLOGIA: 1. Conhecimentos de anatomia humana: sistema nervoso, sistema digestório, Siste-ma esquelético, Sistema muscular, sistema circulatório, Sistema respiratório, Sistema urinário, Sistema reprodutor, sistema endócrino e órgãos dos sentidos. 4. Noções de Biologia Forense (Genética Forense, Hematologia Forense, Botânica Forense, Tricologia Forense, Entomologia Forense), Coleta, identificação e conservação de vestígios biológicos.

BANCA: FUNDATEC

CARGO: Técnico em Perícias

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Biologia

FISIOLOGIA HUMANA

Ramo da biologia que trata do estudo dos sistemas e órgãos do corpo. Iremos nos basear na anatomia, biofísica e bioquímica para aprofundarmos os processos, atividades e fenômenos característicos que ocorrem nos humanos. Assim, entenderemos os processos químicos e físicos do nosso corpo como um todo.

Durante as aulas, iremos ressaltar a relação existente entre diversos sistemas, como por exemplo, a que existe entre o sistema endócrino e nervoso e entre o respiratório e circulatório.

SISTEMA ENDÓCRINO

As glândulas do corpo humano podem ser exócrinas (com seus produtos de secreção sendo lançados em um duc-to) ou endócrinas (com seus produtos de secreção sendo lançados na corren-te sanguínea). O sistema endócrino é responsável por liberar substâncias na circulação que atuam em diversas fun-ções, como crescimento, transporte de substâncias, absorção de cálcio, produ-ção do leite, estímulo do metabolismo, dentre outras. Esse mecanismo dá-se por um processo chamado retroali-mentação (positiva ou negativa).

*Hipófise (Pituitária): Localizada na base do encéfalo na sela túrcica. Nos seres humanos tem o tamanho apro-ximado de um grão de ervilha e possui três partes: o lobo anterior (adeno-hi-pófise), o lobo posterior (neuro-hipófi-se) e a hipófise intermediária. Daremos mais ênfase para as duas primeiras.

• Adenohipófise: Nesta região destacam-se a prolactina (PTH), o hormônio do crescimento (somatotrofina ou STH ou GH), o tireotrófico (TSH), os gonadotrofinas (FSH e LH) e o adre-nocorticotrófico (ACTH).

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• Neurohipófise: Esta região da hipófise não produz seus hormônios. Eles são produzidos no hipotálamo. Logo, ela apenas armazena e secreta os hormônios vasopressina (ADH ou antidiurético), envolvido na reabsorção de água nos rins e o hormônio oxitocina, cuja função é estimular as contrações da musculatura lisa das mamas para ejeção do leite e do útero para o parto.

Na hipófise intermediária (lobo mediano) ocorre secreção do hormônio MSH – hormônio estimulante dos melanócitos (intermedina) que em peixes, anfíbios e répteis tem relação com os cromatóforos que alteram a cor da pele. A hipófise localiza-se na sela túrcica, depressão do osso esfenoide.

Algumas doenças da hipófise: Nanismo, gigantismo (foto), acromegalia, diabetes insipidus.

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*Glândula Pineal: Está relacionada aos ciclos circadianos (ritmos biológicos) como a atividade sexual e reprodutora dentre outras funções. Produz o hormônio melatonina com função de regular o sono nos humanos. A glândula é fotofóbica.

*Timo: É um órgão linfático com função de maturação das células de defesa (linfócitos T). Produz o hormônio timosina que auxilia nessa função.

*Tiroide (ou tireoide): Localiza-se no pescoço, estando apoiada sobre as cartilagens da laringe e da traqueia. Seus hormônios, triiodotironina (T3) e tetraiodotironina (tiroxina – T4), aumentam a velocidade dos processos de oxidação e de liberação de energia nas células do corpo, elevando a taxa metabólica e a geração de calor. Estimulam ainda a produção de RNA e a síntese de proteínas, estando relacionados ao crescimento, maturação e desenvolvimento. O hormônio calcitonina participa do controle da concentração sanguínea de cálcio, inibindo a remoção do cálcio dos ossos e a saída dele para o plasma sanguíneo, estimulando sua incorporação pelos ossos.

Algumas doenças da tiroide: Hipotireoidismo, hipertireoidismo e cretinismo (foto ao lado). Papo e exoftalmia também são alterações relacionadas à tiroide.

Exoftalmia Papo

*Paratireoides: Secretam o paratormônio (ou paratireoidina), que estimula a remoção de cálcio da matriz óssea (o qual passa para o plasma sanguíneo), a absorção de cálcio dos alimentos pelo intestino e a reabsorção de cálcio pelos túbulos renais, aumentando a concentração de cálcio no sangue. O cálcio circulante será importante para a contração muscular e coagulação, por exemplo.

*Adrenais: São duas glândulas localizadas acima dos rins e divididas em duas partes independentes – a medula (parte interna) e o córtex (parte externa). Essas duas regiões secretam hormônios completamente diferentes e comportam-se como duas glândulas. O córtex secreta três tipos de hormônios: os glicocorticoides (cortisol), os mineralocorticoides (aldosterona) e os androgênios e a medula secreta as catecolaminas (adrenalina ou epinefrina e noradrenalina ou norepinefrina)

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Algumas doenças relacionadas às adrenais: Doença de Addison (hipocortisolismo) e Síndrome de Cushing (excesso de ACTH e corticoides – foto).

Irmãs gêmeas idênticas (a irmão à direita desenvolveu a doença)

*Pâncreas (Ihotas Pancreáticas): As ilhotas pancreáticas (ou de Langerhans) constituem a porção endócrina do pâncreas. Como há também uma porção exócrina envolvida com o sistema digestório, o órgão é uma glândula mista ou anfícrina. As células das ilhotas secretam dois hormônios: insulina (produzida nas células beta) e glucagon (produzido nas células alfa), que atuam no metabolismo da glicose, conforme abaixo:

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O pâncreas também produz o hormônio Somatostatina (SS) produzido por células delta das ilhotas pancreáticas. Esse hormônio é um inibidor do hormônio do crescimento e, assim como a insulina e o glucagon, está envolvido no controle da glicemia do organismo ao inibir a secreção de insulina e glucagon.

OBS: Alguns hormônios podem ter efeito diabetogênico (atuando no aumento da glicemia sanguínea). É o caso do hormônio cortisol, da adrenalina, da somatotrofina, do glucagon,

entre outros. Nesta função esses hormônios são antagônicos da insulina.

Algumas doenças do pâncreas: Diabetes Tipo I (autoimune) e Diabetes Tipo II. O diabetes pode ter fatores genéticos e ambientais, dependendo do tipo.

*Gônadas (ovários e testículos): Os ovários produzem a progesterona e o estrogênio, ambos com muita influência no ciclo menstrual e os testículos produzem a testosterona.

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Outros órgãos com função endócrina:

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Questões

1. Considere as seguintes funções do sistema endócrino:

1. controle do metabolismo do açúcar.

2. preparação do corpo para situações de emergência.

3. controle de outras glândulas endócrinas.

As glândulas que correspondem a essas funções são, respectivamente:

a) salivar, tireoide, hipófise.b) pâncreas, hipófise, tireoide.c) tireoide, salivar, adrenal.d) salivar, pâncreas, adrenal.e) pâncreas, adrenal, hipófise.

2. A liberação dos hormônios vasopressina, adrenalina e insulina é efetuada, respectiva-mente, pelas glândulas endócrinas:

a) hipófise, pâncreas e supra-renais.b) pâncreas, supra-renais e hipófise.c) pâncreas, hipófise e supra-renais.d) hipófise, supra-renais e pâncreas.e) supra-renais, hipófise e pâncreas.

3. Há um hormônio que atua na reabsorção tubular da água e de certos eletrólitos cuja liberação deficiente pela hipófise acarreta aumento da diurese, com hemoconcentra-ção e sede intensa. Esse hormônio é conhe-cido como hormônio antidiabetogênico, pois o quadro clínico que a sua deficiência acarreta é chamado diabetes insipidus.

Trata-se de:

a) ocitocina.b) insulina.c) cortisona.d) adrenalina.e) ADH.

4. Hormônios são substâncias produzidas pe-las glândulas endócrinas. Eles são liberados diretamente nos líquidos corporais – sangue e linfa – e atuam em “células-alvo”, geral-mente distantes do seu local de produção. Assinale a alternativa que mostra correta-mente a relação entre o hormônio, seu local de produção e sua função.

a) Adrenalina – neurohipófise – aumenta o ritmo cardíaco e respiratório.

b) Somatotropina – adenohipófise – esti-mula o crescimento de diversos tecidos, especialmente de ossos e músculos.

c) Calcitonina – paratireoide – promove a retirada do cálcio do sangue e sua de-posição nos ossos.

d) Insulina – pâncreas – promove a quebra do glicogênio do fígado em glicose du-rante os períodos de jejum.

e) Progesterona – ovário – no ciclo mens-trual, estimula o desenvolvimento do útero durante a menstruação.

5. Alguns órgãos podem não ser considerados glândulas devido à sua origem, porém, pro-duzem hormônios e atuam como órgãos en-dócrinos. Entre eles estão o (a)

a) pâncreas e coração.b) coração e pele. c) intestino e tiroide.d) glândula sebácea e fígado.e) glândula sudorípara e suprarrenal.

Gabarito: 1. E 2. D 3. E 4. B 5. B

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SISTEMA REPRODUTOR

Os sistemas reprodutores humanos são constituídos pelas gônadas, pelas vias reprodutoras e pelas glândulas anexas.

Os embriões dos vertebrados possuem um tecido germinativo primitivo e um sistema de tubos, cuja diferenciação em órgãos masculinos ou femininos é, geralmente, determinada pela cons-tituição cromossômica desse embrião. No embrião humano, por exemplo, coexistem os dutos de Wolf e os dutos de Müller. No embrião XY, desenvolvem-se os testículos, e os dutos de Wolf originam as vias reprodutoras masculinas, enquanto os dutos de Müller regridem. No embrião XX, surgem os ovários, os dutos de Wolf regridem e os dutos de Müller se desenvolvem nas vias reprodutoras femininas.

Sistema reprodutor masculino

O sistema reprodutor masculino é formado pelos testículos ou gônadas, vias espermáticas (epi-dídimo, canal deferente e ure-tra), pênis, escroto e glândulas anexas (próstata, vesículas semi-nais, glândulas bulbouretrais)

Testículos: são as gônadas mas-culinas. Cada testículo é com-posto por um emaranhado de tubos, os ductos seminíferos. Esses ductos são formados pelas células de Sertoli (ou de susten-to) e pelo epitélio germinativo, onde ocorrerá a formação dos espermatozoides. Em meio aos ductos seminíferos, as células intersticiais produzem os hor-mônios sexuais masculinos, so-bretudo a testosterona, respon-sáveis pelo desenvolvimento dos órgãos genitais masculinos e dos caracteres sexuais secundários:

• Estimulam os folículos pilosos para que façam crescer a barba masculina e o pelo pubiano.

• Estimulam o crescimento das glândulas sebáceas e a elaboração do sebo.

• Produzem o aumento de massa muscular nas crianças durante a puberdade, pelo aumento do tamanho das fibras musculares.

• Ampliam a laringe e tornam mais grave a voz.

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• Fazem com que o desenvolvimento da massa óssea seja maior, protegendo contra a osteo-porose.

Epidídimos: são dois tubos enovelados que partem dos tes-tículos, onde os espermatozoides são armazenados. É onde os espermatozoides sofrem a maturação.

Canais deferentes: são dois tubos que partem dos testícu-los, circundam a bexiga urinária e unem-se ao ducto ejacula-tório, onde desembocam as vesículas seminais.

Vesículas seminais: responsáveis pela produção de um lí-quido, que será liberado no ducto ejaculatório que, junta-mente com o líquido prostático e espermatozoides, entrarão na composição do sêmen. O líquido das vesículas seminais age como fonte de energia para os espermatozoides e é constituído principalmente por frutose, apesar de conter fosfatos, nitrogênio não proteico, cloretos, colina (álcool de cadeia aberta considerado como integrante do complexo vitamínico B) e prostaglandinas (hor-mônios produzidos em numerosos tecidos do corpo.

Algumas prostaglandinas atuam na contração da musculatura lisa do útero na dismenorreia – cólica menstrual, e no orgasmo; outras atuam promovendo vasodilatação em artérias do cé-rebro, o que talvez justifique as cefaleias – dores de cabeça – da enxaqueca. São formados a partir de ácidos graxos insaturados e podem ter a sua síntese interrompida por analgésicos e anti-inflamatórios).

Próstata: glândula localizada abaixo da bexiga urinária. Secreta substâncias alcalinas que neu-tralizam a acidez da urina e ativa os espermatozoides.

Glândulas Bulbo Uretrais ou de Cowper: sua secreção transparente é lançada dentro da uretra para limpá-la e preparar a passagem dos espermatozoides. Também tem função na lubrificação do pênis durante o ato sexual.

Pênis: é considerado o principal órgão do aparelho sexual masculino, sendo formado por dois tipos de tecidos cilíndricos: dois corpos cavernosos e um corpo esponjoso (envolve e protege a uretra). Na extremidade do pênis encontra-se a glande – cabeça do pênis, onde podemos visualizar a abertura da uretra. Com a manipulação da pele que a envolve – o prepúcio – acom-panhado de estímulo erótico, ocorre a inundação dos corpos cavernosos e esponjoso, com san-gue, tornando-se rijo, com considerável aumento do tamanho (ereção). O prepúcio deve ser puxado e higienizado a fim de se retirar dele o esmegma (uma secreção sebácea espessa e esbranquiçada, com forte odor, que consiste principalmente em células epiteliais descamadas que se acumulam debaixo do prepúcio). Quando a glande não consegue ser exposta devido ao estreitamento do prepúcio, diz-se que a pessoa tem fimose.

A uretra é comumente um canal destinado para a urina, mas os músculos na entrada da bexiga se contraem durante a ereção para que nenhuma urina entre no sêmen e nenhum sêmen entre na bexiga. Todos os espermatozoides não ejaculados são reabsorvidos pelo corpo dentro de algum tempo.

Saco Escrotal, Bolsa Escrotal ou Escroto: Um espermatozoide leva cerca de 70 dias para ser produzido. Eles não podem se desenvolver adequadamente na temperatura normal do corpo

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(36,5°C). Assim, os testículos se localizam na parte externa do corpo, dentro da bolsa escrotal, que tem a função de termorregulação (aproximam ou afastam os testículos do corpo), manten-do-os a uma temperatura geralmente em torno de 1 a 3 °C abaixo da corporal.

Hormônios no homem

Anotações:

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Sistema reprodutor feminino

O sistema reprodutor feminino é constituído por dois ovários, duas tubas uterinas (ovidutos), antigamente chamadas trompas de Falópio, útero, vagina e vul-va. Ele está localizado no inte-rior da cavidade pélvica. A pelve constitui um marco ósseo forte que realiza uma função proteto-ra.

Vagina: é um canal de 8 a 10 cm de comprimento, de paredes elásticas, que liga o colo do úte-ro aos genitais externos. Con-tém de cada lado de sua aber-tura, porém internamente, duas glândulas denominadas glându-las de Bartholin, que secretam um muco lubrificante. A entrada da vagina é protegida por uma membrana circular – o hímen – que fecha parcialmente o orifício vulvo-vaginal e é quase sempre perfurado no centro, poden-do ter formas diversas. Geralmente, essa membrana se rompe nas primeiras relações sexuais.

A genitália externa ou vulva é delimitada e protegida por duas pregas cutâneo-mucosas inten-samente irrigadas e inervadas – os grandes lábios. Na mulher reprodutivamente madura, os grandes lábios são recobertos por pêlos pubianos. Mais internamente, outra prega cutâneo--mucosa envolve a abertura da vagina – os pequenos lábios – que protegem a abertura da ure-tra e da vagina. Na vulva também está o clitóris, formado por tecido esponjoso erétil, homólo-go ao pênis do homem.

Ovários: são as gônadas femininas. Produzem es-trógeno e progesterona, hormônios sexuais femi-ninos que serão vistos mais adiante.

No final do desenvolvimento embrionário de uma menina, ela já tem todas as células que irão transformar-se em gametas nos seus dois ová-rios. Estas células – os ovócitos primários – en-contram-se dentro de estruturas denominadas folículos de Graaf ou folículos ovarianos. A partir da adolescência, sob ação hormonal, os folículos ovarianos começam a crescer e a desenvolver. Os folículos em desenvolvimento secretam o hor-mônio estrógeno. Mensalmente, apenas um folículo geralmente completa o desenvolvimento e a maturação, rompendo-se e liberando o ovócito secundário (gameta feminino): fenômeno conhecido como ovulação.

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Após seu rompimento, a massa celular resultante transforma-se em corpo lúteo ou amarelo, que passa a secretar os hormônios progesterona e estrógeno. Com o tempo, o corpo lúteo regride e converte-se em corpo albicans ou corpo branco, uma pequena cicatriz fibrosa que irá permanecer no ovário.

O gameta feminino liberado na superfície de um dos ovários é recolhido por finas terminações das tubas uterinas – as fímbrias.

Tubas uterinas, ovidutos ou trompas de Falópio: são dois ductos que unem o ovário ao útero. Seu epitélio de revestimento é formado por células ciliadas. Os batimentos dos cílios microscó-picos e os movimentos peristálticos das tubas uterinas impelem o gameta feminino até o útero.

Útero: órgão oco situado na cavidade pélvica anteriormente à bexiga e posteriormente ao reto, de parede muscular espessa (miométrio) e com formato de pera invertida. É revestido interna-mente por um tecido vascularizado rico em glândulas – o endométrio.

Hormônios na mulher

Anotações:

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Questões

1. O hormônio folículo-estimulante induz as células foliculares a liberar estrógeno, res-ponsável pelo crescimento do endométrio.

As estruturas relacionadas com a descrição acima são:

a) hipófise, tireoide e testículo.b) hipófise, ovário e útero.c) tireoide, supra-renal e útero.d) pâncreas, ovário e supra-renal.e) pâncreas, tireoide e testículo.

2. Num ciclo menstrual de 28 dias, a ovulação normalmente ocorre:

a) no primeiro dia da menstruação.b) ao redor do 14º dia após o início da

menstruação.c) no último dia da menstruação.d) ao redor do 7º dia após o início da

menstruação.e) ao redor do 28º dia após o início da

menstruação.

3. Observe os desenhos dos aparelhos repro-dutores humanos:

Qual afirmativa contém um erro?

a) Em 2 há armazenamento de esperma-tozoides.

b) 3 e 4 produzem secreções para o sê-men.

c) 1 e 5 constituem as gônadas.d) Em 6 ocorre fecundação.e) 7 é constituinte do canal do parto.

4. Desde a sua origem até a fecundação do ga-meta feminino, o espermatozoide humano segue o seguinte trajeto:

a) testículo, epidídimo, canal deferente, uretra, vagina, útero, trompa de Faló-pio.

b) testículo, uretra, canal deferente, epidí-dimo, vagina, útero, trompa de Falópio.

c) epidídimo, testículo, canal deferente, uretra, útero, vagina, trompa de Faló-pio.

d) testículo, próstata, epidídimo, canal de-ferente, uretra, vagina, útero, trompa de Falópio, ovário.

e) canal deferente, testículo, epidídimo, uretra, vagina, útero, ovário.

5. O uso de preservativo masculino ("camisi-nha") tem sido amplamente divulgado e es-timulado nos dias de hoje. Várias são suas indicações, como:

I – evitar doenças como sífilis e gonorreia.

II – controle de natalidade.

III – bloqueio da produção de gametas mas-culinos.

IV – prevenção da Aids.

V – controle da ovulação.

Há um ou mais erros nas considerações aci-ma. Qual ou quais estão erradas?

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a) I e II.b) II e III.c) III e V.d) IV e V.e) III e IV.

Gabarito: 1. B 2. B 3. D 4. A 5. C

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SISTEMA NERVOSO

Tem por função receber, associar, armazenar ou emitir informações garantindo assim a home-ostase e neurossecreção. É dividido didaticamente em três partes: a parte central (Sistema Nervoso Central), destacando o hipotálamo, cérebro, cerebelo, ponte e bulbo; a parte perifé-rica (Sistema Nervoso Periférico), formado por gânglios nervosos e nervos, sendo 12 pares de nervos cranianos e 31 pares de nervos raquidianos e a parte autônoma, com mecanismos de funcionamento antagônico. Os tipos celulares são os neurônios e as células glia, que compõem o tecido nervoso.

Divisão do Sistema

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Origem do sistema no embrião

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1. Parte Central- Sistema nervoso central (SNC)

A caixa craniana protege o encéfalo assim como a espinha dorsal protege a medula espinhal. Todo o sistema nervos é protegido por três membranas chamadas meninges (dura-máter – mais externa, aracnoide – mediana e pia-máter – mais interna). Nas meninges também há o líquido cefalorraquidiano ou líquor que protege o sistema de impactos. A análise desse líquido permite saber se há ou não meningite.

Encéfalo

É formado por cinco vesículas. A primeira e maior delas (telencéfalo) é o cérebro, a quarta (metencéfalo) é o cerebelo e a quinta (mielencéfalo) é o bulbo, do qual parte a medula espinhal protegida pelas vértebras. O cérebro e o cerebelo, ao longo do desenvolvimento, crescem muito e recobrem as outras vesículas.

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Cérebro

Formado pela substância cinzenta – no córtex cerebral e pela substância branca, ao centro. É responsável pelo controle sensorial (audição e visão, por exemplo) e motor (movimentos do corpo e fala), inteligência, memória, pensamento e outras.

Cerebelo – Massa cinzenta também externa e branca interna. Coordena algumas atividades motoras evitando sobrecarga do cérebro. Atua no equilíbrio e tônus muscular.

Mesencéfalo – Situado entre os hemisférios cerebrais e a ponte. Por ele passam estímulos que vem e vão para o cérebro. Envolvido na postura, movimentação dos olhos e outras funções.

Ponte – Situada abaixo do mesencéfalo. Possui células envolvidas na conexão entre o cérebro e o cerebelo, bem como na conexão entre o encéfalo e a medula espinhal.

Bulbo – Transição entre ponte e medula espinhal. Atua no controle dos movimentos cardiorres-piratórios. É considerado um centro vital do corpo.

No mesencéfalo, ponte e bulbo estão a maioria dos nervos cranianos.

Medula Espinhal

Apresenta a massa cinzenta na região central, onde encontramos os corpos celulares dos neu-rônios (massa branca = periférica). Ao longo da medula, partem os 31 pares de nervos espi-nhais, que se ramificam lateralmente no corpo e estão ligados a gânglios nervosos.

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2. Parte periférica- Sistema nervoso periférico (SNP)

É formado por nervos e gânglios, que podem ter envolvimento com ações voluntárias, invo-luntárias motoras e involuntárias sensoriais. Os gânglios são formados por corpos celulares de neurônios concentrados e os nervos são formados basicamente por um conjunto de axônios, dendritos ou ambos. São divididos em 3 tipos: 1. Nervos sensoriais (aferentes) – Formados por neurônios aferentes. Os dendritos levam o impulso nervoso aos centros nervosos; 2. Ner-vos motores (eferentes) – Formados por neurônios eferentes. Os axônios levam o impulso dos centros nervosos para os órgãos efetuadores (músculos ou glândulas) que executam a ação. 3. Nervos mistos – Formados por feixes sensoriais e motores. Com neurônios aferentes e eferen-tes.

“Os nervos cranianos podem ser aferentes, eferentes ou mistos.Já os nervos raquidianos (da espinha dorsal) são todos mistos”.

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Os nervos cranianos

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3. Parte autônoma- Sistema nervoso autônomo (SNA)

Todos os órgãos viscerais têm uma regulação autônoma, independente de um controle voluntário. Respiração e movimentos peristálticos, por exemplo, não dependem do sistema nervoso voluntário. São controlados pelo SNA. Os nervos e os gânglios do SNA estão reunidos em dois grupos:

SNA simpático – formado por uma cadeia de gânglios situados dos dois lados da medula, ao longo das regiões torácica e lombar. Seu mediador químico (neurotransmissor) é a adrenalina/noradrenalina (fibras nervosas adrenérgicas).

SNA parassimpático – parte do cérebro e da região sacra da medula. Suas fibras são longas (pré-ganglionares) chegam aos gânglios parassimpáticos que estão nas paredes dos órgãos viscerais. Seu neurotransmissor é a acetilcolina (fibras colinérgicas).

Reflexo

É um ato involuntário e rápido que visa uma proteção ou adaptação do organismo quando recebemos um estímulo periférico. Ocorre por estimulação física ou química e depende de uma série de estruturas para que se efetive a reação ou ação reflexa. Essas estruturas constituem o arco reflexo simples (que é o trajeto percorrido pelo impulso nervoso), são elas:

• Receptores na pele, mucosas, tendões e músculos

• Nervo aferente ou sensitivo, que leva o impulso nervoso até um centro nervoso

• Centro nervoso, coordenador, que pode ser o encéfalo ou a medula espinhal

• nervo eferente ou motor, que leva o impulso nervoso para um órgão efetuador

• órgão efetuador, glândula ou músculo, que reage, caracterizando o ato ou ação reflexa (que é a resposta)

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Leitura obrigatória- Neurotransmissores e Sistema sensorial

Os neurotransmissores são substâncias químicas conhecidas como mediadores químicos. Per-mitem a transmissão de impulsos nervosos através das sinapses. Existem vários tipos de neuro-transmissores e cada um deles é responsável por algumas funções específicas.

Dopamina – Mediador envolvido em regular emoções prazerosas. Também controla níveis de estimulação e controle motor em muitas partes do cérebro (controle dos movimentos voluntá-rios). Quando os níveis estão extremamente baixos na doença de Parkinson, os pacientes são incapazes de se mover volutariamente. Presume-se que o LSD e outras drogas como a cocaína ajam no sistema da dopamina.

Serotonina – Esse é um neurotransmissor que é incrementado por muitos antidepressivos tais com o Prozac, e assim tornou-se conhecido como o 'neurotransmissor do 'bem-estar'. ' Ela tem um profundo efeito no humor, na ansiedade e na emoção. Níveis baixos podem ser relaciona-dos com casos de depressão.

Acetilcolina – Este neurotransmissor é responsável por estimular músculos. Ele ativa os neu-rônios motores que controlam os músculos esqueléticos. A acetilcolina controla a atividade de áreas cerebrais relaciondas à atenção, aprendizagem e memória. Pessoas que sofrem da doen-ça de Alzheimer apresentam tipicamente baixos níveis de ACTH no córtex cerebral, e as drogas que aumentam sua ação podem melhorar a memória em tais pacientes. Está envolvido com o Sistema Nervoso Autônomo Parassimpático (SNAP).

Noradrenalina – Principalmente uma substância química que induz a excitação física e mental e bom humor. A produção é centrada na área do cérebro chamada de locus coreuleus, que é um dos muitos candidatos ao chamado centro de "prazer" do cérebro. A medicina comprovou que a norepinefrina é uma mediadora dos batimentos cardíacos, pressão sanguínea, a taxa de conversão de glicogênio (glucose) para energia, assim como outros benefícios físicos. Está en-volvido com o Sistema Nervoso Autônomo Simpático (SNAS).

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Glutamato- É o neurotransmissor mais comumente encontrado no sistema nervoso central. Glutamato está relacionada principalmente com funções como aprendizado e memória. O prin-cipal neurotransmissor excitante do cérebro, vital para estabelecer os vínculos entre os neu-roônios que são a base da aprendizagem e da memória a longo prazo. O GABA (Gamma amino-butírico) é o neurotransmissor antagônico do glutamato, agindo com poder inibitório. Álcool e drogas como os barbitúricos podem influenciar os receptores GABA.

Encefalinas e Endorfinas – Essas substâncias são opiáceos que, como as drogas heroína e mor-fina, modulam a dor, reduzem o estresse, etc. Elas podem estar envolvidas nos mecanismos de dependência física.

SISTEMA SENSORIAL

Para que os processos de recepção a estímulos externos ocorram, necessitamos de recepto-res sensoriais,estruturas que têm a função de receber um estímulo e transformá-lo em impul-so nervoso, que é processado nos centros nervosos cerebrais. Informado sobre as alterações do seu interior e as do ambiente, o corpo inicia as reações de adaptação às novas condições. Alguns envolvidos no aparelho sensoriais são os mecanorreceptores que correspondem aos receptores de pressão (ex: na pele), quimiorreceptores que correspondem aos receptores de substâncias químicas (ex. língua e cavidade nasal), fotorreceptores que são receptores de luz (ex: células da retina do olho) e termorreceptores que são receptores de calor ou frio. Essas células receptoras são chamadas de exteroceptores, pois captam estímulos provenientes do ambiente. Certas células sensoriais são especializadas em captar estímulos internos ao cor-po, constituindo os proprioceptores e os interoceptores. Os proprioceptores localizam-se nos músculos, tendões, articulações e órgãos internos, sendo sua função informar ao sistema ner-voso central sobre a posição dos braços, pernas e da cabeça em relação ao resto do corpo. Já os interoceptores percebem condições internas do corpo como a composição do sangue, o pH, a pressão osmótica, a temperatura, etc., o que permite sentir sede, fome, náuseas, dor e outros sentidos.

Um exemplo de como funciona o aparelho sensorial:

Receptores cutâneos – Uma vez que toda a superfície cutânea é provida de terminações ner-vosas capazes de captar estímulos térmicos, mecânicos ou dolorosos, a pele também é o maior

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órgão sensorial que possuímos. Essas terminações nervosas ou receptores cutâneos são espe-cializados na recepção de estímulos específicos. (Fonte: afh.bio.br)

1. Corpúsculos de Paccini: captam especialmente estímulos vibráteis e táteis. São formados por uma fibra nervosa cuja porção terminal, amielínica, é envolta por várias camadas que correspondem a diversas células de sustentação. A camada terminal é capaz de captar a aplicação de pressão, que é transmitida para as outras camadas e enviada aos centros ner-vosos correspondentes.

2. Corpúsculos de Meissner: táteis. Estão nas saliências da pele sem pelos (como nas partes mais altas das impressões digitais). São formados por um axônio mielínico, cujas ramifica-ções terminais se entrelaçam com células acessórias.

3. Discos de Merkel: de sensibilidade tátil e de pressão. Uma fibra aferente costuma estar ramificada com vários discos terminais destas ramificações nervosas. Estes discos estão en-globados em uma célula especializada, cuja superfície distal se fixa às células epidérmicas por um prolongamento de seu protoplasma. Assim, os movimentos de pressão e tração sobre epiderme desencadeiam o estímulo.

4. Terminações nervosas livres: sensíveis aos estímulos mecânicos, térmicos e especialmente aos dolorosos. São formadas por um axônio ramificado envolto por células de Schwann sendo, por sua vez, ambos envolvidos por uma membrana basal.

5. Bulbos terminais de Krause: receptores térmicos de frio. São formados por uma fibra ner-vosa cuja terminação possui forma de clava. Situam-se nas regiões limítrofes da pele com as membranas mucosas (por exemplo: ao redor dos lábios e dos genitais). Os receptores envolvidos no sentido do calor são conhecidos como corpúsculos de Ruffini.

Visão – Para atingir a retina, o feixe de luz inicia o trajeto pela córnea (capa protetora do crista-lino). Logo atrás da pupila está o cristalino, que é uma lente biconvexa que torna o feixe de luz convergente, permitindo a formação da imagem na retina. Na retina existem os cones (respon-sáveis pela visão em cores) e os bastonetes (responsáveis pela visão noturna, em um ambiente pouco iluminado). Os bastonetes são fotorreceptores extremamente sensíveis à luz, mas inca-pazes de distinguir as cores. Neles, a substância responsável pela detecção de luz é um pigmen-

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to constituído por uma parte proteica denominada “opsina” e uma parte não proteica chamada de II-cis-retinal, uma substância derivada da “vitamina A”. A cegueira noturna é uma consequ-ência da falta dessa vitamina. Os cones são menos sensíveis à luz que os bastonetes, mas, em conjunto, têm a capacidade de discriminar diferentes comprimentos de onda, o que possibilita a visão em cores. Em um ambiente pouco iluminado, apenas os bastonetes são estimulados. É por isso que, na penumbra, vemos razoavelmente bem os objetos, mas não distinguimos suas cores; à medida que a luminosidade aumenta, os cones são ativados e as cores tornam-se visí-veis.

No geral, a luz atravessa o sistema de lentes do olho até chegar à retina. Através do nervo óptico a atividade elétrica é endereçada até o lobo occipital no cérebro, que forma a imagem corretamente. Na retina, há a fovea centralis que é a região rica em células fotorreceptoras. No ponto cego não há células fotorreceptoras.

Defeitos de focalização

É comum o globo ocular apresentar defeitos, o que impede a formação da imagem sobre a fovea centralis, causando defeitos de focalização, como é o caso da miopia e da hipermetropia. Na miopia, ou visão de perto, vê-se bem objetos próximos e não à distância. Na hipermetropia, ou visão de longe, vê-se bem objetos à distância e não de perto.

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OBS: Outros defeitos relacionados à visão são presbiopia (vista cansada), glaucoma (aumen-to da pressão), conjuntivites (irritações ou inflamações da conjuntiva), tracoma (infecção gra-ve na conjuntiva) e catarata (perda da transparência do cristalino).

Audição – A orelha é o órgão do equilíbrio e também da captação do som e transformação em atividade elétrica. Assim, é mecanorreceptor, pois percebe ondas sonoras que provocam de-formações em suas estruturas. Apresenta três regiões: Orelha externa, orelha média e orelha interna. Observe com atenção os órgãos de cada parte da orelha humana.

Como o cérebro recebe o som?

1. Entrada das ondas sonoras no canal auditivo;

2. Passagem pela membrana timpânica;

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3. Energia sonora passa pela orelha média (onde estão os ossículos martelo, bigorna e estri-bo);

4. Orelha interna apresenta os receptores sonoros;

5. Estímulo direciona-se através do nervo para o sistema nervoso.

Assim, podemos entender que a orelha externa capta o som, a orelha média amplifica o som e a orelha interna conduz o estímulo ao SNC que, através do cérebro, atua na audição.

Como a orelha atua no equilíbrio? O labirinto é uma região importante na orelha interna. For-mado por uma câmara, o vestíbulo, ligada a três canais semicirculares. Na base de cada canal há uma dilatação, a ampola, e internamente a ela, grupos de neurônios, os neuromastos, se-melhantes aos da linha lateral dos peixes. O labirinto é preenchido pela endolinfa, onde ficam dispersos grânulos de carbonato de cálcio, os otólitos, que são responsáveis pela estimulação dos neuromastos quando há uma corrente ou deslocamento de endolinfa. O ramo vestibular do nervo auditivo leva ao cérebro os impulsos nervosos que nos dão a percepção dos movimentos e da nossa posição em relação à força de gravidade possibilitando o equilíbrio e a postura.

Olfato – Através do olfato percebemos o cheiro dos alimentos e das partículas presentes no ar. Alguns eventos são obedecidos para que o cérebro possa interpretar essa função:

1. As moléculas odoríferas penetram na cavidade nasal que contém o epitélio olfativo (tecido sensorial olfatório);

2. Os pelos olfatórios possuem receptores para tipos específicos de moléculas odoríferas;

3. Os potenciais de ação produzidos pela ligação entre as moléculas odoríferas e os recepto-res são transmitidos pelas células olfatórias até o bulbo olfatório;

4. Os neurônios no bulbo olfatório integram a informação oriunda das células olfatórias e, através de um nervo, a atividade chega ao cérebro.

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Paladar – O gosto relaciona-se à percepção de soluções que entram em contato com as células sensoriais, de forma semelhante ao que ocorre com o olfato. Na língua, a células sensoriais que são estimuladas pelas substâncias que entram na boca, o que gera um impulso nervoso. De cada botão gustativo sai uma fibra nervosa, que é um ramo de um nervo craniano e, assim, o impulso nervoso chega ao cérebro, onde temos a consciência do gosto. De modo contrário ao que se pensava antigamente, não há locais específicos na língua para sentido de um gosto particular, já que os botões gustativos podem estar envolvidos em mais de um sabor.

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Questões

1. Entre os receptores sensoriais cutâneos, destaque para as terminações nervosas li-vres, que estão envolvidas (principalmente) com a sensação de:

a) olfato.b) paladar.c) dor.d) equilíbrio.e) tato sensível (ou fino).

2. O sistema nervoso é dividido em Central e Periférico. Entre os componentes do siste-ma nervoso periférico encontram-se os ner-vos e os gânglios nervosos. Com relação aos nervos mistos, marque o que for correto.

a) Encontram-se somente na medula espi-nhal.

b) Podem ser encontrados na medula e no encéfalo.

c) Os nervos cranianos nunca podem ser mistos.

d) Os nervos espinhais nunca podem ser mistos.

e) O nervo vago é um nervo misto espi-nhal.

3. Com relação ao aparelho auditivo, encontre a afirmativa incorreta.

a) O labirinto é uma região da orelha in-terna.

b) Neuromastos são células nervosas en-volvidas no equilíbrio.

c) Martelo, bigorna e estribo são ossículos da orelha interna.

d) O tímpano pode ter função protetora.e) Na orelha, o som é transformado em

atividade elétrica.

4. Entre as substâncias abaixo, qual é um neu-rotransmissor ligado diretamente ao siste-ma nervoso parassimpático?

a) Endorfina.

b) Dopamina.c) Serotonina.d) GABA.e) Acetilcolina.

5. Com relação ao sistema nervoso central, marque o que for correto.

a) É dividido em encéfalo e medula espi-nhal e é protegido por meninges, mem-branas de tecido conjuntivo que não envolvem o sistema nervoso periférico.

b) Possui gânglios e nervos cranianos como principais componentes do encé-falo.

c) Possui substância branca e cinzenta, sendo a branca mais externa no cérebro e mais interna na medula espinhal.

d) O bulbo é um centro vital, realizando o controle dos movimentos cardiorrespi-ratórios e do equilíbrio.

e) Os hemisférios cerebrais são originados do diencéfalo.

6. A figura representa um arco reflexo: o calor da chama de uma vela provoca a retração do braço e o afastamento da mão da fonte de calor. Imagine duas situações: Em A, se-ria seccionada a raiz dorsal do nervo e, em B, a raiz ventral.

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Considere as seguintes possibilidades rela-cionadas à transmissão dos impulsos nervo-sos nesse arco reflexo:

I – A pessoa sente a queimadura, mas não afasta a mão da fonte de calor.

II – A pessoa não sente a queimadura e não afasta a mão da fonte de calor.

III – A pessoa não sente a queimadura, mas afasta a mão da fonte de calor.

Indique a correta relação entre a situação (A ou B) e as possibilidades acima.

a) A-I; B-II.b) A-I; B-III.c) A-II; B-I.d) A-II; B-III.e) A-III; B-II.

7. Observe a figura que representa o sistema nervoso.

A(s) estrutura(s) revestida(s) por meninges esta(ao) representada(s) por:

a) Ib) I e IIc) I, II, III e IVd) II e IIIe) I, II, III, IV e V

8. A carência de vitamina A afeta, principal-mente, qual área do olho humano?

a) Retina.b) Conjuntiva.c) Cristalino.d) Câmara anterior.e) Câmara posterior.

9. Como percebemos o som?

“A cóclea é um longo tubo cônico, enrolado como uma concha de um caracol, com o in-terior dividido em compartimentos cheios de líquido...A base do osso estribo conecta--se a uma área da cóclea denominada jane-la oval, fazendo-a vibrar e comunicando a vibração ao líquido coclear. Por intermédio desse líquido, as vibrações fazem os cílios das células sensoriais roçarem uma estru-tura membranosa (a membrana tectórica), gerando impulsos nervosos que são condu-zidos pelo nervo auditivo ao centro de audi-ção do (a)________________, após passar por vários estágios de processamento no tronco encefálico”. (Adaptado de: Amabis e Martho, biologia dos organismos, volume 2, 3.ed.)

O espaço no texto pode ser preenchido por

a) córtex cerebral.b) bulbo olfatório.c) ponte.d) bulbo raquidiano.e) medula espinhal.

10. Entre as atividades do SNA (sistema ner-voso autônomo) encontra-se o controle dos movimentos cardíacos, da secreção de substâncias, da atividade intestinal e do pâncreas, entre outros. De acordo com esse sistema, marque o que for correto.

a) O sistema nervoso simpático inibe os batimentos cardíacos.

b) O sistema nervoso simpático dilata a pupila.

c) O sistema nervoso parassimpático inibe a ereção.

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d) O sistema nervoso parassimpático inibe o peristaltismo intestinal.

e) Ambos os sistemas (simpático e paras-simpático) inibem a contração do mio-cárdio.

Gabarito: 1. C 2. B 3. C 4. E 5. A 6. C 7. B 8. A 9. A 10. B

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SISTEMA DIGESTÓRIO

Tem por função tornar as macromo-léculas, retiradas dos alimentos, em compostos aproveitáveis pelas célu-las. Para tal processo são necessários dois mecanismos: digestão mecânica (mastigação, deglutição e o peristaltis-mo exercido com estímulo do sistema nervoso autônomo) e digestão quími-ca (processos enzimáticos e de outras substâncias exercidos pela produção da saliva- na boca; quimificação – pro-cesso estomacal e quilificação – pro-cesso intestinal).

Para que ocorram todos os processos digestivos perfeitamente são necessá-rias diversas enzimas, hormônios, sais e diversas outras substâncias produzi-das pelos órgãos do tubo digestivo. O pH ideal para cada enzima difere em cada região. O pH também é importante para um bom funcionamento do tubo digestivo, sendo o da boca nutro (6,8-7,2), o do estômago ácido (2,0 a 3,0) e o do intestino alcalino (8,0).

Quanto aos nutrientes, existem os plásticos (ricos em proteínas – ovos, carnes, soja, feijão), os energéticos (ricos em glicídios – mel, caldo-de-cana e lipídios – toucinho e carnes gordas) e os regulatórios (vitaminas e sais minerais), que auxiliam e reações químicas e outras atividades do organismo.

As três regiões com atividade digestiva química são a boca, o estômago e o intestino.

Boca

A boca é o local de início da digestão, transformando o alimento em bolo alimentar. Possui pa-pel mecânico (mastigação e deglutição) e químico (participação da enzima ptialina ou amilase salivar e sais presentes na saliva, produzida nas glândulas salivares).

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Estômago

Seu papel mecânico é o peristaltismo, assim como o esôfago. O papel químico depende da enzima pepsina (uma protease), de uma lipase fraca e da renina, que coagula a caseína, uma proteína do leite, facilitando sua digestão. O suco gástrico é formado por HCl, que também tem função antisséptica, pois evita putrefações causadas por bactérias ingeridas junto aos alimentos. Além disso, catalisa a conversão do pepsinogênio (inativo), produzido pelas glândulas da mucosa gástrica, em pepsina (forma ativa), e mantém um pH ótimo para essa enzima. No estômago o bolo alimentar transforma-se em quimo.

Intestino delgado

Também possui grande atividade peristáltica e química, ao receber secreções do pâncreas (suco pancreático e bicarbonato) e do próprio intestino delgado (suco entérico). O intestino também recebe material do fígado, a bile, que emulsiona gorduras, tendo um papel detergente. NÃO HÁ ENZIMAS NA BILE, ela apresenta sais biliares e bicarbonato. No intestino o quimo transforma-se em quilo.

O intestino delgado é dividido em duodeno (primeira porção com aproximadamente 25 cm), de menor tamanho e jejuno-íleo (porção maior com aproximadamente 5m).

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Secreções do suco pancreático e entérico

A tabela mostra, em ordem, as enzimas, o pH, o substrato de atuação e os produtos resultantes da digestão.

O duodeno é a porção de maior atividade química, já que recebe as secreções ricas em enzimas. A absorção de nutrientes resultan-tes da ação química ocorre prin-cipalmente no duodeno (devido às microvilosidades) e na primeira porção do jejuno-íleo. A porção seguinte também tem papel de absorção, porém, principalmente de algumas vitaminas e sais.

A parede externa intestinal é mui-to vascularizada. Após a absorção os vasos sanguíneos transportam esses nutrientes para o fígado através da veia porta e depois para a corrente sanguínea, a fim de alcançar todas as células do nosso corpo.

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Intestino grosso

O Intestino grosso é o principal local de absorção de água, sais minerais e algumas vitaminas. Na flora bacteriana há produção de algumas vitaminas (como a vitamina K e B12). Nele, a porção do quilo não aproveitável é transformada em fezes e liberada.

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Ação hormonal

Anotações:

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Questões

1. A celíase é uma doença caracterizada pela intolerância ao glúten, uma proteína pre-sente no trigo, centeio e alguns outros ve-getais. Nas pessoas que apresentam essa doença, o glúten provoca a atrofia da mu-cosa que reveste internamente o intestino delgado, tornando-a lisa. Assinale a alterna-tiva que descreve a(s) consequência(s) des-sa lesão.

a) desnutrição por incapacidade de diges-tão de carboidratos e proteína.

b) diarreia e desidratação por dificuldade de absorção de água.

c) diarreia e emagrecimento, pois a super-fície de absorção de nutrientes diminui.

d) anemia devida à hemorragia apresenta-da.

e) diarreia por incapacidade de emulsio-nar e digerir lipídios.

2. Ao comermos um sanduíche de pão, man-teiga e bife, a digestão do:

a) bife inicia-se na boca, a do pão, no estô-mago, sendo papel do fígado produzir a bile que facilita a digestão das gorduras da manteiga.

b) bife inicia-se na boca, a do pão, no estô-mago, sendo papel do fígado produzir a bile, que contém enzimas que digerem gorduras da manteiga.

c) pão inicia-se na boca, a do bife, no estô-mago, sendo papel do fígado produzir a bile que facilita a digestão das gorduras da manteiga.

d) pão inicia-se na boca, a do bife, no es-tômago, sendo papel do fígado produzir a bile, que contém enzimas que com-pletam a digestão do pão, do bife e das gorduras da manteiga.

e) pão e a do bife iniciam-se no estômago, sendo as gorduras da manteiga digeri-das pela bile produzida no fígado.

3. No duodeno, o alimento que veio do esto-mago recebe secreções:

a) das amígdalas e pâncreasb) da vesícula biliar e pâncreas c) do fígado e glândulas parótidasd) do pâncreas e glândulas salivarese) da vesícula biliar e glândulas salivares

4. Entre os órgãos humanos do sistema diges-tório, considerados abaixo, qual não produz enzimas digestivas?

a) glândulas salivaresb) estômagoc) vesícula biliard) duodenoe) pâncreas

5. Um experimento no laboratório teve o ob-jetivo de estudar a digestão da proteína do leite, o procedimento mais adequado seria usar uma enzima com esse papel. Assim, deve-se usar

a) pepsina em meio ácido.b) pepsina em meio básico.c) tripsina em meio ácido.d) amilopsina em meio ácido.e) bile em meio básico.

6. Na digestão, a redução dos alimentos a par-tículas através de processos mecânicos tem por finalidade:

a) facilitar a eliminação de substâncias inúteis.

b) possibilitar a passagem do alimento para o sangue.

c) transformar os complexos alimentares em substâncias mais simples.

d) aumentar a superfície de exposição dos alimentos à ação das enzimas.

e) reduzir grandes moléculas orgânicas a moléculas pequenas com maior valor nutritivo.

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7. Assinale a afirmação correta relativa à di-gestão e absorção de substâncias nutritivas no homem:

a) O amido é digerido pela ptialina exis-tente na saliva e o produto da digestão é absorvido principalmente na boca e no esôfago.

b) As proteínas são digeridas pela pepsina produzida nas glândulas gástricas e sua absorção ocorre principalmente no es-tômago.

c) Os lipídios são digeridos pela lipase pro-duzida na vesícula biliar e sua absor-ção ocorre principalmente no intestino grosso.

d) A celulose é absorvida integralmente no intestino grosso, sem necessidade de sofrer ação de enzimas digestivas.

e) A glicose não necessita de desdobra-mento por enzimas.

8. Observe a figura a seguir e, logo após, mar-que o que for correto sobre a digestão hu-mana.

a) As enzimas digestivas apresentadas atuam, principalmente, na boca, no es-tômago e no intestino grosso.

b) Após a degradação inicial do amido, o suco entérico tem papel importante na absorção da glicose.

c) Na digestão dos carboidratos, a ação da ptialina que ocorre na boca, é suficiente para quebrar totalmente a molécula de amido em glicose.

d) A hidrólise completa dos carboidratos ocorre em etapas sucessivas e resultam em monossacarídeos e em aminoáci-dos.

e) A maior parte da glicose gerada na di-gestão extracelular é absorvida no jeju-no-íleo.

9. Relacione as colunas a seguir:

A sequência numérica correta, de cima para baixo, na coluna da direita, é:

a) 5–4–1–2b) 2–1–5–3c) 1–4–3–5d) 5–3–1–4e) 4–2–3–1

10. Um técnico de laboratório colocou separa-damente, em seis tubos de ensaio, soluções de amido e soluções de proteína, juntamen-te com suas respectivas enzimas digestivas. As soluções apresentavam diferentes ín-dices de pH e diferentes temperaturas, de acordo com a tabela seguinte. Passados al-guns minutos, observou-se a ocorrência do processo digestivo.

A digestão do amido e a digestão da prote-ína ocorreram, respectivamente, nos tubos

a) I e III.b) IV e VI.

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c) II e IV.d) IV e V.e) III e IV.

Gabarito: 1. C 2. C 3. B 4. C 5. A 6. D 7. E 8. B 9. A 10. C

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SISTEMA EXCRETOR (URINÁRIO)

Formado por dois rins, dois ureteres, be-xiga e uretra. Apresenta um grande papel na manutenção de uma composição rela-tivamente estável dos fluidos orgânicos. As principais funções são a eliminação de substâncias tóxicas resultantes do meta-bolismo das proteínas, especialmente a amônia, a uréia e o ácido úrico; eliminação de substâncias estranhas (como drogas, por exemplo); manutenção do equilíbrio hidrossalino (osmorregulação); regulação do volume sanguíneo; manutenção do equilíbrio ácido-básico, mantendo um pH por volta de 7,4 nos fluidos orgânicos.

Os rins são órgãos pares e são protegidos externamente por uma resistente cápsula de tecido conjuntivo fibroso. Internamen-te podemos dividir o rim em uma zona cortical (córtex=periferia) e uma zona medular (centro). Suas unidades excretoras, na realidade microfiltros, são os néfrons (cerca de 1 milhão em cada rim).

Formação da urina

É um processo de filtração-reabsorção seletiva (nem todas as substâncias filtradas são reab-sorvidas), integrado com mecanismos reguladores hormonais e nervosos.

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Filtração

O capilar de entrada no glomérulo apresenta alta pressão arterial, tornando eficiente a filtra-gem do plasma. O líquido filtrado (filtrado glomerular) contém água, sais, glicose, aminoácidos, vitaminas, ureia, etc. As proteínas, pelo grande peso molecular, não atravessam o endotélio ca-pilar e o epitélio pavimentoso, portanto sua presença na urina indica lesões nos rins (nefrites).

Reabsorção

Ao longo dos túbulos do néfron, ocorre reabsorção de algumas substâncias que saem do ca-pilar glomerular. Algumas delas são reabsorvidas por transporte ativo (glicose, aminoácidos, sódio e outros íons – eletrólitos), outras são arrastadas passivamente (osmose e alguns íons). Existe ainda o processo de secreção ativa, feita do plasma para o interior dos túbulos distais, eliminando íons H+, que deixa a urina ácida.

Fisiologia do Néfron – Um olhar mais aprofundado

O sangue chega ao néfron através da arteríola aferente e sai através da arteríola eferente. No glomérulo, a pressão sanguínea é elevada e isso força uma pequena passagem de plasma san-guíneo para o interior da cápsula renal e túbulo proximal. Essa etapa em que alguns conteúdos do plasma sanguíneo passam para o interior do néfron é conhecida como Filtração Glomeru-lar-1 e esse conteúdo que escapa para o interior do néfron é chamado de Filtrado. Ele contém água, sais, amônia, ácido úrico, uréia (principal conteúdo da urina), gllicose, aminoácidos e ou-tros solutos menos concentrados.

Do túbulo proximal até o ducto coletor começam os eventos de Reabsorção renal-2, que deter-minam que alguns solutos que passaram do plasma para o néfron retornem para a circulação. Vamos destacar três eventos de grande importância:

• Uma parcela de água, sais, a glicose e os aminoácidos que passaram são reabsorvidos ain-da no túbulo proximal.

• Os túbulos do néfron são os principais locais onde ocorre ação do hormônio aldosterona, que aumenta a permeabilidade para a reabsorção de sódio.

• No ducto coletor do néfron ocorre a ação principal do hormônio vasopressina (ADH ou an-tidiurético), que aumenta a permeabilidade para a reabsorção de água.

Ao final do ducto coletor a urina está formada e contém principalmente água, sais, amônia, ureia, ácido úrico, creatinina e urobilina. A urina é endereçada para a pelve renal, ureteres e bexiga para, posteriormente, ser eliminada através da uretra.

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O caminho de formação da urina no rim segue conforme abaixo:

1* ARTERÍOLA AFERENTE2* GLOMÉRULO RENAL3* CÁPSULA RENAL4* TÚBULO PROXIMAL5* ALÇA NÉFRICA6* TÚBULO DISTAL7* DUCTO COLETOR 8* PELVE RENAL

Quanto ao sangue que continua através da arteríola eferente, dá continuidade ao processo de reabsorção e, logo após, passa para o interior da vênula renal para ser endereçado até a veia renal e, posteriormente, até a veia cava inferior, que leva o sangue para o coração.

A urina apresenta 95% de água e 5% de substâncias orgânicas e inorgânicas dissolvidas. Em 1 litro de urina, cerca de 25g são de uréia, o restante são basicamente sais (9g de NaCl), creatini-na, ácido úrico e amônia. Ela apresenta coloração amarelada pois há uma substância chamada urobilina, originada principalmente da degradação de hemoglobina de hemáceas velhas. Isso ocorre no baço e fígado que excretam bilirrubina para o sangue (produto da degradação da he-moglobina). A bilirrubina é extraída do sangue pelo fígado e excretada na bile. A bile é lançada no duodeno e bactérias intestinais transformam a bilirrubina em urobilinogênio, que perma-nece em 80% no intestino sendo oxidada e originando a estercobilina (cor marrom das fezes). Cerca de 20% do urobilinogênio presente no intestino é reabsorvido pelas células intestinais e lançado no sangue. O fígado capta esse urobilinogênio, mas uma parte escapa e é absorvida pelos rins, lançada na urina e oxidada formando a urobilina.

Ação hormonal Sistema Renina-Angiotensina-Aldosterona

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Ciclo da ureia (ureogênese)

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Questões

1. Entre as glândulas a seguir, quais estão en-volvidas (diretamente) no controle osmóti-co do sangue?

a) Suprarrenal e hipófise.b) Pâncreas e gônadas.c) Tireoide e paratireoide.d) Timo e rim.e) Pulmão e ovário.

2. Abaixo, a figura a seguir apresenta o mode-lo de um néfron:

Qual número representa a área com maior taxa de reabsorção de água devido à ação do hormônio ADH?

a) 1b) 2c) 3d) 4e) 5

3. Entre as afirmativas abaixo, marque a corre-ta com relação ao aparelho excretor huma-no.

a) Os néfrons são as unidades formado-ras da urina e, ao excretarem proteínas, amônia, água e outras substâncias, re-gulam a taxa de solutos e água do san-gue.

b) Além de função excretora, os rins po-dem ter papel na regulação da tempe-ratura do corpo.

c) O fígado não tem papel no sistema ex-cretor.

d) Os ductos do néfron fazem primeiro a reabsorção e, posteriormente, a filtra-ção.

e) A cor amarelada da urina indica, na maioria das vezes, que a pessoa alimen-ta-se com frequência de fontes ricas em carotenoides e outros pigmentos.

4. Considere as seguintes afirmações relativas aos excretas nitrogenados:

I – A ureia é o mais tóxico dos excretas nitro-genados.

II – O principal produto de excreção nitroge-nada dos humanos é a ureia.

III – Só excretam amônia os animais que têm disponibilidade de água suficiente para sua eliminação, já que é uma excreta muito solúvel.

IV – O acúmulo de ácido úrico pode gerar doenças.

São verdadeiras apenas:

a) I e II.b) I e IV.c) III e IV.d) I, II e III.e) II, III e IV.

5. Considerando-se a excreção de uma pessoa normal, podemos identificar algumas regi-ões ou porções de um néfron com a presen-ça de determinadas substâncias, como mos-tra a tabela abaixo.

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As porções X, Y e Z correspondem, respecti-vamente:

a) ao filtrado glomerular, ao glomérulo e ao tubo coletor;

b) ao glomérulo, ao filtrado glomerular e ao tubo coletor;

c) ao glomérulo, ao tubo coletor e ao fil-trado glomerular;

d) ao filtrado glomerular, ao tubo coletor e ao glomérulo;

e) ao tubo coletor, ao filtrado glomerular e ao glomérulo.

Gabarito: 1. A 2. B 3. B 4. E 5. A

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SISTEMA CIRCULATÓRIO

É responsável, principalmente, pelo transporte de substâncias. Participa ativamente da distribuição de calor, hormônios, regulação osmótica, defesa, transporte de gases respiratórios e toxinas que serão eliminadas pelo organismo, dentre outras funções.

O sistema circulatório humano apresenta artérias (que partem do coração para o corpo e suportam mais pressão) e veias (que chegam no coração trazendo sangue dos órgãos e suportam menos pressão). As artérias se ramificam em arteríolas e os capilares unem-se constituindo vênulas que encontram as veias. A parede dos capilares é muito fina, formada por epitélio simples pavimentoso (endotélio). Através dele ocorre contínua troca de substâncias por difusão, entre o plasma e os líquidos intercelulares.

Os vasos sanguíneos

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Observe a integração do sistema circulatório e a anatomia básica do coração humano

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A contração (sístole) do miocárdio determina uma pressão no sistema arterial ligado aos ventrículos. Essa pressão arterial é medida no momento da sístole (pressão sistólica) e é de aproximadamente 120 mmHg e cai para cerca de 80 mmHg no momento do relaxamento (diástole-pressão diastólica). O número de contrações por minuto é chamado de frequência cardíaca e a quantidade de sangue que metade do coração (um ventrículo) pode bombear em 1 minuto é chamado de débito cardíaco.

Sístole x diástole

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Pequena e grande circulação

A grande circulação (sistêmica):

A pequena circulação (pulmonar):

O controle nervoso sobre o coração – Marca-passo (nodo sinoatrial) e nodo atrioventricular:

A frequência dos batimentos cardí-acos é controlada por uma região especial do coração denominada marca-passo, ou nó sinoatrial. Este é um aglomerado de células muscu-lares especializadas, localizado per-to da junção entre o átrio direito e a veia cava superior. Aproximadamente a cada segundo, as células do marca--passo emitem um sinal elétrico que se propaga diretamente para a mus-culatura dos átrios, provocando sua contração (sístole). Outra região é o nó atrioventricular, que distribui o si-nal gerado pelo marca-passo, estimu-lando a musculatura dos ventrículos a entrar em sístole. OBS: Eletrodos co-locados sobre a pele captam os sinais elétricos que coordenam os batimentos cardíacos, assim podemos registrar esses sinais na forma de um gráfico conhecido como eletrocardiograma.

OBS: O hormônio ou peptídio natriurético atrial (produzido no coração) atua regulando a pressão sanguínea com ação renal. Ele promove a vasodilatação da arteríola aferente, vaso-constrição da arteríola eferente e, consequentemente a diurese. Isso promove a diminuição da pressão.

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SISTEMA LINFÁTICO

É um sistema paralelo ao circulatório e é formado por uma série de vasos linfáticos (parecidos com as veias), que se distribuem por todo o corpo e recolhem o líquido teci-dual (tissular ou intersticial) que não retor-nou aos capilares sanguíneos, filtrando-o e reconduzindo-o à circulação sanguínea. O sistema é formado pela linfa, vasos e ór-gãos linfáticos. Os capilares linfáticos estão presentes em quase todos os tecidos do corpo. Capilares mais finos vão se unindo em vasos linfáticos maiores, que terminam em dois grandes dutos principais: o duto torácico (recebe a linfa procedente da par-te inferior do corpo, do lado esquerdo da cabeça, do braço esquerdo e de partes do tórax) e o duto linfático (recebe a linfa pro-cedente do lado direito da cabeça, do braço direito e de parte do tórax), que desembo-cam em veias próximas ao coração. Os va-sos linfáticos possuem válvulas com função semelhante às do sistema circulatório (nas veias). A linfa é o líquido que circula nos vasos. Sua composição é semelhante à do sangue, mas não possui hemácias, apesar de conter glóbulos brancos, sendo a maioria linfócitos.

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De modo geral, o sistema linfático protege o corpo contra a formação de edemas e para a manutenção da constituição sanguínea, já que é capaz de filtrar e devolver conteúdos para o sangue.

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Questões

1. São dadas as seguintes afirmações:

I – O sangue que circula no coração humano é arterial, rico em oxigênio.

II – No coração o sangue arterial se mistura ao venoso, mas isso pode ocorrer nos pul-mões.

III – A troca gasosa em nível de tecidos oxi-gena o sangue para, mais tarde, liberar oxi-gênio através dos pulmões.

É correto dizer que:

a) somente II é verdadeira.b) apenas I e III são verdadeiras.c) todas são verdadeiras.d) apenas II e III são verdadeiras.e) todas são falsas.

2. São funções do sistema linfático:

I — drenagem de líquidos dos tecidos;

II — retenção de partículas estranhas e san-gue, porém, pode conter parasitas;

III — proteção do organismo contra agentes infecciosos.

Está(ão) correta(s):

a) I e IIb) I e III.c) II e III.d) I, II e III.e) apenas III.

3. Os vasos sanguíneos responsáveis por nu-trir e realizar as trocas de substâncias com o tecido cardíaco são

a) as veias cava e veias pulmonares.b) a artéria aorta e pulmonar.c) os vasos coronarianos.d) as veia cava e artéria aorta.

e) a artéria subclávia e carótidas.

4. Na circulação dos mamíferos, o coração funciona como uma bomba que se contrai e se relaxa ritmicamente. O sangue bombe-ado percorre todo o corpo numa sequência constante. Assinale a afirmação correta en-tre as abaixo apresentadas.

a) O sangue venoso passa do átrio para o ventrículo direito e de lá é bombeado para a artéria pulmonar.

b) A artéria pulmonar se ramifica levando o sangue arterial para o pulmão, onde ocorre a hematose.

c) O sangue arterial volta ao coração pela aorta, entrando pelo átrio direito e re-começando o trajeto.

d) É chamada pequena circulação a via que leva o sangue arterial aos tecidos e traz de volta o sangue venoso para o coração.

e) O sangue venoso é vermelho vivo devi-do à combinação da hemoglobina com o oxigênio, enquanto o sangue arterial é azul escuro.

5. Analisando a figura do sistema circulatório do homem, podemos afirmar que:

a) O sangue arterial entra em I e sai de IV.b) O sangue venoso entra em I e sai de IV.

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c) O sangue arterial entra em II e sai de III.d) O sangue venoso entra em I e sai de III.e) O sangue arterial entra em II e sai de I.

Gabarito: 1. E 2. B 3. C 4. A 5. D

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SISTEMA RESPIRATÓRIO

Constituído por um conjunto de canais, cujas úl-timas e finas ramificações, os bronquíolos, ter-minam em câmaras microscópicas, os alvéolos. Existem milhões deles e são responsáveis pelas trocas gasosas (hematose). Os pulmões são dois sacos infláveis, protegidos por pleuras (serosas). No inferior dos pulmões há o diafragma que separa o tórax do abdome. O objetivo geral do sistema é expulsar o gás carbônico proveniente da respiração celular e captar o oxigênio para que haja total degradação da glicose no meio intracelular. Um papel fundamental do sistema (junto ao sistema excretor) é manter o pH san-guíneo estável, próximo de 7,4.

Abaixo, o tubo respiratório:

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Trato respiratório inicial Árvore respiratória

Os movimentos respiratórios são controlados pelo “bulbo”. Para equilíbrio do pH, uma eleva-ção da concentração de gás carbônico, diminuição da concentração de oxigênio e excesso de íons H+ no sangue (acidez) estimulam o bulbo. Já uma diminuição de gás carbônico, aumento da concentração de oxigênio e diminuição de íons H+ (alcalose) inibem o bulbo. Esse funcio-namento depende das pressões parciais dos gases no sangue e na atmosfera. No ar a pressão parcial do oxigênio (PO2) é de 160 mmHg e a pressão parcial do gás carbônico (PCO2) apenas 0,2 mmHg. Assim, para que o corpo absorva O2 a pressão parcial desse gás no sangue venoso é menor que no interior dos pulmões e para expulsar o CO2 a pressão parcial desse gás no san-gue venoso é maior que no interior dos pulmões. Isso permite a hematose.

Movimentos respiratórios

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Acidose x alcalose sanguínea:

A maior parte de oxigênio é transportada pela hemoglobina (oxiemoglobina) e o gás carbôni-co é transportado em sua maior parte na forma de bicarbonato, em parte pela hemoglobina (carboemoglobina) e uma pequena porção dissolvida no plasma. Pode formar-se a carboxie-moglobina na presença de CO (monóxido de carbono) que apresenta uma ligação estável com a hemoglobina.

O transporte dos gases:

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Respiração x Circulação- Funcionamento geral

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Questões

1. O esquema a seguir foi adaptado do jornal “Folha de São Paulo”:

Para a nicotina aspirada alcançar o cérebro, a partir das vias aéreas superiores, seguin-do por um número variável de etapas, o ca-minho correto seguido é

a) laringe, brônquios, bronquíolos, alvé-olos, veias pulmonares, coração, cére-bro;

b) laringe, brônquios, bronquíolos, alvéo-los, artérias pulmonares, coração, cére-bro;

c) laringe, traqueia, brônquios, alvéolos, veias cerebrais, cérebro;

d) bronquíolos, brônquios, alvéolos, capi-lares alveolares, capilares cerebrais;

e) laringe, bronquíolos, brônquios, alvéo-los, coração e cérebro.

2. Um grupo de pessoas permaneceu em uma sala pequena, pouco ventilada, por cerca de 2 horas. Muitos perceberam que sua fre-quência respiratória aumentou. Indique a alternativa que melhor explica a razão para isso.

a) O ar na sala se tornou quente.

b) A concentração de nitrogênio sanguí-neo aumentou.

c) A concentração de oxigênio no sangue aumentou.

d) O volume sanguíneo aumentou.e) A concentração de dióxido de carbono

do sangue aumentou.

3. Quanto ao funcionamento geral do apare-lho respiratório, podemos afirmar que:

a) A pressão parcial de O2 é menor no in-terior dos alvéolos quando comparada com a do interior das hemácias

b) O transporte do “C” no sangue venoso é, em sua maior parte, na forma de bi-carbonato.

c) A hematose consiste na troca gasosa em nível tecidual, onde o oxigênio sai dos tecidos e o gás carbônico entra no sentido oposto.

d) A pressão parcial de CO2 é maior no sangue arterial quando comparada com a do interior dos tecidos.

e) Nos animais, o gás nitrogênio é absorvi-do em nível alveolar por meio da difu-são simples, já que é muito concentra-do na atmosfera.

4. Observe a figura a seguir:

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Trata-se de uma estrutura que

a) está envolvida diretamente nas trocas gasosas com os tecidos;

b) fornece CO2 para os tecidos.c) está envolvida na formação de oxihe-

moglobina.d) fornece O2 para o coração.e) impede a hematose.

5. No gráfico abaixo estão representadas as pressões parciais do oxigênio no trato res-piratório de dois indivíduos. Um deles é ha-bitante de uma cidade ao nível do mar e o outro de uma cidade montanhosa, a 4.540 metros de altitude.

A partir da análise do gráfico, identifique o indivíduo residente na cidade montanhosa. Justifique sua resposta.

Gabarito: 1. A 2. E 3. B 4. C 5. (O indivíduo B, pois na cidade montanhosa existe uma quantidade de gás O2 (disponível no ar) menor do que ao nível do mar; implicando numa maior eficiência de utilização deste gás)

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Leitura obrigatória- Conhecendo os ossos e os músculos

O conjunto de peças ósseas e cartilaginosas que dá sustentação ao corpo humano consti-tui o esqueleto. Além de dar sustentação ao corpo, o esqueleto protege os órgãos inter-nos e fornece pontos de apoio para a fixação dos músculos e ação dos mesmos. Os ossos formam um sistema de alavancas movimen-tadas pelos músculos esqueléticos, com ação do sistema nervoso central e periférico.

O esqueleto humano pode ser dividido em duas partes:

1. Esqueleto axial: formado pela caixa cra-niana, coluna vertebral e caixa torácica.

2. Esqueleto apendicular: compreende a cintura escapular, formada pelas escápu-las e clavículas; cintura pélvica, formada pelos ossos ilíacos (da bacia) e o esque-leto dos membros (superiores ou ante-riores e inferiores ou posteriores)

O que é articulação óssea?

É o local onde dois ossos fazem contato. Certas articulações são móveis, ou seja, os ossos em contato podem movimentar-se um em relação ao outro (como no braço e antebraço, por exemplo). Algumas articula-ções são fixas, como as do crânio, onde os ossos estão firmemente unidos. Há vários tipos: bola e soquete- ocorre no ombro e possibilita movimento giratório do braço; dobradiça- ocorre nos joelhos e cotovelos e permitem movimentos de flexão em um único plano; e outros tipos de articulações.

Os ossos de uma articulação mantêm-se no lugar por meio dos ligamentos, cordões re-sistentes constituídos por tecido conjuntivo fibroso. Os ligamentos estão firmemente unidos às membranas que revestem os ossos (periósteos). Já os tendões unem os músculos aos ossos.

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1. Esqueleto axial

1.1. Caixa craniana

Possui os seguintes ossos importantes: frontal, parietais, temporais, occipital, esfenoide, nasal, lacrimais, malares ("maçãs do rosto" ou zigomático), maxilar superior e mandíbula (maxilar inferior).

No osso esfenoide existe uma depressão denominada de sela turca onde se encontra uma das menores e mais importantes glândulas do corpo humano – a hipófise, no centro geométrico do crânio.

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1.2. Coluna vertebral e caixa torácica

A espinha dorsal ou coluna vertebral (figura B) uma coluna de vértebras que apresentam um buraco, que se sobrepõem constituindo um canal que aloja a medula nervosa ou espinhal; é dividida em regiões típicas que são: coluna cervical (região do pescoço), coluna torácica, coluna lombar, coluna sacral, coluna coccigiana (coccix).

A caixa torácica (figura A) é formada pela região torácica de coluna vertebral, osso esterno e costelas, que são em número de 12 de cada lado, sendo as 7 primeiras verdadeiras (se inserem diretamente no esterno), 3 falsas (se reúnem e depois se unem ao esterno), e 2 flutuantes (com extremidades anteriores livres, não se fixando ao esterno).

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2. Esqueleto apendicular

Membros e cinturas articulares

Cada membro superior é composto de braço, antebraço, pulso e mão. O osso do braço – úmero – articula-se no cotovelo com os ossos do antebraço: rádio e ulna. O pulso constitui-se de ossos pequenos e maciços, os carpos. A palma da mão é for-mada pelos metacarpos e os dedos, pelas falanges.

Cada membro inferior compõe-se de coxa, perna, tornozelo e pé. O osso da coxa é o fêmur, o mais longo do corpo. No joe-lho, ele se articula com os dois ossos da perna: a tíbia e a fíbula. A região frontal do joelho está protegida por um pequeno osso circular: a rótula. Ossos pequenos e maciços, chamados tarsos, formam o tor-nozelo. A planta do pé é constituída pelos metatarsos e os dedos dos pés (artelhos), pelas falanges.

Os membros estão unidos ao corpo mediante um sistema ósseo que toma o nome de cintura ou de cinta. A cintura superior se chama cintura torácica ou escapular (formada pela clavícula e pela escápula ou omoplata); a inferior se chama cintura pélvica, popularmente conhecida como bacia (constituída pelo sacro – osso volumoso resultante da fusão de cinco vértebras, por um par de ossos ilíacos e pelo cóccix, formado por quatro a seis vértebras rudimentares fundidas). A primeira sustenta o úmero e com ele todo o braço; a segunda dá apoio ao fêmur e a toda a perna. É importante que saibamos a forma e o nome de alguns ossos:

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Classificação dos ossos

Os ossos são classificados de acordo com a sua forma em:

A – Longos: O comprimento é maior que a largura ou espessura. Têm duas extremidades ou epífises; o corpo do osso é a diáfise; entre a diáfise e cada epífise fica a metáfise. A diáfise é for-mada por tecido ósseo compacto, enquanto a epífise e a metáfise, por tecido ósseo esponjoso. Exemplos: fêmur, úmero, falanges.

B – Curtos: Forma cuboide ou próxima disso. Têm as três extremidades praticamente equiva-lentes e são encontrados nas mãos e nos pés. São constituídos por tecido ósseo esponjoso. Exemplos: tarsos e carpos.

C – Planos ou Chatos: Podem apresentar comprimento e largura semelhantes. São formados por duas camadas de tecido ósseo compacto, tendo entre elas uma camada de tecido ósseo esponjoso e de medula óssea Exemplos: esterno, ossos do crânio, ossos da bacia, escápula.

D – Irregulares: Diferente dos planos, curtos e longos, não apresentam relação entre suas di-mensões.

Ex. vértebras.

Revestindo o osso compacto na diáfise, existe uma delicada membrana – o periósteo – res-ponsável pelo crescimento em espessura do osso e também pela consolidação dos ossos após fraturas (calo ósseo). As superfícies articulares são revestidas por cartilagem. Entre as epífises e a diáfise encontra-se um disco ou placa de cartilagem nos ossos em crescimento, tal disco é chamado de disco metafisário (ou epifisário) e é responsável pelo crescimento longitudinal do osso. O interior dos ossos é preenchido pela medula óssea, que, em parte é amarela, funcio-nando como depósito de lipídeos, e, no restante, é vermelha e gelatinosa, constituindo o local de formação das células do sangue, ou seja, de hematopoiese. O tecido hemopoiético é popu-larmente conhecido por "tutano". As maiores quantidades de tecido hematopoético estão nos ossos da bacia e no esterno. Nos ossos longos, a medula óssea vermelha é encontrada princi-palmente nas epífises.

Os músculos e os ossos trabalham com ampla dependência para realizar uma série de movi-mentos para o nosso corpo. São constituídos basicamente por tecido muscular, cujas células são especializadas em realizar contração. A maioria dos músculos está ligada aos ossos e são conhecidos como músculos esqueléticos.

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Há mais de 650 músculos no corpo humano, com tamanhos e formas muito variadas. Alguns movimentam os olhos, outros são grandes e vigorosos, como os músculos glúteos. Exercícios podem levar ao aumento de massa muscular, enquanto a falta de exercícios pode reduzir em até 20% a massa muscular em apenas 2 semanas.

O que é antagonismo muscular?

Ao se contrair, um músculo esquelético puxa os ossos aos quais ele está ligado. Já ao relaxar, o músculo não consegue empurrar os ossos. Devi-do à isso, geralmente, os músculos trabalham em duplas, com movimentos antagônicos: enquanto a contração de um deles produz movimento em um sentido, a contração do outro produz movimento em sentido oposto. Um dos principais exemplos é o que ocorre com o bíceps e o tríceps.

Quem comanda a contração?

A contração depende do sistema nervoso central e periférico. Frequentemente os músculos não têm influência do sistema nervoso voluntário, já que depende do sistema simpático e parassimpáti-co para funcionar. É o que ocorre com o peristaltismo do intestino, por exemplo.

As terminações axônicas de um nervo (em uma sinapse neuromuscular) lançam sobre a célula muscular um neurotransmissor chamado acetilcolina. Essa substância liga-se a receptores de membrana da célula muscular, regando nela um potencial de ação que estimula a contração. Essa contração depende da “lei do tudo ou nada”, ou seja, a fibra se contrai totalmente ou não se contrai. Assim, se o estímulo nervoso for suficientemente intenso para estimular a fibra mus-cular (célula muscular) ela se contrairá com o máximo de sua capacidade; Se o estímulo não for suficientemente forte, a fibra simplesmente não se contrairá.

A manutenção de um músculo em estado de contração é possível porque, enquanto durar o es-tímulo do sistema nervoso, haverá alternância entre as células contraídas e relaxadas. Em con-dições normais, os músculos esqueléticos sempre apresentam umas poucas fibras estimuladas a se contrair. Quando essas relaxam, outras contraem e o músculo fica em atividade ou tensão muscular, caso conhecido como tônus muscular.

Tipos de contração

Contração isotônica

Quando o músculo altera o comprimento. Geralmente é de rápida duração e sofre grande gasto calórico. Duas formas: Concêntrica- o músculo se encurta quando contrai; excêntrica – o mús-culo se alonga quando contrai.

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Contração isométrica

Não há alteração no comprimento do músculo. Geralmente é de maior duração e sofre menor gasto energético. Um exemplo ocorre quando levantamos a perna e sustentamos levantada por uns segundos.

Revestimento dos músculos

Os músculos esqueléticos estão revestidos por uma lâmina delgada de tecido conjuntivo, o pe-rimísio, que manda septos para o interior do músculo, septos dos quais se derivam divisões sempre mais delgadas. O músculo fica assim dividido em feixes (primários, secundários, terciá-rios).

O revestimento dos feixes menores (primários), chamado endomísio, manda para o interior do músculo membranas delgadíssimas que envolvem cada uma das fibras musculares. A fibra muscular é uma célula cilíndrica ou prismática, longa, de 3 a 12 centímetros; o seu diâmetro é infinitamente menor, variando de 20 a 100 mícrons (milésimos de milímetro), tendo um as-pecto de filamento fusiforme. No seu interior notam-se muitos núcleos, de modo que se tem a ideia de ser a fibra constituída por várias células que perderam os seus limites, fundindo-se umas com as outras (chamamos isso de sincício). Dessa forma, podemos dizer que um músculo esquelético é um pacote formado por longas fibras, que percorrem o músculo de ponta a pon-ta.

No citoplasma da fibra muscular esquelética há muitas miofibrilas contráteis, constituídas por filamentos compostos por dois tipos principais de proteínas – a actina e a miosina. Filamen-tos de actina e miosina dispostos regularmente originam um padrão bem definido de estrias (faixas) transversais alternadas, claras e escuras. Essa estrutura existe somente nas fibras que constituem os músculos esqueléticos, os quais são por isso chamados músculos estriados.

Em torno do conjunto de miofibrilas de uma fibra muscular esquelética situa-se o retículo sar-coplasmático (retículo endoplasmático liso), especializado no armazenamento de íons cálcio. O processo de contração será visto na aula de histologia (tecido muscular)

Energia nos músculos e tipos de fibras musculares

Há duas formas de produção de energia nos músculos, a respiração celular aeróbia e a fermen-tação lática. A primeira tem grande produção de ATPs e usa o gás oxigênio. Na segunda, a taxa de ATPs para a contração é menor e não usa oxigênio.

A energia que pode ser mobilizada com mais facilidade para a contração muscular é provenien-te do ATP e da fosfocreatina (uma espécie de reserva energética para a contração). Quando o músculo exerce atividade intensa, pode haver insuficiência de oxigênio, e a célula recorre com maior frequência ao processo de fermentação lática, com produção de ácido lático, cujo exces-so pode causar câibras.

Há basicamente dois tipos de fibras musculares:

Fibras brancas – São fibras anaeróbias, possuem baixa taxa de mitocôndrias e de mioglobina (proteína de reserva de oxigênio). O mecanismo básico de contração é dependente da fermen-

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tação lática. São fibras que contraem mais rapidamente e são de contração mais forte. Fadigam rapidamente.

Fibras vermelhas – São fibras aeróbias e com alta taxa de mitocôndrias e de mioglobina. O mecanismo básico de contração é dependente da respiração celular aeróbia. Contraem mais lentamente e são de contração mais fraca. Não fadigam rapidamente.

Na organização dos tecidos esqueléticos há muito envolvimento genético, como o que ocorre em um atleta, por exemplo. Atletas que têm sucesso em corridas de longa duração (como dis-putas de 5.000 metros- foto abaixo à esquerda) tendem a ter grandes quantidades de fibras vermelhas, enquanto atletas com sucesso em corridas de curta duração (como 100m rasos- foto abaixo à direita) tendem a ter grandes quantidades de fibras brancas.

REFERÊNCIAS

*Biologia, Campbell.

*Vida, a ciência da biologia.

*Biologia moderna, Amabis e Martho.

*Biologia, Sônia Lopes.

*Google.com

*www.afh.bio