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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO-OESTE, UNICENTRO - PR PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA PPGA MESTRADO BIOMASSA E CARBONO EM ESPINILHO (Vachellia caven (Molina) Seigler e Ebinger) DISSERTAÇÃO DE MESTRADO VANESSA SILVA MOREIRA GUARAPUAVA-PR 2016

BIOMASSA E CARBONO EM ESPINILHO (Vachellia caven … · especial ao Filemom Manoel Mokochinski, Luis Guilhermo Granados e Suzamara Biz, pela amizade, conversas, risadas, incentivo,

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO-OESTE, UNICENTRO - PR

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA – PPGA

MESTRADO

BIOMASSA E CARBONO EM ESPINILHO (Vachellia caven (Molina)

Seigler e Ebinger)

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

VANESSA SILVA MOREIRA

GUARAPUAVA-PR

2016

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VANESSA SILVA MOREIRA

BIOMASSA E CARBONO EM ESPINIILHO (Vachellia caven (Molina)

Seigler e Ebinger)

Dissertação apresentada à Universidade

Estadual do Centro-Oeste, como parte

das exigências do Programa de Pós-

Graduação em Agronomia, área de

concentração em Produção Vegetal, para

obtenção do título de Mestre.

Prof. Dr. Luciano Farinha Watzlawick

Orientador

Prof. Dr. Sidnei Osmar Jadoski

Co-orientador

GUARAPUAVA-PR

2016

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Catalogação na Publicação Biblioteca Central da Unicentro, Campus Cedeteg

Moreira, Vanessa Silva

M838b Biomassa e carbono em espinilho (Vachellia caven (Molina) Seigler e Ebinger) / Vanessa Silva Moreira. – – Guarapuava, 2016.

xi, 69 f. : il. ; 28 cm

Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual do Centro-Oeste,

Programa de Pós-Graduação em Agronomia, área de concentração em Produção Vegetal, 2016

Orientador: Luciano Farinha Watzlawick Coorientador: Sidnei Osmar Jadoski Banca examinadora: Luciano Farinha Watzlawick, Vanderlei Aparecido de Lima, Flávia Gisele Koning Brum,

Bibliografia

1. Agronomia. 2. Produção vegetal. 3. Savana estépica parque. 4.

Estoque de carbono. 5. Regressão linear. I. Título. II. Programa de Pós-Graduação em Agronomia.

CDD 583.321

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AGRADECIMENTOS

A Deus, por mais esta etapa concluída em minha vida e por estar sempre ao

meu lado me protegendo e guiando para que eu escolha sempre o melhor caminho.

A minha família, por serem meus exemplos de vida, honestidade, coragem e

determinação. Graças a vocês tive a oportunidade de concluir esse trabalho.

Agradeço o apoio, incentivo, confiança e compreensão pela ausência em muitos

momentos.

Ao meu namorado Marlon de Barros, meu companheiro de todas as horas,

pelo carinho, paciência, compreensão, apoio incondicional, incentivo nas horas mais

difíceis e ajuda nos trabalhos.

Aos meus colegas do Laboratório de Ciências Florestais e Forrageiras, em

especial ao Filemom Manoel Mokochinski, Luis Guilhermo Granados e Suzamara

Biz, pela amizade, conversas, risadas, incentivo, trocas de informação e

conhecimento.

Aos colegas e amigos que o Paraná me deu, Fabiéli Teixeira da Rosa Kluge,

Julio Nonato, Veronia Olmos, Elizandro Kluge, André Zeist, André Gabriel, Fernando

Pacentchuk, Fernanda Lima e Bruna Mulinari Cabral, obrigada pelos momentos

maravilhosos compartilhado ao lado de vocês.

Aos meus amigos que mesmo com a distância e ausência sempre me

apoiaram e me deram forças para continuar nessa caminhada

A todos da Fazenda Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, pela ajuda e

disponibilidade nas minhas coletas de campo. Em especial ao Franklin e meu irmão

Virnei Silva Moreira, por não medirem esforços em me ajudar nesse período.

A Universidade Estadual do Centro-Oeste, em especial aos Programas de

Pós-Graduação em Agronomia e em Ciências Florestais e aos professores destes

departamentos, pela oportunidade concedida.

A Universidade Federal do Pampa e a Universidade Federal de Santa Maria,

pelo empréstimos das estufas, para a secagem do material.

Ao meu orientador e acima de tudo amigo, Prof. Dr. Luciano Farinha

Watzlawick que desde o início acreditou no meu potencial e me conduziu para o

desenvolvimento desta pesquisa.

Aos membros da banca pela leitura, sugestões e críticas construtivas.

A Fundação Araucária, pela concessão da bolsa.

A todos que de alguma forma colaboraram durante este período de minha

vida, o meu muito obrigada!

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SUMÁRIO

LISTA DE TABELAS ................................................................................................... i LISTA DE FIGURAS ................................................................................................... ii LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS .................................................................... iv RESUMO..................................................................................................................... v ABSTRACT ................................................................................................................ vi 1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 1 2. OBJETIVOS ............................................................................................................ 4 2.1 Objetivo Geral ...................................................................................................... 4 2.2 Objetivos específicos.......................................................................................... 4 3. REFERENCIAL TEÓRICO ...................................................................................... 5 3.1 Savana Estépica Parque ..................................................................................... 5 3.2 Vachellia caven (Molina) Seigler e Ebinger – Espinilho ................................... 7 3.3 Biomassa e teores de carbono nas florestas ................................................... 9 3.4 Determinação da biomassa florestal ............................................................... 13 4 MATERIAL E MÉTODOS ...................................................................................... 17 4.1 Caracterização da área de estudo ................................................................... 17 4.2 Amostragem e coleta de dados ....................................................................... 19 4.3 Determinação da Biomassa .............................................................................. 20 4.3.1 Determinação do teor de umidade e carbono orgânico .................................... 22 4.3.2 Tratamentos estatísticos dos dados ............................................................... 255 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................ 28 5.1 Caracterização das bases de dados ................................................................ 28 5.2 Biomassa e Carbono ......................................................................................... 31 5.3 Ajuste de equações para estimativa de biomassa ......................................... 37 5.3.1 Biomassa total .................................................................................................. 37 5.3.2 Biomassa da madeira do fuste ......................................................................... 40 5.3.3 Biomassa da casca .......................................................................................... 42 5.3.4 Biomassa dos galhos ....................................................................................... 44 5.3.5 Biomassa das folhas ........................................................................................ 45 6 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 48 7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 50

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LISTA DE TABELAS

Tabela 01 - Modelos matemáticos testados para estimar a biomassa dos

componentes arbóreos de Vachellia caven, em Itacurubi – RS..........

26

Tabela 02 - Área basal em m2 ha-1 e em percentual para os 229 indivíduos

distribuídos em 7 classes diamétricas no fragmento de Sanava

Estépica Parque, em Itacurubi – RS...................................................

28

Tabela 03 - Estatísticas descritivas das variáveis dendrométricas, do peso de

biomassa das 30 árvores e os teores de carbono de 12 árvores e

seus respectivos componentes aéreos de Vachellia caven...............

31

Tabela 04 - Correlação linear simples entre as variáveis dendrométricas e a

biomassa de Vachellia caven..............................................................

33

Tabela 05 - Equações de melhor desempenho para estimativa da biomassa

total para Vachellia caven...................................................................

38

Tabela 06 - Equações de melhor desempenho para estimativa da biomassa da

madeira do fuste para Vachellia caven..............................................

40

Tabela 07 - Equações de melhor desempenho para estimativa da biomassa da

casca para Vachellia caven................................................................

42

Tabela 08 - Estatísticas obtidas para as melhores equações para estimativa da

biomassa dos galhos para Vachellia caven.......................................

44

Tabela 09 - Equações de melhor desempenho para estimativa da biomassa das

folhas para Vachellia caven................................................................

46

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LISTA DE FIGURAS

Figura 01 - Características morfológicas do espinilho: A) árvore de pequeno

porte; B) tronco de cor marrom acinzentada; C) Copa ampla;

D)folhas compostas, com folíolos muito pequenos; E) espinhos

de cor branca e F) cerne e alburno com cores distintas.................

8

Figura 02 - Características fenológicas do espinilho: A) flores amarelas

axilares; B) legume indeiscente; C) sementes; D) secção

transversal em limite de anel de crescimento.................................

9

Figura 03 - Coordenadas da área de estudo em Itacurubi - RS........................ 17

Figura 04 - Vegetação natural de Savana Estépica Parque, com exemplar de

espinilho..........................................................................................

18

Figura 05 - Disposição da parcela de 1 hectare e das 5 subunidades

amostrais de 2000 m² na área de estudo, município de Itacurubi

– RS. ...............................................................................................

19

Figura 06 - Etapas realizadas em campo: A) derrubada da árvore; B)

seccionamento da madeira do fuste; C) retirada total dos galhos

de cada árvore; D) retirada total das folhas de cada árvore; E)

pesagem dos galhos e folhas; e F) pesagem da madeira do fuste

com casca.......................................................................................

20

Figura 07 - Desenho esquemático do fuste da árvore....................................... 21

Figura 08 - Metodologia para a determinação do teor de umidade em cada

componente arbóreo: A) dois discos do fuste por árvore; B)

separação da madeira do fuste e da casca C) amostragem de

galhos e D) amostragem de folhas..................................................

22

Figura 09 - Material da amostragem dos 4 componentes: madeira do fuste,

galhos, folhas e casca. A) amostras em estufa de circulação de

ar forçada; B) catalogação e acondicionamento das amostras em

saco de papel pardo; C) pesagem de todas as amostras; D)

mensuração da espessura e comprimento da casca......................

23

Figura 10 - Moagem das amostras para a análise do teor de carbono

orgânico. A) moinho de facas 1; B) moinho de facas 2 e C)

amostras embaladas em recipientes de 10 g para a análise do

teor de carbono. .............................................................................

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Figura 11 - Distribuição diamétrica da espécie amostrada na Savana

Estépica Parque, RS. ....................................................................

30

Figura 12 - Participação percentual dos quatro componentes na biomassa

total e do teor de carbono de Vachellia caven...............................

35

Figura 13 - Distribuição dos resíduos para as equações de melhor

desempenho na estimativa da biomassa total de Vachellia caven.

39

Figura 14 - Distribuição dos resíduos das melhores equações da estimativa

da biomassa da madeira do fuste de Vachellia caven....................

41

Figura 15 - Distribuição dos resíduos para as equações de melhor

desempenho na estimativa da biomassa da casca de Vachellia

caven. .............................................................................................

43

Figura 16 - Distribuição dos resíduos para as equações de melhor

desempenho na estimativa da biomassa dos galhos de Vachellia

caven. .............................................................................................

45

Figura 17 - Distribuição dos resíduos para as equações de melhor

desempenho na estimativa da biomassa das folhas de Vachellia

caven...............................................................................................

47

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

Bs Biomassa seca

Bv Biomassa verde

C6H12O6 Glicose

Cfa Clima subtropical

cm Centímetro

CO2 Dióxido de carbono

CV% Coeficiente de variação

d Diâmetro

g Grama

h Altura

ha Hectare

ht Altura total

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

Ind Indivíduo

kg Quilograma

km Quilômetro

ln Logaritmo natural

m Metro

Mg Megagrama

mm Milímetros

O2 Oxigênio

ºC Grau Celsius

Ps Peso seco

Pu Peso úmido

r Correlação linear simples

R2aj Coeficiente de determinação ajustado

Sxy Erro padrão da estimativa

TU Teor de umidade

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v

RESUMO

Vanessa Silva Moreira. Modelagem da Biomassa e Carbono de Espinilho (Vachellia caven (Molina) Seigler e Ebinger).

Apesar de ocupar um lugar de destaque na flora do Rio Grande do Sul, a região pertencente ao estudo, está inserida dentro dos domínios fitogeográficos da Savana Estépica Parque, ainda é pouco estudada e investigada pela ciência. Valendo-se desse fato, o presente estudo objetivou selecionar equações alométricas para quantificar a biomassa arbórea acima do solo e o carbono estocado em árvores de Vachellia caven (Molina) Seigler e Ebinger (espinilho) em seus distintos componentes do fragmento inserido na campanha do RS. Para tanto, foi selecionada uma área representativa para o estudo em 1 ha, subdividida em 5 subunidades amostrais de 2000 m², realizou-se o censo florestal e as variáveis dendrométricas (altura e diâmetro) foram medidas. Foi identificado um total de 310 árvores. As árvores selecionadas foram as que apresentaram diâmetro ≥ 7 cm, obtendo um total de 229 indivíduos. Foram abatidas 30 árvores, para o ajuste das equações alométricas da biomassa e 12 árvores para análises dos teores de carbono. As árvores foram derrubadas e seccionadas nos compartimentos: madeira do fuste, casca, folhas e galhos. Em seguida, uma amostra de cada componente foi tomada para a obtenção de matéria seca e teores de carbono. Além das determinações da biomassa e carbono, as bases de dados continham as medidas dendrométricas como a altura total (ht) e o diâmetro a 30 centímetros, que foram utilizadas como variáveis independentes. Visando a obtenção de estimativas do peso de biomassa nos diferentes compartimentos da árvore por meio de variáveis dendrométricas, testou-se 20 modelos. Para as equações de biomassa, foram observados bons resultados nos ajustes para a árvore total com o melhor coeficiente de determinação igual a 0,7064 e erro padrão igual a 36,22% e para o fuste o melhor R2

aj foi de 0,8491 e Sxy igual a 36,93%. Nos ajustes para a casca, os resultados foram medianos devido a casca ser um tecido morto muito espesso, irregular e com fendas, ocasionando uma alteração no diâmetro que é uma das variáveis dendrométricas avaliada. Enquanto para os galhos o R2

aj variou de 0,1562 a 0,1967 e Sxy variando de 61,12% a 84,46 e para as folhas o melhor coeficiente de determinação igual a 0,0895 e erro padrão igual a 40,65%, as equações ajustadas para esses dois compartimentos apresentaram a menor exatidão nas estimativas. Os resultados mostram a importância do espinilho neste fragmento de Savana Estépica para a fixação do carbono da atmosfera e como fonte energética (carvão e lenha) o que é de extrema importância para as florestas de uma maneira geral, além disso tem uma grande importância no sentido da preservação e conservação dessas áreas que encontram-se em um ambiente endêmico que no Brasil só ocorre no RS, fazendo com que uma unidade de conversação e uma vegetação típica não seja extinta

Palavras-chave: Savana Estépica Parque; Estoque de Carbono; Regressão

Linear.

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ABSTRACT

Vanessa Silva Moreira. Modeling of Biomass and Carbon Espinilho (Vachellia caven (Molina) Seigler and Ebinger). Despite occupying a prominent place in Rio Grande do Sul flora, the area belonging to the study, is inserted into the phytogeographic areas of Savannah Estépica Park is not well studied and investigated by the science. Taking advantage of this fact, this study aimed to solve Allometric equations to quantify the tree aboveground biomass and carbon stored in trees Vachellia caven (Molina) Seigler and Ebinger (Espinilho) in their different components of the inserted fragment in the RS campaign . To this end, a representative area was selected for the study in 1 ha, subdivided into five subunits sample of 2000 m², there was the forest census and dendrometric variables (height and diameter) were measured. a total of 310 trees were identified, selected trees showed the diameter ≥ 7 cm, obtaining a total of 229 individuals. They were felled 30 trees sampled for the settlement of allometric equations for biomass and 12 trees for analysis of carbon content. Trees were felled and sectioned in magazines: stem wood, bark, leaves and twigs. Next, each component of a sample was taken for dry matter and carbon determination. In addition to the determination of biomass and carbon, the database contained the dendrometric measured as the total height (ht) and the diameter 30 centimeters, which were used as independent variables. In order to obtain estimates of biomass and carbon weight in the different compartments of the tree through variable dendrometric, were used 20 models commonly used in the literature. For biomass equations were observed good results in adjustments to the overall tree with the best determination coefficient equal to 0.7064 and the standard error equal to 36.22% and the shank of the best R2

aj was 0.8491 and Sxy equal to 36.93%. In adjustments to the shell, the results were due to peeling median be a very thick dead tissue, and irregular cracks, causing a change in diameter that is one of the measured variables dendrometric. As to the twigs R2

aj varies from 0.1562 to 0.1967 and Sxy ranging from 61.12% to 84.46% and leaves the best determination coefficient equal to 0.0895 and the standard error equal to 40.65% the equations adjusted for these two compartments had the lowest accuracy in estimates. The results show the importance of Espinilho this Savana Estépica fragment to carbon sequestration from the atmosphere and as an energy source (coal and wood) which is of utmost importance to forests in general also has a great importance in order the preservation and maintenance of these areas lying in an endemic in Brazil environment occurs only in RS, making a conversation unit and a typical vegetation is not quenched. Keywords: Savannah Steppe Park; Carbon stock; Linear regression

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1 INTRODUÇÃO

A vegetação do estado do Rio Grande do Sul, segundo Leite e Klein (1990),

pode ser dividida em florestal e não florestal, considerando a vegetação florestal a

ombrófila (Floresta Ombrófila Densa e Floresta Ombrófila Mista) ou estacional

(Floresta Estacional Semidecidual e Floresta Estacional Decidual). E como

vegetação não florestal, os autores consideram todos os demais tipos de vegetação

que não alcançaram os níveis de desenvolvimento e organização, tidos como em

equilíbrio com o clima, sendo a vegetação xeromorfa (Savana, Savana Estépica),

xerofítica (Estepe, Parque do Espinilho) e as Formações Pioneiras (Restingas e

Dunas).

Segundo a classificação de Martius (1951), a província que engloba a

vegetação sul brasileira, faz referência à divindade protetora dos vales e prados,

denominada de Nepaeae. Aos vales sucedem-se as florestas e às planícies das

pradarias, correspondentes ao Bioma Pampa. O termo “pampa” tem origem indígena

e significa região plana, que corresponde toda a área de topografia suave ondulada

que compõe, de acordo com Porto (2002), a região fisiográfica da Campanha no Rio

Grande do Sul.

A região da Campanha caracteriza-se com relação ao aspecto da vegetação

a predominância da formação de estépica. Conforme o Manual Técnico da

Vegetação Brasileira do IBGE (2012), no Rio Grande do Sul é uma vegetação

campestre que possui uma abundância de arbustos lenhosos, ou ainda espécies de

porte arbóreo as quais conferem a estepe um caráter de Parque. Associado ao

xeromorfismo, que se manifesta principalmente, por meio da abundância de vegetais

decíduos e espinhosos, inclusive cactáceas e bromeliáceas, pela estacionalidade da

vegetação herbáceo-graminóide que, durante o período desfavorável, perde as

folhas (LEITE, 2002).

Segundo Renner (2004), a partir da década de 70, o aumento crescente da

queima de combustíveis fósseis e as mudanças de uso da terra em razão das

queimadas realizadas como práticas convencionais na agricultura ou pelo corte de

florestas têm provocado a liberação de grande quantidade de carbono da biosfera

para a atmosfera. O acúmulo de carbono oriundo da queima de combustíveis ou de

queimadas da vegetação é um dos principais responsáveis pelo aumento da

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temperatura da terra, e tem por consequência um aumento do nível dos mares e

uma variação dos eventos climáticos. Pesquisas têm demonstrado que as florestas

são verdadeiros sumidouros de carbono, pois, por meio do processo fotossintético

acoplado à produção de celulose durante o crescimento e manutenção das plantas,

as florestas acumulam carbono.

Para Watzlawick et al. (2006), na biomassa da floresta, os compostos de

carbono constituem grande parte desta, sendo necessário desenvolver estudos

quanto a métodos de quantificação nos diversos componentes da planta,

possibilitando assim entender melhor o “sequestro” e o “armazenamento” de

carbono da atmosfera pelas florestas.

O interesse em relação as florestas nativas e plantadas que possuem um

rápido crescimento, tornou-se evidente devido essas serem consideradas como

fixadoras de carbono. Os compostos de carbono constituem grande parte da

biomassa da floresta, sendo necessário desenvolver estudos quanto a métodos de

quantificação, nos diversos componentes da planta, possibilitando assim entender

melhor o sequestro e o armazenamento de carbono da atmosfera pelas florestas

(WATZLAWICK, 2003).

Segundo o autor, os estudos de quantificação de biomassa são trabalhosos,

demorados e muito onerosos, podendo os mesmos ser realizados por meio de

métodos diretos e indiretos, demandando um determinado período de tempo. Pelo

método direto, as árvores são cortadas e seus componentes separados e pesados,

e pelo método indireto são utilizadas equações alométricas ou imagens de satélite

para realizar as estimativas.

A estimativa de biomassa é imprescindível aos estudos do balanço global de

carbono (KETTERINGS et al., 2001). Nos últimos anos, segundo Watzlawick et al.

(2010), esta vegetação vem sofrendo intensa antropização, principalmente devido à

mudança do uso da terra, na qual a vegetação nativa é substituída por pastagens,

para o cultivo de grãos, ou mesmo utilizada para o pastoreio de forma intensiva.

Os trabalhos com a biomassa e o carbono em florestas nativas são

especialmente complexos, pois são muitas as variáveis que interferem no estoque

de carbono e na produção da biomassa. Tais como clima, altitude, solo, variáveis

climáticas, fitossociologia, estágio de sucessão, dentre outros, fazendo com que

cada fragmento florestal, mesmo que de uma mesma tipologia, apresente

características que a tornam, de certa forma, única.

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Portanto, é de extrema importância o conhecimento, a quantificação da

biomassa florestal e a capacidade de absorção de carbono nos fragmentos

florestais, bem como em seus distintos componentes, diferentes tipologias e graus

de sucessão.

Devido o Caráter ímpar da Savana Estépica Parque de fundamental

importância na manutenção da comunidade que preserva espécies endêmicas e

vulneráveis, constituindo-se também, conforme afirma Galvani (2003), um habitat

significativo e importante para espécies de aves migratórias, justifica-se a realização

do presente estudo.

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2. OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

O presente estudo teve como objetivo geral quantificar o estoque da

biomassa e teor de carbono em árvores de Vachellia caven (Molina) Seigler e

Ebinger, em seus distintos componentes, bem como, o ajuste de modelos

matemáticos para estimativas.

2.2 Objetivos específicos

Realizar análises estatísticas das variáveis de inventário florestal (área basal,

distribuição da frequência, correlação das variáveis e estatística descritiva);

Quantificar e descrever as relações alométricas para biomassa e carbono

estocado em árvores de Vachellia caven, nos componentes: madeira do fuste,

casca, galhos e folhas;

Ajustar equações para gerar estimativas de biomassa e carbono total em

seus diferentes componentes (madeira do fuste, casca, galhos e folha);

Testar a real existência de diferenças no teor de carbono entre os

componentes da árvore.

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3. REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 Savana Estépica Parque

O binômio Savana-Estépica é uma expressão que é empregada para

denominar tipologias vegetais campestres, em geral, com estrato lenhoso decidual e

espinhoso, distribuídas em diferentes quadrantes do Território Nacional, ocorre

Sertão Árido Nordestino (Caatinga) e disjunções no Estado de Roraima, na Região

Chaquenha Mato-Grossense-do-Sul e no sudoeste do Estado do Rio Grande do Sul

(IBGE, 2012). São evidentes as diferenças existentes entra as regiões

fitogeográficas do Rio Grande do Sul, Marchiori e Galvão (1985), cada uma

possuindo uma característica própria, havendo correlações de fauna, flora e relevo.

Porém a região da Campanha é caracterizada por uma formação única. Esta

região caracteriza-se com relação a vegetação, com predomínio da formação

estépica e ocorrência da formação Savana Estépica Parque, onde a área do estudo

está inserida.

Ramos (2008), afirma que no Uruguai essa formação florestal é formada por

bosques de galerias, bosques serranos, bosques de parque. São associações

heterogêneas de árvores e arbustos que se desenvolvem sem a intervenção

humana. Sua composição florística é variável, tanto ao longo do território quanto

dentro do mesmo bosque. Isto se deve a diversos fatores climáticos, hídricos,

edáficos e etc.

Para Watzlawick et al. (2014), as características de estacionalidade climática

são bem marcantes, com reflexos sensíveis na cobertura vegetal, que passa a

comportar maior incidência de espécies espinhosas oriundas da região quente/seca

chaqueana. Nota-se certa intensificação do calor, motivada, principalmente, pelas

baixas altitudes associadas à continentalidade e redução comparativa da

pluviosidade, na medida do afastamento das encostas do planalto e da costa leste.

A Savana-Estépica do extremo sudoeste do Estado do Rio Grande do Sul

está associada a clima sem período seco, porém sujeito à ação dessecante de

frentes frias. Caracteriza-se pela dominância de campos da Campanha e pela

ocorrência do Parque de Espinilho, pequena área remanescente com fitofisionomia

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marcada por grande gregarismo de Prosopis nigra (Griseb.) Hieron e Prosopis affinis

Spreng, nos arredores da Barra do Quaraí. Pode-se encontrar também com relativa

frequência o espinilho, sendo que as três espécies são as que determinam o

aspecto curioso, dando à vegetação um caráter xeromórfico (REITZ et al., 1983).

O aspecto fitofisionômico é formado principalmente por uma vegetação

situada na barra do rio Quaraí com o rio Uruguai constituindo-se como um exemplo

clássico da Savana Estépica Parque, formado quase que exclusivamente por

associações de Prosopis algarobilla (algarroba) e Acacia caven (espinilho),

atualmente conhecidas, respectivamente, por Prosopis affinis Spreng. e Vachellia

caven (Molina) Seigler e Ebinger, ambas espinhosas e caducifólias e da família

fabaceae, além da Aspidosperma quebracho-blanco Schltdl. (quebracho-branco).

As características do Parque do Espinilho localizado no município de Barra do

Quaraí, extremo sudoeste do Rio Grande do Sul, na divisa com Uruguai e Argentina,

abriga uma vegetação que não ocorre em outra área do país, de exuberante

singularidade ecológica, mantendo espécies endêmicas e vulneráveis (REDIN et al.

2011 e IBGE 2012).

Segundo Ramos (2008) a formação vegetal de Savana apresenta adaptações

morfológicas para sobreviver, pois os solos são superficiais, e com escasso poder

de retenção de água, onde poucas espécies se adaptam. Rambo (1956), relata que

é uma vegetação campestre que possui abundância de arbustos lenhosos, ou até

mesmo espécies de porte arbóreo, as quais conferem a estepe um caráter de

Parque.

O último inventário florestal do Rio Grande do Sul descreve que essa

vegetação ocupa uma área de 22,89km² (2.289ha), o que representa 0,01% da

superfície do Estado e 0,05% da área total coberta com florestas naturais (RIO

GRANDE DO SUL, 2002).

Apesar de sua importância, pouco se tem estudado sobre essa vegetação

singular no país, formada por espécies endêmicas (Prosopis affinis Spreng;

Prosopis nigra (Gris.) Hieron.; Vachellia cave; Aspidosperma quabracho-blanco

Schltdl. e Parkinsonia aculeata L) caracterizando a Savana Estépica Parque

brasileira.

Redin et al. (2011) relatam a importância desta vegetação existente em uma

pequena área no Brasil, quando comparada a ocorrência em áreas de vegetação

similares nas províncias da República Argentina de Corrientes e Entre Rios.

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3.2 Vachellia caven (Molina) Seigler e Ebinger – Espinilho

A espécie Vachellia caven (Molina) Seigles e Ebinger é conhecida

popularmente como espinilho, é uma árvore ou arbusto pertencente à família

Fabaceae (Marchiori 2007). A espécie é originária da América do Sul extratropical,

incluindo Chile (região central), Argentina (centro leste), Uruguai, Paraguai, Bolivia e

na região campestre do oeste do estado do Rio Grande do Sul, no Brasil (Marchiori,

1992; Rambo, 1956).

Sendo uma espécie muito abundante nas áreas estépicas dessas regiões,

possui facilidade de adaptação. Seu habitat são os campos, bosques ribeirinhos e

bosques em geral. (MARCHIORI, 2007; BRUSSA e GRELA, 2007).

Marchiori (1992) relata que o espinilho é uma das árvores mais características

da campanha sul-riograndense, sendo bem conhecido por sua facilidade de

propagação e por sua madeira utilizada na produção de carvão e lenha.

Escobar et al. (2010) atestam que a espécie possui grande importância como

pioneira na formação de ambientes, onde criam condições favoráveis ao

desenvolvimento de outras espécies. No estado do Rio Grande do Sul, a espécie

possui especial ocorrência no Parque Estadual do Espinhilho ao sudoeste do

estado. O Parque está inserido na Microbacia do Arroio Quaraí-chico, possui uma

área de 1.617,14 hectares localizada no município de Barra do Quaraí.

Segundo estudos realizados por Watzlawick et al. (2010), a espécie é

considerada de alta densidade na Savana Estépica, porém possui uma pequena

variabilidade no incremento, ou seja, a espécie tem um lento crescimento anual. O

espinilho é uma árvore de pequeno porte de 4 a 5 metros de altura, com copa

ampla.

O tronco possui a casca marrom acinzentada escura, a madeira possui cerne

e alburno distintos, com alburno de cor amarelo palha e cerne de cor marrom

avermelhado escuro. É considerada uma planta caducifólia com folhas verde claro,

compostas, bipinadas, múltiplas, alternadas, com folíolos muito pequenos de 1 a 3

mm de comprimento e 1 mm de largura e estípulas. É uma planta espinhosa, onde

seus espinhos podem chegar até 2 cm de comprimento, de cor branca como pode

ser visto na Figura 01 (PIAGGIO e DELFINO, 2009).

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Figura 01 - Características morfológicas do espinilho: A) árvore de pequeno porte;

B) tronco de cor marrom acinzentada; C) copa ampla; D) folhas compostas, com

folíolos muito pequenos; E) espinhos de cor branca e F) cerne e alburno com cores

distintas.

Fonte: Arquivos próprios.

O espinilho é uma planta que dispõe de um sistema radicular profundo,

aproveitando os nutrientes de camadas do solo onde as plantas forrageiras não têm

acesso. Possui floração nos meses de agosto a outubro, com flores amarelas

axilares. A frutificação ocorre no verão e outono, possui um legume indeiscente, de

cor castanho escuro, cilíndrico com aproximadamente 2,5 cm. Possuindo inúmeras

sementes de 5 a 10 mm de comprimento. Possui anéis de crescimento indistintos,

com raios pouco visíveis a olho nu (OVALLE e AVENDAÑO, 1984 e

MARCHIORI,1992) (FIGURA 02).

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Figura 02 - Características fenológicas do espinilho: A) flores amarelas axilares; B)

legume indeiscente; C) sementes; D) secção transversal em limite de anel de

crescimento.

Fonte: Arquivos próprios e adaptado do site www.fotonaturaleza.cl e de Marchiori

(1992).

3.3 Biomassa e teores de carbono nas florestas

As mudanças climáticas e o aquecimento global são grandes preocupações

mundiais. As maiores fontes de emissão de gases de efeito estufa incluem a queima

de combustíveis fósseis, os desmatamentos e as queimadas, todas liberando CO2

para a atmosfera. Uma maneira de reverter essa situação é a fixação de carbono

nas florestas (VIEIRA, 2009).

Os ecossistemas acumulam na sua biomassa o carbono retirado da

atmosfera durante o processo de fotossíntese. As plantas absorvem gás carbônico

e, usando água e energia da luz solar, convertem o gás carbônico em glicose

(C6H12O6). O oxigênio (O2) é liberado durante a produção de biomassa (RENNER,

2004).

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A variável biomassa deve ser determinada e estimada de forma fidedigna,

caso contrário não haverá consistência na quantificação do carbono fixado nos

ecossistemas florestais (SANQUETTA 2002).

Levantamentos de biomassa e carbono tornam-se cada vez mais importantes

para obtenção de um panorama local e nacional sobre a potencialidade de fixação e

o comportamento da quantidade de carbono que pode estar presente na biomassa.

As florestas têm sua importância destacada, pois elas constituem o maior

reservatório de carbono de todos os ecossistemas terrestres e funcionam, em muitos

casos, como sumidouros de carbono (DALLAGNOL et al., 2013).

O crescimento das árvores e os estudos do acúmulo de biomassa e carbono

em formações florestais, bem como a manutenção do resíduo florestal na superfície

do solo são feitos com objetivos diversos, dentre os quais destacam-se a

quantificação da ciclagem de nutrientes, a quantificação para fins energéticos e

como base de informações para estudos de sequestro de carbono (SILVEIRA,

2010). Esses estudos são de grande importância para a tomada de decisões no

manejo dos recursos florestais (PÁSCOA et al., 2004).

A quantificação do carbono fixado também está diretamente ligada a questões

que envolvem o clima e o manejo florestal, uma vez que as informações obtidas no

inventário florestal são as bases de pesquisas relacionadas ao uso dos recursos

naturais e nas decisões sobre o uso eficiente da terra (RATUCHNE, 2010).

Nas últimas décadas do século XX, as preocupações com as emissões de

gases intensificaram-se e tornaram-se de domínio do grande público. Nos anos 80, a

morte das florestas na Europa levou à realização de uma série de encontros e

discussões sobre o tema. Entre os diversos assuntos o que mais ficou em evidência

foi o da redução dos níveis de carbono na atmosfera (SCHNEIDER et al., 2005).

Os autores mesmos relatam que a utilização de produtos florestais e as

práticas de manejo são consideradas de grande eficiência para a redução dos níveis

de carbono na atmosfera, possibilitando assim o aumento do volume de carbono

imobilizado e a substituição de produtos como o petróleo, gás e carvão mineral pela

madeira, bem como o aumento da vida útil dos produtos de madeira (SCHNEIDER

et al., 2005).

Assim como os autores citados anteriormente, Higuchi et al. (2004) também

afirmam que a estimativa de estoque de carbono pode ser obtida pelo produto da

biomassa florestal pela concentração de carbono.

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Para Brady e Weil (1999), os principais reservatórios de carbono são os

oceanos, a atmosfera, o solo e a vegetação. Assim, o solo possui 75 % de todo o

carbono da terra, destacando para isso as florestas. À medida que elas envelhecem

diminui-se a quantidade assimilada de CO2 nos galhos, nas folhas, nas raízes e na

serrapilheira (MALHI et al., 2002).

As florestas apresentam expressivos estoques de carbono comparado ao

campo e às pastagens. Portanto, na vegetação, o estoque de carbono depende da

sucessão, da espécie, do manejo, da idade do solo e do clima (SAMPSON, 1995;

WATZLAWICK et al., 2004).

A expansão da cobertura florestal global apresenta-se como uma

possibilidade para aumentar o estoque de carbono terrestre armazenado e diminuir

o crescimento da concentração de gás carbônico na atmosfera (URBANO et al.,

2008). A absorção de dióxido de carbono se dá, em parte, pelo período de tempo

existente entre o crescimento acelerado das plantas, morte e sua decomposição.

A capacidade de fixação de carbono das florestas naturais varia entre biomas.

Desse modo, as florestas são importantes para o equilíbrio do balanço global de gás

carbônico, pois os diferentes tipos de florestas armazenam diferentes quantidades

de carbono em função dos estágios de sucessão, da idade, do regime de manejo e

da composição de espécies (WATZLAWICK et al., 2004).

Resende et al. (2001) em determinações da quantidade de carbono na

biomassa acima do solo em uma Floresta de Terra Firme e em uma Floresta

Alagável na Floresta Amazônica, encontraram, respectivamente, 72,29 t ha-1 e 61,61

t ha-1. Watzlawick (2003) encontrou, em média, 104 toneladas por hectare de

carbono fixado em uma Floresta Ombrófila Mista Montana.

Brun (2004) quantificou os teores de carbono na biomassa acima do solo em

duas fases sucessionais em uma Floresta Estacional Decidual, para o capoeirão,

este autor encontrou um estoque de carbono de 41,81 t ha-1. Já para a floresta

secundária, o estoque de carbono quantificado foi de 65,47 t ha-1. Pode-se observar

que o estoque de carbono na floresta secundária é significativamente superior ao do

capoeirão, devido a maior produção de biomassa.

Britez et al. (2006) destacaram a existência de poucos estudos avaliando a

biomassa e o carbono em ecossistemas tropicais.

Desta forma, o estabelecimento de florestas ou até mesmo o uso de sistemas

agroflorestais, pode contribuir de forma significativa com o aumento nos estoques de

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carbono e com a produção de bens duráveis com a madeira dessas florestas

(ROCHADELLI, 2001).

O mesmo autor ao estudar a estrutura de fixação de carbono em

reflorestamentos de bracatinga (Mimosa scabrella Bentham), concluiu que diferentes

posições sociológicas apresentam diferentes concentrações dos constituintes

fundamentais e acidentais da biomassa tanto da madeira quanto da casca na

espécie estudada, sendo que a concentração de carbono varia em torno de 400 a

450 g kg-1 da biomassa total.

SCHUMACHER (2002) realizou trabalho no estado do RS, para estimar a

quantidade de carbono orgânico na biomassa arbórea de um povoamento de Pinus

taeda com 20 anos de idade, sendo que utilizando-se 3 parcelas de 15 m x 30 m,

obteve-se como resultado de carbono acumulado 3,5; 17,6; 4,1 e 90,4 Mg ha-1 para

as acículas, galhos, casca e madeira, respectivamente. Analisando a dinâmica do

estoque de carbono em plantações de Pinus spp.

Balbinot et al., (2008) observaram que o fuste representou o maior percentual

de biomassa e carbono, com tendência a aumentar na medida que a árvore cresce,

representando cerca de 70% de todo carbono fixado.Também concluíram que as

árvores dominadas apresentam maior eficiência na fixação de carbono em

detrimento das árvores dominantes.

Schumacher (1996) acrescentou que durante a fase inicial do

desenvolvimento de uma floresta, grande parte dos carboidratos é canalizada para a

produção de biomassa da copa. Com o passar do tempo, as copas começam a

competir entre si, aumentando a produção relativa do tronco e diminuindo

gradativamente a biomassa das folhas e ramos.

Campos (1991) e Caldeira (1998) acrescentam que esta acumulação

(produção) é diferente de local para local onde é medida, refletindo a variação dos

diversos fatores ambientais e fatores inerentes à própria planta, existindo uma

relação entre biomassa e a produtividade primária, relação esta conhecida como

acumulação de biomassa. Esta relação é normalmente baixa em povoamentos

jovens de rápido crescimento e é maior onde a maior parte da energia é utilizada

para manter o alto estoque de biomassa existente.

Desta forma, a quantidade de biomassa produzida em um povoamento

florestal é resultante da combinação de diferentes fatores, principalmente idade,

localização geográfica, condições climáticas, variação genética, qualidade do sitio,

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densidade, técnicas silviculturais e época de amostragem (CASTRO et al., 1980;

HEPP e BRISTER, 1992).

Para os estudos de carbono em florestas naturais ou plantadas, muitos

autores utilizam a variável biomassa, a qual precisa ser determinada e/ou estimada

de forma confiável (SANQUETTA, 2002).

Uma das maneiras de se conhecer o estoque de carbono nos ecossistemas é

por meio da determinação da biomassa e do desenvolvimento de modelos

alométricos, fundamentais para a compreensão de aspectos ecológicos e evolutivos

em espécies de plantas.

Neste sentido, Watzlawick et al., (2002), orientam que estudos de biomassa e

carbono devem considerar a distinção das tipologias, atentando para que as

estimativas sejam realizadas nas diferentes partes componentes de uma árvore.

Deve-se, assim buscar metodologias adequadas para que todos os componentes

sejam quantificados e incorporados nas estimativas do balanço geral de biomassa e

de carbono fixado.

3.4 Determinação da biomassa florestal

De acordo com Odum (1986), biomassa é o peso de matéria orgânica seca

por unidade de área. Para Sanquetta (2002) e Martinelli et al. (1994), o termo

biomassa florestal significa toda a biomassa existente na floresta ou uma fração

arbórea da mesma, ou seja, a quantidade expressa em massa do material vegetal

disponível em uma floresta.

Os componentes geralmente estimados são: a biomassa viva horizontal

acima do solo, composta de árvores e arbustos; a biomassa morta acima do solo,

composta pela serrapilheira e troncos caídos e a biomassa abaixo do solo, composta

pelas raízes. Ela é dada pela soma de todos esses componentes. Pode ser

expressa por massa verde ou massa seca, sendo que a massa verde refere-se ao

material fresco amostrado, contendo uma variável proporção de água. A massa seca

refere-se à biomassa obtida após secagem do material em estufa (CALDEIRA,

2003).

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Para Wendling (1998), é a quantidade constituída por organismos no

ecossistema florestal em termos de massa. Hoje, em muitos países, a principal fonte

de energia ainda é a biomassa, sobretudo como lenha.

Aproximadamente a metade da população da Terra depende desse tipo de

biomassa mostrando que o uso tradicional passou recentemente a ser considerado

também como uma forma moderna e limpa de fornecimento energético (NOGUEIRA

e LORA, 2003).

Esta foi a primeira fonte energética empregada pelo homem, pois servia para

o seu próprio aquecimento. Ao longo dos tempos, passou a ser utilizada em

processos para a geração de energia térmica, mecânica e elétrica (BRITO, 1984).

A produção de biomassa, tanto de espécies nativas como de exóticas, varia

muito em função de vários fatores, tais como espaçamento, tipo de solo e seu

preparo, adubação, clima, espécie, regime de desramas e desbastes empregados,

disponibilidade hídrica, etc (SCHUMACHER, 1992; HAAG, 1987).

Os estudos de biomassa florestal são feitos com objetivos diversos, os quais

se destacam a quantificação de ciclagem de nutrientes, a quantificação para fins

energéticos, informação para estudos do sequestro de carbono, quantificação do

carbono fixado em uma floresta.

Estes estudos podem ser realizados por determinações ou estimativas e

podem ter diversas finalidades, além de ser considerados importantes para a

tomada de decisões no manejo dos recursos florestais (SANQUETTA, 2002 e

PÁSCOA et al., 2004).

Sanquetta (2002),distingue determinação de estimativa, sendo a

determinação uma medição real feita diretamente na biomassa. A estimativa é feita

utilizando relações quantitativas ou matemáticas, como razões ou regressões.

Por meio da fotossíntese, as plantas capturam a energia do sol,

transformando-a em energia química. Esta energia pode ser convertida em

eletricidade, combustível ou calor.

As fontes orgânicas que são usadas para produzir energia usando este

processo são chamadas de biomassa (BROWN, 1997).

Para Kramer e Kozlowski (1972), a acumulação de biomassa é afetada por

todos aqueles fatores relacionados com a fotossíntese e a respiração (como luz,

temperatura, concentração de CO2 do ar) e também pela umidade e fertilidade do

solo, doenças e por fatores internos típicos de cada planta, como idade, estrutura e

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disposição das folhas e etc.

No desenvolvimento inicial de uma floresta, grande parte dos carboidratos

são utilizados na produção de biomassa da copa (ANDRAE, 1978). Em um

ecossistema florestal, existe uma grande dinâmica na produção de biomassa. À

medida que a floresta vai se desenvolvendo, ocorre uma redução gradual da

biomassa de copa e simultaneamente um aumento na proporção da biomassa de

madeira e casca, representando em média, mais de 80% da biomassa acima do solo

em um povoamento maduro (SCHUMACHER e HOPPE, 1997).

Higuchi e Carvalho (1994) apontam que os métodos para a obtenção de

estimativas de biomassa podem tanto ser diretos como indiretos. Os diretos

consistem na derrubada e pesagem de todas as árvores que ocorrem em unidades

amostrais de área fixa, enquanto o indireto, são aqueles que baseiam-se

normalmente em dados de inventário florestal.

Para Sanquetta (2002) e Watzlawick et al. (2009), os estudos de

quantificação de biomassa são trabalhosos, demorados e muito onerosos. Os

autores comentam sobre métodos diretos, onde as árvores são cortadas e

normalmente a biomassa arbórea é medida a partir de seus componentes, onde são

separados e pesados.

Os procedimentos de campo utilizados nas determinações de biomassa de

florestas podem variar amplamente, de acordo com o tipo de povoamento, com os

objetivos e as restrições técnicas e orçamentárias pertinentes ao trabalho.

Os métodos indiretos não podem ser utilizados sem o ajuste e a calibragem

prévia das equações, são utilizadas equações alométricas que é a relação dos

dados de massa com os caracteres biométricos ou utilização de técnicas de

sensoriamento remoto para realizar as estimativas, devendo ser empregados

conjuntamente com os métodos.

Segundo CROW e SCHLAEGEL (1988), as variáveis mais comumente

utilizadas em equações de biomassa são o diâmetro (d) e a altura (h), podendo em

muitos casos serem combinados. Na maioria dos casos é necessária uma

amostragem destrutiva para a estimativa correta de biomassa.

As metodologias usadas para se obterem estimativas de biomassa em áreas

florestais são baseadas, principalmente, em dados de inventário florestal,

empregando-se fatores e equações de biomassa que transformam dados de

diâmetro, altura ou volume em tais estimativas (SOMOGYI et al., 2006).

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Tipos diferentes de floresta armazenam diferentes quantidades de carbono

dentro de sua biomassa e locais diferentes dentro de um mesmo tipo de floresta,

também variam muito com relação à quantidade de biomassa. Esta afirmação é feita

em função da maioria das estimativas de biomassa ser feita apenas nas partes

aéreas da planta, considerando-se somente as partes vivas da planta acima do solo.

As adaptações devem ser feitas para as estimativas das árvores menores, da

vegetação rasteira no solo e da vegetação viva abaixo do solo (raízes), devendo-se

incluir também a vegetação morta, tanto acima como abaixo do solo, em pé ou caída

(HOUGHTON, 1994).

Considerando aspectos econômicos, ambientais e sociais, a biomassa possui

diversas vantagens na produção de energia, e por isso é o combustível renovável

que tem maiores chances de crescer futuramente em todos os países.

Para Watzlawick et al. (2002), deve-se levar em consideração diferentes tipos

florestais bem como diferentes estágios de regeneração, devendo-se atentar para

que as estimativas sejam realizadas em todos estágios, diferentes partes

componentes de uma árvore e diferentes compartimentos do ecossistema florestal.

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4 MATERIAL E MÉTODOS

4.1 Caracterização da área de estudo

O estudo foi realizado em uma floresta localizada no município Itacurubi,

situado na mesorregião Centro Ocidental Rio-Grandense no estado do Rio Grande

do Sul, pertencendo à microrregião de Santiago, onde até o ano de 1990 era distrito.

A área do estudo está localizada em uma propriedade rural particular situada na

coordenada geográfica central 28º 55’ 03” Latitude Sul e 55º 18’ 80” Longitude

Oeste, encontrando-se a uma altitude média de 170 m (FIGURA 03).

Figura 03 – Coordenadas da área de estudo em Itacurubi - RS.

Fonte: Adaptado do Google Earth

O clima da região conforme a classificação climática de Köppen é Cfa,

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subtropical com temperatura média do mês mais frio equivalente a 12,6ºC e a

temperatura média anual de 18,2ºC.

Conforme Camargo (1991), o regime hídrico local pode apresentar períodos

de estiagem no verão onde as pequenas drenagens tornam-se intermitentes,

afetando suas produtividades negativamente. Nos períodos de maior precipitação

(inverno) as várzeas podem sofrer inundações e a precipitação média anual é de

1678 mm.

A região da campanha gaúcha é formada por campos e áreas de tensões

ecológicas, estas caracterizam-se pelas diferentes formações vegetais, com

predomínio de campos e algumas formações arbóreas típicas da região e matas de

galerias. A vegetação natural conforme a classificação do (IBGE, 2012), pertence à

região da Savana Estépica Parque, a qual está associada ao xerofitismo. A

paisagem da região é caracterizada pela presença de banhados, campos com

bosques de mata nativa e cursos da água com matas ciliares típicos do Bioma do

Pampa. A vegetação da campanha também é bem característica, onde existe a

presença de pequenas árvores bastante espaçadas, com tronco ramificado, tortuoso

e espinhoso.

Marchiori e Longhi (1985) relatam que a Vachellia caven (Molina) Seigler e

Ebinzer possui uma grande importância para esta fisionomia, pois descreve a

vegetação arbórea deste bioma, formando capões isolados e ralos (FIGURA 04).

Figura 04 – Vegetação natural de Savana Estépica Parque, com exemplar de

espinilho.

Fonte: Arquivos próprios

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Na região em que se enquadra este estudo segundo EMBRAPA (2006) e

Streck et al. (2008), ocorrem os seguintes tipos de solo: Neossolo litólico distrófico,

neossolo regolítico/litólico eutrófico léptico, desenvolvida de basalto e encontrada em

áreas movimentadas com afloramentos de rocha.

Para Watzlawik et al. (2010), na sua grande maioria, os solos dessa região

são utilizados para os cultivos agrícolas e para pastagens naturais.

4.2 Amostragem e coleta de dados

Os dados foram coletados em um fragmento pertencente a essa fisionomia

vegetal. A escolha do local para a realização desta pesquisa,foi devido a não

exploração humana, ou seja, as árvores de espinilho não haviam passado por

intervenção.

Para coleta e análise de dados, foi feita uma unidade experimental, onde foi

instalada uma parcela temporária em 10.000 m² (100 x 100 m). A unidade amostral

foi subdivida em 5 unidades amostrais de 2000 m² (20 x 100 m), fazendo-se assim o

censo florestal, ou seja, o levantamento total dos indivíduos de espinilho e seus

respectivos diâmetros, que totalizou 310 árvores, Figura 05.

Figura 05 - Disposição da parcela de 1 hectare e das 5 subunidades amostrais de

2000 m² na área de estudo, município de Itacurubi – RS.

Fonte: Arquivos próprios

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4.3 Determinação da Biomassa

Para determinação da biomassa foi utilizado o método direto, nos diferentes

compartimentos da árvore, no qual as árvores foram derrubadas, seccionadas e

seus componentes pesados separadamente (WATZLAWICK, 2003).

Os dados de biomassa e carbono foram coletados no mês de janeiro de 2015,

utilizando-se o método destrutivo das árvores. As variáveis aferidas para o trabalho

foram o diâmetro e a altura total.

As árvores foram classificadas de acordo com seu diâmetro, formando

diferentes classes diamétricas, de acordo com medidas de diâmetro ao nível do solo

(DNS), tomado a 0,30 m devido a grande bifurcação das árvores antes do diâmetro

a altura do peito (DAP). Selecionou-se árvores com diâmetro maior ou igual a 7 cm,

com isso selecionou-se 229 árvores e desses indivíduos selecionou-se 30 para as

amostragens de biomassa e carbono.

Após o abate de cada árvore, os componentes da biomassa foram

segmentados em madeira do fuste com casca (parte do tronco das árvores, entre o

solo e as primeiras ramificações), galhos e folhas.

Sendo posteriormente pesados separadamente no campo com o auxílio de

uma balança com capacidade de 100 kg para a obtenção da massa de matéria

fresca de biomassa dos componentes, os quais foram em seguida amostrados em

porções menores e acondicionados em sacos de papel. Em todos os indivíduos

abatidos, foram mensurados dados como a altura total (ht), diâmetro a 0,30 e a 1,30

m (FIGURA 06).

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Figura 06 - Etapas realizadas em campo: A) derrubada da árvore; B) seccionamento

da madeira do fuste; C) retirada total dos galhos de cada árvore; D) retirada total das

folhas de cada árvore; E) pesagem dos galhos e folhas; e F) pesagem da madeira

do fuste com casca.

Fonte: Arquivos próprios

Posteriormente, procedeu-se a determinação do teor de umidade em cada

componente separadamente, conforme procedimentos a seguir descritos.

Para a amostragem do fuste (madeira do fuste + casca) foram retirados dois

discos, o primeiro a 0,30 m acima do solo e o segundo a 1,30 m, conforme mostra a

Figura 07.

Figura 07 - Desenho esquemático do fuste e copa da árvore.

Nos discos amostrados do fuste, separou-se a casca da madeira, em

posições relativas ao longo do fuste (mm) obtendo-se assim o peso de cada

componente separadamente.

Nas amostragens de galhos, foram retiradas amostras em todos os diâmetros

de galhos e a todas as alturas da copa.

Para as folhas, foram retiradas amostras na ponta, meio e base da copa. Foi

levada em consideração a representatividade da amostra, para posterior

determinação em laboratório do teor de umidade e carbono (FIGURA 08).

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Figura 08 - Metodologia para a determinação do teor de umidade em cada

componente arbóreo: A) dois discos do fuste por árvore; B) separação da madeira

do fuste e da casca C) amostragem de galhos e D) amostragem de folhas.

Fonte: Arquivos próprios

4.3.1 Determinação do teor de umidade e carbono orgânico

Todo o material amostrado dos diversos componentes foi acondicionado em

sacos de papel, pesados em balança analítica com precisão de 0,1 g - modelo

BK5005, com peso máximo de 5.100 gramas e devidamente identificado. A

amostras foram pesadas em laboratório e secadas em estufas, parte da secagem

ocorreu primeiramente em estufa no Laboratório de Solos, da Universidade Federal

do Pampa (UNIPAMPA) em Itaqui - RS e posteriormente no Laboratório de Produtos

Florestais, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) em Santa Maria - RS.

Nos laboratórios, as amostras foram secas em estufa de circulação de ar

forçada a uma temperatura constante de 65ºC e pesadas até atingir o peso

constante, sendo acompanhado o peso até a estabilização. Para posterior

determinação de peso seco e preparação para análise química do teor de carbono

orgânico (FIGURA 09).

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Figura 09 - Material da amostragem dos 4 componentes: madeira do fuste, galhos,

folhas e casca. A) amostras em estufa de circulação de ar forçada; B) catalogação e

acondicionamento das amostras em saco de papel pardo; C) pesagem de todas as

amostras; D) mensuração da espessura e comprimento da casca.

Fonte: Arquivos próprios.

Após essa estabilização, o material seco foi moído em dois moinhos de facas

com diferentes granulometrias de peneiras, embalado e identificado para posterior

análise química do teor de carbono orgânico pela metodologia de Tedesco et al.

(1995).

Para determinação deste teor utilizou-se amostras compostas de 12 árvores

abatidas, devido ao elevado custo das análises.

Realizou-se um sorteio com as 30 árvores abatidas e com isso selecionando-

se os 12 indivíduos para estudos do teor de carbono, pois nesses teores existe uma

certa variabilidade entre os componentes, porém entre as árvores não existe.

(FIGURA 10).

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Figura 10 - Moagem das amostras para a análise do teor de carbono orgâncio. A)

moinho de facas 1; B) moinho de facas 2 e C) amostras embaladas em recipientes

de 10 g para a análise do teor de carbono.

Fonte: Arquivos próprios.

As amostras foram encaminhadas ao Centro de Excelência de Pesquisa em

Biomassa e Carbono da UFPR (Biofix), da Universidade Federal do Paraná – UFPR,

Curitiba – PR, onde foram submetidas à análises de carbono total.

A análise consiste em introduzir uma pequena amostra no reator do aparelho,

onde todo o carbono é convertido em dióxido de carbono, medido diretamente no

detector infravermelho que relaciona com a quantidade de carbono existente na

amostra, em porcentagem.

A etapa de processamento dos dados de campo envolveu o cálculo da

biomassa seca e carbono para cada árvore amostrada. Foram utilizados softwares

(Assitat Beta 7.7 e Excel®2007) disponíveis no Laboratório de Ciências Florestais e

Plantas Forrageiras do Departamento de Agronomia da Universidade Estadual do

Centro Oeste (UNICENTRO).

Com os dados provenientes da biomassa verde e os teores de umidade para

cada componente de cada árvore abatida, realizou-se os cálculos do teor de

umidade e da biomassa seca. A umidade pode ser definida como a quantidade de

água presente na biomassa e é calculada pela diferença entre os pesos da amostra

antes e depois do processo de secagem, conforme Equação 1 (NOGUEIRA e

LORA, 2003; CAPOTE, 2012).

Tu = ((Pu-Ps)/Pu) x 100 Equação (01)

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Sendo: TU: teor de umidade (%);

Pu: peso úmido (g);

Ps: peso seco (g).

Posteriormente estimou-se a biomassa seca total e de cada compartimento

(EQUAÇÃO 2).

Bs = Bv x (1 - Um) Equação (2)

Sendo:

Bs = biomassa seca (kg);

Bv = biomassa verde (kg);

Um = teor de umidade (%).

Após os cálculos da biomassa seca, procedeu-se os cálculos relativos a quantidade de carbono existente em cada componente, utilizando-se para tanto a equação 3:

Carb = Bs x Tc sendo: Carb = carbono (kg); Bs = biomassa seca (kg); Tc = teores médios de carbono (%).

4.3.2 Tratamentos estatísticos dos dados

Procederam-se as análises estatísticas descritivas e experimentais, que

foram processadas por meio do programa Assistat 7.7 Beta. O tratamento estatístico

dos dados foi realizado com o uso de uma Correlação Linear Simples, o conjunto de

informações foi obtido para as 30 árvores selecionadas para a biomassa e carbono,

sorteadas a partir das 229, realizando-se diversas composições e variações dos

dados iniciais. Em decorrência, um total de 7 variáveis (altura, diâmetro, biomassa

total, biomassa do fuste, biomassa dos galhos, biomassa da casca e biomassa das

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folhas) foram correlacionadas, onde em seguida tais variáveis foram estudadas e

utilizadas na composição e ajuste dos modelos.

Para determinar quais as variáveis eram mais importantes para estimar o

estoque de biomassa e do carbono orgânico fixado, utilizou-se análise de regressão,

que leva em consideração a relação entre duas ou mais variáveis quantitativas

ligadas a um modelo matemático para que se possa fazer a previsão de uma

variável com base em outra.

Com isso, utilizou-se como variável dependente a quantidade total de

biomassa seca e carbono de cada árvore e de seus compartimentos: madeira do

fuste, casca, galhos e folhas, e como variáveis independentes utilizou-se o

diâmetro (d) a 0,30 m do solo, e a altura total da árvore (ht), em metros. Foram

testados 20 modelos matemáticos para estimar a biomassa, considerando cada um

dos componentes da árvore, bem como para a árvore inteira.

A base de dados foi dividida em base de ajuste e base de validação. As 229

árvores foram dispostas em uma tabela de frequência, com 7 classes de diâmetro,

distribuídas de acordo com frequência relativa de cada classe. O número de classes

foi calculado com a fórmula:

Número de classes = 2,5* 4 n onde n é o numero de elementos da amostra

(KOEHLER,2004).

Os modelos utilizados neste estudo são encontrados em diversos trabalhos

da área florestal. Os modelos foram ajustados com base no software Microsoft office

Excel 2007® (TABELA 01).

Tabela 01 – Modelos matemáticos testados para estimar a biomassa dos

componentes arbóreos de Vachellia caven, em Itacurubi – RS.

Nº Modelos Matemáticos

1 log Y = log b0 + b1 log d 2 y = bo + b1 d + b2 d

2

3 y = bo + b1 d + b2 (d2 h)

4 y = bo + b1 d + b2 d2 + b3 (d

2 h) 5 y = bo + b1 d

2 + b2 (d2 h)

6 y = bo + b1 d + b2 h 7 log Y = log b0 + b1 log d + b2 log h 8 y = bo + b1 d 9 y = bo + b1 d

2 10 y = bo + b1 d

3 11 y = bo + b1 d² h

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12 ln y = bo + b1 ln (d² h) 13 y = bo + b1 d + b2 d² + b3 d³ 14 y = bo + b1 d + b2 d² + b3 d³ + b4 d

4 15 y = bo + b1 d + b2 d² + b3 d³ + b4 d

4 + b5 d5

16 ln y = bo + b1 ln h 17 y = bo + b1 d² + b2 h² + b3 (d² h)

18 ln y = bo + b1 ln d 19 ln y = bo + b1 ln d² 20 ln y = bo + b1 ln d³

Onde: bo, b1, b2, b3, b4, b5 = coeficientes estimados por regressão; d = diâmetro a

0,30 m da árvore; ln = logaritmo natural; y = peso da biomassa e h = altura total (ht)

Para a escolha das melhores equações de regressão foram adotados os

seguintes critérios estatísticos: coeficiente de determinação ajustado (R2aj), erro

padrão da estimativa (Syx%) e distribuição gráfica dos resíduos em porcentagem. O

objetivo da análise da distribuição gráfica dos resíduos foi auxiliar na escolha dos

melhores modelos e de identificar possíveis tendências no ajuste.

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5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 Caracterização das bases de dados

Em relação à área basal da parcela, foi encontrado o valor de 3,61 m2 ha-1

para 229 indivíduos da comunidade estudada. A distribuição da espécie na área,

expressa pela frequência, mostra que a quarta classe diamétrica é mais bem

distribuída e frequente, seguida da quinta e segunda classe como pode ver visto na

Tabela 02.

Tabela 02 - Área basal em m2 ha-1 e em percentual para os 229 indivíduos

distribuídos em 7 classes diamétricas no fragmento de Sanava Estépica Parque, em

Itacurubi - RS.

Amplitude de

classes

diamétricas

Frequência Total Área basal

(m2 ha-1) Área basal (%)

Absoluta Relativa (%)

7,0 - 9,6 59 25,76 0,32 25,65

9,7 - 12,1 55 24,08 0,50 23,91

12,2 - 14,6 38 16,59 0,55 16,52

14,7-17,2 33 14,41 0,65 14,35

17,3-19,7 22 9,60 0,58 9,57

19,8-22,3 14 6,11 0,48 6,09

22,4-32,5 8 3,49 0,49 3,91

TOTAL 229 100 3,61 100,00

Pode-se verificar que o valor encontrado de área basal é de 3,61 m² ha-1,

inferior ao publicado por Grulke (1994) que em seu estudo em uma região de Chaco

Semiárido, com predominância de Apidospperma quebracho-blanco outra espécie

típica da Savana Estépica, encontrou o valor da área basal pode alcançar cerda de 8

m² ha-1.

Por outro lado, Watzlawick et al. (2010), pesquisando a dinâmica e o

crescimento da mesma vegetação, encontraram valores de 4,20 e 4,25 m2 ha-1 em

duas mensurações respectivamente em 2001 e 2009, sendo que aproximadamente

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3% são representados por Vachellia caven.

Para Ramos (2008), Vachellia caven teve 67% de ocorrência, mostrando que

a espécie não está totalmente distribuída na área do estudo realizado. No

levantamento realizado por Galvani (2003), o espinilho teve ocorrência em 28,9%

das unidades amostrais.

Para Watzlawick et al. (2014), que realizaram um trabalho em um fragmento

de Estepe Estacional Savanícola, a área basal estimada foi de 4,06 m2 ha-1. O valor

foi superior ao encontrado por Ramos (2008), de 2,56 m2 ha-1, sendo que deste valor

0,28 m2 ha-1 pertencia à Vachellia caven.

Paiva et al. (2011), apresentaram um estudo no Cerrado brasileiro com

caráter savanícola, onde a área basal total das espécies dominantes foi igual a

11,35 m2 ha-1, ou seja, aproximadamente 53,44%.

No trabalho feito por Libano (2004) também em área de cerrado, estudou 58

espécies no local, onde encontrada uma área basal de 7,93 m² ha-1 no ano de 2003,

41% a mais que no levantamento realizado em 1997. Segundo o autor, isto pode ser

explicado pela ausência prolongada do fogo, o que contribui para que a comunidade

incremente sua área basal.

Porém Rezende et al. (2006), encontraram valores menores de área basal na

mesma área de estudo para 49 espécies, no valor de 6,23 m² ha-1, considerando

assim que esta área é bastante representativa do cerrado sensu stricto do Brasil

Central quanto a sua estrutura. Alves Junior (2010), estimou para a caatinga uma

área basal de 5,84 m² ha-1, um valor mais aproximado aos encontrados nas regiões

com presença de espinilho.

Para Finger (1992), o estudo das distribuições permite conhecer a estrutura

dos povoamentos, entendendo a distribuição das espécies e dimensão das árvores

em relação a um hectare. A distribuição do número de árvores em classes de

diâmetro fornece valiosa informação sobre essa estrutura da floresta.

Para a análise da distribuição diamétrica amostrada na floresta de espinilho,

os indivíduos foram distribuídos em sete classes diamétricas.

A estrutura diamétrica revelou que população de espinilho é composta

basicamente por indivíduos de pequenas dimensões, apresentando um decréscimo

na frequência de árvore, à medida que os diâmetros das árvores aumentam,

seguindo o modelo “J Invertido” ou exponencial-negativo, que é uma característica

de povoamentos inequiâneos.

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Estes tipos de povoamentos são constituídos de árvores de muitas idades e

tamanhos. A distribuição típica dessas florestas apresenta um grande número de

pequenas árvores com frequência decrescente com o aumento da classe de

diâmetro (FINGER, 1992). Na Figura 11 é apresentada a evolução do número de

árvores por hectare, por classes de diâmetro.

Figura 11 - Distribuição diamétrica da espécie amostrada na Savana Estépica

Parque, RS.

Observou-se a redução no número de indivíduos à medida que as classes

aumentam, como é previsto para uma floresta nativa. Constatou-se que há poucas

árvores com diâmetro superior a 18,6 cm. Este modelo de distribuição indica que as

populações que compõe a comunidade são estáveis e autoregenerativas, havendo

um balanço entre a mortalidade e o recrutamento dos indivíduos (PEREIRA-SILVA,

2004).

Watzlawick et al. (2010) e realizaram o monitoramente de um fragmento de

savana durante o período de 2001-2009. Os autores, também obtiveram

a distribuição diamétrica no formato de “J” invertido nos dois períodos de

avaliação. Porém, ressaltaram que não houve mudanças significativas na

distribuição de frequência das classe durante o período de oito anos. No ano de

2014, os mesmos autores analisaram o comportamento de quantro espécies e

uma delas foi o espinilho que também apresentou um comportamento de “J”

invertido, indicando um balanço positivo entre o recrutamento e mortalidade, e

caracteriza uma vegetação autorregenerante.

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Redin et al. (2011), também apresentaram em seu estudo no Parque do

Espinilho, que a estrutura diamétrica foi composta basicamente por árvores de

pequenas dimensões, apresentando baixa frequência nas classes de maior

tamanho, seguindo o modelo “J Invertido.

5.2 Biomassa e Carbono

Para tornar a amostragem representativa, para a biomassa foram amostradas

30 árvores, que obteve o peso médio de biomassa total igual a 10,23 kg árvore-1 e

12 árvores para o carbono, este apresentando um peso médio de 4,84 kg árvore-1.

Isso gerou uma base de dados de biomassa e carbono heterogênea, como pode ser

observado nas estatísticas descritivas apresentadas na Tabela 3.

Tabela 03 – Estatísticas descritivas das variáveis dendrométricas, do peso de

biomassa das 30 árvores e os teores de carbono de 12 árvores e seus respectivos

componentes aéreos de Vachellia caven.

Variáveis

Mín

imo

xim

o

dia

De

sv

io

Pa

drã

o

CV%

Diâmetro (cm) 5,73 22,28 14,02 3,82 32,70

Altura(m) 1,7 47,0 24,35 8,84 161, 04

Biomassa (Kg)

Fuste 0,54 21,99 11,26 4,28 95,70

Casca 0,16 4,57 2,36 1,07 77,21

Galhos 0,22 8,55 4,39 1,90 68,22

Folhas 0,63 3,02 1,82 0,67 42,59

Diâmetro (cm) 5,73 22,28 14,01 4,76 39,74

Altura(m)

1,8 4,9 3,35 1,12 34,78

Teor de carbono

(%)

Fuste 50,30 54,74 52,52 1,57 3,02

Casca 48,79 51,31 50,05 0,83 1,66

Galhos 49,23 51,61 50,42 0,65 1,29

Folhas 53,74 56,48 55,11 0,94 1,71

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Observa-se, nessa tabela, que o coeficiente de variação dos pesos dos

componentes e das variáveis medidas no campo apresenta valores altos para a

biomassa, fato normal quando se trabalha com espécies nativas devido à grande

amplitude entre os valores mínimos e máximos encontrados.

Para Vieira et al. (2009), o desvio-padrão, o coeficiente de variação, e os

valores máximos e mínimos dos teores de carbono analisados para o cerrado

mostraram que existem diferenças entre as amostras analisadas. As maiores no

coeficiente de variação foram para cascas e folhagem (5,74 e 4,69), ao passo que

nos galhos as variações foram bem menores (1,89), em raízes e fuste as variações

foram intermediárias (3,44 e 3,35). Os mesmo autores identificaram para as

espécies do bioma da caatinga que a folhagem apresentou o maior coeficiente de

variação (6,46) e o menor foi o de galhos (1,89).

Esses valores foram superiores ao encontrado no presente trabalho,

possivelmente na Caatinga, as condições de crescimento das árvores são muito

mais adversas, por causa do clima semiárido, fato que impõe maior massa

específica aos tecidos vegetais, pelo crescimento mais lento.

Por outro lado, o Cerrado favorece o crescimento das árvores, com isso,

estas crescem com maior rapidez, repercutindo em menor massa específica e

menor teor de carbono, podendo ser comparada com as características da Savana

Estépica.

Pode-se observar que o maior peso de biomassa esta concentrado no fuste,

também verificado nos estudos de Valerio (2009).

Para Thompson (2009), que realizou um trabalho no cerrado com carvoeiro,

teve o maior peso de biomassa nos galhos seguindo do fuste.

Urbano et al. (2008), Mimosa scabrella em povoamentos nativos, e encontrou

a maior biomassa no fuste. A variação da biomassa nos diferentes componentes da

planta varia de espécie para espécie e até mesmo, em uma população da mesma

espécie (ABRAHAMSON e GADGIL, 1973).

Sendo afetada por fatores que interferem na fotossíntese e na respiração,

bem como por características edafoclimáticas e idade (SCHUMACHER e

CALDEIRA, 2001).

Com base nos dados obtidos em campo e em laboratório, obteve-se os

valores do coeficiente de correlação entre as variáveis dendrometrias de fácil

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obtenção e a biomassa dos distintos componentes das árvores de Vachellia caven,

conforme apresentado na Tabela 04.

Tabela 04 – Correlação linear simples entre as variáveis dendrométricas e a

biomassa de Vachellia caven.

Variáveis Dendrométricas

d a 0,30 m ht (m)

d a 0,30 m 1

ht (m) 0,4431 1

Madeira do Fuste (kg) 0,7856 0,7266

Casca (kg) 0,6931 0,4951

Galhos (kg) 0,4223 0,2898

Folhas (kg) 0,1810 0,1686

Total 0,7345 0,6286

d a 0,30 m = diâmetro medido a 30 cm do solo; ht = altura total da árvore; Total=

biomassa total da árvore.

Destaca-se que houve uma correlação entre as variáveis dendrométricas e de

biomassa analisadas neste estudo, porém elas foram baixas e inferiores a 0,8. As

maiores correlações encontradas foram entre a biomassa da madeira do fuste e o

diâmetro a 0,30 m, biomassa total e o diâmetro a 0,30 m, bem como, entre a

biomassa da casca e o diâmetro a 0,30 m. Para a variável altura a melhor correlação

foi com a biomassa da madeira do fuste, ambas com correlações lineares simples (r)

iguais a 0,7856; 0,7345; 0,6931 e 0,7266 respectivamente. A menor correlação foi

observada entre a biomassa das folhas e a variável dendrométrica altura (r =

0,1686).

A correlação linear das variáveis dendrométricas para Vachellia caven foi

baixa, porém significativa, sendo que o diâmetro foi a variável mais expressiva. Para

a biomassa da madeira do fuste e biomassa total, o diâmetro apresentou uma boa

correlação, ou seja, quanto maiores os valores dessas biomassas, sob menor

concorrência, a árvore apresenta maior diâmetro.

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A maioria dos indivíduos apresentaram diâmetros pequenos, explicando

assim a baixa correlação. Para os galhos o coeficiente de correlação foi inferior a

0,50, o que indica a dificuldade que as variáveis têm em correlacionar com a

biomassa dos galhos e das folhas.

Urbano (2007) encontrou em sua pesquisa com bracatinga em floresta nativa,

um coeficiente de correlação entre a biomassa dos galhos inferior a 0,86, indicando

também a mesma dificuldade neste trabalho.

Lima Junior et al (2014), encontrou um coeficiente de correlação para a

biomassa total de 0,86 em estudos na caatinga. E afirmaram que as grandes

diferenças nos valores da biomassa, se devem provavelmente às características

edafoclimáticas prevalentes em cada local, como também possíveis diferenças nas

tipologias vegetacionais e níveis de antropização de cada localidade.

Para Valerio (2009) as variáveis dendrométricas são caracterizadas como

importantes variáveis na modelagem principalmente pela acuracidade e facilidade na

sua obtenção, possibilitando o desenvolvimento de equações que poderão gerar

estimativas de biomassa dos componentes da árvore de forma simples, com rapidez

e eficiência.

Valerio et al. (2007) verificaram, em estudo de modelagem com Hovenia

dulcis Thunb., que o diâmetro apresenta resultados altamente significativos para

estimativas de biomassa, permitindo o desenvolvimento de equações para os

distintos componentes desta espécie de forma pratica.

Chassot et al. (2011), avaliando modelos de crescimento em diâmetro de

árvores de Araucaria angustifolia,destacam que todas as variáveis adotadas em seu

trabalho apresentaram uma correlação significativa com a variável diâmetro, exceto

classe de copa e tendência de valorização. Assim, confirmando o que os demais

autores afirmaram, que a variável diâmetro pode ser usada para modelagem de

crescimento.

A amostragem possibilitou a observação percentual de quanto a biomassa e o

carbono estocado de cada compartimento, representa em relação ao peso das

árvores. Estes valores foram obtidos para cada componente aéreo de cada árvore e

fazendo a proporção por componente para todas as árvores amostradas, tomando-

se como referência o peso da biomassa de 30 amostras e do carbono de 12

amostras.

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35

Na análise da biomassa nos distintos componentes, obteve-se uma distribuição na

seguinte ordem: madeira do fuste > galhos > folhas > casca. Na distribuição dos

teores de carbono amostrados nos diversos compartimentos da biomassa arbórea,

verificou-se que as folhas apresentaram o maior teor de carbono devido a

fotossíntese, sua copa é ampla e o maior acúmulo de C ocorre nessa área,

enquanto o menor teor foi observado na casca, seguindo a seguinte ordem: folhas >

madeira do fuste > galhos > casca.

A Figura 12 apresenta a biomassa arbórea e a proporção do carbono dos

compartimentos em relação a biomassa total e carbono total de cada compartimento

da árvore.

Figura 12 – Participação percentual dos quatro componentes na biomassa total e do

teor de carbono de Vachellia caven.

Para Caldeira (2003) e Watzlawick (2003) em Floresta Ombrófila Mista,

geralmente a biomassa acima do solo segue o modelo de fuste > galhos > casca >

folhas. Porém, Caldeira (2003) ressalta que a distribuição da biomassa nos

diferentes órgãos da planta varia de espécie para espécie, e até mesmo em uma

população com a mesma espécie.

Watzlawick (2006) em estudo de quantificação da produção de biomassa

arbórea verde em povoamentos de Araucaria angustifolia (Bert.) O. Kuntze, com 24

anos de idade, observou que a parte acima do solo possui 85,5% da biomassa total

das árvores, estando subdividida na seguinte proporção: madeira do fuste 46,51% >,

casca 21,95% > ramo aciculado 5,63% > galhos vivos 4,62% > galhos mortos 1,79%

e restando 19,5% para a biomassa subterrânea.

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Silva e Sampaio (2008), encontraram em espécies de grande porte no

trabalho realizado na caatinga, obtiveram as proporções das biomassas das partes

de plantas de tamanhos crescentes variaram menos que suas biomassas absolutas,

tendendo à estabilização, a partir de 17,5 cm de DAP, em valores ao redor de 70%

em caules e galhos maiores que 5 cm de diâmetro, 20% em galhos entre 1 e 5 cm,

5% em ramos < 1 cm e 5% em folhas.

Ao quantificar biomassa em Floresta de Terra Firme e Floresta Alagável,

Resende et al. (2001) encontraram uma distribuição percentual de cada componente

em relação a biomassa total na seguinte ordem: madeira do fuste (53,43%) > galhos

(35,53%) > casca (6,34%) e folhas (4,70%) para a Floresta de Terra Firme e tronco

(50,31%) > galhos (37,06%) > casca (6,87%) folhas (5,76%) para a Floresta

Alagável.

Em florestas plantadas o comportamento mostra-se diferente segundo

Schumacher (2000), o autor encontrou uma proporção diferente, numa em

povoamentos de Pinus taeda com 20 e 15 anos de idade. Em ordem decrescente, a

contribuição da biomassa foi madeira do fuste > galhos > raiz > casca > acículas,

contudo com a idade de 10 anos a sequência foi madeira do fuste > raiz > acículas >

ramos > casca.

Na análise dos teores de carbono amostrados nos diversos compartimentos

da biomassa arbórea, verificou-se que as folhas obtiveram um teor igual a 55,14%,

apresentando o maior teor de carbono, enquanto o menor teor foi observado na

casca com 50,12%.

Ratuchne (2015), em um fragmento de Floresta Ombrófila Mista, também

obteve maior proporção nas folhas, sendo que as concentrações de carbono foram:

folhagem 42,03%, madeira do fuste 41,65%, casca 40,81% e galhos 40,76%. Para

Watzlawick et al. (2011) a ordem dos resultados foram semelhantes ao presente

estudo, porém em uma Floresta Ombrófila Mista. Estes autores encontraram teores

de carbono na biomassa seca de 41,76% no fuste, 37,97% na casca, 40,61% nos

galhos vivos, 41,24% nos galhos mortos e 42,30% na folhagem.

Vieira et al (2009) realizaram um trabalho com os teores de carbono em

espécies vegetais da caatinga e do cerrado. Os teores médios de carbono para as

espécies do cerrado analisadas variaram de 40,60% para a casca a 43,24% para as

folhas. No bioma caatinga os teores médios de carbono variaram de 43,75% para o

fuste e 47,39% para as folhas. O bioma da Caatinga apresenta valores de teores de

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carbono superiores aos do bioma Cerrado, em todos os compartimentos. Em média,

os valores foram 44,81 % na Caatinga e 42,09% para o Cerrado.

Segundo estes autores que estudaram a Caatinga, as condições de

crescimento das árvores são muito mais adversas, por causa do clima semiárido,

fato que impõe maior massa específica aos tecidos vegetais, pelo crescimento mais

lento. Por outro lado, o Cerrado favorece o crescimento das árvores e desta

maneira, estas crescem com maior rapidez, repercutindo em menor massa

específica e menor teor de carbono.

Relacionando os trabalhos citados com o presente estudo, nota-se que a

biomassa do fuste é a que possui a melhor distribuição percentual e que a

porcentagem do teor de carbono de cada componente variou de acordo com a

tipologia vegetal de cada área de estudo. As formações que mais se assemelharam

com a do presente trabalho foram o Cerrado e a Caatinga, devido as suas

realidades serem próximas as da Savana Estépica parque onde encontra-se o

espinilho.

Para Gonçalves e Mello (2000), as plantas normalmente apresentam maiores

concentrações de carbono em locais com maior atividade metabólica, como a

folhagem, que é o órgão responsável pela fotossíntese. Assim como no presente

estudo, os autores referenciados acima observaram a maior concentração de

carbono na biomassa seca das folhas e atribuíram à vários fatores sejam eles

ambientais, genéticos, entre outros metabólicas das plantas.

5.3 Ajuste de equações para estimativa de biomassa

Para estimativa da biomassa das árvores de espinilho, ajustaram-se diversos

modelos matemáticos. Sendo que, para fins de discussão, foram selecionadas as

quatro equações que apresentaram melhor desempenho na estatística.

5.3.1 Biomassa total

Os ajustes de equações para estimativa da biomassa do componente arbóreo

total estão apresentados na Tabela 05 e apontam a equação 15 com menor erro

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(36,22%) e maior R² ajustado (0,7064). De uma forma geral as equações

selecionadas para estimativas da biomassa total apresentaram R2aj. variando de

0,6282 a 0,7064 e Syx% entre 36,22 e 40,76% .

Tabela 05 – Equações de melhor desempenho para estimativa da biomassa total para Vachellia caven. Nº Equação R²aj Syx%

3 y = - 0,9654 + 0,8690 d + 0,0008 (d2 h) 0,6571 39,15

4 y = -8,0067 + 2,0335 d – 0,0445 d2 + 0,0009 (d2 h) 0,6599 38,99

6 y = -3,2426 + 1,0165 d + 0,2921 h 0,6282 40,76

15 y = 489,1939 – 226,614d + 39,8736d² - 3,3131d³ +0,1310d4 –0,0020 d5 0,7064 36,22

Onde: d = diâmetro a 0,30 m do solo do solo e h = altura total (m)

Os resultados mostram que as equações 3, 4 e 15 apresentaram os melhores

coeficientes de determinação, destacando o menor erro padrão da estimativa em

porcentagem para os ajustes da equação 15. As diferenças encontradas nos valores

do coeficiente de determinação e erro padrão da estimativa em porcentagem são

relevantes. As equações formadas pela variável independente h, além da variável d,

apresentaram estatísticas ligeiramente melhores que as formadas apenas pelo d. No

entanto, a inclusão da variável h não melhorou as estatísticas das equações a ponto

de justificar a sua inclusão.

Rezende et al. (2006), apresentaram valores de R2aj iguais a 0,9864 e e Syx%

de 25,79, para uma pesquisada realizada no cerrado. E considerando que valores

0,9339 para R2aj e 40,69 Syx% foram as que apresentaram menores coeficientes de

determinação e maiores erros percentuais, com tendências a superestimar o valor

dessas variáveis, tanto para as árvores de menor diâmetro quanto para aquelas de

maior diâmetro, sendo portanto, indesejáveis para a estimativa da biomassa lenhosa

seca.

A distribuição dos resíduos das equações selecionadas (3, 4, 6 e 15) podem

ser observadas na Figura 13.

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Figura 13 – Distribuição dos resíduos para as equações de melhor desempenho na

estimativa da biomassa total de Vachellia caven.

Os gráficos de resíduos da figura 13, referentes as equações ajustadas para

biomassa mostram que a equação 4 e 15 desempenharam a melhor distribuição

residual. Desta forma, observa-se que apesar dos bons resultados obtidos para o

coeficiente de determinação (R2aj.) e o erro padrão da estimativa (Syx%) das

equações lineares 3, 6 constatou-se que estes apresentaram baixa capacidade

preditiva, observando a análise gráfica de seus resíduos.

Em um trabalho realizado no cerrado com o carvoeiro, Thompson (2009),

obteve, respectivamente, para a biomassa total valores do coeficiente de

determinação ajustado de 0,9740 e 0,9679 e para o erro padrão da estimativa o

autor encontrou um percentual 17,79 e 1974%, sendo considerados valores muito

expressivos para a biomassa com espécies nativas.

Valerio at al. (2007), encontraram com o modelo 4 utilizado no presente

trabalho, uma equação para estimativa da biomassa total com R2aj igual a 97,53 e

Syx de 9,77%, para a uva do Japão (Hovenia dulcis Thumb.), sugerindo que

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equações ajustadas com maior homogeneidade de espécies podem ser mais

exatas.

5.3.2 Biomassa da madeira do fuste

Para o ajuste de equações para estimativa da biomassa da madeira do fuste

os resultados das equações de melhor desempenho que exprimem a para Vachellia

caven em função do diâmetro a 0,30 m do solo e da altura total estão apresentados

na Tabela 06, sendo que as melhores equações ajustadas para a estimativa

apresentaram R²aj acima de 0,8196 e Syx% variando entre 36,93 e 40,38%.

Tabela 06 – Equações de melhor desempenho para estimativa da biomassa da madeira do fuste para Vachellia caven. Nº Equação R²aj Syx%

3 y = - 2,5200 + 0,5307 d + 0,0006 (d2 h) 0,8256 39,70

4 y = - 1,6060 + 0,3796 d + 0,00578 d2 + 0,0006 (d2 h) 0,8196 40,38

5 y = 0,7763 + 0,0196 d2 + 0,0006 (d2 h) 0,8223 40,08

15 y = 308,3419 – 142,5967 d + 24,936 d² - 2,059d³ +0,0808d4 –0,0012 d5 0,8491 36,93

Onde: d = diâmetro a 30 cm do solo e h = altura total (m)

Os resultados mostram que as equações apresentaram bons coeficientes de

determinação e erro. A equação formada apenas pela variável independente d que

apresentou melhor coeficiente de determinação e erro padrão da estimativa foi a

equação 15, com 0,8491 e 36,93%. Para a equação formada pelas variáveis

independentes d e h, a que apresentou melhores foi a equação 3, com 0,8256 e

39,70%. O resultado encontrado para as equações sugere bons ajustes,

principalmente considerando a diversidade da espécie, que estão em diversos

estágios de desenvolvimento e oriundas de um fragmento florestal de savana

estépica.

A distribuição dos resíduos das equações selecionadas (3, 4, 5 e 15) podem

ser observadas na Figura 14.

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Figura 14 – Distribuição dos resíduos das melhores equações da estimativa da

biomassa da madeira do fuste de Vachellia caven.

Na análise da distribuição gráfica dos resíduos verificou-se que os pontos

ficaram distribuídos aleatoriamente ao longo do eixo das abscissas, sem caracterizar

algum tipo de tendência, o que é desejável. Foi observado que conforme a variável d

das árvores aumentavam, aumentavam também seus resíduos, como pode ser

observado na Figura 14.

Os gráficos de resíduos referentes às equações ajustadas para biomassa da

madeira do fuste mostram que as equações 3, 4 e 5 desempenharam melhor

distribuição residual, sem tendência de super ou subestimativa ao longo da linha de

regressão. E, relação a biomassa total, a biomassa da madeira do fuste melhorou a

sua distribuição gráfica, contudo não reduziu os erros das estimativas.

Páscoa et al. (2004), encontraram valores superiores ao do presente trabalho,

o R²aj foi de 0,930, no ajuste de equações para estimativa da biomassa do fuste de

pinheiro bravo e consideram as equações de boa qualidade. Thompson (2009),

modelando a biomassa do componente aéreo de Sclerolobium paniculatum Vor. var.

subvelutinum Benth, no cerrado, obteve, respectivamente, para a biomassa da

madeira do fuste como melhor coeficiente de determinação ajustado 0,7616 e

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0,8716 e para o erro padrão da estimativa percentual 39,22 e 53,80% valores

semelhantes aos encontrados neste estudo.

5.3.3 Biomassa da casca

Para a biomassa da casca, de uma maneira geral, as equações ajustadas

apresentaram coeficientes de determinação ajustado mais baixos que os

encontrados na madeira do fuste e um alto erro padrão da estimativa. Os R²aj

ficaram acima dos observados por Socher (2004), que foram inferior, 0,457 para a

Floresta Ombrófila Mista Aluvial, em Araucária - PR, e um erro padrão da estimativa

inferior aos do presente trabalho, 78,20%. As equações ajustadas e as estatísticas

de ajuste estão apresentadas na Tabela 07.

Tabela 07 – Equações de melhor desempenho para estimativa da biomassa da casca para Vachellia caven. Nº Equação R²aj Syx%

1 log Y = -1,9870+ 1,8711 log d 0,5213 1082,69

7 log Y = -1,7327 + 1,5198 log d + 0,2877 log h 0,5496 1050,30

12 ln y = -1,3334 + 0,2211 ln (d² h) 0,5309 465,49

15 y = 72,5407 – 33,740d + 5,9444d² - 0,4949d³ +0,0196d4 – 0,0003 d

5 0,6378 46,46

As equações selecionadas para as estimativas de biomassa da casca

apresentaram baixas variações para o coeficiente de determinação ajustado (R2aj.)

flutuando entre 0,5213 a 0,6378. As estimativas para o erro padrão da estimativa

percentual (Syx%) variaram de 46,46 a 1082,69% para a biomassa da casca. Isso se

deve ao fato da casca ser um tecido morto (que vai perdendo C e espessura), muito

espesso, irregular com fendas, assim dando uma alteração no diâmetro que é uma

das variáveis dendrométricas avaliada.

Embora o R2aj não tenha sido tão baixo, e pode ser considerado satisfatório, o

Syx% foi muito elevado, o que denota estimativas de baixa exatidão. Verificou-se,

ainda, que a inclusão da variável independente altura total nos modelos de

regressão não melhorou significativamente os ajustes das equações.

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Socher (2004) em sua pesquisa em um fragmento de Floresta Ombrófila

Mista Aluvial, encontrou equações com estatísticas similares para estimativa da

biomassa da casca, o autor considerou insatisfatórios os resultados e ponderou que

a inclusão de uma variável que represente a espessura da casca pode melhorar a

exatidão das estimativas das equações ajustadas.

Ferreira et al. (2004) trabalharam com o ajuste de modelos para a estimativa

da biomassa dos componentes aéreos de Grevillea robusta (Cunn.) observando

para o ajuste do modelo 1 o melhor desempenho para a estimativa do componente

casca, o qual obteve como coeficiente de determinação 0,75 e erro padrão da

estimativa de 38,7%. Os R²aj ficaram abaixo dos observados por Páscoa et al.

(2004), que foi de 0,92.

As equações resultantes dos modelos logarítmicos 1, 7 e 12 apresentaram a

melhor distribuição gráfica de resíduos para a biomassa da casca (FIGURA 15).

Figura 15 – Distribuição dos resíduos para as equações de melhor desempenho na

estimativa da biomassa da casca de Vachellia caven.

As quatro equações apresentam resultados de desempenho semelhantes

para as estatísticas avaliadas. Verificou-se que todas as equações apresentaram

boa distribuição gráfica dos resíduos, aleatória ao longo do eixo das abscissas e

sem denotar tendências claras de sub ou superestimativas, possibilitando assim

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escolher a equação 12 como a mais apropriada do ponto de vista prático,

demandando apenas uma variável independente de fácil obtenção.

5.3.4 Biomassa dos galhos

Assim como para a biomassa da casca, as equações ajustadas para a

estimativa da biomassa dos galhos apresentaram equações com baixo coeficiente

de determinação ajustado, inferior a 0,1967 e alto erro padrão da estimativa,

superior a 61,12%, que indicando que o ajuste com os dados não foi muito bom e

possuindo baixa exatidão nas estimativas. As equações e suas estatísticas de ajuste

estão apresentadas na Tabela 08.

Tabela 08 – Estatísticas obtidas para as melhores equações para estimativa da biomassa dos galhos para Vachellia caven. Nº Equação R²aj Syx%

1 log Y = -0,7194 + 1,0179 log d 0,1562 84,46

2 y = -0,4418 + 0,2948 d -0,0096 d2 0,1549 62,69

4 y = -3,4775 + 0,8627d – 0,0266d² + 0,0001(d²h) 0,1751 61,94

15 y = 74,8228 – 35,1382d + 6,3209 d² - 0,5362 d³ + 0,0217d4 -0,0003d5 0,1967 61,12

Observando os resultados das estatísticas analisadas, pode-se constatar que

a equação 15, que relaciona a biomassa dos galhos vivos do espinilho em função do

diâmetro a 0,30 m do solo, apresentou de maneira em geral o melhor desempenho,

obtidos para o coeficiente de determinação (0,1967), erro padrão da estimativa

(61,12%), esta equação possui apenas o d como variável independente. A

comparação da distribuição gráfica dos resíduos evidencia uma melhor distribuição e

concentração dos pontos para o ajuste na equação 15 (FIGURA 16).

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Figura 16 – Distribuição dos resíduos para as equações de melhor desempenho na

estimativa da biomassa dos galhos de Vachellia caven.

Urbano (2007), que ajustou equações para estimar a biomassa seca dos

galhos de bracatinga e obteve resultados mais satisfatórios, com R2aj de 0,907 e Syx

de 43,16%, para galhos maiores que 4 cm de diâmetro, e R²aj de 0,849 e Syx de

36,01%, para galhos com diâmetro menor que 4 cm. Socher (2004) ajustou

equações para estimativa da biomassa seca dos galhos de um fragmento de

Floresta Ombrófila Mista Aluvial, com coeficiente de determinação ajustado igual

a 0,94 e erro padrão da estimativa de 43,84%, mas não considerou os

resultados satisfatórios, entretanto foram melhores do que os encontrados no

presente trabalho.

5.3.5 Biomassa das folhas

As equações ajustadas para a biomassa das folhas se mostraram pouco

ajustadas, com baixo coeficiente de determinação, inferior a 0,0895 e erro padrão da

estimativa considerado alto, acima de 40,65%, como pode ser observado na Tabela

09.

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Tabela 09 – Equações de melhor desempenho para estimativa da biomassa das folhas para Vachellia caven. Nº Equação R²aj Syx%

2 y = -0,4418 + 0,2948 d -0,0096 d2 0,0500 41,52

4 y = -0,7675 + 0,3637 d – 0,013 d2 + 0,000006 (d2 h) 0,0887 40,67

13 y = 1,5081 – 0,2084 d + 0,0304 d² - 0,0010 d³ 0,0300 41,96

15 y = 33,498 – 15,1389d +2,6726d² - 0,223d³ + 0,008862 d4 – 0,0001 d5 0,0895 40,65

Observou-se na literatura que o ajuste de equações para a estimativa da

biomassa das folhas dificilmente apresenta bons resultados, especialmente para

espécies de florestas nativas. Socher (2004), em equações para a uma encontrou

R²aj de 0,705 e Syx de 62,79%, resultados que esse autor considerou insatisfatórios.

Ratuchne (2010), na Floresta Ombrófila Mista Montana, também ajustou equações

com baixo coeficiente de determinação, 0,791, e alto erro padrão da estimativa,

97,82%.

Caron et al. (2014), analisando biomassa em Ilex paraguariensis,

relacionando os componentes com os dias após a poda, obteve um R2aj de 0,69,

considerando assim uma variação significativa em relação ao número de dias após a

poda, ou seja, ao longo das estações do ano. Observaram ainda que o maior

acúmulo de biomassa das folhas ocorreu no período do verão a outono.

Páscoa et al. (2004) obtiveram resultados expressivos no ajuste de

equações para estimativa da biomassa seca da folhagem do pinheiro bravo, com

R2aj de 0,865, muito melhores que o do presente trabalho. Miranda (2008),

estudando modelos de estoque de biomassa e carbono em áreas de restauração

florestal no sudoeste paulista, considerou não satisfatórias as equações ajustadas

para estimativa da biomassa seca da folhagem em uma área de restauração,

quando verificou coeficiente de determinação de 0,687 e erro padrão de 81,71%.

Quanto a distribuição gráfica dos resíduos, as equações apresentaram os

resíduos distribuídos aleatoriamente ao longo do eixo do d, como pode ser

observado na Figura 17. Essa forma de distribuição, além de indicar bom ajuste das

equações, não mostra tendências de sub ou superestimativas para o intervalo de

dados analisado.

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Figura 17 – Distribuição dos resíduos para as equações de melhor desempenho na

estimativa da biomassa das folhas de Vachellia caven.

As equações ajustadas para a estimativa da biomassa seca da folhagem das

árvores foram semelhantes, apesar de apresentar estatísticas imprecisas.

Segundo Martins (2011) a dificuldade em estimar a biomassa da folhagem

pode estar associada às condições climáticas no período de coleta, dependendo da

época da coleta algumas espécies perdem parte de suas folhas, enquanto outras

mantêm todas as folhas, dessa forma torna-se difícil correlacionar todas as

espécies, pois a variação na quantidade de folhas entre as espécies aumenta o erro,

outro fato que pode ser atribuídos diz respeito à forma da copa, árvores de espécies

diferentes e também árvores da mesma espécie apresentam diferenças quanto a

forma da copa e consequentemente afetam a distribuição e número de folhas em

cada árvore.

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6 CONCLUSÃO

A área basal da comunidade estudada foi de 3,61 m2 ha-1 para 229

indivíduos, considerado dentro dos padrões quando comparado a outros trabalhos

presentes na literatura. A estrutura diamétrica seguiu o modelo “J invertido”, ou seja,

a medida que as árvores aumentam o diâmetro a frequência decresce, sendo muito

característico de florestas nativas;

A estatística descritiva para a biomassa e os teores de carbono mostrou que

existem diferenças entre as amostras analisadas. Os maiores no CV% para a

biomassa foi de 95,70 para o fuste e no teor de carbono foi de 3,02 para o mesmo

componente. Sendo os galho de menos CV% para o teor de carbono (1,29) e as

folhas com 42,59 para a biomassa. Isso explica que as plantas possuem uma menor

massa específica e menor teor de carbono;

No percentual de teores de carbono foi evidenciada uma supremacia desse

teor contido nas folhas em relação aos demais componentes. As plantas

normalmente apresentam maiores concentrações de carbono em locais com maior

atividade metabólica, como a folhagem, que é o órgão responsável pela

fotossíntese. Isto em termos de sequestro de carbono é muito bom para a espécie.

Houve uma correlação linear entre as variáveis dendrometrias e de biomassa

de Vachellia caven analisadas neste estudo, porém elas foram baixas e

significativas, sendo que o diâmetro foi a variável mais expressiva. Para a biomassa

da madeira do fuste e biomassa total, o diâmetro apresentou uma boa correlação, ou

seja, quanto maiores os valores dessas biomassas, sob menor concorrência, a

árvore apresenta maior diâmetro;

As equações ajustadas para o fragmento de Savana Estépica Parque

apresentou alto erro padrão da estimativa e baixo coeficiente de determinação,

podendo fornecer estimativas de baixa exatidão;

As equações ajustadas para a biomassa da árvore total e da madeira do fuste

apresentaram os melhores resultados no ajuste, produzindo equações com bons

coeficientes de determinação ajustado e erro padrão da estimativa aceitável,

considerando que são equações para florestas naturais, podendo fornecer

estimativas de biomassa aceitáveis e os resultados foram considerados satisfatórios

e similares aos encontrados por outros autores;

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Para a casca, galhos e folhas as equações de biomassa apresentaram baixo

coeficiente de determinação ajustado, mas alto erro padrão da estimativa, indicando

que as equações podem apresentar baixa exatidão nas estimativas;

A área do estudo possui em média, 4,84 kg árvore-1 de carbono (12 árvores) e

10,23 kg árvore-1 de biomassa (30 árvores) acima do solo, indicando que a

preservação desse fragmento de Savana Estépica Parque não só um importante

passo para se evitar a emissão de gases do efeito estufa pelo desmatamento, mas

também na fixação de carbono;

Nota-se que uma amostragem de maior número de árvores para biomassa e

uma distribuição diamétrica, também pode melhorar os ajustes das equações, além

de tornar a amostragem mais representativa.

Além disso, os fatores morfológicos e fisiológicos também influenciaram nos

resultados deste trabalho, pois as árvores são de porte baixo, cascas espessas,

folhas diminutas, alto grau de tortuosidade nas árvores, além dos extremos

climáticos na localidade do estudo, onde o verão é extremamente seco, com

neossolo litólico que abre rachaduras e um inverno rigoroso e úmido , o que leva a

concluir que os fatores inerentes da espécie também influenciaram nesta pesquisa.

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