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1 FIT - FACULDADE IMPACTA DE TECNOLOGIA Biometria no Auto Atendimento Bancário Andre Luis dos Santos Messias

Biometria no Auto Atendimento Bancário

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Biometria no Auto Atendimento Bancário

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FIT - FACULDADE IMPACTA DE TECNOLOGIA

Biometria no Auto Atendimento Bancário

Andre Luis dos Santos Messias

São Paulo

Page 2: Biometria no Auto Atendimento Bancário

2

2007

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3

FIT - FACULDADE IMPACTA DE TECNOLOGIA

Biometria no Auto Atendimento Bancário

Andre Luis dos Santos Messias

Monografia de Conclusão de Curso

apresentada como exigência parcial para

obtenção do título de bacharelo de graduação

em Gestão de Sistemas da Informação

Orientador: Prof. José Luiz Moraes de Souza

São Paulo

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4

2007

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5

Orientador:

__________________________________________

Banca:

__________________________________________

__________________________________________

Page 6: Biometria no Auto Atendimento Bancário

6

Agradecimento(s)

Gostaria de agradecer aos professores Renata e José Luiz pela paciência e

motivação e também a todos os amigos e familiares envolvidos direta e

indiretamente na monografia.

Page 7: Biometria no Auto Atendimento Bancário

7

RESUMO

Biometria é o termo utilizado quando nos referimos à tecnologia utilizada para

a verificação ou reconhecimento de uma pessoa com base em alguma característica

física ou algum aspecto comportamental. Para o uso inicial de um sistema

biométrico cada usuário deve ser registrado; a base desse registro consiste no

armazenamento de uma característica biológica, física ou comportamental do

indivíduo, esses dados serão utilizados posteriormente na verificação da identidade

do usuário. Um sistema biométrico padrão é composto por um dispositivo de medida

que forma a interface do usuário, um software de operação incluindo o algoritmo

matemático que irá checar a medida contra um modelo, e um conjunto de hardware

e sistemas externos. As aplicações práticas de tecnologias biométricas são diversas

e estão se expandindo. A segurança da biometria vem ganhando um número

crescente de interessados principalmente na automação bancária, onde está

alterando a forma de identificação dos sistemas e garantindo mais segurança aos

usuários e ao negócio.

Palavras Chaves: Biometria, reconhecimento,segurança.

Page 8: Biometria no Auto Atendimento Bancário

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ABSTRACT

Biometry is the term used when we refer to the technology used for verification

or for the person's recognition based in biologic characteristic, or in some behavior

aspect. For the initial use of a biometric system each user should be registered; the

base of that registration consists of the storage of physical information or individual's

behavior biological characteristic, these data will be used later in the verification of

the user's identity. A standard biometric system is composed by a measuring device,

which form the user's interface, operation software, including the mathematical

algorithm that will check the measure against a model, and a hardware group and

external systems. The practical applications of biometric technologies are many and

they are expanding. The safety of the biometric is winning an interested growing

number mainly in the banking automation, where it is altering the way of identification

of the systems and guaranteeing more safety to the users and the business.

Key-Words: Biometric, recognition, safety.

Page 9: Biometria no Auto Atendimento Bancário

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO......................................................................................................10

2 O QUE É BIOMETRIA?........................................................................................17

2.1 COMO FUNCIONA A AUTENTICAÇÃO BIOMÉTRICA.........................................................................19

2.2 IDENTIFICAÇÃO X VERIFICAÇÃO.....................................................................................................22

2.3 FALSA ACEITAÇÃO E FALSA REJEIÇÃO...........................................................................................23

2.4 HISTÓRICO.......................................................................................................................................26

3 BIOMETRIA, VULNERABILIDADES E SEGURANÇA.........................................28

3.1.1 IMPRESSÃO DIGITAL........................................................................................................................29

3.1.2 RECONHECIMENTO FACIAL..............................................................................................................33

3.1.2.1 MIROS TRUEFACE...........................................................................................................................35

3.1.2.2 VISIONICS FACEIT...........................................................................................................................37

3.1.3 RECONHECIMENTO DA VOZ.............................................................................................................38

3.1.4 IDENTIFICAÇÃO DA RETINA.............................................................................................................43

3.1.5 RECONHECIMENTO ATRAVÉS DAS VEIAS DA PALMA DA MÃO.........................................................45

3.2 COMPARATIVO ENTRE AS TÉCNICAS BIOMÉTRICAS.........................................................................47

3.3 VULNERABILIDADES DOS SISTEMAS BIOMÉTRICOS........................................................................51

3.3.1 VULNERABILIDADES DA IMPRESSÃO DIGITAL.................................................................................51

3.3.2 VULNERABILIDADES DO RECONHECIMENTO FACIAL......................................................................52

3.3.3 VULNERABILIDADES NO RECONHECIMENTO DA VOZ......................................................................53

3.3.4 VULNERABILIDADE NO RECONHECIMENTO DA RETINA..................................................................53

4 O AUTO ATENDIMENTO BANCÁRIO.................................................................55

4.1 O AUTO ATENDIMENTO BANCÁRIO NO BRASIL..............................................................................57

4.2 CASOS DE USO DE BIOMETRIA NA AUTOMAÇÃO BANCÁRIA..........................................................61

4.2.1 CASOS INTERNACIONAIS..................................................................................................................64

5 O ESTADO DA ARTE...........................................................................................65

6 CONCLUSÃO........................................................................................................69

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GLOSSÁRIO.............................................................................................................74

REFERÊNCIAS.........................................................................................................75

SUMÁRIO DE TABELAS

Tabela 1- comparação de técnica biométrica quanto aos requisitos Fonte: IPTI – (2004). 47

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Page 12: Biometria no Auto Atendimento Bancário

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SUMÁRIO DE FIGURAS

Figura 1- Tipos de Autenticação de Usuários. Fonte: Autor,2007.................................11

Figura 2- Combinação de identificação utilizando informação secreta. Fonte:

Autor,2007.......................................................................................................................12

Figura 3 – Componentes de um sistema biométrico fonte:Autor,2007.........................19

Figura 4 - Processo de autenticação por biometria Fonte:Autor,2007..........................20

Figura 5 - Modelos Verificação X Identificação................................................................22

Figura 6 – Falsa Aceitação e Falsa Rejeição fonte:autor,2007......................................25

Figura 7 – Cinco técnicas de identificação digital mais aceitas no mercado

Fonte:autor,2007............................................................................................................29

Figura 8 - Localização de minutiae.....................................................................................30

Figura 9 - Dispositivos de Captura da Impressão Digital................................................32

Figura 10 - Dispositivos – Simplesmente “Câmeras”......................................................35

Figura 11 - Verificação de voz em um sistema de reconhecimento de voz................42

Figura 12 - Cadastro de voz em um sistema de reconhecimento de voz.....................43

Figura 13 - Analisador de retina..........................................................................................44

Figura 14 - Dispositivos de Captura da Retina..................................................................45

Figura 15 – Reconhecimento através das veias da palma da mão...............................46

Figura 16 - Crescimento do Mercado Biométrico.............................................................49

Figura 17 - Comparativo do mercado por tecnologia biometrica (2007).......................50

Figura 18 - Vulnerabilidade na impressão digital..............................................................52

Figura 19 - Vulnerabilidade no reconhecimento Facial....................................................53

Figura 20 - Vulnerabilidade no reconhecimento da Retina.............................................54

Figura 21 – Estimativa de vendas de produtos biométricos...........................................68

Page 13: Biometria no Auto Atendimento Bancário

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1 INTRODUÇÃO

A evolução da sociedade atual se deve ao surgimento de um novo conceito

que se baseia na tecnologia e na informação. Conceito esse que torna essencial e

necessário o uso sistemas de computadores nas áreas de negócio, econômicas,

principalmente bancária e financeira.

Essa é a razão pelo quais os bancos estarem dentre os principais investidores

em tecnologia no Brasil, pois, possuem grande preocupação contra fraudes e

redução de custos. A segurança e o bom desempenho de seus sistemas de

computador possibilitam este sucesso ocasionando em uma empresa com uma

melhor imagem e lucrativa.

Os três maiores bancos privados do Brasil, o Bradesco, Itaú e o Unibanco,

decidiram combater às fraudes no saque de dinheiro usando um novo método. No

inicio deste ano o Bradesco deu inicio a implantação dos primeiros caixas

eletrônicos com sensores para leitura da mão em São Paulo e no Rio.

Uma das grandes questões envolvendo a segurança dos sistemas refere-se

ao acesso de informações pelos usuários dos serviços bancários. O sistema será

seguro se estas informações só forem obtidas pelas pessoas autorizadas, neste

contexto destaca-se a importância da autenticação dos usuários.

Com efeito, a autenticação permite o acesso do usuário às suas informações

do sistema, assim, não se pode negar que a segurança depende implacavelmente

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de uma correta e rígida identificação do usuário. Uma identificação falha permitirá o

acesso de informações sigilosas e privilegiadas a pessoas não habilitadas para

tanto, provocando sérios riscos para a instituição e o usuário. Daí a questão da

confiabilidade dos mecanismos de autenticação ser questão das mais delicadas

para qualquer sistema de informação automatizado.

A autenticação pelo conhecimento de uma informação secreta ou pela

característica física / comportamental dos usuários são igualmente válidos do ponto

de vista sistêmico, fazendo surgir grande preocupação quanto ao nível de sua

segurança.

Esta autenticação dos usuários pode ser realizada pelo sistema de

informação secreta e pela verificação de suas características físicas ou

comportamentais. Vejamos, pela figura 1, alguns tipos de identificação utilizada pelo

mercado:

Figura 1- Tipos de Autenticação de Usuários. Fonte: Autor,2007.

Biometria

Fisiológica Comportamental

Impressão Digital

Reconhecimento Facial

Íris

Identificação da Retina

Reconhecimento de voz

Assinatura Manuscrita

Dinâmica da digitação

Senha

Pergunta secreta

Informação Secreta

PINReconhecimento das Veias da Mão

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Esclarecendo a figura podemos verificar as seguintes formas de identificação:

Alguns tipos de identificação por informação secreta:

Senha (É uma chave que permite acesso para um sistema ou local

físico, que pode ser constituída por números e letras);

Pergunta secreta (Informação pessoal compartilhada pelo usuário,

podendo ser frase, nome, animal de estimação, data de nascimento,

etc.);

PIN (Número de Identificação Pessoal).

A informação secreta pode ser utilizada de forma combinada, conferindo

maior segurança de que a pessoa é quem ela diz ser. Vejamos, pela figura 2, a

combinação de senha com uma pergunta secreta e um PIN.

Figura 2- Combinação de identificação utilizando informação secreta. Fonte: Autor,2007.

Alguns tipos de identificação por Características físicas (Biometria Física):

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Impressão Digital (representação da epiderme de um dedo).

Reconhecimento Facial (leva em conta as medidas do rosto, que nunca

se alteram. Essas medidas são distância entre os olhos, distância entre

a boca, nariz e os olhos e distância entre os olhos, queixo, boca e linha

dos cabelos).

Íris (a íris tem muitas características que podem ser usadas para

distinguir um individuo de outro, uma delas é um tecido que recebe a

sua forma no oitavo mês de gestação; durante o desenvolvimento da

íris não há nenhuma influência genética, isto significa que mesmo os

gêmeos idênticos têm íris diferente).

Identificação da Retina (a retina, parede do fundo do olho, possui

características ímpares formadas por um conjunto de vasos

sanguíneos que criam um desenho; é considerado um dos métodos

mais seguros).

Veia da Mão (cada mão possui um padrão único que não se alteram

com a idade e nem com o esforço físico).

Alguns tipos de identificação por Características comportamentais (Biometria

Comportamental):

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Reconhecimento de voz (analisa os padrões harmônicos e não apenas

reproduções de seqüências predefinidas).

Assinatura Manuscrita (capturam características como a pressão da

caneta, a velocidade, identificação dos movimentos da caneta no ar e

os pontos em que a caneta é levantada do papel, para a autenticação

da assinatura de uma pessoa).

Dinâmica da digitação (efetua uma análise da freqüência da digitação

identificada pela velocidade, espaço de tempo entre o acionamento de

cada tecla, intensidade da pressão, tempo em que se mantém

pressionada cada tecla e tempo de liberação delas).

No que se refere à autenticação baseada em senhas, vários problemas

podem exsurgir. Com efeito, neste sistema o usuário precisa ter muito cuidado e

disciplina no manuseio dos dados secretos, já que por meio destes qualquer terceiro

poderá ter acesso a suas informações. Este rigor demandado muitas vezes inibe a

utilização do sistema de senhas.

Este sistema estrutura a autenticação numa informação que pode ser

copiada, esquecida ou até mesmo decifrada por um terceiro não autorizado. Além

disso, existem vários métodos para que um intruso possa atacar sistemas baseados

em senhas, dentre podemos destacar: a adivinhação da senha, o ataque por

dicionário1, o monitoramento do tráfego na rede, a engenharia social, os “cavalos-de-

1 Consiste de um arquivo de senhas possíveis e um programa que se conecta no servidor e testa todas as senhas.

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tróia” e a cópia de anotações. Os CERTs2 (Computer Emergency Response Teams)

estimam que aproximadamente 80% dos incidentes de segurança registrados são

relacionados às senhas fracas.

Segundo a Fenaseg 3 (Federação Nacional da Empresas de Seguros

Privados e Capitalização), hoje a fraude no Brasil, consome 10% dos sinistros

pagos, que representam prejuízos da ordem de R$ 1,5 bilhão/ano.  

A par das diversas fragilidades do sistema de senhas surge o relevo da

autenticação biométrica cujo grau de certeza na autenticação do usuário é bastante

aceitável.

Vários pontos positivos podem ser observados com a autenticação

biométrica, por exemplo, seu uso não depende da memória ou de uma informação

que precisa ser guardada pelo usuário, da mesma forma, as informações utilizadas

pela biometria, características físicas e comportamentais, são inerentes ao usuário,

não podem ser esquecidas, perdidas, abandonadas ou roubadas.

Outros fatores podem ser destacados como garantidores da segurança, tais

como: exigência da presença física do identificado, impossibilidade da tática de

“ataque por dicionário”, sua manutenção é menos custosa do que o sistema de

senhas. Assim, o sistema biométrico pode representar ganhos não só pelo aumento

da segurança como também em razão de seus custos de manutenção.

2 MAURICIO FIORESE, Uma proposta de Autenticação de Usuários para Ensino a Distância, Porto Alegre, 2000, disponível [on line] em http://penta.ufrgs.br/pesquisa/fiorese/ [08/02/2007]3 DIÓGENES MUNIZ, Caixa eletrônico começa a exigir leitura da mão para evitar fraudes, São Paulo, 2007, disponível [on line] em http://www1.folha.uol.com.br/folha/informatica/ult124u21495.shtml [27/01/2007]

Page 19: Biometria no Auto Atendimento Bancário

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Porém o sistema biométrico não é perfeito. Temos alguns pontos negativos

como o receio devido à invasão de privacidade e o incomodo dos usuários que

entendem serem intrusivas as técnicas de autenticação.

Nesse trabalho, serão apresentadas algumas técnicas de biometria com foco

nas cinco principais técnicas e mecanismos de autenticação de usuários que,

acreditamos serem as mais aplicáveis ao auto-atendimento bancário. São elas: a

impressão digital, o reconhecimento facial, o reconhecimento da voz,

reconhecimento da retina e o reconhecimento das veias da mão. Iremos analisar

suas características e tendências futuras

Além desta introdução o presente trabalho apresentará, no capítulo 2, a

tecnologia, seu funcionamento e histórico. No capítulo 3, se encontra especificações

e funcionalidades de cada técnica . No capítulo 4, utilizando informações coletadas

das principais fornecedoras de ATMs (Automatic Teller Machine) brasileiras. No

capítulo 5 será descrito o estado da arte, finalmente, no capítulo 6 falaremos sobre

as conclusões finais deste trabalho. Passemos de imediato ao capítulo 2 realizando

uma ampla apresentação da biometria.

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2 O QUE É BIOMETRIA?

Segundo o Dicionário Aurélio, biometria é o ramo da ciência que estuda a

mensuração dos seres vivos.

Em termos de Tecnologia da Informação, a expressão “biometria” usualmente

é utilizada quando nos referimos à tecnologia utilizada para a verificação ou

reconhecimento de uma pessoa com base em alguma característica física (como

uma impressão digital), ou algum aspecto comportamental (como um padrão de

voz). Deste modo, a biometria pode ser utilizada, por exemplo, para autenticação de

usuários nos ATMs de um banco, com maior segurança.

Teoricamente qualquer característica humana, física ou comportamental pode

ser usada para a identificação de pessoas, desde que satisfaçam os requisitos

abaixo:

Universalidade: significa que todas as pessoas devem possuir a

característica;

Singularidade: indica que esta característica não pode ser igual em pessoas

diferentes;

Permanência: significa que a característica não irá variar com o tempo;

Page 21: Biometria no Auto Atendimento Bancário

21

Mensurabilidade: indica que a característica pode ser medida

quantitativamente.

Podemos, ainda, verificar que outros requisitos são importantes para

utilização prática da identificação biométrica:

Desempenho: refere-se à precisão de identificação, os recursos requeridos

para obtê-la de forma aceitável e aos fatores ambientais que a afetam;

Aceitabilidade: indica o quanto as pessoas estão dispostas a aceitar os

sistemas biométricos;

Proteção: refere-se à facilidade / dificuldade de enganar o sistema com

técnicas fraudulentas.

Em conjunto aos requisitos citados, são utilizados algoritmos matemáticos

inteligentes para a criação dos sistemas biométricos. Os sistemas biométricos são

métodos automatizados para a verificação ou reconhecimento de uma pessoa com

base em alguma característica física ou aspecto comportamental.

Como os sistemas biométricos se baseiam em características intrínsecas do

ser humano, podem ser empregados como métodos de autenticação rápida e com

alto nível de precisão. Têm como uma de suas principais vantagens o fato de ser

intransferível, ou seja, não podem ser perdidos nem roubados.

Page 22: Biometria no Auto Atendimento Bancário

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Um sistema biométrico padrão é formado pelos seguintes componentes

como mostra a figura 3.

Figura 3 – Componentes de um sistema biométrico fonte:Autor,2007

Dispositivo de medida, o qual forma a interface do usuário;

Software de operação, incluindo o algoritmo matemático que irá fazer a

verificação contra um modelo;

Hardware e sistemas externos.

2.1 Como Funciona a Autenticação Biométrica

No processo de autenticação de usuários por biometria temos duas fases, o

registro e a verificação como monstra a figura 4.

Dispositivo de Medida

Software Hardware

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Figura 4 - Processo de autenticação por biometria Fonte:Autor,2007

Para que o sistema seja colocado em prática é preciso que cada usuário seja

inicialmente registrado pelo administrador. O processo de registro consiste no

armazenamento de uma característica física ou comportamental do indivíduo, que

será utilizada posteriormente na verificação da identidade do usuário.

A característica é tipicamente adquirida por um dispositivo de hardware, o

qual está na parte do mecanismo de autenticação responsável pela interface do

usuário. O componente de interface do usuário para estes sistemas é um dispositivo

conhecido como sensor; quando uma característica física é apresentada ao sensor,

ele produz um sinal que é modulado em resposta às variações físico medidas.

Os sinais produzidos pela maior parte dos sensores, por serem analógicos

por natureza, devem ser convertidos para digitais, para que possam ser

processados por um computador. Ao invés de usar todos os dados do sensor os

sistemas biométricos freqüentemente processam estes dados para extrair apenas as

informações relevantes ao processo de autenticação.

Page 24: Biometria no Auto Atendimento Bancário

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Uma vez que a representação digital foi processada para o ponto desejado

ela será armazenada. A característica biológica armazenada na forma digital é

chamada de modelo. Muitos dispositivos biométricos capturam amostras múltiplas

durante o processo de registro para contabilizar graus de variação na medida destas

características.

Uma vez que o usuário está registrado, os dispositivos biométricos são

usados na verificação da identidade do usuário. Quando o usuário necessita ser

autenticado, sua característica física é capturada pelo sensor para então ser

comparada com o modelo biométrico armazenado.

A representação digital usada na verificação é chamada de amostra. A

amostra pode não conferir de maneira exata com o modelo armazenado. Como

geralmente há alguma variação na medida, estes sistemas não podem exigir uma

comparação exata entre o modelo original armazenado e a amostra corrente, em

contra proposta, a amostra corrente é considerada válida se estiver dentro de certo

intervalo estatístico de valores. Um algoritmo de comparação é usado para

determinar se um usuário quando verificado é o registrado.

O algoritmo de comparação produz um resultado tendo como referência o

modelo armazenado, se o resultado for um valor aceitável, uma resposta afirmativa

é dada.

A aceitação difere para cada dispositivo biométrico, para alguns, o

administrador do sistema pode configurar o nível de aceitação, se este nível for

muito baixo, o dispositivo biométrico pode falhar, permitindo o acesso de usuários

Page 25: Biometria no Auto Atendimento Bancário

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fraudulentos; se for muito alto, os usuários podem ter problemas na autenticação,

impedindo o seu acesso. Este padrão de comparação é fundamental para a

operação de qualquer sistema biométrico e imprescindível na avaliação de um

produto biométrico.

2.2 Identificação x Verificação

O modelo armazenado a partir de um dispositivo biométrico para

posteriormente ser utilizado pelo algoritmo de comparação pode ser usado na

identificação ou na verificação de usuários. Vejamos, na figura 5 o modelo de

Verificação e Identificação.

Figura 5 - Modelos Verificação X Identificação

Fonte: Precision – Soluções em Controle de Ponto e Acesso, disponível [on line] em

http://www.precisionsistemas.com.br/Bio_Mais.htm

A identificação biométrica é um processo um-para-muitos (1: N), onde em

tempo de execução o sistema coleta uma amostra, que será comparada com todos

Page 26: Biometria no Auto Atendimento Bancário

26

os modelos da base de dados, a fim de verificar se está coincide com algum dos

modelos e, em caso positivo, determina a identidade do usuário.

A verificação biométrica é um processo um-para-um (1:1), onde o sistema

verifica a identidade de um usuário comparando a amostra com um modelo

específico. Através de uma identificação fornecida, por exemplo, senha, informação

secreta ou PIN, o sistema localiza o modelo desejado e o compara com a amostra

apresentada. Se houver coincidência entre a amostra e o modelo armazenado, o

sistema confirma que o usuário realmente possui a identidade afirmada.

Verificações biométricas são, tipicamente, mais rápidas do que a identificação

porque elas não precisam comparar a amostra com todo o banco de dados de

modelos.

2.3 Falsa Aceitação e Falsa Rejeição

Na escolha de um sistema de autenticação biométrico, o desempenho deve

ser levado em conta. Este pode ser categorizado por duas medidas: a taxa de falsa

aceitação (TFA) e a taxa de falsa rejeição (TFR). A TFA representa a percentagem

de usuários não-autorizados que são incorretamente identificados como usuários

válidos, e a TFR representa a percentagem de usuários autorizados que são

incorretamente rejeitados.

As taxas TFA e TFR podem ser obtidas através de protocolos "uma tentativa"

ou "três tentativas". No protocolo "uma tentativa" os usuários têm apenas uma

Page 27: Biometria no Auto Atendimento Bancário

27

chance de passar no teste biométrico, os dados são coletados em apenas uma

oportunidade e então são analisados, a partir disso vem à rejeição ou aceitação. No

caso "três tentativas", o usuário tem até três chances antes que seja definitivamente

rejeitado, nesse método podemos ter uma melhora na TFR sem deteriorar a TFA, o

único empecilho seria a demora na coleta dos dados.

Em muitos sistemas podemos configurar a TFA e a TFR, a medida crítica

dessa configuração é conhecida como taxa de cruzamento, ela é o ponto onde a

TFA e a TFR se cruzam. Muitos sistemas biométricos comerciais têm taxas de

cruzamento abaixo de 0,2%, e alguns abaixo de 0,1%4. A taxa aumenta com a

freqüência do uso, com os usuários acostumando-se com o sistema e o sistema

tornando-se mais afinado com o nível de variação esperado.

As duas taxas de erro estão diretamente relacionadas com o nível de

segurança empregado no sistema, se o nível de segurança for muito elevado, há um

aumento na TFR, pois a identificação dos usuários será mais rigorosa. Por outro

lado, se esse nível for muito baixo, tem-se uma alta na TFA.

Na implementação do sistema devemos encontrar um nível de segurança

adequado para as duas taxas. Essa configuração é possível devido ao fato de os

fabricantes de sensores e de algoritmos de reconhecimento de digitais permitirem o

controle do nível de segurança.

4 MAURICIO FIORESE, Uma proposta de Autenticação de Usuários para Ensino a Distância, Porto Alegre, 2000, disponível [on line] em http://penta.ufrgs.br/pesquisa/fiorese/ [08/02/2007]

Page 28: Biometria no Auto Atendimento Bancário

28

O nível configurado no algoritmo de comparação tem efeito direto nessas

taxas, o modo como estas são determinadas é fundamental para a operação de

qualquer sistema biométrico. A configuração do valor limite para tolerância das taxas

é crítica no desempenho do sistema, a falsa rejeição causa frustração e a falsa

aceitação causa fraude. A figura 6 mostra as taxas com usas respectivas causas.

Figura 6 – Falsa Aceitação e Falsa Rejeição fonte:autor,2007

Os sistemas de biometria baseados em características físicas tendem a ter

uma melhor TFA por causa da estabilidade da característica medida e porque as

características comportamentais são mais fáceis de serem duplicadas por outros

usuários.

Muitos sistemas baseados em características comportamentais precisam

modificar o modelo de referência original a cada vez que ele é usado. Isto ocorre

porque muitas características comportamentais mudam no decorrer do tempo e

podem ser afetadas pelo estado psicológico da pessoa, em decorrência de

problemas como estresse, fadiga, gripe, entre outros.

falsa rejeição causa

frustração

falsa aceitação

causa fraude

TFRTFA

Page 29: Biometria no Auto Atendimento Bancário

29

2.4 Histórico

Conforme informações retiradas do site da Logic - Engenharia de Sistemas5, o

primeiro método de identificação biométrica aceito oficialmente foi desenvolvido por

Alphonse Bertillon no final do século XVIII. Também chamada de antropometria, o

sistema se baseava numa combinação de medidas físicas tiradas de acordo com

elaborados procedimentos. As métricas junto com cor de cabelo, de olhos e fotos de

frente e de costas eram arquivadas. Bertillon criou 243 categorias.

A técnica foi adotada pela polícia de Paris em 1882 e rapidamente copiada

por toda a França e Europa. Em 1887 os Estados Unidos aderiram ao sistema. O

fracasso do método de Bertillon deveu-se a dificuldade no armazenamento e na

consulta dos dados e ao complicado método para coletar as medidas.

Mas havia outra falha no sistema de Bertillon. Ao contrário do que se

pensavam as categorias criadas não eram únicas. Aconteceram muitos erros que

causaram o descrédito do sistema. Um dos mais conhecidos foi a prisão de um

homem que alegou nunca ter passado pela prisão. No entanto, ao verificar as

informações, verificou-se que havia outro homem com as mesmas características do

primeiro que estava detido em outro presídio.

O método de Bertillon foi substituído pelo sistema de impressão digital, criado

pelo oficial britânico William Herschel. Em missão na Índia, Herschel estava

descontente com os comerciantes locais, que não cumpriam contratos. O oficial

5 disponível [on line] em http://www.logicengenharia.com.br/mcamara/ALUNOS/Biometria.pdf [23/05/2007]

Page 30: Biometria no Auto Atendimento Bancário

30

passou a pedir que colocassem além das assinaturas, a impressão das digitais nos

documentos.

Outros pesquisadores também começaram a estudar as impressões digitais

na mesma época. Em 1870, o cirurgião Henry Faulds começou a vislumbrar nas

digitais um caminho para comprovar identidades. Mas a classificação final ficou por

conta do oficial Edward Richard Henry, que criou e adotou o sistema em 1897, na

cidade indiana de Bengal. O sistema funcionou tão bem que foi adotado em toda

Índia.

Pouco tempo depois, um comitê da Scotland Yard testou e aprovou o sistema,

implantado na Inglaterra em 1901. O sistema antropométrico de Bertillon estava

ultrapassado, apesar de algumas agências o terem usado até a década de 30.

Page 31: Biometria no Auto Atendimento Bancário

31

3 Biometria, Vulnerabilidades e Segurança

Na escolha de um sistema de identificação biométrico, temos que levar em

conta alguns fatores, como desempenho, custo, aceitabilidade, intrusividade,

localização da instalação do sistema, entre outros.

Geralmente, os sistemas baseados em biometria física são maiores e mais

caros, e seu uso em algumas aplicações pode ser considerado ameaçador aos

usuários, enquanto que os sistemas baseados em biometria comportamental têm a

implementação mais barata e seu uso é mais amigável. Ambas as técnicas

fornecem um meio de autenticação de usuários muito mais confiável que os

mecanismos de segurança baseados em senhas, perguntas secretas ou PINs.

Para os sistemas biométricos serem efetivos, temos que analisar as

diferentes técnicas e as taxas de falsa aceitação (TFA) e falsa rejeição (TFR), para

então implantarmos. Por exemplo, as ATMs assistidos, que ficam dentro de

empresas, poderiam utilizar um sistema de verificação de impressão digital e as

ATMs que ficam em lugares públicos, como por exemplo em hipermercados,

poderiam utilizar um sistema de reconhecimento de retina, por ser considerado um

sistema mais seguro.

Como mostra a figura 7, definimos cinco técnicas de identificação digital mais

aceitas no mercado, sendo que entre elas, algumas já estão sendo utilizadas

comercialmente nas instituições financeiras, outras ainda estão em estudo ou são

inviáveis comercialmente, podendo se tornar realidade no futuro.

Page 32: Biometria no Auto Atendimento Bancário

32

Figura 7 – cinco técnicas de identificação digital mais aceitas no mercado

fonte:autor,2007

3.1.1 Impressão Digital

A impressão digital é bastante conhecida, devido a estabilidade e a

individualidade, além de ser utilizada por algumas técnicas, desde o final do século

XIX.

Na verificação de uma impressão, muitos sistemas analisam pontos

específicos utilizados para identificar e fazer as comparações entre as digitais,

chamadas de minutiae, esses pontos individualizam a impressão digital capturada;

também são analisadas as terminações e bifurcações dos sulcos. Sistemas

modernos também verificam outras características para identificação única, tais

como arcos e voltas que aparecem no dedo.

Na figura 8 é demonstrada uma impressão digital capturada, a parte em

vermelho representa os sulcos perseguidos e os pontos azuis onde foram

localizadas as minutiae.

Impressão Digital Reconhecimento da Voz

Identificação da RetinaReconhecimento Facial

Verificação da Veia da Mão

Page 33: Biometria no Auto Atendimento Bancário

33

Figura 8 - Localização de minutiae

Fonte: Proposta de um Sistema para Processamento de Impressões Digitais Implementado em Hardware

(VANDERLEI BONATO, 200?)

Numa imagem de impressão digital obtida por um dispositivo, existem em

média 30 a 40 minutiae. O FBI (Federal Bureau of Investigation) americano

comprovou que não existem dois indivíduos que possuam mais do que 8 minutiae

comuns.

Para o reconhecimento de um usuário, cujas informações já foram

armazenadas pelo sistema, podemos utilizar a verificação e a identificação para

extrair as informações necessárias.

Na verificação, é necessário que o usuário forneça um código ou cartão para

buscar a impressão digital, que foi previamente coletado no momento de seu

cadastro no sistema e armazenado no banco de dados. Em tempo de execução, a

impressão digital desse usuário é capturada para ser feita uma comparação (1:1)

entre a digital coletada e a que estava armazenada no banco de dados. O resultado

Page 34: Biometria no Auto Atendimento Bancário

34

da verificação é verdadeiro ou falso, de acordo com o resultado da comparação

entre as digitais.

Na Identificação, não é necessário que o usuário forneça nenhum tipo de

identificação prévia para o sistema, o sistema captura a sua impressão digital para

fazer comparação (1: N) com os modelos de digitais armazenados no banco de

dados. Essa operação necessita de um maior poder de processamento e é mais

suscetível a erros.

No modelo de identificação, como utilizamos a comparação 1: N temos que

trabalhar com a TFA, que seria referente às situações em que o cliente não

cadastrado é aceito por sua digital ter sido identificada com a de outro cliente; e a

TFR, que seria referente às situações em que o cliente cadastrado não é

reconhecido pelo sistema. Esses tipos de problemas podem ocorrer por um mau

posicionamento do dedo no sensor para a captura da digital, ou devido o usuário ter

ferimentos no dedo, sujeira ou ressecamento da pele.

Tipos de leitores de digitais:

Ópticos: O dedo é colocado sobre uma plataforma de vidro e uma imagem do

dedo é capturada. Estes dispositivos são pequenos e baratos;

Ultra-som: O dedo é colocado sobre uma plataforma de vidro e uma varredura de

ultra-som é efetuada;

Page 35: Biometria no Auto Atendimento Bancário

35

Baseados em chip: O usuário coloca seu dedo direto em um chip de silício.

Os sistemas de identificação de digitais utilizam somente os leitores ópticos,

enquanto que os sistemas de verificação podem utilizar todos os três modelos

citados.

Na figura 9 alguns dispositivos utilizados para captura de impressão digital:

Figura 9 - Dispositivos de Captura da Impressão Digital

Fonte: Itautec, 2007

Sistemas biométricos têm sido utilizados em muitas aplicações para caixas

automáticos de bancos. Algumas de suas principais vantagens são a rapidez,

segurança, o baixo preço, pequeno tamanho dos leitores e o fato de ser considerado

pelos usuários como pouco intrusivo. A sua principal desvantagem seria a má

Page 36: Biometria no Auto Atendimento Bancário

36

impressão causada em alguns usuários, que reclamam pelo fato de terem que

fornecer suas digitais.

3.1.2 Reconhecimento Facial

O uso de reconhecimento facial é um dos métodos mais naturais de

identificação biométrica.

O uso das características da face é similarmente fácil se as imagens

apresentadas estiverem processadas e tratadas especialmente. Por outro lado a

identificação pode se tornar uma tarefa difícil, devido alterações na aparência facial

dos clientes. As variações podem ser causadas por expressões faciais, mudanças

no cabelo, posição da cabeça, ângulo da câmara, condições de luz, entre outros.

Para que qualquer sistema de reconhecimento facial seja bem sucedido, os

objetos adicionais tais como carros, outras pessoas, paredes e placas, devem ser

seletivamente ignorados, após essa filtragem, a imagem deve passar por um

sistema especifico para ajustes.

Apesar das dificuldades, o reconhecimento facial já foi abordado de diversas

maneiras, variando de sistemas de redes neurais a sistemas de varreduras

infravermelhas de pontos estratégicos na face.

Sistemas de reconhecimento de face basicamente mapeiam a geometria e as

proporções da face, registrando vários pontos delimitados na face, os quais

Page 37: Biometria no Auto Atendimento Bancário

37

permitem definir proporções, distâncias e formas de cada elemento do rosto, para

então iniciar as comparações.

O reconhecimento facial leva em conta as medidas do rosto que nunca se

alteram, as medidas básicas são: distância entre os olhos, distância entre a boca

nariz e os olhos e a distância entre olhos, queixo, boca e linha dos cabelos. Alguns

sistemas também podem ter funcionalidades de testes "animados", nesse caso

estaríamos evitando que um usuário mal intencionado utilize uma fotografia para

burlar o sistema.

A Tecnologia de reconhecimento facial está se tornando bastante acessível, a

sua grande vantagem é que não há necessidade de adquirir equipamentos

especiais. A partir da imagem capturada, a verificação é feita através de softwares

que executam o reconhecimento facial.

A captura da imagem pode ser colorida ou monocromática, pois para um

reconhecimento eficiente a imagem é convertida para monocromática, retirando todo

o seu brilho.

Page 38: Biometria no Auto Atendimento Bancário

38

Abaixo alguns dispositivos para captura de faces:

Figura 10 - Dispositivos – Simplesmente “Câmeras”

Fonte: Itautec

A seguir estaremos mostrando dois softwares que implementam a tecnologia

de reconhecimento de faces6: Miros TrueFace e Visionics FaceIt.

3.1.2.1 Miros TrueFace

O TrueFace é um software de reconhecimento de face baseado na tecnologia

de redes neurais. Isto possibilita que ele se adapte melhor a variações na imagem

da face como posição da cabeça e condições de iluminação.

Algumas das principais vantagens do TrueFace são :

6 VIGLIAZZI, Douglas. Biometria Medidas de Segurança: Visual Books, 2003, pp. 22-27

Page 39: Biometria no Auto Atendimento Bancário

39

A aplicação é passiva para o usuário, isto é, não requer uma ação voluntária

como a colocação do dedo em um leitor de digitais. Basta ele olhar para a

câmera para ser verificado, tornando-o assim, fácil de usar;

A cada tentativa de acesso, é gravada a imagem do usuário, para fins de

auditoria;

É rápido e barato: A verificação demora de 1 a 5 segundos e utiliza câmeras

comuns com resolução de 320x240 pontos;

Possui soluções para desktop, redes cliente-servidor, Intranets e Internet;

É fácil de integrar:

A compatibilidade com várias plataformas e a facilidade de uso fazem do

TrueFace um bom sistema de segurança. A instalação do hardware é relativamente

simples de realizar-se, pois o TrueFace opera com diversas câmeras e não requer

uma placa de captura de vídeo.

Os administradores podem rastrear a atividade e controlar o acesso aos

domínios e às estações de trabalho.

A inscrição de novos usuários é muito simples; qualquer pessoa capaz de

operar um computador pode gerenciá-lo. Primeiro, o TrueFace tira várias fotos da

face do usuários, criando-lhe uma conta na base de dados. Em seguida, focaliza a

Page 40: Biometria no Auto Atendimento Bancário

40

câmera em um lado do rosto e depois no outro, para fazer com que seja mais difícil

enganar o sistema.

Além de seus recursos de segurança de login, o TrueFace permite a

reprodução de fotos dos usuários rapidamente. O TrueFace não realiza o teste de

expressões, porém é possível aumentar a sensibilidade dos limiares padrão.

3.1.2.2 Visionics FaceIt

O Visionics FaceIt é um pacote de software para reconhecimento de face que

permite que um computador conectado a uma câmera localize e reconheça a face

de um usuário. O FaceIt proporciona maior controle granular sobre os níveis de

segurança que o TrueFace, embora sua configuração seja uma tarefa mais difícil de

ser realizada.

Algumas das principais vantagens do FaceIt são:

Facilidade de uso e rapidez;

Não utiliza nenhum hardware proprietário. Só necessita de uma câmera que

capture 5 quadros por segundo e com resolução de 320 x 240 pontos.

Registro da face a cada tentativa de acesso ao sistema, para fins de auditoria;

Possui soluções para desktop, redes cliente-servidor, intranets e Internet.

Page 41: Biometria no Auto Atendimento Bancário

41

O software funciona com ou sem senhas, e pode ser combinado com

qualquer produto de fala compatível com SAPI 3.0 (Speech Application Program

Interface), para solicitar comandos verbais aos usuários. Embora possa ser

executado em praticamente qualquer máquina equipada com processador Pentium,

os requisitos de vídeo são os seguintes: uma câmera compatível com Vídeo for

Windows que capture ao menos cinco quadros por segundo a uma resolução de 320

x 240 pontos com 16 bits de cores.

A instalação do aplicativo é simples e pode-se utilizar o produto com ou sem

uma base de dados de suporte.

Para cadastrar uma pessoa, devem-se capturar várias imagens com a câmera

e definir as informações sobre os usuários e seus direitos de acesso. Também se

pode fazer um teste opcional de expressões e piscares de olhos, reduzindo assim a

possibilidade de alguém enganar o sistema com uma fotografia.

Além de oferecer o controle padrão de login e acesso aos arquivos, o FaceIt

pode ser configurado para tirar uma foto instantânea automática de qualquer pessoa

que passe na frente da máquina enquanto ela estiver sozinha.

3.1.3 Reconhecimento da Voz

Page 42: Biometria no Auto Atendimento Bancário

42

O reconhecimento de voz é um dos sistemas menos intrusivos e mais

naturais de uso de sistemas biométricos. É de fácil uso e não requer grandes

esforços na educação do usuário.

O som da voz humana é produzido pela ressonância na região vocal, em

função de seu comprimento e do formato da boca e das cavidades nasais. Para a

captura do som, o usuário posiciona-se diante de um microfone e o sistema, através

de um complexo e sofisticado algoritimo, solicita o método a ser avaliado.

Métodos utilizados na biometria por reconhecimento de voz:

Texto fixo: o usuário fala palavras ou frases secretas predefinidas, que são

gravadas na inscrição.

Dependência de texto: o usuário tem que dizer uma frase especifica, logo após o

sistema alinha o que o usuário diz com o texto conhecido, desta forma

identificando ou rejeitando.

Texto independente: o sistema identifica qualquer coisa que o usuário diz e torna

mais difícil de fraudar o processo de reconhecimento.

O processo de captura de som é repetido várias vezes até que seja possível

construir um modelo. Todos os sistemas que analisam a voz estão amplamente

baseados na tecnologia de processamento de fala. A forma da onda das frases é

medida usando-se análises de Fourier7 para encontrar o espectro de freqüências

7 Conhecida também como análise harmônica representa uma função por uma soma de funções periódicas.

Page 43: Biometria no Auto Atendimento Bancário

43

que amostram as características da voz. Após a captura da voz, o sistema analisa

os padrões harmônicos e não apenas reproduções de seqüências predefinidas.

Uma vez que as pessoas formam seus padrões de fala através da

combinação de fatores físicos e comportamentais, a imitação é impossível.

Entretanto, existem problemas com as condições do ambiente onde se encontram

os sensores, uma vez que é difícil filtrar o ruído de fundo.

Outros problemas incluem a variação da voz devido às condições de saúde

do usuário, como gripes e resfriados, estados emocionais, como o estresse, e

duplicação através de um gravador. A imitação, porém, não é um problema como se

poderia pensar, porque os aspectos da voz medida pelos sistemas não são os

mesmos que os seres humanos costumam perceber.

Os padrões falados pela mesma pessoa, mas em horas diferentes, resultam

em similaridade, contudo em uma seqüência diferente de vetores de características.

Com a modelagem da voz, podemos criar um modelo que permita capturar estas

variações. Há dois tipos de modelos que foram usados extensivamente em

sistemas de reconhecimento e da verificação da fala: modelos estocásticos e

modelos de molde.

O modelo estocástico trata o processo de produção da fala como um

processo aleatório paramétrico e supõe que os parâmetros do processo estocástico

subjacente podem ser estimados em uma maneira precisa, bem definida.

Page 44: Biometria no Auto Atendimento Bancário

44

O modelo de molde tenta modelar o processo de produção do discurso em

uma maneira não-paramétrica retendo um número de seqüências dos vetores da

característica, derivados dos padrões múltiplos da mesma palavra pela mesma

pessoa.

Entretanto, o trabalho recente em modelos estocásticos demonstrou que

estes modelos são mais flexíveis e permite modelar melhor o processo de produção

da fala.

Como sinal da fala chamou a atenção, um modelo left-right (modelo de Bakis),

foi criado para ser mais útil. Um modelo left-right tem a prioridade onde, com a

variação do tempo, o índice do estado varia e o sistema prossegue da esquerda

para a direita.

Desde que as propriedades de um sinal de fala mudem o tempo excedente

em uma maneira sucessiva, este modelo representa muito bem o processo de

produção do discurso.

Existem diversos fabricantes de produtos de reconhecimento de voz, entre

eles a VeriVoice, T-Netix, Keyware e Veritel Corp.

Como exemplo iremos demonstrar as principais características do produto da

Verivoice8:

8 VIGLIAZZI, Douglas. Biometria Medidas de Segurança: Visual Books, 2003, pp. 31-32

Page 45: Biometria no Auto Atendimento Bancário

45

Tempo de cadastro de 3 minutos;

Tempo de verificação em torno de 0,5 segundo em um Pentium Pro de

200MHHZ;

TFA e TFR de 1,7%;

Tamanho do modelo de 2 a 5 Kbytes;

É fácil de ser usado;

Influência de ambientes com ruídos;

Baixo nível de invasão;

Funciona em redes Windows NT;

Está disponível para sistema operacional Windows NT/95/98 e Solaris 2.5.

As figuras 11 e 12 demonstram o cadastro e a verificação de um sistema de

reconhecimento de voz.

Error: Reference source not found

Figura 11 - Verificação de voz em um sistema de reconhecimento de voz (Fonte: Itautec,2003)

Page 46: Biometria no Auto Atendimento Bancário

46

Figura 12 - Cadastro de voz em um sistema de reconhecimento de voz.

Fonte: (VIGLIAZZI, 2003)

3.1.4 Identificação da Retina

Algumas pesquisas têm provado que o padrão de veias da retina é a

característica com maior garantia de unicidade que uma pessoa pode ter. Os

analisadores de retina medem esse padrão de vasos sangüíneos usando um laser

de baixa intensidade e uma câmara. Nesta técnica deve-se colocar o olho perto de

uma câmara para obter uma imagem focada.

A análise de retina é considerada um dos métodos biométricos mais seguros,

a TFA é nula e as fraudes até hoje são desconhecidas. Olhos falsos, lentes de

contato e transplantes não podem quebrar a segurança do sistema.

Recentes pesquisas médicas mostraram, entretanto, que as características da

retina não são tão estáveis como se pensavam anteriormente, elas são afetadas por

doenças, incluindo doenças das quais o paciente pode não estar ciente. Muitas

Page 47: Biometria no Auto Atendimento Bancário

47

pessoas ficam temerosas em colocar seu olho próximo a uma fonte de luz e aos

problemas que isto possa causar. Como resultado, esta técnica impulsionou o

caminho da utilização da análise da íris, que é menos invasiva. A figura 13

apresenta um exemplo de analisador de retina.

Figura 13 - Analisador de retina

Fonte: Itautec,2003

As principais características dos analisadores de retina são9:

Tempo de verificação de 1,5 segundos;

TFR de 12,4% (1 tentativa) e 0,4% (3 tentativas);

TFA de 0%;

Tamanho do modelo de 40 bytes;

Difícil de usar e muito invasivo;

Não é vulnerável a fraudes: falsos olhos, lentes de contato e transplantes

não quebram a segurança do sistema.

Na figura 14 têm-se alguns exemplos de dispositivos utilizados em sistemas

biométricos para captura de retina:

9 HENRIQUE, Jorge, Satisfação do Usuário com as Tecnologias da Informação nos Serviços Bancários. Porto Alegre, 2001

Page 48: Biometria no Auto Atendimento Bancário

48

Figura 14 - Dispositivos de Captura da Retina

Fonte: Itautec,2003

3.1.5 Reconhecimento através das veias da palma da mão

Os padrões das veias da mão são muito consistentes para a identificação,

mesmos os gêmeos possui um padrão de veias único que não se altera com a idade

e nem com o esforço físico.

O sistema possui uma imagem bastante detalhada pela utilização de lente

infravermelha, o que torna muito higiênico, pois não há necessidade de ter contato

direto com o dispositivo de captura. Isso tem sido levado em conta na implantação

de dispositivo biométrico nas ATMs.

Page 49: Biometria no Auto Atendimento Bancário

49

A figura 15 apresenta um exemplo de um auto-atendimento utilizando

reconhecimento das veias da palma da mão.

Figura 15 – Reconhecimento através das veias da palma da mão

Fonte: Folha, 2007

As principais características dos componentes de reconhecimento de veias da

mão são:

Tempo de verificação de 0,4 segundos;

TFA de 0%;

Fácil de usar e pouco invasivo;

Não é vulnerável a fraudes: o componente verifica os padrões das veias,

se as células sanguíneas estão ativas, o pode dizer que não há como

decapitar a mão para usar numa futura autenticação.

Independência de contaminação.

3.2 Comparativo entre as técnicas biométricas

Page 50: Biometria no Auto Atendimento Bancário

50

Neste ponto é extremamente salutar realizar-se uma comparação entre as

diversas técnicas biométricas, para tanto tem-se a tabela 1:

Tabela 1- comparação de técnica biométrica quanto aos requisitos Fonte: IPTI – (2004)

Universalidade Singularidade Permanência Mensurabilidade Desempenho Aceitabilidade Proteção

Face Alto Baixo Médio Alto Baixo Alto Baixo

Impressão

DigitalMédio Alto Alto Médio Alto Médio Alto

Geometria

da MãoMédio Médio Médio Alto Médio Médio Médio

Veias da

MãoMédio Médio Médio Médio Médio Médio Alto

Íris Alto Alto Alto Médio Alto Baixo Alto

Retina Alto Alto Médio Baixo Alto Baixo Alto

Assinatura Baixo Baixo Baixo Alto Baixo Alto Baixo

Voz Médio Baixo Baixo Médio Baixo Alto Baixo

A tabela 1 nos fornece elementos importantes para aferirmos,

comparativamente, as vantagens e desvantagens das diversas técnicas biométricas

entre si. Vejamos, a título de exemplo, o desempenho de algumas técnicas

relativamente a certos critérios.

Peguemos, de início, o critério da singularidade. Ele envolve o grau de

individualidade e distinção da técnica. Podemos, pelo quadro, perceber que aquelas

técnicas que obtêm melhor desempenho neste ponto são as que envolvem a

identificação pela impressão digital, pela íris e pela retina. O alto grau de

singularidade destes meios de identificação se explica pelo fato das grandezas

Page 51: Biometria no Auto Atendimento Bancário

51

envolvidas (íris, retina e impressão digital) serem únicas em cada indivíduo, já que

não existem duas pessoas que tenham estas características iguais entre si.

Verificando agora o desempenho das técnicas no que se refere à proteção

podemos perceber que o grau mais elevado é ocupado pelas técnicas que envolvem

a identificação digital, as veias das mãos, a íris e a retina. Estas quatro técnicas

representam, portanto, maior barreira contra tentativas de fraude.

Para finalizar a comparação é muito importante, principalmente para a

presente dissertação, ressaltar o grau de aceitabilidade pelos usuários das diversas

técnicas biométricas. Verifica-se que três são as formas vistas com melhores olhos

pelos identificados, quais sejam, aquelas que envolvem a identificação pela face,

pela assinatura e pela voz.

A melhor aceitação destas técnicas pode ser explicada pelo baixo grau de

intromissão demandada para suas realizações. Com efeito, quanto maior o grau de

intromissão menor a aceitabilidade das técnicas pelos usuários, assim, não basta

para a técnica ser segura ou até inviolável, também é necessário que os usuários

sintam-se confortáveis quando da utilização, sob pena da técnica não ter

aplicabilidade no mercado.

Pela figura 16 observa-se a evolução do mercado biométrico e sua

expectativa de crescimento até o final do ano de 2012. Os valores na vertical estão

referidos em dólares.

Page 52: Biometria no Auto Atendimento Bancário

52

Figura 16 - Crescimento do Mercado Biométrico

Fonte: Biometric Market Report 2007-2012

Não há como negar o estrondoso crescimento do mercado biométrico nos

últimos anos, afinal, raros são os campos de atuação do mercado que crescem a

uma média de aproximadamente 50% (cinqüenta por cento) ao ano.

Observando agora a figura 17 comparativo das tecnologias biométricas que

vêm sendo comercializadas atualmente:

Figura 17 - Comparativo do mercado por tecnologia biometrica (2007)

Fonte: Biometric Market Report - 2007

A figura 17 demonstra o crescimento dos diversos tipos de identificação por

uso da biometria levando em consideração varias questões importantes, tais como

preço, mudança de habito em relação aos usuários, pois, muitos tem receio a

inovação e no que diz respeito a algo que terá contato com o corpo humano, isso

fica ainda mais complicado.

Pode-se também observar que a identificação de impressão digital ainda

estará dentre os primeiros pelo simples motivo: Custo, esta cada vez mais barato o

componente de identificação de impressão digital.

3.3 Vulnerabilidades dos Sistemas Biométricos

Como qualquer mecanismo de segurança, os dispositivos biométricos estão

sujeitos a falhas, podemos, basicamente, salientar três tipos de erros:

Page 53: Biometria no Auto Atendimento Bancário

53

Falsa rejeição do atributo físico de um usuário, onde o sistema não

reconhece o padrão mesmo estando correto.

Falsa aceitação de um atributo físico, onde o sistema aceita a pessoa

errada, reconhecendo o padrão como válido.

Erro no registro de um atributo físico. São casos onde a variação de

características físicas pode dificultar a operação do sistema biométrico.

Para aumentar o nível de segurança do sistema biométrico é recomendado o

que os sistemas que armazenam dados biométricos devem ser protegidos com o

uso de criptografia. No tráfego das informações pela rede é fundamental a

implementação de PKI (Public Key Infrastructure) para evitar ataques do tipo "man-

in-the-middle"( homem no meio)10.

3.3.1 Vulnerabilidades da Impressão Digital

A digital pode ser copiada em moldes e reutilizada. Os métodos mais

utilizados pelos fraudadores são o molde de dedo com massa de modelar, molde de

dedo a partir de impressão digital e a utilização de grafite. A figura 18 mostra um

exemplo de fraude da impressão digital.

10 Modalidade de ataque que consiste em interceptar toda a informação trocada entre o cliente e o servidor , com o objetivo principal de capturar o ID e senha do usuário, para depois empregá-los para invadir a rede.

Page 54: Biometria no Auto Atendimento Bancário

54

Figura 18 - Vulnerabilidade na impressão digital

Fonte: Itautec,2003

3.3.2 Vulnerabilidades do Reconhecimento Facial

A principal vulnerabilidade desse método é a utilização de fotos e notebooks

com fotos ou vídeo para fraudar o sistema. Ao implantar o sistema com duas

câmeras, se pode verificar a profundidade, além de comparar duas imagens, uma de

frente e outra de lado. O cálculo da dinâmica de giro permite determinar se

realmente se trata da mesma pessoa. A figura 19 mostra um exemplo de fraude de

reconhecimento facial.

Page 55: Biometria no Auto Atendimento Bancário

55

Figura 19 - Vulnerabilidade no reconhecimento Facial

Fonte: Itautec,2003

3.3.3 Vulnerabilidades no reconhecimento da voz

No processo de captura é possível que ruídos do ambiente ou o estado

emocional da pessoa, como um resfriado, interfiram na identificação do sistema,

podendo gerar falsa rejeição.

3.3.4 Vulnerabilidade no Reconhecimento da Retina

Apesar de ser considerada uma das técnicas mais seguras, também tem as

suas vulnerabilidades. Na mesma linha do reconhecimento facial, podem ser

utilizadas fotos sobrepostas ao olho e notebooks para fraudar o sistema, além de

pesquisas médicas mostraram que as características da retina podem ser afetadas

por doenças. A figura 20 mostra um exemplo de fraude no reconhecimento da retina.

Page 56: Biometria no Auto Atendimento Bancário

56

Figura 20 - Vulnerabilidade no reconhecimento da Retina

Fonte: Itautec,2003

Page 57: Biometria no Auto Atendimento Bancário

57

4 O Auto Atendimento Bancário

O segmento de automação bancária é, tradicionalmente, entendido como um

subconjunto do setor de equipamentos e periféricos de informática. De fato, as

ATMs, também conhecidas como caixa automático, caixa eletrônico e auto

atendimento, são considerados os equipamentos que melhor representam a

automação oferecida pelos bancos mundiais (COSTA, 1996).

A implementação das ATMs foi a primeira tentativa de automatização no setor

bancário. Sua introdução no mercado foi feita em 9 de setembro de 1969, numa filial

do Chemical Bank (STEINER & TEIXEIRA, 1990).

As ATMs foram lançadas para automatizar duas funções básicas: depósitos e

saques. Com o decorrer do tempo, as ATMs se tornaram mais convenientes que os

caixas físicos, pois eram acessíveis 24 horas por dia e geravam economia de

custos. Assim, tanto o número de ATMs como as opções de transações cresceram.

Existem no setor bancário dois tipos de redes de ATMs, as próprias, que

podem trabalhar funcionando 24 horas por dias ou em horários pré-estabelecidos e

as redes compartilhadas. Nem todas as transações, entre os bancos, são

compartilhadas, pois a maioria possui tecnologia proprietária, ou seja,

desenvolvimento de sistemas na própria empresa.

Apesar de alguns bancos como Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal

estarem viabilizando o processo de compartilhamento das ATMs, ainda não temos

Page 58: Biometria no Auto Atendimento Bancário

58

um compartilhamento ou integração total de operações entre a maioria dos bancos,

fato que proporcionaria maiores economias e facilidades aos clientes.

As ATMs possibilitam aos clientes bancários diversas operações como:

consultar saldos e retirar extratos; sacar e transferir numerários; pagar contas, taxas

e tributos; aplicar e resgatar em fundos de investimento; solicitar empréstimos e

financiamentos; e retirar folhas de cheques.

Abaixo, algumas vantagens proporcionadas pelas ATMs (STEINER &

TEIXEIRA, 1990, p.91 a 99):

Impressão de saldos: atrai maior uso e pode reduzir o custo de envio de

saldos via correio.

Saque de numerários: os clientes que usam as ATMs regularmente

tendem a sacar mais vezes, em pequenas quantias, ao passo que clientes

que descontam cheques nos caixas retiram, com menos freqüência,

grandes quantias.

Horário de funcionamento dos postos de auto-atendimento: as ATMs

podem ser usadas após o horário do funcionamento dos bancos,

oferecendo ao cliente um período de 24 horas por dia, 7 dias por semana,

algo que os caixas nas agências não podem oferecer.

Liberdade de operações: os clientes podem sacar quando e onde

quiserem.

Facilidade de acesso aos equipamentos eletrônicos: se as ATMs

estiverem bem localizadas, os clientes não enfrentam filas.

Page 59: Biometria no Auto Atendimento Bancário

59

Facilidade na operação dos terminais: os clientes podem operar os

equipamentos quantas vezes quiserem, pois as máquinas são fáceis de

serem operadas.

Redução de cheques: os saques nas ATMs reduziram o número de

cheques emitidos.

Localização dos pontos de ATMs: muitas estão sendo instaladas fora dos

estabelecimentos bancários, como: supermercados, lojas de conveniência,

aeroportos e shopping centers.

Acesso aos terminais através de cartões magnéticos: podem ser usados

em qualquer equipamento, como podem ser usados em qualquer loja que

aceita cartões de crédito.

4.1 O Auto Atendimento Bancário no Brasil

No Brasil, as ATMs são as pioneiras da automação bancária, onde foram

introduzidas na segunda metade da década de setenta.

O setor bancário brasileiro é considerado o mais sofisticado do mundo em

termos de automação, em números de ATMs, está em terceiro lugar atrás apenas

dos Estados Unidos e do Japão, e a frente de países como Alemanha, Itália, França,

Canadá e Inglaterra (HENRIQUE, 2001).

Abaixo, iremos demonstrar, de forma sucinta, algumas das empresas mais

significativas no setor de automação bancária brasileira:

Page 60: Biometria no Auto Atendimento Bancário

60

Itautec Philco: maior empresa local (fundada em 1979), de capital 100%

nacional, desde 1999 tem parceria com a De La Rue, que lhe fornece os

mecanismos dispensadores de cédulas. Opera toda a linha de equipamentos (como

fabricante de computadores) e também desenvolve soluções para o Banco Itaú, seu

controlador.

Seus principais clientes, além do controlador, são o BB e o ABN Amro Real.

Ocupa o 6o. lugar no ranking 250 maiores de Informática Hoje (2001) e 7o no

ranking 100 Maiores de Informática, da IDG Computerworld (2002) por receita

líquida.

Diebold Procomp: segunda maior empresa de ATMs brasileira (fundada em

1985), foi adquirida em 1999 pela maior empresa americana, a Diebold, da qual é

atualmente subsidiária. Atua em toda a linha de produtos de automação bancária e

comercial.

Seus principais clientes no Brasil são: Caixa Econômica Federal, ABN Amro

Real, Unibanco, Santander Banespa. Está classificada como a 12ª e 8ª maior

empresa, respectivamente por Informática (2001) e IDG Computerworld (2002).

Perto: assim como suas concorrentes é fabricante de equipamentos de

automação, tanto bancária quanto comercial. Do grupo Digicom (automação

industrial), a Perto (fundada em 1988), passou a produzir ATMs completos, quando

seus principais clientes (Procomp e Itautec) passaram a produzir seus próprios

Page 61: Biometria no Auto Atendimento Bancário

61

componentes, antes fornecidos pela Perto. Ocupa o 76º lugar no ranking Informática

Hoje (2001) e não está classificada entre as 100 maiores de IDG Computerworld.

NCR: uma das líderes americanas em automação bancária, no Brasil tem

poucos clientes, seu principal cliente é o BankBoston. Porém, como oferece uma

linha completa de soluções de automação, é provável que seu faturamento se

origine mais de outros equipamentos do que de máquinas ATM. Ocupa a 62ª e 53ª

maior empresa, respectivamente por Informática Hoje (2001) e IDG Computerworld

(2002).

CPM: originalmente uma empresa do grupo Bradesco (fundada em 1982), a

CPM foi adquirida pelo Deutsch Bank em 2000 Tem forte atuação no segmento de

integração de sistemas; seus clientes são os principais bancos privados brasileiros,

nacionais e estrangeiros (HSBC, Santander, Safra, BankBoston) e Nossa Caixa.

Ocupa o 14º e 15º lugares nos rankings Informática (2001) e IDG Computerworld

(2002).

Cobra: fundada como uma empresa pública em 1974, a Cobra é, desde 1989,

controlada pelo Banco do Brasil, donde provém 75% de seu faturamento (R$ 411

milhões, em 2002). Desde 1999, o Banco do Brasil vem adensando as atividades

tecnológicas da empresa. É uma das maiores empresas que opera a terceirização

de automação bancária. Sua colocação nos rankings Informática (2001) e IDG

Computerworld (2002) é, respectivamente, 28º e 17º.

Page 62: Biometria no Auto Atendimento Bancário

62

Politec: fundada em 1970, a Politec é outra empresa que obtém a maior parte

de seu faturamento em atividades de outsourcing. Têm parcerias com as

americanas Computer Associates, Microsoft, IBM e Oracle. No Brasil, tem como

clientes: Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Bradesco, ABN Amro Real e

Nossa Caixa. Ocupa a 27ª e 29ª posições nos rankings Informática (2001) e IDG

Computerworld (2002)

Interchange: fundada em 1991, tem como clientes o ABN Amro, o Citibank, o

Unibanco e a EDS. Figura na 75ª e 100ª posições dos rankings Informática Hoje

(2001) e IDG Computerworld (2002). Listada como fornecedor de serviços de

internet, a empresa possuía 35.750 clientes em 2001, contra 11.275 em 1996.

Abaixo, um breve histórico da maior empresa brasileira no setor de

automação bancária, a Itautec.

1979 - Nasce no Brasil a Itaú Tecnologia S.A.

1980 - Agência Mercúrio do Banco Itaú, a 1ª agência on-line com GRI e

Banktec Mainframe.

1982 - Banco do Brasil instala GRI e Banktec para controlar as agências

on-line com equipamentos Itautec. A Itautec instala primeira ATM

totalmente fabricada no Brasil.

1983 - A Itautec automatiza as agências do Citibank.

1986 - GRI e Banktec no BEG e na CAIXEGO. A Itautec instala primeira

ATM Compacta Saque leve de uma denominação no Brasil.

Page 63: Biometria no Auto Atendimento Bancário

63

1988 - A Itautec desenvolve a conexão do GRI com o CICS que possibilita

a integração da rede do Banco Itaú com a rede CREDICARD.

1990 - Itautec vence concorrência em Portugal no Banco Fonsecas e

Burnay para instalação de solução de ATM Compacta leve.

1994 - A Itautec lança a linha ATM geração II no Brasil.

1995 - Instalada primeira versão internacional do Banktec Multicanal no

Banco Itaú Argentina. A Itautec é a primeira empresa no Brasil a instalar

ATM com módulo depositário com leitor de código de barras.

Primeira ATM exportada para Banco Itaú Argentina.

1996 - A Itautec é a primeira empresa no Brasil a instalar ATM com

dispensador de cheque de folha avulsa.

1998 - A Itautec ganha licitação de 10.000 ATMs no Banco do Brasil e

instala todos os equipamentos em 120 dias.

1998/99 - A Itautec é eleita pelo IDG como melhor empresa de Automação

Bancária do Brasil.

2000 - A Itautec ganha licitação de 4.500 ATMs no Banco Real. A Itautec

instala AutoManager no Banco Itaú Argentina.

2001 - Exportada as primeiras ATM para U.S.A. / Europa.

2002 - A Itautec adquire tecnologia dos dispensadores NMD da DeLaRue.

Instalada a primeira agência WEB no Banco Itaú Buen Ayre.

4.2 Casos de Uso de Biometria na Automação Bancária

Banco Itaú - No Itaú, a íris é utilizada como senha para acesso ao Data Center e ao

Centro de Impressão do Banco. A sua infra-estrutura contém 6 leitores de íris

Page 64: Biometria no Auto Atendimento Bancário

64

instalados nas portas dos centros, 1 Pentiun 4 com Windows XP e o IrisAccess

3000, sistema de identificação através da íris humana, produzido pela LG Eletronics.

BM&F - Solução usando reconhecimento de digital para acesso / autorização ao

sistema de operação da bolsa de valores. O BM&F também utiliza sistemas

biométricos através de reconhecimento de digital para controle de acesso de 300

usuários aos computadores da instituição.

Utiliza a impressão digital para 100 operadores especiais acionar

remotamente seus notebooks, essa solução biométrica deve ser ampliada para 900

usuários.

Caixa Econômica Federal - Utiliza a solução da BioWeb11 para verificação de

usuários em aplicações administrativas internas e para controle de transportadoras

de valores.

Serasa - Solução utilizando reconhecimento de digital que controla o acesso às

instalações do CPD do Serasa. Usado por todos as pessoas do CPD, mais de 1

centena de usuários.

Solução de reconhecimento de íris para entrar na sala cofre da autoridade

certificadora de e-cpfs do Serasa. Acesso muito restrito e não freqüente,

aproximadamente 30 usuários.

11 disponível [on line] em http://www.bioweb.com.br/default_portugues.htm [06/08/2007]

Page 65: Biometria no Auto Atendimento Bancário

65

Bank Boston - Uso de impressões digitais para segurança e privacidade de

aplicações e transações web. A solução adotada é a BioWeb, sistema de segurança

e autenticação para Internet, Intranet e Extranet, que utiliza a Biometria através do

método de reconhecimento de Impressões digitais.

A matriz do banco, nos Estados Unidos, utiliza um sistema de identificação

digital no seu Internet Banking.

Unibanco - Um dos destaques do Prédio Inteligente, a agência do futuro montada

pelo Unibanco, testa a tecnologia biométrica para a realização de transações

financeiras, incluindo a solução de reconhecimento de íris nos caixas eletrônicos,

onde os visitantes realizam saques utilizando a leitura da íris, dispensando cartões e

senhas.

Bradesco - No Bradesco, o sistema de reconhecimento de voz facilita as operações

com cartões de crédito e o pagamento de contas de consumo de serviços públicos.

"Bem-vindo", diz educadamente a máquina. "Agora no Fone Fácil você fala

diretamente com o computador para obter informações sobre serviços". E logo

esclarece: "A qualquer momento em que tiver dificuldades pode falar a palavra ajuda

ou exemplo".

Em 1990, foram feitas as primeiras pesquisas sobre as tecnologias de

reconhecimento de voz disponíveis através de telefone. Os testes se sucederam e,

no ano seguinte, o Banco deu início em Jundiaí SP, a uma experiência piloto que,

com o passar do tempo, revelou-se vitoriosa. Uma nova pesquisa envolvendo 5.000

Page 66: Biometria no Auto Atendimento Bancário

66

gravações de diferentes sotaques e tons de vozes de brasileiros deu consistência ao

projeto.

De posse das informações, o Banco pôde organizar uma gramática específica

para atender aos seus objetivos estratégicos. Feito em parceria com a empresa

Nuance, dos Estados Unidos, e a GMK, sua representante no Brasil, o trabalho

ganhou amplitude em 1999. E no mês de agosto daquele ano, o Bradesco tornou-se

o primeiro Banco brasileiro a operar um sistema de reconhecimento de voz.

4.2.1 Casos Internacionais

Banco United of Texas - O Banco United of Texas foi à primeira instituição

financeira dos Estados Unidos a implantar um sistema de reconhecimento de íris em

seus caixas eletrônicos.

Conavi – Banco Colombiano - Utiliza a solução da BioWeb para confirmação de

identidade nos caixas e nas transações bancárias pela Internet.

Banco Central da Costa Rica, Costa Rica - Solução para acesso as bases de

dados do Banco Central pelos usuários autorizados de seus bancos membros.

Page 67: Biometria no Auto Atendimento Bancário

67

5 O ESTADO DA ARTE

Descrever o estado da arte na aplicação de tecnologias biométricas para

controle de acessos digitais pode ser uma tarefa difícil, já que, se pode dizer que a

biometria é o estado da arte em termos de segurança de acesso. Apesar das

dificuldades pretende-se neste capítulo expor as perspectivas futuras da biometria

na automação bancária, utilizando materiais publicados por pesquisadores e

empresas do ramo.

A primeira delas é a utilização de leitores de digitais equipados com sensor de

calor12. Estes são capazes de impedir o acesso através de dedos amputados ou de

gessos, evitando que pessoas fraudulentas utilizem o sistema por intermédio destes

recursos.

Outra perspectiva - já em testes pelo Unibanco - é a implementação de

leitores de íris em caixas eletrônicos13, considerado um método mais seguro e

cômodo que a impressão digital.

A segurança, segundo Ricardo Yagi, da empresa de consultoria ID-Tech, vem

da probabilidade de um em 10 elevado a 79 de haver duas íris iguais. A comodidade

é explicada pela alta velocidade de processamento e da quase imperceptibilidade do

usuário na coleta da amostra a ser avaliada, pois basta olhar, ainda que de relance,

para a câmera de alta resolução instalada no leitor para que o equipamento

12 disponível [on line] em http://tecnologia.uol.com.br/especiais/ultnot/2007/07/21/ult2888u71.jhtm [02/10/2007]13 disponível [on line] em http://tecnologia.uol.com.br/especiais/ultnot/2007/07/21/ult2888u72.jhtm [05/10/2007]

Page 68: Biometria no Auto Atendimento Bancário

68

automaticamente o reconheça, mesmo que esteja usando óculos de grau ou

escuros.

Pulando para o oriente, no primeiro semestre deste ano a Fujitsu começou a

vender globalmente um dispositivo de identificação biométrica baseado na leitura de

veias da mão do usuário14. O produto que começou a ser testado por bancos

japoneses no último ano tem apresentado resultados positivos.

O banco Mitsubishi, terceiro maior banco de varejo do país, começou a

instalar o produto em seus ATMs, até Setembro cerca de 3 mil ATMs deverão estar

equipados com o dispositivo.

Outro exemplo da utilização desse método de identificação biométrica no

mercado financeiro japonês está no banco de Suruga, que já instalou o sistema e

está em operação desde Junho. A Fujitsu15 diz estar falando com vários outros

grandes bancos para a implementação da tecnologia.

O dispositivo da Fujitsu funciona com uma câmera interna que ao ser

acionada capta a imagem da palma da mão do usuário. Por meio de raios

infravermelhos, o sistema consegue fotografar as suas veias, e não apenas a pele,

como os já conhecidos sistemas fingerprint.

14 disponível [on line] em http://idgnow.uol.com.br/AdPortalv5/SegurancaInterna.aspx?GUID=12E73EAF- 2942-4110-8644-5FE087446AF7&ChannelID=21080105 [20/09/2007]15 disponível [on line] em http://www.theregister.co.uk/2004/08/27/palm_biometrics/ [07/10/2007]

Page 69: Biometria no Auto Atendimento Bancário

69

Na validação, são analisadas variáveis como número de veias, as posições

dos canais sangüíneos e seus pontos de cruzamento. Esse processo leva em média

apenas dois segundos para a identificação do usuário.

Pesquisas demonstraram que a identificação de veias da mão seria mais

aceito que o reconhecimento da retina, pois, a maioria das pessoas não quer se

submeter a esse padrão de análise, considerado um método intrusivo por parte da

população.

O reconhecimento de digital também pode não ser muito aceito, uma vez que

a maioria das mulheres alegam ser um método anti-higiênico pelo fato de várias

pessoas colocarem seus dedos.

Para finalizar o capítulo, Três perspectivas extremamente interessantes16:

A primeira se refere a pesquisadores do instituto de robótica da Universidade

Carnagie Mellon que estudam o reconhecimento das pessoas pela forma de andar,

este método de identificação digital está sendo chamado de assinatura do

movimento.

Na segunda, a empresa tailandesa Biowell Technology desenvolveu um chip

que vem com um fragmento de DNA sintético e que interpreta o sinal recebido do

leitor, retornando um sinal único, praticamente impossível de ser duplicado.

16 disponível [on line] em http://www.correiodabahia.com.br/2002/06/08/noticia.asp?link=not000055235.xml [07/10/2007]

Page 70: Biometria no Auto Atendimento Bancário

70

Tal tecnologia tornaria viável a confecção de cartões de banco à prova de

clonagem. Segundo a própria Biowell, um grande banco brasileiro, que não quer ser

identificado, será um de seus primeiros clientes.

Impulsionado também pela expansão dos crimes virtuais e pelas falsificações,

o número de empresas que resolvem adotar sistemas biométricos está crescendo.

Conforme o gráfico demonstrado abaixo, o International Biometric Group, órgão que

acompanha o desenvolvimento do setor, estima que o mercado mundial de produtos

de segurança biométrica cresça a uma taxa de cerca 45% ao ano no período entre

2002 e 2007 como mostra a figura 21.

Figura 21 – Estimativa de vendas de produtos biométricos

Fonte: International Biometric Group – Scua (2003)

Page 71: Biometria no Auto Atendimento Bancário

71

6 CONCLUSÃO

Em primeiro lugar, vale salientar a dificuldade em escrever sobre as

instituições financeiras, pois, apesar de estarem entre os maiores investidores em

tecnologia no Brasil, têm suas informações guardadas a sete chaves, principalmente

em se tratando de assuntos referentes a fraudes, valores e estratégias de suas

atividades.

Com efeito, as principais dificuldades concernentes à elaboração do presente

trabalho envolveram basicamente a restrita quantidade de fontes relativas à

biometria e aos valores envolvidos para sua aplicabilidade.

Inicio a conclusão expondo os pontos positivos e negativos das técnicas de

reconhecimento biométrico na automação bancária, arrematando com algumas

impressões pessoais e experiências atuais.

Pelo exposto na dissertação podemos ressaltar os seguintes pontos positivos

da utilização de identificação por sistemas biométricos:

Evita recurso à memória dos usuários de ATMs, pois não há necessidade

de senhas, evitando o desperdício de uma sistemática e disciplina para

gestão das mesmas;

As características biométricas são intransferíveis, não podem ser

roubadas, perdidas ou esquecidas;

Page 72: Biometria no Auto Atendimento Bancário

72

Sua atuação depende da presença física do usuário, evitando as coletas

indevidas de senhas através de câmeras ou outros meios fraudulentos;

Sua utilização obsta o ataque por dicionário;

Ela traz grandes benefícios financeiros e logísticos no que se refere à

manutenção de senhas;

A biometria representa, incontestavelmente, um adicional de segurança

para as instituições que as utiliza, dificultando em muito as fraudes;

Seu mecanismo de autenticação significa maior confiabilidade em relação

aos sistemas tradicionais de identificação;

Como não existem sistemas perfeitos, alguns fatores podem ser considerados

negativos na sua utilização:

A identificação biométrica pode provocar incômodo a certos usuários,

afinal estes podem sentir, quando da autenticação, alguma intrusividade;

Pode provocar receio nos usuários de invasão de suas privacidades, isto

porque alguns deles podem não querer revelar suas identidades ou

características pessoais;

No momento da identificação pode ocorrer a falsa rejeição, ou seja, a

consideração como inverídica de certa informação que não o é, e até

mesmo a falsa aceitação, onde a informação é erroneamente considerada

verídica;

Page 73: Biometria no Auto Atendimento Bancário

73

Após percebermos a existência de mais qualidades do que defeitos uma

pergunta surge: se a biometria é tão fantástica, por que os bancos não trocam logo

as senhas dos caixas eletrônicos por sistemas biométricos?

A resposta para essa pergunta está além dos fatores tecnológicos. O

processo de migração de sistemas e equipamentos tradicionais para os biométricos

depende de altos investimentos e, substancialmente, da questão social. Este é,

verdadeiramente, um fator impactante já que a aceitação de sua utilização depende

da quebra de paradigmas dos usuários de sistemas bancários.

Além disto, ainda com relação ao aspecto social, percebe-se que muitas

pessoas não aceitam o uso de câmeras de vídeo – dispositivo utilizado no

reconhecimento facial – e de métodos como o reconhecimento da impressão digital

onde muitos relutam em introduzir o dedo num local que, acreditam, centenas de

outras pessoas também colocaram.

Alternativas estão sendo desenvolvidas para contornar esta ojeriza ao contato

físico com superfícies já utilizadas, principalmente na utilização dos sistemas

biométricos no auto-atendimento bancário.

Como exemplo – já citados no capítulo “O Estado da Arte” – temos a

utilização de leitores de digitais equipados com sensor de calor onde o toque é

desnecessário, bem como com a implementação de leitores de íris em caixas

eletrônicos e a identificação biométrica baseado na leitura de veias da mão do

usuário, sistemas que limitam o contato direto do usuário com a superfície.

Page 74: Biometria no Auto Atendimento Bancário

74

Além da questão social, percebemos que a própria atitude das instituições e

os enormes investimentos demandados colaboram para a utilização ainda escassa

do sistema biométrico de identificação.

Por certo, em alguns casos, ainda é mais barato arcar com a despesa

proveniente das táticas fraudulentas – que, ressalte-se, aumentam em proporções

geométricas – do que investir pesado na migração em massa para os sistemas

biométricos.

Para minimizar estes problemas os bancos procuram um meio termo,

balanceando os níveis das fraudes com os investimentos e apostando as suas fichas

em métodos mais rápidos e baratos para contornar o problema.

No que se referem às esperanças futuras, um motivo que inspira otimismo

quanto ao crescimento do mercado é a perspectiva de que a tecnologia seja

expandida para áreas não necessariamente ligadas à segurança, como a indústria

do entretenimento, possibilitando serviços de maior qualidade e mais acesso das

pessoas a tecnologia.

Este, aliás, um fator muito importante, pois o contato das pessoas com a

biometria em ramos diversos, como o entretenimento, permitirá maior familiaridade

com a tecnologia, provocando a diminuição da rejeição dos sistemas biométricos de

segurança.

Page 75: Biometria no Auto Atendimento Bancário

75

Um exemplo real e atual da evolução da biometria pode ser encontrado no

Japão. Lá a procura por sistemas biométricos teve um aumento significativo a partir

de 2005, isto porque em abril deste ano foi aprovada uma lei impondo maiores

índices de segurança às companhias e organizações que gerenciam informações –

tais como operadoras de cartões de crédito17, esta lei é fruto direto do aumento de

fraudes.

Diante do cenário exposto concluímos que toda nova tecnologia gera

insegurança na sua utilização, isso faz parte da nossa história. Tivemos experiências

semelhantes com o computador, com a internet e com a própria automação bancária

e nem por isso a humanidade deixou de beneficiar-se desses avanços tecnológicos.

Devemos prosseguir buscando novos métodos, sem esquecer de avaliar a

questão social que o emprego das novas tecnologias podem trazer, construindo um

ambiente para a aplicação de um bom sistema de identificação biométrico que deva

ser econômico, fácil de utilizar e exato.

17 disponível [on line] em http://www.endividado.com.br/materias_det.php?id=5189 [23/09/2007]

Page 76: Biometria no Auto Atendimento Bancário

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GLOSSÁRIO

Ataque por dicionário - consiste de um arquivo de senhas possíveis (nomes,

palavras comuns, verbos, datas, números etc) e um programa que se conecta no

servidor e testa toda as senhas. Grande parte das senhas pode ser descobertas

dessa forma, pois as pessoas costumam usar essas senhas fracas por serem mais

fáceis de decorar.

Análises de Fourier - também conhecidas como análise harmônica, as funções

periódicas usadas são senos e co-senos. Esse método permite estudar as

características das séries e aumentar a possibilidade de análise por meio de uma

variante metodológica que seria o espectro de potência. Esse método supõe que a

série consiste em um número infinito de oscilações sobre um domínio contínuo de

longitudes de onda. Logo, o espectro mede a distribuição da variância sobre todas

as longitudes de ondas, desde a infinita (tendência linear) à mais curta que se pode

resolver (duas vezes o intervalo entre os vetores observacionais sucessivos).

Page 77: Biometria no Auto Atendimento Bancário

77

REFERÊNCIAS

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