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   _______  __________ Resenha Diária produzida pela ASCOM/MD Domingo, 17 de agosto de 2008 1  Brasil vulnerável se arma Plano Estratégico de De fesa vai pleitear verbas para proteger o petró leo e barrar o separa tis mo Marco Auréli o Reis e Ananda Rope BRASÍLIA E RIO - O Brasil está vulnerável. Esse é o principal consenso entre militares e estrategistas civis que, daqui a três semanas — exatamente no domingo, 7 de Setembro — entregam ao presidente Lula relatório com diretrizes do Plano Estratégico Nacional de Defesa. Para civis alheios a esse noticiário, a constatação pode ser interpretada como cartada para os quartéis conseguirem acesso a recursos do Tesouro Nacional (só a Marinha pleiteia R$ 400 milhões cortados este ano de seu orçamento e R$ 3,2 bilhões oriundos dos royalties que deveriam ter sido liberados em anos anteriores e que, até agora, não chegaram aos cofres da Força). “Se o resultado for esse, já está bom”, disse a O DIA observador que acompanha as discussões sobre o plano. “A meta, porém, é inserir o problema da defesa na agenda nacional”, acrescenta. O cenário que ambienta o plano ajuda a compreender a meta ambiciosa. Após longos 58 anos, os Estados Unidos reativaram a sua IV Frota para patrulhar o Atlântico Sul. Com 11 embarcações capitaneadas pelo porta-aviões nuclear George Washington (da classe de navios de guerra), foi vista no mês passado navegando em área próxima às milionárias reservas de petróleo abaixo da camada de sal do litoral sudeste do Brasil.  As reservas do pré-sal (leia deta lhes ao lado) e seus estimados 49 bilhões de barr is de óleo com poder de colocar o Brasil entre as nações produtoras mais importantes do mundo são outro bastidor do plano. Por fim, estudos internacionais defendendo a autonomia de nações indígenas e que podem iniciar processo separatista na Amazônia também integram o cenário. “No governo já há consenso de que o Brasil deve responder a essas questões de maneira firme. O Plano Estratégico será o primeiro passo”, completa o observador. Menos poder para ministro Tarso Genro O Plano Nacional de Defesa ficou pronto no início do mês, mas, por patriotismo, terá suas diretrizes oficialmente divulgadas só no 7 de Setembro. Seu detalhamento será anunciado ao longo dos dois meses seguintes e, alguns pontos, serão tratados como confidenciais por serem dados estratégicos. Logo após a cúpula do governo tomar conhecimento das diretrizes, ficou evidente que o Ministério da Defesa demandará mais recursos orçamentários e, em troca, assumirá mais responsabilidades no que diz respeito ao combate ao ingresso de armas e drogas e ao controle à entrada de imigrantes no País, hoje a cargo das polícias Federal e Rodoviária Federal, órgãos subordin ados ao Ministério da Justiça. Há entre oficiais das Forças quem aposte que, em função disso, o ministro da Justiça, Tarso Genro, tenha reaberto a discussão sobre os porões do regime militar. Nova diretriz para ação das t ropas O Plano de Defesa tem a meta de reorganizar as Forças Armadas — o que inclui um Estado- Maior único para as três Forças — e destina recursos para aquisição de embarcações e aeronaves e suas tecnologias, além da construção de mais batalhões nas fronteiras. “O desafio será melhorar a infra-estrutura e a logística. Nossos homens são bem adestrados, mas não podem estar em todos os lugares”, comenta um oficial, para quem o certo é trocar o modelo “estar presente” por “poder estar presente”. O Plano de Defesa vai atentar para esse aspecto da segurança nacional, mostrando a necessidade de investimento em tropas de alta mobilidade e bem armadas e auxiliadas por veículos aéreos não-tripulados, que podem vigiar e combater ao mesmo tempo.  MINISTÉRIO DA DEFESA Assessoria de Comunicação Social R esenha Diár ia do Jor nal: O DIA 17/08/2008

Blackwater No Brasil - A Amazônia Não é Nossa - O_DIA_2008!08!17

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    Brasil vulnervel se arma Plano Estratgico de Defesa vai pleitear verbas para proteger o petrleo e barrar o separatismo

    Marco Aurlio Reis e Ananda Rope

    BRASLIA E RIO - O Brasil est vulnervel. Esse o principal consenso entre militares e

    estrategistas civis que, daqui a trs semanas exatamente no domingo, 7 de Setembro entregam ao presidente Lula relatrio com diretrizes do Plano Estratgico Nacional de Defesa.

    Para civis alheios a esse noticirio, a constatao pode ser interpretada como cartada para os quartis conseguirem acesso a recursos do Tesouro Nacional (s a Marinha pleiteia R$ 400 milhes cortados este ano de seu oramento e R$ 3,2 bilhes oriundos dos royalties que deveriam ter sido liberados em anos anteriores e que, at agora, no chegaram aos cofres da Fora).

    Se o resultado for esse, j est bom, disse a O DIA observador que acompanha as discusses sobre o plano. A meta, porm, inserir o problema da defesa na agenda nacional, acrescenta.

    O cenrio que ambienta o plano ajuda a compreender a meta ambiciosa. Aps longos 58 anos, os Estados Unidos reativaram a sua IV Frota para patrulhar o Atlntico Sul. Com 11 embarcaes capitaneadas pelo porta-avies nuclear George Washington (da classe de navios de guerra), foi vista no ms passado navegando em rea prxima s milionrias reservas de petrleo abaixo da camada de sal do litoral sudeste do Brasil.

    As reservas do pr-sal (leia detalhes ao lado) e seus estimados 49 bilhes de barris de leo com poder de colocar o Brasil entre as naes produtoras mais importantes do mundo so outro bastidor do plano.

    Por fim, estudos internacionais defendendo a autonomia de naes indgenas e que podem iniciar processo separatista na Amaznia tambm integram o cenrio. No governo j h consenso de que o Brasil deve responder a essas questes de maneira firme. O Plano Estratgico ser o primeiro passo, completa o observador.

    Menos poder para ministro Tarso Genro O Plano Nacional de Defesa ficou pronto no incio do ms, mas, por patriotismo, ter suas

    diretrizes oficialmente divulgadas s no 7 de Setembro. Seu detalhamento ser anunciado ao longo dos dois meses seguintes e, alguns pontos, sero tratados como confidenciais por serem dados estratgicos.

    Logo aps a cpula do governo tomar conhecimento das diretrizes, ficou evidente que o Ministrio da Defesa demandar mais recursos oramentrios e, em troca, assumir mais responsabilidades no que diz respeito ao combate ao ingresso de armas e drogas e ao controle entrada de imigrantes no Pas, hoje a cargo das polcias Federal e Rodoviria Federal, rgos subordinados ao Ministrio da Justia.

    H entre oficiais das Foras quem aposte que, em funo disso, o ministro da Justia, Tarso Genro, tenha reaberto a discusso sobre os pores do regime militar.

    Nova diretriz para ao das tropas O Plano de Defesa tem a meta de reorganizar as Foras Armadas o que inclui um Estado-

    Maior nico para as trs Foras e destina recursos para aquisio de embarcaes e aeronaves e suas tecnologias, alm da construo de mais batalhes nas fronteiras.

    O desafio ser melhorar a infra-estrutura e a logstica. Nossos homens so bem adestrados, mas no podem estar em todos os lugares, comenta um oficial, para quem o certo trocar o modelo estar presente por poder estar presente.

    O Plano de Defesa vai atentar para esse aspecto da segurana nacional, mostrando a necessidade de investimento em tropas de alta mobilidade e bem armadas e auxiliadas por veculos areos no-tripulados, que podem vigiar e combater ao mesmo tempo.

    MINISTRIO DA DEFESA Assessoria de Comunicao Social

    Resenha Diria do Jornal:

    O DIA 17/08/2008

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    O Pr-Sal

    O QUE Seqncia de rochas sedimentares depositadas h 100 milhes de anos no espao geogrfico

    formado pela separao dos continentes Americano e Africano

    COMO SO AS RESERVAS J DESCOBERTAS Os volumes divulgados pelo consrcio liderado pela Petrobras para a reserva de Tupi so de at

    8 bilhes de barris de petrleo. Mais 8 bilhes de barris esto previstos para a reserva de Jpiter. Os demais campos no tiveram o volume divulgado, mas se especula que apenas um deles tenha em torno de 33 bilhes de barris.

    O QUE ISSO REPRESENTA

    Para efeito de comparao, as reservas totais da Petrobras hoje esto em torno de 15 bilhes de barris.

    COMO AS DESCOBERTAS MEXEM COM O SETOR

    Tanto o presidente Lula quanto a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, fizeram declaraes pblicas na semana passada defendendo que as reservas sejam exploradas pelo Brasil, e o leo extrado, oferecido para o exterior refinado (aps industrializao, ou seja, com maior valor agregado). Ambos defenderam mudanas na Lei do Petrleo, de 1997, permitindo que a totalidade do lucro das reservas seja destinado ao desenvolvimento da nao, com investimentos em educao e distribuio de renda. J h inclusive um projeto de lei, o de n 2.507/2007, que prev mudanas na Lei do Petrleo. Lula e Dilma falaram at em criar uma nova estatal exclusivamente para explorar leo dessas reservas.

    ENTREVISTA: GENERAL DURVAL ANTUNES DE ANDRADE NERY 'Essa IV frota amiga?' Coordenador do Centro Brasileiro de Estudos Estratgicos, general v com preocupao a reativao da esquadra dos EUA encarregada de proteger o comrcio nos mares do sul e critica a presena de mercenrios em plataformas do nosso litoral

    Rio - Para a maioria dos militares brasileiros, no h como desassociar a recriao da IV Frota

    dos Estados Unidos da descoberta de imensa jazida de petrleo no nosso litoral. Entre esses militares, est o general de brigada da reserva Durval Antunes de Andrade Nery, coordenador de estudos e pesquisas do Cebres (Centro Brasileiro de Estudos Estratgicos), que rene entre seus pesquisadores diplomados pela Escola Superior de Guerra. Abaixo os principais trechos da conversa dele com O DIA.

    IV Quarta Frota A deciso dos Estados Unidos de recriar a IV Frota foi apresentada como destinada a proteger o

    livre fluxo do comrcio nos mares da regio. Ora, se algum tem condies de proteger, tem condies de impedir esse fluxo comercial. Pergunto: Por que proteger o comrcio de uma rea que no vive situao de guerra? E isso quando o Brasil d notcia da extenso das jazidas do pr-sal como uma das maiores de todo o mundo.

    Grupo Halliburton dos EUA Esta empresa est envolvida com o apoio logstico em todo o mundo no que diz respeito ao

    petrleo, principalmente no Iraque. A Halliburton uma empresa que hoje, no Brasil, mantm um de seus (ex-) diretores como diretor da ANP (Nelson Narciso Filho, indicado pelo presidente Lula e aprovado em sabatina no Senado). Esse homem tem acesso a dados secretos das jazidas de petrleo no Brasil.

    Bush e o pr-sal Logo depois que o mundo tomou conhecimento da existncia das reservas do pr-sal, o

    presidente (George W.) Bush disse na imprensa: No reconheo a soberania brasileira sobre as 200 milhas. O pr-sal ultrapassa as 200 milhas. Tudo que existe ali para explorao econmica do Pas, isso segundo a ONU. Por que o presidente norte-americano recria a IV Frota logo aps no reconhecer nossa soberania?

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    O comando da IV Frota Poderamos imaginar que a IV Frota vai ter misso humanitria, mesmo custando uma fortuna

    manter porta-avies nucleares com 50, 60 e 100 avies navegando permanentemente nos mares do sul. Mas, por que nomear para o comando o contra-almirante Joseph Kernan, especializado em tticas de guerra submersa e no treinamento de homens-rs? Um homem que com seus sabotadores deu um banho nas guerras do Afeganisto e do Iraque est frente da IV Frota para proteger?

    Blackwater no Brasil (Aps a eleio de Bush), a Hallibourton, contratada pelo governo dos EUA para planejar a

    reduo das despesas do pas com as Foras Armadas, criou uma empresa chamada Blackwater firma de mercenrios, com contrato de seis bilhes de dlares e que, s no Iraque, tem 128 mil homens. Eles fazem segurana e matam. Pergunto: Quem est fazendo a segurana das 15 plataformas que a famlia Bush tem no Brasil, todas vendidas (em licitao) pela ANP? Ainda fao um desafio: vamos pegar um barco e tentar subir numa plataforma. Garanto que vamos encontrar os homens da Hallibourton armados at os dentes e que no vo deixar a gente subir.

    Estranho na selva Coronel que at o ano passado comandava batalho na regio da (reserva indgena) Yanomami

    contou que estava fazendo patrulha em um barco inflvel com quatro homens em um igarap quando avistou um sujeito armado com fuzil. Um tenente disse: Tem mais um cara ali. Eram cinco homens armados. O tenente advertiu: Coronel, uma emboscada. Vamos retrair. Retraram. Perguntei: O que voc fez? Ele disse: General, tive que ir ao distrito, pedir juza autorizao para ir l. Falei: Meu caro, voc, comandante de um batalho no meio da Amaznia, perto da fronteira, responsvel por nossa segurana, s pode entrar na rea se a juza autorizar? Ele respondeu: . Foi isso que o governo passado (Fernando Henrique) deixou para ns. No podemos fazer nada em rea indgena sem autorizao da Justia.

    15 homens e 10 lanchas O coronel contou que pegou a autorizao e voltou. Levou trs horas para chegar ao igarap,

    onde no tinha mais ningum. Continuou em direo fronteira. De repente, encontrou ancoradouro, com um cara loiro, de olhos azuis, fuzil nas costas, o esperando. Olhou para o lado: 10 lanchas e quatro avies-anfbio, no meio na selva. Na sua rea?, perguntei. , respondeu. Ele contou que abordou o homem: Quem voc?. Como resposta ouviu: Sou oficial foras especiais dos Estados Unidos da Amrica do Norte. O coronel insistiu: Que faz aqui. E o cara disse que fazia segurana para uma pousada. Ele perguntou qual pousada? Ouviu: Pertencente a um cidado americano. Quinze homens estavam l, armados. Hallibourton? Blackwater?

    Crise do Petrleo Temos (no pr-sal), talvez, a maior jazida de petrleo do mundo. Ser que pases desenvolvidos

    vo se aquietar sabendo que o futuro deles depende do petrleo? Os Estados Unidos tem petrleo s para os prximos cinco anos. Tanto que o pas no consome o dele, porque suas reservas so baixas. Passa a pegar o que existe no mundo. Foi assim no Ir, em 1953, quando derrubaram o (primeiro-ministro Mohamed) Mossadegh. Os aiatols pegaram de volta e agora querem outra vez atacar o Ir. No Afeganisto, deu no que deu. No Iraque, tomaram o petrleo de l. Agora vem o petrleo do Mar Cspio e a Georgia (em guerra com a Rssia por territrio onde passam gasodutos). E no Brasil, como ser? Essa (IV) Frota s amiga? Est aqui s para proteger?.

    Especialistas de sobra Autoridades da Defesa fazem coro ao declarar que soldados brasileiros so os melhores, mas faltam os meios para atuao

    Rio - O presidente Lula j ouviu de todos os comandantes militares: a ao de suas tropas para

    defesa da soberania nacional s prejudicada pela falta de equipamentos e investimentos. Temos os melhores soldados de selva e o que precisamos agora melhorar as condies dos nosso equipamentos, disse na semana passada o ministro da Defesa, Nelson Jobim, que d como certo que o 7 de Setembro deste ano vai servir como marco da mudana desse melanclico quadro.

    O Brasil o pas da Amrica do Sul que menos gasta com as Foras Armadas (1,8% do PIB em 2005, segundo dados da ONU). Fica atrs de naes mais pobres, como o Equador (3,7% do PIB). O contigenciamento (corte de oramento no burocrats) paira como ameaa sobre os quartis h 14 anos.

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    Por isso, no pequeno o nmero de oficiais que ainda esperam que o Plano da Defesa abra os cofres para soltar fogos e comemorar o que se anuncia como vento favorvel nunca visto antes.

    Sem sombra de dvidas precisamos aumentar a capacidade da Marinha. Hoje no temos capacidade de atender a todas as nossas tarefas. Isso vem sendo dito permanentemente. O governo est consciente disso, aposta o comandante da Marinha, almirante Jlio Soares de Moura Neto, voz mais ativa na cobrana por mais verbas para a Defesa.

    Destaque na Ao Social na Amaznia A qualificao e a dedicao da tropa tm sido exemplificadas para a rea civil do governo

    usando um dado evidente, mas at ento pouco explorado pelos quartis: brasileiros que moram em reas da fronteira amaznica s conhecem mdicos e dentistas militares. Nunca viram um profissional civil, que recebe bem mais pelo atendimento na cidade e se recusa a ir para l, conta um oficial da rea de sade, que serviu na selva.

    Somos o Estado Brasileiro para essa gente. Se o governo no reconhece a necessidade de defesa, pelo menos essa compreende, completa. Comandante do Comando Combinado da Amaznia, general Augusto Heleno destaca a necessidade de o Pas aumentar ainda mais a projeo de poder na regio. Para isso, necessrio termos meios altamente mveis, flexveis e modernos tecnologicamente, afirma.

    97% da verba de Defesa vo para os soldos Para o pesquisador de assuntos militares da Universidade Federal de Juiz de Fora (MG),

    Expedito Carlos Stephani Bastos, o problema da falta de equipamentos modernos est interligado indstria nacional de defesa que, com pouca ajuda do governo federal, tem lutado contra a penria nos ltimos 20 anos e falta de capacitao dos militares para utilizar a tecnologia.

    Falta investimento do governo. No toa que o Chile tem as melhores Foras Armadas da Amrica do Sul. L eles destinam 10% da arrecadao mensal para as Foras. No Brasil, 97% do dinheiro destinado ao Exrcito, Marinha e Aeronutica so usados na folha de pagamento e manuteno. Os outros 3% sobram para o investimento a ser dividido entre as trs Foras, afirma.

    Pas far manobra militar sobre o pr-sal Ao conjunta das trs Foras levar 9 mil homens para o litoral sudeste

    Rio - Com foco no treinamento para proteo das reservas petrolferas em guas profundas, o

    Ministrio da Defesa prepara para as duas ltimas semanas do ms que vem exerccio naval no litoral dos estados do Rio, Esprito Santo e So Paulo. A Operao Atlntico vai contar com 9 mil militares, 20 navios, 40 aeronaves e 250 outros veculos. Em ao, a Marinha com apoio do Exrcito e da Fora Area, em prontido contra presenas indesejveis, como definem os militares de branco.

    Alm dos exerccios na gua, as Foras vo treinar a defesa de toda a infra-estrutura terrestre associada indstria petrolfera, do Esprito Santo a So Paulo, incluindo gasodutos, oleodutos, refinarias, portos e terminais.

    Durante a operao, a Marinha espera reforar a importncia da defesa das riquezas brasileiras e mostrar que os navios-patrulha e helicpteros so insuficientes para a misso. O comandante da Marinha, almirante Jlio Soares de Moura Neto, quer dobrar de 18 para 36 o nmero de navios-patrulha para proteger a chamada Amaznia Azul.

    A Operao Atlntico vai custar R$ 15 milhes, se estender de 15 a 26 de setembro e promover aes sociais, como atendimento mdicos, nas cidades de Mag (RJ), de Itapemirim (ES) e de So Sebastio (SP).

    Quartis em reservas da Amaznia Em operao conjunta militar encerrada na sexta-feira, o Ministrio da Defesa revelou tropa

    que, dentro do Plano Estratgico, a Amaznia ter ateno especial, com criao de postos militares na fronteira com outros pases, como a Colmbia e o Peru, incluindo as reservas indgenas. A meta que

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    as novas unidades militares comecem a ser levantadas ainda este ano, o que vai prever transferncia de mais quartis e militares do Sudeste para regio de selva, como O DIA revelou em junho.

    Os grupos indgenas que ocupam as reservas sero chamados a colaborar com as Foras Armadas. O governo decidiu que vai instalar postos do Exrcito nas fronteiras. As comunidades podem protestar vontade, mas ns vamos instalar, chegou a afirmar o ministro da Defesa, Nelson Jobim.

    A notcia foi recebida com euforia pelos 5.300 militares que at sexta-feira se exercitavam em tticas de guerra na selva na Operao Poraqu (nome de peixe eltrico muito comum na regio). Orada em R$ 10 milhes, a operao simulou conflito armado convencional no ambiente amaznico.

    VENEZUELA

    A Fora Area Brasileira (FAB) e a Aviao Militar Venezuelana iniciam amanh operao conjunta, com durao de quatro dias, para combater trfegos ilcitos na fronteira entre os dois pases, como os de armas e drogas, muito comuns na regio. A Venbra V tem como objetivo treinar pilotos e controladores de vo, brasileiros e venezuelanos, de forma a consolidar procedimentos especficos de coordenao no combate aos criminosos internacionais.

    A ao consiste em exerccio de simulao no qual se empregam aeronaves-alvo militares como se fossem traficantes que cruzaro fronteira fictcia estabelecida entre Brasil e Venezuela, nos dois sentidos. Para localiz-los, sero usados meios de deteco (radares) e de interceptao (aeronaves) dos dois pases. A inteno identificar a invaso to logo acontea.

    Pelo lado brasileiro, as aeronaves AT-26 Xavante e os modernos A-29 Supertucano atuaro como interceptadores e, como aeronaves-alvo, os C-98 Caravan. J pelo lado venezuelano, os interceptadores sero os avies OV-10 Bronco e AT-26 Tucano e, como alvos, os CESSNA 208, mais modernos que as aeronaves brasileiras.