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Perguntas e Respostas em Proteção Solar Bloqueador Solar Johnson’s® baby Hora de Brincar A protecao solar ideal para o bebe

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Perguntas e Respostas em Proteção Solar

Bloqueador SolarJohnson’s® baby Hora de Brincar

A protecao solar ideal para o bebe

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Introdução 3

Referências bibliográficas 19

Como deve ser orientada a proteção solar em bebês menores de seis meses? 4

Qual o fator de proteção solar (FPS) ideal de acordo com a idade da criança? 13

Qual a durabilidade de um protetor solar? Por que ele deve ser reaplicado periodicamente? 15

Existe alguma apresentação (forma galênica) que seja mais recomendável que outra para o uso infantil? 17

Quais são os ingredientes recomendados para a formulação de um protetor solar infantil? Quais as diferenças entre os filtros químicos e filtros físicos nessas formulações? 6

O uso de protetores solares de forma continuada não pode interferir na produção de vitamina D? Não seria recomendável uma exposição solar moderada, sem filtro solar, para que crianças produzam vitamina D? 8

Indice

Perguntas e Respostas

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Dr. Sergio SchalkaCRM/SP 70.148Mestre em Dermatologia pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP)Professor Associado da Universidade de Santo Amaro (UNISA)Diretor Clínico da Medcin Instituto da Pele

Como em muitos temas que envolvem a medicina, existem controvérsias na área de fotoproteção, de for-ma geral e em particular na infância.

As controvérsias muitas vezes são decorrentes de vi-sões distintas sobre o tema, ou sobre conceitos ante-riores que já foram reavaliados, ou simplesmente pela ausência de comprovação sobre algum tópico.

O presente artigo pretende discutir sobre algumas controvérsias em fotoproteção na infância, por meio de respostas a alguns questionamentos habitualmente feitos em congressos médicos.

Introducao

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Como deve ser orientada a proteção solar em bebês menores de seis meses?A agência norte-americana Food and Drug Administration (FDA)1, em sua monografia técnica sobre fotoproteção, recomenda que o uso de protetores solares em bebês menores de seis meses deve ser restrito. Tal recomendação não é baseada numa clara evidência do malefício do uso do produto nesta faixa etária, mas na preocupação de que, devido à imaturidade da barreira cutâ-nea e também à maior superfície corpórea dos bebês, em relação à dos adultos, exista

Perguntas e Respostas

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Assim, o recomendável para bebês menores de seis meses é que sejam submetidos à exposição ao sol de forma restrita, por meio de passeios ou atividades breves, estritamente nos horários em que há limitada exposição à radiação UVB, ou seja, antes das 10 horas da manhã ou após as 15 horas, com especial atenção aos meses de verão. Ainda assim, o uso de roupas e chapéus deve ser associado3.

um potencial risco de maior permea-ção cutânea e absorção sistêmica dos filtros ultravioleta. Além disso, conforme a recomendação da literatura científi-ca2, a exposição direta de bebês me-nores de seis meses ao sol não deve ser recomendada e, por consequência, não há motivação para a utilização do fotoprotetor.

Assim, o recomendável para bebês menores de seis meses é que sejam submetidos à exposição ao sol de for-ma restrita, por meio de passeios ou atividades breves, estritamente nos ho-rários em que há limitada exposição à radiação UVB, ou seja, antes das 10 horas da manhã ou após as 15 horas, com especial atenção aos meses de verão. Ainda assim, o uso de roupas e chapéus deve ser associado3.

Em casos particulares, entretanto, e a critério médico, o fotoprotetor compos-to exclusivamente de filtros inorgânicos (físicos) pode ser utilizado em crianças menores de seis meses.

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Quais são os ingredientes recomendados para a formulação de um protetor solar infantil? Quais as diferenças entre os filtros químicos e filtros físicos nessas formulações?Na formulação de um protetor solar infantil, cuidados especiais na seleção dos filtros ul-travioleta devem ser tomados, para que fil-tros com menor risco de permeação e com menor potencial alergênico sejam prioriza-dos. Existem dois grandes grupos de subs-tâncias utilizadas como filtros ultravioleta: os filtros orgânicos (químicos) são moléculas ca-pazes de absorver a radiação ultravioleta e evitar sua ação diretamente sobre a pele4. Existem 36 substâncias aprovadas pela Agên-cia Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)5 para uso como filtros ultravioleta orgânicos no Brasil, com variações entre sua estrutura química, seu mecanismo de ação e seu pico de absorção. Dependendo dessas carac-terísticas, alguns filtros orgânicos podem ser mais ou menos recomendados para uso em protetores solares infantis. De maneira geral, entretanto, o uso de filtros orgânicos deve ser limitado ao máximo, optando-se preferen-cialmente pelos filtros inorgânicos.

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Os filtros inorgânicos6, também cha-mados de filtros físicos, são partículas de óxidos metálicos capazes de refle-tir ou dispersar a luz ultravioleta, agin-do então por mecanismo óptico. Seu principal benefício é a sua limitada permeação cutânea, reduzindo dras-ticamente o risco de absorção sistêmi-ca e o potencial alergênico6. Por essa razão, os filtros inorgânicos são os mais recomendados para uso em protetores solares infantis.

Por serem partículas grandes, os filtros inorgânicos são visíveis e produzem uma aparência esbranquiçada, que por vezes causa desconforto cosmé-tico aos usuários. Com o propósito de melhorar o aspecto cosmético desses ativos, reduzindo sua aparência es-branquiçada, foi desenvolvida a tec-nologia de redução (micronização) das partículas dos óxidos metálicos (di-óxido de titânio e óxido de zinco). Es-tudo recentemente apresentado7 mos-tra que, mesmo micronizado, não há evidências de absorção desses ativos, sendo por isso os mais recomendáveis para produtos destinados ao público infantil.

Na formulação de um protetor solar infantil, cuidados especiais na seleção dos filtros ultravioleta devem ser tomados, para que filtros com menor risco de permeação e com menor potencial alergênico sejam priorizados.

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O uso de protetores solares de forma continuada não pode interferir na produção de vitamina D?Não seria recomendável uma exposição solar moderada, sem filtro solar, para que crianças produzam vitamina D?Certamente, de todas as controvérsias em fotoproteção, esta é a mais debatida nos meios científicos. Longe de se ter uma respos-ta definitiva, os dermatologistas, baseados na literatura científica, recomendam8 que a exposição solar de forma intencional (ou seja, propositadamente em atividades ao ar livre), sem o uso de fotoprotetores, não seja estimulada para a produção de vitamina D, pelos motivos resumidos a seguir:

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A) A principal função da vitamina D está relacionada à homeostase do cálcio, preservando os níveis séricos e a relação entre cálcio e fosfato e, assim, provendo os osteoblastos com íons suficientes para o proces-so de mineralização da matriz do colágeno.

A mais importante consequência da deficiência da vitamina D é o raqui-tismo em crianças e a osteomalácia em adultos. A literatura, entretanto, é controversa quanto ao benefício de suplementação alimentar de vi-tamina D para a prevenção de oste-oporose em adultos.

Outros benefícios relacionados à vi-tamina D, principalmente na redu-ção da mortalidade de neoplasias internas, carecem ainda de definiti-va comprovação científica.

B) A produção de vitamina D realiza-da pelo organismo humano ocorre em diferentes etapas e em diferen-tes órgãos, com a participação ini-cial da pele, onde, pela ação da

Por todos os motivos mencionados, a recomen-dação dos dermatologistas é de que, para os indivíduos que necessitem de aporte adicional de vitamina D, este seja realizado por suplementação oral, e não pela exposição intencional ao sol, e que o uso de fotoprotetores não seja desestimulado por esta motivação, tendo em vista seu benefício na prevenção do câncer cutâneo.

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radiação UVB, existe a transformação de 7-di-hidrocalciferol em vitamina D3, con-forme se verá na Figura 1.

C) A máxima produção de vitamina D ocor-re após breve exposição ao sol (particu-larmente à radiação UVB). A quantidade exata de tempo depende de vários fato-res, como a localização, o horário do dia, a época do ano e o tipo de pele. Para um indivíduo de pele clara, em Boston ou Nova York, no horário de almoço do mês de junho, somente 2 a 5 minutos de exposi-

7 – DHC Pré-vitamina D3 Vitamina D3

Vit – D3 ou Vit – D2(dieta ou suplementos)

1,25–(OH)2Vitamina D

25–OH Vit D

Circulação

Circulação

Pele

Trato GI

UVB

CYP 27b1

CYP 27a1

Rins Fígado

Figura 1 – Esquema ilustrativo da via de metabolização da vitamina D. Adaptado de Wolpowitz e Gilchrest8.

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ção são necessários. Após esse tem-po, nenhuma produção adicional de vitamina D poderá ser estocada para uso futuro8. No Brasil, país com maior índice de insolação, poucos dados ainda estão disponíveis. Re-cente estudo publicado9 realizou avaliação do índice ultravioleta e dose necessária para produção de vitamina D na cidade de São Pau-lo. Os resultados demonstram que a exposição média de 7 minutos nos meses de verão e 10 minutos nos meses de inverno, no período pró-ximo ao meio-dia solar, somente na área da face e dorso das mãos, é suficiente para a produção de vi-tamina D na cidade de São Paulo, quantidade de energia essa muito inferior à necessária para a produ-ção de eritema.

D) A exposição solar de forma des-protegida, na infância e na idade adulta, tem relação direta com a incidência de neoplasias cutâneas como o carcinoma espinocelular, o carcinoma basocelular e o melano-

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ma, conforme comprovam inúmeros tra-balhos científicos2. No Brasil, por ser país de clima tropical e ensolarado, esse tema torna-se ainda mais relevante.

E) Diferentes estudos mostram que o uso de protetores solares não interfere na produ-ção de vitamina D8. Isso pode ser explica-do pelo fato de que, por maior fator de proteção solar (FPS) que tenha o produ-to e por maior quantidade de fotoprote-tor que tenha sido aplicado, ainda assim uma parcela de radiação UVB atinge a superfície da pele e, como anteriormen-te exposto, essa pequena quantidade de energia é suficiente para produção de vi-tamina D.

F) Conforme demonstrado na Figura 1, a su-plementação de vitamina D pode ser rea-lizada por meio de dieta ou suplementos vitamínicos, dispensando a necessidade de exposição solar para a sua produção8.

Por todos os motivos mencionados, a reco-mendação dos dermatologistas é de que, para os indivíduos que necessitem de apor-te adicional de vitamina D, este seja reali-zado por suplementação oral, e não pela exposição intencional ao sol, e que o uso de fotoprotetores não seja desestimulado por esta motivação, tendo em vista seu be-nefício na prevenção do câncer cutâneo.

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Qual o fator de proteção solar (FPS) ideal de acordo com a idade da criança?Como já apresentado em outros fascícu-los, o FPS é uma medida da eficácia de um protetor solar que quantifica a pro-teção contra a queimadura solar e, por-tanto, essencialmente contra a radia-ção UVB1. Apesar de mais importante, ela não deve ser a única medida avalia-da na escolha do fotoprotetor. Devemos também considerar a proteção UVA (habitualmente quantificada pelo mé-todo denominado PPD, do inglês persis-tent pigment darkening) e a resistência à água, bastante relevante para produtos destinados ao uso infantil3.

Em relação ao FPS, os conceitos mais atuais mostram que sua escolha deva se basear em faixas de proteção, mais do que o valor numérico propriamente dito. Isso se deve ao fato de que, como dito anteriormente, a adequada aplicação de uso interfere sobremaneira no valor do FPS, particularmente a quantidade aplicada10. Assim, a diferença entre um produto, por exemplo, de FPS 30 ou 35 acaba sendo irrelevante se a aplica-ção não for feita de forma adequada.

Para as crianças, de forma geral, devemos propor o uso de fotoprotetores acima de 30 e, em casos particulares nos quais haja extrema sensibilidade da criança ao sol, em decorrência de fototipo ou de alguma patologia associada, um produto com FPS maior que 50 pode ser recomendado.

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Com relação às faixas de proteção, a Tabela 1 mostra a classificação proposta pela Anvisa em portaria recentemente publicada11.

Para as crianças, de forma geral, devemos propor o uso de fotoprotetores acima de 30 e, em casos particulares nos quais haja ex-trema sensibilidade da criança ao sol, em decorrência de fototipo ou de alguma pato-logia associada, um produto com FPS maior que 50 pode ser recomendado.

É sempre importante reforçar a importância de uma aplicação adequada, em todo o tegumento, com uma quantidade generosa de produto, lembrando que estudo recente-mente publicado demonstrou que a quanti-dade aplicada do protetor é mais relevante que o valor do FPS de rótulo na determina-ção de uma fotoproteção correta12.

Tabela 1. Proposta de classificação de fotoprotetores pela Anvisa11

Indicações adicionais

Designa-ção de

categoria de produto

FPSFator míni-mo de pro-teção UVA

(FPUVA)

Compri-mento de onda críti-co mínimo

Pele pouco sensível à queimadura solar

Baixa proteção 6 – 14,9

1/3 do valor do FPS

indicado na

rotulagem

370 nm

Pele moderada-mente sensível à queimadura solar

Média proteção 15 – 29,9

Pele muito sensível à queimadura solar

Alta proteção 30 – 40,9

Pele extremamente sensível à queimadura solar

Muito alta proteção

Maior que 50 e menor

que 100

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Qual a durabilidade de um protetor solar? Por que ele deve ser reaplicado periodicamente?Todo filtro solar, com intensidade variá-vel e dependendo de sua formulação, perde sua eficácia fotoprotetora com o passar do tempo. Isso se deve essen-cialmente à remoção parcial e conti-nuada do protetor solar da superfície cutânea, por diferentes agentes am-bientais e também à perda da capa-cidade fotoprotetora dos ativos com a sequência da radiação exposta13.

A primeira característica do fotopro-tetor é denominada substantividade, ou seja, a capacidade de adesão do produto na pele. Habitualmente a substantividade é quantificada pela resistência à água, método padroni-zado internacionalmente1 e que ava-lia uma das principais condições em que o produto é removido da pele, por meio da imersão na água. Outras condições podem permitir a perda do protetor, tais como a sudorese, o con-tato com roupas e toalhas e a abra-são na areia.

De qualquer forma, por maior substantividade e fotoestabilidade que um produto possa apresentar, mesmo assim ele perde parcial eficácia com o passar do tempo de atividade e exposição e, por isso, a recomendação de reaplicações a cada 2 horas ou após longos períodos de imersão.

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A segunda característica, a capacidade de

um determinado protetor manter seu poten-

cial fotoprotetor após longos períodos de ra-

diação, é conhecida por fotoestabilidade14.

A fotoestabilidade de um determinado pro-

duto depende essencialmente dos filtros que

o compõem, pois sabidamente alguns ativos

são mais fotoestáveis que outros. Os filtros

inorgânicos (físicos) são considerados como

os ativos mais fotoestáveis que existem por

atuarem por mecanismo óptico de reflexão

e dispersão, e não por mecanismos de absor-

ção de radiação.

Os protetores solares são habitualmente sub-

metidos a testes de substantividade (resistên-

cia a água) e fotoestabilidade (a partir de

medidas espectrofotométricas e também

por testes de durabilidade).

De qualquer forma, por maior substantivida-

de e fotoestabilidade que um produto possa

apresentar, mesmo assim ele perde parcial

eficácia com o passar do tempo de ativida-

de e exposição e, por isso, a recomendação

de reaplicações a cada 2 horas ou após lon-

gos períodos de imersão.

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Existe alguma apresentação (forma galênica) que seja mais recomendável que outra para o uso infantil?A forma galênica pode ser definida como a apresentação de um produto tópico e é caracterizada pelos ingre-dientes que compõem o veículo, ou seja, se é emulsão (creme ou loção cre-mosa), gel (aquoso ou alcoólico), po-mada, stick, spray, loção, entre outras.

Diferentemente do que para algumas vias de uso sistêmico, para a via cutâ-nea a forma galênica exerce grande impacto na eficácia e na segurança de produtos tópicos, pois interfere na permeação de ativos e ingredientes do veículo15.

A forma galênica mais eficiente para um protetor solar é a emulsão, sendo os cremes (emulsão de água sobre óleo) mais efetivos que as loções cremosas (emulsão de óleo sobre água). Essa di-ferenciação se deve ao fato de que os filtros ultravioleta, que neste caso são os

Para crianças maiores, entretanto, a questão de facilidade de aplicação é muito importante para que o produto seja adequadamente espalhado em todo o corpo numa quantidade razoável e, por esta razão, as loções cremosas (mais fáceis de espalhar) são a apresentação mais recomendável.

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ativos, são na sua grande maioria lipossolúveis e, portanto, se combinam melhor com emul-sões com maior carga oleosa (cremes) do que com outros veículos. Isso, entretanto, é com-pensado pelo formulador no momento do de-senvolvimento do produto, para que o FPS e a proteção UVA planejados sejam atingidos.

Assim, um creme com FPS 30 tem a mesma eficácia na proteção contra queimadura so-lar que um gel com o mesmo fator de prote-ção solar, com a diferença de que provavel-mente maior quantidade de filtros ultravioleta foi adicionada ao gel para atingir a mesma proteção que o creme.

Dessa forma, especialmente para crianças pequenas, o creme é o veículo mais ade-quado para um protetor, por possivelmente utilizar menor quantidade de filtros ultraviole-ta em sua formulação e também porque são os cremes aqueles que habitualmente forne-cem maior resistência à água.

Para crianças maiores, entretanto, a ques-tão de facilidade de aplicação é muito im-portante para que o produto seja adequa-damente espalhado em todo o corpo numa quantidade razoável e, por esta razão, as lo-ções cremosas (mais fáceis de espalhar) são a apresentação mais recomendável.

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