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BOA VONTADE 200

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Especial

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José de Paiva Netto, jornalista, radialista e escritor, é Presidente das Instituições da Boa Vontade.

Estamos respirando

Notícias recentes, que relatam a sistemática degradação ambiental, promovida pela sociedade moderna, e seus trágicos efeitos para a vida no Planeta, despertaram-me a idéia de trazer a Vocês, leitores atentos da revista BOA VONTADE, um trecho de meu livro Crônicas & Entrevistas, publicado pela Editora Elevação, em dezembro de 2000, ao qual acrescentei informações atualizadas sobre o tema. No capítulo denominado “Cuidado, estamos respirando a morte”, apresento algumas reflexões sobre causas e conseqüências envolvidas nesses fatos.

Editorial

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Viver no presente momento é administrar o perigo

Estamos respirandoa morte

nismo que seus efeitos já aparecem na população, consoante revela a pesquisa de autoria de Ubiratan de Paula Santos, do INCOR (Instituto do Coração) do Hospital das Clínicas de São Paulo, também publicada pelo mesmo jornal no dia 2/4/2003:

“Um estudo realizado com 50 marronzinhos — fiscais de trânsito — na cidade de São Paulo, todos sem relatos de doenças, mostrou que, em períodos de maior poluição, eles ti-nham um aumento da pressão arterial e alteração de mediadores químicos (como fatores de coagulação) que po-dem levar a problemas circulatórios. As mudanças estavam relacionadas principalmente aos poluentes gerados por automóveis”.

No Rio de Janeiro, a despeito do mar, o envenenamento atmosférico avança, sem falar na contaminação das praias... O que surpreende é constituírem São Paulo e Rio metrópoles altamente politizadas.

E o problema não se contém nas fronteiras nacionais. De fato, acentua-se ainda mais em outros grandes centros, a exemplo do que publiquei na nova edição de meu livro As Profecias sem mistério,

da qualidade do meio em que vivem. A exposição constante aos poluentes, com freqüência, é letal. A parca vai se insta-lando, pouco a pouco, em corpos e mais corpos. Observem o estudo, apresentado por Rafael Cariello, da Folha de S. Paulo, direto de Nova York:

“Segundo pesquisadores da Uni-versidade da Califórnia do Sul, autores de ‘Os efeitos da poluição do ar no desenvolvimento do pulmão’ e que monitoraram 1.759 pessoas dos 10 aos 18 anos, em 12 cidades, a incidência de jovens com capacidade pulmonar abaixo do normal entre as que cresceram em ambiente poluído é cinco vezes maior. ‘Déficits ligados à poluição’, diz o texto, são “grande fator de risco para complicações e mortes na vida adulta”.

Eis que, dia a dia, de maneira impla-cável, a saúde de todos vai sendo minada. A começar pela psíquica, porquanto as mentes humanas vêm padecendo toda espécie de pressões. Por isso, pouco adiantará cercar-se de muros cada vez mais altos, se de antemão a ameaça esti-ver dentro de casa.

Tal é a proporção dos riscos ao orga-

Um dia desses, alguém dizia que “o aumento da gasolina”...

Pensei cá com os meus bo-tões: Gasolina?! O que anda por

aí é tudo, menos o veterano derivado do petróleo. Comparando a de antigamente aos odores fétidos dos combustíveis de hoje, chega a lembrar fragrâncias de perfumaria.

Atualmente, em vastas regiões da Terra, o simples ato de respirar corres-ponde à abreviação da vida. Sofrimentos de origem alérgica e pulmonar crescem em progressão geométrica. Hospitais e consultórios de especialistas vivem lota-dos com as vítimas das mais diferentes impurezas.

Abeirar-se do escapamento de um veículo é suicídio, tal a adulteração de combustível vigente por aí. Isso sem citar os motores desregulados...

Cidades assassinadas

Quando Você se aproxima, por estra-da ou via aérea, da capital bandeirante, logo avista paisagem sitiada por oceano de gases nocivos.

Crianças e idosos vivem lá... Mere-cem respeito! O desenvolvimento e a so-brevivência deles dependem diretamente

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da Editora Elevação, no qual transcrevo algumas recentes notícias que expõem a gravidade da situação:

“ C h i n a a d -mite que 360 mi-lhões bebem água poluída no país — (...) O governo admite também que mais de 70% dos rios e lagos do país estão conta-minados. (...) O governo enfrenta difi-culdades para encontrar um equilíbrio entre o acelerado desenvolvimento econômico e o impacto ambiental. (...) O total de pessoas ameaçadas pela água que consomem representa um terço da população das áreas rurais. (BBC Brasil — 23/3/2005)”.

“Poluição do ar mata 310 mil europeus por ano — (...) O país europeu mais afetado é a Alemanha, onde morrem anualmente 65.088 pessoas devido ao problema. Se-guem-se a Itália, com 39.436 vítimas mortais, e a França, com 36.868. (...) A morte por poluição atmosférica não é um problema novo nem restrito à Europa ou à Alemanha. Em 1997, a Organização Mundial de Saúde já relacionou 700 mil mortes anuais à poluição. Uma pesquisa publicada pela revista Science em 2001 fez a seguinte projeção para 2020: se as cidades do México, Nova York, Santiago e São Paulo baixassem em 10% sua emissão de gases poluentes, seria possível evitar 64 mil mortes e

65 mil casos de bronquite crônica por ano nessas cidades. (Deutsche Welle — 24/3/2005)”.

Despoluir qualquer cidade deveria fa-zer parte do programa corajoso do políti-

co que realmente a amasse. Não se pode esperar

que isso apenas ocorra quan-do se tornar assunto lucrativo. Ora, nada mais proveitoso do que cuidar do cidadão, o Capital de Deus.

As questões são múltiplas, mas esta é das mais graves: estamos respirando a morte. Encontramo-nos diante de um tipo de progresso que, ao mesmo tempo, espalha ruína. A nossa própria.

Comprova-se a precisão urgente de ampliar em largo espectro a consciência ecológica do Povo, antes que a queda de sua qualidade de vida seja irrever-sível. Este tem sido o desafio de vários idealistas.

Entretanto, a ganância ainda tem sido maior que a Razão. O descuido no preparo das comunidades, para que não esterilizem o solo onde habitam, mostra-se superior ao instinto de sobrevivência. A água está acabando

A Tribuna da Imprensa, de 10 de

março de 2000, revelou a conclusão de um novo estudo divulgado pelo instituto independente Worldwatch, com sede nos Estados Unidos, que diz:

“O gelo ártico perde uma área equivalente à Holanda a cada ano, ou cerca de 34.300 quilômetros quadrados. (...) Como o gelo permanente funciona também como um espelho, refletindo o calor solar e mantendo a temperatura da Terra relativamente fria, teme-se que o atual derretimento multiplique os efeitos devastadores do aquecimento global da atmosfera. Antes da catástrofe, porém, o gelo derretido já vem causando problemas para cidades que dele dependem para seu suprimento de água potável. Lima, no

Peru, é um exemplo dramático.

Cada um dos seus dez milhões de habi-tantes dispõe hoje de apenas três metros cúbicos da água proveniente da geleira de Quelccaya, quando, há dez anos, dali eram tirados 30 metros cúbicos”.

Conseqüência do efeito estufa? Uns afirmam que sim; outros, que não. A verdade é que se trata do resultado da insensatez de gente que “não enxerga um palmo adiante do nariz”, como can-tava na melodia popular de Noel Rosa (1910-1937) , “Com que roupa” o poeta Pedrinho Bevilacqua.

Há, ainda, graves resultados indiretos do aquecimento demasiado da atmosfera terrestre. O equilíbrio biológico natural do Planeta está sendo afetado. Sua com-plexa e delicada harmonia apresenta séria degradação. Além da extinção em massa de diversas espécies da fauna e flora, sen-

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VAtualmente, em vastas regiões da Terra, o

simples ato de respirar corresponde à abrevia-ção da vida. Sofrimen-tos de origem alérgica e pulmonar crescem em progressão geométrica.

síveis às alterações ambientais brus-cas, os efeitos do fenômeno podem originar epidemias em latitudes que, naturalmente, são de clima quente e outros problemas orgânicos em todo o Globo, como podemos observar nesta outra matéria publicada pela BBC/Brasil:

“O aumento da temperatura cria condições ‘propícias’ para o cresci-mento de casos de malária na Amazô-nia e de dengue nos centros urbanos, afirmou à BBC Brasil o cientista Diarmed Campbell, da Organização Mundial de Saúde (OMS).

“‘Os países tropicais como o Brasil são muito mais

conseqüências surgem na forma de estresse, que pode levar à ocor-rência de infartos, e de-sidratação, como os 20 mil mortos registrados no último verão euro-peu.

“Sinusite, bronquite e asma são outros sintomas de que o ar está muito poluído. Já nos países pobres ou em desenvolvimento e localizados principalmente na re-gião tropical do Globo, a elevação da temperatura provoca diarréia, malária, intoxicação alimentar, leishmaniose e desnutrição, além de outras pragas.

“(...) O estudo publicado pela OMS diz que o aumento da tem-peratura mundial pode favorecer a propagação de doenças originadas na água ou transmitidas por insetos”.

A poluição que chega antes

A infinidade de poluições que vêm prejudicando a vida

foi largado, menino, às feras da rua. Mas ainda há tempo de acolhermos

a asserção de Antoine de Saint-Exu-péry*3 (1900-1944), cujo centenário (estávamos em 2000) está sendo agora comemorado:

— É preciso construir estradas

entre os homens.

Realmente, porque cada vez me-nos nos encontramos nos caminhos da existência como irmãos.

Longe da Fraternidade, não des-frutaremos a Paz._______________*1 e 2 Geisa Firmo Gonçalves e Sandro do Nascimento — Artesã e professora, de apenas 20 anos. No dia 12 de junho de 2000, Geisa vol-tava da favela da Rocinha, onde trabalhava com crianças carentes, a caminho do Jardim Botânico, quando seu ônibus foi seqüestrado por Sandro do Nascimento, um jovem que havia, alguns anos antes, sobrevivido a uma chacina acontecida na Candelária. A professora foi feita de escudo huma-no e acabou baleada e morta durante a operação de resgate realizada pela polícia.*2Antoine de Saint-Exupéry (1900-1944) — Nasceu em Lyon, França. Foi aviador de profissão e escritor por devoção. Seu livro mais conhecido O Pequeno Príncipe é um convite à reflexão para que as pessoas se humanizem. An-toine foi oficialmente contra o governo nazista

e combativo membro da Resistência Francesa. Quando O Pequeno Príncipe foi publicado em 1943, a Fran-ça estava ocupada pelo exército germânico. Faleceu quando seu avião foi abatido por um piloto alemão da Luftwaffe.

vulneráveis às doenças do que os países europeus’, disse Campbell.

“O alerta foi dado durante a apresentação do relatório da OMS sobre as mudanças climáticas e o seu impacto na saúde do homem, durante a Conferência sobre Mudan-ças Climáticas das Nações Unidas, em Milão.

“Segundo a pesquisa, 2,4% dos casos de diarréia e 2% das incidên-cias de malária em todo o mundo são conseqüências diretas do aumento de temperatura no planeta.

“Nos países industrializados, as

de cada um deriva da falência moral que, de uma forma ou de outra, inferniza a todos.

Viver no presente momento é administrar o perigo.

A jovem Geisa*1, maltratada e morta na tragédia da Rua Jardim Botânico (junho de 2000), começou a ser assassi-nada no dia em que o excluído Sandro*2

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“Ao ler a BOA VONTADE tive uma grata surpre-sa: o conteúdo é claro e de fácil lei-tura, assim como o trabalho realizado pela LBV; só com-plica quem não en-

tende. Também fiquei conhecendo a filosofia religiosa da LBV, que até então desconhecia. Assim, recomendo às pessoas que visitem e conheçam a Legião da Boa Vontade”. (Gregório José Simão, da Gazeta do Setor Oeste e do Jornal Central Metropolitano)

“Adoro a BOA VONTADE, da LBV. Eu leio tudo, de capa a capa. Tem muita variedade e matérias especiais que falam da Espiritualidade (Ecu-mênica). É uma maravilha de revista, e uma Instituição séria que realmente ajuda o próximo”. (Carlos Fernandes, apresentador do programa Tarde Le-gal, da Rádio Globo Cultura AM)Jo

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Os jornalistas Ademir Reis, Car-los Fernandes e Gregório Simão, de Uberlândia/MG, teceram importantes comentários a respeito desta publica-ção. A redação agradece as simpáticas referências e transcreve, abaixo, essas manifestações:

“Envio sinceros cumprimentos pela revista BOA VONTADE. Tenho lido regularmente todas as edições e noto que, a cada uma delas, cresce o número de informações sobre os feitos da LBV no Brasil e a peregrinação do grande cidadão Paiva Netto. Para-béns a todos”. (Ademir Reis, da revista Dystak’s)

entanto, esquecer a couve. Nada melhor para caracterizar a visão e o trabalho dele, como verdadeiramente de Esta-dista, que não planta para uma geração, mas para uma civilização. Não age para colher o aplauso contemporâneo, mas visa à construção dos alicerces de nova civilização. As sociedades do porvir agradecem-no pelo esforço no presente ao formatar e implantar a Pedagogia de Deus nas almas humanas. (Rosiel dos Santos, Administrador de Empresas — Salvador/BA)

“A Mulher no conSerto das Nações”

Magnífico e muito oportuno, como sempre, o artigo intitulado: “A Mulher no conSerto das Nações”, do Diretor-Presidente da LBV, José de Paiva Netto. Triplo agradecimento: primeiro, pela aula de português e de cultura geral; segundo, pela real necessidade de a mu-lher de todas as idades rever seu papel de mãe da Humanidade e fazer alguma coisa para que tudo melhore no mundo, a partir do conSerto de sua própria alma. Terceiro, pelo alerta tão atual sobre a importância da presença feminina no mundo, ao afirmar: “(...) nenhum ho-mem realiza nada de realmente valioso, se não tiver, de uma forma ou de outra, o apoio da Mulher (...)”.

Esta Mensagem é um alerta às mulheres e aos homens também, par-ticularmente aos profissionais da área médica e aos que se dedicam a fazer leis que dirigem os povos. Digo dirigir sim, pois as Leis que verdadeiramente os governam são as eternas, imutáveis e irrevogáveis Leis de Deus. Ninguém es-capa às conseqüências de seus atos, bons ou maus. Recentemente foi publicada a nota intitulada “Abortos ameaçam a próxima geração na Índia”, no site www.an.com.br: “Nova Délhi — O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e associações de mulheres e de médicos advertiram em estudo recente que o nú-mero crescente de abortos praticados na Índia quando o feto é do sexo feminino está criando um grave desequilíbrio demográfico.

“Na Índia existem 927 mulheres por

Rui Barbosa, o carvalho e a couve.

Belo presente de aniver-sário o dirigente da LBV concedeu a todos nós com a realização do II Fórum Internacional dos Soldadi-nhos de Deus da LBV no Terceiro Milênio (Edição de março da BOA VONTA-DE). Nada mais apropriada do que a passagem escolhida: “A pesca milagrosa”.

(...) Ao dar sempre destaque às crianças, proporcionando-lhes a edu-

cação com a Espiritualidade, que as direcionará ao entendimento, mesmo na tenra idade, da cidadania ecumênica — como ponto funda-mental da vivência da Sociedade Solidária — Paiva Netto vem dar tratamento de importância ao que é realmente importante para o futuro de nossa sociedade. Rui

Barbosa, em sua dialética, veria aí quali-ficada a prioridade ao carvalho, sem, no

Ainda nos preparativos para a inau-guração das novas instalações do Es-paço Ecumênico da Religião de Deus — a Religião do Amor Universal, em Uberlândia, interior mineiro, o leitor atento Marco Dametto informa que, ao ser colocada a tradicional estampa de Jesus na fachada do local, o trânsito da Av. Marcos de Freitas Costa parou.

Os veículos que passavam pela via movimentada diminuíram a velo-cidade para contemplar a inspiradora imagem.

Uberlândia inaugura novo Espaço Ecumênico

Fotos: Ledilaine Santana

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Cartas

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Ação Jovem A revista BOA VONTADE é de

excelente qualidade, principalmente no que diz respeito ao conteúdo. O que mais me chama a atenção é a seção dedicada à Mocidade. Na edição de nº 199, a Ação Jovem LBV trouxe as vá-rias etapas da comunicação do Bem: o início da Operação Jesus, em 1995, um resumo superinteressante dos debates da juventude no Fórum Permanente Jesus e a participação de jovens da LBV em reuniões para elaboração de políticas públicas para a juventude.

Aproveito para agradecer ao nosso Líder, José de Paiva Netto, por pro-porcionar essa gama de atividades que nos faz crescer moral, material e espiritualmente. Obrigada! (Nádia Preda — Brasília/DF)

Escreva para a revista BOA VONTADE

Av. Rudge, 938 • Bom Retiro• São

Paulo/SP — CEP 01134-000 — e-mail:

[email protected]

mil homens, taxa que cai para 800 por mil nos quatro Estados do norte menos desenvolvidos: Uttar Pradesh, Rajastão, Bihar e Hariana. Em um distrito deste último, a taxa chega a 600 por mil. ‘Estas taxas criarão problemas sociais e culturais na próxima geração’, explicou o repre-sentante do Unicef na Índia, Alan Court, em uma entrevista coletiva concedida em Nova Délhi”. (...)

É por causa de fatos como estes que percebemos a importância desta página que Paiva Netto trouxe à reflexão, não somente das Mulheres como também dos Homens. (...) (Irani Maria, engenheira química — São Paulo/SP)

Sou um leitor apaixonado da BOA VONTADE. Leio, comento e divulgo a revista onde estou, e no meu trabalho sem-pre que faço uma reunião. Mando todas as edições para os professores dos meus três filhos. E a matéria do Irmão Paiva, na edição nº 199, “A Mulher no conSerto das Nações” está show de bola. Aliás, ele é o nosso professor, e é o professor que todos,

quando querem falar com propriedade, param um pouquinho ou muito para aprender. O Irmão Paiva é realmente o professor desse Brasil. Agora mesmo estou ouvindo a Rede Boa Vontade de Rádio, que nunca desligo, e fico ligando o que fala (...) e o que vou acrescentar no meu trabalho, na escola, onde posso inovar e enriquecer os meus serviços e co-mentários (...). (João da Rosa Barbosa — Rio de Janeiro/RJ — via e-mail)

O Bom SamaritanoQuero agradecer pelo especial “A

ideologia do Bom Samaritano” (Edito-rial da revista BOA VONTADE, edição 197), do jornalista Paiva Netto, que nos trouxe grandes ensinamentos e nos mostrou como devemos agir para com o nosso próximo, não importando sua raça, condição social, pois todos somos iguais perante Deus. Que Ele o ilumine sempre e o recompense muito bem pelo que faz por nós, abrindo nossa mente para as coisas espirituais. Obrigado por tudo! (Leomar Pereira Schwartzhaupt — Itati/RS)

_____________* Eduardo Siqueira Campos refere-se à honraria concedida pelo Senado Federal no dia 21 de outubro de 2004 ao Templo da Boa Vontade,

na ocasião dos festejos do 15º aniversário do monumento da Paz.

“Eu acom-panho o traba-lho da Legião da Boa Von-tade, lidera-da por Paiva Netto. É um trabalho be-líssimo, um

exemplo a ser seguido. Conheci lá em Glorinha/RS o Lar e Parque Alziro Zarur, da LBV, um trabalho feito para nossas crianças e ado-lescentes. (...) Se cada um fizer a sua parte nós avançaremos muito. Parabéns, Paiva Netto.”

Paulo PaimSenador

“Como todos os brasileiros, eu tenho uma admiração es-pecial pela LBV. Paiva Netto é uma unanimidade, um respeito. Ele tem pregado o Bem, o

Amor que constrói a filosofia de vida. Sempre que posso, ouço sua pregação e leio sua obra. Sem dúvida nenhuma, ele tem trazido ao Brasil aquilo que é mais necessário. A sua mensagem leva a Paz e a Paz leva a Felicidade, que é o desejo de todos nós. Que essa Instituição, Paiva Netto, seja como o Sol: brilhe por muitos e muitos tempos iluminando o Povo do Brasil.”

Mão SantaSenador

“Eu t enho uma profunda admiração pela LBV. Eu, quan-do criança, ou-via muito Alziro Zarur falar pelo rádio. Acompa-nho o trabalho

de Paiva Netto, de toda a Legião da Boa Vontade. Portanto, fiz com muita honra e alegria aquela homenagem*, a voz do povo tocantinense, dividindo com os brasileiros a alegria de saber que existe alguém que ainda acredita na Boa Vontade, na Solidariedade, no Amor ao próximo. E isso tudo são os ensinamentos que aprendemos com a Legião da Boa Vontade.”

Eduardo Siqueira CamposSenador

De Brasília: congratulações parlamentares.

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A revista BOA VONTADE não se responsabiliza por conceitos emitidos em seus artigos assinados.

O que é preciso para ser atual? Para tanto, necessário se faz ter a mente aberta para o novo, auto-crítica, vontade de criar e renovar e, acima de tudo, acreditar que se pode fazer sempre melhor.

Foi imbuída por esses ide-ais, de não se satisfazer com as conquistas já alcançadas, que a equipe desta revista trabalhou com afinco na edição de nº 200 para torná-la um marco de cresci-mento, no trajeto de sucesso que assinalou décadas de informação solidária, educativa, cultural, sempre pelo prisma da Espiritua-lidade Ecumênica.

Agora, a publicação, manten-do o dinamismo que sempre a caracterizou, atualiza seu proje-to gráfico. O novo formato que apresenta mudança de tamanho e diagramação tornam a leitura ainda mais fácil e leve. A BOA VONTADE brinda a edição nº 200 expondo um tema polêmico: a poluição ambiental. Com base nas recentes pesquisas que com-provam a queda da qualidade no ar nos grandes centros urbanos, Paiva

Sumário

4 Editorial 8 Cartas 13 Coluna do Garotinho14 Biosfera17 Esporte18 Ecumenismo25 Notícias de Brasília28 História36 Solidariedade39 Cultura

Edição nº 200

Netto chama a atenção para os atos humanos e suas conseqüências no Meio Ambiente.

Para amenizar os problemas relacionados à emissão de gases tóxicos na atmosfera, foi firmado um acordo com 141 nações, que se comprometeram a reduzir em 5,2% a quantidade de gás carbô-nico emitida até 2014. O Desem-bargador do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, José Carlos Teixeira Giorgis, comenta essa medida.

Também na reunião de pauta desse número da revista, procu-ramos uma forma de homenagear a Pátria Amada, pelos seus 505 anos completados no dia 22 de abril. Por isso, trazemos uma matéria especial sobre a história do Brasil e uma das últimas entrevistas concedidas pelo sau-doso Orlando Villas Bôas, em que fala sobre sua luta em defe-sa da comunidade indígena e a relação entre o índio e o homem branco.

Boa leitura!Os editores

Ao Leitor

Adriane Schirmer Neuza Alves Walter Periotto

Redação

BOA VONTADEANO XXIII • Nº 200 • ABRIL de 2005

Diretor responsávelFrancisco de Assis Periotto MTE/DRTE/RJ 19.916 JP

Editor: Gerdeilson BotelhoSubeditora: Débora VerdanReportagem fotográfica especial: Amicucci Gallo

Revisão

ArteProjeto Gráfico: João Periotto Capa: João Periotto e Alziro Braga

BOA VONTADE é uma publicação mensal das IBVs, editada pela Editora Elevação.

Impressão: PROL Editora Gráfica

Produção

Endereço para correspondência: Av. Rudge, 938 — Bom Retiro CEP 01134-000 — São Paulo/SP Tel.: (11) 3358-6868 — Caixa Postal 13.833-9 — CEP 01216-970 Internet: www.boavontade.com E-mail: [email protected]

ColaboradoresAlvino Barros, Antonio Paulo Espeleta, Daniel Rocha, Elias Paulo, Helen Winkler, Isabel Paes, Karen Reis Ribeiro, Maria Aparecida da Silva, Mônica Mendes, Nilva Rio, Paulo Azor, Profa Nádia Lauriti, Rita Silvestre, Sílvia Bovino, Stella Souza, Wanderly Albieri Baptista e William Luz

40 Atualidades48 Melhor Idade50 Ação Jovem LBV52 Bolo com Pudim53 Soldadinhos de Deus54 Acontece60 Acontece no Mundo61 In memoriam62 Pedagogia do Cidadão

Ecumênico

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Sumário4Editorial

Esporte 13

Ginástica Olímpica 17

Ecumenismo 18

História 28

Solidariedade 36

48Melhor Idade

Acontece 54

4 Editorial

Numa interessante análise sobre o comportamento humano no Meio Ambiente, Paiva Netto alerta: “Esta-mos respirando a morte”.

13 Esporte

José Carlos Araújo, o Garotinho, co-menta o desempenho dos jogadores titulares na seleção brasileira de Futebol.

17 Ginástica Olímpica

Crianças da LBV homenageiam Atle-tas de Ouro.

18 Ecumenismo

Em uma das últimas entrevistas concedidas por Orlando Villas Bôas, o cacique da Paz, como também era conhecido, fala sobre sua luta em defesa da comunidade indígena e a relação entre o índio e o homem branco.

28 História

Brasil, da trajetória dos portugueses pelo Oceano Atlântico até os dias atuais.

36 Solidariedade

Balanço social da LBV divulga a expressiva marca de 3,5 milhões de atendimentos realizados pelos programas socioeducacionais da Instituição.

48 Melhor Idade

Idosos atendidos pela LBV em Uber-lândia/MG fazem aula de natação.

54 Acontece

Personalidades visitam o conjunto educacional da LBV e aplaudem a prática da Pedagogia do Cidadão Ecumênico.

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José Carlos Araújo é locutor esportivo da Rádio Globo do Rio de Janeiro/RJ

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As eliminatórias para a Copa do Mundo de 2006 têm dado motivos para certos questionamentos quanto à Seleção Brasileira. Raras são as partidas em que o Brasil mostra o futebol penta-campeão. Ao contrário, deixa dúvidas quanto ao nosso desempenho e possi-bilidades no Mundial da Alemanha, no ano que vem.

Não se discute a qualidade do joga-dor brasileiro. Nenhum outro país tem poder de renovação como o nosso. Aqui, sai um e logo surge outro tão bom ou melhor do que o substituído. Sempre foi e certamente será assim.

Por isso mesmo, a seleção é cobrada a cada jogo. Não basta vencer. Tem que vencer e convencer, apresentando uma qualidade digna de quem é o número um do futebol mundial. E não é isso que o Brasil vem mostrando nas eliminatórias, com desempenho de baixo nível diante de adversários muito inferiores.

Zagallo e Parreira podem começar a pensar em substitutos para os laterais Cafu e Roberto Carlos, que não mostram mais o vigor físico que os caracteriza-ram. Fazem raras jogadas de linhas de fundo e, quando vão ao ataque, des-guarnecem a defesa. Pode ser indício de que, na Copa da Alemanha, o Brasil vai precisar de novos nomes para as alas.

Além deles, há outras posições nas quais os titulares vêm se mantendo apenas pela fama. Um exemplo é Ro-naldinho, o Fenômeno. Não que tenha desaprendido ou tenha chegado ao fim de sua carreira, mas está devendo uma boa atuação. É certo que Ronaldinho tem vivido situações especiais, com problemas extracampo, como o seu ca-samento e conseqüências, mas é preciso voltar a ser o atacante de antes, porque ninguém faz gol apenas com a fama.

A sorte é que, como já disse, o nosso

País é uma inesgotável fonte de craques. A má fase ou mesmo a proximidade do fim de carreira de alguns titulares não as-susta. Há substitutos à altura esperando por uma oportunidade, se for o caso.

Por enquanto, para as eliminatórias, o futebol mostrado pela Seleção Brasi-leira dá para o gasto. É suficiente para a classificação. Mas é pouco para quem tem pretensões maiores, no ano que vem, na Alemanha, como a conquista da Copa do Mundo pela sexta vez.___________Em tempo — Escrevo às vésperas do Campeonato Brasileiro. Em todos os Esta-dos, temos equipes consideradas pequenas desbancando os tradicionais papões de títulos. Isso ocorre no Rio de Janeiro, no Paraná, no Rio Grande do Sul, em São Paulo e outros locais.

Claro que a ascensão de clubes de me-nor expressão sempre é bem-vinda, porque mostra a evolução deles. Mas fica no ar a pergunta: seria evolução dos menores ou decadência dos maiores?

Vale lembrar que o Campeonato Bra-sileiro mantém o sistema de rebaixamento. Em 2004, o Grêmio experimentou o amargo sabor de cair para a segunda divisão, como já havia sucedido antes com o Palmeiras, Botafogo e Fluminense.

Tomara que todos tratem de se reforçar, para que os grandes clubes voltem a se des-tacar pelas belas exibições e não pela luta para continuar na primeira divisão, como vem acontecendo nos últimos tempos.

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Carlos Alberto Parreira

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Coluna do Garotinho

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(por José Carlos Teixeira Giorgis , Desembargador do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul)

Kyotocom sobrevivência da posteridade.

Não, não são afirmações próprias do articulista, mas ouvidas de um es-pecialista em economia ambiental, que friamente as defendeu contra todos os protestos, para sinalizar a ausência de obrigações entre as sociedades huma-nas, deixando à calva que cada uma solucione suas agruras. O protocolo de Kyoto, que teve vigência a partir de 16 de fevereiro passado, é um movimento contra a flagelação mundial decorrente da emissão de gases tóxicos para a at-

Nenhuma geração é obrigada a deixar um ambiente sadio para a que sucedê-la, assim como a atual não pode conde-

nar a estirpe passada pela poluição que hoje compromete a vida dos habitantes do planeta.

Ou seja, ninguém deve responsa-bilizar quem jogou a primeira lata no rio, como não cabe aos moradores no futuro protestar pelo meio compro-metido que legou, cabendo a cada linhagem ou época resolver seus pro-blemas, sem achar culpados ou se preocupar

e o direito ao clima saudável

José Carlos Teixeira Giorgis

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mosfera, onde os 141 países signatários se obrigam a reduzir em 5,2% a quan-tidade de gás carbônico emitido, e isso até 2014, tomadas a relação de valores de 1990, com o que se obterão níveis toleráveis. Como se sabe, a radiação solar age sobre os gases da atmosfera, sendo a maior parte refletida de volta, derivando a emissão do dióxido de carbono da produção de derivados de petróleo, transporte de combustíveis e da indústria, que também expele óxido de nitrogênio e metano.

A exagerada concentração de gases poluentes potencializa o efeito estufa e forma uma camada espessa que im-pede a dissipação do calor no espaço, aumentando o nível de radiação das ca-madas mais baixas da atmosfera, o que afeta a temperatura e degela as bancadas antárticas que deságuam nos mares, au-mentando seu nível e comprometendo a agenda climática e a vida.

Em regra, há uma sintonia natural entre a temperatura e as correntes oceâ-nicas que funcionam como moduladores de distribuição de calor pelos trópicos, e que são impulsionadas pela formação do gelo nos pólos, verdadeiro reostato que pode se desligar caso persista o aquecimento do planeta.

Os cientistas alinham efeitos trágicos como a redução da floresta amazônica, o aquecimento do Alasca, o frio na Europa ocidental, aumento do buraco de ozônio sobre o Ártico, o que trará o

degelo no Himalaia, chuvas e monções intensas, vegetação num Saara agora surpreendentemente úmido. No caso brasileiro, onde há expressiva incinera-ção de combustíveis fósseis e agressivas queimadas, prevê-se a precipitação de chuvas, aparecimento de ciclones, desabrigo de populações costeiras pela elevação dos mares, restrição da água e de sua qualidade, aumento de doenças (malária, dengue, cólera), perda da pro-dutividade agrícola e correlata queda do produto interno bruto.

Tais previsões se ancoram na revela-ção de satélites que flagraram mudanças expressivas nas geleiras antárticas, ora em lento processo de retração, e no fato de que a emissão de gás carbônico para a atmosfera subiu, entre 1990 e 1994, de 979 bilhões de toneladas para 1.030 bilhões de toneladas, com aumentos significativos das quantidades de óxido de nitrogênio e de metano: em cada dia, são despejadas 23 bilhões de toneladas poluentes na atmosfera e a população respira 700 toneladas por segundo.

Entidades alertam que a temperatura média no mundo pode subir entre 1,4°C a 5,8°C, limite catastrófico para o cresci-mento da massa aquática e alagamento das costas, em vista da descongelação. O Brasil, que responde por 3% dos ga-ses-estufa, representa 1,5% do compro-metimento mundial, já que os Estados Unidos, que não assinaram o protocolo, e a União Européia, que está longe da meta traçada e discutem custos, somam,

respectivamente 25%

e 15% do total de emissão de gases tóxicos no planeta. As organizações não-governamentais americanas, sem olhar para seu quintal e para a China, ambos responsáveis pela queima de mais de 50% do carvão mundial, criticam os pa-íses emergentes como o Brasil, que tem mais de 60% da energia proveniente de fontes limpas, como a água e a biomassa. Embora os Estados Unidos não tenham participado do foro sob o fundamento risível de incertezas científicas sobre o impacto das emissões no clima, suas leis domésticas manifestam preocupa-ção, como já acontece na Califórnia e Nova York, que se prontificaram às mudanças. E como se vive numa glo-balização, o fator financeiro não podia deixar de estar presente, aqui através da cota internacional de carbono. Como acima sublinhado, os países signatários do protocolo juraram reduzir os níveis de carbono da atmosfera. Pois bem. A nação que cumpre a meta, mesmo em parte, adquire créditos monetários, que são vendidos em bolsa para os países industrializados que não consigam atender os objetivos, e que têm assim justificado seu fracasso. Os valores sedutores destas cotas, que se calcula movimentar cinco a quinze bilhões de dólares, serão trocados pelo acesso às tecnologias de ponta para uso de ener-gia, e recursos para financiar a saúde e a educação. O protocolo é um passo para a consciência mundial em relação ao clima saudável, mas seu sucesso depende do ingresso e da atuação dos países e indústrias, que na busca do

lucro sacrificam a sobrevivência da pessoa humana.

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O desempenho das ginastas bra-sileiras nas edições da

Copa do Mundo de Ginástica Olímpica — em particular os triunfos obtidos na etapa realiza-da recentemente em São Paulo/SP — foi o motivo que levou um gru-po de crianças aten-didas pela Legião da Boa Vontade na capital paranaense ao treino da seleção brasileira femini-na, no dia 14 de abril.

Após os exercícios, acompa-nhados pela garotada, as ginastas foram surpreendidas pelas crianças que as homenagearam entregando cartões, confeccionados por elas próprias, e flores, como agradeci-mento pela forma brilhante com que elas vêm marcando a história da Ginástica Olímpica brasileira. A ginasta Daiane dos Santos, que, na etapa de São Paulo da Copa do Mundo de Ginástica, conquistou o ouro com o incentivo das palmas da torcida brasileira, desta vez recebeu o carinho e atenção especial dos alunos da LBV.

Em entrevista à Rede Boa Von-tade de Comunicação, Daiane demonstrou muita admiração pela obra que a LBV realiza. “Acho muito belo o trabalho que a Legião da Boa Vontade faz cuidando dessas crianças, já que, infelizmente, não é toda família que tem renda para sustentá-las. A gente sabe quanto é difícil dar um bom estudo a elas, que, acima de tudo, precisam de

Brasileirosmuito carinho. Quero pa-

rabenizar a Legião da Boa Vontade por esse

importante trabalho, pois, com certeza, as crianças são o futuro do nosso País”, afirmou.

Pódio de São Paulo

A etapa brasilei-ra da Copa do Mun-

do de Ginástica teve uma participação mais

que especial: a da tor-cida, que, nos três dias de

competições (8 a 10 de abril), compareceu em peso ao ginásio

do Ibirapuera, uma prova de que o esporte tem se expandido cada vez mais no País.

O resultado dessa vibração pôde ser visto no pódio: nas competições de sábado, a jovem ginasta Laís Souza garantiu a prata no salto so-bre o cavalo; Camila Comin ficou com o bronze nas barras assimétri-cas e Mosiah Rodrigues faturou a medalha de bronze no cavalo com alça.

Nas finais de domingo, mais dois triunfos: o de Mosiah com a prata na barra fixa e o ouro com a Daiane dos Santos, no exercício de solo, apresentação esta que ficou marcada pela interrupção na música Brasileirinho, de autoria do saudo-so Waldir Azevedo (1923-1980), que complementa a coreografia da ginasta. Mas isso não atrapalhou o desempenho de Daiane, que finali-zou sua participação acompanhada pelas palmas do público.

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1. Alunos da LBV homenageiam as ginas-tas da Seleção Brasileira, em Curitiba/PR.2 e 3. Ginastas durante a etapa brasileira da Copa do Mundo, em São Paulo/SP.

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(por Rosana Serri)

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O caci que da PAZ

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O caci que da PAZ

(por Leila Marco)

Muito distante das nos-sas fronteiras chegaram as histórias dos irmãos Cláudio (1916-1998),

Leonardo (1918-1961), Álvaro (1923-1995) e Orlando Villas Bôas (1914-2002). E não é por menos: o grupo liderado por Orlando passou a escrever a saga heróica da família em 1943, com a adesão à Expedição Roncador-Xingu, lançada (em 1937)

pelo então Presidente Getúlio Vargas (1883-1954), com o propósito de des-bravar o Centro-Oeste do País.

O grande cacique branco, como ficou também conhecido, percorreu com o seu grupo três mil quilômetros de sertão, no norte do Mato Grosso e sul do Pará, entrando em contato com povos indígenas desconhecidos, com-pondo cartas geográficas da região, abrindo vias, diminuindo as distân-

cias para alcançar a Amazônia. Durante a Segunda Guerra Mun-

dial, numa época em que o mundo brigava por espaços territoriais, a nação brasileira enfrentou o desafio de conhecer e ocupar o Brasil Cen-tral de forma diferenciada. Os Villas Bôas surpreenderam positivamente ao aplicarem princípios opostos aos dos primeiros desbravadores de nossa terra que quase exterminaram

Uma das últimas entrevistas de Orlando Villas

Bôas: uma vida de amor e respeito

aos índios.Orlando Villas Bôas (in memoriam)

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Bem a propósito da comemoração do Dia do Índio, em 19 de abril, a revista BOA VONTADE traz uma das últimas entrevistas concedidas pelo sertanista Orlando Villas Bôas, antes de seu falecimento em 2002, aos 88 anos. O bate-papo ocorreu durante uma das edições do programa Ecume-nismo, da Rede Mundial de Televisão, apresentado pelo jornalista Paulo Alziro Schnor. Trata-se de verdadei-ra aula de história e, acima de tudo, um roteiro de ação para a sociedade brasileira no relacionamento com as nações indígenas.

Em tempo: Duas boas notícias, recebidas pouco antes do fechamento desta matéria, de dona Marina, esposa do saudoso Orlando por mais de 40 anos, mostram que este espírito paci-fista e de respeito humano tem feito escola e perdura apesar de o Brasil ser ainda um País de pouca memória; a Assembléia Estadual de São Paulo realizou nos dias 25, 27 e 28 deste mês a Semana Orlando Villas Bôas, e já existe um projeto de lei aprovado que prevê a criação de um Memorial em sua homenagem.

BOA VONTADE — Por que o senhor começou essa trajetória, interessou-se por esse tema, ao qual

Na aldeia Yawalapiti, Orlando aparece ao lado dos filhos Orlando (em pé) e Noel (no colo) e índios da tribo (1982).

O sertanista Orlando em visita à Aldeia Kamayurá, em 1998.

as tribos litorâneas, quatro séculos antes. Ao encontrar os índios com seus hábitos originais e uma ética de vida bem diferente, se encantaram com eles e passaram a trabalhar com imensa garra a fim de preservar sua cultura, fazendo a pacificação deles sem derramamento de sangue, dando um caráter humanitário à política in-digenista brasileira.

Nos momentos mais difíceis, ante as contingências, lembrava a seus comandados a máxima do Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon (1865-1958): “Morrer se for preciso, matar nunca”. Neste campo, Orlando deu uma grande contribuição ao País quando criou — com o apoio de seus irmãos, do antropólogo Darcy Ribei-ro (1922-1997) e do sanitarista Noel Nutels (1913-1973) —, em 1961, o Parque Nacional do Xingu (com mais de 2,8 milhões de hectares, área equi-valente à França e Inglaterra juntas), no qual vivem cerca de 4 mil índios, de 13 nações. Pela defesa dos direitos desses povos, foi indicado ao Prêmio Nobel da Paz em 1971 e 1975.

Mesmo com sua volta a São Paulo, em 1984, em mais de meio século nas matas, não se afastou do ideal de preser-var a cultura indígena, e dessa maneira lutou até os últimos dias de sua vida.

“Não se mede a grandeza de um País unicamente

pelo nível de renda per capita nem pelo PIB. Mas, sobretudo, pela capacidade de

preservar suas raízes, de conter a variedade dentro da unidade, de atender com justiça os diferentes grupos que

o constituem.”Orlando Villas Bôas

(em discurso proferido em 1972)

(...) esse índio mostrou uma moça e deu a entender que gostava dela. Eu falei: “Vá para o rio, que vou mandá-la buscar água para mim e você rouba a moça da

tribo e desce o rio que eu e o Cláudio levamos você e ela”. (...) Esse casal teve um filho, eu mandei fazer um

ranchinho perto do nosso e eles passaram a viver quase

juntos com a gente.

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O som das flautas durante a Cerimônia dos Mortos, o Kuarup.

dedicou toda sua existência?Orlando — Pode-se dizer que

foi uma fuga da cidade grande. Nós temos uma formação de interior (nasceu em Botucatu/SP), moráva-mos em São Paulo, mas quando os meus pais faleceram, resolvemos ir para o interior do Brasil. O índio não era a nossa conjectura, embora não desconhecêssemos o assunto, mas participamos de uma expedição que tinha por objetivo avançar pelo país desconhecido.

O Rio Araguaia, naquela época, era chamado pelos intelectuais de a divisa civilizatória, e a nossa expe-dição teria de cortar tudo isso e foi uma surpresa para nós encontrar as nações indígenas que achamos, não foram poucas, falando muitas línguas diferentes.

BV — Como foram esses primei-ros contatos...

Orlando — O primeiro contato não foi com o índio, e sim com as popula-ções sertanejas do Brasil central, que eram chamados homens sem leis, que vinham para tentar a sorte no garimpo, um local tumultuado, terrível. Era difícil de noite ou de manhã chegar sem que não houvesse dois ou três jogados no meio da rua; um povo sem a menor visão, mas era o que tínhamos para o trabalho braçal. E levamos 14 homens desses e, todas as noites, nós os púnhamos sentados, fazia-se um fogo e conversávamos com eles, e descobrimos que eram indivíduos fa-bulosos, fantásticos, formidáveis. (...) Na conversa, enfiávamos na cabeça deles que estávamos invadindo a terra do índio, e que ele tinha o direito de nos expulsar de lá e nós não tínhamos absolutamente o direito de nos opor a isso. A nossa expedição era paramilitar. Cada trabalhador desses levava um mosquetão do exército com 50 tiros. O primeiro contato mesmo com o índio foi muito bom, foi com os Xavantes. Eram muitos e a região larga. Levamos 11 meses atravessando a região da Serra do Roncador e nesse percurso tivemos 19 surpresas dos índios, mas felizmente

nem um dos trabalhadores foi machu-cado e nem um índio recebeu tiro.

BV — O Parque do Xingu é um capítulo especial da nossa História, gostaria que falasse dessa grande aventura!

Orlando — O Xingu estava exa-tamente na área do Brasil Central, que nossa expedição teria de passar

para atingir o Rio Tapajós, e o caminho do Rio Araguaia ao Rio Tapajós não era menos de 2 mil quilômetros. Teríamos de transpor toda a região da Serra do Roncador, cortada pelo Rio Xingu, a Floresta Amazônica e chegar ao Rio Tapajós, num trecho altamente hostil que era só descida e subida. A gente atravessava um córrego, quando que-ria voltar, se desse uma chuvinha, ele já estava com 10 metros de altura e nós conseguimos. (...) O Brasil Cen-tral foi um local de refúgio dos índios de leste-oeste, norte-sul, em função da invasão européia, claro!

No Xingu temos os Tupis, imigra-dos da Bahia; os Aruakes, que vieram da divisa setentrional; tínhamos índios de 18 nações falando nove línguas diferentes. Claro que no pro-cesso de acomodação na mesma área, eles entraram em conflito.

BV — Em função de serem em-purrados para o interior, começaram a ter conflitos...

O Rio Araguaia, naquela época,

era chamado pelos intelectuais de a divisa civilizatória, e a nossa

expedição teria de cortar tudo isso e foi

uma surpresa para nós encontrar as nações

indígenas (...).

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Orlando — Por isso nós come-çamos a fazer a fração de tribo por tribo. Fomos hostilizados por eles. Não foi fácil, mas conseguimos. Primeiro foram os índios Kalapa-los; depois os Cuicurus, Matipus, Suyas, Haipatsi, Nawguá, falando um dialeto só; em seguida os Tupis, Kamayurás, Awetis, com a língua tupi-guarani. Posteriormente, outras línguas diferentes foram encontra-das e até um índio, cujo idioma não tem semelhança com nenhum outro vivo no mundo, que desafia todo especialista. (...) Uma ocasião, o Embaixador japonês me chamou em Brasília e disse: “Villas Bôas, quero mandar para o Xingu um lingüísta e desejo o seu consentimento”. Res-pondi: “Pois não, pode mandar”. E o Embaixador mandou o japonês mais frágil que conheci na vida. Tinha 1,55m, dois palmos de peito e quatro dedos de largura. Passados 20 dias ele foi embora. Quando voltei a Brasília, o Embaixador mandou me chamar e disse: “(...) Esse cidadão que foi para lá é o maior especialista de línguas asiáticas que o mundo conhece. É um gênio. (...) Ele ouviu uma língua que não tem contato com nenhuma outra asiática, nenhuma viva no mundo, que é Trumai”. (...) O mosaico lingüístico do Brasil Central é considerado pela Unesco o mais belo e puro da América.

BV — O senhor alcançou um verdadeiro milagre de pacificação, que foi conseguir que pessoas de tribos diferentes se casassem.

Orlando — Sim, hoje o maior líder do Xingu chama-se Aritana. Quando fizemos contato com os Cuicurus apareceu um índio de uns 15, 16 anos e deu a entender que queria continuar a viagem conosco e nós passa-mos numa aldeia Ka-mayurá. Aí esse índio mostrou uma moça e deu a entender que gostava dela. Eu falei: “Vá para

o rio, que vou mandá-la buscar água para mim e você rouba a moça da tribo e desce o rio que eu e o Cláu-dio levamos você e ela”. Ele fez direitinho.

Uns quinze dias depois, o pai dela e cinco índios foram lá para buscar a filha. Ao que afirmei: “Não!”. Dei a entender que haviam casado, e que iríamos dar muita coisa ao genro e este ia repassar para ele. O pai riu, agradeceu e foi embora... Esse ca-sal teve um filho, eu mandei fazer um ranchinho perto do nosso e eles passaram a viver quase juntos com a gente. O garoto cresceu, hoje tem 48 anos, chama-se Aritana... E é o nome do avô. Na linhagem civilizada, a fi-gura principal da família é o homem. Entre o índio, é a da mãe. O primeiro menino que nasce num casal é o avô materno que está voltando e todos vêem naquela criança as mesmas prerrogativas que tinha o avô. É fa-

buloso o respeito que o pequeno tem com o grande, e esse

respeito passa também para a natureza.

BV — Como a criança indígena é educada?

Orlando — Os índios nos deram uma lição de comportamento. Para eles, o velho é o dono da história; o índio é o dono da aldeia; a criança, a dona do mundo. Nós convivemos com povos indígenas 49 anos, nun-ca vimos uma mãe puxar a orelha do caçulinha, o pai dar um croque na cabeça do filho (...), uma mãe, um pai, dizer “não” para a criança. Nunca vimos dois índios discuti-rem, em 49 anos, 18 aldeias, índios falando nove línguas diferentes. Isso é fantástico! Hoje não se anda nas ruas das cidades sem encontrar pelo menos meia dúzia brigando, e você convive com gente que chama de selvagem e que, na realidade, ensina como se comportar em so-ciedade.

Quando se quer saber alguma coisa, pergunta-se para o velho; quer fazer algo na aldeia, fala-se com o dono da casa, quando você quer ver uma criança, ela estende seus bracinhos e você a carrega.

BV — E as comemorações dos 500 anos do Brasil?

Orlando — Houve pouca con-sideração com os índios, não só na história, mas também na come-moração dos 500 anos. Segundo notícias, diziam que tínhamos cinco milhões de índios. Cabral chegou, os indígenas nos deram um continente de presente e pagaram o tributo de quase um milhão de índios mortos por século. Hoje nós temos apenas 430 mil nativos.

BV — Para finalizar o nosso bate-papo, na sua opinião, os índios devem viver isoladamente sem o contato do branco? Ou o senhor acha que isso é uma utopia?

Orlando — Nós defendemos a política de Rondon. O índio só sobrevive vivendo sob a sua própria cultura. Hoje já transita pelo Con-gresso um processo de integração do índio à sociedade nacional. Esse é o primeiro passo que se dá para a extinção do indígena no Brasil.

“Um índio que encontrei em uma

de minhas andanças pelo Brasil, contou-

me uma bela história, em que os espíritos

dos indígenas mortos vão para a ‘aldeia

das estrelas’ e que lá existe uma sabedoria

espiritual superior. Esta sabedoria é a que ilumina nossa Legião

da Boa Vontade!.”

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Orlando Villas Bôas foi homena-geado, em 1999, na categoria Solida-riedade, com a Comenda da Ordem do Mérito da Fraternidade Ecumênica, do ParlaMundi da LBV (SGAS 75/76 – Brasília/DF). A premiação, instituída pelo Diretor-Presidente da Legião da Boa Vontade, José de Paiva Netto, tem por objetivo saudar expoentes da Fraternidade Ecumênica nas diversas áreas de atuação do Ser Humano.

Naquela ocasião, emocionado com a lembrança de seu nome, o ilustre brasileiro afirmara: “Fiquei muito sensibilizado em receber a láurea da Solidariedade.

“Sinto-me muito orgulhoso e sensibilizado, porque conheço bem a

LBV. Fiquei altamente impressionado com o que vi ao visitá-la na capital paulista, principalmente no aspecto do atendimento à criança. Trata-se de uma Obra que dá uma lição fantástica de hu-manidade e de patriotismo com relação à nossa infância. A Fraternidade é a tônica do dia-a-dia dos índios, povo com quem convivi por quarenta e tantos anos”.

Orlando recordou-se ainda: “Um índio que encontrei, em uma de minhas andanças pelo Brasil, contou-me uma bela história, em que os espíritos dos indígenas mortos vão para a ‘aldeia das estrelas’ e que lá existe uma sabedoria espiritual superior. Esta sabedoria é a que ilumina nossa Legião da Boa Vontade!”.

Prêmio e revelação

Na foto histórica, os irmãos Villas Bôas: Leonardo, Orlando e Cláudio nos idos de 1950.

Na década de 1960, o casal Marina e Orlando em sua casa no Xingu.

O carinho dos índios Kamayurá com o sertanista (1998)

Orlando recebe a Comenda da Ordem do Mérito da Fraternidade Ecumênica, do ParlaMundi da LBV, em 1999.

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A passagem do seu dia, em abril (19), não trouxe para os índios muitos motivos para come-morar. No fim deste mês, haviam sido registradas as mortes de 21 crianças por desnutrição no Estado de Mato Grosso do Sul, principalmente no distrito de Dourados. E em meados de março passado, a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) divulgou que entre 2.336 indígenas menores de cinco anos, examinados em tribos do MS, 124 estavam desnutridos e 343 em risco nutricional (abaixo do peso normal para a idade).

O grupo atendido pertence à etnia guarani-caiuá e representa 31,8% do total de menores, nesta faixa etária, dessa nação. Alguns parlamentares, que analisam o caso, acreditam que a escassez de terras para a agricultura e pe-cuária de subsistência e a falta de água tratada nestes locais, pioram a situação.

Temendo que o problema se agrave, 500 índios, de diversas tribos, pediram no Dia Nacional do Índio o apoio do governo fe-deral para o problema da saúde pública nas aldeias. Em encontro com o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Pla-nalto, 70 caciques apresentaram a ele uma pauta de reivindicações neste sentido. Lula afirmou que cumprirá todos os compromissos assumidos com as populações indígenas e, em comemoração à data, homologou cinco novas áreas de reserva, nos Estados amazonenses de Roraima, Tocan-tins, Maranhão, Amazonas e Pará, num total de 224.881 hectares.

Desnutrição leva crianças indígenas à morte

Na mesma oportunidade, uma exposição de objetos da cultura indígena, das sete tribos citadas aci-ma, movimentou a Galeria de Arte do TBV, desde às 6 horas, atraindo a atenção de inúmeros visitantes durante todo o dia.

O fato ganhou destaque na pri-

Mídia dá ampla cobertura

meira edição do Bom Dia DF (TV Globo), ancorado pela jornalista Liliane Cardoso. A reportagem ao vivo de Camila Guimarães apresentou alguns dos artefatos da mostra, além de informar o telespectador sobre programação do Templo da Paz.

Boas notícias — Índios das tribos Pataxó, Baré, Kariri-Xocó, Fulniô, Guajajara, Xavante e Tapuia foram homenageados, na tarde de 19 abril, pela banda Combatentes do Cristo, no Templo da Boa Vontade (TBV) — A Pirâmide dos Espíritos Luminosos (SGAS 915, lotes 75/76, tel. (61) 245-1070), com a música Guerreiros de Jesus.

O pajé (líder espiritual da tribo), Santxiê Tapuya, fez seu ritual de bênção no TBV, durante uma oração pela Paz entre as etnias e agradeceu

(por João Areis Preda)

Tribos indígenas são homenageadas no Templo da LBV

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ao Presidente das Instituições da Boa Vontade, José de Paiva Netto, pela riqueza espiritual que encontrou na Legião da Boa Vontade. Em seguida, homens, representando os xavantes, dançaram para reunir forças para a cura dos doentes e afastar más influências.

Na Hora do Ângelus, às 18 horas, eles participaram de um momento especial no TBV, com a cerimônia de Imposição de Mãos, na qual receberam as bênçãos di-vinas.

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Índios de sete aldeias foram homenageados no Templo da LBV

A exposição de objetos indígenas na Galeria de Arte do TBV foi destaque na 1ª edição do Bom Dia DF, da TV Globo, na reportagem de Camila Guimarães.

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O Brasil assinou acordos diversi-ficados com cinco países afri-canos visitados pelo Presidente da República, Luiz Inácio Lula

da Silva, entre 10 e 15 abril. Segundo o Ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, em algumas nações a ênfase maior é comercial; em outras, cultural ou política — dependendo do potencial de cada uma. “Procuramos ter uma relação equilibrada, sem discriminar países grandes e pequenos”, declarou o Chanceler. Os países visitados por Lula foram República de Camarões, Nigéria, Gana, Guiné-Bissau e Senegal.

O Ministro lembrou que, no discurso de posse, Lula colocou a África como prioridade de política externa. Com esta viagem, o Presidente do Brasil visitou 14 países africanos desde o início de seu mandato.

Ao fazer uma análise sobre sua via-gem às nações africanas, Lula salientou, em seu programa quinzenal de rádio Café com o Presidente, o objetivo de intensificar as relações políticas, comer-ciais e culturais com o continente. Ele acredita que, depois de ter dedicado os dois primeiros anos de seu mandato ao fortalecimento das relações com países da América do Sul, chegou a hora de o Brasil resgatar a dívida histórica que tem com o povo africano.

“O papel do Brasil é ser solidário, porque eu acho que é uma dívida que

temos, histórica, com a África. O Brasil pode ajudá-los porque nós temos histó-ria junto deles. Temos mais tecnologia, somos mais ricos, temos mais indústria, mais conhecimento científico. Portanto, podemos ajudar muito mais”, ressaltou.

Lula disse que vai cobrar dos países desenvolvidos mais atenção sobre a África quando for participar, em julho deste ano, de reunião do G-8 na Escócia. “Acho que será um bom momento de discutirmos com os países sobre qual política de desenvolvimento nós pode-remos ter para ajudar a África. Um país sozinho não pode, mas muitos países jun-tos podem ajudar. Essa é a melhor forma de combater a pobreza”, destacou.

O Presidente disse que o Brasil pode oferecer à África parcerias para o comba-te à aids, assim como exportar tecnologia e mão-de-obra ao continente africano. “A Embrapa (Empresa Brasileira de Pes-quisa Agropecuária) pode contribuir de forma extraordinária com a agricultura africana, já que temos uma agricultura competitiva como a de qualquer país do mundo. Na questão da educação, o País pode ajudar as nações africanas. Pode formar enfermeiros, médicos, aumentar o número de bolsas de estudo. Especia-listas nossos podem viajar mais para a África. Podemos ajudar a combater a aids. O Brasil pode convencer outros países a ajudá-los”, afirmou.

Notícias de Brasília

Brasil e Áfricafirmam parcerias

A realização do 30º Congres-so Internacio-nal do Jovem da Boa Vonta-de de Deus já mobiliza Minas Gerais e seus habitantes mais ilustres. O tema do encontro: “O Jovem na Política de Deus” expressa a vontade dessa gente moça de colaborar para que a sociedade civil participe de forma efetiva da política, recordando que ela não se restringe aos poderes públicos. O debate sobre o assunto se baseará no pensamento do Diretor-Presidente da Legião da Boa Vontade, José de Paiva Netto: “Política de Deus, a ética do Espírito no cotidiano”, ou seja, em ações responsáveis que respeitem o Ser Humano e, acima de tudo, a sua parte eterna.

A respeito da iniciativa, que reunirá milhares de pessoas de todas as ida-des, porque “jovem na LBV é aquele que não perdeu o ideal”, o Senador mineiro Hélio Costa, conhecido por seu engajamento na luta em benefício de seu Estado natal, considerou: “Em primeiro lugar quero cumprimentar a Rede Mundial de Televisão e a Rádio Boa Vontade (RBV) pelo trabalho que prestam. E cumprimento a Rede Mundial pela sua liderança espiritual, que é Paiva Netto, que faz um servi-ço maravilhoso no Brasil inteiro em favor dos que não têm privilégios. Então, vejo esse Congresso com muito carinho. Todos os jovens que estão me ouvindo que forem a Uber-lândia, vão ser recebidos com o maior carinho. É uma cidade maravilhosa, um povo bom, generoso, capaz e competente; que faz Uberlândia ser admirada no mundo inteiro. (...) Es-tarei lá se Deus quiser!”.

Fonte: Agência Brasil

Palavra

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Abuja/Nigéria — Presidente Lula cumprimenta o Presidente da Nigéria, Olosegum Obasanjo, na chegada ao país.

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Senador Hélio Costa

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Capital

Notícias de Brasília

da Esperança

BrasíliaBrasilienses comemoram 45 anos da cidade no Templo da LBV

De lá para cá, as belas construções tornaram-se uma característica no visual da capital brasileira. Uma, em especial, chama a atenção de visitantes de todas as partes do mundo: o Templo da Boa Vontade, inaugurado em 21 de outubro de 1989. Por iniciativa do Diretor-Pre-sidente da LBV, José de Paiva Netto, o TBV, como também é conhecido, tor-nou-se parada obrigatória dos turistas na cidade, já que atualmente é considerado pela Setur (Secretaria de Turismo do Distrito Federal), o local mais visi-tado de Brasília, recebendo mais de um milhão de visitantes por ano.

Foi sob as sete faces desse Templo da Paz que ocorreu uma das mais bonitas homenagens à capital brasileira. Na quinta-feira

(21), além da reunião de meditação na Sala Egípcia, os brasilienses puderam prestigiar um encontro com diversas representações religiosas, um evento organizado pela Legião da Boa Vontade e pela URI (sigla em inglês de Iniciativa das Religiões Unidas).

Na opinião do Coronel-Aviador Weber Luiz Kümmel, o TBV é um lo-cal da cura. “Aqui foram feitas muitas

preces em meu nome. Por todo esse poder, essa orientação que me foi dada, te-nho um agrade-cimento muito grande a fazer à Legião da

A semana entre 18 e 22 de abril é marcada por ser uma época de comemoração. Além dos festejos de lembrança a Tira-

dentes, no dia 21 deste ano os brasi-lienses saudaram os 45 anos da Capital da Esperança. A cidade, que nasceu como capital, teve seu projeto iniciado

a partir de 1956 quando o então Presidente Juscelino Kubitscheck (1902-1976) criou a Novacap e deu a essa empresa a incumbên-cia de planejar e construir

a nova cidade. A tarefa foi cumprida com êxito por 30 mil operários que edificaram Brasília em 41 meses.

(por Rodrigo Oliveira)

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A obra e seu criador. O Presidente Juscelino Kubitscheck (1902-1976), que transferiu a capital do País, do Rio de Janeiro para Brasília, edificando a cidade no tempo recorde de 41 meses, aparece na foto diante do Congresso Nacional.

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tade. (...) Todas as vezes que eu vim aqui saí muito bem energizado”. Para Ricardo, seu parceiro no espor-te, “se você vier aqui, você vai ter muitas coisas para visitar e conhecer o que é a LBV, o que representa para o Brasil”.

Es te ponto também foi res-saltado pelo bi-campeão mundial de Fórmula I e campeão

mundial de Fórmula Indy Emerson Fittipaldi. Para ele, “a LBV é uma obra muito especial, principalmente a ajuda à sociedade, aos necessitados e aos órfãos. É um trabalho fantástico, exemplar para o Brasil. É um trabalho que dá oportu-

nidade aos jovens, as crianças que não têm a mesma oportunida-de, a mesma chance de muitos, de poder ter um futuro, uma esperança, uma fé. (...) Acho que você ten-

do um lugar especial, como o TBV, é muito bom. Vou querer voltar aqui com mais tempo para poder refletir, pen-sar na vida”.

O jogador de vôlei Giovane Gávio, bicam-peão olímpico, também manifestou seu apoio

ao monumento da Paz. “Fico muito feliz que tenham um local maravilhoso como esse, onde a gente pode fazer várias ati-vidades e que seja dedicado para vários fins. (...) O dinheiro na LBV é também bem empregado”.

“A LBV é uma obra muito especial, prin-cipalmente a ajuda à sociedade, aos neces-sitados e aos órfãos. É um trabalho fantás-tico, exemplar para o

Brasil.”Emerson Fittipaldi

Boa Vontade. Também é importante agradecer a um amigo especial que sempre me atendeu com toda a orientação e todo o respeito, o Dr. Paiva Netto”.

Famosos no TBV

Na mesma data, diversas personalidades estiveram no Parlamento Mundial da Fraternidade Ecumênica da LBV, a exemplo de Emanuel e Ricardo, dupla medalha de ouro nas Olimpíadas de Atenas. Em entrevista con-cedida à Rede Boa Vontade de Comunicação, os atletas destacaram o trabalho ecumênico do Templo da Paz. Emanuel disse que já esteve no conjunto arquitetônico outras vezes para sentir “a energia e essa Paz que todo mundo comenta sobre o Templo da Boa Von-

“Fico muito feliz que te-nham um local maravi-lhoso como esse, onde

a gente pode fazer várias atividades e que seja dedicado para vá-rios fins. (...) O dinheiro na LBV é também bem

empregado”.Giovane Gávio

Conjunto Ecumênico da LBV. À direita, o Templo da Boa Vontade; ao centro, a sede administrativa; à esquerda, o Parlamento Mundial da Fraternidade Ecumênica (ParlaMundi). Visitado por mais de 15 milhões de turistas e

peregrinos, é o líder de visitação do Distrito Federal, segundo a Secretaria de Turismo do Distrito Federal (Setur).

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Fotos: Márcio Paraíba

Weber Luiz Kümmel Acelino Popó Freitas Emanuel e Ricardo (D) O Comendador Regino Barros (D) é entre-vistado pelo repórter Robert, do progra-ma Vips e Famosos, da Rede TV Sul.

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História

à vista! Terra

Pedro Álvares Cabral

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armada a enfrentar mar alto até aquela data. Na esquadra, alguns experientes navegadores, como Bartolomeu Dias (Algarve, 1450 — faleceu em 1500, num naufrágio, ao largo do Cabo da Boa Esperança), que já havia dobrado o Cabo das Tormentas, e Nicolau Coe-lho (data de nascimento desconhecida, faleceu em janeiro de 1504, também num naufrágio), religiosos, como frei Henrique de Coimbra, além de funcio-nários de diversas categorias, entre eles

o escrivão Pero Vaz de Caminha (Porto ? 1450 — Calicute ? 1500). Sem esquecer o cientista João (Faras, dito mestre), bacharel em artes e medicina, físico e cirurgião da Corte de D. Manuel. Mestre João foi o autor da carta em que relata as observações astronômicas realizadas em terras brasileiras, no dia da chegada de Cabral ao nosso País. A carta, escrita em espanhol, é datada de 1º de maio de 1500 e foi muito importante para a elucidação da polêmica sobre se o Brasil foi ou não

Dia 8 de março de 1500. A frota de Pedro Álvares Cabral (Belmonte, 1467 ou 1468 — Santarém ? 1520) está de

partida para as Índias. No porto do Tejo, em Lisboa, além do próprio rei D. Manuel I, o Venturoso (Alcochete, 1469 — Lisboa, 1521), estão presentes as mais importantes figuras da Corte. Depois da missa, há a entrega de um estandarte real ao capitão-mor das 13 naus, com 1.500 homens, a maior

Painel “Rotas marítimas e outros descobrimentos” (680 x 277 cm), de autoria do

artista plástico Gesiel Cagnoni Luz.

à vista!por Mário de Moraes

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“Topamos aves, a que chamam ‘fura-buchas’, e, neste dia, a horas de véspera, tivemos vista de terras mais baixas, ao sul dele, e de terra chã, com muitos arvoredos, ao qual o monte alto o capitão pôs o nome de Monte Pascoal e à terra, Terra de Vera Cruz.”

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descoberto casualmente.Num certo trecho das suas anota-

ções, mestre João escreve: “Se tivermos de guinar, que seja para a banda do sudoeste e tanto que neles der o Vento escasso, devem ir na Volta do Mar até meterem o Cabo da Boa Esperança”. A “volta do mar” ficou conhecida, mais tarde, como “volta do Brasil”.

Do pouco que se sabe sobre o itine-rário da esquadra, ficou registrado que ela, no dia 14 de março, passou entre as Ilhas Canárias, e, no dia 23, a nau de Vasco de Ataíde se desgarrou, próxima à Ilha de São Nicolau. Cabral seguiu o conselho de mestre João e, na manhã do dia 22 de abril de 1500, uma quarta-feira, avistaram terra. Assim descreveu Pero Vaz de Caminha o feliz acontecimento: “Topamos aves, aqui chamam ‘furabu-chas’, e, neste dia, a horas de véspera, tivemos vista de terras mais baixas, ao sul dele, e de terra chã, com muitos ar-voredos, ao qual o monte alto o capitão pôs o nome de Monte Pascoal e à terra, Terra de Vera Cruz”.

Após o desembarque, o contato ami-gável com os índios, a surpresa de lado a lado e a troca de presentes. Embora, através de sinais, os silvícolas tenham dado a entender que, naquela terra, havia muito ouro e prata, os navegadores não lhes deram crédito. Isso fica compro-vado na Carta que Caminha enviou a D. Manuel, comentando que o lugar poderia apenas servir de escala “para esta navegação caleante”, sugerindo que o rei “salve esta gente (os índios) para acrescentar à nossa fé”.

Dez dias depois, Cabral prosseguiu viagem, dividindo a frota em dois gru-pos. Um, sob o comando de Gaspar de Lemos (séculos XV e XVI), voltou a Lisboa para levar a notícia do descobri-mento ao rei; outro seguiu, com Cabral no comando, rumo às Índias. O soberano português não gostou do nome de Vera Cruz e, a partir de 1510, trocou-o por Brasil, devido à abundância da madeira de tingir, palavra de raiz germânica derivada de brasa, “porque é vermelha como fogo”.

Surgiu a primeira polêmica envol-vendo o nosso País. Onde, afinal, Cabral

desembarcou? Em 1922, com a publi-cação do livro História da Colonização Portuguesa no Brasil, do português Carlos Malheiro, os historiadores con-cordaram que o desembarque pioneiro ocorreu na Ilha da Coroa Vermelha, que fica no município de Santa Cruz Cabrália, no extremo sul da Bahia, e não na vizinha cidade de Porto Seguro. Para não haver discussão, resolveu-se que Santa Cruz Cabrália ficaria com as honras da descoberta, mas que Porto Seguro a comemoraria.

Pouco interesse pelo Brasil

De início, a Coroa portuguesa não deu importância à descoberta de Cabral, preferindo concentrar-se no comércio com as Índias, onde havia civilizações adiantadas, que produziam diversos gêneros procurados na Europa. Do nosso País, economicamente, eles só se interessaram pela extração do pau-brasil,

a tal ponto que a preciosa madeira pagou os gastos da viagem do Descobrimento. De 1501 a 1532, o ciclo econômico que se abriu no Mundo Novo foi o do pau-brasil. Mesmo assim, nem D. Manuel nem os navegadores tinham idéia do valor da terra descoberta. Tanto que ela foi tachada, por muitos anos, como pos-sessão secundária. Só algum tempo mais tarde, com o interesse de outras nações pelas riquezas do nosso País, é que o governo português resolveu implantar uma colonização definitiva no Brasil, baseada principalmente na cultura de cana e na produção de açúcar.

No primeiro século, os colonizadores portugueses conheciam apenas a faixa litorânea, onde se concentravam algu-mas vilas e cidades, como São Vicente (1532), Porto Seguro (1535), Igaraçu e Santa Cruz (1536), Olinda (1537), Santos (1545), Salvador (1549), Espí-rito Santo e Vitória (1551), São Paulo, incluindo Santo André (1554), Itanhaém (1561), Rio de Janeiro (1565), Filipéia (1585), São Cristóvão (1590), Natal (1599) e Cananéia (1600). A maior parte dessas cidades surgiu devido às expedições militares contra os índios, que tentaram impedir o avanço dos inva-sores. Alguns corsários, de outros países, estabeleceram-se na costa brasileira e aliaram-se aos silvícolas, em busca, principalmente, do pau-brasil.

Em 1555, 600 franceses, comanda-dos por Nicolas Durand de Villegaignon (Provins c., 1510 — Beauvais, 1575),

História

De início, a Coroa portuguesa não deu importância à desco-berta de Cabral, pre-ferindo concentrar-se no comércio com as

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fixaram-se no Rio de Janeiro com o objetivo de fundar uma colônia, a França Antártica, mas acabaram expulsos, em 1567.

Era preciso, no entanto, ganhar o interior do País. Por isso, o governo português determinou a realização de entradas e bandeiras, expedições arma-das destinadas a pesquisar a existência de metais e pedras preciosas. Elas saíram principalmente de São Paulo, abrindo muitos e importantes caminhos para dentro do Brasil. No final do Século XVII, os bandeirantes encontraram as primeiras jazidas de ouro, pedras preciosas e semipreciosas, em Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso. Isso per-mitiu que surgissem diversos núcleos de povoamento permanentes. A pecuária também ajudou na colonização do inte-rior do nosso País. Já no final do século XVII, a criação de gado estendia-se desde as margens, do rio São Francisco, na Bahia, até o Parnaíba, no Piauí. Na mesma época, consolidou-se o domínio português na costa leste-oeste, com a expulsão dos estrangeiros, que ali se haviam estabelecido.

A expansão territorial do Brasil, no período colonial, fixou as linhas gerais que o nosso país tem hoje, aumentando sua área, até então de 2.500.000 km² — segundo o Tratado de Tordesilhas —, para mais de 8.000.000 km². O primeiro sistema administrativo implantado na Colônia foi o das capitanias hereditárias, D. João III (Lisboa, 1502 — id. 1557) dividindo o território brasileiro em 15 faixas, atribuídas a 13 donatários. Com isso, o governo português garantia a posse da terra, com custo mínimo para o Tesouro real. A maioria das capitanias, no entanto, fracassou. O sistema de administração foi, então, centralizado, formando o Governo-Geral do Brasil, instalado em 1549. Com a chegada do primeiro governador-geral, Tomé de Sousa (Lisboa, 1502 — id. 1579), foi fundada a cidade de Salvador e nela erguida a sede da administração colonial.

As capitanias, porém, duraram até o governo do Marquês de Pombal (Lis-boa, 1699 — Quinta do Pombal, 1782).

foi morto na cidade do Rio de Janeiro, no dia 21 de abril de 1792. Apontado como chefe da Conjuração Mineira, inclusive por alguns dos seus companheiros, que o traíram, Tiradentes assumiu a respon-sabilidade pelo movimento de oposição à Coroa e foi condenado à forca.

D. João foge para o Brasil

Devido à invasão de Portugal pelas tropas napoleônicas, o príncipe regente D. João determinou que a Corte por-tuguesa fosse transferida para o nosso País. Primeiro, ele passou pela Bahia, onde, em 28 de janeiro de 1808, assi-nou Carta-Régia, abrindo “os portos do Brasil ao comércio de todas as nações amigas”. Em maio do mesmo ano, a Corte instalou-se no Rio de Janeiro. D. João viveu em nosso País de 1808 a 1821. Além da abertura dos portos, o monarca português criou a Impressão Régia (1808), que publicou o primeiro jornal brasileiro; declarou guerra à Fran-

ça e anexou à Guiana Francesa; assinou tratados de comércio com a Inglaterra (1810) — que por muito tempo impedi-ram o estabelecimento de indústrias no Brasil —; elevou o nosso País a Reino Unido ao de Portugal e Algarves (1815); assistiu à morte da rainha e ascensão do regente ao trono, como D. João VI (Lisboa, 1767 — id. 1826); às lutas para a anexação da Banda Oriental, efetivada em 1821, com a criação da Província Cisplatina; à Revolução Pernambucana de 1817 e à vinda da Missão Artística Francesa, da qual faziam parte Debret (Paris, 1768 — id. 1848), Montigny (Paris, 1776 — Rio de Janeiro, 1850) e Taunay (Paris, 1768 — Rio de Janeiro, 1824), responsável pelo primeiro Salão Nacional de Belas-Artes.

Em abril de 1821, a Revolução Constitucionalista do Porto, em Portu-gal, iniciada um ano antes, obrigou D. João VI a voltar para seu país, deixando seu filho Pedro no Brasil, como prín-cipe regente. Deixava, também, nosso País à beira da falência, com os cofres esvaziados.

Portugal passou, então, a adotar uma política das mais austeras e injustas no Brasil, fazendo com que crescesse cada vez mais o movimento separatista, principalmente a partir de 9 de janeiro de 1822, o Dia do Fico. Nessa data, D. Pedro (primeiro impe-rador do Brasil e 27o rei de Portugal, com o título de Pedro IV, nasceu no Palácio de Queluz, Portugal, em 1798, e faleceu no mesmo local, em 1834), atendendo aos apelos das forças políticas favoráveis à Independência, desobedeceu à ordem de voltar para Portugal. Numa viagem de Santos para São Paulo, indignado com novas ordens recebidas de Lisboa, o príncipe, que se encontrava às margens do ria-cho lpiranga, dirigiu-se à tropa que o acompanhava e declarou proclamada a Independência do Brasil. Era 7 de Setembro de 1822.

No dia 12 de outubro do mesmo ano, D. Pedro I foi aclamado Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo do Brasil, e, em 1o de dezembro, realizou-se a cerimônia de coroação e sagração.

História

No final do Século XVII, os bandeirantes encontra-ram as primeiras jazidas de ouro, pedras preciosas e semipreciosas, em Mi-

nas Gerais, Goiás e Mato Grosso. Isso permitiu que surgissem diversos núcleos

de povoamento perma-nentes.

O sistema foi extinto em 1777, a Coroa adquirindo as capitanias ainda existen-tes. Em 1640, o cargo de governador-geral foi substituído pelo de vice-rei, o primeiro deles sendo o Marquês de Montalvão (Século XVII), que o ocupou de 1640 a 1641. Em 1763, a capital do País mudou-se de Salvador para o Rio de Janeiro.

Aqui é forçoso abrir um parêntese para falar em Joaquim José da Silva Xa-vier, o Tiradentes. O patrono cívico da nação brasileira nasceu em Pombal, São João del Rei, Minas Gerais, em 1746, e

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Maranhão Recife

Quadro “Independência ou Morte”, de Pedro Américo.

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O Primeiro Reinado durou de 1822 a 1831. Após diversos e importantes acon-tecimentos políticos, muitos contrários à presença de D. Pedro I entre nós, no dia 7 de abril de 1831, depois de grande manifestação popular, ocorrida no dia anterior, no Rio de Janeiro, o imperador abdicou do trono brasileiro em favor do seu filho de 5 anos, Pedro de Alcântara (Rio de Janeiro, 1825 — Paris, 1891).

Ficou acertado que D. Pedro II reinaria sob regime regencial até com-pletar 18 anos de idade. Essa data, no entanto, foi antecipada. Em 1840 foi proclamada, pelo Poder Legislativo, a maioridade do jovem imperador. Esse segundo reinado durou de 1840 a 1889. Em sua primeira fase (1840-1855) é digna de registro a atuação de Luís Al-ves de Lima e Silva, Duque de Caxias (Vila do Porto da Estrela, RJ, 1803 — Barão de Juparaná, RJ, 1880), que impôs uma paz imperial severa (a pa-cificação), vencendo as revoluções que estouraram ainda no período regencial e também as Revoluções liberais de São Paulo e Minas Gerais, em 1842. Foi no reinado de D. Pedro II que aconteceu a primeira vitória contra a escravidão em nosso País, com a Lei Eusébio de Queirós (4 de setembro de 1850), que proibiu o tráfico negreiro, completada pela Lei Nabuco de Araújo (1854), que estabeleceu severas punições para os contrabandistas de escravos.

Da segunda fase do reinado de D. Pedro II, cabe destacar o crescimento econômico do País, como o desenvolvi-mento da lavoura cafeeira e a fundação de empresas industriais, bancos e com-panhias de navegação e de seguros.

Não deve ser esquecida a figura da princesa imperial e regente do Brasil, Isabel Cristina (Rio de Janeiro, 1846 — França, 1921), que assinou a Lei nº 2040, de 28 de setembro de 1871, declarando livres os filhos de mulher escrava, nascidos a partir daquela data (Lei conhecida como do Ven-tre Livre). Isso aconteceu durante a sua Primeira Regência. Na terceira, a princesa Isabel referendou a Lei Áurea, de 13 de maio de 1888, que aboliu a escravidão negra no País.

Primeira República, etc.

Em 1894, foi eleito Prudente de Morais, o primeiro Presidente brasi-leiro a ser escolhido pelo voto direto. Nos governos seguintes, de Campos Sales, Rodrigues Alves e Afonso Pena, a chamada Primeira República assistiu a um período de progresso econômico. Afonso Pena morreu antes de com-pletar seu mandato, sendo substituído pelo líder, Nilo Peçonha. Depois dele, veio Hermes da Fonseca, que iniciou seu governo em 1910, enfrentando algumas revoltas. Em 1914, Venceslau Braz assumiu a presidência do Brasil e, em 1918, Rodrigues Alves foi reeleito, mas morreu antes de tomar posse. O País passou a ser governado por Delfim Moreira, até que, em novas eleições, as-sumisse Epitácio Pessoa, que governou de 1919 a 1922. Artur Bernardes foi o próximo Presidente. Nesse período, de-vido a sérios acontecimentos políticos, o Brasil viveu em estado de sítio. O último Presidente da Primeira República foi Washington Luís, que assumiu o cargo em 1926, quando a situação do País era extremamente grave.

O que veio depois, ainda está bem vivo na memória da maioria dos brasi-leiros: a Revolução de 30, que colocou Getúlio Vargas no poder e a implantação do Estado Novo, que durou de 10 de novembro de 1937 a 29 de outubro de 1945, quando Getúlio foi derrubado por um golpe militar. Nesse mesmo ano, na redemocratização do País, foi eleito o General Eurico Gaspar Dutra. Em 1950, Getúlio voltou ao poder pela força do voto e, em 1954, pressionado por forte oposição, ele se suicidou em 24 de agosto do mesmo ano. Seguiram-se, na presidência do Brasil, Juscelino Kubits-chek, Jânio Quadros — que renunciou e permitiu que o vice, João Goulart, assu-misse o posto —, os governos militares de Castelo Branco, Costa e Silva, Médici e Geisel, Tancredo Neves (que faleceu antes de tomar posse, dando lugar a Sar-ney), Fernando Collor de Melo, Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva.

O futuro, a Deus pertence.

Da Monarquia à República

Em 1889, aconteceu a Proclamação da República. O movimento militar, desencadeado no dia 15 de novembro daquele ano, derrubou a Monarquia quase sem resistência. O Marechal Deodoro da Fonseca (atual Marechal Deodoro, AL, 1827 — Rio de Janeiro, 1892) assumiu o poder com o título de chefe do Governo Provisório. Um ano depois, instalou-se o Congresso Constituinte Republicano. E a primeira Constituição republicana, cujo texto teve Rui Barbosa (Salvador, 1849 — Petrópolis, 1923) como principal autor, foi aprovada e promulgada em 24 de fevereiro de 1891, estabelecendo o presidencialismo e o federalismo.

O Marechal Deodoro da Fonseca, ao assumir o governo, em novembro de 1889, estava idoso e bem doente. Além disso, possuía forte grau de au-toritarismo, adquirido na vida militar. Não demorou muito, ele enfrentava a dissensão que lavrava entre os repu-blicanos civis e militares. No dia 3 de novembro de 1891, Deodoro fechou o Congresso, decretou o estado de sítio e a censura à imprensa. Para piorar, o País vivia péssima situação econômica. No dia 23 daquele mesmo mês, o Ma-rechal Floriano Peixoto (Maceió, 1839 — Divisa, hoje Floriano, RJ, 1895) lançou um manifesto à Nação. Isso levou Deodoro a renunciar, segundo ele, “para evitar uma guerra civil imi-nente”. Floriano Peixoto, na qualidade de Vice-Presidente, assumiu o governo, prometendo a volta à legalidade, reivin-dicada pela oposição.

O que veio depois, ainda está bem vivo na

memória da maioria dos brasileiros: a Revolu-

ção de 30, que colocou Getúlio Vargas no poder

e a implantação do Estado Novo (...)

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Solidariedade

Crianças e Natureza,numa bela manhã planaltina, brincam felizes na Escola de Educação Infantil, da LBV, em Taguatinga/DF.

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O expressivo balanço social de 2004

Quando olhamos para os desa-fios de nossa sociedade, como Educação, saúde, trabalho, alimentação, inclusão social,

entre outros, percebemos que o Povo tem sempre pautado sua confiança pelo esforço e pela ação das pessoas de Boa Vontade.

Hoje, a LBV conta com um históri-co de mais de meio século de serviços prestados aos que se encontram em situação de risco social em nosso País, seja trabalhando em parceria com os diversos setores (governos, empresas socialmente responsáveis, organismos internacionais, escolas, comunidades de base e outras organizações do Terceiro Setor), seja propiciando oportunidades para que cidadãos de Boa Vontade pos-sam colaborar para o desenvolvimento sustentável de suas comunidades. Tudo isso contribuiu para que a Obra se tornasse a primeira instituição do Ter-ceiro Setor genuinamente brasileira a

ser reconhecida em caráter oficial pela Organização das Nações Unidas (ONU) e ter status consultivo no Conselho Econômico e Social dessa entidade (Ecosoc), o que lhe confere o direito de participar, com poder de voto, de suas reuniões decisórias. É ainda mediadora entre muitas ONGs do Brasil e esse organismo internacional.

A LBV prestou, em 2004, mais de 3,5 milhões de atendimentos, por meio de seus diversos programas e projetos

socioeducativos, desenvolvidos em dezenas

de cidades brasileiras, contando sempre com

uma legião que ultrapassa os 30 mil voluntários.

Fundada por Alziro Zarur, a LBV completou 55 anos de existência em 1o

de janeiro de 2005. Uma de suas inova-doras iniciativas tem sido a difusão do Ecumenismo Irrestrito, promovendo a conciliação de todo o conhecimento humano e espiritual, numa poderosa força a serviço dos povos.

Sua expansão nacional e no Exterior deve-se, sobretudo, ao dinamismo de seu Diretor-Presidente, José de Paiva Netto, que, com a ajuda da sociedade, vem modernizando e consolidando a Organização desde 1979, quando assu-miu sua liderança, proporcionando-lhe um crescimento da ordem de 150.000% e transformando-a em uma das maiores expressões mundiais de humanitarismo e de Solidariedade social.

A LBV prestou, em 2004, mais de 3,5 milhões de atendimentos, por meio de seus diversos programas e projetos socioeducativos, desenvolvidos nas principais cidades brasileiras, contando

LBV Belo flagrante do premiado repórter fotográfico Amicucci Gallo, na LBV do Rio de Janeiro/RJ.

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Fotos: Arquivo BV

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Cenas diversas dos atendimentos prestados pela LBV em dezenas de cidades do Brasil e Exterior

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sempre com uma legião que ultrapassa os 30 mil voluntários.

Suas iniciativas são pautadas pela Solidariedade e seguem ao encontro da implementação dos oito Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODMs), estabelecidos pela ONU: “Erradicar a extrema pobreza e a fome”, “Atingir o ensino básico universal”, “Promover a igualdade entre os sexos e a autonomia das mulheres”, “Reduzir a mortalidade infantil”, “Melhorar a saúde materna”, “Combater o HIV/aids, a malária e outras doenças”, “Garantir a sustenta-bilidade ambiental” e “Estabelecer uma parceria mundial para o desenvolvi-mento”.

Mais do que oferecer o alimento material, necessário para a sobrevivência das pessoas, a Legião da Boa Vontade trabalha para elevar-lhes a auto-estima, a esperança, a dignidade, os valores, a responsabilidade, o respeito, para que os indivíduos tenham oportunidade de lutar pelos seus direitos e de exercer melhor sua cidadania, cooperando para uma es-trutura social sólida e auto-sustentável.

Trazemos os números dos milhões de atendimentos efetivados em toda a rede social da Legião da Boa Vontade em 2004, inseridos no balanço geral da LBV, encerrado em 31 de dezem-bro, auditado pela conceituada Walter Heuer Auditores Independentes e pu-blicado no Diário Oficial do Estado de São Paulo. [L.S.M.]

LBV: Criança — Futuro no Presente! 496.206 Refeições servidas 408.712 Oficina do Saber 13.818 Aulas de Moral Ecumênica 14.090 Alfabetização Digital 7.540 Brinquedoteca 19.033 Esporte é Vida 7.289 Oficina dos Arteiros 9.168 Espaço Cultural 11.527 Coral Ecumênico Infantil LBV 38 Prevenção da saúde bucal 4.602 Recreação 389

Ronda da Caridade, a Ronda da Cidadania 1.190.553 Refeições servidas 479.718 Grupo de Convivência da Terceira Idade 39.680 Capacitação profissional (informática) 251.232 Cursos diversos 16.168 Alfabetização e Educação Geral para Adultos 152.640 Oficinas de geração de renda 869 SOS Calamidades (famílias) 318 Atendimentos em mutirões 16.529 Atendimentos emergenciais 84.952 Cestas de alimentos 111.270 Palestras educativas 1.405 Plantão Social 12.554 Visitas domiciliares 3.828 Atendimento psicológico 2.681 Atendimento fonoaudiológico 411 Atendimento jurídico 568 Atendimento odontológico 894 Consultório odontológico na LBV 9.028 Odontoteca LBV (itinerante/comunitária) 2.136 Consultas médicas 1.712 Ambulatório 1.960

LBV: Jovem — Futuro no Presente! 2.664 Refeições servidas 1.776 Estudar e Aprender 888

SER Mulher 65.175 Cidadão-Bebê (curso para gestantes) 50.616 Enxoval para bebês 831 Grupo de Mães 5.088 Grupo de Mulheres 8.640

Educação Básica 1.274.404 Berçário e educação infantil (de 0 a 6 anos) 173.800 Ensino fundamental 163.400 Bolsas de estudo 14.000 Refeições servidas 923.204

Lar e Parque da LBV (regime residencial) 33.580 Refeições servidas 146.602

Lar da Terceira Idade (regime residencial) 41.245 Refeições servidas 177.879

Ala dos Estudantes (ParlaMundi da LBV) 75.600

3.503.908

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BVEm 2004:

Entrega de material escolar feita pela LBV às crianças da rede escolar de

ensino público em Belém/PA

Revista Boa Vontade ��

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Saudar 21 brasi-leiros vivos que se destacaram no século XX

e que continuam ven-cedores neste período que se inicia: com esse objetivo o Diretor da PPE (promoções e eventos) e autor do projeto Destaque Século 20/21, Roberto Farias, realizou no Teatro Raimundo Magalhães Júnior, na Academia Brasi-leira de Letras (ABL), em 14 de abril, a entrega dos diplomas aos agraciados. Pessoas de amplo reconhecimento nacio-nal pelas contribuições que proporcionam à sociedade nos diversos ramos do saber. É uma forma também, segun-do Roberto, de motivar os indivíduos de certa idade, “com mais de 50 anos”, para que eles continuem a transmitir suas experiências aos mais jovens.

Os nomes foram escolhidos por meio de uma pesquisa, numa consulta democrática no site (www.roberto-farias.com.br) do orga-nizador e também por uma comissão de jurados, formadores de opinião pública. Entre os premiados, Abílio Diniz, Adib Jatene, Aldemir Martins, Antonio Carlos Magalhães, Antonio Ermírio de Moraes, Chico Anysio, Dom Paulo Evaristo Arns, Emerson Fittipaldi, Fernanda Monte-negro, Hebe Camargo, Ivo Pitanguy, João Havelange, José Sarney, Oscar Niemeyer, Você Cidadão/Cidadã, Paulo Coelho, Pelé (“O Atleta do Século”), Renato Aragão, Roberto Carlos, Sílvio

séculos XX e XXI, na ABL.Destaques dos

Santos e Zilda Arns.Na ocasião, a Uni-

versidade Federal do Ceará (UFCE) — re-presentada pelo Reitor René Barreira e pelo

Governador do Estado, Lúcio Alcântara — saudou o Dr. Roberto Marinho (in memoriam) com o título de Doutor Ho-noris Causa da UFCE. Seu filho, o Dr. José Roberto Marinho, Vice-Presidente das Organizações Globo, recebeu a hon-raria em nome dele, relembrando as pa-lavras do laureado sobre o compromisso

que tinha para com a sociedade: “Meu pai sempre dizia que a vida é cur-ta e preciosa para ser vivida apenas a nossa experiência pessoal”.

Os homenage-ados foram felici-tados pela LBV, entre eles o Dr. João Havelange, o cantor Roberto Carlos (represen-tado pela assessora de imprensa Ivone Cassu) e o humo-rista Chico Anysio,

que falou para a Rede Boa Vontade de Comunicação sobre a importância do prêmio: “Ele é muito interessante porque nos coloca junto com pessoas num padrão muito especial, homens como João Havelange, Ivo Pitanguy, Oscar Niemeyer. É coisa absolutamente encantadora para quem recebe. Fiquei muito feliz com isso”.

Chico foi parabenizado pela pas-sagem do seu aniversário no dia 12 de abril.

Entre os premiados: Abílio Diniz, Adib Jatene, Aldemir Martins, Antonio

Carlos Magalhães, Antonio Ermírio de Moraes, Chico

Anysio, Dom Paulo Evaristo Arns, Emerson Fittipaldi,

Fernanda Montenegro, Hebe Camargo, Ivo Pitanguy, João

Havelange, José Sarney, Oscar Niemeyer, Você

Cidadão/Cidadã, Paulo Coelho, Pelé (“O Atleta do Século”), Renato Aragão,

Roberto Carlos, Sílvio Santos e Zilda Arns.

Ivo Pitanguy e Ivan Junqueira

Fotos: Jorge Alexandre

João Havelange (D) recebe o diploma das mãos de Marcos Vilaça

Chico Anysio e o Dr. José Roberto Marinho

Ivone Cassu, represen-tando Roberto Carlos, e Francisco Bilas.

Governador do Ceará, Lúcio Alcântara.

Roberto Farias

Cultura

(por Simone Barreto)

Academia Brasileira de Letras

Revista Boa Vontade ��

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O Conselho Esta-dual de Direi-tos Humanos, presidido pela

Governadora Rosinha Garotinho, integrado por secretários de Estado e representantes de ins-tituições da sociedade, lançou o Prêmio Estadu-al de Direitos Humanos Austregésilo de Athayde (1898-1993), homenagem ao sempre lembrado Pre-sidente da Academia Bra-sileira de Letras (ABL), que foi um dos redatores da Declaração Universal dos Direitos Humanos, em 1948, na ONU.

A solenidade de en-trega ocorreu no Dia In-ternacional de Combate à Discriminação Racial (em 21 de março), no Salão No-bre do Palácio Guanabara. Entre os agraciados: José Gomes Talarico, jornalista e Presidente da Comissão de Defesa da Liberdade de Imprensa e dos Direitos Humanos da ABI; Dom Mauro Morelli, então Bis-po de Duque de Caxias; Abdias do Nascimento, ex-Senador e líder do Movimento Negro; o Grupo Tortura Nunca Mais (representado por Ana Miranda); Qui-lombo São José da Serra (na pessoa de Antonio Nascimento) e a Defensoria Pública do Estado do Rio (represen-

tada pelo Dr. Marcelo Bustamante).

A escritora Laura Austregésilo de Athay-de Sandroni e Cícero Sandroni, filha e gen-ro do ilustre Presidente da ABL, prestigiaram a cerimônia. Cícero, que é tesoureiro da Casa de Machado de Assis, rememorou a atuação do ilustre acadêmico na Assembléia das Nações Unidas e o valor de ins-tituições como a Legião da Boa Vontade nessa empreitada: “Austre-gésilo de Athayde foi o redator brasileiro da Declaração Universal dos Direitos Humanos, que foi assinada em Paris em 10 de dezembro de 1948, numa Assembléia Geral da ONU, na qual foi apresentado um do-cumento fundamental na defesa dos Direitos Humanos de todo o mundo. O fundamental disso tudo é a valoriza-ção da vida, como um dos primeiros artigos desta Declaração fala

que todo Ser Humano tem direito à vida. Todos os que trabalham por essa valorização tem de ter o nosso respeito e a Legião da Boa Vontade tem agido nesse sentido”.

Vale dizer que o grande home-

Prêmio valoriza Direitos Humanos

da dignidadehumana

Em defesa

Atualidades

“O Plano Nacional de Direitos Humanos foi composto o ano passado, junto com o grande apoio da

LBV (...). Esse prêmio só vem a estimular essas ações de Boa

Vontade (...)”.

César Bastos, da Central de Cidadania da Secretaria de Estado de Justiça e Direitos

do Cidadão do Rio de Janeiro.

Rosinha Garotinho

Dr. Marcelo Bustamante

Ana Miranda

Fernando William

Coronel Jorge Silva

Fotos: Simone Barreto

Revista Boa Vontade �0

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nageado Austregésilo foi o primeiro Presidente do Conselho de Honra para a construção do Parlamento Mundial da Fraternidade Ecumênica da LBV. Após seu falecimento, a presidência honorífica foi assumida pelo inesque-cível jornalista Barbosa Lima Sobri-nho (1897-2000), Presidente da ABI, escritor e membro da ABL.

Para um dos laureados, o jornalis-ta José Gomes Talarico, a Organiza-ção foi sempre uma fonte inspiradora em sua vida: “Muito obrigado pela presença da Legião da Boa Vontade. Eu devo di-zer que muita coisa sobre Direitos Humanos aprendi exatamente na LBV, com o José de Paiva Netto, meu amigo. Por isso, mais uma vez enalteço a sua Obra, na qual me inspirei muito para praticar os atos da defesa da liberdade e dos Direitos Humanos. Sem dú-vida, a LBV é inigualável, não há nenhuma Instituição que seja tão grandiosa”.

Outro amigo da Obra que também prestigiou a entrega dos prêmios foi César Bastos, da Central de Cidadania da Secretaria de Estado de Justiça e Direi-tos do Cidadão do Rio de Janeiro. Ele recordou que a LBV fez parte do grupo consultivo que elaborou a Cartilha Diversidade Religiosa, lançada em novembro de 2004, pela Secreta-ria Especial de Direitos Humanos (SEDH), com objetivo de incentivar o diálogo inter-religioso e combater

a intolerância: “O Plano Nacional de Direitos Humanos foi composto o ano passado, junto com o grande apoio da LBV (...). Esse prêmio só vem a estimular essas ações de Boa Vontade. Reconheço no Irmão Paiva essa função de grande catalisador da diversidade religiosa, que é um ser iluminado. (...) A igualdade, a diver-sidade religiosa, que começou há 55 anos pela iniciativa de Zarur, hoje é feita por Paiva Netto com uma ampli-tude cada vez maior, com ‘a unidade na

diversidade’. Mantendo as diferenças de cada tradição religiosa, a LBV sempre procurou tratar de forma gentil, compa-nheira e cidadã todos os credos”.

Por fim, o registro da palavra do Dr. Celso Peçanha, ex-Governador do Estado do Rio de Janeiro, que, na opor-

tunidade, afirmou: “Co-nheço muito bem esse trabalho que a Legião da Boa Vontade desenvolve. Solidarizo-me com todos esses que ouvem a sua rá-dio (Rede Boa Vontade de Rádio), que está pregando a liberdade e o direito de pensar, de agir, de cada um viver a sua vida dig-namente, e é assim que

devemos fazer sempre. Sou muito amigo do Paiva Netto, gosto dele, já o saudei na Câmara dos Deputados. Ele é, efetivamente, uma voz digna, um homem de bem. Um abraço bem forte nele”, concluiu.

“Sou muito amigo do Paiva Netto, gosto dele, já o saudei na Câmara dos

Deputados. Ele é, efetivamente, uma voz digna, um homem de bem. Um abraço bem

forte nele.”

Dr. Celso Peçanha, ex-Governador do Estado do Rio

de Janeiro

Jornalista José Gomes Talarico recebe a láurea da Governadora do Rio de Janeiro.

O representante da LBV, Eliel Brum, os escri-tores Laura e Cícero Sandroni, filha e genro do saudoso Austregésilo de Athayde.

[S.B.]

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A luta continuaABI completa 97 anos na defesa da Liberdade de Imprensa

ACasa do Jornalista festejou, neste 7 de abril, seu 97o aniver-sário. A Associação Brasileira de Imprensa (ABI), patrimônio

da arte de informar com imparcialidade, justiça social e, acima de tudo, defen-dendo os interesses nacionais prossegue cumprindo relevante papel na sociedade. A cerimônia, realizada na sede da enti-dade no Rio de Janeiro/RJ, comemorou também o Dia Nacional do Jornalista e contou com a presença de diversos representantes da classe, de políticos, personalidades e o público em geral.

O ilustre Presidente da ABI, o jorna-lista Maurício Azêdo, fez um discurso emocionado sobre os primeiros passos da Organização, lembrando a figura de seu idealizador, o jornalista catarinense Gustavo Lacerda, e o momento histórico deste nascimento. Agradeceu em sua palavra as mensagens recebidas dos

Governadores de São Paulo (Geraldo Alckmin), de Santa Catarina (Luiz Henrique da Silveira) e do Rio Grande do Norte (Wilma Maria de Faria); e do Diretor-Presidente da Legião da Boa Vontade, o jornalista José de Paiva Netto, entre outros relevantes nomes. Em seguida, anunciou o recital da pianista Maria Teresa Madeira, que brindou os convidados, apresentando peças de Chiquinha Gonzaga, Sinhô, Scott Joplin e Ernesto Nazareth.

A Rede Boa Vontade de Rádio (Su-per Rádio Brasil AM 940 kHz) e a Rede Mundial de Televisão fizeram a cober-tura do acontecimento e entrevistaram, para o quadro Personalidades, Maurício Azêdo, que expôs aspectos de sua ges-tão: “As nossas prioridades centram-se na ordenação administrativa da ABI, que

“O fundador da LBV, o jornalista e radialista Alziro

Zarur (1914-1979), foi um dos mais eminentes membros da ABI

e sua trajetória de dedicação ao bem comum e de dedicação

à Associação Brasileira de Imprensa é continuada por esse eminente companheiro, nosso consórcio José de Paiva Netto,

a quem transmito o abraço afetuoso do Corpo Social da ABI, neste dia de gala para a

nossa entidade.”

Atualidades

Maurício Azêdo

Joseti Marques

Geraldo Alckmin

Luiz Henrique da Silveira

Peças de Chiquinha Gonzaga estiveram no repertório apresentado pela pianista Maria Teresa Madeira, durante as come-morações dos 97 anos da ABI.

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Fotos: Waldomiro Manoel

Maurício Azêdo

Revista Boa Vontade �2

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estamos enfrentando com grande perti-nácia, paciência e lucidez. Acredito que ao longo desse ano de exercício, que se inicia com o aniversário de hoje, vamos avançar muito nesse campo. A ABI vai continuar, como sempre se manteve, uma instituição a serviço da liberdade de imprensa, dos direitos democráticos de nosso povo, da limpidez no trato das coisas públicas e, sobretudo, no alargamento de todas as possibilidades de melhoria da qualidade de vida dos brasileiros e do programa econômico e social do país”.

ABI e LBV: antiga parceria.Durante as reportagens feitas com

o distinto jornalista, ele relembrou que na sede da ABI se realizaram, nos idos de 1950, as primeiras reuniões ecumênicas da Legião da Boa Vontade. “O fundador da LBV, o jornalista e radialista Alziro Zarur (1914-1979), foi um dos mais eminentes membros da ABI e sua trajetória de dedicação ao bem comum e à Associação Brasileira de Imprensa é continuada por esse eminente companheiro, nosso consórcio José de Paiva Netto, a quem transmito o abraço afetuoso do Corpo Social da ABI, neste dia de gala para a nossa entidade. Felicidades para todos vocês!”, ressaltou Maurício.

Ainda no tocante ao apoio da Rede Mundial de Televisão na cobertura do memorável encontro, o Presidente da Associação completou: “Ficamos muito felizes que vocês estão se associando, com o prestígio dessa emissora, às co-memorações do aniversário de fundação da ABI e também do Dia Nacional do Jornalista, que oficialmente transcorre nesta data. Ao longo desses 97 anos, a ABI manteve-se numa infatigável atuação em defesa da liberdade de opinião, de informação e dos Direitos Humanos, buscando a proteção tanto dos jornalistas profissionais como dos cidadãos comuns. Queremos agradecer a mensagem do Dr. José de Paiva Netto, eminente sócio da ABI, especialmente a que recebemos de sua assessoria de comunicação social, que ele fez chegar à ABI hoje, em extenso e comovente

telegrama. Dr. Paiva Netto, muito obri-gado!”.

A Diretora de Jornalismo da ABI, Jo-seti Marques, falou também dessa antiga parceria que une a LBV e a Associação: “Muito obrigada por vocês estarem aqui, prestigiando os nossos eventos, é um prazer recebê-los. (...) Tentamos abrir as portas da Casa, dar uma renovação, como temos feito sempre nos aconte-cimentos a todos os jornalistas, a toda a sociedade, para que renovemos o ar da ABI e ela possa fazer seus 100, 200 anos, defendendo a sociedade”.

Na ocasião, o site da Associação Brasileira de Imprensa (www.abi.org.br) publicou, em destaque, a carta do

Ernesto (conferida pela Câmara Municipal, por proposição do Vereador Edson Santos) quanto a Medalha Tiradentes (concedida pela As-sembléia Legislativa do RJ, por iniciativa do Deputado Paulo Pinhei-ro) são um resultado dos relevantes serviços prestados pelo jornalista à sociedade.

Em entrevista à BOA VONTADE, o agraciado descreve a emoção em receber as condecorações na Casa do Jornalista: “A ABI é especial, porque ela é a

nossa Casa, representa um símbolo em favor da democracia”.

Sidney ainda agradeceu a presen-ça da LBV na festividade: “Parabéns a vocês também pelo trabalho de Solidariedade que desenvolvem, já acompanho há muito tempo. Acho que todos aqueles que lutam para melhorar o Brasil, a vida das pessoas, diminuir a pobreza, merecem a nossa consideração, independente de religião ou da fé de cada um”.

Homenagens a Sidney Rezende na Casa do Jornalista

Alguns dias depois (11 de abril), a Associação Brasileira de Imprensa foi palco de outra importante solenidade: a entrega das Medalhas Pedro Ernesto e Tiradentes ao jornalista Sidney Rezende. O local escolhido não poderia ser melhor para homenagear o apresentador dos programas de televisão Bom Dia Rio, da Rede Globo, e Conta Corrente, da Globo News, além de ser âncora da Rádio CBN e professor da Facul-dade de Comunicação da PUC-RJ.

O Auditório Oscar Gua-nabarino, da ABI, ficou pequeno para receber tantos colegas de profissão, alunos e amigos do agraciado, dentre eles os acadêmicos Murilo Melo Filho e Arnaldo Niskier (Secretário Estadual de Cultura do RJ); o Presidente da ABI, Maurício Azêdo (que conduziu a cerimônia); e o apresentador da TV Globo e Diretor Social da ABI, Domingos Meirelles, que, ao encontrar-se com representan-tes da LBV, aproveitou para enviar um forte abraço ao amigo Paiva Netto.

Tanto a Medalha de Mérito Pedro

dirigente da LBV, que relata: “Nesta data em que se comemora mais um aniver-sário de Fundação da ABI, a Legião da Boa Vontade apresenta os mais sinceros cumprimentos pela marcante data e in-discutível atuação desse importantíssimo órgão defensor e propagador da defesa dos direitos humanos e da liberdade de imprensa em nosso país.” [S.B.]___________*A sede da ABI sempre foi cenário de muitos fa-tos marcantes, dentre os quais a primeira reunião ecumênica da Legião da Boa Vontade (fundada em 1o de janeiro de 1950), a Cruzada de Religiões Irmanadas, comandada pelo saudoso Alziro Zarur no salão do Conselho da Associação, naquele tempo presidida pelo jornalista Herbert Moses, em 7 de janeiro de 1950.

Sidney Rezende

Domingos Meirelles

Fotos: Simone Barreto

Revista Boa Vontade ��

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A representatividade dos serviços prestados pelo Centro Comuni-tário, Educacional e Cultural da Legião da Boa Vontade (Av.

Dom Hélder Câmara, 3.059, tel. (21) 2501-0247) em Del Castilho, levou o Governo do Estado do Rio de Janeiro a escolher o local para a posse (em 26 de abril) do Administrador Estadual de Del Castilho e Suburbana, Pedro Paulo Torres. A cerimônia, que foi comandada pelo Secretário de Estado e de Coor-denação do RJ, Anthony Garotinho, emocionou os presentes.

O evento foi aberto com a palavra do Subsecretário de Governo e Coorde-nação da capital, Rodrigo Bethlem.

Em seu pronunciamento, Garotinho justificou a escolha de Pedro Paulo Torres para a nova função: “É uma pessoa dedicada. Ele vai ser muito bom para a comunidade da Suburbana”. Em seguida, o Secretário de Governo fez seu agradecimento e destacou as realizações da Legião da Boa Vontade. “Nós conhecemos o trabalho da LBV, feito com muita dedicação, voltado para as crianças, às pessoas carentes. Nós temos uma identidade grande com esse serviço feito com Amor pelas pessoas humildes, por aquelas a quem Jesus procurava abençoar. A LBV é uma Instituição respeitada que trabalha pe-las comunidades carentes, assim como o Governo do Estado procura fazer também. Quero cumprimentá-los pelo que têm feito aqui. Temos de agradecer por essa recepção linda das crianças”, destacou.

Governo do Estado do Rio de Janeiro escolhe Centro Educacional da LBV para sediar posse de Administrador Estadual

na Cidade Maravilhosa.

O Administrador Estadual de Del Castilho falou em seu primeiro discurso das realiza-ções feitas já no novo cargo e, na seqüência, destacou: “Primeiro quero agradecer a hospitalidade, à Legião da Boa Vontade e seu Diretor-Presi-dente, José de Paiva Netto. Foi muito emocionante tomar posse num lugar que tem toda essa Espiri-tualidade, crianças e um atendimento fantástico. As pessoas entraram no Centro Educacional, Cultural e Co-munitário e sentiram essa ambiência de Paz. A solenidade teve um brilho a mais, porque foi realizada, aqui, na LBV”, enfatizou.

Outra representante do Governo que se pronunciou foi a professora Ma-ria das Graças Antunes, Coordenadora Regional da Metropolitana III, respon-sável pelas 154 unidades escolares na

Zona Norte do Rio. A solenidade contou

ainda com a presença de diversas personalidades: Secretário de Estado de Ação Social, Fernando William; Secretário Esta-dual de Esporte, Francisco de Carvalho; Subsecretá-

rio de Estado de Projetos Especiais, Ricardo Rotemberg; Subsecretária Estadual de Ação Social, Rita Paixão; Tenente-Coronel do 2º Grupamento de Bombeiros Militar, o comandante Paulo Roberto Carvalho Cruz; Vice-Presidente da Associação Comercial e Industrial de Inhaúma, Maurício Matta; Delegado Titular da 24ª DP, Dr. Carlos Augusto Dantes; Pró-reitor do Unisuam, Arapuan Motta Neto; Presidente da Fun-dação Leão XIII, Sérgio Castro; além dos servidores públicos e representantes de organizações civis. [S.B.]

Pedro Paulo Torres

Secretário de Estado e Coordenação do Rio de Janeiro, Sr. Anthony Garotinho, ladeado de felizes crianças que compõem o Coral Ecumênico Infantil LBV.

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Atualidades

Revista Boa Vontade ��

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Atualidades

A autobiografia da pianista Ni-ninha Rocha, lançada recen-temente na sede da Secretaria de Cultura de Uberlândia/MG,

mostra que a artista continua versátil, migrando com facilidade do campo da música para as letras. Na obra Não sou uma revelação — Ando descalço com os pés no chão, a veia de escritora aflora para contar, em 300 páginas, histórias que viveu do início de seu aprendizado no piano (aos 6 anos de idade) à carreira bem-sucedida que a levou a receber ho-menagens no Brasil e no Exterior.

Ao ser entrevistada a respeito do livro, Nininha aproveitou para felicitar a revista BOA VONTADE pelas matérias que tem publicado e, em especial, pelo editorial “Questão de Vida ou de Mor-te?”, do jornalista Paiva Netto, o qual ele dirigiu aos participantes da Segunda Sessão Plenária do Fórum Mundial Permanente Espírito e Ciência, da LBV, reunidos no ParlaMundi da Legião da Boa Vontade (Brasília/DF), em outubro de 2004. No artigo, o Líder da Instituição faz o leitor considerar a probabilidade de a vida prosseguir depois do fenômeno do desaparecimento do corpo físico, apresentando o pensamento de cientis-

Palavra de Honra,

Vida e obra da pianista Nininha Rocha

A escritora, professora e jornalista Ana Ma-ria Machado lançou recentemente na li-

vraria Argumento, na capital fluminense, o romance Pala-vra de Honra.

Nesta ficção para adultos, a primeira Secretária da Academia Bra-sileira de Letras discute a transformação dos valores éticos em nossa sociedade. Ana Maria diz que utiliza a memória e a imaginação, sempre duas grandes fontes para os seus trabalhos. Além de escrever para o público adulto, a escritora também

se dedica à literatura infanto-juvenil, com histórias, contos e biografias, a exemplo da obra que está para publicar: Palmas para João Cristiano, que falará sobre a vida de Hans Christian Andersen.

Os representantes da LBV participaram da noite de autógrafos e, na oportunidade, a jornalista agradeceu a presença da Instituição, e mandou um abraço para o seu Diretor-Presidente, e fez a seguinte dedicatória: “Para José de Paiva Netto, cordialmente Ana Maria Machado”. [S.B.]

tas, religiosos e pensadores acerca do assunto. “Quando recebo a revista e vou ler alguma coisa, não a leio brincando, levo dias e volto à matéria. (...) Tenho um carinho muito grande pelo Paiva Netto. Espero que vocês sempre deixem esse rastro de carinho e amizade. Sou amiga do Paiva Netto desde a época em que ele andava com uma pasta atrás do Alziro Zarur, no Rio de Janeiro, e eu trabalhava numa casa muito bonita chamada Reis da Voz”.

Por sinal, Nininha Rocha encami-nhou sua obra com a referida mensa-gem: “Para o caro amigo e companheiro Dr. José de Paiva Netto e família. Segue, aqui, um relato romanceado e apaixo-nante sobre a minha carreira musical, literária e vida espiritual”.

A apresentadora da TV Record e cantora Eliana lançou seu primeiro título literário Os Segredos dos Golfinhos. O

evento ocorreu na Livraria Cultura do Shopping Villa-Lobos, em São Paulo/SP.

Na ocasião, ela autografou um exemplar da obra com os seguintes dizeres: “Crianças da LBV, beijos. Eliana — 2005”. E dedicou outro para o pequeno Emmanuel Adolfo, filho do jornalista e escritor Paiva Netto. “Querido Emmanuel, beijos. Eliana — 2005”, escreveu. Ainda na oportunidade, Eliana concedeu entrevista às apresentadoras Beatriz Cristina Barbosa e Danielle Tonin de Almeida, do Jornal da Criança (exibido pela Rede Mundial de Te-levisão — A TV da Educação, da Cultura e da Cidadania Solidária com Espiritualidade!), na qual falou sobre o livro, além de lembrar da época em que visitou a Legião da Boa Vontade e cantou com o Coral Ecumênico In-fantil LBV. Às crianças que estudam na Supercreche Jesus e no Instituto de Educação José de Paiva Netto, aproveitou para mandar um recado: “(...) Quero dizer que eu as adoro e desejo muita Paz, muita luz (...)”.

Apresentadora Eliana

(por Sílvia Bovino)

nova obra de Ana Maria Machado. lança livro nacapital paulista

A pianista Nininha Rocha lê a edição no 197 da revista BOA VONTADE.

A apresentadora de TV e cantora Eliana

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Revista Boa Vontade ��

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Cobbett conheceu todas as depen-dências do prédio e ficou encantado com tudo o que viu.

O jornalista ressalta que, “num mo-mento em que as pessoas estão se voltan-do para a religião”, a Obra antecipou-se a esta tendência e abre em seus órgãos locais de Espiritualidade Ecumênica: “Você encontra um Espaço Ecumênico que não discrimina religião alguma, aqui se encontra amparo. Para tornar-se um Ser Humano completo é fundamental,

além de se alimentar, tem de ter cultura, arte, diversão, e isso nós encontramos na LBV. É impressio-nante! Essas crianças são puro Amor. São elas que a gente quer ver transformando o Brasil para melhor (...). Parabéns, José de Paiva Netto!”. [S.B.]

Numa tar-de mui-to festi-va (6 de

abril), Alexandre Cobbett, radia-lista e apresenta-dor do programa Caô , da Rede

Bandeirantes de Televisão do Rio de Janeiro, visitou o Centro Comunitário, Educacional, Cultural da LBV na ca-pital fluminense (Av. Dom Hélder Câmara, 3.059, tel. (21) 2501-0247). Ele e sua equipe gravaram, no local, uma edição do programa, de forma bem descontraída com as crianças. Apro-veitaram para conversar com os profissionais do Conjunto Educacional a respeito das atividades ali realizadas.

Caô, na LBV.da Band,

Alexandre Cobbett

Em recente visita ao Centro Educacional, Comunitário e Cultural da LBV no Rio de Ja-neiro/RJ — o famoso médico

Dr. Carlos Loja, Presidente do Comitê de Alergia e Imunologia da Sociedade de Alergia e Imunologia Regional do Rio de Janeiro, deu os parabéns pelo trabalho desenvolvido na Instituição. Ele foi recebido pelo Dr. Pedro de Paiva, que representou seu pai, o Di-retor-Presidente da Instituição, José de Paiva Netto. O visitante destacou que a LBV é “um exemplo a ser seguido”.

Na ocasião, ao ler o pensamento — “Aqui se estuda, formam-se Cérebro e Coração” — pôde refletir sobre essa fra-se da Pedagogia do Cidadão Ecumênico — metodologia criada pelo dirigente da Obra e aplicada com sucesso nas escolas da LBV. A respeito do conteúdo dela disse que “abre caminhos”, e concluiu: “Paiva Netto tinha de se multiplicar, mas ele já está multiplicado através de vocês”. Ao término da visita, se prontificou a realizar palestras preven-tivas, dentro de sua especialidade, para famílias beneficiadas pela LBV.

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Dr. Pedro Paulote de Paiva (E) acompanha a visita do reno-mado médico Dr. Carlos Loja (D).

“LBV é um exemplo a ser seguido.”

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Melhor Idade

a percepção. A partir do momento em que os idosos começaram a fazê-la, me-lhoraram a carga respiratória e ficaram até mais motivados para alimentar-se e fazer as atividades diárias. Após dois meses de trabalho, eles já perderam o

medo da água. Não tem frase que defina quanto é bom poder proporcionar a eles esse momento. É bem gratificante, é uma felicidade imensa para mim, poder ajudar um trabalho solidário como esse”.

O Lar Alziro Zarur, que a Legião da Boa Vontade mantém na cidade, foi fundado em 28 de junho de 1961 e

abriga dezenas de idosos, de ambos os sexos, em regime residencial.

Diariamente, são oferecidas cinco refeições (café da

manhã, almoço, lanche da tarde, jantar e ceia). Para a elaboração do cardápio, a LBV conta com a ajuda de estagiários do curso de Nutrição do Centro Univer-sitário do Triângu-lo (Unitri).

Os idosos rece-bem acompanha-

mento e atendimen-tos médico, dentário

e fisioterápico, além de participar de aulas de artes

e de alfabetização, ministra-das por jovens voluntários do

Centro Espírita Joana D’Arc, e de atividades físicas e recreativas,

desenvolvidas por estudantes de Educa-ção Física da Universidade Federal de Uberlândia (UFU).

Quem quiser conhecer o Lar Alziro Zarur e/ou contribuir para sua manuten-ção pode dirigir-se ao endereço acima ou entrar em contato pelos tels.: (34) 3236-2377/3214-4696.

LBV e escola de natação firmam parceria para beneficiar idosos em Uberlândia/MG

Mais saúdena Terceira Idade

Recente parceira firmada entre a Legião da Boa Vontade e a escola de natação Nade está proporcionando melhor quali-

dade de vida aos idosos atendidos pelo Lar Alziro Zarur, localizado na Rua Padre Pio, 1.353, bairro Martins, em Uberlândia.

Duas vezes por semana, a es-cola recebe os idosos para as aulas de natação, que são acompanhadas por um professor de educação física e de hidroginás-tica. A proprietária do estabelecimento, Maria Cristina Bar-bosa Neto Iroka-wa, conta que re-solveu dedicar-se ao próximo, libe-rando uma parte da Nade, depois de conhecer o trabalho do Lar da LBV. “(...) É incrível, porque é um momento de alegria para eles, e para mim é gratificante ver a evolução de cada um, em cada aula. No início, eles chegavam aqui receosos e tímidos. Hoje chegam em harmonia com o ambiente, fazem os exercícios e ainda trazem felicida-de para a gente. Como diz o professor Rodrigo, ‘Vale mais que qualquer remuneração’. Eu gosto quando tenho tempo de acompanhar as aulas para ver o crescimento, ver se está tudo bem com eles.”

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(por Marta Trigueiro)

Idosos atendidos pela LBV em aula de natação (Uberlândia/MG)

O professor Rodrigo Gomes Gonza-ga falou dos benefícios da hidroginástica, destacando que é uma satisfação estar junto deles: “Trabalhamos na hidrogi-nástica o equilíbrio, a força muscular e

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O imperador chinês Shen Nong (em 2737 a.C., conforme se fala na história), tornou-se conhecido por suas iniciativas como cientista e patrono das artes. Ele dizia que beber água fervida seria uma medida higiênica. Certa vez, em viagem, deixou cair, sem querer, algumas folhas na água que estava sendo fervida. Aí surgiu uma mistura, bebeu e achou muito refrescante.

Ele criou o chá e gostou... Espalhado na Europa, especialmente pelos portu-gueses, o hábito de tomar essa bebida foi introduzido na Inglaterra (o chá das 5 da tarde é muito conhecido lá),

Fique atento aos seus direitoshumana e sujeito de direitos civis, polí-ticos, individuais e sociais, garantidos na Constituição e nas leis.

“O direi to ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral, abrangendo a preser-vação da imagem, da identidade, da autonomia, de valo-res, idéias e crenças, dos espaços e dos objetos pessoais.

“É dever de to-dos zelar pela dig-nidade do idoso, colocando-o a salvo

de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor.

“A obrigação alimentar é solidá-ria, podendo o idoso optar entre os prestadores.

“As transações relativas a alimen-tos poderão ser celebradas perante o Promotor de Justiça, que as referen-dará, e passarão a ter efeito de título executivo extrajudicial nos termos da lei processual civil”.

As empresas com mais de 50 empregados podem ser obrigadas a oferecer, no mínimo, 20% das vagas de seus quadros de pessoal a traba-lhadores com idade igual ou superior a 45 anos, de acordo com proposta apresentada pelo Senador Paulo Paim (PT-RS). O projeto, na avaliação do Senador, propõe justiça social ao proteger o trabalho “dos que muito já contribuíram e ainda muito têm a contribuir para a economia nacional” (Jornal do Senado, de 28 de março a 3 de abril de 2005).

Cotas de emprego para maiores de 45 anosChá faz muito bem

também pela mão de uma portuguesa, Catarina de Bragança, filha de D. João IV de Portugal, mulher de Carlos II, da Inglaterra, em 1662. O chá da China foi um de seus dotes de casamento e, deste momento em diante, ficou comum o seu consumo na corte.

Continuo nesta edição a apre-sentar — em linhas gerais — o Estatuto do Idoso (Lei nº l0.741, de 1º de outubro

de 2003, promulgada pelo Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva). É um longo documento, e passaremos a expor mais alguns aspectos que o leitor não pode deixar de saber, pois é lei de pro-teção aos cidadãos com idade igual ou superior a 60 anos. Constam em seus artigos:

“Todo cidadão tem o dever de comunicar à autoridade competente qualquer forma de violação a essa Lei que tenha testemunhado ou tomado conhecimento.

“É obrigação do Estado, garantir à pessoa idosa a proteção à vida e à saúde, mediante efetivação de políticas sociais públicas que permitam um en-velhecimento saudável e em condições de dignidade.

“É obrigação do Estado e da socieda-de, assegurar à pessoa idosa a liberdade, o respeito e a dignidade, como pessoa

Jornalista Walter Periotto

“É obrigação do Estado e da sociedade,

assegurar à pessoa idosa a liberdade, o

respeito, a dignidade, como pessoa humana e sujeito de direitos civis, políticos, individuais e sociais, garantidos na

Constituição e nas leis.”

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(por Natália Lombardi)

Ação Jovem LBV

José de Paiva Netto, dedica o artigo “A História do Brasil passa por Minas Ge-rais”, publicado no livro Crônicas & En-trevistas (Editora Elevação, ano 2000), lançado na ocasião do Congresso “Viva Jesus!”, em Belo Horizonte/MG.

Imbuída de um ideal de transforma-ção, a Juventude Ecumênica da LBV escolheu a cidade de Uberlândia/MG para sediar o “30° Congresso Internacio-nal do Jovem da Boa Vontade de Deus”, durante o qual será abordado o tema “O Jovem na Política de Deus”.

Política e arte — Este encontro é um programa anual de estudos e ativi-dades organizado a partir de um assunto proposto pelos integrantes deste movi-mento. Em 2005, a temática escolhida é “O jovem na Política de Deus”, um assunto que expressa a necessidade que as pessoas têm de entender como a so-ciedade civil pode participar de forma efetiva da política, sem esquecer que ela não se restringe apenas aos poderes Legislativo, Executivo e Judiciário.

A abordagem será ampla, sendo possível, a partir dela, falar de todos os temas sociais, desde a vida familiar, comportamento social do indivíduo,

as diferentes misérias, até as soluções, analisadas pelo prisma da Espiritua-lidade Ecumênica, bandeira pioneira da LBV.

A edição deste ano do Congresso Jovem traz uma novidade: no período da tarde do acontecimento, doze ban-das, de todo o Brasil, se apresentarão, animando ainda mais o ambiente, pre-parando os presentes para a chegada do Líder da Instituição, quando ocorre o ponto alto da reunião.

Atuação — Haverá ainda a reali-zação da oficina internacional “Texto, poesia e imagem”. Para participar dela, basta usar a criatividade para produzir um trabalho em um desses campos de expressão que represente o tema “O Jovem na Política de Deus”, e enviar para a Rua Doraci, 90, Bom Retiro, CEP 01134-050, São Paulo/SP ou para o e-mail: [email protected]. O material será reunido para formar o registro ideológico do Congresso e poderá ser adquirido no local, como parte integrante do kit do evento, com camiseta verde e amarela e boné. Outras informações no site www.acaojovemlbv.com.

Minas Gerais tem uma re-levância política notável na história do Brasil. Um exemplo claro é a Incon-

fidência Mineira (1789), considerada a rebelião de maior importância entre os movimentos pela emancipação do País, e que acabou trazendo, da Europa, influências das idéias liberais do Ilumi-nismo. Um dos líderes de maior expres-são deste acontecimento, Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, se tornou mártir da Independência, que se concre-tizou em 7 de setembro de 1822.

Outro fato marcante, que denota a veia política do Estado, é a formação da República das Oligarquias (1894-1930). Nesse período, houve a prática da Política do Café-com-Leite, uma aliança entre São Paulo e Minas Gerais, em que se alternavam na sucessão da presidência. Os dois Estados estavam ligados às atividades de maior força econômica, como a pecuária e, prin-cipalmente, o café, o mais importante produto das exportações brasileiras.

Os fatos ilustrados acima deixam claro o motivo pelo qual o Presidente das Instituições da Boa Vontade (IBVs),

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Estádios lotados, ruas e conflitos armados têm servido de palco para manifestações públicas do mais descarado e retrógrado

preconceito étnico. O preconceito, como o nome já diz, é um “pré-conceito”, que se faz de algo ou alguém sem conhecê-lo a fundo. Por isso, está diretamente associado à falta de informação.

Mas ele assume proporções assus-tadoras até mesmo em nações onde os níveis de educação e acesso ao conheci-mento são muito altos, o que nos leva a concluir que a ignorância não é a única causa desse problema. Isso se confirma também na história.

Intelectuais e pensadores de épocas diversas empenharam-se em formular justificativas ideológicas para a explo-ração e a escravidão promovidas pelos seus países. Mesmo os religiosos, indo contra o princípio de que todos temos uma origem espiritual em comum, legitimavam práticas etnocentristas, hie-rarquizando a espécie humana de acordo com características exteriores.

Esse pensamento foi defendido pela comunidade científica até o século XIX,

(por Daniel Guimarães, 18 anos — acadêmico da USP em Ciências Sociais e militante da Juventude Ecumênica da Boa Vontade de Deus).

Seres Humanos possuem em comum e o caráter efêmero, passageiro, das diferenças materiais.

O Novo Mandamento, ensinado e exemplificado por Jesus, na definição do jornalista Paiva Netto, é “o funda-mento verdadeiro da fraternidade entre os povos”, derruba qualquer tipo de sectarismo, de separação: Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei. Somente assim podereis ser reconhecidos como meus discípulos (Evangelho do Cristo, segundo João, 13:34 e 35).

Comportamentos preconceituosos minam o desenvolvimento econômico e social de qualquer país. Combatê-los é essencial, sob todas as formas em que eles se manifestam. Mais que co-brar políticas públicas das autoridades — muitas empenhadas em reverter esse quadro —, a sociedade deve re-pensar seus padrões, suas posições e atitudes.

Passados 117 anos da famosa assi-natura da Princesa Isabel, é cada vez mais evidente que não há, na Consti-tuição, uma lei, por mais “Áurea” que seja, capaz de abolir o preconceito.

dentro da corrente do determinismo biológico: cor da pele, traços do rosto, o tamanho dos ossos e outras caracterís-ticas étnicas eram indícios de incapaci-dade, propensão à violência e demais comportamentos anti-sociais.

Os exemplos mostram que não é do conhecimento, das formas de entendi-mento humano, que se origina a discri-minação, mas de carências, de causas interiores, que muitas vezes estiveram por trás de estudos pseudocientíficos.

O egocentrismo, conseqüência do vazio que o Ser Humano possui de valores espirituais, faz com que ele pro-cure afirmar sua identidade sobre a do outro. O reflexo coletivo dessa postura individualista é o etnocentrismo: a idéia de que uma cultura é superior, servindo de parâmetro (referencial) para o julga-mento de todas as outras.

O preconceito ainda está presente mesmo no mundo globalizado de hoje. Quando o adotamos, nos privamos de conhecimentos inovadores. A admissão da realidade espiritual compromete as bases de qualquer ideologia “racista”, pois revela a essência que todos os

Preconceito, etnocentrismo e egocentrismo.

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O coraçãodo Mundo

Qual é a sombra?

Encontramos no 6o Mandamento dos Soldadinhos de Deus uma das responsabilidades que devem ser

cumpridas por todas as crianças de Boa Vontade: “Abraçar fraternalmente os

filhos dos pobres e dos ricos, dos brancos e dos negros, dos amarelos, dos vermelhos e dos mestiços”. A prática desse Mandamento fará do Brasil um País maior do que já o é.

Ele nos ensina uma forma de vencermos as nossas diferenças. Abraçar significa não cruzar os braços, ficar parado, mas respeitar as pessoas, na nossa escola, as que convivem conosco, por mais que pensem de forma diferente da nossa. E desde já nos preparar para fazer do Brasil um grande Coração para iluminar o mundo com o Amor do Evangelho e do Apocalipse de Jesus.

Descubra a frase secreta

Bolo com Pudim

Lívia dos Santos Batista — Salvador/BA (1 e 8 meses)

Marcos Vínícius Marquiza Ramalho —Assunção/Paraguai (7 anos)

Giovanna Victoria Rueda de Barros — Jundiaí/SP (2 anos)

Wesley de Souza Maciel — Salvador/BA (3 anos)

Lucas Emmanuel Ramalho de Paula — Assunção/Paraguai (5 anos)

Gabriele Elisa Rueda de Bar-ros —Jundiaí/SP (6 anos)

Fotos: Arquivo BV

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8oEstudar incessantemente, dignificando seus pro-fessores.

Mandamento dos Soldadinhos de Deus

Ajude o peixinho vermelho a encontrar sua amiga Ada

Alziro Zarur (1914-1979)

Soldadinhos de Deus

SupernovidadeDe 12 a 22 de maio

será realizada a 12a Bie-nal Internacional do Li-vro no Rio de Janeiro. O Bolo com Pudim Edito-rial trará o lançamento do 5º volume da coleção Fábulas da Natureza.O João-de-Barro, que conta a história de um pássaro muito conheci-do na floresta, por suas esculturas. Este, vendo que ainda lhe faltava

criar sua obra-prima, ini-ciou uma viagem em busca de algo que lhe inspirasse. Em sua jornada, após con-versar com uma abelhinha, decidiu procurar a coisa mais bela do mundo.

Conseguirá nosso amigo encontrar algo assim?

Para embarcar nessa aventura, participe da Bie-

nal do Livro e adquira a obra O João-de-Barro.

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FuturoAcontece

do o indivíduo para os desafios da vida.

Essa prática é confirmada pelos que visitam a Instituição diariamente. Foi o que ressaltou o Major PM Valdeir Rodrigues Vasconcellos, do Corpo de Bombeiros de São Paulo, ao conhecer o conjunto educativo composto da Super-creche Jesus e do Instituto de Educação José de Paiva Netto, localizados na capital paulista (Av. Rudge, 630/700, Bom Retiro, tel. (11) 3225-4500). A LBV é responsável pela educação de mais de mil alunos que estudam nas duas unidades, que têm como diretriz esta máxima do Líder da Instituição: “Aqui se estuda. Formam-se Cérebro e Co-ração”. Ele deixou manifestadas suas impressões no livro de depoimentos de

Estudos científicos mostram que o mundo passa por uma grande transformação em ritmo cada vez mais acelerado; porém, há uma

realidade maior, intransmutável: o Ser Humano continua Ser Humano e precisa ser tratado com dignidade e respeito.

Muito a propósito a Pedagogia do Cidadão Ecumênico — metodologia aplicada pela Legião da Boa Vontade em todos os seus atendimentos socioeduca-cionais —, que promove aos assistidos, desde a mais tenra idade, valores como respeito, Amor e dignidade, sempre

pautados pela Solidarie-

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no Presente!

Major Valdeir Rodri-gues Vasconcellos

(por Marta Trigueiro)ambas as escolas: “(...) O Corpo de Bombeiros tem um lema que diz: ‘Quem não vive para servir não serve para viver’. O sentido da vida não pode e não deve ter como base a sua vida, mas, sim, a vida do próximo. Conheci hoje uma instituição que vem ao encontro do que é mais sa-grado: cuida da vida da criança, educa e alimenta. Tenho que registrar que aprendi muito cedo o valor da vida e quando entro em um lugar como este, me faz lembrar o que somos. Obrigado pela oportunidade”.

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Alunos realizam atividade recreativa na ampla praça do Instituto de Educação da LBV, na capital paulista, que atende, diariamente, mais de mil jovens e crianças. Na fachada do local, Paiva Netto fez colocar esta máxima de Aristóteles: “Todos quantos têm meditado na arte de governar o gênero humano acabam por se convencer de que a sorte dos impérios depende da educação da mocidade”.

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Dos Estados Unidos, o jornalista brasileiro Edilberto Luciano Mendes, Editor-Chefe do The Brazilians, jor-nal da cidade de Nova York, também conferiu de perto, durante sua estada no Brasil, a ação educacional da LBV, acompanhado da amiga e cantora Maria Alcina. Recepcionados pelo jovem Alziro Paiva, filho do Dire-tor-Presidente da Instituição, e pelo canto alegre da garotada, eles ainda foram presenteados com o distinti-vo da LBV. “(...) Foi uma surpresa espetacular. Meu amigo Edilberto me proporcionou este encontro com todos vocês, estas ótimas crianças e este trabalho maravilhoso. Eu estava falando que até espiritualmente para mim fez muito bem, porque às vezes a gente precisa ver algumas coisas para valorizar outras. Foi o que aconteceu comigo aqui. Eu agradeço a todos vocês e agradeço principalmente às crianças. Parabéns a todos da LBV pelo trabalho. (...) Eu vi muita ale-gria, muita coisa positiva, muita luz positiva nestas crianças, em todo o ambiente (...). Então, eu acho que este trabalho que é feito aqui, é o resultado do trabalho espiritual. (...)”, confessou Maria Alcina.

Em entrevista à Rede Boa Vontade de Comunicação, Edilberto contou

À frente, o Coral Ecumênico Infantil LBV. Da esquerda para a direita, a consagrada cantora Maria Alcina; o representante do dirigente da Instituição, seu filho Alziro Paulote de Paiva, e o jornalista Edilberto Mendes, do The Brazilians.

The BraziliansEditor do jornal nova-iorquino e cantora

Maria Alcina encantam-se com a Obra Legionária

que se tornou parceiro da Instituição desde que esta se instalou em Nova York. “(...) O trabalho da LBV lá nos Estados Unidos fortalece muito a comunidade. É um apoio à comu-nidade brasileira. Lá também nós temos problemas. E eu fiquei surpreso com a grandeza do trabalho da LBV. Emocionou-me muito a receptividade, o carinho que estas crianças demons-traram na nossa chegada, na nossa visita, e estou muito feliz de saber que a LBV administra um trabalho tão grandioso. Outras pessoas deveriam conhecer o trabalho da LBV em prol dessas crianças carentes (...).”

Na oportunidade, o dirigente da Obra telefonou para o Instituto de Educação e conversou com os visitantes. Extremamente comovido com a atenção, o jornalista assim se expressou: “Irmão Paiva Netto, que festa! As crianças estão felicíssimas. (...) E seus pupilos são maravilhosos. Fiquei emocionado com a recepção e com a grandiosidade do seu trabalho. Parabéns e continue! Conte com o nosso apoio lá nos Estados Unidos, o meu apoio total à causa de vocês, o que pudermos fazer para integrar, para ajudar vocês. (...) Seu livro está na minha cabeceira; toda noite eu o leio (...)”.

Quem também conheceu o tra-balho da Legião da Boa Vontade na capital paulista foi o reverendo indiano Swami Sunirmalananda, que reside no País há seis meses. Estava acompanhado de seu assessor e intér-prete, Eduardo Chohfe, e de Osalba Ritmann, integrante do grupo organi-zador de trabalhos assistenciais, todos pertencentes à Ordem Ramakrishna Vedanta Ashrama, no Brasil, cuja matriz se situa na Índia.

Após receberem as boas-vindas com o canto dos alunos, eles percor-reram as dependências do Conjunto Educacional da Instituição. “A LBV trabalha de forma extraordinária, porque cuida bem da criança. Quando a planta é pequena, podemos guiá-la melhor, e esses cidadãos serão mais espiritualizados”, disse o reverendo, sensibilizado com a alegria dos meni-nos e meninas nas salas de aula.

Uma das crianças entregou a Swami um cartão produzido, em inglês, pelos próprios estudantes, em agradecimento à visita. Nesse momento, relembrou a passagem da vida de Jesus quando, ao ser ques-tionado por Seus Apóstolos sobre quais dentre eles seriam os maiores no Reino de Deus, o Mestre chama uma criança e afirma que ninguém será maior nesse Reino se não for simples como aquela. Para o reve-rendo, “a LBV mantém essa pureza da criança”.

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Reverendo indiano, ao lado das crianças do Coral Ecumênico Infantil LBV.

visita a LBV em São Paulo

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Parceria do Bem

Acontece

Dra. Sílvia Carvalho Puglia é recebida com festa pelos alunos da escola da LBV

“Pedagogicamente correto.” Essa foi a definição da professora Sílvia Cristina Stars de Carvalho Puglia, a primeira mulher a presidir a Federa-ção Espírita do Estado de São Paulo (Feesp), quando, acompanhada da jornalista Eliana Fer-rer Haddad, visitou a Supercreche Jesus e o Instituto de Educação José de Paiva Netto. Na ocasião, presenteou os alunos com um belo quadro de pintura medi-única para que, segundo ela, a Feesp fosse sem-pre lembrada. Sílvia fi-cou impressionada com a qualidade pedagógica do ensino e, sobretudo, com a perceptível Espi-ritualidade vivenciada pelos alunos. Um dos ambientes da escola que conheceu foi a Sala de Oração. Comovida, felicitou a LBV por dar a devida importância à prece e à religiosidade na formação das crian-ças e de sua família. “Eu fiquei muito contente em visitar hoje a LBV, ver a alegria e a Boa Vontade que vocês têm de ensinar direitinho essa parte pedagógica toda correta e também o Amor que as crianças têm para com as visitas. Existe muito Amor aqui dentro. (...)” E, referindo-se ao II Fó-rum Internacional dos Soldadinhos de Deus da LBV no Terceiro Milênio,

realizado em 5 de março de 2005, com a participação de meninos e meninas de todo o País desenvolvendo ativi-dades sobre o tema “Paz”, afirmou: “Hoje, especialmente nos nossos dias, eu vejo a LBV, a Federação Espírita e

algumas outras religiões também se preocupando muito com a criança. Fi-quei encantada de visitar toda a LBV, verificar o trabalho correto, bonito, amoroso que tem sido feito com as crianças, e o senhor Paiva Netto em se preocupar tanto com as crianças nos fóruns e oficinas”.

Convidada a partici-par do programa Ecume-nismo, transmitido pela Rede Mundial de Tele-

visão, Sílvia abordou temas ligados à Educação, à Cultura, à Cidadania e à Espiritualidade. A professora aprovei-tou a oportunidade para falar a respeito da visita que fez à LBV, parabeni-zando-a por seu trabalho em prol do Amor e da caridade e por exemplificar as lições deixadas por Jesus, além de levar a alegria e o entendimento às criaturas.

Os jornais Espírita e O Semeador, ambos da Federação Espírita do Es-tado de São Paulo, publicaram ampla reportagem sobre a visita de sua Pre-sidente à LBV.

Presidente da Feespdestaca Pedagogia da LBV

Acontece

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“Fiquei encantada de visitar toda a LBV, verificar o trabalho

correto, bonito, amoroso que tem sido feito com as

crianças, e o senhor Paiva Netto em se preocupar tanto

com as crianças nos fóruns e oficinas.”

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merece, que sou eu. (...) Vocês fazem a caridade de me homenagear, uma coisa que meus filhos vão adorar. (...) Sinto-me muito agradecida por tudo o que vocês fazem. As crianças, cantando tão

Teve início, em 14 de abril, no Centro Comunitário e Educacional da LBV em Salvador/BA (Av. Porto dos

Mastros, 19, Ribeira, tels. (71) 3326-0677/3312-0555), a aula inaugural do programa Enter Jovem — Escola de Informática e Cidadania, uma parceria firmada entre a Legião da Boa Vontade e o Comitê para De-mocratização da Informática (CDI), voltado para pessoas de 14 a 16 anos. O curso tem duração de três anos, contemplando quatro turmas, com carga horária de quatro horas, duas vezes por semana.

“A iniciativa tem o objetivo de preparar os jovens para o mundo do trabalho, com toda uma metodologia específica, desenvolvida por uma equipe da Universidade de Campinas (Unicamp)”, esclarece a coordenado-ra do CDI, Dora Altahyde.

Os beneficiados pela empreitada

falam com expectativa de seu suces-so. Wiliana Passos de Souza acredita que melhorará seus conhecimentos. “No futuro bem próximo, eu não precisarei lutar muito para conseguir um emprego”, diz.

A mãe de uma das participantes do programa, Terezinha Barbosa do Nascimento, acrescenta: “Achei maravilhosa essa oportunidade que vocês deram para minha filha e todos os outros”.

Luzia Maria Barbosa Cerqueira, coordenadora da Escola de Informá-tica e Cidadania (EIC), discorre sobre a metodologia: “Preparar a juventude para o mercado de trabalho é uma idéia do CDI e do trabalho que a Le-gião da Boa Vontade vem realizando há 55 anos. Existe a questão da edu-cação, de formar esses adolescentes para se tornarem adultos com a idéia da Espiritualidade, exercendo sua profissão com muito carinho, respeito

e Solidariedade. Como Paiva Netto afirma: ‘Aqui se formam Cérebro e Coração’. Neste curso, os jovens vão entender que a informática é apenas uma ferramenta, porque aprenderão sobre cidadania, a questão da respon-sabilidade e dos direitos que têm na sociedade, matemática, português, ética e postura profissional, coisas muito necessárias atualmente”.

Parceria do Bem

Emocionada, dona Elsie olha seu quadro na Supercreche Jesus, em São Paulo/SP, e posa para uma foto com o Coral Ecumênico Infantil LBV.

Fotos: Daniel Trevisan

Também esteve recebendo uma singela homenagem das crianças da LBV a Editora Especial da revista Planeta e a mais antiga jornalista em ativi-dade no Brasil, Elsie Dubugras, pelo seu exemplo de vida e pelo 101o aniversário natalício. Ela teve sua fotografia inaugurada em uma das salas de aula da Supercreche Jesus. Emocio-nada, admirando a garotada, exclamou: “Muito obrigada! Muito obrigada mesmo, de coração! É uma alegria estar aqui. (...) Agradeço de coração, não só à Entidade e a Paiva Netto, mas a todos os que estão aqui e vieram homenagear uma pessoa que não

Elsie DubugrasEmoção em seu 101o aniversário

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Aula inaugural do programa Enter Jovem, em parceria com a LBV, em Salvador/BA.

bonito, são exemplo para o mundo. (...)”. Ao encerrar sua visita, declarou: “Minha vida é trabalho, trabalho e trabalho. Vocês é que são exemplo para a Huma-nidade de como se deve viver”.

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Acontece

Centro Comunitário e Educacional em Belo Horizonte comemora 7º aniversário

e respeito a todas as idades

O Centro Comunitário e Edu-cacional da Legião da Boa Vontade na capital minei-ra (Av. Cristiano Machado,

10.727, Planalto, tel. (31) 3494-3232) completou, no dia 6 de abril, 7 anos de existência. Criado para amparar as comunidades que vivem em situação de pobreza, desenvolver suas potenciali-dades e resgatar sua auto-estima, o local sempre disponibilizou a pessoas de todas as faixas etárias diversas iniciativas.

Um exemplo é o programa LBV: Criança — Futuro no Presente!, que atende, em horário inverso ao escolar, meninos e meninas da 1ª à 4ª série dos estabelecimentos da rede pública de ensino, ao proporcionar-lhes um am-biente saudável, com atividades lúdicas, pedagógicas e esportivas que despertem neles valores éticos, morais e espirituais, evitando, conseqüentemente, que per-maneçam nas ruas ou no isolamento.

Importantes também são os cursos de informática, cabeleireiro, manicure e pedicure, espanhol, depilação, corte e costura, pintura em tecido, entre outros, ministrados a jovens e adultos que de-sejam montar seu próprio negócio ou (re)ingressar no mercado de trabalho.

A expansão da Solidariedade, a res-ponsabilidade social e o compromisso com o cidadão permitiram que, no decorrer desse tempo, milhares fossem os beneficiados pelos programas da Instituição. “Muitas pessoas mudaram sua vida para melhor depois de fazer os cursos que aqui são oferecidos. Tivemos casos de alunos que, quando vêm fazer sua inscrição, nos contam que não conseguem emprego por falta de especialização e, como vivem em

Levando Amor

As fotos dão uma idéia dos vários cursos ministrados no Centro Comunitário e Educacional da Legião da Boa Vontade, em Belo Horizonte/MG.

Fotos: Carlos Figueiredo

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grupo, Victor Hugo Guimarães: “Fomos convidados pela LBV para fazer um curso de informática, essa oportunidade maravilhosa que a Instituição dá para as pessoas e a nós também da terceira ida-de, para que a gente se sinta valorizado. Não estamos mais no mercado, mas é bom nos atualizarmos. Com esse amor que a LBV trata todo mundo, formamos o Grupo de Convivência (...). É muito importante, porque não deixamos aquele companheirismo, a amizade que a gente aprende na LBV. (...) Fazemos oração, cantamos, dançamos, saímos para passeios. Muitos falam que depois que passaram a participar melhoraram até a saúde. A LBV é um trabalho excelente, é um benefício tão grande que ajuda todo o Brasil. O bem que nós estamos sentindo queremos que outras pessoas sintam também. Por isso, convidamos a todos para que venham para cá. Estou com 70 anos e me sinto um jovem. Aqui, temos gente idosa, e não velhos”.

Quem reforça esse depoimento é Lucí Cleto de Araújo, 58 anos, outra integrante do grupo: “Eu só vivia cho-rando, com muita depressão. Quando vi que estava no fundo do poço, resolvi rea-gir. Hoje me sinto diferente, uma pessoa

realizada. Tenho uma auto-estima muito grande e estou feliz. (...) Não existe nada sem ter Deus à frente; a oração ajuda e fortalece a todos. Aqui, a gente esquece dos problemas”.

Proporcionar uma vida digna aos cidadãos e, dessa forma, ajudar a cons-truir uma sociedade melhor e justa é a missão da LBV. E isso ela tem feito, vitoriosamente, há 55 anos, sempre pautada pelo ideal de Amor e respeito ao próximo.

risco social, não têm condições de pagar. Aqui na LBV encontram essa oportunidade”, destacou a coordenadora do Centro Comunitário e Educacional, Celina Brum.

Isso pode ser comprovado nas pa-lavras da aluna Simone Cristina, que procurou o curso de informática por ser uma exigência do mercado de trabalho: “Eu moro na comunidade e vejo muitos jovens e idosos que se sentem muito agradecidos à LBV, que ajuda pessoas de todas as idades. Esse trabalho devol-ve para a pessoa o direito da cidadania, que é o de se qualificar e conseguir um emprego. Para mim, vocês estão de parabéns!”.

A terceira idade igualmente tem es-paço garantido. O Grupo Lição de Vida ampara pessoas a partir dos 55 anos, que participam de encontros semanais, com danças, ioga, passeios, jogos, aulas de alfabetização, palestras educativas, entre outras atividades. Muitos deles buscaram a Instituição porque se sen-tiam sozinhos em casa. O convívio com outras pessoas os tem levado a melhorar a qualidade de vida, pois fazem novos amigos e acabam formando uma grande família, como destaca o coordenador do [M.T.]

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Acontece no Mundo

Neste mês de abril, exatamente no dia 3, a Legião da Boa Vontade completou 20 anos de presença na Argentina. A

passagem da data é ótima oportunidade para agradecer a todos os colaboradores e amigos da Obra, que ao longo deste pe-ríodo têm ajudado para que esta proposta solidária e ecumênica cresça, cada vez mais, numa feliz união que tem ligado brasileiros e argentinos.

O início das atividades se deu, em 1985, com a criação de um refeitório infantil nas proximidades do Albergue Warnes (favela vertical, em uma cons-trução abandonada de um hospital que era do exército. Ali viviam 1.500 famí-lias). Mais tarde, o refeitório se conver-teu no Jardín de Infantes para crianças de poucos recursos, localizado no bairro Paternal, na cidade de Buenos Aires.

Em 1997, o jardim infantil foi trans-ferido para o bairro Floresta, também

situado na capital portenha, onde hoje funciona o Instituto Educativo y Cul-tural José de Paiva Netto atendendo a 120 alunos, de 2 a 5 anos. No local, são mantidos ainda diversos programas e projetos, a exemplo do Ronda de la Caridad (que, entre outras ações, leva alimentos e roupas às comunidades em risco social e promove cursos de alfa-betização de adultos e de capacitação profissional), Gestos Solidarios (visitas aos hospitais), Sembrando el Futuro, Educando en Valores (projeto de edu-cação que visa incentivar valores éticos e morais nas crianças e adolescentes),

Vinte anos de parceria(por Laura Leone)

LBV comemora os bons resultados de um trabalho de Solidariedade na Argentina

Crianças atendidas pela LBV na capital portenha

Fotos: Arquivo BV

Cocina Básica y Calidad de Vida (ini-ciativa que ensina como se alimentar bem com produtos baratos, ou mesmo como aproveitar as partes dos vegetais e frutas que são normalmente descartadas, como cascas e folhas). Além desses serviços, realizam-se campanhas de conscientização emergenciais e várias outras atividades.

Ao longo do tempo, a Instituição passou a fazer parte da vida de milhares de argentinos, que com seu trabalho se uniram nessa proposta de Fraternidade e Paz. A LBV, que tem status consulti-vo nas Nações Unidas (ONU), integra também, nesta nação irmã, o Foro del Sector Social como Sócio Pleno. Por tudo isso, a Legião da Boa Vontade celebra estas duas décadas de trabalhos ininterruptos e agradece a todos os colaboradores, simpatizantes e amigos que tornaram possíveis todas essas realizações.

Diversas atividades socioeducacionais realizadas pela LBV na ArgentinaRevista Boa Vontade �0

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O publicitário, escritor, jornalista, profissional de relações públicas, um dos primeiros homens de criação da Mac-Cann Erickson e responsável pela introdução do Dia dos Pais no Brasil, Walter Ramos Poyares retornou à Pátria da Verdade no último dia 31 de março. O jornalista exerceu o cargo de diretor do antigo curso de Jornalismo da PUC-Rio, atual Comunicação Social, nome que ele ajudou a firmar. Amigo da Le-gião da Boa Vontade e de seu dirigente, certa vez, em uma das inúmeras visitas à Instituição, afirmou: “Fiquei estupefato com a obra realizada pelo Paiva Netto. É compositor, escreve poesias, tem uma visão que não é repetida clonicamente e vai iluminando os caminhos com a luz que recebe, para que os outros também tenham essa luz”.

em seguida, quando crianças queriam falar com Ele e tentaram impedir, Ele disse: Deixai vir a mim as criancinhas, porque delas é o Reino dos Céus.

“Que Deus abençoe esta Obra. Isto aqui é uma amostra do que pode e deve ser feito com verdadeiro Amor. Dar ao pobre o tratamento da melhor qualidade. Não é dar ao pobre uma condição de pobre, não. É dar ao pobre o que ele não tem. Isso aqui é feito. Dar a manutenção física, a alimentação, a instrução e o bálsamo da introdução à Espiritualidade”, pontuou.

Walter Poyares

(por Débora Verdan)

No dia 28 de abril, a reno-mada artesã Concessa Colaço voltou à Pátria Espiritual. Nascida em Lisboa, Portugal em 1929 e radicada no Rio de Janeiro desde a década de 1940, a artista tornou-se um dos grandes nomes da arte da tapeçaria no nosso país. Inte-grante de tradicional família de artistas e intelectuais, Con-cessa Colaço participava de exposições no Brasil e no Exterior. Os pássaros, as flores, as frutas e os santos estão presentes em toda a sua produção por meio de uma profusão de cores e linhas, refletindo o brilho da Natureza.

Grande amiga do Dirigente da Legião da Boa Vontade e construtor do Templo da Boa Vontade e do Parla-Mundi da LBV, José de Paiva Netto, a

Concessa Colaçorenomada artesã confec-cionou quatro tapeçarias para serem expostas nos dois monumentos da Paz. Duas estão em exposi-ção permanente no TBV: “A Volta de Jesus” e “A Eterna Brincadeira”; ou-tras duas ficam expostas no ParlaMundi da LBV, sendo que uma delas,

“Sublime”, dá as boas-vindas a todos no hall de entrada.

A artista fez exposições na Galeria de Arte do Templo da Boa Vontade e ao lançar o seu primeiro livro de poesias em 1999, dirigiu uma carinhosa dedicatória a Paiva Netto. “Queridíssimo amigo Dr. Paiva Netto, como a mesma gripe ainda resta, não fui em presença ao seu aniversário (58 anos, completados

em 2/3/99), mas estrelas como Você brilham todos os dias. Dedico-lhe meu primeiro livro de poesias — sendo que Você é uma poesia que eu gostaria de ter escrito. Emocionadíssima, a amiga Concessa Colaço”.

A LBV solidariza-se com os parentes da querida Concessa Colaço e envia as mais sinceras vibrações de Paz e grati-dão ao seu Espírito eterno.

Em 1996, a LBV o homenageou com a inauguração da sala Walter Poyares no Centro Educacional, Cul-tural e Comunitário da Obra, na capital fluminense. Emocionado, ele deixou registradas as seguintes palavras: “Aqui nesta Casa, imaginada e criada pelo Paiva Netto; que eu digo que é o maior pregador de Evangelho que hoje conheço, fico muito à vontade pra dizer isso; realiza-se aquilo que é o sonho de uma Humanidade verdadeira, em que todos os humanos sejam iguais. E que foi de forma sacral uma vez lançada por Jesus Cristo há quase dois mil anos. Jesus Cristo exatamente veio para lembrar aos Homens que todos são iguais. E não é à toa que Ele deu como único Mandamento: Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei. E

O saudoso jornalista Walter Poyares

Na primeira foto, a obra “Sublime”, que se encontra no hall de entrada do ParlaMundi da LBV. A outra foto, a tapeçaria “A Volta de Jesus”, chama a atenção dos visitantes que se dirigem ao Memorial Alziro Zarur, no TBV.Saudosa Concessa Colaço

in memoriam

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Revista Boa Vontade �1

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Educação para o

Para que possamos discorrer sobre o segundo princípio da Pedagogia do Cidadão Ecu-mênico, tese pioneira criada

por Paiva Netto, faz-se necessário, inicialmente, definir o que entende-mos por Espírito eterno no contexto dessa proposta educacional. Quando pensamos na palavra Espírito, várias idéias vêm à nossa mente e ficaríamos horas discutindo qual a mais correta ou adequada.

Poderíamos adotar a idéia de que Espírito é Alma racional ou intelecto (termos adotados pela filosofia moderna e contemporânea). Ou então, Pneuma*1, significado original do qual surgem to-dos os outros, por exemplo: inteligências individuais extracorpóreas, matéria sutil ou impalpável e energia inteligente.

A fim de fazermos uma opção entre os significados acima colocados, preci-samos considerar a seguinte reflexão:

“Absolutamente não consideramos o

Espírito como uma simples projeção do cérebro, o resultado de reações químicas do corpo humano: morto o corpo, o Espírito desaparece. Não! É o Espírito que faz com que o corpo funcione. É o Espírito que aciona o metabolismo humano, físico (...)”.

Esta reflexão radiofônica de Paiva Netto, de 1991*2, nasce do esclareci-mento do Evangelho de Jesus, segundo João, 4: 24:

— Deus é Espírito*3; e importa que os Seus adoradores O adorem em Espí-rito e Verdade.

Inspira-se, ainda, na combinação

do versículo acima com o conteúdo no primeiro capítulo, versículo 26 do Gênesis mosaico:

— Também disse Deus: Façamos o

Homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança (...).

Espírito: energia inteligente.No documento de abertura da pri-

meira reunião plenária do Fórum Mun-dial Permanente Espírito e Ciência da LBV*4, Paiva Netto fez as seguintes considerações:

“Frei Betto, um dos maiores intelec-tuais deste País, em Mística e Espiritu-alidade (1994), tece esta consideração: ‘A Humanidade começa a entrar, do ponto de vista científico, numa nova visão da realidade, do que seja a maté-ria, do que sejam o macro e o micro’. Ainda na mesma obra, o respeitado teólogo, professor e escritor Leonardo Boff comenta: ‘Como a Bíblia afirma: o Espírito se move em todas as coisas, em tudo penetra, recria a face da Terra. Espiritualidade é captar esse movimento do mundo, o seu dinamismo, a presença do Espírito nas coisas todas’”.

Para efeito do estudo deste segundo princípio, adotaremos, para o termo Espírito, o seguinte significado: energia inteligente. Definição esta capaz de abarcar tanto a visão metafísica como os mais recentes conceitos da Ciência, conforme sintetizou o propositor da

Pedagogia do Cidadão Ecumênico*5:

— Deus (que é Espírito) e Ciência não são antagônicos, preconizam pensado-res vanguardeiros. Brevemente, todos compreenderão que o Espírito (energia inteligente) é a verdadeira sustentação de tudo._________________*1 Pneuma — Denominação atribuída, pelos filósofos gregos, ao princípio espiritual ou alma racional, como a sede das sensações e das emoções. *2 Reflexão radiofônica de Paiva Netto, de 1991 – Pronunciamento proferido durante a série ra-diofônica O Apocalipse de Jesus para os Simples de Coração, no dia 2/2/1991.*3 Deus é Espírito – No Novo Testamento en-contramos as palavras de Jesus: Deus é Espírito (no idioma grego: pneuma o Théos). Evangelho do Cristo, segundo João, 4:24.*4 Fórum Mundial Permanente Espírito e Ciência, da LBV – Criado pelo jornalista e es-critor Paiva Netto, promove o intercâmbio entre o conhecimento científico e as várias tradições religiosas e espiritualistas sobre o Espírito do Ser Humano. Já aconteceram duas Sessões Plenárias do FMPEC-LBV, em Brasília/DF, em 2000 e 2004 respectivamente, reunindo eminentes con-ferencistas de vários países. Outras informações podem ser acessadas pelo site www.forumespi-ritoeciencia.org.br *5 Trecho extraído do artigo “Conversando com Ibrahim (Parte III)”, que reproduz importante entrevista concedida por Paiva Netto ao saudoso colunista social Ibrahim Sued (sendo esta, a últi-ma feita por ele), publicado na edição especial da Revista LBV, edição junho/julho de 1996.

Espírito eternopor Equipe de Estudos Ecumênicos

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Pedagogia do Cidadão Ecumênico

Revista Boa Vontade �2

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