30
Boletim de Extensão Boas Práticas de Fabricação de Polpa de Acerola

Boas Práticas de Fabricação de Polpa de Acerolafiles.petagronomia.com/200005104-24203251a3/Boletim volume 2 UFSJ.pdf · aliada as boas práticas de pós-colheita, ... O processamento

  • Upload
    voanh

  • View
    215

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Boletim de Extensão

Boas Práticas deFabricação de Polpa

de Acerola

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL REI

CURSO DE ENGENHARIA AGRONÔMICA

BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO

DE POLPA DE ACEROLA

Ano 1 – número 2

Sete Lagoas 2015

B o l e t i m d e E x t e n s ã o

Coordenação: Prof. Dr. José Carlos Moraes Rufini Autores: José Carlos Moraes Rufini1 Adriane Duarte Coelho2 Aline Martineli Batista2 Amanda Cristina Guimarães Sousa 2 Ana Clara Pimenta Pereira 2 Camila Calsavara Rocha 2 Fernanda Gonçalves Santos 2 Flávio Araújo de Moraes 2 Igor Franco Rezende 2 Júlia Rodrigues Macedo 2 Lívia Cristina Martins Santos3 Mariana Alves Pinto Barbosa 2 Samara Cristiele Barros da Cruz 2 Talita Júnia Silva Cândido 3 Tiago da Silva Almeida 2 Yesenia Mendoza Garcia4 Mayara Neves Santos Guedes5

1 Tutor PET, Departamento de Ciências Agrárias - UFSJ 2 Bolsista PET, Graduando (a) em Engenharia Agronômica - UFSJ 3 Graduando Eng. Alimentos - UFSJ 4 Estudante de mestrado do Programa de Pós-graduação em Ciências Agrárias - UFSJ 5 Bolsista Pós-Doutorado PNPD CAPES - UFSJ

B o l e t i m d e E x t e n s ã o

Sumário

1.� INTRODUÇÃO .................................................................................................52.� COLHEITA E PÓS-COLHEITA.................................................................63.� PROCESSAMENTO .......................................................................................83.1� Etapas do processamento .............................................................................11

3.1.1� Recepção e seleção ..........................................................................................11

3.1.2� Limpeza..............................................................................................................12

3.1.3� Sanitização ........................................................................................................12

3.1.4� Despolpamento e refino.................................................................................14

3.1.5� Envase.................................................................................................................15

3.1.6� Congelamento ..................................................................................................16

3.1.7� Armazenamento ..............................................................................................16

4.� ROTULAGEM ................................................................................................16

5.� EQUIPAMENTOS E UTENSÍLIOS ........................................................17

5.1� Higienização dos equipamentos e de utensílios .....................................18

5.1.1� Pré-lavagem ......................................................................................................18

5.1.2� Limpeza com detergente...............................................................................18

5.1.3� Desinfecção .......................................................................................................19

6.� BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO ..................................................20

7.� AGRADECIMENTOS ..................................................................................22

8.� LITERATURA CONSULTADA ................................................................22

ANEXO DE FIGURAS ...............................................................................................25

P á g i n a | 5

B o l e t i m d e E x t e n s ã o

1.� INTRODUÇÃO

O Brasil está entre os poucos países do mundo que

cultivam a aceroleira (Malpighia emarginata D.C.) e

comercializam seu fruto, tanto na forma in natura quanto

processado. Existe uma crescente utilização deste fruto, devido a

sua riqueza nutricional. Os frutos de acerola são considerados

como uma excelente fonte de vitamina C (ácido ascórbico), fonte

de pró vitamina A, também possui vitaminas do complexo B,

como: tiamina (B1) riboflavina (B2) e niacina (B3) e minerais

como o cálcio (Ca), ferro (Fe) e fósforo (P), características que o

têm valorizado e elevado à demanda pelo produto no mercado

externo e interno.

Considerando que a maior parte da produção dos frutos de

acerola se concentra no período de primavera e verão e os frutos

são delicados com acelerada deterioração, as atividades de pós-

colheita são de grande importância para conservação da qualidade

dos frutos.

Neste cenário a produção de polpa de acerola congelada,

aliada as boas práticas de pós-colheita, se destaca como uma

importante alternativa para máximo aproveitamento dos frutos no

período de safra, possibilitando a estocagem das polpas fora da

época de produção dos frutos in natura.

P á g i n a | 6

Página

A produção de polpas de frutas congeladas está

relacionada com a atuação e interesse de agroindústrias, como é

caso das pequenas produções familiares. Porém por falta de

conhecimento técnico sobre boas práticas de fabricação muitas

delas apresentam deficiência de condições higiênicas sanitárias e

conduzem o processamento da polpa de fruta de forma

inadequada, comprometendo assim a qualidade final do produto.

2.� COLHEITA E PÓS-COLHEITA

O fruto de acerola é uma drupa de três nódulos, ovais,

pesando de 3 a 16 gramas, quando maduros apresenta a cor da

casca vermelha brilhante à arroxeada e a polpa alaranjada. Em

geral os frutos apresentam três sementes que lhe conferem às

vezes um formato triangular (Figura 1). As características dos

frutos podem variar de acordo com as condições ambientais, tipo

de solo, irrigação e características genética da planta.

Para uso “in natura” os frutos são colhidos quando

maduros e para o processamento, podem ser colhidas antes da

maturação completa. Como não há frutificação contínua durante

longos períodos, a colheita é realizada todos os dias durante a

safra, ou a cada dois a três dias, para evitar perdas pela queda dos

frutos.

B o l e t i m d e E x t e n s ã o

P á g i n a | 7

Página

Os frutos são colhidos manualmente e devem ser

manuseados com muito cuidado. No momento da colheita, os

frutos devem ser mantidos à sombra, pois sua exposição aos raios

solares diminui o teor de vitamina C e os deprecia por perda de

umidade. São então transportados para a casa de beneficiamento,

onde são submetidos à rigorosa seleção para eliminar os frutos

imaturos, muito maduros, moles, deformados e danificados por

injúrias, fungos ou insetos.

Uma das maiores dificuldades enfrentadas pelos

produtores de acerola e da indústria de processamento é que a

fruta é altamente perecível quando madura, resultando em sérias

perdas de qualidade durante e após a colheita. Esse processo é

resultado de uma atividade de respiração muito intensa do fruto, o

que o classifica como climatérico, pois apresenta aumento

acentuado da taxa de respiração na fase de amadurecimento,

acompanhado por perda da firmeza (textura), mudança da cor,

sabor e do aroma.

O uso de tratamentos pós-colheita são muito

importantes para estender a vida de prateleira para

a comercialização do fruto “in natura” e para o processamento.

Para conservar a vida útil dos frutos da acerola deve-se manejar

os fatores que possam diminuir as taxas de respiração e de síntese

e a t i v i d a d e d o e t i l e n o , p o r m e i o d o s p r o c e s s o s ,

B o l e t i m d e E x t e n s ã o

P á g i n a | 8

Página

resfriamento rápido, armazenamento refrigerado, atmosfera

modificada e transporte em condições refrigeradas.

O resfriamento rápido incide em retirar rapidamente o

calor presente na fruta, logo que essa chega do campo. Com um

pré-resfriamento eficiente, a temperatura da acerola pode ser

reduzida de mais ou menos 25ºC para 5ºC, em duas ou três horas.

Os frutos destinados ao consumo in natura são

adicionados em embalagens plásticas, pesados e conservados por

refrigeração à temperatura de 7 a 8 p C e umidade relativa entre 90

a 95%, as quais permitem sua conservação por um período de até

3 a 10 dias a partir da colheita, viável somente para mercados

próximos. Acerolas destinadas a mercados agroindustriais

distantes, devem ser armazenadas sob congelamento a

temperatura iguais ou inferiores a -20 p C.

3.� PROCESSAMENTO

O processamento de acerola é uma atividade

agroindustrial importante na medida em que agrega valor

econômico à fruta, evita desperdícios e diminui perdas que

podem ocorrer durante a comercialização do produto in natura,

além de garantir a oferta de produtos beneficiados nos períodos

B o l e t i m d e E x t e n s ã o

P á g i n a | 9

Página

de entressafra, podendo ser transportados á longa distância mais

adequadamente, na forma industrializada.

As acerolas apresentam alto rendimento de polpa e possui

inúmeros produtos alimentícios, sendo as formas mais comuns de

comercialização a polpa congelada e o suco engarrafado. Sendo

que os atributos e composição destes produtos no Brasil precisam

seguir os padrões de identidade e qualidade para polpas e sucos de

frutas.

Em pequena escala, a acerola é também empregada na

fabricação de produtos como néctares, geleias, produtos

liofilizados, conservas, licores, vinhos, sorvetes, xaropes, balas e

acrescentada a sucos de outras frutas para aumentar o teor de

vitamina C.

A polpa de fruta é o produto não fermentado, não

concentrado, não diluído, obtido de frutos polposos, por meio de

processo tecnológico adequado, com um teor mínimo de sólidos

solúveis, proveniente da parte comestível do fruto. As

propriedades físicas, químicas e organolépticas das polpas

precisam ser as originárias do fruto de origem e não podem ser

transformadas pelos equipamentos, utensílios, recipientes e

embalagens utilizadas durante o seu processamento e

comercialização.

B o l e t i m d e E x t e n s ã o

P á g i n a | 10

Página

Na fabricação de polpas congeladas, o ideal é que os frutos

sejam processados no estádio ótimo de maturação, apresentem

maturação semelhante, uma vez que apresentaram o

desenvolvimento completo da cor, textura, sabor e aroma, além de

outras características desejáveis de pH, Brix e acidez. Uma polpa

de boa qualidade é obtida por meio de cuidados como os tratos

culturais durante a colheita e tais cuidados precisam conservar-se

nas atividades de pós-colheita.

Em relação a aditivos, na polpa de acerola podem ser

adicionados corantes naturais para correção da cor. A polpa de

acerola deve obedecer aos Padrões de Identidade e Qualidade

fixada para polpas de frutas, de acordo com a INSTRUÇÃO

NORMATIVA Nº 01, DE 7 DE JANEIRO DE 2000 do Ministério

da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Na tabela 1 são apresentadas as caracterís�cas que a polpa

ou purê de acerola devem conter.

B o l e t i m d e E x t e n s ã o

P á g i n a | 11

Página

Tabela1: Teores mínimos e máximos da composição da polpa de

acerola.

Teores� Mínimo� Máximo

Sólidos solúveis em ºBrix, a 20 C� 5,5� -

PH� 2,8� -

Acidez total (ácido cítrico g/100g)� 0,8� -

Ácido ascórbico (mg/100mg)� 800,00� -

Açúcares totais (g/100g)� 4,00� 9,5

Sólidos totais (g/100g)� 6,5� -

Fonte: Brasil, 2000

3.1� Etapas do processamento

O processamento de polpa corresponde pelas seguintes

etapas: recepção, seleção, lavagem, descaroçamento, trituração,

despolpamento, tratamento térmico, embalagem, congelamento,

armazenamento e distribuição.

3.1.1� Recepção e seleção

Nessa etapa as frutas precisam ser pesadas e

selecionadas quanto ao seu ponto de maturação. É necessário

selecionar as frutas tendo em vista à remoção de detritos,

folhas, poeira e injúrias. São retiradas todas as frutas que

venham a comprometer a qualidade do produto final. Pode ser

B o l e t i m d e E x t e n s ã o

P á g i n a | 12

Página

feita por escolhedores treinados ao longo de uma esteira

transportadora lisa, de roletes ou em mesa para essa função.

A seleção e a classificação podem ser realizadas levando-

se em conta vários parâmetros, entre eles tamanho, cor da casca e

textura. Para a produção de polpas, a classificação não deve ser

rigorosa nos quesitos tamanhos e uniformidade da superfície,

uma vez que esses frutos serão esmagados. Para essa sessão,

devem ser levados em consideração o treinamento dos

selecionadores e a iluminação (Figura 2).

3.1.2� Limpeza

Nessa etapa utiliza apenas água para a lavagem, podendo

ser por imersão, por agitação ou por aspersão dos frutos. Uma

lavagem prévia é necessária para a remoção de sujidades mais

grosseiras. Torna-se imprescindível, portanto, a utilização de

água de boa qualidade (Figura 3).

3.1.3� Sanitização

O cloro é o sanitizante químico de maior utilização, em

função da sua rápida ação e facilidade de utilização. O controle do

processo de sanitização por meio da concentração correta de cloro

ativo é importante por garantir não somente a eliminação

B o l e t i m d e E x t e n s ã o

P á g i n a | 13

Página

Volume

de água

Quantidade de hipoclorito de sódio (% de cloro livre)

5% 10% 15% 20%

50 Litros 100 mL 50 mL 33 mL 25 mL

100 Litros 200 mL 100 mL 66 mL 50 mL

200 Litros 400 mL 200 mL 133 mL 100 mL

Fonte: Chitarra, 1998

de parte da carga microbiana do alimento, mas também de não

alterar as características organolépticas do alimento.

Podem ser uti l izadas as seguintes soluções e

concentrações de sanitizantes:

- Hipoclorito de sódio a 2,0 - 2,5% ou 100 a 250 mg/kg

- Hipoclorito de sódio a 1% ou 100 a 250 mL/L

- Cloro orgânico 100 a 250 mL/kg

Geralmente a água deve conter em média de 50 a 100

mg/kg de cloro residual livre (CRL), as frutas devem ser imersas

por 15 minutos (Figura 3). Antes de preparar a mistura é

imprescindível conferir no rótulo da embalagem de hipoclorito

qual é a concentração de “cloro livre”, ou “cloro ativo”.

Tabela 2. Sugestão para o preparo de água clorada a 100 mg/kg

para sanitização, utilizando hipoclorito de sódio comercial

(NaOCl) em diferentes concentrações

B o l e t i m d e E x t e n s ã o

P á g i n a | 14

Página

Observações importantes:

� Remover a água clorada a cada 5 imersões, ou, assim que

considerá-la imprópria para utilização. O cloro perde

atividade à medida que é usado.

Atentar ao preparar a solução, utilizando avental

impermeável, máscara protetora e luvas de borracha. A

inalação do vapor do cloro ou o contato com a pele pode

ser muito tóxico ao organismo.

Atentar para as recomendações que compõe o rótulo da

embalagem.

� Jamais faça o uso de água sanitária para o processo de

sanitização de frutas e outros alimentos, pois pode conter

outros compostos químicos inapropriados, como a soda

cáustica.

3.1.4� Despolpamento e refino

A separação da polpa do fruto de acerola incide em passar

os frutos inteiros ou desintegrados em despolpadeira, composta

de peneiras rotativas que separa a polpa da semente. O

equipamento em aço inox é constituído de peneiras de diferentes

diâmetros de furos, com saídas para a polpa e resíduo (Figura 4).

Em geral, o despolpamento ocorre em dois estágios:

B o l e t i m d e E x t e n s ã o

P á g i n a | 15

Página

- No primeiro, é retirada a casca e/ou sementes (as

sementes devem ser retiradas inteiras, pois a sua desintegração

pode conferir sabor estranho ao produto).

- No segundo momento, tem-se o refinamento da polpa.

No estágio de refinamento, a polpa passa por peneiras com furos

de diâmetros diferentes e específicos.

3.1.5� Envase

A polpa obtida é envasada em sacos de tamanho variado

com auxílio de enchedeiras, semi-automáticas, automáticas ou

por meios manuais. A embalagem mais utilizada são sacos de

polietileno de diferentes densidades, com capacidade de 50, 100,

500 ou 1.000 mL, a escolha vai depender do mercado a qual se

destina a polpa. Em seguida, devem ser fechados usando-se uma

seladora para sacos plásticos e logo em seguida deve ser

congelada (Figura 5).

Problemas podem ocorrer com o rompimento da solda das

embalagens das polpas, permeabilidade ou perfuração dos sacos

causados pelos cristais de gelo, o que pode servir de entrada para

contaminantes. Daí a importância de uma embalagem de alta

qualidade que seja adequada a uma boa “soldagem”.

B o l e t i m d e E x t e n s ã o

P á g i n a | 16

Página

3.1.6� Congelamento

Logo que envasada, a polpa deve ser congelada no menor

tempo possível para conservar as características originais, mais

próximas dos frutos in natura. Para isso, devem ser utilizados

equipamentos em que a temperatura alcance -40 a -60 ºC,

(congelamento rápido) e seja estocada a -20 ºC.

3.1.7� Armazenamento

A polpa deve ser estocada a –20 ± 2 ºC em freezer ou

câmaras frias até o momento do consumo, seguindo a cadeia do

frio, por um prazo que pode variar de 4 a 12 meses. Não exceder a

capacidade máxima do equipamento, de maneira que ocorra boa

circulação de ar entre as paredes do freezer e entre as embalagens.

4. ROTULAGEM

O rótulo da embalagem deverá conter as seguintes

informações:

� Denominação: polpa de acerola

� Quantidade em gramas (g).

� Data de fabricação.

� Prazo de validade.

B o l e t i m d e E x t e n s ã o

P á g i n a | 17

Página

� Expressões: 100% integral (caso o produto não possua

qualquer aditivo), não-fermentado e não-alcoólico.

� Denominação: Indústria Brasileira e Ministério da

Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

� Nome e endereço da empresa, CGC e inscrição estadual.

5.� EQUIPAMENTOS E UTENSÍLIOS

Para o processamento de polpa de acerola são

indispensáveis os seguintes equipamentos e utensílios:

-� Tanque de alvenaria azulejado ou de aço inoxidável, para

lavagem.

-� Mesas para seleção (em aço inoxidável).

-� Mesas para preparo (em aço inoxidável).

-� Mesa para a polpa embalada.

-� Balança.

-� Desintegrador ou liquidificador industrial (em aço

inoxidável).

-� Despolpadeira (em aço inoxidável).

-� Dosadora ou envasadora (em aço inoxidável).

-� Termosseladora ou máquina para fechar sacos de plástico

(a quente).

-� Câmara para congelamento ou freezer.

B o l e t i m d e E x t e n s ã o

P á g i n a | 18

Página

- Baldes, facas, cestos para lixo e caixas de plástico.

5.1� Higienização dos equipamentos e de utensílios

Os equipamentos devem ser desinfetados e higienizados,

pois os mesmos são fonte de contaminação sendo capazes de gerar

películas de difícil remoção.

A limpeza e sanitização das áreas de processamento

(paredes, pisos, tetos, entre outros), assim como todo o ambiente

da agroindústria necessitam ser praticadas diariamente.

5.1.1� Pré-lavagem

Na primeira etapa se utiliza apenas água para a lavagem,

podendo ser por imersão, por agitação ou por aspersão dos materiais.

Uma lavagem prévia é necessária, para a redução da quantidade de

resíduos grosseiros, que por sua vez, ficam aderidos nas superfícies dos

utensílios, equipamentos e outros materiais.

5.1.2� Limpeza com detergente

Posteriormente a pré-lavagem é realizada a limpeza

com detergentes. Deve se usar uma esponja sintética e

detergente neutro, porque cerdas de aço e escovas são capazes

B o l e t i m d e E x t e n s ã o

P á g i n a | 19

Página

de provocar ranhuras que tendem a servir de depósitos de detritos,

proporcionando o desenvolvimento de microrganismos. Em

seguida é realizado o enxague com água limpa até que todo o

detergente e resíduos suspensos sejam removidos das superfícies.

5.1.3� Desinfecção

É a etapa relevante do processo de higienização, visto

que objetiva à eliminação de microrganismos patogênicos e

redução dos causadores de deterioração, até níveis que favorecem

segurança para a linha de processamento, nas superfícies de

equipamentos e utensílios.

A solução mais usada é a clorada entre 100 a 200 ppm,

que por vez pode ser preparada da seguinte forma:

- 1 a 2 mL de hipoclorito de sódio (10% de cloro livre) para 1 L de

água;

Em seguida, utiliza-se a solução de cloro preparada para

a sanitização dos equipamentos.

O lixo deve ser colocado em sacos plásticos dentro de

lixeiras com tampas, necessitando ser removido diariamente da

agroindústria, quantas vezes forem necessárias.

B o l e t i m d e E x t e n s ã o

P á g i n a | 20

Página

6.� BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO

A adoção das boas práticas de fabricação é o modo mais

viável para se obter níveis adequados de segurança alimentar,

contribuindo para a segurança da qualidade do produto final,

diminuindo riscos, admitindo um ambiente de trabalho mais

satisfatório e eficaz, potencializando totalmente o processo de

produção.

As boas práticas de fabricação são de grande

importância para controlar e minimizar as possíveis fontes de

contaminação cruzada, assegurado ao produto particularizações

de qualidade e identidade. Além de avaliar os mais distintos

aspectos da indústria, que vão desde a qualidade da matéria-prima

e dos ingredientes, abrangendo a especificação de produtos e a

seleção de fornecedores, a qualidade da água, bem como o

registro em formulários apropriados de todos os procedimentos e

etapas da empresa, até as recomendações de construção das

instalações e de higiene.

A equipe da agroindústria necessita receber treinamento

periódico e constante sobre as práticas sanitárias de manipulação

de alimentos e higiene pessoal, que implementam as ‘Boas

Prát icas de Fabr icação’ . As condutas regulares de

higiene necessitam ser r igorosamente observadas e

B o l e t i m d e E x t e n s ã o

P á g i n a | 21

fiscalizadas, todos os dias, pelo supervisor da agroindústria,

refletindo-se na higiene dos empregados e nos seus uniformes.

Os empregados devem lavar as mãos com sabão

bactericida e esfregar as unhas com escova, em pia adequada

todas as vezes que ingressarem na área de preparação de

alimentos ou quando mudarem de atividade durante a

manipulação.

A verificação a saúde do manipulados é crucial no caso de

feridas, machucados ou cortes nas mãos por ser capaz de

influenciar a qualidade da produção. Assim as pessoas que

exibirem essas condições precisam ser afastadas da área de

manipulação, igualmente os funcionários com tosse, gripe,

resfriado ou alguma outra enfermidade.

As unhas necessitam ser conservadas sempre cortadas,

limpas e sem esmaltes. O uso de barba necessita ser sempre

evitado e os cabelos devem estar sempre presos.

Todos os funcionários da agroindústria precisam ser

orientados sobre o não uso de brincos, pulseiras, anéis e relógios,

tanto para impedir que contaminem e que se percam nos

alimentos.

Na área de processamento, todos devem usar uniformes

limpos, sem bolsos e sem botões, de cor branca (ou outra cor

B o l e t i m d e E x t e n s ã o

P á g i n a | 22

Página

clara), toucas e botas. As toucas devem ser confeccionadas em

tecido ou em fibra de papel, devendo cobrir todo o cabelo.

O uso de luvas não é obrigatório desde que os funcionários

realizem a assepsia das mãos de modo correta e com frequência,

lembrando que é sempre mais difícil higienizar uma luva do que

as próprias mãos. Recomenda-se higienizar as mãos a cada 30

minutos, com géis à base de álcool a 70%.

O silêncio deve ser mantido durante o processamento,

para que não haja contaminação nos produtos. Favorecendo

sempre uma orientação para que o diálogo entre os empregados

restrinja-se às suas responsabilidades. Sendo também

expressamente proibido comer, portar ou guardar alimentos de

consumo no interior da área de processamento.

7.� AGRADECIMENTOS

À Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Minas

Gerais (FAPEMIG) e ao PET Agronomia – UFSJ.

8.� LITERATURA CONSULTADA

ALVES, R.E. Características das frutas para exportação. In:

GORGATTI NETTO, A. et al. Acerola para exportação:

procedimento de colheita e pós-colheita. Brasília: EMBRAPA-

SPI, 1996. P.9-12.

B o l e t i m d e E x t e n s ã o

P á g i n a | 23

Página

BRASIL. Ministério da Agricultura e do Abastecimento. Instrução Normativa n. 01, de 07 de janeiro de 2000. Aprova o Regulamento Técnico Geral para fixação dos Padrões de Identidade e Qualidade para Polpa de Fruta. (revoga a Instrução Normativa n.12 de 10 de setembro de 1999). Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 10 jan. 2000. Seção 1, p. 54. BRASIL.

BRASIL. Comissão Nacional de Normas e Padrões para Alimentos. Resolução nº. 12 de 1978. Aprova normas técnicas especiais, do Estado de São Paulo, revistas pela CNNPA, relativas a alimentos (e bebidas), para efeito em todo território brasileiro. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, Poder Executivo, 24 jul. 1978. Seção 1, pt. I.

BRASIL. Instrução normativa n° 1,de 7 de janeiro de 2000.Estabelece o regulamento Técnico Geral para fixação dos Padrões de Identidade e Qualidade para polpas de fruta ,Diário oficial da republica Federativa do Brasil, 2000.

CHITARRA, M.I.F. Processamento mínimo de frutos e hortaliças. Viçosa: CPT, 1998, 88p. (CPT. Agroindústria, manual, 155).

FEITOSA, M. E. B. O. T.; BASTOS, M. S. R.; FREITAS.M. L.; MORAIS. A. S. Qualidade de polpas congeladas de frutas, fabricadas e comercializadas nos estados do Ceará e Rio grande do norte. B.CEPPA, Curitiba, v.16, n.1, jn/jun .1998.10.p.

FREITAS, C .A.S . ; MAIA, G.A. ; COSTA, J .M.C. ; FIGUEIREDO, R.W.; SOUZA, P.H.M. Acerola: produção, composição, aspectos nutricionais e produtos. Revista Brasileira de Agrociência. v. 12, p. 395-400, 2006.

B o l e t i m d e E x t e n s ã o

P á g i n a | 24

MANICA, I. et al. Acerola: Tecnologia de produção, pós-colheita, congelamento, exportação, mercados. Porto Alegre: Cinco Continentes, 2003. 397p.

MATTA, V.M.; JUNIOR, M.F.; CABRAL, L.M.C.; FURTADO, A.A.L. Polpa de fruta congelada. Brasília: Embrapa, 2005.MORORÓ, R. C. Como montar uma pequena fábrica de polpas de frutas. Viçosa, MG: Centro de Produções Técnicas, 2006. 1 DVD.

OLIVEIRA, M.E.B.; BASTOS, M.S.R.; FEITOSA, T.; BRANCO, M.A.A.C.; SILVA, M.G.G. Avaliação de parâmetros de qualidade físico-químicos de polpas congeladas de acerola, cajá e caju. Ciênc. e Tecnol. de Aliment., v.19, n.3, p.326-332, 1999.

RITZINGER, R., RITZINGER,C. H. S. P. Acerola. Informe Agropecuário, Belo horizonte, v.32,n.264, p.17-25, set./out. 2011.

B o l e t i m d e E x t e n s ã o

P á g i n a | 25

Página B o l e t i m d e E x t e n s ã o

Anexo de Figuras

P á g i n a | 26

Figura 1. Frutos de acerola maduros (A); Colheita manual de acerola (B). Fonte: Adaptado de MANICA et al. (2003).

Figura 2. Seleção dos frutos de acerola

Figura 3. Limpeza e sanitização dos frutos

B o l e t i m d e E x t e n s ã o

P á g i n a | 27

Figura 4: Despolpamento dos Frutos

Figura 5: Envase da polpa

B o l e t i m d e E x t e n s ã o

Fundação de Amparo à Pesquisa doEstado de Minas Gerais