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Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas do Pará Fapespa SEDAP Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca BOLETIM AGROPECUÁRIO DO ESTADO DO PARÁ 2015

Boletim Agropecuário do Estado do Pará 2015

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Page 1: Boletim Agropecuário do Estado do Pará 2015

Fundação Amazônia de Amparoa Estudos e Pesquisas do Pará

Fapespa SEDAPSecretaria de

DesenvolvimentoAgropecuário e da Pesca

BOLETIM AGROPECUÁRIODO ESTADO DOPARÁ 2015

Page 2: Boletim Agropecuário do Estado do Pará 2015

GOVERNO DO ESTADO DO PARÁ

Simão Robison Oliveira JateneGovernador do Estado do Pará

José da Cruz Marinho Vice-Governador do Estado do Pará

SECRETARIA DE ESTADO DE CIÊNCIA, EDUCAÇÃO TÉCNICA E TECNOLÓGICA - SECTEC

Alex Fiúza de MeloSecretário de Estado de Ciência, Educação Técnica e Tecnológica

Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas do Pará - Fapespa

Eduardo José Monteiro da CostaDiretor-Presidente

Alberto Cardoso ArrudaDiretor Científico

Geovana Raiol PiresDiretora de Estudos e Pesquisas Socioeconômicas e Análise Conjuntural

Maria Glaucia MoreiraDiretora de Estatística, Tecnologia e Gestão da Informação

Andrea dos Santos CoelhoDiretora de Pesquisas e Estudos Ambientais

Marco Antônio Barbosa da CostaDiretor Administrativo

Eduardo Alberto da Silva LimaDiretor de Planejamento, Orçamento e Finanças

Natália do Socorro Santos RaiolDiretora Interina de Operações Técnicas

Fundação Amazônia de Amparoa Estudos e Pesquisas do Pará

FapespaTravessa Nove de Janeiro, 1686 - São BrásCEP. 66.060-575 - Belém - Pará - BrasilFone: 55 XX 91 3323-2550www.fapespa.pa.gov.br

Page 3: Boletim Agropecuário do Estado do Pará 2015

GOVERNO DO ESTADO DO PARÁ

Simão Robison Oliveira JateneGovernador do Estado do Pará

José da Cruz Marinho Vice-Governador do Estado do Pará

SECRETARIA DO DESENVOLVIMENTO AGROPECUÁRIO E DA PESCA - SEDAP

Hildegardo de Figueiredo NunesSecretário do Estado do Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca

Eliana França dos Santos ZaccaSecretária Adjunta do Estado do Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca

Ana Paula de Lima Sandoval BezerraDiretoria Administrativa e Financeira

Sálvio Carlos Freire da SilvaDiretoria de Desenvolvimento Agroflorestal

Luiz Pinto de OliveiraDiretoria de Agricultura Familiar e Desenvolvimento Local

Ediano de Souza SandesDiretoria de Desenvolvimento de Pesca e Aquicultura

Carla Ledo ReisJoão Ulisses Barata da Silva - ESTATÍSTICO

Neydson Maccarty Silva da Silva – GEOPROCESSAMENTONúcleo de Planejamento

Page 4: Boletim Agropecuário do Estado do Pará 2015

EXPEDIENTE

Publicação Oficial:© 2015 Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas do Pará – FapespaTodos os direitos reservados. É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte e que não seja para venda ou qualquer fim comercial.

1ª edição - 2015Elaboração, edição e distribuiçãoFundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas do Pará – Fapespa

Endereço: Tv. Nove de Janeiro, 1686, entre Av. Gentil Bittencourt e Av. Conselheiro Furtado.Bairro: São Braz – Belém – PA, CEP: 66.060-575Fone: (91) 3323 2550Disponível em: www.fapespa.pa.gov.br

Diretor-PresidenteEduardo José Monteiro da Costa

Diretoria de Estudos e Pesquisas Socioeconômicas e Análise Conjuntural - FapespaGeovana Raiol Pires

Coordenadoria de Núcleo de Estudos Sociais - FapespaEdson da Silva e Silva

Equipe Técnica - FapespaDavid Costa Correia SilvaMarcelo Santos Chaves

Secretário - SEDAPHildegardo de Figueiredo Nunes

Secretária Adjunta - SEDAPEliana França dos Santos Zacca

Equipe Técnica - SEDAPJoão Ulisses Barata da SilvaNeydson Maccarty Silva da Silva – geoprocessamento

Produção EditorialHelen da Silva BarataJuliana Cardoso SaldanhaPaulo Henrique da Rocha CunhaWagner Santos

RevisãoWagner Santos

NormalizaçãoAnderson Alberto Saldanha TavaresAngela Cristina Nascimento SilvaJacqueline Queiroz Carneiro

BolsistaEdilene do Socorro Ribeiro PintoJoyse Tatiane Souza dos SantosMarcelo Monteiro Lopes

DiagramaçãoCantarely Costa

Page 5: Boletim Agropecuário do Estado do Pará 2015

Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação

F981b Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas do Pará Boletim Agropecuário do Estado do Pará 2015. Belém, nº 1, julho 2015. 38 f.: il. 1. Agricultura - Pará 2. Pecuária - Pará. 3. Importações - Pará. I. FAPESPA. II. Título

CDD. 338.1098115

Page 6: Boletim Agropecuário do Estado do Pará 2015

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BOLETIM AGROPECUÁRIO DO ESTADO DO PARÁ 2015

APRESENTAÇÃO:

A Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas do Pará (Fapespa) e a Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap), por meio de cooperação técnica, elaboram o inédito Boletim Agropecuário do Estado do Pará 2015, que ora tornamos público, com os principais resultados do setor. A principal diretriz norteadora deste esforço institucional conjunto foi a de instrumentalizar o debate, o processo de formulação, monitoramento e avaliação de políticas públicas, e o exercício de um efetivo controle social, no âmbito das políticas afetas ao desenvolvimento do setor agropecuário do estado do Pará. Convém destacar que este Boletim, que se propõe a ser produzido anualmente, foi realizado com base nos resultados das pesquisas Produção Agrícola Municipal (PAM) e Produção da Pecuária Municipal (PPM), conduzidas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), referente ao ano de 2013. Com o objetivo de melhor ratificar a análise desses indicadores, são observadas outras informações relacionadas ao Setor Agropecuário, tais como: vacinação, exportação, desempenho no mercado de trabalho, produção de origem animal, crédito rural, PIB etc.

Eduardo José Monteiro da CostaDiretor-Presidente da FAPESPA

Hildegardo de Figueiredo NunesSecretário da SEDAP

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BOLETIM AGROPECUÁRIO DO ESTADO DO PARÁ 2015

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Efetivo bovino (em cabeças) do Brasil e das dez unidades federativas de maior rebanho em 2013...................................................................................................................................................................10Tabela 2 - Municípios com maiores rebanhos bovinos (em cabeças) no Pará, 2013.................................13Tabela 3 - Municípios com maiores rebanhos bubalinos (em cabeças) no Pará, 2013..............................14Tabela 4 - Rebanhos de Galináceos no Brasil, Norte e Pará, 2004/2013..................................................16Tabela 5 - Municípios Paraenses com os Maiores Rebanhos de Galináceos, 2013..................................16Tabela 6 - Rebanhos de Ovinos, Equinos, Codornas, Caprino e Suínos no estado do Pará, 2004-2013.....16Tabela 7 - Lavoura Permanente no estado do Pará: quantidade produzida, área colhida, valor da produção e rendimento médio, 2012-2013*...................................................................................................................24Tabela 8 - Participação dos municípios no total produzido na lavoura permanente do estado do Pará, 2013.........................................................................................................................................................................24Tabela 9 - Lavoura temporária no estado do Pará: quantidade produzida, área colhida e rendimento médio, 2012-2013*................................................................................................................................................30Tabela 10 - Participação dos municípios na lavoura temporária do estado do Pará, 2013.........................30Tabela 11 - Pessoas ocupadas na agropecuária por atividade principal no Pará em 2013 .....................32Tabela 12 - Empregos formais com carteira assinada na agropecuária no Pará, 2013.............................33Tabela 13 - Principais municípios paraenses beneficiados com o Crédito Rural, 2013.............................34Tabela 14 - Principais municípios paraenses beneficiados com o Crédito Rural via PRONAF, 2013.............36

Page 8: Boletim Agropecuário do Estado do Pará 2015

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BOLETIM AGROPECUÁRIO DO ESTADO DO PARÁ 2015

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Participação das maiores lavouras em valor (%), 2013..........................................................18Gráfico 2 - Participação das maiores lavouras em produção (%), 2013...................................................19Gráfico 3 - Participação das maiores lavouras em área colhida (%), 2013..............................................19Gráfico 4 - Participação dos municípios com as Maiores Produções de Banana do Pará, 2013................20Gráfico 5 - Participação dos municípios com as Maiores Produções de Cacau do Pará, 2013........................21Gráfico 6 - Participação dos municípios com as Maiores Produções de Dendê do Pará, 2013...................22Gráfico 7 - Participação dos municípios com as Maiores Produções de Pimenta-do-reino do Pará, 2013........................................................................................................................................................................23Gráfico 8 - Participação dos municípios com as Maiores Produções de Coco-da-Baía do Pará, 2013..........................................................................................................................................................................23Gráfico 9 - Participação dos municípios com as Maiores Produções de Mandioca do Pará, 2013..............................................................................................................................................................................26Gráfico 10 - Participação dos municípios com as Maiores Produções de Cana-de-açúcar do Pará, 2013........................................................................................................................................................................26Gráfico 11 - Participação dos municípios com as Maiores Produções de Milho do Pará, 2013...............27Gráfico 12 - Participação dos municípios com as Maiores Produções de Soja do Pará, 2013....................28Gráfico 13 - Participação dos municípios com as Maiores Produções de Abacaxi do Pará, 2013..............28Gráfico 14 - Participação dos municípios com as Maiores Produções de Arroz do Pará, 2013...................29Gráfico 15 - Distribuição dos Recursos do PRONAF por Atividade no Pará, 2004-2013....................................35

LISTA DE MAPASMapa 1 - Comparação da produção bovina por RI entre os anos de 2003 e 2013.....................................12Mapa 2 - Rebanho Bovino por Município, 2003/2013................................................................................13Mapa 3 - Quantidade Produzida (t) na Lavoura Permanente no estado do Pará, 2013.............................25Mapa 4 - Lavoura Temporária no estado do Pará......................................................................................31

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BOLETIM AGROPECUÁRIO DO ESTADO DO PARÁ 2015

SUMÁRIO

1 PRODUÇÃO PECUÁRIA NO ESTADO DO PARÁ..................................................................................102. PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO ESTADO DO PARÁ...............................................................................182.1 LAVOURA PERMANENTE....................................................................................................................192.2 LAVOURA TEMPORÁRIA.....................................................................................................................253 MERCADO DE TRABALHO AGROPECUÁRIO DO PARÁ...................................................................324 CRÉDITO RURAL....................................................................................................................................34REFERÊNCIA ...........................................................................................................................................37

Page 10: Boletim Agropecuário do Estado do Pará 2015

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BOLETIM AGROPECUÁRIO DO ESTADO DO PARÁ 2015

1 PRODUÇÃO PECUÁRIA NO ESTADO DO PARÁ

O estado do Pará possui o principal rebanho da Região Norte do Brasil, com destaque para a bovideocultura1, contando também com a criação de aves, suínos, equinos, ovinos e caprinos. A relevância da pecuária na matriz econômica paraense está expressa na sua participação de 54% do PIB2 do setor primário. Entre os ramos produtivos do setor agropecuário, a bovinocultura paraense é destaque por registrar o 5º maior efetivo do país, superior a 19 milhões de cabeças, segundo o IBGE, ou de mais de 22 milhões, consoante dados da Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (ADEPARÁ), o que o tornaria o 3º maior rebanho do Brasil. Este cenário ainda favorece o desenvolvimento de dois grandes segmentos: o da carne e o do leite. A pujança da pecuária paraense pode ser demonstrada pelo seu desempenho nos últimos dez anos (2004 a 2013), período em que o efetivo bovino paraense cresceu acima da média nacional. Nesse intervalo, enquanto o rebanho brasileiro obteve variação de 8,29%, o Pará apresentou crescimento de 43,27%, resultado superior até mesmo ao verificado nos estados com maior efetivo bovino: Mato Grosso (15,36%), Minas Gerais (16,06%), Goiás (6,95%) e Mato Grosso do Sul (-15,76%). Quando focalizado o biênio 2012/2013, o rebanho paraense registrou um incremento de cerca de 3%, em oposição às variações negativas de Mato Grosso (-1,20%), Goiás (-2,11%) e Mato Grosso do Sul (-2,10%), e à baixa expansão de Minas Gerais (0,98%) (Tabela 1). O efetivo bovino paraense, em 2013, representava 9,05% do nacional, mas evidenciando tendência ascendente desta participação, tendo em vista que os principais estados produtores vêm registrando taxas negativas ou reduzidas de crescimento. De fato, no biênio 2012/2013, entre os dez maiores estados produtores, apenas a Bahia registrou taxa de incremento superior à do Pará, sendo, entretanto, seu rebanho quase 50% inferior. A perspectiva de o Pará vir a superar Mato Grosso do Sul é bastante plausível, uma vez que, nos últimos três anos, este estado tem apresentado taxas negativas de crescimento, registrando, inclusive, em 2013, redução de seu estoque bovino em 2,10%, enquanto o Pará teve o seu expandido em 3,01%, conforme já mencionado.

Tabela 1 - Efetivo bovino (em cabeças) do Brasil e das dez unidades federativas de maior rebanho em 2013

Fonte: IBGE/SIDRA/PPM, 2015. - Elaboração: FAPESPA/SEDAP, 2015

1 Trata-se do rebanho bovino e bubalino.2 Participação do setor primário no PIB paraense: 54% pecuária, 29% agricultura e 17% outros (silvicultura, exploração florestal e pesca).

BOLETIM AGROPECUÁRIO DO ESTADO DO PARÁ 2015

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Tabela 1 - Efetivo bovino (em cabeças) do Brasil e das dez unidades federativas de

maior rebanho em 2013

Brasil e Unidade da Federação

Ano Var.(%) 2013/2012

Part.(%) 2013 2012 2013

Brasil 211.279.082 211.764.292 0,23 100,00 1º Mato Grosso 28.740.802 28.395.205 -1,20 13,41 2° Minas Gerais 23.965.914 24.201.256 0,98 11,43 3º Goiás 22.045.776 21.580.398 -2,11 10,19 4º Mato Grosso do Sul 21.498.382 21.047.274 -2,10 9,94 5º Pará 18.605.051 19.165.028 3,01 9,05 6º Rio Grande do Sul 14.140.654 14.037.367 -0,73 6,63 7º Rondônia 12.218.437 12.329.971 0,91 5,82 8º São Paulo 10.757.383 10.486.750 -2,52 4,95 9º Bahia 10.250.975 10.828.409 5,63 5,11 10º Paraná 9.413.937 9.395.313 -0,20 4,44

Fonte: IBGE/SIDRA/PPM, 2015. Elaboração: FAPESPA/SEDAP, 2015.

Este desempenho positivo é decorrente, sobretudo, do processo de modernização

tecnológica que vem sendo impresso, nos últimos anos, à pecuária paraense, consubstanciado

na introdução de novos sistemas de produção (pastejo rotacionado, integração

lavoura/pecuária/floresta), no melhoramento de pastagens, na melhoria genética e sanitária do

rebanho, e na preocupação com o bem-estar animal, resultando na geração de produtos de alta

performance e no aumento de produtividade, o que tem contribuído para conter o avanço

sobre áreas de florestas primárias e promover a liberação de áreas para a agricultura.

Page 11: Boletim Agropecuário do Estado do Pará 2015

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BOLETIM AGROPECUÁRIO DO ESTADO DO PARÁ 2015

Este desempenho positivo é decorrente, sobretudo, do processo de modernização tecnoló-gica que vem sendo impresso, nos últimos anos, à pecuária paraense, consubstanciado na introdu-ção de novos sistemas de produção (pastejo rotacionado, integração lavoura/pecuária/floresta), no melhoramento de pastagens, na melhoria genética e sanitária do rebanho, e na preocupação com o bem-estar animal, resultando na geração de produtos de alta performance e no aumento de produ-tividade, o que tem contribuído para conter o avanço sobre áreas de florestas primárias e promover a liberação de áreas para a agricultura. A evolução da pecuária bovina do estado está relacionada a alguns fatores de competitivi-dade, dentre os quais destacam-se: a disponibilidade de terras a preços mais baixos do que em outras regiões do país; o clima favorável às pastagens, ideal para o desenvolvimento de capim e de forrageiras; o melhoramento genético e sanitário dos animais; a qualidade da carne produzida, fruto da alimentação exclusivamente a pasto dos animais (boi verde), o que lhe confere características organolépticas peculiares. Além disso, a conquista do status de Certificação Internacional de Área Livre de Aftosa com vacinação vem propiciando ao estado o acesso a novos mercados, tanto nacio-nal como internacional. Vale ressaltar, por outro lado, que o crescimento da pecuária vem sendo efetivado mediante o adensamento tecnológico do sistema de produção, permitindo o aumento da capacidade de su-porte (quantidade de unidade animal/ha) e a consequente redução da área destinada a pastagens. Com efeito, em 2008, as pastagens ocupavam uma área de 14.636.724 ha, equivalente a 11,73% do território estadual, e, quatro anos depois, em 2012, essa área era de 13.691.658 ha, ou 10,97% da área total do Pará (TERRACLASS, 2012). O Mapa 1 retrata a distribuição e a concentração espacial do rebanho paraense nos anos

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BOLETIM AGROPECUÁRIO DO ESTADO DO PARÁ 2015

Mapa 1 – Comparação da produção bovina por RI entre os anos de 2003 e 2013

Fonte: IBGE/SIDRA/PPM, 2015. Elaboração: FAPESPA/SEDAP, 2015.

de 2003 e 2013. Além das Regiões de Integração do Araguaia, Carajás, Xingu e Rio Capim, que se destacavam pela elevada produção em 2003, passaram também a ter proeminência, em 2013, as RI do Tapajós, Baixo Amazonas e Tucuruí.

BOLETIM AGROPECUÁRIO DO ESTADO DO PARÁ 2015

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Mapa 1 – Comparação da produção bovina por RI entre os anos de 2003 e 2013

Fonte: IBGE/SIDRA/PPM, 2015. Elaboração: FAPESPA/SEDAP, 2015.

A pecuária está presente em todos os municípios paraenses, constituindo, em 53 deles,

a atividade econômica dominante. A Tabela 2 apresenta os dez municípios de maior destaque

na produção pecuária, que, juntos, respondem por 81% da produção total do estado. O

município de São Félix do Xingu desponta como o de maior rebanho bovino do Pará

(2.282.445 cabeças, correspondendo a 11,91% do rebanho estadual) (IBGE, 2013) e também

entre os municípios brasileiros. Chama-se atenção para o fato de que Novo Repartimento, 2º

colocado no ranking estadual, possui um rebanho equivalente a 37% ao daquele município

(855 mil cabeças), representando 4,46% do efetivo estadual.

Em dez anos de avanço da pecuária no território paraense, a centralidade

apresentada pelos municípios de São Félix do Xingu, Água Azul do Norte e Xinguara, em

2003, estende-se para os municípios de Altamira e Novo Progresso, em 2013, no oeste

paraense.

A pecuária está presente em todos os municípios paraenses, constituindo, em 53 deles, a ativi-dade econômica dominante. A Tabela 2 apresenta os dez municípios de maior destaque na produção pe-cuária, que, juntos, respondem por 81% da produção total do estado. O município de São Félix do Xingu desponta como o de maior rebanho bovino do Pará (2.282.445 cabeças, correspondendo a 11,91% do rebanho estadual) (IBGE, 2013) e também entre os municípios brasileiros. Chama-se atenção para o fato de que Novo Repartimento, 2º colocado no ranking estadual, possui um rebanho equivalente a 37% ao daquele município (855 mil cabeças), representando 4,46% do efetivo estadual. Em dez anos de avanço da pecuária no território paraense, a centralidade apresentada pelos mu-nicípios de São Félix do Xingu, Água Azul do Norte e Xinguara, em 2003, estende-se para os municípios de Altamira e Novo Progresso, em 2013, no oeste paraense.

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BOLETIM AGROPECUÁRIO DO ESTADO DO PARÁ 2015

Tabela 2 - Municípios com maiores rebanhos bovinos (em cabeças) no Pará, 2013

Fonte: IBGE/SIDRA/PPM, 2015. - Elaboração: FAPESPA/SEDAP, 2015

BOLETIM AGROPECUÁRIO DO ESTADO DO PARÁ 2015

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Tabela 2 - Municípios com maiores rebanhos bovinos (em cabeças) no Pará, 2013

Municípios Cabeças Var. (%) 13/12

Part. (% ) 2013 2012 2013

Pará 18.605.051 19.165.028 3,01 100 1º São Félix do Xingu 2.143.760 2.282.445 6,47 11,91 2º Novo Repartimento 791.795 855.319 8,02 4,46 3º Cumaru do Norte 749.278 821.185 9,60 4,28 4º Altamira 668.541 711.028 6,36 3,71 5º Marabá 660.000 705.000 6,82 3,68

6º Santana do Araguaia 613.152 663.655 8,24 3,46

7º Novo Progresso 687.142 632.521 -7,95 3,30

8º Água Azul do Norte 556.735 564.582 1,41 2,95

9º Santa Maria das Barreiras 478.639 498.664 4,18 2,60

10º Pacajá 432.578 492.442 13,84 2,57 Fonte: IBGE/SIDRA/PPM, 2015. Elaboração: FAPESPA/SEDAP, 2015.

Mapa 2 - Rebanho Bovino por Município, 2003/2013

Fonte: IBGE/SIDRA/PPM, 2015. Elaboração: FAPESPA/SEDAP, 2015.

Mapa 2 - Rebanho Bovino por Município, 2003/2013

Fonte: IBGE/SIDRA/PPM, 2015. Elaboração: FAPESPA/SEDAP, 2015.

BOLETIM AGROPECUÁRIO DO ESTADO DO PARÁ 2015

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Tabela 2 - Municípios com maiores rebanhos bovinos (em cabeças) no Pará, 2013

Municípios Cabeças Var. (%) 13/12

Part. (% ) 2013 2012 2013

Pará 18.605.051 19.165.028 3,01 100 1º São Félix do Xingu 2.143.760 2.282.445 6,47 11,91 2º Novo Repartimento 791.795 855.319 8,02 4,46 3º Cumaru do Norte 749.278 821.185 9,60 4,28 4º Altamira 668.541 711.028 6,36 3,71 5º Marabá 660.000 705.000 6,82 3,68

6º Santana do Araguaia 613.152 663.655 8,24 3,46

7º Novo Progresso 687.142 632.521 -7,95 3,30

8º Água Azul do Norte 556.735 564.582 1,41 2,95

9º Santa Maria das Barreiras 478.639 498.664 4,18 2,60

10º Pacajá 432.578 492.442 13,84 2,57 Fonte: IBGE/SIDRA/PPM, 2015. Elaboração: FAPESPA/SEDAP, 2015.

Mapa 2 - Rebanho Bovino por Município, 2003/2013

Fonte: IBGE/SIDRA/PPM, 2015. Elaboração: FAPESPA/SEDAP, 2015.

Com relação ao rebanho bubalino, o Pará lidera o ranking nacional com um efetivo de 507.882 cabeças, em 2013, equivalente a 38,12% da produção brasileira, quantidade 11,85% maior em relação ao ano de 2012 (Tabela 3). Os principais municípios produtores são Chaves (28,41%), Soure (23,64%), Cachoeira do Arari (7,38%) e Almeirim (6,53%), que, juntos, concentram 66% desse rebanho no estado.

Page 14: Boletim Agropecuário do Estado do Pará 2015

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BOLETIM AGROPECUÁRIO DO ESTADO DO PARÁ 2015

Tabela 3 - Municípios com maiores rebanhos bubalinos (em cabeças) no Pará, 2013

Fonte: IBGE/SIDRA/PPM, 2015. - Elaboração: FAPESPA/SEDAP, 2015

BOLETIM AGROPECUÁRIO DO ESTADO DO PARÁ 2015

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Com relação ao rebanho bubalino, o Pará lidera o ranking nacional com um

efetivo de 507.882 cabeças, em 2013, equivalente a 38,12% da produção

brasileira, quantidade 11,85% maior em relação ao ano de 2012 (Tabela 3). Os

principais municípios produtores são Chaves (28,41%), Soure (23,64%),

Cachoeira do Arari (7,38%) e Almeirim (6,53%), que, juntos, concentram 66%

desse rebanho no estado.

Tabela 3 - Municípios com maiores rebanhos bubalinos (em cabeças) no Pará, 2013

Municípios Cabeças Var. (%)

13/12 Part.(%)

2013 2012 2013

Pará 454.079 507.882 11,85 100 Chaves 88.360 144.288 63,3 28,41 Soure 71.993 120.039 66,74 23,64 Cachoeira do Arari 36.456 37.507 2,88 7,38 Almeirim 46.537 33.185 -28,69 6,53 Prainha 32.834 28.426 -13,43 5,6 Ponta de Pedras 21.334 27.393 28,4 5,39 Santa Cruz do Arari 13.794 13.800 0,04 2,72 Muaná 13.579 12.649 -6,85 2,49 Porto de Moz 42.907 10.190 -76,25 2,01 Santarém 10.739 9.971 -7,15 1,96 Demais municípios 74.854 69.754 -6,81 13,73

Fonte: IBGE/SIDRA/PPM, 2015. Elaboração: FAPESPA/SEDAP, 2015.

Nos últimos dez anos, a produção bubalina paraense apresentou dois momentos

distintos. No primeiro, entre 2003 e 2006, o baixo interesse comercial pela carne de búfalo

marcou uma trajetória decrescente do rebanho. No segundo, o avanço de estudos mostrando

os benefícios nutricionais da carne bubalina iniciou, a partir de 2007, uma retomada do

crescimento da produção, em virtude do maior interesse no consumo de carne do chamado

“Baby Búfalo”, categoria de carne proveniente do abate de animais entre 18 e 24 meses de

vida. O Pará é o estado que apresenta o melhor desempenho nesse tipo de abate.

Com o crescimento da produção e da comercialização de búfalos, expandiu-se,

também, a fiscalização e o controle sanitário da espécie. Com efeito, o índice de vacinação do

Nos últimos dez anos, a produção bubalina paraense apresentou dois momentos distintos. No primeiro, entre 2003 e 2006, o baixo interesse comercial pela carne de búfalo marcou uma trajetória decrescente do rebanho. No segundo, o avanço de estudos mostrando os benefícios nutricionais da carne bubalina iniciou, a partir de 2007, uma retomada do crescimento da produção, em virtude do maior interesse no consumo de carne do chamado “Baby Búfalo”, categoria de carne proveniente do abate de animais entre 18 e 24 meses de vida. O Pará é o estado que apresenta o melhor desem-penho nesse tipo de abate. Com o crescimento da produção e da comercialização de búfalos, expandiu-se, também, a fisca-lização e o controle sanitário da espécie. Com efeito, o índice de vacinação do rebanho, em 2013, atingiu 97,21% somente na ilha do Marajó, maior reduto de criação de bubalinos com 62% do total do estado (IDESP, 2012; ADEPARÁ, 2012; ADEPARÁ, 2013). O potencial produtivo da pecuária paraense tem atraído a implantação de plantas frigoríficas para o estado, hoje em número de 35 (20 com Serviço de Inspeção Federal - SIF e 15 com Serviço de Inspe-ção Estadual - SIE), que processam cerca de 4,2 milhões de animais/ano, considerando-se um índice de desfrute anual em torno de 20%. Do total de carne produzida, 25% destina-se ao consumo interno, sendo o restante comercializado para outras Unidades da Federação, principalmente da Região Nordeste, e mercado internacional. No segmento da pecuária de leite, onde predominam pequenos criadores, mostram-se tam-bém crescentes as unidades de processamento, hoje em número de 40 laticínios produzindo quei-jos, iogurtes etc. Segundo dados da Federação da Agricultura e Pecuária do Pará – FAEPA, os investimentos re-alizados na produção primária da pecuária ascendem a R$ 150 bilhões, gerando um faturamento médio anual de R$ 12,5 bilhões e ocupação direta de cerca de 353 mil pessoas, contingente correspondente a 44% da população economicamente ativa do meio rural, estimativas que se elevam para aproximadamen-te 753 mil de pessoas quando considerados empregos diretos e indiretos na pecuária.

Page 15: Boletim Agropecuário do Estado do Pará 2015

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BOLETIM AGROPECUÁRIO DO ESTADO DO PARÁ 2015

EXPORTAÇÃO DE GADO, CARNE E DERIVADOS A economia paraense vem mostrando bom desempenho na exportação de gado, carne e derivados. Um nicho de mercado que vem sendo liderado pelo Pará é o da exportação do boi vivo, atividade iniciada, timidamente, em 2006, quando efetuou a exportação de 95.385 cabeças para o Líbano, ascendendo, em 2013, para 616 mil cabeças, constituindo-se o mais importante produto na pauta estadual de exportação, após o minério. A Tabela A apresenta a exportação de boi vivo, carne e derivados por valor e peso. No ano de 2003, a quantidade exportada de boi vivo e de carnes e derivados foram, respectivamente, de 945.700 quilos e 1,2 milhão de quilo, enquanto em 2013 o volume elevou-se para mais de 83 milhões de quilos de carnes e derivados e quase 319 milhões de kg de boi vivo.

Os avanços nesse segmento revelam um dado interessante na configuração da indústria de carne no Estado. Em 2002, existiam basicamente dois frigoríficos que exportavam carne bovina, ao passo que, em 2013, esse número subiu para 12. O efeito valorativo proporcionado pela indústria de carne ajuda a fortalecer a cadeia produtiva da pecuária bovina no Pará, concentrada, predominantemente, na região sul e sudeste paraense.

Tabela A - Exportação Paraense de Boi Vivo, Carne e Derivados, 2003/2013

Fonte: MDIC/Aliceweb, 2015 Elaboração: FAPESPA/SEDAP, 2015

Page 16: Boletim Agropecuário do Estado do Pará 2015

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BOLETIM AGROPECUÁRIO DO ESTADO DO PARÁ 2015

Em que pese a importância dos rebanhos bovinos e bubalinos na produção pecuária, a população de aves no Pará, em especial de galináceos, alcançou números consideráveis em 2013, com um rebanho estimado em mais de 13 milhões. Os galináceos referem-se à espécie Gallus gallus, conhecidos como galos, galinhas, frangas, frangos, pintos, pintainhas (IBGE, 2015). A Tabela 4 apresenta esse rebanho para o Brasil, Região Norte e estado do Pará, nos anos de 2004 e 2013.

Tabela 4 - Rebanhos de Galináceos no Brasil, Norte e Pará, 2004/2013

Fonte: IBGE/SIDRA/PPM, 2015. - Elaboração: FAPESPA/SEDAP, 2015

BOLETIM AGROPECUÁRIO DO ESTADO DO PARÁ 2015

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Gallus gallus, conhecidos como galos, galinhas, frangas, frangos, pintos, pintainhas (IBGE,

2015). A Tabela 4 apresenta esse rebanho para o Brasil, Região Norte e estado do Pará, nos

anos de 2004 e 2013.

Tabela 4 - Rebanhos de Galináceos no Brasil, Norte e Pará, 2004/2013

Item Geográfico

2004

2013

Variação (%)

Brasil 944.298.348 1.248.785.538 32,24 Norte 27.972.184 29.664.246 6,05 Pará 12.875.016 13.081.808 1,61

Fonte: IBGE/SIDRA/PPM, 2015. Elaboração: FAPESPA/SEDAP, 2015.

A evolução da criação de galináceos em 10 anos foi de 32% no Brasil, 6% na Região

Norte e 1,6% no Pará, sendo o rebanho paraense o maior do Norte do país. A Tabela 5

apresenta os 10 municípios com maiores rebanhos, que, juntos, acumulam mais de 60% do

rebanho galináceo paraense, com a maior parcela concentrada em Santa Isabel, que registrou

mais de 3 milhões de animais, 23,72% do total, seguido por Santarém, com mais de 1 milhão

(7,92%) e Benevides, com mais de 980 mil (7,5%).

Tabela 5 - Municípios Paraenses com os Maiores Rebanhos de Galináceos, 2013

Municípios Quantidade Proporção (%)

Santa Isabel do Pará 3.103.500 23,72 Santarém 1.035.989 7,92 Benevides 980.630 7,50 Igarapé-Açu 898.400 6,87 Marituba 395.000 3,02 Curuçá 380.000 2,90 São Francisco do Pará 350.000 2,68 Santa Bárbara do Pará 347.800 2,66 Castanhal 301.400 2,30 Vigia 298.000 2,28 Fonte: IBGE/SIDRA/PPM, 2015. Elaboração: FAPESPA/SEDAP, 2015.

A evolução da criação de galináceos em 10 anos foi de 32% no Brasil, 6% na Região Norte e 1,6% no Pará, sendo o rebanho paraense o maior do Norte do país. A Tabela 5 apresenta os 10 municípios com maiores rebanhos, que, juntos, acumulam mais de 60% do rebanho galináceo paraense, com a maior par-cela concentrada em Santa Isabel, que registrou mais de 3 milhões de animais, 23,72% do total, seguido por Santarém, com mais de 1 milhão (7,92%) e Benevides, com mais de 980 mil (7,5%).

Tabela 5 - Municípios Paraenses com os Maiores Rebanhos de Gali-náceos, 2013

Fonte: IBGE/SIDRA/PPM, 2015. - Elaboração: FAPESPA/SEDAP, 2015

BOLETIM AGROPECUÁRIO DO ESTADO DO PARÁ 2015

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Gallus gallus, conhecidos como galos, galinhas, frangas, frangos, pintos, pintainhas (IBGE,

2015). A Tabela 4 apresenta esse rebanho para o Brasil, Região Norte e estado do Pará, nos

anos de 2004 e 2013.

Tabela 4 - Rebanhos de Galináceos no Brasil, Norte e Pará, 2004/2013

Item Geográfico

2004

2013

Variação (%)

Brasil 944.298.348 1.248.785.538 32,24 Norte 27.972.184 29.664.246 6,05 Pará 12.875.016 13.081.808 1,61

Fonte: IBGE/SIDRA/PPM, 2015. Elaboração: FAPESPA/SEDAP, 2015.

Tabela 5 - Municípios Paraenses com os Maiores Rebanhos de Galináceos, 2013

Municípios Quantidade Proporção (%)

Santa Isabel do Pará 3.103.500 23,72 Santarém 1.035.989 7,92 Benevides 980.630 7,50 Igarapé-Açu 898.400 6,87 Marituba 395.000 3,02 Curuçá 380.000 2,90 São Francisco do Pará 350.000 2,68 Santa Bárbara do Pará 347.800 2,66 Castanhal 301.400 2,30 Vigia 298.000 2,28 Fonte: IBGE/SIDRA/PPM, 2015. Elaboração: FAPESPA/SEDAP, 2015.

Além dos rebanhos de maior representatividade, já mencionados, a agropecuária

paraense conta também com outros efetivos, a exemplo do rebanho suíno, que, em 2013,

registrou mais de 542 mil cabeças; equino (284 mil); e ovino (193 mil) (Tabela 6).

Tabela 6 - Rebanhos de Ovinos, Equinos, Codornas, Caprino e Suínos no estado do Pará, 2004-2013

Rebanho 2004 2013 Variação (%)

Ovino 178.400 193.427 8,42

Além dos rebanhos de maior representatividade, já mencionados, a agropecuária paraense conta também com outros efetivos, a exemplo do rebanho suíno, que, em 2013, registrou mais de 542 mil cabe-ças; equino (284 mil); e ovino (193 mil) (Tabela 6).

Tabela 6 - Rebanhos de Ovinos, Equinos, Codornas, Caprino e Suínos no estado do Pará, 2004-2013

Fonte: IBGE/SIDRA/PPM, 2015. - Elaboração: FAPESPA/SEDAP, 2015

BOLETIM AGROPECUÁRIO DO ESTADO DO PARÁ 2015

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Além dos rebanhos de maior representatividade, já mencionados, a agropecuária

paraense conta também com outros efetivos, a exemplo do rebanho suíno, que, em 2013,

registrou mais de 542 mil cabeças; equino (284 mil); e ovino (193 mil) (Tabela 6).

Tabela 6 - Rebanhos de Ovinos, Equinos, Codornas, Caprino e Suínos no estado do Pará, 2004-2013

Rebanho 2004 2013 Variação (%)

Ovino 178.400 193.427 8,42 Equino 282.835 284.437 0,57 Codornas 43.758 36.170 -17,34 Caprino 78.714 55.664 -29,28 Suíno 1.043.464 542.746 -47,99

Fonte: IBGE/SIDRA/PPM, 2015. Elaboração: FAPESPA/SEDAP, 2015.

PRODUTOS DE ORIGEM ANIMAL (BOX - Fundo com foto de leite e mel)

Os produtos de origem animal referem-se ao conjunto de alimentos originados direta

ou indiretamente de animais. Nesse grupo estão o mel, leite e ovos entre outros. No ano de

2013, em todo o Brasil, esse tipo de produção alcançou o valor de R$ 41.387.797 (IBGE,

2015). Na Região Norte, destacam-se o mel, leite e ovos de galinha e de codorna, os quais

registraram, em 2013, um valor total de R$ 1.867.042,00 (IBGE, 2015).

A Região Norte produziu, em 2013, 933.706 kg de mel de abelha, 1.846.419 litros de

leite, enquanto a produção de ovos de galinha e de codorna foi, respectivamente, de 123.687 e

1.564 dúzias. A análise entre os estados do Norte revela que o Pará é o maior produtor de leite

(539.490 litros), de mel (5.445 kg), e de ovos de codorna (555 mil dúzias); além de ser o

segundo maior produtor de ovos de galinha (28.425 mil dúzias), precedido pelo Amazonas

(IBGE, 2015). A representatividade da economia leiteira do Pará é demonstrada pelo valor da

produção, que alcançou cifras superiores a 450 milhões de reais. Contudo, após 2006, o

comportamento da produção leiteira passou a apresentar tendência de declínio (-7,8%). Entre

os municípios com maiores produções de lácteos no Estado, em 2013, destacaram-se: Água

Azul do Norte (28.125 milhões de litros), Piçarra (24.195) e São Félix do Xingu (22.138)

(IBGE, 2015).

A produção de alguns produtos de origem animal envolve diferentes portes de

produtores ou cooperativas, sendo fundamental o apoio governamental para o progresso do

setor e consolidação da estrutura produtiva.

Page 17: Boletim Agropecuário do Estado do Pará 2015

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BOLETIM AGROPECUÁRIO DO ESTADO DO PARÁ 2015

PRODUTOS DE ORIGEM ANIMAL

Os produtos de origem animal referem-se ao conjunto de alimentos originados

direta ou indiretamente de animais. Nesse grupo estão o mel, leite e ovos entre outros. No

ano de 2013, em todo o Brasil, esse tipo de produção alcançou o valor de R$ 41.387.797

(IBGE, 2015). Na Região Norte, destacam-se o mel, leite e ovos de galinha e de codorna,

os quais registraram, em 2013, um valor total de R$ 1.867.042,00 (IBGE, 2015).

A Região Norte produziu, em 2013, 933.706 kg de mel de abelha, 1.846.419 litros de

leite, enquanto a produção de ovos de galinha e de codorna foi, respectivamente, de

123.687 e 1.564 dúzias. A análise entre os estados do Norte revela que o Pará é o maior

produtor de leite (539.490 litros), de mel (5.445 kg), e de ovos de codorna (555 mil dúzias);

além de ser o segundo maior produtor de ovos de galinha (28.425 mil dúzias), precedido

pelo Amazonas (IBGE, 2015). A representatividade da economia leiteira do Pará é

demonstrada pelo valor da produção, que alcançou cifras superiores a 450 milhões de

reais. Contudo, após 2006, o comportamento da produção leiteira passou a apresentar

tendência de declínio (-7,8%). Entre os municípios com maiores produções de lácteos no

Estado, em 2013, destacaram-se: Água Azul do Norte (28.125 milhões de litros), Piçarra

(24.195) e São Félix do Xingu (22.138) (IBGE, 2015).

A produção de alguns produtos de origem animal envolve diferentes portes de

produtores ou cooperativas, sendo fundamental o apoio governamental para o progresso

do setor e consolidação da estrutura produtiva.

Page 18: Boletim Agropecuário do Estado do Pará 2015

18

BOLETIM AGROPECUÁRIO DO ESTADO DO PARÁ 2015

2. PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO ESTADO DO PARÁ

A área cultivada no estado do Pará, em 2013, atingiu 1.149.309 ha, gerando uma produção de mais de 9,1 milhões de toneladas, com valor estimado em torno de R$ 5,4 bilhões, representando cerca de 27% do PIB agropecuário do estado. Em relação a 2012, esses números configuram um desempenho bastante positivo, uma vez que a área cultivada teve um incremento de 6,3% (aproximadamente, 68 mil hectares), a quantidade produzida, de 4,4%; e o valor da produção, de 39,6%. Todavia, esse resultado não significou melhoria na produção agrícola como um todo, mas, sim, de um número reduzido de culturas. De fato, ao se decompor o valor da produção agrícola estadual, verifica-se que 8 (oito) produtos respondem por 89% daquele resultado, cada um com características de produção e dinâmicas bastante diferenciadas, a saber (Gráfico 1): mandioca (40,6%), soja (9,2%), banana (7,6%), pimenta-do-reino (6,7%), milho (6,6%), cacau (6,2%), dendê (4,9%), abacaxi (4,9%), Arroz (2,4%). Com relação a essas culturas, o Pará desponta como maior produtor nacional de mandioca, pimenta-do-reino, abacaxi e dendê; o 2º de cacau e o 5º de banana.

Gráfico 1 - Participação das maiores lavouras em valor (%), 2013

Fonte: IBGE/SIDRA/PPM, 2015. - Elaboração: FAPESPA/SEDAP, 2015

Corroborando com o destaque dado a algumas culturas no que tange ao valor, o mesmo ocorre quando se observa a quantidade produzida e área colhida com pequenas alternâncias. Dessa forma, o Gráfico 2 mostra como as mais de 9,1 milhões de toneladas de produtos agrícolas paraenses foram particionadas em 2013, sendo a mandioca a principal cultura, com mais de 48% do total, seguida pelo dendê (10,81%) e pela cana-de-açúcar (9,72%). No que diz respeito ao total da área colhida (ha), o Gráfico 3 ilustra que foram destinados mais de um milhão de hectares para produção agrícola, dos quais a mandioca, milho e soja obtiveram maior participação percentual com 26,32%, 19,24% e 16,52%, respectivamente.

11,03

2,39

4,84

4,85

6,20

6,56

6,72

7,58

9,20

40,62

0,00 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00 30,00 35,00 40,00 45,00

Outros

Arroz

Dendê

Abacaxi

Cacau

Milho

Pimenta-do-reino

Banana

Soja

Mandioca

Total em 2013: R$ 5,4 Bilhões

Page 19: Boletim Agropecuário do Estado do Pará 2015

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BOLETIM AGROPECUÁRIO DO ESTADO DO PARÁ 2015

Gráfico 2 - Participação das maiores lavouras em produção (%), 2013

Fonte: IBGE/SIDRA/PPM, 2015. - Elaboração: FAPESPA/SEDAP, 2015

Gráfico 3 - Participação das maiores lavouras em área colhida (%), 2013

Fonte: IBGE/SIDRA/PPM, 2015. - Elaboração: FAPESPA/SEDAP, 2015

5,42

1,19

1,21

1,83

3,77

3,80

4,72

7,93

8,41

16,43

19,13

26,17

0,00 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00 30,00

Outros

Cana-de-açúcar

Pimenta-do-reino

Coco-da-baía

Banana

Feijão

Dendê

Arroz

Cacau

Soja

Milho

Mandioca

Total em 2013: 1,1 Milhão (ha)

2.1 LAVOURA PERMANENTE

As culturas ou lavouras permanentes compreendem plantios agrícolas de longa duração, de modo que, após a colheita, não necessitam de um novo plantio, produzindo por vários períodos consecutivos (IBGE, 2015). Nesse segmento, o estado do Pará registrou, em 2013, uma produção de 2.028.221 t, equivalente a 22,3% do volume total estadual, com crescimento de 2,46% em comparação ao ano de 2012 (1.985.291 t). O aumento da quantidade produzida decorreu, preponderantemente, de ganhos de produtividade, posto que, em 2013, a área colhida (250.356 ha) apresentou redução de 1% em relação ao ano de 2012 (262.855 ha). Entretanto, o desempenho das culturas que integram esse segmento foi bastante diferenciado, com apenas três dentre as de maiores produções apresentando variação positiva em termos de área e quantidade produzida - limão, cacau e banana - possuindo a primeira, contudo, pouca representatividade na produção agrícola estadual. Nesse contexto, assume destaque o cacau e a banana, que apresentaram variação de 18,47% e 7,10%, respectivamente, na quantidade produzida, e de 10,09% e 5,14% na área colhida (Tabela 7). A banana desponta como o produto de maior valor de produção no grupo das lavouras permanentes, embora possua a 3ª maior área cultivada (18,1%). A expansão dessa cultura, em grande parte, está associada à da cacauicultura, pois seus plantios, no estado, são efetuados

2,96

1,29

2,17

2,26

5,57

6,44

6,75

10,28

11,44

50,83

0,00 10,00 20,00 30,00 40,00 50,00 60,00

Outras

Melancia

Laranja

Arroz

Soja

Banana

Milho

Cana-de-açúcar

Dendê

Mandioca

Page 20: Boletim Agropecuário do Estado do Pará 2015

20

BOLETIM AGROPECUÁRIO DO ESTADO DO PARÁ 2015

predominantemente de forma consorciada, visto ser a bananeira utilizada para sombreamento da cultura do cacau. Com uma área colhida de 43.510 ha e uma produção de 585.943 t, o Pará é o 5º maior produtor de banana do país, participando com 8,5% do total nacional. Apesar da característica de expansão já mencionada, a produção de banana ainda é significativamente dispersa no Pará, conforme pode ser visualizado no Gráfico 4, de modo que os dez municípios de maiores lavouras somam 57,18% da produção dessa cultura no estado. Novo Repartimento é o maior produtor (12,20%), seguido por Medicilândia (7,65%) e Altamira (7,54%), os dois últimos citados localizados no Xingu, região de predominância do cultivo de cacau.

Gráfico 4 - Participação dos municípios com as Maiores Produções de Banana do Pará, 2013

Fonte: IBGE/SIDRA/PPM, 2015. - Elaboração: FAPESPA/SEDAP, 2015

BOLETIM AGROPECUÁRIO DO ESTADO DO PARÁ 2015

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Gráfico 4 - Participação dos municípios com as 10 Maiores Produções de Banana do Pará, 2013

Fonte: IBGE/SIDRA/PAM, 2015. Elaboração: FAPESPA/SEDAP, 2015.

No que tange ao cacau, o Pará, com uma área colhida de 97.176 ha, a maior do grupo das

lavouras permanentes, e uma produção de 79.727 t de amêndoas, é a 2ª maior lavoura em

produção, contribuindo com 31% da safra nacional. O cultivo é efetuado basicamente por

pequenos produtores, estabelecidos predominantemente em solos de média a alta fertilidade,

sendo a cacauicultura paraense uma das mais competitivas do mundo, principalmente quando se

considera a produtividade média (870 kg/ha) e o baixo custo de produção (US$ 1.000.00/t) da

lavoura, observados no Território da Transamazônica3, zona que concentra 67% da produção

estadual.

O Gráfico 5 apresenta os 10 municípios com as maiores produções de cacau no estado,

verificando-se que a produção é relativamente concentrada na Região de Integração do Xingu,

com destaque para Medicilândia, que, em 2013, deteve quase 40% do total estadual, seguida por

Uruará (10,89%) e Placas (8,35%). Só esses três municípios registraram 58,64% da produção

cacaueira paraense.

3 Altamira, Anapu, Brasil Novo, Medicilândia, Uruará, Placas, Rurópolis, Vitória do Xingu, Senador José Porfírio e Pacajá, perfazendo um total de 240.297 km2.

3,07

3,11

3,89

4,04

4,52

5,43

5,73

7,54

7,65

12,20

0,00 2,00 4,00 6,00 8,00 10,00 12,00 14,00

Tucuruí

Anapu

São Geraldo do Araguaia

Rurópolis

Placas

Uruará

Trairão

Altamira

Medicilândia

Novo Repartimento

Total em 2013: 585.943 mil frutos

57,18%

No que tange ao cacau, o Pará, com uma área colhida de 97.176 ha, a maior do grupo das lavouras permanentes, e uma produção de 79.727 t de amêndoas, é a 2ª maior lavoura em produção, contribuindo com 31% da safra nacional. O cultivo é efetuado basicamente por pequenos produtores, estabelecidos predominantemente em solos de média a alta fertilidade, sendo a cacauicultura paraense uma das mais competitivas do mundo, principalmente quando se considera a produtividade média (870 kg/ha) e o baixo custo de produção (US$ 1.000.00/t) da lavoura, observados no Território da Transamazônica3, zona que concentra 67% da produção estadual. O Gráfico 5 apresenta os 10 municípios com as maiores produções de cacau no estado, verificando-se que a produção é relativamente concentrada na Região de Integração do Xingu, com destaque para Medicilândia, que, em 2013, deteve quase 40% do total estadual, seguida por Uruará (10,89%) e Placas (8,35%). Só esses três municípios registraram 58,64% da produção cacaueira paraense.

3Altamira, Anapu, Brasil Novo, Medicilândia, Uruará, Placas, Rurópolis, Vitória do Xingu, Senador José Porfírio e Pacajá, perfazendo um total de 240.297 km2.

Page 21: Boletim Agropecuário do Estado do Pará 2015

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BOLETIM AGROPECUÁRIO DO ESTADO DO PARÁ 2015

Gráfico 5 - Participação dos municípios com as Maiores Produções de Cacau do Pará, 2013

Fonte: IBGE/SIDRA/PPM, 2015. - Elaboração: FAPESPA/SEDAP, 2015

A excelente performance da cacauicultura, que vem se expandindo em todas as regiões do estado, tem sua explicação no fato de que, em 2011, o Governo do Estado do Pará, através da extinta Secretaria de Agricultura, definiu esse segmento como um dos prioritários da política agrícola estadual e elaborou, em parceria com a Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (CEPLAC), o Programa Estadual de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva do Cacau. A execução do referido programa é apoiada pelo Fundo de Apoio à Cacauicultura do Estado do Pará (FUNCACAU), constituído por recursos oriundos da comercialização do cacau. O FUNCACAU tem possibilitado o desenvolvimento de ações fundamentais para a expansão, modernização e consolidação da cacauicultura no estado do Pará. Investimentos na produção e distribuição de sementes híbridas de cacau têm-se constituído no principal item de fomento, de modo a propiciar a expansão da área cultivada. De igual modo, investimentos em capacitação de técnicos e produtores em tecnologias sustentáveis de produção têm sido priorizados, visto ser requisito fundamental para a elevação do nível tecnológico e da produtividade das lavouras. Outros focos do programa podem ser destacados: apoio ao cooperativismo, contemplando ações direcionadas à organização de produtores, da produção, da comercialização e agregação de valor ao produto, mediante incentivo a pequenas e médias unidades industriais. Complementarmente, a realização e participação de produtores em feiras locais, nacionais e internacionais constituem estratégia para estimular a capacitação, o desenvolvimento tecnológico e a realização de negócios no segmento da cacauicultura, buscando dar visibilidade à produção paraense. Mais recentemente, ênfase especial vem sendo dada à melhoria da qualidade das amêndoas e à verticalização da produção, especialmente de chocolates premium. O dendê manteve-se, em 2013, com a maior produção entre as culturas permanentes, com 1.040.538 t, correspondente a 51% do total, tendo variado a produção em 0,6%, a despeito de a área colhida ter sofrido retração de 7,35% em relação ao ano anterior (Tabela 7). Esse desempenho pouco favorável está relacionado à queda do preço do petróleo no mercado internacional, ocasionando, também, a redução do preço do óleo de palma, haja vista a correlação de preços existente entre ambos os produtos. A criação do Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel (PNPB), através da lei nº 11.097, de 13/01/2005, que estabelece a obrigatoriedade da adição de progressivo percentual de

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BOLETIM AGROPECUÁRIO DO ESTADO DO PARÁ 2015

biodiesel ao óleo diesel oriundo do petróleo, abriu novas perspectivas para a cultura da palma de óleo no Pará. Tanto assim é que, entre 2005/2013, a produção de dendê teve um incremento de 39%, figurando o Pará como o grande produtor nacional, gerando 83% da produção brasileira. São vários os fatores que favorecem esse quadro, destacando-se o fato de o Pará possuir cerca de 10,5% de seu território, ou seja, cerca de 13,1 milhões de hectares, propícios para o cultivo de dendê, de acordo com o Zoneamento Agroecológico e de Risco Climático realizado pela EMBRAPA / Centro Nacional de Pesquisas e Solos, que estão situados em área já alterada, dispensando, por conseguinte, o desmatamento de novas áreas. Além disso, a infraestrutura disponível e em fase de implantação; a larga experiência dos produtores com a cultura da palma, acumulada em mais quatro décadas; conjugada à capacidade total de aproveitamento de todos os seus produtos e subprodutos e às perspectivas favoráveis de mercado tornam essa cultura uma importante alternativa de investimento. A produção de palma de dendê no Pará conta com condições edafoclimáticas, legislação que incentiva e o apoio de entidades públicas e privadas com apoio técnico e financeiro. Nesse sentido, destaca-se o município de Tailândia como o maior produtor no estado (38,93%), seguido pelo Acará (16,82%) e Moju (13,57%), que, juntos, perfizeram 62,39% do total da produção dessa lavoura no Pará.

Gráfico 6 - Participação dos municípios com as Maiores Produções de Dendê do Pará, 2013

Fonte: IBGE/SIDRA/PPM, 2015. - Elaboração: FAPESPA/SEDAP, 2015

A produção paraense de dendê é efetuada com a integração de contingente significativo de pequenos agricultores familiares, que passaram a se inserir em uma cultura de mercado e, dessa forma, puderam elevar o seu nível de renda. A área plantada de dendê compreende três polos de produção (Tocantins, Rio Caeté e Guamá), envolvendo 9 (nove) municípios: Moju, Tailândia, Tomé-Açu, Bonito, Acará, Igarapé-Açu, Santo Antônio do Tauá, Santa Isabel do Pará e Castanhal. A pimenta-do-reino é outra importante cultura da lavoura permanente, representando o 2º maior valor e o 4º da produção agrícola estadual, além de se destacar com a maior produção no âmbito nacional. No período 2012-2013, a área colhida teve uma variação negativa de 7,15%, repercutindo na queda da quantidade produzida em 4,28% (Tabela 7). Ainda assim, a pimenta-do-reino foi o segundo produto agrícola de maior valor exportado pelo Estado em 2013, superado apenas pela soja. O fato é que esse produto, por ser uma commodity, tem seu preço estabelecido no mercado internacional, e a expansão/retração da produção guarda relação direta com as oscilações de preços. Por outro lado, a cultura da pimenta-do-reino, no Pará, teve uma grande retração com o

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BOLETIM AGROPECUÁRIO DO ESTADO DO PARÁ 2015

aparecimento da fusariose, doença que causou a morte de pimenteiras e reduziu o ciclo produtivo da cultura de 20 anos para 6 a 8 anos. Mais recentemente, a dificuldade de obtenção de madeira certificada, exigência da legislação ambiental, para ser utilizada como tutor, tem se constituído, também, em óbice ao crescimento da cultura. A produção paraense de pimenta-do-reino em 2013 foi de 30.885 toneladas. O Gráfico 5 apresenta os dez maiores municípios produtores dessa cultura (55,47%), observando-se um plantio mais disperso no território paraense, sendo Igarapé-Açu e Tomé-Açu os que registraram as maiores produções (12,36% e 10,36%, respectivamente).

Gráfico 7 - Participação dos municípios com as Maiores Produções de Pimenta-do-reino do Pará, 2013

Fonte: IBGE/SIDRA/PPM, 2015. - Elaboração: FAPESPA/SEDAP, 2015

O coco-da-baía, no conjunto das lavouras permanentes, é a 5ª maior em valor da produção (8, 67%), registrando, em 2013, uma área cultivada de 21.092 ha, com produção de 214.859 mil frutos, números esses declinantes em relação a 2012. O Pará participa com 11% da produção nacional, posicionando-se em 3º lugar no ranking dos estados produtores. O município de Moju é o principal produtor paraense (34,91%) e, também, o 3º município maior produtor do Brasil, apresentando a particularidade de sediar a maior plantação contínua de coqueiros do País, com 19 mil hectares e 800 mil pés. Entretanto, a cultura do coco está presente em mais de 100 municípios do Pará e o Gráfico 8 traz os dez municípios maiores produtores do estado.

Gráfico 8 - Participação dos municípios com as Maiores Produções de Coco-da-Baía do Pará, 2013

Fonte: IBGE/SIDRA/PPM, 2015. - Elaboração: FAPESPA/SEDAP, 2015

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BOLETIM AGROPECUÁRIO DO ESTADO DO PARÁ 2015

A Tabela 7 contempla as principais culturas da lavoura permanente no estado do Pará, apresentando: quantidade produzida (t), área colhida (ha), valor da produção (R$) e rendimento (R$/ha).

Tabela 7 - Lavoura Permanente no estado do Pará: quantidade produ-zida, área colhida, valor da produção e rendimento médio, 2012-2013*

Fonte: IBGE/SIDRA/PAM, 2015. - Elaboração: FAPESPA/SEDAP, 2015.*Para este boletim foram consideradas as produções acima de mil toneladas.

**Não inclui coco-da-baía (mil frutos)

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Tabela 7 - Lavoura Permanente no estado do Pará: quantidade produzida, área colhida, valor da produção e rendimento médio, 2012-2013*

Lavoura Permanente Quantidade produzida Área colhida (Hectares) Valor da produção (mil reais) Rendimento médio qtd/ha

2012 2013 Var. (%) 2012 2013 Var. (%) 2012 2013 Var. (%) 2012 2013 Var. (%)

Total ** 1.974.194 2.022.696 2,46 239.077 239.088 0 1.497.527 1.580.198 5,52 8,26 8,46 2,45 Dendê (cacho de coco) (t) 1.034.361 1.040.538 0,6 58.795 54.475 -7,35 294.813 263.285 -10,69 17,59 19,10 8,57 Banana (cacho) (t) 547.098 585.943 7,1 41.384 43.510 5,14 297.469 411.926 38,48 13,22 13,47 1,87 Coco-da-baía (mil frutos) 231.400 214.859 -7,15 23.584 21.092 -10,57 97.802 106.284 8,67 9,81 10,19 3,82 Laranja (t) 197.832 197.766 -0,03 11.943 11.851 -0,77 81.191 95.607 17,76 16,56 16,69 0,74 Cacau (em amêndoa) (t) 67.299 79.727 18,47 88.267 97.176 10,09 331.857 336.848 1,5 0,76 0,82 7,61 Limão (t) 23.112 32.131 39,02 1.353 1.854 37,03 12.914 28.326 119,35 17,08 17,33 1,46 Pimenta-do-reino (t) 32.267 30.885 -4,28 15.022 13.948 -7,15 374.167 365.334 -2,36 2,15 2,21 3,09 Maracujá (t) 26.837 20.786 -22,55 2.581 1.933 -25,11 32.932 26.348 -19,99 10,40 10,75 3,42 Mamão (t) 19.692 19.266 -2,16 1.243 1.151 -7,4 20.143 18.878 -6,28 15,84 16,74 5,66 Café (em grão) Total (t) 10.011 5.930 -40,77 10.249 6.377 -37,78 33.479 19.827 -40,78 0,98 0,93 -4,8 Goiaba (t) 6.462 2.944 -54,44 365 173 -52,6 4740,56 2591 -45,34 17,70 17,02 -3,88 Borracha (látex coagulado) (t) 2.613 2.052 -21,47 2.333 1.878 -19,5 5.567 3.276 -41,15 1,12 1,09 -2,44 Castanha de caju (t) 2.890 1.668 -42,28 3.285 3.064 -6,73 2.935 1.732 -40,98 0,88 0,54 -38,12 Urucum (semente) (t) 2.254 1.536 -31,85 2.156 1.596 -25,97 4.396 4.562 3,78 1,05 0,96 -7,94 Tangerina (t) 1.466 1.524 3,96 101 102 0,99 923,49 1658 79,54 14,51 14,94 2,94

Fonte: IBGE/SIDRA/PAM, 2015. Elaboração: FAPESPA/SEDAP, 2015.

*Para este boletim foram consideradas as produções acima de mil toneladas. **Não inclui coco-da-baía (mil frutos)

Quando observado o plantio de todas as lavouras permanentes, o município paraense de maior produção agrícola em 2013 foi Tailândia, que respondeu por 20% do total produzido no estado, com destaque para o dendê como principal cultivo do município com 99% de participação na lavoura permanente municipal, produção que equivale a 40% do dendê cultivado no Pará. A Tabela 8 apresenta os dez municípios com as maiores produções no estado e a participação que cada um dispõe. Tabela 8 - Participação dos municípios no total produzido na lavoura permanente do estado do Pará, 2013

Fonte: IBGE/PAM, 2015. - Elaboração: FAPESPA/SEDAP, 2015.

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Quando observado o plantio de todas as lavouras permanentes, o município paraense de

maior produção agrícola em 2013 foi Tailândia, que respondeu por 20% do total produzido no

estado, com destaque para o dendê como principal cultivo do município com 99% de

participação na lavoura permanente municipal, produção que equivale a 40% do dendê cultivado

no Pará. A Tabela 8 apresenta os dez municípios com as maiores produções no estado e a

participação que cada um dispõe.

Tabela 8 - Participação dos municípios no total produzido na lavoura permanente do estado do Pará, 2013

Estado/Municípios Produção (t) Part. (%)

Pará 2.029.757 100

1º Tailândia 405.954 20,00

2º Acará 178.534 8,80

3º Moju 153.285 7,55

4º Capitão Poço 149.886 7,38

5º Bonito 84.235 4,15

6º Medicilândia 82.615 4,07

7º Novo Repartimento 75.696 3,75

8º Tomé-Açu 57.486 2,83

9º Igarapé-Açu 53.042 2,61

10º Altamira 50.602 2,49

Fonte: PAM/IBGE, 2015. Elaboração: FAPESPA, 2015.

A distribuição do total da produção da lavoura permanente para todos os municípios

paraenses pode ser observada no Mapa 3, evidenciando as participações dos municípios da RI

Tocantins (Tailândia, Acará e Moju), tendo o dendê e o coco como as principais culturas; RI do

Xingu (Medicilândia, Altamira e Uruará) e do Tapajós (Novo Repartimento), sendo o cacau o

maior cultivo; além do nordeste do estado (Capitão Poço, Bonito, Tomé-Açu e Igarapé-Açu),

destacando-se o plantio de laranja e pimenta-do-reino.

A distribuição do total da produção da lavoura permanente para todos os municípios paraenses pode ser observada no Mapa 3, evidenciando as participações dos municípios da RI Tocantins (Tailândia, Acará e Moju), tendo o dendê e o coco como as principais culturas; RI do Xingu (Medicilândia, Altamira e

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BOLETIM AGROPECUÁRIO DO ESTADO DO PARÁ 2015

Uruará) e do Tapajós (Novo Repartimento), sendo o cacau o maior cultivo; além do nordeste do estado (Capitão Poço, Bonito, Tomé-Açu e Igarapé-Açu), destacando-se o plantio de laranja e pimenta-do-reino.

Mapa 3 – Quantidade Produzida (t) na Lavoura Permanente no estado do Pará, 2013

Fonte: IBGE/SIDRA/PPM, 2015. Elaboração: FAPESPA/SEDAP, 2015.

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Mapa 3 – Quantidade Produzida (t) na Lavoura Permanente no estado do Pará, 2013

Fonte: IBGE/SIDRA/PAM, 2015.

Elaboração: FAPESPA/SEDAP, 2015.

2.2 LAVOURA TEMPORÁRIA

As culturas ou lavouras temporárias abrangem as áreas para o plantio de culturas de curta

duração (via de regra, menor que um ano) e que normalmente necessitam de novo plantio após

cada colheita (IBGE, 2015). Essas culturas são as mais representativas no conjunto da produção

agrícola paraense, respondendo, em 2013, por 77% da área cultivada (888.463 ha), 78% da

quantidade produzida (7.064.691 ha) e 69% do valor da produção (R$ 3,7 bilhões). Esses

resultados superaram os verificados em 2012, apresentando variação positiva de 8,50%, 5,09% e

55,32%, respectivamente. Vale ressaltar, contudo, que a evolução registrada decorreu mais da

expansão da área cultivada do que do aumento de produtividade, visto que o rendimento médio

foi negativo (-2,68%).

Nesse contexto, a mandioca sobressai não só como a cultura de maior destaque neste

grupo, compreendendo 65,4% da quantidade produzida e 59,2% do valor da produção na lavoura

2.2 LAVOURA TEMPORÁRIA

As culturas ou lavouras temporárias abrangem as áreas para o plantio de culturas de curta duração (via de regra, menor que um ano) e que normalmente necessitam de novo plantio após cada colheita (IBGE, 2015). Essas culturas são as mais representativas no conjunto da produção agrícola paraense, respondendo, em 2013, por 77% da área cultivada (888.463 ha), 78% da quantidade produzida (7.064.691 ha) e 69% do valor da produção (R$ 3,7 bilhões). Esses resultados superaram os verificados em 2012, apresentando variação positiva de 8,50%, 5,09% e 55,32%, respectivamente. Vale ressaltar, contudo, que a evolução registrada decorreu mais da expansão da área cultivada do que do aumento de produtividade, visto que o rendimento médio foi negativo (-2,68%). Nesse contexto, a mandioca sobressai não só como a cultura de maior destaque neste grupo, compreendendo 65,4% da quantidade produzida e 59,2% do valor da produção na lavoura temporária, mas também se destaca na produção agrícola estadual, credenciando o Pará como maior produtor nacional. A proeminência da cultura da mandioca está relacionada ao hábito alimentar da população, fazendo-se presente em todas as regiões do Estado, sendo explorada, em grande parte, por agricultores familiares. A quantidade produzida de mandioca no Pará, nos últimos anos, tem se mantido praticamente estável, com crescimento médio de 0,4% ao ano, entre 2009 e 2013, o que pode ser explicado por fatores como o baixo nível tecnológico do sistema de produção, a redução da mão de obra familiar

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face à opção dos jovens por atividades não agrícolas, e o deslocamento de produtores para outras culturas de maior rentabilidade. A cultura da mandioca é pulverizada em todo o território estadual. Em 2013, os quatro principais municípios produtores foram o Acará (6,58%), Santarém (6,30%), Oriximiná (5,19%) e Alenquer (4,22%); e considerando-se os dez maiores, esses corresponderam a 40,52% dos mais de quatro milhões de toneladas produzidas no Pará (Gráfico 9).

Gráfico 9 - Participação dos municípios com as Maiores Produções de Mandioca do Pará, 2013

Fonte: IBGE/SIDRA/PAM, 2015. - Elaboração: FAPESPA/SEDAP, 2015

A cana-de-açúcar figura como a 2ª maior produção entre as lavouras temporárias (935.020 t), proveniente de uma área colhida de 13.801 ha, contribuindo, entretanto, com apenas 2,7% do valor total de produção. Ressalta-se que no período 2012-2013, a área colhida manteve-se praticamente estável, com uma variação de apenas 3,26%, enquanto a quantidade produzida sofreu um incremento de 24,61%, significando uma variação positiva de 20,67% no rendimento médio. Vale frisar, que a expansão dessa cultura no estado sofre restrições, por força do Decreto Federal nº 6.961, de 17/07/2009, que proibiu o plantio da cana-de-açúcar nos biomas Amazônia e Pantanal. Desse modo, a produção dessa cultura no estado está concentrada no município de Ulianópolis (95,19%).

Gráfico 10 - Participação dos municípios com as Maiores Produções de Cana-de-açúcar do Pará, 2013

Fonte: IBGE/SIDRA/PAM, 2015. - Elaboração: FAPESPA/SEDAP, 2015

As culturas de milho (613.546 t) e soja (506.347 t) ocupam, respectivamente, o 3º e 4º lugar em termos de volume de produção das culturas temporárias, e vêm ganhando destaque no Estado, a ponto de a soja já constituir o 2º maior valor da produção agrícola paraense e o milho, o 5º. Entre

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BOLETIM AGROPECUÁRIO DO ESTADO DO PARÁ 2015

2012 e 2013, a soja expandiu a área plantada em 58,54% e a quantidade produzida em 35,61%, mostrando tendência de crescimento. O avanço da produção de grãos no Pará envolve, especialmente, áreas antropizadas de pastagens, sendo sua expansão favorecida por dois fatores principais. O primeiro diz respeito às condições edafoclimáticas e à posição geográfica do Estado, que conformam vantagens competitivas excepcionais. Com efeito, são citados como pontos fortes do Estado para a produção de grãos os seguintes: a) chuvas regulares e grande incidência de luz; b) solos de qualidade com alta fertilidade; c) condições de produzir com segurança duas safras anuais; d) existência de áreas antropizadas de pastagens, que são pouco exigentes no uso de calcário e adubo; d) a maior proximidade do mercado internacional, que confere uma valorização de 10% no preço da soja paraense em relação à de outras regiões do País, devido à redução do custo de transporte. O segundo fator refere-se a vantagens infraestruturais e a externalidades geradas pelos investimentos na logística do Estado que, quando estiver totalmente consolidada, permitirá uma significativa redução do custo de transportes e, consequentemente, o aumento da competitividade desses produtos no mercado internacional. Nesse contexto, o asfaltamento da BR-163 (Cuiabá-Santarém) e da BR-230 (Transamazônica); a viabilização da hidrovia Araguaia-Tocantins; a ampliação do Porto de Santarém; a implantação do Terminal Portuário de Outeiro (que deverá ser o maior porto graneleiro do Brasil) e de novos terminais no porto de Vila do Conde, em Barcarena, deverão inverter o curso da logística de escoamento da produção agrícola nacional, deslocando-a para a Região Norte, mais particularmente para o Estado do Pará. A área de produção de soja e milho abrange três polos: nordeste, sul/sudeste e oeste paraense. Esse cultivo ocorre duas vezes ao ano e, entre as safras dessa commodity, é feito o plantio do milho, de maneira que a produção das duas lavouras pode ser realizada alternadamente. No Pará verifica-se que a cultura do milho é mais presente nos municípios do que a da soja, pois enquanto o primeiro está presente em mais de 100 municípios, a soja consta em apenas 22. O Gráfico 11 apresenta a produção de milho no Pará, com Dom Eliseu sendo o principal produtor (10,68%), seguido de Paragominas (7,17%) e São Félix do Xingu (6,16%). A concentração da soja é maior, de modo que três municípios abrangem mais de 60% da produção estadual (Gráfico 12), sendo que Paragominas, com pouco mais de 24%, foi o que mais produziu em 2013, seguido por Santana do Araguaia (20,92%) e Ulianópolis (15,95%).

Gráfico 11 - Participação dos municípios com as Maiores Produções de Milho do Pará, 2013

Fonte: IBGE/SIDRA/PAM, 2015. - Elaboração: FAPESPA/SEDAP, 2015

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Gráfico 12 - Participação dos municípios com as Maiores Produções de Soja do Pará, 2013

Fonte: IBGE/SIDRA/PAM, 2015. - Elaboração: FAPESPA/SEDAP, 2015

O Estado do Pará é o principal produtor nacional de abacaxi, com uma produção de 320 milhões de frutos e uma área plantada de 10.777 hectares. Isso se deve, basicamente, a alguns fatores; entre os quais, destacam-se: (i) condições edafoclimáticas favoráveis ao desenvolvimento da cultura; (ii) grande disponibilidade de áreas apropriadas ao cultivo do abacaxizeiro; e (iii) produtividade média superior à nacional. Outro ponto relevante para a abacaxicultura paraense diz respeito ao período anual da safra que se concentra entre os meses de agosto a novembro e que coincide com a entressafra de outras regiões produtoras do país. A cultura é cultivada em quase todo o estado, com destaque para a mesorregião Sudeste, responsável por 85% da produção estadual. No ranking estadual, destacam-se como maiores produtores (Gráfico 13) os municípios de Floresta do Araguaia (76,45%), Conceição do Araguaia (8,42%) e Salvaterra (3,12%). Floresta do Araguaia é o maior produtor nacional e apresenta a maior indústria de suco concentrado da fruta do Brasil com capacidade de 4 mil toneladas/mês, exportando para os países da União Europeia, Estados Unidos e MERCOSUL.

Gráfico 13 - Participação dos municípios com as Maiores Produções de Abacaxi do Pará, 2013

Fonte: IBGE/SIDRA/PAM, 2015. - Elaboração: FAPESPA/SEDAP, 2015

Na distribuição da produção, Salvaterra destina cerca de 90% do seu cultivo pra o abastecimento de Belém e Região Metropolitana, enquanto que a produção dos municípios de Floresta do Araguaia e Conceição do Araguaia é quase que totalmente exportada para outras regiões do país. Não obstante esta grande produção, ainda existe necessidade de fomentar boas práticas de cultivo, visando o incremento da tecnologia, controle de pragas e doenças e racionalidade na

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BOLETIM AGROPECUÁRIO DO ESTADO DO PARÁ 2015

utilização de agrotóxicos com respeito ao meio ambiente. Neste viés, grandes avanços foram alcançados com a difusão da Produção Integrada no estado. A Produção Integrada de Abacaxi4 no estado do Pará foi iniciada no ano de 2006 com a realização de um diagnóstico sobre a cultura por especialistas da Embrapa Fruticultura e Mandioca. Neste ano e no seguinte foram realizadas capacitações em alguns municípios líderes na produção da cultura. Com base no diagnóstico, foi desenvolvido no período de 2008 a 2011 o projeto de “Transferência e Difusão da Produção Integrada de Abacaxi no Estado do Pará”, uma parceria da Secretaria de Estado de Agricultura do Pará (atual SEDAP), Superintendência Federal de Agricultura no Pará (SEPDAGPA/SFA/MAPA), Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (ADEPARÁ), Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (EMATER-PA) e prefeituras municipais. Em 2015 estará sendo celebrado um novo convênio entre a SEDAP e MAPA para a continuidade do projeto de transferência e difusão da PI de abacaxi no Pará. O arroz, em 2013, teve uma produção de 205.358 t para uma área plantada de 91.549 ha, apresentando, contudo, variação negativa em relação a 2012, da ordem de 2,83% e 6,81%, respectivamente. Do ponto de vista econômico, participa com 3,8% no valor da produção das culturas temporárias e 2,4% no que se refere ao valor da produção agrícola estadual. No Pará, predomina a produção de arroz de sequeiro, cultivado em áreas de terra firme, registrando-se, também, pequenas dimensões de plantio em várzea, efetuado por pequenos produtores ribeirinhos. Entretanto, desde 2011, foi iniciado o plantio, em larga escala, de arroz irrigado no município de Cachoeira do Arari, no Arquipélago do Marajó, compreendendo uma área de 12 mil hectares, dos quais já se encontram implantados 3,5 mil hectares, gerando duas safras anuais, cuja produção está sendo comercializada no mercado local. A produção de arroz no Pará em 2013 foi a sexta maior do país, com destaque para a produção do município de Ulianópolis (17,88%), seguido por Cachoeira do Arari (8,33%) e Paragominas (8,03%), que juntos acumulam 34,24% do cultivo estadual.

4A Produção Integrada de Frutas é um sistema que emprega tecnologias que permitem a aplicação de boas práticas agrícolas e a obten-ção de alimentos seguros, isentos de resíduos de agrotóxicos. É realizado o controle de todo o processo produtivo com o monitoramento e rastreabilidade de todas as etapas, desde a produção até o consumidor final. Essas práticas culturais, por limitarem o uso de energia e de

insumos, permitem diminuir o custo de produção.

Gráfico 14 - Participação dos municípios com as Maiores Produções de Arroz do Pará, 2013

Fonte: IBGE/SIDRA/PAM, 2015. - Elaboração: FAPESPA/SEDAP, 2015

Page 30: Boletim Agropecuário do Estado do Pará 2015

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BOLETIM AGROPECUÁRIO DO ESTADO DO PARÁ 2015

A Tabela 9 contempla as principais culturas da lavoura temporária no estado do Pará, apresentando: quantidade produzida (t), área colhida (ha), valor da produção (R$) e rendimento (R$/ha).

Tabela 9 - Lavoura temporária no estado do Pará: quantidade produzi-da, área colhida e rendimento médio, 2012-2013*

Fonte: IBGE/SIDRA/PAM, 2015. - Elaboração: FAPESPA/SEDAP, 2015.*Para este boletim foram consideradas as produções acima de mil toneladas.

BOLETIM AGROPECUÁRIO DO ESTADO DO PARÁ 2015

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Tabela 9 - Lavoura temporária no estado do Pará: quantidade produzida, área colhida e rendimento médio, 2012-2013*

Lavoura temporária

Quantidade produzida Área colhida (Hectares) Valor da produção

(Mil Reais - nominal) Rendimento médio qtd/ha

2012 2013 Var (%) 2012 2013 Var (%) 2012 2013 Var (%)

2012 2013 Var (%)

Total (em toneladas) * 6.722.287 7.040.324 4,73 807.864 869.401 7,62 2.158.064 3.457.817 60,23 8,32 8,1 -2,68

Mandioca (t) 4.617.543 4.621.692 0,09 301.364 302.300 0,31 1.187.507 2.208.029 85,94 15,32 15,29 -0,22

Cana-de-açúcar (t) 750.378 935.020 24,61 13.365 13.801 3,26 53.004 94.267 77,85 56,15 67,75 20,67

Milho (em grão) (t) 604.799 613.546 1,45 215.935 220.962 2,33 309.222 356.781 15,38 2,8 2,78 -0,86

Soja (em grão) (t) 373.398 506.347 35,61 119.686 189.746 58,54 353.454 499.807 41,41 3,12 2,67 -14,46

Abacaxi (mil frutos) 317.127 320.478 1,06 10.605 10.777 1,62 241.898 263.636 8,99 29,9 29,74 -0,56

Arroz (em casca) (t) 211.335 205.358 -2,83 98.242 91.549 -6,81 108.920 130.111 19,46 2,15 2,24 4,28

Melancia (t) 117.707 117.410 -0,25 5.177 5.223 0,89 56.134 81.232 44,71 22,74 22,48 -1,13

Feijão (em grão) (t) 35.512 30.737 -13,45 51.555 43.941 -14,77 66.845 65.493 -2,02 0,69 0,7 1,55

Tomate (t) 10.007 9.055 -9,51 412 370 -10,19 20362 20164 -0,97 24,29 24,47 0,76

Malva (fibra) (t) 1.608 1.159 -27,92 2.128 1.509 -29,09 2.616 1.933 -26,11 0,76 0,77 1,64

Fonte: IBGE/SIDRA/PAM, 2015. Elaboração: FAPESPA/SEDAP, 2015. *Para este boletim foram consideradas as produções acima de mil toneladas. Considerando-se todas as Lavouras Temporárias de todos os municípios no estado do Pará

no ano de 2013, a produção foi de 7.064.691 t. Ulianópolis obteve maior participação entre os municípios paraenses (14,81%), sendo o primeiro no cultivo de cana-de-açúcar (890.000 t), com 95% da produção estadual, destacando-se ainda na produção de soja (16%). Santarém é o segundo colocado, detendo 5,27% do total cultivado nesse segmento, sobressaindo na produção de mandioca com a segunda maior lavoura (6,29%) e na de soja com a quarta maior participação (7,53%). A Tabela 10 apresenta os dez municípios de maiores produções na lavoura temporária.

Tabela 10 - Participação dos municípios na lavoura temporária do es-tado do Pará, 2013

Fonte: IBGE/SIDRA/PAM, 2015. - Elaboração: FAPESPA/SEDAP, 2015.

BOLETIM AGROPECUÁRIO DO ESTADO DO PARÁ 2015

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Considerando-se todas as Lavouras Temporárias de todos os municípios no estado do

Pará no ano de 2013, a produção foi de 7.064.691 t. Ulianópolis obteve maior participação entre

os municípios paraenses (14,81%), sendo o primeiro no cultivo de cana-de-açúcar (890.000 t),

com 95% da produção estadual, destacando-se ainda na produção de soja (16%). Santarém é o

segundo colocado, detendo 5,27% do total cultivado nesse segmento, sobressaindo na produção

de mandioca com a segunda maior lavoura (6,29%) e na de soja com a quarta maior participação

(7,53%). A Tabela 10 apresenta os dez municípios de maiores produções na lavoura temporária.

Tabela 10 - Participação dos municípios na lavoura temporária do estado do Pará, 2013

Estado/Municípios Produção (t) Part. (%)

Pará 7.064.691 100

1º Ulianópolis 1.046.367 14,81

2º Santarém 372.094 5,27

3º Acará 304.763 4,31

4º Oriximiná 243.021 3,44

5º Paragominas 236.300 3,34

6º Alenquer 210.760 2,98

7º Belterra 202.464 2,87

8º Bragança 180.878 2,56

9º Mojuí dos Campos 169.303 2,4

10º Ipixuna do Pará 154.737 2,19

Fonte: IBGE/SIDRA/PAM, 2015.

Elaboração: FAPESPA/SEDAP, 2015.

O município de Acará se apresenta em terceiro lugar na produção em lavoura temporária

no Pará com 4,31% do total, destacando-se por ser o maior produtor de mandioca no estado com

6,57% do montante cultivado. O município de Oriximiná detém 3,44% da quantidade produzida

desse segmento, sendo o terceiro produtor de mandioca (5,19%). O município de Paragominas

sinalizou a quinta colocação acumulando 3,4% do total do estado, sendo a soja o cultivo de

maior representatividade, respondendo por 24,05% dessa lavoura no estado, sobressaindo

também na produção de milho, aparecendo em segundo lugar com 7,17% do total do estado. A

distribuição do total da produção da lavoura temporária para todos os municípios paraenses pode

ser observada no Mapa 4.

O município de Acará se apresenta em terceiro lugar na produção em lavoura temporária no Pará com 4,31% do total, destacando-se por ser o maior produtor de mandioca no estado com 6,57% do montante cultivado. O município de Oriximiná detém 3,44% da quantidade produzida desse segmento, sendo o terceiro produtor de mandioca (5,19%). O município de Paragominas sinalizou a quinta colocação

Page 31: Boletim Agropecuário do Estado do Pará 2015

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BOLETIM AGROPECUÁRIO DO ESTADO DO PARÁ 2015

acumulando 3,4% do total do estado, sendo a soja o cultivo de maior representatividade, respondendo por 24,05% dessa lavoura no estado, sobressaindo também na produção de milho, aparecendo em segundo lugar com 7,17% do total do estado. A distribuição do total da produção da lavoura temporária para todos os municípios paraenses pode ser observada no Mapa 4.

Mapa 4 – Lavoura Temporária no estado de Pará

Fonte: IBGE/SIDRA/PPM, 2015. Elaboração: FAPESPA/SEDAP, 2015.

Dado o avanço obtido na agricultura paraense nos últimos anos, destaca-se também a importância do setor como impulsionadora de emprego e renda, gerando 426.881 ocupações, respondendo por 54% da população economicamente ativa do meio rural, estimativas que se elevam para aproximadamente 912 mil de pessoas quando considerados empregos diretos e indiretos na agricultura.

Page 32: Boletim Agropecuário do Estado do Pará 2015

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BOLETIM AGROPECUÁRIO DO ESTADO DO PARÁ 2015

3 MERCADO DE TRABALHO AGROPECUÁRIO DO PARÁ

O crescimento agrícola pode se constituir em importante vetor para a redução da pobreza no Pará, já que o crescimento proveniente da agricultura é pelo menos duas vezes mais eficaz na redução da pobreza do que o crescimento do PIB gerado fora da agricultura, segundo estimativas realizadas em vários países, além de seu inquestionável papel para a segurança alimentar da população. A dinâmica produtiva do setor agropecuário promove a criação de empregos/ocupação em suas várias atividades, tanto nos segmentos ligados à agricultura quanto nos inerentes à pecuária e à pesca. Em 2013, foram registrados no Pará 796.079 trabalhadores em ocupações ligadas ao setor agropecuário, desempenhando atividades eminentemente primárias (IBGE, 2015). A Tabela 11 apresenta a quantidade de pessoas ocupadas por atividade produtiva no estado do Pará, em 2013, na qual o cultivo de mandioca destaca-se com 25,35% do total de mão de obra ocupada, seguida pela criação de bovinos (16,60%) e pesca (14,30%).

Tabela 11 - Pessoas ocupadas na agropecuária por atividade principal no Pará em 2013

Fonte: IBGE/BME, 2015. - Elaboração: FAPESPA/SEDAP, 2015.

Atividades Quantidade Part.(%)

Total ocupação na agropecuária 796.079 100

Cultivo de mandioca 201.831 25,35

Criação de bovinos 132.186 16,60

Pesca e serviços relacionados 113.817 14,30

Criação de aves 94.561 11,88

Cultivo de outros produtos de lavoura permanente 58.403 7,34

Cultivo de hortaliças, legumes e outros produtos de horticultura 39.097 4,91

Cultivo de cacau 30.245 3,80

Cultivo de arroz 21.536 2,71

Atividades de serviços relacionados à agricultura 21.301 2,68

Produção mista (lavoura e pecuária) 21.032 2,64

Cultivo de milho 17.179 2,16

Silvicultura e exploração florestal 16.497 2,07

Cultivo de outros produtos de lavoura temporária 10.995 1,38

Criação de suínos 6.182 0,78

Criação de outros animais de grande porte 5.955 0,75

Cultivo de banana 5.262 0,66

A geração de empregos formais no setor Agropecuário, tendo como base os dados de vínculos trabalhistas divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego – MTE (forma de contratação que garante direitos como a seguridade social, licença maternidade, entre outros auxílios disponíveis para essa modalidade de vínculo) está retratada na Tabela 12, que aponta a existência de 102.858 trabalhadores com vínculos formais no setor Agropecuário paraense em 2013. Entre as ocupações registradas pelo MTE, o segmento da pecuária obteve os maiores quantitativos de vínculos: 20.067 empregados, que equivale a 19,51% do total geral da Agropecuária no estado. Os trabalhadores agrícolas aparecem como o 2º maior quantitativo, compreendendo 16.689 trabalhadores com carteira assinada, 16,23% do total do setor.

Page 33: Boletim Agropecuário do Estado do Pará 2015

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BOLETIM AGROPECUÁRIO DO ESTADO DO PARÁ 2015

Tabela 12 - Empregos formais com carteira assinada na agropecuária no Pará, 2013

Fonte: MTE/RAIS, 2015. - Elaboração: FAPESPA/SEDAP, 2015. *Outros incluem, além de demais atividades, atividades não classificadas.

Atividades Quantidade Part. (%)

Total de empregos na agropecuária pela RAIS 102.858 100

Trabalhadores na pecuária 20.067 19,51

Trabalhadores agrícolas 16.689 16,23

Trabalhadores na exploração agropecuária em geral 15.948 15,50

Produtores agrícolas 5.413 5,26

Extrativistas florestais 4.904 4,77

Trabalhadores da mecanização agropecuária 4.587 4,46

Condutores de veículos e operadores de equipamentos de elevação e de

movimentação de cargas 2.846 2,77

Escriturários em geral, agentes, assistentes e auxiliares administrativos 2.682 2,61

Trabalhadores nos serviços de administração, conservação e manutenção

de edifícios 2.435 2,37

Trabalhadores da construção civil e obras públicas 2.418 2,35

Embaladores e alimentadores de produção 2.339 2,27

Trabalhadores dos serviços de hotelaria e alimentação 2.006 1,95

Trabalhadores artesanais na agroindústria, na indústria de alimentos e do

fumo 1.706 1,66

Supervisores na exploração agropecuária 1.347 1,31

Secretários de expediente e operadores de máquinas de escritórios 1.305 1,27

Trabalhadores nos serviços de proteção e segurança 1.045 1,02

Outros* 15.121 14,7

Page 34: Boletim Agropecuário do Estado do Pará 2015

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BOLETIM AGROPECUÁRIO DO ESTADO DO PARÁ 2015

4 CRÉDITO RURAL

As informações, ora apresentadas de forma analítica, referem-se à disponibilidade de recursos na carteira de crédito rural do Brasil, em nível nacional, regional, estadual e municipal, nos mais diversos tipos de programas e fundos para o ano de 2013, e foram extraídas da Matriz de Dados do Crédito Rural do Banco Central do Brasil (BACEN). A economia brasileira registrou, em 2013, uma carteira de crédito rural total de R$ 141,083 bilhões, apresentando um incremento de 16,54% quando comparado ao valor5 de 2012. Na Região Norte, verificou-se, em 2013, um montante disponível de R$ 6,001 bilhões, que corresponde a 4,25% do valor total disponível para crédito rural no País. O estado do Pará registrou R$ 1,562 bilhões de crédito rural, representando 26,02% do total da carteira de crédito rural da região Norte, e 1,11% de toda carteira de crédito rural disponível no país. Na comparação com o valor para 2012, observou-se um aumento de 29,13% no montante disponível para o estado. Os municípios paraenses que mais se destacaram na captação desses recursos (Tabela 13), em 2013, foram: Novo Repartimento (R$ 84,701 milhões), Paragominas (R$ 69,658 milhões) e Marabá (R$ 60,189 milhões), sendo que Novo Repartimento e Marabá foram fortemente impulsionados pela pecuária, enquanto que Paragominas, pela atividade agrícola, corroborando o desempenho observado destes em relação à produção agropecuária apresentada nos itens anteriores. Observa-se que dentre os dez municípios listados na Tabela 13, três situam-se na Região de Integração do Araguaia, distribuindo-se os demais nas Regiões do Lago de Tucuruí, Carajás e Rio Capim, todas destacando dois municípios, e na Região do Xingu, que é representada por

5Valor corrigido pelo IGP-DI de 2013, que foi de 5,5278%. Adotou-se o IGP-DI como indexador pelo fato de o BACEN ter se utilizado do mes-mo para descrever a evolução dos recursos de crédito rural no país em uma série histórica de 1969 a 2012.

Tabela 13 - Principais municípios paraenses beneficiados com o Cré-dito Rural, 2013

Fonte: MDR/BACEN, 2015. - Elaboração: FAPESPA/SEDAP, 2015.

Município Atividade Quant. de Contratos Valor Contratado (R$)

NOVO REPARTIMENTO

Agrícola 102 768.932,50

Pecuária 2.198 83.932.845,50

Total 2.300 84.701.778,00

PARAGOMINAS

Agrícola 229 51.189.708,48

Pecuária 317 18.469.010,21

Total 546 69.658.718,69

MARABÁ

Agrícola 249 1.407.404,92

Pecuária 2.108 58.782.222,99

Total 2.357 60.189.627,91

PACAJÁ

Agrícola 25 406.009,31

Pecuária 944 56.531.459,95

Total 969 56.937.469,26

CURIONÓPOLIS

Agrícola 20 6.621.902,80

Pecuária 93 50.307.101,98

Total 113 56.929.004,78

SANTA MARIA DAS BARREIRAS

Agrícola 78 31.399.632,73

Pecuária 432 20.524.592,29

Total 510 51.924.225,02

RONDON DO PARÁ

Agrícola 46 10.230.572,16

Pecuária 1.039 38.995.887,46

Total 1.085 49.226.459,62

RIO MARIA

Agrícola 45 287.992,55

Pecuária 408 48.023.234,18

Total 453 48.311.226,73

CUMARU DO NORTE

Agrícola 31 2.288.749,69

Pecuária 191 45.626.349,95

Total 222 47.915.099,64

ITUPIRANGA

Agrícola 262 529.063,34

Pecuária 1.920 46.472.460,76

Total 2.182 47.001.524,10

apenas um município. Os valores contratados para a pecuária, quase sempre, são bem superiores aos da atividade agrícola. Com relação ao Fundo Constitucional de Financiamento do Norte (FNO)6, foi disponibilizado, em 2013, para fins de crédito rural, um montante de R$ 1,809 bilhão, significando uma variação de 7,19% em relação ao valor corrigido de 2012. O estado do Pará foi o principal beneficiário deste Fundo, em 2013, contratando 32,62% do montante disponível. No âmbito municipal paraense, Curionópolis se destacou como primeiro no ranking de

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BOLETIM AGROPECUÁRIO DO ESTADO DO PARÁ 2015

beneficiários do FNO no estado, financiando R$ 44,031 milhões, sendo que 94,95% desse valor foi investido na atividade pecuária. O município de Santa Maria das Barreiras vem em segundo lugar, contabilizando R$ 38,244 milhões, sendo que 68,23% desse montante foram direcionados à atividade agrícola (BCB, 2015). No tocante à agricultura familiar, o Programa Nacional de Incentivo à Agricultura Familiar (PRONAF) 7 disponibilizou, nacionalmente, a título de crédito rural, através da composição de diversos fundos e linhas de financiamento, um montante de R$ 20,075 bilhões8, que correspondeu a 14,22% da carteira de crédito rural nacional. Na comparação com o valor corrigido de 2012, apresentou um aumento de 113,33% em 2013. No âmbito do estado do Pará, o PRONAF disponibilizou R$ 394,028 milhões a título de crédito rural, o que representa 27,09% do montante de crédito disponibilizado para região Norte e 1,96% do montante de crédito disponibilizado nacionalmente pelo programa. A pecuária foi a principal atividade contemplada no montante de crédito do PRONAF destinado ao Pará, absorvendo 66,33% do montante disponível (Gráfico 15).

6O Fundo Constitucional do Norte foi criado pela Constituição Federal de 1988, que o estabeleceu em seu artigo 159, inciso I, alínea “c”, e foi regulamentado pela lei federal 7.827/89, que instituiu a obrigação da União em destinar 0,6% da arrecadação do IR (Imposto sobre a Renda)

e IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) a serem aplicados em programas de financiamento aos setores produtivos da Região Norte através do Banco da Amazônia.

7Criado em 1996, através do decreto 1.946/1996, com o objetivo de promover o desenvolvimento sustentável da agricultura familiar através de financiamentos de projetos individuais ou coletivos que gerem renda aos agricultores familiares e assentados da reforma agrária.

83,31% desse montante, disponível em 2013, corresponde ao FNO.

Gráfico 15 - Distribuição dos Recursos do PRONAF por Atividade no Pará, 2004-2013

Fonte: MDRC/BACEN, 2015. - Elaboração: FAPESPA/SEDAP, 2015.

BOLETIM AGROPECUÁRIO DO ESTADO DO PARÁ 2015

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Gráfico 15 - Distribuição dos Recursos do PRONAF por Atividade no Pará, 2004-2013

Fonte: MDRC/BACEN, 2015.

Elaboração: FAPESPA/SEDAP, 2015.

No que tange aos municípios paraenses, em se tratando de Crédito Rural, os maiores

beneficiários do PRONAF foram Novo Repartimento (R$ 18,496 milhões), São Geraldo do

Araguaia (R$ 15,712 milhões) e Moju (R$ 14,411 milhões); sendo que, em relação a Novo

Repartimento e São Geraldo do Araguaia, a atividade pecuária se destacou no uso desses

investimentos (98,83% e 99,72%, sequencialmente). No caso de Moju, a atividade agrícola foi a

principal beneficiada, registrando 95,54% do montante disponível para esse município.

Com relação aos dados do PONAF, apresentados na Tabela 14, destaca-se a Região de

Integração do Lago de Tucuruí com maior número de municípios beneficiários (quatro), seguida

pelas Regiões de Integração do Carajás e Xingu (ambas com dois municípios) e as regiões do

Rio Capim e Tocantins (um município cada). Com exceção de Moju e Santarém, os demais

municípios contrataram um montante maior na pecuária.

-

50,00

100,00

150,00

200,00

250,00

300,00

Agrícola

Pecuária

No que tange aos municípios paraenses, em se tratando de Crédito Rural, os maiores beneficiá-rios do PRONAF foram Novo Repartimento (R$ 18,496 milhões), São Geraldo do Araguaia (R$ 15,712 milhões) e Moju (R$ 14,411 milhões); sendo que, em relação a Novo Repartimento e São Geraldo do Araguaia, a atividade pecuária se destacou no uso desses investimentos (98,83% e 99,72%, sequencial-mente). No caso de Moju, a atividade agrícola foi a principal beneficiada, registrando 95,54% do montante disponível para esse município. Com relação aos dados do PRONAF, apresentados na Tabela 14, destaca-se a Região de Integra-ção do Lago de Tucuruí com maior número de municípios beneficiários (quatro), seguida pelas Regiões

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BOLETIM AGROPECUÁRIO DO ESTADO DO PARÁ 2015

Tabela14 - Principais municípios paraenses beneficiados com o Crédi-to Rural via PRONAF, 2013

Fonte: MDRC/BACEN, 2015. - Elaboração: FAPESPA/SEDAP, 2015.

de Integração do Carajás e Xingu (ambas com dois municípios) e as regiões do Rio Capim e Tocantins (um município cada). Com exceção de Moju e Santarém, os demais municípios contrataram um montante maior na pecuária.

Municípios Atividades Quant. de Contratos

Valor Contratado(R$)

NOVO REPARTIMENTO

Agrícola 96 215.424,50

Pecuária 1.510 18.281.083,57

Total 1.606 18.496.508,07

SÃO GERALDO DO ARAGUAIA

Agrícola 3 42.873,83

Pecuária 693 15.669.464,43

Total 696 15.712.338,26

MOJU

Agrícola 771 13.770.267,01

Pecuária 86 641.550,47

Total 857 14.411.817,48

MARABÁ

Agrícola 226 588.335,25

Pecuária 1.712 12.949.171,48

Total 1.938 13.537.506,73

ITUPIRANGA

Agrícola 261 511.243,31

Pecuária 1.637 12.477.397,20

Total 1.898 12.988.640,51

URUARÁ

Agrícola 117 2.277.251,33

Pecuária 481 10.059.329,68

Total 598 12.336.581,01

PACAJÁ

Agrícola 22 82.259,31

Pecuária 563 12.131.638,19

Total 585 12.213.897,50

BREU BRANCO

Agrícola 12 84.557,09

Pecuária 551 11.696.319,79

Total 563 11.780.876,88

SANTARÉM

Agrícola 963 7.161.037,12

Pecuária 489 3.949.652,81

Total 1.452 11.110.689,93

RONDON DO PARÁ

Agrícola 1 79.615,08

Pecuária 834 10.945.060,09

Total 835 11.024.675,17

Page 37: Boletim Agropecuário do Estado do Pará 2015

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BOLETIM AGROPECUÁRIO DO ESTADO DO PARÁ 2015

REFERÊNCIAS

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