4
Ano III - Nº 37 - Abril de 2015 1 da ANA da ANA Não basta participar, queremos mudar o sistema político. Por Carmen Silva. Educadora, militante feminista da Articulação de Mulheres Brasileiras e integra a equipe do SOS Corpo Instituto Feminista para a Democracia A reforma política está em debate no Congresso Nacional. Para os movimentos sociais a proposta deve ampliar a democracia garantindo a participação direta nas decisões sobre grandes temas nacionais. Para alguns parlamentares (da direita), deve se tornar constitucional o financiamento privado das campanhas eleitorais e o voto distrital (o velho 'voto de cabresto'), onde o eleitor só pode votar nos candidatos que representem seu território, reduzindo as chances de propostas políticas para amplos segmentos sociais e de lutas sociais independentes da política local. Os movimentos sociais são contra o voto distrital e querem obrigatoriedade na realização de eleições com partidos políticos apresentando um programa de governo e lista fechada de candidatos, organizada democraticamente em encontros internos, garantindo alternância de sexo. Este caminho busca extinguir a sub-representação das mulheres que hoje são menos de 10% do Congresso Nacional, além de qualificar o debate nas eleições e nos partidos. Querem também que o financiamento das campanhas eleitorais seja público e não privado, ajudando a reduzir os gastos com campanhas eleitorais e inibindo a corrupção, uma vez que as empresas querem lucros, e, se elas financiam uma campanha eleitoral é para ter retorno financeiro depois da eleição. Por quê as mulheres têm menor presença política que os homens? Tês fatores, articulam elementos econômicos, políticos e culturais, e associados, interditam a participação política das mulheres: a legislação que rege o sistema político, a cultura política brasileira e as condições de vida da maioria das mulheres. Esses fatores, ao interditar a participação das mulheres e das pessoas negras, favorecem a participação dos homens brancos e proprietários, supostamente heterossexuais, grupo social privilegiado politicamente com essa situação. Nós, mulheres, sempre estivemos presentes na vida pública, mas isso nunca ganhou força suficiente enquanto representação política em igualdade com os homens. A presença das mulheres nos movimentos sociais não significou, entretanto, que tenhamos conquistado espaços centrais de poder. Já é hora de mudar esta situação. Imagem retirada do Blog Cunhã Coletivo Feminista - João Pessoa /PB

Boletim ana edição nº 37 reforma política

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Não Basta participar queremos Mudar o Sistema

Citation preview

Page 1: Boletim ana edição nº 37 reforma política

An

o I

II -

37 -

Ab

ril

de

2015

1

daANA

daANA

Não basta participar,queremos mudaro sistema político.Por Carmen Silva. Educadora, militante feminista da Articulação de Mulheres Brasileiras e integra a equipe do SOS Corpo Instituto Feminista para a Democracia

A reforma política está em debate no Congresso Nacional. Para os movimentos sociais a proposta deve ampliar a democracia garantindo a participação direta nas decisões sobre grandes temas nacionais. Para alguns parlamentares (da direita), deve se tornar constitucional o f i n a n c i a m e n t o p r i va d o d a s campanhas eleitorais e o voto distrital (o velho 'voto de cabresto'), onde o eleitor só pode votar nos candidatos que representem seu território, reduzindo as chances depropostas políticas para amplos segmentos sociais e de lutas sociais independentes da política local.Os movimentos sociais são contra o v o t o d i s t r i t a l e q u e r e m

obrigatoriedade na realização de eleições com partidos políticos apresentando um programa de gover no e l i s ta f echada de c a n d i d a t o s , o r g a n i z a d a democraticamente em encontros internos, garantindo alternância de sexo. Este caminho busca extinguir a sub-representação das mulheres que hoje são menos de 10% do Congresso Nacional, além de qualificar o debate nas eleições e nos partidos. Querem também que o financiamento das campanhas eleitorais seja público e não privado, ajudando a reduzir os gastos com campanhas eleitorais e inibindo a corrupção, uma vez que as empresas querem lucros, e, se elas financiam uma campanha eleitoral é para ter retorno financeiro depois da eleição.Por quê as mulheres têm menor presença política que os homens? Tês fatores, articulam elementos

econômicos, políticos e culturais, e

associados, interditam a participação política das mulheres: a legislação que rege o sistema político, a cultura política brasileira e as condições de vida da maioria das mulheres. Esses fatores, ao interditar a participação das mulheres e das pessoas negras, favorecem a participação dos homens brancos e proprietários, supostamente heterossexuais, grupo social privilegiado politicamente com essa situação.Nós, mulheres, sempre estivemos presentes na vida pública, mas isso nunca ganhou força suficiente enquanto representação política em igualdade com os homens. A p r esença das mulhe r es nos movimentos sociais não significou, e n t r e t a n t o , q u e t e n h a m o s conquistado espaços centrais de poder. Já é hora de mudar esta situação.

Imagem

retir

ada d

o B

log C

unhã C

ole

tivo F

em

inis

ta -

João P

ess

oa /P

B

Page 2: Boletim ana edição nº 37 reforma política

Conhecendo a Rede

A Constituição de 1988 prezando pelo princípio da participação social como afir mação democrát ica , ampl ia a possibilidade para a realização das Conferências. As Conferências são processos ampliados de debate onde governo e sociedade discutem e deliberam acerca das políticas públicas nos âmbitos do município, estado e país, acontecendo nesses três níveis. As conferências são temáticas e setoriais, algumas tem o poder de deliberar e outras são consultivas. De 1941 a 2013 foram realizadas 138 conferências nacionais, das quais 97 aconteceram entre 2003 e 2013 abrangendo mais de 43 áreas setoriais. Esse ano acontecem as conferencias dos direitos da criança e do adolescente. Fique ligado e participe!

GiroDE NOTÍCIAS

Estão abertas as inscrições para a 5ª edição do Prêmio Neide Castanha de Direitos Humanos de Crianças e Adolescentes. O prêmio tem por objetivo homenagear personalidades e instituições que, assim como Neide Castanha, se destacaram na defesa intransigente dos Direitos Humanos de Crianças e Adolescentes, em especial dos Direitos Sexuais.

As Inscrições vão até dia 30 de Abril, saiba como participar acessando o regulamento no Blog:

http://premioneidecastanha.blogspot.com.br/ 2 0 1 5 / 0 4 / p r e m i o - n e i d e - c a s t a n h a - 5 -edicao.html#more

Fique por

2daANA

DENTRO

Inscrições abertas para a 2ª etapa do Fórum sobre Justiça Juvenil

A relação entre o SINASE - Sistema Nacional de Atendimento Sócio Educativo e a consolidação dos direitos da criança e do adolescente são o tema do 2º encontro do I Fórum Virtual de Justiça Juvenil. Realizado por meio do projeto Incidência Política em Rede, da RENADE - Rede Nacional de Defesa do Adolescente em Conflito com apoio da SDH – Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, o Fórum tem a participação gratuita. Os encontros acontecem on-line, e o tema permanece aberto durante um mês. Os debates serão embasados em materiais disponibilizados pela RENADE.

O Fórum é direcionado aos membros da Rede, como Defensoria Pública, Movimento de Famílias, Adolescentes, Centros de Defesa, porém, interessados na temática também podem participar das atividades. Para participar é necessário fazer inscrição no link http://www.renade.org/pagina-inscricao-para-forum-juvenil.html

Page 3: Boletim ana edição nº 37 reforma política

Envie suas fotos para o Boletim da Campanha ANA

Para enviar as fotos é simples. Basta marcar a Campanha ANA nas suas fotos com a frase #ANA_INSTAGRAM com uma pequena legenda que iremos publicar em nossas redes e no Boletim mensal da campanha.

Para seguir o perfil da ANA Acesse: http://instagram.com/anamovimento

3daANA

InstagramdaANA

Gente, esse ano a lei LEI Nº9.970 que

decreta o Dia 18 de maio como Dia nacional

de mobilização ao enfrentamento a violência

sexual contra crianças e adolescentes

completa 15 anos. Mais um grande motivo

para #fazermosbonito nessa

mobilização.

Meu corpo meus direitos

Não a Redução

Page 4: Boletim ana edição nº 37 reforma política

Fica aFilmes

4

Acompanhe e compartilhe a Campanha ANA em nossas redes sociais

[email protected]

daANA

dica

Diário de motocicleta é um filme de drama biográfico de 2004 com direção de Walter Salles. A produção é sobre a viagem e livro de memórias escrito por Ernesto Guevara de 23 anos de idade, que mais tarde se tornaria conhecido internacionalmente como o i c ô n i c o c o m a n d a n t e guer r i lheiro marxista e revolucionário Che Guevara. O filme narra a expedição de 1952, inicialmente por moto, em toda a América do Sul por Guevara e seu amigo Alberto Granado. Você pode assistir através desse do link https://www.youtube.com/watch?v=WhGR-CEfcCA

Livros

A Via Crucis do Corpo' de Clarisse Lispector

O Livro é composto por 13 contos sendo o assunto, segundo a própria autor, uma fresta no cárcere social que mantém a mulher supostamente distante de seus desejos, fardos e fantasias. Entre os temas que aborda, estão os delírios da alma marcada pelas experiências da velhice, da morte, do desejo carnal e dos momentos de fracasso. Você pode ler on-line nesse link http://www.youblisher.com/p/922653-A-VIA-CRUCIS-DO-CORPO-CLARICE-LISPECTOR/

Realização Apoio

Brasil

Em Viva a Liberdade (Viva la liberta), do diretor e roteirista Roberto Andò, o ator vive os irmãos gêmeos Enrico Oliveri e Giovani Ernani, que têm temperamentos opostos e não se veem há anos. Enr i co é s enador e secretário de um partido de opos i ção e e s t á em campanha para se reeleger. Já seu irmão acaba de d e i x a r u m a c l í n i c a psiquiátrica, mas está recomeçando sua vida. O destino faz com que suas trajetórias voltem a se cruzar, o que acarretará mudanças na vida de ambos.