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1 Região do Grande ABC / SP BOLETIM Ano I - Agosto/2016 IndústriABC Segundo estimativa do próprio governo, a economia brasileira em 2016 deverá apresentar outra retração, em torno de 3,1%. No primeiro trimestre deste ano, comparado a igual período do ano anterior, a retração foi de 5,4%. O setor que tem apresentado o pior desempenho é a indústria, afetando negativamente o desempenho da economia. Tendo em vista sua grande capacidade de gerar valor adicionado e de movimentar ampla cadeia produtiva, com efeitos de trasbordamento aos demais setores, a retomada da atividade econômica e de um novo modelo de crescimento deve passar pela recuperação da produção industrial. Esse fato se torna mais evidente em uma região como o Grande ABC, que se formou envolta à expansão da indústria no Brasil. Mesmo após o processo de reestruturação produtiva ocorrida entre as décadas de 1990 e 2000, a indústria ainda permanece como a principal geradora de massa de salários na região e impulsionadora de significativa cadeia produtiva local. Entre outros fatores, a crise fiscal por qual passam os municípios da região, dentro do atual sistema tributário e de repartição da arrecadação, tem sido provocada pela a perda de participação na distribuição do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços). Fato este que está diretamente atrelado à produção da indústria local, frente ao desempenho apresentado pelo setor em outros municípios do Estado. Nesse sentido, além de uma política industrial estruturada e de longo prazo por parte do governo federal, é fundamental para a região do Grande ABC a adoção de políticas locais, amarradas às ações das esferas estadual e federal. Essas ações mostram-se essenciais para que o setor industrial desenvolva todo seu potencial. Nos últimos meses, diante das mudanças ocorridas no cenário político e seus efeitos sobre as expectativas em torno da politica econômica, os dados captados pela Sondagem Industrial apontaram melhora no Índice de Confiança do Setor Industrial (ICEI), tanto em nível nacional como regional. A Sondagem Industrial (SI) e o Índice de Confiança (ICEI) são elaborados e divulgados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) no estado paulista. A Universidade Metodista, por meio do Observatório Econômico, desde o segundo semestre de 2015, vem realizando a análise conjuntural da indústria do Grande ABC, em parceria com a CNI e FIESP. O indicador para cada item questionado é formado a partir da ponderação pelas respectivas frequências relativas das respostas, que apresentam escores iguais a 0, 25, 50, 75 e 100. Ao realizarmos a análise dos resultados da pesquisa, temos que considerar a seguinte regra, considerando o escore X: X = 50 50 ≤ X < 100 0 ≤ X < 50 - avaliação otimista - estoque acima do planejado - UCI acima do usual - avaliação pessimista - estoque abaixo do planejado - UCI abaixo do usual - indiferente - estoque dentro do planejado - UCI dentro do usual

BOLETIM Ano I - Agosto/2016 IndústriABC · 2016-08-31 · BOLETIM Ano I - Agosto/2016 IndústriABC Segundo estimativa ... 2015, observa-se uma ampliação da redução da ... dez-14

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Região do Grande ABC / SP

BOLETIM Ano I - Agosto/2016

IndústriABC Segundo estimativa do próprio governo, a

economia brasileira em 2016 deverá apresentar

outra retração, em torno de 3,1%. No primeiro

trimestre deste ano, comparado a igual período do

ano anterior, a retração foi de 5,4%. O setor que tem

apresentado o pior desempenho é a indústria,

afetando negativamente o desempenho da

economia.

Tendo em vista sua grande capacidade de

gerar valor adicionado e de movimentar ampla

cadeia produtiva, com efeitos de trasbordamento aos

demais setores, a retomada da atividade econômica

e de um novo modelo de crescimento deve passar

pela recuperação da produção industrial.

Esse fato se torna mais evidente em uma

região como o Grande ABC, que se formou envolta à

expansão da indústria no Brasil. Mesmo após o

processo de reestruturação produtiva ocorrida entre

as décadas de 1990 e 2000, a indústria ainda

permanece como a principal geradora de massa de

salários na região e impulsionadora de significativa

cadeia produtiva local.

Entre outros fatores, a crise fiscal por qual

passam os municípios da região, dentro do atual

sistema tributário e de repartição da arrecadação,

tem sido provocada pela a perda de participação na

distribuição do ICMS (Imposto sobre Circulação de

Mercadorias e Serviços). Fato este que está

diretamente atrelado à produção da indústria local,

frente ao desempenho apresentado pelo setor em

outros municípios do Estado.

Nesse sentido, além de uma política

industrial estruturada e de longo prazo por parte do

governo federal, é fundamental para a região do

Grande ABC a adoção de políticas locais, amarradas

às ações das esferas estadual e federal.

Essas ações mostram-se essenciais para

que o setor industrial desenvolva todo seu potencial.

Nos últimos meses, diante das mudanças

ocorridas no cenário político e seus efeitos sobre as

expectativas em torno da politica econômica, os

dados captados pela Sondagem Industrial apontaram

melhora no Índice de Confiança do Setor Industrial

(ICEI), tanto em nível nacional como regional.

A Sondagem Industrial (SI) e o Índice de

Confiança (ICEI) são elaborados e divulgados pela

Confederação Nacional da Indústria (CNI) e pela

Federação das Indústrias do Estado de São Paulo

(FIESP) no estado paulista. A Universidade

Metodista, por meio do Observatório Econômico,

desde o segundo semestre de 2015, vem realizando

a análise conjuntural da indústria do Grande ABC,

em parceria com a CNI e FIESP.

O indicador para cada item questionado é

formado a partir da ponderação pelas respectivas

frequências relativas das respostas, que apresentam

escores iguais a 0, 25, 50, 75 e 100.

Ao realizarmos a análise dos resultados da

pesquisa, temos que considerar a seguinte regra,

considerando o escore X:

X = 50

50 ≤ X < 100

0 ≤ X < 50

- avaliação otimista - estoque acima do planejado - UCI acima do usual

- avaliação pessimista - estoque abaixo do planejado - UCI abaixo do usual

- indiferente - estoque dentro do planejado - UCI dentro do usual

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Região do Grande ABC / SP

BOLETIM Ano I - Agosto/2016

IndústriABC Produção Industrial em queda no primeiro semestre

O primeiro semestre de 2016 apresentou a

maior retração no volume de produção desde o ano

de 2009. Comparado a igual período do ano

passado, a produção física industrial brasileira e

paulista experimentaram retração de

aproximadamente 10% ao longo do primeiro

semestre deste ano.

Comparando com as retrações

apresentadas nos primeiros semestres de 2014 e

2015, observa-se uma ampliação da redução da

produção no ano 2016.

Esse comportamento da produção industrial,

tanto em nível nacional como estadual, reflete para

além das questões conjunturais, a falta de uma

política eficaz voltada à ampliação da

competitividade e ao adensamento produtivo.

Nesse sentido, além das questões

relacionadas ao financiamento, carga tributária, taxa

de câmbio, parece essencial a reflexão e ações

voltadas à formação de regiões e setores produtivos

de excelência, com metas de longo prazo.

Fonte: Pesquisa Industrial Mensal /IBGE

Sondagem Industrial – Região do Grande ABC

No Grande ABC, as empresas que

participaram da pesquisa estão concentradas nos

segmentos veículos automotores, metalurgia,

produtos de metal e borracha. A maioria dessas

empresas são de grande e médio porte.

No segundo trimestre do ano o volume de

produção apresentou retração nos meses de abril e

maio, com recuperação em junho. Essa trajetória

contraria a expectativa de retomada da atividade

produtiva, tendo em vista a questão da

sazonalidade, na qual o segundo e o terceiro

0

20

40

60

80

100

120

1 sem2008

2 sem2008

1 sem2009

2 sem2009

1 sem2010

2 sem2010

1 sem2011

2 sem2011

1 sem2012

2 sem2012

1 sem2013

2 sem2013

1 sem2-14

2 sem2014

1 sem2015

2 sem2015

1 sem2016

Produção física industrial 2011 = 100

Brasil São Paulo

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Região do Grande ABC / SP

BOLETIM Ano I - Agosto/2016

IndústriABC trimestres do ano são períodos de aquecimento da

atividade econômica.

Comportamento semelhante também foi

observado no índice de evolução da produção junto

às indústrias pesquisadas no Brasil, assim como no

estado de São Paulo. Comparativamente ao ano

anterior, o desempenho da produção revela-se

relativamente estável em nível nacional.

De forma geral, como pode ser visualizado

nos gráficos a seguir, os empresários do setor

industrial têm se mostrado pessimistas com relação

à evolução da produção.

50,8

45,4

38,3

42,7

40,1

48,2

42,7 42,7 40,3

48,2

42,7 42,0

44,6

40,9

35,5

39,7

42,2

47,2

42,4

45,5 46,6

30

50

70

out-14 dez-14 fev-15 abr-15 jun-15 ago-15 out-15 dez-15 fev-16 abr-16 jun-16

Evolução da produção - Brasil Índice de difusão (0 a 100)

Re

cup

era

ção

R

etr

ação

40,7 44,8

40,2

30,2

39,8 42,2 45,9 43,0 45,1 46,9

20

50

80

set-15

out-15

nov-15

dez-15

jan-16

fev-16

mar-16

abr-16

mai-16

jun-16

SÃO PAULO Índice de difusão (0 a 100)

45,2 41,4

34,3

22,7 34,2

53,4

45,1 39,3

35,5

46,4

20

50

80

set-15

out-15

nov-15

dez-15

jan-16

fev-16

mar-16

abr-16

mai-16

jun-16

GABC Índice de difusão (0 a 100)

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Região do Grande ABC / SP

BOLETIM Ano I - Agosto/2016

IndústriABC Este é o sexto ano seguido em que o grau

de utilização da capacidade instalada na indústria

diminui no primeiro semestre. Tendo em vista o

desempenho negativo da produção, a utilização da

capacidade instalada mostrou-se estável no último

trimestre, em torno de 64%.

Ao compararmos com o primeiro semestre

de 2014, a utilização da capacidade instalada

diminuiu mais de 7 pontos percentuais.

Tendo em vista o baixo grau de utilização

da capacidade instalada, essa se refletirá

negativamente no fluxo de investimentos do setor.

Nas regiões Sudestes e no estado de São

Paulo, o grau de utilização da capacidade instalada

se mostra próximo àquele apresentado no plano

nacional.

Na região do GABC, o uso da capacidade

instalada apresentou leve queda no mês de junho,

situando-se em 55%, dois pontos percentuais

abaixo dos meses anteriores.

Diante do ambiente de baixa na produção

no setor, a manutenção de uma elevada capacidade

ociosa impõe desafios para a gestão de custos,

tendo em vista que parte do capital investido pela

empresa está operando abaixo do seu potencial, ao

mesmo tempo em que gera custos para sua

manutenção.

Nesse cenário, o índice referente à

evolução do número de empregados na indústria

levantado pela Sondagem Industrial mostra-se mais

pessimista na região do GABC, comparativamente

ao estado de São Paulo e ao Brasil.

75 74 75

73

67

62

64

50

55

60

65

70

75

80

jan-11 jul-11 jan-12 jul-12 jan-13 jul-13 jan-14 jul-14 jan-15 jul-15 jan-16

Utilização de capacidade instalada Brasil (em %)

63

65

55

Sudeste

São Paulo

ABC

Utilização da Capacidade Instalada - junho/2016 (em %)

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Região do Grande ABC / SP

BOLETIM Ano I - Agosto/2016

IndústriABC Comparativamente ao 1º semestre do ano

passado, neste ano o ajuste realizado pelo setor

industrial tem levado à redução dos estoques, tanto

efetivos como em relação ao estoque planejado.

Se de um lado a redução dos estoques

possibilita a geração de caixa para empresa, do

outro reflete baixa expectativa com relação à

melhoria das vendas em curto prazo.

No Grande ABC esse movimento se

mostrou bastante intenso entre abril e junho.

A redução dos estoques não demostra

neste momento um sinal de aquecimento nas

vendas, mas sim um redimensionamento da

atividade produtiva, tendo em vista a retração

econômica, as expectativas e as incertezas em

relação à trajetória da economia e da atividade

produtiva.

48,2 48,4

49,8

50,1

51,4 51,5

51,7

50,6 50,2

50,0

47,5

50,0

51,4

50,0 50,0 52,1

50,7 51,0

49,7

50,8

48,7

46,6

48,4 48,2

48,9 48,9

47,8

53,0

52,0 51,4

49,8 50,3 49,8

49,3

45

46

47

48

49

50

51

52

53

54

55

dez-13 mar-14 jun-14 set-14 dez-14 mar-15 jun-15 set-15 dez-15 mar-16 jun-16

Evolução dos estoques efetivos e sua comparação com o planejado - Brasil

Evolução Estoque Efetivo - Planejado

53,1 52,2

50,6

47,9

50,2

48,1 49,4 48,9

48,1 48,3

54,1

51,1 49,8 49,9 50,3

45

50

55

set-15 nov-15 jan-16 mar-16 mai-16

SÃO PAULO

53,5

53,1 50,7 48,7

45,7

55,6

36,9

43,1

32,8

67,2

54,6 54,6 53,0

42,0

30

40

50

60

70

set-15 nov-15 jan-16 mar-16 mai-16

GABC

Re

du

ção

Ele

vaçã

o

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Região do Grande ABC / SP

BOLETIM Ano I - Agosto/2016

IndústriABC Pelo décimo sétimo mês consecutivo a

sondagem industrial registra queda na intenção de

investimentos para os próximos seis meses no

Brasil. Comportamento provocado pela queda da

atividade produtiva, aumento da capacidade ociosa

e incerteza com relação a trajetória da economia a

médio e longo prazo.

Ao longo deste período os industriais da

região Sudeste e do estado de São Paulo tem

apresentado desempenho semelhante ao

observado no plano nacional.

Junto a queda dos investimentos públicos,

tendo em vista os problemas orçamentários

enfrentados em todas as esferas de governo, esse

comportamento da indústria tem contribuído para a

redução do nível de investimento na economia

brasileira nos últimos anos. No quarto trimestre de

2015 o nível de investimento ficou em cerca de 17%

do PIB, bastante inferior a meta de 25% do PIB

anunciada quando do lançamento do PAC.

Na região do Grande ABC, apesar da

melhoria do indicador referente ao mês de julho, o

empresário industrial tem apresentado tendência à

redução na intenção de investimentos, em alguns

momentos de forma mais intensa que no âmbito

estadual e nacional.

A retomada do fluxo de investimento no

setor está intimamente ligada à retomada da

atividade produtiva e à melhoria do horizonte de

médio prazo. Neste sentido, parece que a definição

do quadro político, bem como da trajetória da

política econômica, tem um papel chave. De forma

mais específica, mas não desassociada, a adoção

de políticas industriais que deem suporte ao

desenvolvimento do setor é essencial.

52,4 52,0

49,3 46,5 41,3 39,2 42,4 39,8 39,0 41,2 41,4

55

44,9

34,4 35,3

39,5 40,7

32,5

48,6

30

35

40

45

50

55

60

65

70

dez-14 fev-15 abr-15 jun-15 ago-15 out-15 dez-15 fev-16 abr-16 jun-16

Intenção de Investimento pela Indústria

Brasil Sudeste São Paulo ABC

Elev

ação

R

ed

uçã

o

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Região do Grande ABC / SP

BOLETIM Ano I - Agosto/2016

IndústriABC Um dado positivo apurado nos últimos

meses pela sondagem industrial, em especial no

segundo trimestre do ano, tem sido a melhoria das

expetativas dos empresários do setor para os

próximos seis meses. Tanto a nível nacional como

regional, os empresários tem se mostrado mais

otimistas com relação à evolução da demanda, e

consequentemente com a necessidade de compra

de matérias-primas.

Com relação à contratação de funcionários,

as expectativas têm se mostrado menos otimistas,

embora também tenham melhorado nos últimos

meses. Isso porque, a ampliação do volume de

contratações só ocorre após a retomada da

atividade produtiva e a demonstração de maior

confiança por parte dos empresários.

Ainda que avaliadas de forma mais otimista

pelos empresários, as expectativas com relação à

evolução das exportações se mostraram estáveis.

Ao avaliar o comportamento dos

empresários do GABC, os resultados mostraram-se

semelhantes aos observados nos cenários estadual

ou nacional.

As perspectivas para a evolução da

demanda, do número de empregos e o volume de

compras de matéria-prima na indústria do GABC,

apontaram menor pessimismo dos empresários no

segundo trimestre do ano.

Região do GABC Perspectivas do Setor Industrial

25,8

37,2

38,135,7

38,6

44,9

41,144

46,5 47,5

25

50

set/15 nov/15 jan/16 mar/16 mai/16

Evolução de Demanda

39

37

37,1

37,8

39,8

40,6

41,8

42,9

44,5

43,8

25

50

set/15 nov/15 jan/16 mar/16 mai/16

Evolução do número de empregados

39,7

37,4

35,9

40

41,7

42,9

45

45,8

48

49,4

25

50

set/15 nov/15 jan/16 mar/16 mai/16

Evolução das compras de mátéria prima

60,2

56,9

60,7

55,9

54,8

60,753,6

63,7

48,5

62

25

50

set/15 nov/15 jan/16 mar/16 mai/16

Evolução da quantidade exportada

Neg

ativ

o

Po

siti

vo

P

osi

tivo

Neg

ativ

o

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8

Região do Grande ABC / SP

BOLETIM Ano I - Agosto/2016

IndústriABC De toda forma, as expectativas com relação ao

mercado externo, via melhoria das exportações se

mostraram maiores, em média, que as expectativas

com relação à melhora da demanda interna por

parte dos empresários industriais.

Com relação à condição financeira das

empresas do setor, a sondagem industrial aponta a

permanência das condições desfavoráveis no que

tange à margem de lucro, à situação financeira e ao

acesso ao crédito.

Comparativamente ao primeiro trimestre do ano

do ano, o mês de junho apresentou melhoras na

avaliação dos gestores das empresas com relação à

margem de lucro e à condições financeira da

empresa, tanto a nível nacional quanto estadual.

Diferentemente, na mesma comparação os

empresários do ABC declararam que a margem de

lucro, a condição financeira e o acesso ao crédito

pioraram. Em especial no que se refere aos dois

primeiros.

Especificamente o acesso ao crédito, tendo em

vista a contração da política monetária, com

redução da disponibilidade de crédito, inclusive do

BNDES, e aumento da taxa de juros, foi afetado de

forma direta pela austeridade da atual política

monetária.

A avaliação das condições financeiras das

indústrias da região do GABC pelos seus gestores,

neste primeiro semestre de 2016, mostrou-se

menos favorável, comparado aos resultados obtidos

em nível nacional e estadual.

Em grande parte, este se deve ao

adensamento industrial ainda presente no Grande

ABC e à forte conexão existente entre as mesmas,

comparativamente à média nacional e estadual.

As perspectivas de melhora da condição

financeira das empresas estão atreladas a melhoria

da atividade econômica com reflexos positivos

sobre a produção e vendas. Como citado no Boletim

IndustriABC anterior, um dos desafios a ser

enfrentado pelos próximos governos é a

consolidação das bases macroeconômicas que

estimulem a retomada da atividade econômica do

país.

10

30

50

Brasil Sudeste São Paulo ABC

Condição Financeira das Empresas - junho 2016

Margem de lucro operacional Situação Financeira Acesso ao crédito

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Região do Grande ABC / SP

BOLETIM Ano I - Agosto/2016

IndústriABC

Os principais problemas apontados pelas

empresas da região do GABC que afetaram suas

operações no primeiro semestre de 2016 foram a

falta de demanda interna e a falta de capital de giro,

seguidos da elevada carga tributária, elevada taxa

de juros e da falta ou alto custo da matéria-prima.

Em nível nacional e estadual, os principais

problemas apontados foram a falta de demanda

interna e a elevada carga tributária.

A falta de demanda interna tem afetado o

setor industrial neste cenário de retração da

atividade produtiva interna, puxado pela queda nos

investimentos, bem como pelo fluxo de consumo do

governo e das famílias.

Comparativamente ao trimestre anterior,

houve ampliação da citação da falta de demanda

externa. Mesmo com a desvalorização do real frente

ao dólar nos últimos 12 meses, as flutuações

apresentadas nos últimos períodos afetam

negativamente as decisões dos agentes

econômicos e inibem as operações externas.

No atual momento de retração do

faturamento do setor, outro fator que vem afetando

negativamente o resultado financeiro é a elevação

dos preços aos produtores. O Índice de Preços ao

Produtor Amplo (IPA/FGV) acumulada em 12 meses

registrou 14,54% de inflação em junho, bastante

acima da inflação ao consumidor registrada pelo

IPCA, que acumulou 8,84% na mesma comparação.

Questões como inadimplência dos clientes,

falta de financiamento de longo prazo, também são

apontados como alguns dos gargalos presentes no

setor industrial, conforme avaliação dos próprios

gestores das empresas.

34,4%

14,6%

16,8%

5,3%

8,7%

13,7%

25,9%

9,6%

23,4%

26,2%

45,7%

22,8%

37,2%

24,10%

15,00%

9,90%

9,90%

10,30%

20,20%

24,10%

9,50%

19,00%

20,20%

45,50%

24,90%

56,90%

21,20%

5,30%

5,30%

10,50%

10,50%

10,50%

15,80%

21,10%

26,30%

26,30%

26,30%

47,40%

73,70%

Outros

Competição desleal

Falta ou alto custo deenergia

Competição comimportados

Falta de financiamentode longo prazo

Taxa de câmbio

Inadimplência dosclientes

Demanda externainsuficiente

Falta ou alto custo damatéria prima

Taxas de juros elevadas

Elevada carga tributária

Falta de capital de giro

Demanda internainsuficiente

Principais problemas enfrentados pelas empresas - julho 2016

ABC

São Paulo

Brasil

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10

Região do Grande ABC / SP

BOLETIM Ano I - Agosto/2016

IndústriABC Indicadores de Confiança da Indústria

Assim como nos períodos anteriores, os

gestores da região do Grande ABC apresenta um

Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI)

menor que o declarado em nível estadual e

nacional.

No primeiro semestre deste ano o ICEI geral

apresentou sensível melhora no Brasil, bem como

no estado de São Paulo. Os fatores que mais

influenciaram esta trajetória foram as melhorias na

expectativa para os próximos seis meses.

Ainda que de forma menos expressiva,

também houve melhora com relação à avaliação

das condições atuais da economia e da empresa.

Essa alteração, ocorrida principalmente no

último trimestre, foi influenciada nitidamente pelas

mudanças no cenário político brasileiro, e suas

repercussões sobre a política econômica e sobre as

expectativas em torno das mesmas.

Indicador de Confiança da Indústria – abr./2016

Brasil Sudeste São Paulo GABC

ICEI 47,3 45,0 45,9 39,3

Indicador de Condições 37,4 35,5 38,0 24,6

Indicador de Expectativas 52,3 49,8 49,9 47,9

Condições da Economia 33,5 31,9 34,9 18,6

Condições da Empresa 39,5 37,5 39,7 27,6

Expectativas da Economia Brasileira 47,3 44,8 46,4 39,6

Expectativas da Empresa 54,8 52,2 51,5 52,1

No Grande ABC, os empresários também

apresentaram uma pequena melhora no índice de

confiança no último trimestre, puxado pela melhora

nas expectativas para os próximos seis meses.

Entretanto, a confiança nas condições atuais

praticamente não se alterou.

No segundo semestre do ano, a definição

do quadro político brasileiro tenderá a reduzir as

incertezas que afetam a avaliação dos gestores

industriais, em especial, quanto à determinação do

perfil da política econômica.

Neste quesito, uma das questões

fundamentais refere-se às medidas que serão

adotadas para o reestabelecer o equilíbrio fiscal.

Tanto para melhoria da capacidade de execução de

política pública, quanto para melhoria da

capacidade de realização de investimento público,

que gera efeitos positivos ao investimento privado.

A retomada da trajetória de crescimento

passa pela recuperação da atividade industrial,

dada a capacidade de geração de valor adicionado

pelo setor e seu efeito multiplicador, ao movimentar

uma extensa cadeia de produção.

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Região do Grande ABC / SP

BOLETIM Ano I - Agosto/2016

IndústriABC ANEXO

Evolução nº Empregados

47,1 46,444,2 44,4 44,7

46,444,4 44,4

40,7

43,641,2 41,4 42,2 42,0 41,5 41,4

42,8 43,1 43,3 43,7 44,6

30

50

70

out-14 dez-14 fev-15 abr-15 jun-15 ago-15 out-15 dez-15 fev-16 abr-16 jun-16

Evolução nº Empregados - BrasilÍndice de difusão (0 a 100)

40,3 41,3 41,4 39,9 40,9 41,2 41,343,8 43,3 43,7

30

50

70

set-15 nov-15 jan-16 mar-16 mai-16

SÃO PAULO

42,6

36,439,7 37,9

38,034,5

36,8

45,7

36,539,3

30

50

70

set-15 nov-15 jan-16 mar-16 mai-16

ABC

40,8 41,3 41,7 41,0 40,3 41,7 41,639,5

42,8 43,4

30

50

70

set-15 nov-15 jan-16 mar-16 mai-16

Índice de difusão (0 a 100)

SUDESTE

BRASIL

Perspectivas do Setor Industrial

46,345,8

44,243,5

41,8

44,845,6

46,947,7 47,8

5152,9

40

50

60

jul/15 set/15 nov/15 jan/16 mar/16 mai/16

Evolução de Demanda

42,2 41,840,5 40,5 40,3

41,3 42,1 43 43,4 43,645,3

46,3

40

50

60

jul/15 set/15 nov/15 jan/16 mar/16 mai/16

Evolução do número de empregados

4442,8 42,8

41,440,5

43,6 43,6

45,246,7

45,7

48,5

50,8

40

50

60

jul/15 set/15 nov/15 jan/16 mar/16 mai/16

Evolução das compras de mátéria prima

50 50,2

52,5

50,6 50,1

52,4 53,5 52,6 52,150,7

52,551,8

40

50

60

jul/15 set/15 nov/15 jan/16 mar/16 mai/16

Evolução da quantidade exportada

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Região do Grande ABC / SP

BOLETIM Ano I - Agosto/2016

IndústriABC

Universidade Metodista de São Paulo

Escola de Gestão e Direito

Curso de Ciências Econômicas

Observatório Econômico

Reitor

Dr. Fabio Botelho Josgrilberg

Diretor da Escola de Gestão e Direito

Dr. Fúlvio Cristofoli

Coord. do Curso de Ciências Econômicas

Ma. Silvia Cristina da Silva Okabayashi

Coordenador de Estudos

Me. Sandro Renato Maskio

Professor Pesquisador

Me. Moisés Pais dos Santos

Funcionária

Bruna Romualdo Teixeira

URL:http://www.metodista.br/observatorio-economico

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