8
Boletim informativo Publicação Trimestral - Outubro de 2007 - nº 5 Pag. 1 O ALCANCE ESTRATÉGICO DA NOVA PROPOSTA DE LEI- QUADRO DAS OPERAÇÕES PETROLÍFERAS pág. 3 O CONSUMO DE ENERGIA NO MUNDO MODEROU pág. 4 PETRÓLEO EXPLORAÇÃO E PRODUÇÃO ONSHORE pág. 5 S. TOMÉ E PRÍNCIPE MEMBRO OBSERVADOR DA APPA pág. 6 CRIAÇÃO DO COMITÉ NACIONAL PARA IMPLEMENTAÇÃO DA INICIATIVA DE TRANSPARÊNCIA NAS INDÚSTRIAS EXTRACTIVAS pág. 7 II CONFERÊNCIA REGIONAL SOBRE PESQUISA E PRODUÇÃO EM ÁGUAS PROFUNDAS DA ZONA MARITIMA DA ÁFRICA OCIDENTAL pág. 8 REUNIÃO INTERNACIONAL DE ALTO NÍVEL DOS PAÍSES SUL-SUL SOBRE O DESENVOLVIMENTO DE PETRÓLEO E GÁS REAVALIAÇÃO DOS DADOS SÍSMICOS DA ZEE O ALCANCE ESTRATÉGICO DA NOVA PROPOSTA DE LEI-QUADRO DAS OPERAÇÕES PETROLÍFERAS C omo é já quase regra no país, sob pressão externa, foi apro- vada, votada, promulgada e publicada em tempo record a Lei nº4/2000, Lei-Quadro das Activida- des Petrolíferas, para responder a uma necessidade do momento. Essa lei, ainda em vigor na ordem jurídica nacional, não reflecte qual- quer estratégia pré - concebida, não corresponde a tendência actual de gestão e organização do sector petro- lífero, nem tão pouco protege com as necessárias cautelas aquilo que pode vir a ser num futuro próximo o princi- pal recurso estratégico do país. O processo de redacção, discussão e aprovação da referida lei não con- heceu a maturação que requer a implantação de uma infra-estrutura jurídica inédita que deve encorajar e regular de forma clara uma longa e complexa relação entre o Estado e os investidores, isto é, as companhias petrolíferas. A Lei nº 4/2000, em vigor, em nenhum aspecto inovou. A lei limi- tou - se a reflectir as práticas anterio- res, não tirando partido sequer das novas tendências mundiais no sector da pesquisa e exploração petrolífera, ditadas, pelo crescimento perma- nente da procura do petróleo, pela incerteza sobre o volume das reser- vas mundiais e pela vontade dos paí- ses e povos detentores dos recursos petrolíferos em participar plena- mente neste processo de pesquisa e exploração e não permanecer confi- nados no papel de meros exportado- res de matéria-prima. A proposta de revisão da Lei-Qua- dro das Actividades Petrolíferas reflecte uma estratégia sabiamente concebida e elaborada pela Agência Nacional do Petróleo, com a assistên- cia de um dos maiores peritos norue- gueses em matéria de hidrocarbone- tos. A proposta estabelece de forma clara e precisa as condições e os crité- rios de gestão do sector petrolífero nacional, distinguindo de forma clara as funções de "autoridade", isto é, de administração e gestão do sector, das (LEI DE PETRÓLEO)

Boletim - anp-stp.gov.st ANPSTP... · um aumento de 0,7% no ano passado, ... bustíveis fósseis, mas devido ... seu relatório anual sobre o consumo de energia no mundo. 4

  • Upload
    voanh

  • View
    213

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Boletim - anp-stp.gov.st ANPSTP... · um aumento de 0,7% no ano passado, ... bustíveis fósseis, mas devido ... seu relatório anual sobre o consumo de energia no mundo. 4

Boletiminformativo

PPuubblliiccaaççããoo TTrriimmeessttrraall -- OOuuttuubbrroo ddee 22000077 -- nnºº 55

PPaagg.. 11O ALCANCE ESTRATÉGICO

DA NOVA PROPOSTA DE LEI-QUADRO DAS OPERAÇÕES

PETROLÍFERAS

ppáágg.. 33O CONSUMO DE ENERGIA

NO MUNDO MODEROU

ppáágg.. 44PETRÓLEO EXPLORAÇÃO E

PRODUÇÃO ONSHORE

ppáágg.. 55S. TOMÉ E PRÍNCIPE

MEMBRO OBSERVADOR DAAPPA

ppáágg.. 66CRIAÇÃO DO COMITÉ

NACIONAL PARAIMPLEMENTAÇÃO DA

INICIATIVA DETRANSPARÊNCIA NAS

INDÚSTRIAS EXTRACTIVAS

ppáágg.. 77II CONFERÊNCIA REGIONAL

SOBRE PESQUISA EPRODUÇÃO EM ÁGUASPROFUNDAS DA ZONA

MARITIMA DA ÁFRICAOCIDENTAL

ppáágg.. 88REUNIÃO INTERNACIONALDE ALTO NÍVEL DOS PAÍSES

SUL-SUL SOBRE ODESENVOLVIMENTO DE

PETRÓLEO E GÁS

REAVALIAÇÃO DOS DADOSSÍSMICOS DA ZEE

O ALCANCE ESTRATÉGICO DA NOVAPROPOSTA DE LEI-QUADRO DAS

OPERAÇÕES PETROLÍFERAS

Como é já quase regra no país,sob pressão externa, foi apro-vada, votada, promulgada e

publicada em tempo record a Leinº4/2000, Lei-Quadro das Activida-des Petrolíferas, para responder a umanecessidade do momento.

Essa lei, ainda em vigor na ordemjurídica nacional, não reflecte qual-quer estratégia pré - concebida, nãocorresponde a tendência actual degestão e organização do sector petro-lífero, nem tão pouco protege com asnecessárias cautelas aquilo que podevir a ser num futuro próximo o princi-pal recurso estratégico do país.

O processo de redacção, discussãoe aprovação da referida lei não con-heceu a maturação que requer aimplantação de uma infra-estruturajurídica inédita que deve encorajar eregular de forma clara uma longa e

complexa relação entre o Estado e osinvestidores, isto é, as companhiaspetrolíferas.

A Lei nº 4/2000, em vigor, emnenhum aspecto inovou. A lei limi-tou - se a reflectir as práticas anterio-res, não tirando partido sequer dasnovas tendências mundiais no sectorda pesquisa e exploração petrolífera,ditadas, pelo crescimento perma-nente da procura do petróleo, pelaincerteza sobre o volume das reser-vas mundiais e pela vontade dos paí-ses e povos detentores dos recursospetrolíferos em participar plena-mente neste processo de pesquisa eexploração e não permanecer confi-nados no papel de meros exportado-res de matéria-prima.

A proposta de revisão da Lei-Qua-dro das Actividades Petrolíferasreflecte uma estratégia sabiamenteconcebida e elaborada pela AgênciaNacional do Petróleo, com a assistên-cia de um dos maiores peritos norue-gueses em matéria de hidrocarbone-tos.

A proposta estabelece de formaclara e precisa as condições e os crité-rios de gestão do sector petrolíferonacional, distinguindo de forma claraas funções de "autoridade", isto é, deadministração e gestão do sector, das

(LEI DE PETRÓLEO)

Page 2: Boletim - anp-stp.gov.st ANPSTP... · um aumento de 0,7% no ano passado, ... bustíveis fósseis, mas devido ... seu relatório anual sobre o consumo de energia no mundo. 4

2 - Boletim Informativo

AAggêênncciiaa NNaacciioonnaall ddoo PPeettrróólleeoo

funções comerciais, isto é,de exploração do petróleo.

Note-se que, propositada-mente a nova proposta retirado seu escopo o midstream(transporte e refinação) e odownstream (comercializaçãoe marketing), concentrando-seapenas no upstream (pesquisae exploração/produção).

São estabelecidos critériosde acesso e exercícios dasactividades de pesquisa eexploração do petróleo emmoldes a atrair as empresasmais capacitadas técnica efinanceiramente, ao mesmotempo que lhes oferece garan-tias substanciais de investi-mento e recuperação do capi-tal investido em caso desucesso.

A condução das operaçõespetrolíferas estão reservadasaos operadores privados,comerciais, podendo, todaviao Estado participar sob formaque entender, em todas asfases do processo, dentro doslimites aceitáveis de risco e dapossibilidade real de criaçãode valor para a sociedade.

Esta questão da participaçãodo Estado nas operaçõespetrolíferas coloca problemassérios, tanto de natureza ideo-lógica como de natureza eco-nómica. No entanto, a novaproposta a aborda numa pers-pectiva bastante pragmática,evacuando toda a carga ideo-lógica que ela possa transpor-tar. Assim, a decisão de parti-cipação do Estado nas opera-ções petrolíferas compete aoGoverno, que designará aentidade executora, devendocada "Autorização" ou "Con-trato de Partilha de Produção"estipular os termos e condi-ções desta participação. A

preocupação fundamental per-manece a criação de valornum contexto de racionaliza-ção e optimização dos recur-sos, quer se trate de hidrocar-bonetos, quer se trate derecursos financeiros ou huma-nos.

Para além do Contrato dePartilha de Produção, previstona lei em vigor, a nova pro-posta admite a possibilidadede celebração de Contrato deServiço pelo Estado, desdeque este mecanismo numdado momento salvaguarde egaranta a optimização dosrecursos disponíveis.

Nesta nova versão há umapreocupação no sentido deracionalização e optimizaçãodos recursos do país em hidro-carbonetos, de modo a que opaís possa deles retirar omaior proveito e garantir umdesenvolvimento equilibradoe sustentável da sua econo-mia.

Com esta nova proposta atransparência ganha uma novadimensão no processo deadjudicação de blocos, redu-zindo a discricionariedade eaumentando a concorrênciaentre os diferentes actores. Anegociação discreta fica con-dicionada às exigências de"interesse nacional".

A protecção e a salvaguardado meio ambiente são eleva-dos a critérios de maiorimportância na decisão decondução de operações petro-líferas no território de SãoTomé e Príncipe.

Por outro lado, o local con-tent (participação local) passaa ser de forma explícita umaexigência fundamental detodo o processo de pesquisa eexploração do petróleo. Não

só impõe uma obrigação derecrutamento nacional e aqui-sição de bens e serviços, comose prevê mecanismos de coo-peração que permitam a for-mação de quadros e o desen-volvimento de actividadespara-petroliferas através deinvestimentos nos sectores deapoio e complementares daindústria petrolífera.

A nova proposta constituium todo harmonioso, devida-mente articulado, corpori-zando a estratégia nacional dedesenvolvimento do sectorpetrolífero nacional. As dispo-sições contidas na propostavisam mobilizar capacidadese recursos necessários à pes-quisa e exploração de hidro-carbonetos, oferecendo àsempresas garantias diversasno domínio de investimento.Estabelece-se assim um qua-dro em que os investimentosserão efectuados no sentido deuma exploração racional eoptimizada dos recursos, res-peitando os mais altos crité-rios de protecção e salva-guarda do ambiente.

A optimização de explora-ção passa necessariamente poruma efectiva participaçãonacional, de modo a garantir aintegração plena desta activi-dade na economia nacional.

São Tomé e Príncipe estaráa andar na "contra-mão" oumesmo no sentido contrárioao da história da indústriapetrolífera, se não der essepasso e na direcção sugeridapela nova proposta de lei, quese espera venha a ser breve-mente apreciada pelo Governoe submetida à AssembleiaNacional para aprovação finale posterior promulgação epublicação.

Page 3: Boletim - anp-stp.gov.st ANPSTP... · um aumento de 0,7% no ano passado, ... bustíveis fósseis, mas devido ... seu relatório anual sobre o consumo de energia no mundo. 4

Boletim Informativo - 3

AAggêênncciiaa NNaacciioonnaall ddoo PPeettrróólleeoo

Éum retrato do desen-volvimento do mer-cado global de energia

ao longo do ano de 2006 econtem dados importantesquer para empresas do sec-tor, em geral, quer parainvestidores, governos econsumidores em particular.

O relatório analisa as quan-tidades de energia consumidano planeta, desde o petróleo,gás natural, energia nuclear,passando pelas hidroeléctricasaté fornecimento do etanol.

De acordo com o estudo daBP, o consumo mundial deenergia conheceu um cresci-mento moderado em 2006,que foi de 2,4% comparandocom a taxa de 3,2% registadaem 2005.

A região denominada de"Asio-Pacífico", que inclui paí-ses como a Austrália, a China,o Japão e Tailândia, foi comosempre a que teve maioraumento. Por outro lado aAmérica do Norte, EstadosUnidos, Canadá e Méxicoregistaram uma queda de 0,5%.

Em relação ao consumo dopetróleo em concreto, o rela-tório da BP indica que ouveum aumento de 0,7% no anopassado, equivalente a metade

da média dos últimos dezanos. Esta variação fez comque o consumo do petróleomundial atingisse 83,7 mil-hões de barris por dia em2006, tendo a China como omaior consumidor, 6,7%.

Nesse estudo os especialis-tas da BP também afirmaramque as reservas comprovadasdo petróleo no mundo aumen-taram 15%, enfatizando aindaque não há previsões dequando o petróleo poderá seesgotar.

Relativamente a produção,o relatório mostra que a dospaíses membros da OPEPaumentou em cerca de 130mil barris por dia. Os ganhosnos Emiratos Árabes Unidos eno Iraque, compensaram asreduções verificadas na Ará-bia Saudita, Venezuela e naNigéria. Angola também éreferenciado pela BP comotendo registado aumento sig-nificativo na produção dopetróleo.

Quanto a evolução do preçoem 2006, o estudo da BPinforma que a média do preçodo petróleo do mar do norte tipo"Brent" foi de 65,14 por barril,cerca de 20% mais caro do quea média regista em 2005.

O consumo de energia nomundo está resumido, na suagrande maioria, pelas fontesde energias tradicionais:petróleo, carvão mineral e gásnatural. Tais fontes sãopoluentes e não-renováveis,devendo ser substituídas, nofuturo. Há controvérsias sobreo tempo da duração dos com-bustíveis fósseis, mas devidoa energias limpas e renováveiscomo biomassa, energiaeólica e energia maremotriz esanções como o Protocolo deQuioto, que exige aos paísesindustriais um nível menor deemissões de poluentes (CO2)na atmosfera, as energiasalternativas são um novomodelo de produção de ener-gias económicas e saudáveispara o meio ambiente.

O consumo de energiareflecte tanto o grau de indus-trialização de um país como onível de desenvolvimento ebem-estar da sua populaçãoem termos médios. Nos paísesmais industrializados, o con-sumo de energia é aproxima-damente 88 vezes superior aodos países menos desenvolvi-dos, por isso a África foipouco relatada no estudoanual da BP.

O CONSUMO DE ENERGIA NO MUNDO MODEROUA multinacional (BP) British Petroleum publicou muito recentemente o

seu relatório anual sobre o consumo de energia no mundo.

Page 4: Boletim - anp-stp.gov.st ANPSTP... · um aumento de 0,7% no ano passado, ... bustíveis fósseis, mas devido ... seu relatório anual sobre o consumo de energia no mundo. 4

4 - Boletim Informativo

AAggêênncciiaa NNaacciioonnaall ddoo PPeettrróólleeoo

Éssa actividade está intrin-secamente relacionadacom a evolução da indús-

tria mundial de petróleo, poisas primeiras descobertas foramfeitas em terra. Na altura, asactividades de exploração depetróleo eram feitas a partir dalocalização visual, ou seja, sóeram exploradas jazidas depetróleo nas quais pequenasnascentes de óleo aflorassemnaturalmente à superfície dosolo (oil seeps). Os únicoscampos explorados eram aque-les em terra e que fossem demais fácil perfuração, via per-cussão a base de utensíliosmecânicos rudimentares.

Os primeiros investimentosno segmento exploração e pro-dução (upstream), sem proces-

cas exploratórias como formade se melhorar as taxas desucesso sobre a possibilidadede se encontrar petróleo. Éassim que se desenvolveu osmétodos geofísicos de prospec-ção, termo que designa todas asactividades exploratórias ante-riores à perfuração do poço,como forma de se identificarestruturas geológicas comcapacidade de armazenarpetróleo e/ou gás natural.

A prospecção inclui, entreoutros, os métodos de prospec-ção sísmica, gravimétrica eestudos geoquímicos. Os cus-tos da prospecção sísmica emterra são relativamente eleva-dos (5 a 10 vezes superior aocusto da sísmica em mar). Porisso, durante a fase de prospec-ção onshore prioriza-se a perfu-ração de poços exploratórioscujos custos são muito inferio-res aos poços no mar.

Particularmente na nossaZEE onde os custos da perfura-ção no mar podem atingircifras que rondam os 60 mil-hões de dólares, perfuraçõesonshore com carácter explora-tório e de estudos da geologia,podem ser uma alternativa aconsiderar de forma a potenciaro conhecimento da nossa baciageológica.

A fase de pesquisa onshore éfeita com base em perfuraçãode poços de pesquisa e avalia-ção onde são registados e inter-pretados os diagramas geofísi-cos do poço. Durante essaetapa são feitos os registos daspropriedades físicas das rochas,nos vários estádios de perfura-ção, nomeadamente: densi-dade, radioactividade, veloci-dade de propagação acústica,porosidade, condutividade/re-sistividade dos fluidos e com-

sos de avaliação mais aperfei-çoados sobre a possibilidade deencontrar petróleo, apresenta-vam baixíssimas taxas desucesso exploratório, menoresque os cerca de 30 a 40%actuais, e se chamavam wildcats, termo que até hoje é usadona indústria de petróleo para sereferir a investimentos emáreas petrolíferas pioneiras.

Com o desenvolvimentoindustrial e a necessidade de seconsumir maiores quantidadesde petróleo e gás, sobretudo nosector energético e nos trans-portes, houve também a neces-sidade de se buscar soluçõespara a extracção de petróleo emhorizontes cada vez mais pro-fundos. Assim, desenvolve-ram-se novos conceitos e técni-

EXPLORAÇÃO EPRODUÇÃO ONSHOREA exploração e produção onshore na

indústria petrolífera refere-se as actividades

de prospecção, pesquisa, desenvolvimento e

produção de petróleo e gás natural

realizadas na parte emersa da Terra.

PETRÓLEOVestígio de óleo em Uba-Budo

Page 5: Boletim - anp-stp.gov.st ANPSTP... · um aumento de 0,7% no ano passado, ... bustíveis fósseis, mas devido ... seu relatório anual sobre o consumo de energia no mundo. 4

Boletim Informativo - 5

AAggêênncciiaa NNaacciioonnaall ddoo PPeettrróólleeoo

posição mineralógica e litoló-gica das rochas. Esta é conside-rada a fase crucial do processode exploração e produção depetróleo, pois, permiti-nosdeterminar, com exactidão, asestruturas geológicas que con-têm ou não petróleo e/ou gás eavaliar a sua comercialidade.

Concluída, com êxito, a fasede pesquisa e avaliação, passa-se para a etapa de desenvolvi-mento do poço, com acções deperfuração, completamento einstalação de poços de produ-ção e injecção. A exploração depoços de produção é feita atra-vés de instalação de sistemas debombagem que servem paraelevar o fluido do poço para asuperfície. Nos anos maisremotos usava-se o sistema debombagem com braço osci-lante, que podia atingir umaprofundidade de bombagem até3.000 metros. Tendo em conta anecessidade de se começar aexplorar poços com maioresprofundidades e de garantirmaior produtividade, ao longodos anos, foram-se introdu-zindo novos sistemas de bom-bagem, com apoio de electro-bombas e bombas hidráulicas.

Contudo, é de salientar que

como consequência dos bom-bardeamentos constantes, detecnologia de exploração obso-leta e da falta de manutenção emonitorização.

É constatação comum que aexploração e produção onshorefoi no passado recente feita semqualquer preocupação com aprotecção e preservação dosrecursos naturais e da diversi-dade biológica como um todo.

A preocupação com o meioambiente resulta ser a questãofundamental de impedimentoao processo de actividadespetrolíferas onshore. Não obs-tante o crescente aumento daprocura dos produtos petrolífe-ros no mercado mundial, obom senso impõe aos gover-nantes e as empresas que "émais vantajoso gastar centenasde milhões de dólares para pre-venir desastres ambientais doque gastar biliões para limpar econsertar as consequências deum tal desastre".

Assim sendo, a exploração eprodução onshore deixou deser um negócio atractivo, prin-cipalmente para as grandescompanhias, que têm aplicadoos seus investimentos na explo-ração e produção off-shore.

as reservas onshore já seencontram, grande parte delas,em processo de exploração eprodução há muito tempo,estando próximas à sua deple-ção, denotando-se que a ten-dência no futuro é a contínuadiminuição da participação dasactividades de exploração eprodução onshore na ofertamundial de petróleo bruto.

Outra questão preocupanteda exploração e produção ons-hore são as desvantagensencontradas, tais como a requi-sição de licença de proprietá-rios de terra, as negociaçõesdifíceis com o poder público eo impacto sócio-ambiental.

Assistimos, nos nossos dias,ao "conflito no delta do Níger"em que as diferentes etniaslocais reclamam, para si oupara o desenvolvimento dassuas regiões, parte dos recursosprovenientes da exploração dopetróleo, a limpeza da áreacontaminada, a protecção epreservação do ambiente, bemcomo, a distribuição justa eequitativa das receitas daí pro-venientes. Na exploração ons-hore em zonas de grandes con-flitos no Médio Oriente écomum haver derrame de crude

S. TOMÉ E PRÍNCIPE MEMBROOBSERVADOR DA APPAA APPA - Associação dos Países Africanos

Produtores do Petróleo, foi fundada em

Janeiro de 1987, em Lagos na Nigéria.

Conta com 14 paísesmembros, Angola,África do Sul, Argélia,

Benin, Camarões, República

do Congo, República Demo-crática do Congo, Costa doMarfim, Egipto, Gabão, GuinéEquatorial, Lígia, Nigéria e

Chade.Com sede em Brazaville

(Congo), a APPA é presididapelo Benin, na pessoa do seuMinistro dos petróleos JocelynDegbey.

Entre os objectivos daAPPA salientam-se o desen-volvimento da cooperação

Page 6: Boletim - anp-stp.gov.st ANPSTP... · um aumento de 0,7% no ano passado, ... bustíveis fósseis, mas devido ... seu relatório anual sobre o consumo de energia no mundo. 4

6 - Boletim Informativo

AAggêênncciiaa NNaacciioonnaall ddoo PPeettrróólleeoo

entre os países membros nosdomínios dos hidrocarbonetos,da produção, da refinação e dapetroquímica.

A troca de experiências, acoordenação de políticas demarketing e o intercâmbio deinformações para a protecçãodos recursos petrolíferos nospaíses membros constituemtambém dos objectivos daAPPA.

Apesar de terem decorridosquase vinte anos desde a suafundação, os objectivos quemotivaram a criação da APPA

mantêm-se actuais, não obs-tante as transformações ocorri-das no mundo da energia, hojemais globalizado.

Os países membros daAPPA, estão todos inseridosna Costa Ocidental de África,uma das maiores reservaspetrolíferas do mundo. Repre-sentam 11% da produção mun-dial do petróleo tendo comomercado de destino os EstadosUnidos, Europa e muito recen-temente a China.

Por isso, a APPA pretendetransformar-se numa institui-

ção de referência, promovendoprojectos e iniciativas comuns,em matéria de políticas e estra-tégias de gestão em todosdomínios da indústria petrolí-fera para permitir aos paísesmembros tirar melhores divi-dendos da exploração docrude.

Na reunião ministerial reali-zada no ano passado, emLuanda, S. Tomé e Príncipe,Moçambique e Namíbia parti-ciparam na qualidade de obser-vadores, abrindo as portas auma futura adesão.

REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE S. TOMÉ E PRÍNCIPEMinistério dos Recursos Naturais e Meio Ambiente

Gabinete do Ministro(Unidade - Disciplina - Trabalho)

COMITÉ NACIONAL PARA IMPLEMENTAÇÃO DA INICIATIVADE TRANSPARÊNCIA NAS INDÚSTRIAS EXTRACTIVAS

(EITI)

Considerando que o país aderiu a iniciativa de Transparência nas Indústrias Extractivas (EITI) mediante a assinatura da declaraçãode Abuja e a criação da Lei-quadro de Gestão das Receitas Petrolíferas;

Considerando ainda a necessidade de reforçar a responsabilidade e a transparência das receitas provenientes dos recursos naturaiscom vista a promover o desenvolvimento sustentável, a redução da pobreza e aumento do nível de vida da população;

Tornando-se necessário para a implementação desta iniciativa, a constituição de um Comité Nacional multidisciplinar de seguimentoda aplicação da EITI;

OGoverno através doDespacho nº17/07de 28 de Agosto

2007, do Ministro dos Recur-sos Naturais e Ambiente criouo Comité Nacional para

Implementação da Iniciativanas Indústria Extractivas.

O Comité Nacional consti-tui um quadro de concerta-ção que agrupa representan-tes da sociedade civil,

empresas petrolíferas, parti-dos políticos, os medias e ossindicatos.

Foi nomeada CoordenadoraNacional a Dra. GenovevaCosta.

CRIAÇÃO DO COMITÉ NACIONALPARA IMPLEMENTAÇÃO DAINICIATIVA DE TRANSPARÊNCIA NASINDÚSTRIAS EXTRACTIVAS

Page 7: Boletim - anp-stp.gov.st ANPSTP... · um aumento de 0,7% no ano passado, ... bustíveis fósseis, mas devido ... seu relatório anual sobre o consumo de energia no mundo. 4

Boletim Informativo - 7

AAggêênncciiaa NNaacciioonnaall ddoo PPeettrróólleeoo

Nestes termos,No uso das competências que me são conferidas no exercício das minhas funções,

Determino:Artigo I : Criação

É criado o comité nacional encarregue da implementação e seguimento da Iniciativa de Transparência das Indústrias Extractivas(EITI), denominado " Comité Nacional de EITI ".

O Comité nacional constitui um quadro de concertação que agrupa representantes da sociedade civil, empresas petrolíferas, partidospolíticos, os medias e sindicatos.

Artigo II : Objectivo

O Comité Nacional assegura a implementação de forma participativa dos princípios da Iniciativa de Transparência das IndústriasExtractivas (EITI) com vista a garantir que a aplicação das receitas provenientes das indústrias extractivas contribuam para o desen-volvimento do país e consequentemente para a redução da pobreza em S.Tomé e Príncipe.

O Comité irá trabalhar em concertação com a Comissão de Fiscalização do Petróleo e o Gabinete de Registo e Informação Públicano sentido de garantir a publicação regular de todas as receitas provenientes da exploração da indústria extractiva e de todos os paga-mentos efectuados ao Estado pelas empresas petrolíferas.

Artigo III : Objectivo

O Comité Nacional tem a seguinte composição: Representante da Coligação MDFM/PCD Representante do Partido MLSTP Representante do Partido ADI Representante do Conselho Superior Judiciário Representante da Federação das ONG's Representante da Região Autónoma do Príncipe Representante da Câmara do Comércio Indústria e Serviços Representante ONG Plataforma de Participação e Cidadania Representante das Câmaras Distritais Representante da Empresa petrolífera Chevron Representante dos Jornalistas Representante da ONG ACOSTP Representante da Central Sindical Representantes da ONG WEBETO

Poderão ainda integrar o Comité representantes de outros organismos e entidades que se julgar necessários para o cumprimento dasua missão.

Titre IV : Funcionamento

O Comité Nacional se reúne em sessão ordinária trimestralmente por convocação do seu presidente. As decisões do Comité Nacio-nal são tomadas por via de consenso.

Gabinete do Ministro dos Recursos Naturais e Meio Ambiente em S.Tomé aos 28 de Agosto de 2007.

Realizou-se em Luanda,capital da República deAngola uma conferência-

exposição organizada peloMinistério dos Petróleos e a

Sonangol sobre experiênciasde pesquisa e produção emáguas profundas na ZonaMarítima da Africa Ocidental.

Participaram no evento, paí-

ses como a Angola, Nigéria,Guiné Equatorial, Camarões,S.Tomé e Príncipe, Namíbia,R.D.Congo e Congo-Brazavi-lle. Foram ainda convidados a

II CONFERÊNCIA REGIONAL SOBREPESQUISA E PRODUÇÃO EM ÁGUASPROFUNDAS DA ZONA MARITIMA DAÁFRICA OCIDENTAL

Page 8: Boletim - anp-stp.gov.st ANPSTP... · um aumento de 0,7% no ano passado, ... bustíveis fósseis, mas devido ... seu relatório anual sobre o consumo de energia no mundo. 4

8 - Boletim Informativo

AAggêênncciiaa NNaacciioonnaall ddoo PPeettrróólleeoo

RREEAAVVAALLIIAAÇÇÃÃOO DDOOSS DDAADDOOSSSSÍÍSSMMIICCOOSS DDAA ZZEEEE

Realizou-se de 8 a 11 Setembro docorrente ano em Doha, capital do Qatar,

uma reunião de alto nível dos países do sulorganizado pela Unidade Especial do PNUDpara Cooperação Sul-Sul, em colaboraçãocom o Estado de Qatar.

A reunião serviu para troca de informaçõese experiências práticas entre os países produ-tores e aqueles em vias de se tornarem novosprodutores.

A reunião concluiu, entre outros aspectos,que:

Os recursos de petróleo e gás devem servirpara melhorar a vida dos cidadãos e promo-ver um desenvolvimento sustentado dos res-

pectivos países;A gestão do sector de petróleo e gás não

pode ser isolado dos outros sectores da eco-nomia nacional;

Que os governos dos países produtoresdevem tomar decisões estratégicas de investi-mento de forma a produzir dividendos econó-micos sustentados e benefícios sociais paratoda a sociedade.

A delegação nacional que participou nareferida reunião era constituída pelo DirectorExecutivo da Agência Nacional do Petróleo,Luís dos Prazeres e a Assessora Económicado Ministro dos Recursos Naturais eAmbiente, Genoveva Costa.

RREEUUNNIIÃÃOO IINNTTEERRNNAACCIIOONNAALL DDEE AALLTTOO NNÍÍVVEELL DDAACCOOOOPPEERRAAÇÇÃÃOO SSUULL--SSUULL SSOOBBRREE OO

DDEESSEENNVVOOLLVVIIMMEENNTTOO DDEE PPEETTRRÓÓLLEEOO EE GGÁÁSS

ABritish Geological Survey (BGS) levou a cabo a reavalia-ção independente dos dados da ZEE adquiridos e inter-

pretados pela PGS, resultando numa actualização da cober-tura sísmica.

Os dados sísmicos que cobrem uma área total de 10870 kmsencontram-se disponíveis para comercialização através da PGS.

A PGS efectuou a aquisição de dados sísmicos em 3 fases.Em 2001 cobriu 3500 kms e em 2002 mais 1500 kms. A ava-liação e a interpretação dos dados conduziram a aquisição dedados em mais 5600 kms em 2005. Para completar o levan-tamento sísmico da zona foi necessário a aquisição de 270kms nas águas gabonesas adjacentes à ZEE. As interpreta-ções identificaram estruturas geológicas passíveis de 'conter'hidrocarbonetos.

Para aceder as informações da interpretação sísmica daZEE visitar site www.anp-stp.gov.st

Ficha técnicaBoletim Informativo nº 5 - Outubro 2007Publicação TrimestralEdição e Propriedade: ANP-STPEndereço: Av. Das nações Unidas, CP1048, S.ToméTelef. 226 940/33/35 - Fax: 226 937Site: www.anp-stp.gov.stE-mail: [email protected] Executivo: Luís dos PrazeresDirector Jurídico: Afonso VarelaDirector Económico: Rafael BrancoDirector Técnico: Osvaldo D'AbreuDirector Administrativo e RelaçõesPúblicas: Flávio Pires dos Santos Coordenação e Concepção: SóniaSequeira Colaboradores: Célsio Quaresma, FaustoVera Cruz, Felisberto Branco, FranciscoSanta Rosa, Guilherme Mota, LuísPaquete, Orlando Pontes.Paginação, impressão e acabamento:Dória DesignTiragem: 150 exemplares

Mauritânia e Moçambique.As empresas petrolíferas

actuantes na zona tiveram umaparticipação activa, particular-mente na exposição de tecnolo-gia de ponta aplicada nas ope-

rações das águas profundas.A Conferência decorreu de 2

a 6 de Outubro do corrente ano.A delegação nacional era

constituída pelo Director Exe-cutivo da Agência Nacional do

Petróleo, Luis dos Prazeres,Assessora Económica doMinistro dos Recursos Naturaise Ambiente, Genoveva Costa eAssessor Jurídico do Primeiro-Ministro, Levy Nazaré.