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P1 Fundador: Pe. António F. Cardoso Design: Filipa Craveiro | Alberto Craveiro Impressão: Escola Tipográfica das Missões - Cucujães - tel. 256 899 340 | Depósito legal n.º 92978/95 | Tiragem 2.600 exs. | Registo ICS n.º 116.839 Director: Amadeu Gomes de Araújo, Vice-Postulador Propriedade: Associação "Grupo dos Amigos de D. António Barroso". NIPC 508 401 852 Administração e Redacção: Rua Luís de Camões, n.º 632, Arneiro | 2775-518 Carcavelos Tlm.: 934 285 048 – E-mail: [email protected] Publicação trimestral | Assinatura anual: 5,00Boletim de D. António Barroso III Série . Ano V . N.º 15 . Outubro / Dezembro de 2015 «É hora de incentivarmos a causa da canonização de D. António Barroso» D. António Francisco, em Barcelos (07/11/2015) A pretexto do 161.º aniversário do nascimento de D. António Barro- so, no dia 7 do corrente, no Auditório da Biblioteca Municipal de Barcelos, realizou-se uma sessão de homena- gem àquele que foi insigne missioná- rio e ilustre Bispo do Porto, desde fevereiro de 1899 até agosto de 1918. A sessão foi presidida por D. António Francisco dos Santos, atual Bispo do Porto, e teve como ora- dor convidado o Professor Doutor Manuel da Silva Costa, Catedrático Jubilado de Sociologia da Universida- de do Minho, que dissertou sobre o tema «D. António Barroso e a Questão Social na Diocese do Porto, entre 1900 e 1918». É TEMPO DE ADVENTO! NÃO É TEMPO PARA DORMIR, LEMBROU O PAPA FRANCISCO NO RECENTE CD “ WAKE UP!”. O SENHOR ESTÁ À PORTA ! ... ********************* HÁ MUITOS QUE PROCURAM ABRIGO E SÃO RECEBIDOS COM MUROS E BARREIRAS...

Boletim Barroso XV

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A pretexto do 161.º aniversário do nascimento de D. António Barroso, no dia 7 de Novembro de 2015, no Auditório da Biblioteca Municipal de Barcelos, realizou-se uma sessão de homenagem àquele que foi insigne missionário e ilustre Bispo do Porto, desde Fevereiro de 1899 até Agosto de 1918.A sessão foi presidida por D. António Francisco dos Santos, atual Bispo do Porto, e teve como orador convidado o Professor Doutor Manuel da Silva Costa, Catedrático Jubilado de Sociologia da Universidade do Minho, que dissertou sobre o tema «D. António Barroso e a Questão Social na Diocese do Porto, entre 1900 e 1918».

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Page 1: Boletim Barroso XV

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Fundador: Pe. António F. CardosoDesign: Filipa Craveiro | Alberto CraveiroImpressão: Escola Tipográfica das Missões - Cucujães - tel. 256 899 340 | Depósito legal n.º 92978/95 | Tiragem 2.600 exs. | Registo ICS n.º 116.839

Director: Amadeu Gomes de Araújo, Vice-PostuladorPropriedade: Associação "Grupo dos Amigos de D. António Barroso". NIPC 508 401 852Administração e Redacção: Rua Luís de Camões, n.º 632, Arneiro | 2775-518 CarcavelosTlm.: 934 285 048 – E-mail: [email protected]ção trimestral | Assinatura anual: 5,00€

Boletim de D. António Barroso

III Série . Ano V . N.º 15 . Outubro / Dezembro de 2015

«É hora de incentivarmos a causa da canonizaçãode D. António Barroso»

D. António Francisco, em Barcelos (07/11/2015)

A pretexto do 161.º aniversário do nascimento de D. António Barro-so, no dia 7 do corrente, no Auditório da Biblioteca Municipal de Barcelos, realizou-se uma sessão de homena-gem àquele que foi insigne missioná-rio e ilustre Bispo do Porto, desde fevereiro de 1899 até agosto de 1918.

A sessão foi presidida por D. António Francisco dos Santos, atual Bispo do Porto, e teve como ora-dor convidado o Professor Doutor Manuel da Silva Costa, Catedrático Jubilado de Sociologia da Universida-de do Minho, que dissertou sobre o tema «D. António Barroso e a Questão Social na Diocese do Porto, entre 1900 e 1918».

É TEMPO DE ADVENTO!

NÃO É TEMPO PARA DORMIR, LEMBROU O PAPA FRANCISCONO RECENTE CD “ WAKE UP!”.O SENHOR ESTÁ À PORTA ! ...

*********************

HÁ MUITOS QUE PROCURAM ABRIGO E SÃO RECEBIDOS COM

MUROS E BARREIRAS...

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Como ponto prévio ao tema que estava anunciado e no contexto de mais uma homenagem a D. António Barroso, o orador começou por evo-car o nome de outros bispos oriundos da Igreja do Porto, cujos ministérios episcopais também marcaram indele-velmente a vida e a história da Igre-ja, na Diocese do Porto, ou noutras, ao tempo, integradas nos territórios ultramarinos. Assim foi lembrado o nome de D. António Ferreira Gomes, natural de Penafiel, que foi titular da Sé do Porto e que, à semelhança de D. António Barroso, sofreu as agruras do desterro e do exílio, durante dez anos, por ordem de Salazar; foi refe-rido o nome de D. Sebastião Soares de Resende, que nasceu em 1906, em Milheirós de Poiares, e faleceu como Bispo da Beira, em Moçambique, em 1968, e cuja memória continua a ser venerada, «quarenta e muitos anos depois da sua morte», conforme dis-se D. António Francisco, que, em recente visita à cidade da Beira, encontrou «flores frescas, do dia», na sua campa, a testemunhar a grande dedicação da cidade e dos moçambicanos a esta figura do episcopado; foi mencionado ainda o nome de D. Manuel Vieira Pinto, que foi Arcebispo de Nam-pula, donde foi expulso nas vésperas da Revolução de Abril, e a residir agora na Casa Sacerdotal do Por-

to; e, finalmente, o nome do CardealD. Américo, que precedeu D. António Barroso na Sé do Porto, entre 1871 e 1899, onde foi destacado protagonis-ta da ação social preconizada pela En-cíclica Rerum Novarum, de Leão XIII.

No uso da palavra, D. António Francisco dos Santos, depois de agra-decer a evocação feita aos bispos seus predecessores na Sé do Porto, declarou a sua presença uma «home-nagem às terras do Minho e às gentes de Braga, de Barcelos e de Remelhe», recordou o início do seu magistério episcopal na Arquidiocese de Braga e a primeira vez que, na qualidade de Bispo Auxiliar, foi a Remelhe, estando, longe de imaginar que os caminhos de Deus o haveriam de conduzir à Sé do Porto. Mas que ali esteve e ali re-zou, junto da sepultura de D. António Barroso, e também que ali se inspirou para o seu ministério e ali aprendeu, acabando por confessar que gostaria

de ter a ousadia missionária de queD. António Barroso nos dá testemunho.

D. António Francisco centrou de-pois o seu discurso na Diocese do Porto no contexto em que D. Antó-nio Barroso foi Bispo, desde 1899 até 1918, e na canonização de D. Antó-nio Barroso, que está em curso, em Roma.

Começou por afirmar que, ago-ra, no Porto, todos conhecem com mais proximidade o trabalho incan-sável que D. António Barroso reali-zou: «um trabalho de presença, um trabalho de missão e um trabalho de proximidade e de bondade», disse. E continuou: «D. António é conhecido no Porto não apenas por ser o ho-mem intrépido e corajoso, que soube bater-se pela liberdade e pela dignida-de do povo perante os desafios mui-tas vezes extremados da I República, mas soube sobretudo ser um bispo de grande proximidade e de grande

bondade. Refiro o conheci-mento que agora tenho do que foram as visitas pasto-rais de D. António Barroso, a partir da leitura dos rela-tos duma inolvidável visita à Murtosa, em 1905».

Reportando-se aos motivos que o levaram ao exílio, afirmou D. Antó-nio Francisco dos Santos: «Todos conhecemos a in-trepidez de caráter e de formação e de visão que teve o Sr. D. António Bar-

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O Papa Francisco num encontro recente, em Roma, com o Bispo An-tónio Francisco.

roso, como muitos outros Bispos de Portugal, naquela época, aquando da I República. Sabemos que isso lhe va-leu o exílio, aqui na sua terra», mas sem «nunca deixar de ser Bispo do Porto», «testemunho aprendido por todos os Bispos do Porto e, mais tar-de, também validado de uma forma heróica pelo Sr. D. António Ferreira Gomes, que exilado e longe da pátria, (…) nunca abdicou nem nunca dei-xou de ser Bispo do Porto».

Segundo afirmou D. António Fran-cisco. «Desse tempo difícil todos co-nhecemos também os pormenores, vicissitudes e desafios, mas sabemos com que encanto o clero e o povo da Igreja do Porto o recebeu, no dia 3 de abril de 1914, quando ele regressou à diocese, já autorizado a poder viver e trabalhar na sua diocese. Foi aí que o clero do Porto (…) lhe ofereceu um báculo que eu usei no dia da minha entrada e que habitualmente se usa na Sé Catedral do Porto».

Segundo afirmou ainda D. Antó-nio Francisco, «no Porto, nos quatro anos que ele viveu, até à sua morte, em agosto de 1918, ele continuou a exercer e a desenvolver um trabalho incansável, nos tempos difíceis ainda da I República. Mas deixou-nos este testemunho e esta marca da sua bon-

dade, da sua solicitude, do seu zelo, da sua dedicação, da sua entrega e da sua coragem».

«Quase 100 anos depois des-tes momentos e na proximidade de celebrarmos o centenário da sua morte», o Bispo do Porto deixou um desafio: «é hora de incentivarmos ainda mais a causa da sua canonização, valori-zando as datas que são uma referência, como seja, o cente-nário da República, que há pouco cele-brámos, a vida e a coragem de D. An-tónio Barroso, o seu zelo pastoral e a sua entrega ao serviço dos mais pobres, como hoje o Papa Francisco nos lem-bra e nos pede insistentemente».

Segundo informou D. António Francisco dos Santos, o processo relativo à beatificação de D. António Barroso é o terceiro mais adiantado dos seis que a diocese de Porto tem em curso, em Roma; ainda segundo o bispo do Porto, a diocese fez um pedi-

do e formalizou um desejo: ter a possibilidade de, no centená-rio da morte de D. António Bar-roso, ver o pro-cesso adiantado e decidido quer na declaração da heróicidade das virtudes, quer mesmo na declaração da beatificação.

O que é preciso para tanto? Va-lidar todo o processo, intensificar a oração e divulgar a vida, o testemu-nho e a heroicidade das virtudes e o exemplo de vida que foi D. António Barroso.

Ele foi um bispo ao jeito do Papa Francisco, do modo como o Papa Francisco pede que sejam os bispos neste tempo: próximos do povo, ser-vidores dos mais pobres, corajosos na afirmação e na defesa dos valores cristãos e do valor da dignidade hu-mana e construtores duma sociedade melhor e de uma Igreja renovada.

A sessão de homenagem a D. An-tónio Barroso terminou com a Verea-dora da Cultura da Câmara Municipal, Elisa Braga, a usar da palavra para dis-ponibilizar todo o apoio que o Muni-cípio possa prestar a favor da Causa de D. António Barroso. Seguiu-se a tradicional deposição de uma coroa de flores junto da estátua do home-nageado, na Praça do Município, pelo sobrinho-neto, António José Barroso, que recordou o bispo missionário.

Texto e Fotos de José Campinho

Na visita a Barcelos, o Bispo do Porto insistiu na necessidade de celebrarmos a memória de D. António Barroso, a sua vida e a sua obra, «o seu zelo pastoral e a sua entrega ao serviço dos mais pobres, como hoje o Papa Francisco nos lembra e nos pede insis-tentemente».

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A SOCIEDADE MISSIONÁRIA DA BOA NOVA, EM CUJA GÉNESE SE EMPENHOU O BISPO MISSIONÁRIO ANTÓNIO

BARROSO, ESTENDEU O SEU PROJECTO AO JAPÃO

Sentido e motivo para a missão no Japão

Por Pe. Marco Casquilho, SMBN

A chuva cai com intensidade e os ventos sopram velozmente. É Julho, estação das chuvas e tufões. A humi-dade é quase insuportável (89%). Hoje, pela manhã, seis fiéis corajosos vieram ao grupo de estudo bíblico na peque-na Igreja de Sennan-shi. Lamentaram--se sobre a falta de padres. Tendo em consideração que na diocese de Osaka existe uma média de um padre para 340 cristãos não deixa de ser curioso o lamento… Expliquei-lhes que na minha diocese de origem, Santarém, existe um sacerdote para 3837 fiéis. E disse-lhes que esta situação quase se repete em praticamente todas as dioceses por-tuguesas. E eis que me deparo com a seguinte questão: fará sentido ser mis-sionário num país onde existem padres, e religiosos em número suficiente, mas escasseiam os cristãos?

Quando se pergunta aos missioná-rios a trabalhar na Diocese de Osaka porque elegeram ou aceitaram o Japão como o seu território de missão, mui-tos dirão certamente que tinham como objectivo trabalhar na área do diálogo inter-religioso ou promover a difusão da fé entre os não-cristãos. Não foi

Festa de Natal na Igreja de Sennan, com um amigo das Forças de Auto-defesa japonesa e o seu filho, e uma senhora filipina também com o seu filho.

certamente pelo salário, pois embora o Japão seja um país de abundantes re-cursos, os padres ganham menos que um operário fabril. Nem com a pers-pectiva de celebrar muitos batismos, pois, com excepção de S. Francisco Xa-vier e dos primeiros missionários jesu-ítas que batizaram inúmeros japoneses, agora teremos de nos contentar com um ou dois batismos anuais em cada paróquia.

Para mim, o Japão, foi sempre um sonho de infância. Começou quando recebi um pequeno livro intitulado: “Ja-pão, país dos samurais e robots”. Nesse livro descrevia bem o Japão que conhe-ço hoje: um país onde tradição e inova-ção coabitam lado a lado.

O Japão é um país extremamente acolhedor para os estrangeiros, aberto ao que há de melhor em cada cultura e nação. Numa grande cidade coabitam restaurantes japoneses, portugueses, in-dianos, chineses, americanos, tailandeses, coreanos, mexicanos, brasileiros, espa-nhóis, italianos… E existem em abundância produtos im-portados. Porém, o Japão pode ser também extremamente discriminatório e fechado em relação ao estrangeiro. Algo perfeitamente compreensível, visto que se trata de ilhas que estiveram isoladas durante lar-gos anos dos países continen-tais. A irritação de Cristiano Ronaldo, que curiosamente nasceu também numa ilha, com a forma como o trataram num dos típicos programas de en-tretenimento televisivo nipó-nico, deixa bem evidente essa atitude. E são vários os turistas estrangeiros que testemunham ter-se sentado no comboio e ver as pessoas a seu lado a mu-dar de lugar.

A presença do missionário

estrangeiro pode ser uma forma singu-lar e única de promover o diálogo cul-tural e religioso, incentivar o conheci-mento mútuo e favorecer a paz.

Este conhecimento e ignorância em relação ao estrangeiro, não se re-duz apenas ao Japão. Também nós por-tugueses, temos muito que aprender. Talvez a maior parte dos portugueses quando se fala sobre o Japão pensará em automóveis ou motorizadas Honda, Suzuki… Lembrar-se-á do Monte Fuji e das máquinas fotográficas Canon ou dos produtos eletrónicos Sony. E, cla-ro, referirá de imediato o seu apetite por sushi e apreço por kimonos. Toda-via, poucos saberão realmente como é verdadeiramente o Japão ou o japonês. Não raro os turistas japoneses quando visitam Portugal são confundidos com chineses. Para alguns amigos japoneses que falam português, disse-lhes que não tomem com seriedade esse insulto e quando escutarem uma criança por-tuguesa a chamar-lhes “chinoca” que

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À esquerda, almoço num hotel, em Nara. À direita, num casamento, em Osaka. Em baixo, a caminho da praia, com um amigo.

respondam: “eu não sou chinoca, mas japonoca”. Isto demonstra igualmente como também nós portugueses pode-mos ser preconceituosos em relação ao estrangeiro. E o desconhecimento não é exclusivo dos mais novos. Os adultos conhecem pouco a geografia asiática. Cada vez que se divulga a notí-cia de um sismo a 800 quilómetros de distância da cidade onde vivo, recebo uma dezena de mensagens de Portugal a perguntar se estou bem.

Como missionários, o nosso desafio é fazer a ponte entre culturas; favore-cer a globalização e convivência entre povos e nações. Por isso, o pe. Luís Fróis escreveu há mais de 500 anos um livro intitulado “Tratado das contradi-ções e diferenças de costumes entre a Europa e o Japão”. Hoje teríamos de reeditar este livro com um apêndice “Semelhanças entre o ser humano em diferentes pontos do globo terrestre”.

A presença do missionário serve para transmitir que temos culturas, reli-giões, histórias, tradições e línguas dife-rentes, mas que a humanidade nos une e torna iguais. A fé pode ser um elo de ligação forte, que nos torna membros distintos de um mesmo corpo.

Tendo em consideração também a nova visão evangelizadora do Papa Francisco, são imensos os campos de missão no Japão. Só em Osaka existem

mais de seiscentos sem-abrigo. Existem imensas pessoas que vivem em aparta-mentos que são exíguos e só têm um quarto, onde se dorme e cozinha, e uma pequena casa de banho. A exploração nos empregos é enorme: muitas horas de trabalho, horas extraordinárias não remuneradas, pressão das chefias, alco-olismo induzido por colegas de traba-lho. Nas escolas são várias as vítimas de bullying (ijime). São inúmeros os emi-grantes sul-americanos e asiáticos que esperam cuidado pastoral. As enfermi-dades mentais são quase ignoradas e o número de suicídios é maior do que noutro qualquer país do mundo. Enfim,

são muitos os campos nos quais pode trabalhar um missionário, seguindo o apelo do Santo Padre.

Em suma, a missão no Japão conti-nua a fazer sentido hoje. Precisamente porque cada vez existem menos voca-ções em Portugal, devemos investir e enviar alguns missionários como teste-munhas de fé e dádivas de um povo que designa os seus nacionais como “heróis do mar”, para cruzar os oceanos. Só assim poderemos perpetuar uma longa tradição portuguesa de rumar além--mar, em direcção ao incerto, de dar--se a conhecer e procurar conhecer o desconhecido.

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Realizou-se no passado dia 6 de setembro a romagem anual a D. António Bar-roso, entre Barcelos e Remelhe, com a participação de várias centenas de pessoas do concelho.

Teve o seu começo no largo da estação ferroviária, com o acolhimento aos representantes da Sociedade Missionária da Boa Nova: o P. Jerónimo Nunes, ex-Su-perior Geral e actual Reitor do Seminário de Valadares, e o Tiago, estudante de Teo-logia, oriundo de Moçambique, das terras que o padre Barroso missionou. Seguimos depois rumo ao templo do Senhor da Cruz, onde o Prior de Barcelos, monsenhor Abílio Cardoso, saudou os romeiros e lembrou que a santidade se exprime com-batendo, e que o Bispo Barroso se destacou sempre como um grande combatente por diversas causas.

No Largo do Município, junto ao monumento que Barcelos erigiu ao bispo mis-sionário, foi a vez de o P. Jerónimo Nunes e o Dr. Amadeu Araújo evocarem a vida e a obra de D. António Barroso. O P. Castro Afonso, missionário da Boa Nova, foi ali recordado como promotor do processo de beatificação em curso. O seminarista Tiago deslumbrou todos os presentes pela forma como recordou a passagem do homenageado pelas terras do Congo.

Foram ainda lembrados os "Amigos de D. António Barroso" que partiram re-centemente para a casa do Pai: os Senhores Cândido Lopes e Emílio Costa.

Rumámos então a Remelhe, para uma visita à capela-jazigo, e tributo a D. An-tónio, junto ao seu monumento, estando presentes os principais representantes da Câmara Municipal, da junta de freguesia de Remelhe, da união de freguesias de Barcelos, bem como da comissão económica da paróquia. À deposição de um ramo de flores, pelo Sr. Presidente da Câmara, seguiu-se uma missa muito participada, com uma apropriada homilia pelo Pe. Jerónimo Nunes.

Cumpre enaltecer a prestimosa colaboração da secção de Barcelos dos "Ami-gos de D. António Barroso", nomeadamente do seu Presidente, Sr. José Joaquim Mendes, dos Bombeiros de Barcelos e Barcelinhos, da PSP, da GNR, da Moto-galos e das Juntas de freguesia que esta romagem atravessou.

Texto de José Ribeiro FernandesFotos de José Campinho

PEREGRINOS DA MEMÓRIA — - —

CAMINHADA DE BARCELOS A REMELHE, EM 06-09-2015, RECORDANDO A MORTE DE D. ANTÓNIO BARROSO

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FLORES PARA OS AMIGOS DED. ANTÓNIO BARROSO

NOVOS ASSINANTES — . —

COLABORADORES ATENTOS

UNIVERSIDADE DO MINHO— . —

PRIMEIRO MESTRADO SOBRE D. ANTÓNIO BARROSO

BOMBEIROS VOLUNTÁRIOSDE BARCELOS.

BOMBEIROS VOLUNTÁRIOSDE BARCELINHOS

Mestrado em Património e Turismo Cultural.

Foi a primeira vez que numa Univer-sidade portuguesa se defendeu uma tese sobre D. António Barroso e a sua terra de origem, Remelhe. A dissertação foi re-querida pela licenciada Maria Isabel Loba-rinhas Trigueiros. Presidiu ao júri o Dou-tor Luís Manuel Cunha e foram arguentes os Doutores Paula Remoaldo, Ana Maria Bettencourt e Amadeu Gomes de Araújo. A classificação, elevada e rara, foi atribuí-da por unanimidade: 19 valores.

Estas duas prestigiadas Corporações de Bombeiros sempre prestaram à figura de D. António Barroso especial deferên-cia. A Associação dos Amigos de D. An-tónio acaba de se vincular a ambas, como sócia.

Aproveitamos a circunstância para saudar os Senhores Comandantes José Luís Ribeiro da Quinta e José António Beleza, felicitando-os pelo preito e home-nagem que as suas Corporações sempre renderam ao ilustre bispo missionário barcelense.

«Quis o acaso que, vasculhando entre velharias, "tropeçasse" numa Pedra de Ara, oferecida pelo bispo do Porto, D. António Barroso, no ano de 1903, para o altar do Sagrado Coração de Jesus d a igreja paro-quial de Remelhe.» José Ribeiro Fer-nandes

É crescente o número dos Amigos de D. António que colaboram com o Bole-tim, enviando informações diversas e úteis. Nos últimos 3 meses, também recebemos 11 pedidos de novos assinantes. Assinam e pagam. Infelizmente, a maioria não paga.

Universidade do MinhoInstituto de Ciências Sociais

D. António Barroso e as potencialidadesdo turismo religioso em Remelhe

Por Amadeu Gomes de Araújo

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CONTAS EM DIAA última relação de contas correntes (até 30 de junho de 2015) está disponível no Boletim n.º 14, III Série. Desde aquela data, até 30 de

novembro de 2015, foram efectuadas as seguintes despesas: Escola Tipográfica das Missões. Execução e expedição do Boletim n.º 14, III Série: 691.85 €; Consumíveis, expediente, correio, comunicações: 65.00 €; Certidão de óbito: 20.00€; Quotas dos B. V. Barcelos e Barcelinhos: 40.00 €; Flores. (Viúva do Sr. Emílio Costa): 25.00 €. TOTAL: 841.85 €.

No mesmo período, foram recebidos os seguintes donativos para apoio à Causa da Canonização e para as despesas deste Boletim: Assinan-tes de Remelhe: D.ª Ana Maria Silva Coutinho (Monte: 10.00 €); D.ª Laurinda Fonseca do Vale (Quintã: 25 €); Sr. Augusto Faria dos Penedos (Portela: 40.00 €); D.ª Maria Amélia Campos Seara (Igreja: 100.00 €); Sr. Augusto da Costa Martins (Paranho: 40.00 € ); D.ª Margarida Barroso Simões (Vilar: 126.00€); Sr. Mário da Costa Lopes (Bacêlo: 65.00€); D.ª Maria Magalhães Faria Senra (Santiago: 25.00€; Casal Novo: 40.00€; Torre de Moldes: 90.00€). Outros assinantes: D.ª Maria de Fátima Barroso Simões: 25.00 €; D.ª Maria Faria Azevedo: 5.00 €; Sr. Jaime Costa Carmo: 10.00 €); D.ra Lúcia Go-mes de Araújo Sousa: 50.00€; D.ª Ana Martins Figueiredo: 10.00€; D.ª Maria Teresa Arrais: 10.00€; Sr. Aníbal Ferreira de Carvalho: 20.00€; D.ª Maria de Fátima Batista Duarte: 5.00 €; Maria de Lurdes Fernandes Ribeiro: 5.00 €; D.res Laurinda e José Baptista Ferreira: 100.00 €; D.ª Maria Ermelinda de Melo Osório: 60.00 €; Dra. Maria Adelaide Azevedo Meireles: 50.00€; D.ª Maria Júlia Matos Costa e Almeida: 20.00 €; D.ª Laurinda Fonseca do Vale e Sr. Manuel Ribeiro Fernandes: 100.00 €; Anónimo: 20.00 €; Anónimo: 10.00€; Sr. Júlio Pedro Matos Araújo: 20.00 €. TOTAL: 1081.00 €

Para transferências bancárias que tenham a bondade de fazer para apoio à Causa da Canonização de D. António Barroso e para as despesas deste Boletim, informamos que a conta em nome do «Grupo de Amigos de D. António Bar-roso», na Caixa Geral de Depósitos, Oeiras, tem as seguintes referências:

NIB: 003505420001108153073. IBAN: PT50003505420001108153073. BIC: CGDIPTPL

Devotos, AMIGos e ADMIrADores vIsItAM D. ANtÓNIo

Fotos de António Miguel São Bento (antosbento). Estas são algumas das lápides deixadas por grupos de Amigos de D. António Barroso, que, ao longo dos anos se deslocaram à capela-jazigo. No interior, há um livro à disposição dos visitantes, onde estes, se entenderem, agradecem ou solicitam graças e favores. No total são 8 livros, iniciados em 1928, com muitos milhares de registos, de que falaremos mais tarde.

Embora a maioria das pessoas, por razões diversas, opte por não registar a sua presença, nos últimos meses, entre 1 de julho e 30 de novembro de 2015, constam do livro 211 visitantes. A título de amostra, a maioria é natural de Remelhe (78), mas outros vieram de Barcelos (27), Arcozelo (14), Galegos Sta Maria (8), Carapeços (7), Esposende (5), Adães (1), Alvelos (1), Vilar de Figos (1), S. Miguel da Carreira (2), Mi-dões (2), Rio Tinto (1), Castelo de Paiva (1), Abade de Neiva (2), Porto (1), Louro (2), Cristelo (1), S. Veríssimo (1), Pereira (2), Monte Farlães (2), Mosteiró (1), Trofa (1), Creixomil (1), S. Bento da Várzea (1), Rio Covo Sta Eugénia (3), Rio Covo Sta Eulália (1), Braga (1), Silva (1), Ribeirão (2), S. Mamede de Infesta (1), França (1), Madeira (1), Barcelinhos (1), Vila Boa (5), Gamil (2), Famalicão (8), Vila do Conde (1), S. João da Madeira (2), São Paio Carvalhal (4), Manhente (2), Vila Nova de Tazém (2), Faria (3), Gilmonde (1), Fornelos (4), Prado (1), Póvoa de Varzim (1).

Com a colaboração de Goretti Loureiro.