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Boletim Informativo Clube Niteroiense de Montanhismo Ano XII - Número 32 Niterói, Março de 2016 • Primeira Invasão Feminina na Urca • Relato: Travessia da Serra de Itaitindiba Artigo: Dissecando a Costura • • Artigo: Quatro Vezes a Primeira • Travessia da Serra de Itaitindiba: 18 km cortando Maricá, Itaboraí e São Gonçalo

Boletim CNM 2016-1

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Boletim InformativoClube Niteroiense de Montanhismo

Ano XII - Número 32Niterói, Março de 2016

• Primeira Invasão Feminina na Urca• • Relato: Travessia da Serra de Itaitindiba •

• Artigo: Dissecando a Costura •• Artigo: Quatro Vezes a Primeira •

Travessia da Serra de Itaitindiba: 18 km cortando Maricá, Itaboraí e São Gonçalo

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2 Clube Niteroiense de Montanhismo – Boletim Informativo nº 32

Fechamos mais um trimestre... Em breve estaremos

prensente nas aberturas de temporada... Para começar,

temos a da Urca e depois a do Parnaso... Enfim, está

chegando a melhor época do ano para estarmos

nas montanhas....

É hora de prepararmos os

equipamentos!!!!!

Vamos para as montanhas!

MENSAGEM DO PRESIDENTE

E estamos andando... Por Leandro do Carmo

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Clube Niteroiense de Montanhismo – Boletim Informativo nº 32 3

SUGESTÃO DE LEITURA

Tenha uma boa leitura!

Por Eny Hertz

Escale Melhor e Com Mais Segurança, de Flávio

e Cínthia Daflon.

A indicação deste livro,

é para complemento/

reforço dos ensinamen-

tos passados nas aulas

do CBE. Em função

da dinâmica das

aulas algumas coisas

ficam para depois e

o livro mostra bem

os procedimentos de

técnica, segurança,

finalidade e utilização

do equipamentos, etc.

Por Lourdes Moreira

Brasilia Paraty - Somando Pernas para Dividir

Impressões, de

Um relato que mostra

que deficiência nada

é quando comparada

com a determinação e

companheirismo.

Desafio, superação,

dor, sofrimento,

privações que Adauto

Belli, cego, encontrou

ao pedalar 1.700km

entre Brasília e Paraty

numa bicicleta tandem

com Weimar Pettengill.

FOTOS DE ATIVIDADES

BLOCO SÓ O CUME INTERESSA

CIRCUITO DO SILVADO

PARQUE DA CIDADE

CIRCUITO PONTA NEGRA

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4 Clube Niteroiense de Montanhismo – Boletim Informativo nº 32

e físico, e se encontrariam no topo para um brinde pela

data em questão.

A empolgação foi crescendo, o número de mulheres

interessadas foi aumentando e logo se tornou um evento

público com intervenção até dos meios de comunicação

(jornais e rádios) que anunciavam o acontecimento sem

parar.

Trabalhar na Diretoria Social do Cerj de comum

acordo com a Paixão é muito bom; isto sem contar

todo apoio que recebemos da Diretora de Divulgação

Rosângela Gelly e outras associadas que muito

contribuíram com o seu entusiasmo e incentivo.

O dia foi chegando e na véspera, eu e a Paixão

passamos a tarde dando entrevistas para a imprensa.

Esta parte em princípio é muito empolgante, mas

depois começa a cansar até que começamos a preferir

que não houvesse reportagem no meio. Isto porque

às vezes eles escrevem bem – com apenas algumas

falhas, outras vezes dão outro enfoque para fazer maior

sensacionalismo e desvirtuam o verdadeiro sentido do

montanhismo. Para mostrar esta diferença, deixo junto

destes, os recortes de duas reportagens sobre este

evento.

Ainda sobre a publicidade posso destacar a

cobertura do Globo Esporte, numa ótima entrevista feita

pela Isabela Scalabrini que foi no ar após o Jornal Hoje

de sábado mesmo.

O tempo não colaborou, muito pelo contrário, caíram

fortes chuvas no Rio de Janeiro desde a quinta-feira e no

sábado pela manhã ainda chovia. A chuva causou sérios

estragos por toda cidade e isto desestimulou algumas

das participantes inscritas. Mas, para a minha surpresa,

apesar dos pesares compareceram ao local de encontro

vinte e uma mulheres. Elas disseram que tinham certeza

de que eu iria, e foram também. Fiquei muito feliz por

vê-las lá.

A chuva que caiu durante a madrugada tornou

impraticável as escaladas até então planejadas; até

mesmo pelo Costão. Então, resolvemos que o evento

HISTÓRIA

Primeira invasão feminina na Urca: 08/03/1986 Por Norma Almeida

Excursão: 1ª Grande Concentração Feminina no Pão

de Açúcar

Data: 08.03.1986 sábado

Motivo: Comemoração do Dia Internacional da

Mulher

Presentes: 21 mulheres

Adriana Takche de Toledo, Alessandra Takche

de Toledo, Ana Piltz, Catarina Schleder da Cruz Pinto

Pena, Christiane de Castro de Carvalho (Paixão),

Cláudia Augusto de Moraes Russo, Eliana Iasmin

Ibarra Inda, Fabiana Schleder da Cruz Pinto Pena, Kátia

Torres Ribeiro (Katinha), Lílian Florêncio White, Lílian

Gelly Soares de Souza, Lúcia Maria Alvarenga Duarte,

Márcia Maria de Almeida, Maria Angélica de Oliveira

Magnago, Neuza Gelly, Nicéa de Araújo Pereira, Norma

de Almeida, Rachel Vaitsman Bastos, Rosângela Gelly

Soares de Souza, Sheila Gelly Soares de Souza e Solange

Gorgulho Drummond.

Este relatório certamente poderá ser um documento

histórico de grande valor aos que se interessarem pelo

desenvolvimento do processo de libertação da mulher

daqui a alguns anos.

O número de pessoas que tem procurado alguma

atividade física relacionada com a natureza vem

aumentando de maneira notável e com isso também

o número de mulheres entre seus simpatizantes. Os

clubes de montanhismo têm estado apinhados e a

grande evolução técnica já é uma realidade brasileira.

O número de mulheres que podem fazer escaladas

mais ousadas e em muitos casos até guiando é inegável

nestes nossos dias.

Em decorrência de todo este processo e como

motivo centra o Dia Internacional da Mulher, resolvemos

organizar uma grande concentração feminina. Começou

como uma excursão comum que reuniria as sócias de

todos os clubes que estão em atividade e veteranas

convidadas. As meninas se distribuiriam por diversas

vias de escalada e caminhadas de uma mesma montanha

de acordo com o seu grau de desenvolvimento técnico

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Clube Niteroiense de Montanhismo – Boletim Informativo nº 32 5

não deveria deixar de acontecer e decidimos subir o

Morro da Urca pela caminhada e de lá ir até o topo do

Pão de Açúcar de bondinho onde comemoramos com

champagne. E assim foi.

Tivemos o prazer de contar com a presença de

Dona Nicéa do CEB, que é a viúva do Sr. Ivo Pereira

nosso querido companheiro falecido a poucos meses.

Ela não fez a caminhada, mas sua presença muito nos

agradou.

Esta festa contou também com camisetas,

brilhantemente sugeridas pela Bia, e a criatividade toda

especial do Sérgio Sena que retratou a figura de uma

fêmea do estilo mulher maravilha toda equipada para

escalar tendo ao fundo o Pão de Açúcar. Esta camiseta

fez muito sucesso entre as meninas.

Não sei se como relatório este texto vai de encontro

às necessidades do clube, mas é a expressão sincera

do meu ponto de vista e do turbilhão que foi esta 1ª

Grande Concentração Feminina no Pão de Açúcar.

FOTOS

Invasão Feminina 2016

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6 Clube Niteroiense de Montanhismo – Boletim Informativo nº 32

A Serra de Itaitindiba se destaca na paisagem de

Maricá. Ela faz divisa entre os municípios de Maricá,

São Gonçalo e Itaboraí. Foi nas pesquisas para

mapeamentos das trilhas de Maricá que vi que seria

viável fazer a travessia pela sua linha de cumeada. Na

verdade, o nosso objetivo era fazer o Alto do Gaia a

partir de Cassorotiba... Mas faltavam detalhes... Foi aí

que comecei a aprofundar as pesquisas.

Não encontrei nenhum registro que indicasse que o

caminho já havia sido percorrido e nem o que iríamos

encontrar pela frente. Estava visível nas fotos de satélite

um caminho por quase toda a linha de cumeada, mas

existia um trecho sem caminho marcado... Esse seria,

na teoria o nosso grande desafio.

Na semana anterior convidei algumas pessoas para

participar da nossa empreitada. Conversando com o

André, enviei alguns arquivos para ele preparar alguns

mapas para nos ajudar. Discutimos também como seria

nossa logística. A princípio pensamos em fazer no

sentido Calaboca – Gaia, visto que o último ônibus que

saía de Cassorotiba, seria as 12:00h. Mas como ficaria

muito apertado, decidimos pegar o primeiro ônibus,

que sai as 8:00h da manhã, começando em Cassorotiba

para terminar no Calaboca. Mais tarde vocês verão que

essa foi uma decisão acertada!

E assim combinamos de nos encontrar na entrada

do Spar. O André sairia de Inoã e nos encontraria no

caminho. Eu, Leonardo, Cris, Lando e Zé Augusto nos

dirigimos até a pracinha do Spar. Deixamos um carro

na saída da trilha para facilitar a volta e o outro acabou

ficando perto do ponto de ônibus. Pontualmente, às

8:00h, o ônibus passou em Inoã e em poucos minutos

estava passando por nós. Dentro do ônibus só o André

e mais uma senhora. Também... quem vai parar em

Cassorotiba às 8:00h de sábado? Entramos nos ônibus

e ele foi balançando pela estrada de chão até que ele

parou e o motorista disse: - Ponto final! A estrada não

está boa e estamos parando por aqui. Esperávamos

que seguiríamos até mais a frente, mas não tinha jeito,

teríamos que iniciar nossa caminhada ali.

Estávamos na Estrada de Cassorotiba, nº 5000, em

frente a entrada da fazenda homônima. Caminhamos

por uma bela e agradável estrada e vimos que o caminho

não estava ruim, daria para o ônibus passar numa boa...

A nossa esquerda a bela Serra de Itaitindiba e a direita,

a do Macaco e Camburi. Passamos pela obra do duto da

Petrobrás e começamos uma subida até que cruzamos

para o município de Itaboraí. Dali, começamos a descer.

Sabe aquelas horas em que as coisas começam a dar

errado? Então... O GPS parou de funcionar e foi hora de

sacar o mapa para poder nos auxiliar. Mas cadê o mapa?

André tirou da mochila e esqueceu de colocar de volta.

Vamos sem ele!

Continuamos caminhando e lembrei que tinha

o arquivo no celular. E como ajudou! Vimos o ponto

exato de onde teríamos que entrar. Seguimos subindo

nesse primeiro trecho, mas optamos pelo caminho

RELATO

Travessia da Serra de Itaitindiba Por Leandro do Carmo

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Clube Niteroiense de Montanhismo – Boletim Informativo nº 32 7

mais definido, o que não foi a melhor escolha... Ainda

tentamos encurtar o caminho até o alto da serra,

mas chegamos num trecho muito íngreme e fechado.

Até daria para forçar a barra, mas o objetivo não era

esse. Precisávamos de um caminho na qual as pessoas

pudessem fazer. Como iríamos explicar esse trecho?

Bom, decidimos voltar e seguir pelo caminho normal,

ou seja, o mais longo! Isso nos fez perder tempo.

Seguimos descendo e fomos em direção a um colo,

numa passagem entre os dois morros. Ali cruzamos

uma cerca e descemos em direção a uma casa, bem ao

fundo do vale. Dali, conseguíamos ver o nosso possível

trajeto.

Chegamos na casa, onde haviam algumas pessoas,

cumprimentamo-as e pegamos algumas informações.

Entramos por uma porteira e iniciamos um longo

trecho de subida. Passamos pelas ruínas de uma antiga

fazenda e no caminho, comecei a ouvir um barulho de

água. Fui em direção a ela e encontramos um córrego

com bastante água, o suficiente para nos refrescar. Foi

hora de fazer a primeira parada do dia.

Voltamos a caminhada e seguimos por esse caminho

bem aberto, até que passamos por umas ruínas. Nesse

ponto aconteceu uma coisa curiosa: passando ao lado

de uma jaqueira, caiu uma jaca a cerca de 1 metro de

distância de mim... Se eu tivesse um pouco mais para

o lado... Nem sei! Como a jaca já estava ali no chão,

pensei: Vamos comer! Segunda parada do dia!

Seguimos subindo e já tínhamos uma linda vista

para Itaboraí. Continuamos subindo até passarmos por

uma grande árvore com uma sombra convidativa. Segui

subindo lentamente até chegar a uma bifurcação. Para

a direita chegamos a uma mirante voltado para São

Gonçalo. Dali, conseguíamos ver o caminho na qual

deveríamos pegar: uma íngreme subida paralela a uma

cerca. No alto, chegaríamos ao Gaia, primeiro objetivo

do dia. Voltamos à bifurcação e agora seguimos pelo

caminho da esquerda e iniciamos a subida. No meio

dela, havia um caminho em diagonal para a direita, na

qual pegamos. Me arrependi de não ter ido ao cume

onde há a divisa dos três municípios: Maricá, Itaboraí e

São Gonçalo... O calor estava forte e optamos por não ir.

No alto, já com uma sombra, fizemos nossa

terceira parada. Uma pausa um pouco mais longa,

onde aproveitamos para lanchar. Adentramos por um

caminho bem definido e bem agradável. Caminhávamos

agora sobre a densa floresta e já não tínhamos o

incomodo do sol. Porém não tínhamos mais nenhuma

referencia visual. Mas o caminho bem definido, não

deixava dúvida. Descemos por um longo trecho até que

chegamos a uma pedra onde estava sendo construída

uma antena. No alto da pedra, fizemos nossa quarta

parada.

Dali conseguíamos ver novamente o caminho que

teríamos que percorrer. Voltamos para a caminhada

e foi difícil achar um caminho a partir daí. Rodamos

e nada. Decidimos voltar para linha de cumeada e

encontramos novamente uma cerca. Seguimos com

ela a nossa esquerda num trecho bem fechado. Foi

um longo caminho e quando achávamos que iríamos

encontrar algo aberto: mais capim... Encontramos o que

parecia um antiga estradinha em meio ao capinzal, mas

não pudemos seguir por muito tempo nela, pois ela

seguia em uma direção diferente da qual deveríamos ir.

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8 Clube Niteroiense de Montanhismo – Boletim Informativo nº 32

FIQUE DE OLHO

Atravessamos um pequeno vale e logo conseguimos

chegar num trecho mais aberto. Seguimos andando,

mas fechou novamente. Fomos assim, alternando entre

trechos abertos e fechados até que passamos por outra

antena. A partir daí, tudo melhorou. Um alívio! Percebi

que havia passado motos por ali. Isso de certa forma

facilitou nosso trabalho em um trecho mais adiante.

A partir daí foi andar... Chegamos a um morrote

e já dava para ver o condomínio ao final trilha. Havia

mais um morro e já estaríamos na trifurcação da Serra

do Calaboca. Caminhamos os últimos metros até

entrarmos de vez na reta final. Daí foi seguir até o carro.

Ainda paramos para um refrigerante, antes de seguir

para casa.

Ao final da jornada, foram cerca de 18 km de

caminhada num calor forte, em quase 8 horas de

caminhada. Para quem fazia contas para começar no

lado oposto e terminar a tempo de pegar o ônibus das

12:00, tivemos sorte em começar por Cassorotiba! Uma

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Clube Niteroiense de Montanhismo – Boletim Informativo nº 32 9

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10 Clube Niteroiense de Montanhismo – Boletim Informativo nº 32

Noutro dia, escalando com uns

amigos, percebi que o guia utilizava

as costuras montadas com as portas

dos mosquetões opostos, resolvi

pesquisar.

Comecemos pelo básico:

Geralmente no Rio de Janeiro, uma via ao ser

conquistada recebe proteções fixas (grampos ou

chapeletas) ao longo da linha. Ao ser repetida, o guia

coloca as costuras nestes grampos, sendo usadas para

proteger o guia de uma queda rocha abaixo. A costura é

o conjunto composto de um fita fechada em anel e dois

mosquetões sem trava.

O mosquetão com o gatilho reto é colocado na

proteção, a fita deste lado deverá estar frouxa para

não forçar movimentos neste mosquetão, evitando

assim o ““self-unclipping”” do grampo, que é quando

o mosquetão sai do grampo inadvertidamente. Pode

ocorrer quando se clipa a corda de maneira errada, “de

fora para dentro”, forçando a costura a se movimentar

para cima, Ou quando se muda de direção acima da

proteção.

O mosquetão com gatilho curvo, pode ter a fita

mais justa, facilitando assim a colocação da corda,

especialmente quando usamos uma fita expressa. Pode

ter uma borrachinha, entretanto sua utilização em

fitas de elos é muito perigosa, pois há o perigo, num

momento crítico, da costura ser montada erradamente

e de nada servir esta costura.

O ““self-unclipping”” da corda é quando a corda sai

sozinha de dentro do mosquetão com uma queda do

guia. Pode ocorrer quando o mosquetão está no mesmo

lado da queda do guia. Ocorre mais nas vias esportivas

e em tetos.

Caso não haja diferença de formato entre os

mosquetões, escolha um para ficar somente na

proteção. Isto é muito importante porque o mosquetão

que fica na proteção sofre um desgaste forte, criando

sulcos com quinas vivas, e se houver troca para uso

com a corda, este mosquetão poderá cortar a mesma

em caso de queda do guia.

O gatilho do mosquetão pode ser inteiriço ou de

arame. A desvantagem do primeiro é que quando um

guia cai, este mosquetão poderá abrir inadvertidamente

e a corda sair dele. A vantagem do gatilho de arame é

a dissipação da energia de uma queda, não abrindo a

porta. Além de não emperrar a porta quando estamos

escalando na neve.

Qual comprimento escolher para as costuras?

AMBIENTE

Dissecando a Costura Por Eny Hertz

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Clube Niteroiense de Montanhismo – Boletim Informativo nº 32 11

Esta escolha depende da modalidade de escalada.

Geralmente esportivas são linhas relativamente retas,

onde podemos utilizar costuras expressas curtas (de 15

a 25 cm). Já em vias tradicionais, em grandes paredes,

normalmente as vias são tortuosas, necessitando de

costuras médias e longas para que a corda não forme

um zigzag, deixando-a muito “pesada”. Para a escolha

do comprimento da costura, também devemos levar

em consideração se o mosquetão da corda em caso de

queda, não baterá numa quina da rocha, podendo abrir

o mosquetão.

Como orientar uma costura?

Há entre os escaladores do Rio duas escolas para

qual lado a porta do mosquetão da costura deverá ficar:

direção da escalada ao sair da proteção ou de onde

está a próxima proteção. Geralmente a proteção está

ou num local que foi fácil para o conquistador instalá-la

ou num local que realmente evitará o guia se machucar

em caso de queda.

Alguns preferem proteger esta saída perigosa,

colocando a porta do mosquetão para o outro lado.

Outros acreditam que cair na saída da proteção

produzirá um loop de corda pequeno e com isto a

possibilidade do unclipping é reduzido, mas cair perto

da proteção seguinte, com muita corda para criar um

grande loop, o unclipping é possível. Eles colocam a

porta do mosquetão para o lado oposto da próxima

proteção.

Como orientar? Você responde!

Como montar a costura?

Finalmente voltei à primeira questão: Colocar a

porta de ambos mosquetões do mesmo lado ou em

lados opostos?

Escrevo o que li na página da Undercling:

•Oito fabricantes recomendam o mesmo lado

(incluindo Black Diamond, Petzl);

•Três fabricantes recomendam lados opostos

(incluindo Edelrid, Omega Pacifc); e

•Três fabricantes (incluindo DMM, Mad Rock)

recomendam ambas orientações...

O que vemos atualmente é a tendência das portas

dos mosquetões ficarem do mesmo lado.

Alguns alegam que num momento crítico os dois

do mesmo lado facilitará a colocação do sistema. Mas

creio que neste momento, sua memória muscular que

entrará em ação. Creio que é importante analisar se

há ou não mudança de direção da linha, por exemplo,

o guia saindo pela direita e mais acima vai para a

esquerda pois a proteção está neste lado:

Com a porta do mosquetão da proteção colocado

em relação ao lado da próxima proteção pode ser

pressionado de tal forma que abrirá, ocorrendo o “self-

unclipping”.

Com a porta do mosquetão colocado em relação à

saída imediata pode ser pressionado na sua longitudinal,

mas sem quebrar. Ou seja, não haverá “self-unclipping”.

Então, como montar? Você responde!

E que tal virar o mosquetão da corda? Deixando

sua abertura para cima? Eliminaria a possibilidade do

unclipping da corda, mesmo no lado da porta.

Fontes:

http://www.marski.org/artigos/121-artigos-

tecnicos/488-uso-das-costuras-expressas-na-escalada-

protecao-fixa-e-movel

https://www.petzl.com/GB/en/Sport#.VtibT-YjrIU

http://theundercling.com/carabiner-orientation-

quickdraws-ways-carabiners-face/

http://www.rockandice.com/lates-news/how-to-

properly-orient-a-carabiner-gate

https://www.youtube.com/watch?v=PPCAa6Xj0lo

MIRANTE DOS COLIBRIS

Page 12: Boletim CNM 2016-1

12 Clube Niteroiense de Montanhismo – Boletim Informativo nº 32

ARTIGO

Quatro Vezes a Primeira Por Enny Hertz e Annelise Vianna

A cirurgiã plástica paulista Ana Elisa Boscarioli

(1966) tem em sua bagagem algumas “medalhas” de

Primeira Brasileira!

Em 2003, ao fazer a via técnica do Glaciar Polonês,

no Aconcagua;

Em 2005, ao chegar a mais de 8.000m, quando

atingiu o cume do Cho Oyu;

Em 2006, ao chegar ao cume do Monte Everest;

E em 2014, ao concluir o Projeto “7 Cumes” (que

são os pontos mais altos de cada continente), quando

atingiu o cume do Monte Denali no Alasca!

Tudo começou em 1999, ao aceitar o convite da

irmã para fazer uma caminhada ao campo base do

Everest. Que por si só não era uma atividade corriqueira

para ela. Boscarioli comparou o esforço e a falta de ar

naquela altitude com uma meditação, pois tudo é feito

lentamente. Ao terminar a viagem, ela percebeu que

queria mais: da preparação, da altitude, da neve, dos

riscos calculados, do desafio! E da meditação!

Por estar fora da curva do comum e por causa da

idade, ela não tinha coragem de contar sobre seu sonho

de ser a primeira brasileira no cume do Everest, pois

estava querendo aprender um esporte radical novo para

ela. Quando resolveu pesquisar mais sobre o assunto

de Escalada em Alta Montanha, seu marido aconselhou

que fizesse o Iroman antes de escalar os 8.848m. Em

2005 conseguiu completar o circuito no Ironman Brasil

e em 2006 subiu até o topo do mundo.

Entretanto a sensação do “Quero mais” continuou,

foi quando resolveu rumar para os “7 Cumes”.

Começou pelo Aconcágua e durante onze anos,

foi trilhando para a meta. Com algumas dificuldades

como quando a expedição foi sequestrada por índios

da Nova Guiné ou quando surgiu a situação da decisão

de “Vida Certa ou Provável Morte”. No verão de 2007,

no hemisfério norte, Ana Elisa Boscarioli estava a 20

metros do cume do Monte Denali, no Alasca. “Diante

de um vento de até 100km/h e com o polegar direito

entrando em processo de congelamento, ela viu que

continuar a expedição poderia ser fatal e resolveu iniciar

o caminho de volta. A experiência falou mais alto. Mas

a vontade de conquistar a montanha persistiu. Afinal,

era a única que lhe restava para se tornar a primeira

mulher brasileira a completar os 7 cumes”. http://www.

extremos.com.br/

“O McKynley, junto com o Everest, foi o grande

desafio. É uma montanha muito fria devido a ventos

fortes e sua proximidade com os polos. Às vezes,

encontramos temperaturas mais baixas do que nos

picos mais altos do Himalaia. Tive que andar 50km

no gelo depois de ser deixada por um avião pequeno

no meio da Serra do Alasca. A partir dali, carreguei

todos os equipamentos e mantimentos necessários

para as semanas que ficaria na montanha, incluindo

combustível para derreter gelo e fazer água”, conta Ana

Boscarioli. http://www.extremos.com.br/

Suas Conquistas nos 7 Cumes

Nota: Monte McKinley é o Monte Denali.

Page 13: Boletim CNM 2016-1

Clube Niteroiense de Montanhismo – Boletim Informativo nº 32 13

Além de trabalhar com a medicina, Boscarioli

ministra palestras para empresas e escolas falando

sobre suas aventuras, planejamento, estratégias,

trabalho em equipe, determinação para atingir um

objetivo, liderança. Em conjunto com os sentidos visual,

auditivo e tato, utiliza equipamentos como data show,

vídeos, fotos e os próprios equipamentos utilizados em

sua escalada.

“Tudo é um grande aprendizado, não é só o cume

que vale!”

Fontes:

http://esportes.terra.com.br/alpinista-brasileira-

supera-sete-cumes-mais-altos-do-mundo,b429c9da29a

36410VgnCLD2000000dc6eb0aRCRD.html

http://blogs.oglobo.globo.com/radicais/post/

ana-elisa-boscarioli-primeira-brasileira-escalar-os-sete-

cumes-543713.html

http://www.extremos.com.br/7_cumes/

h t tp : / /www.ex t r emos . com.b r /B l og/Ana -

Boscarioli/140526_a_conquista_dos_7_cumes/#sthash.

jwkCdOG1.dpuf

http://altamontanha.com/Noticia/4414/ana-elisa-

boscarioli-escala-o-denali-e-finaliza-os-7-cumes

http://www.estadao.com.br/noticias/esportes,no-

alasca-brasileira-esta-perto-de-alcancar-marca-incrivel-

no-alpinismo,1168828,0.htm

https://www.youtube.com/watch?v=D4uXvFktMr0

http://7summits.com/

FIQUE DE OLHO

A Abertura da Temporada de Montanhismo (ATM)

é um evento promovido anualmente pela FEMERJ com

o objetivo de celebrar a cultura do montanhismo e

estimular a formação de público de atividades ao ar

livre, além de promover o encontro de montanhistas e

simpatizantes.

Há mais de duas décadas, a ATM celebra o início da

época mais propícia para ser praticado o montanhismo

ou a escalada na cidade com uma confraternização

aberta ao público que inclui atividades de educação

ambiental, demonstrações de técnicas de escalada e

resgate, oficinas, stand cultural.

Esse evento, na sua 29ª edição, atrai montanhistas

e escaladores bem como simpatizantes das atividades

ao ar livre e conservação das montanhas de todo o

Brasil e é considerado o evento mais tradicional do

montanhismo brasileiro.

Atualmente, a ATM conta com a participação de

federações e clubes de outros estados, bem como de

parceiros, como a Riotur, Secretaria Municipal de Meio-

Ambiente (SMAC), Instituto Estadual do Ambienta (INEA)

e Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio),

Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro

(CBMERJ), escoteiros, além de lojas do ramo.

Esse ano a ATM está temática: “mínimo impacto”,

veja curtir essa novidade!

Ocorrerá nos dias 30 de abril e 1º de maio, sábado

e domingo, na Praça General Tibúrcio, Praia Vermelha,

Urca.

Page 14: Boletim CNM 2016-1

14 Clube Niteroiense de Montanhismo – Boletim Informativo nº 32

FOTOS DE ATIVIDADES

PRACINHA DE ITACOATIARA

PARQUE DA CIDADE

CURSO DE EMERGÊNCIA PRÉ HOSPITALAR

PEDRA DE INOÃ

PALESTRA ORIENTAÇÃO

INVASÃO FEMININA

TRAVESSIA PARQUE DA CIDADE X CAFUBÁ

PEDRA DO MACACO

Page 15: Boletim CNM 2016-1

Clube Niteroiense de Montanhismo – Boletim Informativo nº 32 15

DIVERSOS

Programa CNMais Vantagens Por Leandro do Carmo

Olá Pessoal,

Demos início a um programa de descontos e

benefícios para sócios do clube. São lojas especializadas

em artigos esportivos, descontos em parques, e muito

mais. Confira a relação abaixo:

Makalu Sport - a partir

de 10% nas compras a

vista ou no cartão de

crédito, mas somente

com a apresentação da

carteirinha.

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Centro - Av Rio Branco, 50 Sobreloja.

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Gratuidade na descida

do bondinho do

Morro da Urca após

as 18:00. Obrigatório

a apresentação da

carteirinha.

7 vagas permanentes nas

áreas de camping do Açu

e do Sino disponíveis para

clubes do Rio. Verificar

disponibilidade com a

direção do clube. Isenção

de taxas para Guias do Clube cadastrados, mediante

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Juntos construiremos um clube forte! O CNM SOMOS

TODOS NÓS!!!!!

Page 16: Boletim CNM 2016-1

16 Clube Niteroiense de Montanhismo – Boletim Informativo nº 32

AvisosREUNIÕES SOCIAIS

As reuniões sociais do CNM são realizadas sempre na primeira quinta-feira de cada mês ím-par e na primeira quarta-feira de cada mês par, às 19:30h, em local a ser definido e divulgado.

Os encontros acontecem em clima de total descontração e informalidade, quando os só-cios e amigos do CNM aproveitam para colocar a conversa em dia, trocando experiências, rela-tando excursões e vivências ou, simplesmente, desfrutando a companhia de gente simpática e fraterna.

Periodicamente acontecem reuniões e se-minários técnicos com o intuito de possibilitar maiores detalhes e informações atualizadas aos sócios e interessados.

Informem-se sobre os temas das palestras técnicas e reuniões acessando o site: www.nite-roiense.org.br

Compareçam e sejam muito bem vindos!!!

EXPEDIENTE

CNM – CLUBE NITEROIENSE DE MONTANHISMOInício das Atividades em 26 de Março de 2003Fundado em 20 de Novembro de 2004Website: www.niteroiense.org.bre-mail: [email protected]: 98608-1731(Leandro do Carmo)

Presidente: Leandro do CarmoVice: Vinícius Araújo Tesoureiro: Leonardo Carmo

Secretário: Alexandre RockertDiretoria Técnica: Ary CarlosDiretoria Social: Patrícia GregoryDiretoria Ambiental: Stephanie Maia

Conselho FiscalEfetivos: Adriano de Souza Abelaria Paz; Andréa Rezendo Vivas; Alex Faria de Figueiredo; Suplente: Denise Gonçalves do Carmo

Representante do CNM no PESETTitular: Eny HertzSuplente: Leonardo Carmo

Informativo Nº 32: As matérias aqui publicadas não representam necessariamente a posição ofi-cial do Clube Niteroiense de Montanhismo. Res-saltamos que o boletim é um espaço aberto a todos aqueles que queiram contribuir. Envie sua matéria para [email protected]. Partici-pe!!!

Arley da Costa 01/jan

Antonio Melo 07/jan

Clever Felix 09/jan

Sarah do Carmo 14/jan

Annelise Gramacho 20/jan

Maiza Silva 21/jan

Nickolas Alves 23/jan

Miriam Gontijo 25/jan

Alfredo Vieira 18/fev

Cris Anderson 19/fev

Denise do Carmo 27/fev

Vinicius Ribeiro 27/fev

Victor Ferreira 08/mar

José Antônio 09/mar

Marcos Lima 09/mar

Eduardo do Valle 10/mar

Gustavo Muniz 10/mar

Ary Carlos 11/mar

Leandro Pestana 12/mar

Martha Helena 16/mar

Marcelo Brasil 18/mar

Patrícia Gregory 19/mar

Taffarel Ramos 27/mar

Respicio Espirito Santo 31/

mar

Edição e Diagramação:- Eny Hertz- Leandro do Carmo

Revisão Ortográfica:- Vinícius Araújo

Adriano Paz - C T

Alan Marra - C E T

Alex Figueiredo - T

Andrea Rezende - C T

Ary Carlos - E T

Diogo Grumser - T

Eny Hertz - E T

Leandro do Carmo - E T

Leandro Collares - E T

Leandro Pestana - C E T

Leonardo Carmo - T

Luiz Alexandre - E

Mauro de Mello - E T

Vinícius Araújo - T

Vinicius Ribeiro - C

CORPO DE GUIAS

IMPORTANTE!

A Presidência do CNM é soberana em qual-quer assunto relacionado com o CNM e seus as-sociados.

A Diretoria Técnica é soberana em qualquer assunto técnico relacionado aos associados e aos guias do CNM.

E - ESCALADAT - TRILHASC - CICLISMO

ANIVERSARIANTES