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Boletim Informativo Clube Niteroiense de Montanhismo Ano XII - Número 33 Niterói, JUNHO de 2016 • Monte Roraima • Conhecendo o Parque da Cidade Artigo: Dissecando a Parada • • CNM na Semana do Meio Ambiente • • Entrevista com Glauce Ibraim • Travessia Lapinha x Tabuleiro

Boletim CNM 2016-2

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Page 1: Boletim CNM 2016-2

Boletim InformativoClube Niteroiense de Montanhismo

Ano XII - Número 33Niterói, JUNHO de 2016

• Monte Roraima• • Conhecendo o Parque da Cidade •

• Artigo: Dissecando a Parada •• CNM na Semana do Meio Ambiente •

• Entrevista com Glauce Ibraim •

Travessia Lapinha x Tabuleiro

Page 2: Boletim CNM 2016-2

2 Clube Niteroiense de Montanhismo – Boletim Informativo nº 33

É Hora de estar nas montanhas... Está aberta a

temporada! Na verdade, para nós a temporada nunca

termina! Apenas arrumamos um excelente pretexto

para participarmos do maior evento do calendário

do montanhismo nacional: A ATM URCA. Acho que

atualmente, a ATM PARNASO tem dado mais gente do

clube que na ATM URCA. Talvez pelas atividades que

antecedem a festa... Mas isso são detalhes... O que

importa mesmo é estar na Montanha.

O clube vem amadurecendo e a cada dia que

passa, aumentamos nossa responsabilidade. Nossa

preocupação ultrapassa o limite do esporte e vai de

encontro a por em prática os conceitos de mínimo

MENSAGEM DO PRESIDENTE

Começando a temporada... Por Leandro do Carmo

impacto. E aí é que entra a contribuição individual...

Sejam nos mutirões, nas reuniões com o PESET ou

em nossas atividades, pois, em decorrência de nosso

papel, acabamos tendo a obrigação de dar o exemplo! E

damos exemplo, não tenho dúvida disso!

No final do mês teremos nossa primeira atividade

oficial, com mais de um participante, além do território

brasileiro: O Monte Roraima. Pensada no final do ano

passado, ela foi tomando forma e aos poucos tornou-

se realidade. Acho que vou parar por aqui... Quero

dar tempo para que vocês leiam os grandes artigos

selecionados para essa edição... E vamos atacar os

cumes!

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Clube Niteroiense de Montanhismo – Boletim Informativo nº 33 3

SUGESTÃO DE LEITURA

Tenha uma boa leitura!

Por Leandro do Carmo

Por Um Triz: Aventuras Absurdas e Engraçadas

nas Trilhas e Montanhas do Brasil, de André Ilha

São grandes histórias que

mostram que por trás de

uma grande aventura, pode

acontecer muita coisa... Umas

até assutadoras e engraçadas...

Mas isso depois de sabermos

que tudo deu certo! Uma leitura

que prende e por vezes nos leva

a esticar o braço para ajudar... Só

bons livros fazem isso!

Na Estrada do Everest - Trekking no Himalaia, de

Airton Ortiz.

O autor refaz, passo a passo,

os 150 quilômetros de trilhas

selvagens que levam até o

acampamento-base, no sopé

da montanha. Para isso,

foram necessários dezessete

dias, passados com muito

frio, cansaço e perigos. Mas

com recompensas à altura: o

extraordinário contato com a

cultura, a religiosidade e as lendas dos povos da mais

alta cordilheira do mundo. Paralelamente à sua jornada,

o autor resgata a história da conquista da montanha.

Deixado para Morrer, de Beck Weathers.

Para quem já leu os livros “No Ar

Rarefeito” e “A Escalada”, chegou

a conclusão que foi um milagre

que salvou Beck Weathers. Dado

como morto na aterrorizante

temporada de 96, do Everest,

onde 8 pessoas morreram.

O livro conta o que o autor

sentiu durante o tempo em que

permaneceu acima da Zona da

Morte e como isso mudou sua vida, principalmente no

seu relacionamento com sua família.

Prezado Associado,

Informamos que o Clube Niteroiense de

Montanhismo - CNM - a partir desta data, abre

inscrições para a formação de chapas para eleição

da nova Diretoria, referente ao período de novembro

de 2016 à novembro de 2018 conforme normas

estatutárias. O prazo de inscrição encerra-se em 30 de

setembro de 2016.

A Chapa será constituída por:

Presidente; vice presidente; tesoureiro; conselho

fiscal com 03 membros e um suplente.

Os cargos de presidente, vice-presidente, tesoureiro

e conselho fiscal só poderão ser ocupados por sócios

com mais de seis meses de efetividade no CNM e

adimplentes.

As Chapas devem enviar mensagem para cnm@

niteroiense.com.br, com CHAPA no assunto até 30 de

setembro de 2016.

CAPÍTULO 01 DA ASSEMBLÉIA GERAL

Art. 7º A Assembléia Geral, poder máximo do CNM,

é constituída pela totalidade dos sócios em pleno gozo

dos direitos estatutários, e reunir-se-á bienalmente em

novembro, de forma ordinária, para eleger e empossar o

presidente, o vice-presidente, o tesoureiro e o conselho

fiscal (três membros efetivos e um suplente);

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

NOTA 2:

Art. 8º A convocação da Assembléia Geral será feita

pelo presidente do CNM e anunciada, com antecedência

mínima de quinze dias, por meio de edital publicado no

boletim informativo e mensagem aos associados.

Atenciosamente

Leandro Gonçalves do Carmo

Presidente

AVISO

Formação de ChapaEleição de Diretoria

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4 Clube Niteroiense de Montanhismo – Boletim Informativo nº 33

como ano de sua descoberta 1595, pelos colonizadores

europeus, durante a colonização espanhola, mas é

a partir do século XIX que as expedições ficam mais

intensas, sendo que objetivo destas estavam ligados à

exploração e conhecimento da flora e fauna.

A primeira escalada ao Monte que se tem registro

ocorreu em 1884, por uma expedição britânica chefiada

por Everard Ferdinand im Thurn e, a partir da década de

80, do século passado, é que o destino se populariza

para os amantes do trekking e aqui estamos nós, nos

dias atuais sonhando com a nossa vez da descoberta!

E o que precisamos saber para que nossa expedição

seja fantástica? Afinal, o investimento a ser feito tem

que valer e não podemos de forma alguma deixar

que pequenos detalhes não previstos arranhem nossa

experiência, certo? Então vamos lá... Preparação!

Esse é básico!

Veremos na internet relatos de pessoas sedentárias

que foram e chegaram, mas se queremos aproveitar o

passeio, preparo físico é fundamental.

Estamos falando de um trekking de no mínimo

6 dias, com uma média de 12 km dia, sendo que no

terceiro dia há a famosa subida pelo Paso de las

Lágrimas.Esta é uma subida íngreme, pedregosa e com

respingos de água de uma cachoeira próxima.

ARTIGO

Monte Roraima Por Annelise Gramacho e Martha Helena Franco

Quando se apresenta o mix – lenda, beleza natural

e desafio - podemos, sem dúvida, assegurar que está

criado o ambiente propício para que os amantes do

montanhismo comecem a se movimentar no sentido de

conquistar esse espaço e o Monte Roraima se encaixa

perfeitamente dentro dessa ambição.

Segundo os índios locais Pemon (ou Taurepangs) e

Macuxis, o Monte Roraima é a Mãe das Águas e o líquido

é o sangue do Planeta. Ele é o berço de Macunaíma,

cujo nome foi importado por Mário de Andrade para

representar nosso herói brasileiro. Diz a lenda, que havia

uma árvore frondosa e misteriosa chamada: “A Árvore

de Todos os Frutos. Dela nasciam, a banana, o abacaxi,

enfim todas as frutas tropicais. Ninguém podia apanha-

las! Somente Macunaíma colhia os seus frutos dividia-os

entre todos, igualmente. Mas a ambição tomava conta

da tribo. Assim, os índios desobedeceram, mexeram na

árvore, arrancando-lhe todos os frutos e quebrando-

lhes os galhos, para plantarem, pois, queriam mais

árvores desse mesmo tipo. A Árvore Sagrada perdeu a

sua magia e Macunaíma ficou furioso! Num gesto de

justiça, queimou toda a floresta, petrificou a árvore e,

amaldiçoando todos, ordenou que se fossem embora.

Da imensa floresta verde, restaram apenas cinza e

carvão. E, até hoje, em frente ao Monte Roraima, está

a Árvore Sagrada, petrificada. Macunaíma, em espírito,

repousa, tranquilo, no Monte Roraima.” Para quem

quiser saber um pouquinho mais sobre as lendas do

Monte, sugerimos o acesso aos seguintes sites: http://

territorios.com.br/downloads/TMonteRoraima.pdf e

http://roraimalendasemitos.blogspot.com.br

Localizado no norte da América do Sul, na tríplice

fronteira formada por Brasil, Venezuela e Guiana consta

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Clube Niteroiense de Montanhismo – Boletim Informativo nº 33 5

A partir do início do trekking os acampamentos

são rústicos com uma estrutura simples de apoio nos

acampamentos dos rios Tek e Kukena. No topo não há

estrutura alguma e os chamados hotéis, na verdade, são

cavernas nas rochas.

Para quem não foge de água fria o banho pode ser

diário, nos rios!

Em relação a melhor época para se ir, podemos dizer

que não há uma data melhor, ele é acessível durante

todo o ano, porém, é bom saber que naquela região

há duas grandes estações: a seca – que se extende de

dezembro a março e a chuvosa que tem sua dominância

no periodo de Abril a Agosto.

Um ponto importante a ser avaliado, em relação à

época escolhida para o trekking, é em relação à chuva

e sua disposição para ela. A chuva ocorre durante todo

o ano e a possibilidade dela aparecer é enorme, mas

nos meses de Abril a Agosto podemos multiplicar por

três o índice de precipitação e o trekking pode se tornar

um pouco desconfortável. Isso fica para a análise de

cada um!

Um outro dado a ser considerado é a umidade

relativa do ar que fica entre 75 a 85% (mais chuva, mais

umidade!)

Em relação à temperatura, não há grande variação

ao longo do ano, estamos próximos ao Equador!

Na base, em Santa Elena de Uairén, a temperatura

varia entre os 25/27 graus durante o dia e 20/22 graus

à noite, já no topo do Monte a temperatura é bem mais

baixa. Nele a temperatura média fica em torno nos 10

graus durante o dia e pode chegar aos 2 graus à noite.

Para a realização do trekking a contratação de um

guia local é obrigatória, pode-se contratar diretamente

ou através de uma agência especializada. Essas agências

contam com uma excelente estrutura de apoio, e, além

do guia, oferecem alimentação, barracas, facilitando

bastante a nossa expedição.

O ideal é que realizemos essa contratação nos

preparativos da nossa expedição.

Além da contratação da agência, há a possibilidade

de contratar pessoas para carregar a mochila, com um

custo adicional. É importante saber que o peso máximo

permitido para um carregador pessoal é de no máximo

15 Kg, então cuidado ao organizarmos a bagagem se

pretendemos contratar alguém.

Saindo de Niterói, nosso destino inicial é Boa Vista

(RO). Há voos TAM, GOL e Azul.

De Boa Vista devemos ir para Santa Elena de

Uiarén – Venezuela - que fica a cerca de 2h30min de

Boa Vista. Esse trajeto pode ser feito de táxi particular,

táxi coletivo (há uma cooperativa com uma central

exclusiva) ou ônibus, partindo da rodoviária.

Santa Elena de Uiarén é a parada obrigatória para

o início do trekking e veremos que a cidade está

organizada para nos receber.

A partir de Santa Elena de Uiarén iremos para a

comunidade indígena de Paraitepuy, que está localizada

dentro do Parque Nacional Canaima. É o início do

trekking.

Mesmo atravessando fronteiras nosso documento

de identidade é válido, porém, se o passaporte está

atualizado, facilita na aduana.

A vacinação contra a febre amarela tem que estar

em dia, por isso é necessário o Certificado Internacional

de Vacinação da ANVISA, que pode ser retirado no

Centro Especial de Vacinação Dr. Álvaro Aguiar, situado

na Rua Evaristo da Veiga, n. 16, Centro, Rio de Janeiro,

Tel.: (21) 25246977

Sendo a nossa intenção um trekking de 6 dias

(padrão), a distribuição das atividades estão divididas

da seguinte forma:

1º DIA: Paraitepui ao Rio Tek (12 km) – É o trajeto

mais tranquilo. São cerca de 4 horas de caminhada, com

pequenos trechos íngremes;

2º DIA: Rio Tek ao Acampamento Base (11 km)

– Trajeto pouco mais exigente. Há dois rios a serem

atravessados.

3º DIA: Acampamento Base aos hotéis no topo (3

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6 Clube Niteroiense de Montanhismo – Boletim Informativo nº 33

http://7cantosdomundo.com.br/as-atracoes-no-

topo-do-monte-roraima/ - acessado em Maio/2016

http://7cantosdomundo.com.br/as-atracoes-no-

topo-do-monte-roraima/ - acessado em Maio/2016

http://7cantosdomundo.com.br/monte-roraima-

perguntas-frequentes/ - acessado em Maio/2016

https://pripelomundo.com.br/2013/04/26/40/ -

acessado em Maio/2016

http://www.seumochilao.com.br/monte-roraima/

-- acessado em Maio/2016

http://tolongedecasa.com/2014/05/29/trekking-

ao-monte-roraima-6-dias/ - acessado em Maio/2016

https://pt.wikipedia.org/wiki/Monte_Roraima -

acessado em Maio/2016

ou 4 km, depende do hotel) – É o trecho mais exigente.

Súbida ingreme, passaremos pelo Paso de Las Lágrimas;

4º DIA: Explorando o topo (de 5 km, podendo

chegar até o Ponto Triplo, 9km) – Deslumbre total!

É hora de explorar toda a maravilha existente no

Monte. – La Ventana, Tepuí Kukenán, Jacuzzis, Caverna

Guacharo, Vale dos Cristais, Ponto Triplo (Ponto da

Tríplice Fronteira), El Fosso, Lago Gladys e a Proa – isso

tudo não é possível no trekking padrão, vide observação

abaixo;

5º DIA: Dos hotéis ao Rio Tek (15 km) – Hora de

voltar! Caminho inverso, mas com a felicidade de ter

estado no topo do Monte Roraima e

6º DIA: Rio Tek até Paraitepui (12 km) – pernadas

finais!!!!!! Rsrsrsrs.... É pesado, mas todo esforço

valeu!!!!!!!!

Obs.: Como são várias as atrações existentes no

topo o ideal é programar mais um dia para melhor

conhecê-las, neste caso o trekking seria de sete dias.

Abaixo listamos os sites que nos auxiliaram a fazer

esse breve relato. Neles vocês encontrarão informações

mais completas, dicas do que levar na bagagem, bem

como itens essenciais e para todos os que vão....

APROVEITEM AO MÁXIMO! SERÁ UMA AVENTURA

INESQUECÍVEL!!!!!!!!

Sites visitados:

http://7cantosdomundo.com.br/as-atracoes-no-

topo-do-monte-roraima/ - acessado em Maio/2016PEDAL MARICÁ X ITABORAÍ

FOTO DE ATIVIDADE

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Clube Niteroiense de Montanhismo – Boletim Informativo nº 33 7

Primeiramente, temos que ter em vista que este

roteiro é inserido no bioma atlântico (Mata Atlântica),

que permite no guiamento do pax demonstrar atrativos

pertinentes a meio ambiente, aspectos físicos da

paisagem, história, uso e ocupação do solo, etc.

Logo, por lei e de fato, o Parque da Cidade é uma

unidade de conservação ambiental, inserido no PARNIT

(Parque Municipal de Niterói, categorizado como

Unidade de Conservação Integral.

O PARNIT tem uma extensão de 16,3 milhões de

metros quadrados e abrange o Morro da Viração,

Parque da Cidade, pedras do Índio e de Itapuca, praia

do Sossego, ilhas na Baía de Guanabara (Boa Viagem,

Cardos, Amores), ilhas na Costa Oceânica (Duas Irmãs

e Veado), cavernas litorâneas situadas nas encostas

embaixo do MAC (Museu de Arte Contemporânea),

entorno da Lagoa de Piratininga (incluindo as ilhas do

Pontal e do Modesto), entre outras.

Voltando ao Parque da Cidade de Niterói, o local

é ideal ao ecoturismo e para o turismo contemplativo,

tendo uma das mais belas (e fotografadas) vistas da

cidade do Rio de Janeiro.

O Parque da Cidade reserva surpreeendentes vistas

do município de Niterói e da região circundante, sendo

um roteiro obrigatório tanto ao visitante como ao

turista, rico em atrativos e beleza cênica.

O Parque da Cidade de Niterói foi criado através do

Decreto Municipal nº 2.808, de 27/01/77. Através da

Lei Municipal nº 459, de 11/05/83, o Parque da Cidade

foi transformado em Estação Ecológica.

O local tem claras características de um parque

urbano, sendo bastante freqüentado pela população

da cidade para lazer e prática de esportes e, portanto,

o Plano Diretor de Niterói (Lei 29/12/92) transformou

a área novamente em Parque Municipal, mantendo os

mesmos limites anteriores.

Localização Geográfica: O Parque Municipal de

Cidade de Niterói (com 270 metros de altitude) situa-

se no maciço costeiro formado pelos Morros do Santo

Inácio, Sapezal, Preventório e Viração, nas coordenadas

22º 54’ de latitude Sul e 43º 02’ de longitude Oeste.

Parte do parque localiza-se na Região das Praias da Baía,

entre os bairros de São Francisco e Charitas, tendo sua

maior parte localizada na Região Oceânica, nos bairros

de Piratininga e Maceió.

Uma curiosidade quanto a sua localização: Niterói

tem por data de fundação o ano de 1573, quando o

cacique Termiminó Araribóia (cobra feroz) veio aqui

ocupar uma sesmaria, que recebeu pelos seus serviços

na luta de expulsão dos franceses e Tamoios. Este

recebeu o nome cristão de Martim Afonso de Souza e

recebeu a sesmaria que compreende parte da região

norte de Niterói e o Centro. O remanescente desta

ocupação original é a Igreja de São Lourenço dos Indios,

o enclave onde a tribo se instalou.

Acontece que as bandas d’além (como a região

de Niterói era conhecida) teve um morador anterior,

chamado Martin Paris, um francês que recebeu e ocupou

(por ter traído a guarnição da França Antartica) uma

sesmaria que compreendia o bairro de São Francisco

e parte de Charitas em 1565, logo, 8 anos ANTES DE

ARARIBOIA.

Acesso: Pela Estrada Nossa Senhora de Lourdes

(antiga Estrada da Viração). Esta estrada inicia-se no

bairro de São Francisco e termina no bairro de Maceió,

podendo o Parque da Cidade ser acessado por ambos

AMBIENTE

Conhecendo o Parque da Cidade Por Alex Figueiredo

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8 Clube Niteroiense de Montanhismo – Boletim Informativo nº 33

os bairros.

Curiosidades quanto ao acesso: A Estrada Nossa

Senhora de Lourdes é, provavelmente, a via mais antiga

ainda em uso no município de Niterói.

Originalmente era uma trilha que os índios Tamoios

utilizavam em época pré-Cabralina, para suas migrações

sazonais para a região de Cabo Frio (lembrando que

Cabo Frio se iniciava, até 1814, depois da Serra da

Tiririca, onde temos o município de Maricá).

Outro ponto de destaque é que esta estrada é um

dos potenciais caminhos que Charles Darwin percorreu

no passado, a caminho do Rio Macaé, uma vez que é o

acesso mais curto para a Região Oceânica e que, ao que

se indica, a estrada que descia para o bairro do Cafubá

estava ativa na época de sua visita, em 1832.

A região teve ainda um período sob administração

de Jesuitas, tendo a Igreja de São Francisco Xavier e o

Marco da Fazendo Jesuíta, na praia de São Francisco,

como últimos remanescentes deste período. Na

geografia também tem o seu registro, na figura

imponente do Morro do Santo Inácio (Inácio de Loyola

foi um dos fundadores da Companhia de Jesus), ponto

culminante do PARNIT Mosaico Sul, com 348 metros.

A região do Parque da Cidade possui diversos

pontos de observação interessantes, dentre eles:

1° Ponto de parada: Bosque da Integração

Criado na década de 90, o local teve removida a

cobertura vegetal exótica, no caso, os eucaliptos, e

foi reflorestado com exemplares da mata atlântica.

Em sua origem, sempre que uma liderança política ou

social visitava a cidade, este era convidado a plantar um

exemplar de mata atlântica, para a imagem de vinculo

com a cidade e a natureza.

2° Ponto de parada: Bosque dos Eucaliptos

Local utilizado para trekking e mountain bike,

possui bela vista de diversos pontos de Niterói. O

eucalipto chegou no Brasil como planta ornamental, em

1825, mas apenas no inicio do século XX começou a ser

plantado comercialmente.

4° Ponto de parada: Ruínas da Atalaia Portuguesa:

“Atalaia é um termo de origem árabe e significa torre

de observação. Designa qualquer lugar mais elevado ou

ponto alto de onde se vigia. O termo também designa

a pessoa que está encarregada de vigiar determinada

área. Neste caso, é sinônimo de sentinela ou vigia. É

também o termo para designar o morro mais alto de

uma serra.

“Estar de atalaia” é uma expressão que indica o ato

de estar de guarda, à espreita, vigilante e com sentido

a algo que possa estar para acontecer ou alguém que

possa estar se aproximando.”

Page 9: Boletim CNM 2016-2

Clube Niteroiense de Montanhismo – Boletim Informativo nº 33 9

A atalaia do Parque da Cidade foi construída pelos

seguintes motivos:

•1599, ocorreu o primeiro ataque corsário a Baia de

Guanabara, por Van Nooth;

•1710, houve o corsário Duclerc, para alguns,

conhecido por um corsário trapalhão (desembarcou em

SEPETIBA para um ataque terrestre ...);

•1711 tivemos Duguay-Trouin, com a expedição

que tomou o Rio de Janeiro e gerou um lucro de 97%

no investimento inicial, deixando um gosto amargo aos

portugueses.

Não se sabe a data exata desta Atalaia de observação

(é atribuida ao século XVI), mas alguns afirmam que a

relevância dela, após o ataque de Trouin, ficou enorme,

sendo que haviam atalaias que iam do Parque da

Cidade de Niterói à Cabo Frio (Pontal da Atalaia!) para

observação da chegada de navios.

Por que desde Cabo Frio? Todos os navios que

vinham do Velho Mundo beneficiavam-se das correntes

marítimas, que vem justamente do sentido norte-sul,

passando por Cabo Frio, logo, quando um navio era

avistado e “não identificado”, começava-se uma corrida

de sinalizações que variavam desde tiros de canhão com

códigos pré-determinados, até fogueiras e corridas, de

posto de observação à posto de observação, de topo

de morro à topo de morro, com o intento de avisar o

sistema de defesa da Colônia, na Baia da Guanabara.

Provavelmente esta é a ultima atalaia ainda em pé ...

5° ponto de parada: Sede Parnit – Parque da Cidade.

A sede conta com 2 banheiros, mais um para

deficientes físicos, uma cafeteria que serve um belo café

da manhã nos fins de semana e feriados, o Centro de

Atendimento ao Turista (NELTUR), além de ser a atual

sede administrativa do Parque Municipal de Niterói –

Parnit.

6° Ponto de parada: Relógio Solar

Obra “Liberdade para Voar” (representa o vôo

acrobático de uma aeronave) e a estatua de “Sri

Chinmoy” (pacifista que pregava a paz mundial).

7° Ponto de parada: Rampa Norte de Vôo

Desta rampa, se descortina a vista mais conhecida

de Niterói, de onde podemos ver de Copacabana a Ilha

do Governador, com a Serra da Carioca ao fundo, com

seus monólitos de inigualável beleza, a se destacar o

morro Dois Irmãos, Pedra da Gávea, Pedra Bonita, Pão

de Açúcar, Corcovado, Sumaré, Bico do Papagaio, Pico

da Tijuca e o Tijuca Mirim, e ao olhar a direita, com o

céu claro, vemos a totalidade da Serra dos Órgãos, tudo

isso circundando a Baia da Guanabara.

Logo abaixo, os bairros de Jurujuba, Charitas e São

Francisco, na enseada do Morcego, também conhecido

como “Saco de São Francisco”, tema este que gerou

muitas piadas e repercussões históricas e políticas,

embora geograficamente correto ...

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10 Clube Niteroiense de Montanhismo – Boletim Informativo nº 33

Ou olhar a direita, em território fluminense,

avistamos além da estrada Fróes, os bairros de Icaraí e

Centro, chegando mesmo a São Gonçalo.

8° Ponto de Parada: Rampa Sul de Vôo

Descortina-se a bela vista do sistema Lagunar de

Niterói, as lagoas de Piratininga e Itaipú na Região

Oceânica (que era Niterói, virou São Gonçalo, e

novamente Niterói em sua história. Tendo ao fundo

a Serra da Tiririca e o oceano com as ilhas Pai, Mãe e

Menina.

Além da Serra da Tiririca (Parque Estadual) se vê os

picos mais próximos de Maricá, na figura da Pedra de

Itaocaia e Pedra de Inoã (locais por onde Charles Darwin

passou a caminho do rio Macaé, em 1832 em sua curta

estadia no Rio de Janeiro, a caminho de Galápagos, onde

nasceu sua mais famosa obra, “A Origem das Espécies”.

Desta forma, temos um breve resumo de alguns

dos atrativos do Parque da Cidade e suas vistas, história

e geografia.

FOTOS DE ATIVIDADES

ATM PARNASO

REUNIÃO SOCIAL DE JUNHO

TRÊS PICOS

FLORESTA DA TIJUCA

Page 11: Boletim CNM 2016-2

Clube Niteroiense de Montanhismo – Boletim Informativo nº 33 11

de todos os tipos, mas quase nada sobre a atividade,

nada de concreto...

Um belo dia, depois de datas fixadas e passagens

compradas, o grupo marca uma reunião para se conhecer

pessoalmente (será que alguma informação importante

foi perdida entre centenas de mensagens?) Devido

aos horários corridos e fora de sincronia, nem todos

conseguem estar presente na reunião ao mesmo tempo,

éramos apenas 9, todas pessoas legais, aventureiras, e

cheias de histórias de trilhas e travessias para contar.

Duas pessoas se apresentam como idealizadoras e

organizadoras da atividade, falam superficialmente

sobre algumas cidades, picos, abrigos, mas novamente,

nada muito definido.

Faltando duas semanas para a atividade, pergunto

diretamente sobre o itinerário, locais de parada,

camping, etc. Mais uma vez, muitos rodeios e nenhuma

resposta definida. Seria muito “caxias” da minha parte

pesquisar relatos, baixar dados de GPS do Wikiloc,

pesquisar bases cartográficas do IBGE, informar colegas

montanhistas sobre sua atividade e possíveis rotas?

Afinal de contas, não sou guia e ouvi falar que duas

pessoas no grupo são muito experientes e idealizaram

tudo... Mas tudo o quê?

Pois bem, muitas dúvidas e insegurança na

cabeça, fui procurar algumas informações na internet,

pesquisando no site do ICMBio, pude descobrir que a

região que iríamos visitar está inserida na Serra do Cipó,

que por sua vez, faz parte da Serra do Espinhaço que

vai de Minas Gerais até a Bahia. Ao longo desta cadeia

Pretendo compartilhar com vocês a aventura

da travessia Lapinha x Tabuleiro, atualizar alguns

dados sobre essa travessia e um aprendizado sobre

planejamento de atividade em ambiente natural.

Também convido você a refletir sobre as relações entre

guia e participante.

Quando entramos em uma atividade como simples

participante, muitas das vezes, nos alienamos de

algumas preocupações e planejamentos que nos

colocamos sob inteira dependência dos guias, até que

ponto isso é bom ou ruim? Seria uma fronteira entre o

turista e o montanhista a reflexão sobre se qualificar

para dividir com o grupo as responsabilidades de uma

atividade (dentro de sua competência)? Será que o guia

tem a obrigação de ter percorrido o trajeto antes? Como

seria uma travessia sem guia? Não é possível esgotar

o assunto neste momento, mas como dizia Epicuro

“ninguém é tão velho ou tão jovem para praticar a

filosofia”. Polêmicas à parte, quais elementos que a

experiência desta travessia trouxe para ajudar nestas

reflexões?

A aventura começa quando sua namorada te

convida para fazer uma travessia que você nunca tinha

ouvido falar e com um grupo de pessoas que você

nunca viu antes.

Como de costume, hoje em dia, é criado um grupo

no WhatsApp para a galera interagir melhor, ganhar

intimidade e trocar ideias sobre a atividade. Muito

animado, descontraído, apimentado, politizado, o

grupo foi muito ativo, dezenas de mensagens por dia,

RELATO

Travessia Lapinha x Tabuleiro Por André Pontes

Page 12: Boletim CNM 2016-2

12 Clube Niteroiense de Montanhismo – Boletim Informativo nº 33

montanhosa encontramos os Biomas e ecossistemas

do Cerrado e Mata Atlântica, Campos Rupestres, Matas

Ciliares, Capões de Mata, Cavernas, Rios, Lagoas,

Marginais, Brejos.

“A gradação altitudinal combina-se com a variação

climática em função da continentalidade e do efeito das

cadeias montanhosas que levam à concentração das

chuvas e da umidade nas faces orientais. Combina-se

também com a variedade de solos e topografias, em

função da geologia complexa. A diversificação de tipos

de solos e variações em profundidade e drenagem

têm efeitos claros sobre a fisionomia da vegetação

(constituindo uma miríade de pedobiomas) e sobre a

diversificação e endemismo das espécies.” (Plano de

Manejo da Serra do Cipó).

Para nós escaladores, é interessante reparar que

a estrutura geológica da região é muito diferente da

que estamos acostumados no Rio de Janeiro, pois

regionalmente, nós estamos acostumados a escalar

rochas cristalinas (gnaisses, granitos e derivações). Na

geologia da região da travessia da Lapinha x Tabuleiro

predominam rochas quartzíticas proterozóicas, pré-

Cambrianas. São quartzitos com variados graus

de pureza e arenitos, pertencentes ao Supergrupo

Espinhaço. Pra vocês terem ideia da idade de formação

destas rochas, é muito difícil encontrar fósseis nessa

região porque na época de deposição destes materiais,

só existia vida unicelular no planeta (1,5 bilhões de

anos antes do presente)!

No site do Wikiloc você pode encontrar muitos

dados de GPS para baixar e levar na memória do seu

aparelho, eu selecionei 6 diferentes e os levei comigo

no GPS. O tracking mais coerente parecia ser o de

40,90Km de trajeto, e na verdade, foi o que deveríamos

ter feito...

No site do IBGE, na área de Geociências encontrei a

carta BALDIM (código SE-23-Z-C-III) da base Topográfica

Vetorial do Mapeamento Sistemático na escala

1/100.000 e, a partir desta base, elaborei um mapa

(impresso em formato A4, escala 1/50.000) contando

a sobreposição entre curvas de nível, hidrografia,

edificações e os trackings encontrados no Wikiloc.

Partimos da rodoviária Novo Rio no dia 25 de

maio, às 23:40 (quinta-feira, véspera de feriado), pois

perdemos o ônibus de 22:30h com destino à rodoviária

de Belo Horizonte. Isso deu muito frio na barriga, pois

esse atraso poderia significar perder o horário do

segundo ônibus que iríamos pegar na rodoviária de BH

às 7:30h. Quase perdemos o ônibus da viação Saritur

que faz Belo Horizonte x Santana do Riacho (o próximo

seria apenas às 15:30h), mas não foi por causa do

ônibus anterior. Descobrimos que a empresa é muito

desorganizada. Não espere que comprar a passagem

pela internet represente alguma vantagem, pois a fila

para pegar as passagens compradas com antecedência

demora muito mais que a fila para comprar a passagem

na hora. A empresa solicita a apresentação do cartão

usado para comprar as passagens, documento de

identificação do titular do cartão e o voucher impresso.

Mas e se a pessoa que comprou a passagem não estiver

presente? E se você comprou a passagem com um

cartão, mas viajou com outro? Qualquer questionamento

provoca interrupção do “script” e tudo trava, o gerente é

chamado e tudo fica pior...

Ao chegar à cidade de Santana do Riacho

descobrimos que tem um ônibus que faz o transporte

para Lapinha da Serra. A estrada que liga estas

localidades é de barro e tem aproximadamente 11Km,

muito estreita e com curvas bastante fechadas, ficamos

impressionados com a destreza do motorista. O ônibus

estava vermelho de poeira, depois descobrimos que

tudo na estrada era assim, a vegetação, rochas, casas.

Era um particulado de argila tão fino que a passagem

dos veículos levanta uma densa nuvem vermelha que

vai se depositando lentamente sobre tudo no entorno.

Ao chegar à localidade de Lapinha da Serra

avistamos uma escarpa bem íngreme, impressionante

e imponente. Recomendo que quando você fizer a

Page 13: Boletim CNM 2016-2

Clube Niteroiense de Montanhismo – Boletim Informativo nº 33 13

travessia, siga pelo lado direito da escarpa para fazer

o trajeto mais suave, o trajeto que segue para o lado

esquerdo é mais íngreme, mais curta para o Pico da

Lapinha e Pico do Breu.

O inconveniente do trajeto à esquerda é que passa

por uma propriedade privada que instalou uma porteira

(com telhado) onde um grupo cobra ilegalmente (alvará

vencido) a entrada no valor de R$20,00 por pessoa,

inclusive o guia (profissional registrado na Embratur).

Eles te entregam um papel (passaporte) e avisam que

esse passaporte deverá ser entregue a outra pessoa

dentro da propriedade.

Seguimos a trilha e chegamos a um abrigo, com

instalações sanitárias e uma pequena área de camping

(cabem cerca de 15 barracas) onde um homem chamado

“Neném” cobra o passaporte de forma muito ríspida,

reparamos que esse comportamento hostil se repetia

com os outros grupos que chegavam. De tempos

em tempos, o Neném se dirigia para campo aberto e

assobiava imitando o som de gavião, imaginamos que

estava dando comando para alguma ave, mas nada

acontecia, parecia um comportamento aleatório. No dia

seguinte, depois de continuar a travessia descobri que

as informações prestadas pelo Neném são falsas, ele

intimida as pessoas e as desencoraja a seguir viagem

alegando que o restante do caminho é muito grande

e que é proibido dormir fora daquele camping e caso

alguém insista, “eu vou atrás e trago de volta” (Neném)

Depois que o Neném saiu para fazer sua ronda

noturna, dois menores de idade que ficaram tomando

conta do lugar avisaram que poderíamos tomar banho

quente. A água é aquecida quando passa por uma

serpentina instalada no fogão à lenha. Não existe

eletricidade no local.

Dormimos neste camping e no dia seguinte, depois

de preparar as coisas do café descobrimos que o Neném

retirou a torneira da pia do abrigo impossibilitado lavar

os utensílios usados no café da manhã, tivemos que

usar a pia do banheiro, pois não existiam pontos de

água nas imediações.

O primeiro dia da viagem também teve pontos

positivos entre a portaria (com telhado) e o abrigo do

Neném. Antes de terminar o relato deste dia preciso

compartilhar com vocês um aspecto muito importante

sobre o Cerrado: As flores do Cerrado.

Para quem não está acostumado, o aspecto visual

do campo de altitude natural é de uma imensidão

homogênea de vegetação de porte herbáceo, de

gramíneas (mato). Você vai andando e, de repente, você

repara em uma cor diferente no capim, olha com mais

atenção e repara que é uma pequenina flor amarela.

Alguns passos à frente, repara que existe uma flor roxa,

mais alguns passos e você repara em outra flor amarela,

mas suspeita que o formato é diferente, repara que as

folhas também são diferentes... Magicamente percebe

que não está em um “matagal”. Você se percebe que

está no meio de uma diversidade maravilhosa e que

existe uma beleza exuberante da riqueza de pequenos

detalhes. É tão lindo que Patrícia e eu pretendemos

voltar na região outras vezes para aproveitar melhor.

Meu julgamento pode estar contagiado pela paixão

pelas fotos e pela fotógrafa, mas foram feitas fotos

lindas!

No segundo dia da viagem (primeiro dia iniciado

na travessia), por ter dormido no abrigo do Neném,

acordamos muitos quilômetros antes do que

deveríamos. O mais apropriado seria ter dormido

no camping da “Ana Benta”, ainda havia dois picos a

serem visitados, tínhamos que compensar a velocidade

de caminhada e um participante tinha problemas para

caminhar. Seguimos as recomendações do Neném para

sair da propriedade que o grupo tomava conta.

Neste momento da viagem, alguns incômodos se

combinavam, estávamos lentos, atrasados por não ter

dormido no lugar correto e não foi cumprida uma das

poucas coisas que combinadas: não faríamos o caminho

Page 14: Boletim CNM 2016-2

14 Clube Niteroiense de Montanhismo – Boletim Informativo nº 33

mais íngreme (ao norte).

Achei melhor começar a interagir com a

organização com o intuito de ajudar. Ao observar as

linhas de tracking comentei que não seria interessante,

nos afastarmos das linhas, pois isso poderia nos levar

para precipícios, atravessar rios à nado e não estávamos

esperando escalar ou molhar as mochilas. Foi então que

ouvi de um dos organizadores: “verdade... é bom não

sair da linha verde, podemos encontrar precipícios,

rios, sereias, dragões, mula sem cabeça...”. Este foi o

momento que estive mais perto de abandonar o grupo e

fazer o restante da travessia só com a Patrícia, mas não

fiz minha vontade, escolhi manter a calma e evitar mais

atritos e acidentes diplomáticos, pois havia amigos dela

de longa data no grupo.

Descobrimos depois que um dos participantes

tinha sido vítima de um acidente de transito dias antes

da atividade. Continuamos o caminho fora das trilhas

do tracking, passei a redobrar a atenção no mapa,

nos acidentes topográficos e hidrografia. Seguindo as

orientações do Neném e de um indivíduo “entendido”,

fomos descendo um vale beirando um curso d’água

para chegar no Pico do Breu. Repare, descer o vale de

um rio parece uma boa estratégia para atingir o ponto

mais alto da região? Pois bem, quando estávamos nos

distanciando muito do trajeto, comentei com o guia

que seria necessário “escalar” uma borda de planalto

sedimentar e que quanto mais descíamos, mais

teríamos que escalar na direção correta. Escalamos em

grande degrau e chegamos ao sopé de uma elevação

que culminaria no Pico do Breu. Não tínhamos como

escalar aquela vertente sem equipamento e ainda

estávamos muito longe de chegar onde deveríamos

ter acordado naquele dia, ou seja, estávamos muito

atrasados e corríamos o risco de ficar sem comida, água

e perder nossos ônibus de volta para o Rio de Janeiro.

Foi dessa forma que perdemos o Pico da Lapinha e o

Pico do Breu, mas ainda bem que não encontramos as

sereias e os dragões...

Após descer uma vertente bem íngreme, após

o sopé do Pico do Breu, atravessamos um rio e

caminhamos por um campo, em linha reta, em suave

aclive até encontrarmos os trackings da tela do GPS.

O insucesso anterior e o grande atraso nos levaram a

entrar em consenso sobre a necessidade de caminhar

seguindo os dados de GPS. Um dos participantes que

também era guia estava com aparelho de GPS e também

havia escolhido um tracking para colocar na memória,

fomos comparando os dados e “marchamos” em direção

ao nosso destino para dormir naquela noite: O camping

do Seu Zé.

Escolhi não detalhar muito o caminho “errado”

porque existem infinitas opções de caminhos “errados”,

o nosso foi só mais um, por exemplo, depois que

começamos a escalaminhada para chegar na base do

pico do Breu, avistamos uma dupla de paulistas que

andava sozinha na parte mais baixa do vale, fizemos

juntos a parte do trajeto até a base do Pico de Breu e

depois nos encontramos novamente e seguimos juntos

o restante da travessia a partir do camping do Seu Zé.

Quando encontramos a trilha “correta” ficamos

surpresos porque era um caminho com marcas de

passagem de veículos, muito fácil de caminhar, por

isso conseguimos aumentar a velocidade da caminhada

parando apenas para coletar água para tratamento (com

pastilhas de clorim).

Conseguimos chegar no camping do Seu Zé ainda

com o dia claro, o lugar é maravilhoso! A família do Seu

Zé compartilha o interior da sua casa (autêntica, rural e

do interior) com os viajantes. O camping é gratuito, são

cobradas apenas as refeições (R$ 20,00), bebidas (R$

5,00) e banho (R$ 5,00) no caso de serem consumidas

ou usadas.

A comida era liberada, sendo limitado apenas

o número de pedaços de carne, mas que comida

sensacional! O banho merece especial atenção

nesse relato, pois foi um exemplo de democracia

“espontânea”... Devido ao grande número de pessoas

(nossos números eram 49 e 50), usamos um caderno para

organizar uma “fila” e estipulamos, democraticamente,

5 minutos de banho (chuveiro ligado) para cada pessoa.

À medida que as pessoas iam tomando banho, os

próximos da fila se incumbiam de organizar o controle

do tempo e o registro da entrada de novas pessoas na

fila, haviam alguns espertos querendo desorganizar o

sistema, mas foram minoria.

Esse camping é muito frequentado e o clima é o

oposto do anterior, a hospitalidade e o modo simples

Page 15: Boletim CNM 2016-2

Clube Niteroiense de Montanhismo – Boletim Informativo nº 33 15

de vida tomam conta do lugar. Existem três áreas

principais para as barracas, a área de camping mais

afastada é a que tem mais áreas de fogueira e fumaça,

estas fogueiras são lugares de pedras arrumadas de tal

forma a confinar o fogo e onde se costuma preparar

algum tipo de churrasco e outras comidas. A fumaça

atrapalha um pouco, mas o lugar é estratégico para

quem gosta de acordar mais cedo para contemplar

o nascer do Sol. O nosso foi tímido, durou alguns

segundos pois estava nublado e a luz do sol passou

brevemente por uma brecha entre as nuvens, foi lindo!

No terceiro dia da viagem (segundo iniciado na

travessia) nosso grupo ficou maior, os dois paulistas que

encontramos no dia anterior (antes da escalaminhada)

também almejavam visitar a cachoeira do tabuleiro e

depois voltar para Belo Horizonte naquele mesmo dia.

Outro detalhe merece atenção sobre a posição

estratégica do camping do Seu Zé (gostei dele, é

geograficamente interessante!), de acordo com os

dados de GPS pesquisados, ele é o ponto comum à duas

trilhas que da cachoeira do Tabuleiro: a parte superior e

inferior. A ideia inicial (ideal) era visitar a parte de cima

da cachoeira, passar de volta pelo camping, passar pela

sede do Parque Natural Municipal do Tabuleiro (PNMT),

visitar a parte de baixo da cachoeira, voltar para a sede

do parque, ir para o lugarejo de Tabuleiro e arrumar

uma condução para voltar para Belo Horizonte.

Na saída do acampamento do seu Zé fizemos uma

reavaliação de tudo, os erros do primeiro dia falavam

por si só, eram incontestáveis. Considerando que era

nosso último dia (não tínhamos mais tempo para errar

e consertar, pois perderíamos nossas passagens de

BH para o Rio) e que não éramos mais tão estranhos

e conhecíamos as limitações da cada um. O grupo se

reorganizou: o guia que estava no grupo apenas como

um dos participantes idealizadores retomou sua posição

de guia. O outro idealizador (das sereias e dragões)

retornou para a posição de participante (que segue)

e eu que estava com um acervo considerável sobre

topografia, hidrografia e muitos dados de GPS (inclusive

um atalho para economizar de voltar ao camping do Seu

Zé), passei a ajudar o guia na navegação.

Fizemos alterações no itinerário ideal para o que

julgávamos real (exequível), e deu certo! Os novos

pontos do itinerário foram os seguintes: Camping do

Seu Zé, parte alta da cachoeira, atalho, sede do parque

e Belo Horizonte.

Neste dia eu estava um pouco pilhado (elétrico),

me distanciava à frente do grupo para testar hipóteses

(trackings diferentes no GPS), analisar a carta

topográfica, voltava para procurar o último da fila e ver

se estava tudo bem, pois parte sempre se separava e

perdia contato visual.

Seguimos os dados de GPS até chegar no ponto de

interseção com o atalho, depois de voltar da parte alta

da cachoeira, nós passaríamos novamente por aquele

ponto e pegaríamos o atalho. “Escondemos” nossas

cargueiras entre rochas e vegetação e fomos em direção

à cachoeira do tabuleiro com as mochilas de ataque,

decisão questionável, mas não queríamos ter que voltar

no camping para pegar as mochilas, então, foi o que

fizemos.

Visitamos um mirante lindo do alto da cachoeira do

Tabuleiro e por segurança (tempo) decidimos voltar dali

mesmo. Dois participantes decidiram ir mais próximo

da cachoeira, então combinamos nos reagrupar nas

mochilas.

Chegamos nas mochilas (estavam lá como

deixamos) e esperamos, esperamos, bateu fome,

bateu sede e não tínhamos água. Foi então que a base

hidrográfica se fez fundamental. Analisei nosso trajeto,

as linhas que representavam os rios, as formas das

bacias hidrográficas e escolhi um ponto para captação

de água. Outro participante e eu deixamos tudo com

o grupo e levamos todas as garrafas que podíamos

carregar. A escolha foi certeira, nunca antes fiquei tão

feliz por trabalhar com mapeamento de corpos d’água!

Page 16: Boletim CNM 2016-2

16 Clube Niteroiense de Montanhismo – Boletim Informativo nº 33

Voltamos para o grupo e foi o almoço da

confraternização, todo mundo contribuiu para o cozido

de feijão (não era sopa): feijão, macarrão comum,

miojo, azeite, queijo ralado e batata palha. Não me

pergunte como, mas ficou maravilhoso, todos comeram

e repetiram (rendimento: 6 colheres pra cada, Rs!).

Os outros participantes, que decidiram chegar

mais perto da cachoeira, retornaram a tempo de

experimentar o “cozido” e depois “marchamos” para a

sede do parque.

A sede do Parque Natural Municipal do Tabuleiro é

a perfeição: banho gratuito, área de camping, pias de

cozinha, churrasqueira, e um prédio lindo com paredes

de vidro. Deixo aqui um pedido aos próximos do CNM,

eu não tinha um adesivo do clube comigo, por favor,

colem um adesivo no mural onde tem outros clubes e

tirem uma foto!

Da sede do parque fizemos uma lotada (3 carros,

R$ 120,00 por pessoa) e fomos direto para a rodoviária

de Belo Horizonte, e de lá voltamos para o Rio sem

perder as passagens.

Quanto aos questionamentos iniciais, tenho a

dizer que a experiência é uma construção individual e

essa travessia, para mim, foi um grande aprendizado.

O Montanhismo tem uma componente de Turismo,

mas não somos turistas das montanhas. Como

esporte, modéstia parte, somos mais. Superamos,

constantemente, nossas limitações físicas e técnicas.

Acredito que no montanhismo (diferente do turismo) as

posições de Guia e Participante são complementares,

compartilhadas e funcionam mais como artifícios

didáticos e necessários para melhorar o planejamento,

processos, e objetivos das nossas atividades. Um

turista pode se acomodar (alienar-se) na posição

de participante, enquanto que um montanhista

(participante) está, continuamente, aprimorando seu

próprio montanhismo. No turismo, participantes

podem ser clientes, enquanto que no montanhismo,

guia e participante são uma equipe.

Como conclusão, posso afirmar que o que parecia

um furada foi uma aventura maravilhosa. Patrícia e

eu pretendemos refazer essa travessia para visitar

o que não deu dessa vez, fazer algumas fotos que

foram planejadas durante essa travessia e conversar

novamente com o sábio Seu Zé e comer novamente

aquela comida caseira do fogão à lenda do interior de

Minas!

Agradeço, em primeiro lugar à minha querida Patrícia

por ter motivado toda essa aventura e aprendizado e a

você pela atenção e interesse. Recomendo a travessia

Lapinha x Tabuleiro e, como montanista, coloco-me à

disposição para troca de experiências e informações

que não puderam ser passadas por aqui.

Page 17: Boletim CNM 2016-2

Clube Niteroiense de Montanhismo – Boletim Informativo nº 33 17

Nos últimos anos temos visto vários artigos sobre

o melhor modelo da parada dupla. Vamos dissecá-la!

A parada serve para que os escaladores se reunam

para transferir o equipamento, trocarem informações,

tirarem fotos, se hidratarem e descansarem com certo

conforto.

Em muitas das análises que encontrei pesquisando

em livros e na internet, o foco é em paradas duplas.

E dentro desta situação, a preocupação maior é em

escalada em móvel, já que o perigo de uma das peças

soltar numa queda de guia, em fator de queda 2, é bem

frequente, e dependendo do modelo escolhido, a outra

peça pode também se soltar!

De qualquer maneira, mesmo que a grande maioria

das vias cariocas tenham ancoragem fixa, aconselho

a todos a entenderem melhor os diversos modelos de

parada que estão aparecendo nos livros e sites. Um

consenso entre os escaladores é o fato de se tivermos

uma parada dupla equalizada para os participantes e

uma costura direcionadora para o guia é sem sentido, já

que devemos nos preocupar muito com a gueda de guia

e não tanto com o peso dos participantes.

Sobre o Fator de Queda 2, recomendo que leiam no

Boletim do CNM Ano VIII – número 19, de 12 / 2012, o

artigo “Escalada na Vilma Arnaud + Queda Fator 2”, por

Leandro do Carmo

Nota: Tive dificuldade de traduzir alguns nomes

dos modelos e encontrei alguns modelos com nomes

diferentes na mesma língua.

Modelos:

Com a corda

•Nó Oito Duplo de Duas Alças. Caso a ancoragem

do guia falhe, haverá somente um pêndulo.

•Não haverá extensão. A força deverá estar sempre

para baixo, nunca para as diagonais. Modelo pouco

usado no Brasil;

Sequencial com Corda

Utilize o nó Volta do Fiel em cada ancoragem.

Caso a ancoragem do guia falhe, haverá somente um

pêndulo. Recomendado para revezamento de guiada.

Usado nos Estados Unidos;

Com fita ou cordelete de pelo menos 120 cm:

Mágico X / Auto Equalizada. É

muito importante a virada de uma

das partes da fita, pois caso uma

ancoragem falhe, o mosquetão não

sairá totalmente da fita. A força no

mosquetão Base é distribuída pelas

ancoragens, não importando a direção.

Caso uma ancoragem falhe, haverá

um forte tranco (em torno de 40% a

TÉCNICA

Dissecando a Parada (Ponto de Reunião) Por Eny Hertz

Page 18: Boletim CNM 2016-2

18 Clube Niteroiense de Montanhismo – Boletim Informativo nº 33

mais) na outra ancoragem. Caso tenha somente um

mosquetão, passe a fita ou cordelete pelos olhais dos

grampos e proceda como num Mágico X. A parada

Mágico X é modelo mais comum no Brasil;

Equalette

Dois nós, um em cada lado do

mosquetão base. A força no mosquetão

Base é distribuída pelas ancoragens,

como no modelo anterior, mas numa

área bem menor. Em caso de falha de

uma ancoragem, haverá considerável

redução do tranco (em relação ao

Magico X), já que a fita percorrerá

apenas um pequeno pêndulo.

Esta parada é mais difundida nos

Estados Unidos;

Sequencial

Balso pelo Seio numa proteção + azelha de

oito ou de nove ou volta do fiel na outra proteção.

Coloque o mosquetão Mãe/Base na ancoragem oposta

à continuação da via e/ou na mais baixa. Coloque a

costura direcionadora no lado que a via continua ou

na ancoragem mais alta. A parada sequencial tem sido

estudada na Alemanha (Associação Alemã de Alpinismo

- DAV) desde 2008 e foi adotada pelo CEL;

Sequencial Equalizada

Volta do Fiel nas ancoragens

e balso pelo seio ou azelha

de oito ou azelha de nove

no mosquetão Base. Em caso

de falha de uma ancoragem,

haverá considerável redução do

tranco (em relação ao Magico

X), já que a fita percorrerá

apenas um pequeno pêndulo.

A força deverá ser sempre

para baixo, nunca para as

diagonais;

Triângulo com Nó

Azelha de oito ou de nove ou

balso pelo seio no mosquetão base

+ opcional, 1 volta do fiel em cada

proteção. Em caso de falha de uma

ancoragem, haverá considerável

redução do tranco (em relação ao

Magico X), já que a fita percorrerá

apenas um pequeno pêndulo.

O nó Volta do Fiel ajuda na

dissipação da força da queda.

A força deverá estar sempre

para baixo, nunca para as diagonais;

Cordelete

A azelha de oito ou de nove no

mosquetão Base + opcional o nó

volta de Fiel em cada ancoragem.

Usado para mais de uma ancoragem

móvel. A força deverá ser sempre

para baixo, nunca para as diagonais.

Usado nos Estados Unidos.

Caso não tenha uma fita longa,

poderá usar duas fitas curtas, de

mesmo comprimento, de 60 a 80

cm. A força deverá estar sempre

para baixo, nunca para as diagonais.

Page 19: Boletim CNM 2016-2

Clube Niteroiense de Montanhismo – Boletim Informativo nº 33 19

Em qualquer dos modelos acima, a Americam

Mountain Guides Associatiom – AMGA recomenda o uso

de dois mosquetões de rosca opostos e invertidos em

qualquer sistema de segurança.

Dependendo de como montar a parada, em proteção

Dupla, fixa ou móvel, antes de montá-la, oriente-se para

onde a via segue.

Pense onde o segundo e terceiro ficarão, os

locais dependerão se os participantes guiarão ou não.

Caso você seja o único guia, se possível, coloque as

participantes no lado oposto da continuação da via,

para que sua saída esteja livre.

Já deixar as duas paradas montadas no rack de

equipamento do baudrier em qualquer das opções

anteriores. Normalmente uma fita longa de uns 120 cm

e três mosquetões de rosca.

Quando há extensão no sistema da parada, por

exemplo, com o Mágico X, caso haja queda de fator 2 e

uma das proteções se rompe, a outra proteção receberá

40% a mais da força da queda. Dado muito importante

para escalada em móvel. Dê preferência às paradas

não extensivas, quando houver dúvida na qualidade da

proteção, com perigo de quebra da mesma, pode ser

usado o equalette ou a sequencial equalizada.

A ancoragem recebe 2 vezes o peso da participante

quando este cai.

O ângulo formado com a fita/cordelete/corda na

parada dupla deverá ser sempre menor que 50 graus

para que cada ancoragem receba até um pouco mais

da metade de qualquer força aplicada na parada dupla.

Com 90 graus cada ancoragem recebe 71% da força e

com 120 graus, 100% em cada ancoragem, não tendo

mais lógica de se utilizar uma parada dupla.

Um modo fácil de verificar se estamos com margem

segura é verificar se a distância entre as ancoragems é

igual ou menor que a distância de uma das ancoragens

ao mosquetão base.

Quando utilizar proteção móvel, analise se ela é:

Segura, Rápida, Verificável, Econômica, Redundante

e Sem Extensão.

As proteções podem ser direcional, caso de

algumas proteções móveis ou multidirecionais, no caso

das proteções fixas e algumas móveis. Multidirecional

significa que a proteção pode receber forças em mais

de uma direção.

O escalador Marski em sua página http://www.

marski.org/artigos/121-artigos-tecnicos/312-nylon-

x-dyneema-forcas-envolvidas-nas-quedas-dinamicas

recomenda “sempre que possível é preferível que

o escalador que estiver dando segurança, una-se à

uma das proteções da parada, e realize a proteção do

escalador que estiver guiando diretamente a partir do

mosquetão base (ou mestre), que estiver equalizado em

uma parada dupla.” Assim, em caso de queda, a força

será dividada em cada proteção.

Por questões de segurança, aprenda com um

instrutor certificado os diversos procedimentos de

guiada antes de se lançar neste mundo fascinante!

Fontes:

Clube Excursionista Light - Boletim Informativo Ano

52 – nº 367 – Set/Out de 2010

Clube Excursionista Light - Boletim Informativo Ano

52 – nº 368 – Nov/Dez de 2010

Manual Curso Formação de Guia de Cordada, Eny

Hertz 2016

http://www.marski.org

http://pages.uoregon.edu/opp/climbing/topics/

anchors.html

FOTO DE ATIVIDADE

CACHOEIRAS DE MACACU

Page 20: Boletim CNM 2016-2

20 Clube Niteroiense de Montanhismo – Boletim Informativo nº 33

MEIO AMBIENTE

CNM na Semana do Meio Ambiente Por Stephanie Maia

O Clube Niteroiense de Montanhismo, através de

seu Departamento Ambiental, vem trabalhando, nos

últimos anos, em parceria com a administração do

Parque Estadual da Serra da Tiririca (PESET). Como já foi

relatado em outras edições do boletim, temos realizado

mutirões com vista à recuperação e a conservação

ambiental nas áreas do Costão e da Enseada do Bananal.

Vimos atuado em várias frentes, tais como, plantio

de mudas, remoção de espécies vegetais exóticas e

invasoras, fechamento de atalhos na trilha e remoção de

pichações. Além disso, também temos trabalhado ‘nos

bastidores’, marcando presença constante em reuniões

para discussões sobre diretrizes do uso público da área,

buscando conciliar nossos interesses, como usuários da

área, aos da conservação ambiental.

Essas ações representam a materialização de um

espírito de cooperação e de conscientização coletiva

entre os membros do clube em torno do cuidado com o

espaço comum, que é o PESET. É relevante observar que

apesar da nomenclatura ‘parque’, o PESET, não é um

parque de diversões, no qual chegamos, consumimos

e vamos embora, basta alguns clicks no Google para

descobrir que a criação do PESET é fruto de lutas

sociais/ambientalistas, pois foi o primeiro parque a

ser criado a partir de uma mobilização popular em prol

da conservação ambiental, e em respeito a isso, temos

não só o direito de usufruir, mas também o dever de

conservar.

A partir dessa perspectiva, o CNM não podia ficar de

fora das comemorações da Semana de Meio Ambiente

promovida pelo PESET. Entre os dias 4 e 11 de junho, a

coordenação de uso público do Parque, promoveu uma

série de atividades que envolveram as comunidades e

associações do entorno do parque, tais como, mutirões

de limpeza na Duna Grande - um importante sítio

arqueológico, localizado em Itaipu - e na prainha de

Piratininga; palestra sobre a diversidade biológica

no Parque, com um dos principais ambientalistas

que contribuíram para a criação do PESET, Prof. Jorge

Antônio Lourenço Pontes, promovida pela Associação

de Preservação Ambiental de Várzea das Moças

(PRESERV); realização de uma Trilha Interpretativa no

Morro das Andorinhas com a educadora ambiental

Camila Meireles, que também é membro do CNM;

trilha guiada no Córrego dos Colibris; plantio de mudas

no Monte das Orações, entre outras.

Convite para a Semana de Meio Ambiente.

O CNM se fez colaborador das comemorações da

semana de meio ambiente de duas maneiras, eu fui

convidada a apresentar os resultados da minha pesquisa

sobre os impactos da escalada na vegetação presente

nas rochas e nesse caso também fui representando o

grupo de pesquisas do qual faço parte - o Grupo de

Estudos Interdisciplinares do Ambiente (GEIA). E no

dia 11 de junho, promovemos, em parceria com a

comunidade cristã Igreja Batista da Orla de Niteroi Orla

Natureza, um mutirão para remoção de zebrina, uma

espécie invasora, na trilha do Alto Mourão. Esse mutirão

foi mais um grande sucesso!!

Achei interessante a participação de algumas

pessoas que não fazem parte nem da comunidade cristã,

nem do CNM, que ficaram sabendo do mutirão pelas

redes sociais e foram lá doar o seu tempo à essa causa.

Já tinha acontecido isso num dos mutirões na Enseada

do Bananal e certamente é uma coisa que me comove.

Para finalizar, deixo aqui meus agradecimentos e

congratulações a todas as pessoas que têm participado

de alguma maneira das nossas ações e ao PESET por nos

receber como colaboradores.

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Clube Niteroiense de Montanhismo – Boletim Informativo nº 33 21

Tatiana e Martha incansáveis!

A zebrina é uma espécie muito resistente, se

deixarmos um pedacinho, ela cresce e ocupa toda a

área de novo. Por isso foi importante colocar em sacos e

levar embora. Os guardas parque ficaram com a missão

de dar um destino apropriado a elas.

Além dessa atividade, o CNM em parceria com

a INEA/SUPBG – Instituto Estadual do Ambiente /

Superintendência Regional da Baía de Guanabara

também organizou um mutirão de limpeza na trilha da

Gruta do Spar, em Maricá. Nesse dia, retiramos bastante

lixo deixado por alguns visitantes.

A área visitada está em ambiente natural em meio

à floresta, porém, sofreu no passado a ação antrópica

de uma antiga mina de extração de Mica (Malacacheta)

e atualmente está localizada ao lado de uma pedreira

(que não opera com explosões nos fins de semana).

Atualmente o local sofre a ação de intensa visitação

turística.

O dia amanheceu nublado, mas perfeito para os

trabalhos!

Page 22: Boletim CNM 2016-2

22 Clube Niteroiense de Montanhismo – Boletim Informativo nº 33

Os regrampeadores: Alexandre Valadão, Leandro

do Carmo, Carlos Penedo, Marcelo Santana, Marcos

Lima, e Eny Hertz . Sendo os dois primeiros instrutores.

Ao término do projeto contatamos o conquistador

Requião e o parque para avisarmos de todas as

mudanças ocorridas.

A partir da proposta de Alexandre Valadão,

iniciamos em 2013 a organização para a regrampeação

da via Paredão Jardim no Morro do Tucum (Costão)

em Itacoatiara, PESET. A proposta da regrampeação

também serveria como oficina de instalação de grampo

P de escalada.

A etapa seguinte foi encontrarmos os contatos

dos dois conquistadores, Alexandre Mazzacaro e

Cristiano Requião. Conseguimos o do Requião, mas

ninguém tinha o de Mazzacaro. Explicamos ao Requião

a proposta do CNM, que consentiu na hora. Também

avisamos o parque, porque qualquer ação dentro de

uma Unidade de Conservação (UC) deve ser comunicada

a administração da mesma. O clube doou os grampos

e a mão de obra.

Resolvemos regrampear a via por três motivos: a

maioria dos grampos está em avançada deterioração,

vários de 3/8 e a dificuldade de vermos alguns

grampos, de lermos a linha, já que a exposição é alta

e a distância entre alguns chega a 30 metros. Além

de alguns estarem cobertos pela vegetação que vem

crescendo desde 1974.

Levamos muito mais tempo que o imaginado.

A razão foi que começamos com marreta... que

geralmente leva 20 a 40 minutos para bater um único

grampo. Ou seja é muito demorado! Fora a vez que

fomos e usamos ponteira de tamanho parecido, mas

não o tamanho que devíamos usar. Conclusão, o

grampo entrou facilmente... o furo estava maior do

que devia. Foi um excelente aprendizado, marretamos,

sol na cabeça, suamos muito, cansamos muito... para

abandonarmos os furos..... na ida seguinte tampamos

os furos com durepox e areia fina de pedra. A partir

deste dia, tomamos cuidado para usarmos o material

certo.

Felizmente Leandro do Carmo possui furadeira

a bateria, que ajudou a agilizar a regrampeação na

penúltima investida.Da primeira investida em novembro

de 2013 a última em junho de 2016, fizemos sete

repetições, sendo a primeira e a quarta para análise e a

última para desenharmos o croqui.

CROQUI

Regrampeação da Via Paredão Jardim Por Enny Hertz

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Clube Niteroiense de Montanhismo – Boletim Informativo nº 33 23

FOTOS DE ATIVIDADES

PROJETO INTERCUMES - PEDRA BRANCA

PICO DA BANDEIRA

PAREDÃO JARDIM

PEDRA DA GÁVEA

CAFÉ NO CUME - PEDRA DO SINO

MORRO DO SANTO INÁCIO

CAIXINHA DE FÓSFORO

PEDRA RISCADA

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24 Clube Niteroiense de Montanhismo – Boletim Informativo nº 33

Você faz outras atividades para complementar seu

esporte?

Procuro cuidar bem do meu corpo, deixa-lo sempre

preparado pra qualquer movimentação diferente que

eu me depare. Gosto de pedalar pra deixar o aeróbico

em dia, andar de slackline pra ajudar no equilíbrio e

agora estou voltando para o surfe, me ajuda muito na

consciência corporal.

O que te inspira a chegar tão longe na escalada?

Parece que evoluir na escalada, além de ter uma

satisfação pessoal me prepara pra vida como um todo.

Quando me deparo no meio da parede de rocha com

agarras tão pequenas, onde tenho que segurar o peso

de todo meu corpo nas pontas dos dedos ou encaixar

meu quadril bem próximo do calcanhar para que o

equilíbrio do meu corpo se encaixe perfeitamente na

sinuosidade da rocha, é o momento que a respiração

ENTREVISTA

Conheça um pouco de Glauce Ibraim

Como começou sua motivação para escalar?

O esporte e a natureza sempre fizeram parte da

minha vida. Durante a faculdade de geologia,escalava e

não sabia, subíamos muitas montanhas e acho que daí

veio o interesse. A intimidade com a rocha e o apreço

pelo esporte radical se uniram e a escalada, agora

conceituada, surgiu na minha vida e não me largou até

hoje! Lá se vão 6 anos!

Que emoções você sente enquanto escala?

É até difícil descrever as emoções, são tantas...

Acho que no geral o sentimento de superação constante

é o que prevalece, a cada metro escalado a motivação

vai a mil. Subir uma montanha, escalar uma via de 30

metros sem cair ou fazer muita força sustentando meu

corpo em um bloco de rocha super negativo, me faz

sentir viva e pronta pra qualquer desafio.

ITACOATIARA, NITERÓI. FOTO GUILHERME TABOADA

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Clube Niteroiense de Montanhismo – Boletim Informativo nº 33 25

tem papel fundamental e a pulsação, que antes estava

mega acelerada, vai voltando ao normal e pronto,

passei o lance! Meu corpo se enche de força e saio dali

preparada pra tomar qualquer decisão, mesmo que

venham as quedas sei que com dedicação, consigo

superar desafios ainda maiores.

E o medo?

O medo sempre existe e é bom que exista, medo

de cair, medo do que vai vir mais em cima, medo de

se machucar... é uma forma de proteção também! Mas

o mais legal é quando você está preparada e consegue

controlar esse medo pra chegar cada vez mais alto. A

satisfação é muito maior!

Quais lições você aprendeu com a escalada que te

ajudam em outras áreas da vida?

A escalada me encanta, por isso não só a pratico,

escolhi vivê-la. E pra tudo fluir bem, preciso estar com

meu corpo e mente em perfeito equilíbrio, sintonizada

com a natureza e com a pessoa que está fazendo

minha segurança, afinal não se escala sozinho. É dessa

forma que busco levar a vida, nada adianta estar com o

corpo forte e a mente fraca, nada adianta viver em um

ambiente e não trocar com o mesmo e com as pessoas

que nele estão, saber que pode contar com o outro

e compartilhar a felicidade, pra mim, não tem preço.

Quando chegamos no cume de uma montanha, ao

mesmo tempo que nos sentimos fortes por passar por

tantos obstáculos, caminhar por horas/dias, passar frio,

cair e levantar, comer pouco... nos sentimos também

pequenos com a imensidão da natureza a sua volta,

mas é um pequeno que faz parte de tudo aquilo, como

se ficasse cheio de orgulho por estar inserido em toda

exuberância que pode enxergar dali de cima.

Você se vê algum dia não escalando mais? Por quê?

Será que isso um dia vai acontecer?! Consigo me

enxergar escalando bem velhinha, de cabelos brancos

com meus filhos e netos! Sentar no final de tarde, na

serra, com os amigos e relembrar das histórias de

quando o corpo respondia bem. O que vai importar no

final é estar próximo da natureza com pessoas queridas.

Qual é a sua filosofia de vida?

Viver bem! A simplicidade é a palavra chave,

raciocínios simples e atitudes simples te trazem

sentimentos profundos e verdadeiros. Você recebe

de volta toda energia que emana, então faça o bem!

Objetivar as tarefas obrigatórias e ter mais tempo pra

fazer o que ama é primordial! Não sejamos egocêntricos

ao ponto de achar que acabaremos com a terra, na

verdade acabaremos com a nossa espécie, cuidar do

ambiente onde vive e do outro, é cuidar de si próprio!

Você considera escalar uma forma de auto

expressão?

Total! As atitudes se expressam por si só e com a

escalada não é diferente! Carrego essa responsabilidade,

sei bem que mantendo meu corpo em dia e evoluindo

na escalada, motivo e intrigo muita gente! Motivo os

que já estão no esporte, mostrando que com dedicação

a evolução é inevitável e no mínimo intrigo os que não

conhecem, “O que é isso que faz tão bem pra ela?”

“Estar na natureza é bom, né? “ e assim vou plantando

uma sementinha em cada um.

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26 Clube Niteroiense de Montanhismo – Boletim Informativo nº 33

FOTOS DE ATIVIDADES

MIRANTE DO CARMO

PRACINHA DE ITACOATIARA

PROJETO INTERCUMES PARQUE ESTADUAL DA PEDRA BRANCA

ATM PARNASO

ESCALAVRADO

LUMIAR

ABRIGO DO AÇU

CBE

Page 27: Boletim CNM 2016-2

Clube Niteroiense de Montanhismo – Boletim Informativo nº 33 27

DIVERSOS

Programa CNMais Vantagens Por Leandro do Carmo

Olá Pessoal,

Demos início a um programa de descontos e

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mais. Confira a relação abaixo:

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clubes do Rio. Verificar

disponibilidade com a

direção do clube. Isenção

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Rua Antônio Maria, 100 – Teresópolis – RJ

(21) 2643-1050 / 9 9943-8392 (Eduardo Cardoso)

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Ajude o nosso programa a crescer! Indique lojas,

serviços e etc.

Juntos construiremos um clube forte! O CNM SOMOS

TODOS NÓS!!!!!

Page 28: Boletim CNM 2016-2

28 Clube Niteroiense de Montanhismo – Boletim Informativo nº 33

AvisosREUNIÕES SOCIAIS

As reuniões sociais do CNM são realizadas sempre na primeira quinta-feira de cada mês ím-par e na primeira quarta-feira de cada mês par, às 19:30h, em local a ser definido e divulgado.

Os encontros acontecem em clima de total descontração e informalidade, quando os só-cios e amigos do CNM aproveitam para colocar a conversa em dia, trocando experiências, rela-tando excursões e vivências ou, simplesmente, desfrutando a companhia de gente simpática e fraterna.

Periodicamente acontecem reuniões e se-minários técnicos com o intuito de possibilitar maiores detalhes e informações atualizadas aos sócios e interessados.

Informem-se sobre os temas das palestras técnicas e reuniões acessando o site: www.niteroiense.org.brCompareçam e sejam muito bem vindos!!!

EXPEDIENTE

CNM – CLUBE NITEROIENSE DE MONTANHISMOInício das Atividades em 26 de Março de 2003Fundado em 20 de Novembro de 2004Website: www.niteroiense.org.bre-mail: [email protected]: 98608-1731(Leandro do Carmo)

Presidente: Leandro do CarmoVice: Vinícius Araújo Tesoureiro: Leonardo Carmo

Secretário: Alexandre RockertDiretoria Técnica: Ary CarlosDiretoria Social: Patrícia GregoryDiretoria Ambiental: Stephanie Maia

Conselho FiscalEfetivos: Adriano de Souza Abelaria Paz; Andréa Rezendo Vivas; Alex Faria de Figueiredo; Suplente: Denise Gonçalves do Carmo

Representante do CNM no PESETTitular: Eny HertzSuplente: Leonardo Carmo

Informativo Nº 33: As matérias aqui publicadas não representam necessariamente a posição ofi-cial do Clube Niteroiense de Montanhismo. Res-saltamos que o boletim é um espaço aberto a todos aqueles que queiram contribuir. Envie sua matéria para [email protected]. Partici-pe!!!

Giovani Souza Neto 01/abr

Valéria do Valle 02/abr

Lando Mondonça 06/abr

Marcelo Santanna 07/abr

Leandro do Carmo 10/abr

Alan Marra 11/abr

Patrícia Lima 13/abr

Bruna Novaes 17/abr

Sérgio K.Umehara 18/abr

Adriano Paz 26/abr

Alcimar Ferreira 26/abr

Livia Lemos 05/mai

André Costa 07/mai

Luis Galvao 07/mai

Bruno Guilherme 08/mai

Diogo Grumser 12/mai

Maria de Fátima 16/mai

Lizandro de Sousa 17/mai

Alexandre Guimaraes 20/mai

Priscila Mata 20/mai

Tauan Nunes 21/mai

Alexander Mouzinho 22/mai

Marcos Leonardo 22/mai

Leandro Collares 23/mai

Aline Silva 26/mai

Leonardo Carmo 26/mai

Mauro de Mello 28/mai

Felipe 02/jun

Rafael de Souza 04/jun

Alex Figueiredo 15/jun

Sandra Vianna 21/jun

Alexandre Rockert 22/jun

Michael Rogers 23/jun

Wilson Moura 24/jun

Andréa Vivas 27/jun

Jerônimo Quintes 30/jun

Edição e Diagramação:- Eny Hertz- Leandro do Carmo

Revisão Ortográfica:- Vinícius Araújo

Adriano Paz - C T

Alan Marra - C E T

Alex Figueiredo - T

Andrea Rezende - C T

Ary Carlos - E T

Diogo Grumser - T

Eny Hertz - E T

Leandro do Carmo - E T

Leandro Collares - E T

Leandro Pestana - C E T

Leonardo Carmo - T

Luiz Alexandre - E

Mauro de Mello - E T

Vinícius Araújo - T

CORPO DE GUIAS

IMPORTANTE!

A Presidência do CNM é soberana em qual-quer assunto relacionado com o CNM e seus as-sociados.

A Diretoria Técnica é soberana em qualquer assunto técnico relacionado aos associados e aos guias do CNM.

E - ESCALADA / T - TRILHAS / C - CICLISMO

ANIVERSARIANTES