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produtos, iniciada pelo Cepea em mar/10 e em jan/11, nesta ordem. Essa pesquisa do Cepea é realizada diariamente com laticínios e atacadistas e tem o apoio financeiro da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e da Confederação Brasileira de Cooperativas de Laticínios (CBCL). – Em julho, o preço bruto pago ao produtor de Goiás atingiu R$ 1,1285/litro, alta de 4,7% em relação a junho (5,1 centavos/litro) e novamente foi o maior valor dentre os estados que compõem a “média Brasil”. No estado de São Paulo, onde a média foi de R$ 1,0772/litro, o acréscimo foi de 3,1% (ou 3,2 centavos/litro); em Minas Gerais, o reajuste foi de 3,2% (3,3 centavos), com o litro alcançando R$ 1,0714. Em Santa Catarina, a alta foi de 6,5% (6,3 centavos/litro), com a média atingindo R$ 1,0333/litro em julho. No Paraná, o preço subiu AO PRODUTOR PRODUÇÃO CRESCE, MAS PREÇO SOBE; NO ANO, ALTA É DE QUASE 20% O preço do leite pago ao produtor teve novo reajuste em julho, acumulando sucessivas altas ao longo de todo o primeiro semestre de 2013 e sendo o maior patamar desde setembro/07, em termos reais (descontando a inflação do período). O preço bruto do leite pago ao produtor (que inclui frete e impostos) calculado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, alcançou R$ 1,0544/litro em julho – média ponderada pelo volume captado em junho nos estados de GO, MG, PR, RS, SC, SP e BA. Em relação ao mês anterior, a média registrou alta de 3,6% (ou de 3,7 centavos/litro) e, frente a julho/12, o aumento, em termos reais, é 17%. O preço líquido apresentou o mesmo comportamento, chegando a R$ 0,9798/litro, elevação de 4% (ou de 4,8 centavos/litro) em relação a junho/13. Desde o início deste ano, o aumento no preço bruto já é de 18% em termos nominais e de 14,4% em termos reais. Segundo pesquisadores do Cepea, esse novo aumento no preço do leite esteve mais atrelado à firme demanda do que a produção. Isso porque, em junho, a captação de leite chegou a aumentar no Brasil – 6,73%, conforme o Índice de Captação de Leite (ICAP-Leite) do Cepea – depois de registrar consecutivas quedas desde o início deste ano. A maior produção, por sua vez, se deve às boas condições de desenvolvimento das pastagens de inverno e também ao maior poder de compra do produtor de leite frente à alimentação concentrada. No Sul do Brasil, a produção chegou a avançar 10,5%. Em Minas Gerais, o aumento na captação de maio para junho foi de 5,2%, em Goiás, de 4,5% e em São Paulo, de 3,1%. Por outro lado, agentes relataram que o frio intenso em algumas regiões, principalmente no Sul, tem prejudicado bastante o desenvolvimento das pastagens de inverno, o que pode afetar a produção de leite em julho. A estratégia de parte dos produtores tem sido o uso da silagem – para os que produziram o alimento – e o aumento do uso de ração no cocho. Para o próximo mês, a expectativa de representantes de laticínios/cooperativas consultados pelo Cepea continua sendo de alta nos preços, mas o mercado já sinaliza um pouco mais de estabilidade que no mês anterior. Entre os compradores ouvidos pelo Cepea, 56%, que representam 51,6% do leite amostrado, acreditam que haverá novo aumento de preços em agosto e 40,4% (que representam 47,1% do volume captado) indicam estabilidade. Somente 3,7% dos agentes (que representam 1,3% do volume) sinalizam queda para agosto. Mesmo com a captação de junho em um patamar superior ao de junho de 2012, indústrias alegam que a oferta de matéria-prima tem sido insuficiente para o atual ritmo de venda de derivados. A demanda aquecida ainda tem sido o principal motivo para esta queixa. Com isso, os preços dos produtos lácteos continuam subindo com força. Alguns representantes dessas empresas contatados pelo Cepea indicam que a demanda tende a aumentar mais ainda no início de agosto com a volta às aulas. Em relação aos preços dos derivados no atacado de São Paulo, a oferta de matéria-prima abaixo da demanda, que continua bastante aquecida, tem alavancado as cotações, principalmente do leite UHT e do queijo muçarela. Até o dia 29 de julho, o leite UHT e o queijo muçarela registraram médias de R$ 2,29/litro e de R$ 12,63/kg (aumentos de 5,4% e de 2,4% em relação a junho), respectivamente, sendo os maiores patamares nominais das séries histórias desses ICAP-L/Cepea - Índice de Captação de Leite - JUNHO/13. (Base 100=Junho/2004) Uma publicação do CEPEA - ESALQ/USP | Ano 19 nº 221 | Agosto 2013 Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada - ESALQ/USP Forte demanda interna favorece alta de 52% nas importações Preço de lácteos atingem os maiores patamares de três anos Menor produtividade brasileira e demanda aquecida elevam importações de lácteos pág. 07

Boletim do leite 221

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produtos, iniciada pelo Cepea em mar/10 e em jan/11, nesta ordem. Essa pesquisa do Cepea é realizada diariamente com laticínios e atacadistas e tem o apoio financeiro da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e da Confederação Brasileira de Cooperativas de Laticínios (CBCL).

– Em julho, o preço bruto pago ao produtor de Goiás atingiu R$ 1,1285/litro, alta de 4,7% em relação a junho (5,1 centavos/litro) e novamente foi o maior valor dentre os estados que compõem a “média Brasil”. No estado de São Paulo, onde a média foi de R$ 1,0772/litro, o acréscimo foi de 3,1% (ou 3,2 centavos/litro); em Minas Gerais, o reajuste foi de 3,2% (3,3 centavos), com o litro alcançando R$ 1,0714.

Em Santa Catarina, a alta foi de 6,5% (6,3 centavos/litro), com a média atingindo R$ 1,0333/litro em julho. No Paraná, o preço subiu

AO PRODUTOR

PRODUÇÃO CRESCE, MAS PREÇO SOBE; NO ANO, ALTA É DE QUASE 20%

O preço do leite pago ao produtor teve novo reajuste em julho, acumulando sucessivas altas ao longo de todo o primeiro semestre de 2013 e sendo o maior patamar desde setembro/07, em termos reais (descontando a inflação do período). O preço bruto do leite pago ao produtor (que inclui frete e impostos) calculado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) , da Esalq/USP, alcançou R$ 1,0544/litro em julho – média ponderada pelo volume captado em junho nos estados de GO, MG, PR, RS, SC, SP e BA. Em relação ao mês anterior, a média registrou alta de 3,6% (ou de 3,7 centavos/litro) e, frente a julho/12, o aumento, em termos reais, é 17%. O preço líquido apresentou o mesmo comportamento, chegando a R$ 0,9798/litro, elevação de 4% (ou de 4,8 centavos/litro) em relação a junho/13. Desde o início deste ano, o aumento no preço bruto já é de 18% em termos nominais e de 14,4% em termos reais.

Segundo pesquisadores do Cepea, esse novo aumento no preço do leite esteve mais atrelado à firme demanda do que a produção. Isso porque, em junho, a captação de leite chegou a aumentar no Brasil – 6,73%, conforme o Índice de Captação de Leite (ICAP-Leite) do Cepea – depois de registrar consecutivas quedas desde o início deste ano. A maior produção, por sua vez, se deve às boas condições de desenvolvimento das pastagens de inverno e também ao maior poder de compra do produtor de leite frente à alimentação concentrada.

No Sul do Brasil, a produção chegou a avançar 10,5%. Em Minas Gerais, o aumento na captação de maio para junho foi de 5,2%, em Goiás, de 4,5% e em São Paulo, de 3,1%.

Por outro lado, agentes relataram que o frio intenso em algumas regiões, principalmente no Sul, tem prejudicado bastante o desenvolvimento das pastagens de inverno, o que pode afetar a produção de leite em julho. A estratégia de parte dos produtores tem sido o uso da silagem – para os que produziram o alimento – e o aumento do uso de ração no cocho.

Para o próximo mês, a expectativa de representantes de laticínios/cooperativas consultados pelo Cepea continua sendo de alta nos preços, mas o mercado já sinaliza um pouco mais de estabilidade que no mês anterior. Entre os compradores ouvidos pelo Cepea, 56%, que representam 51,6% do leite amostrado, acreditam que haverá novo aumento de preços em agosto e 40,4% (que representam 47,1% do volume captado) indicam estabilidade. Somente 3,7% dos agentes (que representam 1,3% do volume) sinalizam queda para agosto.

Mesmo com a captação de junho em um patamar superior ao de junho de 2012, indústrias alegam que a oferta de matéria-prima tem sido insuficiente para o atual ritmo de venda de derivados. A demanda aquecida ainda tem sido o principal motivo para esta queixa. Com isso, os preços dos produtos lácteos continuam subindo com força. Alguns representantes dessas empresas contatados pelo Cepea indicam que a demanda tende a aumentar mais ainda no início de agosto com a volta às aulas.

Em relação aos preços dos derivados no atacado de São Paulo, a oferta de matéria-prima abaixo da demanda, que continua bastante aquecida, tem alavancado as cotações, principalmente do leite UHT e do queijo muçarela. Até o dia 29 de julho, o leite UHT e o queijo muçarela registraram médias de R$ 2,29/litro e de R$ 12,63/kg (aumentos de 5,4% e de 2,4% em relação a junho), respectivamente, sendo os maiores patamares nominais das séries histórias desses

ICAP-L/Cepea - Índice de Captação de Leite - JUNHO/13. (Base 100=Junho/2004)

Uma publicação do CEPEA - ESALQ/USP | Ano 19 nº 221 | Agosto 2013Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada - ESALQ/USP

Forte demanda interna favorece alta de

52% nas importações

Preço de lácteos atingem

os maiores patamares de

três anos

Menor produtividade brasileira

e demanda aquecida elevam

importações de lácteos

pág. 07

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4,3% (4,2 centavos/litro) e a média passou para R$ 1,0179/litro. Os estados que tiveram as menores médias continuaram sendo Bahia e Rio Grande do Sul. O preço bruto no primeiro teve incremento de 3,6% (ou 3,7 centavos/litro) e no segundo, de 4% (ou 3,7 centavos/litro), com as médias a R$ 0,9995 e a R$ 0,9672/litro, respectivamente.

Quanto aos estados que não compõem a “média Brasil” do Cepea, os preços também subiram. O maior patamar foi verificado no Rio de Janeiro, onde o litro alcançou R$ 1,1109, aumento de 5% (ou de 5,3 centavos/litro). Na sequência esteve o Espírito Santo, com média estadual de R$ 1,0473/litro, com alta de 5,4% (5,4 centavos/litro). No Ceará, os valores

permaneceram praticamente estáveis, com leve aumento de 0,2% (0,02 centavo/litro) e média a R$0,9992/litro. Em Mato Grosso do Sul, o preço pago ao produtor aumentou 4,8% (ou 4,4 centavos/litro), com o litro a R$ 0,9601.

Flávia Romanelli - Mtb: 27540

Sul / Sudoeste de Minas

1,0497

1,1019

1,0584

1,1371

1,0986

1,1273

1,1209

1,0487

1,1983

1,0815

1,0814

1,1386

1,2244

1,1201

1,1384

1,1630

1,0449

1,2697

1,3105

1,0734

1,1439

1,2141

1,2269

1,2227

0,9333

1,0920

1,0800

1,1315

1,2334

1,1184

1,1944

0,9539

1,1600

1,1400

1,2532

1,1157

1,1388

1,0305

1,0772

1,0680

0,9849

1,0667

1,0220

0,7807

0,8295

0,7924

1,0782

0,9626

0,9377

0,9259

0,8630

0,8946

1,0800

1,0953

1,1109

0,8879

0,9909

0,9601

1,1584

1,0473

1,0985

0,9892

0,9695

0,9992

1,1688

1,0489

1,1172

0,8636

1,0479

1,0221

1,1626

1,0375

1,0728

0,9707

1,0218

0,9978

0,9262

0,9982

0,9487

0,6836

0,7218

0,6776

0,9915

0,8877

0,8761

0,8685

0,8125

0,8269

1,0150

1,0262

1,0345

0,7924

0,8811

0,8435

1,0699

0,9706

1,0334

0,9303

0,9166

0,9297

6,90%

6,16%

4,99%

2,06%

10,93%

4,80%

4,73%

5,41%

0,39%

-0,44%

-0,08%

0,23%

6,58%

6,12%

4,88%

0,99%

10,44%

4,34%

4,98%

5,74%

0,09%

-0,29%

-0,23%

-0,59%

0,8201

0,7531

0,8236

0,8525

0,8004

0,8502

1,0470

0,9441

0,7360

0,8470

0,9181

0,9069

1,1063

1,0283

0,9333

0,9818

0,8865

1,0472

1,0387

0,9234

0,9677

0,9737

0,9487

0,9569

0,7842

0,9884

0,8700

0,9223

0,9629

0,9836

0,9672

1,0444

0,9727

1,0333

1,1073

0,9972

1,0113

0,9972

1,0179

1,0773

1,1947

1,0744

1,0772

1,1007

1,0034

1,1486

1,1580

0,9995

1,0714

1,1512

1,1175

1,1285

0,8489

1,0560

0,9995

1,0544

0,9618

0,9865

0,9714

1,0615

1,0075

1,0501

1,0540

0,9727

1,0881

0,9896

0,9972

1,0678

1,1338

1,0602

1,0670

1,0856

0,9723

1,1087

1,1221

1,0007

1,0542

1,1342

1,1684

1,1572

0,8501

1,0113

1,0080

1,0507

0,7374

0,6456

0,7421

0,7834

0,7138

0,7791

0,9818

0,8736

0,6361

0,7605

0,8386

0,8411

1,0183

0,9694

0,8649

0,9136

0,8176

0,9586

0,9460

0,8575

0,8963

0,9136

0,8772

0,8891

0,6768

0,9101

0,7929

0,8494

0,8770

0,8710

0,8824

0,9710

0,8810

0,9579

1,0407

0,9240

0,9053

0,9073

0,9356

1,0076

1,1050

1,0125

1,0034

1,0215

0,9317

1,0553

1,0594

0,9461

0,9956

1,0725

1,0722

1,0723

0,7680

0,9763

0,9295

0,9798

3,63%

4,60%

3,99%

6,49%

2,76%

6,47%

2,39%

8,08%

3,38%

2,16%

4,32%

5,10%

4,36%

0,50%

3,09%

0,99%

0,98%

4,71%

4,09%

0,72%

3,17%

3,26%

5,54%

4,76%

5,80%

3,98%

3,62%

3,60%

4,12%

4,06%

4,35%

6,79%

2,61%

6,89%

4,22%

6,60%

2,90%

-0,22%

3,43%

5,99%

4,89%

0,53%

3,38%

1,00%

1,11%

5,03%

4,73%

2,34%

3,46%

3,79%

8,23%

6,73%

8,56%

4,18%

4,43%

4,01%

Jul/Jun Jul/Jun

JULHO /13JUNHO /13

Equipe Leite:Paulo Moraes Ozaki - Pesquisador Projeto LeiteAna Paula Negri, Jacqueline Barbieri,Marcel Moscatelli de Souza, Gressa Amanda Chinelato e Natália Salaro Grigol

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Por Gressa Amanda Chinelato e Marcel Moscatelli de Souza, graduandos em Eng. Agronômica Esalq/USP; equipe Leite Cepea

AUMENTO NO VALOR DO CONCENTRADO NÃO DIMINUI PODER

DE COMPRA DO PRODUTOR

Dentre os insumos da pecuária leiteira acompanhados pelo Cepea no estado de São Paulo, o concentrado foi o que teve a maior elevação no preço de junho/13 para julho/13, de 4,3%. O maior poder de compra do produtor de leite em relação à alimentação concentrada neste ano aumentou a demanda por este insumo neste período de entressafra de pastagens. Além disso, a recente instabilidade no preço do farelo de soja, que é um dos principais componentes da alimentação concentrada, também impulsionou os valores da ração.

O pecuarista de leite não está abrindo mão da alimentação do animal. Assim, mesmo com o aumento nos preços do concentrado, a valorização do preço do leite pago ao produtor permitiu que os investimentos continuassem firmes. Isso acabou comprometendo menos a rentabilidade final do sistema, em um período que a suplementação animal é importante para manter a produção leiteira. As relações de troca de leite por milho ou por farelo de soja em julho tiveram diminuições de 30,5% e de 23,7%, respectivamente, frente a julho/12.

A elevação nos gastos com concentrado, que possui grande importância no cálculo dos custos de produção, impulsionou também o COE e o COT no estado paulista, que subiram 1,5% e 1,2%, nesta ordem. Por outro lado, itens como material de ordenha, medicamentos e

manutenção de forrageiras perenes caíram frente ao mês anterior. Esse cenário, no entanto, não foi suficiente para conter o aumento nos custos, já que, juntos, esses insumos representam apenas 5% dos gastos da propriedade.

Fonte

: Cepea

Relação de troca do milho e do farelo de soja entre jul/2012 e jul/2013

Evolução do gasto total com alimentação, da receita mensal e da margem bruta de diferentes dietas no estado de São Paulo

entre maio/12 e maio/13, em termos nominais – rebanho de 30 vacas em lactação, com produção diária de 15 litros

Custo do rebanho/mês (R$) Margem Bruta (R$)

Dieta Mai/12

4.297,23

4.922,87

4.840,69

4.722,32

6.198,48

Mai/2013

5.027,77

5.668,53

5.182,17

5.086,17

7.101,84

Mai/12

8.959,92

8.334,28

8.416,46

8.534,83

7.058,67

Mai/2013

8.861,41

8.220,65

8.707,01

8.803,01

6.787,34

Cana Picada - baixa ureia (Mecanizada)

Cana Picada - baixa ureia (Manual)

Silagem de Milho + Concentrado

Silagem de Sorgo + Concentrado

Silagem de Tanzânia + Concentrado

Jun/13

Mai/13

Jun/12

Jun/13

Mai/13

Jun/12

Jun/13

Mai/13

Jun/12

Jun/13

Mai/13

Jun/12

(130g de Fósforo)

7,2 litros/frasco 10 ml

8,7 litros/frasco 10 ml

9,2 litros/frasco 10 ml

69,8 litros/sc 25 kg

73,8 litros/sc 25 kg

81,5 litros/sc 25 kg

47,3 litros/litro de herbicida

51,4 litros/litro de herbicida

59,7 litros/litro de herbicida

Jun/13

Mai/13

Jun/12

Jun/13

Mai/13

Jun/12

649,4 litros/tonelada

607,2 litros/tonelada

721,5 litros/tonelada

1505,8 litros/tonelada

1404,5 litros/tonelada

1793,8 litros/tonelada

12,9 litros/frasco 50 ml

14,1 litros/frasco 50 ml

16,0 litros/frasco 50 ml

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FORTE DEMANDA INTERNA FAVORECE ALTA DE 52% NAS IMPORTAÇÕES

Por Natália Salaro Grigol, Analista de Mercado equipe Leite Cepea

Ainda que o volume de leite captado tenha aumentado, esta elevação na produção foi insuficiente para suprir a demanda brasileira, que segue forte mesmo diante de altos preços. Assim, o volume de importações total de lácteos cresceu 52% em julho comparado ao mês anterior, totalizando 113, 9 milhões de litros. As exportações, por sua vez, registraram queda de 8% em relação a junho, contribuindo para o déficit da balança comercial brasileira.

Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) do mês de julho mostram que as importações da Argentina e do Uruguai, principais fornecedores do mercado brasileiro, registraram expressivos acréscimos de 31% e 72%, respectivamente, frente a junho de 2013.

As importações de leite em pó continuam elevadas, atingindo 83,8 milhões de litros, alta de 58% em relação ao mês anterior. Além do incremento do volume da Argentina (28%) e Uruguai (59%), destaca-se a volta dos Estados Unidos, que desde agosto de 2011 não participava da pauta brasileira de importações de leite em pó. Em relação às compras externas de queijos, houve acréscimo de 32% comparado a junho. O volume ofertado pela Argentina cresceu 39% e corresponde a 71% do volume total e pelo Uruguai, 75% (19,6% do total).

Quanto aos demais países, houve queda na participação.

A participação do Uruguai nas importações brasileiras merece destaque: o país registrou elevação em todas as categorias de produtos. Ainda que a Argentina tenha elevado o volume exportado ao Brasil neste mês e continue sendo o primeiro país no ranking, a intensidade do aumento das aquisições uruguaias diminuiu a diferença entre os dois países. Em junho, a Argentina era responsável por 57,4% das importações brasileiras e o Uruguai por 32%. Neste mês, a Argentina respondeu por 49% das importações enquanto que o Uruguai ampliou sua participação para 36,2%.

O aumento expressivo das importações também reflete outra realidade: os produtos importados são mais competitivos do que os nacionais, mesmo com o dólar valorizado. O preço pago ao produtor brasileiro atinge um dos patamares mais caros do mundo, como resultado da baixa produtividade e do ganho em escala, que ainda é pequeno comparado aos outros países. Em julho, o preço pago ao produtor no Brasil foi de US$ 0,4681/litro, enquanto que o Instituto Nacional de la Leche (Inale) do Uruguai estima que o valor do leite pago ao produtor uruguaio neste período fique nos mesmos patamares do de junho, de US$ 0,4062/litro. A diferença de 15% é determinante

para a competitividade do produtor.

– As expectativas positivas em relação à nova temporada da Nova Zelândia estão surtindo efeito nas negociações de mercados futuros, de modo que os preços dos derivados estão estáveis, mas ainda favoráveis aos produtores.

Segundo dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) entre 1º de julho e 2 de agosto, a média do leite em pó desnatado foi de US$ 4.150/tonelada na Europa e de US$ 4.525,00/t na Oceania (altas de 1% e de 3% em relação a junho, respectivamente). Já o leite em pó integral teve média de US$ 4.729/t na Europa e, na Oceania, de US$ 4.892/t (queda de 1% e alta de 1% frente ao mês passado, respectivamente).

– Comparado a junho, o Índice de Preços de Exportação de Lácteos do Cepea (IPE-L) registrou queda de 2,7% em dólar, com a média a US$ 3,35/kg. Já em Real, o IPE-L fechou em alta de 0,8% frente ao mês anterior, com média de R$ 7,54/kg em julho. Os preços da manteiga, iogurte e leite condensado apresentaram aumentos de 7,8%, 54% e de 3,1%, respectivamente. Já as cotações de doce de leite, soro de leite e leite fluido tiveram quedas, de 27,7%, 4,3% e 1%.

PREÇOS INTERNACIONAIS

IPE-L/Cepea

US$ 4.892

US$ 4.729

US$ 4.525

US$ 4.150

US$ 2.863

US$ 3.129

US$ 2.825

US$ 2.763

+ 71%

+ 37%

+ 60%

+ 50%

Dados referem-se à média entre 1º de julho e 2 de agosto de 2013; para 2012, foram considerados dados de período semelhante

Volume exportado de lácteos (em equivalente leite)¹

Jun - Jul (%) Participação no total exp. em Jul/13 Jul/12 – Jul/13 (%)

7.671

985

4.352

1.705

588

-8%

-28%

-7%

-4%

41%

-

1%

57%

22%

8%

6%

-34%

4%

3%

-34%

Total de janeiro a jul/13 frente ao mesmo período de 2012: 8%

Jul/13

Volume importado de lácteos (em equivalente leite)¹

Jun - Jul (%)Jul/13 Participação no total imp. em Jul/13 Jul/12 – Jul/13 (%)

²

113.950

83.766

25.321

3.677

1.797

52%

58%

32%

193%

7%

-

73,5%

22,2%

3,2%

-

81%

-

63%

818%

-24%

Total de janeiro a jul/13 frente ao mesmo período de 2012: -13,1%

Notas: (1) Consideram-se os produtos do Capítulo 4 da NCM mais leite modificado e doce de leite;

(2) O soro de leite é medido em quilos, não sendo convertido em litro.

Page 6: Boletim do leite 221

PREÇOS DE LÁCTEOS ATINGEM OS MAIORES PATAMARES DE TRÊS ANOS

Por Ana Paula Negri, graduanda em Ciências dos Alimentos, e Jacqueline Betim Barbieri,

graduanda em Eng. Agronômica – Esalq/USP; equipe Leite Cepea

Os preços médios do leite UHT e do leite spot registrados em junho pelo Cepea (Centros de Estudos Avançados em Economia Aplicada) atingiram os maiores patamares dos últimos três anos, em termos reais (deflacionados pelo IPCA). Na média nacional, que engloba os estados de São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul e Goiás, o leite UHT teve média de R$ 2,05/litro e o leite negociado no mercado spot (entre empresas), de R$ 1,14/litro. Para o queijo muçarela, o preço médio de junho, de R$ 13,90/quilo, foi o terceiro maior da série do Cepea – iniciada em julho de 2004 –, também considerando-se os efeitos da inflação do período.

O movimento de al ta foi sustentado principalmente pela demanda, que se manteve aquecida mesmo em uma época de férias escolares. Segundo colaboradores consultados pelo Cepea, nem a maior oferta de matéria-prima, que aumentou em junho depois de registrar consecutivas quedas desde o início do ano, foi suficiente para suprir o forte consumo e interromper as altas de preços. O Índice de Captação de Leite (ICAP-Leite) do Cepea subiu 6,7% em junho, comparando-se ao mês anterior, impulsionado pelo bom desenvolvimento das pastagens de inverno no Sul do País, pelo maior poder de compra do produtor de leite frente à alimentação concentrada e pela utilização de silagens no restante do Brasil.

Quanto aos preços de julho, no atacado paulista, o leite UHT teve média de R$ 2,29/litro (inclui frete e impostos), também a maior da série do Cepea – neste caso, iniciada em março de 2010 –, em termos reais. Em relação a junho, houve aumento de 4,2% e frente a julho/12, de 20%. O queijo muçarela, por sua vez, se valorizou 2,25% frente a junho, cotado a R$ 12,67/kg, em média, em relação a julho/12, o aumento foi de 13,3%. Essa pesquisa é diária e realizada pelo Cepea com o apoio da OCB (Organização das Cooperativas Brasi leiras) e da CBCL (Confederação Brasileira de Cooperativas de Laticínios).

Com o retorno das aulas, a expectativa de agentes do mercado lácteo é de manutenção dos altos patamares de preços em agosto.

As maiores altas de junho no mercado de derivados lácteos foram para o leite UHT e o leite em pó (400g), de 3,2% e 3,4%, respectivamente, em relação ao mês anterior, com as médias nacionais passando

MERCADO EM JUNHO:

para R$ 2,05/litro e R$ 13,23/quilo. Para os queijos prato e muçarela, os preços médios foram de R$ 14,49/kg e de R$ 13,90/kg, altas de 2,3% e 2,5%, nesta mesma ordem.

A manteiga teve aumento de 1,6% na mesma comparação, com o quilo indo para R$ 12,17, enquanto o preço médio do leite pasteurizado subiu 0,5%, a R$ 1,54/litro.

Fonte

: Cepea/ES

ALQ

-USP

Fonte

: Cepea/ES

ALQ

-USP

Preços médios nacionais do leite UHT e do leite cru – integral (início – julho/2004), em termos reais.

Série do preço médio nacional do queijo muçarela (início – julho/2004), em temos reais.

1,58

2,09

12,62

13,23

13,10

13,25

1,46

2,03

14,54

13,84

13,04

13,08

1,66

2,11

14,73

14,14

12,10

13,50

1,47

1,94

15,33

14,97

10,65

13,65

1,53

2,08

15,21

13,31

11,94

12,70

1,54

2,05

14,49

13,90

12,17

13,23

3,8%

2,0%

0,5%

0,1%

-1,1%

1,9%

-0,8%

4,0%

2,7%

3,8%

4,0%

9,0%

0,0%

3,8%

2,4%

1,2%

8,0%

5,0%

-0,8%

0,6%

4,7%

4,3%

0,0%

0,0%

0,4%

5,8%

0,9%

3,2%

-2,3%

1,4%

0,5%

3,2%

2,3%

2,5%

1,6%

3,4%

Fonte

: Cepea/ES

ALQ

-USP

Preços médios dos derivados praticados em JUNHO e as variações em relação ao mês anterior

em jul/13 jun/13 jul/12

R$ 2,29/litro

R$ 12,67/kg

4,2%

2,51%

28,00%

20,90%Fonte: Cepea – OCB/CBCL

Page 7: Boletim do leite 221

MENOR PRODUTIVIDADE BRASILEIRA E DEMANDA AQUECIDA

ELEVAM IMPORTAÇÕES DE LÁCTEOS

Por Paulo Moraes Ozaki, analista de mercado da Equipe Leite - Cepea

O forte consumo de lácteos tem sido apontado

como o principal fator impulsionador dos preços

destes produtos, segundo agentes de mercado

consultados pelo Cepea, já que a oferta de leite

no campo neste primeiro semestre avançou 2,6%

em relação ao mesmo período do ano passado

(de acordo com o Índice de Captação de Leite do

Cepea – ICAP-Leite). A baixa produtividade

brasileira também é um fator agravante deste

quadro. Esta incapacidade de suprimento da

demanda interna aumentou em 52% as

importações de lácteos em julho, principalmente

dos vizinhos Argentina e Uruguai, onde os preços

pagos aos produtores no primeiro semestre foram

22% e 11% menores que os brasileiros,

respectivamente.

Historicamente estes países são os principais

fornecedores de leite em pó e queijos do Brasil,

representando, juntos, mais de 90% do volume

total importado. Quando comparados aos

produtos nacionais, entraram no País em média

37% e 34% mais baratos no primeiro semestre,

mesmo com a alta do dólar, além de apresentar

qualidade muito superior a dos derivados

brasileiros, segundo agentes do setor.

A produção de leite destes países somada em

2011 não chegava nem à metade do volume

produzido no Brasil, segundo os últimos dados

disponíveis da FAO. Em contrapartida, a

produtividade por vaca na Argentina era mais

que o t r i p l o da b ra s i l e i ra (1 .382

litros/vaca/ano), enquanto que a do Uruguai

praticamente o dobro.

A maior produtividade no campo sugere melhor

tecnificação e especialização da produção

leiteira dos produtores vizinhos. Além disso, a

maior qualidade da matéria-prima favorece um

melhor rendimento da indústria barateando a

produção dos laticínios, o que torna a cadeia do

leite destes países mais competitiva em relação à

brasileira. Esse cenário afeta diretamente a

população do Brasil, que paga valores maiores

nas gôndolas dos supermercados em

comparação com outros países da América do Sul.

Por outro lado, caso as importações aumentem

ainda mais, e mantenham o mesmo patamar de

preços, as cotações internas podem começar a

diminuir nos próximos meses e prejudicar a cadeia

do leite brasileira.

4,8x105 /mL

600.000 UFC/mL

4,0x105 /mL

300.000 UFC/mL

3,6x105 / mL

100.000 UFC/mL

Fonte: MAPA 2011

Instrução Normativa Nº 62De 01/01/2012

até 30/06/2014

De 01/07/2014

até 30/06/2016

A partir de

01/07/2016

Contagem de células

somáticas (CCS)

Contagem bacteriana

total (CBT)

Fonte: Embrapa

Parâmetros para a qualidade do leite

Acidez

Densidade

Ureia

15 e 18° D (Dornic)

1,023 a 1,040 g/mL

10 a 16 mg/dL

Produtividade por vaca na Argentina, Uruguai e Brasil.

Evolução dos preços nominais pagos aos produtores no Brasil, Argentina e Uruguai.

Page 8: Boletim do leite 221

A colheita da segunda safra avançou de forma satisfatória no Brasil, porém os problemas logísticos e de qualidade do produto se intensificaram em julho. Nos Estados Unidos, as condições das lavouras melhoraram, o que sinaliza que a produção pode gerar grande excedente exportável. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Pesca argentino indica expressivo crescimento na produção deste ano. Com isso, esses dois países devem participar de forma significativa nas transações internacionais, o que pode limitar os embarques brasileiros do grão.

Nesse cenário, as cotações do milho seguiram em forte queda no Brasil, principalmente nas regiões produtoras, como as praças do Paraná, do sul de Mato Grosso do Sul, de São Paulo e de Goiás. Na média das regiões acompanhadas pelo Cepea, os preços caíram quase 9% no mês tanto no mercado de balcão (recebido pelo produtor) quanto no de

lotes (negociações entre empresas com o produto limpo e seco). Dentre as regiões que apresentaram desvalorizações acima desta média, estiveram: oeste do Paraná (com expressivo recuo de 21,1% no mercado de balcão e de 19,3% no de lotes em julho), a região goiana de Rio Verde (11% e 14,7%, respectivamente), o norte do Paraná (18,8% e 16,7%) e a praça sul-mato-grossense de Dourados (11,8% e 16,6%). Para as regiões de Mato Grosso, as intervenções governamentais contribuíram para amenizar as perdas em julho.

O Indicador ESALQ/BM&FBovespa, referente à região de Campinas (SP), caiu expressivos 7,4% em julho, fechando a R$ 24,22/sc de 60 kg no dia 31. Se considerados os negócios também em Campinas, mas cujos prazos de pagamento são descontados pela taxa de desconto NPR, o preço médio à vista foi de R$ 23,87/sc no último dia do mês, queda de 7,2% em julho.

MILHO: Preços do grão caem 9%, em média

FARELO DE SOJA: Após expressivas altas, valores

cedem em julhoNo início de julho, os preços do farelo de soja vinham atingindo patamares recordes na Bolsa de Chicago, elevando, consequentemente, os preços brasileiros. A menor produção interna do derivado frente ao ano anterior também contribuiu para sustentar dos preços internos no período. Entretanto, as condições climáticas favoráveis às lavouras de soja dos EUA e o interesse de venda de estoques por parte de produtores norte-americanos pressionaram as cotações dos grãos e dos derivados no final de julho.

Na Bolsa de Chicago (CME/CBOT), o contrato Ago/13 teve queda de 11,3% entre 28 de junho e 31 de julho, a US$ 435,10/tonelada curta (US$ 479,61/t) no dia 31 de julho.

No Brasil, além da influência externa, a demanda por farelo de soja recuou em julho. Agentes consultados pelo Cepea apontaram que estavam com contratos para o médio prazo e também aguardavam possível continuidade das quedas de preços do grão e do derivado. Na média das regiões acompanhadas pelo Cepea, as cotações do farelo caíram 1% entre 28 de junho e 31 de julho.

Referente aos embarques, o Brasil exportou cerca de 1,3 milhão de toneladas de farelo de soja em julho, aumento de 23,1% em relação a junho e de 4% frente a julho/12. Nos sete primeiros meses de 2013, foram embarcadas 7,44 milhões de toneladas, volume 13,7% inferior ao registrado no mesmo período do ano passado – segundo dados da Secex.

32,30

31,91

30,29

25,97

25,57

26,01

24,61

1012,45

903,48

792,12

744,91

815,40

1.007,55

1.023,87

Abril

Junho

Julho

Maio