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BOLETIM DO
LEITEUma publicação do CEPEA - ESALQ/USPAno 24 nº 274 | Março - 2018Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada - ESALQ/USP MARÇO
2018
2
BOLETIM DO LEITE | MARÇO DE 2018 - ANO 24 - Nº 274
CEPEA - CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS EM ECONOMIA APLICADA - ESALQ/USP
Por conta do desestímulo ocasionado pelas baixas cotações do leite nos últimos me-ses e do aumento dos custos de produção
no início da entressafra (atrelados à valoriza-ção do milho), a produção de leite está menor nas regiões amostradas pelo Cepea. O último dado disponível do Índice de Captação de Leite (ICAP-L) mostrou que, de dezembro para janei-ro, captação caiu 2,17% na “média Brasil”. E as pesquisas mais recentes do Cepea indicam continuidade da tendência de redução do vo-lume no campo em fevereiro, o que deve in-fluenciar as cotações ao produtor em março. Ao mesmo tempo, a demanda na ponta final da cadeia está mais firme. Segun-do colaboradores consultados pelo Cepea, os consumidores têm conseguido absorver melhor as consecutivas altas de preços, de modo que indústrias e atacados têm recorri-do menos a promoções para girar os estoques. Um importante termômetro para acom-panhar o mercado lácteo é o leite UHT, princi-pal derivado consumido no Brasil. Em fevereiro, o produto registrou valorização acumulada de
10,5% na negociação entre indústrias e ataca-do paulista (média mensal de R$ 2,04/litro). Na primeira quinzena de março, o movimento al-tista persistiu, registrando aumento de 6,17% (média de R$ 2,25/l). Igualmente, o leite spot negociados entre as empresas se valorizou 7,8% de janeiro para fevereiro, considerando--se a média nacional, chegando a R$ 1,16/litro. O levantamento de dados para o In-dicador do leite ao produtor de março está em andamento. Agentes do setor sinalizam que a elevação dos preços ao longo da ca-deia foi, de fato, abrupta e que, daqui para a frente, a valorização no campo pode supe-rar a alta de preços na negociação entre in-dústria e atacado. Isso porque o período de entressafra avança e a pressão sobre a ofer-ta deve aumentar. No entanto, a resposta da demanda pode não acompanhar o movimen-to na mesma intensidade. Para colaboradores consultados pelo Cepea, o consumo está me-lhor do que o observado nos últimos meses, mas ainda não pode ser considerado elevado.
Menor oferta e demanda mais � rme elevam cotações
Equipe Leite: Natália Salaro Grigol - Pesquisadora do Projeto Leite
Equipe de Apoio | Lucas Henrique Ribeiro, Caio Monteiro, Aline Pires, Frederico Delle Ilenburg e Ana Carolina Vettorazzi
Equipe Grãos: Lucilio Alves - Pesquisador Projeto GrãosEquipe de Apoio | André Sanches, Débora Kelen Pereira da Silva, Isabela Rossi, Carolina Sales, Raphaela Spolidoro e Márcia Ferreira
EXPEDIENTE Editora Executiva: Natália Salaro GrigolPesquisadora do Projeto Leite
Jornalista Responsável: Alessandra da Paz - Mtb: 49.148
Editores Cientí� cos: Prof. Geraldo Sant’Ana de Camargo Barros e Prof. Sergio De Zen
Revisão:Bruna Sampaio - Mtb: 79.466Nádia Zanirato - Mtb: 81.086Flávia Gutierrez - Mtb: 53.681
Contato:(19) 3429-8834 | [email protected]
Endereço para correspondência:Av. Centenário, 1080 | Cep: 13416-000 | Piracicaba/SP
O Boletim do Leite pertence ao CEPEA - Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada - ESALQ/USPA reprodução de conteúdos publicados neste informativo é permitida desde que citados os nomes dos autores, a fonte Boletim do Leite/Cepea e a devida data de publicação.
LEIT
E AO
PRO
DUTO
R
Por Natália Grigol
3CEPEA - CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS EM ECONOMIA APLICADA - ESALQ/USP
BOLETIM DO LEITE | MARÇO DE 2018 - ANO 24 - Nº 274
Fonte: Cepea-Esalq/USP
Grá� co 1 - ICAP-L/Cepea - Índice de Captação de Leite – JANEIRO/18 (Base 100=Junho/2004)
Fonte: Cepea-Esalq/USP
Grá� co 2 - Série de preços médios recebidos pelo produtor (líquido), em valores reais (deflacionados pelo IPCA de fevereiro/18)
2015
2017Fev/181,0204
0,85
0,95
1,05
1,15
1,25
1,35
1,45
1,55
1,65
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
R$/L
itro
MÉDIA BRASIL PONDERADA LÍQUIDA (BA, GO, MG, SP, PR, SC, RS)VALORES REAIS - R$/LITRO (Deflacionados pelo IPCA de fev/18)
Média2005 a 2017
2014
2016
202,22
90
110
130
150
170
190
210
230
set/0
4fev
/05
jul/0
5de
z/05
mai/0
6ou
t/06
mar/0
7ag
o/07
jan/0
8jun
/08
nov/
08ab
r/09
set/0
9fev
/10
jul/1
0de
z/10
mai/1
1ou
t/11
mar/1
2ag
o/12
jan/1
3jun
/13
nov/
13ab
r/14
set/1
4fev
/15
jul/1
5de
z/15
mai/1
6ou
t/16
mar/1
7ag
o/17
jan/1
8
ICAP-L/CEPEA-Esalq/USP - Estadual PTL-IBGE
Patamar de janeiro de 2017 )194,36(
4
BOLETIM DO LEITE | MARÇO DE 2018 - ANO 24 - Nº 274
CEPEA - CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS EM ECONOMIA APLICADA - ESALQ/USP
LEITE AO PRO
DUTOR
Tabela 1 - Preços pagos pelos laticínios (brutos) e recebidos pelos produtores (líquido) em FEVEREIRO/18 referentes ao leite entregue em JANEIRO/18
Tabela 2 - Preços em estados que não estão incluídos na “média Brasil” – RJ, MS, ES e CE
Fonte: Cepea-Esalq/USP
Preço BrutoInclusos frete e CESSR (ex-Funrural)
Preço LíquidoVar%Bruto
Var%Líquido
Mesorregião Máximo Mínimo Médio Máximo Mínimo Médio % %
RSNoroeste 1,2864 0,9061 1,1147 1,1669 0,8769 1,0019 2,65% 3,58%
Centro-Oriental 1,1671 0,8895 1,0767 1,0562 0,8036 0,9859 -0,59% -0,57%
Média Estadual - RS 1,2533 0,8736 1,0803 1,1429 0,8310 0,9771 2,45% 3,00%
SC
Oeste Catarinense 1,2565 0,9025 1,1016 1,1650 0,8162 1,0124 3,96% 5,35%
Norte Catarinense/Vale do Itajaí 1,1829 0,8081 1,0052 1,0766 0,7061 0,9000 0,11% 1,17%
Média Estadual - SC 1,2443 0,9006 1,0930 1,1499 0,8112 1,0006 3,80% 5,06%
PR
Centro Oriental Paranaense 1,1886 0,9213 1,1501 1,1123 0,8490 1,1285 1,72% 2,64%
Oeste Paranaense 1,1842 0,9726 1,1011 1,1001 0,8824 1,0159 3,37% 3,94%
Norte Central Paranaense 1,2948 0,9068 1,1175 1,1929 0,8106 0,9904 0,39% 2,43%
Sudoeste Paranaense 1,2044 0,9561 1,0807 1,1103 0,8529 0,9632 5,44% 6,06%
Média Estadual - PR 1,1986 0,9457 1,1045 1,1054 0,8530 1,0112 3,14% 3,45%
SP
São José do Rio Preto 1,3779 0,9101 1,2237 1,2757 0,8156 1,1239 1,22% 2,96%
Campinas 1,3438 1,1785 1,2700 1,2783 1,0897 1,1333 -1,55% -1,36%
Vale do Paraíba Paulista 1,3600 1,1087 1,2314 1,3098 1,0508 1,1589 0,11% 0,40%
Média Estadual - SP 1,3074 0,9971 1,1861 1,2232 0,9166 1,0945 2,04% 2,21%
MG
Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba 1,3415 0,9604 1,1646 1,2523 0,8680 1,0721 5,34% 7,02%
Sul/Sudoeste de Minas 1,3508 0,9084 1,1522 1,2602 0,8226 1,0636 4,85% 5,29%
Vale do Rio Doce 1,3004 0,9329 1,1309 1,1684 0,8651 1,0124 1,11% 1,39%
Metropolitana de Belo Horizonte 1,4176 0,9920 1,2036 1,3105 0,8912 1,0988 3,58% 5,11%
Zona da Mata 1,1471 0,9019 1,0156 1,0662 0,8041 0,9268 0,22% 0,72%
Média Estadual - MG 1,3276 0,9448 1,1500 1,2287 0,8524 1,0518 3,47% 4,53%
GOCentro Goiano 1,2586 0,9633 1,0708 1,1555 0,8460 0,9573 4,37% 6,88%
Sul Goiano 1,2636 0,8829 1,0572 1,1504 0,7771 0,9531 6,20% 6,99%
Média Estadual - GO 1,2413 0,9047 1,0621 1,1292 0,7916 0,9511 3,51% 5,07%
BACentro Sul Baiano 1,1677 0,8722 1,0675 1,0519 0,7608 0,9532 -1,72% -1,11%
Sul Baiano 1,3849 0,8009 1,1482 1,2653 0,6940 1,0339 0,00% 0,05%
Média Estadual - BA 1,3229 0,9120 1,1628 1,1886 0,7855 1,0317 -0,67% -0,27%
MÉDIA NACIONAL - Ponderada 1,2765 0,9292 1,1199 1,1761 0,8434 1,0204 2,99% 3,78%
RJSul Fluminense 1,3716 0,9667 1,0898 1,3222 0,9048 1,0237 -3,18% -1,91%
Centro 1,1472 1,0103 1,1228 0,9579 0,8229 0,9313 1,40% 5,27%
Média Estadual - RJ 1,2336 0,9623 1,0916 1,1400 0,8768 1,0016 2,42% 2,32%
MSLeste 1,1103 0,7954 0,9888 0,9473 0,6387 0,8300 2,39% 2,14%
Sudoeste 1,1658 0,8846 1,0272 1,0164 0,7398 0,9251 -0,82% -1,93%
Média Estadual - MS 1,0987 0,8232 0,9727 0,9498 0,6790 0,8455 0,77% 0,69%
ESSul Espírito-santense 1,1586 1,0469 1,0956 1,0761 0,9565 1,0414 -0,32% -4,65%
Média Estadual - ES 1,2551 0,9895 1,1627 1,1738 0,8686 1,0500 -2,71% -4,20%
CE
Sertões Cearenses 1,3964 1,1576 1,2861 1,3322 1,0969 1,2235 4,90% 1,49%
Metropolitana de Fortaleza 1,3724 1,2037 1,3369 1,3482 1,1819 1,2593 -1,79% -1,00%
Centro Sul Cearense 1,2744 1,0715 1,1554 1,2556 1,0556 1,1383 0,38% 1,23%
Média Estadual - CE 1,3109 1,1082 1,2140 1,2631 1,0566 1,1558 2,57% 1,09%
5CEPEA - CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS EM ECONOMIA APLICADA - ESALQ/USP
BOLETIM DO LEITE | MARÇO DE 2018 - ANO 24 - Nº 274
LEITE AO PRO
DUTOR
Após dois meses de quedas, o Indicador Diário de lei-te UHT (mercado atacadista de São Paulo) subiu 8,15% entre janeiro e fevereiro, com média de R$
2,04/litro em fevereiro. No entanto, em relação ao mes-mo período do ano anterior, esse valor é 19,5% menor. Segundo colaboradores do Cepea, a alta se deve à tenta-tiva de equilibrar o mercado e proporcionar a elevação da margem nos segmentos produtivo e industrial. Além disso, agentes também observaram aumento da demanda, uma vez que consumidores absorveram os consecutivos reajustes de preços. Nesse cenário, a expectativa é de que esse movimento de alta continue no próximo mês. Até 9 de março, o Indicador Diário de leite UHT registrou média mensal de R$ 2,23/litro, aumento de 9,95% nos últimos 15 dias. O queijo muçarela, por sua vez, teve média de R$ 14,32/kg fevereiro, recuo de 0,42% frente a janeiro e de 6,71% em comparação com o mesmo período de 2017. Apesar da que-
da, é importante destacar que o movimento de alta observado no mercado de UHT começa a refletir no de muçarela, que tem se valorizado desde a segunda quinzena de fevereiro. Desse modo, a expectativa é que os preços subam em março. Na mé-dia parcial de março (até o dia 9), a cotação da muçarela atin-giu R$ 14,73/kg, alta acumulada de 3,67% nos últimos 15 dias. Confirmando o movimento de alta observado a par-tir de janeiro, o preço do leite cru no mercado spot (negocia-do entre laticínios) subiu 6,81% no segundo mês de 2018. As praças que apresentaram elevação mais expressiva nesta modalidade de negociação foram Rio de Janeiro (23,9%), São Paulo (16,9%) e Minas Gerais (10,1%). Esse aumento é jus-tificado, principalmente, pela menor oferta de leite no campo. A pesquisa diária de preços de leite UHT e quei-jo muçarela é realizada pelo Cepea com o apoio finan-ceiro da OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras).
Leite UHT se valoriza mais de 8% em fevereiro
DERI
VADO
S
Por Aline Pires e Frederico Ilenburg
Fonte: Cepea-Esalq/USP e OCB.Nota: Médias mensais obtidas de cotações diárias.
Fonte: Cepea-Esalq/USPNota: Valores reais, deflacionados pelo IPCA de fevereiro/2018.
Variações em termos reais (de� acionados pelo IPCA de fevereiro/2018)Cotação diária - atacado do Estado de São Paulo
Média de preços em fevereiro/18
Variação (%) em relação afevereiro/17
Variação (%) em relação a janeiro/18
Leite UHT R$ 2,04/litro -19,5% 8,15%
Queijo muçarela R$ 14,32/kg -6,71% -0,42 %
Preços médios (R$/litro ou R$/kg) praticados no mercado atacadista e as variações no mês de fevereiro/18 em relação a janeiro/18
ProdutoGO MG PR RS SP Média Brasil
Jan Fev % Jan Fev % Jan Fev % Jan Fev % Jan Fev % Jan Fev %
Leite pasteurizado 2,19 2,19 -0,01% 2,07 1,95 -5,76% 2,01 1,88 -6,36% 2,88 2,59 -9,80% 2,21 2,21 0,08% 2,27 2,10 -7,45%
Leite UHT 1,96 2,15 9,42% 1,89 1,93 2,02% 1,98 2,08 5,44% 1,90 2,06 8,18% 1,87 2,03 8,28% 1,93 2,07 7,26%
Queijo prato 15,92 16,45 3,34% 18,74 19,48 3,97% 15,05 14,94 -0,73% 15,99 14,97 -6,42% 16,60 16,86 1,59% 16,32 16,24 -0,50%
Leite em pó int.(400g) 14,81 15,25 2,94% 16,42 15,64 -4,74% 16,82 17,22 2,38% 17,10 17,34 1,41% 14,83 14,87 0,27% 15,93 15,84 -0,56%
Manteiga (200g) 25,25 24,29 -3,79% 23,58 24,44 3,65% 22,43 22,19 -1,11% 23,96 23,65 -1,29% 23,63 23,70 0,30% 23,92 23,59 -1,40%
Queijo muçarela 14,90 15,30 2,68% 16,66 16,71 0,27% 13,92 14,54 4,45% 14,59 14,57 -0,13% 14,13 13,98 -1,11% 14,80 14,99 1,25%
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BOLETIM DO LEITE | MARÇO DE 2018 - ANO 24 - Nº 274
CEPEA - CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS EM ECONOMIA APLICADA - ESALQ/USP
MERCADO
INTERN
ACION
AL
Importações no 1º bi caem quase pela metade frente a 2017
Por Lucas H. Ribeiro e Ana Carolina Vettorazzi
As compras brasileiras de lácteos totalizaram 80,8 mi-lhões de litros em equivalente leite em fevereiro. Apesar de o volume ter sido 25% maior em relação a janeiro,
foi 39% menor se comparado ao de fevereiro de 2017. No acumulado dos dois primeiros meses do ano, o total dimi-nuiu 48,8% frente ao do mesmo período do ano passado. As quedas das importações estão atreladas aos valores in-ternos dos lácteos mais baixos que os do início do ano pas-sado, o que limita a atratividade do produto importado. O volume de leite em pó internalizado em fevereiro, tanto o integral quanto o desnatado, foi de 60,5 milhões de litros em equivalente leite, alta de 43% em relação ao mês anterior, mas 45% abaixo do de fevereiro/17. Esse produto representou 75% do volume total de importação pelo Bra-sil em fevereiro. Os principais países responsáveis foram a Argentina e o Uruguai, que representaram 39,6% e 38,3% do volume desse produto importado, respectivamente. O volume de queijos importado pelo Brasil no segun-do mês deste ano foi de 18,5 milhões de litros em equivalente leite, volume 6,1% menor do que em janeiro de 2018 e 12,4% menor do que o de fevereiro do ano passado. Os principais países que negociaram esse lácteo ao Brasil foram a Argentina
(44,7% do total de queijos importados) e o Uruguai (43,8%). Com relação à importação de manteiga, o vo-lume acumulado de janeiro a fevereiro de 2018 (1,5 mi-lhão de litros em equivalente leite) se manteve estável em relação ao mesmo período de 2017; porém, o preço em dólares por quilogramas está 62% mais elevado no pri-meiro bimestre de 2018, com média de US$ 7,75 /kg. Quanto às exportações de lácteos, o volume somou 6,5 milhões de litros em equivalente leite em fevereiro, volu-me 22,8% maior que o mês anterior; porém, 65,6% do to-tal no segundo mês de 2017. Os principais produtos expor-tados pelo Brasil foram os queijos e o leite condensado, com 40,6% e 38,4% de participação, respectivamente. Enquanto os queijos foram enviados majoritariamente à Argentina (43% do total de queijos exportados), o leite condensado foi des-tinado sobretudo à Angola (50% do volume negociado). O saldo da balança comercial de lácteos conti-nuou negativo, fechando em 74,3 milhões de litros em equivalente leite em fevereiro, sendo 25,2% mais bai-xo que no mês anterior. Em dólares, no mesmo mês, o déficit da balança comercial foi de US$ 27 milhões.
Notas: (2). Consideram-se os produtos do Capítulo 4 da NCM mais leite modificado e doce de leite. Fonte: Secex / Elaboração: Cepea.
Notas: (1). Consideram-se os produtos do Capítulo 4 da NCM mais leite modificado e doce de leite; (2) O soro de leite é medido em quilos, não sendo convertido em litros.Fonte: Secex / Elaboração: Cepea.
1 A categoria “leites em pó” considera os seguintes NCM definidos pela Secex: 4021010; 4022110; 4021090.² A categoria “queijos” considera os seguintes NCM definidos pela Secex: 04061010; 04061090; 04062000; 04063000; 04064000; 04069010; 04069020; 04069030; 04069090.
Tabela 1 - Volume importado de lácteos (em equivalente leite)¹ - FEVEREIRO/18
Produto Volume (mil
litros de leite)
fevereiro/18 - janeiro/18
Participação no total im-portado em fevereiro/18
fevereiro/18 –
fevereiro/17
Total 80.807 25,0% - -39,0%
Leite em pó (integral e desnatado¹
60.585 43,0% 75,0% -44,9%
Queijos² 18.528 -6,1% 22,9% -12,4%
Manteiga 841 23,5% 1,0% 68,6%
Leite modificado 541 -67,8% 0,7% -2,4%
Total acumulado jan-fev/2018 frente ao mesmo período de 2017: -48,8%
Tabela 2 - Volume exportado de lácteos (em equivalente leite)¹ - FEVEREIRO/18
Produto Volume (mil
litros de leite)
fevereiro/18 - janeiro/18
Participação no total ex-portado em fevereiro/18
fevereiro/18 –
fevereiro/17
Total 6.527 22,8% - -65,6%
Leite em pó (integral e desnatado)¹
81 212,1% 1,2% -99,2%
Leite condensado 2.506 10,7% 38,4% -22,0%
Queijos² 2.652 15,1% 40,6% 8,5%
Leite modificado 628 4212,6% 9,6% -69,7%
Leite fluido 594 3,7% 9,1% 13,4%
Total acumulado jan-fev/2018 frente ao mesmo período de 2017: -60,3%CU
STO
S DE
PRO
DUÇÃ
O
7CEPEA - CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS EM ECONOMIA APLICADA - ESALQ/USP
BOLETIM DO LEITE | MARÇO DE 2018 - ANO 24 - Nº 274
MERCADO
INTERN
ACION
AL CUST
OS
DE P
RODU
ÇÃO
Custo sobe pelo 5º mês seguido e
desestimula produção no campoPor Caio Monteiro
Os custos de produção da pecuária leitei-ra subiram em fevereiro pelo quinto mês consecutivo, seguindo o movimento de
valorização do concentrado, iniciado também em outubro/17. De janeiro para fevereiro, o custo operacional efetivo (COE), que conside-ra os gastos correntes da propriedade na “mé-dia Brasil” (BA, GO, MG, PR, RS, SC e SP), su-biu 0,16% e o custo operacional total (COT), que engloba pró-labore e depreciações, 0,26%. Essa alta dos custos se deve, principal-mente, ao grupo de concentrados, que se valo-rizou 0,2% de janeiro para fevereiro, refletindo as recentes elevações nos preços do milho e da soja. Também para o mês de fevereiro foram ob-servados aumentos de 0,39% nos custos com os adubos e corretivos e de 0,57% nos insumos destinados a limpezas e desinfecção de materiais de ordenha. Por outro lado, suplementação mine-ral registrou queda de 0,23% na “média Brasil”. Já quanto à receita do produtor, o pre-
ço médio líquido do leite (sem frete e impostos) subiu 3,8% de janeiro para fevereiro, conside-rando-se a “média Brasil”. A recuperação do preço pago ao produtor está atrelada à queda na captação e à demanda um pouco mais fir-me em relação aos meses anteriores. Apesar da ligeira melhora na receita, muitos produto-res estão desestimulados com a atividade pelos constantes aumentos nos custos de produção.
RELAÇÃO DE TROCA – Analisando os dados de relação de troca do concentrado 22% de proteí-na bruta do produtor mineiro, em fevereiro, foram necessários 53,55 litros de leite em média para adquirir um saco de 40 kg do insumo, 2,1% a mais que em janeiro/18 e 15,9% a mais que no mesmo período do ano passado. Já para o sal mineral com 90g de P, foram necessários 79,42 litros de leite para comprar um saco de 30 kg em fevereiro, quantidade 2,6% inferior no com-parativo mensal, mas 20,1% superior no anual.
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BOLETIM DO LEITE | MARÇO DE 2018 - ANO 24 - Nº 274
CEPEA - CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS EM ECONOMIA APLICADA - ESALQ/USP
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MILHO: Recuo vendedor impulsiona cotações no BR
As cotações do milho registraram forte alta no mês de fevereiro, refletindo a retração ven-dedora, sobretudo na segunda quinzena do mês. Apesar de o avanço da colheita e se-meio da segunda safra estarem ocorrendo de maneira satisfatória, as negociações segui-
ram pontuais. Neste cenário, as cotações subiram 9,5% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e 9,2% no disponível (negociação entre empresas), na média das regiões acompanhadas pelo Cepea. Já na região de Campinas (SP), a média mensal do Indicador ESALQ/BM&FBovespa su-biu expressivos 6,3% de janeiro para fevereiro, fechando a R$ 34,76/saca de 60 kg no mês passado. Já no acumulado do mês (de 31 de janeiro a 28 de fevereiro), a alta é de 19,6%. Além da retração ven-dedora, a valorização do cereal no mercado paulista também esteve atrelada aos baixos estoques de compradores, que, em alguns momentos, acabaram cedendo nas negociações, elevando suas ofertas. Aliado a isso, as exportações nacionais também seguiram em alta em feverei-ro. Segundo dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior), o Brasil exportou 1,3 mi-lhão de toneladas de milho no mês passado, 2,5 vezes a quantidade embarcada em janeiro.
FARELO DE SOJA: Demanda se sobrepõe à oferta e preços sobem em fevereiro
Diante da baixa disponibilidade de soja em grão no Brasil e do menor processamento da oleaginosa
na Argentina, a demanda por farelo de soja se sobrepôs à oferta em fevereiro. Com isso, os valo-
res desse derivado subiram com força nos Estados Unidos e no Brasil, principais concorrentes da
Argentina nas exportações do produto. Além da firme demanda externa, a procura doméstica por farelo
de soja também se aqueceu em fevereiro, devido aos estoques reduzidos de suinocultores e avicultores.
Em fevereiro, o Brasil embarcou 1,35 milhão de toneladas de farelo de soja, volume 20,1%
maior que o exportado em janeiro e 90,5% superior ao de fevereiro de 2017, segundo a Secex. Consideran-
do-se o dólar a R$ 3,243 em fevereiro, o preço médio da tonelada de farelo de soja para exportação foi de
R$ 1.152,57, 2,5% acima do recebido em janeiro e 9,9% superior ao do mesmo período do ano passado.
Além da firme demanda, o excesso de umidade no Centro-Oeste e Sudeste do Bra-
sil também preocupou agentes de mercado quanto à qualidade da matéria-prima, que pode re-
duzir o teor de proteína do farelo. Apesar da forte elevação dos preços da oleaginosa, a mar-
gem de lucro das indústrias segue crescente, devido ao alto repasse para os valores do farelo.
Entre janeiro e fevereiro, os preços do derivado subiram expressivos 9,1%, na média das regiões
acompanhadas pelo Cepea. Na CME Group (Bolsa de Chicago), o primeiro vencimento (Mar/18) do farelo de
soja registrou alta de significativos 10,5%, com média mensal de US$ 360,51/tonelada curta (US$ 397,39/t).
Por Carolina Camargo Nogueira Sales
MIL
HO E
FAR
ELO
DE
SOJA
jan/18 32,70
fev/18 34,76
(R$/sc de 60 kg)
jan/18 1.004,88
fev/18 1.115,87
(R$/tonelada)
Fonte: Cepea-Esalq/USP
Fonte: Cepea-Esalq/USP
Por Débora Kelen Pereira da Silva