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Boletim Epidemiológico Secretaria de Saúde Diretoria de Vigilância em Saúde Gerência de Vigilância Epidemiológica Ano V Nº 5 Agosto 2009 Esta edição do Boletim Epidemiológico da Vitória de Antão, uma apresentação informativa semestral da Vigilância Epidemiológica, traz pontos importantes como algumas dúvidas, perspectivas de prevenção da gripe por influenza A (H1N1) e dos principais grupos de causas de óbitos e doenças de notificação compulsória no município. Doenças infecciosas como: dengue, tuberculose, hanseníase, leishmaniose tegumentar americana, doenças exantemáticas, infecções sexualmente transmissíveis, meningites, hepatites virais e agravos como acidentes com animais peçonhentos e de pequeno e grande portes são dimensões e situações que tem maiores impactos na saúde da população vitoriense. A notificação pelas unidades de saúde, componentes essenciais em um sistema municipal de vigilância epidemiológica, o registro, a análise e a retro-alimentação das informações consagram-se como elementos operacionais que devem está trabalhando harmonicamente para condução de medidas de controle oportunas, adequadas e efetivas para uma quebra da cadeia de transmissão e controle das doenças ou agravos. Publicar um informativo epidemiológico, diante de um contexto de doenças endêmicas e agravos instalados, significa ratificar os trabalhos realizados por esta secretaria e todos os seus componentes da rede e projetar reflexões para um pensamento de vigilância ativa que dê encaminhamentos a ações e atividades concretas e promissoras num sentido sempre de proteger e prevenir novos casos dessas enfermidades. A todos uma boa leitura e reflexões favoráveis de melhoria. Diretoria de Vigilância em Saúde Secretaria de Saúde. Gripe Comum e A (H1N1): Nada de Pânico, tudo sob controle! Vamos iniciar esse editorial logo falando de gripe. Essa nova pandemia vem causando muitos transtornos sociais no Brasil, em Pernambuco e Vitória de Santo Antão não se caracteriza de modo diferentemente. A doença respiratória aguda (gripe), causada pelo vírus A (H1N1), caracterizado por um novo subtipo do vírus da influenza que é transmitido de pessoa a pessoa principalmente por meio da tosse ou espirro e de contato com secreções respiratórias de pessoas infectadas. A diferença entre a gripe comum e a nova gripe é apenas o tipo do vírus, em relação aos outros aspectos são muito semelhantes, como sinais e sintomas (febre repentina, tosse, dor de cabeça, dores musculares, dores nas articulações e coriza – fato que se deve procurar o médico), a evolução cura é quase 100%, em todo mundo, e aqui não é diferente, 15% dos casos evoluem para gravidade e menos de 0,5% vão a óbito. Deve-se esclarecer que apenas pessoas que são do grupo de risco: como as com imunodepressão: por exemplo, indivíduos transplantados, pacientes com câncer, em tratamento para AIDS ou em uso de medicação imunossupressora; com as condições crônicas: por exemplo, hemoglobinopatias, cardiopatias, pneumopatias, doenças renais crônicas, doenças metabólicas (diabetes mellitus e obesidade mórbida (Índice de Massa Corporal > 40); e aquelas com fatores de risco: como idade - inferior a 02 ou superior a 60 anos de idade; a Gestação: independente da idade gestacional DEVEM ser encaminhadas para o Hospital de Referência Estadual). Atualmente, sob orientação Ministério da Saúde, trabalha-se com a definição de doença respiratória aguda grave, fato este que gera uma estratégia importante de acompanhamento e monitoramento da presença de sinais de alertas para um possível agravamento do quadro clínico, como presença de: batimentos cardíacos fortes; desidratação; batimento de asa de nariz; tiragem intercostal, cornagem; convulsões; agravamento dos sinais e sintomas iniciais (febre, mialgia, tosse, dispnéia); alteração do estado de consciência; queda do estado geral; alteração dos sinais vitais: baixa da pressão; (febre acima de 38 graus) persistente por mais de 05 dias. Em crianças, além desses, sinais de cianose; incapacidade de ingerir líquidos ou qualquer um dos sintomas anteriores. Alguns esclarecimentos são de extrema importância: Nem todas as pessoas necessitam realizar exames laboratoriais. Agora o diagnóstico é coletivo, e apenas no caso de identificação das formas graves, tanto para gripe comum como para A-H1N1 é necessário; Não realizar a auto-medicação. Somente casos graves sob orinetação médica devem utilizar; Principal para prevenção da doença nesse momento são os cuidados básicos de higiene que podem ser tomados lavando bem as mãos freqüentemente com água e sabão, evitando tocar os olhos, boca e nariz após contato com superfícies, não compartilhando objetos de uso pessoal e, assim como, cobrir a boca e o nariz com lenço descartável ao tossir ou espirrar. Informações adicionais sobre essa temática podem ser consultadas com mais profundidade pelo o site da Secretaria de Vigilância Epidemiológica/MS em www.saude.gov.br/svs (Influenza A - H1N1). No âmbito do município, a Vigilância Epidemiológica junto com as unidades de saúde estão em alerta em relação ao aparecimento de casos suspeitos e o monitoramento e acompanhamento constante das mais variadas situações. A capilarização de informações e suas atualizações para unidades de saúde notificadoras da rede própria e conveniada SUS são feitas freqüente e sistematicamente. Para isso foi elaborado o “Plano de Contingência Municipal para Possível Risco Surto de Influenza A (H1N1)”, tem como objetivos reduzir os efeitos da disseminação do vírus influenza sobre a morbimortalidade da população vitoriense e possibilitar a evitabilidade de óbitos de doenças respiratórias agudas grave por influenza. Assim, cria-se a possibilidade de retardamento da disseminação do vírus no âmbito municipal; minimizando a quantidade de casos, principalmente das formas graves da doença, e a mortalidade por influenza. Deste modo, o fortalecimento da organização da rede local de saúde para lidar com situações de emergência epidemiológica em doenças de transmissão respiratória; os mecanismos de cooperação e articulação técnica entre os atores sociais locais (Secretaria de Educação, Faculdades e Centros Universitários locais e rede social) envolvidas com a resposta rápida e efetiva às emergências em Saúde Pública; e os mecanismos jurídicos e político-gerenciais necessários para apoiar o processo de tomada de decisão nas situações de emergência em Saúde Pública; a articulação da Vigilância em Saúde com a Atenção em Saúde e Estratégia de Saúde da Família; são meios que consolidam o objetivo principal de promoção e prevenção da saúde no âmbito do município. 1

Boletim Epidemiolgico 1 Semestre1 · Ano V – Nº 5 – Agosto 2009 Esta edição do Boletim Epidemiológico da Vitória de Antão, uma apresentação informativa semestral da Vigilância

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Boletim Epidemiológico Secretaria de Saúde

Diretoria de Vigilância em Saúde Gerência de Vigilância Epidemiológica

Ano V – Nº 5 – Agosto 2009

Esta edição do Boletim Epidemiológico da Vitória de Antão, uma apresentação informativa semestral da Vigilância Epidemiológica, traz pontos importantes como algumas dúvidas, perspectivas de prevenção da gripe por influenza A (H1N1) e dos principais grupos de causas de óbitos e doenças de notificação compulsória no município.

Doenças infecciosas como: dengue, tuberculose, hanseníase, leishmaniose tegumentar americana, doenças exantemáticas, infecções sexualmente transmissíveis, meningites, hepatites virais e agravos como acidentes com animais peçonhentos e de pequeno e grande portes são dimensões e situações que tem maiores impactos na saúde da população vitoriense.

A notificação pelas unidades de saúde, componentes essenciais em um sistema municipal de vigilância epidemiológica, o registro, a análise e a retro-alimentação das informações consagram-se como elementos operacionais que devem está trabalhando harmonicamente para condução de medidas de controle oportunas, adequadas e efetivas para uma quebra da cadeia de transmissão e controle das doenças ou agravos.

Publicar um informativo epidemiológico, diante de um contexto de doenças endêmicas e agravos instalados, significa ratificar os trabalhos realizados por esta secretaria e todos os seus componentes da rede e projetar reflexões para um pensamento de vigilância ativa que dê encaminhamentos a ações e atividades concretas e promissoras num sentido sempre de proteger e prevenir novos casos dessas enfermidades.

A todos uma boa leitura e reflexões favoráveis de melhoria.

Diretoria de Vigilância em Saúde Secretaria de Saúde.

Gripe Comum e A (H1N1): Nada de Pânico, tudo sob controle!

Vamos iniciar esse editorial logo falando de gripe. Essa nova pandemia vem causando muitos transtornos sociais no Brasil, em Pernambuco e Vitória de Santo Antão não se caracteriza de modo diferentemente. A doença respiratória aguda (gripe), causada pelo vírus A (H1N1), caracterizado por um novo subtipo do vírus da influenza que é transmitido de pessoa a pessoa principalmente por meio da tosse ou espirro e de contato com secreções respiratórias de pessoas infectadas.

A diferença entre a gripe comum e a nova gripe é apenas o tipo do vírus, em relação aos outros aspectos são muito semelhantes, como sinais e sintomas (febre repentina, tosse, dor de cabeça, dores musculares, dores nas articulações e coriza – fato que se deve procurar o médico), a evolução cura é quase 100%, em todo mundo, e aqui não é diferente, 15% dos casos evoluem para gravidade e menos de 0,5% vão a óbito.

Deve-se esclarecer que apenas pessoas que são do grupo de risco: como as com imunodepressão: por exemplo, indivíduos transplantados, pacientes com câncer, em tratamento para AIDS ou em uso de medicação imunossupressora; com as condições crônicas: por exemplo, hemoglobinopatias, cardiopatias, pneumopatias, doenças renais crônicas, doenças metabólicas (diabetes mellitus e obesidade mórbida (Índice de Massa Corporal > 40); e aquelas com fatores de risco: como idade - inferior a 02 ou superior a 60 anos de idade; a Gestação: independente da idade gestacional – DEVEM ser encaminhadas para o Hospital de Referência Estadual).

Atualmente, sob orientação Ministério da Saúde, trabalha-se com a definição de doença respiratória aguda grave, fato este que gera uma estratégia importante de acompanhamento e monitoramento da presença de sinais de alertas para um possível agravamento do quadro clínico, como presença de: batimentos cardíacos fortes; desidratação; batimento de asa de nariz; tiragem intercostal, cornagem; convulsões; agravamento dos sinais e sintomas iniciais (febre, mialgia, tosse, dispnéia); alteração do estado de consciência; queda do estado geral; alteração dos sinais vitais: baixa da pressão; (febre acima de 38 graus) persistente por mais de 05 dias. Em crianças, além desses, sinais de cianose; incapacidade de ingerir líquidos ou qualquer um dos sintomas anteriores.

Alguns esclarecimentos são de extrema importância:

• Nem todas as pessoas necessitam realizar exames laboratoriais. Agora o diagnóstico é coletivo, e apenas no caso de identificação das formas graves, tanto para gripe comum como para A-H1N1 é necessário;

• Não realizar a auto-medicação. Somente casos graves sob orinetação médica devem utilizar;

• Principal para prevenção da doença nesse momento são os cuidados básicos de higiene que podem ser tomados lavando bem as mãos freqüentemente com água e sabão, evitando tocar os olhos, boca e nariz após contato com superfícies, não compartilhando objetos de uso pessoal e, assim como, cobrir a boca e o nariz com lenço descartável ao tossir ou espirrar.

Informações adicionais sobre essa temática podem ser consultadas com mais profundidade pelo o site da Secretaria de Vigilância Epidemiológica/MS em www.saude.gov.br/svs (Influenza A - H1N1).

No âmbito do município, a Vigilância Epidemiológica junto com as unidades de saúde estão em alerta em relação ao aparecimento de casos suspeitos e o monitoramento e acompanhamento constante das mais variadas situações.

A capilarização de informações e suas atualizações para unidades de saúde notificadoras da rede própria e conveniada SUS são feitas freqüente e sistematicamente.

Para isso foi elaborado o “Plano de Contingência Municipal para Possível Risco Surto de Influenza A (H1N1)”, tem como objetivos reduzir os efeitos da disseminação do vírus influenza sobre a morbimortalidade da população vitoriense e possibilitar a evitabilidade de óbitos de doenças respiratórias agudas grave por influenza.

Assim, cria-se a possibilidade de retardamento da disseminação do vírus no âmbito municipal; minimizando a quantidade de casos, principalmente das formas graves da doença, e a mortalidade por influenza.

Deste modo, o fortalecimento da organização da rede local de saúde para lidar com situações de emergência epidemiológica em doenças de transmissão respiratória; os mecanismos de cooperação e articulação técnica entre os atores sociais locais (Secretaria de Educação, Faculdades e Centros Universitários locais e rede social) envolvidas com a resposta rápida e efetiva às emergências em Saúde Pública; e os mecanismos jurídicos e político-gerenciais necessários para apoiar o processo de tomada de decisão nas situações de emergência em Saúde Pública; a articulação da Vigilância em Saúde com a Atenção em Saúde e Estratégia de Saúde da Família; são meios que consolidam o objetivo principal de promoção e prevenção da saúde no âmbito do município. 1

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Perfil de Nascidos Vivos – Situações Especiais*

No município de Vitória de Santo Antão, ocorreu no ano 2008, cerca de 10,4 mil nascimentos, com tendência a crescimento nos últimos 4 anos devido as maternidades terem se tornado referências microrregionais para partos de médio e alto risco. Foram captadas neste período 2220 registros de crianças nascidas vivas residentes, dentro da média anual (2196±135), com aumento da captação de mais 7,7% de registro em relação ao ano anterior. No ano de 2009, já foram captadas próximo de 54,0% da meta anual (Gráfico 1)1. Gráfico 1 – Nascidos vivos por ocorrência e residência. Vitória de Santo Antão, 2006-2009**.

Ano

Umas das atividades de rotina do Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (SINASC) é descrever a situação epidemiológica de risco de crianças no momento do nascimento, para que possam ser desencadeadas as medidas de acompanhamento e monitoramento oportuno pela atenção em saúde, especificamente pela estratégia de Saúde da Família.

De 2006 a 2008, o percentual médio de crianças que nasceram com baixo peso foi próximo de 7,0%. O percentual de 2009, configura no mesmo patamar dos outros anos com 6,7% (Gráfico 2)2. Gráfico 2 – Percentual de Nascidos vivos residentes com baixo peso. Vitória de Santo Antão, 2006-2009**.

Ano

Para o mesmo período em relação a crianças de mães adolescentes, observa-se um percentual médio de 24,2%, com tendência ao crescimento discreto. Para 2009, não apresenta, até o momento, um padrão diferente (Gráfico 3)3. Gráfico 3 – Percentual de Nascidos vivos residentes de mães adolescentes. Vitória de Santo Antão, 2006-2009**.

Ano

O percentual de partos cesarianos é muito preocupante no município, haja vista ter fortes associações com complicações respiratórias da criança e está em torno de 53,8%, também com tendência ao crescimento expressiva. Em 2009, já chega próximo de 70% (Gráfico 4)4. ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Complemento: 1 Meta PAVS/2009 – Captação de DNV por residência de 2220 registros e 100% de das distribuídas; 2,3 Situações associadas a baixo peso ao nascer: idade da mãe, mãe solteira e de baixa escolaridade, idade gestacional, uso de fumo e/ou e álcool, não realização ou deficiente cuidado pré-natal. 4 Taxa de cesariana aceitável pela OMS é de 15% dos partos. Os riscos de complicações e morte para a mulher e para o recém-nascido aumentam. Mulher que faz uma cesárea sem necessidade corre quatro vezes mais risco de ter complicações posteriores - hemorragias, infecção e ruptura do útero; há riscos de problemas em futuras gestações, como a ruptura do útero e o mau posicionamento da placenta. * Fonte: SINASC/GVE/DVS/SMS/Vitória de Santo Antão ** Nota: Dados tabulados em 10/08/2009, sujeitos a alteração principalmente para 2008 e 2009.

Gráfico 4 – Percentual de Nascidos vivos residentes de partos cesarianos. Vitória de Santo Antão, 2006-2009**.

Ano

Quanto a situação de nascimento de crianças com Apgar menor que 7 no 1º e no 5º minuto (baixa vitalidade), o percentual tem se mantido constante nos últimos anos, salvo para o ano de 2008, que teve uma queda (Gráfico 5)5.

Gráfico 5 – Percentual de Nascidos vivos residentes com Apgar menores 7 no 1º e no 5º minuto. Vitória de Santo Antão, 2006-2009**.

Ano

O percentual de crianças que nasceram prematuras vem mantendo-se estável nesse período, mas para pós-termos vem diminuindo, podendo está associado à alto percentual de cesariana realizada (Gráfico 6)6.

Gráfico 6 – Percentual de Nascidos vivos residentes com duração de gestação menor que 32 e maior que 42 semanas. Vitória de Santo Antão, 2006-2009**.

Ano

Uma situação também preocupante está relacionada a questão do acompanhamento do pré-natal, que chega a uma média próxima de 41,0% das mães com menos de 7 consultas pré-natal, característica estável para esses anos (Gráfico 7)7.

Gráfico 7 – Percentual de Nascidos vivos residentes segundo número de consulta pré-natal. Vitória de Santo Antão, 2006-2009*.

Ano

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Complemento: 4(Continuação) Fetos nascidos entre 36 e 38 semanas (o período normal de gestação é de 40 semanas) têm 120 mais chances de desenvolver problemas respiratórios agudos e, em conseqüência, muitos precisam de internação em unidades de cuidados intermediários ou mesmo em UTI Neonatal. 5,6 e 7 O peso da criança ao nascer; duração da gestação; número de consultas pré-natal; idade, estado civil e anos de estudo da mãe resultaram ser todos significativos e, conforme esperado, todas as categorias de exposição apresentaram-se diretamente relacionadas à baixa vitalidade do recém-nascido.

Boletim Epidemiológico

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Perfil de Mortalidade – Situações Especiais*

A situação de ações de vigilância epidemiológica de óbitos no município vem tendo um desenvolvimento bastante satisfatório nos últimos anos. Iniciamos pela captação de registro, que em 2008 superou em 9,0% e 7,0%, para as ocorrências e residências, respectivamente, em relação ao ano anterior. Para 2009, da meta estipulada pela PAVS, já se alcançou 43,9% (Gráfico 8). Gráfico 8 – Óbitos por ocorrência e residência. Vitória de Santo Antão, 2006-2009**.

Ano

Os principais grupos de causa de óbitos dos residentes no município foram em primeiro lugar na classificação, para o ano de 2008, as doenças do aparelho circulatório, seguidas das neoplasias, das causas externas, endócrinas nutricionais e metabólicas e do aparelho respiratório, respectivamente com percentual de 32,8%, 11,9%, 11,5%, 11,1% e 8,9% (Tabelas 1). Tabela 1 – Óbitos segundo causas do capítulo da CID-10. Vitória de Santo Antão, 2006 a 2009**.

Causas de óbitos (CID10 CAP)

2006 2007 2008 2009 Total

N % N % N % N % N %

IX. Doenças do aparelho circulatório

281 32,8 292 33,8 305 32,8 136 35,9 1014 33,5

II. Neoplasias (tumores) 99 11,6 105 12,2 111 11,9 34 9,0 349 11,5 XX. Causas externas de morbidade e mortalidade3

113 13,2 107 12,4 107 11,5 41 10,8 442 14,6

IV. Doenças endócrinas nutricionais e metabólicas

99 11,6 90 10,4 103 11,1 43 11,3 335 11,1

X. Doenças do aparelho respiratório

56 6,5 79 9,1 83 8,9 38 10,0 256 8,4

XI. Doenças do aparelho digestivo

56 6,5 62 7,2 57 6,1 22 5,8 197 6,5

I. Algumas doenças infecciosas e parasitárias

43 5,0 28 3,2 38 4,1 11 2,9 120 4,0

XVI. Algumas afecções originadas no período perinatal

39 4,6 31 3,6 38 4,1 14 3,7 122 4,0

Outros grupos4 48 5,6 53 6,13 60 6,44 35 9,23 196 6,47

Quanto à mortalidade materna, no período de 1999 a 2008, ocorreram 10 óbitos no município dos quais 80% foram por causas obstétricas diretas, associadas à atenção a gravidez, parto e puerpério, e com menos de 40 anos. Detalhe importante na análise do total de óbitos, 90% ocorreu em unidades de saúde locais conveniadas e gestão estadual do município. A grande maioria está na faixa etária entre 20 e 40 anos, de raça/cor parda ou preta. Da série histórica, no ano de 2007, houve 4 óbitos maternos chegando a um taxa de 195,1 por 100.000 nascimentos.

Quanto à mortalidade infantil no período de 2006 a 2009, foram registrados 82 óbitos de crianças em menor de 01 ano, com média anual de 23,7 com tendência constante para o período. O componente que contribui com maior expressividade é o neonatal para todos os anos da série. Os fatores e determinantes que estão mais relacionados são aqueles associados à atenção no período perinatal, cujos tem grande possibilidade de serem evitados e prevenidos, quando identificados oportunamente.

Para os últimos anos, o CMI tem se mantido estável, com ressalvas para o ano de 2007, que aumentou, provavelmente relacionada a baixa captação de registro de nascidos vivos (Tabela 2). Para o ano específico de 2009, verifica-se que já foram captadas próximo de 50% dos óbitos menor de ano previsto para o ano, com importantes detalhes que em torno de 91,0% dos óbitos têm-se como causas básicas, aquelas referentes a afecções originadas no período perinatal (Tabela 2).

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Complemento: Fonte: * SIM/GVE/DVS/SMS/Vitória de Santo Antão Nota1: ** Dados tabulados em 10/08/2009, sujeitos a alteração principalmente para 2008 e 2009. Nota2: 3 Tabulação realizada somente com óbitos de ocorrência. Nota3: 4 V. Transtornos mentais e comportamentais; XIV. Doenças do aparelho geniturinário; VI. Doenças do sistema

nervoso; XVIII. Sintomas sinais e achados anormais e exames clínicos e laboratoriais; XIII. Doenças sistêmicas osteomuscular e tecidos conjuntivos; III. Doenças do sangue, órgãos hematológicos e transtornos imunitárários; XVII. Malformação congênita deformidade e anomalias cromossômicas; XV. Gravidez, parto e puerpério; e XII. Doenças da pele e do tecido subcutâneo.

Nota4 5 XX. Causas externas de morbidade e mortalidade; IV. Doenças endócrinas nutricionais e metabólicas; VI. Doenças do sistema nervoso; IX. Doenças do aparelho circulatório; VIII.Doenças do ouvido e da apófise mastóide; XI. Doenças do aparelho digestivo; II. Neoplasias (tumores) Média anual de Nascidos vivos (NV) de 2006 a 2008/ Média anual de CMI (Coeficiente de Mortalidade Infantil) de 2006 a 2008

Tabela 2 - Óbitos infantis segundo Causa do CID-10. Vitória de Santo Antão, 2006 a 2009**.

Situação dos óbitos 2006 2007 2008** 2009

Média n % n % n % n %

Faixa Etária < 1 dia 4 17,4 5 20,0 3 13,0 2 18,2 4,0 1-6 dias 8 34,8 5 20,0 6 26,1 6 54,5 6,3 7-27 dias 5 21,7 7 28,0 4 17,4 1 9,1 5,3 28d-<1 ano 6 26,1 8 32,0 10 43,5 2 18,2 8,0 Grupo de causa da CID-10 XVI. Algumas afecções originadas no período perinatal

14 60,9 12 48,0 13 56,5 10 90,9 13,0

I. Algumas doenças infecciosas e parasitárias

4 17,4 2 8,0 5 21,7 0 0,0 3,7

XVII. Malformação congênita deformidade e anomalias cromossômicas

1 4,3 8 32,0 3 13,0 0 0,0 4,0

X. Doenças do aparelho respiratório

1 4,3 0 0,0 1 4,3 1 9,1 0,7

Outros grupos causas5 3 13,0 3 12,0 1 4,3 0 0,0 2,3 Total de óbitos infatis 23 100,0 25 100,0 23 100,0 11 100,0 23,7

Nascidos vivos 2298 2050 2220 1208 2189,3 CMI/1000NV 10,0 12,2 10,4 9,1 10,9 CMI-Neonatal 7,4 8,3 5,9 7,5 7,2 CMI-Pós-neonatal 2,6 3,9 4,5 1,7 3,7

Apesar das doenças das infecto-parasitárias (DIP) não estarem entre as cinco primeiras causas de óbitos, é importante uma breve descrição, pois do ponto de vista epidemiológico está associado a fatores e determinantes sócio-econômicos e ambientais, como a cobertura de saneamento ambiental.

Nos últimos 3 anos, incluindo 2009, houve 120 por DIP, das quais 43 (35,8%) dos óbitos eram por doença de notificação compulsória, entre essas as que mais se registrou, foram à tuberculose (39,5%) e esquistossomose (34,9%). Outras doenças que foram elencadas como causa básica das DIP e que tem um grande impacto na situação decorrente de fatores ambientais são as diarréias e as gastrenterites, que acumularam um percentual de 22,5% das DIPs (Gráfico 9). Gráfico 9 – Óbitos por doenças Infecto-parasitárias, incluindo as de notificação compulsória. Vitória de Santo Antão, 2006-2009**.

DIPs

Uma importante sinalização deve ser dada a situação epidemiológica dos agravos pelas causas externas no município. Do total de óbitos, elas representam cerca de 15,0% e estão, no ano de 2008, como a 3º causa básica de óbitos do ranking. As agressões, que na grande maioria são os homicídios, vêm aumentando a cada ano (Gráfico 10). Gráfico 10 – Óbitos por grupos de causas externas. Vitória de Santo Antão, 2006-2009**.

Grupos de Causas Externas

Em relação às causas de óbitos mal definidas, nos últimos anos em análise, houve redução consideravelmente expressiva após implantação da atividade de investigação por recuperação de dados e resgate de informações em unidades de saúde, que o paciente peregrinou, através de visitas domiciliares in loco, quando necessário.

Como comparativo, em 1999, o percentual era de 16,2% do total de óbitos, em 2008, ano com banco de dado ainda não encerrado, é de 1,18%. Destaque para o ano de 2006, que se tem um percentual de 0,58% de causa mal definida, e é considerado um ano já encerrado para os banco de dados. 3

Boletim Epidemiológico

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Perfil de Morbidade – Doenças Notificáveis*

O monitoramento das doenças notificáveis vem sendo solidificado com desenvoltura técnica e otimização, dados os resultados alcançados nos últimos 2 anos. Foram realizadas pelas unidades notificadoras desde 2007, um total de 5.650 casos, o maior são os agravos ou injúria por meios físicos e químicos, como os atendimentos por acidentes por animais, a grande maioria por caninos e felinos, e os acidentes por animais peçonhentos, principalmente escorpiões. Outras doenças, com grande magnitude são aquelas relacionadas a um saneamento ambiental inadequado com bastante impacto nas atividades econômicas e influência na rotina diária dos habitantes vitorienses. Outras doenças, menos notificadas, mas não menos importantes do ponto de vista social e econômico são as DST** e as imunopreviníveis (Tabela 3). Tabela 3 – Doenças notificadas segundo classificação. Vitória de Santo Antão, 2007 a 2009***. Classificação Agravos notificados 2007 2008 2009

Agravo

Z209 Acidente de Trabalho com Exposição a material biológico

3 4 0

Y96 Acidente de trabalho grave 0 0 1 T659 Intoxicação Exógena 18 15 0 X29 Acidente por Animais Peçonhentos 374 243 219 W64 Atendimento Anti-Rábico 608 582 405

DRSAI

B571 Doença de Chagas Aguda 1 1 2 A90 Dengue 266 1.278 106 B659 Esquistossomose 176 201 62 A988 Hantavirose 1 0 0 B551 Leishmaniose Tegumentar Americana 14 38 78 A279 Leptospirose 22 32 23 B54 Malaria 0 3 1 A959 Febre Amarela 0 1 0

DST

A53 Sífilis em Adulto (excluída a forma primaria) 4 15 24 A60 Herpes Genital (apenas o primeiro episodio) 0 2 1 A630 Condiloma Acuminado (verrugas anogenitais) 0 2 4 N485 Síndrome da Ulcera Genital (Excluído herpes genital) 0 0 1 N72 Síndrome do Corrimento Cervical em mulheres 34 22 5 R36 Síndrome do Corrimento Uretral em homem 8 0 2 Z21 Gestante HIV 1 1 3 B19 Hepatites Virais 29 65 15 O981 Sífilis em Gestante 3 10 4 A509 Sífilis Congênita 8 10 4

Imunoprevinível

B09 Doenças Exantematicas 27 11 11 A309 Hanseníase 27 39 19 G039 Meningite 102 132 28 A35 Tétano Acidental 1 0 0 A169 Tuberculose 58 63 49 Y59 Eventos Adversos Pos-Vacinacao 0 2 1 B019 Varicela 4 9 2 A379 Coqueluche 4 4 2

Total 1.793 2.785 1.072

Diante das ações e atividades de rotina realizadas, foi possível, de acordo com os protocolos técnicos executados, confirmar 32,0% dos casos notificados. Entre os mais importantes e de maior relevância para o município estão: a esquistossomose, a tuberculose, a hanseníase, a leishmaniose tegumentar americana, as meningites e a dengue, e, não menos importante do ponto de vista epidemiológico, as imunopreviníveis, que devem ser constantemente monitoradas e desenvolvidas as medidas de controle convenientes e oportunas (Tabela 4). Tabela 4 – Doenças de notificação compulsória confirmadas segundo classificação. Vitória de Santo Antão, 2007 a 2009***.

Classificação Agravos Confirmados 2007 2008 2009

Agravo T659 Intoxicação Exógena 16 10 0

Doenças Relacionadas a um Saneamento Ambiental inadequado (DRSAI)

A90 Dengue 54 678 12 A279 Leptospirose 3 5 6 B54 Malaria**** 0 1 0 B551 Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) 14 38 78 B659 Esquistossomose 176 201 62

DST

A53 Sífilis em Adulto (Excluída a forma primaria) 0 1 0 B19 Hepatites Virais 3 14 4 O981 Sífilis em Gestante 3 9 2 Z21 Gestante HIV 1 1 3 A35 Tétano Acidental 1 0 0

Imunoprevinível

G039 Meningite 78 60 16 Y59 Eventos adversos Pos-Vacinacao 0 2 1 A379 Coqueluche 1 1 1 A309 Hanseníase 27 39 19 A169 Tuberculose 58 63 49

Total 434 1123 250

Algumas situações inusitadas foram observadas quando comparamos o ano de 2009 com 2008, por exemplo, o número de casos de LTA subiu 51,3%; os números de caso de dengue notificados e confirmados diminuíram expressivamente; os números de caso de tuberculose notificados chegam próximo de 100% da meta estipulada para o município. ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Complemento: Fonte: * SINAN/GVE/DVS/SMS/Vitória de Santo Antão Nota(1): ** DST – Doenças sexualmente transmissíveis Nota(2): *** Dados tabulados em 19/08/2009, sujeitos a alteração principalmente para 2008 e 2009. Nota(3): **** Caso alóctone, notificado no município.

Uma doença que é de suma importância, e que o monitoramento nos dá uma indicação da situação sanitária e sócio-ambiental são as diarréicas agudas. Neste ano de 2009, o monitoramento passou a ser de forma mais dinâmica e oportuna a partir da criação de planilha eletrônica, a qual de forma automática, a cada alimentação do banco de dado semanalmente, são gerados tabelas e gráficos de acompanhamento, da forma que são apresentados abaixo.

Até a SE-26/2009, foram registrados 2203 casos de DDA. Observando o gráfico abaixo, pode-se verificar que a variação de casos entre as semanas epidemiológicas (SE) ocasiona uma interpretação pouco sensível, com SE com número bem acima do anterior, o que nos leva a sugerir que esteja associado um baixo ajuste no sistema de captação de casos (Gráfico 11). Gráfico 11 – Casos de doenças diarréicas agudas. Vitória de Santo Antão, SE01-26/2009.

Fonte: MDDA/SINAN/Vigilância Epidemiológica/DVS/SMS/Vitória de Santo Antão Nota: Dados sujeitos a alteração e atualizadas em setembro/2009.

A faixa etária mais atingida por essas doenças é a acima de 10 de idade com percentual próximo de 41,4%, destaque para aquela faixa abaixo de 5 anos, que acumulam um percentual de em torno de 44,0%.

O plano de tratamento mais utilizado, o qual está de acordo com a forma com a qual se apresenta o grau de desidratação, é plano A, mas com destaque para o C. É importante, colocar em pauta que devido ao tempo em que a rede de saúde e seus profissionais não foram atualizado em relação a DDA e seus diagnóstico e a manejo clínico, é possível que a classificação para plano de saúde esteja em desacordo com os critérios técnicos padrões. Tabela 4 – Doenças notificadas segundo faixa etária e plano tratamento e coletas de amostras. Vitória de Santo Antão, SE01-26/2009***.

SE Faixa Etária (em anos) Plano de Tratamento

Coleta Total de Casos <1 1-4 5-9

10 ou mais

A B C

SE1 15 23 7 39 11 9 48 0 84

SE2 7 23 9 23 11 10 31 1 62

SE3 5 24 6 31 16 9 33 0 66

SE4 12 37 15 42 34 15 42 1 106

SE5 11 17 7 12 34 10 2 2 47

SE6 19 54 17 43 62 19 38 0 134

SE7 20 37 9 48 39 18 46 0 114

SE8 21 45 8 47 48 40 34 0 122

SE9 25 23 11 33 66 29 2 2 97

SE10 26 38 16 69 63 44 41 0 149

SE11 13 12 5 21 45 5 0 0 51

SE12 7 53 14 71 32 57 55 0 145

SE13 10 43 18 56 49 21 45 0 128

SE14 0 5 3 13 17 4 1 0 22

SE15 2 2 1 2 12 0 1 0 13

SE16 1 2 0 1 1 0 0 0 4

SE17 0 1 1 2 1 1 0 0 2

SE18 4 6 1 2 7 6 2 0 15

SE19 15 33 14 64 51 37 38 1 126

SE20 18 24 11 51 37 33 34 1 104

SE21 12 42 19 59 40 54 32 10 149

SE22 9 16 14 32 22 37 11 3 71

SE23 17 59 28 53 63 44 34 4 157

SE24 3 22 22 36 28 28 19 3 83

SE25 15 32 18 46 31 29 30 4 111

SE26 11 10 3 16 31 10 0 4 41

Total 298 683 277 912 851 569 619 36 2203

% 13,5 31,0 12,6 41,4 38,6 25,8 28,1 1,6 100,0

Fonte: MDDA/SINAN/Vigilância Epidemiológica/DVS/SMS/Vitória de Santo Antão Nota: Dados sujeitos a alteração e atualizadas em setembro/2009.

4

Boletim Epidemiológico

Expediente: Prefeitura da Vitória de Santo Antão – Elias Lira Secretaria municipal de saúde – Veraluce Maranhão Diretoria de Vigilância em Saúde – Elanne Marques Gerência de Vigilância Epidemiológica – Flávia Silvestre Sanitaristas – Antonio Leite e Emanuella Feitoza Agentes Operacionais de Sistemas Informatizados em Saúde – Adeilton

Santos, Joelma Silvestre e Andry Karolyna Projetos Gráficos, Editoração e Descrição Técnica – Antonio Leite Revisão textual – Emanuella Feitoza, Elanne Marques e Flávia Silvestre e