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EDIÇÃO ESPECIAL Informes A CELPA DEU CALOTE NA UNIÃO E QUEM PAGA É VOCÊ! GRUPO REDE TIRA DO DINHEIRO DO PARÁ E QUEBRA NOSSA ELÉTRICA CRIME FINANCEIRO E CONTRA O INTE RESSE PÚBLICO Parcelas de R$ 2,6 milhões estão sendo descontados dos cofres do estado, porque o Pará é avalista de uma dívida de R$ 44 milhões da elétrica que faliu. A Celpa está endividada e sucateada devido a transferências c o nstantes de dinheiro da concession ária paraense a outras empresas de sua controladora. Foram mais de R$ 700 milhões! A partir de denúncia feita pelo PT, os Ministérios Públicos do Estado e Federal abriram ação civ il pública contra a Celpa, Grupo Rede, Aneel e União. “Quem comandou e permitiu esta farra no Pará devem ser res ponsabilizados”, defende deputado Cláu dio Puty. Não deixe de conhecer detalhes sobre o caso Celpa neste informe.

Boletim Especial - Caso Celpa

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Page 1: Boletim Especial - Caso Celpa

EDIÇÃO ESPECIAL

Informes

A CELPA DEU CALOTE NA UNIÃO E QUEM PAGA É VOCÊ!

GRUPO REDE TIRA DO DINHEIRO DO PARÁ E QUEBRA NOSSA ELÉTRICA

CRIME FINANCEIRO E CONTRA O

INTE RESSE PÚBLICO

Parcelas de R$ 2,6 milhões estão sendo descontados dos

cofres do estado, porque o Pará é avalista de uma dívida de

R$ 44 milhões da elétrica que faliu.

A Celpa está endividada e sucateada devido a transferências

c o nstantes de dinheiro da concession ária paraense a outras

empresas de sua controladora. Foram mais de R$ 700 milhões!

A partir de denúncia feita pelo PT, os Ministérios Públicos do Estado e Federal abriram ação civ il pública contra a Celpa, Grupo Rede, Aneel e União. “Quem comandou e permitiu esta farra no Pará devem ser res ponsabilizados”, defende deputado Cláu dio Puty.

Não deixe de conhecer detalhes sobre o caso Celpa neste informe.

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9 de julho de 1998

PRIVATARIA TUCANA A Celpa foi vendida ao preço

mínimo de R$ 450 milhões ao Grupo Rede Energia. Na época, o governo do PSDB e o seu secretário de plane-

jamento, atual governador Simão Jatene, ignoraram o alerta dos movimentos

sindicais, que previam o erro na venda de um setor estra-

tégico como o de distribuição de energia elétrica.

A verdade é que a negocia-ção não passava de uma

Privataria Tucana, fi nanciada por dinheiro público.

A partir de 1999SERVIÇOS TERCEIRIZADOS

A Celpa adotou uma administra-ção predatória e negligente.

O primeiro efeito da privatização foi a demissão de mais de 2 mil

trabalhadores qualifi cados. A terceirização dos serviços foi trip licada nos últimos 12 anos

para reduzir gastos com pessoal. Esta política trabalhista refl etiu

na péssima qualidade dos serviços prestados pela

empresa no Pará.

A partir de 2003

NEGLIGÊNCIA 1 A Celpa começou a

empre s

tar dinheiro a outras empresas do Grupo Rede.

A descapitalização comprometeu investimen-

tos, causando um acentuado percentual de

perdas decorrentes do des-vio de energia. Assim, o dé-fi cit anual da Celpa, que em 2003 era de R$ 3,5 milhões,

chegou, em 2010, a

Em 2010

R$ 65,3 milhões!

FALÊNCIA A VISTAAs empresas do Grupo Rede pagaram os empréstimos concedidos pela Celpa. Tarde demais! Os prejuízos decor-rentes dos investimentos não realizados foram maiores que os recursos devolvidos. Em 2003, a Celpa pagou em compensações aos consumi-dores R$ 4 milhões. Em 2010, o valor já passava dos R$ 80 milhões!

Em 2011A PIOR DO BRASILA Celpa foi classifi cada pela Aneel como a pior distri-buidora de energia elétrica do Brasil. O ranking leva em conta a apuração dos indicadores DEC (duração dos cortes no fornecimento de energia elétrica) e FEC (frequência dos cortes) entre janeiro e dezembro de 2011.Os índices alcançaram 101 horas/ano e 53 vezes por ano, respectivamente, enquanto que a média nacio-nal referente ao DEC é de 16 horas e para o FEC, 11 vezes.

28 de fevereiro de 2012FALSA SAÍDA DE MERCADODevido a insustentável situação fi nanceira, a Celpa declara recuperação judicial. A Aneel expressa surpresa, mesmo lhe cabendo a res-ponsabilidade de fi scalização da administração e dos serviços prestados pela concessionária. A Celpa confessa uma dívida R$ 2,4bilhões, dos quais quase R$ 1 bilhão com bancos e cerca de R$ 300 milhões de ICMS.

Em 2004NEGLIGÊNCIA 2Mesmo com a perda judicial no valor de R$ 370 milhões relati-vos ao Plano Bresser, a Celpa continu ou com sua política de empréstimos a outras empresas.

Em 2006 NEGLIGÊNCIA 3A Celpa tinha emprestado às outras empresas do Grupo Rede R$ 753 milhões! E não cumpriu seus compromissos tributários, que já chegavam, na época, à cifra de R$ 415 milhões.

Desmonte! De 2004 a 2007, a Celpa investiu apenas R$ 280 milhões,

57,5% a menos do valor estipulado pela Aneel para o período, que era de R$ 659 milhões.

O resultado disso foi sentido pelos consumidores que constantemente fi caram às escuras pela interrupção no

fornecimento de energia.

O governador tucano, Simao Jatene, foi quem bateu o martelo na venda da Celpa.

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Apagão Celpa:

Conheça o escândalo da venda e desmonte das

negligência a olhos vistos

Centrais Elétricas do Pará pelo governo tucano

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9 de março de 2012PELO INTERESSE PÚBLICO O procurador Bruno Valente, do Ministério Público Federal, ac atou o pedido de inquérito apresentado pelo deputado federal Cláudio Puty para serem apuradas as causas de insolv ência fi nanceira da Celpa. O parlamentar petista também cobrou providências mais enérgicas à Aneel, que tomou uma postura de não se pronunciar sobre o assunto. Estando ausente de audiên-cias públicas e fórum de debates realizados para buscar alterna-tivas para o problema.

04 de maio de 2012OTIMISMO EXAGERADOA Celpa apresenta à Justiça seu plano de recuperação fi nanceira. A empresa propõe um aporte de 650 milhões de reais por algum investidor por meio da emissão de debêntures conversíveis em ações da empresa. Além disso, a companhia pretende repactuar as dívidas com deságios de até 40%. Outra fonte de recursos esperada pela Celpa é a venda de bens de seu patrimônio. Mas esta empresa é uma concessionária de serviço público a maioria de seus bens é da União!

28 de maio de 2012

PARÁ AVALISTA DA CELPA O jornal Valor Econômico denunciou mais um grande escândalo: Governo do Pará paga em dia dívida da Celpa. Enquanto a empresa está em recuperação judicial, o go- verno do estado tem pagado à União parcelas de R$ 2,6 mi -lhões com recursos do Fundo de Participação dos Estados. Isso porque o Governo do Pará se tornou avalista de uma dívi-da de R$ 44 milhões da elétrica com a União, seis meses antes da venda da Celpa para o Grupo Rede. Em outras palavras, a privatização da Celpa aconteceu com o dinheiro público.

27 de junho de 2012ALTO PREÇO A Equatorial Energia fez uma proposta de compra da Celpa. Condição: a uma nova tarifa reajustada e revisada. Mais uma vez o consumidor pagará a conta pela má administração da Celpa, que pleiteia reajuste de 27% com a Aneel.

Em 2012SEM LUZ PARA TODOS

O Luz para Todos, programa do governo federal, não avan-

çou como deveria no Pará. A dívida da Celpa com a

Eletrobrás, mais de R$ 500 milhões, foi colocada

nos quirografários (dívidas sem garantia de

recuperação). Desta forma, os recursos federais foram

impedidos de ser repassados para expansão da

rede elétrica no estado.

9 de julho de 2012

A ESPERA DE DEFINIÇÃO A assembleia de credores da Celpa, que tem o objetivo de

aprovar ou rejeitar o plano de recuperação judicial apre-sentado pela empresa, foi

adiada para o dia 9 de agosto para que a negociação com a

Equatorial Energia avance.Um mil e duzentos credores

estavam presentes no Hangar do Centro de Con-venções à espera de uma

solução concreta.

28 de junho de 2012

NA BUSCA POR SOLUÇÕES A pedido do deputado federal Cláudio Puty, a Comissão de Defesa do Consumidor real izou uma audiência pública em Tu curuí. Para apurar denún-cias de que a empresa havia de ixado de cumprir o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), assinado em setembro de 2010 para construção de importante infraestrutura que acabaria com os apagões no município grande produtor de energia elétrica.

A Raposa no galinheiro! A legislação atual permite que o interventor, ou seja, o responsável pela recuperação judicial seja defi nido por um juiz comum, na primeira instância. O que facilita a ação de mal intencionados.Mauro Santos, advogado de campanha do governador Simão Jatene, foi o nomeado como interventor do proces-so Celpa, ou seja, um aliado do governo será o responsável por negociar a dívida em que o Pará se tornou credor por decisão dos tucanos.

Federalização!Sindicalistas e

parlamentares do PT, diante do caos no sistema de distribuição de energia

no estado, defende a federalização da Celpa e que seu controle passe à Eletrobrás, detentora de

mais de um terço de suas ações. Afi nal, energia

elétrica é um bem social. A falta de qualidade e a ex-clusão ao seu acesso nega

às pessoas a cidadania e limita o seu bem-estar.

O deputado Cláudio Puty cobra providências do diretor geral da Aneel, Nelson Hubner.

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Conheça o escândalo da venda e desmonte das

negligência a olhos vistos

Centrais Elétricas do Pará pelo governo tucano

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Deputado Cláudio Puty (PT-PA), ex-funcionário concursado da Celpa, foi contra a venda da empresa em 1998. E, hoje, depois da farra com o dinheiro público promovida pelos tucanos, o parlamentar petista defende a federalização da concessionária.

O Promotor de Justiça de Tutela das Fundações, Entidades de Interesse Social, Falência e Recuperação Judicial e Extrajudicial, Sávio Rui Brabo, relata o que o Ministério Público do Estado do Pará concluiu sobre o caso Celpa.

OPINIÃO SOBRE O CASO CELPA

A Aneel cumpriu bem seu pa-pel de agência reguladora?Como parlamentar, busquei re- presentantes da Aneel para debater sobre o tema e cobrar ações mais enérgicas da agência reguladora. Com as cobranças, abriram um processo administra-tivo contra a Celpa, que nunca foi executado. Em minha opinião, a Celpa teve uma postura comple-tamente omissa e ausente.

Você defende a federalização da Celpa. Fale um pouco mais sobre isso.A Constituição Brasileira con-sidera a energia elétrica um ser-viço público essencial, que não pode fi car a mercê de grupos privados que visam somente o lucro, tarifa elevada e o envio de recursos arrecadados no Pará a outras empresas.

O Ministério Público apurou alguns indícios de crime fi -nanceiro. Como se fundamen-tam as acusações?Os documentos que estão nos autos do processo revelam que desde 1998, quando a Celpa foi privatizada, a empresa já sofria ação de perdas dos Pla-nos Bresser e do Plano de Car-reira, Cargos e Salários. Esse risco durante todos esses anos foi omitido dos balanços anuais fi nanceiros da empresa, o que caracteriza crime contra o siste-ma fi nanceiro. A Celpa adotou uma gestão descomprometida

Ao contrário dos tucanos que privatizaram as companhias, piorando e encarecendo o serviço, o PT trabalha para que todos tenham acesso, bom e barato, a energia elétrica. Foi assim no governo do presidente Lula, com a criação do programa Luz Para Todos, que leva energia elétrica para regiões que não tinham acesso ao serviço. “O Luz Para Todos é uma revolução, pois tira as pessoas da escuridão do século XIX e as leva ao século XXI, garantindo oportunidades. Lamentamos que, no Pará, este programa tem sido prejudicado pela dívida de mais de R$ 500 milhões da Celpa com a Eletrobrás”, afirma o deputado Puty.Com o fi nanciamento federal, no período de 2004 a 2012, o Programa Luz para Todos realizou 331.453 ligações, contemplando todos os 143 municípios do Pará. A previsão para a etapa do PAC2, de 2011 a 2014 é o atendimento a 151.582 famílias pelo programa. Até então, no período de jan/2011 a junho/2012, foram ligadas 33.760 famílias. Durante o governo Ana Júlia, o PT também trabalhou para garantir um serviço de melhor qualidade. Logo no começo de seu governo, em 2007, Ana Júlia assinou decreto isentando de ICMS das contas de luz com consumo de até 100 KW/h. E as residências com consumo entre 101 e 150 KW/h tiveram redução da alíquota de 25% para 15%. Essa medida beneficiou quase um milhão de famílias paraenses. A

Com o energia elétrica é para todos

parceria entre Ana Júlia e Lula garantiu também a extensão da linha de transmissão de energia entre Tucuruí, Portel e Breves.

Como avalia o caso Celpa?O desmonte caracterizado na atual situação da Celpa confi -gura um golpe na economia pa-raense, na política de empregos e na prestação de serviços de qualidade de distribuição de um

bem essencial. Adiante disso, denunciei este escândalo ao Ministério Público Federal, que investigou e abriu uma Ação Civil Pública, não só contra a Celpa, mas contra a Aneel e o Grupo Rede.

Em Tucuruí está a maior hidrelé-trica genuinamente brasileira. Exporta energia para o resto do país, algo em torno de 75%. Não se justifi ca a má qualidade dos serviços prestados à população do Pará, penalizada pela ne-gligência e falta de compromis-so da Celpa. Considerando que já existem 34,24% de ações da Eletrobrás na Celpa, que o poder público tem a responsabilidade na continuidade no serviço de distribuição de energia elétrica, defendo a federalização da Celpa, via Eletro-brás. Esta alternativa também asseguraria a manutenção dos empregos dos tra-balhadores da Celpa, combate à terceiriza-ção e à rotatividade no setor elétrico.

com a transparência dos investi-mentos num bem público, como a energia. A Celpa cometeu as-sim, um crime fi nanceiro.

Neste caso há também crime contra o interesse público?Sim. Porque mesmo quando, em 2002, houve uma situação de um lucro de 500 milhões de reais (superávit), a empresa não reinvestiu os lucros na melhoria da qualidade do serviço, como é obrigação de uma empresa de concessão pública, como es-tabelece a natureza do contrato de concessão, o que caracteriza

uma ação contraproducente e crime contra o interesse público.

Como o você avalia o Plano de Recuperação Judicial apre-sentado pela Celpa?No jargão empresarial, essa pro-posta é chamada de wishful thik-ing, ou seja, otimismo exagerado, haja vista que não há qualquer indicativo de que se torne fato. A Celpa apresentou um projeto para cumprir uma formalidade de contrato, e não apresenta ga-rantias, principalmente, em curto prazo aos direitos trabalhistas, e dos consumidores.uma gestão descomprometida

Ao contrário dos tucanos que privatizaram as companhias, piorando e encarecendo o serviço, o PT trabalha para que todos tenham

Com o energia elétrica é para todos

de concessão, o que caracteriza